Jornal Entreposto | Janeiro de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 140 | janeiro de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Chuvas e estiagem puxam alta da inflação em janeiro FOTO: PAULO FERNANDO

| Artigo |

pág. 6

O caso dos agrotóxicos em frutas e hortaliças | Qualidade |

pág.13

Retrato do coco verde no ETSP | Ceasas Brasil |

pág. 26

Índice Ceagesp encerra o ano com queda de 0,33% | Agrícola |

Mau tempo no Sudeste e no Sul do país elevam preços das frutas e hortaliças na capital. Falta de alimentos em outras cidades também faz a demanda subir em São Paulo, onde a oferta se reduziu e fez o consumidor sentir no bolso os danos causados pela adversidades climáticas em ambas as regiões brasileiras - Págs. 4 e 5 | Meio Ambiente |

pág.24

FOTO: ANTONIO CRUZ/ABr

Alckmin dispensa licenciamento ambiental para atividades agropecuárias Para que os produtores consigam a dispensa do licenciamento ambiental será necessário apresentar a Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária | Turismo |

pág.31

Conheça o Litoral de São Paulo

| Qualidade |

pág.18

Produtores recebem auto de infração

pág. 10

Venda de flores registra aumento no fim do ano


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Artigo

Os sete desa�ios do agribusiness A jornada dos próximos 10 anos

*Jose Luiz Tejon Megido

Com muito mais sensores sendo inventados e usados no mundo, passamos a auscultar, medir e saber coisas que ignorávamos. Mais rastreabilidade, mais análise sensorial, lá vamos no agribusiness com um dos desa�ios dentre os sete, de signi�icativa importância e predominância: O REINO DE AVATAR. Uma geração de clientes e de consumidores cada vez mais sensíveis e sensibilizados pelas informações da sustentabilidade em todos os níveis. A Coca Cola manda analisar os lotes de suco de laranja que recebe para processar seus refrigerantes e detecta resíduos de Carbendazin, por exemplo. Esse defensivo é usado para o controle da pinta preta na laranja. Ela �ica não estética, porém o aspecto da saudabilidade passa a contar. E se tem algo que a Coca Cola, e todos os processadores e redes de varejo do mundo, não querem, é ter problemas com reclamações e riscos de saúde dos seus clientes. Portanto, estabelece-se a discussão, e os técnicos vão debater, se 30 partes por bilhão na laranja, é nocivo ou não, e por que o Japão aceita 3 mil, e a Europa 200 partes por bilhão, e o que vão fazer com os Estados Unidos que tem na sua regra zero, ou 10, o que é praticamente zero? Um desa�io crescente é exatamente esse dos sensores e da ampliação da sensibilidade e de baixíssimos limiares à questão da saúde humana e do planeta. O segundo desa�io é sobre as terras agricultáveis. O mundo precisará dobrar sua oferta de alimentos e de energia renovável. Os dados da FAO dizem que 70% desse aumento virá da tecnologia, 10% da intensidade de ciclos agrícolas na mesma área e os restantes 20%, esses sim - advindos de novas áreas agrícolas. Quer dizer, terra passou a valer ouro. A expansão de novas fronteiras �icou limitada e a relação de posse das terras agricultáveis muda de �igura, sendo um dos ativos que mais valorizaram no mundo nos últimos 5 anos. O Brasil ao lado do Sudão, na África, são as duas reservas maiores do planeta, neste quesito. O terceiro desa�io é o da população: gente. Crescemos à proporção de 4 novos nascimentos por segundo. Seremos 9 bilhões, já somos sete bilhões. E este novo habitante está completamente conectado e inter-ligado. A internet amplia a ética situacional do passado, e além das conexões via celulares, computadores, televisores, ela vem ai ago-

ra na nova Internet das coisas. Quer dizer, no chuveiro, no micro ondas, no fogão, no carro etc. O quarto desa�io é não só a produção alimentar, que deve dobrar, mas a qualidade da mesma. Matérias primas produzidas a partir do campo passam a importar cada vez mais na análise percebida das marcas dos processadores e distribuidores de alimentos, �ibras, energia, proteínas e demais derivados do agronegócio. Alimento e energia, sua produção, distribuição e percepção pelos mercados interconectados se transformam em um novo desa�io para a gestão de toda a cadeia de valor, desde o antes, passando pelo dentro e pelo pós porteira das fazendas. O quinto desa�io a inovação, a adoção, a gestão da tecnologia e seu ciclo de vida. O problema não é mais contar com uma tecnologia avançada, a necessidade é que precisamos contar com mais do que uma. Essa diversidade tecnológica de ponta vai exigir de agricultores, da indústria química, mecânica, da genética, e dos processadores um nível de diálogo “online”. A área acadêmica, a escola e a pesquisa pública não resistirão à ausência de velocidade, bem como a governança do agronegócio será cada vez mais fundamentado nos conselhos setoriais. Na tecnologia, as reservas dos germoplasmas locais será fator de gestão de risco e de segurança ambiental, político e de interesse nacional. O sexto desa�io é a questão: quem será o produtor rural em 2022? Daqui a 10 anos, quem será, como serão, quantos existirão? Quais os segmentos, os nichos? Quais as competências desse novo quadro humano de produtores para os próximos 10 anos? O presente passou a ser o resultado do futuro. O que já temos agora, quais os sinais que já captamos neste instante que nos revelam a jornada e a janela do amanhã? Antever os movimentos é um desa�io essencial para todos os agentes envolvidos no agribusiness, e que será fundamental para a construção de “brands” que resistam ao tempo. Produto é o que fazemos na indústria ou no campo, marca é aquilo que construímos na mente apaixonada dos seres humanos. E, se o produtor é esse universo a ser revisto, incluindo a imprevisibilidade cíclica do mundo, onde numa crise européia, por exemplo, começamos a assistir um êxodo ao contrário: urbanos abandonam as cidades e iniciam novos negócios no

campo; as velhas “quintas” passam a ser vistas como fontes de qualidade de vida, e também, de empreendedorismo; se isso tudo con�igura uma das questões que mais intrigam os atuais executivos gestores dos agronegócio, entra aqui o sétimo, desa�io : Marketing. O velho e bom marketing: agronegócio sem marketing é só agro, sem negócio: que signi�ica colocar a mente humana de todos os stakeholders no centro das mesas de decisões dos negócios, e do agronegócio. O quanto sabemos desse exército de novos clientes oriundos da base da pirâmide planetária? Desses atuais sete bilhões, praticamente a metade é de novos entrantes. Se o macarrão, por exemplo, tem penetração e capilaridade em 100% das residências do Brasil, e somos o 3º maior mercado do mundo nas massas, é agora, com a ascensão da classe C, quase 100 milhões de consumidores ávidos pelas vontades consumistas, que começou a haver a penetração das novas massas recheadas. Do “spaghetti” ao caneloni é a jornada que já está em veloz penetração. E, da mesma forma nas carnes, leite, hortifrutis, �ibras, cana, cacau, arroz... ou seringueiras . Terra, pessoas, alimento e energia, o Reino de Avatar, tecnologia, o produtor do futuro, e o marketing. A síntese dos sete desa�ios do agribusiness. Como será 2022? 10 anos à frente do nosso tempo? O diálogo com a sociedade é fator “sine qua non” por parte de todos os agentes envolvidos no agronegócio, e construir empresas com uma nova inteligência pedagógica passa a ser vital. Na educação antiga éramos levados a primeiro pensar, depois fazer e se desse um dia na vida: sentir. A expressão lúdica, moderna, começa pela arte do fazer, ao fazer sentimos e ao sentir pensamos. Essa prudência é sagrada para não cairmos nos grandes erros das decisões de líderes bem intencionados, mas que caem no pecado das distrações. A velocidade mudou, é quase instantânea e todos esses 7 macro desa�ios do agribusiness precisam estar embalados pela altíssima velocidade de um novo híbrido: faz, sente e pensa.

* Jose Luiz Tejon Megido, dirige o núcleo de agronegócio da ESPM, é diretor vice presidente de comunicação do CCAS (Conselho Cientifico para a Agricultura Sustentável)/ e comentarista da Rede EstadãoESPN

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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

março de janeiro de 2011 2012

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FOTO: PAULO FERNANDO

IMPACTO NO BOLSO

Adversidades climáticas puxam alta dos hortifrútis Seca no Sul e chuvas no Sudeste impulsionam inflação dos alimentos in natura O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) teve leve alta de 0,08% em janeiro. O resultado ficou abaixo do registrado um mês antes, quando a taxa apurada foi 0,19%. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula elevação de 4,9%. De acordo com dados divulgados no início da segunda quinzena pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a redução no ritmo de crescimento entre os dois meses foi influenciada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que caiu com mais força. Em janeiro, o IPA ficou em -0,27%, depois de registrar -0,03% em dezembro. Caíram os preços de alimentos processados, bovinos, minério de ferro e aves. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que repre-

senta 30% da taxa global, subiu de 0,65% para 0,92% de um mês para o outro. Quatro das sete classes de despesa tiveram elevação, com destaque para alimentação (de 1,02% para 1,77%), principalmente hortaliças e legumes (de -2,76% para 4,99%) e educação, leitura e recreação (de 0,46% para 1,92%), com destaque para cursos formais. A estiagem no Sul e as inundações no Sudeste do Brasil trazem, além dos transtornos sociais, também problemas para o bolso dos brasileiros. Alta no preço de alimentos, maior inflação, prejuízos ao turismo e até mesmo influência nos investimentos são algumas das consequências dos fenômenos naturais. De acordo com a Fipe, frutas verduras e legumes registraram elevação de 2,82% nos preços apenas na primeira semana de janeiro, influenciada pelas chuvas em São Paulo. Já entre os grãos, destaque para o feijão e o milho, que no mesmo período apresentaram elevação de 12,54% e 6,27%, respectivamente.

DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Agricultores do RJ recebem equipamentos e sementes Da Agência Brasil

Cerca de 300 agricultores de três assentamentos rurais de Japeri, município da Baixada Fluminense, poderão, a partir deste ano, diversificar e aumentar a produção agrícola, com a chegada de tratores, roçadeiras, adubos, sementes, mudas de árvores frutíferas, além de filhotes de peixes. O material foi cedido pelo Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) e contou com o apoio técnico da prefeitura de Japeri. Também estão sendo constru-

ídos galinheiros para a criação de galinhas-caipiras. A secretária de Meio Ambiente de Japeri, Michelle Oliveira, explicou que devido à falta de recursos, a maioria dos produtores da região dedica-se principalmente à monocultura da mandioca e da banana. “Sem maquinário, por exemplo, eles [produtores] não tinham como diversificar a produção, pois só o aluguel de um hora de trator custa R$ 90, o que era inviável.Nós abordamos esse problema com o Iterj e agora há mais estímulo para buscar

outras culturas”, explicou Michelle. De acordo com a secretária, o município, de 96 mil habitantes, tem 70% de seu território rural e cerca de 600 produtores. Muitos, segundo ela, já contam com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com profissionais que ensinam técnicas e dão apoio logístico. “Faltavam apenas as condições financeiras para investir em outras produções e com a nova parceria, esse problema foi resolvido”, acrescentou Michelle.

Os três assentamentos estaduais, vinculados ao Iterj, existem há mais de 25 anos: São Pedro (Jaceruba), Fazenda Normandia e Pedra Lisa. O produtor rural Jânito Conceição de Souza trabalha no assentamento São Pedro (Jaceruba) com cerca de mais 30 produtores. Hoje, eles produzem em pequena escala aipim, quiabo, jiló e milho, principalmente. Os agricultores receberam trator, calcário e sementes de frutas e há previsão da chegada de adubo e galinhas. “Nunca tivemos esse apoio. Agora pre-

tendemos produzir mais, com um custo menor. E futuramente pretendemos mudar para plantações que durem mais, que após a primeira produção continuem rendendo”, disse. Jânito informou que o problema agora é a falta de um local para armazenar as máquinas e os adubos para que não estraguem com a chuva e o relento. “Vamos marcar uma reunião com a Secretaria de Meio Ambiente para ver a possibilidade de uma ajuda na construção de um galpão para guardar esses materiais”, afimou.


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FOTO: JOSÉ CRUZ/ABr

Seca no Sul causa prejuízos de mais de R$ 2 bilhões à agricultura Governos estaduais e federal anunciam medidas socorrer agricultores pela escassez hídrica Da Agência Brasil

Enquanto estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste contabilizam os prejuízos causados pelas chuvas dos últimos meses, na Região Sul o problema continua sendo a estiagem. Além dos transtornos causados à população, a seca afetou a produção agrícola regional, causando prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao setor e contribuindo para o aumento dos preços de diversos alimentos em todo o país. No Rio Grande do Sul, 291 cidades decretaram situação de emergência. Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 1,6 milhão de pessoas estão sendo afetadas. Em Santa Catarina, 80 cidades estão em situação de emergência por conta da seca. Quase 490 mil pessoas já foram prejudicadas pela falta de chuvas. Até o dia 16 de janeiro, a Secretaria de Agricultura do estado estimava que as perdas agropecuárias chegavam a R$ 497 milhões. No Paraná, o governador Beto Richa decretou situação de emergência em 137 cidades. Segundo a assessoria do governo, o decreto coletivo visa agilizar o atendimento aos municípios atingidos pela estiagem que assola o estado desde novembro do ano passado. A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento estima que a estiagem comprometeu 11,5% da safra de verão, prevista em 22,13 milhões de toneladas, o que significa um prejuízo financeiro de R$ 1,52 bilhão.

Durante este mês, os governos federal e dos três estados anunciaram medidas para auxiliar as localidades e agricultores afetados. O governador gaúcho, Tarso Genro, anunciou a liberação de R$ 54,42 milhões para ações emergenciais e medidas preventivas contra a estiagem. Desse total, R$ 28 milhões são provenientes do governo federal, dos quais o estado já recebeu R$ 18 milhões. Genro também anunciou que a Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento irá investir R$ 5 milhões na extensão de redes de água, compra de bombas para poços artesianos e reservatórios nos municípios atingidos pela estiagem. Em Santa Catarina, somados os recursos federais e estaduais, o socorro chega a R$ 28,6 milhões. Entre as medidas anunciadas pelo governador Raimundo Colombo e pelos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, estão a construção de 333 poços artesianos em municípios atingidos pela seca e a liberação de recursos do seguro agrícola mediante laudos técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O governador Beto Richa também prometeu aplicar R$ 21,5 milhões na instalação de 300 sistemas comunitários de fornecimento de água em várias regiões paranaenses. Outros R$ 10 milhões serão investidos junto com o Ministério da Integração Nacional

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, durante coletiva comenta as estratégias da pasta diante dos problemas climáticos que assolam o país na implantação de cisternas em comunidades rurais historicamente afetadas pela falta de água, iniciativa que, segundo a assessoria do governo, irá atender especialmente os produtores de frangos, suínos, leite e hortaliças. O governo paranaense também vai destinar R$ 6 milhões para ajudar quem precisa comprar insumos agrícolas e acelerar as vistorias em plantações, a fim de que os produtores possam solicitar o ressarcimento das perdas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o pagamento do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf).


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Artigo

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MARKETING E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

O caso dos agrotóxicos em frutas e hortaliças Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

A cada ano, pequenos agricultores familiares produtores de frutas e hortaliças são severamente prejudicados pela atuação mal informada – ou até mesmo irresponsável – de parte da mídia. Tal fenômeno aparece vinculado especialmente às divulgações dos resultados das análises químicas de 18 produtos hortigranjeiros realizadas periodicamente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no âmbito do PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos). Nestas oportunidades, tornam-se frequentes as manchetes acusatórias da presença de níveis inimagináveis de alimentos “impróprios para consumo por causa do excesso de agrotóxicos” ou “com agrotóxicos em níveis inaceitáveis”, conforme julgamento e veredicto vindos de jornalistas despreparados e pouco conscientes dos efeitos e consequências sociais e econômicos de suas afirmações. O que esses discursos midiáticos não desvendam ou discutem é a real situação do registro de defensivos agrícolas no Brasil, que, em si mesmo, configura fenômeno altamente complexo, dispendioso e sujeito a várias esferas de deliberações e interesses públicos e privados. Dessa forma, todo o custo da inadequação e ineficiência do sistema acaba sendo arcado exclusivamente pelos produtores - justamente o elo mais frágil da cadeia - e pelos consumidores, alarmados e mal informados. No Brasil, o Ministério da Agricultura é o órgão responsável pelo registro dos defensivos agrícolas. Porém, neste processo, deve obrigatoriamente contar com a anuência da Anvisa (toxicologia e saúde humana) e do Ibama (proteção e controle de risco da contaminação ambiental). O registro de defensivos agrícolas, neste contexto, é considerado pelas empresas produtoras como

caro e moroso, e que nem sempre garante o retorno dos investimentos quando se trata de culturas de menor representatividade econômica, como é o caso da maioria das frutas e hortaliças. Para contornar, pelo menos em parte, esse problema, diversos estudos e propostas vêm sendo realizados desde 2002 e resultaram na publicação da Instrução Normativa Conjunta Mapa/Ibama/Anvisa n.º 01, de 23 de fevereiro de 2010, que estabeleceu as diretrizes e exigências para o registro de agrotóxicos e seus componentes e afins para culturas com baixo suporte fitossanitário, também denominadas de minor crops. A Instrução Normativa prevê a classificação das minor crops por grupos de culturas, modelo utilizado mundialmente, para estabelecer o limite máximo de resíduos (LMR) de agrotóxicos aceitáveis em cada grupo, com base em estudos científicos, simplificando e favorecendo a inclusão de novas indicações de uso desses produtos, sem comprometer o meio ambiente e a segurança alimentar. A medida se justifica por reconhecer que a insuficiência de defensivos agrícolas indicados para essas culturas pode favorecer perdas de produção e de produtividade, elevando os custos da produção, podendo conduzir à necessidade de aplicação de agrotóxicos não regularizados e a

presença de resíduos indesejáveis nos alimentos. Da mesma forma certamente inibirão a adesão a programas de Produção Integrada e de Certificação de Qualidade e acabarão resultando na penalização da comercialização nos mercados tanto interno quanto internacional. Porém, há que se reconhecer que apesar das suas boas intenções, a medida não logrou apresentar resultados práticos até o presente momento e os fruticultores e olericultores permanecem sem o imprescindível suporte fitossanitário e legal para o adequado exercício de sua atividade. Assim, cabe insistir que os resultados das análises da Anvisa, bem como o rol de alimentos e seus respectivos percentuais de inadequação sanitária sejam lidos e interpretados nos seus reais sentidos e significados. Note-se que este órgão de fiscalização sanitária atribui diferentes categorias analíticas às amostras pesquisadas, as quais incluem produtos contendo elementos químicos não autorizados para a cultura (NA); produtos contendo exclusivamente produtos autorizados, porém acima dos limites máximos permitidos (LMR) e alimentos que contêm, simultaneamente, as duas inadequações (LMR e NA). É absolutamente claro na apresentação das tabelas da An-

visa que os índices esmagadoramente majoritários – e até mesmo exclusivos, em alguns casos - de inadequações apresentadas devem-se à constatação de presença de resíduos de defensivos não autorizados (NA) para as respectivas culturas a que se referem. Se considerados tais fatores seguramente as manchetes a que nos referimos no início deste artigo não se sustentariam na mídia sensacionalista. O efeito perverso, porém, não pode ser mais consertado depois de que a informação enviesada chega ao público consumidor. Não há nenhuma evidência empírica que permita concluir, a priori, que os produtos não autorizados (NA), nos seus respectivos percentuais presentes nos alimentos sejam tóxicos ou impróprios para o consumo dos seres humanos. O que se sabe com segurança é apenas que eles não se encontram oficialmente registrados para o uso naquela cultura. Que isso representa um problema social, produtivo e econômico, não se questiona, haja vista que os registros devem ser regularizados e fiscalizados. O que é inadmissível é a leviandade na leitura e interpretação das tabelas, especialmente no âmbito da informação pública. Na ausência de medidas mais prontas e efetivas que venham a erradicar de vez o problema e

para evitar que tal situação permaneça exercendo seus efeitos arrasadores sobre o comércio de frutas e hortaliças, sugerimos algumas medidas relacionadas à informação publica e ao marketing institucional. Neste contexto, propomos que os órgãos, empresas e associações setoriais – especialmente do ramo dos defensivos agroquímicos – além dos profissionais ligados à horticultura mobilizem esforços de sensibilização e de informação prévia de jornalistas e de formadores de opinião na mídia em geral, organizando encontros, conferências e debates envolvendo técnicos e pesquisadores capazes de orientar a adequada compreensão do problema, bem como distribuam matérias, releases e boletins de esclarecimento da opinião pública. Boa estratégia seria também a de aproveitar essas oportunidades para colocar na agenda pública institucional o debate sobre a evolução da situação do registro dos defensivos agrícolas no Brasil, compartilhando as devidas responsabilidades entre governo, empresas e produtores. Trata-se, portanto, do desenvolvimento de uma estratégia pró-ativa no marketing institucional das cadeias produtivas diretamente afetadas, desonerando os custos inadmissíveis que ora recaem apenas sobre os horticultores. Todas essas ações devem ser acompanhadas de iniciativas que ressaltem a importância das frutas e hortaliças na constituição e preservação da saúde e na prevenção de doenças relacionadas ao estilo de vida contemporâneo, especialmente diabetes, câncer, pressão alta, obesidade e cardiopatias. Acreditamos que na horticultura reside um dos mais promissores caminhos do desenvolvimento saudável e sustentável, economicamente justo e socialmente equitativo para o país e, neste sentido, seus interesses devem ser compreendidos e defendidos com toda firmeza e determinação.

*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Agrícola

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Morango de Atibaia terá selo de qualidade em 2012

Produtores da cidade reivindicavam certificação há pelo menos cinco anos

A partir deste ano, o morango de Atibaia estará em um novo patamar de qualidade. Em dezembro passado, produtores locais da fruta receberam a certificação da PIMo (Produção Integrada de Morango), um sistema de produção desenvolvido pela Embrapa que garante uma fruta mais segura para consumo. A partir da safra 2012, o morango da cidade e região terá um “selo de qualidade” validado pelo Inmetro, o que, para o consumidor, representa um fruto com menos defensivos agrícolas e produzido de acordo com as normas de higiene e

de proteção ambiental. “Houve uma quebra de paradigma, pois mudamos o hábito de cultivo da fruta, o que foi uma grande vitória para nossos produtores. Se Atibaia era conhecida como ‘cidade do morango’, agora será a ‘cidade do melhor morango do país’”, disse, entusiasmado, o prefeito Dr. Denig. A conquista da certificação em Atibaia vai na contramão dos últimos anúncios divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segundo a agência, o morango está na lista dos alimentos com maior número de amostras contami-

nadas por agrotóxicos, ao lado do pimentão e do pepino. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Produção Certificada Sustentável, Euder de Almeida Ribeiro, “o morango de Atibaia agora é a bandeira da produção integrada nacional”. Ele fez referência à reunião realizada em Brasília com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, para apresentar os expressivos resultados do morango em Atibaia e região. Na ocasião, estiveram o coordenador de Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Ministério

Produção Integrada se expande no Brasil

Os mercados nacional e internacional têm exigido, cada vez mais, garantia de qualidade dos produtos agropecuários. A demanda por alimentos seguros aumenta a necessidade da implementação da chamada Produção Integrada (PI), que é um sistema baseado em boas práticas agropecuárias. A PI pressupõe o monitoramento de todas as etapas de uma cadeia produtiva, desde a aquisição de insumos até a oferta do produto ao consumidor. Tem o propósito de oferecer alimentos seguros e rastreáveis. No Brasil, o sistema começou com a Produção Integrada de Frutas, em 2001, por exigência do

mercado internacional. Foi uma condição da Comunidade Europeia para a continuidade das importações de frutas, principalmente de maçãs brasileiras. Atualmente, as certificações de produção integrada no país começam a obter resultados promissores também na pecuária e na produção de grãos, oleaginosas, flores e plantas medicinais. Para cada cadeia produtiva, há orientações e normas técnicas específicas que devem ser seguidas pelos produtores que aderirem à PI. Para o milho, essas normas estão em fase de elaboração por uma equipe multidisciplinar da Embrapa

Milho e Sorgo. As orientações são baseadas nas normas de Boas Práticas Agrícolas para a cultura do milho e em critérios já estabelecidos na legislação, como por exemplo, no caso de agrotóxicos, há exigência de utilização de produtos autorizados, com treinamento de pessoal e utilização de equipamentos de proteção individual. As normas técnicas de produção são testadas e validadas a partir da aplicação em unidades-piloto. Para o milho, há cinco unidades em propriedades rurais de Minas Gerais. Neste processo, são utilizadas as mais adequadas tecnologias, buscando a racionalização de

produtos agroquímicos, o monitoramento da água, do solo, da cultura, da pós-colheita e a implantação de registros em todas as fases de produção para obtenção da rastreabilidade. A pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Mônica Matoso explica que, ao final do trabalho, estarão disponíveis para os produtores todas as orientações estabelecidas para o sistema de Produção Integrada de milho: normas técnicas específicas, grade de agroquímicos, listas de verificação, cadernos de campo, cadernos de pós-colheita e cadernos de agroindustrialização, todos aprovados e homologados pelo Ministério da Agricultura. O Inmetro publicou, em novembro, a Portaria que regulamenta o Programa de Avaliação da Conformidade da Produção Integrada para todos os produtos do setor agropecuário no Brasil. A portaria revoga a norma que certificava frutas e abrange todos os produtos agropecuários. O documento apresenta um passo-a-passo que o produtor deve seguir para receber a certificação, descreve as etapas da avaliação de conformidade e os detalhes do selo de identificação. A adesão à Produção Inte-

grada é voluntária, mas o produtor que optar pelo sistema terá que cumprir rigorosamente as orientações estabelecidas. Ele poderá acessar o site do Ministério da Agricultura ou contatar o Inmetro para saber como deve proceder. Após a publicação das normas técnicas específicas de determinada cadeia produtiva, o Inmetro fornece a lista de empresas credenciadas para certificar aquele produto em PI. Todo produto certificado pela Produção Integrada deverá ter um selo de identificação da conformidade. A presença da estampa garante que o produto é sustentável, respeita o trabalhador rural e é um alimento seguro. Mônica Matoso ressalta que o objetivo da PI é elevar os padrões de qualidade e competitividade dos produtos rurais brasileiros. “Muito importante também é a produção de alimentos seguros, principalmente para o consumo humano, com monitoramento em todas as etapas de produção (rastreabilidade) e considerando a segurança do trabalhador, a legislação trabalhista, a qualidade de vida dos produtores e comunidades, a conservação do meio ambiente, a sanidade e o bem-estar dos animais”.


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da Agricultura, Sidney Almeida Filgueira de Medeiros, e o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha. “A reunião foi produtiva e eles receberam com interesse os resultados alcançados pelo PIMo. O trabalho deve agora ser divulgado sempre que o Ministério da Agricultura for questionado sobre as alternativas para produção segura de morango e outros alimentos”, apontou Medeiros. O secretário de Agropecuária e Abastecimento, Humberto Rosente, falou sobre o empenho dos agricultores e de todo o trabalho realizado nos últimos seis anos. “Desde 2006 batalhamos para conseguir a certificação. Houve dificuldades em diversos momentos, mas nunca desistimos”. Para o diretor da CATI de Campinas, José Augusto Maiorano, os produtores da cidade venceram uma etapa importante e agora é preciso dar continuidade ao trabalho. “É preciso buscar mais adesão de produtores e fazer ampla divulgação na mídia da produção integrada”, afirmou.

Variedades de milho ganham novo regulamento técnico Normas entrarão em vigor a partir de julho deste ano As variedades mais comuns de milho e o cereal conhecido como pipoca tiveram estabelecidos novos regulamentos técnicos pelo Ministério da Agricultura. A legislação se refere aos grãos provenientes da espécie Zea mays L. e da subespécie mays (pipoca). O principal objetivo das regras é definir o padrão oficial de classificação do milho, considerando seus requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à identificação do produto. O padrão técnico de classificação do cereal existia desde 1978, mas não distinguia o milho pipoca das demais variedades. Como esse tipo de grão tem características diferentes e necessita de outros critérios e

instrumentos para avaliação, o Ministério da Agricultura decidiu criar uma norma exclusiva para o grão pipoca. O principal requisito de qualidade do milho dessa variedade é a sua capacidade de expansão (relação entre o volume de pipoca estourada e o peso de grãos utilizado, expresso em ml/g) para se transformar em pipoca, quando submetido à temperatura de aproximadamente 180ºC. Para uniformizar os critérios de classificação, a área técnica competente da pasta poderá elaborar um referencial fotográfico, identificando e caracterizando os requisitos de qualidade que servirão de base para a classificação do milho pipoca, previstos nessas normas. Ambas entrarão em vigor no dia 1º de julho de 2012.

Agrícola

Tecnologia expande produção de áreas de fronteira agrícola

As projeções do Ministério da Agricultura mostram que o Brasil será um importante fornecedor de alimentos. A região do Matopiba, área compreendida pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, apresenta potencial de crescimento de produção de grãos e se destaca no cenário agropecuário brasileiro para os próximos anos. “A tecnologia tem sido fator de expansão nesta nova área de fronteira agrícola, com elevados investimentos em terras, equipamentos e capital humano”, analisa o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques. O coordenador acrescenta que os benefícios dessas novas áreas são o crescimento econômico e a geração de renda. A produtividade das lavouras de soja, algodão, café e milho nesta região é elevada e se favorece por pesquisas rea-

lizadas pela Embrapa. As áreas que vem sendo ocupadas têm características essenciais para a agricultura moderna. São planas e extensas, solos produtivos, disponibilidade de água e clima propício, com dias longos e intensidade de sol. Gasques ressalta que as maiores limitações são as precárias condições de logística, especialmente, no transporte terrestre, portuário, comunicação e, em algumas regiões, ausência de serviços financeiros. Entre os quatros estados, Bahia é o mais expressivo na produção agrícola. O coordenador cita, por exemplo, os três municípios baianos com maior produção de soja: Formosa do Rio Preto, São Desidério e Luís Eduardo Magalhães. De acordo com Gasques, o desenvolvimento do Matopiba nos próximos anos se confirmará com investimentos em infraestrutura, pesquisa e definição de políticas adequadas.

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Estiagem no Sul pode comprometer safra de soja

Os agricultores brasileiros colheram mais de 75 milhões de toneladas de soja no ano agrícola 2010/11, o que representou uma safra recorde. As condições climáticas favoráveis proporcionaram essa produtividade, considerada a melhor da história. Por outro lado, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, o cenário de preços e produtividade a serem obtidos pelos produtores na safra 2011-2012 ainda está indefinido, apesar do aumento da área plantada e da crescente elevação do nível tecnológico das lavouras de soja em todo o país. De acordo com levantamentos publicados em dezembro pela Conab a área plantada de soja na próxima safra será de 24,350 milhões de hectares – 0,7% (169,2 mil hectares) superior à da safra 2010-2011. E a previsão para a produção de soja na safra 2011/12 no Brasil indica um volume de 71,287 milhões de toneladas, que é 5,46% (4,038 milhões de toneladas) menor que a safra anterior. Isso deve ocorrer especialmente por conta das condições climáticas ocasionadas pelo fenômeno “La Niña” que estão afetando algumas das regiões produtoras de soja mais importantes do Brasil. “Parte das regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudeste de Mato Grosso enfrenta longas estiagens desde os meses de novembro e dezembro, o que já está comprometendo o desenvolvimento e a expectativa de produtividade das lavouras”, afirma. De acordo com o estudioso, ainda não é possível afirmar qual será ao certo o cenário de preços na colheita da safra 2011/1212. “Mas é prudente que o produtor se prepare para uma situação mais apertada e se ajuste desde já. É fundamental que ele fique de olho nas variações dos preços da soja e na negociação da próxima safra”, ressalta o pesquisador. Segundo ele, num momento de preços elevados os possíveis desarranjos estruturais e de gestão de cada propriedade puderam ser, em boa parte, compensados por um fluxo maior de receitas. “Com os preços da soja menores associados aos custos dos insumos maiores, tais problemas tendem a vir à tona”, alerta.


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Agrícola

Venda de flores registra aumento no fim de ano O período de festas de final de ano é uma das épocas em que o consumo de flores mais cresce. Dezembro registra um crescimento médio de 15% se comparado aos meses convencionais de venda. As flores brancas e vermelhas são as mais procuradas da época. Rosas, violetas, orquídeas, cravos, lírios, azaléias, begônias e gérberas foram as mais procuradas pelos consumidores para a confecção de arranjos de Natal e Ano Novo. Além do tradicional crescimento de dezembro, 2011 marcou um aumento de 8,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. De janeiro a novembro de 2010 foram comercializadas 23,5 mil toneladas de flores de corte e vaso. No ano passado, o número subiu para mais de 47 mil toneladas. O economista da Ceagesp, Flávio Godas, explica que o aumento no consumo se deve, principalmente, ao acréscimo de pontos de venda no país “Cresceram o número de supermercados, feiras e lojas especializadas que comercializam flores”, afirma. Apesar disso, o setor ainda tem muito a crescer. “O consumo brasileiro de flores é baixo quando comparado a outros países. Temos um consumo de US$ 7 per capita, enquanto alguns países da Europa chegam a alcançar US$ 100”, informa Godas. No entanto, “o maior investimento por parte do produtor, maior número de variedades, a maior concorrência e consequente queda nos preços contribuem para que o setor continue em crescimento”, pondera. O entreposto paulistano da Ceagesp possui a maior feira de flores do país e uma das maiores do mundo. Mensalmente, passam pelo local cerca de quatro mil toneladas de flores de corte e de vaso. O mercado abrange ainda comerciantes de plantas, grama, mudas, vasos, acessórios e artesanato e gera uma receita mensal de R$ 20 milhões.

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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


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Agrícola

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Compras públicas estimulam fornecimento de orgânicos ao varejo Quatro mil cooperativas e associações familiares estão inscritas em programas de compras governamentais, como o de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o de Produção de Biodiesel (PNPB). O fornecimento aos programas mobiliza cerca de 300 mil fa-

mílias em todo o país. Além da melhora da capacidade de gestão, as cooperativas estão sendo mais procuradas por necessidade do varejo. “Estamos vivendo um crescimento da economia pela parte de baixo da pirâmide, o que tem impacto direto nas redes varejistas. Essas redes passam a demandar fornecedores

mais frequentes, mais regulares, mais qualificados, abrindo as portas para a agricultura familiar com a produção orgânica, o produto regional, produto típico, produto da biodiversidade”, explica Arnoldo de Campos, diretor do Ministério do Desenvolvimento Agrário. De acordo com Campos, as

compras públicas iniciam um “círculo virtuoso” e as cooperativas, com a garantia de escoamento de toda a produção, compram sementes melhores, mais insumos e equipamentos, o que aumenta a produtividade. Com isso, há condições para as cooperativas agregarem mais valor aos produtos.

Produção orgânica já conta com 15 mil agricultores Certificação gerou crescimento na lista de produtos O banco de dados mantido pelo Ministério da Agricultura, responsável pelo cadastro e regulamentação de todos os produtores orgânicos do Brasil, conta hoje com cerca de 15 mil agricultores. Os alimentos orgânicos são produzidos baseados em princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais. A lista de produtos cadastrados inclui os primários, os itens processados e os industrializados à base de orgânicos. Segundo o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, esse crescimento é positivo e tende a ser contínuo. “Quanto mais produtos primários forem regulamentados, haverá mais processados orgânicos. Este aumento gera estabilidade e agrega valor aos produtos”, afirma. Desde janeiro do ano passado, os produtos orgânicos brasileiros só podem ser comercializados se estiverem identificados com o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SISOrg). A identificação foi regulamentada em 2010 e tornou-se obrigatória no primeiro dia de 2011. O selo foi escolhido por meio de uma consulta pública e é impresso nas embalagens de produtos orgânicos devidamente certificados pelo Ministério da Agricultura. Em 2011 também foi registrado o primeiro produto fitossanitário para a agricultura orgânica, assinado pelo Mapa depois de uma análise em conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.


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Agrícola

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Exportações do agronegócio têm melhor desempenho em 14 anos Produtos do complexo soja e café foram os que mais contribuíram com a expansão das vendas externas em 2011

As exportações brasileiras do agronegócio registraram um novo recorde histórico em 2011, somando US$ 94,59 bilhões, valor 24% superior ao alcançado em 2010 (US$ 76,4 bilhões). O bom desempenho fez de 2011 o melhor ano para a balança comercial do agronegócio desde 1997. A meta do Ministério da Agricultura para 2012 é ultrapassar US$ 100 bilhões, com estimativa de 5,7% de crescimento. Os produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) foram os que mais contribuíram para o crescimento nas vendas externas e os que registraram o maior valor de exportação. Complexo sucroalcooleiro e carnes também se destacaram nas exportações. Os principais destinos dos embarques de produtos nacionais foram os mercados da União Europeia, China, Estados Unidos, Rússia e Japão. As importações brasileiras de produtos agropecuários atingiram US$ 17,08 bilhões (valor 28% superior ao registrado em 2010), resultando em um superávit de US$ 77,51 bilhões na balança comercial do agronegócio de 2011. O saldo

do setor agropecuário é quase três vezes superior ao acumulado no resultado global da balança comercial brasileira, que fechou o ano de 2011 com superávit de US$ 29,8 bilhões.

Destaque Os produtos do complexo soja foram os que mais contribuíram para a expansão das vendas externas em 2011, sendo responsáveis por 38,7% do crescimento total de US$ 18,15 bilhões no agronegócio. Em seguida encontram-se o café (16,4%), os produtos do complexo sucroalcooleiro (13,2%), as carnes (11,1%) e os cereais, farinhas e preparações (8%). Na comparação com 2010, as exportações de soja em grãos cresceram 47,8% em valor (US$ 11,03 bilhões para US$ 16,31 bilhões), devido ao crescimento de 30,3% no preço médio de venda. Em volume, o aumento foi de 13,5%. As exportações de farelo e óleo de soja somaram, respectivamente, US$ 5,69 bilhões e US$ 2,13 bilhões em 2011. O complexo sucroalcooleiro teve receita de US$ 16,18 bilhões com vendas externas em

2011 (17,45% superior em relação ao ano anterior). O crescimento se deu em função do aumento de 29,9% no preço de venda, apesar da queda de 9,6% na quantidade exportada no período (29,52 milhões para 26,70 milhões de toneladas). As carnes foram o terceiro setor de maior exportação, com vendas de US$ 15,64 bilhões, o que representa 14,8% de expansão em relação a 2010. Esse crescimento ocorreu em função da elevação de 16,6% no preço médio do produto, o que compensou uma queda de 1,6% na quantidade exportada em relação a 2010. O setor foi responsável por 16,5% do montante total das vendas externas do agronegócio em 2011, com destaque para a carne de frango, cujas vendas somaram US$ 7,49 bilhões, 19,9% a mais do que o ano anterior. Os produtos florestais ficaram em quarto lugar no ranking de exportações do agronegócio, com US$ 9,64 bilhões e 3,8% de crescimento em relação ao ano anterior. Destaca-se ainda o café, que atingiu a cifra de US$

8,73 bilhões (51,5% superior ao ano anterior). Em conjunto, os cinco principais setores (complexo soja, complexo sucroalcooleiro, carnes, produtos florestais e café) somaram US$ 74,33 bilhões em exportações, sendo responsáveis por 78,6% do total das vendas externas de produtos brasileiros agropecuários em 2011. Essa participação representa um aumento na concentração da pauta exportadora. Em 2010, os mesmos setores foram responsáveis por 77,9% dos embarques.

Destinos Em 2011, as vendas externas concentraram-se, principalmente, em mercados como Ásia e União Europeia, responsáveis, em conjunto, por 57,4% do total exportado pelo agronegócio brasileiro (US$ 54,34 bilhões) – fatia maior que os 56,8% registrados em 2010 (US$ 43,38 bilhões). Em seguida, destaca-se a participação do Oriente Médio (10,1%), dos países do Nafta - Estados Unidos, México e Canadá - (8,5%) e da África, excluindo Oriente Médio (8%).

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SAFRA

Produção de grãos cai 2,8% em relação à safra passada

A produção nacional de grãos da safra 2011/12 deve chegar a 158,433 milhões de toneladas, uma redução de 2,8% se comparada à safra anterior. A projeção é da Conab e foi divulgada no dia 10 de janeiro. O resultado consta no quarto levantamento feito pela Conab e a confirmação da estimativa depende de fatores de produção que interferem na produtividade durante todo o ciclo. Os dados serão consolidados à medida em que estes fatores perderem a interferência. Milho e soja, as culturas mais representativas, somam 83% de toda a safra, com uma produção de 130,962 milhões de toneladas. O milho pode crescer 2,9%, considerando apenas a participação do de primeira safra. O de segunda safra, no entanto, só terá definida a situação a partir deste mês. A área plantada deve ficar em torno de 50,447 milhões de hectares, com um crescimento de 1,1%, o que representa 528,2 mil hectares a mais do que a safra anterior, que alcançou 49,919 milhões de hectares. O milho primeira safra e a soja são as culturas que devem contribuir para esse resultado, com um aumento de 9,1% e 1,9%, respectivamente. O arroz deve perder 267,3 mil hectares em relação ao cultivo anterior, quando chegou a 2,820 milhões de hectares. A queda mais acentuada ocorre no Rio Grande do Sul, que deixa de cultivar 118,6 mil hectares. O feijão primeira safra também apresentou redução. Em relação ao cultivo anterior de 1,420 milhão de hectares, houve uma queda de 147,9 mil hectares. O Paraná, maior produtor nacional, deixou de cultivar 93,5 mil hectares. Na safra anterior, semeou 344,1 mil hectares. Na região Nordeste, o quarto levantamento considerou apenas o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e do Piauí. E, para a região Norte, foram considerados somente os estados do Tocantins e de Rondônia. Para as demais regiões, foram mantidas as áreas da safra anterior, uma vez que o plantio só começa este mês.


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Qualidade

Treze estados brasileiros enviaram coco verde para comercialização no ETSP em 2010 Estado

Unidades

Participação %

Espírito Santo Bahia Paraíba São Paulo Outros

4.826.450 2.325.047 1.859.020 1.465.469 1.212.205

41 20 16 13 10

Pernambuco, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Paraná são os outros estados fornecedores de coco verde.

• Os meses de maior movimento dezembro (11,1%), novembro (10,5%) e fevereiro (10,4%) apresentaram o dobro do volume dos meses de menor movimento – maio (5,4%) e junho (5%) em 2010. • O crescimento do coco verde �ica muito visível quando se comparam dados de entrada do SIEM de 2007 a 2010 e até setembro de 2011. Unidades

Base

9.555.355 9.406.391 9.066.210 11.688.191 8.394.264

100 98 94 122 102

Ano

Retrato do coco verde no ETSP Cláudio Inforzato Fanale CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O entreposto paulistano da Ceagesp lembra, em parte e guardadas as devidas proporções, a descrição do Brasil pelos seus descobridores: “Essa terra em se plantando tudo dá...”. É um campo farto de informações e conhecimento sobre os produtos aqui comercializados, basta sair e “cavocar” aqui e ali para sair com uma boa colheita.

Foi isso que aconteceu quando buscamos informações sobre o mercado de coco verde para avaliar a importância do nosso mercado em relação à Praça do Coco do Parque D.Pedro e de outros mercados. As informações coletadas no mercado da Ceagesp foram cruzadas com as informações do SIEM (Sistema de Informações e Estatísticas de Mercado) da Ceagesp. O SIEM coleta os dados das notas �iscais, retidas nas portarias, que subsidiam

o sistema com informações sobre a data, origem, variedade, quantidade e destino dos produtos que entram no entreposto. As informações do SIEM são valiosíssimas e poderiam ser melhor trabalhadas e aproveitadas, se o preenchimento de nota �iscal fosse melhor. O produtor rural só tem a ganhar com a melhoria das informação, basta um pouco de paciência, capricho e boa vontade na hora do preenchimento da nota �iscal.

Con�ira algumas informações coletadas:

2007 2008 2009 2010 2011 até setembro

O volume diminuiu entre 2007 e 2009 e cresceu muito em 2010, Em 2011 o volume deve crescer ainda mais. Os dois meses de maior movimento – novembro e dezembro - ainda não foram computados.

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ADMINISTRAÇÃO • O coco de melhor qualidade vem da Paraíba, município de Souza; • O maior fornecedor é o Espírito Santo;

• A coloração verde predomina em 98% dos frutos;

• As outras cores (2%), amarelo e marrom, alcançam preços inferiores à verde na comercialização;

• O melhor formato de fruto é o redondo. É tolerado numa carga (seis mil a oito mil unidades) de 2 a 3 cachos de mistura de frutos com formatos alongados ou outras colorações; • É procedimento normal a transferência dos frutos do caminhão da origem para o veículo do comprador, que escolhe

os maiores, de melhor formato e de melhor aspecto visual;

• A quantidade efetivamente enviada pelo produtor é conferida para ver se está de acordo com nota �iscal do produtor, na medida da retirada do produto pelo comprador. Numa �icha de controle de duas partes, é anotada a quantidade que cada comprador vai negociando, �icando um canhoto no caixa para controle e outro entregue ao comprador para retirada dos frutos no caminhão, com a quantidade solicitada. A consolidação da quantidade vendida e entregue permite a veri�icação da nota �iscal do produtor que acompanhou a carga; • Na Praça do Coco, no Parque D.Pedro, região central de São Paulo, são comercializados de dois a três caminhões por dia

por oito a 10 comerciantes, sendo sexta, sábado e domingo os dias de maior movimento;

AGRONOMIA Diurno/Noturno

DIREITO

• Na Ceasa paulistana o volume negociado chega a 22 caminhões em um dia;

• Os dados do SIEM mostram que em 2010, no ETSP, 33 atacadistas comercializaram 11.688.191 unidades de coco verde. Quatro atacadistas dominaram a comercialização de coco com 89% do volume total e o primeiro colocado com 64% do total;

• O entreposto recebeu coco de 78 municípios em 2010. Os maiores fornecedores foram Linhares (ES) com 16%, Juazeiro (BA) com 9%, Oscar Bressane (SP) com 8%, Vila Valério (ES) com 6,7% e em 5º lugar o município de Cajazeiras (PB) com 6%.

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Bacharelado/Licenciatura

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Femetran 2012 caminha para a segunda década Em sua 11ª edição, a Feira de Transportes, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas pretende continuar alavancando os negócios para modernização do setor de hortifrutícolas

Incentivar e promover o crescimento e renovação da frota de caminhões dos entrepostos sempre foi o objetivo principal da Femetran, que ao longo de suas edições, criou novas possibilidades de investimentos para a aquisição de equipamentos modernos e capacitados para o transporte de produtos hortifrutícolas.

A dinâmica deste setor depende muito da logística e da

mão-de-obra especializada para operação do sitema de cargas.

Por esSa razão, muitas empresas como: Volkswagen Caminhões, Mercedes-Benz, Iveco, Volvo, Ford, GM, Scania, Garret, Motores MWM, Consórcio Embracon, Pneulinhares, sempre participam da Femetran.

A Femetran hoje faz parte do calendário de enventos da Ceagesp, onde os visitantes podem

ter uma experiência com as novidades do mercado.

Todo ano, a Femetran apresenta uma temática diferenciada. Em 2012 a feira estará voltada as Olimpíadas e o esporte terá espaço na exposição com uma promoção especial que premiará os participantes com material esportivo. Com o mercado acelerado, a expectativa sobre os resultados

da feira são otimistas, com a geração de negócios acima de R$ 15 milhões. As montadoreas estarão oferecendo novos modelos e grandes oportunidades para comprar os veículos na feira. A Femetran acontece de 22 a 25 de maio na Ceagesp e a entrada é livre. Informações: www.femetan.com.br (11) 3831.4875

Guia do Mercadão homenageia o churrasco Nesta edição do Guia Mercado Paulista o leitor encontrará a relação de comerciantes dos 15 mercados municipais de São Paulo. São importantes entrepostos de abastecimento onde se encontra uma grande variedade de produtos utilizados na gastronomia.

O tema escolhido especialmente foi o churrasco. Uma variedade de sugestões e conhecimentos colhidos nas principais referências sobre o assunto, para ajudar no preparo e escolha da carne, além de dicas essenciais para realizar um bom churrasco. O Churrasco não é somente um alimento feito à base de carne assada, mas é também uma forma de lazer, de receber amigos e, porque não, um componente interessante dentro de uma alimentação saudável e equilibrada. Do ponto de vista nutricional, o churrasco é um componente importante de um prato equilibrado, já que fornece ótima

quantidade de proteínas e sais minerais necessários ao bom funcionamento do organismo e, se harmonizado com a quantidade de fibras e carboidratos dos alimentos que o acompanham, como verduras, saladas, arroz, massa ou outro amido complexo, produz uma refeição perfeitamente saudável.

Ainda vale lembrar que a proteína da carne vermelha, por conter triptofano, aumenta os níveis de serotonina, podendo contribuir para aumentar a sensação de contentamento, bem-estar, saciedade e alegria de quem o consome.

O Guia Mercado Paulista é um instrumento facilitador na busca de produtos e empresas instaladas nos mercados municipais de São Paulo, assim desejamos que tenham todos uma leitura agradável e, sobretudo, produtiva. Para obter o guia entre em contato pelo telefone (11)3831.4875


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Revista Femetran e Anuário Entreposto 2012 são os próximos lançamentos do mercado Consolidados no mercado, estes produtos de mídia conseguiram ampliar a relação entre permissionários, compradores e fornecedores. Agora são considerados instrumentos fundamentais para a realização de novos negócios A Revista Femetran traz um editorial sobre os lançamentos do mercado e uma matéria exclusiva sobre as melhores opções de transporte de carga para grandes centros urbanos.

Para que o leitor possa se integrar com a atualidade, uma matéria sobre as olímpíadas trarão as principais curiosidades sobre os jogos que reunem países de todos os continentes. A Revista Femetran é lançada na mesma semana que acontece a Feira Femetran 2012.

O Anúario Entreposto continua colaborando com o mercado trazendo um editorial técnico que incetiva a qualificação dos mecanismos de comercialização. Além disso, a listagem atualizada proporciona uma relação direta entre os comerciantes, fornecedores e produtores. O Anuário Entreposto será lançado em julho de 2012 e terá distribuição conjunta com a Revista Super Varejo, direcionada a supermercadistas. Aproveite as oportunidades para participar destas edições.


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RESÍDUOS DO PIMENTÃO

Produtores recebem auto de infração Monitoramento de resíduos de agrotóxicos feito pela Ceagesp é utilizado pelo poder público para corrigir as não-conformidades Sabrina Leite de Oliveira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Paulo, é o órgão de governo responsável pela fiscalização da comercialização e da utilização de agrotóxico no estado de São Paulo. Os produtores, cujos produtos apresentaram irregularidades nas análises de resíduo de agrotóxico nas amostras coletadas na Ceagesp, estão sendo fiscalizados pela CDA. Alguns produtores receberam indevidamente, em novembro do ano passado, um auto de infração da CDA por ‘vender ou aplicar agrotóxico vencido ou não registrado para cultura ou em desacordo com receita ou rótulo ou bula’ - LF 7802/89, Art 14, b e c c/c DF 4074/02, Art 82 c/c Art 84, V e VII c/c Art 85, I. Neste caso, o auto de infração não atendeu a alguns procedimentos exigidos por lei:

1ª A coleta de amostra para análise deve ser autenticada e tornada inviolável na presença do interessado e, na ausência ou recusa deste, na de duas testemunhas (§ 2º, do Art. 77, do Decreto nº 4.074/02). 2ª Uma parte da amostra deve ser utilizada pelo laboratório oficial ou devidamente credenciado, outra deve permanecer no órgão fiscalizador e outra fica em poder do interessado para realização de perícia

de contraprova. (§ 3º, do Art. 77, do Decreto nº 4.074/02). 3ª O resultado da análise de fiscalização deve ser informado ao fiscalizador e ao fiscalizado, no prazo máximo de 45 dias, contados da data da coleta da amostra. (do Art. 79, do Decreto nº 4.074/02. A coleta de amostras realizadas pelo Ministério da Agricultura ou pela Anvisa só pode ter caráter punitivo se obedecerem aos procedimentos listados acima. O produtor que for autuado pelo resultado das análises de resíduos de agrotóxicos feitas sem a obediência aos procedimentos listados acima pode se defender alegando que:

1º Não houve coleta de amostra para análise na presença do produtor; 2º Não existe contraprova em poder do produtor ou do órgão do fiscalizador; 3ª O resultado da análise não foi entregue ao produtor no prazo estabelecido por lei.

Cabe ressaltar que o Certificado de Análise entregue pelos técnicos da Ceagesp ao atacadista, que deve enviá-lo ao produtor como alerta para adoção de Boas Práticas Agrícolas e não

pode ser utilizado como documento de fiscalização. O procedimento mais comum adotado pela CDA é a visita do agente fiscalizador à propriedade de origem das amostras com resíduos fora do permitido.

Ele verifica se o produtor está obedecendo às exigências da lei referentes ao armazenamento, cuidados na aplicação, devolução de embalagem de agrotóxico, tríplice lavagem, regulagem do equipamento. 3 3

A preocupação com a presença de agrotóxicos nos alimentos é antiga e começou com a utilização de produtos químicos no controle de pragas e doenças, que afetam a produção agrícola. Ao longo das últimas três décadas, a Ceagesp vem monitorando os níveis de resíduos de agrotóxicos nas frutas e hortaliças, comercializadas em seu entreposto da capital. Em 2009, através da Instrução Normativa Nº21, foi firmado o Termo de Cooperação Técnica com o Ministério da Agricultura, garantindo a continuidade do monitoramento de resíduos de agrotóxicos realizado pela Ceagesp. Os resultados são usados pelo governo federal e pelos governos estaduais para corrigir as não-conformidades por meio de ações, fiscais e educacionais, visando ao uso correto dos agrotóxicos. Os resultados das análises de resíduos em 30 amostras de pimentão, coletadas entre maio e junho de 2011 no entreposto paulistano, mostram que o principal problema continua sendo a utilização de pesticidas não autorizados (53% das detecções) para a cultura do pimentão, mas autorizados para a cultura do tomate, da mesma família botânica. A solicitação dos produtores de extensão de uso para o pimentão, de alguns pesticidas registrados para o tomate, já foi encaminhada ao Ministério da Agricultura, através da Ceagesp e da Câmara Setorial Federal de Hortaliças. A utilização de pesticidas não autorizados para a cultura e a ocorrência de resíduos de pesticidas registrados acima do LMR (Limite Máximo de Resíduo) são proibidas e passível de penalidade. A CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária), da Secretaria da Agricultura de São


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Qualidade

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Abaixo veja a lista de irregularidades que o agente fiscalizador pode encontrar na propriedade e autuar o produtor

Usuário aplica agrotóxico de categoria não agrícola na lavoura.

3

3

3

3

3

3 3 3

Em caso de interceptação de pragas, o país poderá suspender as importações da fruta até nova revisão de análise de risco

Usuário não realiza tríplice lavagem ou técnica equivalente em embalagens rígidas quando recomendado no rótulo ou bula.

3

3

Brasil aprova norma para importação de maracujá equatoriano

Usuário aplica agrotóxico com equipamento desregulado ou com vazamento.

3

DEFESA SANITÁRIA

Usuário não desenvolve embalagem com sobra de produto em até 6 meses após o término do prazo de validade.

3

3

3

Vende ou armazena ou aplica ou transporta agrotóxico sem comprovante de origem.

Vende ou aplica agrotóxico s/ registro em órgão federal. Armazena agrotóxico ou suas embalagens vazias em desacordo com a legislação.

Usuário não dá destino adequado às embalagens vazias conforme legislação.

3

3

3

Causa embaraço a fiscalização. Não entrega documento no prazo estabelecido ou omite informações.

Vende ou aplica agrotóxico vencido ou não registrado p/ cultura ou em desacordo c/ receita ou rótulo ou bula.

3

Não efetua recolhimento de produtos apreendido ou impróprio para utilização.

3

Armazena produtos em desuso ou impróprios ou embalagens vazias de agrotóxicos sem licenciamento ambiental.

Produto sem lacre externo ou cujo lacre não seja irremediavelmente destruído ao ser aberto, pela primeira vez.

Dá destino a produtos interditados pela ação fiscalizadora antes da conclusão do processo administrativo, contrariando determinação da autoridade competente.

Usuário aplica agrotóxico em desacordo com a receita agronômica. Usuário não possui receita agronômica.

Os requisitos fitossanitários para a importação de maracujá produzido no Equador foram aprovados pelo Ministério da Agricultura. Os critérios foram definidos após o resultado da Análise de Risco de Pragas e estão descritos na Instrução Normativa nº 47, publicada no Diário Oficial da União em 21 de dezembro do ano passado Segundo a regra, as partidas deverão estar livres de material de solo e resíduos vegetais,

Usuário não mantém por 1 ano comprovante de devolução de embalagens vazias. Usuário que é produtor ou prestador de serviço aplica agrotóxico sem EPI incompleto ou sem manutenção.

como restos de folhas, caules, pedúnculos e gavinhas. É obrigatório o acompanhamento de Certificado Fitossanitário (CF) emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do Equador. Neste documento deverá constar a declaração de que o envio não apresenta o inseto Copitarsia consueta ou que foi tratado (especificar produto, dose ou concentração; data de aplicação; temperatura e tempo de exposição) para o contro-

3

Vende ou armazena ou aplica ou transporta agrotóxico falsificado ou contrabandeado.

Embalagem não resistente apresentando vazamento ou perda de conteúdo.

Usuário que é empregado aplica agrotóxico sem EPI ou com EPI incompleto ou sem/ manutenção

Os atacadistas estão recebendo o manual da Andef de Boas Práticas Agrícolas no Campo para ser entregue a cada produtor com o objetivo de facilitar a sua adequação às exigências da lei. Está disponível um vídeo para apresentação com os produtores. Produtores e comerciantes são responsáveis pelo alimento e devem trabalhar juntos para garantir a segurança do consumidor. Outros manuais de fácil compreensão e grande utilidade estão disponíveis em www.andef.com.br/ manuais

le do mesmo, sob supervisão oficial. Os frutos serão inspecionados no ponto de ingresso e, em caso de interceptação de pragas quarentenárias, a ONPF do Equador será notificada e o Brasil poderá suspender as importações de maracujá do Equador até a revisão da Análise de Risco de Pragas. O país de origem deverá comunicar à ONPF brasileira qualquer ocorrência de nova espécie nociva naquele território.


20

Qualidade

JORNAL ENTREPOSTO

janeiro de 2012

Um jornal a serviço do agronegócio

Variedades de alface comercializadas no ETSP A alface é a hortaliça folhosa mais consumida. Os primeiros registros do seu consumo datam de 4.500 anos antes de Cristo, no Egito. O seu nome científico - Lactuca sativa L. vem do nome latino lac - leite, devido à sua seiva leitosa que escorre quando cortamos o seu caule, considerada medicinal na época. Os cinturões verdes, regiões de produção próximas às cidades, são responsáveis pelo fornecimento de alface.

A Ceasa paulistana é abastecida principalmente pelas regiões próximas da capital, como Ibiúna e Mogi das Cruzes, grandes produtoras de hortaliças folhosas. Existem diferentes sistemas de cultivo - campo, hidropônico, estufa - e pontos de colheita – desde muito novos e muito tenros até o ponto normal de consumo. Existe grande diversidade de cores, formatos, crocância, tamanhos, resultado do investimento em melhoramento gené-

tico e do esforço de diferenciação dos produtores. Abaixo você confere os grupos varietais mais comercializados no entreposto da capital paulista. O grupo varietal reúne cultivares com características comuns como formação de cabeça, tipo de folha, crocância, coloração. Em 2010, o Brasil produziu cerca de 500 mil toneladas de alface e na Ceagesp foram comercializadas 48 mil toneladas, gerando a movimentação financeira de R$ 61 milhões.

Avaliação nutricional e Escola do Sabor na Nossa Turma Aline Silvério Costa Gisele Souza Lima CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

As crianças da Nossa Turma passaram por uma avaliação nutricional, executada pela nutricionista Alessandra Matias de Oliveira Figueiredo, do Banco de Alimentos da Coordenadoria de Sustentabilidade da Ceagesp. Foram medidas a altura e o peso das crianças para verificar a presença de possíveis desvios nutricionais e propor atividades de intervenção quando necessárias. O IMC (Índice de Massa Corpórea) é obtido através do cálculo: Peso Estatura2. Foram utilizadas duas curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (2006) para avaliar a correlação do IMC/idade e de estatura/idade para verificar se o peso e estatura de cada criança estavam adequados à sua idade. As mães foram orientadas individualmente a partir dos resultados da avaliação nutricional do seu filho. A não conformidade com os parâmetros internacionais pode ser sinal de má nutrição, mas não podem ser considerados isoladamente em um diagnóstico definitivo para obesidade ou desnutrição. Deve-se levar em consideração a genética da

criança e outros fatores da alimentação e até alguns distúrbios, como alterações na tireóide, diabetes, e outras doenças que podem alterar o crescimento, o ganho de peso e até o desenvolvimento intelectual da criança. Hábitos alimentares saudáveis devem ser construídos na infância. As consequências da má alimentação causam graves complicações de saúde como o desenvolvimento de diabetes, hipertensão, colesterol alterado, obesidade e outras. O projeto Escola do Sabor que tem como objetivo a introdução de frutas, verduras e legumes no cardápio das crianças da Nossa Turma de uma maneira lúdica, ajuda a promover a saúde e a prevenir doenças. As vitaminas e minerais presentes nas frutas e hortaliças frescas são muito importantes na formação, fortalecimento e manutenção de ossos e dentes, melhorando o nosso sistema imunológico, prevenindo gripes, resfriados e anemias, diminuindo o risco de doenças. O trabalho continua em 2012 e a acelga será o primeiro produto trabalhado. As empresas Iguape e Val Frutas foram grandes colaboradoras no projeto em 2011. O CQH espera poder contar com a colaboração deles e de outros atacadistas ao longo deste ano que está começando.

Grupo

Formação de cabeça

Tipo da folha

Coloração

Grau de Crocância

Americana Lisa Crespa Mimosa Romana

Presente Presente Ausente Ausente Presente

Crespa Lisa Crespa Crrespa Lisa

Verde Verde Verde e Roxa Verde e Roxa Verde

Alto Médio Médio baixo Médio

Pesquisa: Marcos Ujiie Nogueira/ Sabrina Leite de Oliveira Supervisão: Anita Souza Dias Gutierrez Ilustrações: Bertoldo Borges Filho / Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp


JORNAL ENTREPOSTO

21

janeiro de 2012

RINO COM

Um jornal a serviço do agronegócio

O que nos coloca neste segmento se chama confiança. Semipesados. A Scania agora em mais uma categoria: a sua. Vendedor Ceagesp: Marcos A. Santos - Tel.: (11) 9996-6991 - ID 16494*36 Guarulhos (SP) - Tel.: (11) 2199-5000 São Bernardo do Campo (SP) - Tel.: (11) 2176-0000 Jundiaí (SP) - Tel.: (11) 2136-8750 Registro (SP) - Tel.: (13) 3821-6711 Caçapava (SP) - Tel.: (12) 3653-1611 Pouso Alegre (MG) - Tel.: (35) 2102-5600 Santos (SP) - Tel.: (13) 2102-2980 Sorocaba (SP) - Tel.: (15) 2102-7850

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Qualidade

janeiro de 2012

Alho fresco e alho seco CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

• A importação de alho em pó e fresco cresceu 2,75 vezes entre 1990 e 2010; • O alho em pó ficou fora do processo anti dumping do Brasil contra a China;

• A importação de alho fresco cresceu 6,25 vezes entre 1990 e 2010;

• Considerando que o quilo de alho em pó equivale a três quilos de alho fresco, a participação da produção nacional de alho é de apenas 2,44% do consumo brasileiro de alho; • A participação do alho importado em pó (reidratado) em relação ao total de alho importado é de 94%; • A China foi a origem de 100% do alho em pó importado em 2010;

• A participação do alho chinês na importação brasileira de alho em pó cresceu 23,36 vezes entre 1990 e 2010; • O alho fresco chinês representou 63% do alho fresco importado pelo Brasil em 2010;

• A participação do alho chinês fresco na importação brasileira de alho fresco cresceu 6,58 vezes entre 1990 e 2010; • A participação chinesa na importação total de alho (fresco + pó) chegou a 99% em 2010.

Evolução da Importação de alho em pó pelo Brasil e da participação da China Ano

Total (kg)

Chinês(Kg)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

384.780 86.848 325.501 332.887 533.607 515.761 921.661 1.143.425 620.750 749.360 749.710 874.542 942.231 1.109.194 1.380.503 1.088.416 1.326.030 1.141.660 1.369.702 953.545 1.370.306

41.000 0 0 17.975 132.175 55.750 242.015 162.387 72.875 356.624 381.750 553.166 627.700 960.495 1.150.005 880.831 1.137.730 930.700 1.273.133 944.275 1.367.951

Evolução da Importação e produção nacional de alho em pó e fresco Ano Pó (kg) 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

384.780 86.848 325.501 332.887 533.607 515.761 921.661 1.143.425 620.750 749.360 749.710 874.542 942.231 1.109.194 1.380.503 1.088.416 1.326.030 1.141.660 1.369.702 953.545 1.370.306

Alho importado

Nacional

Fresco (kg)

Fresco (kg)

21.133 23.099 26.919 46.844 53.781 85.382 102.294 92.445 103.960 93.451 88.807 77.827 79.334 91.565 101.164 132.581 120.565 133.095 145.811 151.720 153.141

CONVITE

Embaixada americana organiza delegação para eventos em alimentação

Guilherme Carrara Anita de Souza Dias Gutierrez

O volume de alho seco importado pelo Brasil impressiona. A concorrência do alho fresco chinês com o brasileiro já preocupava e agora quando olhamos os números do alho em pó vemos que a diferença é assustadora. Os dados a seguir são oficiais e foram divulgados pelo IBGE e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior:

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Pó hidratado + fresco (kg) 1.175.473 283.643 1.003.422 1.045.505 1.654.602 1.632.665 2.867.277 3.522.720 1.966.210 2.341.531 2.337.937 2.701.453 2.906.027 3.419.147 4.242.673 3.397.829 4.098.655 3.558.075 4.254.917 3.012.355 4.264.059

71.087 85.165 78.889 86.936 84.172 59.017 52.455 60.749 55.217 69.787 84.141 101.925 114.436 123.099 85.597 86.199 87.779 99.002 91.714 86.752 104.126

% Chinês 11 0 0 5 25 11 26 14 12 48 51 63 67 87 83 81 86 82 93 99 100

Nacional + Importado

Nacional

Total

% Total

1.246.560 368.808 1.082.311 1.132.441 1.738.774 1.691.682 2.919.732 3.583.469 2.021.427 2.411.318 2.422.078 2.803.378 3.020.463 3.542.246 4.328.270 3.484.028 4.186.434 3.657.077 4.346.631 3.099.107 4.368.185

5,70 23,09 7,29 7,68 4,84 3,49 1,80 1,70 2,73 2,89 3,47 3,64 3,79 3,48 1,98 2,47 2,10 2,71 2,11 2,80 2,38

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil está organizando uma delegação brasileira que visitará o maior evento do setor alimentício dos Estados Unidos que será realizado entre 1 e 3 de maio em Dallas, Texas. O evento reunirá as quatro maiores feiras em um só lugar:

A AMI 2012 é a maior feira de produtos e tecnologias para o setor de carnes, avicultura e pescados. A FMI 2012 é o maior evento de varejo e atacado para o setor de supermercados, a United Fresh é a maior feira de tecnologias e produtos para o segmento de hortifrutis. A U.S. Food Showcase é o maior evento de produtos alimentícios. Como parte do Programa de Feiras do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, os participantes da delegação brasileira

organizada pela Embaixada dos Estados Unidos terão as seguintes vantagens: * Desconto de 50% na inscrição para a feira; * Inscrição com direito a entrada nas quatro feiras; * Acesso irrestrito ao International Business Center com salas de reuniões, internet e intérpretes; * Acompanhamento de um representante da embaixada americana e um guia da agência (mínimo de 20 passageiros); * Convite para a recepção aos visitantes internacionais; * Auxílio no agendamento de entrevistas para o visto para os Estados Unidos. Mais informações: igly.serafim@trade.gov http://www.unitedfresh2012.org/ uf2012/public/Contentaspx?ID=2 59&sortMenu=10201

Parceria Ceagesp/Esalq para alimentação escolar é aprovada Fabiane Mendes da Câmara CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O Serviço de Alimentação Escolar, responsável pela alimentação de 45,6 milhões de crianças no Brasil, sendo 8,5 milhões somente no estado de São Paulo, garante pelo menos uma vez por dia o acesso a uma refeição equilibrada, com o fornecimento de energia e nutrientes essenciais, permitindo a formação de consumidores conscientes e a prevenção de futuros problemas de saúde. A escolha da fruta e hortaliça de melhor custo-benefício e a garantia de recebimento de um produto de boa qualidade são grandes desafios para os departamentos de alimentação escolar dos municípios, acrescidos agora da obrigatoriedade de utilizar 30% dos recursos federais na compra da produção da agricultura familiar local (Lei federal nº. 11.947, de 16 de junho de 2009). A Ceagesp e a Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) celebraram um Termo de Cooperação Técnica para o desenvolvimento do projeto “Apoio a tomada de decisão do Serviço de Alimentação Escolar na escolha, aquisição, controle de qualidade e utilização das frutas e hortaliças frescas”, que foi aprovado pelo

Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Os projetos do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas têm o objetivo de financiar pesquisas voltadas ao atendimento de demandas sociais concretas, desenvolvidas através de parceria entre universidades e instituições de pesquisa e órgãos governamentais ou organizações não-governamentais. A parceria garante a utilização concreta dos resultados do trabalho e a implementação de políticas públicas de relevância social. O projeto aprovado tem como objetivo desenvolver ferramentas que permitam a melhor utilização do dinheiro público na compra de frutas e hortaliças frescas na alimentação escolar: produtos de melhor qualidade, de preços compatíveis com o mercado, maior diversidade de produtos e variedade, melhor época e a aquisição da agricultura familiar local complementando o Projeto HortiEscolha, desenvolvido pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, que no ano passado treinou 772 estudantes e técnicos da área de alimentos.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

TECNOLOGIA

O celular e a diagnose de doenças no campo

Todos os dias uma nova utilidade é adicionada ao serviço de telefonia celular. Agora quando um produtor ficar em dúvida sobre qual doença está atacando a sua roça, ele só precisa seu celular e da aplicação criada por Syed Hashsham, um professor americano de engenharia civil e ambiental da Universidade de Michigan – MSU. O Gene-Z, como é conhecido, permite que uma análise genética seja feita pelo telefone celular. Uma ferramenta semelhante ao Gene-Z foi desenvolvida para ser utilizada em lugares pobres, com difícil acesso a laboratórios, com o objetivo de diagnosticar câncer, tuberculose, resistência a antibióticos e HIV. O procedimento normal de reconhecimento de doenças é a coleta de uma amostra e o seu envio ao laboratório. O resultado demora semanas, o que faz com que o produtor faça, ele mesmo, o reconhecimento das doenças que, se incorreto, pode causar grandes prejuízos ao produtor. O Gene-Z fornece o diagnóstico entre 10 e 30 minutos. O objetivo do professor Hashsham é um sistema de diagnose de baixo custo e que utilize técnicas simples. O produtor precisa tirar uma amostra da lavoura atingida e colocá-la num chip especial, que será inserido no celular, que lerá o chip. Utilizando um iPod ou um Android, o Gene-Z identificará a doença, seu genótipo e como ela está afetando a planta. Agora os fazendeiros podem identificar e controlar rapidamente os patógenos nas suas lavouras. A ferramenta é poderosa e outras aplicações surgirão para o identificador genético portátil no campo. Mais informações podem ser encontradas em:

http://www.statenews.com/index. php/article/2011/11/ p ro fe s s o r _ i nve n t s _ d ev i c e _ to _ identify_plant_diseases_through_ smart_phones http://news.msu.edu/story/9708/

Tradução e adaptação:

Anita de Souza Dias Gutierrez

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janeiro de 2012

CÁ ENTRE NÓS

Natal farto na Nossa Turma

Por Manelão

Por fim, no dia 17, a cientista da computação Carol , acompanhada do Papai Noel vindo diretamente da Nova Zelândia, e dos membros do Rotary Alto da Lapa, distribuiu os brinquedos educativos que foram arrecadados. Foi só alegria! *****

No dia 24, durante a celebração da Missa do Galo, na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nos Jardins, o grupo teatral Nova Esperança, da favela do Sapé, encenou o Auto de Natal e eu fui escolhido para representar o rei africano. Mas a grande mensagem de um ano novo melhor foi o grito de feliz Natal levado em rede nacional para o todo o Brasil da Nossa Turma durante exibição do Programa da Eliana.

Em dezembro, como de costume, o movimento no mercado cresceu e o trânsito ficou moroso no interior da Ceagesp, mas não houve aqueles extremos de anos anteriores de ter que chegar ao ponto de fechar os portões do entreposto. No balanço final, só podemos concluir que o ano que passou foi muito bom. *****

No dia 17 de dezembro, foi celebrada, no galpão dos carregadores, a tradicional missa em homenagem à Santa Luzia, padroeira da Ceagesp. O ato contou com a presença de carregadores, vendedores, compradores, produtores, sindicatos e associações. Os senhores Magnum, da Segurança, e Giovani, da Fiscalização, representaram o presidente da companhia. Em conjunto com o capelão da comunidade, diácono Luiz Carlos de Laet, a Aliança de Misericórdia, da Parada de Taipas, cuidou da liturgia e o coral veio de Osasco. Após a benção final, o presidente do Sindicar, José Pinheiro, ofereceu frutas e flores a todos os presentes e brinquedos para as crianças. *****

A Nossa Turma agradece indistintamente a todas as pessoas que se organizaram e apadrinharam a sacola com o kit de Natal da garotada, que receberam a visita de quatro Papais Noéis. No dia 3, o bom velhinho veio de carruagem, diretamente da Zona Leste e ,num passe de mágica, as Fadinhas Safadinhas, do SBT, distribuíram presentes para a comunidade. Os palhaços Patati e Patatá, além de

brincar com as crianças, doaram álbuns e brinquedos para a brinquedoteca da entidade. No dia 10, as Meninas do Bem trouxeram lanches, brincadeiras e chegaram junto com o Papai Noel vindo do Morumbi Já no dia 16, foi a vez da entrega dos os kits de Natal doados por funcionários da Ceagesp, sob

a orientação da Coordenadoria da Sustentabilidade e por permissionários do entreposto. Na ocasião, José Daniel, conhecido como o poeta dos carregadores, encarnou o bom velhinho e com um Menino Jesus bordado no peito, alegrou os pequenos. *****

***** A receita com o sorteio da camisa comemorativa dos 1000 gols de Rogério Ceni, doada à Nossa Turma pelo goleiro do São Paulo, foi de R$ 25 mil, integralmente revertidos à entidade. O contemplado foi Sérgio Monteiro, do Coco Verde. Que todos tenham um ano novo bacana!


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Meio Ambiente

janeiro de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Alckmin dispensa licenciamento ambiental para atividades agropecuárias Agência Brasil O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou medida que dispensa licenciamento ambiental para atividades agropecuárias de empreendimentos com pequeno potencial poluidor e degradador. A medida pretende desburocratizar o processo e simplificar a regularização das atividades do setor. Os principais beneficiados com a medida serão os produtores rurais que se dedicam ao cultivo de espécies de interesse agrícolas temporárias, semiperenes e perenes, apicultura em geral e ranicultura e criação de animais, exceto as atividades de avicultura, suinocultura e aquicultura. Para que os produtores consigam a dispensa do licenciamento ambiental será necessário apresentar a Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária, que não deve implicar intervenção em áreas de preservação permanente ou supressão de vegetação nativa. A declaração deverá ser preenchida pelo produtor e depois

Antonio Cruz/ABr

entregue à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Já os beneficiários de projetos de reforma agrária e remanescentes de comunidades quilombolas deverão entregar o documento à Secretaria da Justiça. “A pessoa faz uma auto-declaração, encaminha (o documento) a uma Casa de Agricultura e já está liberado. Depois o governo vai, por meio (da secretaria) do Meio Ambiente, fazer um acompanhamento, um controle”, disse Alckmin. Segundo o governador, as medidas serão baseadas principalmente numa relação de confiança entre o governo e os produtores. “Noventa e nove vírgula cinco por cento dos nossos (produtores) cumprem (a lei). Essa história de não confiar é um equívoco. É óbvio que vamos fazer o acompanhamento. Mas enquanto não tinha licença, não se podia trabalhar. Agora, se libera (a licença), trabalha (a terra) e nós vamos fazer o acompanhamento. Se tiver algum caso de auto-declaração errada, vamos punir”.

Governo vai dialogar com deputados para buscar acordo “Período até votação sobre Código Florestal, diz do Código servirá para ministra acalmar ânimos” CÓDIGO FLORESTAL

Wilson Dias/ABr

A ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira disse que o governo vai buscar “convergência” com os deputados federais para fechar um acordo sobre o Código Florestal. O projeto foi aprovado pela Câmara em maio. No Senado, ele recebeu modificações e foi aprovado. Agora,

o projeto será apreciado mais uma vez para a Câmara dos Deputados. “Acho que vai existir muita conversa [com a Câmara dos Deputados], muito diálogo, muita postura construtiva. Entendo que tem segmentos que querem mexer [no projeto], mas,

do nosso ponto de vista, o texto tem avanços muito expressivos se comparado ao texto anterior da Câmara”, disse a ministra, durante encontro com o maestro João Carlos Martins, a quem convidou para compor o tema da Conferência Rio+20, que será realizado no próximo ano no Rio de Janeiro. Segundo a ministra, ainda há pontos do projeto que devem gerar “inquietação”, tal como o que trata sobre a transparência na questão envolvendo a regularização ambiental. “Queremos que o Cadastro Ambiental Rural seja acompanhado online por todas as pessoas”, disse a ministra. “Minha disposição é de dialogar e de manter as APPs [áreas de preservação permanente], a reserva legal e tudo o que tivemos no Senado”, completou.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse que considera que a votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, adiada para o início de março deste ano, está bem encaminhada e espera que até lá alguns ânimos se acalmem. “Que tenhamos esse período de paz para acalmar quem está agitado”, disse ele, após participar de entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Na entrevista, ele avaliou que a proposta do novo Código Florestal não é perfeita, mas era um desafio e tinha que ser feito. “Não quero que as pessoas façam discursos radicais a favor do meio ambiente nem a favor

da agricultura. Quero discursos calcados no bom-senso, na agricultura sustentável”. Em relação a um dos maiores problemas que enfrentou no Ministério da Agricultura desde que assumiu seu comando, o embargo às exportações de carnes brasileiras para a Rússia, Mendes Ribeiro disse que ainda há dificuldades nas negociações. Para tentar resolvê-las, e “conversar sobre uma agenda para o futuro”, o ministro disse que viajará ao país em data ainda a ser definida, em fevereiro ou março. Mendes Ribeiro disse também que em 2012 o ministério investirá muito em defesa sanitária. Ele disse que concentrará esforços para que todo o território brasileiro esteja protegido da febre aftosa com vacinação até o fim do próximo ano.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

25

janeiro de 2012

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Ceasas do Brasil

janeiro de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Índice Ceagesp encerra o ano com queda de 0,33% nos preços

-28,6%

Coco Verde

ARQUIVO/JE

ovos) também contribuiu para a queda signi�icativa do índice, com redução de 3,67% no ano. Produtos importantes como batata e cebola estiveram com preço baixo durante praticamente todo o 2011. Como de costume nos primeiros meses do ano, os setores de legumes e verduras registraram altas expressivas, atingindo, respectivamente, 19,20% e 52,89% em janeiro. No entanto, em 2011, ao contrário de anos anteriores, somente o setor de verduras contabilizou quedas consecutivas e acentuadas ainda no primeiro semestre. Já os legumes estiveram em alta durante praticamente todo o semestre, fato que colaborou para que o setor fechasse o ano com elevação de 17,22%. Outro setor a registrar aumento de preços foi o de pescados, que encerrou o ano acumulando alta de 5,97%. As chuvas nas regiões de extração da costa brasileira e os problemas sazonais em outros países ocasionaram, principalmente, a redução da quantidade ofertada pelo setor.

Melão

-14,3%

Dezembro No último mês do ano, o índice Ceagesp apontou baixa de 0,55%. Mesmo com o aumento da demanda tradicional no �inal do ano, todos os setores registraram recuo dos preços praticados. O setor de verduras apresentou a maior queda, com (-3,30%), seguido por de diversos (-1,72%), legumes (-0,91%), pescados (-0,33%) e frutas (-0,18%). Tendência

Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de elevação dos preços nos setores de legumes, verduras e diversos. “A qualidade dos produtos, principalmente das folhagens e legumes mais sensíveis, devem apresentar problemas. Essa perda de qualidade, invariavelmente, acarreta redução do volume ofertado e a majoração dos preços”, avalia Godas. Segundo ele, em contrapartida, as frutas e os pescados devem permanecer com preços estáveis em janeiro e fevereiro.

A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp apontou retração de 0,33% em 2011. O setor de frutas, principal em representatividade na cesta de 105 produtos balizado pelo índice, apresentou preços satisfatórios para o consumidor. Coco verde (-28,6%), melão (-14,3%), laranja pera (-17,2%), abacaxi pérola (-14,2%) e manga tommy (-11,1%) foram os principais responsáveis por esta baixa. No acumulado do ano, o setor registrou queda de 4,91% e auxiliou positivamente no controle dos índices in�lacionários dos alimentos in natura. “O clima favorável, com geadas e estiagens reduzidas nas regiões produtoras, contribuiu para uma melhor qualidade das frutas. Além da maior oferta interna, o aumento no volume de importação favoreceu a queda dos preços dos produtos nacionais”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. O setor de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e

Laranja Pera

-17,2%

Abacaxi Pérola

14,2%

Manga Tommy

11,1%

Ceagesp registra dobro das vendas de romã em dezembro No �inal do ano, a superstição em torno da romã também favorece e muito nas vendas do produto no entreposto paulistano da Ceagesp, maior unidade da rede. “Cerca de 50% do volume total do fruto é comercializado em dezembro”, contabiliza Flávio Godas, economista da companhia. Com os valores estáveis em

relação ao ano passado, o preço do fruto variou de R$ 8 a R$ 13, dependendo da qualidade e origem. Para quem fez o ritual da virada, o produto não faltou. “Com a estabilidade do dólar e as boas condições climáticas, �izeram com que a produção crescesse e estimamos que cerca de 500 toneladas foram co-

mercializada neste mês”, a�irma Godas. A romã é um dos frutos cujo cultivo e consumo vem desde a antiguidade, originária do Oriente Médio e da Ásia. A fruta sempre esteve ligada a superstições, para os gregos simbolizava a fecundidade, para os romanos, ordem e riqueza, já para os judeus um ano novo próspero.


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Ceasas do Brasil

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Ceasa do Paraná prepara projeto de modernização de suas unidades Objetivo é buscar maior integração de toda cadeia produtiva e reduzir perdas, aumentando a qualidade dos produtos comercializados nos entrepostos paranaenses O presidente da Ceasa do Paraná Luiz Dâmaso Gusi, o secretário municipal de Abastecimento de Curitiba Humberto Malucelli Neto e o arquiteto do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba Fernando Luiz Popp reuniram-se em dezembro para avaliar dados recolhidos em viagem técnica à Itália, e dar continuidade ao projeto de modernização das unidades estaduais. O grupo visitou os quatro principais centros de abastecimento agro alimentares da Região de Emilia Romagna, e um em Verona, na Região do Veneto, na Itália. As regiões são conhecidas

pela qualidade dos produtos ofertados, pelo sistema de gestão da produção através de cooperativas de produtores, eficácia do sistema de abastecimento alimentar e rastreabilidade dos produtos ofertados ao mercado consumidor. “As frutas e hortaliças saem diretamente das áreas de produção, classificados, embalados e rotulados, indo para os centros atacadistas e destes para o mercado varejista, reduzindo perdas, mantendo a qualidade e o frescor”, explica Gusi. Segundo dados do Centro Agroalimentar de Bologna, a média de perdas registradas em todo o processo é em mé-

dia de 0,5%, enquanto no Brasil chega a índices próximos a 30%. Gusi destacou que esse grau de eficiência foi atingido a partir da década de 80, quando os centros de distribuição de alimentos da Itália iniciaram um processo de modernização, dentro de uma visão que integra todos os agentes da cadeia produtiva e que agora é prioridade no Paraná. “Criadas a partir da década de 70, as Ceasas brasileiras enfrentam hoje problemas decorrentes do envelhecimento e desatualização das estruturas físicas, frente aos novos requisitos para maior eficiência do sistema lo-

Mercado de flores da Ceasa Campinas será ampliado DIVULGAÇÃO

A Ceasa de Campinas e a prefeitura da cidade firmaram convênio em dezembro para reaproveitamento dos resíduos orgânicos gerados na central e apresentada a ampliação do estacionamento do mercado permanente de flores do entreposto que vai dobrar de tamanho para atender o aumento de visitantes e clientes. O presidente da empresa, Dimas Alcides Gonçalves anunciou a abertura de mais 410 vagas no estacionamento do espaço. “Com recursos rateados com os atacadistas, vamos dobrar a capacidade do estacionamento. Temos que dar qualidade no atendimento, afinal recebemos aos sábados mais de quatro mil pessoas no mercado de flores”, concluiu. O atual estacionamento do local tem nove mil metros quadrados e 404 vagas. Dentro do cronograma de obras e investimentos da atual gestão está a ampliação do estacionamento dobrando a sua área com mais

nove mil metros quadrados e sua capacidade, com mais 410 novas vagas. A obra está sendo viabilizada por meio de parceria - um Termo de Cooperação - entre Ceasa e a Aproccamp, entidade que representa os 354 atacadistas do mercado de flores.

O mercado de flores da Ceasa Campinas é responsável pela comercialização de 40% do volume ofertado no setor atacadista do país e por 30% do volume de flores e plantas cortadas e envasadas brasileiras e movimenta em torno de R$ 8 milhões por mês.

gístico, princípios modernos de segurança alimentar e exigências do mercado consumidor”, destaca. Gusi observou que as centrais atacadistas geridas pela Ceasa são hoje um importante canal de escoamento da produção de frutas e hortaliças produzidas no Paraná. Além disso, funcionam como uma plataforma logística destinada ao recebimento, distribuição e abastecimento do mercado varejista, com produtos oriundos de mais de mil municípios brasileiros e dez países. O projeto de modernização de sua infraestrutura e gestão será feito em sintonia com a ex-

periência dos empresários atacadistas instalados nas unidades da Ceasa do Paraná. “É uma cadeia de grande importância econômica e o desafio é buscar a melhoria de sua eficiência considerando todos os elos da cadeia produtiva, da produção ao mercado varejista, sempre em consonância com as crescentes exigências dos mercados consumidores. O objetivo é uma maior integração entre os diferentes agentes para maior agregação de valor em cada elo da cadeia, reduzindo perdas, promovendo a manutenção da qualidade e a comercialização de um produto seguro ao consumidor”.

Entreposto de Contagem passa a emitir Certificado de Origem Para impedir a disseminação de pragas nos vegetais, o trânsito de produtos agrícolas é fiscalizado, por meio da inspeção das cargas, aferição da nota fiscal e da Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) . Esse documento, emitido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), deve acompanhar o transporte da carga de vegetais e partes de vegetais que podem disseminar pragas regulamentadas pelo Ministério da Agricultura. Desde o 10 dia de janeiro , o IMA passou a aceitar o Certificado de Origem emitido pela CeasaMinas como alternativa ao PTV. O Certificado de Origem é emitido aos compradores dos entrepostos da CeasaMinas. Até então, o documento era disponibilizado apenas nas unidades do interior. Agora, ele também está disponível

aos compradores de Contagem. Luis Carlos Santa Rosa, comerciante atacadista de Juiz de Fora, foi o primeiro a usar a novidade. O formulário foi adquirido no caixa do Plantão do MLP por R$ 5 e preenchido pelo próprio usuário, que forneceu informações como a quantidade de produtos adquiridos no entreposto, a placa do veículo transportador e o destino da mercadoria. Após preenchimento, o usuário deve se dirigir a um dos guichês do Plantão, onde o documento será certificado pelo orientador de mercado. Depois de validado, ele pode ser apresentado durante as vistorias do IMA que acontecem nas portarias dos entrepostos da CeasaMinas, nas barreiras fixas de fiscalização sanitária e durante as blitzes realizadas nas rodovias do estado.


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Transporte

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Fenabrave prevê de automóveis e c

Grandes produtores investiriam em ferrovias, diz pesquisa Agência Brasil A quase totalidade (94,4%) dos grandes clientes que fazem uso das ferrovias brasileiras para escoar produtos como minérios, açúcar e grãos tem interesse em investir, de alguma forma, em obras ferroviárias como ramais particulares e terminais multimodais. Essa foi uma das constatações da Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, divulgada em dezembro pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). “Este é um dado positivo que chamou a nossa atenção: mais de 94% dos nossos clientes têm interesse de fazer investimentos em obras ferroviárias para melhorar as condições de escoamento [da produção]”, disse o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça. A infraestrutura dos terminais das ferrovias existentes foi considerada adequada por 52,3% dos clientes, enquanto os serviços foram considerados insuficientes por 45,6%. Apesar disso, diz a pesquisa da CNT, o tempo de carga e descarga no terminal da ferrovia foi considerado satisfatório para 75,2% e 77,4% dos usuários,

respectivamente. Pouco mais da metade (56,3%) classificaram como “bom” os aspectos de segurança e integridade das cargas. Para 48,3%, a segurança melhorou nos últimos anos, enquanto 39,7% avaliaram que a situação permaneceu igual nesse quesito. Entre os principais entraves apontados pela pesquisa, a CNT destacou a falta de disponibilidade de vagões especializados, citado por 33,3% dos clientes; a confiabilidade dos prazos, segundo 31,1% deles; e o alto custo do frete, para 39,4% da clientela. “No Brasil, o [menor custo do] transporte rodoviário acaba distorcendo o preço de mercado. Isso tende a ser corrigido no futuro, quando deverão ser colocadas limitações para o transporte [de produtos] pelo meio rodoviário”, disse Vilaça. Segundo ele, o governo trabalha atualmente com uma previsão de expandir em 11 mil quilômetros a malha ferroviária até 2020. “Isso é ótimo e expressivo para o nosso momento, mas ainda precisamos dar sequenciamento, até atingirmos pelo menos 52 mil quilômetros”, avalia. A malha brasileira registra, atualmente, uma extensão total de pouco mais de 30 mil quilômetros. Boa par-

te da demanda prevista para os próximos anos tem origem na chamada “nova fronteira agrícola brasileira”, localizada no cerrado brasileiro. “Como são novas áreas onde agricultura e commodities agrícolas e minerais têm as suas descobertas, essa produtividade vai aumentar. Mas já estamos com mais vagões, locomotivas potentes, maior carregamento e produtividade e portos que proporcionarão alternativas logísticas para o usuário e para a redução dos seus custos”, completou o presidente da ANTF. Vilaça disse, ainda, que há “ótimas perspectivas” para o transporte de passageiros. “Na medida em que a malha cresce, se moderniza, e se apresenta fisicamente mais adequada, você consegue imprimir mais velocidade. E, para viabilizar [esse tipo de transporte] para passageiros, será necessária uma velocidade entre 80 e 100 quilômetros por hora”. A amostra da pesquisa da CNT é formada pelos clientes mais significativos das dez principais mercadorias transportadas em cada corredor ferroviários. Para a pesquisa, foram feitas 132 entrevistas entre outubro e novembro de 2011.

A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos de Veículos Automotores) estima que a venda de automóveis e veículos comerciais leves vá apresentar crescimento de 4,5% em 2012. Ao falar das perspectivas do setor para este ano, no início de janeiro, o presidente da entidade, Flávio Antonio Meneghetti, disse que o ritmo de crescimento, no segundo semestre de 2012, impulsionado pela queda da inadimplência e pelo aumento do salário mínimo, será melhor que o de 2011. “A Fenabrave espera que o mercado, como um todo, cresça 4,5%. É um número significativo mesmo comparado com os anos anteriores. Ficaria feliz se pudesse crescer linearmente a 4,5% em qualquer tipo de negócio”, disse o novo presidente da Fenabrave, que assumiu o cargo no final do ano passado. Em 2011, a venda de automóveis e veículos comerciais leves cresceu 2,9% em comparação a 2010. O número foi menor do que o projetado inicialmente pela Fenabrave, que previa cres-

cimento de 4,2%. Segundo Meneghetti, isso foi resultado das medidas tomadas pelo governo no início do ano passado. “O governo tomou medidas restritivas no início do ano de

Multas a caminhões começam em março Infração será considerada média e custará quatro pontos na carteira No último dia 12 de dezembro, entrou em vigor na capital paulista uma restrição ao trânsito de caminhões na Marginal Tietê e em algumas outras vias da cidade em determinados horários. Porém, a Secretaria Municipal de Transportes informou que a fiscalização da nova regulamentação começará apenas no dia 1° de março. A ideia inicial do órgão era aplicar multas a partir de janeiro. O horário da proibição é entre 4 e 10 horas e 16 e 22 horas, de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 10 às 14 horas. A medida vale para a Marginal Tietê, entre as pontes Aricanduva e Rodovia dos Bandeirantes, as avenidas Salim Farah Maluf, Prof. Luis Ignácio de Anhaia Melo, Tancredo Neves,

Presidente Wilson, Avenida do Estado, Paes de Barros, Ermano Marchetti, Marquês de São Vicente e Rua das Juntas Provisórias. O objetivo da limitação é reduzir os acidentes envolvendo caminhões, além de aumentar a velocidade média dos veículos em até 20% na Marginal Tietê, principal via da cidade. Circulam por lá, aproximadamente, 350 mil veículos por dia, dos quais 75 mil são caminhões. A fiscalização deve ser feita por meio de agentes de trânsito e radares fixos com leitor de placas. A multa para o motorista que desrespeitar a regulamentação será de R$ 85,13, infração considerada média, com acréscimo de quatro pontos na carteira de habilitação.


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Transporte

crescimento de 4,5% nas vendas comerciais leves em 2012

2011 em função do aumento da inflação, subindo a taxa de juros e o IOC [Imposto sobre Operações de Crédito]. E os problemas da Europa também acabaram afetando o Brasil. O PIB [Pro-

duto Interno Bruto], que se projetava em torno de 4%, acabou virando 2,8%. Isso tudo afetou a economia e a renda, aumentou a inadimplência e os bancos ficaram

mais seletivos no crédito e isso impactou no crescimento”, observou Meneghetti. Considerando também a venda de caminhões, ônibus e motos, a Fenabrave projeta cres-

cimento de 5,76% para 2012, com 5,89 milhões de unidades vendidas. Em 2011, as vendas de todo o setor, desconsiderando implementos rodoviários e outros, somaram 5,57 milhões de unidades, o que representou crescimento de 4,79% em comparação a 2010. Na apresentação dos dados, também esteve a economista Tereza Fernandez, sócia-diretora da MB Associados, que comentou sobre a previsão de crescimento do PIB brasileiro, feita pela sua empresa. Segundo ela, a estimativa é que o PIB vá crescer 3,5% em 2012, índice menor do que o estimado pelo governo, que prevê crescimento entre 4% e 5%). Para a MB Associados, a taxa básica de juros (Selic) ficará em torno de 9% e a inflação em cerca de 5,5%. Esse cenário, segundo ela, é baseado na expectativa de que a Europa consiga avançar nas soluções para a crise. Caso a Europa não apresente avanços, a estimativa é a de que o PIB brasileiro seja negativo em 2012.

Pelo nono ano, MAN é líder na venda de caminhões

De acordo com dados do Renavan (Registro Nacional de Veículos Automotores), a MAN foi, pelo nono ano consecutivo, a líder em vendas de caminhões acima de cinco toneladas no Brasil. A montadora foi, também, a primeira colocada em licenciamentos em 2011, quando a empresa atingiu o recorde de 50.829 emplacamentos. Contabilizando os licenciamentos de caminhões e ônibus Volkswagen (feitos no Brasil) e MAN (importados) foram ao todo 61.968 unidades, um crescimento de 18% em relação a 2010, enquanto o mercado aumentou 11,7% no mesmo período. “Nossas atenções também se voltam para o mercado latino-americano. Em 2011, embarcamos 9.500 caminhões e ônibus para mais de 30 países em todo o mundo, um crescimento de 17,4% em relação ao ano anterior. Para 2012, já confirmamos um ambicioso cronograma de

lançamentos em diversos países do continente, começando pelo Brasil”, afirma Roberto Cortes, presidente da montadora. Entre 2012 e 2016, a montadora investirá mais de R$ 1

bilhão no Brasil para ampliar suas operações no país, visando aumentar a oferta de veículos comerciais das marcas Volkswagen e MAN. A intenção da empresa é atuar em nichos de mercado

ainda não explorados e elevar a sua capacidade produtiva. No ano passado, a montadora adquiriu mais 1,5 milhão de metros quadrados em Porto Real (RJ) para abrigar o futuro Centro Logístico de Vendas.

29 OBRIGATORIEDADE

Placas refletivas a partir de abril Atualmente, exigência só é obrigatória para motos

Os veículos fabricados a partir do próximo dia 1° de abril terão que utilizar placas com película refletiva. A deliberação 122 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) adiou o prazo inicial, que era o dia 1° de janeiro de 2012, pois nem todos os órgãos ou entidades executivas de trânsito dos estados conseguiram se adequar à nova regra. Atualmente, a exigência é facultativa para os veículos e obrigatória para as motocicletas. A regulamentação também valerá para os carros transferidos de estado ou município a partir do segundo trimestre deste ano. O objetivo da medida é aumentar a segurança no trânsito e tornar os veículos mais visíveis, em caso de chuva ou neblina. O Contran também determinou que motocicletas, motonetas, ciclomotos e triciclos motorizados fabricados a partir de abril devem se adaptar à nova dimensão das placas: a altura passa de 13,6 para 17 centímetros e o comprimento de 18,7 para 20 centímetros. Também será obrigatório o aumento do tamanho das letras e números, de 4,2 para 5,3 centímetros. Apenas a informação sobre a cidade de origem não se altera. Além da questão da segurança, com o aumento da visibilidade do veículo, as novas placas terão, ainda, maior durabilidade. “Mesmo com a lavagem frequente, o material da placa refletiva é mais resistente e dura até dois anos, em perfeito estado”, afirma Uelson Sousa, diretor em exercício da Gerência de Controle de Veículos e Condutores do Detran.


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Informativo Apesp

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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Restrição à circulação de caminhões A restrição aos caminhões nas zonas máximas de restrição de circulação afeta diariamente toda a cadeia de abastecimento de hortifrutigranjeiros. Não importa a procedência do caminhão, se trafegar pelas marginais acabará sendo multado a partir do próximo dia 5 de março. Em pesquisa pela Internet, a Apesp encontrou inúmeras publicações a respeito do tema. São periódicos de sindicatos de caminhoneiros, de empresas de transportes de carga e de outras organizações que, de uma forma ou de outra, têm entre seus associados empresas ou profissionais que são obrigados a circular pelas marginas da capital paulista. Confira abaixo algumas destas publicações. “O cenário das restrições aos caminhões na cidade de São Paulo está ficando cada vez mais adverso à atividade de transporte de cargas na maior metrópole do País. A Prefeitura de São Paulo acaba de publicar a Portaria nº 143/11, da Secretaria Municipal de Transportes, com as regras para a circulação de caminhões em vias importantes, como a Marginal Tietê e avenidas como a Ermano Marchetti, Juntas Provisórias, Marquês de São Vicente, entre outras (veja a lista completa dos trechos restritos no final desta matéria”. Fonte: Blog Rodoeng O Setcesp continua seu trabalho na busca de soluções para as pesadas políticas restritivas que a prefeitura de São Paulo anunciou, ampliando a proibição aos caminhões na cidade. A entidade participou de uma reunião na Câmara Municipal para debater a questão e apresentar os problemas específicos das especialidades de transporte gerados pelas restrições. Participaram da

reunião o coordenador da Comissão de Abastecimento e Distribuição do Setcesp, Thiago Menegon, o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto (Netinho). Fonte: Setcesp

No dia 27/12, estiveram reunidos, na sede da Prefeitura paulistana, o Presidente do Setcesp, Francisco Pelucio, juntamente com representantes dos setores profissionais, dos motoristas autônomos, entre outras autoridades se reuniram com o prefeito Gilberto Kassab, o secretário municipal dos transportes, Marcelo Branco, e o diretor da CET, Irineu Gnecco Filho, para apresentar as preocupações do setor em face das restrições de caminhões na Marginal Tietê.

Após intensos debates, foi deliberado o seguinte: 1 – prorrogação do período de fiscalização educativa até 1º de março deste ano, ou seja, não haverá autuações aos veículos de cargas que utilizarem a Marginal Tietê até esta data;. 2 – formação de uma comissão técnica entre o Setcesp e a prefeitura, e demais interessados, para se reunirem semanalmente visando encontrar uma solução para o problema. O acordo é um importante avanço na busca por uma mobilidade urbana que envolva também o abastecimento urbano, tema que o Setecesp irá defender na discussão do Plano Diretor da cidade que está pautado para este ano na câmara municipal paulistana. Fonte: Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. A questão das restrições aos caminhões em São Paulo, motivo

de preocupação para os transportadores que operam ou passam pela cidade, ganhou episódios novos nos primeiros dias de 2012. Inconformados com o grande número de proibições aos veículos de carga na cidade, principalmente com o anúncio das restrições também na Marginal Tietê, empresários, representados pelo Setcesp, Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, buscam alternativas para que as medidas não tenham um impacto devastador em suas operações. A boa notícia para os caminhoneiros e transportadores que atuam em São Paulo é que diante dos argumentos da entidade em prol do abastecimento urbano, aliada a outros representantes de empresas, autônomos e trabalhadores do transporte, a prefeitura decidiu relaxar as restrições, pelo menos até março. Segundo o Setcesp, a Secretaria Municipal de Transportes decidiu estender até o dia 1º de março o período “educativo” das restrições, quando então as multas serão efetivamente aplicadas. Na Marginal Tietê e em todas as outras vias restritas, os caminhões não poderão

circular, de segunda a sexta, das 4h às 10h e das 16h às 22h, e, aos sábados, das 6h às 14h. Além de aumentar o prazo para adequação das empresas, a prefeitura de São Paulo concedeu mais duas reivindicações aos transportadores. Atendeu a um pedido histórico do Setcesp, liberando os VUCs (Veículos Urbanos de Carga, com até 6,3 metros entre parachoques) das restrições e criando uma comissão que irá se reunir semanalmente para debater os impactos das restrições nas operações e no abastecimento

urbano. Para o presidente do Setcesp, Francisco Pelucio, a prefeitura deu um sinal de bom senso e de sensibilidade em relação aos assuntos da mobilidade urbana e do abastecimento da cidade. “Com essas medidas, a prefeitura mostra que está aberta ao diálogo e preocupada com os impactos das restrições no abastecimento da cidade. O Setcesp e as entidades parceiras continuam com a luta em prol do transporte de cargas na cidade”, comenta Pelucio. Fonte: Portal TransportaBrasil.

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)


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Turismo

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Conheça o litoral de São Paulo Mariana G. Marques

O litoral paulista oferece muitas opções de praias e passeios e conta com uma ótima infraestrutura para receber seus visitantes. Nesta edição, algumas dicas sobre as principais praias paulistas para ajudar as pessoas que ainda não decidiram o local de suas férias. O litoral de São Paulo se estende por 622 quilômetros, desde a divisa com o Paraná até o Rio de Janeiro. A maior parte da faixa litorânea paulista se localiza próxima à Serra do Mar, com a rica fauna e flora da Mata Atlântica ainda preservada por conta dos parques estaduais que ficam ao longo dessa região. Em relação às praias, é necessário dizer que contemplam o interesse de diversos públicos. É possível relaxar em praias quase intactas e inabitadas, ver as belezas naturais de ilhas e praias acessíveis por trilhas, curtir o pôr-do-sol em mirantes e morros, ou ainda cair na balada das praias mais populares das cidades da região. Cananeia

Cananéia está no centro de um corredor biológico de 110 quilômetros que se estende desde a foz do rio Ribeira em Iguape até a baía de Paranaguá, no estado do Paraná, e é um dos maiores berçários de vida marinha do planeta. A região conhecida como Lagamar é uma fantástica coleção das águas que além do mar, vêm de rios, baías e lagoas e compreende, num só lugar, quatro ecossistemas: mangues, dunas, restingas e a Mata Atlântica. Nessa região, há inúmeros sítios arqueológicos, os sambaquis, datados entre seis e quatro mil anos, e ruínas do período colonial. A partir de Cananéia, você pode visitar também a praia do Boqueirão

Sul, no município de Ilha Comprida, atravessando a balsa ou a Ilha do Cardoso, área de preservação ambiental bastante procurada pelos turistas. Cananéia fica a 272 km de São Paulo e a 87 km da Ilha Comprida. O acesso para Cananéia é feito por uma ponte, ao norte da ilha, ou por uma balsa, ao sul. Ilha do Cardoso

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso está localizado no extremo sul do litoral de São Paulo, no município de Cananéia. As praias, os costões rochosos e as dunas podem ser vistos na face da ilha que recebe as águas do oceano. Os manguezais se formam no Canal do Ararapira e na Baía de Trapandé, na face ocidental da ilha. Além disso, uma extensa restinga cobre a maior parte da planície litorânea da ilha. Se for ao local não deixe de conferir o Núcleo Perequê (Praia de Itacuruça) situado na parte nordeste da Ilha. É a “sede” do parque e lá você pode observar os botos cinza, visitar a

cachoeira de Ipanema, apreciar bromélias, orquídeas e aprender um pouco da cultura caiçara e de suas plantas medicinais. Trilhas, caminhos e embarcações levam até as praias escondidas nas encostas da Ilha. Mas atenção: a maior parte das praias tem acesso a partir de trilhas e em algumas necessitam a presença de um guia especializado. Para chegar a Ilha do Cardoso e Ilha Comprida, o acesso é por barco ou balsa, partindo de Cananeia o custo da travessia fica em torno de R$ 15 a R$ 30. As pousadas são rústicas e simples, seus preços variam entre R$25 e R$50. Os campings são um pouco mais baratos: entre R$10 e R$20. Durante o verão, os nativos transformam suas casas em “pensões” e cobram em média R$30 por pessoa a diária Ilhabela

Ilhabela é considerada, hoje, um gigantesco santuário ecológico onde se contam lendas sobre piratas, tes-

ouros escondidos e navios submersos. A cidade é conhecida como a capital da vela devido às excelentes condições climáticas. Em 1977, Ilhabela foi transformada em Parque Estadual, declarada Reserva da Biosfera pela Unesco, garantindo uma das últimas reservas praticamente virgens da Mata Atlântica. A ilha oferece a seus visitantes uma grande variedade de praias, como, a Praia da Feiticeira, a Praia da Fome, a Praia da Vila, centro histórico de Ilhabela, possui um ótimo píer para se pescar e curtir o pôr-do-sol. A Praia dos Castelhanos, antigamente usada como refúgio de piratas, é considerada hoje um refúgio para o estresse e o agito de grandes cidades, possui uma enorme faixa de areia branca com dois quilôemetros de extensão, dois riachos de água transparente, e uma enorme cachoeira muito próxima. Além de muitos passeios de barco, a ilha possui também lindas trilhas, como a trilha da Água Branca e pontos de descanso para pique-

niques ao ar livre. A Trilha da Praia Mansa, a Trilha do Bonete e a Trilha do Poço estão entre as atrações mais procuradas pelos turistas que visitam a cidade todos os anos. Para chegar a Ilhabela é necessário pegar a balsa que sai diariamente, a cada 30 minutos ou uma hora, de São Sebastião. São Sebastião

A cidade conta com 401 quilômetros de território montanhoso, cobertos pela Mata Atlântica, e mais de uma costa ornamentada por mais de 30 praias e visuais belíssimos, que atraem turistas de todo país. Suas trilhas e cachoeiras são os principais atrativos para os aventureiros. Não deixe de visitar a Barra do Una, no canto norte da praia, o rio Una deságua no mar apresentando um belíssimo espetáculo da natureza. Dali saem passeios de lancha para as ilhas do Montão de Trigo, das Couves, dos Gatos. Maresias é o “point” de jovens em busca de badalação, seja na praia ou em suas agitadas casas noturnas e é também referência mundial do surf, pela qualidade de suas ondas, sediando diversos campeonatos incluindo etapas de mundiais. A praia de Toque Toque Pequeno, com areias claras e grossas, conserva ainda todo encanto tradicional dos pescadores da cidade. Ubatuba

As condições em Ubatuba são favoráveis para a prática de esportes marítimos variados. Além disso, a cidade oferece uma grande diversidade de praias, trilhas, cachoeiras e locais de pesca. São 92 praias no continente e mais 10 praias nas ilhas de Maranduba, Anchieta, Couves, Porcos e Promirim.


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