Um jornal a serviço do agronegócio
Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 142 | março de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br
Abracen quer abastecimento na pauta da Copa e Olimpíadas De olho na realização da Copa do Mundo e de outros grandes eventos esportivos no Brasil, as centrais de abastecimento querem chamar a atenção do poder público para a necessidade de investimentos na modernização dos entrepostos. Durante o Encontro Nacional da Abracen dirigentes debateram também a aprovação da lei nacional para as Ceasas Págs. 4,5 e 6
| Comemoração |
pág. 08
Secretaria de Agricultura faz 120 anos e anuncia investimentos
pág. 15
Defesa comercial do coco seco acaba em 2012 Baixa -0,67%
Geral
Frutas Alta
1,72%
Legumes
Índice Ceagesp - fevereiro 2012
Baixa -13,23%
Pág.13
Verduras Alta
12,33%
Diversos Alta
2,66%
Pescado
| Fitossanidade |
Cresce a incidência de cancro cítrico nos pomares paulistas
Baixa -5,93%
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Produção Sustentável
Financiamento para a agricultura de baixo carbono cresce 107,7% Balanço do crédito rural entre os meses de julho do ano passado a fevereiro deste ano apontou aplicações de R$ 70,7 bilhões As contratações registradas por meio do Programa ABC, que utiliza boas práticas agrícolas pelos agricultores brasileiros, foram destaque no período entre julho/2011 e fevereiro/2012, no financiamento rural. Os dados divulgados este mês pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram que os agricultores contrataram R$ 501,2 milhões no período, por meio dessa linha de crédito. O total
financiado para custeio, investimento e comercialização no país foi de R$ 70,7 bilhões, sendo que a agricultura empresarial aplicou R$ 61,7 bi, no período. No período avaliado, também chamou atenção os financiamentos concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) que totalizaram R$ 5,2 bilhões, distribuídos em R$ 3, 8 bilhões em operações de custeio e R$ 1,4 bilhão em in-
vestimento, entre julho/2011 e fevereiro/2012, ante os R$ 3,34 bilhões do mesmo período de 2010/2011, um incremento de 55,6% no volume contratado. Outros destaques entre os financiamentos de investimento foram as contratações registradas através do Moderagro (R$ 285,9 millhões) e do Moderinfra (R$ 155,8 milhões), ambos com juro de 6,75% ao ano. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK), que contabilizou R$ 4,2 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas e estruturas de armazenagem, a juros de 6,5% ao ano, também foi considerado expressivo. A avaliação das contratações do crédito agrícola, atualizada mensalmente, é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa. “O acesso ao crédito é mais um instrumento para qualificar a produção rural, aumentando a produtividade por meio dos investimentos em tecnologia”, salienta o secretário de Poítica Agrícola, Caio Rocha.
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Editorial
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Abracen quer inserir abastecimento na pauta dos eventos esportivos Entidade quer aproveitar a realização da Copa 2014 para chamar a atenção dos governos sobre a necessidade de modernizar os entrepostos e garantir a segurança alimentar no país Como inserir o abastecimento alimentar na pauta dos grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos e chamar a atenção do poder público para a necessidade de modernização dos entrepostos. Estes foram os principais temas abordados pelos dirigentes das Ceasas de todo o Brasil durante o último Encontro Nacional da Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento), realizado entre os dias 7 e 9 de março na capital paulista. Para o vice-presidente da Flama (Federação Latino-Americana de Mercados de Abastecimento) e presidente da Ceasa Ceará, Antônio Reginaldo Costa Moreira, existe uma ‘falta gritante’ de dinheiro público nas centrais, que precisam de linhas de crédito. “É preciso alertar o governo da necessidade de ter segurança alimentar para a Copa do Mundo e esse tema passa essencialmente pelas Ceasas. A Abracen tem que gritar que precisamos modernizar nossas centrais, não só do Brasil, mas de toda a América Latina”, disse Moreira. Das 12 cidades-sede que receberão partidas do Mundial de 2014 - Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Brasília -, apenas Cuiabá e Manaus não contam com centrais de abastecimento. Estima-se que somente no período da Copa, o país receberá aproximadamente 3,7 milhões de turistas, brasileiros e estrangeiros, que devem gastar R$ 9,4 bilhões. Na opinião do presidente da Ceagesp e vice-presidente da Abracen, Mário Maurici, os gestores e operadores das centrais estão dispostos a encarar o desafio de abastecer as cidades e, principalmente, as cidades que sediarão as partidas da Copa e seus milhares de visitantes. “É
preciso demonstrar que o futuro do abastecimento alimentar passa pelo fortalecimento das centrais, pelo desenvolvimento de uma política pública coordenada pelos órgãos de governo e pelos recursos destinados à implantação de programas”, observou em seu discurso. Somente a capital paulista, onde está localizado o maior entreposto da América Latina, receberá, além do jogo de abertura, outras cinco partidas da Copa do Mundo, o que deve levar à cidade cerca de 190 mil turistas estrangeiros que gastarão R$1,2 bilhão e outros 270 mil turistas nacionais que devem gastar R$ 451 milhões, segundo estimativas do comitê organizador do evento. Parcerias
Para o Secretário Especial de Articulação para a Copa do Mundo, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, que proferiu palestra sobre o tema, o chamado para a participação do encontro foi uma ‘provocação positiva e construtiva’ por parte das Ceasas. “É preciso incorporar o esforço nacional dessa oportunidade da realização da Copa no país para colocar em condições melhores todo o abastecimento nacional”, disse. Segundo o executivo, é preciso garantir aos visitantes uma apresentação de qualidade dos alimentos e a segurança alimentar em toda a cidade. Entre as propostas está a criação do selo “Amigo da Copa” para os estabelecimentos que receberão certificado caso se comprometam a servir produtos de qualidade. De acordo com o secretário, a adesão do estabelecimento será facultativa, contudo aqueles que tiverem o selo ganharão destaque na divulgação aos turistas. “É uma proposta a ser trabalhada e talvez as Ceasas possam nos ajudar a melhorar essa ideia”, opinou Al-
ves. O representante do Ministério dos Esportes, Luiz Antônio Paulino, também abordou a questão da alimentação ligada à realização de grandes eventos esportivos. Na opinião dele, nenhum governo suporta a pressão política se houver interrupção do abastecimento. “Não há nada mais político do que comida, é muito mais do que comércio”, observou. Paulino se dispôs a levar ao ministro da pasta, Aldo Rebello, a proposta para um possível convênio entre a Abracen e o Ministério para tratar do abastecimento nos centros esportivos. Legislação para as Ceasas
Outra bandeira levantada pela Abracen durante o encontro foi a necessidade de garantir a aprovação do projeto de lei 174/11, que cria uma legislação nacional específica para as centrais de abastecimento e tramita no Congresso Nacional desde o final de 2009. Chamado de Planhort (Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros), o documento cria
novas regras para modernizar o sistema que vai desde a produção até o consumo de frutas, verduras e hortaliças. O projeto também cria um sistema de rastreabilidade para garantir maior oferta e qualidade de hortigranjeiros que chegam à mesa do consumidor. Atualmente, o projeto está na Comissão de Seguridade Social e Família e foi submetido à audiência pública realizada em novembro do ano passado. Os participantes da audiência chegaram à conclusão de que as centrais de abastecimento brasileiras estão sucateadas e que é necessário um novo marco legal para garantir a segurança alimentar da população. Um dos instrumentos utilizados para fomentar a aprovação do projeto de lei é a Frente Parlamentar em Defesa das Ceasas, criada em 2009. “Os parlamentares da Frente tem nos apoiado na luta para chamar a atenção do governo federal, sobretudo do Ministério da Agricultura, da necessidade de criação da lei nacional e de linhas de financiamento para
Ceasas em números 42 Ceasas 77 entrepostos 200 mil empregos diretos 10 mil empresas estabelecidas 20 milhões de toneladas comercializadas ao ano R$ 20 bilhões/ano em comercialização Fonte: Abracen
as centrais poderem recuperar suas estruturas”, disse o presidente da Abracen, João Alberto Paixão Lages. Manifesto
Ao final do encontro, foi elaborado um documento com as propostas para a definição e implementação de uma política nacional de abastecimento alimentar e para aprovação de um “PAC do Abastecimento” para promover um sistema de abastecimento mais eficaz e transparente. O documento será encaminhado a diversos setores dos governos.
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ENTREVISTA
Privatização das Ceasas não está na agenda pública, afirma presidente da Abracen Durante o Encontro Nacional da Abracen, realizado entre os dias 7 e 9 de março na capital paulista, o Jornal Entreposto conversou com o presidente da entidade e da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages.
O executivo falou sobre os principais entraves que dificultam a atuação das centrais de abastecimento brasileiras e sobre as ações que têm sido tomadas para melhorar o abastecimento alimentar no país. Questionado ainda sobre uma possível privatização da
Ceagesp, Paixão Lages foi categórico ao afirmar que não acredita que isso aconteça. “Tratase de uma relação que não se define de cima para baixo, sem antes passar por muito diálogo, muita discussão para se avançar no assunto”. A seguir, trechos da entrevista:
Jornal Entreposto - Na sua avaliação, quais são hoje as principais carências das centrais de abastecimento? Paixão Lages - Infelizmente, nossas centrais perderam uma visão estratégica por parte do governo e a falta de diálogo e de ações padronizadas, respeitando a singularidade das regiões, fizeram com que cada Ceasa tomasse suas próprias decisões e isso dificulta a integração, por exemplo, no que diz respeito à adoção das caixas plásticas, que ainda é um entrave para as nossas centrais, por serem caminhos que podem levar à rotulagem e à rastreabilidade dos produtos comercializados. Existem também problemas de estrutura física e falta de investimentos para modernizar os entrepostos e oxigenar o corpo técnico, que é muito importante para fazer a política de abastecimento acontecer.
Social e Família e o relator deve apresentar ainda neste mês seu relatório para aprovação dentro dessa comissão e depois deve seguir os trâmites normais dentro do Congresso. Paralelamente à apresentação do projeto de lei, foi criada a Frente Parlamentar em Defesa das Ceasas, portanto o que temos feito é chamarmos a atenção do poder público para a importância das centrais de abastecimento, daquilo que ocorre dentro das centrais e dizer com clareza que é uma relação do público com o privado e não só pública. Há a necessidade de uma convivência harmoniosa e dos interesses públicos serem praticados dentro do mercado, porque é um interesse que certamente beneficia o interesse privado. Quando falamos em melhorar a qualidade do alimento, diminuir perda de produtos, com a adoção de embalagens corretas e rastreabilidade que garantam a honestidade e seriedade do produto, toda a cadeia produtiva acaba tendo resultados positivos, tanto no lado da qualidade quanto no lado financeiro também com uma mudança desse nível.
Força Parlamentar é o fortalecimento para a aprovação do projeto de lei, esse é o nosso principal objetivo. A Frente tem nos apoiado na luta para chamarmos atenção do governo federal, sobretudo do Ministério da Agricultura, da necessidade de criarmos linhas de financiamento para as centrais poderem recuperar suas estruturas, fazer novas políticas, diversificar com novos pavilhões e novas ações dentro das Ceasas.
JE - O que a Abracen tem feito para tentar suprir essas carências? Lages - Estamos empenhados na luta para a criação de uma legislação nacional para as centrais de abastecimento, que já foi apresentada no Congresso Nacional e que recentemente passou por uma audiência pública. O tema agora está na Comissão de Seguridade
JE - A Frente Parlamentar [criada em 2009] já obteve algum êxito? Lages - O grande êxito da
JE - Há anos cogita-se a possível privatização da Ceagesp. Qual a sua opinião sobre o assunto? Lages- Eu não acredito na privatização da Ceagesp, de forma nenhuma. Embora a Ceagesp e a CeasaMinas estejam no Programa Nacional de Desestatização, o tema não está na pauta do governo. Há uma compreensão clara de que é uma política pública que tem que ser dirigida pelo poder público nessa relação com o setor privado e há também a própria movimentação de comerciantes e produtores que não são favoráveis à privatização. Tratase de uma relação que não se define de cima para baixo, sem antes passar por muito diálogo, muita discussão para se avançar no assunto. (V.C.)
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DEBATES
Higiene e rotulagem são temas do encontro
“É preciso destacar a importância das Ceasas na função pública do abastecimento, na garantia de preços e de um espaço privilegiado ao produtor, além do incentivo e apoio que elas dão à agricultura”. João Alberto Paixão Lages – presidente da Abracen e da CeasaMinas “Precisamos alertar o governo da necessidade de ter segurança alimentar para a Copa do Mundo e esse tema passa essencialmente pelas Ceasas. A Abracen tem que gritar que precisamos modernizar nossas centrais, não só do Brasil, mas de toda a América Latina”. 1-Antônio Reginaldo Costa Moreira – vice-presidente da Flama e presidente da Ceasa/CE “O futuro do abastecimento alimentar passa pelo fortalecimento das centrais, pelo desenvolvimento de uma política pública coordenada pelos órgãos de governo e pelos recursos destinados à implantação de programas”. 2-Mário Maurici – presidente da Ceagesp “É preciso incorporar o esforço nacional dessa oportunidade da realização da Copa no país para colocar em condições melhores todo o abastecimento nacional”. 3-Gilmar Tadeu Ribeiro Alves - Secretário Especial de Articulação para a Copa do Mundo
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“Evitar a perda de produtos é o maior desafio da cadeia produtiva da fruticultura e o nosso maior trunfo é ter um consumidor gratificado, satisfeito e com saúde”. 4-Moacyr Saraiva Fernandes – presidente do Ibraf “Esse tipo de encontro é importante para a coleta de informações e para gerar oportunidades de dinamizar e melhorar o nosso trabalho”. 5-Marco Aurélio Casé, presidente da Ceasa Caruaru “Esse encontro é importante para nivelar a administração das Ceasas, que tem que executar um papel que vai além da locação do espaço. É preciso intervir na formação de preços e na informação para o consumidor”. 6- Julio Menegotto, presidente da Ceasa Brasília
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No segundo dia do Encontro Nacional da Abracen, a médica veterinária Celina Barbosa da Silva Dinitizen, da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), abordou os aspectos higiênicos e sanitários que envolvem a comercialização de frutas, verduras e legumes nas centrais de abastecimento. Traçando uma relação direta entre saúde e consumo de alimentos frescos e levando em consideração que, em breve, o Brasil será palco de grandes eventos esportivos, a doutora explanou sobre a importância da fiscalização e do cumprimento de determinadas leis que garantem a chegada dos produtos perecíveis em bom estado de conservação aos restaurantes, hotéis e supermercados. A divisão de alimentos da Covisa é responsável por elaborar normas, inspecionar estabelecimentos e promover a educação sanitária através de cursos e orientação durante as vistorias. Ao explicar o papel da vigilância sanitária, Dinitizen deixou claro que o objetivo não é apontar os erros e multar os responsáveis, mas trabalhar para que o manuseio dos alimentos não comprometa o bem estar da população. “A Constituição Federal diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Nós, da vigilância sanitária, temos a obrigação de executar as leis. Para executá-las, é preciso fiscalizar”, discursou. Reunindo algumas fotos que indicam falhas no tratamento dispensado aos alimentos, aos resíduos e a infraestrutura dentro do Entreposto Terminal de São Paulo, a médica veterinária dividiu a responsabilidade entre a administração da Ceagesp e os permissionários. “As duas partes precisam se conscientizar e assumir suas obrigações. Não se pode mais agir de maneira amadora. As exigências estão vindo
de todos os lados, principalmente quando se trata da recepção de grandes eventos internacionais. Além da importância para o abastecimento da Grande São Paulo, a Ceagesp é um ponto turístico da cidade e precisa disponibilizar mercadoria de qualidade”, destacou. Ao citar que a rastreabilidade é essencial para se detectar a origem de doenças transmitidas por alimentos, a médica deu espaço para a chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, Anita de Souza Dias Gutierrez, explicar que a rotulagem é o primeiro passo para realizar o correto rastreamento dos produtos comercializados frescos. A engenheira agrônoma disse que quando se exige o uso do rótulo, o agricultor passa a ser o responsável pelo o que está comercializando e muda completamente sua atitude quando despacha frutas, verduras e legumes para o mercado. Preocupada com as responsabilidades do Entreposto, ela disse que as fiscalizações relacionadas a Copa do Mundo de 2014 já começaram a ser realizadas em hotéis e que, inclusive, um deles foi autuado por utilizar alimentos frescos não rotulados que foram fornecidos por atacadistas da Ceagesp. “Essas inspeções vão nos atingir e devemos nos preparar”, alertou. Apesar de afirmar que está ocorrendo uma mudança significativa e que produtores e atacadistas estão cada dia mais preocupados com o aspecto da rastreabilidade, a chefe do Centro de Qualidade insiste na necessidade de uma política nacional unindo todas as Ceasas do Brasil. “Assim como acontece com os produtos industrializados, precisamos de um elo para organizar e melhorar a comercialização de hortifruti”, recomendou.
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Comemoração SAA 120 Anos
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Secretaria de Agricultura e Abastecimento celebra 120 anos e anuncia investimentos Os Correios prestaram homenagem com o lançamento de selo personalizado e o governador assinou documentos em benefício do agronegócio paulista Carolina de Scicco De São Paulo A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo está completando 120 anos e as comemorações serão estendidas por todo o ano de 2012. O Ministério das Comunicações e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançaram, no dia 27 de fevereiro, o selo personalizado e carimbo comemorativo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A solenidade aconteceu durante a cerimônia de início das festividades e celebra a importância da atividade agropecuária paulista. A secretária Mônika Bergamaschi, que foi nomeada em maio de 2011, destacou a magnitude simbólica representada na criação de um selo comemorativo. “Mais do que uma necessidade para o envio de correspondências, a utilização desses selos e carimbos especialmente produzidos para a comemoração de uma data representam
a importância de determinado fato histórico. Além disso, existe toda uma simbologia em torno deles, porque eternizam costumes, cultura, tradição. Como o trabalho da Secretaria é parte do cotidiano das pessoas, tratase de uma ocasião festiva não só para o agronegócio, mas para toda a sociedade. Daí a nossa ideia de transformar esse relacionamento de 120 anos em algo para a posteridade”, explicou a secretária. Também como parte das comemorações, Mônika Bergamaschi e o governador Geraldo Alckmin assinaram quatro decretos e uma resolução que beneficiam o agronegócio (veja detalhe dos documentos abaixo). A atividade agropecuária no estado de São Paulo corresponde a 30% do agronegócio brasileiro e, ao longo dos 120 anos, muitos secretários passaram pela pasta. Como forma de agradecê-los, a Secretaria prestou-lhes uma homenagem. O escolhido para falar em nome de todos foi o ex-secretário Fernando Penteado Cardoso, que ocupou o cargo na década de
60. “Sou o decano dos secretários e sempre tive dedicação, entusiasmo e orgulho pela agricultura brasileira. Saúdo os companheiros, agradeço a homenagem e faço uma recomendação aos novos e próximos secretários: mantenham-se próximos do produtor”, discursou o engenheiro agrônomo. Como primeira e única mulher a ocupar o cargo desde a criação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi se sente orgulhosa, mas ressalta que ainda há muito que fazer. “Estou feliz pela oportunidade de estar aqui neste momento tão importante. Mas ainda temos desafios. Temos que superar sempre, aumentando a competitividade do setor, fortalecendo o nosso cooperativismo e cada vez mais aproximar as cadeias produtivas do agronegócio de São Paulo”. A secretária também citou a importância da ciência agrícola paulista em gerar e levar conhecimento, além da pesquisa aliada à assistência técnica que promove avanços em todo o se-
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Comemoração SAA 120 Anos
tor como o melhoramento das estradas rurais, oferecimento de crédito, seguro rural e programas voltados à capacidade de gestão por parte do produtor. “A nossa ‘casa’ tem o maior grupo de pesquisa nacional na área de agricultura, atrás somente da Embrapa, cujo caráter é nacional”, salientou Mônika, que agradeceu todos os servidores e pessoas que já prestaram serviços à pasta e comunicou que está prevista uma ampla programação de eventos ao longo do ano, como palestras e dias de campo. O governador Geraldo Alckmin iniciou seu discurso falando de seu contentamento em participar da solenidade. “É uma bela história e para mim uma emoção maior ainda. Queria que meu pai, servidor desta casa por mais de 40 anos, pudesse estar presente”. Apresentando um panorama geral da agropecuária brasileira, Alckmin lembrou que o país é o maior produtor mundial de açúcar, álcool e suco de laranja, além de ser o maior exportador mundial de carne bovina, mas que os desafios na área biológica e sanitária são uma luta permanente. “Os desafios são enormes e é uma grande alegria comemorar as conquistas até aqui realizadas, e retemperar as forças para nós avançarmos ainda mais os 120 anos”, afirmou o governador. Ainda durante a cerimônia, autoridades deram início ao plantio de 120 árvores de espécies nativas de São Paulo. O bosque é uma representação simbólica dos anos de contribuição da Secretaria ao desenvolvimento do agronegócio paulista.
Assinaturas de documentos em prol da agricultura de São Paulo
A secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi assinou três documentos que beneficiam os produtores rurais paulistas. Já o governador Geraldo Alckmin assinou quatro decretos, que você confere abaixo:
Resolução SAA 13, de 27/2/2012 - estabelece normas necessárias à execução do programa Pró-Trator II. Nesta nova fase, serão disponibilizados R$ 125 milhões (R$ 100 milhões do Banco do Brasil e R$ 25 milhões do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista - Feap). O diferencial é que serão ofertados também tratores cabinados, com potência variando de 20 a 120 cavalos, sem cota por faixa ou modelo, ficando a escolha a critério do agricultor beneficiário.
Deliberação Conselho de Orientação do Feap (CO-01), de 31/1/2012 - limite de renda agropecuária bruta para acesso ao Programa Feap ampliado de R$ 400 mil para R$ 600 mil por ano, medida que permitirá a médios produtores o acesso às linhas de custeio e investimento. Ad referendum - alteração
do texto relativo à garantia dos financiamentos - o produtor rural hoje tem de oferecer pelo menos 150% do valor financiado como garantia. Esse número baixará para 100%. Além disso, serão aceitas outras formas, como fiança, penhor, alienação fiduciária, hipoteca e aval. As novas medidas facilitarão
ainda mais o acesso às linhas de crédito e financiamento. Projeto Bom Preço do Agricultor - desenvolvido pela Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) dentro do Programa de Alimentação e Nutrição, o projeto-piloto será desenvolvido em 20 municípios. Criado em maio de 2006 mas não colocado em funcionamento na ocasião e anos seguintes, está sendo agora retomado. Com a finalidade de aumentar a renda ao produtor e ofertar alimentos de qualidade diretamente aos consumidores, o objetivo é articular ações para a criação de canais fixos e móveis de escoamento (varejões, galpões, metrô e parques) aos produtos hortifrutigranjeiros da pequena e média produção. Projeto Café Paulista - desenvolvido pelo Feap, trata-se do financiamento de produtores que pretendam implantar ou renovar lavouras de café, além da aquisição de novos equipamentos e infraestrutura necessária à produção. Objetiva a melhoria da qualidade e da produção no Estado e permitirá um ciclo de novos investimentos com elevado padrão tecnológico. Essa nova linha de financiamento engloba outras três já existentes e aperfeiçoa o atendimento em alguns pontos. Por exemplo, até então eram atendidas regiões específicas e, agora, todo o Estado. Também foi unificado o teto de financiamento para R$ 100 mil. Projeto Gestão de Qualidade nas Propriedades Ru-
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rais - encabeçada pelo Feap, essa nova linha possibilitará aos produtores rurais, associações, cooperativas e agroindústrias o financiamento para a implantação de um sistema de gestão que contemple todo o processo de adequação às normas do Sistema de Qualidade do Estado de São Paulo, instituído pela Lei nº 10.481 de 29/12/1999, promovendo melhorias de qualidade e de boas práticas de processamento nas propriedades rurais e nas agroindústrias, além do financiamento das infraestruturas necessárias. Uma vez enquadrado, o produtor poderá solicitar o Selo Produto São Paulo, que adiciona valor e melhora a renda do produtor rural, ao mesmo tempo em que garante ao consumidor a qualidade e a conformidade do produto ofertado. Projeto de Agricultura em Ambiente Protegido - coordenado pelo Feap, visa propiciar ao produtor o acesso às modernas técnicas de produção em ambiente protegido (túneis plásticos, estufas, estruturas teladas) permitindo proteção contra adversidades climáticas, melhor controle de pragas e doenças, e melhor manejo de água, tendo em vista a possibilidade de financiamento para o projeto de irrigação. A linha anterior previa apenas os projetos destinados ao cultivo de olerícolas (verduras e legumes), sendo agora ampliado para qualquer outro cultivo em ambiente protegido, como frutíferas, cogumelos, hidroponia, aromáticos e produção de mudas.
Agrícola
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Produtores tomaram R$ 65 bi em financiamentos para próxima safra Os agropecuaristas brasileiros contrataram R$ 65,17 bilhões em financiamentos para a safra 2011/2012 entre julho do ano passado e janeiro deste ano, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura no fim de fevereiro. O valor representa 52,9% dos R$ 123,23 bilhões disponibilizados no Plano Agrícola e Pecuário desta safra e é 5,3%
superior aos R$ 61,9 bilhões emprestados no mesmo período do ciclo anterior. A agricultura empresarial tomou emprestados R$ 44,4 bilhões para custeio e comercialização, R$ 8,5 bilhões para investimentos e R$ 3,9 bilhões no Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK), uma linha especial, a juros controlados de 6,5% ao ano, para aqui-
O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária, que é a soma das riquezas geradas pelo setor, cresceu 3,9% em 2011 sobre o mesmo período do ano anterior. Em valores correntes, chegou a R$ 192,7 bilhões. O percentual ficou acima do PIB da economia que, em igual período, cresceu 2,7%, segundo dados do IBGE divulgados no dia 6 de março. Os dados mostram ainda que no período, a indústria cresceu 1,6% e os serviços 2,7%. Na avaliação do coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, o bom desempenho do PIB da Agropecuária reflete os resultados positivo de produtos como o algodão, café, cana-de-açúcar, milho e soja. Também deve ser considerada a evolução dos preços
agrícolas que foram favoráveis no ano passado. O quarto trimestre de 2011 foi o melhor do ano, com crescimento do PIB Agropecuário de 8,4%, ante 1,4% do PIB brasileiro. A variação da indústria foi negativa (0,4%) e do segmento de serviços o crescimento foi pequeno (1,4%). Para Gasques, o aumento da produtividade na agricultura e os bons desempenhos de produções específicas, como laranja, mandioca, fumo e feijão foram preponderantes para esse desempenho no trimestre.
Agropecuária registra o melhor índice de crescimento do PIB
sição de máquinas agrícolas e estruturas de armazenagem. Na parte de investimentos, dois programas lançados nas últimas safras apresentaram crescimento alto: os programas Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e o de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Os financiamentos no Pronamp chegaram a R$ 1,29 bi-
lhão, superando em 17,6% o programado para toda a safra e em 82% o valor emprestado no mesmo período do ciclo 2010/2011. No ABC foram contratados R$ 400,2 milhões, mais que o dobro do que entre julho de 2010 e janeiro do ano passado. O potencial do programa, no entanto, é muito maior, pois são disponibilizados cerca de
R$ 3 bilhões para a linha de crédito, que ainda depende da formação de assistência técnica especializada para seu desenvolvimento pleno. A agricultura familiar, que conta com R$ 16 bilhões para a safra, tomou emprestado R$ 8,26 entre julho e janeiro. O valor é 11,2% maior do que os R$ 7,43 bilhões do mesmo período do ciclo anterior.
Variação do PIB da Agropecuária 2009: -3,1% 2010: 6,3% 2011: 3,9%
Governo fixa novo preço mínimo da uva industrial
Laranja tem o menor preço médio desde 2001
Objetivo é possibilitar melhorias nas plantações
Segundo levantamento divulgado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq, no mercado de laranja de mesa, as médias de fevereiro dos preços pagos aos produtores estiveram abaixo das do mesmo período de anos anteriores, principalmente frente às de 2011, em termos nominais. De acordo com os dados, para a laranja pera, a média de fevereiro deste ano foi de R$ 8,41/caixa de 40,8 kg, na árvore, a menor para o período desde 2001. Esse valor está 66,8%
O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial de 29 de fevereiro portaria que estabelece o novo preço mínimo da uva industrial para a safra 2011/2012. Com a medida, serão beneficiadas as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Assim, a uva industrial (Isabel) passa de 0,52/kg para 0,57/kg, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012. A produção de uvas provém 66% da região Sul do país. Aproximadamente, 45% destinam-se ao processamento, para
abaixo da média de fevereiro do ano passado. Quanto às variedades natal e valência, o recuo também é considerável frente a outros anos. De acordo com levantamentos do Cepea, em fevereiro, a média da natal, na árvore, foi de R$ 6,72/cx, expressiva redução de 72,1% frente à de fevereiro/11. Para a valência, a média foi de R$ 6,74/cx em fevereiro, 68,7% inferior à de fevereiro/11. As duas variedades também registram a menor média desde 2001, considerando-se os meses de fevereiro.
a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados. Somente o Rio Grande do Sul é responsável por 95% do total produzido. A expectativa é de que a medida possibilite investimentos do segmento produtivo na melhoria de seus parreirais, o que se refletirá em uvas, vinhos e sucos de melhor qualidade e mais valorizados pelo mercado, destacou o secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha. No sentido de reduzir os estoques, o governo federal reali-
zou apoio à comercialização de 86 milhões de litros de vinho, desde o ano de 2006. Este instrumento permanece à disposição do setor e será acionado quando o preço recebido pelos produtores estiver abaixo do preço mínimo definido pela União de R$ 0,57/kg de uva Isabel. Os recursos do crédito rural para o setor da vitivinicultura foram de R$ 268 milhões para custeio; R$ 24 milhões para investimento e R$ 200 milhões para comercialização, totalizando R$ 492 milhões em 2011.
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Cientistas criam batata transgênica resistente a vírus
LEGISLAÇÃO
Proposta regulamenta emissão de receituário para compra de agrotóxicos
A Câmara dos Deputados analisa proposta que regulamenta a emissão do chamado receituário agronômico, emitido por profissionais legalmente habilitados e utilizado na compra de produtos agrotóxicos, como uma espécie de receita médica. Segundo o projeto de lei, esse documento deverá ser emitido em cinco vias. Pela proposta, cada uma das cinco vias do documento terá um destinatário diferente - o próprio usuário comprador; o estabelecimento comercial vendedor; o Ministério da Agricultura; - a Anvisa e o órgão estadual competente - . Os estabelecimentos comerciais que venderem esse tipo de produto ficarão obrigados a manter os receituários à disposição dos órgãos fiscalizadores por pelo menos cinco anos. A proposta foi elaborada pela Comissão de Seguridade Social e Família. O presidente do colegiado, deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), explicou que um estudo da Subcomissão Especial sobre o Uso de Agrotóxicos e suas Consequências à Saúde constatou que o receituário agronômico não vem sendo utilizado na maioria dos estados brasileiros. “A intenção é dar maior eficácia ao documento. Torná-lo de fato um instrumento de apoio ao produtor e trabalhador rural, além de instrumento de controle profissional e fonte a ser utilizada pela fiscalização pelos órgãos públicos”, argumenta. A proposta também torna obrigatória a elaboração de relatórios anuais com as informações constantes dos receituários emitidos. Os dados, segmentados por unidade da federação, deverão ser divulgados à população e enviados aos conselhos nacionais de Saúde, Meio Ambiente e de Agricultura. “Isso permitirá um maior controle e participação social no monitoramento e fiscalização do uso dos agrotóxicos no Brasil”, afirma Saraiva Felipe.
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A batata é o quarto alimento mais cultivado do mundo, com produção anual de 300 milhões de toneladas. Entretanto, as lavouras sofrem com infecções virais que ocasionam perdas econômicas e de produtividade. Entre os vírus que afetam estas plantações estão os PVY, transmitidos por insetos, causadores de infecções severas que podem persistir nas gerações subse-
qüentes de tubérculos. Em alguns casos as perdas podem chegar a 80% da plantação. Um grupo de cientistas liderados pelo pesquisador Fernando Bravo, criou plantas genéticamente modificadas (GM) resistentes ao PVY e já realizou ensaios em várias regiões da Argentina. Foram usadas duas mil plantas de duas linhagens GM, durante seis anos. Os resultados
foram satisfatórios, com todas as plantas geneticamente modificadas sem infecção, enquanto entre as plantas não transgênicas a taxa de infecção foi de até 80%. No que diz respeito à segurança alimentar, a conclusão foi que as batatas GM e as convencionais são idênticas, agronômica e bioquimicamente. Os resultados foram publicados na revista Transgenic Research.
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Cresce incidência de cancro cítrico em nos pomares de SP Chuva e calor, somadas à colheita criam ambiente ideal para disseminação De acordo com levantamento realizado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), a incidência de cancro cítrico saltou de 0,44% para 0,99% em 2011 nos talhões do parque citrícola. Esse valor já indica uma ameaça, pois supera o índice de 0,70%, constatado no primeiro levantamento. A região mais afetada é a Noroeste, com 7% dos talhões contaminados, seguida pela Oeste, com 2,2%. As demais regiões apresentaram índices inferiores a 1%, como a Norte (0,5%), a Sul (0,27%) e a Centro (0,05%). O levantamento foi realizado por 80 inspetores que percorreram 10% dos talhões em toda a área citrícola, em 2011. Como o número é o mais elevado dos últimos 13 anos, o momento é de atenção e de reforço das medidas de prevenção. “As condições desta época do ano, como as chuvas e o calor, somadas à colheita, criam o ambiente ideal para uma rápida e fácil disseminação da bactéria causadora da doença”, explica o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco. “Esse momento exige profunda reflexão dos produtores, pois caminhamos para uma situação de perda total de controle dentro da política atual de supressão da doença”, destaca. Além de uma política de defesa fitossanitária, ações efetivas e contínuas, o controle do cancro cítrico depende muito do produtor, que deve cuidar do pomar, realizando constantes inspeções à procura da doença e adotando medidas de prevenção, como a desinfestação do
material de colheita, pulverização de caminhões e veículos que circulam na propriedade, entre outros. Atualmente na ausência de inspeção sistemática pelos órgãos de defesa, em casos de suspeita, o citricultor deve comunicar a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que encaminha o material para análise laboratorial. Se confirmada a doença, o produtor deve seguir a portaria 291 do Ministério da Agricultura, que prevê a erradicação de árvores em um raio de 30 metros a partir daquela que estiver com sintomas. Vale ressaltar que a ação deve ser contínua, pois uma planta contaminada recente-
mente pode demorar até cinco meses para apresentar os primeiros sintomas. A doença
Geralmente, o cancro cítrico induz lesões salientes nos dois lados da folhas, o que facilita sua diferenciação das demais doenças. Outro sintoma muito comum é o aparecimento de um anel amarelo ao redor das lesões da cor marrom. Nos frutos, a doença se manifesta pelo aparecimento de pequenas manchas amarelas e circulares que, aos poucos, crescem e se tornam marrons. Já nos ramos, é possível identificar lesões pardas em forma de crostas. e a bactéria estiver
presente no pomar, ela pode se espalhar por meio da chuva, do material de colheita, do trânsito de veículos e máquinas agrícolas e também pelo próprio colhedor. Medidas como a desinfestação do material de colheita, a pulverização de caminhões e veículos antes de entrar na propriedade e a queima de restos de colheitas são fundamentais para manter a propriedade livre da infestação do cancro cítrico. A utilização de bins, plataformas que dispensam a circulação de caminhões na propriedade durante a colheita, também é uma importante ação para evitar a proliferação da bactéria.
PESQUISA
Embrapa descobre nova espécie de inseto Pesquisadores da Embrapa Clima Temperado descobriram uma nova espécie de inseto, parecida com um mosquitinho comum, pequena – o macho mede 0,3 cm – e que tem como hábito atacar pés de araçá. O novo artrópode recebeu o nome de Elachypalpus psidii. A ação do inseto nos araçazeiros forma galhas na planta, espécie de tumor que rouba
nutrientes e diminui a produtividade. De acordo com a Embrapa, a descoberta de uma nova espécie é um fato incomum na pesquisa brasileira e vai facilitar a pesquisadores e agricultores entenderem a origem de possíveis galhas em um pé de araçá. Segundo o pesquisador Dori Edson Nava, responsável pela descoberta, a nova praga não
causa grandes danos ao fruto quando a contaminação for pequena. Em caso de grande quantidade, ela pode dificultar a realização da fotossíntese e comprometer a produção. “Descobrimos que era uma nova espécie pelo formato diferenciado dos tumores - forma de barril – e, depois, analisando a anatomia do inseto”, comenta Nava. “Estamos buscando al-
ternativas para controlá-lo”, expõe. O Elachypalpus psidii é da ordem dos dípteros, a mesma da mosca comum. A existência da espécie foi desvendada por uma pesquisa feita pelo Laboratório de Entomologia da Embrapa Clima Temperado e catalogada pela taxonomista Valéria Maia, do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
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Abelhas nativas aumentam produtividade de morango Estudo integrado por pesquisadores da Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária) apontou aumento da produtividade no cultivo de morangos com o auxílio da polinização por abelhas nativas do Rio Grande do Sul. A abelha utilizada (Plebeia nigriceps), popularmente conhecida como mirim, não possui ferrão e é originária do estado, ao contrário da abelha comum (Apis mellifera). O estudo foi publicado na edição mais recente da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira, editada pela Embrapa. Para a pesquisadora Sídia Witter, que participou do estudo, o trabalho é mais um exemplo da importância das abelhas para a agricultura familiar gaúcha. Os morangos foram plantados em estufas no período de agosto a novembro de 2007, na Estação Experimental da Fepagro Saúde Animal, em Eldorado do Sul. O aumento da produtividade está relacionado à redução do percentual de frutos deformados, problema provocado pela autopolinização. A polinização cruzada (troca de pólen entre flores diferentes), produzida pela ação das abelhas, diminui a incidência de deformação nos morangos. O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de morango do país. O cultivo ocorre nos municípios do Vale do Rio Caí, Caxias do Sul e Farroupilha e região de Pelotas. Além deste estudo, Sídia desenvolve uma série de pesquisas envolvendo a polinização por meio de espécies de abelhas nativas do Rio Grande do Sul, como opção ao uso da Apis mellifera. “A maior importância das abelhas não está na produção do mel, mas sim na polinização”, observa. “Muitas das espécies que estudamos já estão em extinção”, informa. A pesquisadora da Fepagro integra um projeto financiado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), através do Ministério do Meio Ambiente, para promover a conservação, a restauração e o uso sustentável da diversidade de polinizadores na agricultura e ecossistemas relacionados.
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Pesquisa analisa produção de banana nanicão em clima tropical de altitude Em 2010, a fruta foi a mais consumida no mundo e o Brasil foi o quinto maior produtor Estudo desenvolvido pela engenheira agrônoma Andrea Ribeiro Domingues, aluna do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, da Esalq, buscou aperfeiçoar o entendimento sobre o desenvolvimento fisiológico da bananeira cv. ‘Nanicão’ em clima tropical de altitude (Cwa) que tem como características estações bem definidas, inverno frio e seco e verão quente e chuvoso. A bananeira, por ser uma planta típica de clima tropical, no clima Cwa é considerada marginal para seu cultivo em escala produtiva, devido à possibilidade de ocorrência de geadas, o que pode causar riscos à produção. “No entanto, ao longo dos anos, a exploração econômica dessa fruta em regiões com esse tipo de clima tem mostrado seu potencial. Isso se deve principalmente ao trabalho de pesquisadores e extensionistas que atuaram junto aos produtores para a melhoria
da produção”, explica a autora do trabalho. Assim, seu projeto propôs estudar o desenvolvimento de um bananal comercial, observando as variações do ciclo de produção ao longo do ano, considerando duração, produção e rendimento. Realizado na fazenda Diamantina, em Tietê (SP), produtora de banana em uma área de 16 hectares, o projeto conduziu dois experimentos. O primeiro, realizado entre maio de 2010 e julho de 2011, verificou a formação do cacho da bananeira desde a emissão da inflorescência até a colheita nas diferentes épocas do ano, a fim de observar as durações do período, massas dos cachos e o reflexo na produção final. No segundo experimento estudaram-se os quatro primeiros ciclos de produção, que compreende o período desde a implantação do bananal, em setembro de 2005 até agosto de
2010, para verificar a duração, produção e rendimento médio de cada ciclo. O trabalho concluiu que a produção de banana cv. ‘Nanicão’ é marcada por oscilações na quantidade de inflorescências emitidas nas diferentes épocas do ano. “As maiores taxas de emissões ocorrem na época mais quente e chuvosa e taxas bem inferiores na época fria e seca do ano”, conta a pesquisadora. O menor intervalo de duração entre a inflorescência e a colheita foi observado em bananeiras que emitem a inflorescência em condições de alta temperatura, enquanto que os maiores intervalos foram notados em plantas que emitem inflorescência nas épocas mais frias e secas do ano. As massas dos cachos e a produção também apresentaram variações ao longo do ano. Ambos são encontrados em níveis superiores durante o
período mais frio e seco do ano, acontecendo o inverso durante a época mais quente e chuvosa. “As variações das massas dos cachos estão relacionadas com as condições climáticas ocorridas no período entre a diferenciação floral e a emissão da inflorescência dos cachos”, explica. Quanto à variação da produção nos quatro primeiros ciclos, Andrea acrescenta que o rendimento médio anual de cada ciclo varia, de modo que, a partir do terceiro, o rendimento médio anual decresce e estabiliza-se devido à extensão da duração do ciclo de produção, causada pelas condições de baixas temperaturas que as bananeiras estão sujeitas nesse tipo de clima. Em 2010, a fruta foi a mais produzida e consumida no mundo e o Brasil foi o quinto maior produtor. “Estudos sobre o comportamento fisiológico da bananeira em diferentes tipos de clima e o conhecimento
das oscilações do ciclo produtivo da planta, ao longo dos anos de produção do bananal, podem oferecer suporte ao planejamento agrícola e maior previsibilidade da colheita”, aponta. Com a realização do trabalho, a autora aponta a necessidade de estudos mais aprofundados quanto à fisiologia da bananeira e a influência do clima Cwa no seu desenvolvimento, de maneira a elucidar alguns assuntos que ainda não estão claros, como o efeito do fotoperíodo na iniciação floral. “Com a identificação de qual estágio (vegetativo, floração ou frutificação) de desenvolvimento da bananeira é mais sensível às condições climáticas adversas presentes na região, tanto o produtor, extensionista ou pesquisador podem melhorar a produção e a renda do bananal, por meio de desenvolvimento de novas técnicas culturais e manejo correto e adequado da cultura”, conclui.
O Ministério da Agricultura certificou o registro do biofungicida Tricovab, para combate no campo ao fungo da vassoura-de-bruxa. A certificação encerra processo iniciado há 10 anos pela Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e inclui bula e rótulo definitivos. O biofungicida foi desenvolvido pela Ceplac a partir de técnicas que usam um fungo natural e antagônico ao fungo Moniliophtora perniciosa, causador da doença nos cacaueiros. A vassoura-de-bruxa devastou a lavoura baiana no final dos anos 80, fazendo a produção cair de 460 mil toneladas para menos de 120 mil toneladas na década seguinte. O coordenador técnicocientífico da Ceplac, Manfred Müller, acredita que a certificação é a última etapa do processo que demandou tempo e estudos do Comitê Técnico de Assessoramento. O comitê é composto pelo Ministério da
Agricultura, Anvisa e Ibama, órgãos responsáveis pela regulamentação de agrotóxicos e biofungicidas no País. “Os pesquisadores da Ceplac se desdobraram na busca de solução natural com alto potencial de controle da vassoura-de-bruxa, sem riscos ao meio ambiente e aos produtores de cacau e colaboradores”, avalia Müller. O bifungicida Tricovab é obtido mediante a fermentação do fungo Trichoderma stromaticum em laboratório. Trata-se de um produto natural que não causa agressões ao meio ambiente. “Além disso, é comprovadamente eficaz quando diluído em água e pulverizado na plantação de cacau, já que inibe a reprodução do fungo da vassoura-de-bruxa em até 99% no solo e em quase 57% na copa das árvores do cacaueiro”, explica o chefe do Cepec, Adonias de Castro Virgens Filho. O Cepec será responsável pela divulgação da aplicação do produto nas propriedades rurais.
Agricultura aprova uso de biofungicida contra vassoura-de-bruxa
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As medidas de defesa comercial da cultura do coco estabelecidas pelo governo brasileiro em 2002, que limitam as quantidades de coco seco que podem ser importadas, encerram sua validade em 2012 e poderão afetar o mercado e a produção no país. Há 10 anos as importações de coco seco têm cotas limitadas pelo governo com o objetivo de salvaguardar a produção nacional, segundo explica o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Carlos Martins. “Em 2006, houve prorrogação por mais quatro anos. Atenta a esta situação estagnada e preocupante, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, emitiu em julho de 2010 a Resolução 51, trazendo nova prorrogação da medida de salvaguarda, porém desta vez por um período menor, até 31 de agosto de 2012”, conta. Segundo informou a Assessoria Técnica da Camex, não é mais possível obter uma nova prorrogação da medida de proteção. O período de salvaguarda já atingiu o prazo máximo estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que é até maior para os países em desenvolvimento, como o Brasil. Diante disso, os produtores brasileiros terão de encontrar outras alternativas para competir com o produto importado. Martins revela que, com o término da medida e pelo menor preço do produto no mercado internacional, as importações poderão aumentar consideravelmente, com consequências sérias à cadeia produtiva do coco, que já vem sofrendo com a expansão das áreas plantadas com cana-de-açúcar e a intensificação do mercado imobiliário. Os maiores impactos deverão ocorrer na faixa litorânea do Nordeste e no Norte, regiões que, segundo dados do IBGE, respondem por cerca de 70% da produção nacional, devido às vantagens do clima tropical úmido. A Bahia lidera a produção, seguida por Sergipe e Ceará, que juntos respondem por mais de 50% do coco produzido no Brasil. Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pará também devem sentir as mudanças, pois detêm os melhores índices de produtividade. A tendência, de acordo com Martins, é que os grandes exportadores mundiais, com destaque para o Vietnã e a Indonésia, que juntos somam mais de 50% das exportações, ganhem bastante mercado no Brasil por conta das diferenças cambiais que tornam o preço da fruta mais baixo. Sri Lanka, Filipinas e Tailândia também entram nesse grupo, que junto detém 75% do mercado internacional. Os dados são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Comunidade Internacional dos Cocoicultores da Ásia e do Pacífico (APCC – sigla em inglês).
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na por coco nos países produtores da Ásia, o que pode diminuir sua capacidade de exportação e amenizar o problema brasileiro. “Sabemos também que as áreas plantadas em muitos desses países estão em declínio e sem perspectiva de renovação, e isso pode representar um cenário menos problemático para a produção nacional”, prevê. Sistemas integrados
Defesa comercial do coco seco acaba em 2012 Cenários As consequências sociais dessas mudanças serão grandes, especialmente no Nordeste, onde os pequenos produtores predominam na cultura do coco, com características de extrativismo. De acordo com números do IBGE, 90% dos estabelecimentos apresentam de 10 a 100 hectares, e 53,8% deles possuem menos que 10 ha. O coco seco ou in natura produzido no Brasil concorre diretamente com o coco desidratado importado, conhecido no mercado nacional como coco ralado integral desidratado ou simplesmente coco ralado e, internacionalmente, como desiccated coconut. A alíquota de importação para o produto é de 10%. Para o presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil (Sindcoco), Francisco Porto, essa concorrência é altamente desleal, e inviabiliza a produção doméstica do coco em
condições justas de competitividade. “A indústria de processamento de coco nos exportadores asiáticos não atende às mínimas condições de higiene e sanidade, e a cadeia produtiva não preza pela segurança e saúde do trabalhador. Temos imagens feitas em alguns locais que comprovam as condições de miséria, sujeira e perigo à vida e ao meio ambiente em que se produz o coco nesses países”, reclama. De acordo com pesquisador Humberto Rolemberg Fontes, que há décadas estuda a cultura do coco na Embrapa Tabuleiros Costeiros, o fim das medidas de salvaguarda poderá trazer sérias consequências para produtores nacionais que não se prepararam adequadamente para enfrentar este novo cenário. “De maneira geral, os atuais plantios encontram-se em sua maioria abandonados, com pequenos produtores desestimulados, em função não somente dos baixos preços do coco seco, como
também da falta de políticas governamentais de incentivo à cultura. Este quadro se caracteriza pela não adoção de práticas de manejo cultural e fitossanitário, que se refletem na queda de produção e na qualidade dos frutos colhidos”, afirma Fontes. Por ser uma cultura de grande importância socioeconômica para a região Nordeste, o pesquisador acredita ser possível que pequenos plantios com coqueiros da variedade gigante continuem a ser realizados em substituição aos atuais, e que sejam mantidas áreas sem a realização de maiores investimentos, com forte tendência de queda na produção ao longo dos anos. “Por outro lado, tem aumentado a demanda por sementes de coqueiro híbrido, que tem maior produtividade e melhor rendimento industrial em relação às variedades gigante e anão”, explica. O pesquisador tem observado, ainda, segundo dados não oficiais, um aumento na demanda inter-
Para os pesquisadores da Embrapa, além de ações de pesquisa, são necessárias medidas urgentes por parte do setor público, no sentido de incentivar a exploração do coqueiro, priorizando a renovação das áreas, com ênfase na utilização de sistemas integrados de produção. Fonts defende a instalação de um programa de revitalização da cultura do coqueiro, viabilizando o aumento sustentável da produção. “Grande parte das plantas está envelhecida e no fim do ciclo da vida produtiva, o que inviabiliza a recuperação e demanda uma renovação dos plantios decadentes com mudas de boa qualidade”, reforça. Para o pesquisador, há a necessidade, também, de implantação de uma política de agregação de valor ao coco, através da instalação de pequenas unidades processadoras, que permitam, por exemplo, a produção do coco ralado e de outros produtos como óleo de coco, além do aproveitamento dos seus co-produtos a partir da fibra produzida. O presidente do Sindcoco acredita que a solução de curto prazo mais viável é estabelecer condições legais para que a indústria de processamento dos países exportadores atenda às mesmas normas de saúde, higiene, segurança do trabalhador e do meio ambiente em vigor no território brasileiro. “É importante que esses produtores internacionais sejam fiscalizados pelas autoridades trabalhistas, agrícolas e sanitárias do Brasil, com acompanhamento do sindicato enquanto representante do setor produtivo brasileiro. Somente assim teremos um cenário mais justo de competitividade setorial”, defende. Porto informou que já teve audiências nos ministérios em Brasília, tanto para oficializar o pleito do Sindcoco em relação à adequação dos exportadores às exigências legais Brasileiras quanto para negociar junto à Camex a elevação da alíquota de importação dos atuais 10% para 55%, medida que depende de aprovação no âmbito das relações comerciais do Mercosul. “Esperamos ter sucesso nas nossas reivindicações, que são importantes para garantir o comércio internacional de forma livre e justa, e se mostram cruciais para a sobrevivência dos produtores de coco no Brasil, especialmente os de pequenas propriedades”, concluiu.
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Artigo
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A extensão rural em floricultura no Brasil: por uma política nacional Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **
Embora ainda fortemente concentrada no Estado de São Paulo, particularmente nas regiões dos municípios de Atibaia e Holambra, a floricultura brasileira evidencia fortes tendências de descentralização produtiva e comercial por várias regiões, em todo o país. Atualmente, assiste-se ao notável crescimento e consolidação de importantes pólos florícolas no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Bahia e Maranhão. No Brasil, ainda que com uma profissionalização e dinamismo comercial relativamente recentes, a floricultura contabiliza números extremamente significativos. Já são formalmente reconhecidos perto de oito mil produtores, cultivando uma área de mais de 12 mil hectares anualmente, em 304 municípios brasileiros. A produção de flores e plantas ornamentais propicia altos rendimentos anuais e gera, na média nacional, 3,8 empregos diretos por hectare, que equi-
vale a 14,2 empregos numa propriedade média dedicada à floricultura. Vale ressaltar ainda que 94,4% desses empregos são preenchidos com mão de obra permanente, essencialmente contratada (81,3%), enquanto que o trabalho familiar responde por 18,7% do total empregado, caracterizando-se, assim, o seu inquestionável papel e importância sócio-econômica. Sendo as flores produtos altamente perecíveis e exigentes no manuseio delicado de pós-colheita, preparo e apresentação com qualidade artística, a cadeia produtiva da floricultura e plantas ornamentais constitui-se em um dos setores que mais absorve mão de obra por área cultivada entre todos os segmentos do agronegócio brasileiro, o que lhe confere inegável importância econômica e social. De fato, agregando um contingente de 194 mil trabalhadores, a atividade gera 16,16 empregos diretos e indiretos por hectare cultivado, assim distribuídos: 96 mil (49,5%) localizados na produção; 6 mil (3,1%) na distribuição atacadista; 77 mil (39,7%) no comércio varejista e 15 mil (7,7%) em outras funções, principalmente nos segmentos de apoio. As extraordinárias condições de produção do país, dota-
do de diversidade de solo e clima, permitem o cultivo de um infinito número de espécies de comprovada qualidade e beleza e conferem, ao produto brasileiro, notáveis condições de expansão de sua base produtiva, consolidando competitivamente novos espaços também no mercado internacional, no qual já atingiu, no passado recente, uma participação anual de US$ 35,5 milhões. A transformação de todas essas potencialidades em oportunidades efetivas de negócios tem se tornado, a cada dia, uma realidade mais palpável, na medida em que produtores e exportadores rompem importantes pontos de estrangulamento ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, as demandas e expectativas em relação à assistência técnica e extensão rural de alta qualidade, capilaridade, e abrangência – sem as quais o desenvolvimento almejado não poderá ser efetivamente conquistado - permanecem insatisfeitas e justificam a busca por uma política nacional de assistência técnica e extensão rural em floricultura que venha a responder, à altura, aos desafios e expectativas de toda essa potente cadeia produtiva. Neste sentido, foi proposta e realizada a mesa redonda temática “Assistência Técnica aos
Produtores de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil – Presente e Futuro: Experiências, Limites e Potencialidades”, junto à segunda edição da Feira Nacional da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais – Fest Flor Brasil 2011, realizada no Centro de Exposições da Embrapa, em Brasília, em outubro do ano passado, trouxe uma importante e inovadora contribuição setorial ao incorporar, com prioridade, esse tema ainda tão pouco debatido no país. Participaram autoridades e técnicos da Asbraer (Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural, do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Dater/MDA), responsáveis pelos programas de floricultura da Epagri (SC) e da Emater (DF), além da câmara setorial nacional de flores e plantas ornamentais e da coordenaçãogeral de apoio às câmaras setoriais e temáticas do Ministério da Agricultura. Foram consultadas e ouvidas, também, associações e cooperativas de flores e plantas ornamentais de todo o Brasil. Os resultados dos trabalhos e debates foram compilados e organizados na “Carta de Brasília para o Desenvolvimento da
Assistência Técnica e Extensão Rural em Floricultura no Brasil”, que resumiu o diagnóstico das principais necessidades, demandas e expectativas dos floricultores, juntamente com a proposta de construção e efetiva implantação de uma política para o segmento, que, a partir da mais recente reunião da câmara setorial de flores e plantas ornamentais, realizada em Brasília, em fevereiro passado, agora segue para as mãos das principais autoridades e responsáveis comprometidos com o futuro do setor no país. Um importante passo foi dado e agora confiamos que a floricultura brasileira receberá o olhar atento e colaborativo do poder público, esperançosos de que o mesmo venha a se fazer condizente com a dimensão econômica da atividade, com sua importância social e sua inegável adequação no atendimento às novas necessidades de humanização da vida urbana contemporânea.
*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.
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Marcelo Crivella é o novo ministro da Pesca Dilma pediu atenção especial à pesca artesanal, setor que ainda permanece na informalidade O ministro da Pesca e Aquicultura, Luiz Sérgio de Oliveira (PT-RJ), deixou o cargo e o novo titular da pasta é o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). A nomeação foi anunciada no dia 29 de fevereiro e o senador assumiu a cadeira no segundo dia deste mês, em substituição a Luiz Sérgio (PT-RJ), que retomará sua cadeira de deputado conquistada na eleição de 2010 O novo ministro classificou sua nova função como um aprendizado. “Eu preciso aprender muito. Conheço um pouquinho na teoria e muito menos na prática. Vai ser mesmo um intensivão”, disse. Apesar da pouca inexperiência na área, Crivella declarou ser hábil no que chamou de “espírito público”. “Espírito público, político, de saber como as coisas caminham, resolver as controvérsias, eu diria sossegar as vaidades e egos, isso eu tenho boa experiência”. Crivella disse que, ao receber o convite para assumir o cargo, ouviu da presidente Dilma Rousseff o pedido para que trabalhe pelos pescadores artesanais, setor que ainda concentra grande quantidade de pessoa na informalidade. Ressaltou também que sua gestão buscará cumprir o conjunto de metas estabelecidas pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência para o setor de, até 2022, aumentar a produção anual da aquicultura sustentável em cinco vezes, dobrar o consumo nacional per capita de pescado e gerar mais um milhão de empregos na atividade pesqueira. Dilma Rousseff explicou em nota que “a mudança permite a incorporação ao gabinete de um importante partido aliado do governo” e destacou a “valiosa contribuição” prestada por Luiz Sérgio ao governo durante sua gestão. Dilma afirmou ainda que “está segura de que, à frente do ministério da Pesca e Aquicultura, o senador Marcelo Crivella prestará relevantes serviços ao Brasil”.
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Qualidade
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Caio Albuquerque Esalq/USP As frutas e hortaliças in natura são componentes importantes do cardápio da alimentação escolar, pelo seu valor nutricional e por oferecer às crianças a oportunidade de descobrir e desfrutar novos aromas, sabores, cores, formatos e texturas. A maioria da compra dos alimentos para a alimentação escolar utiliza a licitação pública, que pode ser pregão eletrônico. O atendimento pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp de milhares de pessoas do serviço de alimentação, principalmente escolar, nos últimos 14 anos, permite afirmar que, os seus gestores têm imensa dificuldade na aquisição de frutas e hortaliças frescas e sabem que escolhem e compram mal e não sabem o que fazer para melhorar. O projeto ‘Apoio à tomada de decisão do serviço de alimentação escolar na escolha, aquisição, controle de qualidade e utilização de frutas e hortaliças frescas', financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) é o resultado da parceria entre o Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/Esalq) e o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. O projeto, também conhecido como HortiEscolha, está desenvolvendo uma ferramenta que otimize e simplifique a escolha e a aquisição, aumente a diversidade e garanta a qualidade das frutas e hortaliças frescas da alimentação escolar. As responsáveis pelo projeto são as professoras Marta Helena Fillet Spoto e Solange Guidolin Canniatti Brazaca, ambas do LAN. Participam ainda a engenheira agrônoma Anita de Souza Dias Gutierrez e a engenheira de alimentos Fabiane Mendes da Câmara, ambas da Ceagesp. O consumo de frutas e hortaliças frescas na alimentação escolar é insuficiente em quantidade e em diversidade. A última "Pesquisa Nacional do Consumo Alimentar e Perfil Nutricional de Escolares, Modelos de Gestão e de Controle Social do Programa Nacional de Alimentação Escolar", publicada em 2006 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, mostrou uma oferta semanal média de 40 gramas de fru-
Cardápio adequado e a Ceagesp Projeto visa orientar o serviço de alimentação escolar na escolha de produtois tas e hortaliças, muito abaixo dos 200 gramas preconizados. Além disso, 41% dos cardápios não apresenta nenhum tipo de fruta e 16% são oferecidos às crianças sem nenhuma hortaliça. Uma pesquisa que fez parte de uma tese de doutorado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e que foi realizada em dez municípios, dois em cada região do Brasil, constatou que a recusa voluntária das refeições por grande parte dos estudantes é comum e a explicada pela monotonia dos cardápios levantados pelo estudo. Plataforma virtual
Informações sobre as 20 frutas e hortaliças de maior volume de comercialização no entreposto da Ceagesp, responsáveis por 80% do volume comercializado e muito na alimentação escolar, são levantadas na primeira etapa do trabalho. Ao final do trabalho serão trabalhadas as frutas e hortaliças responsáveis por 98% do volume comercializado. Na segunda etapa será desenvolvida uma plataforma on line, com todas as informações necessárias à escolha das frutas e hortaliças
de melhor custo-benefício em cada época e local e que obedeçam aos requisitos de qualidade pré-estabelecidos. Assim, na programação do cardápio, será possível estabelecer o melhor produto para cada época, as melhores opções de escolha para cada produto - classificação, variedade, maturação; o padrão mínimo de qualidade, com os defeitos não aceitáveis e a melhor época de utilização de cada produto. Na descrição do produto na compra, o estabelecimento da equivalência entre as diferentes denominações de classificação e uma característica mensurável de tamanho; do custo-benefício de cada classificação (resultado do cálculo dos índices de aproveitamento e de valoração) e do padrão mínimo de qualidade, permitirão que seja possível garantir que o produto comprado seja o recebido. Hoje é muito comum que se pague pela classificação mais cara e que se recebe uma pior do que a mais barata - uma diferença de mais de 100% do valor. Até o momento, as pesquisadoras já organizaram as frutas e hortaliças (nomes comum e científico e família botânica) em grupos horticulturais e de
mesma função no cardápio, segundo critérios nutricionais, coloração, textura, sabor. Além disso, definiram o gabarito da identificação de variedades por produto, formataram a ficha para cada fruta e hortaliça, com a indicação das opções de compra do produto, da classificação de melhor custo-benefício, dos padrões mínimos de qualidade, e da tabela de equivalência entre as classificações. Também descreveram o objeto (frutas e hortaliças) para aquisição por licitação, por pregão eletrônico e chamada pública, para aquisição de produtos provenientes da agricultura familiar e definiram os procedimentos no recebimento de cada fruta e hortaliça,. O comportamento sazonal das frutas e hortaliças, a composição nutricional do produto cru e preparado, o seu índice de aproveitamento por classificação e as necessidades nutricionais por idade, estágio de desenvolvimento, sexo e atividade, são informações já levantadas. O conhecimento já desenvolvido vem sendo repassado aos gestores de alimentação pública como os dos serviços de alimentação escolar das pre-
feituras e os responsáveis pela compra e controle de qualidade das frutas e hortaliças no governo do estado de São Paulo, que utilizam a Bolsa Eletrônica de Compras (BEC). Multiplicar benefícios
A ferramenta permitirá uma grande melhoria na gestão dos recursos públicos do serviço de alimentação escolar na compra de frutas e hortaliças frescas. A universalização de suas ferramentas e conhecimento será possível com o desenvolvimento de um programa de treinamento à distância, que começará com um programa piloto no estado de São Paulo e poderá ser estendido para todo o Brasil. "O emprego deste programa permitirá grande economia e melhor utilização de recursos públicos, diminuição de perdas, maior diversidade de produtos, a introdução de frutas e hortaliças pouco conhecidas, a utilização de frutas e hortaliças frescas provenientes da agricultura local no cardápio, o aumento do seu consumo e alavancará a profissionalização e a sustentabilidade da agricultura familiar local", finalizam as pesquisadoras.
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Evolução do consumo de frutas processadas Segmento apresenta crescimento e diversificação de produtos Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A horticultura - produção de frutas, hortaliças, flores e plantas ornamentais - é uma agricultura muito especial. Ela permite a sobrevivência digna de pequenos produtores e emprega uma grande quantidade de trabalhadores. As grandes regiões produtoras de frutas e hortaliças no mundo são de clima seco e com água em abundância. No Brasil a produção hortícola é tradicionalmente concentrada próxima aos grandes centros metropolitanos. Hoje ela está se deslocando para regiões de melhor aptidão climática – seca e com água em abundância, apesar das maiores dificuldades logísticas nestas regiões e da maior distância dos centros consumidores. A comercialização de produtos hortícolas frescos é uma ‘corrida contra o tempo’ , fruto da perecibilidade do produto, uma das principais razões da grande fragilidade comercial do horticultor. O comércio internacional brasileiro de frutas e hortaliças cresceu muito entre 2000 e 2010. O grande crescimento do volume de importação de frutas e hortaliças frescas (93%) e processadas (337%) mostra bem o potencial do consumo interno. A diminuição da exportação de frutas e hortaliças frescas (-7%) mostra a dificuldade de competir neste segmento do mercado internacional, o que não aconteceu com as frutas e hortaliças processadas, que obteve crescimento (47%) e diversificação. Os dados do comércio brasileiro internacional de frutas frescas e processadas, detalhados nas tabelas do Anexo 03 mostram que: A proporção das frutas pro-
cessadas em relação às frutas frescas, entre 2003 e 2010, cresceu de 9% para 26% na importação e de 47 para 59% na exportação. A diversificação dos itens importados passou de 30 itens em 2003 para 61 itens em 2010. O crescimento do volume de importação de 22 itens importados nos dois anos. O registro da importação de três tipos de processamento de abacaxi – ‘abacaxis preparados ou conservados em água edulcorada, etc.’, ‘outros sucos de abacaxi’ e ‘abacaxis preparados ou conservados de outro modo’, com grande crescimento para as duas primeiras (83% e 79%) e drástica redução de volume para a última, talvez por troca de denominação. A importação de fruta seca não é discriminada por fruta. Os dados das frutas importadas processadas mostram uma grande mudança no perfil da importação, entre 2003 e 2010. Em 2003 o predomínio (81%) foi do tipo ‘conservada’ e do tipo ‘geleia e doce’, seguidos por ‘suco’(14%). Em 2010, o predomínio foi de ‘seca’ (38%), seguido por ‘suco’(21%). O número de itens de frutas processadas exportados mudou pouco – foi de 36 pra 38 (6%). O maior crescimento no número de itens foi em ‘noz’ (100%), seca (13%) e conservado (11%). O volume e o valor das frutas processadas exportadas cresceram, respectivamente, 47% e 80% ,respectivamente. O maior crescimento no volume foi no ‘suco, sem suco de laranja’, seguido por ‘suco’, ‘geléia’ e ‘seca’. A maior mudança da participação de cada tipo de transformação no volume exportado foi do ‘suco, sem suco de laranja’, que foi de 16% para 31%. O suco dominou a exportação de frutas processadas com 93% de participação em 2003 e 96% em 2010.
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Qualidade O consumo domiciliar brasileiro de frutas tropicais frescas, registrado pelo IBGE, cresceu 15%, passando de 22 quilos por habitante para 25 quilos por habitante, entre 2002 e 2008. O consumo de abacaxi cresceu 76% de 0,84 quilo para 1,48 quilo, o consumo de banana cresceu 9% foi de 7 para 8 quilos, um crescimento de 10%, o consumo de maracujá caiu 13%, de 400 para 349 gramas, o de acerola cresceu 3% de 121 para 125 gramas. O consumo de suco de fruta envasado cresceu 37% , de um quilo para 1,5 quilo, e o de suco de fruta em pó 41%, de 300 para 400 gramas. A queda do consumo de maracujá pode ser explicada pela queda da produção brasileira. A associação entre a grande diferença de consumo entre diferentes faixas salariais, registradas pelo IBGE em 2008, e o grande crescimento da renda per capita nos últimos anos, retratam um quadro muito favorável de crescimento de consumo de frutas frescas e processadas. O consumo de frutas tropicais na maior faixa de renda (mais de R$ 6.225,00) é 283% superior ao da menor faixa de renda (até R$ 830,00) e de 1.998% no consumo de suco de frutas envasado. O PIB per capita do brasileiro está crescendo – foi de US$ 6.150 em 1999 para US$ 10.800, em 2011 - um crescimento de 76 %. A oferta de suco de fruta e de outros tipos de frutas processadas exige o trabalho integrado de indústrias pequenas e médias, conhecidas como polpeiras, com as grandes indústrias de suco. Foram levantadas 81 indústrias polpeiras, que trabalham com 78 produtos (dados do Ibraf). Cinquenta e duas trabalham com abacaxi, seis com banana, 50 com manga e 48 com maracujá. A maioria das empresas trabalha com abacaxi, manga e maracujá. A transformação em polpa domina o tipo de produção (73%), seguida por suco (19%) e fruta congelada (2%). Os estados de São Paulo (26%), do Pará (25%) da Bahia (10%), do Espírito Santo (5%) e de Minas Gerais (5%) abrigam 70% das indústrias. As indústrias polpeiras levantadas estão em 19 estados brasileiros. O tipo de transformação mais comum é polpa, seguido pelo suco e pela polpa congelada. Os tipos de transformação utilizados para abacaxi, manga e maracujá são semelhantes. A banana é diferente, sendo transformada em essência, flocos, fruta congelada, pó, polpa, preparado e purê.
Tabela I. Importação e exportação de frutas e hortaliças processadas e frescas pelo Brasil , em toneladas 2003
2010
% crescimento
20.050.251 140.839.428 160.889.679
134.852.182 367.491.907 502.344.089
573 161 212
Operação
Importação Processadas Frescas Total Exportação Processadas Frescas Total
1.477.325.294 2.149.817.481 759.420.595 814.327.882 2.291.653.176 2.909.238.076
46 -7 27
Fonte: SECEX/IBRAF
Tabela II. Evolução do consumo domiciliar per capita, em quilos de frutas frescas e processadas Grupos, subgrupos e produtos
2002
2008
%
3. Frutas 3.1 Frutas de clima tropical 3.1.2 Abacaxi 3.1.3 Acerola 3.1.10.Bananas 3.1.17 Mamão 3.1.18 Manga 3.1.19 Maracujá 3.2 Frutas de clima temperado 4. Cocos, castanhas e nozes 4.1 Cocos 15.2.10 Outros refrigerantes 15.2.11 Suco de fruta em pó 15.2.12 Suco de fruta envasado 15.2.13 Outras
24,487 21,559 0,84 0,121 7,008 1,847 0,888 0,401 2,928 1,601 1,55 0,41 0,278 1,082 0,196
28,863 24,842 1,476 0,125 7,678 2,045 0,97 0,349 4,021 1,256 1,189 0,558 0,391 1,482 0,355
18 15 76 3 10 11 9 -13 37 -22 -23 36 41 37 81
Tabela III. Volume, por tipo de transformação, das frutas transformadas exportadas em 2003 e 2010
Transformação Congelada Conservada Geléia, doce Infantil Noz Seca Suco Total Suco sem laranja
Fonte: SECEX/IBRAF
Toneladas
2003 5.890 31.521 5.414 721 504 49.958 1.371.721 1.467.730 224.533
% diferença
2010 5.082 16.628 6.493 207 487 56.471 2.064.348 2.151.727 638.002
Volume -14 -47 20 -71 -3 13 50 47 184
Tabela IV. Volume das frutas processadas importadas, em 2003 e 2010, por tipo de processamento Processamento Congelada Conservada Geléia,doce Infantil Noz Seca Suco Total
Fonte: SECEX/IBRAF
Toneladas
2003 8.680 7.584 1.001 2.785 20.050
2010 9.572 14.723 19.405 5 12.525 50.645 27.978 134.852
% 70 156 -100 905 573
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Qualidade
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Frutas e hortaliças e a segurança dos alimentos Ossir Gorenstein CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Durante as apresentações e debates que ocorreram na reunião nacional das centrais de abastecimento, realizado entre os dias 7 e 9 de março, foram diversas vezes destacadas como prioridades estratégicas o aumento do consumo de frutas e hortaliças e a segurança destes alimentos para consumo da população. Alimento seguro é um requisito essencial que se refere à inocuidade, à sua neutralidade em provocar agravos à saúde do consumidor. Do alimento espera-se que ofereça apenas benefícios e nenhum efeito adverso à saúde. Os perigos que os alimentos apresentam podem ser naturezas física, química ou biológica. A ocorrência de sujidades e corpos estranhos, como cacos de vidro, insetos vivos ou mortos, etc, caracterizam os perigos de ordem física e como são visíveis a olho nu, um rigoroso processo de limpeza os elimina. Os perigos químicos são representados pela ocorrência de substancias estranhas ao alimento que podem ser de origem acidental ou intencional. A contaminação do alimento por substâncias indesejáveis presentes no ambiente, tais como produtos de limpeza e sanitização, como também, por metais pesados, como cobre, chumbo, mercúrio e outros, pode ocorrer acidentalmente. Contaminantes intencionais são adicionados aos alimentos em função dos processos de produção. São os preservativos ou conservantes, os corantes, os praguicidas ou agrotóxicos, cujo emprego deve atender a normas que estabelecem rigoroso controle na aplicação, a fim de garantir a inocuidade dos alimentos nos quais são utilizados. Finalmente, os perigos de caráter biológico, presentes nos alimentos, são representados por micro-organismos e organismos patogênicos ao homem capazes de produzirem infecções, intoxicações e verminoses. São as bactérias como salmonelas, estafilococos e coliformes, e as lombrigas e solitárias. Todos os tipos de perigo podem estar presentes nos alimentos, sendo identificados pelas
inspeções no ambiente de produção, pelo exame do processo produtivo e pela avaliação de perigos e pontos críticos de controle. A inocuidade do alimento é proporcionada pela aplicação de boas práticas de produção e manipulação dos alimentos e o emprego dessas práticas pode ser revelado por ações de monitoramento. A ocorrência de contaminantes químicos e dos biológicos, decorrentes de micro-organismos, somente pode ser detectada mediante exames laboratoriais e a presença dos mesmos nos alimentos é devidamente regulamentada, de modo a assegurar a inocuidade. O critério toxicológico primordial que rege a regulamentação de contaminantes nos alimentos fundamenta-se no enunciado de Paracelsus, segundo o qual “a dose é que faz o veneno”. Haveria uma classe de perigos mais importante que outra? Pode-se afirmar que são frequentes as informações sobre casos ou surtos de intoxicação decorrentes da ingestão de alimentos contaminados por agentes biológicos, tais como salmonelas, estafilococos e coliformes,
enquanto que o mesmo não se constata pela ingestão de alimentos convencionais para cuja produção houve a utilização de agrotóxicos. Porém, constata-se que têm recebido maior cobertura, e destaque, nos meios de comunicação os agrotóxicos ou praguicidas; não que as noticias revelem casos de intoxicação ou outros agravos causados pela ingestão de alimentos contaminados por agrotóxicos, mas são apresentadas ao público situações de intoxicação de aplicadores que não adotaram as medidas e equipamentos de proteção recomendados. Também tem recebido preferência em parte da mídia a divulgação sensacionalista de artigos e reportagens motivadas por estudos, pesquisas ou levantamentos que apresentam dados e interpretações capazes de confundir e infundir medo à opinião pública. Essas informações e interpretações são nitidamente parciais, pois apresentam apenas uma visão do problema, a visão crítica, e omitem as outras. Tomemos como exemplo o último levantamento da Anvisa, realizado em 2010. Segundo
esse levantamento, 26,2% das amostras estavam irregulares em decorrência do uso, pelos agricultores, de praguicidas não autorizados para as culturas em que foram utilizados, enquanto 3,6% das amostras estavam irregulares devido à detecção de praguicidas acima dos limites de tolerância estabelecidos. Acentue-se: menos de 30% das amostras estavam irregulares e destas, 88% estavam irregulares pelo emprego de pesticidas sem registro para os produtos nos quais foram detectados. Tomemos agora alguns produtos que apresentaram índices maiores e menores de irregularidades. Do lado dos maiores índices, o pimentão figura como líder, com 92% de amostras irregulares; morango (63%); alface (54%) e do lado dos menores índices: batata, (0%); maçã (9%) e tomate (16%). Grande parte da explicação para os mais elevados índices de irregularidades apresentados pelo pimentão, morango e alface, e dos índices menores para batata, maçã e tomate reside no fato de que o pimentão tem 33 ingredientes ativos registrados,
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morango, 29 ativos e alface, 26 ingredientes ativos registrados para aplicação no controle químico das pragas, enquanto batata tem 118, maçã, 91, e tomate tem 133 ingredientes ativos registrados. Ou seja, os produtores de pimentão, morango e alface, na falta de opções de ingredientes ativos autorizados para essas culturas, acabam empregando praguicidas autorizados para outras culturas. E se formos verificar as concentrações de resíduos detectados nos produtos irregulares, se constatará que, via de regra, situam-se nos mesmos níveis encontrados nos produtos para os quais existe o registro. Assim, não haveria motivos para se crucificar o pimentão, nem tampouco os outros produtos que apresentam índices mais elevados de irregularidades, como morango ou alface, na medida em que dispõem de relativamente poucos ingredientes ativos registrados, enquanto outros produtos com menores índices de irregularidades dispõem de maior número de ativos para o controle químico dos predadores e parasitas vegetais. Observa-se, assim, que o equacionamento do problema do elevado índice de irregularidades apresentado por determinadas frutas e hortaliças, passa, obrigatoriamente, pela questão do registro. Isso foi reconhecido institucionalmente, e após quatro anos de protelações foi estatuída a norma que disciplina os procedimentos de registro para culturas com suporte fitossanitário insuficiente, através da IN Conjunta Anvisa/Mapa/Ibama Nº 1, de 23.02.2010. Passaramse dois anos da edição da norma e pouco se caminhou no sentido de favorecer aos olericultores e fruticultores o emprego de praguicidas ao abrigo da lei. Enquanto isso não acontece, sempre haverá motivação e justificativa para manifestações e generalizações infundadas do uso indiscriminado de praguicidas. O conhecimento desse contexto de irregularidades compromete a AnvisaA com a busca da solução. A postura simplesmente denuncista que adotou nos últimos anos não a exime da responsabilidade de ser coparticipe na busca da solução para o problema. A população precisa encontrar segurança no alimento de que dispõe para o consumo e esta segurança somente pode ser oferecida à população pelos órgãos de governo responsáveis em garantir a segurança do alimento. Se o principal deles não está cumprindo o seu papel, lamentavelmente, quer parecer que está se autoconcedendo um atestado de incompetência.
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A couve-chinesa na
Escola do Sabor Ana Paula do Nascimento Farias CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O projeto Escola do Sabor faz parte do planejamento estratégico da Ceagesp e visa, através da educação alimentar,
melhorar a aceitação e o consumo de frutas e hortaliças frescas, de di�ícil aceitação pelas crianças. Os trabalhos, desenvolvidos em 2010 e 2011, em parceria com a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, com mandioca, batata doce, beterraba, chuchu e goia-
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Qualidade
ba tiveram excelentes resultados, comprovados pela melhoria da aceitação sensorial e do consumo pelas crianças. Atividades lúdicas, como o�icinas de culinária, jogos, atividades artísticas, compreensão da cadeia de produção de frutas e hortaliças e plantio fazem parte do trabalho com cada produto. No primeiro trimestre deste ano, o produto que está sendo trabalhado é a couve-chinesa (Brassica chinensis L.), mais conhecida como acelga, pertencente à família das brássicas, assim como a couve-�lor, couve comum, repolho e brócolis.
Rede Brasil Rural é lançada na Ceagesp
A couve-chinesa é considerada fonte de ácido fólico, vitamina pertencente ao complexo B (essencial para a formação das células do sangue), além de vitamina A (indispensável para a normalidade da visão, conserva a saúde da pele, cabelo e das mucosas, auxilia no crescimento e faz parte da formação do esmalte dos dentes), vitamina C (necessária à prevenção do escorbuto e manutenção da saúde da pele, gengivas e vasos sanguíneos), cálcio (importante na formação e manutenção de ossos e dentes) e potássio (evita a fraqueza muscular e controla os batimentos cardíacos), além de possuir substâncias capazes de inibir alguns fatores que podem levar a doenças cardiovasculares e há estudos que indicam a prevenção de certos tipos de cânceres. No início do período letivo, a equipe da Associação Nossa Turma (coordenação, professoras e merendeiras) foi treinada e recebeu material de apoio contendo dados sobre a cadeia de produção e comercialização da couve-chinesa, além de material lúdico para aplicação em sala de aula, receitas para
o�icina culinária e mudas para plantio na horta. O projeto ainda conta com apoio da equipe do Banco de Alimentos da Ceagesp e da equipe da Seção de Serviços de Apoio e Reciclagem para o desenvolvimento das atividades. O Grupo Matsusako é parceiro importante no projeto através da doação semanal de couve chinesa para o desenvolvimento do projeto Escola do Sabor na Nossa Turma. As atividades desenvolvidas com as crianças e os resultados do trabalho com couve-chinesa serão exibidas no próximo dia 29 de março às 9 horas, com apresentação aos pais , às empresas parceiras e a todos os interessados. Haverá ainda degustação de preparações realizadas com as crianças, além da a entrega de folheto contendo receitas para que os pais possam continuar o projeto em suas casas. Além da empresa Matsusako que garante o fornecimento semanal de couve chinesa às crianças, a Escola do Sabor conta também com a colaboração das empresas Iguape e Canelas, do setor dos legumes e com a empresa Val Frutas.
CEAtEC - Centro de Apoio Tecnológico Cantareira
Portal do MDA proporciona nova forma de comercialização Idealizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o portal da Rede Brasil Rural foi lançado no dia sete de março, no auditório Nelson Loda, no Entreposto Terminal de São Paulo. O evento, que reuniu mais de 250 pessoas, fez parte do primeiro dia do Encontro Nacional da Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento). A ferramenta virtual abre um canal para que o agricultor familiar possa revender sua produção para todo o país. Além disso, fornecedores de insumos agrícolas também podem ser cadastrados e disponibilizar suas ofertas. As compras em grande quantidade e a comparação de preços de produtos e fretes entre fornecedores devem baratear o custo dos agricultores, tornando seus produtos mais competitivos. Neste primeiro momento,
ANÁLISES DE SOLO �icarão disponíveis para visualização na rede os per�is das cooperativas cadastradas, bem como sua oferta de produtos. Desta forma, potenciais clientes, como redes de supermercados e hotéis, por exemplo, poderão acessar a ferramenta e fazer suas encomendas. Até o �inal do mês também estará disponível um cadastro de mais de quatro mil itens - como máquinas, equipamentos e insumos - de diversos fornecedores, que poderá ser acessado pelos agricultores. De acordo com o MDA, até
agora, aproximadamente 250 cooperativas foram cadastradas na Rede. Todas elas têm a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP Jurídica), pré-requisito para participar da ferramenta. Durante o ano, o número de participantes deve subir – a expectativa é que todas as cerca de duas mil cooperativas com DAP Jurídica integrem a rede no futuro. Os interessados em comprar produtos da agricultura familiar ou que desejam oferecer insumos agrícolas devem se cadastrar no site redebrasilrural.mda.gov.br
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Meio Ambiente
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Brasil pode atingir sua meta de redução de desmatamento ainda em 2012 O Brasil deve atingir seu compromisso de reduzir em 80% o desmatamento no país ainda em 2012, oito anos antes do prazo estipulado, disse no final de fevereiro, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. A senadora apresentou dados oficiais que mostram que, em 2010, foram desmatados 6.600 km2. “O compromisso assumido pelo governo brasileiro durante a COP-15, em Copenhague, em 2009, foi de chegar a uma área de 5.400 km2 em 2020. Ou seja, já praticamente chegamos a essa meta dez anos antes”, afirmou a senadora Kátia Abreu. Para a presidente da CNA, os principais fatores que contribuíram para a queda no desmatamento no Brasil foram a melhoria da fiscalização por parte das agências ambientais e os esforços do setor agropecuário brasileiro no sentido de aumentar sua produtividade sem a necessidade de destruir a vegetação nativa. “O produtor rural brasileiro não tem interesse em desmatar. O grande interesse dele hoje é produzir mais no mesmo espaço de chão. Ele sabe que se deixar a água acabar, a terra se degradar e as encostas desmo-
ronarem, ele vai perder dinheiro. Ele sabe que se não corrigir seu passivo ambiental, ele não vai vender seu produto, porque hoje há uma enorme pressão do mercado por alimentos que respeitem o meio ambiente”, disse a senadora Kátia Abreu. A atividade agropecuária brasileira ocupa uma área de 236 milhões de hectares – ou 27,7% do território nacional. Outros 61% estão preservados como mata nativa nos seis biomas do Brasil, entre eles a Amazônia. Com a aplicação de tecnologias que reduzem as emissões de gás carbônico e com iniciativas endossadas pela CNA, como o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo federal, o setor terá condições de incorporar à produção até 70 milhões de hectares de terras que hoje se encontram degradadas. Entre essas iniciativas estão técnicas de agricultura sustentável exclusivamente brasileiras, como a integração lavoura-pecuária-floresta, além do trabalho de plantio direto, de restauração de pastagens degradadas e a fixação biológica do nitrogênio no solo. “O Brasil está hoje na condição única de produzir, de maneira sustentá-
VALTER CAMPANATO/ABr
vel e sem derrubar uma árvore, 400 milhões de toneladas de alimentos até 2050, contribuindo com a meta de 2,8 milhões da FAO para alimentar os 9 bi-
lhões de pessoas que habitarão o planeta até lá”, disse a senadora Kátia Abreu. O setor agropecuário brasileiro responde por 20,2% do PIB, por 37%
Cai ritmo de desmatamento na Mata Atlântica, no Pantanal e nos Pampas Avanços da pesquisa e produtividade contribui para cenário positivo O ritmo de desmatamento da Mata Atlântica, do Pantanal e dos Pampas diminuiu entre os anos de 2008 e 2009. A Mata Atlântica apresentou índice próximo de zero de aumento no desmatamento ao perder 0,02% da cobertura. “O resultado mostra que se está reduzindo a magnitude do desmatamento. Embora ainda esteja acontecendo, acontece num ritmo muito menor do que até 2008”, destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela acrescentou que a meta é aumentar a fiscalização para
que o índice de desmatamento chegue a zero. “Estamos chegando perto daquele alvo almejado por todos de ter desmatamento zero nesse bioma [Mata Atlântica]”, comentou. Nos Pampas, o índice ficou em 0,18%. E no Pantanal, em 0,12%. O índice de diminuição no ritmo de desmatamento é atribuído, em parte, aos avanços da produtividade e de pesquisa. “Com isso, não há tanta necessidade de expansão de área para aumentar a produção”, explicou o secretário-executivo de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Dias.
dos empregos e por 37% das exportações do país. O Brasil é também o maior exportador mundial de açúcar, café, suco de laranja, soja e frango.
Embrapa
desenvolve xaxim agroecólogico
A partir de agora, os consumidores de vasos de xaxim poderão cultivar as plantas com uma tecnologia sustentável. A Embrapa desenvolveu, por meio de enraizamento vegetal, o xaxim agroecológico que já está protegida por pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Segundo a empresa de pesquisa, a demanda foi bem aceita pelo mercado, pois o xaxim tradicional vem do tronco da planta Dicksonia selowiana, espécie em extinção e cuja extração está proibida por lei. A tecnologia da Embrapa tem diferenciais que complementam o conjunto de opções oferecidas aos consumidores. Um deles é o processo de produção basicamente agrícola, que pouco depende de equipamentos industriais. No início de março, a instituição lançou edital de licitação para que empresas interessadas em comercializar o produto possam se inscrever.
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Meio Ambiente
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22 de março - Dia Mundial da
ÁGUA Água, alimento imprescindível para a existência da humanidade. A água sustenta a biodiversidade, os ciclos naturais e a produção de alimentos que consumimos. Quando servimos um quilo de carne, também estamos servindo 15.497 litros de água. Uma xícara de café? Equivale a 140 litros, ou uma banheira. Ao vestir uma calça jeans, ficamos encharcados em 11 mil litros. Esse é o consumo que não podemos ver - a chamada água virtual. O conceito foi apresentado na década de 1990 pelo geográfo Tonny Allan para explicar por que os países do Oriente Médio não estavam em guerra por causa do recurso excasso. A explicação está no fato de que são importadores de alimentos produzidos com a água de outras regiões. Em seguida, o cientista holandês Arjen Hoekstra e seus colegas da Unesco calcularam a água virtual gasta na produção de mercadorias, de modo a ofercer um critério para o manejo da água e permitir que países, empresas e indivíduos tenham uma ideia mais clara do que estão gastando. FONTE: NATIONAL GEOGRAFIC
FRUTAS E LEGUMES 1 quilo de Figo
Tanto a água da chuva como a de irrigação estão incluídas no total
3.160 Ameixa
1.612 L Maçã
Cereja
697 L
Milho
909L
1.543 L Uva
Abacate
1.284 L Banana
8.59 L
655 L
Feijão 359 L
Laranja
Morango 2.76 L
457 L
Batata 255 L
Berinjela 208 L
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APESP
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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo
Notícias da Nossa Turma Uma ótima notícia para as crianças da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma: a quadra de esportes está sendo reformada graças aos recursos do Fundo de Melhorias que foram aprovados pelos membros do Conselho Gestor. “Externamos nossos agradecimentos aos membros representantes dos permissionários que se sensibilizaram com a situação após aquele famoso “e o vento levou...”, que derrubou o teto do local”, disse o presidente da entidade, Manoel da Silva Filho, o Manelão. ***
No dia de Natal, toda a Ceagesp foi representada pelas crianças da Nossa Turma no programa comandado pela apresentadora Eliana no SBT nas tardes de domingo. O grito de feliz natal das crianças ecoou por todo o Brasil e todas elas receberam presentes e álbuns para colorir
ofertados pelos palhaços Patati e Patatá. Eles também doaram brinquedos coletivos para a brinquedoteca da instituição, os quais já estão instalados e em uso pelas crianças.
*** Já protocolamos junto à gerência do entreposto, pedido para realizarmos a quinta Festa da Queima do Alho no dia 20 de maio. Estamos na expectativa da aprovação do pedido e esperamos contar com a presença maciça da comunidade Ceagesp durante a festa. O objetivo é que os recursos arrecadados sejam transformados em uniformes e material escolar para todas as crianças que frequentam a instituição. Por último queremos publicamente agradecer a diretoria da Apesp que nos doaram a quantia de R$ 2.000,00 em dinheiro, quantia esta que somados aos recursos do sorteio da camisa doado por Rogério Ceni totalizaram R$ 25.000,00, recursos que contribuiram no
pagamento das obrigações trabalhistas e os tributos previdenciários que encontram-se totalmente em dia, e, ainda ajudaram na festa de final de ano da criançada. Nosso muiiiiito obrigado e que o Senhor dos Céus abençoe a todos com paz, saude e prosperidade.
No dia 29 de janeiro participamos da entrega dos prêmios aos vencedores da última etapa do circuito 2011 da queima do alho, realizada na Estância Alto
da Serra. As fotos que seguem abaixo são dos momentos da premiação à Fabiana Cristina Pelegrin Quintino, vencedora do concurso de melhor berranteira na categoria feminina. Foi um momento de muita alegria, pois Fabiana é esposa de um amigo do pavilhão HFO e que trabalha na empresa S Milanez. Nossos parabéns à vencedora! Será essa a recompensa daquele que oferta aos mais pobres. “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacu-
dida e transbordante; vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”. Lucas 6:38. Bemaventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e tudo te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Salmos 128:1-3
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Ceasas do Brasil
Ceará conta com nova unidade da Ceasa amendoim e as folhosas - alface, cebolinha e coentro - são os destaques. Além das áreas de comercialização de hortigranjeiros, um galpão de convivência com quatorze lojas foi reservado para o comércio de atípicos e para os serviços bancários, telefônicos, internet, correios e loterias. Para o Secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, a Ceasa Cariri está muito bem estruturada e a pre-
visão é que em pouco tempo a nova unidade atenda cerca de 100 municípios. “O investimento tem grande importância para o consumidor, que vai adquirir produtos de qualidade a um preço menor, e para os produtores, que terão um mercado bem estruturado para vender sua produção”. O secretário lembrou também que o novo entreposto vai gerar cerca de mil empregos diretos e será um elo da cadeia de produção da agricultura familiar.
Índice Ceagesp apresenta ligeiro recuo em fevereiro Tendência é que chuvas de março provoquem alta nos preços A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp registrou retração de 0,67% em fevereiro. “Este ano está atípico. Historicamente, as chuvas contínuas que afetam as regiões produtoras neste período vieram com menos intensidade nos primeiros meses de 2012. Apesar das altas temperaturas registradas em todo o país, não houve grandes perdas na produção, principalmente, de hortaliças”, comenta o economista da estatal, Flávio Godas. No ano, o indicador acumula queda de 5,19%. Nos últimos 12 meses a retração foi de 14,05%. Com queda de 13,23%, o setor de legumes apresentou forte retração no período. “Normalmente, nesta época do ano, o setor computaria alta de preços, porém com esta baixa significativa, os consumidores foram favorecidos com excelentes valores para compra”, analisa o economista. To-
A Ceasa/ES abriu licitação para ocupar dez lojas/boxes no pavilhão permanente da unidade regional norte de São Mateus. Cada espaço tem 48,87 metros quadrados e o resultado da licitação será conhecido no dia oito de março às dez da manhã. Podem participar do processo pessoas jurídicas e pessoas físicas. Se o vencedor for uma pessoa jurídica, será assinado um termo de compromisso. O documento determinará que o licitante apresente, no prazo máximo de noventa dias, a empresa devidamente constituída para assumir a gestão da loja/box. As lojas/boxes devem se destinar ao comércio de produtos hortigranjeiros, cereais, industrializados alimentícios e produtos de apoio à produção, como adubos e sementes. O edital está disponível no site www.ceasa.es.go.gov.br/ licitacao e na sede da Ceasa em Cariacica. A unidade regional norte em São Mateus está sendo construída às margens da BR 101 e vai atender a cerca de 400 mil pessoas. Segundo a central, a movimentação financeira pode chegar a R$ 7,2 milhões. Seus principais clientes serão comerciantes do sul da Bahia e do norte do Espírito Santo. Nesta primeira etapa de construção, serão criados três pavilhões, sendo dois exclusivos para produtores rurais e um para atacadistas.
Os produtores e comerciantes que atuavam no mercado atacadista da região foram os primeiros a ocupar as áreas de comercialização na Ceasa Cariri. Um dos galpões para comerciantes não permanentes atenderá a oferta de produtos da agricultura familiar. No mercado produtor local, destacam-se a produção de banana, manga, maracujá, goiaba e pequi. Já na produção de hortaliças, a tomate, o pimentão, o feijão verde, o milho verde, a abóbora, o
Abacate Geada
-28,7%
mate (-38%), abobrinha brasileira (-31%) e quiabo (-28,2%) tiveram as principais quedas. As altas ficaram por conta da batata doce rosada (12,7%), pimentão amarelo (6,5%). O setor de pescados também teve recuo nos preços, com 5,93%. As principais baixas foram da sardinha (-28,9%), da pescada tortinha (-28,7%) e da pescada (-26,7%). Já as altas foram do camarão ferro (10,3%), do pacu (10,4%) e do polvo (5,6%). “O setor deve continuar apresentando boas opções de compra para o consumidor”, afirma Godas. O setor de verduras apresentou recuperação dos preços praticados e encerrou fevereiro em alta de 12,33%. “Estes produtos são extremamente sensíveis ao clima e, tradicionalmente, registram elevações de preços acentuadas neste período. Neste ano, o setor acumula alta de 12,69%, valor considerado baixo, se considerarmos
Ceasa/ES abre licitação de áreas em nova unidade
mento não apenas da região, mas também de outros municípios cearenses e dos estados do Pernambuco, Bahia, Piauí e Paraíba. Inicialmente, a expectativa dos dirigentes da central é de que sejam comercializadas 80 mil toneladas/ano no novo entreposto, cerca 32,6% abastecidos pela produção da própria região do Cariri, 31,2% das regiões irrigáveis dos estados vizinhos e 36,2% do mercado produtor de Juazeiro da Bahia.
Tomate
-38%
que houve recuperação de preços, uma vez que a base de comparação (dezembro) é bastante reduzida para o setor”, avalia Godas. Coentro (65,9%), do almeirão (30,8%) e do rabanete (28,1%) foram as principais elevações. As quedas foram do milho verde (-25,8%), do orégano (-11,6%) e do alho porro (-4,2%). Os setores de frutas (1,72%) e de diversos (2,66%) tiveram alta nos preços. No setor de frutas, os aumentos foram da maçã estrangeira (74,96%), do mamão havaí (50,2%) e do maracujá azedo (32,4%). As quedas foram do abacate geada (-28,7%), da pera estrangeira (-29,9%) e da goiaba (-20,3%). Já o setor de diversos foi influenciado pela expressiva alta da cebola. “Neste primeiro semestre não há quase oferta em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. O produto se concentra na região sul do País, principalmente Santa Catarina, e impor-
O estado do Ceará inaugurou no final de fevereiro a Ceasa Cariri, unidade que recebeu investimento de aproximadamente R$ 11 milhões. Localizada em Barbalha, o novo entreposto atenderá ao produtor da região e suprirá em sua primeira etapa as necessidades de abastecimento de 33 municípios. A localização estratégica, à margem da rodovia que liga o município de Barbalha à Juazeiro do Norte, garante o abasteci-
Milho Verde
-25,8%
tações da Argentina, Holanda, entre outros. Dessa forma, houve majoração dos preços praticados”.As principais elevações foram da cebola nacional (20,2%), dos ovos (6,8%) e do milho de pipoca (4,88%). As principais quedas foram da batata comum (-8,3%), do coco seco (-7,1%) e da batata lisa (-3,3%). Tendência
Com a previsão das chuvas de março, pode haver altas nos preços praticados até o final do verão. “O conjunto chuvas e altas temperaturas são bastante prejudiciais para a maioria das hortaliças”, afirma o economista. Já o setor de frutas deve continuar com boas opções, principalmente, os produtos em safra como limão, goiaba, caqui, banana nanica, pêra, uva, entre outros, porém, com a demanda ainda aquecida, o setor deve continuar registrando ligeiras majorações.
Cebola Nacional
20,2%
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Transporte
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Projeto autoriza condutor de trator a dirigir o veículo sem carteira de habilitação Agência Câmara
Está em análise na Câmara projeto que permite aos condutores de trator exercer a atividade apenas com Certificado de Curso de Formação Profissional, sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta abrange também outros veículos destinados à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola. Os trabalhadores com CNH, categoria “B”, também poderão fazer a condução desses veículos. A proposta, do deputado Jairo Ataíde (DEM-MG), inclui essa autorização no Código Nacional de Trânsito. Pelo texto, a permissão será dada para o transporte de cargas, ainda que em via pública, rodovias municipais, estaduais e federais. O autor argumenta que esses condutores são pessoas que exercem atividade específica, e raramente mantêm contato com o trânsito nas ruas e estradas. “O rigor da norma atual veio
bater de frente com a realidade brasileira. Embora grande parte dos que lidam com tratores e máquinas agrícolas possua amplo conhecimento de seus veículos e das regras básicas de trânsito, sequer foi alfabetizada, sendo incapaz de se submeter ao processo de avaliação formal exigido pela legislação”, disse. Para o deputado, se for mantida a situação atual, há o risco de se excluir do mercado de trabalho um sem-número de profissionais que jamais constituíram ameaça à segurança do trânsito. “Na maior parte do tempo esses profissionais atuam em propriedades rurais, devendo sua qualificação à prática do dia-a-dia. No próprio processo de seleção, entendemos que já se faz uma avaliação bastante razoável da capacidade do condutor. Não há de querer o empregador que um veículo caro como esses sejam colocados na mão de quem não demonstra capacidade e senso de responsabilidade”, defendeu Ataíde.
Setor de máquinas e implementos agrícolas registra crescimento de 34% em 2011 O faturamento do setor de máquinas e implementos agrícolas apresentou um crescimento de 34% em 2011 na comparação com o ano anterior, o montante passou de R$ 7,4 bilhões para R$ 10 bilhões. É o que mostra o balanço do Departamento de Economia e Estatística da Abi-
maq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos). O documento apresenta também uma elevação de 21% nas exportações de maquinários e equipamentos para a agricultura na comparação com o ano anterior. O número de empregos também aumentou, de 47,6 mil va-
gas para 54,8. Já o nível de capacidade instalada subiu 13%. Esses resultados refletem o bom desempenho do setor agropecuário no Brasil em 2011. E as projeções para este ano são de manutenção desses níveis. De acordo com Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Má-
quinas e Implementos Agrícolas, da Abimaq, o setor deve ter uma elevação nas vendas em torno de 10 a 15% este ano. “Os preços de commodities continuam proporcionando bons ganhos ao produtor e com isso ele se sente estimulado a continuar investindo , pois pesquisas oficiais indicam
que o uso de equipamentos é um dos fatores que mais contribuem para o aumento da produtividade rural”, analisa o dirigente. Isso tudo, lembra Casale, se mantidas as atuais linhas de crédito e disponibilidade de recursos para a compra de máquinas e implementos agrícolas.
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Transporte
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Laboratório tecnológico da Mercedes-Benz completa 20 anos Centro de inovação localizado na planta de São Bernardo do Campo é o maior da marca para veículos comerciais fora da Alemanha Maior fabricante de veículos comerciais do País e da América Latina, a Mercedes-Benz do Brasil é pioneira no desenvolvimento de caminhões e ônibus no Brasil. Em seus mais de 55 anos no país, a empresa sempre apontou as tendências de mercado. Ao introduzir o motor diesel, em 1956, deu impulso decisivo para o avanço dos meios de transporte e da própria indústria automotiva nacional. A companhia também foi pioneira no lançamento dos primeiros motores com gerenciamento eletrônico. Agora, traz para o mercado motores ainda mais “limpos”, com exclusiva tecnologia BlueTec 5, para atendimento à nova legislação Proconve P-7, equivalente ao rigoroso padrão Euro 5. Há 20 anos, a montadora inaugurava, em sua planta de São Bernardo do Campo, São Paulo, o maior Centro de Desenvolvimento Tecnológico do setor de veículos comerciais no país, sendo o maior fora da Alemanha para caminhões e ônibus MercedesBenz. A sua inauguração significou a consolidação da área de desenvolvimento de produtos da Mercedes-Benz do Brasil, trabalho iniciado muito tempo antes, em 1963, com a implantação da engenharia de produtos dedicada a caminhões e chassis de ônibus. Com as novas instalações, houve um agrupamento das diversas equipes e a centralização das atividades num mesmo local. “Somos hoje um dos pólos da rede mundial de desenvolvimento da Daimler Trucks, afirma Walter Sladek, diretor de Desenvolvimento Caminhões e Agregados da Mercedes-Benz do Brasil. “Estamos no mesmo nível das unidades similares da Daimler na Alemanha, Estados Unidos, Japão e Turquia, realizando trabalhos globais e desenvolvendo projetos que podem ser lançados em outros países. Isso confirma a capacidade brasileira de gerar soluções com alcance mundial”, diz. No segmento de ônibus, a empresa também ocupa importante destaque. “A Mercedes-Benz do Brasil é o centro mundial de competência da Daimler para o desenvolvimento e produção de chassis de ônibus”, diz Christian Flecksteiner, diretor de Desen-
volvimento Ônibus. “A unidade brasileira é, portanto, a referência para as demais empresas do grupo”. Novos conceitos de produtos
“A nova linha de ônibus também foi totalmente desenvolvida no Brasil, que, além de aprimorar ainda mais modelos já consagrados no mercado, criou novos conceitos de produto, como os ônibus articulados O 500 MDA e UDA (low entry) de 4 eixos, sendo 2 eixos na parte traseira”, destaca Flecksteiner. “Essa configuração de veículo possibilita a instalação de carroçarias até 23 metros, para mais de 200 passageiros”. Com esses novos articulados, a Mercedes-Benz passa a atender um novo segmento de alta capacidade nos sistemas de transporte coletivo urbano, como o BRT e os corredores exclusivos, destacando-se pela facilidade de operação e manutenção. O BRT é uma solução em crescimento no Brasil, visando o aprimoramento da mobilidade urbana, especialmente nas cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Ao longo de sua trajetória, a empresa também se destacou pelo desenvolvimento de agregados, como motores, sistemas de transmissão, eixos e outros, assim como pela introdução de equipamentos de avançada tecnologia para caminhões e ônibus no mercado brasileiro. Entre os modernos recursos aplicados a veículos comerciais no Brasil incluem-se computador de bordo, diagnose on board, piloto automático, limitador de velocidade, câmbio automático, freio-motor auxiliar Top Brake, sistemas ABS/ASR, retarder, freios a disco, sistemas de elevação/rebaixamento e de ajoelhamento da suspensão de chassis de ônibus e muitos outros. O desenvolvimento de produtos e a geração de soluções para o transporte de carga e de passageiros também estão nas metas da montadora. O papel do laboratório
O Laboratório de Motores teve papel fundamental no desenvolvimento dos motores para
atendimento à legislação Proconve P-7 (que exige a redução de emissões de Material Particulado e de Óxidos de Nitrogênio, entre outros), e para atendimento a novas demandas do mercado em termos de eficiência, desempenho, reduzido consumo, confiabilidade e menor custo operacional. Esse trabalho demandou desenvolvimentos específicos para o motor (a fim de diminuir a emissão de Material Particulado) e para o sistema de pós-tratamento (visando a redução de emissão de Óxidos de Nitrogênio). Nesse sentido, foram criados quatro bancos de prova específicos para motores Proconve P-7, uma vez que os novos ciclos de testes exigiam medições com elevada precisão. Com a introdução da tecnologia BlueTec 5, houve a redução drástica da emissão desses poluentes, obtendo-se também menor consumo de combustível e maiores intervalos para troca de óleo e manutenção preventiva. Outro desafio marcante foi a introdução do sistema de póstratamento de gases de escape, inovação no mercado brasileiro para os caminhões e ônibus da marca, o que exigiu o desenvolvimento de características específicas para as condições de utilização no país. O desenvolvimento dos motores da nova linha de caminhões e ônibus 2012 teve início em meados de 2008. Foram realizadas 52 mil horas de testes de funcionalidade, durabilidade e emissões em bancos de prova de motores. Já os testes de durabilidade em veículos chegaram a cerca de 10, 5 milhões de quilômetros. Cerca de 100 veículos foram utilizados nos testes, nas mais
diferentes e severas condições de operação. Foram analisadas ainda 7.000 amostras de óleo lubrificante e de combustível. Contando com a tecnologia mais avançada disponível hoje no mercado mundial – como os 11 bancos de prova de última geração – o Laboratório de Motores é um sofisticado complexo tecnológico que monitora a potência, o torque e o consumo dos motores. Além disso, avalia as características da combustão, emissão de gases, vibrações e outras solicitações mecânicas. Os bancos de prova atuam também na homologação do motor e do sistema de pós-tratamento junto aos orgãos oficiais e auditorias. Nos bancos de prova da fabricante no Brasil é possível simular qualquer condição de funcionamento do motor (carga plena
ou parcial, rotação alta ou baixa, diferentes regimes de frenagem, condições atmosféricas, altitudes, temperaturas, umidade do ar, etc). Têm-se plenas condições de reproduzir qualquer tipo de trajeto, impondo ao motor a mesma solicitação que o veículo exige, no mesmo ritmo ou até mais acelerado. Os equipamentos super avançados para medição de emissões atendem a todos os rigorosos ciclos de testes definidos por normas e legislações e aos exigentes padrões mundiais da Daimler. Os resultados de desenvolvimento e testes e o sistema de documentação do Brasil estão disponíveis on line para consulta pelas equipes das diversas unidades da Daimler em todo o mundo. Do mesmo modo, a equipe brasileira tem acesso aos dados das demais plantas.
30 CÁ ENTRE NÓS
Nossa Turma, 14 anos Por Manelão
A escolinha da Nossa Turma, como popularmente é conhecida, completa 14 anos no próximo dia 31 de março. Aproveito este espaço do Jornal Entreposto para externar os agradecimentos às pessoas que em suas orações pediram que o propósito da entidade obtivesse êxito, dando asas ao sonho de erradicar o trabalho infantil para garantir que as crianças tenham tempo de brincar, dançar, cantar, se alimentar e estudar. Agradeço aos permissionários que há 14 anos, reunidos na casa do saudoso Hermann Letcher e do também saudoso Nelson Fortes, discutiram a criação da Nossa Turma. Eles, o então presidente da Ceagesp, doutor Fuad, e todas as associações e sindicatos viajaram juntos no projeto embrionário que desde então vem avançando apesar das dificuldades. Futebol O futebol da Nossa Turma viajou para a Inglaterra em 2009, quando Breno, o ex-joga-
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dor da escolinha pisou a grama do Old Trafford, o estádio do Manchester United, pela Copa Nike Sub-15 e foi campeão pelo São Paulo Futebol Clube. Breno saiu da Nossa Turma direto para a peneira do São Paulo e hoje atua como profissional no Ituano. No dia 31 de março os atletas do futebol da Nossa Turma disputarão um torneio em Guarulhos. O time agradece os uniformes doados pelas empresas: Assis, NK, Pomar Novo, Hetros, Frugal e Nata Frutas. Durante dois anos, a Sadia também teve sua marca estampada no peito dos coletes, que agora estão velhos e precisam ser trocados. Se a sua empresa quiser patrocinar o futebol e ter sua marca estampada no uniforme, é só falar conosco. O professor Zé Carlos vai ficar contente! Agradeço de coração aos comerciantes que não deixam faltar no cardápio das crianças frutas, verduras e os legumes que são controlados pela Escola do Sabor e pelas estagiárias de nutrição da Faculdade São Ca-
milo. Por isso torcemos que os hortifrutis de melhor qualidade continuem sendo comercializados na maior fazenda do mundo: a Ceagesp. Obrigado às comitivas do Circuito Queima do Alho que estão se preparando para, no dia 20 de maio, realizar a queima do alho mais gostosa e bonita da Grande São Paulo. A renda arrecada com evento será transformada em uniformes para a garotada. Agradecimentos especiais à gestão do Fundo de Melhorias da Ceagesp que ouviu o apelo da Nossa Turma e renovou todo o teto da quadra de esportes. Agora, em vez de lona, o lugar tem telhas de zinco, garantindo um ambiente mais fresquinho. Agora a missa e o culto evangélico realizados uma vez por mês na quadra serão retomados. A Nossa Turma convida a todos para, no dia 30 de março, cantar parabéns, ver as crianças soprarem a velinha e saborear o delicioso bolo que o Edu e a Cida, da padaria Nativa, já disseram que está garantido. O presidente da Ceagesp Mário Maurici também nos honrará com sua presença. Obrigado a todos!
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Novo ministro do MDA quer fortalecer agricultura familiar Agência Brasil
Ao tomar posse, no último dia 13 de março, como ministro do Desenvolvimento Agrário, o deputado Pepe Vargas (PT-RS), disse que sua tarefa é fortalecer a agricultura familiar e buscar a superação da pobreza extrema no meio rural brasileiro. Pepe prometeu que irá ampliar e aprofundar o diálogo com os movimentos sociais. Ele assumiu o cargo em substituição ao também deputado Afonso Florence (PT-BA). A reforma agrária foi um dos temas abordados por Vargas no discurso de posse. Segundo o ministro, é preciso combinar a titulação de terras com o suporte técnico no meio rural. “As famílias pobres, quando inseridas no programa de reforma agrária, devem logo ser atendidas com programas de assistência técnica, e as já assentadas, receber estímulo para incrementar sua produção”, disse ele. Vargas destacou que as políticas de reforma agrária devem ter como meta a superação da pobreza. O novo ministro defendeu também o incentivo ao aumento da produção da agricultura familiar, com emprego de mais tecnologia na produção, e o lançamento de políticas
públicas para a juventude rural. “Queremos formar uma nova geração de agricultores familiares”, disse Vargas. Para ele, o Ministério do Desenvolvimento Agrário é o ministério do desenvolvimento econômico. No discurso de despedida, Afonso Florence fez um retrospecto das ações do ministério ao longo de sua gestão. Ele destacou a importância das ações de reforma agrária, um “projeto de interesse do país”, e falou sobre o papel da agricultura familiar. “Esse segmento econômico não apenas produz alimento saudável, mas também alimento barato e contribui para a contenção de preços e a estabilidade econômica do país”, disse Florence. Natural de Nova Petrópolis (RS), o médico Gilberto José Spier Vargas, conhecido como Pepe Vargas, está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados. Filiado ao PT desde 1981, iniciou a vida política no movimento estudantil e atuou também no movimento sindical. No Parlamento, Pepe Vargas presidia a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa no Congresso Nacional e era membro da Comissão de Finanças e Tributação.
Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)
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Turismo
Mariana G. Marques
Conheça a região de Atibaia e Bragança Paulista A região de Atibaia e Bragança Paulista é muito procurada pelos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo e Campinas por sua proximidade (menos de 100 quilômetros dessas localidades) e por sua variada gama de opções de lazer, sobretudo como destino para turismo de final de semana. As cidades desse roteiro oferecem ótimos locais para pesca e prática de esportes náuticos, devido à presença de diversas fontes de água e represas que abastecem, principalmente, as cidades da Grande São Paulo. Estratégicamente localizadas no início da Serra da Mantiqueira, próximas à divisa de Minas Gerais, as cidades oferecem clima de montanha e têm forte apelo eco-turístico. Atibaia
Trilhas, festas e muita aventura a apenas 65 quilômetros de São Paulo. A cidade preserva o ar interiorano com uma boa infraestrutura de serviços e atrações. Conhecida por ter um dos mais saudáveis climas do mundo, é uma das maiores produtoras nacionais de flores e morangos. Atibaia atrai um público diversificado, que busca descanso e lazer para a sua família nas festividades, como a tradicional Festa do Morango, edifícios históricos e parques bem cuidados, ou que deseja alguns momentos de aventura nos 1.500 metros de altura da Pedra Grande - ponto de encontro da galera do voo livre e dos praticantes de caminhada e escalada esportiva. O turismo rural é outro grande atrativo. Os turistas podem conhe-
cer antigas propriedades rurais e fazer lindos passeios a cavalo. Nesses passeios, os visitantes têm a chance de conhecer fazendas onde se trabalha com produtos orgânicos e naturais. O roteiro de visitas é extenso e abrange lugares inusitados, como as propriedades que fabricam cachaça em alambique artesanal com peças em cobre, das plantações de flores e morangos e dos orquidários. Uma forma de conhecer a cidade é embarcar no passeio de Maria Fumaça, com saídas programadas no Museu Ferroviário. Não deixe de conhecer também o teleférico, o Museu Municipal João Batista Conti, a Igreja Matriz de São João Batista, o Parque Edmundo Zanoni que abriga o Museu de História Natural, e o Santuário de Shoenstatt, cuja capela é reprodução fiel da que existe em Schoenstatt, Alemanha. Bragança Paulista
A cidade é bastante procurada durante o inverno, época em que ocorre o tradicional festival de inverno. O núcleo central do festival fica nas paisagens rurais do Bairro Serrinha, onde acontecem os principais shows, oficinas e cursos. Há também uma programação na cidade e uma exposição que encerra o evento. Vale a pena conhecer o cartão postal da cidade, o lago do Taboão, um lugar belíssimo equipado com pista de cooper, quadra de areia e de basquete e playground. Em torno do lago o turista encontra diversas opções de bares, restaurantes e lanchonetes.
Não deixe de visitar também o lindo jardim público, o aeroclube, a Igreja do Rosário, a catedral e o centro de artesanato, pavilhão onde cerca de cem artesãos expõem seus produtos que variam de peças decorativas a brinquedos e bijuterias. Aos sábados e domingos você também encontra o Espaço Rural, com produtos orgânicos, mel, geleias, legumes, frutas e verduras, diretos do produtor. Mas Bragança também é aventura. Quem quiser um pouco de adrenalina não deve deixar de visitar a montanha Leite Sol, patrimônio ecológico com 1.125 metros de altitude, perfeito para fazer caminhadas e escaladas, e a montanha do Guaripocaba, com 1.200 metros de altura e muitas trilhas. Joanópolis
Joanópolis é considerada manancial de águas por contar com importantes nascentes e com a represa do Sistema Cantareira. Cercada pelas altas montanhas, alterna-se entre vales e morros por onde correm seus riachos formando exuberantes cachoeiras, entre elas a Cachoeira dos Pretos, cartão postal da cidade, possui mais de 150 metros de queda. A história deste município tem origem nas antigas rotas de bandeirantes e de desbravadores que dirigiam-se às Minas Gerais. Na divisa com o município de Extrema (MG), o recorte das montanhas com o céu produz uma curiosa silhueta que lembra um homem deitado, conhecido como o Gigante Adormecido. O Pico do Lopo, ponto culminante desta for-
mação, tem 1.725 metros de altitude. Situado a 12 quilômetros da cidade, pode ser alcançado em uma caminhada de uma hora e meia. Para quem gosta de estrada de terra, os jipeiros e praticantes de motocross podem se aventurar pelas estradas que ligam Joanópolis ao sul de Minas Gerais, além é claro da belíssima estrada que vai para São Francisco Xavier, cuja aventura pode começar por estradas de Piracaia, passando pelo bairro da Cachoeira dos Pretos, indo pelo Retiro, chegando a São Francisco, e quem quiser uma dose extra pode chegar até Monteiro Lobato. Esta estrada é rica em riachos e cachoeiras, sendo que alguns trechos lembram regiões europeias. Conhecida como a terra do lobisomem, a criatura é considerada o carro chefe na divulgação do turismo da cidade, que se aproveita do folclore para mostrar as belezas naturais do município. Atualmente, a Casa do Artesão abriga a Associação dos Criadores de Lobisomens, bem como a Casa do Lobisomem, com muitos souvenirs que fazem alusão ao ser mitológico. Os lobisomens e bonecos de vários artistas espalham-se por todo o município em cachaçarias, bares, lojas de artesanato. Para mais Informações sobre passeios, hotéis e restaurantes das cidades, acesse: Atibaia: www. atibaia.sp.gov.br Bragança Paulista: www.braganca.sp.gov.br Joanópolis: www.joanopolis.sp.gov.br
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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio
RINO COM
março de 2012
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