Jornal Entreposto | Fevereiro de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 141 | fevereiro de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Conheça o mercado atacadista de Londres

Artigo

Bom momento para a cadeia da floricultura

pág. 4

Anvisa tem novos critérios para agrotóxicos

pág. 32

pág. 12

Permissionários discutem horário de comercialização no ETSP PAULO FERNANDO

A Apesp reuniu os permissionários do entreposto paulistano para esclarecer dúvidas acerca de uma possível mudança no horário de comercialização. Diante da discussão que tomou conta do mercado, a Ceagesp divulgou um comunicado a�irmando que não existe nenhuma proposta para mudança no horário das atividades. O assunto vem sendo debatido pelo Conselho Consultivo, órgão integrado pela estatal, pelas entidades e representantes eleitos pelos permissionários e carregadores, tendo em vista as restrições à circulação de caminhões em algumas regiões da cidade. pág. 09 | Floricultura |

| New Spital�ields Market |

pág. 04

Piauí vai produzir frutas exóticas no sertão pág. 28

Evolução tecnológica reduz emissões de gases Baixa -4,59%

Geral

Frutas

Baixa -7,41%

Índice Ceagesp - janeiro 2012

Legumes

Alta

1,60%

| Comercialização |

pág. 08

Ceagesp tem o melhor desempenho em 30 anos Verduras Alta

0,32%

Diversos

Alta

11,79%

Pescado

| Caminhões |

pág. 11

Baixa -2,44%

Holambra terá novo mercado de �lores

pág. 22


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Artigo

O passado e o futuro do campo em “pratos limpos” Jose A. Annes Marinho*

Mais um ano passou, 2011 se foi e deixou bons lucros no campo, não tão bons como em anos anteriores, mas os produtores festejaram com lucros médios de R$ 285,06 para cada hectare plantado de soja, pode-se dizer que temos bons números. E agora José, João, Dona Maria, o que esperar de 2012? Será que teremos o mesmo sucesso no campo dos últimos três e quatro anos? São essas perguntas que muitos de nós produtores fazemos quando se inicia uma nova safra. Como dizia Fernanda Torres: “fazer cinema é como plantar. O agricultor escolhe um ano antes o que vai semear e, quando vem a colheita, ele reza para que a sua produção esteja em alta no mercado”. Pois é, senhores, estamos falando de dois temas que fazem todo sentido no mercado agrícola brasileiro: o “clima” e o “mercado”. Se o clima vai bem, temos a expectativa de safras recordes e, como teoria, preços baixos. Isso não quer dizer que não estejam bons, mas poderiam ser melhores, o que aumentaria a rentabilidade de nosso produtor. No entanto, há outro fator fundamental em nossos dias: mercadod interno e externo. No nosso caso ficamos mais dependentes do mercado externo que ultimamente tem se mostrado muito volátil. Mas o que fazer nestes casos? Recentemente publiquei um artigo a respeito de gestão no campo, o que nos remete a acreditar que todo este processo está inserido em identificar

e prever se é melhor plantar milho, soja ou algodão. Pois então, caros produtores, há como identificar e minimizar todos estes riscos. Mas isto seria tema para outra oportunidade. Nossa missão como profissionais é ajudá-los a identificar o que é melhor, prevemos que 2012 será um ano de muitos desafios, um clima instável, como no ano passado, em algumas regiões, no entanto com preços nos mesmos patamares. Uma dica: inicie a busca por informações diárias das cotações, bem como, informações a respeito dos mercados futuros, são excelentes oportunidades de garantir pelo menos os custos. Já ouvi comentários sobre a venda de soja verde a preços próximos de R$ 50/saca, talvez hoje, possa ser difícil alcançar este patamar, mas não custa informar-se. Enfim, em 2011 tivemos bons resultados agrícolas desde a carne até os grãos, temos a expectativa que este ano possa repetir, com bons lucros, boas produtividades e que o mercado externo continue a alimentar-se dos produtos brasileiros, mas todo cuidado é pouco com as famosas crises (Europa, EUA). Alerta e paciência serão fundamentais para o sucesso da comercialização da safra 2012/2013, e como dizia um amigo otimista e um grande líder com suas palavras sábias “o melhor esta por vir”.

* O engenheiro agrônomo Jose A. Annes Marinho é gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal

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março de de fevereiro 2011 2012

Editorial

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New Spitalfields Market Conheça o movimentado entreposto do leste de Londres

Neno Silveira De Londres

V

inculado à prefeitura londrina, New Spitalfields Market é o entreposto que abriga o maior número de atacadistas e tem o maior volume de negócios com hortigranjeiros no Reino Unido. Seus dirigentes o classificam como o líder de mercado no país e destacam a contínua especialização dos atacadistas no fornecimento de frutas exóticas e legumes, o que, segundo eles, o coloca à frente de qualquer mercado da Europa na oferta desses produtos. Assim como o mercado New Covent Garden, abordado na edição de novembro de 2011 do JE, o New Spitalfields pode ser considerado um mercado de pequeno porte frente aos principais entrepostos brasileiros. Isto se levarmos em conta apenas a área ocupada e o número de permissionários. No entanto, trata-se também de um mercado altamente eficiente, quando observado o volume de negócios realizados e sua participação no abastecimento de Londres e sudeste da Inglaterra. Nessa visita, a exemplo da anterior, ficou evidenciado que a gestão do mercado também é feita de maneira muito próxima e colaborativa entre a administração

propriamente dita (City of London Corporation) e a associação de permissionários do local (Spitalfields Market Tenant Association). Não por acaso, os escritórios de ambas as instituições ocupam salas próximas, no mesmo andar do prédio administrativo. Ali eu fui recebido pelo superintendente do mercado, Nigel Shepherd, e por Janet Hutchinson, chefe executiva da associação dos permissionários. A associação existe desde 1926 e atualmente conta com uma subsidiária chamada Companhia de Promoção do Mercado New Spitalfield que, como o próprio nome diz, destinase a promover o mercado, através de publicidade, feiras e eventos ou coordenando visitas de cooperativas locais e exportadores de outros países ao entreposto. História

Spitalfields é um dos primeiros mercados de Londres, tendo começado sua história como local de comércio ainda no século 13, em um campo próximo a St Mary Spittel, região central de Londres. Em 1682, o rei Charles II concedeu a John Balch, um comerciante de seda, uma Carta Régia que lhe deu o direito de realizar um mercado às quintas-feiras e sábados, perto da praça denominada Spital.

Nos 200 anos que se seguiram, o mercado cresceu, agregando diversos galpões para conseguir atender a crescente demanda londrina por frutas e hortaliças. Com o passar do tempo, tornou-se também um centro de venda de produções caseiras que eram negociadas ali seis dias por semana. Em 1876, um antigo portei-

ro do mercado, chamado Robert Horner, arrendou o local e iniciou a construção de um novo prédio para o mercado, concluído em 1893. Em 1920, a prefeitura de Londres adquiriu o controle direto do mercado, ampliando os edifícios originais cerca de oito anos mais tarde. Nos 60 anos seguintes, cresceu

a reputação de Spitalfields em todo o país, assim como o congestionamento gerado pelo tráfego intenso nas ruas estreitas em torno dele. Sem espaço para uma tão necessária expansão, o mercado foi obrigado a se mudar e, em maio de 1991, abriu suas portas em nova localização, em Leyton, região leste de Londres.


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Mercado atual Em contraste com o antigo e apertado ambiente, o New Spitalfields Market agora abrange mais de 13 hectares (31 acres), com acesso rápido e fácil às auto-estradas e aos portos. No seu centro está o pavilhão de comércio (Market Hall), que abriga 115 unidades de comercialização para atacadistas de frutas e legumes, com instalações que incluem câmaras frigoríficas, câmaras de climatização e prateleiras para produtos paletizados. O Market Hall, que concentra a comercialização atacadista,é constituído por três pavilhões autônomos, situados lado a lado e formando um único edifício de 28.700 m2. Cada pavilhão tem cerca de 300 metros de comprimento por trinta de largura e conta com duas fileiras de boxes separadas por um largo corredor, onde circulam os compradores e por onde são feitas operações de carga e descarga, exclusivamente através de empilhadeiras. Basicamente, é um mercado de frutas e hortaliças, visto que a área de flores conta com apenas um grande atacadista que ocupa cerca de 560 m2. O aspecto e a disposição dos boxes lembra a existente num pavilhão como o MFE-B, da Ceagesp, por exemplo, sem plataformas, com algumas empresas com escritório no solo e outras no mezanino. É grande, no entanto, o número de empresas que possuem estrutura de frio no próprio local, seja para estocagem ou para climatização. Outra diferença significativa é que o corredor central é bastante largo para dar lugar ao intenso trânsito de empilhadeiras, que possibilitam que grande parte dos produtos seja estocada nos me-

para 75 o total de empresas que operam nesta área. Além dessas, o mercado conta nos demais prédios, com 10 empresas de distribuição e catering, outras 10 dedicadas à importação, além de cinco que administram os cafés e bares do local e outras cinco operando em serviços diversos. No total, 105 empresas permissionárias. Chama a atenção o fato de o mercado não possuir agência bancária, o que representa um transtorno para os permissionários.” Volumes e valores negociados

zaninos, em paletes, aumentando expressivamente a capacidade de armazenamento. O mercado conta ainda com quatro edifícios separados, que somam 3.720 m2 de área construída, onde estão situadas empresas distribuidoras ou dedicadas à atividade de catering, além de 900 m2 de área de escritório para as empresas importadoras. O local abriga também outras empresas, cujos produtos e serviços são vinculados ao funcionamento do mercado, como as fornecedoras de diesel/propano, serviços especializados de paletes e manutenção para empilhadeiras, entre outros. Para atender os frequentadores, sejam eles premissionários, clientes, fornecedores ou funcionários, o mercado possui amplas

áreas de estacionamento (cerca de 1.800 vagas) com acesso aberto a todos, sem custo. Além de estacionamento próprio para caminhões, existem ainda mais 100 vagas para as frotas de veículos das empresas distribuidoras. Números e características do mercado

Horário de funcionamento: De segunda a sexta: de meia-noite até 13h Sábados: de meia noite até 11h Distribuidores: (podem ser acionados 24 horas por dia) Descarga/Entregas: Acesso 24 h ao estacionamento de caminhões Acesso ao Pavilhão: das 10h até meia-noite

Área física A área total de mercado é de 13 hectares. Isto abrange os pavilhões de comercialização, estacionamentos para todos os tipos de veículos e os edifícios e infra-estrutura adicionais. A área de comercialização, especificamente, alcança 28.500 metros quadrados e compreende os três pavilhões do Market Hall. Os edifícios dos distribuidores (catering) e empresas diversas somam 3.700 m2 e os escritórios mais 900 m2. Número de comerciantes

Somam 115 os boxes distribuídos pelos pavilhões de comercialização. No entanto, algumas empresas acabaram adquirindo os espaços vizinhos, o que reduziu

A exemplo do outro mercado já abordado, o New Spitalfields Market não elabora estatísticas de comercialização, nem coleta preços. A estimativa da gerência é a de que o valor negociado ao longo do ano alcance perto de £ 750 milhões (R$ 2,25 bilhões) e a quantidade por volta de 700 mil toneladas. (este número colocaria o Spitalfields entre os cinco maiores mercados brasileiros em volume de comercialização) Participação no abastecimento

Com base em pesquisas patrocinadas pelo governo, a administração do mercado estima que ele seja responsável por 15% do abastecimento de Londres e região sudeste da Inglaterra. Principais clientes

A relação de clientes é bem diversificada, abrangendo mercados de varejo, pequenos supermercados, empresas de catering, outros atacadistas, pubs, clubes, restaurantes, hospitais, etc. Os grandes supermercados não estão entre os clientes porque possuem seus próprios centros de distribuição.


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Direitos do atacadista ao ponto Os boxes são locados pela prefeitura por um período de seis anos e há garantia na legislação inglesa para que os aluguéis sejam renovados ao fim do período. Com isso, alguns comerciantes mantêm o seu vínculo com o mercado há três ou quatro gerações. Negociação do ponto

A estrutura de locação permite que os comerciantes transfiram a parte restante do período de locação para outra empresa, desde que esta seja aprovada pela administração. A escolha dos novos atacadistas

Quem escolhe o novo atacadista é o próprio permissionário. No entanto, a transferência fica sujeita à checagem pela administração das referências bancárias e comerciais da nova empresa, bem como a uma consulta a associação dos permissionários. Inadimplência de clientes

A maior parte do comércio é feita em dinheiro. Alguns comerciantes também realizam venda à crédito e não são frequentes casos de inadimplência de clientes. Principais regiões fornecedoras

Por abastecer uma cidade multicultural, como Londres, o mercado recebe produtos de todos os continentes. Os principais fornecedores, no entanto, concentram-se na própria Europa e estão localizados no Reino Unido, Holanda, França e Espanha. Taxas pagas pelos atacadistas

Os permissionários pagam o aluguel e a taxa de serviços (rateio). O aluguel atual é de £ 43,00 por metro quadrado (cerca de R$ 129,00). O rateio abrange funcionários da administração, manutenção e limpeza, gestão de resíduos, segurança, controle de pragas, serviços de saúde e segurança, seguros, eletricidade, gás, água, e taxas (impostos locais pelo governo central). O valor atual do rateio é de £ 168,45 por metro quadrado (cerca de R$ 505,00). Parece incrivelmente elevado para os padrões brasileiros, mas se consideramos que o mercado, com 105 empresas, movimenta quase o mesmo valor que o ETSP, podemos concluir que não é. Número de funcionários:

A estrutura funcional desse mercado também é bastante reduzida para os padrões brasileiros. São 30 funcionários no total distribuídos pelos setores de: 1) Administração: 4 funcionários, incluindo o superintendente; 2) Manutenção: 10 funcionários;

3) Mercado: (segurança, saúde e aplicação de regras locais): 16 funcionários

O mercado conta ainda com 30 servidores terceirizados para os serviços de limpeza e gestão de resíduos, serviços que são geridos pelo superintendente e chefe da manutenção. Reciclagem de resíduos:

O mercado gera aproximadamente 14 mil toneladas de lixo por ano entre 1) frutas e produtos hortícolas; 2) caixas de plástico e de madeira; 3) papelão; 4) pallets e 5) resíduos de madeira e metal. É feito um grande esforço para separar o lixo de forma a maximizar a oportunidade de reciclagem. Frutas e legumes, caixas de plástico e de madeira, papelão, pallets e madeira e aço são todos reciclados. Frutas e legumes são enviados para uma fazenda, onde um digestor anaeróbico gera gás metano que é queimado e transformado em energia elétrica, utilizada para aquecimento de estufas onde se cultiva tomate, cerca de 50 quilômetros ao norte de Londres. Caixas de plástico e de madeira, se não danificadas, são reutilizados para produção. As danificadas também são prensadas e recebem um envoltório para serem destinadas para venda. O mesmo acontece com as embalagens de papelão. Paletes ou são devolvidos aos permissionários para reutilização ou vendidos de volta para a indústria de paletes. Restos de madeira são separados e esmagados no local para envio a uma empresa de resíduos, onde são queimados para geração de energia ou triturados para servirem como material de compostagem. Finalmente, aço e resíduos metálicos são enviados para comerciante de sucata de aço, que recupera o que for possível para uso futuro. Atualmente, cerca de 72% do lixo do mercado é reciclado e os restantes 28% são enviados para aterros sanitários. A administração do mercado está realizando

ensaios para determinar se os resíduos do aterro são adequados para uso em uma planta de combustível derivado de incineração de lixo. Se for bem sucedida, vai possibilitar zerar o volume de resíduos destinado ao aterro. Para uma solução ambientalmente mais equilibrada, no entanto, o objetivo é levar os números da reciclagem até 80% em futuro próximo, considerando que um incinerador apresenta a desvantagem de produzir dióxido de carbono, um gás de efeito estufa. A administração acredita que aumentar a reciclagem também é uma decisão acertada porque traz retorno comercial, maximizando os resultados da gestão de resíduos. Esta se completa com o recurso ao incinerador, cuja vantagem é a de diminuir a quantidade que vai para aterro sanitário. Lições e impressões

A exemplo do mercado que visitei em outubro do ano passado, o New Spitalfield Market reforça algumas impressões sobre aspectos da comercialização atacadista no Reino Unido. É uma unidade compacta (para os padrões brasileiros), reunindo um reduzido número de atacadistas (em torno de 100), que interagem com outros permissionários, que são ou distribuidores ou importadores. E apresenta uma forte participação da associação de permissionários na sua gestão. O fato de New Spitalfieds não ser um mercado de grandes dimensões não significa que ele seja menos importante para o abastecimento. Ao contrário, ressalta a sua eficiência, uma vez que a estimativa do volume ali comercializado o colocaria, no Brasil, entre as cinco maiores ceasas, e a estimativa de valor o situaria, provavelmente, entre as duas primeiras. A comercialização concentrase no período noturno, iniciandose à meia-noite. No início da ma-

nhã, horário em que visitei os dois mercados, já não havia mais comércio, o que parece o mais apropriado para uma metrópole como Londres. Quem necessita de produtos em qualquer horário, pode acionar a rede de distribuidores do mercado. Por outro lado, quem vai entregar produtos no mercado tem das 10 da manhã até a meia-noite para fazê-lo e a maioria das operações é feita com bastante agilidade com a utilização das empilhadeiras, que são de propriedade dos próprios atacadistas. Para facilitar as tarefas, alguns caminhões são dotados de um sistema que propicia que os paletes carregados deslizem do fundo da carroceria, sem exigir maiores esforços dos trabalhadores. A estrutura funcional do mercado é extremamente enxuta e não passa de trinta funcionários, incluindo a direção. Outros 30 são terceirizados, mas, além de se encarregarem da limpeza, realizam o importante trabalho de gestão de resíduos, que traz recursos para o mercado e minimiza o envio de lixo para o aterro sanitário. Temos que considerar que a administração não realiza as tarefas de coleta de informações de mercado, seja para quantidades, seja para preços. Indagado à respeito, o superintendente não deixou de revelar alguma surpresa: “pra que?” Sobre o mesmo assunto, o presidente da associação dos permissionários, Chris Hutchinson, destacou que os preços ao longo do ano são bastante estáveis e que, durante a comercialização diária, acontecem várias alterações, tornando sem sentido “colocar no papel” a cotação. Fica evidente que, para os ingleses, a informação de mercado não tem o papel a elas atribuído no Brasil, de, supostamente, dar transparência ao processo comercial, fornecer subsídios para a administração dos mercados ou para projetos de produção e de balizar as compras públicas, entre outros.

Penso que isso se deve ao fato de eles já terem passado há muito tempo de uma fase que, no Brasil, só teve início há pouco mais de 40 anos, com a implantação dos mercados atacadistas oficiais. Na Inglaterra, os processos contam-se em centenas de anos e, antes de o Brasil ser descoberto, este e outros mercados já funcionavam aqui. Assim, já estão perfeitamente estabelecidas e consolidadas as áreas de produção, as relações de comércio, as fontes de fornecimento internas e externas, os mercados a serem atendidos, etc. Além disso, grande parte do que é comercializado aqui vem de outros países, abrangendo quase todos os continentes, configurando um tipo de suprimento que independe completamente das informações do dia a dia. A formação do preço, desse modo, não tem a mesma importância, nem as características que tem no Brasil. Por fim, acredito que um traço muito visível da cultura do país, que é a questão da confiança, também teve sua influência para que registro das informações de comercialização não fosse considerado relevante pelo mercado. Essa é uma característica difícil de não ser notada e pode ser definida como uma “presunção de honestidade” existente nas relações entre as pessoas, notadamente no comércio. Neste clima, mesmo as compras de alimentos pelos órgãos de governo são executadas a preços que não estão sujeitos ao balizamento de “cotações oficiais”. Se o preço é aquele, aquele é o preço. Parece ser impensável em outros lugares, mas os ingleses precisaram de muito tempo pra conseguir chegar a esse ponto. Mas, efetivamente, conseguiram.

Neno Silveira é economista e especialista em abastecimento alimentar.


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Comercialização

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Ceagesp tem o melhor desempenho dos últimos 30 anos A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), comercializou 3,23 milhões de toneladas de frutas, verduras, legumes, flores e pescados em 2011, melhor resultado desde 1981. A movimentação de produtos no entreposto paulistano da estatal foi 2,37% maior que em 2010, com movimentação de R$ 5,02 bilhões. O valor é 10% maior do que o registrado no ano anterior. A unidade é responsável por 80% do total da movimentação da Ceagesp, com quase três mil permissionários. De acordo com o economista

da companhia, Flávio Godas, os setores de frutas e de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos) foram os grandes responsáveis por este aumento da comercialização. “O clima favorável e o dólar em baixa contribuíram para queda dos preços e uma melhor qualidade das frutas. No caso dos diversos, houve um volume maior de batata e cebola no mercado”, avalia. O setor de frutas, o mais representativo do mercado, liderou o volume de comercialização, com 1,71 milhão de toneladas (53% do total), segui-

Adversidades climáticas prejudicam negócios no ETSP

do por legumes, com 827,4 mil toneladas. O setor de diversos aparece em terceiro no ranking (376 mil toneladas), logo após vem verduras (224 mil toneladas), flores (51 mil toneladas) e pescados (39 mil toneladas). O segmento de flores também apresentou crescimento. No ano passado, foram comercializadas 51,6 mil toneladas, 8% a mais que em 2010, movimentando R$ 222,1 milhões, o que representa um crescimento de 16,5%. Considerado o maior da América Latina, o entreposto da capital recebeu, durante todo o

Apesar do recorde de vendas, atacadistas da Ceagesp reclamam do mau tempo no campo A atividade agrícola está sujeita a fatores de risco que fogem ao controle do agricultor. Os riscos mais relevantes para a produção e produtividade das culturas, e com reflexos negativos na renda do produtor rural, são os decorrentes de fenômenos climáticos adversos. Durante 2011, os atacadistas e produtores da Ceagesp sentiram no bolso os efeitos da vulnerabilidade aos eventos extremos. Apesar do recorde de vendas, os empresários alegam que a quantidade ofertada poderia ter sido, caso essas adversidades não tivessem ocorrido nas principais regiões produtoras do Brasil e até em outros países. No ano passado, a quebra de safra da fruticultura chilena reduziu o volume de negócios da Frutas Benassi no entreposto paulistano, embora o grupo como um todo tenha faturado mais que no ano anterior. “Nossa operação na Ceagesp foi menor e, por isso, nossa estratégia será a de abrir novos mercados em 2012”, explica o diretor comercial da empresa, Eduardo Benassi. No cinturão verde da capital paulista, as chuvas afetaram a produção de hortaliças, o que

impactou diretamente o setor de folhosas. “O ano passado foi muito ruim para quem trabalha no MLP [Mercado Livre do Produtor]”, lamenta o comerciante Diamantino Beco, um dos primeiros atacadistas a chegar ao ETSP, em 14 de março de 1966, data de inauguração do mercado. “Mas 2012 será muito melhor. O ano já começou bem”, acrescenta. No setor de diversos – um dos responsáveis pelo superávit do volume comercializado no entreposto da capital – a redução da oferta de coco elevou o faturamento de quem vende o produto. Novos clientes, aponta o permissionário Marco Antônio Tavares, impulsionaram os negócios no setor. “E os [clientes] tradicionais compraram um volume maior de mercadorias no ano passado”, diz. Entretanto, o otimismo do empresário acaba quando ele é questionado sobre as expectativas para 2012. “O horário da Ceasa de São Paulo é muito ruim, em função do trânsito”, reclama, lembrando que esse cenário poderá ficar ainda pior com a implantação do rodízio de caminhões na cidade.

Diamantino Beco (acima) afirma que 2012 será melhor que o ano passado. Para Marco Tavares (ao lado), entretanto, rodízio de caminhões prejudicará o mercado

ano de 2011, produtos procedentes de 17 países, 23 estados e 1480 municípios. Ao longo do ano, mais de 25 mil produtores rurais e fornecedores destinaram suas mercadorias ao mercado paulistano.

Rede de entrepostos Em 2011, a rede de 13 entrepostos mantida pela estatal comercializou 4,034 milhões de toneladas de produtos, resultado 3,46% maior que o do ano anterior. O volume financeiro em toda rede subiu 10,08% no ano passado, com um total de 6,09 bilhões, contra 5,53 bilhões

registrados em 2010. De acordo com a Ceagesp, por sua rede de entrepostos, passaram, em média, mais de 13.500 toneladas de alimentos frescos diariamente. Nas unidades no interior, o crescimento médio do volume comercializado foi de 8,08% em relação ao ano anterior, chegando ao total de 810 mil toneladas. Merecem destaque as unidades de Piracicaba, que registrou elevação de 89,57%; Ribeirão Preto; 21,18% e São José dos Campos, com um aumento de 13.09%. O fluxo financeiro das unidades do interior também subiu 10,6%. PAULO FERNANDO


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Informativo Apesp

fevereiro de 2012

Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

A restrição de circulação de caminhções e o horário de funcionamento do ETSP Nos últimos tempos, dois assuntos que têm dominado as conversas no entreposto são a restrição de circulação de caminhões e o horário de comercialização do ETSP. Face aos boatos que vêm circulando pelo mercado sobre uma possível mudança no horário de comercialização, em que predominam opiniões as mais variadas, a Ceagesp divulgou um comunicado para tentar serenar os ânimos. A ação foi sensata ao dizer que não existe nenhuma proposta de mudança do horário de comercialização. O que há são discussões no âmbito do Conselho Consultivo, órgão integrado pela Ceagesp, pelas entidades e representantes eleitos pelos permissionários e carregadores, tendo em vista as restrições de circulação de caminhões nas Zonas Máximas de Restrição de Circulação. É natural que fiquemos ansiosos ante à possibilidade de termos que mudar uma rotina de vida profissional que temos exercido ao longo de mais de doze anos no mesmo horário. A última adaptação dos horários do entreposto ocorreu em 2001, quando do episódio do apagão energético, cujas consequências levaram à adoção de uma série de medidas por parte dos permissionários para que pudessem exercer suas atividades sem prejudicar o abastecimento alimentar. Houve prejuízos, mas também houve ganho de experiência. Agora o momento é outro. A cidade de São Paulo e a região metropolitana da Grande São Paulo, com seus 39 municípios, não para de crescer, o que consequentemente aumenta a demanda por emprego, por abastecimento e por toda uma gama de produtos e serviços que têm que ser colocados à disposição da população através das redes comerciais atacadistas e varejistas, implicando mais circulação de veículos de transporte pelas vias públicas. As consequências são visíveis.

Licitação

É comum ouvirmos os permissionários do entreposto de São Paulo reclamar que a comercialização parece diminuir a cada ano, mas o que se nota pelos números é exatamente o contrário. Dos números divulgados pela Seção de Economia da companhia em janeiro, destaca-se um quadro que analisa o período de 1992 a 2011, ou seja, os últimos 20 anos. Apenas para efeito de comparação, o ETSP comercializou no ano passado 3.234 milhões de toneladas ante 2.594 milhões de toneladas em 1992. Houve um incremento de 640 mil toneladas nesse período, representando um crescimento de 24,67 %, ou 32 mil toneladas ou 1,23 % em média por ano. Tais números demonstram que é preciso serenar os ânimos e pensar com racionalidade e prudência para não incorrer em erros que poderão custar caro aos comerciantes no futuro. É certo que mudanças poderão ocorrer, mas não devem ser na velocidade, alcance e profundidade que alguns pretendem que se faça.

De volta à questão sobre o horário de comercialização, a Apesp promoveu, no último dia 8 de fevereiro, uma reunião para discutir o assunto no auditório da Ceagesp. O expressivo comparecimento de permissionários à reunião demonstrou o quanto o tema desperta interesse. Foram muitas as opiniões expressadas, mas o que afinal ficou claro foi o desconhecimento de todos sobre o andamento da questão. O presidente da Apesp fez uma ampla explanação sobre o tema. Esclareceu que o assunto vem sendo discutido no âmbito do Conselho Consultivo e também de uma comissão criada pela prefeitura da qual o Sincaesp participa representando os permissionários. Também informou que a área geográfica compreendida entre a ponte do Jaguaré e ponte Anhanguera é considerada pela prefeitura como área livre de restrição. Nas demais áreas, os caminhões que transportam hortifrutigranjeiros poderão circular desde que portem a autorização

especial expedida pela CET. A Apesp ouviu as opiniões dos presentes na reunião, mas ao final o que se constatou de fato é que o que os permissionários desejam ajustes no horário atual de funcionamento e fiscalização do cumprimento dos horários determinados para cada setor, sempre considerando o bom senso na eventual punição aos desvios que venham a ocorrer. Também chegou-se à conclusão que os permissionários julgam que o entreposto não está preparado do ponto de vista de infraestrutura e segurança para atender a uma mudança como alguns pretendem que ocorra. Assim, até que a Ceagesp realize e tabule os dados da pesquisa que a mesma se propôs a efetuar no entreposto, a Apesp vai aguardar e só se pronunciará sobre o assunto depois de tomar conhecimento dos resultados oficiais. A Apesp acredita que cabe aos permissionários a maior parcela de responsabilidade em levar a questão a um resultado satisfatório para todos.

É oficial! A Ceagesp está licitando a concessão para delegação da gestão e operação da circulação interna de veículos - leia-se carros de passeio, caminhões (de qualquer número de eixos), utilitários e motos-. Veja abaixo os elementos principais do edital publicado pela companhia. Se levada adiante, conforme cronograma constante do edital, no início de 2013 todos os usuários irão pagar pela entrada e estacionamento de qualquer tipo de veiculo dentro do entreposto de São Paulo. Então fica a pergunta: o que acham disso? 1.1. - edital - concorrência nº 009/2012 1.2. - processo nº 012/2012 1.3. - área interessada: Detin Departamento de Tecnologia da Informação 1.4. - tipo de licitação: menor tarifa 1.9. - recebimento e abertura dos envelopes: Data: 02/04/2012 Horário: 09h30 Local: Av. Dr. Gastão Vidigal, nº 1.946, Prédio da Administração (EDSED III), CPL – Comissão Permanente de Licitações, São Paulo – SP. 1.9.1. - Na data, horário e local indicados acima terá início o credenciamento dos interessados e recebimento dos envelopes. 2 - Objeto: concessão para delegação da gestão e operação da circulação interna de veículos, bem como de todas as portarias de veículos e pedestres do entreposto são paulo da ceagesp, compreendendo o fornecimento e a instalação de solução integrada de monitoramento e implantação das obras de melhorias previstas no projeto de obras viárias, sinalização e circulação de veículos, conforme descrição constante no Anexo I – termo de referência e no Anexo II – projeto de obras viárias, sinalização e circulação de veículos.


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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Fundecitrus orienta para a substituição de fungicida rejeitado pelos EUA O Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) está orientando os citricultores a suspenderem o uso dos fungicidas carbendazim e tiofanato-metílico, que eram usados, principalmente, para o combate das doenças pinta preta e podridão �loral, substituindo-os por outros defensivos, como os à base de cobre e as estrobilurinas, além de reforçar as medidas de manejo do pomar. O Fundecitrus conta, desde 2001, com um comiê técnico que0 com base nas exigências dos mercados consumidores, estabeleceu uma lista de defensivos PIC (Produção Integrada de Citros). O grupo é composto por representantes do setor produtivo, pesquisadores e técnicos que têm como papel o permanente trabalho

de identi�icar os melhores compostos e os níveis de resíduos aceitos pelo mercado, respeitando a legislação �itossanitária do Brasil. O comitê foi convocado extraordinariamente para apreciar a exigência dos Estados Unidos, onde o princípio ativo do carbendazim não tem registro para citros, embora seja usado em outras culturas, e tomou a decisão de excluir o carbendazim e o tiofanato-metílico da lista PIC, mesmo reconhecendo que a substância é permitida na legislação brasileira. Essa medida pôde ser tomada pela existência de produtos e técnicas alternativas que possam substituir os dois compostos. Para reduzir impacto da mudança o

Fundecitrus irá reforçar junto ao produtor as orientações de estratégias de manejo envolvendo tratos culturais e tecnologias de aplicação de produtos, por meio de palestras, materiais de conscientização e atendimento de engenheiros nas propriedades, com o intuito de preparar o citricultor para a próxima safra. “A retirada do carbendazim do pomar não deve afetar signi�icativamente o manejo este ano, pois a safra está no �im e a maioria das aplicações já foi realizada. As próximas pulverizações com fungicidas deverão ocorrer dentro das mudanças propostas”, diz o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco. De acordo com o Monaco, o desa�io da suspensão do produto deve ser olha-

do como oportunidade para demostrar a qualidade e a competência do setor produtivo. “Para um agronegócio que depende da competitividade na exportação temos que ter a consciência de que o mercado seleciona seu fornecedor.” Ele lembra ainda que a exclusão de compostos químicos é comum na citricultura e todas as demais culturas passam por esse processo. “Outros produtos já foram banidos da produção de citros anteriormente, sendo substituídos por outros mais e�icientes ou para cumprir exigências sanitárias e de mercado. Temos que cuidar de manter nossa competitividade e qualidade, características que nos levaram a ser o maior exportador de suco concentrado”, a�irma.

Pesquisadores de Taiwan estudam melancia transgênica

Com produção maior, colheita de citros pode se estender até março

A produtividade do cultivo da melancia diminui signi�icativamente em virtude de várias doenças virais. Para evitar essas perdas, a equipe do pesquisador da National Chung Hsing University de Taiwan, Ching-Yi Lin, desenvolveu uma melancia genétîcamente modi�icada resistente a alguns tipos de vírus. Eles colocaram em um único gene fragmentos provenientes do vírus da mancha prateada, vírus do mosaico do pepino, vírus da mancha verde do pepino e vírus do mosaico da melancia. Por meio da bactéria do solo Agrobacterium tumefaciens os cientistas inseriram esse gene em uma cultivar de melancia. A modi�icação genética foi con�irmada por meio de análises de laboratório e as variedades da planta que foram expostas às doenças causadas pelos vírus apresentaram resultados promissores de resistência.

Segundo pesquisas do Cepea, a colheita de laranja da safra corrente (2011/12) será �inalizada mais tarde neste ano. Um dos motivos é o maior volume produzido no estado de São Paulo – 375,7 milhões de caixas de 40,8 kg, 26,6% acima do colhido na temporada anterior, segundo a Conab em parceria com a Secretaria paulista de Agricultura. Além disso, a maturação da fruta ocorreu mais tardiamente. Outro motivo para o atraso na intensi�icação da colheita foi o fato de as indústrias processadoras terem iniciado o fechamento de contratos apenas a partir de junho, postergando até mesmo a colheita das precoces. A região de Limeira, por exemplo, é a que ainda tem maior volume a ser colhido, com os trabalhos podendo se estender até março.

Nematóides podem ser controlados com plantas de cobertura Os nematóides são um grave problema para a agricultura em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Eles acometem praticamente todas as grandes regiões produtoras do país e são responsáveis por perdas totais da produção em algumas culturas. Segundo o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), a solução desse problema pode ser a rotação de culturas, uma técnica simples e fácil de colocar em prática. Segundo os pesquisadores Ademir Calegari e Andressa Cristina Machado, diversos estudos já foram feitos na área,

mas nenhum com a abrangência do que vem sendo conduzido no Iapar. “Nós estamos estudando o maior número de espécies de plantas de cobertura para controle da maior quantidade de nematóides”, diz Calegari. Andressa Machado salienta que dados preliminares mostraram que algumas espécies de crotalária, guandu anão Iapar 43 e o milheto diminuíram em até 80% a população de nematóides. “É sempre bom lembrar que não é possível exterminálos completamente, mas é possível controlá-los”, rati�ica a pes-

quisadora, que fornece outro dado preocupante. “O prejuízo pode chegar a 60% em áreas mais suscetíveis, como propriedades irrigadas ou com solos mais leves”. Eles a�irmam que para ter sucesso o produtor deve seguir alguns passos. “Antes de qualquer coisa, fazer um diagnóstico do tipo de nematóides e de solo na propriedade. Depois é preciso fazer um histórico da área, das cultivares já plantadas e de quais espécies de nematóides já habitaram aquele local”, elenca Calegari. Ele a�irma ainda que

em seguida é só seguir uma estratégia para enfrentar o problema. O pesquisador reforça que a falta de rotação de cultura é uma das principais razões para o nematóides ter avançado tanto nas lavouras paranaenses. Para eles o produtor, muitas vezes, deixa de fazê-la por questões econômicas e paga um preço alto por isso. “Em algumas ocasiões, o agricultor percebe que há uma queda na produtividade, mas não relaciona com nematóide. Quando ele se dá conta da situação, a infestação já é grande

demais”, declara Andressa Machado. Para ela, o certo é tomar providências preventivas, antes que a situação �ique crítica, porque o nematóide é de di�ícil controle. Nesse contexto, entra a rotação de cultura. “Sempre falamos de plantas de cobertura nesse evento, mas é a primeira vez que vamos relacionar esse tema a controle de nematóide durante a Show Rural. Queremos, com isso, contribuir para que o Paraná não sofra com essa doença como ocorre em outros estados”, esclarece Calegari.


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Agrícola

Manejo de solo adequado gera aumento da produtividade

FRUTICULTURA

Piauí vai produzir frutas exóticas no sertão Dos dez tipos de fruteiras exóticas que a Embrapa vem testando em sua fazenda experimental de São João do Piauí, a 450 quilômetros de Teresina, pelo menos uma, o figo, apresenta desenvolvimento satisfatório e indica condições de ser produzido na região em escala comercial. Segundo o pesquisador Lúcio Flávio Lopes Vasconcelos, responsável pela pesquisa, a lichia e a pupunha, que também estão sendo testadas na fazenda, têm apresentado resultados satisfatórios, mas há necessidade de um período maior para uma avaliação definitiva. Fruteiras como pera, oliveira, pêssego, ameixa e maçã até agora não conseguiram se adaptar ao solo e ao clima da região. Lúcio Flávio, que desde 2008 comanda as pesquisas em São João do Piauí, acredita que figo, pupunha e lichia terão rendimento suficiente para garantir o cultivo de grandes áreas no futuro. “O figo já entrou em seu segundo ano de produção, chegando a 20 toneladas por hectare. É um resultado animador“, acrescenta. Originária da Arábia, de onde foi difundida para a Euro-

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pa e para a América, a figueira é uma das mais antigas espécies cultivadas. É uma árvore bastante ramificada com até dez metros de altura, mas que raramente ultrapassa os três metros, em função de podas drásticas constantes. Sua vida útil está em torno de 30 anos. O figo é consumido verde, na forma de doces, e maduro, ao natural. É rico em açúcar, contém sais minerais, cobre, potássio, magnésio, sódio e zinco e se destaca também por ser um dos frutos de clima temperado que possui mais cálcio. No Brasil, o figo é produzido no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. A experiência com a pupunha começou há apenas um ano e meio, mas o desenvolvimento da planta já anima o pesquisador. A pupunheira é uma palmeira que pode atingir a 20 metros de altura e é utilizada pela agroindústria do palmito. Dada a sua boa adaptação a solos pobres, excelente resposta ao manejo, precocidade, perfilhamento e qualidade do palmito a plantação vem se consolidando como negócio viável. A lichia, outra fruteira que vem se adaptando bem no sertão do Piauí, é originária da China, onde é considerada a fruta

nacional. É uma árvore subtropical com até 12 metros de altura e de grande longevidade. Os frutos são produzidos em cachos e podem ser consumidos ao natural, para a fabricação de sucos, entre outros. Lúcio Flávio ainda não se deu por vencido em relação às outras fruteiras. No caso da maçã, por exemplo, ele pretende esperar mais uns dois anos para uma melhor avaliação e depois mexer na fisiologia da planta. “A maçã é cultivada em regiões frias, bem diferentes da nossa. Talvez tenhamos que alterar sua raiz para uma melhor adaptação”, explica. Em relação às experiências com oliveiras, o pesquisador da Embrapa diz que é preciso esperar mais, pelo menos até 2015, quando se completará o período necessário de seis anos. A experiência com este tipo de fruta em São João do Piauí começou em 2009. A oliveira é um a planta de clima temperado quente. Seu fruto, a azeitona, é utilizado para produzir o azeite de oliva, obtido do processamento de seu caroço. O Brasil é totalmente dependente da importação para o abastecimento interno de azeitonas e azeite.

Com a adoção de boas práticas de manejo do solo, o produtor passa a perceber o aumento da matéria orgânica, que é o principal reflexo de um solo bem manejado. Entre os aspectos positivos está a maior quantidade de matéria orgânica que contribui para menor liberação de gás carbônico para a atmosfera e aumenta a cobertura do solo, protegendo o solo contra a erosão. Segundo o pesquisador da Embrapa, Rodrigo Arroyo Garcia, nos últimos 30 anos, houve grandes avanços na adoção, pelos produtores, de práticas conservacionistas, principalmente o Sistema Plantio Direto (SPD). Esse sistema é uma das técnicas agrícolas sustentáveis do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O SPD possui como fundamentos as seguintes ações: não revolvimento do solo, a manutenção do solo coberto permanentemente e a rotação de culturas. Sorgo, crotalárias e braquiárias são exemplos de espécies que se enquadram no

sistema e trazem benefícios para a biologia, fertilidade e física do solo. A crotalária quando cultivada na safrinha, após a colheita da soja, pode aumentar em 120kg/ha a quantidade de nitrogênio no solo. As práticas conservacionistas resultam em ganhos, como controle de nematoides; aumento da fertilidade, o que reduz a necessidade de aplicação de adubos; diminuição da pulverização; e maior resistência das lavouras às diversidades climáticas. “Com o passar dos anos, o manejo do solo traz ganhos econômicos para o produtor rural. Mas ele precisa ter persistência, porque os resultados são vistos ao longo dos anos”, afirma o pesquisador, que destaca também a importância da busca por informações sobre as tecnologias para aumentar a rentabilidade e conservar o solo. “E uma das formas é através de práticas conservacionistas que não aumentam o custo de produção”, diz Arroyo.

Parceria favorece pesquisa em produção de sementes de hortaliças Em dezembro, o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, realizou uma visita técnica ao Chile com o objetivo de conhecer melhor a situação da produção de sementes de hortaliças, identificar as demandas por projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação do país andino e estabelecer parcerias para a área de transferência de tecnologias. Entre os dias 12 e 16 de janeiro, o pesquisador reuniu-se com empresas produtoras de sementes de hortaliças e com docentes de renomadas instituições de ensino como a Universidad Católica de Chile e a Universidad Católica de Valparaíso. Recebido pelo professor Samuel Contreras, em Santiago, e pela professora Patricia Peñaloza, em Valparaíso, ele aproveitou a visita para proferir palestras sobre “a produção de hortaliças e o mercado de sementes no Brasil” para docentes e acadêmicos de am-

bas as instituições de ensino. De acordo com o pesquisador, o Chile é um tradicional exportador de sementes de hortaliças, com um mercado no valor de US$ 115 milhões. Entre as razões para o crescimento do país no segmento sementeiro estão as condições climáticas favoráveis e a alta capacitação técnica. “Economia e política estabilizada, além de infraestrutura para exportação, também são fatores que contribuem para que o Chile assuma um novo patamar neste setor”, acrescenta. Acerca da nova parceria, o pesquisador pontua que “abre possibilidades de cooperação nas áreas de melhoramento genético e de tecnologia e fisiologia de sementes para a Embrapa Hortaliças”. Para 2012, o trabalho conjunto entre a Embrapa Hortaliças e as universidades chilenas prevê a elaboração de um projeto de pesquisa e visitas técnicas de profissionais brasileiros dirigidas a produtores e empresários chilenos.


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Anvisa publica novos critérios para registro de agrotóxicos A partir de agora, metodologia adotada terá que ser semelhantes às de outros países

Agência Brasil Os estudos sobre resíduos de agrotóxicos em alimentos, elaborados pelas empresas para registrar esse tipo de produto no Brasil, terão que seguir metodologias semelhantes às adotadas internacionalmente.

A norma, publicada no dia 23 de janeiro, fixa todas as condições técnicas a serem observadas pelas empresas na condução dos estudos de resíduos de agrotóxicos em alimentos, tais como: critérios para preservação de amostras, apresentação de estudo de estabilidade de

agrotóxico na cultura e curva de dissipação. Com esse regulamento, a Anvisa espera garantir mais segurança na condução das análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos. De acordo com o diretor da agência, Agenor Álvares, os es-

tudos de resíduos elaborados em condições insatisfatórias ou inadequadas aumentam o custo e o tempo de análise dos produtos. O novo regulamento é uma atualização da Resolução RDC 216/ 2006 da Agência. Com essa norma, os estudos de resíduos de agrotóxicos em alimentos passam a seguir as recomendações metodológicas do Codex Alimentarius, programa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o registro de agrotóxicos é feito pelo Ministério da Agricultura, órgão que analisa a eficácia agronômica desses produtos. Porém, a anuência da Anvisa e do Ibama é requisito obrigatório para que o agrotóxico seja registrado. A Anvisa faz a avaliação toxicológica dos produtos quanto ao impacto na saúde da população e estabelece os limites máximos de resíduos em alimento, bem como, o intervalo de segurança que deve ser observado entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita. Já o Ibama observa os riscos que essas substâncias oferecem ao meio ambiente.

Proibição A agência quer proibir o uso de dois agrotóxicos no país. A consulta pública, aberta no dia 23 de janeiro, propõe banir o parationa metílica e o forato do mercado brasileiro. Segundo a agência, estudos científicos mostram que as substâncias fazem mal à saúde. O parationa causa problemas no sistema endócrino, transtornos psiquiátricos e afeta o desenvolvimento do embrião e do feto na gravidez. O inseticida é usado no controle de pragas nas plantações de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo. O forato aumenta o risco de diabetes na gestação e atinge o sistema respiratório, podendo levar à morte com a exposição a baixas doses. É autorizado para o combate de parasitas e insetos nas lavouras de algodão, amendoim, café, feijão, milho, tomate e trigo. Os dois produtos já são proibidos na Comunidade Europeia e utilizados com restrições nos Estados Unidos. As consultas ficam abertas até março, período em que a população pode opinar sobre o banimento dos agrotóxicos.

Unesp cria sistema de classificação de agrotóxicos Ferramenta tem por objetivo aumentar a responsabilidade no uso de fitossanitários Uma equipe da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp desenvolveu um sistema de classificação de agrotóxicos quanto à redução de ‘deriva’ na aplicação. Deriva é a porção do produto químico aplicado que não atinge o alvo desejado, podendo se depositar em áreas vizinhas, com potencial impacto ao ambiente. Os pesquisadores analisaram não apenas os agrotóxicos, mas toda a técnica de aplicação de cada produto, o que inclui os adjuvantes (substâncias adicionadas ao defensivo agrícola para facilitar sua aplicação, aumentar a eficiência ou diminuir riscos) e também

as pontas de pulverização (responsáveis por distribuir as gotas contendo os agrotóxicos nas lavouras). Apesar de existir no mercado uma quantidade grande de agrotóxicos, adjuvantes e pontas de pulverização, os consumidores destes produtos têm dificuldade para escolher, segundo explica o autor do trabalho Fernando Kassis Carvalho, estudante de mestrado da FCA. “Não existe no Brasil uma classificação dos produtos em relação à redução de risco de deriva”, diz. “O acesso a essas informações evitaria que o agricultor adquirisse produtos que não cum-

prem as funções esperadas.” Segundo o professor da FCA Ulisses Antuniassi, co-autor do estudo, o sistema de classificação vai além de transmitir ao produtor segurança na hora da escolher uma técnica de aplicação. “A classificação é uma ferramenta para aumentar a sustentabilidade e a responsabilidade no uso de produtos fitossanitários”. Os pesquisadores analisaram a espessura das gotas geradas durante as pulverizações - quanto mais finas, mais sujeitas à deriva porque podem ser carregadas a grandes distâncias. A partir de testes feitos em um

túnel de vento, os pesquisadores da FCA criaram uma escala que atribui estrelas a cada técnica de aplicação em função dos resultados obtidos. “A quantidade de estrelas que uma técnica recebe indica a capacidade em reduzir deriva”, explica Antuniassi. “Como exemplo, uma técnica classificada com três estrelas proporcionaria uma redução no risco de deriva maior do que 75% com relação a um método de aplicação padrão”. A expectativa é que essa classificação seja, no futuro, impressa no rótulo ou bula do agrotóxico, servindo como base para a tomada de decisão

sobre o tipo de técnica que deverá ser empregada. “Se uma aplicação será feita em região próxima a uma área urbana ou a um curso d’água, a recomendação é o uso de um agrotóxico cujo rótulo indique uma técnica de três estrelas, e esta ressalva deverá constar da receita agronômica [prescrição e orientação técnica para o uso do produto]”, exemplifica o professor. Em locais mais distantes a regiões de maior sensibilidade aos impactos causados pelos agrotóxicos, o uso de técnicas de uma ou duas estrelas poderia até ser aceitável, dizem os cientistas.


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BIBLIOTECA EMBRAPA

Cientistas desenvolvem laranja transgênica resistente a insetos Resultados de testes devem aparecer em um ano

Nova publicação da Embrapa aborda rumos da citricultura A Embrapa Mandioca e Fruticultura acaba de lançar o livro “Citricultura brasileira em busca de novos rumos – Desa�ios e oportunidades na região Nordeste”. Atualmente o Brasil é o primeiro produtor mundial de citros e o maior exportador de suco concentrado e congelado de laranja doce. Apesar disso, o consumo per capita na form Os editores técnicos são os pesquisadores Clóvis Oliveira de Almeida e Orlando Sampaio Passos. Participam ainda como autores os pesquisadores Walter dos Santos Soares Filho e Almir Pinto da Cunha Sobrinho. “A citricultura brasileira precisa ter um novo modelo de desenvolvimento, mais diversi�icado e menos dependente do mercado externo de suco, que foi e continua sendo o seu principal produto”, a�irma Clóvis Almeida. A preocupação se justi�ica: no âmbito externo, o suco de laranja vem perdendo espaço para outros sucos. Vulnerabilidade

A forte concentração da produção no estado de São Paulo tem sido fonte de preocupação para os estudiosos, pois a incidência de doenças como o huanglongbing (HLB) – a mais severa da citricultura em todo o mundo – pode tornar a produção vulnerável. Uma alternativa seria o Nordeste, que tem condições adequadas ao cultivo de diferentes espécies e variedades cítricas e, consequentemente, potencial para expansão da cultura. “A multiplicidade de

climas e solos dá a esta região certo privilégio, mas o ponto mais importante é a baixa incidência de doenças”, a�irma Orlando Passos. A citricultura brasileira também apresenta expressiva concentração de variedades copas e porta-enxerto utilizadas. Estima-se que o limoeiro Cravo responda por mais de 85% dos porta-enxertos, enquanto a laranjeira Pera é a variedade copa predominante. Em casos de doenças e pragas importantes, a monocitricultura pode causar forte impacto na sustentabilidade da cultura. Capítulos

O conteúdo da publicação, ricamente ilustrada com fotogra�ias, tabelas e grá�icos, está dividido em sete capítulos: Produção brasileira de citros de uso industrial; O setor de processamento de suco; O mercado externo de frutas cítricas de mesa; O mercado interno de frutas cítricas de mesa; Necessidade de diversi�icação e alternativa de produção; Seleção de cultivares porta-enxertos para o nordeste brasileiro; e Comportamento de variedades cítricas na região da Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Nordeste do Brasil. Os interessados em adquirir o livro – que tem o custo de 30 reais mais despesas de postagem – podem entrar em contato com a Casa do Cliente da Embrapa Mandioca e Fruticultura pelo telefone (75) 3312-8042 ou email nco@cnpmf.embrapa.br.

Cientistas da Universidade de Cornell, Estados Unidos, desenvolveram laranjeiras geneticamente modi�icadas que oferecem resistência a uma doença bacteriana que tem ameaçado a produção de cítricos em todo o mundo. As árvores foram modi�icadas para serem imunes ao Diaphorina citri, inseto responsável pela transmissão do greening da laranja, doença que faz com que os frutos �iquem permanentemente verdes, com gosto amargo, medicinal e azedo.

Kerik Cox e Herb Aldwinckle, pesquisadores envolvidos no estudo, identi�icaram alguns genes que naturalmente expressavam a característica inseticida em bactérias, fungos e plantas conhecidas por afastarem alguns tipos de insetos. Posteriormente, por meio da biotecnologia, os possíveis genes de resistência ao inseto vetor do greening foram inseridos em plantas de tomate para testar sua e�iciência. Uma vez que alguns tomateiros apre-

sentaram a característica desejada, os genes foram transferidos para uma variedade de laranja. Aldwinckle espera que os resultados dos primeiros testes com as laranjeiras transgênicas estejam disponíveis em um ano. O greening foi identi�icado inicialmente na Flórida em 2005 e, desde então, espalhou-se por todos os países produtores de frutas cítricas. O atual combate ao Diaphorina citri é feito por meio do uso de inseticidas e do corte de árvores contaminadas.

CONSUMO

Brasil deve consumir 50 milhões de toneladas de milho Em seu último relatório, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou um consumo de 50,0 milhões de toneladas de milho no Brasil em 2011/2012. A produção interna é estimada em 59,2 milhões de toneladas, mas este número deve ser revisado para baixo nos próximos relatórios.

Este volume, somado aos estoques de passagem, de 9,5 milhões de toneladas, e as importações, estimadas em 500 mil toneladas, resultaria em uma oferta de 69,2 milhões de tonelada do grão no Brasil nesta temporada.

Na avaliação da Scot Consultoria, isso signi�ica que o país precisa exportar pelo menos 9,2 milhões de toneladas de milho para manter os estoques �inais próximos de 10,0 milhões de toneladas. Em 2011, o Brasil exportou 9,5 milhões de toneladas. O Irã foi o principal importador do milho brasileiro. O país comprou aproximadamente 1,9 milhão de toneladas do grão, ou 20,1% do total embarcado.


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SAFRA

Doenças na soja:

período de chuvas exige atenção do produtor

Os sojicultores do CentroOeste devem ficar atentos às chuvas que caem na região nesta época do ano. Com as águas, aumenta o risco de ocorrência das doenças fúngicas, que estão entre os principais fatores que limitam a obtenção de rendimentos elevados. A importância econômica de cada enfermidade varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. Algumas doenças, quando em condições favoráveis, podem ocasionar perdas significativas. O pesquisador da Embrapa Cerrados, Angelo Sussel, explica que a sucessão de dias chuvosos com precipitações acentuadas, associada à alta umidade do ar,

favorece a ocorrência de epidemias como a mancha-alvo, antracnose, ferrugem, mofo-branco e doenças de final de ciclo, como a mancha-parda e a manchapúrpura, ou crestamento foliar. “Isso exige maior atenção dos produtores quanto ao monitoramento”, explica. Ele salienta que todo processo de manejo de pragas e doenças começa com a escolha da variedade a ser cultivada, dando-se preferência àquelas que apresentem resistência genética e melhor adaptação ao local de cultivo. As práticas culturais são o segundo ponto a ser levado em conta, observando-se a correção do solo, a irrigação, a densidade de plantas, a utilização de sementes certificadas e o

tratamento destas, o momento certo de aplicação dos defensivos e a escolha correta dos fungicidas a serem aplicados. No caso da ferrugem, monitorar a severidade da doença é a prática de maior importância no manejo durante todo o ciclo da cultura. “Nesse sentido, o treinamento do produtor e da mão-de-obra que executará o serviço, aliados à observação do clima e dos sistemas de alerta, permitirão definir o momento correto da aplicação dos fungicidas, aumentando assim sua eficiência”, explica Sussel. Já doenças como cancroda-haste, mancha-olho-de-rã e pústula-bacteriana são vistas em menor proporção no campo devido à ampla utilização de variedades resistentes desenvolvidas pelos programas de melhoramento no Brasil. Mas o pesquisador explica que quando não se conhece a base genética das sementes que estão sendo plantadas, corre-se o risco de utilizar material desenvolvido sem os genes de resistência para essas doenças. Isso pode levar a epidemias de enfermidades antes tidas como secundárias, o que exige aplicações de fungici-

das que seriam desnecessárias caso fossem utilizadas sementes certificadas. Atualmente, o mofobranco tem sido motivo de preocupação entre os produtores. O uso de sementes certificadas nas áreas de plantio evita a introdução da nova doença. Isso vale não apenas para as sementes de soja, mas também para as sementes de feijão, algodão, girassol e de plantas utilizadas na adubação verde, como o nabo forrageiro. “Além da rotação de culturas e utilização de forrageiras para proteção de solo e formação de barreira física contra a dispersão do fungo, o controle biológico é outra ferramenta disponível para o manejo do mofobranco, com a utilização do fungo Trichoderma, visando reduzir a viabilidade dos escleródios [estruturas de resistência do mofobranco], não permitindo que eles germinem, esporulem e infectem novas plantas”, acrescenta Sussel. Entretanto, o pesquisador enfatiza que o melhor manejo é impedir a entrada do mofo-branco na área. Similar ao mofo-branco, a mancha-alvo vem apresentando crescente severidade nos últimos anos, causando, em algu-

mas regiões, perdas semelhantes às da ferrugem. Aliado às condições favoráveis à ocorrência das duas doenças, o número reduzido de fungicidas para o controle dificulta a rotação de princípios ativos, prática fundamental para evitar a seleção de indivíduos resistentes ao produto químico. Monitoramento Segundo o site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), até o dia 18 de janeiro de 2012 foram registradas 75 ocorrências de ferrugem no Brasil, sendo que mais da metade está localizada na região Centro-Oeste. Os informativos apresentados no início de janeiro já indicavam alto risco climático para o estabelecimento de epidemias na região, prognóstico confirmado com os registros obtidos posteriormente. “Essa é uma ferramenta versátil para o manejo de doenças, pois informa com antecedência ao produtor a possibilidade de ocorrência de epidemias em sua região. Mas não se pode descartar a importância do monitoramento constante da doença na lavoura”, observa Sussel.


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Qualidade

JORNAL ENTREPOSTO

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Um jornal a serviço do agronegócio

Chegou a vez da melancia Anita de Souza Dias Gutierrez Hélio Satoshi Watanabe CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A melancia faz parte da história da humanidade. Elas eram colocadas no túmulo dos faraós para alimentá-los depois da morte. O seu centro de origem mais provável é o Deserto de Kalahari, na África. Ela foi registrada no Egito 5.000 anos antes de Cristo, na China no século XI, na Europa no século XIII e na América no século XIV. Nos últimos tempos a fruta tem ocupado espaço na imprensa, com a melancia quadrada no Japão e a explosão (literal) de melancias na China. A primeira façanha já foi repetida no Brasil, deixando o fruto crescer dentro de um recipiente que molda o formato e tamanho. É interessante notar que a fruta, depois de um tempo fora da forma, começa a arredondar, retomando seu formato natural. Ainda não existe explicação plausível para a explosão das melancias, que assustou e prejudicou os produtores chineses.

A evolução da produção de melancia entre 1970 e 2009 é impressionante: • A produção total de melancia cresceu de 18 milhões para 88 milhões de toneladas; • A população mundial passou de 2,5 bilhões para 6,9 bilhões de pessoas;

• A produção chinesa cresceu 13 vezes, passando de 5 milhões para 65 milhões;

• A produção brasileira cresceu de 247 mil para dois milhões de toneladas;

• O comércio internacional cresceu de 212 mil para 2,3 milhões de toneladas, entre 1970 e 2009; • A China domina a produção mundial de melancia e a sua participação cresce a cada ano;

• A participação da China na produção mundial cresceu , entre 1970 e 2009, de 23% para 74% e a do Brasil, o quarto maior produtor, de 1% para 2,33%; • Os Estados Unidos estão entre os maiores países produtores (2%), exportadores (22%) e importadores (8%) de melancia;

• A China é o maior produtor (74%), o segundo maior importador (13%)e exporta uma pequena parte da sua produção (2,52%); • O México e a Espanha são responsáveis por 40% das exportações de melancia.

O IBGE registrou em 2010 a produção de melancia em 25 estados brasileiros, sendo 15 responsáveis por 95% da produção. São dois milhões de toneladas em 68.679 hectares. Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e São Paulo são os maiores produtores, com 55% da produção. A participação dos diferentes locais de produção de melancia mudou muito entre 1990 e 2010. A participação do Rio Grande do Sul, estado brasileiro de maior produção, caiu de 22% para 16%. A participação de São Paulo caiu de 12% para 9%, a da Bahia de 21% para 16%. Por outro lado, Goiás dobrou a sua participação no mesmo período, passando de 6% para 13%. Paraná, Rio Grande do Norte, Tocantins, Pará, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Piauí mais que dobraram a sua participação na produção brasileira. Os dez maiores estados produtores responderam por 74% da produção em 1990 e por 82% em 2010.

Evolução de produção em toneladas dos dez maiores produtores Estado RS BA GO SP PR PE PA TO RN PI

1990

2010

33.417 31.870 9.587 17.119 926 4.587 3.284 2.060 942 6.348

346.454 338.365 268.530 191.884 114.742 103.625 92.875 87.224 76.872 67.023

Evolução da participação % dos dez estados maiores produtores

Evolução da produção dos países maiores produtores

Estado

1990

2010

RS BA GO SP PR PE PA TO RN PI

22,62 21,57 6,49 11,59 0,63 3,11 2,22 1,39 0,64 4,30

16,86 16,47 13,07 9,34 5,58 5,04 4,52 4,24 3,74 3,26

3

As normas de classificação da melancia do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticulturaestão disponíveis para os interessados. Agora é

possível caracterizar, de maneira objetivae transparente, o grupo varietal, o tamanho e a qualidade da melancia no momento da sua comercialização.


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Qualidade

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Ofereça a seu varejista Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado

As normas de classi�icação da melancia

Evolução da participação % por estado entre 1990 e 2010 Estado

1990

2010

Goiás Paraná Rio Grande do Norte Tocantins Pará Amazonas Ceará Pernambuco Minas Gerais Piauí Mato Grosso do Sul Maranhão São Paulo Mato Grosso Santa Catarina Bahia Rio Grande do Sul

6,58 0,64 0,65 1,41 2,25 1,21 0,49 3,15 1,21 4,36 3,04 4,27 11,75 4,41 5,79 21,87 22,93

13,08 5,59 3,74 4,25 4,52 3,23 2,45 5,05 2,87 3,26 1,28 2,10 9,35 0,85 2,17 16,48 16,88

Participação % dos maiores estados produtores em 2010 Estado RS BA GO SP PR PE PA TO RN PI AM MG CE SC MA

Toneladas Hectares

1990 11,47 10,93 3,29 5,87 0,32 1,57 1,13 0,71 0,32 2,18 0,60 0,60 0,24 2,89 2,14

145.734 96.477

1995 7,77 5,44 3,99 4,92 1,22 18,33 0,87 0,48 0,34 1,28 0,82 0,37 0,18 1,48 1,05

254.412 86.238

2000 9,10 9,43 3,84 5,40 2,37 2,70 1,45 2,14 1,18 1,16 1,79 1,02 0,29 2,37 2,07

226.788 81.022

2005 12,89 4,65 3,43 6,06 2,42 2,46 1,85 2,81 2,45 1,64 0,48 1,60 0,67 1,41 1,09

1.637.428 79.683

A produção de melancia foi registrada em 25 estados brasileiros em 2010

2010 8,44 8,24 6,54 4,67 2,79 2,52 2,26 2,12 1,87 1,63 1,62 1,43 1,23 1,09 1,05

2.052.928 68.679

Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825 / 3643-3827/ 3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br

Evolução 98,84 779,63 479,30 200,58 100,76 167,89 401,74 60,37 137,25 -25,05 -57,98 -50,91 -20,43 -80,81 -62,47 -24,63 -26,40

Pî S-GRADUA‚ Ì O lAtU seNsU em • AGRONeGî ciO • AmbiêNciA e bem-estAR De ANimAis De pRODU‚ Ì O • eDUcA‚ Ì O AmbieNtAl • meiO AmbieNte

Toneladas 2010 346.454 338.365 268.530 191.884 114.742 103.625 92.875 87.224 76.872 67.023 66.379 58.820 50.324 44.586 43.043

O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo é de quatro horas e fornece noções de �isiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Inscreva os seus compradores no 1º módulo de FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM FLV.

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Qualidade

A couve-chinesa na Escola do Sabor Mais conhecida no Brasil como acelga, será a primeira verdura trabalhada no projeto

Ana Paula do Nascimento Farias Fabiane Mendes da Camara CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O objetivo principal do projeto Escola do Sabor, parte do planejamento estratégico da Ceagesp, é provocar mudanças nos hábitos alimentares das crianças através da introdução, Por meio de brincadeiras, jogos e degustação de frutas e hortaliças com di�iculdade de aceitação na alimentação escolar. A parceira do trabalho foi a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, nos em 2010 e 2011. A introdução de mandioca, batata doce, beterraba, chuchu e goiaba foi um grande sucesso, constatado pela crescente aceitação, consumos e apreciação sensorial, demonstrada pelas crianças, resultado de atividades como

o�icinas de culinária, jogos, atividades artísticas, compreensão da cadeia de produção de frutas e hortaliças, plantio de horta entre outras atividades. Cada produto é trabalhado durante três meses a e a sua aceitação avaliada semanalmente. A couve-chinesa (Brassica chinensis L.) mais conhecida no Brasil como “acelga”, da família das brássicas, como a couve-�lor, couve comum, repolho e brócolis, será o primeiro produto de 2012. A ‘couve-chinesa” é originária do continente asiático e existem registros do consumo desde o século 5 antes de Cristo. Ela chegou ao Brasil só no começo do século 20. A acelga (Beta vulgaris L. var. cycla L.) verdadeira é da família das quenopodiáceas, assim como a beterraba e o espinafre. É uma planta folhosa e alta, com talos grossos e crocantes em vermelho, branco ou

amarelo e folhas verdes e largas, com formato de um leque. A acelga chinesa, conhecida como “bok choy” pelos americanos, também pertence ao gênero das brássicas e possui aparência marcante: folhas verdes e desordenadas que contrastam fortemente com talos brancos lisos e suculentos. As folhas da couve-chinesa podem ser consumidas cruas ou cozidas em sopas, tortas, misturadas no arroz e na salada (folhas cruas). Seu uso é muito comum na cozinha oriental, no preparo de sopas e empanados, além de ser um ingrediente importante do sukiyaki, espécie de refogado feito com pedacinhos de carnes fritos e hortaliças (couve-chinesa, cebola, repolho e pimentão) temperados com molho de soja, saquê, açúcar, e glutamato monossódico. A couve-chinesa é boa fonte de ácido fólico, vitamina pertencente ao complexo B (essencial para a formação das células do sangue), de vitamina A (indispensável para a normalidade da visão, conserva a saúde da pele, cabelo e das mucosas, auxilia no crescimento e faz parte da formação do esmalte dos dentes), de vitamina C (necessária à prevenção do escorbuto e manutenção da saúde da pele, gengivas e vasos sanguíneos), de cálcio (importante na formação e manutenção de ossos e dentes) e de potássio (evita a fraqueza muscular e controla os batimentos cardíacos). Assim como outras hortaliças do grupo das brássicas, ela contém glicosinolatos, que além de conferir a hortaliça o sabor picante, inibem alguns fatores que podem levar a doenças cardiovasculares e há estudos que indicam a prevenção de certos tipos de cânceres. No início do período letivo será apresentado para a equipe da Nossa Turma (coordenação, professoras e merendeiras) material de apoio contendo dados sobre a cadeia de produção e comercialização da couve-chinesa, além de material lúdico para aplicação em sala de aula e receitas para o�icina culinária com as crianças envolvidas no projeto. Essa etapa é essencial para a sensibilização da equipe da escola e para a de�inição das estratégias na introdução do produto com sucessos no cardápio escolar.

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EUA barram suco de laranja brasileiro por causa de fungicida Sabrina Leite de Oliveira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O órgão regulador para alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA) divulgou no começo do ano a ocorrência do fungicida carbendazim no suco de laranja concentrado exportado pelo Brasil. O carbendazim é registrado para laranja nos Ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente para combater a pinta preta e a podridão �loral. Embora seja aceito nos outros mercados consumidores do suco brasileiro (União Europeia, Japão, Canadá), o carbendazim está proibido nos Estados Unidos desde 2009 e a sua detecção no suco de laranja brasileiro foi considerada, pelos americanos, como uma violação das regras comerciais. O Brasil é o maior produtor mundial de laranja, sendo 85% da sua produção destinada para as indústrias processadoras de suco e 15% para o mercado in natura. O país exporta 1,2 milhão de toneladas de suco de laranja por ano: 70% para a União Europeia e 15% para os Estados Unidos. O Comitê de Defensivos Agrícolas do Fundecitrus, associação mantida por indústrias de suco de laranja e produtores de

laranja, decidiu, no começo de fevereiro, retirar o carbendazim da lista de produtos químicos autorizados pela Produção Integrada de Citros para exportação. A lista não tem força de lei, mas tem a força da união de produtores e industriais no esforço de evitar riscos comerciais para o suco e para a laranja brasileira no mercado internacional. O tiofanato-metílico também foi retirado da lista – a sua degradação pode gerar o carbendazim como metabólito. O Fundecitrus programou ações a �im de preparar o citricultor para a próxima safra e para tentar reduzir o impacto da medida. As palestras de orientações de manejo envolvendo tratos culturais e tecnologias de aplicação de produtos, o desenvolvimento e distribuição de materiais de orientação e conscientização e as visitas de agrônomos às propriedades serão reforçadas. Os lotes irregulares do suco brasileiro, já distribuídos não serão recolhidos. O FDA informou que intensi�icará os testes e bloqueará todos os carregamentos que apresentarem resíduo igual ou acima do limite de quanti�icação do carbendazim de 10 partes por bilhão (ppb). Abaixo do limite de quanti�icação é impossível medir ou con�irmar com precisão a ocorrência do resíduo.


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Qualidade

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O peso das embalagens de anonáceas Thais Soares Wellington Bernardes

CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O comércio das anonáceas, família botânica que abriga a atemoia, a Cherimoia, a graviola e a pinha, movimentou 5.270,558 toneladas na Ceagesp paulistana em 2010, segundo os dados coletados pelo SIEM (Sistema de Informação e Estatística de Mercado). A pinha é o produto com maior volume, 2.927,904 toneladas, seguida pela atemoia com 2.046,987 toneladas. Já a graviola e a cherimóia possuem menor expressão, com 295,631 e 0,036 toneladas, respectivamente. Dos 102 atacadistas responsáveis pelo comércio das anonáceas, apenas 16 detém 81,4% do total. O SIEM estima os pesos líquidos das embalagens para cada produto – três quilos para as caixetas de atemoia e pinha, três quilos para a caixa de cherimoia e sete quilos para a caixeta de graviola. Este procedimento é necessário em virtude do preenchimento incorreto da nota �iscal pelo produtor, que só informa o número de embalagens e não informa o peso líquido da embalagem. O volume de entrada é registrado a partir dos dados da nota �iscal do produtor, recolhida na portaria. O preenchimento incompleto e incorreto da nota �iscal associado à grande diversidade de embalagens é o grande entrave a uma boa

estimativa do volume de anonáceas comercializadas no entreposto paulistano. Conhecendo esta di�iculdade, o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp levantou junto aos atacadistas de anonáceas os tipos de embalagens mais utilizados, seus respectivos pesos, medidas e a proporção de sua utilização na comercialização de cada produto. Na comercialização de atemóia são utilizadas caixas com dois pesos líquidos diferentes na comercialização: 3,7 Kg e 4,5 Kg. O tipo de embalagem varia com a região de origem – as regiões produtoras de clima quente utilizam embalagens de 3,7 Kg e as de clima mais ameno preferem as de 4,5 Kg.

Tipos de embalagens de anonáceas mais usadas no mercado

Pinha Matéria-Prima Tipo Comprimento Largura Altura Peso Proporção

Graviola Matéria-Prima Tipo Comprimento Largura Altura Peso Proporção

Papelão Aberta 41 cm 23 a 26 cm 12 cm 3,5 kg 50 % Madeira Aberta 48 a 53 cm 28 cm 18 cm 5 a 7 kg 100%

Papelão Fechada 42 cm 24 cm 12 cm 3 Kg 16,67 %

Os frutos produzidos nas regiões oeste, norte e noroeste do estado de São Paulo, são considerados provenientes de regiões amenas e os produzidos no Jaíba e outras mais quentes do país como de região quente. Uma outra pesquisa, realizada em 2010, mostrou 54% das embalagens de 3,7 Kg de atemoia com peso abaixo do declarado. O peso das caixas de 3,7 kg variou entre 2,64 K e 3,99 Kg. Nas embalagens de 4,5 Kg, 50% estavam abaixo do peso declarado. O peso das caixas de 4,5 Kg variou entre 4,01 Kg e 6,23 Kg. Um tipo de material de embalagem predomina para cada produto, conforme levantamento de janeiro deste ano: papelão ou madeira. No caso da

Madeira Aberta 24 cm 16 cm 9 cm 1,1 kg 16,67 %

Plástico Aberta 56 cm 36 cm 31 cm 20 kg 16,67%

Matéria-Prima Tipo Comprimento Largura Altura Peso Proporção

Papelão Aberta 41 cm 22 cm 13 cm 3 kg 100 %

Atemóia

Segundo os atacadistas entrevistados, o tipo de embalagem de pinha varia muito com a região de origem do fruto. Na época em que a pesquisa foi realizada, a maior parte das anonáceas era originária da Bahia, estado em que se utilizam embalagens de madeira (caixetas) ou de papelão. Porém, em épocas em que prevalecem mercadorias do estado de São Paulo é mais comum a utilização de embalagens fechadas de papelão. Informações de mercado mais con�iáveis exigem a melhoria do preenchimento da nota �iscal de remessa do produto e a adoção da rotulagem. É bom lembrar que a lei da rotulagem exige a colocação do peso líquido do produto no rótulo da caixa e que a diferença de peso declarado e o real é uma das maiores reclamações dos compradores da Ceagesp.

pinha, mais de 67% das embalagens utilizadas pelos atacadistas são de papelão, variando apenas o desenho da caixa. Na graviola, produto de maior tamanho, 100% das embalagens levantadas são de madeira. Na atemoia, devido à escassez do produto na época da pesquisa, foi encontrado apenas um comerciante, que utiliza embalagem de papelão aberta. No período do levantamento a embalagem mais comum foi a do tipo caixa aberta de papelão ondulado para pinha, porém encontrou-se também caixa de papelão ondulado trapezoidal tampa e fundo. Já para a graviola, encontrou-se apenas caixa de madeira ripada aberta, também conhecida como caixa pregada.

Caixa de papelão aberta

Caixa de papelão fechada

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Embrapa disponibiliza informações sobre produção de pera A Embrapa acaba de divulgar na internet a “Árvore do Conhecimento Pera”, página virtual que faz uma radiogra�ia do processo de produção do fruto. O sistema permite acessar informações sobre as técnicas e procedimentos de cultivo em um único endereço – www. embrapa.br/agencia. O destaque do site é a árvore hiperbólica, sistema que organiza visual e hierarquicamente todo o conhecimento sobre a pera. Trata-se de uma espécie de mapa de conteúdos. Os principais assuntos ligados ao cultivo da fruta – como origem, colheita e doenças – podem ser acessados de maneira fácil, através de ligações entre os temas. O modelo faz o visitante navegar sem perder o contexto da informação. “O diferencial da Árvore do Conhecimento está no fato de toda a informação sobre a cultura �icar concentrada em único lugar, facilitando a vida do visitante”, comenta a analista da Embrapa Clima Temperado, Eliana Quincozes, membro da equipe multidisciplinar responsável pelo desenvolvimento da página virtual. O conteúdo está dividido em três grandes áreas: préprodução, produção e pós-produção. Informações sobre, por exemplo, tipos de cultivares, plantio e a origem do fruto estão presentes. Pera Atualmente, quase toda a pera consumida no país é importada de países como Argentina, Chile e Estados Unidos. “Hoje são consumidas no Brasil cerca de 180 mil toneladas por ano, sendo que produzimos apenas 18 mil toneladas anualmente da fruta”, comenta o pesquisador da Embrapa Clima Temperado José Francisco Pereira, responsável pelo abastecimento de conteúdo da Árvore do Conhecimento. De acordo com o pesquisador, o país não produz a fruta em maior quantidade pela sua inconstância de produção. Para dar frutos, a pereira necessita de um longo período de frio intenso. O plantio é feito nos meses de junho e julho e a colheita ocorre no período de �im de fevereiro a início de março. O mercado interno é favorável, mas exige frutas de alta qualidade a preços competitivos.


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Floricultura

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Holambra terá novo centro atacadista de flores Novidade facilita o contato direto entre produtor, atacadistas e floriculturas A região de Holambra está recebendo mais um centro atacadista no setor de flores, plantas ornamentais, gramas e acessórios florais. O Ceaflor é um empreendimento imobiliário voltado para a implantação de um grande mercado e centros de coleta e carregamento de flores para todo o Brasil, localizado no eixo Holambra. A região, que é conhecida como uma grande produtora de flores, vai sediar a novidade que tem a proposta de agregar diversas frentes de mercado

e abrir espaço para novos investidores. O Ceaflor será formado por empreendedores, empresas e associações ou cooperativas que se dispuserem a aplicar recursos e que serão remunerados com a cobrança de aluguel dos inquilinos deste centro distribuidor, fazendo ou não parte deste mercado, ou seja, podendo atuar como investidor ou locador. No mercado Ceaflor, atacadistas, floriculturas e decoradores têm a possibilidade de um contato direto com o produtor e contar com uma grande

variedade de produtos disponibilizados em um só lugar. A “Ceaflor S.A.” é uma empresa formada pela reunião de ações, ou seja, uma Sociedade Anônima de capital fechado, possibilitando a participação de pessoas físicas, jurídicas, associações ou cooperativas que trabalham no segmento ou investidores de qualquer natureza.

(Rod. Dr. Governador Adhemar Pereira de Barros, Km. 141,5 – Jaguariúna/SP)

Evento de lançamento da pedra fundamental Data: 25 de fevereiro

Local: Lanchonete e Churrascaria Deocléciu’s

Horário: 10h às 14h

Para saber mais visite o site: www.ceaflor.com.br Reserva de boxes e de ações antecipada, entre em contato por e-mail: contato@ceaflor.com.br ou por telefone (11) 3642-1955

Pirataria de flores e plantas prejudica setor de floricultura Novas cores, novas formas, maior durabilidade, alta produtividade. As mais belas flores e plantas ornamentais utilizadas por decoradores ou comercializadas em floriculturas e supermercados são, geralmente, resultado do melhoramento genético. Para produzi-las, entretanto, empresas e agricultores precisam investir em mudas legalizadas, o que nem sempre acontece. A afirmação é da Sociedade Brasileira de Proteção de Cultivares de Flores e Plantas Ornamentais. Chamada de pirataria, essa prática se configura quando produtores ou empresas produzem ou propagam novas variedades sem licenciamento. “As novidades do setor só podem ser cultivadas se adquiridas as mudas legalizadas”, explica a presidente da entidade, Clarice Bocchese da Cunha Simm. Além de praticar pirataria e violar a lei, produtores que

optam por plantar mudas ilegais incorrem em concorrência desleal em relação àqueles que usam as variedades protegidas pela legislação. “Os agricultores legais são os mais prejudicados pela pirataria, pois investiram em contratos de licenciamento junto a empresas melhoristas ou universidades para terem novidades nos seus cultivos”, afirma Clarice Simm. Ao comprar a muda não licenciada, o produtor irregular paga menos pela muda e, com menos custos, vende mais barato, o que coloca o agricultor legal em clara desvantagem. Custo social

Outra consequência do problema é o desaquecimento do setor por conta do desinteresse de empresas melhoristas em relação ao Brasil. “As novas flores e plantas ornamentais que estão no mercado foram desenvolvidas por um melhorista,

também chamado de obtentor. Em função desse trabalho, temos novidades que despertam o consumo”, declara a presidente da Câmara Federal Setorial de Flores e Plantas Ornamentais, Silvia Van Rooijen. A pirataria fecha as portas do Brasil às variedades recém desenvolvidas, pois os melhoristas não desejam a entrada de seus produtos em um país que não respeita o trabalho de melhoramento, cujos resultados podem demorar anos ou décadas. “Os produtores ganham por vender flores mais bonitas, então é natural que se pague pela possibilidade de cultivá-las e de lucrar com elas”. Segundo Silvia, as variedades permitem novos cultivos, o que gera oferta de produtos para atacadistas e floriculturas, terminando por chegar às mãos dos consumidores finais, interessados em flores originais, mais bonitas e duráveis. “Todo esse processo representa

também mais emprego. Quanto mais novidades, mais a floricultura se desenvolve e mais gente é contratada Brasil afora”. Na avaliação da presidente, a pirataria, ao prejudicar a entrada de variedades no país, tem consequências sociais. Clarice Simm ainda acrescenta que o problema freia o investimento na pesquisa nacional, já que os profissionais da área não se sentem estimulados a desenvolver produtos. “A proteção ao trabalho intelectual é fundamental, sendo a única forma de garantir que teremos no mercado produtos de primeira linha e que caminharemos lado a lado com a floricultura mundial”. Suporte técnico

Para o agricultor Franscisco Issao Saito, que produz rosas em Atibaia (SP), o plantio de mudas licenciadas garante mais do que respeito à lei de

proteção de cultivares, implantada no Brasil em 1997. Produtor há mais de 40 anos, ele migrou para as plantas certificadas no início dos anos 2000. “Existe o custo do royalty sim, mas é amortizado porque conseguimos um produto muito melhor. Tenho suporte técnico, novidades e informações que antes tinha de viajar para outro país para receber”, conta. Segundo Saito, as mesmas variedades lançadas na Europa são oferecidas a ele, que planta as novas rosas em sua fazenda. Ao aderir ao plantio de rosas licenciadas, ele pôde receber variedades “top de linha” e ter acesso à orientação especializada. “Por sermos legalizados, conseguimos, por exemplo, visitar fazendas no Equador e na Colômbia e aprender a plantar de forma mais eficiente. A partir desse intercâmbio, conseguimos plantar com informação técnica muito rica”, conclui. Saito.


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Presidente da Conab pede demissão do cargo

CÁ ENTRE NÓS

Agora vai!

Com a chegada do reinado de Momo, é hora do folião brincar. Quem economizou e tem disposição vai à Bahia andar atrás do trio elétrico ou para o Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, ouvir a batida do surdo da bateria da Estação Primeira de Mangueira e ver o carnaval passar. Mas quem trabalha na Ceagesp é diferente, pois vai cumprir sua obrigação, descarregar caminhão, vender os produtos hortifrutícolas que não podem faltar na mesa da população. Mas após a labuta, quem tiver saúde e coragem terá tempo de ver o desfile do carnaval paulistano no Pólo Cultural Grande Otelo, no Anhembi. Mas todo mercadista pensa como o resto do Brasil, que torce para o país começar a deslanchar após o carnaval. **** A companhia está empenhada em fazer a reforma do pavilhão MLP (Mercado Livre do Produtor). Os sanitários do varejinho já estão quase prontos

Por Manelão

e depois será a vez do conjunto de sanitários do PBC-F (Batata, Cebola e Flores) que há anos aguarda uma reforma geral. E vamos torcer para que fique pronto antes de maio, para que os convidados das comitivas da Queima do Alho, que acontece no dia 20 de maio, usem as instalações sanitárias. E seguindo com a política de revitalização, vai deixar o nosso mercado mais humano e funcional. Na Queima do Alho já temos confirmadas várias atrações: o balé infantil do Raul Gil, Thaís e Eduardo, as vozes que têm o perfume das flores, e para alegria geral, além do concurso de berrante, vamos ter a presença do cantor Amon Violeiro , a voz que agrada o Brasil inteiro. Toda a renda da festa será revertida em benefício da Nossa Turma. Se sua empresa quiser participar ou adquirir cotas, é só ligar para 3832-3366 e falar com Adriana ou Silvana. As crianças da Nossa Turma agradecem!

Evangevaldo culpa adversários políticos e diz que a imprensa divulga factóides que levam a opinião pública ao erro No dia 10 de fevereiro, o presidente da (Conab) Companhia Nacional de Abastecimento, Evangevaldo Moreira dos Santos, anunciou que entregou carta de demissão “em caráter irrevogável e irretratável” ao Palácio do Planalto no dia sete do mesmo mês. Até o fechamento desta edição, Evangevaldo aguardava apenas a decisão da presidente Dilma Rousseff de nomear seu substituto. Na carta de demissão, Santos explica que, desde quando tomou posse, em abril do ano

passado, “as crises e mudanças enfrentadas foram muitas”, referindo-se a demissão do exministro da Agricultura Wagner Rossi em agosto, fato que não impediu que o presidente continuasse à frente da Conab, mas que resultou na determinação da Controladoria Geral da União de fiscalizar a companhia. O presidente afirma ainda que a imprensa propaga factóides que induzem a opinião pública ao erro, resultando num grande desserviço à sociedade e desgaste da sua gestão.

Indicado ao cargo pelo PTB, como pessoa de confiança de Jovair Arantes, ele disse que “tem sido usado como instrumento de adversários políticos que vislumbram as eleições municipais, às quais o deputado concorrerá este ano”. “Uma vez desligado da empresa, retornarei a Goiânia, onde pretendo colaborar na coordenação da campanha à prefeitura de Goiânia do pré-candidato deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara Federal”, escreveu Evangevaldo em nota à imprensa.

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)


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Meio Ambiente

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José Cruz/ABr

Sacola de amido de milho pode ajudar evolução do setor, aposta Abramilho

Código Florestal será votado em março na Câmara Agência Brasil O novo Código Florestal voltará à pauta do Congresso Nacional no dia 6 de março, data acertada entre governo e parlamentares para votação do texto na Câmara dos Deputados. A proposta, que já havia sido aprovada pela Câmara, sofreu mudanças no Senado e deve ser levada diretamente ao plenário, sem passar por comissões da Casa. Depois da Câmara, a nova legislação ambiental deverá finalmente seguir para sanção presidencial. A data e o acordo para votação foram discutidos no início de fevereiro em reunião entre a ministra de Relações Institu-

LEITURA

André Trigueiro lança o livro “Mundo Sustentável 2”

cionais, Ideli Salvatti, e os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Os relatores do texto no Senado, senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e Jorge Viana (PTAC), o novo relator da proposta na Câmara, Paulo Piau (PMDBMG), e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, também participaram da reunião. “Já foi acertada no colégio de líderes a votação para os dias 6 ou 7 de março. A reunião dessa terça-feira era para afinar essa posição”, disse Piau. O relator informou que pediu contribuições ao texto de universidades e organizações

da sociedade civil e que as avaliações serão apresentadas aos ministros em nova reunião na próxima semana. “Conversei com dez consultores e especialistas, e todos foram unânimes em dizer que o texto do Senado melhorou muito”, contou. Apesar do aparente acordo, algumas questões provocaram polêmica na tramitação no Senado e deverão ser rediscutidas na Câmara. Entre as mudanças feitas ao texto pelos senadores está a determinação de que as áreas desmatadas irregularmente até 2008 sejam consideradas consolidadas e que os produtores que desmataram depois desse período sejam obrigados a recompor suas re-

servas legais. A bancada ruralista na Câmara não ficou satisfeita com a obrigatoriedade de recomposição e, em dezembro, já dava sinais de que não aceitaria a mudança no texto. A expectativa é que os deputados concordem em elaborar um “emendão”, juntando todas as propostas complementares à versão do Senado em uma só emenda ao texto. Contrárias às possíveis flexibilizações na legislação florestal, organizações ambientalistas já estão em campanha para pedir o veto da presidenta Dilma Rousseff a pontos do novo código que permitam novos desmatamentos ou reduzam a proteção das matas nativas.

O jornalista ambiental André Trigueiro, lançou seu novo livro, Mundo Sustentável 2: novos rumos para um planeta em crise, no dia 13 de fevereiro na Livraria Cultura da Avenida Paulista. Doze anos após escrever Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação, Trigueiro gera novas discussões relacionadas ao estilo de vida moderno e sustentabilidade. O livro reúne textos publicados em jornais, revistas e sites, discorre sobre reportagens veiculadas na televisão e no rádio e também conta com material

inédito de convidados como Adalberto Veríssimo, Marcos Terena, Paulo Saldiva, Roberto Schaeffer, Roberto Smeraldi, Samyra Crespo, Sérgio Abraches e Suzana Khan. O prefácio é do jornalista Washington Novaes. Os direitos autorais da obra, da mesma forma que no primeiro livro, foram cedidos ao CVV – Centro de Valorização da Vida, associação filantrópica de apoio emocional e prevenção do suicídio. André é autor também dos livros Meio Ambiente no século XXI, lançado em 2003 e Espiritismo e Ecologia, de 2009.

Apesar de não ser uma determinação legal, a retirada de circulação das sacolas plásticas dos supermercados paulistas segue tendência mundial (cidades como Belo Horizonte, em Minas Gerais, e San Francisco, na Califórnia/EUA, já baniram o material) e deve mesmo causar algumas mudanças no setor. A mais comentada nos últimos dias é a sacola de plástico de amido de milho, que deve ter um custo simbólico ao cliente e é decomposto na natureza de 6 a 18 meses – o plástico derivado de petróleo demora mais de 400 anos para se decompor. Para o presidente-executivo da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), Alysson Paolinelli, a mudança de comportamento do varejo e dos consumidores pode estimular ainda mais a opção do agricultor por plantar milho no Brasil – o país é o terceiro maior produtor mundial do cereal. “O brasileiro usa em média 66 sacolas por ano. Esse número deve diminuir, o que é bom, mas é melhor ainda para o milhocultor, que passa a ter nessa nova indústria mais uma opção de cliente para seu produto”, aponta. Segundo Paolinelli, a fabricação de biopolímeros derivados do milho representa ainda mais um passo para agregar valor ao produto nacional. “O agricultor precisa pensar na cadeia produtiva como um todo, e não apenas na sua produção. Criar uma matéria-prima tão versátil como o plástico de amido de milho é um grande avanço para o país deixar de ser apenas produtor da commodity. O milhocultor precisa entender que vende não apenas milho, mas proteína animal, insumos, etanol e, agora, também bioplástico”, completa. Como funciona O milho é esmagado até ser transformado em farinha, quando o amido é separado para, em seguida, seguir para um processo de fermentação (semelhante ao usado para fazer etanol). No entanto, o amido é convertido em ácido lático que, aquecido e moldado, forma o biopolímero de milho – o plástico que será usado para fabricar as novas sacolas ecológicas e outros produtos. O tempo de decomposição desse material varia de seis meses (quando usada técnica de compostagem) a um ano e meio (decomposição normal).


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Produtores já podem acessar cartilha sobre programa ABC

Os produtores rurais interessados em participar do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) podem acessar agora uma cartilha que traz informações como as linhas de crédito, os passos a serem seguidos para conseguir o finan-

ciamento, os prazos de carência e a documentação exigida pelo programa, que visa a práticas sustentáveis no campo. O material será usado também, segundo o Ministério da Agricultura, nas capacitações sobre o ABC nos estados brasileiros. Com volume de recursos de R$ 3,15 bilhões para esta safra e limite de crédito de R$ 1 milhão por produtor, o programa ABC tem taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de carência para início do pagamento entre dois a 12 anos. “A cartilha vai nos ajudar a vencer uma etapa importante que nós temos pela frente que é a capacitação de técnicos e produtores. O guia tem todos os subsídios para que os projetos sejam devidamente elaborados”, dis-

se o diretor do Departamento de Sistema de Produção e Sustentabilidade do Mapa, Carlos Magno Brandão. Apesar do grande volume de recursos disponibilizados, o ABC ainda é pouco conhecido. Após os seis primeiros meses desta safra, apenas R$ 274,9 milhões, ou 8,7% do total foram contratados. O programa tem a finalidade de financiar a recuperação de áreas e pastagens degradadas; a implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária, de plantio direto na palha, de integração lavourapecuária-floresta, de florestas comerciais e de planos de manejo florestal sustentável; e a adequação ou regularização das propriedades rurais ante a legislação ambiental.

Amazônia perdeu mais de 200 km² de florestas nos últimos meses de 2011 A Amazônia perdeu 207,6 quilômetros quadrados de floresta nos meses de novembro e dezembro de 2011. Os números foram divulgados no dia 2 de fevereiropelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Nos meses da estação chuvosa na Amazônia, o Inpe agrupa os alertas em uma base bimestral ou trimestral, para melhorar a qualidade da amostragem. Em novembro, os satélites observaram 133 km² de novos desma-

tamentos e, em dezembro, mais 74,6 km². Nos mesmos meses de 2010, o Inpe havia registrado 113,61 km² e 21,31 km² de derrubadas, respectivamente. No entanto, por causa das diferenças nas condições meteorológicas, o instituto evita comparações entre os períodos. Em 2011, as nuvens cobriram 47% da Amazônia em novembro e 44% em dezembro, o que dificulta o registro dos satélites. Considerando os dois últi-

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Meio Ambiente

mos meses do ano, o Pará liderou o rol do desmatamento no período, com 58,86 km² a menos de florestas. Mato Groso perdeu 53,8 km² de mata nativa, seguido por Roraima (29,24 km²). O Deter, que revela dados mensais de desmatamento, monitora áreas com mais de 25 hectares e serve para orientar a fiscalização ambiental. Além do corte raso (desmatamento total), o sistema registra a degradação progressiva da floresta.

Artigo aponta mudanças na floresta amazônica

A edição de janeiro da Revista Nature publicou artigo sobre mudanças nos ciclos de energia e água na bacia amazônica que apontam para uma transição na função da floresta de reservatório de carbono líquido para uma fonte de emissão, em função das alterações climáticas globais e do desmatamento da floresta. Um dos autores, o pesquisador Alessandro Carioca de Araújo, da Embrapa Amazônia Oriental, explica que o trabalho é uma compilação de informações geradas no âmbito do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), uma das maiores experiências científicas do mundo na área ambiental (mais de 200 instituições nacionais e internacionais participantes), ao longo de mais de dez anos de estudos. O artigo, que teve repercussão internacional, mostra que a expansão agrícola e a variabilidade do clima tornaram-se importantes agentes de perturbação na bacia amazônica. Mesmo com a resistência natural da floresta amazônica às secas moderadas anuais, os estudos indicam que as interações entre o fogo - decorrente do uso tradicional da terra (agricultura de derruba e queima) - e as mudanças climáticas globais levam a perdas de armazenamento de carbono e mudanças nos padrões de precipitação regional (chuvas) e aumento da descarga dos rios. O cientista americano Michael Keller também assina o artigo da Nature. Pesquisador do Serviço Florestal Americano, ele atua na Embrapa Monitoramento por Satélite desde 2011, como visitante. Formado em geologia e com grande conhecimento no uso do sensoriamento remoto voltado para ecossistemas florestais, Keller foi durante dez anos o coordenador, por parte da Nasa, do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. Segundo ele, a maior contribuição do programa, coordenado pelo Brasil, foi justamente possibilitar uma visão integrada das questões relacionadas à Amazônia, oferecendo análises científicas multidisciplinares. “Foi possível avaliar não só aspectos isolados, como por exemplo a agricultura, mas to-

mamos uma visão integral do sistema analisando as mudanças do uso e cobertura da terra, as variações climáticas e o sistema humano”, explica. Para Keller, os resultados publicados na Nature indicam possíveis ameaças. “São sinais que, do ponto de vista científico, chama a atenção para a manutenção das iniciativas em pesquisa para a região”. Consequências

O pesquisador Alessandro Araújo explica que se trata de uma transição do sistema biofísico (seres vivos e ambiente) amazônico decorrente das interações entre o clima global, uso da terra, fogo, hidrologia, ecologia e dimensões humanas. “Por exemplo, embora o balanço de carbono da bacia ainda seja incerto, o desflorestamento mudou o balanço de um possível sumidouro (reservatório) na parte final do século 20 para uma fonte emissora de gás carbônico para a atmosfera”, exemplifica. Além do indicativo de mudança no ciclo do carbono, o artigo aponta ainda como consequências imediatas dessa transformação, o aumento da estação seca em partes da Amazônia, a probabilidade de inundações a partir do aumento da descarga dos rios na estação chuvosa, e a perda da capacidade da floresta de retornar ao seu equilíbrio natural (resiliência), levando assim a um aumento nas taxas de mortalidade de algumas espécies de plantas. O artigo sinaliza situações preocupantes, mas não impossíveis de serem evitadas. O pesquisador Alessandro Araújo reflete sobre investimentos contínuos na melhoria das capacidades científica, tecnológica e humanas que favoreçam a concepção de um modelo que atenda às necessidades de se produzir na Amazônia com sustentabilidade ambiental, social e econômica. “Ainda não há um modelo pronto em nenhum País com floresta tropical, mas as pesquisas avançam nesse sentido, testando diversos modelos de Sistemas Agroflorestais e Sistemas de Integração LavouraPecuária-Floresta, ambos em estudos na Embrapa”, conclui o pesquisador.


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Ceasas do Brasil

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Banco de caixas começa a funcionar na CeasaMinas Para estatal, caixas plásticas evitam contaminação cruzada entre lavouras Desde o último dia 12 de fevereiro, produtores que comercializam banana e tomate na CeasaMinas só podem entrar no entreposto de Contagem com caixas plásticas que estejam dentro dos padrões exigidos. Além da embalagem plástica, há a possibilidade do uso de embalagens de madeira ou de papelão, desde que elas sejam de primeiro uso. “A caixa de plástico é um milhão de vezes melhor que a de madeira”, compara o produtor de bananas, Carlos Hamilton Gonçalves, de Nova União. O projeto Banco de Caixas consiste na utilização de caixas plásticas retornáveis, padronizadas e higienizadas no transporte de frutas, legumes e verduras. Na avaliação da estatal, a adoção das embalagens de plás-

tico proporciona a redução do desperdício, a oferta de produtos com mais qualidade e a queda nos casos de contaminação cruzada entre lavouras. A redução de custo, no entanto, é apontada como a maior vantagem. “Cada caixa de plástico vai ficar R$ 2,00 mais barata que a de madeira”, calcula Hamilton. O produtor Célio Eustáquio da Fonseca, de Igarapé, destaca outra vantagem. “O uso da

embalagem plástica dispensa a mão de obra na montagem da caixa de madeira”, diz. Atualmente, Célio utiliza os dois modelos de caixas e afirma que a diferença entre as duas é notável. “Em termos de higiene, por exemplo, o plástico é muito mais vantajoso”. Uma das preocupações dos produtores é a venda de produtos para municípios distantes de Contagem e, até mesmo, ou-

tros estados. Como o Banco de Caixas funciona em um sistema de logística reversa – no qual o comprador devolve a caixa vazia quando retorna ao entreposto -, há a expectativa, entre os produtores, de que compradores distantes não devolvam as caixas. “Para esses casos, o produtor vai continuar podendo oferecer sua mercadoria em caixas de madeiras de primeiro uso, que não são retornáveis”, explica o presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages. Essa solução será adotada pelo produtor Marcírio Pinto, de Jaíba. “Só usava as caixas de madeira, mas a partir de agora vou trabalhar com metade dos produtos em caixas de plástico e metade em caixas de madeira novas”, conta. Na opinião dele, quando o cliente vir as duas caixas lado a lado, vai perceber a diferença entre elas. “O comprador vai notar que a qualidade do produto acondicionado na caixa plástica é superior. Mas as vantagens vão além do que pode ser visto a olho nu. Para o bolso do comprador, também vai fazer diferença”, diz.

Comprador A expectativa é que a adoção de novas embalagens traga benefícios para toda a cadeia produtiva. Os produtores garantem que a redução do custo será repassada para os compradores e para o consumidor final. Já os donos de sacolões e supermercados ganham ao poder ofertar produtos com melhor aparência, resistência e durabilidade. Isso acontece porque as embalagens plásticas evitam que os hortícolas amassem. O engenheiro agrônomo Joaquim Alvarenga, presidente da comissão criada para a implantação do Banco de Caixas na CeasaMinas, explica que, quando as frutas e hortaliças sofrem alguma pancada, sua atividade respiratória aumenta. “Se o produto leva, normalmente, seis dias para amadurecer, agora ele leva apenas dois. Ele tem sua vida útil reduzida”, esclarece. Quando isso acontece, a mercadoria chega ao varejo com menor qualidade e acaba se perdendo.

Ministro da Agricultura visita Ceagesp DIVULGAÇÃO

O Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, esteve na Ceagesp no último dia 9 de fevereiro. Esta foi a primeira visita do ministro ao entreposto desde que assumiu a pasta, em agosto do ano passado. Em reunião com o presidente da estatal, Mário Maurici, ele ouviu relatos sobre o trabalho na maior central de abastecimento do país e as dificuldades enfrentadas pela gestão. Ribeiro enfatizou a importância de o governo trabalhar em conjunto com a companhia, com o intuito de agilizar os processos e alavancar os negócios. Segundo o ministro, o interesse do ministério é auxiliar

nesse processo e para tanto colocou a administração à disposição para ajudar, seja na modernização ou readequação da estatal. Durante a visita, Mendes Ribeiro conheceu o Mercado Livre do Produtor, que está em reforma, além da comercialização no setor de legumes. Depois se reuniu com os representantes das entidades sindicais e associativas e com os permissionários do entreposto. “Vocês têm uma tamanha importância para a produção do nosso país e me vejam como parceiro de vocês para canalizar as demandas e auxiliá-los no que for preciso”, disse.


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Índice Ceagesp registra queda de 4,59% em janeiro

-50,2%

Limão Taiti

As principais quedas no setor de frutas foram do limão taiti (-50,2%), mamão formosa (-29,8%), maçã gala (-29,4%) e as altas ficaram por conta da manga Tommy (40,5%), abacaxi pérola (36,9%) e do abacaxi Havaí (10,8%). Outro setor que também apresentou queda foi o pescado que recuou 2,44%. O setor com a maior elevação dos preços no mês foi o de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos), com aumento de 11,79%. “Batata e cebola estavam com valores muito próximos ao de custo e tiverem uma ligeira recuperação neste mês”, avalia Godas. As altas ficaram por conta da batata lisa (17,3%), da batata

Mamão Formosa

-29,8%

comum (15,2%) e da cebola nacional (9,68%). Já coco seco, alho e ovos brancos foram responsáveis pelas principais quedas. Contrariando as altas exorbitantes tradicionais no começo do ano por causa do excesso de chuvas e das altas temperaturas, os setores de verduras e legumes apresentaram elevações tímidas de preços. “Mesmo com o grande volume de chuvas registrado em janeiro, não houve elevações acentuadas nos preços das hortaliças. Desta forma, estes setores não influenciaram incisivamente o Índice Ceagesp em janeiro”, afirma Godas. Coentro, almeirão e bróco-

A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp apresentou retração de 4,59% em janeiro. Com a baixa de 7,41%, o setor de frutas, principal em representatividade na cesta de produtos balizado pelo índice, foi o responsável por esta queda do indicador. “A diminuição do consumo em janeiro por causa das férias foi um dos motivos para esta retração. Outra razão é que a base de calculo de dezembro é muito elevada, normalmente os preços sobem no último mês do ano e caem em janeiro”, analisa o economista da estatal, Flávio Godas. Nos últimos 12 meses a queda acumulada é de 9,1%.

Pimentão Amarelo

-50%

Reforma do MLP muda local de comercialização na Ceagesp Obra atingirá os comerciantes de flores e verduras, além dos varejões de finais de semana

Desde o ano passado, a Ceagesp está reformando o Mercado Livre do Produtor (MLP), maior pavilhão do entreposto paulistano, onde acontece a feira de flores, o varejão aos finais de semana e o comércio atacadista de verduras. Nesta etapa da reforma, estão sendo realizadas limpeza, pintura e impermeabilização da superfície do teto e a rede elétrica do local e a partir o dia 28 de fevereiro será iniciada a pavimentação e a recuperação estrutural interna do pavilhão, onde haverá a necessidade de deslocamento parcial dos comerciantes que atuam no local.

Os comerciantes da feira de flores serão acomodados numa cobertura localizada no estacionamento E8. Já os atacadistas de verduras serão transferidos para uma cobertura próxima ao final do MLP (perto da avenida Nações Unidas). Para este mesmo espaço irão também os comerciantes dos varejões de sábado e domingo, nos dias 3 e 4 de março. Para minimizar os transtornos para a comercialização, a obra será feita em dois mil metros quadrados de cada vez e começará no pavilhão no sentido da avebida Gastão Vidigal para avenida Nações Unidas.

Desta forma, os comerciantes que estarão neste espaço serão acomodados em coberturas próximas ao pavilhão MLP e assim que terminada esta etapa, retornarão aos seus locais tradicionais de comercialização e, consequentemente, o grupo seguinte passará pela mudança. De acordo com a Ceagesp, os acessos ao pavilhão continuarão pelos portões 3 (av. Dr. Gastão Vidigal) e 13 (Marginal Pinheiros) e haverá sinalização e seguranças para orientar os usuários. A obra do MLP contempla a recuperação estrutural do prédio, além de toda a rede elétrica, a iluminação e o piso. Ainda está prevista a renovação da rede contra incêndio. Construído há mais de 40 anos, o pavilhão, que possui uma área coberta de 20 mil m2, acomoda mais de dois mil permissionários.

lis foram as principais altas do setor de verduras. Já no setor de legumes, os aumentos dos preços ficaram por conta de abobrinha brasileira, berinjela e pepino comum. O pimentão amarelos regstrou queda de mais de 50%, seguido pelo pimentão vermelho e pela vagem, também com quedas de preços. Tendência

Durante os meses de fevereiro e março, entretanto, a perspectiva ainda é de alta incidência de chuvas aliadas, desta vez, a temperaturas mais elevadas. “Assim, são esperadas quedas acentuadas do volume

Batata Lisa

17,3%

ofertado, redução da qualidade e, consequentemente, majoração dos preços em níveis mais elevados em Verduras e Legumes. A partir de abril, no entanto, deve ocorrer a normalização do volume ofertado e a queda dos preços praticados nestes setores”, prevê Godas. O setor de frutas deve continuar com boas opções para o consumidor. Segundo o economista, “o aspecto sazonal, neste caso, é preponderante na composição dos preços. Os produtos em plena safra como citros, maracujá, melancia, figo, maçã, banana, mamão, entre outros, deverão fazer com o setor se mantenha com preços em patamares estáveis”.

Manga Tommy

40,5%


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Especial Euro 5

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Evolução tecnológica consolida nova geração de caminhões Respeito às normas ambientais e economia de combustível são os diferenciais competitivos dos mais recentes lançamentos no país As montadoras e os fabricantes de motores para veículos pesados e utilitários movidos a diesel cumpriram sua parte no acordo firmado com o governo e investiram na pesquisa e desenvolvimento de uma geração de caminhões mais econômicos e menos poluidores. Adaptados à fase P7 do programa de redução gradativa de emissões de poluentes (Proconve), os novos modelos começaram a ser lançados este, mas foram os grandes destaques do último Salão Internacional do Transporte (Fenatran 2011). Com a nova etapa na busca da melhoria da qualidade do ar e a adoção de metas mais rigorosas de emissões desde o dia

1º de janeiro, o óleo diesel de baixo teor de enxofre, o diesel S-50, já está sendo ofertado em todo território nacional. Para garantir o abastecimento do óleo diesel S-50 em todo o país, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) selecionou 3.100 postos que se juntarão aos mais de 1.100 estabelecimentos que já vendem o produto nas regiões metropolitanas de Belém, Recife e Fortaleza. Os postos de revenda foram escolhidos supondo uma autonomia mínima de 100 km para os veículos pesados. O universo abrangeu os postos em que o número de bicos para abastecer motores a diesel fosse superior ao de bicos

para veículos com motores do ciclo Otto – carros de passeio, comerciais leves, motocicletas movidos a gasolina, etanol ou GNV. De acordo com o plano de abastecimento da ANP, a dis-

Para atender às novas normas, Volvo aposta na tecnologia SCR

tribuição para as revendas será realizada por 14 polos de suprimento da Petrobras – refinarias e terminais – e 49 bases de armazenagem e distribuição. A norma Proconve 7 impõe reduções de óxidos de nitro-

gênio (NOx), que precisam ser diminuídos em 60%, passando 5,0 para 2,0 g/kWh, enquanto que as emissões de partículas tem de ser reduzidas em 80%, reduzindo de 0,1 para 0,02 g/ kWh.

A Volvo escolheu a tecnologia SCR para atender os padrões de emissões definidos pela norma Conama P7. Seu uso permite respeitar a rígida legislação ambiental sem comprometer o desempenho do veículo. SCR é a sigla em inglês para Selective Catalytic Reduction, ou Redução Catalítica Seletiva, princípio tecnológico que garante a diminuição das emissões. Os novos níveis estabelecidos nesta norma melhoraram a qualidade do ar, ao mesmo tempo que impuseram grandes exigências aos fabricantes da indústria automobilística. Os novos motores das linhas de caminhões FH, VM, FM, FMX foram desenvolvidos a partir desta tecnologia. “O SCR proporciona um aproveitamento energético mais eficiente e uma solução ambiental otimizada e altamente confiável. Foi a tecnologia mais recomendada pelos engenheiros e cientistas da Volvo”, afirma Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da multinacional no Brasil. Outra grande vantagem é que o SCR pode ser utilizado em motores de todos os tamanhos,

sem necessidade de complementações com sistemas de lubrificação ou de arrefecimento. A utilização dos motores diesel, combinada com o tratamento posterior dos gases de escape, reduz significativamente as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e de particulados de forma mais eficiente. O funcionamento do sistema SCR não é complexo: a bomba faz a sucção do aditivo ARLA32 (Agente Redutor Líquido Automotivo a 32%) armazenado no tanque específico, o pressuriza a 5 bar e o injeta no sistema de escape por onde passam os gases provenientes do motor. A ureia contida no ARLA32, quando submetida à alta temperatura do escape, se transforma em amônia e se mistura aos gases de escape. Essa mistura é transportada até o catalisador, onde a ureia reage com óxidos de nitrogênio (NOx), transformando-os em nitrôgênio e vapor de água. O consumo de ARLA32 é de cerca de 4 a 5% do consumo de diesel. Entretanto, a eficácia de combustão melhorada do novo motor ajuda a reduzir o consumo de combustível.


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Nova tecnologia da Ford derruba emissões de poluentes A Ford introduziu no mercado brasileiro uma nova tecnologia de motores que reduz em até 80% a emissão de poluentes no meio ambiente, em comparação com os níveis atuais. Isso representa um ar mais limpo, sem cheiro ou fumaça, e uma conquista de toda a sociedade na direção da sustentabilidade. As reduções mais importantes são nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado. Além de atender o novo padrão da norma Proconve 7 – equivalente à norma europeia Euro V –, a montadora foi além e aperfeiçoou também a economia e a potência dos veículos, no desenvolvimento conjunto feito com a Cummins, fornecedora dos motores. Os 12 modelos leves, médios e pesados da nova Linha Cargo Euro 5 serão

de 5% a 7% mais econômicos que os atuais e terão um ganho médio de 10 cv na potência. Outras novidades que vão agradar o operador de transporte rodoviário são o aumento dos intervalos de troca de óleo e da durabilidade dos componentes, com reflexo positivo na vida útil do motor. “Todo desenvolvimento de engenharia é feito dentro de um compromisso e de metas. Normalmente, para se ter um ganho em um atributo é preciso sacrificar outro. Com a nova tecnologia Euro 5, conseguimos reduzir as emissões e ao mesmo tempo aumentar a economia e a potência”, diz o engenheiro Antonio De Lucca, chefe de Desenvolvimento de Caminhões da Ford A Ford aplicou no desenvolvimento da linha Novo Cargo Euro 5

as ferramentas mais avançadas de sua estrutura global de engenharia, aproveitando também a vantagem de ser o único fabricante de caminhões da América Latina a contar com um campo de provas específico para essa aplicação, em Tatuí, SP. O projeto contou com uma equipe de mais de 100 engenheiros e técnicos dedicados, num trabalho que envolveu 335 mil horas de trabalho e mais de 1 milhão de quilômetros rodados em testes. “As avaliações técnicas mostraram que o sistema SCR é o que melhor atende às necessidades dos transportadores, diante das condições existentes no nosso mercado. Além de reduzir o consumo de combustível, ele amplia os intervalos de manutenção e a disponibilidade do equipamento”, completa De Lucca.

Scania promove linha 2012 de caminhões sustentáveis Estratégia da montadora é oferecer veículos que atendam a nova norma ambiental brasileira com vantagens exclusivas A Scania, montadora sueca referência em veículos pesados e pioneira na tecnologia de motores a etanol, iniciou em 19 de janeiro uma campanha publicitária para promover sua linha de ônibus e caminhões 2012. O conceito é a apresentação da nova linha com tecnologia Euro 5, que se enquadra na nova exigência ambiental brasileira Proconve P7 e polui até 80 % menos que os antigos modelos Euro 3. Para este lançamento, a montadora preparou também pacotes com vantagens especiais aos clientes. “A mudança de protocolo ambiental no Brasil só reforça o pioneirismo da marca Scania nas questões de sustentabilidade. A campanha tem por objetivo apresentar a linha 2012 e oferecer, por tempo limitado, vantagens exclusivas aos clientes, reforçando nosso portfólio de soluções ao trans-

portador”, explica Márcio Furlan, gerente de Marketing e Comunicação Comercial da Scania do Brasil. O conceito promocional da campanha de caminhões está focada no modelo R 440 nas opções 6x2 e 6x4. Quem adquiri-lo ganhará o câmbio automatizado Scania Opticruise, controle de tração e freios ABS. A montadora também garante ARLA32 por aproximadamente 120 mil quilômetros para todos os modelos de caminhões vendidos durante o período da promoção. Para o segmento de ônibus, os clientes também terão direito ao ARLA 32, além de um contrato de manutenção preventiva, que inclui troca de óleo de motor, filtros, entre outros. A campanha da marca sueca se estende até 31 de março e será divulgada nos principais meios de comunicação, como televisão, mídia impressa e meios digitais.

MWM antecipa tecnologia Euro VI A MWM International, fabricante independente de motores diesel líder no Mercosul, apresentou no ano passado sua linha completa de motores diesel Euro V, incluindo o novo MaxxForce 13H, Big Bore, e o MaxxForce 3.2H com a tecnologia Euro VI no 18º Salão Internacional do Transporte, em São Paulo. Os propulsores Euro VI testados e aprovados em dinamômetro no Centro Tecnológico da empresa possuem um sistema de combustão com tecnologia que o torna mais limpo, permitindo que os catalisadores atinjam o nível de emissão exigido.

Comparado ao Euro V, o propulsor Euro VI reduz em cinco vezes a emissão de NOx e em duas vezes a de material particulado. Os testes indicaram que o Euro VI, abastecido com o combustível de 10 ppm (parte por milhão), oferece benefícios como redução no consumo de combustível, redução no abastecimento de ureia e melhor performance de emissões, o que gera ganhos ambientais. A empresa já possui contrato para fornecimento dos motores MaxxForce 3.2H e MaxxForce 7.2H na versão Euro VI para Daewoo, na Coreia do Sul. No Brasil,

a previsão é que o Proconve P8, equivalente ao Euro VI, entre em atividade em 2016. Durante o período, a MWM introduzirá a tecnologia em todas as famílias dos motores MaxxForce. “Com a nova tecnologia, que foi desenvolvida e aperfeiçoada em dois anos, a empresa pretende atender aos mercados globais. Nosso objetivo é ser um parceiro totalmente integrado com os fabricantes de veículos e equipamentos, atendendo às mais rígidas normas de emissões de poluentes”, afirma Thomas Püschel, gerente de divisão de Vendas e Marketing da MWM


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Especial Euro 5

Navistar lança modelos Euro V no Brasil

A Navistar América do Sul, holding de empresas que entre elas produz caminhões da marca International, lançou a versão Euro V dos seus atuais veículos produzidos e comercializados no Brasil, o International 9800i e o International DuraStar. Além de diminuir o impacto dos veículos rodoviários no meio ambiente, os novos caminhões Euro V da International mantiveram as principais características que os tornaram reconhecidos no mercado e ainda oferecem novidades. O semipesado International DuraStar virá equipado com motor mais potente. É o MaxxForce 7.2 litros, com 4 válvulas por cilindro, produzido pela MWM International, que passa a ter 280 cv e 950 Nm de torque. O novo equipamento também possui freio motor Power

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Brake tipo compressão integrado ao cabeçote, sistema de injeção Common Rail com 1800 bar de pressão de injeção, cabeçotes individuais, camisas úmidas e removíveis. Outro destaque do International DuraStar é o sistema elétrico Multiplex, que centraliza a distribuição de energia elétrica e informações eletrônicas sobre o veículo. A tecnologia reduz em até 20% do tempo gasto no diagnóstico de problemas elétricos e é equipada com módulo de integração para inovação da produtividade, que simpli�ica outras operações do caminhão. Já o International 9800i utilizará o motor Cummins ISM, um dos melhores em economia de combustível e que continua a ser exclusivo da marca. Dotado do sistema Euro V, o modelo desenvolve 416 cv a 1900 rpm, e 2000

Caminhões Mercedes incorporam BlueTec 5

Nm de torque a 1200 rpm. Conta com cabeçote único, 4 válvulas por cilindro, camisas úmidas removíveis, sistema de injeção com unidades injetoras tipo Cummins CELECT e freio motor C-Brake, tipo compressão potência de frenagem até 330 cv. Na versão Euro V, o International 9800i continua sendo o mais leve da categoria no modelo 6x4. O caminhão conta com transmissão sincronizada Eaton FTS-20112L de 13 velocidades que combina a robustez de uma transmissão pesada com a suavidade de engate de um caminhão leve. Com teto alto, suspensão traseira a ar de série e a maior cama do mercado, a cabine do International 9800i oferece grande conforto ao motorista. O modelo também oferece freios ABS de série, com quatro (6x4) ou seis (6x2) canais.

Mais força e desempenho

Respaldada pelo amplo sucesso na Europa, tecnologia exclusiva assegura desempenho, eficácia e confiabilidade Os caminhões médios e semipesados da linha Atego da Mercedes-Benz chegam ao mercado, em 2012, com grandes novidades. O primeiro impacto é visual, com o design totalmente novo, moderno e atrativo da cabina, que re�lete a força e a robustez superior do veículo. Os dois modelos da nova linha – o médio Atego 1419 4x2 e o semipesado Atego 2426 6x2 – foram expostos no estande da marca na última edição da Fenatran (Sa-

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lão Internacional do Transporte), maior feira latino-americana do setor. Contando com a avançada e exclusiva tecnologia BlueTec 5, que atende ao Proconve P-7 de forma mais econômica e ecológica, os caminhões Atego da linha 2012

oferecem também mais potência e torque, assegurando elevada produtividade para a distribuição urbana e para o transporte de cargas em médias e longas distâncias rodoviárias. “Essas inovações ampliam ainda mais as vantagens da linha

Atego, que se destaca no mercado pelas amplas possibilidades que oferece aos clientes para a escolha do caminhão que melhor atenda sua demanda de transporte”, diz Joachim Maier, vice-presidente de Vendas da Mercedes-Benz do Brasil.

Além de mais econômicos e ecológicos, os novos motores com tecnologia BlueTec 5 da linha Atego 2012, que atendem ao Proconve P-7, oferecem mais força e desempenho. Com maiores potências, os caminhões ganham acelerações mais rápidas e maiores velocidades médias. Já o maior torque favorece as arrancadas e retomadas de velocidade, agilizando as atividades de distribuição e transporte. Outra grande vantagem dos novos motores são os maiores intervalos de troca de óleo. Na aplicação rodoviária, por exemplo, o Atego passará de 45.000 km para 75.000 km, o que reduz custos operacionais e aumenta a disponibilidade do caminhão para o trabalho. Ou seja, mais rentabilidade para o cliente. O exclusivo freio-motor Top Brake é um item de série nos caminhões Atego, oferecendo mais segurança, menor consumo de combustível e maior durabilidade dos componentes do sistema de freio.


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Especial Euro 5 Durante esse período de doisanos, a montadora também apresentará novidades para competir em segmentos emque ainda não atua. “No setor de semipesados, poderemos atuar em algum nicho demercado que ainda não atingimos. Também vamos apostar em itens de segurança queo mercado já exige”, adianta. Desde 2007, a Iveco tem aumentadoconstantemente seu market share no país,partindo de menos de 4%, naquela época, para mais de 9% hoje. As vendas daempresa cresceram cinco vezes em cinco anos. “Com a nova geração de produtosIveco, a expectativa é ampliar nossa participação no mercado brasileiro”, prevêMazzu. Vertis

Linha Ecoline renova portfólio da Iveco A Iveco, empresa de caminhõesque mais cresce no Brasil, surpreendeu o mercado ao realizar na Fenatran 2011 opreview de sua nova geração decaminhões, com a qual a empresa está renovando todos os seus produtos à vendano Brasil. A nova geração de veículosIveco, batizada Ecoline, será lançada no mercado entre 2012 e 2014, em lugar daatual linha da marca, que já é a mais moderna do mercado – a empresa lançouseis novas famílias de produtos entre 2007 e 2011. “Vamos, agora, renovar tu-

MAN foca

dode novo, com caminhões ainda mais confortáveis e robustos, com novos motoresmais potentes, com melhor desempenho e menor consumo de combustível”, explicaMarco Mazzu, presidente da Iveco Latin America. “Esse é um compromisso quetemos com a inovação e a modernidade em favor do cliente”, acrescenta oexecutivo. Entre as novidades damontadora, está o Iveco Stralis AS, um novíssimo caminhão extrapesado, maior emais potente que o Iveco Stralis atual, que continua em linha, também renovado.O Iveco

Stralis AS traz ao Brasil, com exclusividade mundial, uma nova cabineque inclui um painel de designelegante e envolvente, que faz jus à origem italiana da marca. As motorizaçõessão novas e incluem versão com 560cv e 2.500 Nm de torque, colocando o IvecoStralis AS no topo do mercado dos extrapesados. “Essa renovação de produtosengloba mudança de cabine, motores, transmissão, chassis, ou seja, toda a partetécnica de todos os nossos veículos”, diz a engenheira Cristiane Nunes, doCentro de Desenvolvimento da Iveco.

Nalinha Ecoline, os caminhões médios Iveco Vertis de 9 e 13 toneladas ganhammotores mais potentes (177 e 182cv, com turbo Waste Gate) com maior torque (570e 610Nm). As médias de consumo �icaram ainda melhores. No modelo 9t, foireduzido em 4%; no de 13, aredução foi de 5%. A cabine tem novos coxins e nova suspensão, para maiorconforto. O novochassi plano, em liga de aço exclusiva, é o mais resistente de seu segmento. Ea suspensão traseira também é lançamento. Novos entre-eixos de 3.300, 3.690 e 4.450mmpara o 9t; 3.690, 4.185 e 4815mm para o 13t cabine simples; 4.185, 4.815 e 5.175mmpara a cabine estendida.

brido do Brasil, um extrapesado TGX é o primeiro MAN dieseletanol em todo o mundo e um Volkswagen testará o Ultra Clean Diesel, biodiesel de segunda geração produzido exclusivamente para a montadora. Outras novidades da sua linha de caminhões 2012 Volkswagen e MAN são os veículos com a tecnologia Euro 5. A montadora passa a oferecer uma linha completa com mode-

los de 5,5 a 74 toneladas de peso bruto total, todos produzidos no Brasil, reforçando ainda mais o conceito sob medida consagrado em seus 30 anos de mercado. Em complemento aos caminhões fabricados pelo Consórcio Modular, a empresa também oferecerá modelos MAN TGS - WW com motorização Euro 3, importados da Europa para países latinoamericanos onde a legislação local permite sua

comercialização. Os caminhões Volkswagen Advantechreceberão, além de inúmeras modi�icações tecnológicas, a motorização MAN, já em montagem no país. Novos motores Cummins complementam a oferta da nova tecnologia Euro 5 aos consumidores, atendendo à entrada da nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7).

soluções sustentáveis para países emergentes O primeiro caminhão híbrido do Brasil, o primeiro extrapesado MAN TGX diesel-etanol do mundo e o Ultra Clean Diesel são destaques da marca na América Latina A MAN Latin America, empresa líder no mercado brasileiro de caminhões com mais de 30% de participação e maior exportadora de caminhões do Brasil, apresentou a frotistas e transportadores autônomos do continente seus projetos sustentáveis para países emergentes durante o Salão Internacional do Transporte. Um Volkswagen Constellation é o primeiro caminhão hí-

Renovação da CNH no Poupatempo já pode ser agendada pela internet Nova medida visa atendimento mais rápido e aumenta a segurança na distribuição dos pedidos recebidos Desde o dia 08 de fevereiro está disponível o serviço de agendamento on-line para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nos Postos Poupatempo da capital, assim como já ocorre nas unidades de Aricanduva, Interlagos e Armênia do Detran.SP. O serviço permite que o cidadão marque com antecedência a data de atendimento em uma das quatro unidades do Poupatempo na capital - Cidade Ademar, Itaquera, Santo Amaro e Sé – ou os postos do Detran.SP. Basta acessar o site www.e-cnhsp. sp.gov.br, preencher o précadastro e escolher o posto mais próximo. O motorista deverá chegar 15 minutos antes do horário agendado que, por enquanto, �ica a critério do Detran. SP. O órgão já trabalha para que, em breve, o cidadão também possa escolher a hora que deseja ser atendido. Quem não comparecer ao atendimento no dia marcado só poderá fazer um novo agendamento depois de sete dias. Mais segurança - O novo sistema, o e-CNHsp, transmite informações em tempo real para a base de dados do Detran.SP e permite a identi�icação dos operadores pelo reconhecimento biométrico (impressões digitais) e por meio de certi�icação digital (e-CPF). Exame médico - Devido a maior procura por atendimento nos postos Poupatempo para Renovação da CNH com a realização de exames médicos, o Detran. SP reforça a orientação para os cidadãos de que é possível realizar os exames em qualquer clínica credenciada. Para mais informações sobre o serviço, acesse o Portal do Detran.SP (www. detran.sp.gov.br).


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Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

Conforme já vínhamos sinalizando em nossas colunas anteriores, a floricultura brasileira contabilizou, em 2011, excelentes resultados sociais e econômicos. Os valores financeiros apurados em nível de varejo pela Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais chegaram muito próximos a R$ 4,5 bilhões, consolidando um crescimento 12,5% sobre as vendas totais em 2010. Por sua vez, a oferta física de mercadorias exibiu um aumento de 9,5% sobre a quantidade comercializada no ano anterior, com diferentes níveis de desempenho segundo os principais mercados atacadistas. A comercialização de flores e plantas ornamentais comprovou, no último ano, algumas tendências do mercado emergentes ao longo dos últimos anos, entre as quais, duas principais devem ser destacadas: 1) um notável incremento no desempenho do comércio das plantas ornamentais focadas nos mercados de paisagismo e jardinagem e 2) a expansão das vendas pelos canais de autosserviço. No primeiro caso, os resultados comerciais vem sendo puxados pela sustentação dos ótimos níveis de crescimento do mercado imobiliário brasileiro, que, há pelo menos quatro anos consecutivos, impulsiona decisivamente toda a cadeia produtiva do paisagismo. Segundo levantamentos da Afire – Association of Foreign Investors in Real Estate, entidade que pesquisa o setor imobiliário internacional, o Brasil saltou, no ano passado, da quarta para a segunda posição no ranking dos países mais atraentes para os investimentos imobiliários globais, mantendo-se atrás apenas dos EUA, que apesar da crise, ainda sustentam sua dominância setorial, dadas as dimensões da economia daquele país e o seu forte mercado interno. Em 2011, a indústria da construção civil brasileira cresceu 4,8%, acima, portanto, do índice de expansão do PIB nacional. Para 2012, a expectativa de crescimento, segundo o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo, é de 5,2%. Como decorrência, pode-se observar que o Mer-

Artigo

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Momento favorável para a cadeia da floricultura cado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais da Ceasa Campinas – no qual a participação das plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem representa 27% do total da sua comercialização anual e que é a maior taxa de participação relativa do grupo entre todos os entrepostos atacadistas – conquistou, em 2011, uma taxa de crescimento na oferta física global de mercadorias de 18,7% sobre 2010. Quase o dobro, portanto, da média de crescimento do setor, que, conforme já visto, ficou em 9,5%. Também vale destacar que para a Cooperativa Veiling Holambra, em 2011, o setor de plantas ornamentais foi o que apresentou o maior índice de crescimento relativo de oferta física de mercadorias – medida em termos de unidades comercializadas – sobre o ano anterior, de 6,3%, frente a um crescimento de 4,2% para as flores de corte e praticamente nulo para as flores envasadas. Na comercialização varejista de flores e plantas, as vendas em supermercados continuaram em notável expansão. Se, em um primeiro momento da ocorrência deste fenômeno, as mercadorias mais solicitadas ficaram restritas às flores e folhagens envasadas – especialmente pelas maiores facilidades logísticas e operacionais no trato com esses produtos – em 2011, as flores de corte e os buquês prontos definitivamente conquistaram seu lugar na frente de caixa dessas lojas. Inicialmente limitadas às grandes datas de consumo – como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia Internacional da Mulher – hoje, rosas, gérberas, alstroemérias, estrelítzias e diversos tipos de flores secundárias com o as gipsofilas, solidago (tango) e folhagens, são encontradas diariamente em supermercados, assim como buquês já prontos para consumo próprio ou para presentear. Desafortunadamente, contudo, tal fenômeno de diversificação da oferta nos pontos de venda ainda se encontra longe de romper com a sazonalidade determinante do padrão de consumo de flores e folhagens no Brasil, especialmente no segmento de corte.

Mudanças sociais significativas no comportamento de compras, angariando uma maior participação relativa das compras cotidianas para consumo próprio são altamente desejáveis para a sustentabilidade da cadeia produtiva da floricultura. De fato, trata-se do meio mais seguro de garantir uma melhor entrada e distribuição de recursos econômicos ao longo do ano, rompendo com os ciclos de elevada sazonalidade, que dificultam, sobremaneira, o planejamento e a operação da empresa produtora. A entrada do marketing em ação representaria um aporte decisivo na construção desse novo cenário, no qual produtores, cooperativas, empresas privadas e públicas, junto com entidades governamentais, poderiam promover a adoção de novas práticas de consumo, a melhor percepção e valorização dos produtos setoriais e a conscientização da coletividade sobre a decisiva importância da floricultura na geração de emprego, ocupação e renda, não apenas no meio rural – contribuindo para viabilizar a permanência das famílias e dos jovens no campo -, mas também no setor urbano de serviços. Em 2012, o cenário certamente continuará bastante favorável, ainda que se apontem tendências de redução na pujança do crescimento econômico frente ao já visto até agora. Neste contexto, caberá ao setor, de forma organizada e profissional, avançar na consolidação de suas conquistas, de modo a que os futuros resultados sejam cada vez mais sustentáveis e permanentes. As ferramentas, as idéias e as justificativas para a implementação de um plano de marketing competente e bem sucedido estão dadas. Resta somar os esforços públicos e privados, para que todos possam lucrar com os bons ventos que sopram sobre o mercado de flores e plantas ornamentais no Brasil. *Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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