Jornal Entreposto | Agosto de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 147 | agosto de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Abracen debate futuro do abastecimento alimentar Frutas | Fitopatologia Incidência de vírus pode inviabilizar cultura do mamão

Pág. 16

Comércio | Ceagesp Estudo mostra movimentação por dias da semana no entreposto Pág. 18

Alimentação | Saúde Págs. 4 e 5

Pesquisa mostra que dieta do paulistano é deficiente

Pág. 23

Produtores de Atibaia colhem morangos certificados Pág. 7

Frutas importadas ampliam mercado na Ceagesp Exportadores aproveitam brechas na produção nacional

NESTA EDIÇÃO SACARIA DE BATATA A primeira razão do reembalamento é a mudança da sacaria de 50 quilos para 25 quilos, seguida da necessidade de melhoria da classificação para atender às exigências dos compradores do varejo e do serviço de alimentação.

Caminhoneiros poderão descansar em postos

Pág. 22

ALHO ROXO X BRANCO

Alta

2,57%

Frutas Baixa -1,10%

Geral

Legumes Alta

 Verduras 

27,63%

Alta

5,74%

Diversos Baixa -2,12%

Índice Ceagesp - julho 2012

Pág. 23

Pescado

Pág. 6

Os resultados das avaliações sensoriais e de compostos voláteis mostram que existe diferença de percepção de aroma e de sabor entre os alhos roxo e branco.

Baixa -9,28/%

Pág. 28


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Editorial

Argentina Chile Colômbia Venezuela

Pesquisa mostra América Latina como prioridade para expansão internacional do agronegócio brasileiro O agronegócio brasileiro tem fortes perspectivas de expansão internacional e coloca a América Latina como prioridade entre os mercados-alvo para investimentos, parcerias comerciais e operações internacionais.

O interesse pela Argentina foi demonstrado por 35% dos empresários do setor consultados por sondagem da Amcham. Em seguida, aparecem Chile (22%), Colômbia (17%) e Venezuela (11%). Uma fatia de 40% dos respondentes escolheu outros países latino-americanos. Os Estados Unidos foram apontados por 40% como o principal destino de interesse e a China por 33%.

Vale ressaltar também que a África foi lembrada por 25%. O estudo ouviu 84 altos gestores de empresas associadas à Amcham que integram a cadeia do agronegócio entre 16 e 31 de julho.

Ainda considerando o cenário internacional, os empresários demonstram preocupações com acordos internacionais e protecionismo. Nada menos que 64% da amostra avaliam que há uma tendência de que o chamado ‘protecionismo verde’ seja considerado nos acordos globais, criando barreiras para os alimentos exportados pelo País. Também são 64% os que concor-

dam com a a�irmação de que as crises econômicas levam a uma tendência de adiamento de acordos e negociações internacionais. Em relação ao Mercosul, 67% pensam que o alto ‘Custo Brasil’ di�iculta a competitividade do bloco. Uma parcela de 52% analisa que o Mercosul emperra as negociações de acordos comerciais bilaterais.

A pesquisa abordou ainda desa�ios a uma maior competitividade do agronegócio brasileiro, prioridades do setor em termos de infraestrutura e quais são as frentes de investimentos consideradas para os próximos três anos.

Turismo no site Acesse e leia as dicas para Treze Tilias: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

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Editorial

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Encontro Abracen

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Abracen discute abastecimento alimentar em encontro no RJ Durante os três dias do evento, especialistas debateram a reestruturação das Ceasas e os desafios de oferecer alimentos de qualidade à população brasileira Dirigentes e técnicos das Ceasas de todo o Brasil se reuniram para mais uma edição do Encontro Nacional da Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento), realizado entre os dias 1 e 3 de agosto no Rio de Janeiro. Na pauta, temas importantes no dia a dia dos entrepostos, como a questão dos resíduos de agrotóxicos, segurança alimentar e o desafio das Ceasas em se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Para o vice-presidente da Federação Latino-americana de Mercados de Abastecimento (Flama) e presidente da Ceasa Ceará, Reginaldo Moreira, esses encontros, realizados a cada três meses, são importantes

para fortalecer os entrepostos e mostrar as diretrizes que devem ser seguidas pelas centrais de abastecimento. “Antes havia uma luta entre empresários e a Abracen e hoje existe uma unidade, mostrando que estamos no caminho certo”, opinou. Para o presidente da Ceasa/ RJ, Leonardo Brandão, a escolha da cidade foi ao encontro com o momento privilegiado que o estado vem vivendo e com o processo de revitalização que a empresa fluminense está passando. “Queremos aproveitar esse círculo virtuoso de eventos do Rio de Janeiro para inserir a Ceasa nas discussões e pensar no futuro”, analisou Brandão.

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Um dos temas amplamente debatidos foi a apresentação de propostas para a criação do Plano Nacional de Abastecimento (PNA), atendendo ao desafio proposto pelo Ministério da Agricultura, de avaliar o abastecimento nacional sob a ótica das centrais de abastecimento. Para a Abracen, as Ceasas brasileiras precisam de estratégias que possam articular ações que não podem ser resolvidas apenas de forma isolada em cada central de abastecimento. Para a entidade, questões como rotulagem, modernização das embalagens, uso de defensivos agrícolas, padrões sanitários, entre outros devem ser tratadas em âmbito nacional. O texto apresentado traz um conjunto de propostas de ações governamentais a serem adotadas, com o objetivo de promover e desenvolver o abastecimento e a segurança alimentar no país. O ponto de partida sugerido é a criação de um órgão, vinculado ao Ministério, capaz de articular as ações das Ceasas. Para o presidente da Abracen e presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages, esta é uma boa oportunidade para as centrais de abastecimento e deve revitalizar o setor. “Nosso desejo é que o PNA seja realidade nas Ceasas e que possa construir uma linguagem comum a todos os mercados”, disse. Temas como classificação de produtos, desperdício de alimentos, rastreabilidade, embalagens, entre muito outros, também são abordados na proposta apresentada o governo. Recuperação das Ceasas

A Abracen avalia que a situação atual das centrais de abastecimento exige um programa de reestruturação da infraestrutura e da gestão, que seria possível com a implantação do que foi chamado de Receasa Programa de Recuperação das Centrais de Abastecimento -, que financiaria a transformação dos entrepostos em centros de consolidação e distribuição dos produtos, e em centros de informação, desenvolvimento, capacitação, controle de qualidade e de apoio ao pequeno produtor, ao pequeno varejo e ao pequeno serviço de alimentação. “Acreditamos que o governo tem uma dívida com as Ceasas por tê-las abandonado na década de 1980”, finalizou Paixão Lages referindo-se ao desmantelamento do antigo Sinac (Sistema Nacional de Centrais de Abastecimento), criado nos anos 1970 para estabelecer normas de comercialização e incentivar a produção de hortigranjeiros. (V.C.)


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Encontro Abracen

Gestão de resíduos sólidos e agrotóxicos na pauta das Ceasas “[A gestão dos resíduos sólidos] é um problema que pode comprometer todo o trabalho das nossas centrais”. Carmo Rubillota Zeitune Ceasa ES

Participantes do Encontro da Abracen visitam unidade Grande Rio da Ceasa RJ

“A responsabilização do permissionário é que permitirá uma série de ações, mas ele não pode ser o único responsável”. Anita de Souza Dias Gutierrez Ceagesp

“Já deveríamos estar no controle de resíduos de agrotóxicos e não apenas monitorando”. Paulo de Tarso Ceasa PE

“Nosso desejo é que o PNA seja realidade nas Ceasas e que possa construir uma linguagem comum a todos os mercados” João Alberto Paixão Lages Abracen/Ceasa MG

Dois assuntos ocuparam grande parte dos debates durante o Encontro da Abracen e estiveram no centro das discussões entre especialistas e dirigentes Um dos temas abordados foi a questão dos resíduos de agrotóxicos nos produtos comercializados nas centrais de abastecimento - atualmente, somente algumas Ceasas realizam monitoramento nos produtos. Segundo a superintendente de vigilância e fiscalização sanitária em alimentos do Rio de Janeiro, Maria de Fátima Rosa, hoje o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e há três anos consecutivos, nota-se um aumento da utilização desses produtos - em 2010 houve um aumento de 190% em relação a 2009 -. “É uma média de 5,2 litros de agrotóxico por habitante/ano e isso é muito grave; é preciso informar o consumidor sobre o que ele está consumindo e isso passa por toda a cadeia produtiva”, disse Maria de Fátima durante sua palestra. A superintendente reconheceu a dificuldade de implantar a rastreabilidade nos produtos e citou o exemplo do Estado do Paraná, onde o Ministério Público determinou que fossem escolhidas cinco culturas para rastrear. Assim, banana, maçã, mamão, uva e morango passaram a ser analisadas de forma regular. “É um projeto digno de ser copiado”, opinou. Na opinião da executiva, as Ceasas devem começar a exigir rastreabilidade, começando como no Rio Grande do Sul, que elegeu uma cultura para rastrear. Ela citou ainda os exemplos

de Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais, que analisam grande parte dos produtos comercializados em seus entrepostos. “Há a necessidade de padronizar procedimentos e adequar as centrais de abastecimento à legislação vigente porque o consumidor sabe dos seus direitos e está mais exigente, portanto vai chegar o momento em que a rastreablidade vai ter que ser implantada”, afirmou. Na avaliação do diretor técnico operacional da Ceasa Permabuco, Paulo de Tarso, é inadmissível que depois de 11 anos da implantação do PARA, ainda se esteja na fase de monitoramento. “Já deveríamos estar no controle de resíduos de agrotóxicos e não apenas monitorando”. Segundo ele, em Pernambuco o produto que é detectado com excesso de agrotóxico não entra na Ceasa. O executivo citou o episódio em que o pimentão da cidade de Boqueirão, um dos maiores produtores do Estado, foi impedido de entrar na Ceasa por apresentar excesso de resíduos. Após a ocorrência, a prefeitura daquela cidade contratou agrônomos para monitorar o produto, demonstrando, na opinião dele, a importância da Ceasa como nicho de mercado. “Quando barramos um produto, vamos até os produtores para orientá-los porque muitas vezes eles não têm conhecimento de que o uso de determinado agrotóxico é proibido”, lembrou Tarso. Para diminuir o elevado custo das análises, a Ceasa Pernambuco criou um fundo de análises de resíduos e agora todo carro

que entra no mercado paga uma taxa de R$ 1, repassado ao fundo. “Assim, a Ceasa ganhou credibilidade junto à população”, disse Tarso. Para a chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, Anita de Souza Dias Gutierrez, o problema [dos agrotóxicos] já é discutido há muito tempo e é necessário se chegar a uma solução logo. Segundo ela, a maior dificuldade é a falta de registro ou de extensão de uso de agrotóxicos para diversas culturas. “Eu chamo de terrorismo alimentar quando a Anvisa pune todos os produtores de um Estado quando detecta resíduos em um produto”, disse Anita. Na opinião da engenheira agrônoma, a Anvisa deveria exigir a rotulagem dos produtos, o que seria o caminho mais fácil para a rastreabilidade. Resíduos Sólidos

O desafio das Ceasas em atender às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi outro destaque do encontro. Essa política, aprovada em 2010 depois de duas décadas de discussão, visa organizar a forma como o país trata o lixo, incentivando a reciclagem e a sustentabilidade. A PNRS prevê, entre outros itens, o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. A gerente da divisão técnica da Ceasa Paraná, Clarice Santos, levou o exemplo do entreposto

de Curitiba, que já trabalha com gestão dos resíduos seguindo os requisitos da nova lei. Naquela cidade, o Ministério Público exigiu que cada permissionário tivesse um plano de gestão de resíduos. Segundo Clarice, a maior dificuldade foi fazer a separação correta dos resíduos. Para resolver o problema, as caçambas coletoras foram retiradas do mercado e foram implantados os chamados ecopontos, locais onde cada permissionário leva seu material já devidamente separado. “Como membros do poder público, temos que ser indutores dessas ações para destinar os resíduos de forma adequada”, disse a gerente. De acordo com a lei, toda pessoa jurídica deve ter um plano de gestão, pois ele é responsável pelo resíduo que gera. Segundo o especialista em gestão ambiental, Belarmino Correia, que ajudou a implantar o plano na Ceasa paranaense, cada permissionário deve elaborar o seu próprio plano para que, a partir daí, a Ceasa possa traçar um método para administrar. “A princípio a Ceasa só deve fazer o plano da área administrativa”, disse. Na visão do diretor técnico da Ceasa Espírito Santo, Carmo Robilotta Zeitune, trata-se de um tema que vai exigir muito das centrais de abastecimento, já que o lixo produzido nos entrepostos é diferente devido à grande quantidade de resíduo orgânico que é gerada diariamente. “O lixo hoje tem alto custo para as centrais e é complicado discutir isso com os atores do mercado, que já pagam as taxas mensais. Ele quer ver a Ceasa limpa”, opinou. (V.C.)


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Comércio Exterior

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Frutas importadas ampliam o mercado na Ceagesp Falta de investimentos na fruticultura nacional e aumento do poder de compra dos brasileiros fazem da fruta importada uma alternativa de comercialização no entreposto Carolina de Scicco De São Paulo

Considerado o terceiro maior produtor de frutas do mundo, o Brasil sofre para escoar a produção e ainda depende de países da América do Sul e da Europa para atender a demanda da população brasileira. A balança comercial de frutas ainda é bastante desigual e, em 2011, as importações do setor alcançaram a cifra de US$ 495 milhões. Os fatores que aumentam a procura por frutas importadas no mercado internacional vão além do aumento da renda dos brasileiros, que passaram a gastar mais e melhor. A realidade é que a falta de investimentos e o descuido com a produção, transporte e armazenamento, geram um imenso desperdício das safras nacionais, que ainda sofrem com intempéries surpresas ao longo do ano. Para entender melhor sobre o mercado e a logística aduaneira que envolve as frutas vindas de outros países, o Jornal Entreposto traçou um panorama da atual condição do setor na Ceagesp.

Mercado No primeiro semestre deste ano, o Entreposto Terminal São Paulo registrou a entrada de 823.997,31 toneladas de frutas importadas. A pera lidera o ranking (47.797,96 toneladas), seguida da uva (18.597,51 toneladas), ameixa (12.147,85 toneladas) e maçã (11.811,46 toneladas). A Argentina e o Chile são os principais países de origem. A Europa é o segundo maior mercado exportador, com representantes da Espanha, Portugal, França e Itália. Os Estados Unidos, a Nova Zelândia e outros países da América do Sul são responsáveis pelo restante das exportações recebidas na Ceagesp. Basicamente, as frutas que chegam ao entreposto, serão vendidas para outros atacadistas (principalmente Ceasas de outros estados). O restante será comprado por supermercados e feirantes. As peras e maçãs produzidas

na Argentina são as mais populares e podem ser consumidas durante o ano todo. Por outro lado, as frutas de caroço como pêssego e ameixa, são bem procuradas no Natal e Ano Novo, aumentando o volume importado pelo mercado nessa época. Além de se preocupar com questões referentes à qualidade dos produtos que estão importando, os comerciantes de frutas estrangeiras dependem da oscilação do dólar, que não os permite trabalhar com números fixos. “Precisamos atuar com uma margem de segurança e nos precaver contra possíveis despesas inesperadas”, explica Willyan Daghetti, da Cantu FLV. Logística

Anualmente, antes do embarque das frutas para o Brasil começar nos países de origem, os importadores visitam as plantações, analisam as condições de produção e colheita e planejam a estratégia de venda. A partir daí, um trâmite envolvendo relações comerciais entre países começa a ser executado, às vezes com mais agilidade, outras vezes, emperrando em questões burocráticas que prolongam o processo. Produtos da Europa, chegam em containers que desembarcam no porto de Santos e depois são transportados em caminhões até o Entreposto Terminal São Paulo. Frutas de países do Mercosul, normalmente viajam em grandes veículos comerciais refrigerados. Além de o comércio exterior exigir mais fiscalização e cumprimento de determinadas leis, as frutas são produtos alimentícios perecíveis, categoria que dispensa cuidados técnicos e investigação minuciosa para entrar no país. Para esse tipo de produto desembarcar no Brasil, a empresa exportadora precisa provar que aquela mercadoria, além de seguir as normas vigentes de importação, está livre de pragas ou doenças, medida que evita

a proliferação de pestes nas plantações brasileiras. Produtos oriundos da Europa dificilmente sofrem restrições. Já os vizinhos do Mercosul encontram maiores dificuldades em escoar sua produção no mercado nacional. Diferentes sanções e normas instituídas por diversas razões acabam sendo um gargalo para a comercialização, principalmente entre Brasil e Argentina. “A fruta argentina está demorando até 60 dias para chegar ao mercado. As europeias estão chegando antes”, alerta Antonio Donizete José, que comercializa

frutas importadas na Ceagesp há 35 anos. Antonio refere-se à Instrução Normativa da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, do mês de junho, que estabelece que as importações de maçã, pera e marmelo da Argentina estarão sujeitas à autorização prévia de importação. Cadeia do frio

Todas as frutas importadas pelos permissionários da Ceagesp devem ser transportadas e mantidas a 0°C. Após a colheita,


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Certificação

Produtores paulistas colhem morango certificado Primeiras frutas produzidas com normas específicas recebem selo de qualidade

elas começam a liberar etileno, gás que provoca aceleração no processo de amadurecimento. Temperaturas baixas retardam esse processo e prolongam a vida da fruta, fazendo-a resistir até chegar às prateleiras dos supermercados e feiras. Para garantir a integridade da cadeia do frio do começo ao fim da comercialização, as mercadorias viajam em containers e caminhões que possuem a temperatura controlada em seu interior. Importadores, transportadores e armadores parecem conhecer bem a importância desse cuidado na manutenção da qualidade dos produtos. Arquimedes Fachinni, gerente do Centro de Distribuição da Benassi, explica que a maçã ou a pera podem demorar até um ano para chegar à mesa dos brasileiros. “Se a temperatura não for mantida, perde-se todo o trabalho. Por isso, nós importadores, devemos trabalhar com empresas que não violem a cadeia do frio”, observa. Alguns produtos são ainda mais sensíveis à ação do etileno, como o kiwi, que deve ser transportado em containers ou caminhões separadamente. Já peras e maçãs, apesar de não aconselhável, podem dividir o mesmo espaço de armazenamento. Quando chegam ao Entreposto, as frutas são vendidas rapidamente, direto na carreta do caminhão. As que não são comercializadas no mesmo dia, ficam armazenadas em câmaras refrigeradas, também a 0°C, e podem ser consumidas em até 15 dias.

No dia 1 de agosto, a Embrapa Meio Ambiente realizou, em Atibaia (SP), um exercício de transferência de tecnologia utilizando como piloto o caso da Produção Integrada de Morango (PIMo), adotada na região. Na ocasião, os participantes se reuniram para resgatar e registrar o histórico de seis anos do projeto e a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Fagoni Calegario, distribuiu para os presentes as primeiras caixas de morango com o selo Brasil Certificado – Agricultura de Qualidade. A PIMo surgiu em 2006, quando um grupo de produtores procurou especialistas para desenvolver um projeto de sustentabilidade para a produção de morango. Na mesma época, análises detectaram resíduos de agrotóxicos em morangos da região, o que justificou a expansão da PIMo, antes restrita ao Rio Grande do Sul, para o Estado de São Paulo. O caminho até a certificação e a criação do selo de qualidade foi árduo e encontrou diversos obstáculos ao longo dos anos, tais como falta de técnicos para acompanhar as lavouras, excesso de burocracia, entre outras dificuldades. “A falta de crença do produtor no manejo integrado de pragas também foi outro problema”, disse Falgoni, referindo-se ao fato de que nesse tipo de cultivo, a aplicação de agrotóxico é realizada somente em último caso, quando todos os métodos alternativos de controle já foram utilizados. Apesar de Atibaia e região contarem com um grande número de produtores de morango, apenas seis deles aderiram ao programa e conseguiram a certificação. Na opinião da pesquisadora, o agricultor que participa da PIMo não é um produtor comum, pois aceita o desafio da mudança de hábitos para buscar a sustentabilidade e a obtenção de um produto diferenciado, seguro e mais saboroso. “Este grupo de produtores que persistiu até hoje tem

se dedicado por uma questão de princípios e não só por estar se beneficiando de um forte programa de treinamentos, mas também por ter vontade de fazer o que é certo”, avaliou Falgoni. Para ela, os demais produtores só terão motivação para se juntar à PIMo, que é um programa de adesão voluntária, quando o preço do morango compensar, quando os consumidores conhecerem as vantagens de adquirir a fruta certificada e estiverem dispostos a

pagar um preço diferenciado por esse produto. Custos de produção

Ao contrário do que pode indicar o senso comum, o custo de produção sob as normas da Produção Integrada não é mais elevado do que o cultivo convencional. Segundo a pesquisadora da Embrapa, uma comparação realizada na safra de 2008 apontou redução de 52% em custo de aplicação de agrotóxicos na PIMo. Por outro

lado, esse produtor gasta mais em mão de obra, uma vez que precisa ter uma série de cuidados e acompanhamentos na lavoura; e na certificação, por ter que contratar uma certificadora, além do custo do selo. Porém, na avaliação de Fagoni, a economia de agrotóxicos, água e adubos acaba compensando e também por reduzir os acidentes com aplicação de agrotóxicos. “Além de tudo isso, é impossível quantificar o valor da saúde, da vida e da contaminação do meio ambiente”, opinou. Desde o início do programa, o grupo contou com orientação da equipe técnica da Ceagesp, que treinou os produtores para fixar os conceitos de fruta saborosa e com garantia de doçura e realizou os “dias de cidade” em que reunia técnicos e produtores. “Esses trabalhos contribuíram muito para que as pessoas ampliassem a visão de mercado e de como o consumidor valoriza os produtos diferenciados”, finalizou Fagoni. Depois de se chegar ao selo de qualidade, o desafio agora é enfrentar a falta de políticas públicas para tornar o produto certificado conhecido pelos consumidores e para organizar um programa de incentivo aos produtores rurais. (V.C.)


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Eventos

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Feiras e congressos debatem perspectivas do agronegócio brasileiro Evento reúne as novas tecnologias para insumos, serviços e logística da agropecuária e é palco de importantes congressos Entre os dias 7 e 9 de agosto aconteceu a segunda edição da Agrinsumos & Induspec Expo&Business, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, evento que envolve toda a cadeia produtiva do agronegócio, objetivando promover a transferência de tecnologias, networking e geração de negócios. Com a presença das empresas Basf, Bayer, Dupont do Brasil, Golden Cargo, Totvs, entre outras, totalizando 35 marcas expositoras, espalhadas por uma área de três mil m² de pavilhão, a feira consolidou-se como ponto de encontro de toda a cadeia produtiva do setor agropecuário. Na área de exposição, os visitantes encontram tecnologias para insumos, serviços, logística, indústria de nutrição e saúde animal. A Bayer, patrocinadora do evento, mostrou as vantagens e oportunidades de ser um distribuidor da empresa, como a possibilidade de trabalhar desde as sementes, até produtos e soluções inovadoras que ajudem os agricultores a produzirem mais e melhor. A empresa investe forte neste elo por meio de sua rede de distribuição, que conta atualmente com cerca de 400 distribuidores espalhados por todo o Brasil.

Já a Golden Cargo, empresa especializada no gerenciamento e operação da cadeia logística de mercadorias especiais, como defensivos agrícolas e produtos químicos embalados, apresentou serviços de armazenagem e distribuição de defensivos agrícolas para fabricantes e cooperativas. “Temos como objetivo, a médio prazo, conquistar 20% do

Prêmio Andef chega à 15ª edição Premiação reconhece boas práticas no campo A Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) realizou, no dia 31 de agosto na capital paulista, a 15ª edição do prêmio que leva o nome da instituição, nas categorias cooperativismo, revendas e jornalismo. Segundo o superintendente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, Aramis Moutinho Junior, a premiação é muito valorizada já que está ligada diretamente aos princípios cooperativistas. “O sétimo princípio cooperativista é a preocupação com a comunidade e o prêmio incentiva as cooperativas justamente na missão social, am-

biental e de boas práticas”. Este ano, dos nove projetos apresentados na categoria cooperativismo, sete foram do estado de São Paulo – com as três campeãs paulistas. Para o gerente de educação da Andef, José Annes Marinho, a premiação consegue atingir toda a cadeia produtiva e trabalha em benefício de uma agricultura mais sustentável. “O prêmio também nos possibilita reconhecer e valorizar esses profissionais e valorizá-los a dar continuidade em toda e qualquer ação que contribua com o nosso setor e o nosso país”, finalizou.

market share”, explicou Oswaldo D. Castro Jr., diretor-geral da empresa, que está ampliando seus negócios na Região Sul do Brasil. A feira foi, ainda, palco de importantes congressos do setor: II Congresso ANDAV – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários, IX Congresso ABMR&A – Associação Brasileira de Ma-

rketing Rural & Agronegócio e I Congresso Induspec – focado em pecuária. O congresso ANDAV, é o maior encontro de Distribuidores de Insumos Agropecuários do Brasil. Na segunda edição do evento, os temas discutidos foram: tendências e perspectivas do agronegócio, biotecnologia e a importância do negócio semente para

o distribuidor, cases de mercado, gestão estratégica e estratégias de precificação. O congresso ABMR&A teve sua nona edição focada na discussão das principais tendências do marketing rural. Já durante o congresso Induspec houve debate dos pontos mais importantes no confinamento de gado de grande porte.


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Adivinha?

Chegou o Anuário Entreposto 2012 Um presente para permissionários, supermercadistas, produtores e usuários dos entrepostos de abastecimento do Estado de São Paulo Relação completa dos entrepostos estaduais com informações técnicas abrangentes para garantir uma boa comercialização.

(11) 3831-4875


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Flores e plantas

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Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

N

a edição anterior, comentamos sobre a grande importância do grupo das bulbosas ornamentais no mercado florícola brasileiro, bem como sobre a crescente projeção destas espécies no mercado internacional da floricultura. Como decorrência desses fatos, um grupo de pesquisadores brasileiros foi convidado, pela primeira vez, a participar da edição do “Geophyte book”, que será publicado em Israel, em setembro. Esse grupo foi composto pelos pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas, Antonio Fernando Tombolato, Roberta Perry Uzzo, Giulio Stancato e Maria Amélia Vaz Alexandre, e pelos autores desta coluna. Antecipamos, agora, parte das informações que serão publicadas no livro acima referido e que se reportam ao mercado nacional de gladíolos (Gladiolus X grandiflorus), popularmente conhecidos como palmas-de-santa-rita, uma das espécies de maior valor econômico para a cadeia de flores e plantas ornamentais do Brasil. Trata-se de um dos mais importantes grupos de bulbosas ornamentais de interesse comercial, originário da Ásia, África e região do Mediterrâneo. As variedades atualmente cultivadas são híbridas de inúmeras espécies, o que lhes assegura ampla variabilidade de cores, florescimento em todas as épocas do ano e grande adaptabilidade a diferentes condições climáticas. Atualmente, as maiores produções concentram-se nos municípios de Holambra e Santo Antonio de Posse, no Estado de São Paulo, aos quais se seguem Nova Friburgo (RJ), Gravatá (PE), algumas áreas da Bahia e do Rio Grande do Sul. Observam-se, curiosamente, áreas produtivas instaladas na Amazônia, como é o caso do município amazonense de Rio Preto da Eva, próximo à cidade de Manaus. O sucesso comercial dos gladíolos junto aos consumidores brasileiros está historicamente vinculado ao seu cultivo pelos imigrantes holandeses que se estabeleceram na região hoje ocupada pelo município paulista de Holambra, especialmente a partir da década de 1950. Os bulbos sólidos dos gladíolos – chamados de cormos -, então trazidos da Holanda, encantaram os brasileiros por possuírem inflorescências mais longas dos que até então encontradas no Brasil, além de cores mais variadas e atraentes. Neste mesmo período, a colônia japonesa

O mercado brasileiro para gladíolos estabelecida no entorno da capital paulista, especialmente em Atibaia e Mogi das Cruzes, também passou a se dedicar comercialmente à produção desta flor, ampliando substancialmente o seu mercado. Avalia-se que uma parcela de 60% da produção brasileira anual de cormos (algo próximo a 18 milhões de unidades) é destinada à produção de flores de corte para o mercado interno, enquanto que os restantes 40% (12 milhões de unidades) são exportados, especialmente

para Holanda. De lá, são distribuídos para Portugal, Espanha e Itália. O mercado brasileiro de gladíolos – que havia sofrido importante desaceleração ao longo das últimas décadas - voltou a crescer recentemente, a partir do lançamento de novas cultivares de cores fortes e inusitadas e, também pela iniciativa de campanhas de promoção focadas em floristas e decoradores de todo o Brasil. O gosto e a apreciação por essa flor haviam se desgastado junto ao consumidor brasilei-

ro especialmente devido a dois fatores. Em primeiro lugar, por uma oferta abundante originada dos produtores de Holambra, que saturou o mercado e vulgarizou o produto por um longo período de tempo. Em segundo, por ter se tornado comum na ornamentação de cemitérios, associando fortemente sua imagem ao consumo funerário, com consequente rejeição de seu uso em cerimônias alegres e festivas. Atualmente, contudo, pode-se observar um movimento de renovação no consumo do

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produto e de um novo ciclo de expansão da base produtiva. Em 2010, foram comercializados nos principais mercados atacadistas brasileiros (Cooperativa Veiling Holambra, Ceagesp e Ceasa Campinas), 432.811 mil pacotes de gladíolos, o que representou um crescimento de 48,4% sobre a quantidade comercializada no ano anterior e de 25,9% sobre os resultados contabilizados em 2008. As colorações das flores mais comercializadas para o mercado interno atualmente são: branca, rosa, vermelha, salmão, amarela, verde e roxa. A preferência do consumidor brasileiro recai sobre as flores brancas, com cerca de 40% de participação no mercado. São flores particularmente empregadas nas cerimônias fúnebres, na ornamentação popular de casamentos, no Réveillon e nas oferendas a Iemanjá, nas datas comemorativas deste orixá da cultura afro-brasileira (2 de fevereiro, especialmente na Bahia e 8 de dezembro, em São Paulo e outras regiões do País). Em seguida, observa-se o gosto pelas flores vermelhas (25%), especialmente por ocasião do Natal e, finalmente, as outras cores: amarela (12%), rosa (10%), coral/creme (10%) e roxa (3%), especialmente para o Dia de Finados. Para exportação, a maioria dos cormos é de coloração branca. No mercado brasileiro, as flores são comercializadas em maços de 20 hastes e em conjunto de oito maços, totalizando 160 hastes. Devem ser sempre transportadas em cochos ou baldes com 5 cm de água no fundo e mantidas na posição vertical, para evitar deformações nas hastes. As flores devem ser colhidas quando já se puder identificar a cor do segundo ou terceiro botão. As hastes devem apresentar um mínimo de 40% de pendão floral em relação ao seu cumprimento total, que por sua vez, pode variar entre os tamanhos: médio (75 cm de comprimento e diâmetro mínimo de 0,5 cm), longo (90 cm de comprimento e diâmetro de 0,8 cm) e extra (110 cm de comprimento e diâmetro de 1,0cm). Para aqueles que pretendem conhecer mais sobre o mercado de bulbosas ornamentais no Brasil, recomendamos a consulta ao artigo “Bulbosas ornamentais no Brasil”, dos mesmos autores citados no início deste texto, publicado na Revista Brasileira de Horticultura Ornamental (v.16, n.º2, 2010, p.127-138). *Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Flores e plantas

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Expoflora chega à 31ª edição e antecipa tendências A edição 2012 da Expoflora, exposição de plantas e flores ornamentais, considerada uma vitrine para produtores, acontece no momento em que o setor registra bons resultados no país. Segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), o segmento movimentou R$ 4,3 milhões em 2011, atingindo crescimento de 13% em relação ao ano anterior.

A previsão é fechar 2012 com um índice de crescimento de 12%. O incremento no desenvolvimento de novas variedades e na produção de variedades mais bonitas e duráveis são apontados como fatores de incentivo ao aumento do consumo. Esse ano, o tema da exposição de arranjos florais, uma das principais atrações da Expoflora, é O amor em

cores e flores. Entre as atrações fixas estão, também, a mostra de paisagismo e jardinagem, a chuva de pétalas, o passeio turístico por Holambra, que inclui a visita a um campo de flores, as danças folclóricas e a culinária holandesa. Com apenas 11 mil habitantes, o município responde por 40% do comércio brasileiro de flores e plantas ornamentais e por 80%

das exportações. Durante o mês do evento, a cidade recebe cerca de 300 mil visitantes. Serviço: 31ª Expoflora De 30 de agosto a 23 de setembro, de quinta-feira a domingo Horário: das 9h às 19h Localização: Holambra, SP 340, Rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140.

Mercado do girassol cresce no Brasil De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, César de Castro, o avanço do girassol no Brasil e o mercado de óleos, tanto para biodiesel quanto para alimentação, depende da qualidade do produto e do valor de mercado. “Devido à maior produção de soja, os óleos mais nobres estão sendo direcionados para a indústria alimentícia, como é o caso do girassol e da canola”, explicou. Por se encaixar bem ao tipo de produção já utilizado para culturas que compõem o sistema, no caso a soja e o milho, o cultivo do girassol está aumentando sua área de produção no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso, que é o maior produtor. Atualmente, produtores tem conseguindo produtividade com mais de 2.400 kg/ha. Isto se deve também à maior disponibilidade de híbridos no mercado e do interesse de empresas de sementes e de insumos. Atualmente, o Brasil cultiva aproximadamente 80 mil hectares, área que, em função do sucesso das áreas de cultivo, tem grande perspectiva de aumento, principalmente para Mato Grosso e Goiás. Em relação ao Nordeste, Ivênio Oliveira, pesquisador da Embrapa, destacou o papel da pesquisa e da transferência para incrementar um sistema de produção com foco na agricultura familiar. “Já se tem as cultivares recomendadas para esta região e lavouras implantadas na Bahia, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, com área em torno de 10 mil hectares”, destaca Oliveira. A Embrapa Soja coordena o projeto Rede Biodiesel, financiado pela Petrobras, que envolve além do girassol, outras oleaginosas de interesse para a produção de óleos que podem ser utilizados para alimentação e para biocombustível.


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Ceasas do Brasil

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Índice Ceagesp fecha julho com alta de 2,57%

Kiwi estrangeiro

-17,6%

os setores de legumes e verduras devem permanecer com os preços em alta, principalmente os produtos mais sensíveis, como folhosas, tomate e vagem. Os legumes mais resistentes como batata, cebola, mandioca, inhame e milho verde devem figurar entre as opções de compra destes setores em substituição aos produtos mais frágeis ao tempo”, afirma Godas. Segundo avaliação do economista, a demanda deve continuar retraída no setor de frutas. “A tendência é que os preços praticados permaneçam estáveis em razão do grande volume de laranja e da oferta de produtos sazonais como morango, limão, tangerina e caju”, opina Godas. Já para o setor de pescados, a expectativa é de estabilidade nos preços. “Preservadas as condições atuais, o setor deve seguir com ótimas opções de compra como pescada, tainha, polvo, anchovas, entre outros”, complementa.

cebolinha (23%). As baixas nos preços foram do milho verde (-10,1%), da escarola(-11%) e da alface crespa (-8,8%). Os setores de frutas e diversos (ovos, batata, coco seco e cebola) apresentaram, respectivamente, retrações de 1,10% e 2,12%. Houve alta na ameixa estrangeira, no abacate fortuna e na melancia. Entre as quedas estão o kiwi estrangeiro, o caju e o maracujá doce. Em diversos, as altas foram do alho (14,3%) e dos ovos (3,2%), e as quedas foram da batata lisa (-25,2%), da batata comum (-18,2%) e do coco seco (-6,7%). Os pescados registraram queda de 9,28%. Entre as principais elevações estão a sardinha e o salmão. As principais baixas ficaram por conta das anchovas, do polvo e da pescada. Tendência

“Com a previsão de frio acentuado nas regiões Sul e Sudeste,

Pelo terceiro mês seguido, o Índice Ceagesp registrou elevação dos preços praticados e encerrou o mês de julho com alta de 2,57%. “Em razão das condições climáticas adversas e de alguns problemas sazonais, legumes e verduras continuam apresentando redução do volume ofertado, qualidade prejudicada e preços elevados”, avalia o economista da estatal, Flávio Godas. No ano, o indicador apresenta elevação de 9,11% e, nos últimos 12 meses, alta de 8,54%. O setor de legumes computou alta de 27,63% e o de verduras subiu 5,74%. Segundo a Ceagesp, entre as principais elevações dos legumes, destacam-se pimentão verde, berinjela, tomate e tomate cereja. Já entre as principais quedas deste setor estão abobrinha italiana, pepino japonês e inhame. Nas verduras, as principais altas são as do repolho(40,3 %), do brócolis (22,6%) e da

Milho verde -10,1%

Brócolis 22,6%

Alho 14,3%

Pesquisa fará diagnóstico da CeasaMinas A CeasaMinas iniciou no dia 23 de julho uma pesquisa para traçar um diagnóstico do entreposto de Juiz de Fora, na Zona da Mata, o terceiro maior em volume comercializado no Estado. A expectativa é de que o diagnóstico oriente projetos de expansão e modernização do entreposto,com base em informações como a capacidade de comercialização atual e a demanda de Juiz de Fora e região. Técnicos da central de abastecimento têm feito entrevistas com produtores rurais, atacadistas, varejistas, carregadores e funcionários. O trabalho também conta com a participação de uma empresa especializada em pesquisas, que fica responsável por levantar as principais demandas do público residente no entorno da unidade. De acordo com os técnicos da CeasaMinas responsáveis pela pesquisa, o diagnóstico permi-

tirá mensurar melhor o crescimento da demanda resultante do crescimento populacional. “Estas ações viriam ao encontro às necessidades do empresário do mercado atacadista que acaba investindo em áreas externas ao entreposto por não encontrarem espaço nas plataformas existentes ou por estruturas não adequadas ao tipo de negócio”, ressalta o chefe do Departamento Técnico da CeasaMinas (Detec), economista Wilson Guide, coordenador do trabalho. Destaque

Segundo a CeasaMinas, a oferta no entreposto de Juiz de Fora teve alta de 812% no segmento de “Produtos Diversos”, passando de 451,9 toneladas para 4,11 mil toneladas, entre 2010 e 2011. O aumento é atribuído à inauguração de mais um pavilhão atacadista espe-

cializado em produtos industrializados alimentícios e não alimentícios. Em 2011, a oferta geral de produtos no entreposto alcançou 76,5 mil toneladas de hortigranjeiros, cereais e industrializados, equivalente a uma alta de 4,1%. Já o valor comercializado apresentou aumento

de 7,7%, com R$ 98,1 milhões movimentados. A previsão é de que a pesquisa seja concluída até o fim de agosto e sirva de projeto piloto para os outros quatro entrepostos do interior: Uberlândia, Caratinga, Governador Valadares e Barbacena.

Salmão 3,9%

Ceasa-RJ quer ampliar banco de alimentos

Uma ação integrada entre a direção da Ceasa-RJ e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) poderá ampliar e modernizar o banco de alimentos da central de abastecimento fluminense. A ideia foi discutida pelo presidente da Ceasa, Leonardo Brandão, e representantes do ministério, durante reunião na unidade Grande Rio em julho. “A ideia é que todas as nossas unidades tenham o banco de alimentos. Isso vai possibilitar uma abrangência maior desta importante ferramenta de segurança alimentar. Vamos garantir que todas regiões do estado tenha uma unidade”, disse Brandão. “Vamos ampliar o nosso banco seguindo os critérios do ministério. Temos ainda a intenção de comprar a produção diretamente na roça dos agricultores familiares, e doar através do banco de alimentos. Uma inovação que estamos estudando para ajudar no escoamento do pequeno produtor”, explicou o presidente. Lançado em maio do ano passado, o banco de alimentos da Ceasa fluminense tem cerca de cem entidades cadastradas no projeto social.


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PRODUÇÃO

Transgênicos alcançarão 36,6 mi de hectares na safra 2012/13 Previsão aponta incremento de quatro milhões de novos hectares

13 A área plantada com sementes geneticamente modificadas deve alcançar 36,6 milhões de hectares na próxima safra, segundo 1º acompanhamento de adoção agrícola da safra 2012/13, divulgado no dia 6 de agosto pela Céleres. A previsão aponta para uma adoção 12,3% maior em comparação ao ano anterior e significa quatro milhões de novos hectares com as variedades transgênicas. O relatório indica a intenção de plantio de transgênicos pelos agricultores no Brasil. A liderança na adoção de biotecnologia continua com a soja, que deve ter 88,1% das lavouras com sementes GM, uma área estimada em 23,9 milhões de hectares. E o milho, que começa a cultivar a quarta safra com híbridos transgênicos, já se aproxima desse patamar. A safra inverno representa a segunda maior taxa de adoção, com 87,8%, ou 6,9 milhões de hectares de sementes transgênicas. No caso da safra verão, a adoção deve representar 62,6% da área total ou 5,2 milhões de hectares. Já o algodão deve ter 50,1%, ou 546 mil hectares da área total com sementes transgênicas. “O contínuo crescimento da adoção de biotecnologia deve ser atribuído ao aumento de novas variedades disponíveis no mercado e que, hoje, são adaptadas às diferentes áreas agrícolas do País”, acredita Anderson Galvão, engenheiro agrônomo e sócio-diretor da Céleres. Ele explica que os benefícios diretos e indiretos decorrentes do uso dessas sementes têm sido apontados pelos agricultores como um dos maiores motivos pela escolha. Em relação aos estados, Mato Grosso segue na liderança, com 9,6 milhões de hectares, seguido pelo Paraná com 6,6 milhões de hectares. A tecnologia com tolerância a herbicidas segue na liderança com 25,3 milhões de hectares, seguida pelas sementes com resistência a insetos, com 5,7 milhões de hectares, e pela tecnologia de genes combinados, com 5,6 milhões de hectares.


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Agrícola

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Holandeses desenvolvem pimentão sem sementes

Um grupo de pesquisadores holandeses levou para casa o prêmio Inovação pelo desenvolvimento de um pimentão sem sementes. A premiação ocorreu na mais recente edição da feira Fruit Logistica, realizada anualmente na Alemanha. O evento reúne os maiores produtores e exportadores de frutas do mundo e premia a descoberta que contribui de forma mais significativa para o setor. A variedade dá novo gás à indústria de alimentos modificados, que desde o ano passado recorre à combinação de cruza-

mento clássico com engenharia genética, para melhorar a qualidade de frutas (sim, o pimentão é uma fruta), preservando o sabor e as propriedades nutritivas. Os cientistas responsáveis pela descoberta creem que o produto pode ser uma alternativa para pessoas que têm menos tempo para preparar suas refeições. Recentemente, uma nova variedade de tangerina caiu no gosto do consumidor norte-americano por ser mais doce, com casca mais fácil de ser extraída e sem sementes.

Uso de tecnologia aumenta produtividade da batata

A produtividade da batata aumentou em média três vezes desde que duas novas variedades da planta começaram a ser cultivadas em Cusco, no Peru, há aproximadamente dois anos e meio. Esta região, em janeiro e fevereiro de 2010, foi afetada por fortes chuvas e enchentes e sua agricultura foi fortemente prejudicada. Por meio do melhoramento genético clássico, vinte clones da planta que apresentavam algum tipo de resistência à doença da requeima, comum em plantações de batatas e tomates, foram avaliados e selecionados por cientistas e por 200 famílias locais. Este mal é causado pelo fungo Phytophthora infestans e representa uma ameaça cons-

tante aos produtores da região dos Andes. Depois de anos de pesquisa em colaboração com a comunidade, duas variedades com as melhores propriedades para os agricultores da região foram selecionadas e oficialmente lançadas no mercado peruano. Os agricultores familiares da região dos Andes conseguiram uma produtividade média 3 vezes maior do que a obtida com batatas nativas, que continuam a ser cultivadas. Desde que começaram a ser plantadas, as novas variedades foram responsáveis pelo fornecimento de 15 a 16 toneladas por hectare, contra somente cinco toneladas obtidas nas variedades convencionais.

Pesquisa seleciona tomateiro com tolerância ao cádmio O crescente número de casos de contaminação dos solos por metais pesados tem afetado a produtividade das culturas agrícolas, além de representar risco iminente aos alimentos. “Isso ocorre porque alguns destes contaminantes, tais como o Cádmio, são muito parecidos com micronutrientes, sendo assim absorvidos com mais facilidade pelas plantas”, lembra o engenheiro agrônomo Fernando Angelo Piotto. No programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, da Esalq, Piotto está selecionando cultivares de tomateiro tolerantes ao metal pesado Cádmio, com objetivo de entender melhor as alterações genéticas, fisiológicas e bioquímicas destas plantas. No Laboratório de Genéti-

ca Bioquímica de Plantas, além de Fernando Piotto outros pesquisadores orientados pelo professor Ricardo Antunes de Azevedo, do Departamento de Genética (LGN), vem trabalhando com diversos aspectos relativos ao impacto dos metais pesados em plantas cultivadas. “Nosso germoplasma possui mais 300 acessos de tomateiro, com cultivares vindas de várias partes do mundo, além de várias espécies selvagens relacionadas ao tomateiro”, conta Piotto, que utilizou a variabilidade genética existente entre estes tomateiros para selecionar plantas mais tolerantes. Além de avaliar inúmeras cultivares de tomateiro vindas de várias partes do mundo, de forma complementar a pesquisa gerou variabilidade genética

por meio de mutagênese, para tentar selecionar plantas mutantes de tomateiro que sejam que sejam tolerantes a este metal pesado. “Até o presente momento, nós identificamos pelo menos uma cultivar mais tolerante ao Cádmio e uma mais sensível a este metal, e também uma planta mutante que apresentou maior tolerância ao Cádmio”, revela o autor do trabalho. Contudo, Piotto pondera ser necessário tomar cuidado ao definir o que é tolerância a um determinado metal, pois em doses elevadas, nenhuma planta conseguiria se desenvolver na presença destes contaminantes. “Assim, quando falamos em tolerância, estamos nos referindo a uma planta mais tolerante do que a média de tolerância das cultivares”, explica.

Especialista mostra que energia nuclear pode conservar alimentos por mais tempo Frutas frescas, grãos e vegetais podem ter durabilidade três vezes maior com a irradiação de alimentos É o que garante a técnica apresentada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) na ExpoT&C, mostra de ciência, tecnologia e inovação da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). De acordo com químico da Cnen, Elder Magalhães, o uso de energia nuclear aumenta o tempo de conservação dos alimentos, previne o brotamento e retarda a maturação. O processo evita a transmis-

são de doenças causadas por bactérias, fungos e leveduras. Além disso, parasitas, insetos e seus ovos e larvas são mortos ou se tornam estéreis. “A irradiação aumenta o tempo de vida e produz um alimento mais saudável, evitando o desperdício. O comerciante, quando vê que vai sobrar mercadoria, repassa os custos ao consumidor. Com a técnica, o preço de frutas e verduras pode baixar”, explicou. A técnica de irradiação ali-

mentar tem custo de operação elevado e ainda não é aplicada no país. Entretanto, já é realidade na esterilização de materiais médicos e cirúrgicos, como agulhas e fios de sutura. Segundo a Cnen, a técnica é aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e utilizada em 37 países. Magalhães ressaltou que a técnica, ainda desconhecida do grande público, divide opiniões e provoca insegurança.

“Os alimentos são submetidos a uma quantidade controlada de radiação e não ficam contaminados. Eles não são serão colocados dentro de solução radioativa. É como tirar um raio X, deixar uma roupa para secar ao sol ou se bronzear. O que é vendido para população é filme de ficção científica e não é a verdade. Ninguém vai virar o Godzila ou o Incrível Hulk por comer um alimento que passou por processo de irradiação. É uma

técnica segura”, disse o químico à Agência Brasil. A dona de casa Maria Helena Santos, de São Luís, conheceu a técnica e afirmou que comeria alimentos irradiados. “Não tenho medo e teria, com certeza, na minha casa. Entendi os benefícios e também que não há nenhuma alteração no sabor. São essas tecnologias avançadas que vão ajudar a combater a escassez de alimentos em um mundo cada vez mais com mais problemas”, opinou.


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Agrícola

HOMENAGEM

Dia do Agricultor traz o campo para a cidade Moradores da capital paulista puderam sentir o gostinho de como é a vida no campo. Foi essa a sensação de alguns visitantes que foram ao Parque da Água Branca, no último dia 28 de julho, Dia do Agricultor. Para comemorar a data, os institutos e coordenadorias ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) apresentaram aos visitantes produtos, projetos, pesquisas e curiosidades sobre o meio rural. Durante todo o dia foi possível acompanhar apresentações musicais, exposição de animais, feira de produtos da agricultura familiar, entre outros. A CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) levou para o parque diversas associações para exposição e venda de produtos variados e de artesanatos da pequena agricultura. A instituição também apresentou alternativas ao produtor na área de sementes e mudas, com a exposição de espécies de essências florestais, frutíferas silvestres e arborização, e mais de 20 variedades de

sementes. Segundo a SAA, um dos objetivos do evento, além de homenagear os agricultores, foi aproximar a população urbana, da rural. “De uma certa maneira, as pessoas do meio urbano ainda desconhecem qual a real importância do setor

agropecuário. Para que a população possa valorizar, é preciso que ela conheça. Esse evento é uma forma de promover a interação entre quem produz e quem consome. Além disso, é uma ótima oportunidade para apresentarmos o trabalho que

promovem não só o desenvolvimento dos campos, mas das grandes cidades também”, avalia a secretária de Agricultura, Mônika Bergamaschi. Para o coordenador da CATI, José Carlos Rossetti, é fundamental o contato entre

as pessoas que vivem na cidade e aquelas que residem na área rural. “Ao conversar com os produtores ou ao receber informações dos técnicos presentes, a população pôde saber, por exemplo, que a água que bebe não vem de sistemas de abastecimento e saneamento, mas ela existe porque um produtor protegeu uma nascente”, diz. O produtor de frutas do Vale do Ribeira, Waldemar Tamashiro, se sentiu feliz com a homenagem. “Essa foi uma excelente oportunidade de apresentarmos nosso trabalho para nossos consumidores finais. Esse incentivo é importante para que nossos colegas não abandonem os campos, afinal tem gente que valoriza nossas atividades. Fiquei animado e motivado a produzir mais e melhor”, finaliza, orgulhoso. Celebrado no dia 28 de julho, o Dia do Agricultor foi instituído a partir do centenário da criação do Ministério da Agricultura, em 1960. Atualmente, o agronegócio é responsável por 25% do PIB nacional e por um terço dos empregos no País.

anos, bem como a sua relação com outras frutas. O sequenciamento, que começou em 2010, poderá fornecer informações genéticas que auxiliarão no combate a doenças e pestes que castigam as plantações. Além disso, os cientistas acreditam que, conhecendo o genoma da fruta, será possível

promover melhorias tanto na cor das peras, quanto no seu sabor e qualidade. Banana No caso da banana, os cientistas anunciaram que 91% do código genético da fruta já foi decifrado, o que servirá de referência para outros pesquisadores no futuro. O francês Angelique D’Hont,

que chefiou os 18 grupos responsáveis pelas pesquisas, afirmou que mais de 36 mil genes foram encontrados nos 11 cromossomos da banana. De acordo com ela, para sequenciar o DNA da fruta foi necessário explorar a história evolutiva da banana e a sua relação com outras plantas. Existem mais de mil varie-

dades de bananas conhecidas. Essa fruta, que é cultivada desde os primórdios da agricultura, possui uma forma de nomenclatura única e faz parte da dieta de milhões de pessoas em todo o mundo. Mas você sabia que a bananeira não é uma árvore? Segundo cientistas, a planta da qual colhemos bananas é uma erva gigante.

Cientistas sequenciam o genoma da pera e da banana

Um grupo de cientistas internacionais anunciou o fim do sequenciamento do genoma da pera. Liderados por pesquisadores da Universidade de Nanjing, da China, a equipe conseguiu decifrar mais de 97% do código genético da fruta. Segundo os especialistas, o sequenciamento ajudará a compreender melhor a evolução da pera ao longo dos


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Fruticultura

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Cacau capixaba é selecionado entre os melhores do Brasil Com adoção de técnicas adequadas, produtor teve amostra selecionada entre as quatro melhores do país durante Salão do Chocolate de Salvador e irá disputar etapa mundial em Paris O cacau produzido na Fazenda São Luiz, no município de Linhares, região norte do Espírito Santo, foi selecionado entre os quatro melhores Brasil. O cacauicultor Emir de Macedo Gomes Filho recebeu o prêmio de excelência da etapa nacional do Internacional Cacao Awards 2012, que garante o direito de disputar a grande final do renomado concurso, em outubro, durante o Salon du Chocolat Paris. No Brasil, ao todo, 46 amostras foram inscritas. A primeira fase da seleção avaliou aspectos físicos, como tamanho da amêndoa, impurezas e aroma, selecionando 16 amostras para a próxima fase. Depois, as amostras classificadas na primeira etapa foram enviadas para o processamento e transformação do chocolate. Nesta fase, uma comissão formada por 30 chocolatiers de diversas nacionalidades fez a análise sensorial, que verificou características específicas de cada amostra, como doçura, intensidade do sabor e acidez, elegendo as quatro melhores amostras de cacau do Brasil. Adotando técnicas modernas de produção há vários anos em sua propriedade, o produtor Emir Filho acredita que, com dedicação e perseve-

Conquista valoriza região cacaueira

rança, é possível alcançar bons resultados na cultura do cacau, mesmo convivendo com ataque severo da vassoura-de-bruxa, doença que afeta gravemente a atividade. “Comecei o trabalho de renovação da lavoura em 1999, utilizando novos materiais genéticos. Aliado a isso, a colheita seletiva dos frutos maduros, a quebra e o transporte da fruta para o cocho no mesmo dia e a fermentação e secagem correta

contribuem para a produção de um cacau com qualidade”, afirma Emir. Atualmente, a Fazenda São Luiz conta com 60 mil pés de cacau renovados, mais resistentes a doença e com bons índices de produtividade. A meta do produtor é chegar a 100 mil pés. “Vamos atingir essa meta alcançando a produção equivalente do passado, quando tínhamos 180 mil pés produzindo”, diz Emir, destacando o trabalho

de seus colaboradores. “O gerente e os funcionários foram fundamentais para esse resultado positivo, além do apoio do técnico agrícola Francisco de Paula Durão que nos acompanha”, destacou. Na etapa internacional, o cacau capixaba e os três outros finalistas brasileiros (da Bahia) irão disputar com amostras vencedoras de importantes produtores mundiais, como a Costa do Marfim, Nigéria, Gana, Venezuela, Indonésia, Equador, entre outros.

A seleção da amostra de cacau do Espírito Santo para a etapa final do concurso Internacional Cacao Awards 2012 valoriza a região cacaueira capixaba, acredita o produtor Emir de Macedo Gomes Filho. “Em um momento de crise que a cultura vive, essa conquista do setor levanta a alto estima dos produtores e resgata o prestigio do segmento”, diz. Para o cacauicultor, o município de Linhares, responsável por cerca de 90% da produção estadual de cacau, tem potencial para ser conhecido pela produção de cacau fino, com qualidade superior, conseguindo preços melhores no mercado. “A Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal) já trabalha para receber a certificação de origem do nosso cacau. Podemos agregar valor com nossa qualidade”, afirma Emir.

FITOPATOLOGIA

Vírus pode inviabilizar cultura do mamão Falta de controle está provocando corte compulsório das plantas nas regiões produtoras O ataque da doença do mosaico nas lavouras de mamão da região norte do Espírito Santo e sul da Bahia, responsável por grande parte da produção nacional da fruta, está deixando autoridades do setor e produtores rurais em alerta. Causada por um vírus, a doença tem se propagado nas áreas produtoras e causado prejuízos para os agricultores, que precisam eliminar as plantas contaminadas.

O corte compulsório dos mamoeiros doentes é obrigatório, de acordo com legislação específica. O problema é que a realização dos tratos culturais adequados para evitar a disseminação da doença não é feita por todos. “Se o produtor fizer o roguing, retirada das plantas com sintomas da doença para evitar sua disseminação, ele terá uma perda de cerca de 2% da lavoura. Se ele não faz, a doença se espalha, contamina toda sua lavoura e vira fonte para transmissão do vírus para plantações vizinhas. Todo mundo perde mais”, diz José Roberto Macedo Fontes, engenheiro agrônomo e diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores e Ex-

portadores de Papaya (Brapex). Mesmo que a planta apresente boa quantidade de frutos, mas esteja com o mosaico, é essencial a retirada dela. “É melhor perder alguns frutos do que a lavoura toda e, ainda, propagar essa doença”, destaca Fontes. O produtor deve realizar inspeções periódicas na lavoura e eliminar as plantas infectadas, além de eliminar as lavouras abandonadas e plantas no fim do ciclo de produção para evitar fontes de inóculo na região. A Brapex está realizando reuniões com os órgãos governamentais para reforçar a fiscalização de lavouras na região evitando, até mesmo, a inviabilização da cultura na região.


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Mitos prejudicam setor agropecuário, afirma professor da USP Para o pesquisador, agricultura ainda carece de qualificação profissional Para o doutor e professor da Universidade de São Paulo (USP), José Pastore, existem muitos mitos que rondam o setor agropecuário e prejudicam a resolução do apagão da mão de obra no campo. Um deles é que as máquinas agrícolas vão substituir os trabalhadores. “Mesmo com a utilização da tecnologia no meio rural, nem todo o setor pode ser mecanizado para dispensar a mão de obra existente. Há ramos como o de frutas e flores, por exemplo, que ocupam muito espaço e mão de obra devido às suas culturas. O que há no campo, na realidade, são pessoas mais idosas e com menos conhecimento, que contrastam com as novas tecnologias aplicadas”, afirma. José Pastore é um dos palestrantes convidados para o Fórum Internacional Senar Inovação para o campo – Desafios no desenvolvimento de recursos humanos para vencer o apagão

da mão de obra rural, que será realizado entre os dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo. Ele ministrará a palestra: Apagão da mão de obra no campo – mitos e verdades. “É importante destacar que cada vez mais a agricultura precisa de mais neurônios e menos de músculos”, diz José Pastore. O pesquisador da USP explica que realmente existe falta de mão de obra no campo e que mesmo que todo o setor esteja mecanizado daqui a 10 anos, há trabalho a fazer em se tratando de qualificação profissional. “Se isso acontecer, teremos ai 10 anos (o que é muito tempo) para capacitarmos os trabalhadores rurais, de forma que essas pessoas saibam como lidar com o maquinário disponível, pois a máquina precisa de profissionais que não existem no campo atualmente, como o mecânico, o gestor ou mesmo um profissional de TI”, ressalta.

Custo de vida tem alta de 0,42% em SP Preço dos alimentos in natura puxa inflação

Na opinião do professor, a saída dos jovens do meio rural em busca de melhores condições está começando a se reverter. “Em todos os países as cidades atraem as pessoas mais educadas. Mas com a utilização da tecnologia na agropecuária,

os jovens têm voltado, atraídos pelas capacitações na área e também pelos salários cada vez maiores”, diz. “É importante destacar que cada vez mais a agricultura precisa de mais neurônios e menos de músculos”, assegura Pastore.

O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no município de São Paulo, apresentou alta de 0,42%, em julho. O resultado é 0,19 ponto percentual maior do que o de junho (0,23%). Os alimentos tiveram a principal contribuição para a alta pelo terceiro mês consecutivo, com elevação de 1,11%. Também pressionaram a taxa as classes habitação (0,23%) e saúde (0,28%). Já os grupos equipamento doméstico (-0,73%), vestuário (-0,23%) e transporte (-0,07%) tiveram variações negativas.

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Movimentação por dia de semana na Ceagesp Sabrina Leite Oliveira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp Existe grande variação de movimentação por dia de semana no Entreposto Terminal de São Paulo. É preciso entender as razões da diferença de movimentação e estabelecer uma estratégia de melhoria de utilização do espaço. Os atacadistas entrevistados no início de 2011 atestam que os dias da semana de maior movimentação na Ceagesp são sexta e segunda. A maior movimentação nesses dias é visível nas �ilas e horas de espera para carga e descarga, di�iculdade de movimentação, irritação de compradores e fornecedores, desperdício de ativos e receitas, espaço insu�iciente. Terça e quinta são dias com espaço sobrando e mercado vazio. Na mesma pesquisa realizada em 2011, os atacadistas entrevistados responderam que o maior volume de vendas da Ceagesp vai para o mercado vare-

jista (64%): varejo tradicional e varejo de rua. O varejo tradicional é composto por lojas especializadas em frutas e hortaliças (varejões, sacolões, quitandas e frutarias) e supermercados e o varejo de rua (23%) por ambulantes e feirantes. Os supermercados respondem por 42% das vendas ao varejo tradicional e os

feirantes por 74% do varejo de rua. Precisamos compreender como é a distribuição dos dias de oferta nos supermercados na semana e da ocorrência de feiras livres no município de São Paulo. Os dias de maior venda de frutas e hortaliças nos supermercados são os dias de ofer-

tas desses produtos. Os dias de oferta de frutas e hortaliças nos supermercados de São Paulo concentram-se no �inal de semana (30%), seguidos da quarta (23%), terça (14%) e segunda, quinta-feira e sexta-feira com 11% cada. O município de São Paulo abriga 863 feiras livres sema-

nais, 41% realizadas no �inal de semana, seguida pela quarta (16%), quinta (15%), sexta e terça-feira com 14% cada. A grande concentração de venda nos supermercados (oferta) e do número de feiras nos �inais de semana explica o maior volume de comercialização na sexta-feira. A capital paulista não tem feira livre na segunda-feira, uma das razões para a concentração de compra nesse dia pelos feirantes. A outra razão pode ser a concentração dos dias de oferta dos supermercados nas terças e quartas (37%), com compra na segunda-feira. O espaço no mercado nas sextas e segundas é insu�iciente e nas terças e quintas sobra espaço. A de�inição e a doação de estratégias de venda pelos atacadistas da Ceagesp, para otimizar a utilização do espaço do entreposto paulistano, pode aumentar as vendas nas terças e quintas, contribuir para a melhoria da satisfação dos nossos clientes e pode ser uma grande oportunidade de negócio.

Agricultura garante compra de milho para abastecer mercado

Governo define preço mínimo para a laranja

Para suprir a demanda por milho no país, o Ministério da Agricultura vai comprar o produto para garantir o abastecimento nas regiões de�icitárias do Sul, Sudeste e Nordeste do país. A decisão foi anunciada após reunião com representantes do setor no dia 23 de julho. “Com essa medida atenderemos a demanda emergencial do mercado. É importante o país saber que não faltará milho”, disse o secretário de Política Agrícola do Ministério, Caio Rocha. A quantidade de milho a ser comprada e forma da aquisição será de�inida após avaliação conjunta com a Conab o Ministério da Fazenda. O encontro com o setor produtivo teve por objetivo a elaboração de uma agenda estratégica para discutir as demandas emergências e futuras da produção de milho. Os produtores discutiram também as questões relativas ao plantio e a comercialização do produto. De acordo com Rocha, o principal objetivo é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma e�iciente e segura e depois comercializá-lo, com custos competitivos. “Discutimos o planejamento da cultura do milho, considerando a alta do preço, os custos de produção, a logística, entre outros tópicos. Com essa troca de informações com o setor, a expectativa é de avançarmos na produção e ganharmos em produtividade”, disse o secretário.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o preço mínimo de R$ 10,10 por caixa de laranja. Com isso, o Ministério da Agricultura deverá iniciar, em breve, leilões com objetivo de contribuir para o crescimento do mercado interno de laranja e suco de laranja. que por um período de crise. Os produtores e as indústrias de suco poderão contratar, com base no preço mínimo, operações de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP). Também foi autorizado o alongamento do prazo de pagamento do custeio de laranja com vencimento em 2012, que será de 5 anos, em parcelas anuais, a partir de 2013. Já as parcelas de 2012 de operações de investimento, ou de custeio prorrogado em anos anteriores, poderão ser pagas um ano após o vencimento da última parcela prevista no contrato atual. Adicionalmente, foi criada uma linha de manutenção de pomares com limite de R$ 150 mil, 5,5% ao ano de juros e prazo de até cinco anos para pagamento. Segundo o Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, essas medidas representam o reconhecimento da complexidade da crise de renda por que passa a citricultura nacional. “Mais medidas estão sendo estudadas, como, por exemplo, alongamento do prazo de pagamento das operações de estocagem de suco contratadas em 2011, conjugado com a formalização de contratos de compra da laranja por parte da indústria”.


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CENTRO LOGÍSTICO DE CAIXAS

Técnicos apresentam propostas para criação de banco de caixas na Ceagesp

Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Lisandro Michel Barreiros CQH/ Ceagesp

O produto hortícola fresco não passa por nenhum processo de transformação entre a colheita e o consumo. A sua melhor qualidade acontece no momento da colheita e o frescor é uma das suas características mais apreciadas pelo consumidor. Todos os esforços de modernização da pós-colheita e distribuição visam à manutenção da qualidade de colheita do produto. A embalagem é instrumento de proteção e de movimentação da produção ao consumo e as características da cadeia dos produtos hortícolas frescos dificultam a modernização do

seu sistema de embalamento e distribuição: produção especializada, sazonal, pulverizada em pequenas e médias propriedades em diferentes regiões do país, consumo concentrado nos grandes centros urbanos, poder de compra consolidado nas mãos das grandes redes de varejo e das grandes empresas de alimentação, grande fragilidade comercial de produtores e atacadistas, comércio marcado pela perecibilidade das frutas e hortaliças e pelo consumo do mix dos produtos. As embalagens atualmente utilizadas são o reflexo da desorganização do setor e da sua dificuldade de modernização. A Ceagesp, que recebe uma parte importante da produção hortícola nacional, concentra também os seus acertos e desacer-

tos. Hoje existem no mercado atacadista caixas descartáveis (papelão, madeira e plástico), caixas retornáveis (caixas plásticas, caixas de madeira tipo torito e M) e caixas reutilizáveis (caixas tipo K e engradado). As caixas retornáveis retornam para o seu dono, exigem a administração do retorno, espaço para armazenagem, carga e descarga das caixas vazias, reparo de caixas. As caixas reutilizáveis retornam para o caixeiro, onde passam por reparação e são armazenadas. A logística da caixa reutilizável é eficiente e o produtor paga pela caixa sempre. O varejista, ao entregar a caixa para o caixeiro (que armazena, faz o reparo das caixas, compra e vende caixas vazias), recebe um valor pela caixa – é recom-

pensado pela devolução da caixa. O atacadista que financia a caixa para o produtor, muitas vezes recebe a sua comissão, assim como o motorista do caminhão, que leva a caixa para o produtor. Os caixeiros estão localizados em terrenos cheios de lixo, ratos, sem fiscalização sanitária ou de qualquer tipo. É impossível que empresas idôneas de embalagem concorram com o comércio informal, que desobedece às normas elementares de higiene e não cumpre as obrigações trabalhistas ou tributárias. A maioria das embalagens utilizadas nos entrepostos da Ceagesp são retornáveis ou reutilizáveis, não sofrem nenhum processo de desinfecção, não são de medidas paletizáveis e são fontes de danos ao

produto e agentes de disseminação de problemas fitossanitários e sanitários e ainda desobedecem às exigências legais do governo federal e do município de São Paulo. As embalagens descartáveis de papelão, madeira e plástico estão sendo reutilizadas, quando deveriam ser encaminhadas para reciclagem. O procedimento atual desobedece às determinações da legislação federal e municipal da cidade de São Paulo. A administração da embalagem retornável em circuito aberto, sem uma estrutura adequada, é uma tarefa estafante, quase impossível. As dificuldades da descarga, organização e entrega de caixas vazias pelos compradores, do controle da retirada e da entrega de caixas, do armazenamento, do reparo,


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da manutenção de estoque, do atrito com o comprador, da organização para o retorno à produção das caixas vazias pelos atacadistas são alguns dos problemas. Eles tornam impossível o aproveitamento dos benefícios, do baixo custo por viagem, da embalagem retornável, os seus benefícios ambientais e o trabalho em conformidade com as exigências sanitárias, fitossanitárias e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Ceagesp precisa de um sistema que viabilize a utilização de embalagens retornáveis em circuito aberto e retire do mercado as caixas recicláveis já utilizadas, pois o volume movimentado de caixas é muito grande. A seguir você confere a proposta desenvolvida pelos técnicos da Ceagesp e apresentada na última reunião do Conselho Consultivo. Conceito do Centro Logístico

O Centro Logístico de Caixas abrange as embalagens vazias retornáveis e as descartáveis. Ele é composto pelo Centro de Reciclagem e pelo Centro de Caixas Retornáveis. O Centro de Reciclagem é o responsável pelo recolhimento das embalagens descartáveis, através de compra ou doação, e pelo seu encaminhamento para reciclagem. O Centro de Caixas Retornáveis é composto pelo Centro de Higienização e pelo Vale Caixa (cartão de crédito e débito). Ele permitirá a utilização da embalagem retornável em circuito aberto, sem transferir para o usuário (produtor, permissionário, varejista, distribuidor, transportador e outros agentes de produção e de comercializa-

ção), a responsabilidade pela administração do seu retorno e higienização e a necessidade de manutenção de estoque de caixas. A base da proposta do Centro de Caixas Retornáveis é simples:

1ª Cada usuário paga pela caixa e é responsável por ela, enquanto estiver em seu poder. O sistema pode funcionar com um cartão de crédito e débito como já acontece no outros estados, como o Rio Grande do Sul. A retirada da caixa, vazia ou com produto, é debitada no cartão e a entrega da caixa é creditada no cartão. A caixa vazia só pode ser entregue ou retirada no Centro de Caixas Retornáveis. O débito e o crédito da caixa com produto podem ser feitos pelo atacadista, num sistema semelhante ao do cartão de crédito e débito. O usuário do sistema pode conferir cartões adicionais com crédito aos seus parceiros comerciais preferenciais; 2ª As medidas e os padrões mínimos de qualidade serão previamente estabelecidos, consultados os usuários atacadistas e dentro das exigências estabelecidas pela lei e pelas normas vigentes; 3ª A entrada de cada produto no sistema exige a adesão oficial dos atacadistas responsáveis por 50% +1 do volume de entrada do produto na Ceagesp; 4ª Os fabricantes das embalagens e as embalagens deverão ser credenciados pelo Centro Logístico de Caixas, antes de sua entrada no sistema.

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O fabricante deverá entregar as caixas no Centro Logístico, após a aquisição do vale-caixa por cada usuário. Cada caixa deverá ter uma identificação que permita o seu rastreamento e a verificação de sua conformidade com as exigências estabelecidas;

5ª Os fabricantes de embalagem pagarão uma taxa ao Fundo de Manutenção do Centro Logístico, proporcional ao número de caixas de sua fabricação que entrarem no sistema. Eles serão responsáveis pela reposição das caixas com defeito, pela reciclagem da caixa quebrada e participarão do processo de retirada das caixas proprietárias existentes no mercado. A existência do Fundo de Manutenção permitirá a cobrança de uma taxa de higienização barata e o investimento contínuo em melhorias; 6ª O controle da qualidade e a identificação das caixas na entrada e na saída do Centro de Caixas Retornáveis serão automatizados; 7ª O usuário poderá optar pela instalação de um equipamento de identificação das caixas no seu estabelecimento. Atividades do Centro Logístico de Caixas

O Centro Logístico de Caixas é composto pelo Centro de Caixas Retornáveis e pelo Centro de Reciclagem. A entrada e a saída da caixa vazia no mercado serão restritas ao Centro Logístico de Caixas. As caixas retornáveis deverão ser entregues no Centro de Caixas Retornáveis e as caixas descartáveis no Centro de Re-

ciclagem. A entrada de caixas vazias higienizadas no mercado será restrita a casos de grande necessidade, só quando acompanhada de autorização escrita do destinatário e da liberação pelo Centro Logístico de Caixas. O Centro Logístico de Caixas deverá ter um portão de entrada e saída independentes do mercado. As caixas descartáveis serão prensadas, trituradas e vendidas para reciclagem. A administração do estoque, do retorno e da higienização das caixas retornáveis vazias é responsabilidade do Centro de Caixas Retornáveis. Cada usuário paga pela caixa retornável, através da aquisição do vale-caixa. Um vale-caixa corresponde ao direito de retirada de uma caixa. O sumiço da embalagem é responsabilidade do seu usuário. O vale-caixa deve ter o formato e as funções de um cartão de crédito e débito. O atacadista poderá fornecer cartões adicionais para os seus clientes e fornecedores preferenciais, se assim o desejar. O custo da manutenção da qualidade da embalagem, da carga, da descarga e do espaço ocupado no armazenamento da caixa vazia é do Centro de Caixas Retornáveis. Poderão ser utilizadas embalagens de diferentes fabricantes desde que atendam a um padrão mínimo de qualidade e de características aprovados pelo Centro Logístico de Caixas. A caixa deverá portar um ‘chip’ que garanta o seu reconhecimento na esteira da máquina de higienização. Poderão ser utilizadas embalagens de tamanhos diferentes e mais adequadas para cada produto, desde que paletizáveis

e modulares e que permitam a unitização da carga. A embalagem não poderá ter gravada marca proprietária. A identificação do fornecedor do produto deverá ser feita através do rótulo afixado na caixa. O Centro de Caixas Retornáveis é o responsável pelo recebimento de caixa vazia suja, pela sua limpeza e higienização e pelo fornecimento da caixa limpa. Estratégia de implantação

A proposta é começar devagar e crescer, dentro de um programa de adesão voluntária por produto. O grande volume, a participação de caixas retornáveis, a concentração nas mãos de poucos atacadistas, a concentração da produção em barracões de classificação, a capacidade de indução de mudanças em outros produtos são algumas das características desejáveis para os primeiros produtos. O Centro de Caixas Retornáveis do Centro Logístico de Caixas será implantado rapidamente se os atacadistas que respondem pela comercialização de mais de 50% do volume de laranja, banana e tomate participarem deste programa de adesão voluntária. Existe grande utilização de embalagens retornáveis nos três produtos. A mudança de embalagem no tomate induziria a mudança das embalagens dos outros legumes, que são embalados em caixas já utilizadas de tomate. Os atacadistas de banana, laranja e tomate serão convidados para uma definição conjunta da estratégia definitiva de funcionamento e de implantação do Centro Logístico de Caixas.

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Revolução da comercialização de batata Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Está na hora de uma parceria efetiva entre produtores e atacadistas para atender às exigências de mercado por embalagens menores e às exigências da lei por rotulagem e da lei em tramitação por peso máximo de 30 quilos. No último dia 9 de agosto, um encontro realizado na Ceagesp reuniu produtores, fabricantes de sacarias, atacadistas e o superintendente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Carlos Correia. O objetivo da reunião foi debater a mudança da sacaria de 50 quilos para 20 ou 25 quilos e a melhor localização do rótulo e as informações adicionais que devem estar contidas nele. As informações apresentadas pela ABBA (Associação Brasileira de Produtores de Batata) mostram a pujança da cultura no Brasil, que produz batata em 100 mil hectares por ano, sendo 80 mil hectares destinados à produção de batata para o consumo in natura – dois milhões de toneladas. Dez mil hectares atendem à produção de 70 mil toneladas de batata chips; cinco mil hectares atendem à produção de 60 mil toneladas de batata palito e cinco mil hectares são utilizados para a produção de batata semente.

Existem 250 lavadeiras que atendem cerca de cinco mil produtores, localizados em 25 regiões produtores e sete estados brasileiros. As variedades mais plantadas são Ágata, Cupido, Markies e Mondial. As principais indústrias produtoras de sacaria (nylon, clone e juta) são Castanhal, Novaplast, EPT Tatuí, Procópio, que produzem 40 milhões de sacos por ano, sendo 95% com capacidade de 50 quilos e apenas 5% para 25 quilos. O IPI(Imposto sobre Produto Industrializado) incidente sobre a sacaria é de 15%. A legislação está ficando mais restritiva. O Projeto de Lei 5467 de 2005, encaminhado pelo Senado, foi transferido para apreciação ao Plenário da Câmara dos Deputados no dia 7 de maio, após passar pelas comissões do Senado e da Câmara. Ele altera o art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, que dispõe sobre o peso máximo que um empregado pode remover individualmente de 60 para 30 quilos, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. A lei entra vem vigor um ano após a sua aprovação. A NR 17 do Ministério do Trabalho, que trata de ergonomia, já estabelece que não se deve comprometer a saúde ou segurança do trabalhador no transporte manual de cargas e que o transporte manual, por um trabalhador, de cargas cujo

peso seria suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança não deverá ser exigido nem admitido. O Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA já define o limite de peso (em massa) de 23 quilos de levantamento sem efeitos nocivos para mais de 90% dos homens e de 75% das mulheres. Nos países europeus o limite é de 20 quilos. A obrigatoriedade da rotulagem é estabelecida pela Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002 e pela Resolução Anvisa RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002. O grande desafio da rotulagem é o reembalamento no mercado atacadista, que exige a troca de rótulo. A fixação do rótulo no fio da costura da sacaria garante sua troca no reembalamento. O produtor que embala a batata com a sacaria e a classificação adequadas pode utilizar a cinta na sacaria como rótulo, que servirá como promoção do seu produto e da sua marca. O rótulo deve ser colocado pelo responsável pelo produto na origem. O reembalamento exige a troca do rótulo pelo atacadista. O atacadista não quer e não deve assumir a responsabilidade pelo produtor. O produtor perde as vantagens proporcionadas pelo rótulo: o seu reconhecimento no mercado por outros compradores, a construção da sua marca, a melhoria das relações de negócio com o seu

comprador. A mudança da sacaria já foi muito estudada e debatida. Uma entrevista com atacadistas de batata da Ceagesp paulistana, realziada em julho de 2011, mostrou que a grande maioria dos atacadistas (78%) são favoráveis à mudança da sacaria e que a maioria reembala a batata no seu estabelecimento. A primeira razão do reembalamento é a mudança da sacaria de 50 quilos para 25 quilos, seguida da necessidade de melhoria da classificação para atender às exigências dos compradores do varejo e do serviço de alimentação. Quanto maior o manuseio, maiores as injúrias mecânicas nas batatas: esfoladuras, cortes, compressões e escurecimentos por impacto, que podem causar podridões bacterianas e coração negro. As perdas por impacto e danos físicos na pós-colheita chegam a 40%. Outros danos causados pelo manuseio são rachaduras na casca da batata (microrachaduras); as células inferiores ficam danificadas e os tubérculos deterioram permitindo a entrada de patógenos que aceleram a perda de água. A mudança de sacaria associada à obrigatoriedade da rotulagem levantou uma grande polêmica, pois exige investimento por parte das 250 lavadeiras e em aumento do número de funcionários. Nos últimos anos o número de produtores de batata diminuiu e a área cultivada por pro-

dutor cresceu. Os grandes produtores avançaram na cadeia, instalando lavadeiras - responsáveis pela lavagem, classificação, embalamento e rotulagem da batata -, e agora resistem à mudança da embalagem, perdendo a sua posição como classificador e embalador final do produto. Hoje, os atacadistas já contratam funcionários extras para o reembalamento de 50 quilos para 25 quilos, numa operação muito menos eficiente e mais onerosa, realizada pelas lavadeiras. O custo da operação de reembalamento (funcionários, sacaria, rótulo, espaço) tem que ser repassado para o custo do produto. O produtor quer que a sua identificação chegue ao consumidor. O sistema de exposição utilizado pelos supermercados só permite a identificação do produtor, no produto embalado em unidades de consumo como seria um saco de batata de um ou dois quilos, com a marca do produtor. O comércio atacadista não é local para reclassificação, reembalamento e rotulagem. O produtor é o fabricante e a batata deve chegar ao mercado embalada, classificada e rotulada, atendendo às exigências de mercado e da legislação. Hoje o mercado atacadista precisa assumir este trabalho porque o produto que recebe do produtor não atende às exigências dos seus clientes e da fiscalização sanitária.


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Estudo mostra que alho roxo tem maior poder de condimentação Avaliação do poder de condimentação foi realizada a pedido de associação de produtores e mostrou a superioridade do alho roxo em relação ao branco

Anita de Souza Dias Gutierrez

CQH/ Ceagesp O alho é utilizado, há milhares de anos, como condimento e remédio pela humanidade. A sua grande diversidade é fruto do trabalho contínuo de seleção e melhoramento genético: produtividade, ciclo de produção, resistência a pragas e doenças, tamanho e formato do bulbo, número de bulbilhos por bulbo, coloração do bulbo e do bulbilho, características do catáfilo e poder de condimentação. No Brasil são consumidos dois grupos varietais de alho: branco e roxo. O primeiro apresenta predominância da coloração branca no bulbilho, podendo apresentar listras arroxeadas ou de outras colorações e tem a China como sua

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Qualidade principal origem. Já o segundo apresenta predominância da coloração roxa em todos os bulbilhos e é produzido no Brasil. O poder de condimentação do alho roxo é reconhecido como maior que o do branco pelos comerciantes e consumidores do produto. A utilização de alho com maior concentração de compostos voláteis é garantia de seu maior poder de condimentação. Os compostos responsáveis pelo aroma do alho são muito voláteis e facilmente perdidos durante o seu processamento. A comprovação e a divulgação da diferença do poder de condimentação entre o alho roxo, produzido no Brasil e o branco, importado da China, é uma ferramenta importante na competitividade do produto nacional frente ao alho importado. A avaliação da diferença entre o poder de condimentação do alho roxo e do branco foi realizada pelo Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), por solicitação da Anapa (Associação Nacional dos Produtores de Alho), com apoio do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. O trabalho teve como objetivos fazer a comparação sensorial do

poder de condimentação dos alhos roxo e branco; quantificar os principais compostos voláteis, responsáveis pelo poder de condimentação dos dois tipos de alho e, por fim, a divulgação dos resultados. Os resultados das avaliações sensoriais e de compostos voláteis mostram que existe diferença de percepção de aroma e de sabor entre os alhos roxo e branco. O maior poder de condimentação do alho roxo comparado ao branco foi constatado para aroma por 96% dos provadores e para sabor por 92%. O levantamento também mostrou que frequência do consumo de alho é baixa, pois somente 14% consomem alho diariamente, o que mostra um grande potencial de aumento de consumo. O alho roxo possui maior concentração de compostos voláteis dialilicos, responsáveis pela sua pungência, quando comparado ao alho branco. Novos estudos deverão ser realizados para melhor compreensão do consumidor de alho, da sua diferença de percepção de sabor e de aroma em diferentes concentrações de alho roxo e branco e da variação do poder de condimentação com a preparação, idade do produto e sistema de conservação.

Plantio direto da cana-de-açúcar ajuda a fixar CO2

Dieta dos paulistanos é deficiente, mostra pesquisa da USP

O cultivo de cana-de-açúcar no sistema de plantio direto é capaz de fixar no solo grandes quantidades de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. O tema é objeto de pesquisa do professor da Unesp, Newton La Scala Júnior, que pesquisa os impactos das práticas de preparo e colheita na emissão de CO2 do solo em áreas de produção da cultura. La Scala explica que quanto mais se revolve o solo, maior é a perda do CO2 fixado. “A cana-deaçúcar é capaz de fixar três a quatro vezes mais CO2 que a soja, por exemplo. O preparo da terra para o plantio desta cultura necessita revolver a terra profundamente, o que acaba por liberar quantidades significativas deste gás na atmosfera”, diz. O professor destaca também que as pesquisas sobre o plantio direto na cana-de-açúcar ainda estão no início, mas já há empresas trabalhando no desenvolvimento de maquinário para o sistema nesta cultura. Ele afirma que a rotação de cultura antes da reforma do canavial pode ser realizada com o plantio de leguminosas, como a soja ou o amendoim, que auxiliam na manutenção do gás no solo. No Brasil há cerca de oito milhões de hectares de área plantada de cana-de-açúcar, principalmente no Estado de São Paulo, responsável por 5,4 milhões de hectares cultivados na safra 2011/12. No Paraná, a área cultivada no mesmo período é de 668.673 hectares.

Os paulistanos estão se alimentando mal, indica um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa mostra, por exemplo, que 95% dos entrevistados – em um total de 725 pessoas – ingerem menos frutas e sucos naturais do que o recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. A situação mais preocupante ocorre no grupo leite e derivados, no qual 100% revelam comer menos do que as três porções diárias indicadas. “Relacionamos o consumo dos entrevistados em cada grupo alimentar com o que é recomendado pelo guia e verificamos uma situação preocupante especialmente nos grupos das frutas, leite, legumes e verduras”, disse à Agência Brasil o nutricionista Eliseu Verly Junior, autor da tese Ingestão Habitual de Alimentos entre Indivíduos do Município de São Paulo. O pesquisador explica que o guia do ministério orienta o consumo diário com a finalidade de prevenir a obesidade e as doenças dela decorrentes, especialmente as cardiovasculares. Um dos principais alertas da pesquisa está relacionado aos adolescentes, tendo em vista que o maior percentual de inadequações de consumo ocorre nesse grupo. “Percebemos que o consumo deficiente vai se reduzindo à medida que aumenta a faixa etária”, analisou o pesquisador. No grupo de frutas e sucos naturais, por exemplo, a ingestão inadequada é verificada em 100% dos entrevistados com idade de 12 a 19 anos. Entre os idosos, o percentual cai para 86%.


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Meio Ambiente

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Ibama reavalia agrotóxicos e sua relação com desaparecimento de abelhas Agência Brasil

Mesmo na ausência de levantamentos oficiais, alguns registros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a restringir o uso de importantes inseticidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo. Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas. Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. “Algumas culturas, como a do café, poderiam ter perdas de até 60% na ausência de agentes polinizadores”, explicou o engenheiro.

A primeira substância a passar pelo processo de reavaliação será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramento. A medida afeta, neste primeiro momento, quase 60 empresas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divulgados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2 mil toneladas do ingrediente foram comercializadas no país. A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas,

nos casos de mortandade identificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea. O engenheiro explicou que a reavaliação deve durar, pelo menos, 120 dias, e vai apontar o nível de nocividade e onde está o problema. “É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que precisa banir o produto totalmente, para algumas culturas ou apenas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a

dose usada”, acrescentou. Mesmo com as restrições de uso, já em vigor, tais como a proibição da aplicação aérea e o uso das substâncias durante a florada, os produtos continuam no mercado. Juntos, os agrotóxicos sob a mira do Ibama respondem por cerca de 10% do mercado de inseticidas no país. Mas existem culturas e pragas que dependem exclusivamente dessas fórmulas, como o caso do trigo, que não tem substituto para a aplicação aérea. O órgão ambiental já começou a sentir as primeiras pressões por parte de fabricantes e produtores que alertaram

os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contratos já firmados com empresas que fazem a aplicação aérea. Freitas disse que as reações da indústria são naturais e, em tom tranquilizador, explicou que o trabalho de reavaliação é feito em conjunto com a Anvisa e com o Ministério da Agricultura – órgãos que também são responsáveis pela autorização e registro de agrotóxicos no país. “Por isso vamos levar em consideração todas as variáveis que dizem respeito à saúde pública e ao impacto econômico sobre o agronegócio, sobre substitutos e ver se há resistência de pragas a esses substitutos e seus custos”, explicou o engenheiro. No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser identificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu totalmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas. Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Alemanha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agrotóxicos compostos por uma das quatro substâncias.

Mudanças climáticas exigirão adaptações da agricultura brasileira

A discussão sobre mudanças climáticas e sustentabilidade foi destaque no VI Congresso Brasileiro de Soja, que teve como tema “Soja: integração nacional e desenvolvimento sustentável”. Observando os impactos da mudança climática na agricultura brasileira, o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Assad, mostrou, durante o congresso, como o aquecimento do planeta afetará a produção agrícola em diferentes regiões do Brasil, caso não sejam tomadas medidas para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Segundo Assad, nos últimos 100 anos a temperatura da terra se elevou em cerca de 0,8°C e a

projeção é de que até 2100 este número possa chegar a 2° C. Com isto, o nível dos oceanos se elevará, aumentará a quantidade de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e reduzirá na região Nordeste, além de parte da Floresta Amazônica ser substituída por uma vegetação de Savana. Com estas mudanças, Assad alerta para os efeitos sobre o panorama agrícola no país. “A agricultura brasileira vai ser atingida positivamente e negativamente. Algumas culturas serão mais atingidas do ponto de vista positivo, como cana-de-açúcar e trigo no Sul. A soja será negativamente atingida no Sul e no Centro-Oeste será mais positivo. No balanço

geral tem perdas se continuar do jeito que está. O que nós temos de fazer é nos adaptar a isto”, alerta o pesquisador. Diante deste cenário, as pesquisas para o desenvolvimento de cultivares adaptadas se faz essencial, como já ocorre com o feijão, em que o Instituto Agronômico do Paraná desenvolveu cultivares que não abortam flor com o aumento da temperatura. “Estamos trabalhando muito para reverter este processo. Como vamos ter plantas que sejam mais tolerantes a este tipo de situação, com ondas de calor, ondas de frio, abortamento de flores. A Embrapa Soja, por exemplo, está trabalhando com uma soja

mais tolerante à deficiência hídrica. Temos que trabalhar para nos adaptar”, disse o pesquisador que acredita que boa parte das respostas para a adaptação das espécies agricultáveis está na biodiversidade do Cerrado. Assad ainda destacou a importância de se adotar boas práticas agropecuárias, não só para contribuir com a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, mas também para minimizar os impactos da mudança climática nas lavouras. “Exemplos extremos como a seca deste ano no Sul do Brasil mostram que a adoção de boas práticas agrícolas minimizam as perdas. Seguindo estas boas práti-

cas podemos resolver muitos de nossos problemas”, afirma. Eduardo Assad também destacou a posição de vanguarda que o Brasil assume neste processo, não só com o desenvolvimento de pesquisas agropecuárias que serão adaptáveis a uma extensa faixa produtiva no globo terrestre, mas também com atitudes para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Como exemplo, citou as mais de 900 milhões de toneladas de carbono que o país deixou de emitir nos dois últimos anos somente com dois dos dez planos setoriais criados para atingir a meta de redução de emissões assumida pelo governo brasileiro.


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Com IPI menor, venda de automóveis bate recorde em julho A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, concedida pelo governo federal desde maio, surtiu efeito positivo nas vendas do setor em julho. As vendas subiram 22,04% em comparação ao mesmo mês de 2011 e alta de 3,15% em relação a junho deste ano. As informações foram divulgadas pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, instituição que representa sete mil concessionárias em todo o território nacional. Quando incluídas as categorias de veículos pesados (caminhões e ônibus), a alta nas vendas é 3,1% em comparação a junho. Em relação a julho de 2011, o aumento foi 18,92%. Considerando o acumulado no ano, o crescimento é 1,84% em comparação aos

sete primeiros meses de 2011. Foram emplacadas 351.410 unidades no mês passado, ante 340.706 em junho. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a alta é 3,01% em relação à igual período de 2011. Em julho, foi registrado o maior número de emplacamento de automóveis e veículos comerciais leves (como vans e furgões) para o período desde 1957, quando a série histórica teve início. Para a Fenabrave, o aumento no número de emplacamentos de carros e veículos comerciais leves se deve exclusivamente ao incentivo fiscal. “Até as medidas, o resultado era negativo e os números atuais mostram a importância da soma de esforços entre governo, iniciativa privada e instituições financeiras”, disse, em nota, Flávio Meneghetti, presidente da entidade.

Montadora lança caminhão leve de 10 toneladas A MAN Latin America acaba de lançar o VW Delivery 10.160 Advantech que complementa a linha de caminhões leves da montadora, que já conta com outros três modelos equipados com motorização Euro 5, que atende às normas do Proconve-P7. Com Peso Bruto Total de 9.700 kg, o veículo garante uma capacidade de carga útil de 6.250 kg com entre eixos de 4.300mm. “O VW Delivery 10.160 pode carregar até 300 quilos a mais que seu principal concorrente”, diz Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America. O veículo também atende à configuração VUC (Veículo Urbano de Carga), com entre eixos de 3.300mm.

“Em tempos de restrições de circulação de caminhões de grande porte nos centros urbanos, a configuração VUC é mais uma vantagem operacional da linha Delivery”, diz. Segundo o executivo, o caminhão chega em um momento de migração do mercado, já que a procura por veículos de 10 toneladas tem sido grande. “Acompanhar as evoluções

do mercado, além de manter a liderança no segmento de caminhões leves no Brasil, é o nosso principal objetivo”. De acordo com a montadora, o novo caminhão conta com módulo de controle eletrônico e possui alta capacidade de processamento e balanço otimizado entre demanda de potência, economia de combustível e controles de emissões.


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Transporte

27 continuar sendo. A renovação de frota é uma ação que, para nós, deve ser incluída no Plano. Esse é um pleito antigo da CNT e o inventário de emissões deixa bastante claro: os caminhões, principalmente os pesados, são um dos principais emissores de gases do efeito estufa”, alertou. A coordenadora da CNT destacou ainda a eficiência energética como um ponto que merece atenção. Segundo ela, a falta de infraestrutura nas rodovias brasileiras tem um impacto considerável no consumo dos veículos leves e pesados. Mobilidade Urbana

Brasil deve deixar de emitir 5,3 milhões de toneladas de poluentes Expectativa é baseada no resultado previsto do conjunto de obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias a ser executado nos próximos anos Agência CNT Com os investimentos programados para os próximos anos no setor de transporte e mobilidade urbana, o Brasil deve deixar de emitir 5,3 milhões de toneladas de C02 advindos do transporte de cargas e de passageiros. Essa é uma das conclusões do Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação da Mudança do Clima (PNLT) apresentadas durante a consulta pública realizada na sede da Confederação Nacional do Transpor-

te (CNT), em Brasília (DF). De acordo com os representantes dos Ministérios das Cidades e dos Transportes, responsáveis pela execução do plano, essa redução será resultado do conjunto de obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias previstas. Foram considerados os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as intervenções sugeridas no PNLT. “No setor de transporte de cargas, selecionamos 613 pro-

jetos previstos no PNLT. Se eles forem plenamente executados, poderão promover algum nível de transferência modal, e, assim, proporcionar mitigação nas emissões de CO²”, acredita a chefe da assessoria socioambiental do Ministério dos Transportes, Kátia Matsumoto. Como exemplo, a especialista citou a Ligação Ferroviária Transnordestina à Hidrovia do São Francisco. A construção desta ferrovia será capaz de reduzir em 2,7 mil toneladas

de CO² com a mudança de modal no transporte de cargas. Apesar de a transferência de modal ser uma necessidade conhecida no transporte de cargas, o processo pode levar anos para se consolidar. Como uma forma de auxiliar nessa mitigação de forma mais acelerada, a coordenadora de projetos especiais da CNT, Marilei Menezes, defendeu a renovação da frota. “O transporte rodoviário de cargas é o maior emissor e vai

Com relação à mobilidade urbana, o plano aponta uma redução de 3 milhões de toneladas de CO2 até 2020. A queda nas emissões está associada aos projetos relacionados com a Copa do Mundo, PAC Mobilidade Grandes Cidades e aportes de recursos dos governos estaduais e municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. A previsão é de que essas intervenções promovam a melhoria do sistema de mobilidade urbana, ampliando o acesso ao transporte coletivo e, com isso, reduza as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e locais (GELs). Para o coordenador do grupo técnico no Ministério das Cidades, José Alencar Oliveira Junior, esse é apenas o primeiro passo e estudos para a mudança da matriz energética no transporte de passageiros devem ser discutidos. Em 2010, os combustíveis fósseis responderam por 70% do total consumido no transporte rodoviário de passageiros. “Estamos saindo do zero, mas deve ser uma construção coletiva. É um processo complexo, que precisa uma discussão com outros ministérios e atores envolvidos”, pondera.


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Parceria com postos de combustíveis pode garantir descanso de caminhoneiros Autônomos também exigem extensão da obrigatoriedade às empresas de transportes A solução para o impasse na aplicação da lei que exige descanso periódico para os caminhoneiros pode incluir parceria com o setor privado. De acordo com o secretário de Política Nacional do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, a utilização de postos de combustíveis como paradas de repouso para os motoristas de caminhão é uma das possibilidades avaliadas pelo governo. O encontro foi cercado de tensão em razão da rivalidade entre os sindicatos que representam os caminhoneiros e houve protestos em frente à sala de reuniões da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que sediou a primeira rodada de negociações. “Estamos em fase de levantamento de informações. Temos que ver como negociaríamos isso a partir da bandeira concedente”, afirmou o secretário. Perrupato é um dos representantes do Ministério dos Transportes na mesa de negociação implantada para discutir as reivindicações dos caminhoneiros. No dia 8, o grupo se reuniu pela primeira vez desde o fim da greve da categoria, que durou sete dias e bloqueou rodovias em seis unidades da federação. A desocupação das estradas foi uma exigência do governo para

iniciar o diálogo. Ao fim da reunião, ficou estabelecido que representantes do governo se reunirão semanalmente com os caminhoneiros até o dia 11 de setembro, prazo para o fim das negociações. Enquanto os líderes das entidades estavam reunidos com o governo, manifestantes do Movimento União Brasil Caminhoneiros (MUBC) gritaram palavras de ordem contra os dirigentes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e da União Brasil Caminhoneiros (Unicam). O MUBC organizou a paralisação dos motoristas, e a CNTA e a Unicam foram contra a mobilização. Além de uma solução para a falta de infraestrutura de repouso, serão debatidos problemas como a cobrança do Código Identificador de Operação de Transportes (Ciot) e a concessão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC). O Ciot é um documento exigido dos caminhoneiros autônomos. A categoria reivindica que a obrigatoriedade seja estendida também às empresas de transportes. Com relação ao RNTRC, a demanda é que o registro só seja concedido a quem tem o transporte de carga como atividade principal.

“Está havendo concessão para todo tipo de atividade econômica, até para lojas de material de construção e vidraçaria. Isso inundou o mercado com mais de 600 mil profissionais e fez cair o valor do frete”, recla-

mou Nélio Botelho, presidente do MUBC. Para atender aos pedidos dos caminhoneiros, será necessário alterar resoluções da ANTT. A possibilidade de realizar essas mudanças será o tema da próxima reunião da mesa de

negociações, marcada para a semana que vem. De acordo com o secretário de Política Nacional do Ministério dos Transportes, em cada um dos encontros semanais será abordado um tema da pauta de reivindicações.

Governo federal vai restringir concessão de registro de transportadores de carga O governo federal decidiu atender à reivindicação dos caminhoneiros de restringir a concessão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) a profissionais e empresas que têm o transporte de mercadorias como atividade principal. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estuda como fará para regular as atividades econômicas que atualmente possuem o registro, mas não se enquadram nesse perfil, por terem o transporte de cargas como atividade secundária. A decisão foi tomada após negociações com motoristas de

caminhão, na segunda reunião do grupo de trabalho criado pelo governo para avaliar as demandas do setor. O encontro foi temático, dedicado a discutir normas e resoluções da agência das quais os caminhoneiros discordam. Estão previstas três reuniões semanais até dia 8 de setembro em que serão debatidas as questões: pontos de descanso nas estradas; carga tributária que incide sobre os motoristas e arcabouço jurídico e legal que regulamenta a profissão. De acordo com os motoristas de caminhão, a reivindicação da categoria com relação ao

RNTRC está ligada à influência no valor do frete. O presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiros (Mubc), Nélio Botelho, afirma que a concessão do registro a empresas cuja atividade-fim não é o transporte de cargas - como indústrias e lojas de material de construção, por exemplo - aumentou a concorrência e fez com que a remuneração diminuísse. “Há uma concorrência desleal de 600 mil profissionais a mais no mercado. O valor do frete caiu a um patamar que não cobre as despesas operacionais”, disse. A ANTT contesta o número divulgado pela Mubc e diz que,

de 973 mil detentores do RNTRC, somente 144 mil não têm o transporte de cargas como atividade principal. Wilbert Ribeiro Junqueira, gerente da agência reguladora, diz que um parecer jurídico interno permitiu a concessão do registro a empresas nas quais a atividade é secundária. “Foi um parecer da nossa procuradoria sobre a Resolução 3.056, que regula a questão. Diante da demanda dos caminhoneiros, estudamos criar outras categorias para cadastrar empresas que não têm o transporte como atividade-fim”, disse. O gerente informou que a ANTT também vai

se debruçar sobre a Resolução 3.658, outra fonte de discórdia entre caminhoneiros e governo. A norma criou a figura do Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot), documento exigido dos caminhoneiros. A emissão é obrigatória somente para proprietários de até três caminhões. Os motoristas argumentam que, por esse motivo, empresas com grandes frotas levam vantagem, já que os clientes preferem contratá-las em razão da burocracia e custo menores. “Nesse caso, pode ser necessário mudar o texto da resolução para atendê-los”, diz Wilbert Junqueira.


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Reforma do MLP – até quando vai continuar? Após realizada a licitação e iniciadas as obras de recuperação da estrutura, rede elétrica, piso e demais componentes do pavilhão MLP - em um ritmo bastante satisfatório- , o mercado em geral e os permissionários do pavilhão em particular esperavam com grande expectativa Contudo, passados cerca de dez meses do início e a menos de 30 dias da entrega da primeira fase, e, começada a segunda fase, com três novos vãos em reforma, de 20 dias para cá vem se observando a desaceleração na execução da obra, chegando até mesmo à total paralisação em alguns momentos. Pode-se dizer que a obra em si gera problemas de ordem operacional, de circulação de veículos, de carga e descarga de mercadorias, atraso na entrega aos clientes de fora do entreposto, o que somado ao maior tempo demandado na manobra dos veículos que circulam pelo local, impactam de forma negativa as operações dos comerciantes. Considerando que as obras ainda estão no começo do pavilhão, abrangendo as áreas limítrofes dos pavilhões APA e APB,que devido à localização de certa forma privilegiada (ficam próximos das portarias de entrada e saída) pode-se afirmar que os problemas relacionados ao tráfego de veículos têm sido mitigados. Essas paralisações poderão prejudicar ainda mais o dia a dia do mercado, em particular os setores de verdura, flores e varejão, pois aumenta o prazo de entrega da obra. Avançando estas para as áreas de meio do pavilhão, certamente haverá maiores problemas de circulação, de operação

interna com a carga e descarga, especialmente nos eventos da feira de flores, tendo em vista que o número de permissionários da feira localizados no meio do pavilhão e diversidade dos produtos poderá agravar as condições já bastante prejudicadas na comercialização. A Apesp espera que a Ceagesp tome as medidas necessárias para que o cronograma da obra se mantenha, evitando maiores males que essas paralisações têm provocado no dia a dia dos comerciantes que precisam do espaço de volta para retomar a normalidade de seus negócios e para que os clientes tenham as áreas de estacionamento liberadas novamente.

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Tião do Morango não pode parar

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Sebastião Andrade, conhecido no mercado como Tião do Morango, dedicou 28 anos à comercialização de frutas no entreposto. Foi dele a ideia de reutilizar as bandejas de rocambole para armazenar os 14/08/12 12:12 morangos de maneira que não prejudicasse o delicado alimento. “Fui um dos primeiros a me

preocupar com a questão das embalagens das frutas e legumes”, recorda. A dedicação que Tião possui pelo trabalho está gravado em DVDs. São imagens e vídeos históricos da Ceagesp, como toda a gravação da Festa das Colônias de 1992, além de produções caseiras sobre a plantação de morango. Fora da

cadeia de comercialização da Ceagesp, Tião está à procura de novos clientes para representar no mercado, apoiando a atividade agrícola brasileira. “Tenho muito trabalho a fazer e quero continuar contribuindo com os produtores rurais. Por isso, estou disponível 24 horas no celular [11-98353-9373]”.

CÁ ENTRE NÓS

Boas novas Por Manelão

Em agosto o produtor de tomate sorriu com a valorização do produto no mercado e esqueceu o prejuízo que teve quando a caixa foi comercializada abaixo de R$ 10. No setor de frutas, a laranja está saborosa e com preço acessível. Uma ótima pedida para esse inverno quente de São Paulo. *** O mercado está respirando democracia com a visita dos candidatos à prefeitura, que se encantam com o trabalho realizado pela família Ceagesp. Boa sorte aos vários de nossos parceiros de trabalho que estão concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal. *** No próximo dia 24 vamos receber o bispo auxiliar de São Paulo, região episcopal Lapa, Dom Júlio Endi Akamini, que participará do café da manhã oferecido pelos carregadores autônomos do Sindicar, onde o presidente da entidade, José Pinheiro, receberá os permissionários e trabalhadores. Após o café, Dom Júlio irá percorrer o mercado, passando pela diretoria e gerência, associações e entidades sindicais. Os comerciantes que agendaram previamente também terão suas empresas inseridas no roteiro da visita. Depois de almoçar com as crianças da Nossa Turma, o religioso celebrará a missa, que terá participação do coral do colégio Madre Paula Montalte, sob o comando do professor Gonzalo. O padre Egisto, da paróquia Nossa Senhora de Lurdes e Luiz Carlos de Laet, capelão da comunidade ambiental Santa Luzia da Ceagesp, também ajudarão na celebração. *** Acompanhadas pelas educadoras, as crianças da Nossa Turma plantaram hortaliças e diversos tipos de tempero na horta da escolinha. Alfaces, rabanetes e cebolinha crescem por todo o canteiro. O trabalho conta com a supervisão ambiental da esudante de pós-graduação da USP Leste, Priscila Ferrari Afonso.

*** Já encaminhamos o�ício à Ceagesp sobre a realização da galinhada da Nossa Turma, programada para acontecer em meados de setembro. Estamos aguardando a liberação do espaço.


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