Jornal Entreposto | Setembro de 2011

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 136 | setembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Variedades do abacaxi smooth cayenne no ETSP

Parlamentar defende mudança da Ceagesp

pág. 17

|Entrevista |

pág. 12

TCU arquiva processos contra Miguel Appolonio | Qualidade|

Proposta do deputado Junji Abe apresentada ao novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, inclui a implantação de um complexo do agronegócio para juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrícolas

pág. 2

Produtor já pode adquirir novas variedades de citros da Embrapa

pág. 16

|Floricultura |

Crisântemo Spash Sunrise, lançamento da Expoflora

pág. 6

Mercado de flores deve crescer 10% este ano |Tecnologia|

Alta

3,38%

Frutas Alta

3,49%

Legumes Alta

5,21%

Verduras

Baixa -7,82%

Geral

Site facilita identificação de pragas agrícolas Diversos

Baixa -1,31%

Índice Ceagesp - setembro 2011

pág. 14

Pescado

Alta

6,69%

pág. 22

O consumo de frutas e hortaliças no Brasil | Refrigeração|

pág. 4

Avanços tecnológicos da cadeia do frio


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O ministro Mendes Ribeiro recebe o deputado Junji Abe

Ministro avalia proposta de criação de novo complexo agrícola

Neno Silveira

Durante audiência realizada no último dia 13 de setembro em Brasília, o deputado federal Junji Abe (DEM/SP) apresentou ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, uma proposta de implantação de uma nova central de abastecimento na Grande São Paulo. A ideia do parlamentar é viabilizar um mega complexo do agronegócio para juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrícolas e também de insumos – sementes, fertilizantes, defensivos, embalagens e afins – a todo Brasil, entre outras atividades. Segundo Abe, o ministro foi ‘bem receptivo’. “Por não ter ligação com o setor agrícola [é advogado], Mendes Ribeiro preferiu tomar nota de tudo e comprometeu-se a estudar o assunto com a equipe técnica do Ministério”, diz. Para o deputado, a concretização de sua proposta seria a redenção de produtores rurais,

permissionários, comerciantes, transportadores e outros profissionais que atuam na Ceagesp. “O entreposto ficou obsoleto em meio século e emperra a comercialização, prejudicando todos os segmentos da cadeia produtiva, do agricultor ao consumidor”, opina. “Além disso, a cada chuva forte, as enchentes tomam conta do local e boa parte da mercadoria é perdida”, ressalta. Lembrando que o governo federal detém a gestão da Ceagesp, Abe pediu especial atenção do ministro para solucionar os problemas estruturais que afetam o entreposto paulistano. “Não há como reformar e muito menos ampliar as instalações, até porque a área sofre inundações frequentes”, observou o deputado. Segundo ele, o assunto já havia sido tratado com o ex-ministro Wagner Rossi, antecessor de Mendes Ribeiro, mas em função da mudança no comando da Pasta, o parlamen-

tar decidiu reapresentar o apelo. Na avaliação de Junji Abe, a melhor alternativa seria a implantação de uma nova central, dotada de estruturas física e operacional, incluindo sistemas para leilões eletrônicos, entre outros dispositivos. Segundo ele, a unidade poderia ficar próxima do Rodoanel. “Precisa de uma localização privilegiada para facilitar os deslocamentos, onde haja conexões com as vias mais importantes e malha viária, preparada para o elevado volume de tráfego”, afirma. A ideia do deputado vai além de uma unidade de abastecimento. Inclui ainda a instalação de um centro de formação técnica de lideranças e multiplicadores no segmento da policultura; o treinamento de profissionais especializados na difusão de técnicas de plantio; estratégias de comercialização, organização em cooperativas e outros temas relacionados à atividade.

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Editorial

março de 2011 setembro de 2011

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Climatização e Refrigeração

Avanços da cadeia do frio Tecnologias mais eficientes e refrigerantes inofensivos à camada de ozônio consolidam tendências no setor de refrigeração Paulo Fernando De São Paulo O emprego do frio na conservação de alimentos remonta à Antiguidade, quando a civilização já usava o gelo para esse �im. Os gregos, os romanos e, sobretudo, os árabes armazenavam a neve retirada de montanhas em compartimentos subterrâneos isolados com palha. O processo de refrigeração mecânica foi desenvolvido somente a partir do século 19. Ao longo de seu trabalho sobre resfriamento de gases, Thaddeus Lowe – inventor que também se envolveu com a química, a aeronáutica e a engenharia – interessou-se pelo dióxido de carbono e criou, em 1865, a sua “máquina de fazer gelo por compressão”. A nova tecnologia o levou a apostar, junto com outros investidores, num ambicioso projeto e, assim, um velho navio a vapor dotado de unidades refrigeradoras passou a transportar frutas frescas e carnes do Texas para Nova York. A falta de conhecimento sobre o ramo e o receio dos consumidores, entretanto, levaram o empreendimento à bancarrota, mas tornou a refrigeração extremamente popular e revolucionou a preservação dos produtos alimentícios. No �im dos anos 1890, metade do gelo vendido nos EUA era destinada a uso doméstico – a outra metade ia para as indústrias de alimentos e bebidas, grupos farmacêuticos e demais atividades que demandavam frio. Em 1922, outro impulso para fortalecer esse mercado foi dado por Baltzar von Platen e Carl Munters, quando ambos estudavam no Instituto de Tecnologia de Estocolmo e desenvolveram um refrigerador fundamentado no princípio da absorção. Mas o equipamento, que não tinha compressor e se baseava num engenhoso processo de mudança contí-

nua de estado da amônia, não conseguiu impedir o sucesso da geladeira elétrica, que fora desenvolvida na mesma época com muito mais publicidade e investimento. Assim, foi decretado, praticamente, o �im da era do gelo. No entanto, a grande revolução que alavancou o desenvolvimento da cadeia do frio aconteceu mesmo quando o explorador Clarence Birdseye inventou a comida congelada. Patenteado em 1925, seu freezer resfriado por salmoura tinha duas esteiras de aço inoxidável que congelavam pescados, frutas e hortaliças quase que instantaneamente, evitando a formação de grandes cristais de gelo nos alimentos e permitindo que a comida fosse armazenada durante vários meses, desde que acondicionada a uma temperatura constante não superior a -18ºC. “O processo de congelamento rápido é a maravilha da nossa época. O tempo deixa de existir para os alimentos”, dizia um artigo publicado na edição de setembro de 1930 da revista norte-americana Better Homes and Gardens. Pouco antes, em 1928, Thomas Midgley desencadeou outra revolução no campo da refrigeração doméstica, ao introduzir o cloro�luorcarbono como substituto da amônia e do dióxido de enxofre nos aparelhos residenciais, já que ambas as substâncias são nocivas à saúde humana. Inerte e atóxico, o novo gás refrigerante foi batizado como fréon – marca registrada da DuPont – e possibilitou o armazenamento seguro de alimentos resfriados e congelados em praticamente todas as residências do mundo ocidental. Desde então, a indústria alimentícia, atenta às tendências do mercado, passou a estimular o consumo de produtos cada

vez mais práticos e so�isticados. Nos dias atuais, supermercados, açougues, padarias e outros estabelecimentos do gênero oferecem muito mais que frutas, carnes, aves, pescados, laticínios e vegetais resfriados ou congelados. Massas, empanados, doces e salgados, hambúrgueres e uma ampla variedade de pratos prontos têm amplo espaço reservado nessas lojas. Clarence Birdseye aprendeu com os esquimós que o resfriamento rápido mantinha a qualidade dos peixes e inventou o túnel de congelamento

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Cenário atual Nos últimos 17 anos, esse grande nicho explorado pela indústria da refrigeração mudou radicalmente. “A alteração do perfil de consumo do brasileiro, impulsionada pela estabilidade econômica conquistada a partir do Plano Real e pelo crescimento da renda, contribuiu para a especialização da cadeia do frio”, analisa o economista e técnico em abastecimento Neno Silveira, lembrando que só o setor supermercadista, responsável por abastecer 85% das famílias brasileiras, registrou expansão de 7,5% em 2010 e faturou R$ 201,6 bilhões. “A praticidade fez dos alimentos que já vêm cortados, limpos e pré-cozidos uma preferência do consumidor moderno, que, em função da rotina agitada dos dias atuais, não tem tempo de preparar suas refeições da maneira convencional na maior parte da semana”, salienta o especialista. “Por exigirem condições ambientais específicas durante as etapas de produção, armazenagem, distribuição e conservação no ponto de venda, salas de processo, galpões e armazéns climatizados, transporte refrigerado e outras tecnologias de última geração são indispensáveis, o que justifica os grandes investimentos feitos pelas agroindústrias e produtores rurais”, acrescenta. Controlar, portanto, as etapas pelas quais passam e monitorar a temperatura dos alimentos nessa complexa rede frigorífica constituem um desafio imenso para os operadores logísticos. A conservação inadequada ou o manuseio incorreto da carga interferem diretamente nas propriedades organolépticas e nutricionais dos produtos frescos ou industrializados, o que compromete a sua qualidade e segurança microbiológica. “O mercado mundial, inclusive o brasileiro, está em constante desenvolvimento. No quesito controles, cada vez mais são pesquisados e desenvolvidos dispositivos que proporcionam melhor desempenho energético, apesar dos custos ainda elevados dessas tecnologias no País”, destaca o engenheiro Eduardo Alves Gusmão, do departamento técnico da EG Climatização. Outra tendência consolidada na cadeia do frio é a aplicação de fluidos refrigerantes que não destroem a camada de ozônio nem agravam o aqueci-

mento global. Esse aspecto contribuiu, decisivamente, para o retorno do dióxido de carbono como gás de refrigeração. “Estamos vendo o uso mais frequente de válvulas de expansão eletrônicas no lugar das tradicionais termostáticas e o crescimento dos sistemas de refrigeração à base de CO2”, confirma o tecnólogo em automação industrial Eduardo de Castro Drigo. Esse novo cenário, lembra o profissional da área de food retail da Danfoss do Brasil, favorece a implantação de políticas de sustentabilidade corporativa. “Do ponto de vista de adequação regulatória, essa alternativa também é positiva, uma vez que as propriedades do CO2 fazem com que seu uso esteja de acordo com todas as normas de proteção ambiental, o que evita a necessidade futura de se fazer modificações em estruturas de refrigeração”, explica. Além de softwares feitos exatamente para o controle do frio no varejo, a multinacional dinamarquesa também desenvolveu recentemente uma solução tecnológica específica para açougues, padarias, lojas de conveniência e supermercados, segmentos que devem crescer gradativamente e ganhar ainda mais impulso com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Tratase de um conjunto de controladores e válvulas eletrônicas alinhadas com variadores de frequência por meio de um sofisticado algoritmo de controle. “A instalação que fizemos em alguns supermercados da rede mineira Super Nosso proporcionou 12% de redução no consumo de energia elétrica, 42% de redução de perdas de perecíveis por problemas de refrigeração e 35% de redução do número de chamados de manutenção emergencial”, exemplifica. Embora não haja incentivos governamentais para a aplicação de tecnologias ecologicamente corretas no Brasil, o economista Neno Silveira diz que a eficiência energética assegurada pela modernização da cadeia do frio compensa os investimentos iniciais elevados. “Além disso, a proteção climática e a redução do desperdício de energia e de alimentos interessam a todos os setores da sociedade contemporânea. Afinal de contas, uma economia mais verde e preocupada com o futuro do planeta faz-se urgente e necessária”, arremata.


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Floricultura

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Chegada da primavera movimenta mercado de �lores e plantas ornamentais FOTOS: PAULO FERNANDO

Negócios do setor devem registrar crescimento de 10% neste ano

O movimento do mercado de �lores e plantas ornamentais deve atingir de R$ 4,18 bilhões a R$ 4,4 bilhões, impulsionado pela abertura de novos pontos de vendas, pelo emprego de tecnologia no desenvolvimento de produtos e pelo aperfeiçoamento do sistema de refrigeração durante o transporte e entrega. O crescimento deve ser 10% maior neste ano em relação a 2010. O desempenho do setor é bem acima do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, previsto para crescer até 4% ao �im de 2011. Com esse desempenho, a movimentação �inanceira gerada por �lores e plantas deve �icar entre R$ 4,18 bilhões (estimativa da Ibra�lor)

e R$ 4,4 bilhões (cálculo da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas). Na avaliação do presidente do Ibra�lor (Instituto Brasileiro de Floricultura), Kees Schoenmaker, como é conhecido no setor, uma sequência de fatores impulsionam o mercado e justi�icam a estimativa de crescimento. A melhoria genética das plantas, a utilização de melhor tecnologia no plantio e o aperfeiçoamento do processo de acondicionamento e entrega, com câmaras refrigeradas, possibilitaram colocar no mercado produtos de melhor qualidade e com maior tempo de vida. Associado a isso, surgiram novos pontos de vendas, instalados em supermercados, postos de gasolina e lojas de conveniência, entre outros. Segundo dados da Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais, no Brasil existem 7,2 mil produtores registrados. De acordo com a presidente da Câmara, Sílvia van Rooijen, o mercado produtor deve movimentar cerca de R$ 700 milhões nesse ano, o mercado atacadista mais R$ 1,1 bilhão e, o varejista, R$ 2,6 bilhões.

Vendas São produzidas, no país, mais de 350 espécies com cerca de 2,5 mil diferentes variedades e o setor é responsável pela geração de aproximadamente 194 mil empregos diretos, dos quais 49,5% estão ligados à produção, 3,1% à distribuição, 39,7% ao varejo e 7,7% em outras funções. A Cooperativa Veiling Holambra (CVH), responsável pela comercialização anual de 35% a 40% das �lores e plantas ornamentais produzidas no país prevê um movimento da ordem de R$ 300 milhões para este ano. Segundo a gerente de corte da área comercial da cooperativa, Rachel Ozório, a movimentação está calcada no alto grau de con�iabilidade dos produtos brasileiros, conquistado graças ao empenho dos produtores e dos pro�issionais especializados. Para Rachel Ozório, a mídia digital é um fator que contribui para o aumento das vendas. “No ano passado a venda de �lores online cresceu cerca de 50% e es-

timamos o mesmo índice para este ano”, diz. Segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) , o setor de �lores já registra, neste ano, crescimento médio de 7% no volume de vendas em relação ao mesmo período de 2010. Todos os meses passam pelo entreposto paulistano cerca de quatro mil toneladas de �lores de corte e de vaso, gerando uma receita mensal de R$ 20 milhões. “Com o início da primavera, a tendência é de mais variedades ofertadas, excelente qualidade e preços atrativos para o consumidor”, analisa o economista da estatal, Flávio Godas. O termômetro comportamental do mercado começa a funcionar em setembro, com a chegada da estação das �lores e da realização de grandes eventos do setor, como a Expo�lora, que acontece todos os anos em Holambra, interior de São Paulo e é cnosiderada vitrine para o lançamento de diversos produtos.


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Artigo

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Pesquisa quer traçar per�il do comércio atacadista de �lores e plantas ornamentais

Silvia van Rooijen*

A �loricultura é uma das atividades do agronegócio brasileiro que apresenta um grande potencial econômico. Além das condições climáticas favoráveis, o país possui um mercado interno promissor, sem falar no mercado internacional. Dados da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais apontam um faturamento de todo o segmento de aproximadamente R$ 4,4 bilhões. Embora o país apresente evoluções signi�icativas, o volume produzido ainda é pequeno, considerando o potencial existente. Isso é fruto da falta de coordenação das ações dos agentes envolvidos no processo produtivo. O não entendimento do comportamento de cada agente envolvido no agronegócio da �loricultura possibilita ações descoordenadas e mesmo oportunista de alguns. Somado a esse fato, a falta de corresponsabilidades para atributos como garantir a qualidade, padronização, otimização no transporte, entre outros, reduz a competitividade de todos os elos envolvidos na cadeia produtiva. Frente a essa realidade, a

principal condição a ser identi�icada pelas lideranças do setor é a de conhecer o papel de cada envolvido na cadeia produtiva - fornecedores de insumos, produtores, organizações de apoio, setores de �iscalização, de�inidores de políticas para o setor, distribuidores e, também, do consumidor �inal. De posse dessas informações será possível de�inir uma estrutura/ mecanismo de coordenação de ações que ampliem e garantam a competitividade da cadeia. A pesquisa “Per�il do comércio atacadista de �lores e plantas ornamentais no Brasil”, está sendo realizada, em nível nacional, pela Universidade Federal de Lavras em parceria com o Ibra�lor e conta com o apoio da Câmara Setorial e de diversas entidades que representam o setor. Acreditamos que essa apro-

ximação inédita com a universidade pode suprir uma importante lacuna existente e trará muitos e bons frutos a todos os elos da cadeia. Além disso, a pesquisa, pretende levantar questões ligadas à comercialização de �lores e plantas ornamentais no país, de forma a orientar as ações institucionais, identi�icar gargalos e preparar para importantes discussões sobre, por exemplo, a reforma tributária. É importante ressaltar que, como pesquisa cientí�ica deve obedecer ao método e rigor cientí�icos. O questionário foi submetido às lideranças do setor, que puderam sugerir novas questões, o que enriqueceu o trabalho, agregando não apenas novas ideias mas também uma linguagem adequada ao comércio do setor. A pesquisa será aplicada a

todos os atacadistas de �lores e plantas ornamentais e é extremamente importante a participação de todos e a consciência da importância do trabalho. A pesquisa consiste em um questionário em que os envolvidos no comércio atacadista responderão a todas as perguntas para que, com as informações obtidas, seja traçado o per�il do comércio atacadista, com a identi�icação de algumas características, demandas e Os interessados em responder o questionário online podem acessar o link :https:// docs.google.com/spreadsheet/ viewform?pli=1&hl=pt_BR&for mkey=dGc0cERiNDh5YWRjWn ZhdllHNFpiWmc6MA#gid=0 *Silvia van Rooijen é presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais

Novidades

Expo�lora lança �lores e plantas em cores fortes Considerada uma vitrine para o lançamento de produtos da �loricultura no mercado nacional, a Expo�lora, maior feira do gênero na América Latina chega a 30ª edição e destaca esse ano a tendência de cores intensas, predominantemente as nuances do vermelho, das claras às mais escuras, até chegar ao roxo. Entre as novidades estão agerato, lírios e crisântemos, entre diversos outros lançamentos. Na parte de ornamentação, o sucesso deve �icar por conta da exótica rosa do deserto, do trevo de quatro folhas e das coloridas pimentas ornamentais. Os produtores de Holambra (SP) apostam nas cores fortes que deverão dominar as �loriculturas a partir deste mês, quando as novi-

dades e os lançamentos do mercado são apresentados ao consumidor �inal. Não é por acaso que, em junho desse ano, a cidade, maior produtor nacional de �lores e plantas, foi reconhecida o�icialmente pela presidente Dilma Rousseff como a Capital Nacional das Flores. As rosas com cores mais vibrantes ainda estão em fase de testes de aclimatação nos campos e, portanto, chegarão ao mercado apenas em 2012. Para essa estação apenas três novas variedades já testadas e adaptadas ao clima brasileiro chegam às �loriculturas. Apesar da tendência das variantes do vermelho, os produtores de crisântemos também apostam no amarelo e trazem duas novidades nesse tom: o breeze yellow e o spash sunrise.

Embora produzidas em Rondônia, as rosas do deserto, originárias da Arábia e Norte da África, foram trazidas à Expo�lora para ganhar projeção nacional. Elas chegam com variedade de formatos e cores de suas �lores, variando do branco ao vermelho intenso. O trevo de quatro folhas é outra novidade da exposição. O único produtor no Brasil, André Boersen, está em Holambra e cultiva cerca de dois milhões de bulbos por ano. Existem na natureza cerca de 10 mil trevos de três folíolos por um de quatro folhas. Daí a grande di�iculdade de encontrá-los nos campos. Os bulbos com quatro folhas são extraído da natureza e reproduzido num trabalho que exige muita técnica. Depois de colhidos, eles passam por uma fase de secagem durante uma semana e permanecem em uma área fechada, dentro de um barracão, onde recebem ventilação forçada e em temperatura acima da ambiental. O ciclo de produção é de, aproximadamente, um ano e meio e todo o trabalho de cultivo é manual, sendo o plantio feito em campo aberto. Serviço:

30ª Expo�lora De 1° a 25 de setembro De quinta a domingo, das 9h às 19h Localização: Holambra, SP 340, rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140. Na bilheteria, os ingressos custarão R$ 28,00. Crianças de até cinco anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam. Informações: (19) 3802-1421 e www. expo�lora.com.br

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Identidades regionais do paisagismo: Oportunidades de negócios na Copa 2014

Antonio Hélio Junqueira

O Brasil experimenta uma situação particularmente destacada no cenário internacional ao constituir-se em sede dos dois maiores macro-eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, na cidade do Rio de Janeiro, em 2016. Como já tivemos oportunidade de destacar em colunas anteriores, tais fatos produzirão importantes impactos sobre a cadeia produtiva de �lores e plantas ornamentais do Brasil, particularmente, nos setores envolvidos com as indústrias do paisagismo e dos serviços de decoração e ornamentação de eventos, cerimoniais e equipamentos ligados ao turismo receptivo. Para além do consumo material imediato tanto das mercadorias, quanto dos serviços setoriais, esses eventos constituirão oportunidades ímpares de projeção da imagem internacional do Brasil como destino sustentável e seguro para a realização de novos negócios e investimentos. Entre esses, os empreendimentos imobiliários internacionais se projetam entre os mais promissores, o que, certamente, resultará na implantação de novos e importantes complexos turísticos, residenciais, comerciais e urbanísticos no País, nos próximos anos. Tudo isso sinaliza para uma realimentação virtuosa permanente dos produtos e serviços ligados ao paisagismo urbano, tanto nos segmentos institucionais e empresariais, quanto nas áreas comercial, residencial e condominial. Como exemplo desse enorme potencial, não se pode deixar de relembrar o cenário vivido pela China por ocasião das Olimpíadas de 2008, no qual aquele país encantou o mundo com seus magní�icos jardins e topiarias �lorais especialmente construídos para os eventos esporti-

vos. Os chineses �ixaram, assim, a imagem da sua capacidade de planejamento, organização e coordenação das atividades de ambientação e ornamentação urbana e, sem dúvida, contabilizaram incríveis números de produção de �lores e plantas ornamentais, de consumo de sementes, mudas e insumos a�ins e de ocupação de mão de obra. Naquela oportunidade, foram envolvidos na atividade produtiva chinesa das �lores e plantas ornamentais 30 mil camponeses, os quais geraram 70 milhões de unidades de vasos com esses produtos. Desse total, 40 milhões de unidades foram dispostas no Estádio Olímpico de Pequim – que �icou internacionalmente conhecido como “ninho de pássaro” – e na Vila Olímpica, da qual 40% de seu espaço total de 66 hectares permaneceram totalmente ornamentados com �lores naturais durante todo o período de duração dos jogos. Porém, muito mais importante do que a magnitude e a majestade desses eventos para Pequim, o que realmente conta são os legados culturais e urbanísticos dessas iniciativas, que não apenas informam e educam para o consumo, mas que criam e consolidam novos hábitos de relacionamento humano com o meio ambiente, com a natureza

e com as ornamentações �lorais e paisagísticas. Estes, sim, serão os verdadeiros impulsionadores permanentes de uma indústria �lorícola potente e sustentável. No caso brasileiro, especialmente em relação à Copa 2014, é altamente recomendável que os projetos paisagísticos e de ornamentação �loral contemplem as diferentes naturezas identitárias das �loras nativas regionais, das culturas e das he-

ranças paisagísticas das cinco macrorregiões geográ�icas do país. A�inal, estes são entendidos como os principais eixos desejáveis da dinâmica do desenvolvimento da arte �loral e do paisagismo contemporâneos. Tudo isso trará, seguramente, inúmeros bene�ícios para a imagem e a economia nacional, tanto na promoção do turismo – centrado na promoção das diversidades natural e cultural

brasileiras-, quanto do ponto de vista da sustentabilidade ambiental e ecológica. Neste caso, ao incentivar a expressão das diferentes feições e repertórios �lorísticos e paisagísticos regionais - valorizando o cultivo e a exploração econômica sustentável das �loras nativas e/ou exóticas cultural e historicamente adaptadas-, se estará atuando favoravelmente no sentido de conferir proteção à biodiversidade nacional e favorecendo as economias produtivas locais. No bojo de todas essas conquistas, o aumento da demanda por �lores e plantas ornamentais deverá acompanhar de perto toda a evolução do mercado, gerando novas e signi�icativas oportunidades de negócios para as quais convém que os produtores e demais agentes empreendedores estejam atentos e preparados. No entanto, �ica a mensagem: para que desfrutemos todos desse potencial, o momento de pensar, avaliar, planejar, decidir e investir é agora. O Ibra�lor, as câmaras setoriais de �loricultura nacional e estaduais, as associações e cooperativas do setor são os fóruns por excelência para esse encontro.

Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Safra de cana cai e leva governo a reduzir percentual de álcool misturado à gasolina A produção nacional de cana-de-açúcar a ser moída pela indústria sucroalcooleira na safra 2011/2012 deve chegar a 588,915 milhões de toneladas. O número é 5,6% menor que a safra anterior que foi de 623,905 milhões de toneladas. O resultado é do segundo levantamento da safra, divulgado no �im de agosto, pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A queda da produção se deve à baixa na produtividade, causada por diversos fatores, principalmente climáticos, como a estiagem de abril/outubro/2010, a escassez de chuva em maio deste ano, a ocorrência de geada nos estados de SP, MT e PR, além do �lorescimento excessivo.

A falta de renovação dos canaviais e o uso de insumo em escala menor também colaboraram para a queda. Do total de cana a ser esmagada, 51,05% (300,628 milhões t) são destinados à produção de 23,687 bilhões de litros de etanol. Deste volume, 14,550 bilhões de litros são do tipo hidratado e 9,137 bilhões do anidro. Os 49,95% (288,28 milhões t) restantes vão para a produção de 37,069 milhões t de açúcar, inferior em 2,88% à safra passada, quando foram produzidas 38,168 milhões de toneladas. No que se refere à área destinada ao setor, a pesquisa chega a 8,434 milhões de hectares ou ao equivalente a 4,7%

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De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a medida é uma precaução por causa da incerteza sobre a futura safra de canade-açúcar. “Temos que garantir o abastecimento olhando para este ano e para o próximo ano. Veri�icamos que a safra do próximo ano também não será muito melhor que a atual, então temos que tomar providências desde logo para garantir o presente e o futuro. Essa é uma medida de precaução, uma segurança a mais”. Segundo o ministro, a redução do percentual do álcool será adotada por tempo indeterminado. “Depois nós calibraremos modi�icando a resolução no momento em que

acharmos que já temos segurança de suspender a [redução da] mistura”. No ano passado, o governo reduziu o percentual da mistura de 25% para 20% por três meses, por causa do aumento do preço do álcool combustível aos consumidores e de problemas de abastecimento em alguns estados. Segundo o Ministério da Agricultura, o corte representou cerca de 100 milhões de litros de etanol a mais disponíveis no mercado por mês. Em abril deste ano, o governo ampliou a margem da mistura do álcool anidro na gasolina. O intervalo, que variava entre 20% e 25%, passou para 18% a 25%.

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a mais que a da safra anterior. O estado de São Paulo ocupa a maior parte, com 4,436 milhões hectares ou 52,6% do total nacional. Em seguida, vêm Minas Gerais (0,759 milhões ha), Goiás (0,672 milhões ha), Paraná (0,612 milhões ha), Mato Grosso do Sul (0,481 milhões ha), Alagoas (0,455 milhões ha) e Pernambuco (0,325 milhões ha). Redução de etanol A incerteza sobre a safra da cana levou o governo a anunciar a redução do álcool anidro que é misturado à gasolina. A partir do dia 1º de outubro, o percentual vai cair de 25% para 20%. A decisão foi tomada pela presidente Dilma Roussef no �inal de agosto.

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Entrevista

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Ex-diretor recupera R$ 6 milhões desviados da Ceagesp FOTO:PAULO FERNANDO

Executivo que denunciou esquemas de fraudes na companhia prova inocência e consegue trazer de volta recursos para a estatal

seus produtos. Mas eu acredito que sem uma liderança autônoma, sem vínculos políticos, que brigue pelos permissionários, não haverá esse mercado que tanto sonhamos. JE – Nesses 10 anos de disputas judiciais, quem esteve ao seu lado? Appolonio – Muitos amigos que fiz na Ceagesp e que mantenho até hoje, mas principalmente uma pessoa que teve papel fundamental nessa caminhada jurídica, que é o dr. Paulo Murad, um profundo conhecedor do mercado e um dos advogados mais competentes que tive a honra de conhecer e me tornar até hoje seu amigo.

Paulo Fernando De São Paulo

Diretor operacional da Ceagesp entre 1998 e 2001, Miguel Appolonio deixou a direção da empresa sob a alegação de ter sofrido perseguições políticas no período em que ocupava o cargo. À época, o executivo era um dos responsáveis por planejar a privatização da companhia, que integrava o PND (Programa Nacional de Desestatização). “Viemos preparar a estatal para ser privatizada. Isso começou a mexer com interesses escusos”, afirma. Após a instauração de uma sindicância interna, um tiroteio de acusações culminou com a saída de Appolonio do cargo. “Eles [a sindicância] não queriam que as coisas mudassem para melhor, ou seja, queriam manter o feudo político arcaico que aqui se encontrava quando da minha chegada à companhia”, explica. Depois de sair da direção da empresa, Appolonio impetrou uma série de ações contra os membros da sindicância que o tirou da Ceagesp. “O tiro saiu pela culatra”, ressalta Appolonio, referindose às causas ganhas e às sentenças que, por sua vez, condenaram os membros da sindicância formada a ressarcirem os cofres da empresa. Após 10 anos de disputas na justiça, o TCU (Tribunal de Contas da União), em dezembro de 2010, mandou arquivar todos os processos contra Appolonio, justificando que não houve nenhuma irregularidade administrativa durante sua gestão na empresa. “Tenho a consciência tranquila do dever cumprido”, afirma.

Miguel Appolonio: processos contra sindicância que o tirou da Ceagesp reverteram-se em recursos para a companhia Ao visitar a Ceagesp durante este mês, o ex-diretor operacional passou pela redação do JE e concedeu a entrevista a seguir: Jornal Entreposto – Depois de 10 anos fora da empresa, que avaliação o senhor faz do mercado hoje? Appolonio – O mercado precisa ser modernizado para se tornar mais competitivo, mesmo porque continua sendo o maior entreposto da América Latina e o terceiro do mundo. Portanto, o que se espera é que a Ceagesp se torne cada vez mais um mercado moderno, eficaz, dinâmico e lucrativo para seus permissionários.

JE – Quais realizações da sua gestão o senhor considera mais relevantes? Appolonio – Foram várias. Mas posso citar que, no primeiro mês de gestão, fizemos um trabalho de limpeza de bueiros e galerias e, com isso, não houve nenhuma enchente

durante minha administração. O departamento de armazenagem, que vinha acumulando déficits havia 10 anos, passou a ser superavitário nos primeiros seis meses da minha administração. Montamos uma estratégia específica da iniciativa privada para recuperar o setor. Deu tão certo a estrutura que, hoje, há um departamento comercial na companhia. Reestruturamos a segurança do entreposto, contratamos uma nova empresa de limpeza, regularizamos as permissões de uso, diminuímos o número de permissionários inadimplentes renegociando suas dívidas, trouxemos o pequeno produtor para a Ceagesp, reformamos todos os sanitários do mercado que, até então, não atendiam às necessidades de compradores, carregadores e permissionários, fizemos obras nas unidades do interior, recuperamos a unidade de Cananeia, entre tantas outras durante os três anos que administramos a empresa. Nós soubemos administrar o

dinheiro dos permissionários sem contar com recursos do governo federal. E o mais importante: nunca gastamos mais do que a companhia arrecadava. JE – Na sua opinião, qual seria o modelo ideal de abastecimento a ser adotado nas grandes metrópoles como São Paulo? Appolonio – Quando se fala em abastecimento, a Ceagesp sempre vem à nossa mente. Mas central de abastecimento moderna, dinâmica e que atenda os reais interesses da cadeia produtiva e dos consumidores ainda não existe no Brasil. Vai existir a partir do dia em que os administradores de uma central como a Ceagesp realmente pensarem como gente grande, criando mecanismos para escoar com competência a produção agrícola brasileira e atendendo os interesses de quem vende e de quem compra. Definitivamente, esse é o mercado em que qualquer permissionário sonharia estar comercializando

JE – Depois de ser perseguido como o senhor alega ter sido, o senhor voltaria a dirigir a empresa? Appolonio – Eu fui perseguido, mas virei o jogo e ainda recuperei mais de R$ 6 milhões para a Ceagesp na justiça. Quem tiver dúvida, basta entrar na internet e digitar meu nome no Google, que os processos ganhos vão aparecer. Tenho tido muito apoio para voltar ao setor público e, se houver um convite formal, eu vou estudar com muito carinho. Entretanto, posso participar do mercado sem ter cargo público. Com certeza,eu poderia ajudar muito esse mercado que conheço muito bem. JE – O que o senhor diria aos permissionários da Ceagesp hoje, depois de todos esses anos? Appolonio – Torço para que a Ceagesp fique cada vez mais perto do modelo como os mercados de Paris ou de Madri, moderna e que atenda aos anseios dos permissionários. Para que isso aconteça, volto a repetir: os permissionários deveriam eleger uma liderança autônoma, sem vínculos políticos, para que pudesse lutar pelos interesses da comunidade. Seria necessária uma liderança forte, que cobrasse das autoridades mais empenho e mais interesse pelas coisas públicas, de forma a atender todas as legítimas necessidades do maior mercado latino-americano. Esse seria o cenário ideal para a Ceagesp.


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Diagnóstico precoce evita bacteriose do maracujá Um pequeno pedaço da folha do maracujá é suficiente para se proceder ao diagnóstico precoce da presença da bactéria Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae, responsável por uma doença que ataca os maracujazeiros e traz prejuízos aos produtores. A pesquisa foi realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) pela bióloga Carla de Freitas Munhoz, que avaliou a diversidade genética de isolados da bactéria patogênica do maracujazeiro e desenvolveuse um protocolo para a identificação e o diagnóstico desse patógeno. O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial do fruto, porém a cultura tem registrado significativas perdas pela bacteriose, doença de difícil controle e de ocorrência gene-

ralizada. “O patógeno causa a mancha oleosa ou bacteriose do maracujazeiro, doença que além de acarretar a baixa produção de frutos, pode causar a morte das plantas”, revela a pesquisadora. Assim, a pesquisa orientada por Maria Lúcia Carneiro Vieira, do Departamento de Genética, teve esforços concentrados para o desenvolvimento de um kit de diagnóstico que indica a presença da bactéria ainda em estágio inicial da doença e pode evitar a disseminação do patógeno e o avanço dos sintomas. A diversidade genética de uma coleção de 87 isolados bacterianos, coletados em 22 cidades de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal, foi analisada utilizando-se perfis moleculares gerados pela técnica denominada AFLP.

Nove isolados que atacam outras lavouras (uva, alho, mandioca e feijão, por exemplo) foram incluídos nas análises genéticas, mostrando perfis moleculares distintos do patovar passiflorae. Nos pomares de Bauru, Lençóis Paulista, Piratininga, Avaí, Fernão e Limeira, as plantas estavam doentes, possibilitando a coleta do patógeno. Nos pomares de Lins, Guaimbê, Analândia e Corumbataí não havia incidência da doença. No Vale do Ribeira, percebeu-se que lá não havia incidência da doença, o que pode ser explicado pelo clima da região que, apesar de úmido, não apresenta temperaturas muito elevadas, favoráveis ao patógeno. Foram detectadas diferenças genéticas, associadas à região geográfica aonde o isolado

bacteriano foi coletado. “Parte do genoma da Xanthomonas do maracujá foi analisada, comparando-se com os demais patovares e notou-se que existia uma base nucleotídica que diferenciava os isolados que atacam os maracujás dos demais das outras lavouras”, explica Maria Lúcia. “O protocolo molecular desenvolvido para a detecção da bactéria se mostrou eficiente, ou seja, é específico para a detecção da bactéria do maracujá”, ressalta a orientadora. O protocolo é fundamentado na reação em cadeia da polimerase (PCR), que amplifica uma seqüência específica do DNA do patógeno, permitindo se desenvolver um kit que diagnostica a presença da bactéria. “Isso é importante para os produtores e viveiristas, ou seja, dispor de uma metodologia rápida de

diagnóstico do patógeno antes do aparecimento dos sintomas. O conjunto de primers (Xapas), desenhado a partir da seqüência intergênica 16S-23S rRNA, se mostrou específico para o patovar passiflorae, que foi detectado em toda a nossa coleção”, afirma Carla. Enfim, as pesquisadoras concluem que o protocolo desenvolvido para o diagnóstico do patógeno é útil aos proprietários de viveiros que podem fazer uma triagem em suas mudas antes de distribuí-las aos produtores, evitando a disseminação da doença. Também, pode ser útil aos pesquisadores que trabalham com a bacteriose do maracujá para certificarem-se ou da presença (ou não) do patógeno em seus ensaios ou ao coletarem plantas assintomáticas.


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Fitossanidade

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Site viabiliza identificação de pragas agrícolas A cada safra, os profissionais envolvidos nas produções agrícolas enfrentam grandes desafios para identificação e controle de pragas, plantas daninhas e doenças. Movido pelo objetivo de auxiliá-los nessa tarefa, o agrônomo Henrique Moreira, especialista no assunto, criou o site Pragas Agrícolas (www.pragasagricolas.com.br), que reúne informações específicas sobre insetos, plantas daninhas e doenças de praticamente todas as lavouras cultivadas no Brasil, além de fornecer informações sobre como combatê-las. O portal tem tudo para se tornar fonte de referência entre os agricultores – a exemplo da coletânea de manuais de identificação impressos já lançados por Moreira. A vantagem, com o site, é a busca facilitada e as orientações de manejo. Antenado com as últimas tendências, o portal é formato também para

ser acessado por celular e tablets. “O Pragas Agrícolas é fruto de anos de trabalho e pesquisa. A ideia é que faculdades e cursos técnicos possam utilizá-lo como ferramenta de estudo. No futuro, queremos abrir espaço para que os visitantes possam postar imagens e informações também, gerando um grande fórum de informações na rede”, afirma Moreira. Para o professor doutor da Esalq, José Otávio Machado Mentem, “o portal é muito prático, ilustrado e fácil de ser utilizado. Uma ferramenta muito útil, pois a identificação correta da praga é fundamental para definir as medidas de manejo/ controle”. Mentem acrescenta ainda que “o portal é de extrema importância para professores, já que poderá ser utilizado para ilustrar diversas aulas, para os estudantes de Ciências Agrárias,

pois colocará à disposição informações essenciais ao aprimoramento dos conteúdos estudados em sala de aula, e também para os profissionais de campo, que fazem assistência técnica e extensão rural”. Outro profissional que testou e aprovou a ferramenta foi José Annes Marinho, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal. “A iniciativa vem ao encontro das novas tendências na agricultura. A agilidade na troca de conhecimentos será de grande valor estratégico na busca da maior por maior eficiência técnica para recomendação adequada para cada alvo e cultura. Todo este processo busca utilizar e implantar as boas práticas, que resultam em uma agricultura forte e sustentável. O site é excelente”, resume. Para conhecer o portal acesse: www.pragasagricolas. com.br

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Agrícola

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Citricultura avança, mas ainda requer atenção para manejo de doenças Pinta preta é uma das doenças que mais afetam os pomares

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil é responsável por 38% da produção mundial de laranja (19,1 milhões de toneladas) e 61% da produção mundial de suco de laranja (1,33 milhão de toneladas), com exportações chegando a 98%. Para a safra 2011/2012, a estimativa é de que sejam contabilizadas 387 milhões de caixas de 40,8 quilos. No entanto, um dos principais riscos à evolução da citricultura brasileira ainda é o avanço de doenças, a exemplo da mancha preta dos cítricos, mais conhecida como pinta preta e causada pelo fungo Guignardia citricarpa. Por afetar os frutos, não provoca

o apodrecimento direto, mas gera uma grande extensão de lesões na casca, sendo responsável pela depreciação comercial, principalmente para produções destinadas ao mercado in natura. Já quando o destino é industrial, embora os frutos não �iquem imprestáveis, a severidade da doença provoca queda prematura, ocasionando prejuízos em quantidade. O produtor Paulo Okuma

conta que destina 700 hectares à citricultura e 90% da produção têm como destino o mercado in natura, que exige frutos com alta qualidade. “Já tivemos muitos problemas com a pinta preta. Hoje fazemos um monitoramento minucioso, que começa antes mesmo da abertura das pétalas. Com a prevenção, diminuímos a perda de frutos prejudicados pelas doenças e

conseguimos aumentar a produtividade em 15%”, explica. “O controle da pinta preta está baseado no manejo adequado e preventivo. Como as infecções ocorrem no chumbinho da planta, não existe tratamento que consiga deter o posterior desenvolvimento das lesões”, ressalta Ricardo Baldassari, Agrônomo de Desenvolvimento de Mercado da Bayer CropScience.

Produção de laranja perde áreas de plantio De acordo com o diretor de Política Agrícola da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Silvio Porto, as culturas de laranja e café vêm perdendo áreas de produção devido ao aumento da área de plantio da cana-de-açúcar. “A competição entre essas culturas e a cana tem acontecido por causa

da expectativa de crescimento do setor sucroalcooleiro”, explicou o diretor na coletiva para apresentação do terceiro levantamento da safra 2011/2012 de laranja realizado pela Conab, no último dia 1º de setembro.A perda de áreas no norte no estado, no entanto, não provocou queda na produção. “Há uma

compensação pela perda de área, que é a migração para o centro-sul do estado, onde o clima é até mais favorável, o solo é novo e a incidência de doenças deve ser menor, por se tratar do primeiro ciclo de plantio na região”, a�irmou Porto. O estado de São Paulo é maior produtor de laranja do país, com

participação de aproximadamente 75% da plantação da fruta. Durante a safra 2010/2011, a produção de laranja no estado deverá atingir 377 milhões de caixas de 40,8 kg, o que representa um aumento de cerca de 17% em relação à safra passada, que foi de 322,2 milhões de caixas.

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Embrapa apresenta novas variedades de citros Os citricultores brasileiros já podem adquirir mudas de duas novas variedades de frutas recomendadas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Depois do processo de adaptação para o cultivo em grande escala, as mudas da laranja Navelina e da tangerina Ortanique estão disponíveis no escritório de negócios da Embrapa em Capão do Leão (RS). Segundo a empresa, as novas variedades apresentam características atrativas ao consumidor e ao produtor. A laranja Navelina possui de 10 a 12 gomos e não tem sementes. O rendimento do suco da fruta varia entre 35% e 45%. A Ortanique, híbrida natural entre laranja doce e tangerina, tem casca resistente, o que favorece o transporte em longas distâncias. O suco da tangerina é abundante e tem sabor agradável devido aos elevados índices de ácidos totais e açúcares. O Brasil é o maior produtor mundial de citros, com mais de 250 milhões de plantas cultivadas. Além disso, laranjas e tangerinas estão entre as frutas mais consumidas no país. A projeção de produção de laranja e exportação do suco da fruta é crescente. O estudo do Ministério da Agricultura aponta que mais de 19 mil t serão produzidas neste ano. Em 2020, o número sobe para 23,5 mil t. A exportação de suco de laranja, que hoje é de 2,1 mil t, tende a crescer 2,5% nos próximos 10 anos. Informações sobre a aquisição das mudas podem ser obtidas no site da Embrapa Transferência de Tecnologia: http://snt. sede.embrapa.br/noticias/noticia_completa/149/

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Qualidade

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O abacaxi ‘Smooth Cayenne’ comercializado na Ceagesp A variedade é a mais produzida mundialmente, porém seu volume de comercialização diminuiu no entreposto Fabiane Câmara Engenheira de alimentos CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O abacaxi (Ananas comosus (L.) Merril) é uma das fruteiras tropicais mais produzidas, �icando atrás somente da banana e dos citros. É muito apreciado não só pelo aspecto sensorial, mas também por suas qualidades nutricionais. Apenas seis países detêm mais de 50% da produção mundial e o Brasil é um dos principais produtores, porém com pequena participação nas exportações. De acordo com o IBGE, no Brasil a produção está concentrada principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Norte e os cultivares comerciais para consumo in natura mais produzidos são o ‘Pérola’ com maior área de cultivo predominantemente nos estados da região Nordeste, e o ‘Smooth Cayenne’ com grande importância econômica nos estados do Sudeste, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. A comercialização de abacaxi em 2010 nas centrais atacadistas brasileiras movimentou R$ 301 milhões com oferta de 184.081 mil toneladas. No Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Ceagesp o abacaxi é a décima fruta em volume de comercialização, com 45,7 mil toneladas de ‘Pérola’ e 22,9 mil toneladas do cultivar ‘Smooth Cayenne’ comercializadas em 2010. O ‘Smooth Cayenne’ é o cultivar mais produzido mundialmente, porém o seu volume de comercialização no ETSP vem diminuindo ao longo do tempo quando comparado ao cultivar ‘Pérola’, cujas regiões de produção estão mais distantes e as estradas de acesso são piores. A principal razão da diminuição é devida a acidez acentuada do

cultivar ‘Smooth Cayenne’ colhido no inverno, que induz os consumidores ao consumo do cultivar ‘Pérola’ que possui menor acidez. A �igura 1 representa a proporção entre os volumes de comercialização do dos dois cultivares que passou de 4,5 em 1988 para 0,5 em 2010. Hoje o volume do ‘Pérola’ é o dobro do volume do ‘Smooth Cayenne’. Existe uma grande variação de valor no mesmo dia para o mesmo produto e cultivar no mercado atacadista de frutas e hortaliças frescas. O valor do produto está relacionado a sua qualidade, frescor e tamanho. O conhecimento das características qualitativas do ‘Smooth Cayenne’ mais valorizado pelo atacadista possui grande importância por re�letir a demanda do varejo e do consumidor. A caracterização qualitativa do cultivar ‘Smooth Cayenne’, de origens paulista e mineira, do fruto mais valorizado do dia, foi realizada, semana a semana, entre outubro de 2007 a fevereiro de 2010, nos atacadistas mais representativos em volume de comercialização (74%). A caracterização foi realizada através de medidas simples e objetivas que podem ser utilizadas pelo produtor na época da colheita para a garantia de frutos mais valorizados pelo consumidor. O ‘Smooth Cayenne’ considerado o ‘mais valorizado’, foi caracterizado por: procedência, época de comercialização, avaliação visual da coloração da casca; tamanho (massa, comprimento e maior circunferência dos terços), acidez titulável e teor de sólidos solúveis. Foi considerado ‘saboroso’

Figura 1 – Evolução da proporção entre o volume de comercialização do abacaxi ‘Smooth Cayenne’ e do ‘Pérola’, entre 1998 e 2010

Figura 2 – Representação esquemática dos terços do abacaxi

o abacaxi que apresentou nos três terços (apical, mediano e basal) teor de sólidos solúvel maior ou igual a 12º Brix e a relação SS/AT maior ou igual a 20. Um abacaxi com teor de sólidos solúveis de no mínimo 12 º Brix, para possuir uma relação SS/AT, de no mínimo 20

deverá possuir uma acidez titulável de 0,6% expressos em porcentagem de ácido cítrico. Portanto foi estabelecido para os abacaxis ‘saborosos’ o limite máximo de acidez titulável de 0,6% expressos em ácido cítrico. A �igura 2 representa a divisão do abacaxi em terços.

Foi possível observar que o mercado atacadista considera como ‘mais valorizado’ os frutos com maior tamanho. Guaraçaí, o município paulista maior produtor de abacaxi, apresentou um número maior de frutos considerados os ‘mais valorizados’. O abacaxi mineiro se mostrou superior em aparência comparado ao paulista, característica que se mostrou mais importante que o sabor no processo de valoração do ‘Smooth Cayenne’ pelo atacadista. Novembro e dezembro foram os melhores meses de compra em relação ao sabor (relação entre o teor de sólidos solúveis e acidez titulável). Os frutos ‘saborosos’, mostraram-se menores e mais leves do que os ‘não saborosos. A maior parte dos frutos considerados ‘mais valorizados’ pelos atacadistas não atendeu as exigências de um fruto ‘saboroso’ nos três terços, o que pode ser uma das razões da perda de mercado do abacaxi ‘Smooth Cayenne’. Somente 11% das amostras caracterizadas alcançaram os requisitos de um fruto saboroso nos três terços (apical, mediano e basal).


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Qualidade

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Adote a automação no seu negócio das a granel no supermercado só recebem o seu código de barras na sua embalagem, depois de pesadas. Uma grande parte dos supermercados já exige dos seus fornecedores de frutas e hortaliças frescas, embaladas em unidades de consumo, a colocação do código de barras. O fornecedor precisa se associar e cadastrar cada item no Banco de Dados da GS1, para que o seu código de barras possa ser lido internacionalmente. Nos últimos anos foram desenvolvidos outros sistemas de identi�icação como o Data Bar e o Data Matrix. O primeiro é uma simbologia de espaço reduzido, que permite a isenção de todas as informações de um código de 13 itens como o EAN 13, num espaço muitas vezes menor. Agora é possível, com a leitura do Data Bar, caracterizar o produtor e seu endereço, e itens do produto, como variedade, classi�icação e data de embalamento em cada unidade de fruta ou hortaliça. Já o Data Matrix é uma simbologia que leva o consumidor à origem da sua fruta e hortaliça, com ferramentas já disponíveis no seu celular. É só fotografar o símbolo para ser direcionado

Anita de Souza Dias Gutierrez Lisandro Michel Barreiros CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O código de barras presente nas etiquetas é parte da nossa rotina diária de compras, de pagamentos em bancos, de emissão de duplicatas. Ele permite a identi�icação do produto, do seu fornecedor, da sua data de embalamento e a preci�icação do produto, como é feito na saída dos supermercados. Cerca de cinco bilhões de códigos de barra são lidos diariamente em todo o mundo, segundo a GS1 Global Language of Business ou Associação Brasileira de Automação, organização responsável pela administração de ferramentas de automação de comunicação de dados. www.gs1.org.br. O Ministério da Indústria e Comércio, através da Portaria 143 de 1984, conferiu à GS1 Brasil, a responsabilidade de implementar e administrar o “Código Nacional de Produtos”. O código de barras é uma das várias simbologias que podem ser adotadas. As frutas e hortaliças frescas comercializa-

Escolha dos alimentos hortícolas pelo seu valor nutricional

CQH ajuda a elaborar cardápio de merenda escolar Marcos Ujie Nogueira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A escolha dos produtos hortícolas destinados às preparações das merendas servidas nas escolas ainda é encarada por muitos como um grande desa�io a ser vencido, pois de uma gama de escolhas, o responsável pela elaboração do cardápio, precisa optar por alimentos que supram a necessidade dos estudantes, ou seja, é preciso que haja um conhecimento mínimo do que e quanto cada alimento é capaz de fornecer de um deter-

minado nutriente. Sabe-se que o cardápio de alimentos servidos aos alunos deve ser elaborado por um nutricionista, porém há relatos que somente 14% desses cardápios são produzidos por esses pro�issionais. Os demais 86%, 56% e 30% são feitos por merendeiras e outras pessoas, respectivamente. Uma planilha contendo os alimentos hortícolas e seus respectivos nutrientes segundo a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos, que permite a consulta do valor nutricional e a comparação entre os produtos, foi construída pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp com o intuito de auxiliar as pessoas que preparam os cardápios. Os alimentos foram caracterizados pelo seu nome cientí�ico, família botânica, grupo e, quan-

do disponíveis, variedade e tipo de preparo. Além do conteúdo de nutrientes, a planilha fornece os valores recomendados de ingestão de nutrientes por grupo etário, por sexo e por atividade que devem ser utilizados no planejamento e avaliação de dietas para pessoas saudáveis. Confrontando os dados de necessidade diária e o conteúdo de nutrientes fornecidas por 100 gramas e por uma porção de cada alimento, a planilha calcula a porcentagem da necessidade de cada nutriente atendida por cada produto, permitindo uma melhor comparação entre as diferentes frutas e hortaliças. Os interessados na planilha podem procurar o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp ou entrar em contato pelo telefone (11) 3643-3827 ou pelo e-mail cqh@ceagesp. gov.br

para uma página da internet que contém as informações do produto. É possível encontrar esse sistema ou o QR Code em algumas embalagens de frutas no entreposto paulistano da Ceagesp, destinadas aos supermercados do Grupo Pão de Açúcar. O trabalho é administrado pela empresa Pari Passu (www. paripassuaplicativos.com.br), responsável pelo programa de rastreabilidade das frutas e hortaliças do Pão de Açúcar. A adoção da simbologia de automação é um grande avanço na comercialização, mas exige a identi�icação completa e correta dos seus produtos para que todos os agentes, da produção ao consumo, sejam bene�iciados. O Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp está desenvolvendo em cooperação com a GS1, um cardápio com a descrição das frutas e hortaliças para facilitar a identi�icação correta e completa de cada item. Mais informações podem ser obtidas em www.gs1.com.br ou no CQH, através dos telefones (11) 3643-3825 e (11 ) 46433890 e do e-mail: cqh@ ceagesp.gov.br


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Ossir Gorenstein CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A Ceagesp, dando continuidade ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos, concluiu no mês de junho a programação do período da safra 2010/2011, com a coleta e análise de 450 amostras coletadas no entreposto paulistano, dos seguintes produtos: abacaxi, alface, banana, batata, laranja, limão, maçã, mamão, manga, melão, morango, pimentão, tomate e uva. O monitoramento é executado em convênio com o Ministério da Agricultura, dentro do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) . As análises de resíduos de agrotóxicos realizadas em 30 amostras de pimentão, coletadas entre maio e junho, revelaram 53 % de ocorrências de resíduos de pesticidas não autorizados para o pimentão, que, em sua grande maioria, são registrados para o tomate. Frente a essa situação, o Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp, com o apoio do Sincaesp, resolveu convocar os atacadista e, através destes, as associações de produtores de pimentão, que em grande medida destinam suas produções para o entreposto de São Paulo. Na primeira reunião, realizada no dia 4 de agosto contou com a presença de 40 pessoas, entre atacadistas, produtores e representantes das associações e cooperativas. Durante o encontro foram apresentados os resultados das análises de resíduos no pimentão e da necessidade de regularização da situação atual de utilização de agrotóxicos sem registro para esse produto, através de ações

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Qualidade

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Extensão de uso de pesticidas do tomate para o pimentão

que possibilitassem a requisição aos regulamentadores da extensão de uso para o pimentão, dos ingredientes ativos utilizados e registrados para o tomate, dentro do espírito e das diretrizes da Instrução Normativa Conjunta Mapa/Anvisa/ Ibama Nº1, de 23/02/2010, que trata do registro de pesticidas para culturas com suporte fitossanitário insuficiente. A partir daí, os engenheiros agrônomos que dão apoio técnico aos produtores em suas respectivas regiões, das associações e cooperativas e da CATI, passaram a discutir quais pesticidas deveriam ser indicados para a solicitação de extensão de uso e os seus alvos biológicos: praga e doenças. A segunda reunião, realizada no último dia 6 no Escritório de Desenvolvimento Rural de Bauru, contou com a par-

ticipação de técnicos do CQH, da CATI, de pesquisadores da APTA, de representantes das cooperativas de produtores rurais de Lins e Pirajuí e das associações de produtores rurais de Reginópolis, Piraju, Arealva e Iacanga, somando mais de 40 pessoas. Nesta reunião foram consolidadas as indicações de pesticidas que, na avaliação dos técnicos e produtores presentes, deveriam ser registrados para utilização no pimentão. Ficou definida uma estratégia de atuação para a melhoria da situação atual como a de treinamentos dos produtores, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, para restringir e melhorar as aplicações dos pesticidas no cultivo do pimentão. A nota técnica, com os resultado da reunião, foi subscrita

pelos representantes das entidades presentes e acompanhada pela lista de 15 ingredientes ativos de pesticidas, propostos para extensão de uso, será encaminhada ao Ministério da Agricultura, através da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, no próximo dia 21 de setembro. Caberá ao Ministério da Agricultura a avaliação da solicitação e a consulta do interesse das indústrias fabri-

cantes dos registros solicitados. Caso as empresas não queiram comprometer-se com os encargos estabelecidos pelas disposições da Instrução Normativa, agrônomos do Mapa têm insinuado a intenção do próprio Ministério de determinar a realização dos testes de resíduos para a definição dos valores dos Limites Máximos de Resíduos, para a regularização dos registros.


Qualidade

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Agora é a vez do cará Guilherme Carrara Marcos Ujiie Nogueira Thiago de Oliveira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O trabalho de caracterização das frutas e hortaliças frescas do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp deve ser feito para todos os produtos, começando pelos produtos de maior volume. No caso do cará, a confusão começa com o nome. No mundo inteiro, o que os paulistas chamam de cará é denominado inhame. Para tentar diminuir a confusão o I Simpósio Nacional sobre as culturas do inhame e do cará, em 2001, estabeleceu que, no meio técnico cientí�ico nacional, a partir daquela data, o termo cará (Dioscorea spp.) seria substituído por inhame e o termo inhame (Colocasia esculenta) por taro. A denominação utilizada em São Paulo e na Região Centro Oeste do Brasil tem origem na língua Tupi (ká rá). Para aumentar a confusão os americanos de algumas regiões dos Estados Unidos chamam a batata doce de Yam (inhame). A palavra “igname”ou “inhame”é de procedência americana e é a tradução dos termos “yam” e “igname” utilizados nas colônias inglesas e francesas na África. O cará é um alimento muito importante para os países africanos. A sua utilização foi registrada desde 8000 anos a.C., na África e na Ásia. As raízes tuberosas do cará podem ser armazenadas por seis meses em refrigeração e podem pesar até 70 quilos cada uma. O mundo produziu 54 milhões de toneladas de cará em 2008, sendo 65% na Nigéria e 96% em todos os países africanos. O Brasil é o 11º maior produtor do mundo, logo depois da Colômbia, com 0,45% da produção mundial. O cará (Dioscorea spp) pertence á família botânica Dioscoreaceae que se caracteriza por possuir caule herbáceo, escandente (trepador) e armazena reservas em suas raízes. É rico em minerais (Ca, P e Fe), carboidratos, aminoácidos essenciais, pro-vitamina A, pro-vitamina D, vitaminas C e do complexo B e é utilizado na farmacologia, na síntese de cortisona e hormônios esteróides.

Os estudos com o cará, desenvolvidos pelo Centro de Qualidade em Horticultura já levantaram: 1. Sazonalidade O cará no entreposto paulistano da Ceagesp apresenta forte sazonalidade, com preços mais baixos entre a segunda quinzena de março até a primeira quinzena de outubro ( em média 21,45 % mais baixo que o preço médio do ano). 2. Equivalência entre denominações de classificação e uma característica mensurável de tamanho

O trabalho de caracterização do cará começou com o estudo das características das diferentes denominações de classi�icação do cará pelo mercado atacadista, pela Cotação de Preços da Ceagesp e a construção de uma tabela de equivalência e a melhor característica mensurável de tamanho. Foram medidos de todas as classi�icações o comprimento,

o maior diâmetro e o peso. O peso da unidade é a característica que melhor representa o tamanho do cará. O peso é utilizado como parâmetro no comércio internacional de cará. O tamanho do cará foi dividido em miúdo, médio e graúdo. O miúdo tem peso máximo de 300 gramas, o médio de 300 a 600 gramas e o graúdo acima de 600 gramas. A tabela abaixo mostra a equivalência entre as denominações de classi�icação utilizadas pela Cotação de Preços da Ceagesp, do mercado atacadista e o peso.

3. O estabelecimento dos defeitos graves do cará, defeitos que impedem a boa utilização do produto e que não devem ser entregues pelo fornecedor. Entre eles estão a podridão, o �ibroso (passado) e o cortado. 4. O índice histórico de valoração por classi�icação – comparação diária durante vários anos entre os preços das diferentes classi�icações.

Os resultados mostraram que os tamanhos, graúdo e médio, apresentam valores semelhantes e que eles custam 41% mais caro que a classi�icação miúda.

COTAÇÃO

COTAÇÃO

EQUIVALÊNCIA

CEAGESP

ATACADISTA

EM PESO (g)

EXTRA

1A

MÍUDO (até 300 g)

EXTRA A

2A

MÉDIO (de 300 a 600 g)

NÃO POSSUI

3A

GRAÚDO (acima de 600 g)

Agora falta levantar o Índice de Aproveitamento por classi�icação (Produto pronto no prato/ produto bruto), o cálculo do Índice de Escolha (que informa a classi�icação de melhor custobene�ício) e a �inalização das normas de classi�icação.

O Centro de Qualidade em Horticultura gostaria de receber sugestões e criticas sobre o trabalho que está sendo desenvolvido com o cará.


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W W W. I V E C O V E R T I S . C O M . B R

COM O IVECO VERTIS, OS Nò MEROS DA NOVA ECONOMIA DO BRASIL ESTÌ O AINDA MAIS FAVORç VEIS. FINAME TJLP2

O maior PBT:

9,3 ton e 13,3 ton

2anos

A maior garantia1

Maior capacidade de carga:3

6.170 kg (9 ton) 9.280 kg (13 ton)

100

%

financiado OU

FINAME PROCAMINHONEIRO2

0,57% a.m.

Motor Iveco FPT de 154 cv (9 ton) e 173 cv (13 ton)

A CARA DA NOVA ECONOMIA. Ve’ culos vendidos sem implementos. Algumas vers› es, itens opcionais e cores est‹ o sujeitos ˆ disponibilidade de estoque, podendo variar seu prazo de entrega. 1) Garantia de 2 anos v‡ lida para a linha Iveco Vertis, sendo o 1¡ ano de cobertura total e 2¼ ano de cobertura do trem de for• a (motor, transmiss‹ o e eixo traseiro), expirando em 24 meses a partir da emiss‹ o do certificado de garantia ou ao completar 180 mil quil™ metros. As indica• › es de coberturas e exclus› es est‹ o expressas no livro de garantia que acompanha o ve’ culo. 2) Taxa de 0,89% ao m• s = 11,22% ao ano atravŽ s da modalidade BNDES Finame TJLP e 0,57% ao m• s = 7% ao ano atravŽ s da modalidade BNDES Finame Procaminhoneiro. Condi• › es vigentes a partir de 01/08/2011, conforme circulares 195-2006 e 196-2006, sujeitas a altera• › es por atos de autoridade monet‡ ria, BNDES e BACEN. Financiamentos de atŽ 100% para micros, pequenas e mŽ dias empresas (faturamento anual inferior a R$ 90 milh› es) na modalidade BNDES Finame TJLP mediante aprova• ‹ o de crŽ dito. Para modalidade BNDES Finame Procaminhoneiro, entrada m’ nima de 10% para microempresas do segmento de transporte rodovi‡ rio de cargas (faturamento bruto anual de atŽ R$ 2,4 milh› es) e entrada m’ nima de 20% para empresas individuais do segmento de transporte rodovi‡ rio de cargas e transportador aut™ nomo de cargas mediante aprova• ‹ o de crŽ dito, que poder‡ exigir um maior percentual de entrada. O prazo m‡ ximo das opera• › es ser‡ de 60 meses, com atŽ 3 meses de car• ncia. Ser‡ cobrada taxa de cadastro no valor de R$ 980,00 para pessoa jur’ dica e pessoa f’ sica no caso de opera• › es efetivamente realizadas. Taxa BNDES Finame TJLP sujeita a varia• ‹ o trimestral. TJLP atual: 6,0% a.a. Taxa BNDES Finame Procaminhoneiro fixa. Telefone comercial Iveco Capital: (31) 3888-5918; Ouvidoria: 0800 28 29900 Ð ouvidoria@ bancofidis.com.br Ð Iveco Capital Ž uma unidade de neg— cios do Banco FIDIS S/A. 3) Capacidade de carga referente ˆ s vers› es 90V16 e 130V18 (cabine simples) com dist‰ ncia entre eixos de 3.308mm e 4.350mm, respectivamente. Para mais informa• › es, consulte a rede de concession‡ rias Iveco ou o Centro de Aten• ‹ o ao Cliente (0800-702-3443).

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Qualidade

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O consumo de frutas e hortaliças no Brasil Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 do IBGE teve por objetivo fornecer informações sobre a composição dos orçamentos domésticos, a partir da investigação dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou, também, a autopercepção da qualidade de vida e as características do per�il nutricional da população brasileira. O IBGE apresenta na POF, uma análise do consumo alimentar da população brasileira com 10 anos ou mais de idade. Para sua elaboração, foram utilizados os registros obtidos através do Bloco de Consumo Alimentar Pessoal, onde cada morador anotou, para dois dias não consecutivos, todos os alimentos consumidos no domicílio ou fora dele, nas áreas urbana e rural de todo o país, ao longo das 24 horas do dia. A metodologia empregada utilizou várias fontes de consulta para a construção dos resultados, como a Tabela de Medidas Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil e as Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, ambas decorrentes da POF 2008-2009, além de publicações técnico-cientí�icas. As estimativas das médias de consumo de alimentos, energia e nutrientes são apresentadas para o total da população, segundo sexo, grupos de idade, região geográ�ica, situação do domicílio e classes de rendimento. São apresentadas, também, as prevalências de inadequação de consumo de macro e micronutrientes, calculadas com base em parâmetros nacionais e internacionais, como por exemplo, o EAR (estimated average requirement) proposto pelo Institute of Medicine - IOM, para a população dos Estados Unidos e Canadá. O estudo foi realizado em parceria com o Ministério da Saúde. Para a avaliação, compilação e estruturação dos resultados ora apresentados, o IBGE contou com a contribuição de técnicos do órgão parceiro e,

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita no Brasil Grupo e subgrupo Hortaliças

Frutas Cocos, castanhas e nozes

2002 Hortaliças folhosas e florais Hortaliças frutosas Hortaliças tuberosas e outras Frutas de clima tropical Frutas de clima temperado Cocos Castanhas e nozes

Total

29 3 13 13 24 22 3 2 2 0 2.112

2008

%

27 3 13 11 29 25 4 1 1 0 2.122

-7 29 -6 -14 18 15 37 -22 -23 33 0

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita na Região Sudeste Grupo e subgrupo Hortaliças

Frutas Cocos, castanhas e nozes

2002 Hortaliças folhosas e florais Hortaliças frutosas Hortaliças tuberosas e outras Frutas de clima tropical Frutas de clima temperado Cocos Castanhas e nozes

Total

32 3 15 14 28 24 4 0 0 0 2.123

2008

%

28 4 13 11 30 25 5 0 0 0 2.124

-14 37 -15 -21 8 5 29 -11 -20 39 0

Evolução da aquisição domiciliar em kg/per capita no Brasil, da classe de renda de 30 % 2008 2002

Grupo e subgrupo Hortaliças

Frutas Cocos, castanhas e nozes Total

Hortaliças folhosas e florais Hortaliças frutosas Hortaliças tuberosas e outras Frutas de clima tropical Frutas de clima temperado Cocos

48,87 10,87 21,40 16,59 54,71 45,55 9,16 0,29 0,29 2.209,74

48,08 7,71 21,38 19,00 80,23 64,96 15,27 0,20 0,20 2.265,02

-2 -29 0 14 47 43 67 -29 -29 3

também, com especialistas em nutrição, de reconhecida experiência e competência, mobilizados por aquele ministério. O consumo de frutas e hortaliças no Brasil não cresceu entre 2002 e 2008. O consumo de frutas tropicais e temperadas, o de hortaliças folhosas e �lorosas e de castanhas e nozes cresceu 15%, 37%, 29% e 33%, respectivamente e o consumo das outras hortaliças caiu. O consumo de ovo e de misturas industriais cresceu 87% e 50% respectivamente. O comportamento e o volume do consumo na Região Sudeste foi semelhante ao brasileiro. O consumo de frutas tropicais e temperadas, o de hortaliças folhosas e �lorosas e de castanhas e nozes cresceu 5%, 29%, 37% e 39%, respectivamente e o consumo das outras hortaliças caiu. O aumento do consumo de ovos e outros produtos foi muito grande, 2.866% e 1450%, respectivamente. A relação entre consumo e renda per capita é impressionante. A diferença de consumo em 2008, entre a classe de maior renda levantada (30 salários mínimos) e a de menor renda (até dois salários mínimos), vai de 19Kg para 48 Kg nas hortaliças, de 20 Kg para 80 Kg nas frutas e de 66 gramas para 202 gramas nos cocos, castanhas e nozes. O grá�ico mostra a variação de consumo em relação ao consumo médio de cada classe de renda. Podemos supor que a melhoria da renda do brasileiro implicará maior consumo de frutas e hortaliças. A evolução de consumo, entre 2002 e 2008, é muito diferente entre as classes de renda maior e menor. Na maior classe de renda (30 SM ou mais) o consumo de frutas cresceu 47%, o de hortaliças tuberosas 14%, o consumo de hortaliças folhosas e �lorais caiu 29%. Na menor classe de renda (até 2 SM), o consumo de hortaliças folhosas e �lorais cresceu 353%, e o consumo de hortaliças frutosas, tuberosas e das frutas caiu bastante: 32%, 39% e 20% respectivamente. As tabelas e grá�icos ajudam a entender os resultados. Outras informações estão disponíveis em http://www.sidra.ibge. gov.br/bda/pesquisas/pof/default.asp.


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Crianças aprovam o chuchu na Escola do Sabor Gisele Souza Lima CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os casos de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto, inclusive em crianças, estão cada vez mais comuns no Brasil. Essas doenças, relacionadas ao excesso de peso, que também tem crescido entre crianças, são consequência do consumo de alimentos de grande densidade energética, com altos teores de açúcares e gorduras. O consumo de frutas e hortaliças, consumidas em quantidades adequadas, reduzem o risco dessas doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o consumo de 400 gramas de frutas e hortaliças diariamente, o que equivalem, em média, a cinco porções desses produtos. Contudo, um estudo realizado em 2006 mostrou que apenas 24 % da população consomem frutas e hortaliças regularmente. A alimentação inadequada está relacionada à mudança do hábito alimentar e a menor presença dos pais no lar. Nos últimos anos a obesidade infantil cresceu e a desnutrição diminuiu e a obesidade está presente nas diferentes faixas econômicas. Os dados do IBGE mostram, em adolescentes de alta renda e em crianças menores de cinco anos em regiões menos desenvolvidas, o crescimento da obesidade. A ocorrência da obesidade está relacionada também à inatividade �ísica: longos períodos em frente à televisão, vídeo game e computador; e à alimentação onde predominam os produtos industrializados ricos em gorduras, sal e açúcar. A formação de pessoas com hábitos alimentares saudáveis acontece na infância. A escola é o ambiente apropriado para a educação e para uma alimentação saudável. O projeto Escola do Sabor, parceria entre a Ceagesp e a ONG Nossa Turma, tem como objetivos:

Antes

75% | Não gosta

Depois

25% | Gosta

• o desenvolvimento de metodologia lúdica para a introdução de frutas e hortaliças frescas no cardápio de crianças; • a aproximação entre a criança a agricultura; • a introdução do conceito e da compreensão da cadeia de produção do produto e do papel desempenhado por seus diferentes agentes de produção e comercialização; • tornar as frutas e hortaliças, fontes de prazer e de diversão no aprendizado da criança e -promover a melhoria dos hábitos alimentares e conseqüente prevenção de doenças e melhoria da saúde.

Um produto novo é trabalhado a cada três meses. Os primeiros foram mandioca, beterraba e batata doce. O chuchu foi trabalhado entre maio e agosto. O primeiro passo foi a avaliação da aceitação do chuchu preparado como salada e como refogado, servido no almoço das crianças. Somente 25% das crianças apreciaram o chuchu. O segundo passo foi o desenvolvimento de atividades com o produto: colorir, somar e subtrair, jogos lúdicos, plantio na horta da Nossa Turma. As crianças puderam conhecer detalhadamente o chuchu preparar diversas receitas. Depois

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desses procedimentos, constatou-se que a aceitação apresentou crescimento a cada preparo. Eles prepararam e consumiram chuchu na forma de su�lê, pudim, ao forno, recheado e doce. Nos dias de preparação do chuchu, cada criança levou para casa um livreto com receitas e algumas unidades para serem consumidos em sua casa. No �inal dos três meses de trabalho, foi servida novamente salada de chuchu e avaliada a aceitação e a e�iciência do sistema em introduzir o chuchu na alimentação cotidiana das crianças. O paradigma “não gosto desse verde” foi quebrado e as crianças passaram a comer chuchu, ou a experimentá-lo nas refeições habituais. Portanto, pode-se constatar que a metodologia se mostrou e�iciente. A ilustração mostra a diferença de aceitação antes e depois do trabalho com chuchu – 25% de aceitação no começo e 75% de aceitação no �inal. A empresa Iguape tem sido a grande parceira no projeto, doando chuchu, batata doce, mandioca e beterraba toda semana para alimentação das crianças da Nossa Turma. Nos próximos três meses será a vez da goiaba na Escola do Sabor. Dessa vez, o projeto contará com o apoio do atacadista Val Frutas.


Ceasas do Brasil

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Setor de frutas puxa elevação e Índice Ceagesp tem alta de 3,38% em agosto

Limão

68,2%

pais aumentos foram do limão (68,2%), do �igo (50,3%) e do abacate (37,9%). Já os produtos que mais sofreram queda de preço foram ameixa e uva estrangeiras, seguidas pelo morango (-11,8%). “A tendência é de que apenas os produtos em entressafra deverão apresentar elevação dos preços. Porém, com a expectativa de entrada dos frutos de caroço [pêssegos, ameixas, nectarinas, etc] nesta época do ano e a manutenção do dólar em patamares baixos, a probabilidade é que os preços atuais sejam mantidos”, a�irma Godas. Outro setor a apresentar aumento nos preços foi o do pes-

Os preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp registraram alta de 3,38%, em agosto. “Os aspectos climáticos negativos, como frio intenso com ocorrência de geadas nas regiões Sul e Sudeste e chuvas no Vale do Ribeira, somados com o início do período de entressafra de algumas frutas contribuíram signi�icativamente para o aumento dos preços praticados”, avalia o economista da estatal, Flávio Godas. No ano, o indicador apresenta elevação de 3,62% e, nos últimos 12 meses, crescimento de 4,07%. O setor de frutas registrou alta de 3,49%. Os princi-

Morango

-11,8%

cados, com 6,69%. As principais altas foram do atum, da pescada e do cação, e as principais baixas foram da cavalinha e pintado. “Para o próximo mês, esperamos que setor de pescados também apresente ligeira elevação do volume extraído e com isso, redução dos preços praticados”, prevê o economista. Já o setor de legumes continua registrando elevação e os preços cresceram 5,21%. As principais altas foram do pimentão amarelo, do pepino japonês e do tomate. As principais quedas foram do quiabo, da vagem e do pepino comum. Os setores de verduras e de diversos (ovos, batata, cebola,

Repolho

6,4%

Entrepostos da Ceagesp fecham primeiro semestre em alta Crescimento foi de mais de 12% no volume de comercialização A Ceagesp fechou o primeiro semestre com alta de 2,7% no volume de produtos comercializados, em comparação com o mesmo período do ano passado. As 12 centrais atacadistas administradas pela estatal movimentaram 2,2 milhões de toneladas de frutas, verduras, legumes, diversos (batata, cebola, amendoim, coco seco e ovos) e pescados. Somente no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), principal unidade na rede, foram negociados pouco mais de 1,8 milhão de toneladas de produtos frescos, 0,4% a mais que o computado em 2010. Considerado a maior central de abastecimento da América

Latina, o ETSP mais uma vez foi o recordista de comercialização, com participação de 79,3% do acumulado em tonelada e 81,5% em volume �inanceiro. No acumulado em volume de tonelada do primeiro semestre laranja (9,7%), tomate (9,5%) e batata (7,8%) seguem no topo da lista dos produtos campeões de vendas. As 11 unidades localizadas no interior paulista registraram crescimento de 12,5% no volume de comercialização, superando as 474 mil toneladas, com destaque para Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto, que juntas negociaram 266 mil toneladas.

coco seco e amendoim) apresentaram diversas opções de preços baixos. Nas verduras, a retração foi de 7,82% e as principais quedas foram do almeirão (-21,1%), da escarola (-20,9%) e da couve (-20,8%). As altas no setor �icaram por conta do repolho (6,4%), da salsa (6,1%) e do milho verde (5,1%). Em diversos, o recuo foi de 1,31% e os principais preços baixos foram da batata comum, cebola do estado São Paulo e do coco seco. Amendoim e ovos foram os responsáveis pelas principais altas do setor. “Com a expectativa de clima mais ameno e ainda com pouca incidência de chuvas nas regi-

Pimentão amarelo

6,1%

ões produtoras, os setores de legumes, verduras e diversos deverão apresentar elevação do volume ofertado e recuo dos preços praticados em setembro”, antecipa Godas. Índice Ceagesp agosto 2011 Geral

3,38%

Frutas

3,49%

Legumes

5,21%

Verduras

-7,92%

Diversos*

-1,31%

Pescados

6,69%

Fonte: Ceagesp

(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos

Pescados

6,69%

Armazém de São Joaquim da Barra é reativado

nar somente açúcar, com estimativa de 15 mil t mês nesta safra, recebidas em caminhões e embarcadas para o porto de Santos através da linha ferroviária. Com área total de 101.442 m², a unidade armazenadora de São Joaquim da Barra tem capacidade estática de 110 mil t e está preparada para operar com padronização e movimentação de produtos agrícolas diversos à granel, além da armazenagem. A rede de armazenagem da Ceagesp é composta por 34 unidades, sendo 20 ativas e tem capacidade para estocar, simultaneamente, mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas.

Ofereça a seu varejista

o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. O primeiro módulo é de quatro horas e fornece noções de �isiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825/ 3643-3827/ 3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br

A Ceagesp retomou em agosto as operações da unidade armazenadora de São Joaquim da Barra, localizada na região oeste do estado, para atender a demanda de usinas açucareiras e da concessionária da Ferrovia Centro-Atlântica que atuam na região. Segundo a estatal, nesse primeiro momento, a unidade vai armaze-

Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo


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Ceasas do Brasil

CeasaMinas inaugura banco de caixas como aposta para modernizar embalagens Na primeira etapa, apenas produtores de tomate e banana terão que adotar as novas regras adotadas pelo entreposto mineiro

Depois de quatro décadas de uso das caixas de madeira para acondicionar frutas, verduras e legumes, o entreposto de Contagem da CeasaMinas passa a contar, desde o início de setembro, com o banco de caixas plásticas. O serviço vai implantar as embalagens plásticas higienizáveis e irá modernizar o acondicionamento dos produtos. Na avaliação da estatal, as caixas plásticas contribuem para reduzir as perdas, aumentar a qualidade dos produtos, diminuir o custo de produção e evitar a contaminação cruzada nas lavouras. Com a instalação do banco de caixas, os produtores de tomate e banana passam a ter que obedecer as regras da Instrução

Normativa 009 do Ministério da Agricultura, Anvisa e Inmetro. O texto prevê que as caixas de madeira e papelão utilizadas para transportar e armazenar os hortifrutícolas devem ser novas e servir para um único uso, enquanto as de plástico devem ser retornáveis, higienizadas e esterilizadas a casa uso. O presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages, conta que a decisão de implantar o programa de forma gradativa deve-se à complexidade do mercado. “Nosso mercado não é regional como os do interior. Aqui, chegam produtores de diversos estados e também saem produtos para diversos estados. Vamos começar com o tomate e

a banana, mas acredito que em dois anos possamos fazer a virada de todo o mercado”, explica. Lages também ressalta que o sucesso da iniciativa depende de uma mudança de cultura e, por isso, é necessário ser �lexível para conseguir a adesão dos produtores. “A estrutura do banco de caixas está pronta desde o início do ano, mas decidimos inaugurar somente agora para ter tempo de conversar com todos os atores envolvidos”, conta. Como funciona O sistema adotado pelo serviço será de logística reversa, com o objetivo de promover a rotatividade das embalagens plásticas. Assim que entrar no

entreposto, o comprador deve passar no banco de caixas e entregar as suas caixas vazias. Em troca, ele receberá vales-caixa. Quando adquirir mercadorias no entreposto, o comprador repassa os tíquetes ao fornecedor, que pode trocá-lo por novas caixas. Além de promover o rodízio das embalagens, o serviço será responsável por armazenar, alugar, higienizar, estocar e entregar embalagens plásticas padronizadas dentro das normas exigidas pela lei. De acordo com a estatal, o investimento será da ordem de R$ 15 milhões e será feito de forma escalonada. O contrato licitado é para 25 anos de operação.


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Meio Ambiente

setembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Código Florestal deve ser votado no Senado em outubro Agência Brasil

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, disse que o projeto de reforma do Código Florestal deve ser votado em outubro no Senado. “Eu acredito que até o final de outubro nós deveremos estar reenviando o texto para a Câmara”, disse a senadora, que acredita que o projeto será modificado no Senado e, por isso, terá de ser novamente analisado pelos deputados antes de seguir para sanção presidencial. Kátia Abreu defendeu a aprovação do projeto em debate na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para a senadora, o novo código dará segurança jurídica aos produtores rurais e manterá a agricultura brasileira sustentável.

O deputado federal Aldo Rebelo, relator do projeto de reforma do código na Câmara dos Deputados, que também participou do debate, disse que houve um consenso na Câmara para aprovação do projeto. Segundo ele, o texto foi debatido exaustivamente e que projeto moderniza a legislação ambiental do país. Por isso, o deputado prevê que ele seja aprovado de novo, rapidamente, caso volte à Câmara dos Deputados. Ainda segundo o deputado, até dezembro, o novo código será aprovado no Congresso. “Eu creio que o prazo de votação foi dado pela presidenta Dilma ao assinar o decreto que suspende as multas por desmatamento até dezembro”, disse. “Se ela suspendeu até dezembro, é porque tem há expectativa de que até lá haja uma norma per-

manente,” completou. O desembargador José Renato Nalini, do Tribunal de Justiça de São Paulo, contudo, declarou que, se o projeto for sancionado como está, ele pode ser questionado na Justiça. Nalini é contra a proposta e diz que ela é um retrocesso em direitos fundamentais. Segundo ele, a Constituição de 1988 veda retrocessos desse tipo. Portanto, caso a redução das areas de proteção permanente e as mudanças nas regras sobre as reservas legais da propriedade sejam aprovadas, por exemplo, a lei poderá ser questionada em uma ação de direta de inconstitucionalidade, julgada pelo Supremo Tribunal Federal. “Esperamos que o Senado faça as correções necessárias porque, se não as fizer, só nos resta entrar na Justiça”.

Apesar de cair em julho, desmatamento será maior este ano

Em julho, a Amazônia perdeu 93 quilômetros quadrados de floresta, de acordo com levantamento do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), divulgado no final de agosto. Em relação a julho de 2010, quando os satélites observaram 155 km² de des-

mate, a redução foi 40%. Apesar do desmatamento menor em um mês considerado crítico, por ser o auge do período de seca (o que facilita a derrubada), a tendência é que a taxa anual seja maior este ano. A área desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011

(período de doze meses do calendário oficial do desmatamento) ficou em 1.628 km², 9% maior que o total registrado no período de 12 meses imediatamente anterior (agosto/2009 a julho/2010), de 1.488 km². Os números da organização não governamental repetem a ten-

dência apontada pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também registrou queda do ritmo de desmate em julho e aumento no acumulado dos últimos doze meses. A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso por avaliar áreas menores. No entanto, apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes. Em 2010, a área derrubada foi 6.451 km², a menor registrada pelo Inpe desde o começo do monitoramento, em 1988. Em julho, segundo os dados do Imazon, o estado que mais desmatou foi o Pará, com 38,5 km² a menos de floresta no período, seguido por Mato Grosso,

com 21 km². Em Rondônia, os novos desmatamentos atingiram uma área total de 16,5 km² e, no Amazonas, 13 km². Amapá, Acre e Tocantins também registraram derrubadas. Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon também mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em julho, a degradação avançou 116 km². O estado com maior área degradada no período foi Mato Grosso, com quase 60% do total registrado. Considerando o calendário oficial do desmatamento, a degradação florestal atingiu 6.389 km² de áreas nativas, aumento de 241% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a julho de 2010), quando os desmatamentos destruiram 1.873 km² de cobertura florestal.


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Meio Ambiente

Para ministra, novo Código Florestal não encerra o processo de regulação das questões Agência Brasil WILSON DIAS/ABr

Danos decorrentes do uso de agrotóxicos estão entre as questões mais recorrentes A aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, ainda em tramitação no Senado Federal, “não fechará a questão da regulação no meio ambiente”, segundo entendimento da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Mesmo depois de aprovado, a população, os investidores e os gestores ambientais precisarão compreender o alcance da política ambiental. “Há muito mais coisas que devem também ser visualizadas na política ambiental, que já conta com a compreensão da nova classe

média quanto à necessidade de sustentabilidade no uso dos recursos naturais”. Será necessário, conforme Izabella Teixeira, promover a harmonização da política federal com as políticas estaduais e municipais de meio ambiente.

Minas adere à agricultura de baixa emissão de carbono Integração de lavoura, pecuária e floresta será beneficiada com linhas especiais de crédito

Agricultores e pecuaristas mineiros interessados em adotar práticas de baixa emissão de carbono contarão com crédito de até R$ 1 milhão por produtor. O Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) financia projetos de investimentos voltados às atividades agropecuárias que permitem a redução da emissão de gases de efeito estufa, entre elas a recuperação de pastagem degradada, o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuáriafloresta, plantio de florestas e tratamento de resíduos animais. De acordo com o secretário da Agricultura do estado, Elmiro Nascimento, iniciativas como o Plano ABC, que possam ajudar Minas Gerais a manter a condição de referência na produção agrícola e pecuária com

sustentabilidade, sempre serão bem acolhidas pelo governo estadual. Nascimento enfatizou que o plano terá a participação da Secretaria e de suas instituições vinculadas, principalmente a Emater-MG, por meio de suas unidades em mais de 700 municípios. “Podemos adiantar que um dos segmentos com a perspectiva de ser beneficiado pelas linhas de crédito vinculadas ao plano é a Integração Lavoura, Pecuária Floresta. O sistema de integração possibilita a obtenção de produtos de alta qualidade agregada à proteção ambiental”, disse o secretário. Já o secretário adjunto da Agricultura, Paulo Romano, observou que o plano ABC é apresentado num momento diferenciado da produção agrícola,

agora marcado pela sustentabilidade. “O que se deve fazer é induzir o produtor a buscar essa linha de crédito especial para ser quitado em condições especiais”, ressaltou. O crédito vinculado ao Plano ABC poderá dar suporte também à irrigação, neste caso com linhas específicas para aquisição de equipamentos. Segundo as normas, os recursos vinculados às práticas previstas no plano atenderão aos produtores sem distinção de porte. Já os técnicos agrícolas serão os principais difusores das atividades agropecuárias que proporcionem a baixa emissão de carbono, além de responderem pelo acompanhamento dos produtores em todos os estágios para a obtenção do crédito a ser utilizado nas atividades.

Entre as questões recorrentes do momento, a ministra cita os danos dcorrentes do uso de agrotóxicos, “com a agravante de que entram no país até mesmo por contrabando, e que estão sendo repelidos por muitos agricultores.

O Brasil é o país que mais consome esses produtos no mundo e são muito sérios os efeitos negativos que vêm causando à saúde da população”. O debate mundial que está acontecendo sobre o meio ambiente, de acordo com Izabella Teixeira, “tem a ver com o futuro do planeta, mais que com o futuro do meio ambiente em si, por isso, o assunto começa a ganhar espaço em todas as agendas sociais no mundo”. A Amazônia, segundo a ministra, é sempre lembrada como exemplo de patrimônio a ser cuidado, mas é preciso também que cada um conheça a realidade da sua própria cidade, o que está acontecendo com o lixo doméstico, com os rejeitos do comércio e da indústria, que também representam riscos para o meio ambiente.


Transporte

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Frotistas começam a blindar caminhões O transporte de carga por rodovias é algo que pode ser muito perigoso já que, em média, 35 caminhões tem a mercadoria roubada por dia; no ano passado, o prejuízo foi de quase R$ 880 milhões devido a este tipo de ocorrência. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. Para evitar este tipo de ocorrência que tem se tornado cada vez mais comum entre os

operadores logísticos; federações e governo estão trabalhando em conjunto, além disso, os frotistas estão recorrendo a alternativas como blindagem. “Para nós, transportadores, os gastos diretos com segurança para evitar o roubo, escolta, isso fora o prejuízo operacional de ter que viajar em comboio e, às vezes, mudar de estrada para evitar zonas de risco, custam de 10 a 12% de todo o nosso faturamento”, comentou

Paulo Vicente Calef�i, presidente da Fetransul (da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul) e da CIT (Câmara Interamericana de Transportes). No entanto a solução encontrada por alguns transportadoras pesa no bolso, só para se ter uma ideia, no Brasil o custo da blindagem de um carro de passeio é em média R$ 48 mil, no caso de veículos comerciais o

gasto pode chegar a R$ 80 mil. Christian Conde, presidente da Associação Brasileira de Blindagem, con�irmou que há um aumento de procura pelo serviço. “A gente não pode dizer que é uma demanda muito grande, mas vem crescendo. Algumas blindadoras estão se especializando neste tipo de trabalho (com caminhões) e já têm uma procura constante”, a�irma. De acordo com a entidade no ano passado, 7.332 veículos

Comissão da Câmara aprova registro obrigatório para tratores Agência Câmara

A Comissão de Viação e Transportes aprovou no início de setembro proposta que torna obrigatório o registro de tratores e de outros veículos agrícolas e de pavimentação de estradas nos departamentos estaduais de trânsito (Detrans). Atualmente, o registro e o licenciamento anual são obrigatórios sempre que esses veículos forem transitar em vias públicas, como estradas e rodovias. A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro. O texto aprovado pela comissão é um substitutivo do relator, deputado Mauro Lopes (PMDBMG), ao Projeto de Lei 4607/04, do deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR). O relator manteve as alterações previstas na proposta original, colocando-as em uma parte do código que já tratava do registro desses veículos.

Segundo o relator, a inscrição de veículos agrícolas e de pavimentação no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) garante informações

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

sobre os atuais e antigos proprietários. “Essa possibilidade é de grande valor para a investigação de furtos ou roubos desses veículos e para o controle da

sua revenda ilegal”, a�irmou. A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania.

foram blindados no Brasil, esta quantia inclui todos os tipos de veículos e demonstra um avanço de 5,86% em relação a 2009. São Paulo é o Estado com maior índice de roubos de cargas, bem como maior número de blindagem, 66% dos blindados estão em terras paulistas, em segundo aparece Rio de Janeiro com 20% dos veículos, seguido por Pernambuco (3%), Paraná (2%), os outros Estados representam 9%.

Volvo lança versão mais potente do modelo VM

A montadora sueca Volvo incrementa seu portfólio de caminhões no Brasil. Acaba de chegar ao mercado a terceira geração da linha VM, tendo como principal característica o aumento das potências dos motores, adequados para atender o Proconve P7, lei ambiental que entra em vigor dia 1º de janeiro de 2012. De acordo com a empresa, o VM que tinha um propulsor de 210cv passa agora a ter um novo, de 220cv. Este modelo, bastante usado em áreas urbanas e em trajetos regionais, ganhou um motor de seis cilindros, dois cilindros a mais que na versão anterior. Já o propulsor do modelo rígido que antes tinha 260cv de seis cilindros, chega agora a 270cv. Por último, o motor de 310cv passa para 330cv, o maior aumento de potência da linha. No caso dos VMs 330cv 6x4, as mudanças proporcionam mais potência e torque, fundamentais, segundo a fabricante, para operações em canteiros de obras. “Com novas potências e torque, o freio motor é mais potente nestas duas opções, garantindo maior velocidade média em descida, aumentando a produtividade com maior segurança”, observa Alvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo do Brasil. A nova linha também oferece opções de caixa de câmbio e eixos traseiros. Além disso, a cabine do VM conta com um novo painel, com todos os comandos ao alcance das mãos do motorista. No display do computador de bordo, localizado no painel, o condutor tem acesso informações, como o consumo do veículo e aviso de eventuais falhas.


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Transporte

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COMERCIALIZAÇÃO

Produção e vendas de veículos atingem recorde

Volume financeiro das exportações também obteve seu melhor desempenho Agência Brasil

As vendas de veículos novos pelas montadoras no mercado interno em agosto foram as melhores em comparação com o resultado de igual período dos anos anteriores e em toda série histórica da indústria automobilística. Foram comercializadas 327.400 unidades, 6,9% a mais do que em julho e 4,7% acima

de igual período do ano passado. No acumulado desde janeiro, as vendas aumentaram 8%. Esse avanço superou a meta de 5%, prevista pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. A produção foi 5,9% maior do que a do mês anterior, com

325.326 unidades. Esse volume representa um acréscimo de 5,5% em relação a agosto do ano passado e de 4,4% no acumulado do ano. A produção também ultrapassou a meta de expansão de 1,1%. A indústria automobilística obteve ainda o melhor desempenho do ano em volume

CÁ ENTRE NÓS

Os bons ares da primavera A primavera vem chegando e traz com ela a alegria das mulheres que visitam a Feira de Flores da Ceagesp, que acontece às terças e sextas-feiras, e desfilam sua beleza na passarela mais perfumada e colorida da cidade de São Paulo. No pavilhão MLP é tempo de lírios, orquídeas e jasmins. Já no pavilhão dos APs, o vermelho predomina no tomate, na beterraba e no pimentão, mas quem está com o preço ardido mesmo é a pimenta vermelha. Nas frutas, o vermelho também é abundante nas maçãs nacionais e importadas, na goiaba cheia de vitamina C e no toque refinado da cereja da Califórnia. O morango também dá a sua contribuição, pois o preço está muito bom. ******

Na Escola do Sabor, da Nossa Turma, as crianças já tomaram conhecimento de quatro produtos: mandioca, beterraba, batata doce e chuchu. Este último está na fase final do trabalho. A

galerinha, junto com as estagiárias do CQH, já preparou salada de chuchu, suflê e até manjar. A garotada também plantou vários pés de chuchu, que estão se alastrando cada vez mais pela tela que recobre a cerca da sede da associação. No dia 12 de outubro, Oswaldo Batista, da empresa Iguape, apoiadora do projeto, é nosso convidado. Ele vai visitar a plantação da Nossa Turma e ouvir as crianças contarem histórias e lendas sobre o chuchu. Logo depois, Batista falará da importância desse produto, cultivado há décadas por sua família. *******

Após recebermos a visita da Anvisa, recebemos diversas recomendações do que deveria ser feito para atender às exigências da vigilância sanitária. Por isso, fomos pedir orientação à nutricionista Alessandra, do Banco de Alimentos da Ceagesp. Com o maior carinho, ela foi à Facul-

Por Manelão

dade São Camilo e nos conseguiu uma estagiária em Nutrição, que irá nos orientar para melhorarmos os hábitos alimentares das crianças na Nossa Turma. A metalúrgica Atlas, sabendo da nossa dificuldade, aparelhou uma parte da cozinha e, assim, vamos atendendo a todas as exigências. ********

No Dia das Crianças, o Rotary Club do Alto da Lapa vai preparar um delicioso lanche para a nossa garotada e os voluntários do banco HSBC cuidarão das brincadeiras. O Instituto da Criança, a Fundação Abrinq e toda a família de permissionários e amigos doarão brinquedos. E José Daniel, o poeta dos carregadores, irá homenagear as crianças declamando uma poesia de sua autoria, feita especialmente para comemorar a data.. Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençõe a todos!

financeiro exportado, com US$ 1,395 bilhão, uma alta de 7,5% na comparação com agosto de 2010 e de 22,2% ante o resultado de julho. De janeiro a agosto, as vendas externas movimentaram US$ 9,8 bilhões. No que se refere à quantidade de veículos exportados em agosto, no entanto, houve uma

queda de 3,5% em relação a julho, com um total de 46.502 unidades comercializadas. Na comparação com agosto de 2010, entretanto, houve elevação de 4,7%. No acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas cresceram 5,2% ante igual período do ano passado.


Apesp

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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Apesp realiza assembleia para eleição de conselhos A Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo), estabelecida à Av. Dr. Gastão Vidigal no 1946 Ed�icio Sede 2 – 2º Andar - Sala 30 - Município de São PauloSP, inscrita no CNPJ sob no 04.291.930/0001-00, convoca seus associados para assembleia geral a realizar-se no dia 25/10/2011 na sede da Apesp, às 15 horas em primeira chamada CARGO Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro Conselheiro

Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular Titular

com 50% mais um dos associados e em segunda chamada, trinta minutos após, com qualquer número de associados presentes, para eleição dos membros do Conselho de Permissionários e do Conselho Fiscal da entidade, para o mandato a iniciar-se em 01/01/2012 e a encerrar-se em 31/12/2013. Os cargos a serem preenchidos são os constantes da tabela a seguir:

CLASSE

SETOR

VAGAS

I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

MFE-A MFE-B MFE-C HF-NAC HF-IMP AP’S MLP - Verduras AM’S BP’S MSC AM’S-Distribuidoras Atípicos Conselho Fiscal

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3

As inscrições para os cargos poderão ser feitas na sede da Apesp no endereço acima, no horário de expediente, das 8h às 17h, através do preenchimento de formulário disponível na sede, devidamente assinado pelo candidato. Poderão inscrever-se como candidatos todos os associados que estivem em dia com suas contribuições mensais. As inscrições terão inicio no dia 08/10/2011 e encerrar-se-ão no dia 15/10/2011. A lista de candidatos será divulgada a todos os associados de acordo com a classe a que pertençam conforme tabela acima.

Os dados a serem informados na �icha de inscrição são os seguintes:

1. Nome completo do candidato. 2. Endereco residencial completo com cep. 3. Município e estado de residência. 4. Numero da Cédula de Identidade. 5. Numero do Cadastro da pessoa �ísica. 6. Estado civil. 7. Empresa da qual é sócio no ETSP. 8. Pro�issão. 9. Nacionalidade.


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Turismo

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Reino Selvagem Fazendas de Jacarés

Mariana G. Marques

Para quem só teve oportunidade de ver jacarés e crocodilos pela televisão, tocar um animal desses e até segurá-lo, posando para fotos, pode parecer utopia ou parte de um roteiro de filme de aventura. No entanto, isso é realidade em uma propriedade localizada a 230 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Em pleno Pantanal da região de Miranda/MS, a fazenda Cacimba de Pedra - Reino Selvagem vem se transformando em destino turístico de centenas de turistas estrangeiros que correm até lá periodicamente para ver de perto a criação, em regime de confinamento, de 12 mil cabeças de jacarés-do-pantanal (Caiman crocodilus yacare). Tudo começou em 1980, quando o produtor rural Gerson Bueno Zahdi iniciou seus investimentos em pesquisas de reprodução e criação do animal junto ao Projeto Jacaré-do-Pantanal Desenvolvendo. Após desenvolver uma tecnologia própria que gerou o surgimento do jacaré precoce (abatido com um pouco mais de um ano de idade e peso de até oito quilos). Na propriedade, além do acompanhamento científico

nas várias fases do crescimento do animal, o turista tem a oportunidade de conhecer toda a atividade do cultivo dos répteis, como a produção de carne e peles. Essa novidade fez com que milhares de visitantes fossem conhecer a criação todos os anos. A fazenda conta com receptivo, restaurante, parque aquático piscina (no formato de um jacaré), pomar, rendário e atividades de acompanhamento da lida com o jacaré e com o gado de corte, potencializando o turismo rural em torno das atividades econômicas ainda consideradas principais - a pecuária bovina e a produção de jacarés em cultivo. A novela Alma Gêmea, exibida pela Globo em 2005, contou com cenas gravadas na fazenda. Nas cenas, a personagem vivida pela atriz Priscila Fantin conviveu com os jacarés de forma muito próxima, assim como os turistas também podem fazer. A imagem de local paradisíaco, selvagem e de aventura atravessou as fronteiras brasileiras e ecoa em boa parte da Europa. De acordo com Zahdi, dono da fazenda, atualmente 80% de seu fluxo turístico são de europeus, principalmente vindos de países como Holanda, Portugal, França e Bélgica. Para quem acha que visitar a Cacimba de Pedra é apenas ver jacarés, com certeza irá se surpreender. Tudo começa com a facilidade de acesso. De Campo Grande até lá são duas horas e meia de viagem.

Os turistas têm opções diversas de atividades, como a visita ao matrizeiro e ao “berçário” ou células de desenvolvimento. No primeiro, ele tem contato bem próximo com os jacarés adultos, de aproximadamente três metros de comprimento. Na área das células, o visitante acompanha as diferentes fases de desenvolvimento do animal a partir da eclosão dos ovos capturados na natureza. Neste local os jacarés crescem até por volta de um ano e um ano e meio de idade, quando são abatidos. Também é possível fazer a focagem noturna de jacarés, um espetáculo fantástico, uma vez que os olhos dos animais refletem com espantosa naturalidade as luzes emitidas por lanternas ou faróis de automóveis. Mas além do jacaré, o turista acompanha também a lida com o gado bovino (são cerca de duas mil cabeças na fazenda) e pode se aventurar em uma pescaria, porém não é permitida a captura dos peixes, todos eles são levados de volta para a água. De volta à sede da fazenda é hora de matar a fome. O prato principal, como não poderia deixar de ser, é o jacaré. No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, sua carne possibilita o preparo de várias e diversificadas iguarias gastronômicas. Isso pelo fato de se aproveitar quase todo o animal: patas, coxas, sobrecoxas, filé da cauda, file ventral, filé dorsal e pescoço. Dos pratos que impressionam podem ser citadas

as “patinhas de jacaré” e “iscas de jacaré” (excelentes tira-gosto), jacaré ensopado, o filé grelhado e flambado além do exótico sashimi de jacaré. cativeiro Nas criações em cativeiro no Brasil, hoje já são produzidas 300 toneladas de carne por ano. Em confinamento, aproveita-se toda a carcaça do animal, a pele e toda a carne de seu corpo. No cativeiro, os jacarés não tomam sol porque os raios solares estimulam a absorção de cálcio e isso endurece a pele, que perde valor de mercado. Um centímetro de pele de jacaré pode custar até US$ 3 no mercado internacional. É um negócio que levou o Ibama a desenvolver um projeto de manejo sustentável do jacaré em fazendas pantaneiras em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Monitorando os nascimentos, os fazendeiros podem criar filhotes em cativeiro, que serão devolvidos à natureza. Depois, poderão capturar animais adultos. Para cada dez jacarezinhos soltos, poderão ser abatidos seis adultos. A criação de jacarés também tem agregado valor à terra e valorizado o ambiente natural pantaneiro com a utilização de uma espécie nativa que agora é trabalhada de forma planejada e com a finalidade de lucro. Dados da Embrapa Pantanal demonstram que o Pantanal de Mato Grosso é hoje o maior produtor de jacaré do país com 51 fazendas investindo no negó-

cio. O projeto mais recente foi desenvolvido pela Embrapa em Poconé e reúne um grupo de 29 fazendas. A comercialização dos produtos do jacaré - carne e pele - tem sido trabalhada a partir do conceito de bio-negócio, alavancado pela crescente demanda por produtos orgânicos e ecologicamente inteligentes. A ideia é desenvolver a cadeia produtiva do jacaré dentro dos mecanismos de conservação da natureza e, ao mesmo tempo, promovendo o desenvolvimento sócio-econômico no Pantanal. O bio-negócio é um conceito ligado à venda de produtos que trabalham dentro de normas conservacionistas e que trabalham também dentro do conceito de produto orgânico, aquele produzido dentro de padrões rígidos sanitários e com a menor interferência possível de produtos tóxicos (para plantas) ou alopáticos (para animais). O Brasil é hoje o segundo maior exportador de pele de jacaré do mundo. O primeiro é a Colômbia. A carne, no entanto, tem atendido basicamente o mercado interno porque só agora estão sendo providenciadas as credenciais para a exportação. Em breve, todo o Brasil poderá experimentar a carne que tem textura de frango, gosto de peixe e uma taxa de gordura que não chega a 2%. Saiba mais: www.cacimbadepedra.com.br


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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio


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