Jornal Entrposto | Julho de 2012

Page 1

Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 146 | julho de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Pesquisador tenta criar café naturalmente descafeinado

A informática a serviço da agricultura Em tempos modernos, produtores rurais aproveitam os benefícios da tecnologia Pág. 05

Pág. 14

A caixa da discórdia As recentes ações da prefeitura no combate ao comércio ilegal de caixaria nas ruas vizinhas à Ceasa paulistana e a �iscalização da Covisa nas empresas atacadistas têm assustado produtores e comerciantes que utilizam embalagens de madeira. Essas caixas deixam de atender a diversos requisitos estabelecidos nas legislações vigentes, conA caixa de madeira não está proibida. Ela precisa estar limpa e obedecer às outras exigências da lei

As embalagens de madeira devem ser caracterizadas como descartáveis

tudo não estão proibidas. A exemplo do que já acontece em algumas centrais brasileiras, o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp defende a mudança para as embalagens e propõe a criação de um centro logístico de caixas , que tira do usuário a responsabilidade pela administração do retorno, armazenamento e higienização da caixa vazia. É preciso programar a mudança das atuais caixas de madeira para outras caixas existentes

Pág. 24

Agrofeira | Atibaia-Jarinu

HORTITEC 2012

Evento recebe apoio de Associação de Produtores Rurais

Pág. 06

Governo quer criar agência de assistência aos produtores Pág. 12

Índice Ceagesp - junho 2012

Geral

Alta

4,06%

Frutas Alta

3,80%

Legumes

Alta

6,09%

Abastecimento | Ceasas Centrais apresentam propostas para plano de melhorias

Pág. 13

 Verduras  Alta

6,04%

Diversos Alta 6,60%

Pescado Alta

1,19%

A 19ª edição da feira reuniu mais de 350 expositores e gerou negócios da ordem de R$ 70 milhões em Holambra (SP) Pág. 04


02

Dia do Agricultor

EDITORIAL

«Quem já se alimentou hoje, reflita sobre o fato e agradeça a Deus e aos produtores rurais que servem suas mesas de refeições." Esta citação feita em um artigo de Ney Magalhães, produtor rural da região de AmambaíMT, para um portal na internet é a mais pura reflexão do que cidadãos urbanos e políticos poderiam ter sobre o agricultor. 28 julho é do Dia do Agricultor, uma data em que deveríamos dar graças pela fertilidade dos solos brasileiros, que hoje sofrem pelas intempéries e calamidades da natureza. A data foi instituída pelo então presidente da República, Juscelino Kubsheck, no ano de 1960, em homenagem ao primeiro Centenário do Ministério da Agricultura. Cultivar a terra produzindo alimentos e gerando riquezas para o País é um dádiva. A terra é um bem social, que ainda não é tratada com respeito pelos governantes. Hoje, as inúmeras conquistas obtidas para a agricultura, principalmente a familiar, evidenciam-na como importante instrumento de inclusão social e produtiva, com papel estratégico para erradicação da fome e miséria, além de caracterizar-se como importante ator político e social no processo de construção e reformulação das políticas públicas. A questão atual é ampliar espaço e conquistar o desenvolvimento que priorize um conjunto de políticas públicas específicas para o campo, com acesso à tecnologia e pesquisa voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar. Desenvolvimento sustentável com políticas públicas e legislação adequada para construção de um país melhor e mais justo é o desejo da maioria dos produtores. Aos agricultores e agricultoras do Brasil, que trabalham em defesa da vida, da sustentabilidade e da produção de alimentos saudáveis, a homenagem do Grupo de Mídia Entreposto.

Turismo no site Acesse e leia as dicas para a região do Circuito da Neve - Serras gaúchas: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviรงo do agronegรณcio

julho de 2012

marรงo de 2011

Editorial

03


04

Evento

julho de 2012

Feira mostra novidades no setor de FLV 19ª edição da Hortitec reuniu mais de 350 expositores e gerou R$ 70 milhões em negócios Recordes de safras, melhoria na produção e preocupações socioambientais formam hoje o panorama da agricultura nacional. Este cenário acaba por confirmar também um refinamento das demandas, que obriga os produtores a investirem em atualizações e melhoramentos para atender a um mercado consumidor cada vez mais exigente. Os profissionais da área tiveram a oportunidade de conhecer novidades em instalações, equipamentos, insumos e demais tecnologias para flores, frutas, hortaliças durante a 19ª edição da Hortitec, uma das maiores feiras de horticultura do País, realizada em junho, em Holambra (SP). Na avaliação dos organizadores, o nível técnico do público que visita a Hortitec, composto essencialmente por clientes atuais e potenciais das empresas expositoras, é o maior diferencial do evento. Como somente a visita quem tem real interesse no setor, a feira acabou por se tornar passagem obrigatória para produtores e profissionais ligados ao agronegócio. “Quem quer se manter competitivo não pode ficar por fora das novidades do mercado. É esse grande encontro de negócios que a Hortitec se propõe a promover”, destaca o coordenador da feira, Renato Opitz. A estimativa dos organizadores é de que esta edição do evento tenha gerado negócios da ordem de R$ 70 milhões. Lançamentos

Uma berinjela com casca branca e outra com formato semelhante a um tomate foram mostradas na feira. Desenvolvidas para ser preparadas em porções individuais recheadas, são produtos que passaram

por modificações genéticas e atendem a um nicho específico de mercado, oferecendo ao produtor condições de vender produtos diversificados e aumentar a renda. Outra inovação apresentada no evento foi um aplicativo em que produtores podem fotografar as pragas na lavoura e identificar as doenças. Os profissionais ligados ao setor de flores puderam conhecer novidades nas cores e tamanhos das rosas trazidas do Equador, um dos maiores produtores mundiais, além de inovações em estufas, máquinas e implementos agrícolas. Equipamentos que ajudam a garantir a sustentabilidade também puderam ser conferidos durante a Hortitec, como um recipiente que armazena água da chuva e outro que concilia a criação de peixes ou camarões com a produção de hortaliças hidropônicas. Nele, os dejetos da piscicultura são captados, passam por um decantador, são filtrados e servem de fertilizantes para as verduras. O sistema também pode ser usado para irrigação de pomares. Enquanto resultados positivos para produtores de hortifrutícolas animam o setor, os desafios se voltam para estudos e discussões de como atingir maior produtividade sem aumentar o uso de recursos naturais e em como lidar com a escassez de mão de obra. É este cenário que a Jornada Produtiva FLV, realizada paralelamente à Hortitec, debateu em diversos eventos onde produtores e profissionais do agronegócio puderam conhecer as tendências e inovações da área, que foram apresentadas por mais 370 expositores e ainda puderam checar, na prática, parte das novidades em 19 culturas de frutas, legumes e verduras.

Hortitec em números 350 expositores 25 mil visitantes R$ 70 milhões em negócios

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

Agronegócio

05

A informática a serviço da agricultura Em tempos modernos, produtores rurais estão aprendendo os benefícios de se levar para o cotidiano do setor agropecuário o universo da informática e seus softwares e hardwares, como o Sisla (Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental), desenvolvido para dar suporte às atividades de licenciamento ambiental. Idealizado pela Embrapa em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul), a ferramenta tem acesso livre e gratuito, via Internet, para o público especializado ou apenas curioso. O software possibilita emitir relatório para análise com mapas georreferenciados e efetuar análise técnica, consulta espacial e andamentos dos processos de licenciamento ambiental. No Sisla é possível o usuário, seja ele produtor ou técnico, fornecer os dados de determinada área e o sistema indicará, a seguir, suas reais condições, levando-se em consideração a topografia da região e outros fatores. “Qualquer pessoa com um pouco de noção de georreferenciamento tem condição de gerar um relatório no Sisla”, ressaltou o engenheiro agrônomo Sergio Luis Bianchini, fiscal ambiental do Imasul. O Sisla é um dos produtos do Projeto de “Sistema de Informação Georreferenciado do Território do Estado de Mato Grosso do Sul – GeoMS”, liderado pela Embrapa Informática Agropecuária, que reuniu dados da legislação estadual e federal e do mapeamento da cobertura vegetal, entre os anos de 2007 e 2009, realizado pela empresa e outras instituições, e informações públicas, disponíveis desde os anos 80. Agricultura de Precisão

Em meio aos imprevistos da atividade agrícola, um pouco de precisão é sempre bem-vinda pelos produtores. O uso de tecnologias baseadas em posicionamento geográfico por satélite permitindo o manejo diferenciado da lavoura é o que define a chamada Agricultura de Precisão (AP). Intervenções no manejo, localizado ou sítio específico, são realizadas da seguinte forma: amostragens georreferenciadas do solo são aplicadas em uma grade amostral corresponden-

do a colheita de uma amostra composta a cada dois hectares, por exemplo. A partir da análise dos resultados dessas amostras, um processamento informatizado, por meio de softwares específicos para AP, gera mapas da fertilidade do solo para cada atributo, como potássio e fósforo. A partir disso, prescreve-se uma adubação diferenciada para a lavoura, dentro de cada talhão. Tais mapas são reconhecidos por dispositivos presentes nos maquinários de campo modernos, guiados por satélites, que ao reconhecer o padrão espacial, muda e ajusta, automaticamente, a dose de nutriente dentro das reais necessidades. Essa sequência de etapas – amostragem/interpretação agronômica/escolha de maquinário – permite racionalizar o uso de insumos, um dos grandes atrativos da agricultura de precisão para o produtor de grãos, elegeu o pesquisador da Embrapa, Álvaro Vilela Rezende. Entretanto, alerta Rezende, diversos fatores afetam o processo, sendo imprescindíveis certos critérios para se adotar a AP. Assim, a Embrapa, em 2009, iniciou o Projeto “Rede de Agricultura de Precisão”, que ao reunir mais de 200 especialistas de diversos Centros de Pesquisa, anseia aprimorar os critérios

validados cientificamente para melhorar a qualidade da AP praticada no Brasil hoje. A Rede atua em várias vertentes, explica o doutor em fertilidade do solo e adubação Álvaro Rezende. Líder do projeto-componente responsável pelas áreas voltadas para culturas anuais, como grãos e algodão, o pesquisador relata que também há projetos direcionados para culturas perenes, como fruticultura, silvicultura e pastagem; desenvolvimento e validação de instrumentos e tecnologias para uso e suporte em AP; e inovação tecnológica em agricultura de precisão. Com unidades-pilotos de experimentação nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Rede deseja difundir seu lema “Planejar é preciso”, no qual “a crescente demanda agregará inovações para AP, especialmente, para as condições de agricultura tropical”, afirma Rezende. Projetando adiante, a Rede almeja expandir seus estudos para produção animal e para que seus preceitos sejam adotados não irá somente pesquisar, mas atuará em transferência, com capacitações e ações de educação junto à assistência técnica rural e aos produtores que atuem ou queiram atuar com AP.


06

Agrofeira

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Agrofeira recebe apoio da Associação dos Produtores de Atibaia e Jarinu Osvaldo Maziero dá continuidade ao trabalho do pai, auxiliando trabalhadores rurais e estimulando iniciativas que valorizam a produção brasileira Satisfeito com a atividade desenvolvida na Agrofeira Circuito das Frutas durante a 29ª Festa do Morango e Expolegumes de Atibaia e Jarinu, Osvaldo Maziero, presidente da Associação dos Produtores de Morango da região, se sente orgulhoso. Depois de cinco anos trabalhando com a Embrapa, os produtores de morango receberam, no final do ano passado, a certificação da PIMo (Produção Integrada de Morango) - um sistema de produção desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que garante uma fruta mais segura para consumo. Com isso, o morango de Atibaia e região tem um selo de qualidade validado pelo Inmetro, assegurando ao consumidor um fruto com menos defensivos agrícolas, produzido de acordo com as normas de higiene e de proteção ambiental. “Somos os primeiros a receber essa certificação”, comemora o presidente. Filho de Duílio Maziero, idealizador da Festa do Morango, Osvaldo é um defensor da causa dos trabalhadores rurais e acredita que pesquisa e informação são elementos essenciais para o bom desenvolvimento da produção brasileira. “A Agrofeira

é uma iniciativa muito interessante que veio para agregar qualidade à festa, auxiliando o produtor no seu cotidiano profissional”, afirmou em entrevista ao Jornal Entreposto. Em 1982, o morango ainda era novidade nos lares do estado de São Paulo e os produtores resolveram divulgar o produto que poucos sabiam que existia. Hoje, o evento é conhecido em todo o Brasil, como enfatiza o presidente do Sindicato Rural de Atibaia, Armando Trípoli: “Celebramos com muito orgulho. São poucos municípios que dispõem de um espaço como esse para comemorar a safra”. José Bernardo Denig, prefeito de Atibaia parabenizou os trabalhadores torcendo “para que a festa do Morango de Atibaia e Jarinu continue sempre sendo um sucesso, valorizando os produtos da região e, principalmente, contribuindo com o agricultor”. Emocionada com a comemoração, Fátima Lorencini, prefeita de Jarinu, reconheceu o esforço de todos e lembrou que ser agricultor no Brasil não é uma tarefa fácil. “Precisamos de união e incentivo. Parabéns a todos os trabalhadores rurais”, finalizou.

Fátima Lorencini Prefeita de Jarinu

José Bernardo Denig Prefeito de Atibaia

Osvaldo Maziero Presidente da Associação dos Produtores de Morango de Atibaia

Armando Trípoli Presidente do Sindicato Rural de Atibaia

Iveco e Lifan apresentam novidades na Agrofeira de Atibaia

Montadoras apostam em veículos compactos e versáteis para o transporte de hortifrutícolas A Agrofeira Circuitos das Frutas, realizada entre os dias 23 de junho e nove de julho, no Parque do Morango Duílio Mazieiro, na divisa das cidades de Atibaia e Jarinu, aconteceu simultaneamente com a 29ª Festa do Morango e Expolegumes da região e reuniu diversos setores do agronegócio, entre eles, transporte, irrigação e tecnologia. Com o objetivo de aproximar produtores agrícolas e empresas que apresentam soluções para o trabalho no campo, a Agrofeira trouxe para a última edição do evento duas montadoras que prometem agilizar o transporte de hortifruti. A Iveco, do grupo Fiat, apresentou o novo Tector, veículo para diversas aplicações e múltiplas versões. Já a chinesa Lifan Motors, apostou na compacta Picape, que alia economia e agilidade.

Picape Effa

Iveco Tector Com três opções de câmbio e quatro diferentes opções de entre-eixos que permitem um total de 16 versões, o novo Iveco Tector traz bastante versatilidade com as mais variadas aplicações – baú, carga seca, basculante, entre outras. O novo caminhão está disponível em cinco modelos: 170E25, 170E25T, 240E25, 240E25S e 260E25, permitindo ao cliente escolher o que mais se adapta ao seu estilo de trabalho. Ao todo são 41 diferentes configurações oferecidas para cada tipo de aplicação. Com novos motores mais econômicos e potentes, o pre-

ço do caminhão varia entre R$ 147.000 e R$ 255.000. Picape Effa

A Picape Effa Motors promete aliar capacidade de carga com agilidade e economia. Além de vários itens de série, como faróis de neblina, ar quente e rádio, ela oferece acessórios, como os suportes para vidros, galões de água, botijões de gás , entre outros. Equipada com motor de 4 cilindros movido a gasolina, com cilindrada de 1.0 litro e potência de 47 cv, o modelo facilita o transporte nas congestionadas vias das cidades brasileiras.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

julho de 2012

07


08

Agrícola

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Mercado de orgânicos cresce, mas ainda e barreiras, dizem produtores O mercado para produtos orgânicos – sem uso de agrotóxicos, adubação química ou hormônios – está se expandindo rapidamente no Brasil, mas os produtores ainda enfrentam barreiras para chegar aos consumidores. A avaliação é de produtores orgânicosque se reuniram na conferência Green Rio, evento de agricultura orgânica paralelo à Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho no Rio de Janeiro. A produtora rural Romina Lindemann, da empresa Preserva Mundi, que fabrica produtos de uso medicinal e veterinário a partir do neem, uma erva indiana cultivada na fazenda da família, no município de São João de Pirabas, no nordeste do Pará, reclama da falta de assistência técnica e da logística de entrega. “O neem é uma planta indiana usada há mais de 4 mil anos na medicina na Índia. Lá ele é usado como repelente de insetos e como creme dental, pois os indianos mascam os galhos do neem como se fosse a escova de dentes”, disse. “A dificuldade para os produtores orgânicos é o acesso à assistência técnica. Hoje o produtor fica carente. A indústria química tem pessoal para colocar equipes viajando de carro pelas estradas do país. Os produtos naturais custam até mais barato, mas não tem a assistência que a indústria química dá. O governo tenta fazer algumas ações, mas ainda é muito limi-

tado”, disse Romina, que cultiva 160 mil pés de neem em sua fazenda. O produto tem apresentações em pó, sabonete ou líquida e pode ser usado no combate a piolhos, bernes, vermes e mosca de chifre em bovinos, na forma de chá. Para a produtora orgânica Rosangela Cabral, dona da empresa Secale Pães Orgânicos, o maior problema não foi a aceitação de sua linha de pães, mas a dificuldade para encontrar uma logística de distribuição que atenda tanto aos grandes mercados como às pequenas lojas de produtos naturais, muitas a centenas de quilômetros de distância de sua padaria, em Porto Alegre. “O negócio está crescendo, mas têm mil dificuldades. A empresa está indo bem, mas eu preciso ter mais fôlego. O problema é a logística de entrega, pois o volume é pequeno e o frete é caro. Para o orgânico deslanchar de vez no Brasil é preciso resolver a questão da distribuição”, avaliou Rosangela que há seis anos fabricava 500 pães por mês e, hoje, produz 15 mil. O produtor rural Dick Thompson, da região de Itaipava, em Petrópolis (RJ), começou há cerca de 22 anos entregando verduras orgânicas para cinco amigos que moravam no Rio de Janeiro. Depois de trabalhar por anos no mercado financeiro, ele resolveu investir em um sítio de 50 hectares na serra e optou pela produção sem venenos ou adubo químico, quando criou a

empresa Sítio do Moinho. “Na época era uma novidade completa. Comecei pensando em alimentar minha família de uma forma saudável e correta. Aí entendi que o processo era benéfico não só para a saúde do indivíduo, como para o meio ambiente e o mundo. Comecei entregando verduras em domicílio para cinco amigos. A coisa foi crescendo e hoje fazemos 300 entregas por semana, disse Dick, que também vende seus

produtos em uma loja própria na zona sul e deve inaugurar outra na Barra da Tijuca. Além das hortaliças, ele também comercializa massas, granolas, pães e outros artigos orgânicos. Para ele, o preço dos orgânicos jamais será o mesmo que o da produção convencional, pelo simples fato de que a produção orgânica leva mais tempo para chegar ao ponto de colheita ou de abate, justamente por não utilizar de adubação química

nem de hormônios. “Um alface orgânico leva três meses para estar pronto. Um de agricultura convencional pode ser colhido em dois meses. Ou seja, com orgânico eu tenho quatro safras por ano, enquanto com adubação química consigo seis. Os orgânicos serão sempre de 20% a 30% mais caros”, comparou Dick. O secretário nacional de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento

pupunheira sob diferentes formas de adubação. O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação em Irrigação e Drenagem da Esalq/USP. “Devido à devastação das matas, o atual panorama deficitário de extração de palmito foi o que motivou a busca por novas formas de cultivo”, continua o pesquisador. Foi então que escolheu-se a pupunheira como alternativa de cultivo para suprir a demanda de mercado, pelo fato de apresentar precocidade de colheita, rusticidade, perfilhamento, alta produtividade e boa qualidade de palmito, que são caracterís-

ticas que melhor se destacam entre as palmeiras tradicionais, sendo o perfilhamento a principal característica que falta ao juçara. Portanto, a pupunheira desponta de forma promissora para o meio agrícola, uma vez que pode ser cultivada racionalmente em áreas sob mecanização agrícola e, dessa forma, viabilizar a produção de palmito de forma ecológica e rentável. “Ainda são necessários estudos mais aprofundados para o desenvolvimento de clones e melhoramento genético da espécie para que possamos ter uma produção mais uniforme”, comenta o agrônomo. O experimento verificou os

níveis de desenvolvimento vegetativo da pupunheira, durante um ano, sob diferentes fontes de adubação; orgânica com esterco bovino e suíno, além da via mineral. O projeto mapeou o tratamento que obteve melhor resposta em relação ao desenvolvimento vegetativo da pupunheira em termos de crescimento da planta em altura, diâmetro do caule, tamanho da folha (comprimento da raqui), espessura da raqui e maior número de folhas. “Quanto à aplicação da matéria orgânica no momento da implantação da cultura, pode-se dizer que sua importância está relacionada ao favorecimento

Estudo cultiva pupunheira com adubação No Brasil, a palmeira pupunha tem a região amazônica como seu habitat natural. Os frutos dessa palmeira, assim como o palmito, fazem parte da dieta alimentar dos povos da região Norte. Como atualmente o país vem perdendo espaço nas exportações de palmito devido à extinção da extração do palmito juçara, a pupunha torna-se uma alternativa para substituir o palmito ilegal. “Para o pequeno produtor é uma forma de aumentar seus ganhos devido à grande demanda de mercado interno e externo”, afirma Clovis Bissi Junior, autor de pesquisa que verificou desenvolvimento da


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

09

Agrícola

enfrenta Cientistas descobrem por que Agrário (MDA), Laudemir Müller, acredita que estratégias de governo possam equilibrar os preços. “O nosso objetivo é que os orgânicos tenham os mesmos preços de mercado que os não orgânicos. Nossa estratégia é promover a produção orgânica e a agricultura familiar, gerando desenvolvimento no meio rural, e dar acesso a um alimento de maior qualidade nutritiva e socioambiental. A produção orgânica já não é cara. Temos uma política de crédito especí�ica para os orgânicos e uma assistência técnica e de extensão rural”, disse Müller. Atualmente, segundo o MDA, o país tem registrado cerca de 90 mil famílias dedicadas à agricultura orgânica. A responsável pela conferência Green Rio, Maria Beatriz Martins Costa, da empresa Planeta Orgânico, reforça a tese de que a produção orgânica está �icando cada vez mais barata e acessível a um segmento maior de consumidores, através dos ganhos de escala. “Um grande impulso que o mercado está tendo são as políticas públicas, na medida em que os agricultores familiares têm incentivo a entrar no setor orgânico. Um dos maiores grupos de supermercado do Brasil registrou crescimento de 35% na venda de orgânicos em 2011, comparado com o ano anterior, que já vinha de um crescimento de 70% desde 2003, quando começaram a trabalhar com produtos orgânicos”, destacou Maria Beatriz.

o orgânica

no desenvolvimento radicular da pupunheira”, comenta. Na prática, os fertilizantes orgânicos estimularam a produção da radículas, que são as maiores responsáveis para absorção de nutrientes. Além disso, melhorou a estrutura �ísica do solo e otimizou a proliferação de microorganismos bené�icos. “Melhorando a estrutura do solo, ocorreu melhor movimentação do ar, água e nutrientes do solo e troca catiônica”, aponta. Como conclusão, a reutilização do esterco proporcionou melhor desenvolvimento da pupunheira, sendo que o composto quali�icado como esterco suíno obteve melhores resultados.

tomates vistosos não são saborosos

Um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos identi�icou as alterações moleculares responsáveis pelo amadurecimento uniforme característico da maioria dos tomates à venda em supermercados e feiras. Essas alterações

fazem com que os tomates amadureçam no tempo certo para os vendedores, ganhando em aparência e aumentando as vendas. Mas o amadurecimento uniforme também implica em redução no sabor do fruto, que acaba com “gosto

de papelão”, segundo a revista cientí�ica Science, que acaba de publicar os resultados do novo estudo. Há mais de meio século os produtores têm desenvolvido e selecionado variedades de tomate com coloração verde clara e uniforme antes do amadurecimento. Na nova pesquisa, Ann Powell, da Universidade da Califórnia em Davis, e colegas dos Estados Unidos, Espanha e Argentina identi�icaram que o gene responsável pelo amadurecimento do tomate codi�ica um fator de transcrição denominado GLK2. Esse fator, uma proteína que regula outros genes, aumenta a capacidade de o fruto fazer fotossíntese, ajudando na produção de açúcares e de licopeno, substância carotenoide que produz a cor avermelhada. O problema é que a mutação responsável pelo amadurecimento uniforme desativa o gene GLK2. O resultado é que

a produção com base no amadurecimento uniforme tem o efeito indesejado de promover o desenvolvimento inferior dos cloroplastos, que contêm a cloro�ila responsável por transformar energia solar em açúcar. Ou seja, com a perda nos cloroplastos, cai também a produção de ingredientes fundamentais para o sabor do fruto. “A informação a respeito do gene responsável pelo amadurecimento em variedades selvagens e tradicionais fornece uma estratégia para tentar recapturar as características de qualidade que acabaram excluídas involuntariamente dos modernos tomates cultivados”, disse Powell. Os autores do estudo sugerem que a manipulação dos níveis de GLK os de seus padrões de expressão podem eventualmente ajudar na produção de tomates e de outros produtos agrícolas com melhor qualidade.

PRODUÇÃO

Safra paulista de laranja tem previsão de 365 milhões de caixas Levantamento da Secretaria de Agricultura aponta queda de 5,1% frente à colheita anterior

A produção paulista de laranja deve atingir 365,25 milhões de caixas (de 40,8 kg) na safra agrícola 2011/12 (safra industrial 2012/13), com queda de 5,1% frente à colheita anterior. É o que aponta o 4º levantamento de previsões e estimativas de safras do IEA (Instituto de Economia Agrícola) e da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) Desse total, 96% (352,50 milhões de caixas) são consideradas frutas comerciais. A área plantada soma 574,16 mil hectares, praticamente a mesma da safra anterior. Os motivos apontados para a queda na produção são fatores climáticos (baixa precipitação na época do pegamento, que reduziu a quantidade de frutos por planta da primeira �lorada) e maior incidência de doenças que vêm acometendo os pomares (pinta preta, cancro cítrico e greening), provocada também pela falta de

investimento nos tratos culturais. A expectativa dos produtores comerciais para essa safra quanto à produtividade média é de 670 caixas de 40,8 kg por hectare, segundo os responsáveis pelo levantamento. A produção de cana-de-açúcar está estimada em 414,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 2% em relação à safra passada. A área plantada, de 5,99 milhões de hectares representa aumento de 2,6%, enquanto a produtividade deve crescer 1,2%. A colheita de grãos deve alcançar 6,9 milhões de toneladas, um aumento de 8% sobre a safra anterior. Destaque para o maior volume de milho: 3,4 milhões de toneladas na safra de verão, ou 4,4% a mais, e 1,2 milhão de toneladas na safrinha, ou 51,5% de acréscimo. A íntegra da 4ª previsão de safra está disponível no site do IEA: www.iea.sp.gov.br.


10

Flores e plantas

julho de 2012

O mercado brasileiro para bulbosas ornamentais Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

As plantas bulbosas ornamentais são aquelas espécies, que como o próprio nome já diz, reproduzem-se essencialmente a partir de seus bulbos. São cultivadas tanto para corte, quanto para vasos, além de fornecerem mudas para utilização paisagística. As principais espécies atualmente produzidas no Brasil são: alstroeméria (Alstroemeria sp.); amarílis (Hyppeastrum sp.); copo-de-leite (Zantedeschia sp.); gladíolo (Gladiolus x grandiflorus); hemerocale (Hemerocallis sp.) e lírio (Lilium sp.), entre muitas outras. Apenas pela listagem das espécies desse grupo já é possível avaliar a sua importância econômica na floricultura comercial recente do País. Destaca-se que o Brasil tem participado, inclusive, do mercado internacional de bulbos, especialmente no comércio com a

Holanda. Trata-se de um mercado de mão dupla, no qual os produtos importados são aqui reproduzidos não apenas para reexportação, mas também para a produção interna de flores de corte e vaso. A balança brasileira de bulbos ornamentais tem se mantido historicamente superavitária. No ano passado, as importações desses materiais genéticos atingiram o montante de US$ 9,7 milhões, para uma exportação de US$ 16,4 milhões, acumulando, portanto, um diferencial positivo de US$ 6,7 milhões. Os bulbos ornamentais exportados pelo Brasil concentram-se especialmente nas espécies e variedades de amarílis, gladíolos e caladium, o nosso popular tinhorão. As vantagens comparativas do País, no caso dessas mercadorias encontram-se na precocidade da produção, frente às condições ecológicas privilegiadas, além dos custos competitivos, o que favorece o sistema de importação e reexportação adotada por algumas empresas brasileiras atuantes

no segmento. Além da Holanda, os Estados Unidos também se destacam na importação de bulbos ornamentais brasileiros. Na produção de lírios, estimam-se que sejam plantados anualmente no País, entre 20 e 22 milhões de bulbos, sendo 60% deles destinado ao mercado de corte e os 40% restantes para a produção de flores envasadas. O tipo oriental representa 70% do mercado e o asiático, 30%. As principais regiões produtoras de lírio de corte estão concentradas nos platôs e nas montanhas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A oferta apresenta picos nos meses de setembro e dezembro. Já para os lírios envasados, a produção se concentra prioritariamente no estado de São Paulo, nos municípios de Holambra, Jarinu, Campinas, Registro, Monte Mor, Jacareí, Atibaia e Cotia. O mercado brasileiro para lírios em vasos é crescente, movimentando pouco mais de

quatro milhões de unidades por ano, nos principais mercados atacadistas. A oferta é particularmente expandida no mês de maio, com foco na comercialização para o Dia das Mães, e em dezembro, para as ornamentações natalinas e de Ano Novo. Para o mercado interno de corte são cultivados lírios que produzem flores nas colorações branca, amarela, vermelha, laranja e rosa em diversas tonalidades e intensidades. No caso dos lírios orientais, as principais cultivares plantadas são aquelas que produzem flores brancas. Já para os lírios asiáticos, a preferência recai sobre as flores de cor laranja, seguidas das amarelas e brancas. A observação do comportamento dos consumidores aponta para a crescente preferência pelas tonalidades fortes e marcantes, especialmente das cores laranja e amarelo-ouro. Para comercialização do lírio de corte, o ponto mínimo é de um botão por haste, sendo que ele deve permitir, antes de

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

aberto, o reconhecimento da cor da flor. No caso da ocorrência de apenas um botão viável por haste, as vendas devem se dar em maços de 10 hastes e o botão floral deve estar alinhado na mesma direção da haste central da planta. Já os lírios envasados são cultivados em potes 10, 12, 13, 14, 15, 16 ou 19. Para as primeiras quatro dimensões, exige-se o número mínimo de uma haste para a comercialização. Para os potes 15, 16 ou 19, são exigidas três hastes. Quanto ao número de botões por vaso, para os lírios orientais são obrigatórios: dois botões, nos potes 13 e 14; quatro botões, nos potes 15 e 16 e seis botões no pote 19. Já para os lírios asiáticos, a regra é: três botões nos potes 13 e 14; oito nos potes 15 e 16 e dez botões no pote 19. Como padrão mínimo de comercialização, observa-se que para os lírios orientais, pelo menos um botão do vaso deverá permitir o reconhecimento da cor da flor. Para os lírios asiáticos, é demandado um mínimo de três botões nestas condições. Note-se que a boa formação da planta exigirá que as hastes sejam distribuídas sempre de modo a comporem um triângulo no interior do vaso. A inestimável importância do grupo das bulbosas ornamentais para o mercado florícola brasileiro e sua crescente projeção no mercado internacional fez com que um grupo de pesquisadores brasileiros fosse convidado, pela primeira vez, a participar da edição do livro “Geophyte book”, que será publicado em Israel em setembro deste. Esse grupo está composto pelos pesquisadores do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Antonio Fernando Tombolato, Roberta Perry Uzzo, Giulio Stancato e Maria Amélia Vaz Alexandre, e pelos autores deste texto. Nas próximas edições do JE, você confere mais algumas informações sobre esse grupo de espécies ornamentais e que constam da publicação internacional acima mencionada. *Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

SAFRA 2012/2013

Mais crédito oficial para médios produtores e cooperativas rurais A maior parte, R$ 4 bilhões, será destinada a investimentos

11 O Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, lançado no dia 28 de junho, disponibilizará, a partir deste mês, R$ 115,2 bilhões para a agricultura empresarial. De acordo com o governo, os focos do pacote são o médio produtor, as cooperativas rurais e a produção sustentável. Para o médio produtor, o crédito de R$ 6,2 bilhões oferecido na safra atual foi ampliado para R$ 7,1 bilhões, com taxas de juros caindo de 6,25% para 5% ao ano. A maior parte, R$ 4 bilhões, será destinada a investimentos. A renda bruta anual máxima para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foi elevada de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédito, que era R$ 400 mil, passa para R$ 500 mil. No ano mundial do cooperativismo, o governo aumentou o limite de financiamento por cooperativa de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões dentro do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção. Agropecuária e de R$ 25 milhões para R$ 50 milhões para capital de giro no Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias. Já o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), com poucos contratos na safra passada e que nesta conseguiu superar a barreira de R$ 1 bilhão em contratos, teve, mesmo assim, seu volume de recursos ampliado de R$ 3,15 bilhões para R$ 3,4 bilhões e é considerado uma prioridade de governo. Do total de crédito financiado com recursos públicos, R$ 86,9 bilhões se destinam às operações de custeio e comercialização e R$ 28,2 bilhões a investimentos, com taxa anual de juros de 5,5% ao ano. Para o custeio, o limite de financiamento passa de R$ 650 mil para R$ 800 mil por produtor e, para comercialização, de R$ 1,3 milhão para R$ 1,6 milhão. O governo manteve, no novo plano, o compromisso de utilizar os mecanismos de apoio à comercialização dos produtos do agronegócio com base em estimativas do custo variável. Além disso, para contemplados na Política de Garantia de Preços Mínimos, está previsto o aumento de vários produtos em nível nacional e regional.


12

Agrícola

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Governo quer criar agência para prestar assistência aos produtores A presidente Dilma Rousseff informou que o governo federal pretende criar uma agência para cuidar da área de assistência técnica e extensão rural. Segundo ela, o objetivo é suprir a fragilidade do país na área e disseminar boas práticas agrícolas. Ao discursar no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, lançado no dia 28 de junho, Dilma disse também que o governo trabalha em um Plano Nacional de Armazenagem. “Temos uma certa fragilidade na área de assistência técnica e extensão rural. O governo está construindo uma política para essas áreas e estamos pensando na criação de uma agência capaz de de providenciar e disseminar as melhores práticas a partir de protocolos e pacotes tecnológicos, criando e especializando um grupo de agentes públicos que terá ligação com os órgãos de extensão estaduais e cooperativas. Esse talvez seja um dos maiores desafios do meu governo”, disse ela na cerimônia. Ao falar sobre a criação da

FabioRodriguesPozzebom/ABr

agência, após a solenidade, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, lembrou que o país dispõe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para fazer estudos

na área. Segundo ele, o ramo da assistência técnica também precisa de um órgão específico. A ideia é que as duas agências trabalhem de forma articulada. O plano prevê R$ 115,2 bi-

lhões para financiar a agricultura comercial. A presidenta informou que, caso esse crédito seja todo gasto antes do término da vigência do plano, mais recursos serão liberados.

“Não haverá restrição de recursos caso os R$ 115 bilhões não cheguem até o final da safra.” O valor previsto no plano supera o montante destinado ao setor no ciclo 2011/2012, R$ 107,2 bilhões. A taxa de juros de referência das operações foi reduzida de 6,75% para 5,5% ao ano. Dilma ainda destacou a importância da agricultura para o enfrentamento da crise econômica internacional e considerou que não há contradição entre a preservação ambiental e a agricultura comercial. Ela citou dados sobre o crescimento da produção com pouco avanço da área ocupada. “Conseguimos crescer nossa agricultura em 180% e, ao mesmo tempo, ter um crescimento de cerca de 30% da área ocupada. Isso é crucial porque mostra que somos capazes de crescer com uma área relativamente reduzida, mostra que o crescimento não é incompatível com preservação ambiental”, disse acrescentando que o Brasil tem 60% dos biomas florestais intocados, mesmo sendo a maior potência agrícola.

Brasil assina acordo com FAO para investir R$ 3 milhões na agricultura familiar

Políticas públicas brasileiras servirão como exemplo para outros países implementarem seus mecanismos de produção Um convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Organização para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO) destinará R$ 3 milhões para promover um conjunto de ações que fortaleçam a agricultura familiar na América Latina e em países do Caribe. O acordo foi firmado em um seminário internacional sobre o assunto, na esfera do desenvolvimento sustentável, dentro da programação da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para a Sustentabilidade, realizada em junho. As políticas públicas brasileiras, no âmbito da agricultura familiar, vão servir como exemplo para outras nações implementarem seus próprios mecanismos de produção. “As pessoas já veem e querem saber como funciona. Esses países podem adaptar as políticas

públicas que desenvolvemos aqui”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Vargas disse que é de interesse do Brasil que os países envolvidos no convênio desenvolvam programas que estimulem as atividades rurais produtivas como forma de impulsionar o crescimento econômico. “Quando esses países se fortalecerem nas políticas da agricultura familiar nós vamos nos beneficiar com isso. Precisamos que nossos vizinhos entrem em uma rota de crescimento econômico e de inclusão social, como o Brasil vem vivenciando nos últimos anos”, disse. O ministro acredita que a agricultura familiar é a grande alternativa para a erradicação da pobreza no país e no mundo. “O Brasil é o típico caso. Mais de 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira

são produzidos por 4,3 milhões de agricultores familiares que produzem de forma mais sustentável e geram mais trabalho no campo”, explicou Vargas, acrescentando que 74% do trabalho do campo é gerado pelos empreendimentos familiares. Já o diretor-geral da FAO, José Graziano, disse que, a partir do segundo semestre, será incluído, na pauta do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o tema da segurança alimentar. “Há uma relação muito forte entre segurança alimentar e paz. Se a gente olhar os países que têm conflitos, guerras internas, todos eles têm um problema crônico de fome”, observou. Sobre a erradicação da extrema pobreza no país, o ministro Pepe Vargas informou sobre a existência de um esforço para que até 2014 esse desafio tenha sido superado.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

Ceasas

ABASTECIMENTO ALIMENTAR

Ceasas apresentam propostas para Plano de Abastecimento Documento sugere adoção de ações governamentais para desenvolver a segurança alimentar

13 Dirigentes de centrais de abastecimento do Brasil estiveram no Ministério da Agricultura, em junho, para apresentar o Plano Nacional de Abastecimento (PNA). O texto, elaborado por técnicos de várias Ceasas contou também com a participação do secretário executivo do Mapa, José Carlos Vaz e será analisado pelo Secretário de Política Agrícola do Ministério, Caio Rocha. O documento traz um conjunto de propostas de ações governamentais a serem adotadas, visando à promoção e ao desenvolvimento do abastecimento e da segurança alimentar no país. De acordo com a Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento) , o ponto de partida sugerido é a criação de um órgão capaz de articular as ações das centrais e criar uma diretriz estratégica para o abastecimento nacional. Para o presidente da Abracen e da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages, esta é uma grande oportunidade para as centrais de abastecimento e deve revitalizar o setor. O PNA foi escrito por técnicos de várias centrais de abastecimento, entre elas, a do Acre, do Ceará, de Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, incluindo a Ceasa Campinas e Ferbrás. Os artigos abordam temas de interesse do setor, como rastreabilidade dos produtos hortícolas, adequação de embalagens e capacitação de agentes. Cada texto mostra um panorama da situação atual do assunto no Brasil e no mundo e apresenta propostas de ações para o desenvolvimento do tema no PNA. Também participaram da redação desses artigos Altivo Cunha, representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Chile e Newton Júnior, gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Conab. Enquanto o primeiro propõe a criação de uma Secretaria Nacional de Abastecimento, vinculada ao Mapa, para gerir o PNA, o segundo propõe a adoção do Sistema de Informações de Mercados de Abastecimento do Brasil (Simab) por todas as centrais de abastecimento do país, para facilitar o entendimento do mercado.


14

Agrícola

julho de 2012

U$ 2 bilhões por ano, a busca dos cientistas não dá sinais de enfraquecimento, mesmo com os sucessivos reveses. “Muitas pessoas não tomam café porque não querem sentir os efeitos estimulantes da cafeína e, ao mesmo tempo, acham o gosto do café artificialmente descafeinado ruim”, disse Mazzafera. Isso ocorre porque os processos existentes atualmente para extrair a cafeína removem também outras substâncias do café, como os ácidos fenólicos e clorogênicos. E essas substâncias são importantes para garantir não somente o aroma e o sabor da bebida como também seu efeito antioxidante. “Se conseguirmos criar uma variedade de café sem cafeína que mantenha as demais características do C. arabica, muito mais gente vai passar a tomar café”, opinou Mazzafera.

Agência Fapesp

H

á mais de 20 anos, o pesquisador Paulo Mazzafera tenta criar uma variedade de café naturalmente sem cafeína e viável de ser cultivada em escala comercial. O trabalho foi destacado na revista Nature do dia 15 de março deste ano. Em dois momentos, Mazzafera, professor titular do Departamento de Biologia Vegetal do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegou a acreditar que havia alcançado seu objetivo. O primeiro foi em 2004, quando em parceria com Maria Bernadete Silvarolla, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), descobriu algumas plantas originárias da Etiópia que, graças a mutações naturais, eram livres de cafeína. Como as plantas eram da espécie Coffea arabica, considerada a de melhor sabor e maior valor comercial, a descoberta parecia promissora. Em publicado na Nature em 2004, o grupo descreveu que as variedades etíopes tinham uma alteração na etapa final do processo bioquímico que transforma a teobromina – substância diurética e levemente estimulante – em cafeína. “Ficamos extasiados. Sabíamos que as plantas encontradas não eram muito produtivas, mas sendo C. arabica achávamos que seria fácil fazer cruzamentos e transmitir essa característica (a ausência de cafeína) para cultivares mais produtivos”, disse Mazzafera. Mas não foi tão simples assim, pois os cruzamentos faziam com que os descendentes recuperassem sua capacidade de sintetizar a cafeína. A equipe do IAC ainda não perdeu a esperança e mantém a linha de pesquisa com coordenação de Silvarolla. Mazzafera decidiu tentar uma nova abordagem: tratar sementes de C. arabica – de uma variedade comercial conhecida como Catuaí Vermelho – com substâncias capazes de alterar o DNA da planta. Em uma pesquisa financiada pela Fapesp, entre 2006 e 2008, quase 30 mil sementes foram expostas a dois agentes mutagênicos – azida sódica e metano sulfonato de etila –, na esperança de que o gene responsável pela síntese de cafeína fosse afetado em alguma delas. Entre milhares de plantas analisadas, cinco mostraram ser boas candidatas e Mazzafera, mais uma vez, achou estar perto de alcançar a meta. “Fiquei empolgado, pois havia obtido uma variedade potencialmente muito produtiva, como o Catuaí, e sem cafeína.”

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Novas pesquisas

CAFÉ Pesquisador tenta criar variedade de café naturalmente descafeinado

Mas durante os primeiros testes o pesquisador notou que as flores da planta mutante abriam antes da hora, deixando-a mais suscetível a receber pólen de variedades com teor normal de cafeína. “A polinização cruzada acaba restaurando o teor de cafeína. Para evitar isso, seria preciso isolar a plantação em um raio de 2 quilômetros, o que seria inviável”, contou. A equipe sequenciou o gene da cafeína sintase na planta mutante e verificou que ele estava normal, mas tinha pouca expressão. “Provavelmente, atingimos um fator de transcrição, ou seja, um gene que con-

trola a expressão do gene da cafeína sintase e também controla algum gene relacionado à abertura das flores”, explicou Mazzafera. Alternativa transgênica

Há três anos, a equipe tenta corrigir o problema por meio de novos cruzamentos. Paralelamente, busca entender melhor o funcionamento do fator de transcrição afetado pelos mutagênicos. “Temos dois bons candidatos. Vamos silenciar esses genes em uma planta normal para comprovar se, de fato, eles controlam tanto a síntese de cafeí-

na como a abertura das flores. Uma segunda etapa seria fazer com que eles controlassem apenas a síntese de cafeína”, explicou Mazzafera. Ainda que obtenham sucesso, os pesquisadores teriam de vencer o tabu relacionado ao consumo de alimentos transgênicos para transformar o resultado da pesquisa em um produto de valor comercial. Grupos de outros países também tentaram, sem sucesso, desenvolver uma planta de café descafeinada por meio de engenharia genética, como apontou a reportagem da Nature. Como o mercado de descafeinados movimenta cerca de

Enquanto isso não ocorre, o pesquisador se dedica também a melhorar o processo de transformação da cana-de-açúcar em biocombustível. Mazzafera estuda fatores ambientais que influenciam a síntese de lignina na planta. “Um dos fatores que dificultam a transformação do bagaço da cana em etanol de segunda geração é a lignina”, explicou. A substância é responsável pela rigidez, impermeabilidade e resistência dos tecidos vegetais, mas também dificulta a fermentação da celulose. “As plantas não sobrevivem sem lignina, mas talvez seja possível modificar a substância ou reduzir seu teor. A ideia é tornar o bagaço mais digerível para os microrganismos ou tornar mais fácil a extração da lignina por outros processos químicos”, disse Mazzafera. Em outro projeto recentemente aprovado em uma chamada da Fapesp e da Agilent Technologies, Mazzafera e sua equipe vão estudar como a variação de temperatura e as altas concentrações de dióxido de carbono na atmosfera influenciam a síntese de lignina em duas espécies de eucalipto. “A Eucalyptus globulus, nativa de regiões frias, tem um rendimento maior de celulose do que a Eucalyptus grandis, espécie que existe no Brasil. De alguma forma o clima altera a estrutura da lignina da planta. Nosso objetivo é fazer com que a E. globulus consiga se adaptar a climas mais quentes, o que interessa ao mundo inteiro no atual contexto de aquecimento global”, disse.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

15

Agrícola

Brasil será o maior mercado consumidor de café em 2012 O Brasil deve se tornar o maior consumidor mundial de café até o fim deste ano, desbancando os Estados Unidos, que ocupa o posto desde o final do século 19. Para que as estimativas da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) se confirmem, é preciso que o país mantenha o ritmo de crescimento de consumo na faixa de 4% a 5% ao ano e que esse índice mantenha a tendência de estagnação nos EUA.Apesar de estar em segundo lugar no ranking dos mercados consumidores, o Brasil é o maior produtor mundial do grão. Em 2011,

o consumo interno foi de 19,7 milhões de sacas, com crescimento de 3,11%, ante 1,5% da média mundial. Os números representam uma mudança no foco da produção nacional, que costumava exportar os grãos de melhor qualidade. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Café do Espírito Santo, Sérgio Brambilla, a estabilidade econômica e o aumento do poder aquisitivo da população são alguns dos itens que explicam o aumento do consumo no Brasil. “A exposição de boa variedade em gôndolas de supermercado e o movimento

da implantação de microtorrefadoras em solo nacional, também ajudaram nesse processo”, afirma. Dados da Abic mostram que o hábito de consumir o café fora de casa cresceu cerca de 307%, graças ao número de cafeterias, que chegou a 3,5 mil unidades no país. “As indústrias estão investindo na melhoria da qualidade do produto e o consumidor está reagindo a esta oferta diferenciada, como cafés Tradicionais, Superior e Gourmet. A população está conhecendo a diversidade, consumindo-a e ficando mais exigente”, analisa Brambilla.

TECNOLOGIA

TIPO EXPORTAÇÃO

Embrapa patenteia técnica para modificar genes em café

Café participa com 7,1% nas vendas externas do agronegócio

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) patenteou uma técnica que promete aprimorar e agilizar o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas de café com frutos de melhor qualidade e preços mais competitivos. O Brasil é o maior produtor mundial, com 36% do mercado global, e o segundo maior consumidor do produto. A patente foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com o nome de “Composições e métodos para modificar a expressão de genes de interesse”. A técnica se baseia no estudo de uma parte do gene, denominada promotor, que é respon-

sável pela definição de onde, quando e em que condições as características desejadas vão se manifestar na planta. O objetivo é selecionar os promotores de interesse e disponibilizá-los em um catálogo de promotores para as instituições de pesquisa brasileiras. Atualmente, para se desenvolver uma planta modificada geneticamente, os cientistas normalmente utilizam promotores constitutivos. Isso significa que o gene que foi inserido no transgênico vai se manifestar em todas as partes da planta, em todas as etapas do desenvolvimento e independentemente das condições externas. Nessa situação, a

planta gasta energia produzindo excessivamente uma proteína que não é necessária na planta inteira e o tempo todo. A nova tecnologia permite que o gene que foi inserido se expresse apenas no endosperma - tecido de armazenamento que garante a nutrição do embrião em desenvolvimento - do fruto, a parte consumida do grão da planta transformada. “Isso é útil para a introdução de características relacionadas à qualidade nutricional, características organolépticas (sabor, aroma, textura), por meio da alteração especificas no grão de café”, informa Luiz Filipe Pereira, pesquisador da Embrapa Café.

As vendas externas do café representaram US$ 3,2 bilhões em divisas, de janeiro a junho de 2012, com participação de 7,1% do total exportado pelo agronegócio. O café está na quinta colocação na pauta das exportações brasileiras desde 2007. O volume embarcado no semestre teve uma redução de 23%, de 11,1 milhões de sacas de 60 quilos, ante 14,5 milhões de sacas no período de 2011. As vendas ficaram em US$ 2,83 bilhões, recuo de 22% em relação ao período anterior que foram US$ 3,63 bilhões. O resultado faz parte do Informe Estatístico do Café publicado mensalmente pelo Ministério da Agricultura. De acordo com o relatório, o volume embarcado do café verde, que representa 88% do total das exportações do grão, registrou US$ 2,83 bilhões. O principal comprador desse produto continua sendo a Ale-

manha, seguido dos mercados americano, italiano e japonês. Já o café solúvel contribuiu com 11% dos embarques e registrou US$ 317 mil no primeiro semestre deste ano. Os principais importadores são a Rússia, Estados Unidos e Japão. O torrado e moído (US$ 9 mil) e extratos e concentrados de café (US$ 13,7 mil), correspondem a 1% do total vendido, principalmente, em mercados como do Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Itália. O segundo levantamento de produção de café arábica e conilon para a safra 2012, divulgada em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento, indica que o País deverá colher 50,45 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, em uma área de 2,1 milhões de hectares. O consumo brasileiro de café está estimado para 2012 em 20,4 milhões de sacas.


16

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

julho de 2012

17


16

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

julho de 2012

17


18

julho de 2012

Estância Alto da Serra recebe grandes nomes da música Estabelecida numa área de 250 mil metros quadrados cercada pela Mata Atlântica, a 20 quilômetros de São Paulo - em São Bernardo do Campo - a casa noturna Estância Alto da Serra vai além de receber baladeiros que viram a madrugada ao som de música sertaneja e pagode. A infraestrutura oferecida é a de um verdadeiro complexo de entretenimento, com capacidade para a realização de grandes eventos com qualidade de serviço e bom atendimento. Com oito mil metros quadrados e capacidade para cinco mil pessoas sentadas ou doze mil pessoas em pé, a Arena é o local onde acontecem os shows.

Os ambientes da Estância Alto da Serra são versáteis e permitem a realização de festas particulares, confraternizações familiares, treinamentos empresariais, convenções e casamentos. Adegas, lojas, cafeteria, telões, auditórios, espaços gastronômicos, uma extensa carta de vinhos e a proximidade com a natureza, promovem um espaço agradável e completo. A casa segue os conceitos de acessibilidade, dispõe de estacionamento e oferece segurança aos clientes. Próximos eventos Boi no Rolete - 22 julho - 11h R$ 29,00 por pessoa R$ 10,00 Criança de 4 a 10 anos Charlie Brown Junior 11 de agosto – 21h Preço: PISTA R$40,00

Rodeada pelos camarotes, já recebeu grandes nomes da música brasileira como Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano, Victor & Léo, Bruno & Marrone, Roupa Nova, Jorge & Mateus, João Bosco & Vinicius, Michel Teló, Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Exaltasamba, Claudia Leitte, Inimigos da HP, Zeca Pagodinho e Dudu Nobre. A banda americana de country rock Creedence Clearwater Revival também já se apresentou no local. No dia 14 de julho, a cantora Paula Fernandes (foto) lotou a casa, interpretando canções do seu novo disco, Meus Encantos.

Publicação da Embrapa discute rumo da agroindústria de alimentos As principais tendências e perspectivas relacionadas às tecnologias de alimentos, que podem contribuir com a melhoria da qualidade do que é oferecido ao mercado pelas empresas do setor, é o principal tema de uma das mais recentes produções editoriais da Embrapa Informação Tecnológica realizada em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Guaratiba/RJ), responsável pela organização do conteúdo. O livro “Tecnologia de Alimentos e Inovação: tendências e perspectivas” reúne as tecnologias desenvolvidas especialmente para o setor, entre as quais as não-térmicas ou as mais e�icientes na aplicação de calor, abrangendo alta pressão, pulsos elétricos, tratamento ôhmico, luz pulsante, irradiação, tecnologias de membranas, entre outras. Também são apresentadas técnicas pós-colheita e de processamento mínimo, bem como tendências em métodos usuais, como processos térmicos e secagem. Ao �inal, é feita uma análise sobre o impacto desses novos métodos de processamento de alimentos no que diz respeito ao mercado consumidor. Para que o Brasil consolide sua posição de produtor, consumidor e exportador de alimentos é necessário que garanta a inocuidade e a segurança dos alimentos, alerta a publicação.

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Serviço: Endereço: Estrada Névio Carlone, nº 3 – Riacho Grande – São Bernardo do Campo - Altura do km33 da Estrada Velha de Santos Telefone: (11) 4101.5000 Funcionamento: sexta-feira, sábado e domingo (intercalados) Forma de pagamento: Todos os cartões e dinheiro

www.estanciaaltodaserra.com.br

MDA quer inserir agricultura familiar no mercado de gastronomia Agência Brasil

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) assinou no dia quatro de julho protocolo de intenções com o chef de cozinha Alex Atala para promover o fortalecimento da comercialização de produtos da agricultura familiar. Atala vai ajudar o ministério a ampliar a participação desses produtos no mercado gastronômico nacional. A parceria deve aumentar também a comercialização dos itens da agricultura familiar na rede varejista. “Queremos mostrar para o mercado gastronômico que a agricultura familiar tem excelentes produtos a preços acessíveis. Faremos a aproximação entre o produtor e o consumidor. A proposta vai dinamizar a economia local”, a�irmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. De acordo com Pepe Vargas, não há repasse de recursos na parceria. “O Alex Atala já é uma pessoa com visão de fortalecimento dos produtos da agricultura brasileira. Tem uma identidade com os produtos e já trabalha com eles. Vai nos ajudar a quali�icar e capacitar esses produtores”, disse o ministro. Cerca de 500 cooperativas e associações cadastradas na Rede Brasil Rural podem ser favorecidas. Ao total, mais de 200 mil agricultores familiares participam da rede.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

19

Qualidade

Pesos e medidas para frutas e hortaliças Anita de Souza Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Frutas e hortaliças frescas são alimentos especiais e a sua melhor qualidade acontece no momento da colheita. Todos os esforços pós-colheita apenas conseguem conservar a qualidade da colheita e retardar a senescência do produto. Como não existe transformação industrial entre a produção e o consumo, o seu fabricante é o próprio produtor. A comercialização das frutas e hortaliças frescas é uma corrida contra o tempo. No momento da colheita, o conteúdo de água das frutas e hortaliças está entre 85 e 95%, dependendo do produto. Depois da colheita cessa o abastecimento de água pelas raízes da planta. O metabolismo das frutas e hortaliças frescas é intenso nas condições normais de comercialização, no atacado e no varejo. Elas continuam vivas, respirando, transpirando, perdendo água, frescor, turgescência. Alguns produtores estão investindo na construção de sua marca. A marca é a promessa da empresa de atender às expectativas dos seus clientes, pois cria uma relação forte, estável e de longa duração entre a empresa e o seu cliente final, além de fortalecer o produtor na negociação com as grandes

corporações. O investimento na construção da marca exige um grande investimento na melhoria e garantia da qualidade e na diferenciação do produto. Cada unidade precisa portar uma identificação que a diferencie na gôndola do varejo e que permita o seu reconhecimento pelo consumidor e que garantirá também a sua rastreabilidade até o local de produção. A Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002, aprovou o Regulamento Técnico Metrológico, estabelecendo a forma de expressar o conteúdo líquido a ser utilizado nos pro-

Frutas no Japão

Relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, publicado em 2010, traz dados da fruticultura japonesa

dutos pré-medidos, que exige a colocação da indicação quantitativa do conteúdo líquido dos produtos pré-medidos na rotulagem. As empresas, que utilizam uma proteção especial para diferenciar o seu produto e para proteger a sua marca, estão sendo autuadas por não portar indicação quantitativa, pela não obediência ao disposto nos artigos 1º e 5º, da Lei no 9933/1999, c/c o Item 14 da Regulamentação Metrológica, aprovada pela Resolução Conmetro n º 01/1988 e subitem 3.1 do RTM, aprovado pelo Art.

1º da Portaria Inmetro n 1º 157/2002. A diversidade de tamanhos e formatos é grande e própria da produção de frutas e hortaliças frescas. Cada produto, na sua colheita, tem massa e características próprias que afetarão o seu desempenho pós-colheita. A uniformidade e a homogeneidade rigorosas são impossíveis num processo biológico de produção. O alto conteúdo de água do produto e as condições de baixa umidade relativa na pós-colheita aceleram e tornam impossível a previsão da perda de água e de massa.

Relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, publicado em 2010, mostra alguns dados interessantes. O Japão é um grande mercado para as frutas e os seus consumidores gastam US$ 10 bilhões por ano, em preços de atacado, adquirindo frutas frescas e preservadas, Os EUA, segundo maior exportador de frutas para o Japão exportou, em 2009, US$ 440 milhões, o que corresponde a 10% da exportação americana de frutas. A demanda por frutas no Japão parece estar diminuindo, assim como a sua população de 127 milhões. O consumo de frutas como citros e maçã está declinando e o de frutas menos tradicionais, como o mirtilo, está crescendo. A produção de frutas caiu 20%, quando comparadas às médias dos anos de 1994-1996, com as de 2004-2006. A fruta de maior produção é a unshu (tangerina Satsuma), seguida por maçã, melão, pera, uva, morango e pêssego. A área plantada com estas frutas vem caindo. A cereja é a única fruta que apresenta crescimento da

área plantada. A quantidade de frutas e nozes importadas pelo Japão cresceu 9% entre os períodos de 1994-96 e 2006-06. O Japão não tem áreas extensas adequadas para o cultivo de frutas tropicais e a alta umidade é uma barreira à produção de frutas. As bananas são as frutas de maior volume, seguida pelos citros. As Filipinas são a principal origem das frutas importadas (40% do valor em 2008), seguida pelos EUA (25%) A produção de frutas no Japão enfrenta problemas estruturais: alta proporção de agricultores idosos poucos jovens, infraestrutura de produção ineficiente e escassez de liderança agrícola. O Censo de 2005 levantou 300 mil propriedades agrícolas que produzem frutas. Destas, apenas 48 mil foram classificadas como ‘business farms’, propriedades que mais de 50% da renda do proprietário vem da atividade agrícola e que pelo menos um dos membros da família gastou mais de 60 dias de serviço nas atividades agrícolas.

É imprescindível que o Inmetro determine que as frutas e hortaliças frescas, na venda ao consumidor, independente do tipo de embalamento, sejam pesadas e medidas na presença do consumidor, não sendo enquadradas como itens pré-medidos. O Brasil precisa também criar, a exemplo de outros países, uma regulamentação especial de pesos e medidas para as frutas e hortaliças frescas, tendo em vista as suas peculiaridades. As câmaras setoriais de fruticultura e de hortaliças do Ministério da Agricultura reúnem representantes de todos os agentes de produção e de comercialização com o objetivo de definir estratégias e ferramentas conjuntas de melhoria. A criação de um grupo de trabalho de pesos e medidas, com o apoio do Inmetro, com representantes das duas Câmaras, é o melhor caminho para a construção de um ‘Regulamento de Pesos e Medidas para Frutas e Hortaliças Frescas’, calcada na realidade brasileira e nas características especiais das frutas e hortaliças frescas, sem perder de vista a missão do Inmetro: ‘Prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País’.

QUALIDADE

Produtores de batata criam fundação para divulgar benefícios do alimento Os produtores e transformadores de batata, nos Estados Unidos e no Canadá, se juntaram e criaram uma fundação científica para divulgar os benefícios do produto, em parceria com organizações de profissionais de saúde. A associação mantém médicos, nutricionistas, educadores e outros profissionais de saúde, informados sobre as mais recentes pesquisas e conhecimentos sobre a nutrição, consumo e disponibilidade da batata.


20

Qualidade

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

RASTREABILIDADE

A rotulagem e a Covisa

A melhoria das condições higiênico-sanitárias e de garantia de rastreabilidade na Ceagesp paulistana é um dos projetos prioritários para a Covisa (Coordenadoria de Vigilância Sanitária do Município de São Paulo), tendo em vista sua importância no abastecimento local. As empresas que recebem a �iscalização do órgão são autuadas por três razões principais:

De paladar exótico os cogumelos trazem diversos benefícios à saúde e têm poucas calorias

Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os cogumelos que consumimos são corpos de fruti�icação de fungos, que crescem sobre o solo. Existem milhares de tipos de cogumelos cultivados e selvagens, comestíveis ou não. Os cogumelos são alimentos reverenciados pelas culturas asiáticas por seus bene�ícios à saúde, há milhares de anos. Os faraós do Egito, 4600 anos atrás, restringiram o consumo de cogumelos à realeza. Eles acreditavam que os cogumelos eram o caminho da imortalidade. Em muitos países do mundo existem rituais que utilizam cogumelos para conseguir força sobre humana e para encontrar objetos e o reino dos deuses. Os cogumelos fazem parte do grupo nutricional das hortaliças, mas podem fazer parte do grupo das carnes, feijões e cereais. São alimentos de baixa caloria, livres de gordura e de colesterol, com teor de sódio muito baixo, ricos em nutrientes muito importantes como selênio, potássio, ribo�lavina, niacina, vitamina D e B. Eles possuem alto conteúdo de proteína – 2 a 3%. O cogumelo seco possui conteúdo de proteína semelhante à carne – 20 a 30%. A produção e o consumo mundial de cogumelos estão crescendo e giram em torno de 3 milhões de toneladas e 10 bilhões de dólares. O abastecimento de cogumelo nos Estados Unidos cresceu de 111 milhões de quilos (20% importado) em 1969, para 507 milhões de quilos em

Cogumelo

pode substituir carne? 2009 (29% importado) – um crescimento de 357%, enquanto a população cresceu 51% de 204 para 309 milhões de habitantes. A organização dos produtores americanos é uma das grandes responsáveis pelo aumento de consumo -cinco vezes maior que o da população. Em 1941 foi criado o Instituto Americano de Cogumelo no estado da Pensilvânia, com o objetivo de promover o consumo de cogumelos através de pesquisa, propaganda, publicidade, educação do consumidor e relações com o governo. Em 1985 foi criado a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo para promover a venda de morangos nacionalmente. O Comitê de Promoção e Desenvolvimento do Cogumelo foi criado em 1993, por solicitação dos produtores de cogumelo, ao Ministério da Agricultura dos EUA, e é sustentado pelo recolhimento de uma taxa por caixa de cogumelo comercializada, estabelecida pelos próprios produtores. O relatório do seu desempenho em 2011 e os seus planos para 2012 podem ser encontrados em http://mushroomcouncil.org/wp-content/ uploads/2012/05/2011-Annual-Report-Audit-Report.pdf. A “Lei de promoção de produtos agrícolas” é a lei federal, nos Estados Unidos, que garante o estabelecimento e operação de um programa de promoção de um determinado produto agrícola e que inclui uma combinação de atividades de promoção, de pesquisa e de informações de produção e consumo, geren-

ciado pelos produtores e seus primeiros compradores, mantida com recursos originários de contribuições acertadas na sua criação de produtores e processadores, sob supervisão do Ministério da Agricultura. Agora o Comitê de Promoção e Desenvolvimento de Cogumelos está incentivando os consumidores a substituírem uma parte da carne por cogumelo, na sua alimentação O cogumelo é uma opção mais saudável e mais barata que a carne. Hamburgers podem ser feitos com uma mistura de 50% carne e 50% cogumelos. Cogumelos são baixos em calorias e cheios de nutrientes e oferecem a textura o e os abro da carne por um preço mais baixo. É só visitar o site www.mushroominfo. com/mushroom-swapability e você encontrará muitas receitas de como melhorar e substituir a carne pelo cogumelo em suas receitas. O Brasil precisa se estruturar para permitir a organização dos seus produtores em comitês de promoção e desenvolvimento por produto. Esses comitês podem e devem proporcionar ao segmento da produção agrícola a assunção da coordenação de cada cadeia de produção hortícola: orientar a pesquisa para a direção correta, indicar a orientação correta das ações de defesa agropecuária, estabelecer as ações de marketing (em seu sentido mais amplo de preparação de um produto para o mercado, incluindo o estabelecimento de normas e padrões em toda a cadeia, a propaganda e a orientação ao consumidor).

1. Não apresentam a documentação legal que toda empresa de comércio de alimentos deve portar; 2. A limpeza e organização do ambiente não estão adequadas e podem causar a contaminação dos alimentos; 3. Falta de rastreabilidade dos alimentos comercializados.

A garantia da segurança do alimento e da sua rastreabilidade são obrigações do seu fornecedor: produção, atacado, varejo e serviço de alimentação. A rastreabilidade permite a identi�icação rápida do responsável, das causas do problema e a solução do problema e a prevenção de futuros problemas. A garantia da rastreabilidade exige a organização burocrática das operações de compra e venda e o investimento na melhoria da qualidade e preparação na produção. O comerciante precisa saber a origem (quem é o produtor, o seu endereço, a data de recebimento do produto) e o destino (quem é o comprador, o seu endereço e a data de remessa) do produto. A falta de identi�icação de origem e a mistura de produtos de vários produtores, torna o comerciante o único responsável pelo produto. Problemas como resíduos de agrotóxicos, contaminação microbiológica, caixas inadequadas, passam a ser responsabilidades apenas do comerciante, que pode ser autuado pela Covisa e pelo MAPA. A rotulagem é o primeiro passo para a rastreabilidade. Ela identi�ica o produto, a sua quantidade, a sua origem e o seu responsável. Ela muda a atitude do produtor, que se declara responsável pelo produto no rótulo. A rotulagem é uma exigên-

cia legal obedecida pelos fornecedores de alimentos e outros produtos industrializados. A cadeia de produção de frutas e hortaliças frescas é uma das únicas que ainda não obedecem às exigências legais. Neste quesito, a lei é fácil de ser cumprida, pois rotular é fácil e barato. O rótulo pode ser um carimbo, uma etiqueta colada ou uma impressão na caixa, além de ser legível e de fácil leitura. No rótulo devem constar as seguintes informações:

1. A identi�icação do responsável. Nome do Produtor Endereço completo Inscrição de Produtor na Receita Estadual (se pessoa �ísica) CNPJ da Receita Federal (se pessoa jurídica) 2. As informações sobre o produto. Nome e Variedade Classi�icação Data de embalamento

3. A quantidade do produto. Peso líquido O peso líquido é exigido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) e �iscalizado pelo Ipem ( Instituto de Pesos e Medidas) de cada estado.

A altura das letras e números que indicam o peso líquido no rótulo é determinada pela quantidade do produto na embalagem: • Até 50 gramas - 2 mm • De 50 a 200 gramas - 3 mm • De 200 a 1.000 gramas - 4 mm • Maior que 1.000 gramas - 6 mm . O rótulo pode conter, além das informações obrigatórias, outras informações como a classi�icação do produto e o número de frutos na caixa, o código de barras. Base legal da rotulagem:

Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002, D.O.U. de 20/08/2002 (www.anvisa.gov. br/legis/portarias/157_02_2. htm) Resolução AnvisaRDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, D.O.U. de 23/09/2002. (www.anvisa.gov.br/legis/ resol/2002/259_02rdc.htm)

Mais informações:

Centro de Qualidade em Horticultura Fones: (11) 3643-3827 - 3643-3825 3613-3890 - 3643-3892 e-mail: cqh@ceagesp.com.br


Um jornal a serviço do agronegócio

21

julho de 2012

Linha de semipesados Scania.

RINO COM

A distância entre você e um Scania ficou ainda menor.

Faz diferença ser Scania.

Cabine Scania.

Motores Scania.

• Mais conforto, segurança e visibilidade. • Melhor cabine da categoria.

• Novos motores de 9 litros, nas potências de 250 HP e 310 HP. • Maior torque e maior economia de combustível. • Maior durabilidade e resistência.

Faça revisões em seu veículo regularmente.

JORNAL ENTREPOSTO

Caixa de câmbio automatizada Scania Opticruise (opcional). • Troca de marchas automática ou manual. • Mais economia de combustível e menor desgaste dos componentes do sistema de transmissão.

Guarulhos: (11) 2199-5000 Vendedor Ceagesp - Marcos A. Santos: (11) 9996-6991 - ID 16494*36

Vá hoje mesmo à sua Casa Scania para conhecer a nova linha de semipesados Scania. Mais informações no site www.semipesados.scania.com.br.

SCAN0212-0771_an_semipesados_Sider_CODEMA2_255x348.indd 4

6/14/12 3:58 PM


22

Agrícola

Produtores têm até dia 24 para declarar posse de agrotóxicos obsoletos A campanha de levantamento de agrotóxicos obsoletos no estado de São Paulo, desenvolvida pela CATI (Coordenadorias de Assistência Técnica Integral), Cetesb e entidades do setor privado, teve início em outubro do ano passado e será finalizada neste mês. De acordo com a CATI, até meados de maio foram apresentadas 244 declarações representando em torno de 110,5 toneladas de produtos armazenadas em propriedades rurais de diversas regiões do estado. Para declarar, basta que o produtor rural procure a Casa de Agricultura ou o Escritório de Defesa Agropecuária mais próximos e preencha o formulário de declaração até dia 24 de julho. Agrotóxico obsoleto é aquele cuja fabricação, comercialização e utilização estão proibidas

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Política pública para perecíveis frescos

por Lei no Brasil, em especial os organoclorados. Representantes do governo estadual, indústrias fabricantes, distribuidores, cooperativas, entidades de classe e usuários finais se uniram para realizar uma campanha de levantamento junto aos produtores rurais do estado. O objetivo é obter informações sobre a quantidade de agrotóxicos obsoletos que porventura tenham permanecido armazenados nas propriedades rurais paulistas, após a proibição de uso na década de oitenta. Com base nessas informações, será possível planejar as medidas para retirar esses produtos do meio ambiente rural e dar a destinação final adequada. Mais informações sobre a campanha estão disponíveis no site www.agrotoxicosobsoletos. org.br

Citricultura paulista ganha reforço no combate a doenças A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) assinaram um convênio onde somam as equipes e os trabalhos para atuar na defesa sanitária dos pomares, principalmente no controle de doenças como o cancro cítrico e o greening. Segundo a SAA, a parceria

se dará em trabalhos de verificação das condições dos pomares, por meio de levantamentos amostrais, além de visitas às propriedades e de medidas preventivas voltadas à educação sanitária, com ações de divulgação e conscientização, palestras, cursos e treinamentos. As inspeções serão executadas por funcionários previamente treinados e ocorrerão de forma

amostral em talhões. O resultado será apresentado na forma de relatório, contendo índices que deverão considerar a incidência das doenças no parque citrícola e variáveis como regiões, idade e variedades. “Estamos restabelecendo o convênio que reforça o relacionamento sempre bom que tivemos com o Fundecitrus. É uma união de esforços em benefício da citri-

cultura paulista, com transparência”, disse a Secretária de Agricultura, Mônica Bergamaschi. Para o presidente do Fundecitrus, Lourival Mônaco, a parceria é fundamental para o setor. “Precisamos achar o caminho para trabalharmos juntos e construirmos uma relação de confiança com o produtor. A defesa fitossanitária deve ser incorporada a todos”, afirmou.


Um jornal a serviço do agronegócio

Anita de Souza Dias Gutierrez

As características e a complexidade da cadeia de produção dos produtos hortícolas frescos - frutas, hortaliças, �lores e plantas ornamentais - exigem um tratamento diferenciado, conforme você pode conferir abaixo: • A produção de produtos hortícolas frescos é caracterizada pela fragmentação de produção e de origem: milhares de produtores, áreas pequenas, diferentes regiões produtoras com diferentes épocas de colheita; • O produto hortícola fresco não sofre nenhum processo de transformação depois da colheita. A sua melhor qualidade acontece no momento da colheita. Todos os esforços pós-colheita, só conseguem conservar a sua qualidade;

• Na cadeia de produção de hortícolas frescos não existe um elo coordenador. Na cadeia dos produtos agrícolas industrializados, o agricultor é fornecedor de matéria-prima e a indústria estabelece os padrões para essa matéria-prima, os volumes de compra e a época do

fornecimento; a indústria desenvolve novos produtos, novas embalagens, estuda o mercado consumidor, faz propaganda dentro e fora dos estabelecimentos comerciais, tem sistema de venda e distribuição, SAC, SOC, assessora o comprador e assim por diante, ou seja, a indústria coordena a cadeia, o que de nenhum modo ocorre no caso dos hortícolas frescos, em que não existe um coordenador desta cadeia; • A comercialização é extremamente complicada e geradora de grandes con�litos e insatisfações. Existe grande fragilidade comercial do produtor: inadimplência, ausência de diferenciação de valor por qualidade;

• O produtor não consegue manter a sua identidade, construir a sua marca. Raramente o produtor é recompensado pelo seu esforço de modernização e de melhoria do seu produto.

• É impossível para o produtor individual desenvolver ações de marketing, no seu sentido mais amplo, e de melhoria de tecnologia para o seu produto;

IAC desenvolve ‘superfeijão’ O IAC (Instituto Agronômico de Campinas) desenvolveu um feijão inédito com alto teor de iso�lavona, substância que previne doenças coronárias, crônicas e é usada na reposição hormonal pelas mulheres. O grão com maior teor deste material sempre foi a soja. “No entanto, brasileiro não consome soja diretamente e sim feijão. Por esse motivo a importância do nosso Formoso”, assegura o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato. A nova variedade, denominada Formoso, tem 20% a mais de proteína, se comparada com outras; e cozinha em menos tempo, bastam 20 minutos na panela de pressão e pronto. É também resistente a três das doenças mais comuns que atacam o feijoeiro: antracnose, mancha-angular e fusarium solani. Chiorato informa que a quantidade de iso�lavona encontrada na variedade de feijão Pérola, a mais comum no mercado, é de 0,8 mg/grama. No Formoso chega a 8,92 mg/grama. A explicação da forte presença da iso�lavona no feijão pode estar na resistência ao caruncho e também ao fungo de solo, o Fusarium oxysporum. “Possivelmente, quando trabalhamos nossas variedades para resistir a doenças, podemos aumentar a quantidade de iso�lavona indiretamente”, a�irma. O feijão ocupa 85% das áreas semeadas por leguminosas no mundo, perdendo em importância apenas para a soja e o amendoim. O grão é a principal fonte de proteína da população do Brasil, onde cada habitante consome cerca de 16 quilos por ano.

23

Agrícola

julho de 2012

• A perecibilidade do produto, a colheita trabalhosa e prolongada - que impede ou, no mínimo, atrapalha muito o adequado acompanhamento do processo de comercialização pelo produtor isolado - e a inexistência ou precariedade da cadeia de frio tornam o produtor extremamente frágil em suas relações comerciais; • A concentração do varejo e dos serviços de alimentação em grandes redes e a enorme força do atacado, aliados ao atual forte processo de redução de custos, automação e corte de pessoal, criam uma pressão enorme sobre o produtor;

• A característica mais importante e comum a todos os elos da cadeia de produtos hortícolas frescos é a falta de con�iança. O produtor não con�ia no atacadista, que não con�ia no produtor. O varejista não con�ia no atacadista e o consumidor não con�ia no produto. • A adoção de uma linguagem comum de qualidade (normas de classi�icação) é passo imprescindível para a transparência e con�iabilidade na comercialização;

• A transparência na comercialização não interessa à maioria dos compradores, pois signi�ica perda de poder. A falta de transparência possibilita o repasse da ine�iciência, dos erros de pedido, das perdas no transporte e na gôndola, da troca de embalagem, das más condições de armazenamento. O produtor paga por toda a ine�iciência do sistema;

• Os programas de apoio à exportação são desligados da realidade global da cadeia de produção: procura-se incentivar produção especí�ica para exportação, o que obriga os produtores a custos elevados sem remuneração compatível ou os leva a repetidos fracassos nos mercados externos. O sistema produtivo de hortícolas no Brasil é muito diferente dos sistemas de produção voltados exclusivamente à exportação existentes para frutas, no Chile, e para �lores de corte, na Colômbia e no Equador, em que há rígida coordenação por grandes atacadistas internacionais e não há mercado interno. As tentativas de imitar esses sistemas, como o governo brasileiro tem feito, não têm qualquer chance de sucesso conti-

AGRONOMIA E MEIO AMBIENTE Estude na Faculdade Cantareira

atelier de comunicação

JORNAL ENTREPOSTO

Análises de solo, água e outros serviços:

Graduação

AGRONOMIA (diurno e noturno)

+ Único curso na região metropolitana de São Paulo

+ Corpo docente com mais de 90% de mestres e doutores + 100% de conceitos positivos no MEC

www.cantareira.br/ceatec

Pós-Graduação

(Lato Sensu) nas áreas de: + Agronegócios + Meio Ambiente + Ambiência e Bem-Estar de Animais de Produção + Rastreabilidade e Certificação de Produtos de Origem Animal + Educação Ambiental

Rua Marcos Arruda, 729 - Bairro Belém - SP A 5 km do centro da cidade de São Paulo

11 2790-5900 • www.cantareira.br

nuado; • A pesquisa agronômica é muito desatrelada do espírito de cadeia; ela, em geral, atende às necessidades isoladas de um elo, sem estar atenta às consequências que a nova tecnologia provoca nos demais;

• É impossível para o produtor individual desenvolver ações de marketing, no seu sentido mais amplo, e de melhoria de tecnologia para o seu produto. A maioria dos países desenvolvidos implantou uma política pública especial para a cadeia de produção e de comercialização de frutas e hortaliças frescas. O brasileiro é empreendedor, o nosso comércio interno é grande e está crescendo, o tamanho e a diversidade climática e de solo do país permitem a colheita de frutas e hortaliças durante todo o ano. Existem raros casos de sucesso de associativismo e o cooperativismo na horticultura – produção de frutas, hortaliças, �lores e plantas ornamentais. A nossa condição é muito semelhante a dos Estados Unidos, que desenvolveram, ao longo do tempo, uma política pública de sucesso para o setor.

Cientistas mapeiam genoma do melão Cientistas espanhóis conseguiram mapear o genoma do melão. Com isso, o fruto poderá passar por aprimoramento genético e dar origem a variedades mais resistentes a pragas, com sabor mais doce e amadurecimento precoce. A Espanha é a maior exportadora e a quinta maior produtora de melão. O mapeamento indicou que o melão tem 27.427 genes, dos quais 411 estão relacionados à resistência a doenças. “Os melões têm uma alta capacidade de se adaptar a diferentes ambientes”, disse Pere Puigdomènech, do Conselho Superior de Pesquisas Cientí�icas da Espanha (CSIC, na sigla em espanhol), coordenador do estudo. Os pesquisadores também identi�icaram 89 genes relacionados ao amadurecimento da planta, processo que envolve a formação do sabor e aroma do fruto. Só no processo de produção do carotenos — que dá cor à polpa do melão —, foram mapeados 26 genes. O acúmulo de açúcar envolve outros 63 — sendo que 21 destes nunca haviam sido descritos antes. Com o mapeamento genético completo do melão, os cientistas também conseguiram sequenciar os genomas de sete variedades diferentes do fruto. O trabalho envolveu cientistas de nove centros de pesquisa, públicos e privados. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de 2009 mostram que são produzidas 26 milhões de toneladas de melão todos os anos no mundo.


24

Qualidade

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

O futuro da embalagem de madeira Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Sabrina Leite Oliveira

CQH/ Ceagesp

A embalagem das frutas e hortaliças frescas é uma ferramenta de proteção, movimentação, identificação, exposição do produto e de atração dos clientes. A grande sensibilidade a danos mecânicos, o metabolismo pós-colheita intenso das frutas e hortaliças frescas tornam a escolha da embalagem ainda mais importante na conservação da sua qualidade. As ações recentes da prefeitura no combate ao comércio ilegal de caixaria, nas ruas vizinhas da Ceagesp paulistana, e a fiscalização da Covisa nas empresas atacadistas exigindo caixas de madeira limpas assustaram todos os usuários de caixa de madeira: produtores e comerciantes. As caixas de madeira são utilizadas no mundo todo no embalamento de frutas e hortaliças frescas, como embalagens descartáveis. Muitas das frutas importadas chegam embaladas em caixas de madeira muito atraentes, leves, claras, lisas. Podemos ter caixas boas e ruins de qualquer tipo de matéria prima. A competição entre fabricantes de embalagens de diferentes matérias primas: madeira, papelão, cartão, plástico e outros é necessária para que não fiquemos reféns da flutuação de preço do petróleo ou da celulose no mercado internacional e para caixas de boa qualidade estejam disponíveis com bom custo-benefício. No Brasil começamos com a caixa K, a caixa já utilizada para o transporte das latas de querosene, antes da chegada da eletricidade à roça. A caixa K e o engradado são caixas reutilizáveis. Cada viagem da caixa é feita para um diferente produtor e produto. A sua fabricação é a mais rudimentar possível: madeira sem secar, serras grosseiras e baixíssimo aproveitamento da madeira. Elas são ásperas, pesadas, machucam o produto e são vetoras de problemas fitossanitários e DTAs – doenças transmissíveis por alimentos. O frete pago por caixa, a falta de balança funcionando nas estradas, a revenda das caixas pelos transportadores aos produtores, a facilidade de aquisição, mantém o comércio das caixas

reutilizáveis. Um caminhão com mil caixas carregará quatro mil quilos só de caixas K ou mil quilos só de caixa de papelão ou plástico. A capacidade de sobrevivência destas caixas, contra qualquer lógica, impressiona. A caixa M é uma caixa proprietária, retornável, pesada, mais lisa, com qualidade de fabricação um pouco melhor. Ela exige dos seus proprietários o controle e o reparo das caixas e dos compradores, clientes dos atacadistas, 1,5 horas todos os dias, organizando e devolvendo caixas. Um caminhão com mil caixas de caixa M, carrega seis toneldas só de caixa, seis vezes que um caminhão de mesma capacidade com caixas de papelão ou plástico. A caixa Torito é também uma caixa de madeira proprietária, retprnável, utilizada principalmente para banana e os cantos dos seu suporte lateral machucam o fruto. A solução para as caixas retornáveis será a implantação do centro logístico de caixas, que tira do usuário a responsabilidade pela administração do retorno, armazenamento e higienização da caixa vazia. Estas caixas de madeira, reutilizáveis ou retornáveis não obedecem à legislação federal ou municipal:

• As embalagens de madeira devem ser caracterizadas como descartáveis. Não existe tecnologia que permita a sua limpeza e higienização, conforme a lei exige para as embalagens retornáveis. • Elas não atendem às exigências da lei de identificação do fabricante da embalagem com, no mínimo, a sua razão social, o número do CNPJ e o endereço. • A sua fabricação não atende às Boas Práticas exigidas para as embalagens que transportam alimentos.

• O fabricante não informa e garante as condições apropriadas de uso, como peso máximo, capacidade de empilhamento, e condições de manuseio. • As suas medidas externas não são submúltiplas de 1,00 X 1,20 m, não são paletizáveis.. • Elas não atendem às exigências de rotulagem.

Hoje duas leis tratam das embalagens de frutas e hortaliças frescas. A Instrução Normativa Conjunta SARC/Anvisa/ Inmetro Nº 009, de 12 de novembro de 2002 é do governo

federal e a Lei nº . 14.264, de 6 de fevereiro de 2007 do município de São Paulo. Elas são muito parecidas. A lei municipal é mais complexa e coloca os primeiros agentes de comercialização, atacadistas e varejistas, como solidariamente responsáveis pelo recolhimento e reciclagem das caixas e de outros tipos de embalagens descartáveis e pela higienização das caixas retornáveis, após cada ciclo de utilização. A lei municipal comete um erro grave quanto exige, para a embalagem de madeira, o tratamento fitossanitário exigido para as caixas e paletes de madeira que se destinam à exportação. Este tratamento fitossanitário é um serviço de prevenção de disseminação de uma praga de madeira, conhecida como besouro chinês. O serviço só pode ser feito por empresas credenciadas e sob um rigoroso controle pelo Ministério da Agricultura. O tratamento é feito com brometo de metila, que será totalmente proibido em 2014 e por tratamento térmico que eleva a temperatura da madeira a 56º C. O tratamento só é exigido para madeiras de espessura superior a 6 mm. A temperatura de 56º C não é suficiente para exterminar os microorganismos, responsáveis

por DATS – Doenças Transmissíveis por Alimentos. O tratamento não limpa a caixa, nem as higieniza. A situação atual exige calma, programação de mudança e ação política. • A caixa de madeira não está proibida. Ela precisa estar limpa e obedecer às outras exigências da lei. • A caixa de madeira é descartável.

• A caixa de madeira pode ser uma ótima de opção de embalagem de frutas e hortaliças como acontece em muitos países desenvolvidos. • A implantação do Centro Logístico de Caixas é a solução para a gestão das caixas retornáveis e para o encaminhamento para reciclagem das caixas descartáveis. • É preciso programar a mudança das atuais caixas de madeira para outras caixas: madeira, papelão ou plástico.

• O artigo 3º e os seus parágrafos 1º e 2º precisam ser retirados da Lei Nº 14.264 do Município de São Paulo.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio

julho de 2012

25


26

Transporte

julho de 2012

Sinotruk

apresenta nova família de pesados A7

Caminhões chineses chegam para atender a categoria Premium e começam a ser vendidos em setembro A Sinotruk Brasil, importadora dos veículos de carga da chinesa CNHTC, apresentou no dia 10 de julho a nova família de pesados Howo A7. Desde 2010 comercializando a linha Howo nos pontos brasileiros, a empresa segue com o objetivo de consolidar a marca no mercado nacional. Os novos caminhões desenvolvidos para aplicações rodoviárias pesadas, como as composições articuladas (bitrem, rodotrem ou treminhão), atendem ao transporte de longa distância, distribuição e fora de estrada.

Os cavalos mecânicos estão disponíveis nas versões 4X2, 6X2 e 6X4 e os veículos podem ser equipados com transmissão manual de 12 ou 16 velocidades ou automatizado de 16 velocidades. Equipados com motor Sinotruk (Euro V) de 12 litros e com potências de 380, 420 e 460 cavalos, os veículos possuem freios a disco nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras. O freio motor EVB possui alta capacidade de frenagem, reduzindo o desgaste dos componentes do sistema de freios. A eficiência ambiental da nova família A7 se deve aos motores de gerenciamento eletrônico que proporcionam alto rendimento e baixos níveis de emissões. A pintura das cabines também segue padrões de sustentabilidade e utiliza tintas a base de água técnica que não eliminam produtos nocivos no meio ambiente. No quesito conforto, os ve-

ículos são providos de piloto automático, volante regulável em inclinação e profundidade, sistema de ventilação interna e ar condicionado. A cabine ergonômica é equipada com suspensão a ar com quatro pontos de ancoragem, além de amortecimento lateral. A versão teto alto possui duas camas de série. O painel de instrumentos sai de fábrica com iluminação do tipo LED, o assento do motorista vem com suspensão a ar e o sistema de som com entrada USB. O piso semi-plano promete mais espaço interno. “Os caminhões A7 tem como missão garantir ao transportador melhor desempenho, economia, conforto e baixo níveis de poluentes”, afirma Joel Anderson, diretor geral da Sinotruk. Nas lojas a partir de setembro, os preços sugeridos são: R$ 270 mil para o 4×2, R$ 310 mil para o 6×2 e R$ 340 mil para o 6×4.

Expansão Em abril deste ano, a Sinotruk Brasil anunciou joint-venture com a CNHTC e declarou que a conclusão da fábrica em Lages (SC) está prevista para janeiro de 2014. Segundo Joel Anderson, o investimento na construção é de R$ 300 milhões. “Trazer uma marca chinesa para o Brasil é como quebrar um paradigma”, afirma o diretor. Com o objetivo de atender toda a América do Sul, a fábrica vai gerar cerca de 1.100 empregos diretos. Em regime CKD, os primeiros caminhões devem ficar prontos em junho de 2014. O plano de expansão da Sinotruk Brasil inclui, ainda, a abertura de mais 27 pontos de venda até 2014, mais investimentos na capacitação do corpo técnico e concessionários, além do desenvolvimento de peças com fornecedores brasileiros.

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

27

Fórmula Truck

PAULO FERNANDO

Disputa segue equilibrada

Vitória em Interlagos garante liderança da equipe MAN Latin America Debaixo de chuva e com uma pista muito escorregadia, Adalberto Jardim superou uma corrida repleta de dificuldades e manteve a liderança do Campeonato Brasileiro e Sul-Americano de Fórmula Truck, após a etapa de Interlagos, no dia 8 de julho. O time da MAN Latin America lidera a competição com 168 pontos (12 à frente da vice-líder) no torneio nacional e com 120 (14 de vantagem) no continental. Um dos destaques da prova, o piloto da equipe terminou em terceiro a corrida de São Paulo com seu caminhão Volkswagen Constellation. Com o resultado, o piloto saltou para o quarto lugar no Sul-Americano, com 39 pontos, 17 atrás do líder – 32 pontos estarão em jogo, já que falta apenas a etapa de Córdoba, na Argentina, em setembro, para definir o campeão. A temporada 2012 do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck tem se notabilizado pelo equilíbrio. Cumpridas cinco das 10 etapas, a classificação traz pilotos que utilizam quatro marcas distintas de caminhões nas quatro primeiras posições. Na caça ao título do Sul-Americano, composto por quatro etapas, cada um dos três candidatos diretos pilota uma marca diferente. Cada uma das corridas já disputadas teve um nome diferente ocupando a pole-position. Duas poles foram obtidas

pela Scuderia Iveco, com Beto Monteiro na primeira etapa, na pista gaúcha do Velopark, e Valmir Benavides, seu parceiro de equipe, em Interlagos. Pela ABF/Mercedes-Benz, Christian Fittipaldi marcou a pole na segunda etapa, no Rio de Janeiro, e Wellington Cirino comandou o grid da terceira, em Caruaru. Na quarta etapa, em Goiânia, o pole foi Leandro Leis, da Original Reis/Scania. Oito pilotos que sustentam possibilidades matemáticas de chegar ao título do Sul-Americano, a que os três primeiros na tabela são apontados como favoritos. Cada um está inscrito por uma marca diferente, também. Monteiro, da Iveco, lidera com 56 pontos, apenas dois à frente do vice André Marques, da MAN-Volkswagen. O paranaense Leandro Totti, terceiro colocado com 48, pilota um dos caminhões Mercedes-Benz da ABF Racing Team. A tabela do Brasileiro apresenta cinco marcas de caminhões nas seis primeiras colocações. Monteiro, com a Iveco, lidera com 94 pontos. Totti, pela Mercedes-Benz, está em segundo com 78. Marques, de MAN-Volkswagen, tem 71. O quarto é Roberval Andrade, piloto do Scania da Ticket Car Corinthians Motorsport, é o quarto, com 61 – está um ponto à frente de Cirino, também da Mercedes-Benz. O sexto é Paulo Salustiano, da ABF/Volvo, com 47. Das cinco corri-

MAN Latin America lidera ranking de equipes na Fórmula Truck das já realizadas, três valeram pontos pelo Campeonato Sul-Americano. A lista de vencedores mantém a rotatividade, com Monteiro no Velopark,

Cirino em Caruaru e Totti em Interlagos. Os três detêm todas as vitórias do ano – a segunda e a quarta corrida, que só valeram pelo Brasileiro, tiveram

vitórias de Monteiro, no Rio, e Totti, em Goiânia. A etapa final do Sul-Americano, no dia 9 de setembro, será em Córdoba, na Argentina.

Equipe de vendas da Ford marcou presença na área vip da montadora em Interlagos


28

Ceasas do Brasil

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

CEASA CAMPINAS

Banco de Alimentos comemora 9 anos com previsão de R$ 1,5 mi de investimentos O Banco Municipal de Alimentos de Campinas foi homenageado, no dia, 3 de julho, em um evento para marcar seus nove anos de funcionamento. Foi anunciado no encontro que o órgão quer até R$ 1,5 milhão para expandir sua área de 200m2 para 1 mil m2, investir em equipamentos e viabilizar novos trabalhos. Além de parcerias e de recursos próprios, a verba está sendo pleiteada junto ao governo federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). É projeto do Banco se tornar um órgão de distribuição regional.

O banco de alimentos distribuiu no primeiro semestre deste ano 12% a mais em produtos comparados com o mesmo período de 2011. De janeiro a junho o órgão recebeu 352.557 quilos de mantimentos, o que representa em valores financeiros mais de R$ 2,1 milhões. Em 2011 o volume distribuído nestes seis meses foi de 313.117 quilos, o equivalente a R$ 1,8 milhões. Em nove anos o órgão entregou 3,5 milhões de quilos, o que representa aproximadamente R$ 15 milhões em produtos. A coordenadora do Banco de Alimentos, Tânia Mara Evaristo

Moumeso, destacou também a evolução do trabalho de educação nutricional como uma das principais conquistas nestes nove anos. “O alimento é uma estratégia e o foco do nosso trabalho tem sido cada vez mais na capacitação para o aproveitamento integral dos alimentos e o combate ao desperdício”, considerou. Parcerias O presidente da Ceasa Campinas, onde funciona o Banco de Alimentos, falou da importância da articulação dos permissionários da central, de doadores, poder público e entidades assis-

tenciais para o trabalho. “O que comemoramos hoje é o sucesso de cada um dos que formam esta rede solidária. Cada um com seu papel e todos igualmente fundamentais para que esta roda gire e possa ajudar a garantir que Campinas seja uma cidade mais cidadã”, avaliou. O Banco de Alimentos funciona na Ceasa arrecadando mantimentos fora do entreposto em eventos, supermercados, indústrias e por meio de parcerias. Os produtos coletados são distribuídos entre 105 entidades assistenciais de Campinas, beneficiando cerca de 45 mil pessoas.

O trabalho é inspirado em modelo surgido nos Estados Unidos, na década de 60. O conceito é buscar onde sobra e entregar onde falta para garantir o direito à alimentação e combater a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos. Por meio de uma parceria com a Conab, o Banco de Alimentos recebe mensalmente cerca de 40 toneladas de hortaliças e banana – parte deles orgânicos, sem uso de agrotóxicos. A Conab compra estes produtos de pequenos agricultores para manter e incentivar esta produção e doa a órgãos de segurança alimentar.

Índice Ceagesp registra elevação de 4,06% em junho

Mamão havaí

49,5%

duras apontaram alta de 6,09% e 6,04%, respectivamente. Em legumes as elevações ficaram por conta do tomate cereja (49,9%), do pimentão vermelho (41,8%) e do pimentão amarelo (37,6%). As baixas nos preços foram da ervilha torta (-21,4%), do pepino comum (-14%) e do chuchu (-10,8%). Já em verduras, os principais aumentos nos preços foram do repolho (44,8%), da alface crespa (40%) e da acelga (34,5%) e as quedas foram do brócolis ninja (-42,8%), da couve-flor (-29%) e do coentro (-16,1%).

Pimentão amarelo 37,6%

Os setores de frutas (3,80%) e diversos (6,60%) também subiram. As principais altas foram do mamão formosa, do mamão havaí e da pera estrangeira danjou. Morango, caju, uva rubi foram as principais quedas. Em diversos as principais altas foram do amendoim, da batata comum e dos ovos brancos e as retrações foram da cebola nacional, do alho e da canjica. O setor de pescados apresentou ligeira alta de 1,19%. Cavalinha, espada, sardinha fresca foram as principais elevações. Já as

Pimentão amarelo 44,8%

baixas ficaram por conta da anchovas, do namorado e da pescada maria mola. Tendência

Com a chegada do inverno e a previsão de frio mais rigoroso este ano nas regiões produtoras do Sul e Sudeste, as hortaliças devem permanecer com os preços em alta, principalmente as mais sensíveis. Preservadas as condições atuais, o setor de pescados deve seguir em estabilidade. No setor de frutas, a seca nos estados da

Os preços dos principais produtos comercializados na Ceagesp permaneceram em alta no mês de junho, com aumento de 4,06%. Segundo o economista da estatal, Flávio Godas, “em razão das condições climáticas adversas e de alguns problemas pontuais, como a dificuldade de importação da Argentina de maçã e pera, todos os setores apresentaram elevação dos preços praticados”. No ano, o indicador aponta alta de 6,38%, e nos últimos 12 meses, elevação de 6,63%. Os setores de legumes e ver-

Alho -3,12%

Bahia e do Espírito Santo prejudicaram a produção de mamão, que apresentou forte recuo no volume ofertado e alta acentuada dos preços praticados. “O volume de importação também registrou queda em razão dos problemas na fronteira entre Brasil e Argentina. Sanados estes problemas pontuais, os preços das frutas devem recuar em julho, uma vez que o setor conta com diversas opções de compra como morango, laranja, tangerina, caju, entre outros, e a demanda apresenta retração nesta época do ano”, avalia Godas.

Cavalinha 45,2%

Parceria mantém entreposto pesqueiro na unidade Grande Rio da Ceasa fluminense A população do Rio de Janeiro continuará usufruindo do único entreposto comercial público de pescado de todo o estado. A prorrogação do Termo de Cessão do Pavilhão 12 da Unidade Grande Rio, foi assinada no dia 5 de julho, na própria unida-

de, pelo presidente da Ceasa-RJ, Leonardo Brandão, e pela superintendente regional da Conab, Ludmila Brandão, que detém a posse do espaço. Brandão comentou que o local é tradicional na unidade e que outros projetos já estão

sendo elaborados para a melhoria dos serviços do pescado na empresa. “A Ceasa-RJ desempenha importante papel, pois é um centro de abastecimento estadual. Somos um grande polo centralizador deste nobre produto, já que recebemos

mercadorias de todo o Brasil”, disse. Segundo ele, a central está desenvolvendo um projeto de modernização do espaço de comercialização de pescados. “Isso irá favorecer a logística de comercialização, além de melhorar a qualidade, aumentando

o volume de comercialização”, analisou o presidente. Diariamente são comercializados entre 250 e 300 toneladas de pescados, com circulação média de 2,5 mil pessoas por noite, já que o atendimento começa às 17h e termina entre 22h e 23h.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

29

julho de 2012

novo volvo Vm NUNCA UMA TAXA ESTEVE TÃO MADURA PARA VOCÊ APROVEITAR

Cinto de segurança salva vidas Financiamento com o Banco Volvo (Brasil) S.A. Plano válido para toda a linha de Caminhões VOLVO até o dia 31/08/2012. Operação na modalidade BNDES PSI válida para pessoas jurídicas, para micro, pequenas e médias empresas. Financiamento de até 100% e carência de até 06 meses sujeitos a análise e aprovação. Taxa fixa de 0,45% a.m. no prazo de até 60 meses. Taxa fixa de 5,50% a.a. TC máxima de R$ 1.200,00. O plano BNDES PSI é financiado com recursos do BNDES de acordo com a regulamentação em vigor, podendo estar sujeito a alterações de acordo com o BNDES. Crédito sujeito a análise e aprovação.

Volvo trucks. driving progress www.volvo.com.br


30 Espécies exóticas são contempladas pelo Programa ABC

O Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) oferece linhas de crédito para produtores que adotem práticas sustentáveis específicas no campo. Uma delas, a integração lavoura-pecuária-floresta, prioriza a plantação das espécies arbóreas de pinus e eucaliptos, mas permite a autorização de outras perenes exóticas, como a acácia-negra.

Entrada de frutas argentinas deve atender requisitos brasileiros

As negociações e entendimentos comerciais recentes entre Brasil e Argentina tiveram como consequência a retirada das licenças automáticas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior às mercadorias que aguardavam a liberação desde junho. A entrada dos produtos agrícolas, sob inspeção e fiscalização do Ministério da Agricultura, que entrariam sem restrições, agora devem seguir novas normas fitossanitárias exigidas pelo governo brasileiro.

Brasil negocia cooperação tecnológica e de alimentos com país africano

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, recebeu, no último dia 18 de julho, representantes do governo de Burkina Faso, país localizado na África Ocidental. O grupo veio ao Brasil para obter informações sobre políticas públicas na área de agricultura e para negociar a obtenção de créditos oficiais para a compra e doação de alimentos e maquinários agrícola.

julho de 2012

CÁ ENTRE NÓS Por Manelão

Vem aí a galinhada da Nossa Turma Evento pretende reunir chefs de cozinha em prol da entidade O segundo semestre começou com o time do Corinthians quebrando o jejum e conquistando a inédita Taça Libertadores da América, jogando uma grande final com o bicho-papão do futebol sul-americano, Boca Juniors. Ganhou e convenceu! Na cola, o Palmeiras venceu o Coritiba e sagrou-se campeão da Copa do Brasil. Já sabemos que a Libertadores de 2013 promete uma grande disputa entre Corinthians e Palmeiras. Agora, São Paulo e Santos vão ter que rebolar para chegarem à competição. Por falar em futebol, precisamos virar o jogo no campo da laranja. As indústrias que envasam o suco de laranja estão com o pé no freio e a fruta de casca mole está caindo do pé . Está na hora das cabeças pensantes do nosso país criarem uma propaganda legal para alavancar o consumo do suco de laranja, que pode também ser misturado com outras frutas brasileiras, pois a laranja está com preço menor que a nossa deliciosa banana e os

produtores já estão preocupados. ***** No dia 24 de agosto, a Nossa Turma terá a honra de receber o bispo do setor oeste da região episcopal Lapa, Dom Júlio Endi Akamine, que visitará a diretoria, gerência e presidência da Ceagesp, assim como as associações e entidades sindicais. O religioso caminhará por todo o nosso mercado e os comerciantes que solicitarem sua presença em seu estabelecimento poderão agendar diretamente com a Nossa Turma, pelo telefone 3832-3366. Dom Júlio chegará às 8 horas e fará uma peregrinação pelo entreposto; às 13 horas, o pároco almoçará com as crianças da Nossa Turma, que já estão ensaiando uma música maravilhosa para a ocasião. Às 16 horas será celebrada uma missa de ação de graças, na quadra esportiva da escola, que recentemente teve o telhado reformado pelo Fundo de Melhorias. Todas as famílias estão convidadas a participar deste

momento litúrgico; as músicas serão antigas e fáceis de serem cantadas. Venha trazer sua luta, suas vitórias e também os seus problemas, que serão solucionados na oração com Jesus.

***** Numa conversa com o chef Ivair Félix, responsável pelo Festival de Sopas da Ceagesp, ele sugeriu organizar uma grande galinhada nos mesmos moldes da Queima do Alho, realizada em maio. Ivair convidará cinco dos grandes chefs de cozinha de São Paulo para formar o corpo de jurados do evento, que deve acontecer em setembro e contará com a presença das comitivas. A galinhada será um grande evento para saudar a chegada da primavera e toda a renda obtida será revertida em prol da Nossa Turma. No dia 15 de julho, a comitiva Capiau, representante dos trabalhadores da Ceagesp, sagrou-se campeã na Estância Alto da Serra, durante a 3ª etapa do Circuito Queima do Alho. Parabéns!

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

www.jornalentreposto.com.br

Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Brasil é referência na destinação de embalagens vazias

As embalagens de agrotóxicos são obrigatoriamente recolhidas desde 2002. Nos últimos dez anos foram mais de 202 mil toneladas recicladas. Atualmente, o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado.

Governo amplia investimentos do Seguro Rural

O produtor tem mais recursos para segurar a lavoura e protegê-la de eventuais oscilações climáticas no período. A nova safra terá aporte previsto de R$ 400 milhões para a concessão da subvenção. O valor é 57% superior ao da safra passada e tem expectativa de atingir oito milhões de hectares, segurar aproximadamente R$ 11 bilhões, por meio da contratação de mais de 90 mil apólices. O limite máximo de subvenção federal que cada beneficiário pode receber é de R$ 192 mil, sendo R$ 96 mil na modalidade agrícola e R$ 32 mil para cada uma das demais modalidades: pecuária, floresta e aquícola. Para médios produtores, o valor de cobertura foi dobrado e com isso será possível assegurar a R$ 300 mil por safra.

Setor e governo discutem plantio e comercialização do milho

O Ministério da Agricultura realiza no próximo dia 23 de julho, às 15h, reunião com o setor produtivo para discutir a questão. Segundo o Ministério, o principal objetivo do planejamento é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma eficiente e segura e depois comercizalizá-lo, com custos competitivos.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

julho de 2012

CLASSIFICAÇÃO

Novo padrão de qualidade para o milho é prorrogado

31 O Regulamento Técnico, com o padrão de identidade e qualidade atualizado para o milho vendido no Brasil, que entraria em vigor em 1º de julho, foi prorrogado. As novas exigências só serão cobradas do setor a partir de 1º de setembro de 2013. De acordo com o Coordenador de Qualidade do Ministério da Agricultura, Fábio Fernandes, a iniciativa atende a um pedido da Conab e foi aprovada em reunião nacional. “Isso permite que a norma seja aplicada na safra 2013/2014, o que dará tempo suficiente para que os produtores se adaptarem às novas exigências de classificação”, explica. O milho, como os demais produtos padronizados, possui sua classificação obrigatória, estabelecida pela Lei nº 9972/2000. Mas o atual padrão oficial do grão é de 1976 e não distinguia o milho pipoca das demais variedades. “Como esse tipo de grão tem características diferentes e necessita de outros critérios e instrumentos para avaliação, o Ministério decidiu criar uma norma exclusiva para o milho pipoca”, explica Fernandes. As novas regras serão aplicadas ao produto destinado diretamente à alimentação humana, nas compras e vendas do poder público e nas importações. Para os produtores, o novo Padrão Oficial de Classificação (POC) será utilizado de forma obrigatória em operações de venda do grão para o governo. Nos negócios privados, o POC é utilizado como referência uma vez que a compras entre privados possuem regras próprias, não se valendo da obrigatoriedade de classificar imposta pela lei. A IN 61/2011 se refere ao POC do Milho Pipoca que não está sendo prorrogada - entrou em vigência no dia 1º de julho. A esse padrão serão aplicadas as três exigências previstas no Art. 1º da Lei nº 9.972/2000. Mudanças Assim que a nova legislação entrar em vigor, os grãos de milho comercializados deverão ter a redução na unidade de 14,5% para 14%, redução na quantidade de matérias estranhas e impurezas de 3% (máx.) para 2% (máx.), redução no teor dos defeitos avariados de 27% para 20%. Com o novo padrão, o defeito carunchado isolado passa a definir o tipo do produto e os fragmentos de grãos não serão considerados defeitos.


32

julho de 2012

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

LINHA CARGO COM IPI ZERO E 2 ANOS DE GARANTIA. FINAME

TAXA DE

0,45 OU

0%

%

DE

ENTRADA

a.m.

PRAZO DE

60 MESES

CDC

TAXA ZERO

30%

DE

ENTRADA

PRAZO DE

12 MESES

VUC

Sinal verde para circulação no centro expandido da Capital

VENHA CONHECER O FORD CARGO COM MOTORIZAÇÃO EURO 5 AVERSA

AVERSA ITAPETININGA

CAOA CAMINHÕES

CARUEME

CARUEME JUNDIAÍ

COSTA SUL CAMINHÕES

DIVEPE

DIVEPE

FELIVEL

HORIZONTE

NUÑO CAMINHÕES

SOUZA RAMOS

SOUZA RAMOS ABC

VALE CAMINHÕES

AV. PRIMO SCHINCARIOL, 640 ITAIM ITU - SP TEL.: (11) 4013-8800

AV. PROF. ABRAÃO DE MORAES,888 BOSQUE DA SAÚDE - SP TEL.: (11) 5071-3644

RUA BENEDITA SILVA ROSA, 10 VILA CAROLINA ITAPETININGA - SP TEL.: (15) 3272-9400

ROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURA SOROCABA - SP TEL.: (15) 3237-8090

RODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5 VILA JARAGUÁ SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

RODOVIA MOGI-DUTRA, 1.461 ITAPETI - MOGI DAS CRUZES - SP TEL.: (11) 4791-7720

RODOVIA D. PEDRO I, S/Nº KM 145 NOVA APARECIDA CAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

AVENIDA MARGINAL SUL, 58 TREVO BR 116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRA REGISTRO - SP TEL.: (13) 3828-5050

AV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI, 334 (KM 60 DA ROD. ANHANGUERA) RETIRO - JUNDIAÍ - SP TEL.: (11) 3379-5999

AV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

RUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA) CUBATÃO - SP TEL.: (13) 3365-8890

AV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3377-0000

Cinto de segurança salva vidas. Condições válidas para Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ) para a Linha Cargo, nas modalidades CDC (financiamento com taxa de 0% a.m. = 0,00% a.a. em 12 meses, com 30% de entrada) ou Finame PSI (financiamento com taxa de 0,45% a.m. = 5,50% ao ano, em 60 meses, entrada de 0% e carência de 03 ou 06 meses para micro, pequena e média empresa, com faturamento anual de até R$ 90 milhões). O valor de composição do CET poderá sofrer alteração, na data efetiva da contratação, considerando o valor do bem adquirido, as despesas contratadas pelo cliente, custos de registros de cartórios variáveis de acordo com a UF. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenção ou qualquer outro serviço prestado pelo Distribuidor. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S/A. e contratos de Finame pelo Banco Bradesco S/A. Garantia promocional para a linha Cargo (816 ao 3133), primeiro ano de garantia total e segundo ano para o trem de força (motor, câmbio e diferencial), sem limite de quilometragem, formalizada no documento específico, junto ao Distribuidor Ford Caminhões no ato da compra. Operação BNDES Finame na Sistemática Convencional, financiada com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, Circular nº. 33/2012 - de 23/05/2012 - e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições financeiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela financeira e a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para a linha Cargo zero km, até 31/07/2012 ou enquanto durarem os estoques.

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS S. BERNARDO DO CAMPO - SP TEL.: (11) 3504-8600

AV. DR. ROSALVO DE ALMEIDA TELLES, 500 - NOVA CAÇAPAVA CAÇAPAVA - SP TELS.: (12) 3654-7103 (12) 3654-7108


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.