Jornal Entreposto | Maio de 2012

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Chegam ao mercado as novas linhas de caminhões 2012. Isso não é notícia.

Notícia é que esses caminhões estarão aqui na Ceagesp.

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 144 | maio de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

| Economia |

pág.12

Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022 | Floricultura |

pág.11

Dia das Mães movimenta comércio de flores nas Ceasas | Qualidade |

Agrofeira reúne setores agrícolas no interior de SP Págs. 4 e 5

pág.19

Variedades de maçã comercializadas na Ceagesp

Índice Ceagesp tem retração de 1,68%

pág. 24

SUPERMERCADOS

Apas destaca importância do setor de FLV De acordo com um levantamento realizado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), 78% dos consumidores brasileiros consideram importante a qualidade e o frescor de frutas, hortaliças e verduras (FLVs) quando procuram estes produtos nos supermercados.

| Negócios |

pág.18

Págs. 6 e 7

Baixa -1,84%

Baixa -1,68%

Frutas

Legumes Baixa -3,22%

Geral

Verduras Baixa -7,00%

Índice Ceagesp - abril 2012

Diversos Alta

3,17%

Pescado Alta

Qual é o market share  do ETSP?

2,29%


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Artigo

Agricultura sustentável e as tecnologias

Por Aluízio Borém* É perturbador saber que cerca de 900 milhões de pessoas se encontram famintas ou subnutridas. São também impressionantes os fatos de que a população mundial de 7,1 bilhões alcançará 9,1 bilhões no ano de 2050, correspondendo a um aumento de 43% em 42 anos, e que a oferta de alimentos vai ter que atingir quantidades bem superiores às atuais para atender a essa demanda. Diante desse quadro, a pressão sobre a agricultura para se produzir mais alimentos e de forma sustentável é enorme. A fome não é fato novo na história mundial. O risco de o crescimento populacional não ser acompanhado pelo aumento da produção de alimentos foi estudado pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1768-1834) há aproximadamente 200 anos. As ousadas previsões de Malthus não se concretizaram até o presente comente em virtude do surgimento de novas fronteiras agrícolas e da inclusão de novas tecnologias ao sistema produtivo. Neste terceiro milênio, mais uma vez faz-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias para ajudar a agricultura a produzir alimentos de forma sustentável e socialmente responsável. Um exemplo disso é a prática da Agricultura de Precisão, caracterizada pela aplicação de forma variada de fertilizantes, defensivos agrí-

colas e outros insumos, conforme as necessidade das diversas áreas da uma mesma lavoura. A Agricultura de Precisão se refere ao gerenciamento localizado de culturas e foi introduzida como prática em prol da produtividade. A tecnologia surgiu da observação de que os requisitos para aplicação de calcário variavam bastante para um mesmo talhão e que seria importante a aplicação diferenciada no campo, de forma que o calcário pudesse satisfazer a necessidade de cada local. Este conceito, embora tenha sido utilizado por algum tempo, foi abandonado quando os equipamentos de tração mecânica passaram a predominar na agricultura. Hoje com a disponibilidade de microcomputadores, sensores e sistemas de rastreamento terrestres ou via satélites, a Agricultura de Precisão passou a ser comum em muitas lavouras, contribuindo para a sustentabilidade da agricultura. Com o aparecimento de sistemas de informações geográficas e de rastreamento via satélite, o conceito de gerenciamento localizado de culturas pode ser estendido para o monitoramento de outras operações que não necessariamente aquelas de aplicações localizadas de insumos, mas também para o levantamento de mapas de fertilidade de solos, o monitoramento de colheitas, ou de outras operações mecanizadas. Hoje pode-se definir a Agricultura de Precisão como

um conjunto de técnicas que permitem o gerenciamento localizado de culturas. Uma outra tecnologia que muito tem contribuído para a sustentabilidade na agricultura é o Melhoramento Genético. O Melhoramento é a arte, ciência e negócio de alteração genética das plantas para benefício do homem. Esta tecnologia tem desenvolvido variedades mais tolerantes aos diferentes estresses bióticos que afetam as lavouras como pragas, doenças, secas, elevados níveis de alumínio toxico no solo, dentre outras, que exigem menor aplicação de insumos. As variedades melhoradas mais produtivas também tem sido apontadas como fator de sustentabilidade da agricultura, pois permitem que uma mesma produção seja obtida em menor área, reduzindo a pressão pela adição de novas áreas ao sistema de produção agrícola. Outras tecnologias estão sendo aprimoradas e a expectativa é que elas terão cada vez maior relevância na agricultura. Dentre estas pode-se citar a nanotecnologia, biotecnologia entre várias outras. Embora os desafios para se alimentar o mundo sejam enormes as perspectivas são ainda maiores, pois já temos tecnologias para assegurar uma agricultura eficiente e ecologicamente responsável. *Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável – CCAS

Turismo no site Acesse e leia as dicas para a cidade das Cataratas do Iguaçu: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Editorial

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Evento

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Agrofeira apresenta soluções para o campo Evento reúne setores do agronegócio e colabora na manutenção de renda e distribuição de tecnologia A Agrofeira Circuito das Frutas, que aconteceu de 28 de abril a 06 de maio na cidade de Louveira, promoveu o encontro entre empresas fornecedoras de serviços e insumos rurais e agricultores da região, aproximando o produtor de soluções para o seu negócio. As feiras e festas municipais que celebram a colheita são importantes canais de demonstração da qualidade da produção rural brasileira. Algumas acontecem há décadas no estado de São Paulo e todas incentivam a produção, colaborando na ma-

nutenção de renda, informação e inserção de tecnologias no campo. Realizada pelo Grupo de Mídia Entreposto e com o apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e da Agrotec Tecnologia em negócios, a primeira Agrofeira foi realizada durante a 45ª Festa da Uva e 2ª Expo Caqui de Louveira e vai, ao longo do ano, atuar dentro das feiras e festas municipais, reunindo diversos setores indispensáveis ao agronegócio como insumos agrícolas, irrigação, equipamentos e tecnologia.

Os eventos criam oportunidade para que empresas fornecedoras e produtores rurais da região possam desenvolver uma relação de negócios voltados à competitividade da qualidade no campo, novas tecnologias e a experiência com produtos e serviços que podem fazer a diferença no trabalho agrícola. Para o ano de 2012 estão previstos mais três eventos: a Festa de Frutas e Hortaliças de Indaiatuba (maio), Festa do Morango de Atibaia e Jarinu (junho e julho) e Festa do Morango de Jundiaí (agosto).

Secretário de Agricultura de Louveira resgata caráter inicial das festas regionais

Agrofeira Circuito das Frutas e mini usina de suco estão entre as iniciativas que orientam e apresentam soluções para o agronegócio

Daniel F. Micheletto, secretário de Agricultura e vicepresidente da Festa da Uva de Louveira, vem resgatando o foco principal das festas regionais da cidade a cada ano: o incentivo à produção rural. Com o passar do tempo, os festejos para celebrar a safra de determinado cultivo perderam o ca-

ráter inicial e se transformaram em grandes eventos populares, reunindo um público mais interessado nas apresentações musicais. Micheletto explica que a Festa da Uva foi criada em 1956 e tinha três objetivos: divulgar a uva Niágara, característica da região de Louveira, realizar

uma confraternização entre produtores e a população e celebrar a safra do ano. Com a inclusão de apresentações de artistas conhecidos do grande público, o produtor rural se afastou dos eventos e a Prefeitura de Louveira quer resgatá-lo. “Este ano trouxemos uma mini usina de suco.

Essa iniciativa vai permitir que os agricultores possam produzir suco de uva e oferecer na merenda escolar”, explica o secretário. A Agrofeira Circuito das Frutas também contribui para a volta dos agricultores às festas regionais, reunindo empresas de diversos segmentos que

trazem soluções para o agronegócio. “Esse tipo de iniciativa precisa ser apresentada durante as comemorações da safra já que incentiva o produtor a melhorar e aumentar sua produção”, afirma Micheletto. “A festa é para o trabalho realizado no campo e é nesse setor que deve estar o foco”, completa.


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Evento “Lidamos com uma importante etapa da cadeia do frio que trata do resfriamento no transporte de alimentos. Visamos atender ao agricultor que necessita de cuidados especiais na locomoção de frutas, verduras e legumes”.

Eduardo Dória Diretor TransFrigor

“Apresentamos na Agrofeira a nossa linha de agronegócios, que envolve indústria, serviços e distribuição. Pretendemos atender às necessidades do produtor através do nosso software, falando de tecnologia numa linguagem que eles possam entender e que simpli�ique os negócios no campo”. João Henrique Dominicci Gestor de Novos Negócios Recta.DOS

“Estamos aqui para acrescentar tecnologia e capacitação ao dia a dia do agricultor familiar de maneira simples e e�iciente, unindo os setores público e privado”.

Osmar de Souza Pinto Consultor de Agronegócios da Elimar Máquinas e Equipamentos

“O produtor ainda tem muita dúvida quanto às normas do governo, a instalação e a manutenção de poços e estamos aqui para atendê-los. A feira nos permite atingir os agricultores que precisam esclarecer essas questões”. Erika Grigoleto Coordenadora de Meio Ambiente Júnior da Geoblue e Ana Paula Daleffe Gestora de negócios Artesiana (Grupo Aquor)

“Pretendemos alcançar produtores rurais que ainda não possuem um sistema de irrigação e para atingir esse público precisamos desse contato direto que as festas regionais proporcionam”.

Rafael Capello Robles Diretor Técnico da RCR

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Indaiatuba recebe a próxima

Agrofeira Sindicato Rural e Secretaria de Desenvolvimento incentivam a aproximação do produtor e do consumidor final nas festas regionais

Em entrevista coletiva concedida no dia 09 de maio na Prefeitura de Indaituba, o presidente do Sindicato Rural, Wilson Tomaseto, o secretário de Desenvolvimento, Edmundo Duarte e a assessora de Desenvolvimento, Marta Leme do Prado falaram sobre a importância do incentivo ao consumo de produtos regionais na próxima Festa das Frutas e Hortaliças, que será realizada de 18 a 20 de maio, no pavilhão da Viber, localizado na Av. Tamandaré, s/n. Duarte explicou que o foco da feira é a divulgação dos hortifrutis da cidade para os comerciantes e para a população. “Estamos no terceiro ano de feira e já podemos notar que o consumidor exige do supermercadista produtos que levam a marca de agricultores de Indaiatuba. A Festa das Frutas e Hortaliças possibilitou o contato entre o produtor e o consumidor �inal”, a�irmou o secretário. A sintonia entre produtor, comerciante e população permitiu que diversas parcerias fossem �irmadas e alguns agricultores trabalham exclusivamente para determinado cliente varejista. “Quando adversidades climáticas destroem a plantação, os supermercados incentivam o replantio e não abandonam o produtor. Essa parceria é de grande ajuda para o trabalhador rural”, exempli�ica o presidente do Sindicato Rural. Durante a coletiva, o trio destacou a presença da Agrofeira, uma inovação no evento. “O pessoal da Agrofeira está aqui para nos auxiliar e trazer setores ligados ao agronegócio como irrigação, implementos agrícolas, outorga d’água e maquinário. Isso vai aumentar a qualidade da festa, incentivando a visita dos produtores rurais e tirando suas dúvidas”, comemora Wilson. A festa terá, ainda, exposição de mini animais, incentivando a participação das crianças, danças e shows de músicos sertanejos locais.


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APAS 2012

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Supermercados: 78% dos consumidores consideram qualidade do FLV importante Os consumidores brasileiros consideram importante a qualidade e o frescor de frutas, hortaliças e verduras (FLVs) quando procuram estes produtos nos supermercados. De acordo com um levantamento realizado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), 78% possuem esta opinião. O estudo divulgado no último dia 7, durante o 28º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados da Apas, ainda revela que 97% dos consumidores estão satisfeitos com a qualidade dos FLVs comercializados. “O setor de hortifruti nos supermercados cresceu muito, assim como a variedade e a qualidade dos produtos”, disse o presidente da Apas, João Galassi. O levantamento também mostra que 42% dos estabelecimentos frequentados pelos consumidores contam com seção de orgânicos e produtos naturais, no entanto, somente 20% dos consumidores adquirem estes produtos. “Os shoppers estão mais conscientes do que comprar, aonde comprar e do que desejam. Isso é muito positivo”, comentou Galassi. Desde a edição de 2009, a feira da Apas dedica um espaço exclusivo para empresas que comercializam FLVs. Alguns dos mais tradicionais

atacadistas da Ceagesp, como Benassi, Hetos/Frugal e Batista, participaram do evento. No ano passado, o setor supermercadista registrou alta de 4,4% nas vendas em relação a 2010. O faturamento foi de R$ 224,3 bilhões, volume que representa 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Na avaliação do diretor de Economia e Pesquisa da Apas, Martinho Paiva Moreira, um dado que chama a atenção é o crescimento das classes D e E. “A entrada desses consumidores mostra a consolidação do mercado de consumo”. Sustentabilidade

De acordo com a pesquisa da Apas, 74% dos brasileiros preferem comprar itens de empresas que desenvolvem programas em defesa do meio ambiente. Os dados, apurados no terceiro trimestre de 2011, mostram que 46% dos clientes estão dispostos a pagar mais por produtos ecologicamente corretos. “Registramos algumas mudanças no comportamento dos consumidores e dos fornecedores, que agora têm percebido a importância da preocupação com a sustentabilidade”, afirmou Galassi. Conforme o balanço da entidade, 90% dos supermercados paulistas ade-

riram à iniciativa que deixa de distribuir sacolas plásticas. Somente no mês de abril, quando a medida entrou em vigor, houve a redução de 490 milhões de sacolas plásticas, o que gerou uma economia de R$ 15 milhões aos supermercados. Segundo Galassi, esse montante será repassado em ações dos supermercados e à redução de preços ao consumidor

final. “Claro que essa redução está sendo gradativa, visto que muitos supermercadistas estão usando esta verba economizada para investir em campanhas de conscientização”, disse Galassi. Em âmbito nacional, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) mantém um acordo com o Ministério do Meio Ambiente para reduzir em 40% o uso de sacolas plásticas até

2015, além da participação no desenvolvimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que destaca a necessidade de mostrar a importância do descarte consciente. “Este é o processo colaborativo mais importante que temos para os próximos anos na questão do meio ambiente”, disse o presidente da Abras, Sussumu Honda. (V.C.)


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APAS 2012

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PROGRAMA BRASIL SEM MISÉRIA

Parceria facilita comprar direto de pequenos produtores rurais Por meio de uma parceria firmada entre a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e as 27 associações estaduais de supermercados e os Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a partir de agora os supermercadistas terão a oportunidade de levar para suas lojas produtos adquiridos diretamente de pequenos produtores rurais. A iniciativa faz parte do programa Brasil Sem Miséria, que tem como objetivo principal elevar a renda e melhorar o bem estar da população em condições de pobreza. Para as zonas rurais do país, o projeto

prevê aumentar em quatro vezes o número de agricultores familiares atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Consta ainda do plano o fomento de R$ 2,4 mil por família, ao longo de dois anos, para apoiar o aumento da produção e a comercialização excedente dos alimentos. O MDA manteve um estande na feira realizada pela Apas para demonstrar o funcionamento do programa. “É uma grande oportunidade para o supermercadista conhecer o que vem sendo feito pelo governo e, especialmente, as inovações que estão sendo criadas para facilitar e ampliar as compras da agricultura fa-

miliar”, disse Sussumu Honda, presidente da Abras. Na abertura da feira, a ministra do MDS, Tereza Campello, fez questão de esclarecer que o Brasil sem Miséria não busca ações filantrópicas por parte dos supermercadistas e, sim, fazer negócios para fomentar a inclusão de brasileiros que vivem na pobreza. “É uma parceria onde todos ganham porque os produtores serão incluídos, os varejistas terão à disposição mais produtos sustentáveis e o consumidor ganhará em qualidade. Assim, todos crescem de forma sustentável”, disse a ministra. Durante o evento da Apas, o MDA apresentou uma prévia da Rede Brasil Rural,

uma plataforma virtual, lançada em março, que permite fazer buscas de produtos e empreendimentos de comércios que reúne cooperativas de produtores rurais, fornecedores de insumos, consumidores públicos e privados, como forma de integrar o agricultor familiar ao mercado de consumo. Cooperativas também puderam mostrar produtos orgânicos, agroecológicos e agroextrativistas, que podem ser disponibilizados para venda nos supermercados. A ferramenta da Rede Brasil Rural deverá estar disponível, já para negociações, no Portal Abras, a partir de agosto deste ano. (V.C.)


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Artigo

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Os sete hábitos dos produtores sustentáveis Por José Annes

Há anos tenho observado que os opositores da agricultura brasileira apenas questionam os avanços cientí�icos da tecnologia até a biotecnologia, mas nunca na área da farmácia e na indústria automobilista, por exemplo. Observem o que leva estas pessoas a serem contra algo que ajuda a empregar milhões de pessoas. Tirar a fome de milhares de pessoas e contribuir para preservação do meio ambiente? Temos muitos bons exemplos: plantio direto, que não remove mais o solo, e que no passado era taxado de contribuir para o assoreamento de nossos rios, e ao mesmo tempo hoje é o nosso pão de cada dia. Notem que a agricultura também pode cometer erros, mas não é vilã, precisamos de equilíbrio em tudo que fazemos, não há agricultura sem o rompimento das relações biológicas, como não há fabricação de carros sem impactos ao ar, as pessoas e ao solo. As construções de edi�ícios

não usam o solo? As estradas, nossos caminhos para praias, os rios que são poluídos nas grandes cidades e assim por diante são exemplos de algo que não deveria ocorrer. Somos nós seres humanos que precisamos manejar nossas atividades para nos mantermos sustentáveis. E digo a vocês, não tenha dúvidas ao a�irmar que somos os grandes heróis e temos a melhor agricultura do mundo, tanto do ponto de vista tecnológico como do ponto de vista ambiental. Não está na hora de valorizarmos nosso maior bem (a agricultura), onde somos líderes? A�irmações evasivas devem ser questionadas e respondidas com ciência. Precisamos por tanto nos posicionar de forma contundente e gostaria de contribuir e ajudar nossos produtores que realmente são os grandes heróis e os grandes responsáveis pela sustentabilidade do campo. A primeira pergunta que devemos fazer é: o que é ser sustentável? Como devo fazer para ser sustentável - palavra esta bonita, mas na

prática o que signi�ica? Aplicar menos agrotóxicos, produzir alimentos orgânicos? Essas dúvidas nos remetem a algumas diferentes formas de pensar a agricultura. Em minha visão, ser sustentável é aliar os três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental. Analisando estes aspectos podemos chegar a constatações importantes que assim podemos chamar de “os hábitos sustentáveis dos produtores rurais” Essa tarefa pode demorar anos, mas tenham certeza que aqueles que venham a adotar, terão grande possibilidade de sucesso. O primeiro deles: é regularizar a propriedade quanto a aspectos legais (ambiental). Com a pressão para diminuir o desmatamento – ônus que foi colocado nas costas da agricultura e que, há 30 anos, era um incentivo – precisa ser legalmente concedido e até mesmo evitado. O segundo é o planejamento e a gestão da propriedade. Onde quero chegar? Em quanto tempo? Qual atividade mais rentável nesta região?

Essas são perguntas que precisam ser respondidas para que o próximo hábito venha a ser implantado. Terceiro hábito: após a análise e implantação do plano é recomendável o investimento em atividades que tenham retorno �inanceiro, que gerem divisas a curto, médio e longo prazo. O quarto hábito é a gestão dos aspectos sociais (valorização do ser humano, ou seja, incluí-lo no processo e nas atividades da propriedade). O quinto hábito, e não menos importante, é adotar práticas sustentáveis consagradas (plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária, manejo integrado, monitoramento e rastreabilidade). O sexto hábito é respeitar e valorizar áreas de preservação ambiental, preservar rios e animais silvestres, além de utilizar tecnologias e�icientes, que minimizem os riscos ambientais e sociais. E, por �im, o sétimo hábito, e talvez um dos mais importantes: valorizar o consumidor e contribuir para ações educacionais junto a sua comunidade. Fazendo uma analogia, po-

demos dizer que estamos seguindo “Os Sete hábitos das pessoas altamente e�icazes”, livro este espetacular para nosso crescimento pro�issional e pessoal, nos diz e mostra como podemos ser e�icazes, e nada mais justo que adotarmos e implantarmos em nossas atividades, e por que não na agricultura. Senhores, estas recomendações, parecem impossíveis de serem cumpridas, mas não são! Temos muitos exemplos bons, de propriedades sustentáveis no Brasil, basta termos atitude e vontade de querer fazer. Esse é um desa�io lançado, aperfeiçoamentos são bem-vindos. O importante é seguir em frente e manter o agro cada vez mais forte e robusto. Mãos à obra meus amigos, pois a carroça com os bois está passando, agarrem e não desistam no primeiro obstáculo, a vida é feita de estradas sinuosas e de di�ícil acesso. Nunca desista de seus ideais. Até mais.

José Annes é engenheiro agrônomo, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal


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Artigo

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Consumo de flores em datas comemorativas Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

Tradicionalmente, os meses de maio e junho concentram as duas mais importantes datas para o comércio de flores e plantas ornamentais no mercado interno brasileiro: o Dia das Mães (segundo domingo de maio) e o Dia dos Namorados (12 de junho). Destaca-se, nos últimos anos, uma tendência para maior participação relativa de outros eventos no calendário nacional do faturamento do setor, como, por exemplo, o Dia Internacional da Mulher (8 de março), porém, com comportamento instável, dependendo do dia da semana em que caia essa data. Ou seja, como ainda se trata de comemoração essencialmente conduzida em ambientes profissionais e comerciais (escritórios, escolas, lojas, postos de combustíveis, supermercados etc.), nos anos em que essa data cai em um domingo as vendas tendem a perder expressividade. Essas informações ilustram o fato de que o consumo brasileiro dos produtos da floricultura ainda está baseado no modelo típico dos mercados emergentes, o qual se caracteriza pelos seguintes fatores principais: baixo índice de consumo anual per capita (atualmente estimado em R$ 23, na média nacional); concentração de ven-

das em poucas datas especiais; compra de variedade limitada de itens; opção por elementos tradicionais e convencionais e reduzido valor de compra para usufruto pessoal, ou seja, preferência centrada no ato de presentear. Mesmo contando com essa ordem de limitações, o setor florícola nacional tem experimentado período de forte prosperidade e expansão de negócios. Contribuem para isso a centralidade de sua vocação para o abastecimento do mercado interno, que elimina a vulnerabilidade aos percalços da debilitada economia dos mercados importadores internacionais e os indicadores favoráveis de desenvolvimento econômico nos campos do emprego, renda, ocupação, expansão imobiliária e estabilidade política e econômica. Neste contexto, no período do Dias das Mães, o comércio brasileiro de flores e plantas espera confirmar bons resultados de vendas, ainda que não seja provável obter indicadores tão favoráveis como os dos últimos anos. Conforme estatísticas da Serasa Experian, as flores, neste ano, perderão a posição que vinham mantendo nos últimos anos de segunda colocada no ranking da preferência dos consumidores em relação às suas intenções para presentear as mães - inferiores apenas às roupas, sapatos e acessórios com

30% de participação, em média. De fato, segundo essa mesma fonte, as flores em 2012 confirmam, por quatro anos seguidos, uma crescente perda anual de participação percentual relativa nas intenções de presentear as mães - de 19%, em 2009, para 18% em 2010; 16%, em 2011 e 11% em 2102 – . Contudo, espera-se que isso não venha a alterar significativamente a performance das vendas desses produtos nessa data comemorativa. No ano passado, por exemplo, o comércio atacadista para o período do Dia das Mães atingiu patamar de crescimento médio no valor das vendas, no comparativo com o ano de 2010, entre 16% e 17% para as flores de corte e entre 14% e 15% para as flores envasadas, ambos considerados resultados excepcionalmente bons pelas principais cooperativas de produtores do segmento. Para 2012, o aumento médio das vendas esperados nos principais mercados atacadistas é um pouco mais conservador, e deverá ficar em torno de 10% A composição das vendas continuará sendo baseada no binômio: rosas vermelhas (corte) e orquídeas Phalaenospis (vaso), que tradicionalmente domina o mercado. Porém, aguarda-se neste ano, assim como ocorreu no anterior, uma maior penetração relativa de alstroemérias, lírios e begônias. Apenas

no mercado permanente de flores e plantas ornamentais da Ceasa de Campinas deverão ser comercializados 60 mil dúzias de rosas e 2,1 milhões de vasos na semana que antecede a essa data. Para o mesmo período, a Ceagesp, em São Paulo, espera movimentar cerca de R$ 10 milhões na comercialização de flores e plantas ornamentais, equivalentes a uma movimentação de 2,5 mil toneladas. No varejo de flores e plantas envasadas, o principal fenômeno observado ao longo dos últimos anos tem sido o do excepcional crescimento da participação do canal supermercadista, o qual saltou de uma presença apenas marginal de há cerca de oito anos, para um market share próximo a 13% do suprimento global do mercado. Para o período do Dia das Mães de 2011 tanto as principais redes super e hipermercadistas, quanto as floriculturas tiveram aumento de vendas da ordem de 15%. Neste ano, o crescimento do faturamento no período desta data deverá ficar em 10% sobre o ano anterior. Também o Dia dos Namorados promete repetir essa performance, com crescimento médio de vendas estimado em 15%. Nesta oportunidade, as flores mais vendidas seguramente serão as rosas vermelhas, especialmente na forma de buquês de 6, 8 ou 12 hastes. Diferentemente do que ocorre

no mercado norte-americano, o consumidor brasileiro não costuma comprar rosas nas colorações cor-de-rosa, pink ou de tonalidades rosadas e pastéis nesta data, tendo já sido constatadas diversas experiências desastrosas de importações dessas mercadorias no mês de junho. Tais resultados fortemente positivos foram aqui alinhavados com a intenção de colaborar com o amadurecimento técnico, profissional e comercial dos agentes da cadeia produtiva da floricultura brasileira, alertando também para a necessidade de diversificar as oportunidades de consumo de modo a favorecer uma melhor distribuição dos resultados ao longo do ano e um mais adequado planejamento de curto, médio e longo prazos. Para a consecução desse objetivo é necessário, contudo, dar ainda um passo além, fortalecendo os sistemas de geração, coleta e análise crítica de informações sobre o consumo e o mercado e abandonando por completo, desta forma, qualquer resquício da cultura meramente especulativa. *Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Comércio

Dia das Mães movimenta setor de flores nas Ceasas A produção nacional de flores conta com cerca de 350 variedades e desde 2006, o segmento tem registrado altas de 8% a 12% em volume e de 15% a 17% em valor comercializado. Entre os principais fatores, destacam-se o aumento do consumo interno e a diversidade da produção, além da ampliação dos canais de venda, como os supermercados. Comemorado no segundo domingo de maio, o Dia das Mães, é considerado a data mais significativa para o comércio, inclusive de flores e plantas ornamentais. A Ceasa Campinas, que tem um mercado permanente de flores, movimenta uma média de quatro mil toneladas de produtos por mês, mas para o período que antecede o Dia das Mães, a gerente da central, Ana Rita Pires Stenico, acredita num crescimento de até 10% no volume ofertado este ano em comparação com 2011. “A economia vai bem, o mercado está aquecido e vem crescendo ano a ano”, opina. A Ceasa comercializa semanalmente em torno de 40 mil dúzias de rosas, mas na semana do Dia das Mães são 60 mil dúzias ofertadas, ou seja, 720 mil botões. Segundo Ana Rita, as rosas, em especial as vermelhas, ainda são as preferidas pelos consumidores.

Vírus que atingia plantas foi identificado por pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas

Ceagesp

O estado paulista é responsável pela produção e comercialização de 70% das flores do país. Santa Catarina e Minas Gerais ficam com o segundo e terceiro lugares respectivamente. Considerada uma das maiores do mundo no gênero, a feira de flores do entreposto paulistano da Ceagesp comercializa mais de 200 espécies de flores e plantas para todo o Brasil e também para outros países do Mercosul. Segundo dados da estatal, passam pelo entreposto cerca de quatro mil toneladas de flores de corte e de vaso por mês, que geram receitas de R$ 20 milhões no período. Na central, 1.100 produtores comercializam plantas, flores, gramas, mudas, vasos, acessórios e artesanato em um espaço de 20 mil m². As unidades do interior da Ceagesp, nas cidades de Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São

Pesquisa ajuda a recuperar lucratividade das hortênsias

José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba também realizam suas feiras de flores. Somente no primeiro trimestre deste ano, o setor de flores da estatal cresceu 27,9% em toneladas e o volume financeiro passou de R$ 10.328,42 para R$ 13.205,25, comparado com o mesmo período do ano passado. Com as vendas na semana que antecede o Dia das Mães, o entreposto paulistano espera movimentar cerca de R$

10 milhões na comercialização de flores e plantas ornamentais. “Com a condição climática favorável, há uma oferta maior de produtos para a data. Para este ano, a expectativa para o setor é movimentar cerca de 2,5 mil toneladas, somente na semana que antecede o Dia das Mães, o que representa cerca de R$ 10 milhões”, afirma o economista da estatal, Flávio Godas.

Segundo os comerciantes, o volume de orquídeas, tulipas e girassóis - as preferidas para presentear as mães - chega até triplicar na data. Mas a campeã em vendas são as rosas, cujo maço da flor nacional com 30 botões sai a partir de R$ 20. Já as colombianas podem ser encontradas a partir de R$ 35 (20 botões) e as mini rosas por R$ 4 (24 botões). O girassol com 12 hastes custa a partir de R$ 7.

Os produtores de hortênsias do interior de São Paulo ganharam um aliado importante para a recuperação da rentabilidade e da produção da planta. Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) identificou o vírus que estava atingindo as lavouras e diminuindo a qualidade do produto. Há pelo menos oito anos o produtor Ricardo Noda sofre com a infestação do vírus na sua plantação de hortênsia. Apareceram manchas escuras nas folhas e as flores também foram afetadas. “A bola tinha o dobro do tamanho. Agora, com o vírus, ela diminuiu. A qualidade também diminuiu”, afirma Noda. Com visitas a propriedades, os pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas conseguiram identificar a doença e tratar as plantas com uma técnica chamada termoterapia. “Fizemos uma pesquisa e descobrimos que era uma doença causada por um vírus. Daí começamos a fazer o estudo para inativar esse vírus das plantas e só agora que os produtores estão conseguindo obter mudas para comercialização”, afirma Valdir Atsushi Yuki, pesquisador do IAC. O processo para deixar toda a produção completamente livre de vírus é demorado. É preciso que todo o ciclo se complete, até as plantas ficarem em fase de venda completamente sadias. Por enquanto, as hortências prontas para comercialização ainda são portadoras de vírus, mas as novas mudas já crescem sadias. “As plantas apresentam maior vigor e os sintomas não aparecem mais. Também estamos conseguindo alcançar um maior rendimento das mudas”, afirma o técnico agrícola Silvio Gondo. Enquanto os produtores não estão com toda a propriedade livre do vírus é preciso cuidado redobrado no manejo. Os instrumentos utilizados para poda, por exemplo, não podem ser misturados entre plantas sadias e infectadas. Elas também ficam separadas nas estufas. Os produtores garantem que o esforço vale a pena. “ Com o melhoramento melhora a qualidade. O tamanho da bola que vai ser provavelmente o dobro do que é agora “, diz Noda.


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Produção

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Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022 A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em parceria com o Icone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais), elaborou as projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década. O projeto que recebeu o nome de “Outlook Brasil 2022” analisou 16 produtos agroindustriais – entre eles milho, soja, carnes e fertilizantes – e traçou projeções para o consumo doméstico, produção, exportação, importação, estoques, área plantada e consumo de fertilizantes. Impactos futuros desses segmentos na economia e infraestrutura de transporte do país também foram mensurados. Todos os resultados estão disponíveis no endereço www. fiesp.com.br/outlookbrasil. “A Fiesp trabalha pelo desenvolvimento do Brasil e, neste sentido, sempre atuou para garantir a integração e o crescimento dos diversos setores da economia”, explica Paulo Skaf, presidente da Fiesp. “Nosso Departamento do Agronegócio nasceu dessa visão e da necessidade de formular e propor políticas que levem em conta a interdependência natural entre a atividade agropecuária e a indústria de insumos e alimentos. Assim, como resultado dessa iniciativa, idealizamos o Outlook que, com certeza, irá contribuir de forma muito positiva para o país, ao antecipar as ações necessárias para promover o crescimento e a geração de empregos e riquezas para o Brasil.” Destaque na balança comercial brasileira, a soja apresentará crescimento de 43% de suas exportações e a produção total atingirá a marca de 96,9 milhões de toneladas, puxada especialmente pelos ganhos de produtividade. Segundo o estudo da Fiesp, a região Centro-Oeste Cerrado consolidará sua posição de principal produtora, com 34% do total. As projeções para os produtos da cesta básica, como o arroz e o feijão, por exemplo, são conservadoras. Mesmo com um tímido crescimento do consumo per capita, a produção projetada de arroz, que atingirá 14,1 milhões de toneladas em 2022, será insuficiente para atender o mercado interno. O fato resultará em um déficit comercial de 679 mil toneladas em 2022.

Já a produção de feijão deve aumentar 938 mil toneladas para atender a demanda doméstica, o que também será insuficiente para fazer frente ao consumo. Sendo assim, daqui a dez anos, o Brasil continuará sendo importador líquido de feijão, adquirindo no exterior um volume de 114 mil toneladas. Em contrapartida, as exportações de carne de frango, bovina e suína apresentarão incrementos significativos. O Brasil continuará sendo um grande fornecedor para o mercado mundial, aumentando a sua participação como o maior exportador de carnes de frango e bovina, além de disputar o terceiro lugar em carne suína com o Canadá. As exportações serão divididas da seguinte maneira: 5,9 milhões de toneladas de carne de frango, 2,7 milhões de toneladas de carne bovina e 700,2 mil toneladas de carne suína – um crescimento para o período projetado de 46%, 87% e 28%

respectivamente. Estima-se que, em dez anos, a produção desses três produtos juntos atingirá a marca de 32,9 milhões de toneladas. Fertilizantes e logística

Para o setor de fertilizantes destaca-se a redução da dependência do Brasil em relação ao mercado internacional. Se atualmente o país importa 71% da sua necessidade de nutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio), em 2022 esse percentual cairá para 56%. O fato se deve à ampliação da capacidade de produção da indústria de fertilizantes, que crescerá 54% no período. A importância da logística de transporte da produção futura foi alvo de análise. Para isso, o estudo projetou três diferentes cenários, com destaque para aquele que considera a inclusão da hidrovia Teles Pires Tapajós como alternativa ao escoamento da safra de grãos, principal-

mente no Centro-Oeste Cerrado. Nessas condições, o fluxo total de transportes em ferrovias e rodovias seria reduzido em 4% e o transporte por hidrovias dobraria em 2022 em comparação a 2010. Impactos

O Outlook Brasil também analisou a dinâmica do uso da terra. Os dados apontaram substancial redução da necessidade de novas áreas para produção agropecuária, consequência dos ganhos de produtividade e da ampliação das lavouras sobre as pastagens, que cederão 5,4 milhões de hectares para a produção de grãos. Em termos econômicos, o trabalho mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos setores analisados apresentará incremento de 42% na próxima década. Somente os produtos analisados responderão por 19% dos empregos, isto é, mais de 23 milhões de pessoas em atividade.

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PECUÁRIA

Plataforma de Gestão Agropecuária começa a funcionar em dois meses Até meados de junho entra em funcionamento a primeira etapa da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), sistema informatizado que vai unificar os dados sobre o trânsito do gado no país e integrar diversos mecanismos de controle, inclusive o sanitário. A sistema foi entregue no dia 18 de abril pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao Ministério da Agricultura. A plataforma vai permitir maior controle sobre a movimentação dos rebanhos, com uma base de dados únicos, evitando a duplicidade de informações. Além disso, possibilitará ações rápidas em caso de ocorrência dos chamados eventos sanitários, como febre aftosa. A ideia é que todos os estados saibam antecipadamente qual movimentação de gado detêm, a origem desses animais e o destino deles. Atualmente a gestão dessas informações é estadual, com sistemas informatizados diferentes. Em alguns estados, o processo ainda é manual. “O maior beneficiado com isso é o consumidor, que vai ter informações fidedignas em tempo real da origem de seu produto”, disse a presidente da CNA, Kátia Abreu. “Estamos iniciando com a carne, mas em breve, poderemos ter a alface, o leite e demais produtos produzidos no Brasil”, completou. A atualização do sistema será feita por todos os envolvidos no processo, como produtores, órgãos de fiscalização e laboratórios. A fiscalização se dará por amostragem, com auditorias. “Confiança será a palavra-chave para inserção dos dados no sistema”, ressaltou Kátia Abreu. Para o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, o lançamento desse mecanismo de gestão é a garantia de que as informações serão organizadas a partir de agora. “A plataforma nada mais é do que todo mundo dizendo: Vamos organizar tudo e deixar de forma clara para explorar o nosso potencial e dar segurança para o consumidor. Precisamos da máxima clareza de que está tudo certo.” Inicialmente, a ferramenta vai englobar o controle online do trânsito de todos os animais do país. Depois, será ampliada para abranger a fiscalização do trânsito dos animais, a gestão de normas para exportação de produtos de origem animal e o bloqueio no caso de eventos sanitários.


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O Brasil deve cultivar 6,767 milhões de hectares de milho segunda safra, também conhecida por safrinha, conforme a nova estimativa divulgada pela consultoria Safras & Mercado. Essa área supera os 5,987 milhões de hectares indicados em março. De acordo com o analista sênior de Safras & Mercado, Paulo Molinari, a safrinha 2012 confirma uma área recorde, superando em 26,5% os 5,351 milhões de hectares cultivados na segunda safra 2011. O grande destaque em termos de área fica com o Mato Grosso do Sul, que irá cultivar 1,211 milhão de hectares, com uma expansão de 56,6% frente aos 773,450 mil hectares cultivados no ano passado. “Estados tradicionais no cultivo de milho safrinha, como o Mato Grosso e o Paraná, aparecem, respectivamente, com um incremento de área menor, de 32,8% e 16,3%”, comenta. Molinari afirma que a produção da safrinha pode chegar a 30,626 milhões de toneladas, volume nunca anteriormente alcançado, que está acima das 27,509 milhões de toneladas indicadas em março. “Esse volume, se confirmado, irá superar em mais de 34% as 22,837 milhões de toneladas de milho colhidas na safrinha 2011”, analisa. O Mato Grosso deve liderar a produção na segunda safra brasileira de milho 2012, com colheita estimada de 10,360 milhões de toneladas. “Esse volume esperado supera em mais de três milhões de toneladas o obtido na safrinha do ano passado”, destaca. Para o Paraná, Molinari estima uma produção de 9,681 milhões de toneladas, ante as 7,160 milhões de toneladas colhidas no ano passado. Já o Mato Grosso do Sul deve colher 5,449 milhões de toneladas de milho. A produtividade média estimada para a safrinha 2012 de milho é de 4.525 quilos por hectare, superior à registrada no ano passado, de 4.267 quilos por hectare. “A maior produtividade média da safrinha 2012 está prevista para o Paraná, de 5.354 quilos por hectare. O Oeste do estado deve colher 5.700 quilos por hectare de milho, liderando o rendimento médio a ser registrado em todo o Centro-Sul do Brasil”, sinaliza Molinari.

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DIRETO DO CAMPO

Brasil terá área e produção recordes na safrinha 2012 Mato Grosso deve liderar a produção na segunda safra brasileira de milho 2012, com colheita estimada de 10,360 milhões de toneladas


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Agrícola

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Pesquisa caracteriza a diversidade genética do inhame O inhame (Dioscorea spp.), também conhecido como ‘cará’ em algumas regiões do Brasil, constitui alimentação básica para mais de cem milhões de pessoas e representa, atualmente, uma das mais importantes culturas de raízes e tubérculos do mundo. Neste cenário, a África detém a hegemonia, sendo responsável por cerca de 96% da produção mundial de inhame, onde destacam-se países como Gana, Costa do Marfim e Nigéria. Embora o Brasil possua registros de cultivo de inhame desde os primórdios da colonização e apresente condições edafoclimáticas favoráveis para o cultivo e exploração dessa cultura, sua participação no mercado mundial ainda é pequena, cerca de 0,5%. Entre as espécies importantes economicamente no cenário mundial, destaca-se D. cayenensis (inhame amarelo) e D. rotundata (inhame branco). Atualmente existem ainda controvérsias sobre a taxonomia dessas espécies. Alguns pesquisadores as consideram como sendo duas espécies diferentes, enquanto outros consideram ambas como parte de um complexo de espécies. Estas espécies são mantidas sob cultivo por comunidades tradicionais em sistema de agricultura familiar, que vem sofrendo fortes pressões socioeconômicas ao longo dos últimos anos, colocando em risco a diversidade genética dos recursos vegetais mantidos nesses ambientes. Visto que existem

atualmente no Brasil poucas pesquisas relacionadas ao inhame, a bióloga Lidinalva Resende Gomes da Silva procurou caracterizar a diversidade genética de etnovariedades de Dioscorea cayenensis e D. rotundata provenientes de diversos municípios das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país, utilizando marcadores morfológicos e moleculares. O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação da Esalq/USPE, sob orientação de Elizabeth Ann Veasey, professora do Departamento de Genética. Para tanto foram visitadas 45 unidades familiares, num total de 22 municípios, sendo nove em Pernambuco e nove na Paraíba, dois em São Paulo e dois em Santa Catarina, abrangendo 39 comunidades ou bairros. “Uma biblioteca genômica foi construída para a seleção de marcadores moleculares, como os microssatélites, que foram utilizados para estimar a diversidade genética, juntamente com os marcadores morfológicos, explica a autora do estudo. Os resultados demonstraram elevada variabilidade genética para ambos os marcadores, morfológicos e microssatélites, entre os acessos. “Observou-se que a maior parte dessa variabilidade encontra-se entre regiões e entre espécies, e que essa variabilidade encontra-se estruturada no espaço, havendo alta e significativa correlação entre distâncias genéticas e distâncias geográficas, bem como alta correlação entre ambos os marcadores”, explica. Tanto as aná-

lises de agrupamento, como as análises de coordenadas principais, indicaram a separação dos acessos em dois grupos distintos: grupo I, com acessos coletados na região Nordeste e em sua maioria identificados como pertencentes à espécie D. rotundata, e grupo II, com acessos coletados na região Sudeste e em sua maioria identificados como pertencentes à espécie D. cayenensis, sendo que os três acessos coletados na região Sul ficaram ou na zona intermediária entre os dois grupos, ou em um dos grupos. “Diante desses dados pode-se inferir que no Bra-

sil ocorre, aparentemente, uma separação entre as espécies em estudo, sendo que D. cayenensis ocorre principalmente na região Sudeste e D. rotundata ocorre predominantemente na região do Nordeste”, comenta a bióloga. “O conjunto de informações geradas nesta pesquisa reforça a importância da identificação e caracterização da diversidade genética dessas espécies ou desse complexo de espécies, trazendo subsídios para programas de melhoramento no Brasil, bem como a grande importância dos agricultores tradicionais e/

ou familiares na conservação e geração de variabilidade dessas espécies”, ressalta Lidinalva. Além disso, a pesquisadora verifica a necessidade de se realizar expedições de coleta a fim de preservar esses recursos genéticos por meio de práticas de conservação ex situ, em bancos de germoplasma, como in situ, dentro da visão de conservação in situ na propriedade rural, conhecida como conservação on farm. “A proposta é facilitar a utilização desses recursos em futuros programas de melhoramento genético da cultura do inhame”, conclui.

Aprovada importação de abacate do Chile O Ministério da Agricultura aprovou os requisitos fitossanitários para a importação de frutos de abacate produzidos no Chile. As recomendações foram publicadas por meio da Instrução Normativa nº 9, e se referem ao tipo Persea americana do fruto. De acordo com a IN, os produtos deverão estar lavados, escovados, encerados e livres de restos vegetais, impurezas e material de solo. O envio deverá ser acompanhado do Cer-

tificado Fitossanitário, emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária – ONPF do país exportador, com uma Declaração Adicional garantindo que o lote foi inspecionado e encontra-se livre de Pseudococcus calceolariae e Brevipalpus chilensis. As partidas dos frutos serão fiscalizadas no ponto de ingresso no Brasil pela Inspeção Fitossanitária e estarão sujeitas à coleta de amostras para análise fitossanitária em laboratórios oficiais ou credenciados pelo

Mapa. Os custos do envio das amostras e da análise fitossanitária serão do interessado em importar o produto chileno, que ficará depositário do restante da partida até a conclusão dos exames e emissão dos respectivos laudos de liberação. A ONPF do Chile deverá comunicar à ONPF do Brasil qualquer ocorrência de nova praga no território daquele país. No caso do descumprimento das exigências estabelecidas na Instrução Normativa, o produto não poderá entrar no Brasil.


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Agrícola

Empresas têm até 1º de outubro para regularizar rotulagem de agrotóxicos

Produtores e indústria criam conselho para fortalecer citricultura brasileira

Autorizada inscrição de 23 variedades frutíferas em cadastro oficial

Brasil destina mais de nove mil toneladas de embalagens de agrotóxicos

As empresas de agrotóxicos terão até 1º de outubro deste ano para regularizar a rotulagem dos novos produtos, de acordo com determinação do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas e Afins, do Ministério da Agricultura. O ato foi publicado no Diário Oficial do último dia 23 de abril. A inserção da faixa toxicológica colorida na bula dos agrotóxicos passou a ser obrigatória em janeiro de 2002 e, desde então, as empresas vêm se adaptando. Mas, a partir de agora, o Ministério da Agricultura, juntamente com a Anvisa, passa a fiscalizar o setor. De acordo com o Ministério da Agricultura, a penalidade para quem descumprir a norma pode variar do pagamento de multa à suspensão da produção. A alteração da rotulagem não é necessária para os produtos que já foram rotulados e distribuídos.

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), representantes dos citricultores e da indústria de suco de laranja, respectivamente, assinaram no dia 18 de abril o estatuto de formação do Consecitrus. A criação do conselho, que terá como objetivo estabelecer políticas e diretrizes para a cadeia produtiva da citricultura, se arrastava por dois anos, em razão, de posições divergentes entre os próprios produtores e também entre os agricultores e a indústria. Cada entidade terá direito a indicar três representantes para o Consecitrus, que terá como superintendente o ex-secretário de Agricultura de SP, João de Almeida Sampaio Filho. A Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) foi excluída do acordo por exigir maior representatividade no conselho, bem como por vetar o nome de João Sampaio.

O Ministério da Agricultura publicou a Instrução Normativa nº 9, que autoriza a inscrição de 23 espécies frutíferas no Registro Nacional de Cultivares (RNC). O cadastro habilita as espécies e cultivares para o sistema produtivo formal, permitindo a produção, o beneficiamento e a comercialização. De acordo com a Coordenação de Sementes e Mudas do órgão, como são variedades silvestres e exóticas de domínio público, é responsabilidade do Mapa inscrever sem a necessidade de mantenedor, pois essas culturas já se encontram em processo de exploração. Entre as plantas que poderão ser inscritas no RNC estão uva japonesa, groselha, umbu ou cajá, atemóia, jamelão, amora-preta e jambo. Sem a inscrição das no RNC, os produtores tinham dificuldades para comercializar suas mudas nos estabelecimentos comerciais.

Entre janeiro e março desse ano, o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos), formado por agricultores, fabricantes encaminhou para o destino ambientalmente correto 9.481 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos em todo o país. O volume representa um crescimento de 17% quando comparado ao mesmo período de 2011. De acordo com o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), os maiores volumes destinados foram em Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais. Diversas ações são desenvolvidas para conscientizar o homem do campo sobre a importância de realizar a correta lavagem e devolução das embalagens no local indicado na nota fiscal. A mais recente é a campanha “Orgulho da Nação”, que será veiculada em rede nacional até maio.

Venda de produtos da agricultura familiar será feita pela internet Esalq lança cartilha sobre mini melancia A melancia desempenha importante papel na alimentação humana, especialmente nas regiões tropicais, onde o consumo é elevado. Seu fruto é consumido quase que exclusivamente in natura. Porém, também pode ser usado na confecção de sucos, geléias, doces, molhos e em saladas. Suas sementes, ricas em gordura, proteína, tiamina, niacina, cálcio, fósforo, ferro e magnésio, também podem ser consumidas, como ocorre na China, Índia e outros países. As mini melancias apresentam frutos com peso que varia de um a três quilos, seguindo a tendência de redução do tamanho da família brasileira. Um fruto é adequado, em média, para duas a quatro pessoas, sendo facilmente armazenado na geladeira, ao contrário dos grandes frutos das melancias tradicionais. Dessa forma, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), por meio da Casa do Produtor Rural (CPR), lançou, no dia 14 de abril, a cartilha “Cultivo

de Mini Melancia em Casa de Vegetação”. A publicação tem como objetivo fornecer informações sobre o cultivo do fruto em casa de vegetação, visando uma alternativa de exploração comercial para o produtor. Escrita pelo doutorando Rafael Campagnol, pelo graduando Rodrigo Pereira Diniz Junqueira e pela professora Simone da Costa Mello, do Departamento de Produção Vegetal (LPV), a cartilha aborda, com uma linguagem adequada ao produtor rural, as cultivares de mini melancia, condições climáticas, sistemas de cultivo, produção de mudas, sistemas de condução, poda, irrigação e manejo de pragas e doenças. Com edição limitada, o material poderá ser retirado gratuitamente na Casa do Produtor Rural, de segunda a sexta-feira, das 08h às 12h e das 14h às 18h, no prédio da Pesquisa, Cultura e Extensão Universitária da Esalq. Mais informações: cprural@usp. br e (19) 3429.4178

Para incrementar o programa Rede Brasil Rural, criado no final do ano passado pelo governo federal, e que consiste basicamente numa plataforma eletrônica, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pretende instalar, em breve, um comércio virtual para que os produtos da agricultura familiar sejam oferecidos e comercializados pela internet. Segundo o secretário de agricultura familiar, Laudemir Muller, ainda não há prazo para que esse comércio eletrônico comece a funcionar. Ele acredita, porém, que em alguns meses o novo sítio está disponibilizado ao público. Explicou o secretário que o “consumidor final vai poder comprar, da sua casa, produtos da agricultura familiar”. Esses produtos também serão oferecidos com prioridade aos gestores municipais de alimentação escolar. A entrega dos produtos, constituído por produtos não perecíveis ou artesanais, ficará a cargo dos Correios, disse Muller. A primeira etapa do programa, segundo o secretário, consiste em cadastrar os empreendimentos familiares. “Hoje temos mais de 400 entidades

cadastradas na Rede Brasil Rural, que representam mais de 150 mil famílias”, disse ele. Segundo ele, 70% dos alimentos que são consumidos

diariamente em todo o país vêm da agricultura familiar. “Hoje, a agricultura familiar tem a capacidade de abastecer o país inteiro”, disse Muller.


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Agroecologia

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ECONOMIA VERDE

Pecuaristas definem propostas do setor para a Rio+20

Orgânicos:

muito além dos alimentos Beneficiando a saúde do consumidor e o meio-ambiente, os orgânicos são produzidos ou cultivados sem o uso de agrotóxicos ou hormônios e adubos artificiais, além de obedecerem a uma série de outros requisitos, como as relações de trabalho justas na cadeia produtiva. A Bio Brazil Fair, maior evento de negócios do setor, reunirá de 23 a 27 de maio em São Paulo centenas de empresas e produtos com o selo orgânico, e a diversidade não se concentra apenas em alimentos e bebidas. Produtos à base de componentes naturais, extraídos de forma sustentável ou cultivados sob preceitos ecológicos também ganham mercado em outros segmentos. Na indústria do vestuário, por exemplo, a Será o Benedito cria linhas misturando algodão 100% orgânico a outros materiais, como o couro vegetal, juta, além de reutilizar materiais descartados como lonas de caminhão, PET e material de vedação para a construção civil. Com processos de lavagem e tingimento também marcados pela sustentabilidade, a empresa produz roupas, calçados, bolsas e chapéus, entre outros acessórios de visual arrojado. A marca foi lançada em um desfile em 1995, e hoje está presente em diversos distribuidores, inclusive nos Estados Unidos.

A Arte dos Aromas produz cosméticos sofisticados a partir de espécies amazônicas como o buriti, andiroba, açaí, entre outros cujas propriedades são cada vez mais estudadas e recomendadas em pesquisas e universidades. Com a matéria prima extraída de forma sustentável, a empresa ainda oferece oportunidade de renda para famílias ribeirinhas da região amazônica, uma alternativa que pode evitar que tais comunidades recorram ao desmate e à venda de madeiras para sobreviverem. Sua linha hoje conta com dezenas de produtos, diversos distribuidores e são inclusive exportados para a Europa. Há na feira também uma fabricante de produtos de limpeza biodegradáveis, elaborados a partir da babosa, ou Aloe Vera. No catálogo da Cassiopeia, soluções para todas as tarefas domésticas: lava-roupas, desengordurante e multi-uso. Neste ano apresenta uma linha para limpeza industrial e lança na feira um amaciante para roupas infantis. Entre o setor de alimentos e bebidas, empresas grandes a pequenas, ano a ano, ampliam suas linhas, abarcando desde FLVs a grãos, óleos, bebidas, carnes, e mesmo alimentos com maior grau de processamento como molhos, vinhos, queijos,

refeições congeladas, e até sopas ou macarrão instantâneo. Com a redução dos mercados norte-americano e europeu, empresas brasileiras voltam seus olhos aos consumidores locais. A Native, pioneira em produção de açúcar orgânico, ampliou sua linha para sucos, grãos e matinais orgânicos e lança uma linha de geléias com frutas e sabores típicos de regiões diferentes como Ásia, Europa, América do Sul, preparadas a partir de romãs, cranberries, maracujá e yumberries orgânicos. Supermercados investem em linhas próprias, com ótimos resultados. A marca Taeq, do grupo Pão-de-Açúcar, outro expositor da Bio Brazil Fair, investiu no conceito de saudáveis e as vendas de seu portfólio de orgânicos vem crescendo em média 30% ao ano. Para a feira, irá lançar uma linha de queijos orgânicos, começando com minas frescal e ricota fresca e que deve ser complementada com mussarela e requeijão até o final do ano. Com a ampliação da oferta os preços dos orgânicos, tradicional entrave para uma popularização ainda maior, tendem a reduzir. E tais fatores somados a uma consciência maior do consumidor, mais informado e exigente por produtos saudáveis e ecológicos, impulsionam

um crescimento constante do segmento como um todo. Entre empresários, representantes e militantes do setor, é unânime a ideia de que há um mercado imenso ainda a ser conquistado. Os números da própria Bio Brazil Fair confirmam essa percepção. De 160 expositores e 9 mil visitantes em 2004, sua 1ª edição, a Bio Brazil Fair recebeu no ano passado um total de 216 expositores e 21,7 mil visitantes, entre profissionais do setor e público em geral. Paralelamente à Bio Brazil Fair acontece a NaturalTech 2012, 8ª Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde, desenvolvida especialmente para o setor de produtos e serviços naturais, saudáveis e sustentáveis, tais como alimentos vegetarianos, probióticos e funcionais, suplementos alimentares, cosméticos, spas, cromoterapia, aromatologia e muitos outros. SERVIÇO: BIO BRAZIL FAIR 2012, 8ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia Data: 24 a 27 de maio Horário: 11h às 20h Local: Pavilhão da Bienal do Ibirapuera Site: www.biobrazilfair.com.br EVENTO DE NEGÓCIOS E ABERTO AO PÚBLICO

Cerca de 100 representantes da classe produtora, entre pecuaristas e lideranças do setor, participaram de reunião realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no dia 2 de maio, na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), durante a 78ª ExpoZebu, a maior mostra de gado zebuíno do mundo. O encontro teve como objetivo discutir propostas para integrar um documento que será apresentado pela CNA durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo o mediador da reunião, Sérgio Cordioli, a contribuição dos pecuaristas enriqueceu o que já havia sido anotado em um primeiro encontro, em Brasília (DF), no dia 18 de abril. Divididos em grupos de trabalho, os pecuaristas apresentaram propostas para cinco temas: meio ambiente, inovação e tecnologia, educação no meio rural, segurança alimentar e nutricional e erradicação da pobreza. Sobre o tópico meio ambiente, os pecuaristas reivindicam remuneração pelos serviços prestados em termos de preservação da biodiversidade. Até por essa condição é que os participantes sugeriram, também, a criação de um ranking global de países em relação à preservação do meio ambiente, para que a sociedade saiba como cada nação está lidando com o assunto. “A pecuária brasileira tem evoluído de forma sustentável, apoiada em desenvolvimento tecnológico e aumento de produtividade, sem a necessidade de ampliar área. E ainda podemos avançar muito mais. Isso é um grande diferencial”, comenta o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi.


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Qualidade

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PESQUISA

LANÇAMENTO

Qual é o market share do ETSP? 77% do volume comercializado no entreposto paulistano da Ceagesp abastece a Região Metropolitana e o estado de São Paulo, enquanto 22% das mercadorias seguem para outras unidades da federação Sabrina Leite de Oliveira Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Todas as empresas usam a sua porcentagem de participação no mercado, ou market share, como medida do seu desempenho numa região, para um determinado grupo de produtos. Como medimos o market share do Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Ceagesp? Como conseguimos saber se a nossa particpação no mercado está crescendo? O estudo realizado no início do ano passado sobre O destino dos produtos comercializados mostrou que 56% do volume comercializado na Ceagesp vai para Região Metropolitana de São Paulo, 77% vai para o Estado de São Paulo (aqui incluído a Região Metropolitana de São Paulo) e 22% para os outros estados brasileiros.

O segundo passo foi o levantamento da evolução das populações do Brasil, do Estado de São Paulo e da Região Metropolitana de São Paulo, utilizando os dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geogra�ia e Estatística). No período entre 1981 a 2011, a população brasileira cresceu 61%, passando de 121 milhões para 194 milhões de habitantes; a população paulista cresceu 64% - de 25 milhões para 42 milhões de habitantes; a população da Região Metropolitana de São Paulo cresceu 55% - de 13 milhões para 20 milhões de habitantes e a população paulistana cresceu 32% - de 9 milhões para quase 12 milhões de habitantes. As estatísticas mostram que o ETSP está perdendo market share. Todos os números foram convertidos, tendo como base 100, o ano de 1981. É muito visível a diferença entre o crescimento da população brasileira e o crescimento do entreposto paulistano. Se considerarmos que o destino do produto é o mesmo praticado hoje, podemos calcular a evolução do con-

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l. Evolução do volume em toneladas no Entreposto Terminal de São Paulo, entre 1981 a 2011

Começamos pelo levantamento da evolução do volume comercializado pelo Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp, entre 1981 e 2011, com os dados da SEDES (Seção

de Economia e Desenvolvimento) da companhia. O volume foi de 2.304.018 toneladas em 1981 para 3.234.362 toneladas em 2011 – um crescimento de 40%.

É possível veri�icar que entre 1999 e 2001, houve uma queda no crescimento e que a partir de 1999, o crescimento foi contínuo, chegando a 30% entre 1999 e 2011.

sumo per capita das frutas e hortaliças originárias do ETSP no Brasil e na Região Metropolitana de São Paulo, o principal destino de nossos produtos. O abastecimento per capita da Região Metropolitana de São Paulo pelo ETSP caiu 11%, de

101 quilos em 1981 para 91 quilos em 2011 por habitante da Região Metropolitana de São Paulo. Precisamos agora trabalhar os dados de evolução da produção e de consumo de frutas e hortaliças frescas . O cresci-

mento da produção e do consumo superiores ao crescimento do volume no entreposto paulistano da Ceagesp serão bons indicadores de maior diminuição do nosso market share e da nossa importância no abastecimento.

ll. Comparação da evolução entre as populações brasileiras, paulistas, da RMSP e o volume do ETSP - com base 100

Rasip entra no mercado de azeite de oliva Tradicional produtora de maçãs, queijos e vinhos, a Rasip Agro Pastoril S.A, acaba de ingressar também no segmento de azeite de oliva, sob a marca Campos Gourmet. O lançamento do produto aconteceu durante a Apas 2012 – 28º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados, que ocorreu de 7 a 10 de maio, na Expo Center Norte, em São Paulo. “Este é um mercado de grande potencial já que o Brasil é altamente dependente de importações. Realizamos um criterioso trabalho de pesquisa entre os produtores do exterior e escolhemos o que existe de mais premium para iniciar nossa importação. Estaremos disponibilizando aos clientes três variedades, todos com acidez de 0,2%”, a�irma o diretor superintendente, Sérgio Barbosa, ao explicar que nesta etapa a Rasip atuará com produto importado e numa segunda etapa com produção própria, prevista para 2014. O azeite de oliva Extra Virgem Campos Gourmet estará nos pontos de venda dos principais estados brasileiros, onde a Rasip já comercializa o Queijo Tipo Grana Gran Formaggio e derivados do leite sob a marca Campos de Vacaria. Para entrar no ramo, a Rasip vem se preparando há pelo menos três anos no desenvolvimento e cultivo experimental de um hectare de oliveiras das variedades arbequina e kuroneike, a primeira originária da Espanha e a segunda, da Grécia. Em 2012, a Rasip deve colher as primeiras olivas e fazer o primeiro azeite da região. Após esta fase que comprova o potencial de produção das azeitonas, a Rasip plantará 30 ha e ainda neste ano inicia o segundo estágio da produção. Comprovando a viabilidade técnica, qualitativa e econômica numa terceira fase a área será ampliada. Este é um sonho antigo do fundador da Rasip. Apaixonado pela terra, Raul Anselmo Randon costuma dizer que “quando bem tratada, a terra devolve bons alimentos”.


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Qualidade

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Variedades de maçã comercializadas na Ceagesp Fruteira típica de clima temperado, a cultura da maçã é uma das atividades que mais recebe investimento em tecnologia e qualidade no país. Segundo o CEPA/SC (Centro Socioeconômico e Planejamento Agrícola) , as cultivares mais produzidas, Gala, Fuji e Golden Delicious, são responsáveis por cerca de 95% da produção nacional. Gala representa cerca de 46% do volume total produzido. Apresenta formato redondo e alongado e cor vermelhoclara, muito doce, polpa bem �irme e ligeiramente ácida. Esta cultivar vem sendo gradativamente substituída por clones de coloração mais vermelha dos frutos, como a Royal Gala, Imperial Gala e Galaxy. Seus frutos são colhidos nos meses de janeiro e fevereiro. A Fuji representa cerca de 45% da produção, tem sabor doce e ácido, redonda, de casca vermelha rajada, polpa dura, e textura suculenta. Seus clones Fuji Suprema e Kiku, que também tem frutos mais avermelhados, produzem nos meses de abril e maio, sendo uma fru-

ta de sabor doce e muito suculenta. A Fuji apresenta, ainda, a vantagem de ser mais resistente ao armazenamento que a Gala. A Golden Delicious atinge cerca de 6% da produção, de coloração vermelha com tons avermelhados A Red Delicious de casca vermelho brilhante e escura, é a mais doce de todas e não

é muito ácida e são parecidas com as maçãs argentinas. A Granny Smith, também conhecida como maçã verde, tem a casca verde e azeda. A Eva foi desenvolvida em pesquisa de melhoramento genético do Iapar. É a mistura da Anna com a Gala. Tem formato cilíndrico, sabor doce e alta acidez. Outras cultivares plantadas são a Brasil, Anna e

Pesquisa: Sabrina Leite de Oliveira, Viviani Oliveira, Raphael A. Gonçalves Desenho: Bertoldo Borges Filho

Valor das lavouras do país deve cair O Valor Bruto da Produção (VBP), referente às 20 principais lavouras do país, deve somar R$ 211,24 bilhões em 2012. O cálculo é feito pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, e o resultado divulgado no dia (15), teve como base os dados do mês de abril.A estimativa atual é mais de R$ 10 bilhões menor do que o previsto no mês passado, quando o estudo mostrou um resultado de R$ 218,63 bilhões. Também é inferior ao obtido no ano passado, R$ 216,26 bilhões. Além das consequências da seca no Sul terem sido graves, os preços de alguns produtos caíram, o que interfere no VBP. Segundo o ministério, o VBP caiu 20,3% no Sul. Será o primeiro ano em que o valor da produção do Centro-Oeste será maior do que o do Sul desde o início da série histórica, em 1997. As maiores quedas do VBP por produtos foram: batata-inglesa (-40,5%), fumo (-52,2%), cebola (-9,3%), cacau (-10,9%), laranja (-14,3%), soja (-12,9%) e tomate (-4,7%). Essas reduções, de acordo com o ministério, ocorreram principalmente por causa dos preços menores registrados no período pesquisado. Os destaques em relação ao aumento do valor bruto são: algodão (30,4%), cana-de-açúcar (9,5%), feijão (4%) e milho (16,4%).

Condessa que possuem baixa exigência em frio, o que as torna recomendáveis para plantio em regiões mais quentes e com produção entre dezembro e a primeira quinzena de janeiro. Os programas de melhoramento genético vêm criando cultivares com menor exigência em frio e resistentes a doenças, destacando-se a Imperatriz, Daiane, Baronesa, Catarina e

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Joaquina, as últimas duas resistentes a sarna, importante doença fúngica que ataca folhas e frutos das macieiras. Em 2011, a maçã ocupou a quinta posição no ranking geral de produtos mais comercializados na Ceagesp, com 135.125, 84 toneladas, correspondendo a 4,2% e �icou na terceira posição entre as frutas, perdendo apenas para a laranja e o mamão.

Brasil espera colher safra recorde de café A produção de café para a safra 2012 aponta um crescimento de 16% quando comparado à temporada anterior que foi de 43,48 milhões de sacas. Os números da segunda pesquisa da safra do café realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foram apresentados no dia 10, em Brasília. “A expectativa é histórica e supera a safra 2002 de 48,48 milhões de sacas”, a�irmou o secretário do Ministério da Agricultura, Manoel Júnior. Ele acrescenta que apesar da estiagem ocorrida na Zona da Mata (MG) e Rondônia, e a queda na área plantada do Paraná, a reação nos preços do produto tem estimulado os cafeicultores a promover uma melhora tecnológica na lavoura. Alta bienalidade e o manejo agrícola têm possibilitado a obtenção de elevada produtividade e um produto de boa qualidade. Entre as práticas agrícolas adotadas pelos agricultores está o emprego de cultivares melhoradas, controle de pragas e doenças, calagem, adubação, irrigação, desbrota e a poda. De acordo com a Conab, a produção mantém um crescimento constante, demonstrando que a maior utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas, às exigências do mercado à qualidade do produto são fatores extremamente importantes e necessários para o avanço e modernização da cafeicultura.


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Transporte

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Montadoras vão investir US$ 22 bilhões até 2015, diz presidente da Anfavea FABIO RODRIGUES POZZEBOM /ABr

Agência Brasil O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, con�irmou que as montadoras irão investir US$ 22 bilhões até 2015. Belini e outros representantes do setor conversaram com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o novo regime automotivo brasileiro, que dá incentivos a um maior conteúdo de componentes nacionais nos carros. O novo regime vigorará entre 2013 e 2017. “O grande esforço agora é em busca da competitividade do setor no Brasil”, disse Belini, após reunião com o ministro, realizada em abril. Segundo Belini, os investimentos previstos para o setor começarão a deslanchar já neste ano, tanto nas

montadoras quanto no setor de autopeças. Ele destacou que as desonerações e os �inanciamentos também deverão contribuir para o aumento da produção. Os representantes das montadoras pediram a Mantega mais atenção para o crédito no varejo para a venda de veículos para, assim, expandir-se a produção. Belini ressaltou, porém, que é baixo o volume de recursos destinados pelos bancos públicos federais para o �inanciamento ao consumidor. Para ele, existem ainda di�iculdades no setor para a venda de caminhões e a renovação da frota. “Na realidade, a quantidade de postos que está sendo implementada no país é satisfatória. Porém, os frotistas não têm a segurança de que a capilaridade de postos será su�iciente para fornecer diesel [para os

caminhões]. Isso é uma questão que precisa ser resolvida”, disse. No último dia 3 de abril, o governo anunciou um aumento de recursos do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de estimular a produção dentro do novo Plano Brasil Maior, além do novo regime automotivo brasileiro. Entre as medidas para o setor, estão a redução das taxas de juros �ixas de 10% ao ano para 7,7% ao ano para ônibus e caminhões com produção nacional e o aumento do prazo total do �inanciamento de 96 meses para até 120 meses. Os juros do Procaminhoneiro caem de 7% ao ano para 5,5%, mas, para os ônibus híbridos, a taxa de 5% ao ano foi mantida.

Caminhoneiros já podem �inanciar veículos com juros menores ELZA FIUZA /ABr

Financiar caminhões e equipamentos de transporte rodoviário de cargas está mais fácil no Brasil Como parte do pacote de medidas anunciado pelo governo federal para o estímulo ao investimento econômico do país, o BNDES reduziu taxas e deixou de exigir valor de entrada para as aquisições. O programa Procaminhoneiro agora conta com taxa de juros de 5,5% ao ano. Anteriormente, esse índice era de 7%. Outra mudança é o �inanciamento total. Até então, o comprador precisava dar uma entrada de, no mínimo, 10% do valor. Para o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade, as novidades são positivas para o setor, que se esforça para renovar a frota de caminhões. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), existem quase 1,7 milhão de caminhões registrados no país. A média de idade dos mais de 780 mil veículos de transportadores autônomos é de 19,1 anos, enquanto a dos ca-

minhões de empresas (900 mil) é de 8,4 anos. “A CNT defende uma política de governo para a renovação da frota, seja por razões econômicas, para tornar mais e�iciente a atividade transportadora, seja por questões ambientais. Os novos caminhões com padrão Euro 5, obrigatórios desde este mês de abril, emitem muito menos poluentes”, conclui Andrade. O prazo máximo de �inanciamento, pelo Procaminhoneiro,

é de 96 meses. Os recursos do programa podem ser utilizados para �inanciar a aquisição não apenas de caminhões, como também chassis, caminhões-tratores, carretas, cavalos-mecânicos, reboques, semi-reboques e carrocerias para caminhões, novos ou usados, com idade de até 15 anos, de fabricação nacional. O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros, José Araújo “China” da Silva, comemora as facilidades anunciadas.

“A taxa de 5,5% é a ideal, agrada os bancos e também os caminhoneiros, que poderão comprar veículos novos e usados, melhorando o transporte feito atualmente no país. Isso, aliado ao �im da carte-frete, é o resultado vitorioso de uma luta que temos há anos em parceria com a CNT”, declara. Renda O apoio �inanceiro do Procaminhoneiro está limitado a, no

máximo, uma unidade de cada componente (cavalo-mecânico, chassis e carroceria) por transportador autônomo e a, no máximo, três unidades de cada componente (cavalo-mecânico, chassis e carroceria) por empresário individual ou microempresa. Os bene�ícios podem ser aproveitados por pessoas �ísicas com renda anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões de reais; empresários individuais e microempresas, do segmento de transporte rodoviário de carga, com receita operacional bruta anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões ou, ainda, sociedades de arrendamento mercantil ou bancos com carteira de arrendamento mercantil. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que �inancia máquinas e equipamentos, foi prorrogado por mais um ano, até dezembro de 2013. Pelo programa, as taxas para compra de ônibus e caminhões também foram reduzidas, de 10% para 7,7%, e o prazo máximo de amortização foi estendido de 96 meses para 120 meses. O nível máximo de participação do BNDES foi elevado de 80% para 100% para micro e pequenas empresas e de 70% para 90% (grandes empresas).


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Meio Ambiente

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Fórum de Mudanças Climáticas condena alteração no Código feita pela Câmara Agência Brasil

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas repudiou a decisão do relator do novo Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que retirou, do texto aprovado pelo Senado, o Artigo 62, referente às áreas de preservação permanente (APPs) às margens de rios. Para Piau, o assunto deve ser tratado em outro momento, por meio de projeto de lei ou medida provisória. O secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, também diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), avaliou que a retirada da proteção às APPs pode interferir na proposta brasileira de enfrentamento às mudanças climáticas. “Do ponto de vista do fórum, isso pode impedir o Brasil de cumprir o seu compromisso em Copenhague, que é reduzir o desmatamento, que já vem sendo feito”. Pinguelli alertou que a medida sinaliza em sentido contrário para o setor rural. “Não acho isso bom. A forma do Senado era muito melhor”.

Na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), realizada em dezembro de 2009, em Copenhague (Dinamarca), o Brasil assumiu uma posição de vanguarda entre os países em desenvolvimento. A meta voluntária brasileira estabelece a redução da emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, em relação ao que emitia em 1990. Isso prevê, por exemplo, a redução de 80% do desmatamento na Amazônia e 40% no Cerrado até 2020. Pinguelli disse que a Câmara está tendo um papel “retrógrado, de retrocesso, o que é deplorável”. Ele espera que o governo brasileiro vete o parecer dado pelo relator, caso o texto do novo Código Florestal seja votado dessa forma, “de maneira a fazer recuar esse relatório”. A expectativa do ambientalista é que a matéria seja revertida, uma vez que o governo possui maioria no Congresso Nacional. O secretário considerou ainda que a iniciativa do relator tem um impacto ruim e uma mensagem negativa às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para junho próximo, no Rio de Janei-

ro. “Você imagina a situação do governo e da presidenta Dilma Rousseff, em particular, na representação junto aos países que virão à Rio+20, com uma notícia de que houve um recuo na legislação sobre o desmatamento”. Pinguelli lembrou que não se trata somente do proble-

ma do desmatamento e da mudança climática, mas também com a questão das águas. “Tem a ver, com a poluição das águas, que são necessárias para o consumo humano e a própria produção agrícola. Eles estão dando um tiro no pé deles mesmos”. Além disso, salientou que a

medida estabelece a anistia dos que não cumpriram a legislação até 2008. “É outro sinal muito negativo, para que se continue a não cumprir a legislação, já que ela é impune”. Para Pinguelli, os que não cumprem a lei acabam ficando em posição vantajosa em relação aos que o fazem.

SUSTENTABILIDADE

Partes do Código Florestal podem ser “consertadas”, diz ministro da Agricultura Sem citar pontos do texto do novo Código Florestal, aprovado nesta quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse que algumas partes do relatório poderiam ser “consertadas”. “Talvez alguma coisa ainda possa ser feita, mas não quero interferir no trabalho dos parlamentares”, informou o ministro. Além de falar sobre a aprovação do código pela Câmara, Mendes Ribeiro mencionou a responsabilidade da Embrapa em relação aos bons resultados alcançados pela agricultura brasileira nos últimos anos. “O que o Brasil colhe hoje é resultado das quase quatro décadas de conhecimento e

pesquisa. Nossa produção de grãos cresceu mais de 170% e a área plantada cresceu pouco mais de 50%. Isso é resultado de pesquisa”, disse o ministro. Em tom de resposta às críticas recentes sobre a agilidade e o futuro das pesquisas públicas no país, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que não existe contraposição entre pesquisa pública e privada. “Ninguém substitui o papel da pesquisa pública. A pesquisa privada sempre terá espaço e resposta mais imediata para atender ao setor, mas a pesquisa pública tem um papel estratégico, que deve estar alinhado com os projetos do país”, disse Vargas.

Dilma tem até dia 25 para decidir sobre Código Florestal A presidente Dilma Rousseff tem até dia 25 de maio para sancionar ou vetar – parcial ou totalmente – o texto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 25. O texto do Congresso Nacional chegou no dia 7 à Casa Civil e tem prazo de 15 dias úteis para ser avaliado pela presidente. O texto aprovado pelos deputados desagradou ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Durante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a bancada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos. Entre os pontos polêmicos da nova redação da lei florestal está, por exemplo, a possibilidade de anistia a quem desmatou ilegalmente e a redução dos parâmetros de proteção de áreas de preservação permanente (APPs).


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Meio Ambiente

Resíduos da cana no Brasil poderiam gerar mais energia Setor autossuficiente tem potencial para distribuir bioeletricidade Os resíduos secos do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil poderiam gerar mais energia do que a potência instalada da Usina de Itaipu. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico dos Resíduos Urbanos, Agrosilvopastoris e a Questão dos Catadores, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o uso desses resíduos poderiam gerar 16.464 megawatts por ano. O levantamento mostra que, entre 13 culturas agrícolas pesquisadas, a canade-açúcar foi a que gerou maior volume de resíduos, 201 milhões de toneladas por ano, incluindo subprodutos como o bagaço que tem alto potencial energético e vinhaça com melhor aproveitamento como adubo na própria plantação. O setor já é considerado autossu�iciente em termos energéticos, atendendo a mais de 98% da sua própria demanda de energia. Segundo o Ipea, ainda existe grande potencial para geração de excedentes energéticos que ainda é muito pouco utilizado. “Para viabilizar uma maior disponibilização dessa energia para a rede elétrica, entretanto, será necessário vencer várias barreiras de ordem técnica, econômica e regulatória, sendo necessários mais incentivos econômicos para motivar

os investimentos do setor privado nessa área”, destacou o documento. Além do potencial energético, a queima do bagaço também soluciona o problema de destinação desse resíduo, que é muito volumoso e de di�ícil transporte. No total das 13 culturas pesquisadas pelo instituto, o volume de resíduos produzidos chegou a 291 milhões de toneladas por ano. O Ipea analisou o potencial energético apenas dos cultivos secos,

como o de cana-de-açúcar, milho e soja, desconsiderando as culturas de banana, laranja e uva. “O aproveitamento desses resíduos, além de evitar potenciais impactos negativos causados pelo descarte inadequado no ambiente, pode gerar muitos bene�ícios econômicos para o país”, destacou o estudo. Os resíduos da agricultura, pecuária e �lorestas também poderiam atender às necessidades de energia elétrica do se-

tor e ainda ser comercializada no mercado. De acordo com o levantamento, na pecuária, as criações de bovinos, suínos e aves geram cerca de 1,7 bilhão de toneladas de dejetos por ano. Desse total, 365 milhões de toneladas de dejetos são produzidas a partir de criações con�inadas, que poderiam virar energia reduzindo os impactos sobre o meio ambiente. A criação de bovinos responde por quase 90% deste volume.

Desmatamento na Amazônia em março foi 15% maior O desmatamento da Amazônia Legal em março atingiu 53 quilômetros quadrados, área 15% maior que a de março de 2011, quando foram desmatados 46 quilômetros quadrados. Os dados são do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia). Cerca de 60% do desmatamento ocorreu em Mato Grosso. O Pará está em segundo lugar, com 25% e Rondônia em terceiro, com 9%. Entretanto, houve redução de 22% do desmatamento acumulado entre agosto de 2011 a março de 2012, totalizando

760 quilômetros quadrados a menos de �loresta. No período anterior (de agosto de 2010 a março de 2011), foram desmatados 969 quilômetros quadrados. Na análise dos dados de �lorestas degradadas na Amazônia Legal, o Imazon registra um índice de 40 quilômetros quadrados. O número é 87% menor do que em março do ano passado, quando a degradação �lorestal somou 298 quilômetros quadrados. Florestas degradadas são áreas não desmatadas, mas que apresentam problemas

como incêndio �lorestal ou exploração madeireira de alta intensidade, prejudicando o solo. Nesse caso, Mato Grosso também lidera o índice, com 67%, seguido pelo Amazonas, com 15%, Rondônia, com 10% e Pará, com 7%. Também houve redução de 62% na degradação �lorestal acumulada. No período de agosto de 2011 a março de 2012, foram 1.568 quilômetros quadrados. Enquanto que, no mesmo período anterior, o número registrado foi 4.111 quilômetros quadrados.

O desmatamento na Amazônia Legal foi responsável pela emissão de 3,6 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente. O Imazon faz um monitoramento paralelo ao do governo do desmatamento da região. O monitoramento o�icial na Amazônia é feito pelo (Inpe) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Segundo o Inpe, em março deste ano, foram desmatados 59 quilômetros quadrados na Amazônia. Mato Grosso foi o estado campeão, com 33 quilômetros quadrados desmatados.

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Economia �lorestal no Brasil ainda não atende às expectativas

O país da maior �loresta tropical do mundo tem uma economia �lorestal pequena, disse o presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente, Rubens Gomes. Ele defende a criação de uma política nacional para o uso e gestão de �lorestas. Sem uma política nacional que seja cumprida à risca, o sistema �lorestal brasileiro �icou frágil, situação que contribui para que os investidos não realizem investimentos Floresta Amazônica brasileira, acrescentou Rubens Gomes. A solução, segundo o presidente do GTA, é compensar o vazio legal por meio do fortalecimento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado em 2006. Para Rubens Gomes, cinco anos depois da criação do órgão, o SFB ainda está longe de atender as expectativas depositadas pela sociedade brasileira em seu funcionamento. Marcus Vinicius Alves, diretor de concessão �lorestal e monitoramento do SFB, reconheceu que os contratos de concessão vem apresentando “um incremento pequeno”. Disse, porém, que, embora modesto, esse crescimento vem sendo “gradual, constante e responsável”. Acrescentou que, desde as primeiras licitações, em 2008, até hoje, já foram concedidos 150 mil hectares em duas �lorestas públicas (Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, e Floresta Saraca-Taquera, no Pará). “Há 20 dias lançamos mais dois editais de licitação para área remanescente de SaracaTaquera e outro para Floresta Jacundá (Rondônia) e ainda vamos concluir outros três editais até julho. Se todos os contratos se concretizarem vamos ter, no �inal do ano, 1,3 milhão hectares de �lorestas contratadas”, explicou Marcus Vinicius. Outra questão considerada crítica por Marcus Vinicius é a falta de instrumentos econômicos, como subsídios e incentivos �inanceiros para a atividade �lorestal. “Precisamos de uma série de incentivos que, junto com repressão à ilegalidade, produziriam um salto quantitativo e qualitativo nas concessões”, disse.


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Ceasas do Brasil

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Índice Ceagesp tem retração de 1,68% em abril Os preços dos principais produtos comercializados na Ceagesp apresentaram queda de 1,68% em abril. “A grande maioria dos alimentos frescos, em frutas, legumes e verduras são opções de compra para os consumidores, devido a um ligeiro aumento do volume ofertado destes itens”, afirma o economista da estatal, Flávio Godas. No ano, o indicador acumula queda de 2,03% e, nos últimos 12 meses, o recuo é de 9,97%. O setor de frutas, o mais representativo da cesta de produtos balizados pelo índice, apontou baixa de 1,84%. Mamão papaya, kiwi estrangeiro e me-

Mamão Papaya

-32,1%

lancia foram os responsáveis pela queda dos preços. As altas ficaram por conta da uva itália, do morango e do figo. Outro setor a computar retração nos preços foi o de legumes, com 3,22%. As principais quedas foram registradas por ervilha torta, chuchu e jiló. Já as elevações dos preços ficaram por conta de abobrinha italiana, abobrinha brasileira e quiabo. O setor de verduras também registrou recuos nos preços, com 7%. A melhores ofertas foram do coentro, da couve-flor e do brócolis. E os aumentos foram do milho verde e da cebolinha.

Abobrinha italiana

24,2%

Os setores de diversos e pescados apresentaram ligeira elevação nos preços, com 3,17% e 2,29%, respectivamente. Em diversos, as principais altas foram do alho, da batata lisa e da canjica. Apenas o amendoim registrou queda no preço. “Após a alta da cebola no mês passado, o preço do setor de Diversos se estabilizou. Já em Pescados, os preços foram majorados devido a grande procura no mês, em razão da Semana Santa”, explica Godas. Tendência

Com as quedas bruscas de temperaturas e leves geadas

Milho verde

9,8%

ocorridas no final de abril, algumas leguminosas mais sensíveis como tomate e as abobrinhas italiana e brasileira, já teve queda do volume ofertado, perda de qualidade e elevação dos preços praticados na última semana do mês. “Esta deve ser a tendência para os setores de legumes e verduras. No entanto, por ser esta uma época de demanda retraída, principalmente para as verduras, os preços não devem sofrer elevações acentuadas, exceto em casos pontuais, onde ocorram geadas mais severas e por períodos mais longos”, prevê Godas. Segundo o economista, com

Alho

15,2%

a entrada de produtos sazonais no setor de frutas como morango, tangerinas, pêras, manga, a expectativa é de ligeira queda dos preços praticados. E o setor de diversos deve seguir com volumes ofertados estáveis e não deve apresentar oscilações de preços significativas. Já o volume extraído de pescados dependerá muito das condições marítimas. “Normalmente, o volume de extração é suficiente para atender a demanda, levemente retraída nesta época do ano. Assim, tainha, camarões, pescadas, cações, além dos importados atum e salmão, deverão ser as opções do setor”, afirma Godas.

Sardinha

16,1%

CeasaMinas prevê redução de 40% no consumo de energia Elas são econômicas, ambientalmente corretas e duram mais. As lâmpadas de LED (Diodos Emissores de Luz) - semicondutores que produzem uma luz brilhante quando carregados de eletricidade -, cada vez mais usadas na iluminação pública de grandes cidades, foram instaladas no novo sistema de iluminação do entreposto de Contagem. Segundo a estatal, o projeto, realizado com a companhia de energia do estado – Cemig -, vai substituir cerca de 15 mil lâmpadas e gerar uma economia de 40% no consumo do sistema de iluminação da empresa. Na primeira etapa, serão atendidas as áreas comuns, que abrangem a iluminação de ruas, plataformas e testeiras dos pavilhões. Depois, serão atendidos todos os concessionários, sem qualquer custo para eles. Para a implantação, estão sendo investidos R$ 6,1

milhões, que serão reembolsados pela CeasaMinas à Cemig com base na economia de energia obtida. Neste recurso, está incluída a aquisição e instalação dos LEDs, além do descarte ecologicamente correto das lâmpadas atuais. Além da economia de energia, os benefícios previstos com a implantação do novo sistema também incluem a redução dos custos de manutenção devido à maior vida útil dos LEDs, que é de aproximadamente 50 mil horas de funcionamento. Para se ter ideia, as lâmpadas de vapor de sódio, as mais utilizadas atualmente, duram até 32 mil horas, as de vapor de mercúrio, 12 mil horas, e as de vapor metálico - comuns em fachadas de prédios -, 10 mil horas. As lâmpadas de LED possuem melhor reprodução de cores, não emitem raios ultravioletas e infravermelhos,

O projeto permitirá que sejam evitadas as emissões de

600 toneladas de CO2

na atmosfera por ano

propagam menos calor e, consequentemente, atraem menor quantidade de insetos. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, o projeto permitirá que sejam evitadas as emissões de 600 toneladas de CO2 na atmosfera por ano. Economia

A CeasaMinas deu início ao seu projeto de redução do consumo de energia em abril de 2010, quando implantou um sistema de eficiência ener-

gética fornecido pela empresa Qualilight Energia. À época, foram localizados os principais consumidores de energia do entreposto – as câmaras frigoríficas são responsáveis por 60% do consumo. Em seguida, começou a adequação para o melhor aproveitamento da energia. Segundo dados da companhia, entre maio de 2010 e dezembro do ano passado, o gasto com energia caiu cerca de 9%, o que representou uma economia de R$ 1,219 milhão.


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Ceasas do Brasil

FÁBIO ALVIM

Ceagesp realiza a Semana do Planeta Terra

Profissionais convidados e funcionários do entreposto participam dos debates realizados no auditório

Para comemorar o dia Mundial do Planeta Terra, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) promoveu, entre os dias 23 e 27 de abril, oficinas, debates e exposições que tratam de conceitos e práticas sustentáveis. Durante toda a semana, os transeuntes que caminhavam na calçada da Torre do Relógio aprenderam que não é tão complicado adotar uma postura mais sustentável no dia a dia. A garotada da Associação Nossa Turma apresentou seus brinquedos recicláveis e Peri Pane, o “Homem Refluxo”, se vestiu com o próprio

lixo que acumulou durante a semana. Quem participou dos debates no auditório Nelson Loda também experimentou o café da manhã com receitas sustentáveis servido pelos funcionários do Banco Ceagesp de Alimentos. Os debates contaram com profissionais convidados como Nuno Cepêda, diretor do Planet Earth Institute eTarso Mugnai Marraccini, diretor do Instituto Acquavita, além de funcionários da Ceagesp como Anita Gutierrez, do Centro de Qualidade em Horticultura, e Rodrigo Frateschi, da Coordenadoria de Sustentabilidade.

Produtores começam a utilizar novas embalagens na CeasaMinas Após um período de conscientização de produtores, lojistas e compradores a CeasaMinas começou a cumprir, na segunda quinzena de abril, as determinações da Instrução Normativa número 9. Neste primeiro momento, apenas produtores de tomate e banana deverão seguir a nova legislação. Segundo a estatal, mais de 80% dos lojistas que vendem estes produtos já se adequaram à nova regra. Entre os produtores que trabalham na companhia, este índice é de 78%. Elaborada pelo Ministério da Agricultura, Inmetro e Anvisa, a Instrução Normativa número 9 determina que as frutas, verduras e legumes sejam transportadas em caixas plásticas padronizadas e sanitizadas ou ainda em caixas de madeira ou papelão de primeiro uso.

Para facilitar o cumprimento da legislação, a CeasaMinas inaugurou em 2011 um banco de caixas plásticas dentro da unidade de Contagem. Atualmente, o banco pode higienizar 500 mil caixas por mês, mas esta capacidade será ampliada para 3.600.000 caixas mensalmente. A compra das caixas plásticas pode ser feita dentro do entreposto de Contagem. Desde o início do ano, empresas homologadas montaram estandes no Mercado Livre do Produtor. Recentemente, fabricantes de caixas de madeira passaram a atuar no entreposto. O objetivo, segundo a empresa, é fazer com que não faltem caixas no mercado neste momento de mudança de cultura. As unidades de Uberlândia, Caratinga e Governador Valadares já contam com bancos de

caixa. Agora está em andamento a licitação para construir o banco que irá atender Juiz de Fora e Barbacena. “Estamos criando um ciclo virtuoso no sistema de abastecimento alimentar de Minas Gerais”, disse o presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages. Em todas as unidades onde os bancos de caixas plásticas foram implantadas, 100% dos produtores aderiram às embalagens. “Produtores e compradores não acreditavam que isso pudesse acontecer. Hoje em dia, o projeto se desenvolve bem e os produtores colaboram, pois perceberam como a ideia melhora a qualidade do mercado”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Hortigranjeiros de Caratinga, Saturnino Braga. Os bancos de caixas de Caratinga e Governador Valada-

res foram inaugurados entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011. Em Uberlândia, o processo é mais antigo. O banco, pioneiro no Brasil, entrou em operação em 2005 e tem alto índice de aceitação. Nos últimos dias, algumas melhorias começaram a ser feitas. A principal delas é a troca das caixas mais antigas, um processo que deve durar até o fim de junho. Diálogo

Em reunião realizada no final de abril, a diretoria da CeasaMinas estabeleceu diálogo com produtores que comercializam no entreposto de Contagem. Em suas palavras de abertura do encontro, o presidente da estatal, João Alberto Paixão Lages, ressaltou que a empresa não tem a menor pretensão de pre-

judicar quem quer que seja. “A CeasaMinas está hoje cumprindo a lei, referindo-se a Instrução Normativa nº 9, mas, mais que isso, está seguindo uma tendência de modernidade, no que toca às embalagens plásticas”, disse. O executivo disse ainda que nada será feito através de imposição. “O que queremos é o diálogo permanente com quem está no dia-a-dia da Ceasa”, finalizou. Os produtores que participaram da reunião ressaltaram que o consenso acerca do uso das caixas plásticas será mais fácil, se a única opção for a embalagem plástica. Muitos deles afirmaram já estarem convivendo com as vantagens do seu uso e que tem o desejo de firmarem apoio à CeasaMinas para que a adesão seja total junto à categoria dos produtores.


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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Comerciantes da Ceagesp registram aumento nas vendas Mesmo com todos os percalços enfrentados, os comerciantes que atuam na Ceagesp vem aumentando ano a ano suas vendas na Ceasa

paulistana. Os gráficos mostram que em relação a abril de 2011, a comercialização no mês passado se manteve com algumas variações.

Em termos de crescimento porcentual, o setor que mais chama a atenção é o de Flores, com aumento de 28%. Frutas, Legumes e Verduras

também apresentaram pequeno crescimento em volume comercializado durante o mês de abril, embora em menor percentual em relação

às frutas. O setor de Diversos também apresenta pequeno crescimento do volume comercializado, assim como o setor de Pescados.

Frutas

Frutas abr/12 | 147.440,54 abr/11 |1 45.115,00 Variação | 1,60

Verduras abr/12 | 19.841,62 abr/11 | 20.340,38 Variação | 02,45

Legumes abr/12 | 74.400,19 abr/11 |7 3.804,01 Variação | 0,81

Diversos

abr/12 | 147.440,54

abr/11 | 145.115,00 Variação | 1,60

Legumes abr/12 | 74.400,19

abr/11 | 73.804,01 Variação | 0,81

abr/12 | 32.857,57 abr/11 | 32.098,22 Variação | 2,37

Verduras abr/12 | 19.841,62

abr/11 | 20.340,38 Variação | 02,45

Diversos abr/12 | 32.857,57

abr/11 | 32.098,22 Variação | 2,37

Flores abr/12 | 4.710,63

abr/11 | 3.670,81 Variação | 28,33

Pescados abr/12 | 4.029,42

abr/11 | 4.278,66 Variação | 28,33

Flores

abr/12 | 4.710,63

abr/11 |3 .670,81

Variação | 28,33

Pescados abr/12 | 4.029,42 abr/11 | 4.278,66 Variação | 28,33


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Memória

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indústria automobilística. Em seu primeiro ano de produção, a Volvo vendeu modestas 300 unidades. No ano seguinte, quando a empresa começou a fabricar caminhões e ônibus, o negócio começou a decolar. O primeiro caminhão da Volvo tinha motor a gasolina de 28hp e foi um sucesso logo de início. O modelo teve uma produção de 500 unidades. A marca percebeu, já neste período, que a chave do sucesso estava na exportação. Empresa global

Modelo fabricado em 1927 passou pelos mesmos portões da fábrica da Volvo, 85 anos depois de seu lançamento

Volvo comemora 85 anos Primeiro veículo da marca produzido em série saiu da linha de produção localizada em Gotemburgo, Suécia, sede mundial da corporação

Em 14 de abril de 1927, o gerente de vendas Hilmer Johansson saiu da fábrica dirigindo o primeiro carro da marca, o modelo ÖV4. Hoje, 85 anos depois, o Grupo Volvo é um dos maiores fabricantes de veículos comerciais do mundo. No último dia 14 de abril, esse modelo passou pelos mesmos portões para celebrar o aniversário da Volvo. Stefan Jacoby, presidente e CEO da Volvo Car Corporation, e Olof Persson, presidente e CEO da Volvo Group, estavam na direção. “É um carro fantástico, mas é fácil perceber o quanto as coisas mudaram nos últimos 85 anos”, diz Jacoby. Naquela época, a Volvo era apenas uma empresa que iniciava um projeto com um futuro incerto. Seus fundadores, Assar Gabrielsson e Gustaf Larson, não tinham experiência direta com carros ou com a

ÖV4, o primeiro carro da Volvo, saiu da fábrica em 14 de abril de 1927

Primeiro caminhão da montadora sueca fabricado no Brasil

“Nossas raízes ainda são muito importantes para nós. Cerca de 30 mil dos 120 mil funcionários do Grupo Volvo trabalham na Suécia, mas 95% de nossos produtos são vendidos fora do País”, destaca Persson. Na Volvo Car Corporation, os números são parecidos. A empresa tem 14,5 mil empregados na Suécia de um total global de 21,5 mil. E mais de 80% do total de vendas da Volvo Car Corporation ocorre fora da Suécia. A Volvo tornouse a maior montadora de caminhões da Europa em 1965, com a formação da Volvo Europa NV, com sede em Bruxelas, na Bélgica. Esse foi o maior marco no desenvolvimento da empresa, que passou de uma organização sueca para uma montadora internacional de veículos com uma forte base européia. Na década de 80, a Volvo tornou-se uma empresa verdadeiramente global, marcando presença em diversos países da Europa. Em 1980, iniciou a fabricação de caminhões no Brasil e, um ano depois, comprou a montadora norte-americana de caminhões White. O Grupo Volvo e a Volvo Car Corporation são duas empresas com uma longa história compartilhada. Em 1999, o Grupo Volvo vendeu seu negócio de carros. Desde então, as duas empresas vêm crescendo em direções diferentes. A Volvo Car Corporation está somente no segmento de carros prêmium. O Grupo Volvo produz caminhões com as marcas Volvo, Renault Trucks, Mack e UD Trucks, além de ônibus, equipamentos de construção, sistemas de propulsão para aplicações marítimas e industriais e componentes para motores de aeronaves. Atualmene, o Grupo Volvo é o segundo maior fabricanrte de caminhões pesados do mundo e a maior empresa da Suécia. Tem fábricas em 20 países e organizações de vendas em 190 nações.


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Exportações do agronegócio somam R$ 26 bi Nos quatro primeiros meses de 2012, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 26 bilhões, um crescimento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2011. Já as importações de tiveram incremento de 3%, atingindo a cifra de US$ 5,6 bilhões. O saldo comercial dos produtos do agronegócio considerados no agrupamento ampliou-se de US$ 20,349 bilhões para US$ 20,835 bilhões. Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, no dia 9 de maio, mostram que o crescimento das exportações no primeiro quadrimestre do ano ocorreu, principalmente, em função do bom desempenho das vendas externas do complexo soja. As exportações do setor subiram de US$ 6 bilhões nos primeiros quatro meses de 2011 para US$ 8 bilhões no mesmo período de 2012, uma elevação de 27%. O desempenho representou um crescimento de US$ 1,5 bilhão nas vendas do setor, montante que suplantou a elevação de US$ 648

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milhões das exportações totais do agronegócio. O destaque para esse cenário positivo levou em conta o aumento na quantidade exportada, no período, dos três produtos do setor: soja em grão (36%); farelo de soja (8%) e óleo de soja (20%). No primeiro quadrimestre os preços médios de exportação da soja em grão continuaram elevados, chegando a US$ 489 por tonelada, o que representou um aumento de 0,5% em relação ao mesmo período de 2011. No entanto, as cotações médias de exportação tanto do farelo de soja como do óleo de soja caíram 10% e 6%, respectivamente. Na análise das exportações por países, cabe destacar o aumento das vendas para a China (36%); Hong Kong (30%); Emirados Árabes Unidos (42%); Tailândia (35%) e Índia (138%). Chamou atenção a elevação das vendas à China em 36%, resultado que elevou a participação do país de 14% para 18,6% no valor total exportado pelo Brasil.

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Ações de maio da Nossa Turma No dia 20 de maio, o festival gastronômico de comida tropeira invade a Ceagesp, com a participação de 37 comitivas que disputarão para saber quem vai cozinhar no Barretão próximo ano. Mas o maior contemplado será o público que vai ter a chance de saborear este prato delicioso, além de se encantar com as histórias contadas pelos componentes das comitivas. O importante é você saber que a renda obtida será totalmente revertida para a Associação Nossa Turma. E o primeiro passo será a aquisição de uniforme para toda a garotada. ** No dia 22 é chegada a hora do caminhoneiro conferir as inovações que as montadoras vão apresentar na Femetran e ouvir boas histórias contadas pelos amantes da boleia, que sempre dizem que seu ‘bruto’ é melhor que o dos outros! ** No dia 26, a Nossa Turma abre as portas de sua sede para toda a comunidade ser atendida na Ação Saúde, que contará com diversos profissionais da área da saúde. Haverá controle da hipertensão, teste de glicemia, além de atendimento de pediatras, cardiologistas, nutricionaistas, massagistas e dentistas. Quem comparecer ao evento poderá acompanhar palestras e concorrer ao sorteio de uma camisa de um time de futebol profissional. A organização é do Rotary Club Alto da Lapa e conta com o apoio de Correios, UBS Lapa, Faculdade São Camilo, além do Exército Brasileiro, que montará uma barraca de campanha para o atendimento. Horário: das 9 às 16h

Acesse o site:

Caminhões, carretas e equipamentos.

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Goiânia (62) 9253.2119 / Lins (14) 8137.8058 / Recife (81) 9372.9004 Cuiabá (65) 9248.6660 / São Paulo (11) 9240.4530 / Rio de Janeiro (21) 9219.0333

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As feiras e festas rurais municipais representam um importante canal de comercialização e demonstração de produtividade e qualidade da agricultura familiar. Algumas delas acontecem há décadas no estado de São Paulo, privilegiando cada uma sua cultura e produção, colaborando na manutenção de renda, informação e inserção de tecnologias no campo. O grupo de Mídia Entreposto em conjunto com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e AGROTEC (Tecnologia e Negócios) estão promovendo a AGROFEIRA CIRCUITO DAS FRUTAS. A segunda edição acontece na 3ª FESTA DE FRUTAS E HORTALIÇAS DE INDAIATUBA. Aguardamos sua presença.

Data: 18 DE MAIO (sexta-feira) das 18h às 22h 19 DE MAIO (sábado) das 14h às 22h 20 DE MAIO (domingo) das 10h às 17h Local: PAVILHÃO DA VIBER

Info: (11) 3831.4875


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