Jornal Entreposto | Outubro de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 149 | outubro de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

PÁGINA 12 DIVULGAÇÃO

Floricultura |

PÁGINA 17

Vendas de flores estão em alta na Ceagesp

Colaborador da casa durante mais de 20 anos, pesquisador já conhece as orientações do governo FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ ABr

Entrevista |

Maurício Lopes

é o novo presidente da Emprapa e já sabe as diretrizes que a sua administração deve tomar PÁGINA 16

Roque Dechen fala sobre as 4 décadas do plantio direto na palha

Qualidade | PÁGINA 20 Controle da perda de água garante peso de frutas e hortaliças frescas

Transportes| PÁGINA 29

Mercado | PÁGINAS 4, 6, 8 e 10

Melancia movimenta negócios no verão CAROLINA DE SCICCO

Novo regime automotivo prioriza e�iciência energética

Agricultura|

PÁGINA 21

Governo disponibiliza R$ 120 milhões para garantir preço da laranja

Ceagesp investe em projeto de nutrição escolar PÁGINA 20

0,29 %

Frutas Alta

6,41%

Legumes

Geral

Alta

Baixa -15,26%

Verduras Baixa -17,80%

Índice Ceagesp - setembro 2012

Diversos Alta

8,48%

Pescado

Alta 3,49/%

ESPAÇO APESP | PÁGINA 30


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VEM AÍ MAIS UMA EDIÇÃO DA TRADICIONAL FEIRA DE TRANSPORTES

NA CEAGESP

21-24 | maio

FEMETRAN

2013

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Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

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Editorial

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Melancia é oportunidade A segunda fruta mais cultivada do mundo encontrou no clima brasileiro as condições ideais para se desenvolver Carolina de Scicco De São Paulo

Composta por 90% de água, a melancia é uma fruta que fica esquecida nos meses mais frios do ano, mas quando a temperatura aumenta, ela ocupa o quarto lugar no ranking das frutas mais vendidas na Ceagesp. No mercado nacional, figura entre as dez primeiras hortaliças na preferência dos brasileiros. A melancia, segundo os comerciantes do entreposto, é fruta para ser consumida fresca. Em dias quentes, é comum ambulantes venderem generosos pedaços gelados nas ruas do centro de São Paulo. Dificilmente vamos encontrar produtos industrializados derivados da melancia. A alta quantidade de água presente em sua polpa dificulta o processamento.

Já a parte branca e a casca são reaproveitadas e, geralmente, transformadas em produtos para compostagem ou doces caseiros. “A laranja é, disparada, a fruta mais consumida ao longo do ano, mas no período da primavera/verão, a melancia se destaca ao lado dos citros, manga, abacaxi e melão”, explica o economista da Ceagesp Flávio Godas, acrescentando que a queda no volume ofertado durante o inverno é natural. “Além de aspectos sazonais, o próprio produtor, sabendo da diminuição do consumo, concentra a produção em épocas de maior procura, com perspectivas de melhor rentabilidade. Outros produtos acabam sendo mais

procurados nos meses frios como morango, tangerina e caqui”, completa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 2009, a melancia era a segunda fruta mais cultivada no mundo. A China ainda é o maior produtor. Ao contrário do Brasil, outros países têm diferentes formas de consumi-la. A Índia produz pão com a sua semente, a Rússia utiliza o suco na produção de uma variedade de cerveja e os Estados Unidos aproveitam a casca para preparar picles.

Originária da África, a melancia se adaptou muito bem ao solo brasileiro. Em 2011, a Ceagesp comercializou mais de 107 mil toneladas da fruta. Dezembro, janeiro e fevereiro são os melhores meses, chegando a picos de 14 mil toneladas distribuídas por mês. No final do ano passado, no auge do calor, a fruta foi vendida a R$ 0,10 o quilo. Em maio, junho e julho, as vendas despencam e os preços sobem, chegando a custar R$ 0,95. A cidade de Uruana, em Goiás, é a maior fornecedora

de melancia para o Entreposto Terminal São Paulo. Só em 2011 foram 14 mil toneladas. O segundo maior distribuidor é o município de Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul, com 8 mil, seguido por Formoso do Araguaia, no Tocantins, com 7 mil. A safra brasileira 2010/2011 produziu 3, 415.2 milhões de toneladas. Apesar de a melancia ter encontrado o clima ideal na região nordeste, segundo o IBGE, em 2007, a região sul era o maior pólo produtor do Brasil, responsável por 34,3 % da produção nacional contra 30 % da região nordeste. Quando a melancia chega à Ceagesp, ela é separada em lotes de tamanhos diferentes: grandes, médias e pequenas. A negociação com o varejo é por unidade e o valor varia de acordo com essas medidas. Contudo, a caracterização do tamanho varia para cada permissionário. O varejista escolhe o padrão da fruta que vai comprar e expor nas gôndolas de acordo com o seu público. Grandes redes supermercadistas preferem os frutos maiores, já que atendem as famílias mais numerosas. Sacolões especializados e supermercados de alto

padrão dão preferências às mini-melancias ou possuem uma área de cortes de frutas, que já embala o produto em pequenas porções.

Consumidores mais antigos respeitam às safras e só compram melancia no auge da produção. “Agora está chegando a temporada de melancia. Esta ainda não está boa”, reclama Sérgio Morita, cliente do Varejinho, apontando para a fruta que acabou de comprar. “Eu sei que hoje em dias os produtores podem escolher quando plantar e quando colher, mas as frutas plantadas e colhidas na época correta são muito melhores”, explica.

Para Rogério Barbosa, vendedor da banca Frutas Lobão, a melancia também ainda não está no auge. “O mercado está muito ruim”, resume ele. Já Rogério Barbosa, o Perrel, é mais otimista. “A melancia comum é mais fácil de vender. As melancias especiais, sem semente e menores dependem dos números de comercialização das comuns para se destacarem no mercado. Quando há muita melancia grande, as pequenas ficam paradas no estoque”, explica o comerciante.


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e de negócios no verão BREVE LANÇAMENTO • AO LADO DO SUPERSHOPPING OSASCO E A 5 MIN DE SÃO PAULO

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Mercado

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Aparência robusta da melancia popular engana Grande e pesada, a fruta pode ser danificada no transporte e manuseio A melancia foi trazida da África para o continente americano pelos escravos e colonizadores europeus no século 16. Difundida por todo o mundo, é cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. Segundo a Embrapa, a variabilidade genética trazida do continente africano aliado ao processo de manejo da cultura na agricultura tradicional da região, tornou o Nordeste brasileiro um centro secundário de diversificação da melancia. A cultura da melancia está sujeita ao ataque de mais de trinta doenças, que podem ser causadas por fungos, nematóides e vírus. Doenças de origem fisiológica provocadas por condições desfavoráveis ao desenvolvimento das plantas também podem comprometer a produção. Dentre elas, podemos destacar: falta ou excesso de água, luminosidade inadequada, deficiência ou excesso de nutrientes e temperaturas muito baixas ou muito altas. A colheita é manual e deve ser realizada nas primeiras horas do dia. Logo após separar o fruto da planta, eles devem ser acondicionados em local seco, com sombra e ventilado. A melhor maneira de transportá-los

PAULO FERNANDO

é sobre grandes quantidades de palhas, evitando batidas e embalagens não apropriadas. Apesar de robustas, as melancias são fáceis de machucar, comprometendo a doçura e a qualidade inicial. As condições das estradas brasileiras dificultam o transporte de frutas frágeis. A grande quantidade de água requer cuidados do-

brados. Quanto menos tocada, melhor será o sabor e a aparência da melancia. Mesmo sob ótimas condições de armazenamento, a melancia apresenta vida útil pós-colheita relativamente curta e deve ser consumida duas a três semanas após a colheita. O fruto possui uma reduzida taxa de produção de etileno, regu-

lador de crescimento que estimula o amadurecimento dos frutos. Porém, a melancia tem alta sensibilidade ao etileno. Por isso, não pode ser armazenada em conjunto com outros frutos que produzam níveis moderados ou altos de etileno, o que lhe causaria desintegração da polpa, como consequência da aceleração da senescên-

cia ou envelhecimento. Para Gilvan Munhoz, da VS Frutas, toda empresa produtora de melancia no Brasil deveria utilizar as técnicas de cultivo da Califórnia. “Nos Estados Unidos as melancias são embaladas direto no campo. Uma mini embaladora acoplada ao trator diminui o contato dos funcionários com a fruta”, explica. “Além disso, um bom treinamento diminui o desperdício e muda a relação dos empregados com o produto. O FLV não é um produto valorizado pelos brasileiros. Nem por aqueles que tiram o sustento das lavouras”, conclui. A aparente robustez da melancia prejudica o tratamento a ela dispensado. No entreposto, trabalhadores responsáveis pela carga e descarga “descansam” sentados sobre as frutas nos caminhões estacionados perto do pavilhão MFE-A. Carregadores transportam o alimento nos carrinhos sem as palhas para amaciar possíveis impactos. O peso da melancia engana e o trabalho pesado dos empregados não permite muitos mimos e cuidados. Existem exceções, é claro. E são elas que, aos poucos, começam a fazer a diferença no mercado.

com as centenas encontradas na melancia grande comum. A ausência de sementes na melancia ocorre como resultado de um cruzamento, entre plantas de diferentes constituições genéticas, levando a uma semente especial que, quando plantada, proporciona a fruta

sem sementes. Os pesquisadores alertam que, em alguns casos, pouquíssimas sementes são originadas, mas isso não é comum. No entanto, é normal a presença de rudimentos brancos de sementes, que podem ser ingeridos com a polpa, sem problemas.

Versão sem sementes ganha mercado internacional Melancia híbrida do Brasil tem grande valor agregado Produzidas através de avançadas técnicas de cultivo de hortaliças, as melancias sem sementes brasileiras estão conquistando os mercados internacionais, principalmente o europeu, que não dispõe de um bom clima para esse tipo de plantação. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as exportações de melancia pelo Brasil começaram em 1978, apresentando crescimento do volume exportado até 1980. No período de 20012005, as exportações cresceram 64,5%, passando de 13.698 toneladas em 2001 para 22.531 toneladas em 2005. De 2000 a 2007, houve um incremento de, aproximadamente, 147% no volume de exportação.

O início da produção de melancias sem sementes, no início do ano 2000, culminou num forte crescimento na exportação. A União Europeia, que reúne os mais exigentes consumidores do mundo, já apreciava o melão produzido no Brasil. Quando os brasileiros começaram a exigir frutas selecionadas, os agricultores passaram a investir em modernização da produção, embalagem e transporte. A melancia, até então muito pesada e “desajeitada” para o transporte e com muitas sementes que dificultavam o consumo ganhou versões menores, mais doces e sem sementes. Aproveitando a popularidade do melão, a melancia híbrida também ganhou o mercado europeu. Este ano, até o mês de setembro, o Brasil

já tinha exportado mais de 15 mil toneladas só para a Europa. “O processo de produção e manuseio das frutas brasileiras selecionadas é o mesmo seguido por empresas internacionais. Colocar esse produto para ser vendido lá fora é muito mais fácil”, explica Lucas Gutierrez, gerente comercial da Agrícola Famosa, maior exportadora de melões e melancias do Brasil. Apesar do termo “sem sementes” ser amplamente difundido, a versão em inglês é a mais correta para descrever a fruta: “seedless”, ou seja, “menos sementes”. É que na verdade, as mini-melancias, como também são conhecidas, têm sementes, mas apenas uma ou duas em cada exemplar, número praticamente nulo se compararmos


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Agrícola Famosa é referência em exportação A crise �inanceira originada em 2008 na União Europeia e que perdura nos dias de hoje não impediu a expansão da Agrícola Famosa, a maior exportadora de melões e melancias do Brasil. Na safra 2010/2011 foram exportadas mais de 100 mil toneladas de frutas, principalmente para os mercados britânico, holandês, italiano, português e espanhol. A fazenda sede da empresa ocupa uma área de sete mil hectares na divisa dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Mais de três mil são destinados exclusivamente ao cultivo de diferentes variedades de melões e melancias. O clima semi-árido da região é ideal para o plantio dessas frutas e a localização facilita o escoamento da produção para mercados nacionais e estrangeiros. O Porto de Pecém �ica a 250 km da sede e é o porto brasileiro mais próximo do continente europeu. O investimento em novas tecnologias e uma experiente equipe de agrônomos e técnicos agrícolas garantem que a fruta tenha boa aceitação nos países da União Europeia, o mercado consumidor mais exigente do mundo. “Cada fruta é acompanhada do começo ao �im da safra e só é colocada para comercialização se estiver dentro do padrão da marca”, explica Lucas Gutierrez, gerente comercial da Agrícola Famosa. Na safra atual, além dos mercados já abastecidos, a produtora está expandindo suas exportações para Dubai, Singapura, Turquia, Rússia, Lituânia, Estados Unidos, Canadá, entre outros. No mercado interno, a safra 2010/2011 totalizou mais de 30 mil toneladas comercializadas. A capacidade anual de produção da Famosa é de seis mil hectares por ano para melão e melancia. Mamões formosa e bananas são cultivados em menor quantidade. A melancia Melícia, marca mais famosa da agrícola, é conhecida pela doçura. Produzida também na versão sem sementes, a fruta tem o seu teor de brix medido por infravermelho, sistema capaz de classi�icar os produtos sem cortá-los ou perfurá-los e obter medições mais precisas, sem desperdício de alimentos. Na fazenda não é só a fruta que segue padrões europeus. A infraestrutura impressiona. Mais de 100 poços fazem a extração da água que irriga a plantação. Existe uma frota de

ônibus disponível para o transporte dos colaboradores e mais de 110 tratores, além de garagem e o�icina para manutenção dos veículos. Apoiando e contribuindo para o desenvolvimento social de uma região carente de serviços básicos, a empresa gera em torno de 5.000 postos de trabalho e oferece treinamentos em higiene e segurança do trabalho aos funcionários. Todos sabem manusear frutas frescas e conhecem a importância da cadeia do frio na manutenção da qualidade. Ultimamente, a Agrícola Famosa está buscando a auto-su�iciência em alimentos servidos nas refeições diárias dos colaboradores. Cuidado com os recursos naturais Para a Agrícola Famosa, reconhecer a importância do uso cauteloso dos recursos e zelar pelo ambiente de trabalho faz parte da política sustentável da empresa. Estar em conformidade com as leis ambientais ultrapassa os limites do dever. Uma série de atividades que já são rotineiras na fazenda fazem a diferença na emissão de poluentes. Acompanhe a lista abaixo. - O uso de mudas proporciona uma uniformidade maior nas áreas plantadas. A muda produzida na estufa é enviada ao campo com cerca de 12 dias, evitando pulverização neste período e reduzindo o uso de pesticidas; - O tecido térmico é utilizado em 100% das áreas plantadas e oferece proteção contra pestes nos primeiros 25 dias (1/3 do período de cultivo), sem a necessidade de nenhum pesticida, além de funcionar como uma barreira de vento, melhorando o desempenho da planta em sua fase mais importante, a inicial, e reduzindo o stress; - O efeito re�lexivo do mulch preto, espécie de acolchoado, reduz a temperatura do solo e umidade, rejeita pestes,e provoca o aumento da fotossíntese; - Existem 600 colmeias distribuídas na fazenda. São cinco colmeias por hectare, aumentando a produtividade naturalmente; - A água dos poços profundos tem propriedades minerais, uma fonte segura para a fazenda.

Maior fornecedora de melões e melancias para a Europa, produtora do nordeste é a única do Brasil a fazer medição de brix por sistema de infra-vermelho

Câmara Fruti aposta em funcionários especializados

Quando a empresa Câmara Fruti decidiu ampliar os negócios e investir mais na comercialização de melões e melancias selecionados, encontrou, nos pavilhões da Ceagesp, a mão de obra especializada fundamental para seu sucesso: pro�issionais experientes no segmento, conhecedores de cada detalhe do hortifruti. O vendedor Fernando Estevo foi um desses colaboradores contratados quando a companhia apostou na qualidade dos produtos. “Muitos ainda não sabem, mas o mercado está à procura de pro�issionais que trabalham com frutas especiais. A demanda por hortifrutis selecionados está aumentando e é preciso saber como manusear esse alimento respeitando cadeia do frio. Aqui, todos os funcionários sabem como fazer isso”, explica. Para manter a temperatu-

ra das frutas que chegam ao entreposto em veículos refrigerados, os funcionários trabalham com agilidade e, assim que o caminhão abre as portas, empilhadeiras já carregam os paletes até a entrada do pavilhão onde estão as câmaras frias, que os mantém a 10 °C. Por semana, são 15 paletes só de melancia. A Câmara Fruti trabalha exclusivamente com frutas selecionadas. Ela fornece para outros estados e hortifrutis especializados em produtos de alto padrão. “O mercado dessas frutas que recebem mais cuidados está se expandindo. A demanda gera a busca por qualidade e as selecionadas são mais fáceis para trabalhar logisticamente e o desperdício é praticamente zero’’, acrescenta o vendedor. Além de separados, embalados e paletizados, esses pro-

dutos levam a marca através de selos colocados na própria casca e de detalhes �ixados nas caixas que garantem a sua origem. “Hoje em dia, os clientes já conhecem a marca de determinadas frutas e, como acontece com alimentos industrializados, são �iéis a elas. A fruta embalada é bem mais doce e também mais prática na hora do consumo”, esclarece Estevo, que acredita no valor agregado ao produto através da marca. As frutas têm um imenso valor nutricional e possuem alto teor de água em suas composições. Especialmente no calor, ajudam a repor a água em nosso corpo que é perdida através do suor. “Nos próximos meses conseguiremos vender ainda mais. O consumo no �inal do ano aumenta. No verão, o brasileiro consome muita melancia’’, �inaliza entusiasmado.


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LITERATURA

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Literatura Especializada

Tecnologias para Produção Sustentável da Melancia no Brasil

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Este livro tem um objetivo aplicado definido: a divulgação de tecnologias sustentáveis para produção de melancia no Brasil. Para chegar a este fim, conceitos básicos são introduzidos e discutidos nos diferentes capítulos. Com a visão voltada para sustentabilidade, procurou-se discutir e abordar, o manejo de doenças, pragas, plantas daninhas, nutrição, insetos úteis, colheita e processamento de frutos de melancia. Sabemos que o caminho à frente ainda é distante e difícil, mas boa parte da estrada já foi percorrida.

Manejo Integrado de Doenças da Melancia

Editores: Gil Rodrigues dos Santos e Laércio Zambolim

Apesar de sua importância, são escassas as informações a respeito das doenças da melancia, bem como sobre o manejo integrado, visando minimizar os danos causados. Neste livro, procurou-se relatar as principais doenças da melancia e as práticas de manejo integrado que devem ser seguidas para que se obtenha a sustentabilidade econômica da cultura, com preservação ambiental. Editores: Gil Rodrigues dos Santos, Laércio Zambolim, José Alberto Marques Rezende e Hélcio Costa

Cultivo de Melancia para a Agricultura Familiar (2ª edição Embrapa)

Esta publicação tem um estilo de comunicação bem simples, uma abordagem prática do dia-a-dia, do plantio à colheita do produto. Trata-se de um manual muito útil para os agricultores familiares interessados nessa importante fruteira tropical. Este trabalho foi elaborado com base em experiências com essa cultura no Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) e no Nordeste, no município de Campo Maior, no Estado do Piauí e foi apoiado nas pesquisas da Embrapa e experimentos realizados pela Emater-DF. Trata-se de importante contribuição para o desenvolvimento e solução de problemas inerentes ao cultivo da melancia no País. Autor: Raimundo Nonato de Carvalho


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Mercado

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VS Frutas é pioneira no comércio de melancias em São Paulo Investimentos na produção e treinamento de pessoal garantem qualidade e abastecimento constante Quando Valdemar Satake começou a vender melancia com o irmão dirigindo uma caminhonete sem habilitação, a fruta só era encontrada no interior paulista e durante o período da safra. Hoje, 50 anos depois, o produtor se orgulha de ser um dos pioneiros no comércio de melancia no estado de São Paulo. Tantos anos de experiência �izeram a empresa e as ideias de Satake expandirem. Antigamente, ele também plantava melão, feijão e milho. Mas foi na origem de seus negócios que encontrou a sua fonte de renda e, mais do que isso, uma atividade pela qual é apaixonado. A atacadista VS Frutas comercializa melancia na Cegesp desde 1975. Passando pelos

altos e baixos do mercado e da economia nacional, a empresa se especializou na produção e distribuição de melancia, atuando em parceria com diversos produtores. “Aprendi que trabalhando em conjunto com outros agricultores somos mais fortes. Quando nos unimos, a nossa participação no mercado é muito maior”, a�irma Valdemar. O produtor está muito atento as oscilações do comércio de hortifruti e os parceiros são uma margem de segurança. “Se der um vendaval e eu perder toda a minha produção, eu sei que vou poder contar com a produção de outro fazendeiro”, completa. Produtores de melancia passam a vida em uma relação turbulenta com o clima. Junto

com as pragas, ele é o responsável por arrasar plantações inteiras do dia para a noite. Satake fala, com tristeza, que todos os anos existe alguma lavoura que não dá certo. Muito preocupado com a qualidade de seus produtos, o atacadista se nega a vender frutas que não estão de acordo com o padrão. “Meus clientes são muito antigos. Essa relação de con�iança não me permite vender melancias pequenas, batidas ou brancas”, esclarece. O grande diferencial das melancias vendidas na VS é o cuidado no plantio. Gilvan Munhoz, vendedor, explica que a empresa não economiza em cuidados desde o preparo da terra até a hora da colheita. “Muitos produtores utilizam

apenas a metade de adubos, fertilizantes ou venenos para pragas. O seu Valdemar além de usar a quantidade recomendada, só utiliza boas marcas. Além disso, ele participa de cursos, realiza viagens de pesquisa para conhecer as plantações em países de primeiro mundo e treina os funcionários no manuseio das frutas”. A atacadista distribui, em média, 2.500 caminhões de melancia por ano. As frutas vão para todo o estado de São Paulo e, para garantir que as frutas não amassem no transporte, Valdemar passa instruções para os trabalhadores na colheita que repassam para os motoristas: muita palha entre as melancias e cuidado ao dirigir. Mesmo assim, o produtor

PRINCIPAIS VARIEDADES DE MELANCIA COMERCIALIZADAS NA CEAGESP Na CEAGESP, o movimento é de 113.000.000 de kg ao ano. No Brasil, a produção é de aproximadamente 1.720.000 toneladas. A produção mundial gira em torno de 23 milhões de toneladas anuais. A melancia é a cultura Curcubitáceae mais cultivada no mundo. O maior produtor mundial é a China e a Espanha é a maior produtora da Europa. A melancia foi introduzida na China no século dez, na América no século dezesseis e na Europa era cultivada desde o século treze. É também um produto cultivado no Egito e no Oriente há mais de 4000 anos. A domesticação da melancia ocorreu na África Central onde é cultivada há mais de 5000 anos. Só no século dezenove é que os exploradores europeus descobriram, pela primeira vez, melancias que cobriam grandes áreas no continente. A melancia ( Citrullus lanatus) é originária da África. Nas savanas africanas, encontram em abundância espalhadas pelas planícies.

VARIEDADES Top Gun

Crimson Sweet

Sem Semente

Suggar Baby

Kodama

Formato

Arredondado

Arredondado

Aredondado/alongado

Arredondado/alongado

Arredondado

Cor da caca

Verde escuro c/ estrias verde vivo

Verde vivo c/ estrias verde escuro

Verde vivo c/ estrias verde escuro

Verde lustroso c/ estrias verde escuro

Verde claro c/ estrias verde escuro

Cor da polpa

Vermelho vivo intenso

Vermelha rosada

Vemelha

Vermelha

Amarela

Peso (Kg)

5 - 13

5 - 12

0,8 - 3

0,8 - 3

0,8 - 2

Brix

10º a 16º

10º a 15º

10º a 12º

10º a 12º

10º a 12º

Desenhos: Bertoldo Borges Filho-CQH-Centro de Qualidade em Horticultura/CEAGESP


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Mercado admite que nem todos os caminhoneiros seguem a risca seus pedidos. “Acabou de chegar um caminhão com 70 melancias batidas”, lamenta. Encantados com o gotejamento (irrigação através de canos que gotejam água nas mudas), Valdemar e Gilvan apostam todas as fichas nas plantações que já utilizam essa técnica. “Batemos o recorde esse ano em Teixeira de Freitas, na Bahia. Colhemos 70 toneladas de melancia por hectare. Nunca vi uma produção tão boa”, comemora Satake, que já está ansioso com a chegada do verão. “O mercado não está ruim esse ano. O calor adiantado ajudou nas vendas e daqui pra frente só tende a aumentar”, completa o agricultor. A dedicação de Satake é traduzida em palavras pelo vendedor Munhoz: “Seu Valdemar faz o que gosta e não visa apenas o lucro. Ele faz um trabalho sério e investe em equipamentos e implementos para melhorar a produção e não para aumentá-la. Quem compra da VS, sabe que está levando uma melancia de qualidade”.

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ABASTECIMENTO

Batista está entre os finalistas do Troféu Ponto Extra Fornecedora de legumes instalado na Ceagesp concorre à 17ª edição da valorizada premiação do varejo nacional A Batista Legumes acaba de receber a indicação inédita para concorrer ao Troféu Ponto Extra, prêmio da Apas (Associação Paulista de Supermercados) que reconhece os melhores produtos, serviços e profissionais do setor. Com base na votação dos supermercadistas apurada pela Nielsen e auditada pela BDO Trevisan, a premiação será entregue em 18 de outubro na capital. “Ser indicado por nossos parceiros ao Troféu Ponto Extra demonstra o quanto é va-

lorizada a nossa preocupação em primar pelo frescor e qualidade dos nossos produtos”, avalia o empresário José Luiz Batista. Para atender o varejo brasileiro, a empresa cultiva legumes em três estados, de acordo com as condições climáticas exigidas para cada produto que comercializa. Além da Batista Legumes, concorrem à categoria FLV do Troféu Ponto Extra mais quatro empresas – Benassi, Hetros Frugal, Itaueira e Jaguaré Bananas – instaladas na Ceagesp.


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Entrevista

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Plantio direto na palha completa 4 décadas no Brasil Para comemorar a introdução do sistema que retém água e carbono no solo das lavouras brasileiras, Abag homenageou o pioneiro Herbert Bartz Antonio Roque Dechen, vice-reitor da USP: sustentabilidade no campo em foco na academia

O sistema de plantio direto na palha foi introduzido no Brasil na década de 1970. Atualmente, 35 milhões de hectares são cultivados dessa forma no país. Durante o 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, a associação nacional que representa o setor homenageou Herbert Bartz, produtor responsável por disseminar essa técnica de manejo sustentável no território brasileiro. Para falar sobre a relevância do pioneirismo desse filho de imigrantes europeus, o jornalista Caio Albuquerque, da assessoria de comunicação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), entrevistou o professor Antonio Roque Dechen, vice-reitor executivo de administração da Universidade de São Paulo. “O agricultor brasileiro está consciente acerca dos benefícios econômicos advindos dessa prática”, afirma o acadêmico, que também preside da Fundação Agrisus. A seguir, trechos da conversa: • O sistema de plantio direto ganhou força porque ele é bom de fato ou porque, a partir dos anos 1970, o mundo todo passou a debater mais a fundo as demandas relacionadas ao meio ambiente? A sustentabilidade é o carro-chefe. Mas, se não existir retorno comercial, não existe

sustentabilidade. O agricultor não vai aceitar ter prejuízo na sua produção. Hoje, o plantio direto é aceito e aplicado porque, além da sustentabilidade, ele é rentável para os produtores. Esse é o foco. Recentemente, participei, em Passo Fundo (RS), da reunião da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, que contou com 600 participantes, a maioria agricultores, todos ávidos por novidades e inovações para ampliar seus sistemas de plantio direto. Em estados como Paraná e Mato Grosso, isso é rotineiro e muito bem adotado. As empresas fabricantes de máquinas agrícolas já tem seus negócios voltados a essa demanda.

Entre os ganhos, estão a economia do solo, a diminuição do sistema erosivo, o fim das queimadas, a melhora das condições de física e de fertilidade do solo e também da parte microbiológica. E a principal vantagem para o agricultor é manter a sustentabilidade, não só da produção, mas também da sua propriedade. A partir do momento em que o agricultor não tem um manejo adequado e há o processo de erosão, ele está perdendo algo que a natureza leva centenas de anos para produzir, que é um milímetro de solo no seu sistema de formação. Isso leva muitos anos e se perde facilmente em uma grande enxurrada.

• No início, o sistema de plantio direto teve alguns entraves. Entre eles, estava a questão de adequação de máquinas agrícolas. Exatamente, já existia uma tecnologia, uma padronização dos tipos de máquinas e, de repente, foi preciso mudar toda essa estrutura. Além disso, há necessidade de novas técnicas de manejo, como o cuidado com as queimadas, devido à maior quantidade de palha sobre o solo. De repente, uma pequena fagulha pode ocasionar uma queima enorme e um prejuízo muito grande. O Brasil tem de se prevenir. Afinal, temos hoje, em algumas regiões, principalmente no sul, áreas que estão desertificadas pela intensa utilização agrícola e pela não-reposição da cobertura vegetal, que geram aspectos erosivos. Depois, para fazer essa recomposição, é muito caro e demorado. Para sermos competitivos internacionalmente, precisamos oferecer qualidade no material que estamos produzindo para o mercado.

partir do momento em que se tem uma cobertura de palha de 20 cm até 30 cm no solo, a incidência dos raios solares não vai atingi-lo diretamente, diminuindo a evaporação, além de não haver o escorrimento. Quando não se tem o solo coberto, a água vai escorrer e arrastar partículas.

• O que faz esse sistema economizar água nas lavouras? Na realidade, não é que ele use menos água, mas é que, a

• A comunidade científica tem se aproximado dessa evolução no campo? Em São Paulo, existe um grupo de pesquisadores coordenado pelo professor José Otávio Machado Menten, do Departamento de Fitopatologia e Nematologia da Esalq, chamado Conselho Científico para Agricultura Sustentável, cujo objetivo é disseminar boas práticas agrícolas e tecnologias. Além disso, existe um programa feito pelo pesquisador André Pessoa, o Rally da Safra, que percorre todas as regiões produtoras de soja e de milho fazendo o levantamento da produção, de atividades feitas com o plantio direto. E isso tem levado o país a se inserir cada vez mais no mercado internacional, porque a qualidade da produção passa pela qualidade da gestão ambiental nas propriedades rurais.

• Todas as culturas são adaptáveis ao plantio direto? Todas as culturas anuais, de uma forma geral, vão muito bem com o plantio direto.

PAULO FERNANDO

• Como esse sistema de manejo chegou ao Brasil? Nos anos 1970, o agricultor Herbert Bartz começou a estimulá-lo no Paraná. Na época, foi um processo difícil, mas, hoje, o Brasil conta com mais de 35 milhões de hectares cultivados dessa maneira. Toda a área cultivada com soja no Paraná e no Mato Grosso utiliza-se desse sistema. Pode-se dizer que o Brasil ganhou muito com a adoção desse tipo de cultivo, que está completando ano 40 anos. • Quais são as principais vantagens competitivas proporcionadas ao agricultor?

Filho de imigrantes europeus, Hebert Bartz trouxe para o Brasil o sistema de plantio direto na palhada, que elevou a competitividade do país

• Quais foram as principais culturas que adotaram esse sistema de plantio direto? Primeiro, o algodão. Depois, a soja. O algodão porque, na década de 1970, era uma cultura de grande escala no Paraná e em São Paulo. Na época, nós não tínhamos soja, sua cultura estava no início. Eu me formei em 1973 e tive poucas aulas e informações sobre ela. O café, o algodão e a cana eram as culturas de grande impacto naquela época. • Além do plantio direto, que outros sistemas agrícolas também são sustentáveis? Atualmente, há uma grande evolução no chamado sistema de integração lavoura-pecuária, por meio do qual há a renovação de áreas “degradadas” por pastagem. Nele, utiliza-se o processo da produção de gado para recomposição de solo.


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PAULO FERNANDO

Com 214 votos, chapa do economista venceu o concorrido segundo turno das eleições internas

outubro de 2012

Gestão Pública

Flávio Godas é eleito conselheiro da Ceagesp O analista econômico Flávio Luís Godas é o novo membro do conselho de administração da Ceagesp. Entre os dias 1º e 4 de outubro, duas chapas disputaram, voto a voto, a preferência dos funcionários da companhia. Após a apuração, realizada no dia 5, a chapa do coordenador do departamento de economia da estatal foi eleita com 214 votos, contra 163. Ao todo, 430 servidores foram às urnas durante o segundo turno das eleições. Funcionário de carreira da Ceagesp desde 1992, Godas é formado em economia pela Unisantana e pós-graduado em administração de negócios pela Fundação Getúlio Vargas. Como novo conselheiro, o economista quer fortalecer a imagem da empresa, valorizando seus colaboradores, permissionários e demais stakeholders. “Por isso, agradeço a todos que partici-

param desse processo democrático interno”, diz. O suplente eleito pela chapa de Godas foi gestor de cobrança da Ceagesp, Robson Frederico dos Santos, pós-graduado em gestão empresarial e funcionário da companhia desde 2002. Atualmente, o conselho de administração da Ceagesp é composto por seis membros, sendo eles presidente da empresa, um indicado pelo Ministério do Planejamento, dois indicados pelo Ministério da Agricultura, um indicado pelos acionistas minoritários e um eleito pelos empregados. Entre as competências desse grupo, está o exame de contratos e prestações de contas, escolha e destituição de auditores independentes, autorização de compra e alienação de bens, deliberação de propostas sobre aumento de capital e eleição de diretores.

13 TELECOMUNICAÇÕES

Revitalização de orelhões avança no Brasil Operadoras de telefonia atingem metas estabelecidas pela Anatel

Como resultado do Plano de Revitalização da Telefonia de Uso Público, iniciado em agosto de 2011, aumentou, em todo o país, o percentual de orelhões em bom funcionamento. De acordo com os cronogramas aprovados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o percentual mínimo de orelhões em funcionamento (95%) seria alcançado pela Oi até o próximo dia 31 de outubro e, pela Embratel, até o final de 2012. O número de municípios em situação regular em relação à densidade vem aumentando desde julho, conforme Plano de Ação apresentado pela Oi à Anatel. O Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público (PGMU III) estabelece que as concessionárias devem disponibilizar em cada cidade pelo menos quatro orelhões para cada mil habitantes. Atualmente há 198 municípios que ainda não atingiram a meta de densidade. Desses, 180 deverão ser atendidos ainda em outubro e os 18, até dezembro.


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Artigo

outubro de 2012

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Tendências e perspectivas para o cooperativismo e associativismo na cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais do Brasil Antonio Hélio Junqueira* Marcia da Silva Peetz**

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas, em reconhecimento do imprescindível e determinante papel dessas organizações enquanto instrumentos para a geração de emprego, ocupação e renda e, consequentemente, na inclusão social de expressivas parcelas da população - especialmente dos jovens, mulheres e dos pequenos produtores familiares -, contribuindo, assim, para a redução da pobreza. Historicamente, no âmbito da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais, em todo o Brasil, o cooperativismo e o associativismo de produtores tem desempenhado papel decisivamente estruturante do setor, contribuindo com participação de 40% no total da comercialização atacadista anual, o que, em termos financeiros, soma o valor aproximado de R$ 800 milhões/ano. Ao lado desses importantes indicadores, há que se agregar, ainda, outros fatores que ressaltam a decisiva relevância do cooperativismo e do associativismo na produção, comércio e distribuição de flores e plantas ornamentais no Brasil, quais sejam:

• 1. As cooperativas, especialmente aquelas concentradas no Estado de São Paulo, determinam, na prática, as condições de funcionamento e operação do mercado de flores e plantas ornamentais, desde a introdução e seleção de espécies e variedades a serem anualmente produzidas, até o controle da oferta e dos níveis de preços praticados, passando por toda a cadeia logística de distribuição, entre outros fatores operacionais e comerciais vitais para o desempenho da atividade em todo o território nacional; • 2. Essas organizações têm se constituído em lugares decisivos e privilegiados de introdução de inovações tecnológicas tanto na produção, quanto no comércio e distribuição, relações de trabalho e de consumo de flores e plantas ornamentais no Brasil, servindo,

qual se ressalta a importância inadiável da promoção e do fortalecimento do cooperativismo e do associativismo na Cadeia de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil e o decisivo enfrentamento das limitantes ao seu pleno e desejável desenvolvimento, levou à proposta de realização de uma Mesa Redonda Temática, no âmbito do evento Fest Flor Brasil 2012, realizada em Brasília no período de 4 a 7 de outubro próximo passado, a qual contou com a participação de expressivas autoridades e representantes de associações e cooperativas de todo o País. Deste evento, está surgindo a “Carta de Brasília para o Desenvolvimento do Cooperativismo e do Associativismo na Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil”, documento da mais alta relevância estratégica e política para o direcionamento das ações setoriais futuras.

comprovadamente, como referenciais para o desenvolvimento de outras cadeias produtivas, especialmente da olericultura e da fruticultura. São exemplos notáveis deste papel inovador: a introdução do cultivo protegido no País, bem como do modelo de comercialização eletrônico consubstanciado nos leilões (Veiling). Atualmente, o setor ocupa posições destacadas na liderança de discussões também decisivas em relação a proteção de cultivares, produção integrada e sanidade vegetal internacional;

• 3. As cooperativas e associações de produtores de flores e plantas ornamentais têm sido, ao longo das últimas décadas, o principal instrumento de consolidação da emergente floricultura praticada nos novos pólos de produção, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nas quais se comprova a multiplicação notável de iniciativas desta natureza, e

• 4. Também têm sido essas as organizações que viabilizaram a participação dos pequenos e médios produtores brasileiros no mercado internacional da floricultura, a partir do ano 2000, com grande destaque nos segmentos das flores e folhagens tropicais de corte, flores e folhagens secas e mudas de orquídeas, entre outros itens.

Por outro lado, ainda que se pese a inegável importância desses indicadores, aos quais ainda se poderiam agregar outros, as cooperativas e associações de flores e plantas ornamentais no Brasil têm sido vítimas de graves e decisivos

problemas e gargalos técnicos, operacionais e comerciais, que, em muitos casos têm ameaçado a sua sobrevivência, ou, até mesmo, levado ao fechamento definitivo de suas portas. A premente necessidade de refletir sobre esse quadro, no

* Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/ IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sóciaadministradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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outubro de 2012

Agrícola Agrícola

Ofereça a seu varejista

AGRONEGÓCIO

Simpósio discute valor do campo

A Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Mogi das Cruzes , será palco do 4º Simpósio Nacional de Tecnologia em Agronegócio (Sintagro), entre os dias 18 e 20 de outubro. O evento trará a tona o tema da “Valoração agropecuária e empreendedorismo nas pequenas e médias propriedades”. Durante o encontro, também serão apresentadas oportunidades de negócios e desafios para algumas cadeias agropecuárias exploradas de forma intensiva, de alto valor agregado, altamente diversificado e focado no desenvolvimento sustentável. O simpósio reunirá acadêmicos, pesquisadores, tecnólogos e empresários de agronegócios e áreas afins. O evento será realizado no Centro Municipal de Formação Pedagógica de Mogi das Cruzes (Cemforpe).

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Novas caixas chegam ao Brasil No início do mês, a empresa Eurocaixas apresentou seus produtos aos permissionários e colaboradores da Ceagesp. As caixas de madeiras fabricadas pelo espanhol Alberto Palmí e o seu sócio brasileiro Flavio Vieira, são de alto padrão, permitindo melhor conservação dos alimentos. A madeira utilizada na produção é seca, tratada e queima-

da, eliminando qualquer tipo de substância orgânica que possa apodrecer o material. Com grampos galvanizados, o produto é 100 % reciclável e segue os padrões europeus de conservação de hortifrutis. O desenho das caixas favorece a ventilação e a madeira porosa não absorve líquidos, além de regular a umidade e ser usada dentro de câmaras

frias sem afetar a sua estrutura. Alberto, que já fabrica caixas na Europa, frisou que esse tipo de embalagem sai do campo direto para as prateleiras dos supermercados, diminuindo o contato de funcionários com os alimentos. “Os produtos frescos merecem mais atenção devido à perecibilidade e a Eurocaixas já colabora com esses cuidados”, completa.

Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O curso de quatro horas e fornece noções de fisiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Inscreva os seus compradores na FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM FLV.

Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825 - 3643-3827 / 3643-3890 - cqh@ceagesp.gov.br


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Ciência e Tecnologia

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PESQUISA AGRÍCOLA

Maurício Antonio Lopes é o novo presidente da Embrapa Colaborador da casa durante mais de 20 anos, pesquisador já conhece as orientações do governo O engenheiro agrônomo Maurício Antônio Lopes é o novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A nomeação do pesquisador foi publicada no dia 11, no Diário Oficial da União. Formado pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, Lopes é trabalha na empresa desde 1989. Há dois anos, assumiu a diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa. A vaga de presidente está desocupada desde o final do ano passado, quando Pedro Arraes, seu antecessor, foi afastado e exonerado do cargo na após o Conselho de Administração da instituição concluir que houve descumprimento legal e estatutário na criação da Embrapa Internacional, desconstituída por decreto pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. Durante o período em que foi colaborador, Lopes desenvolveu estudos em genética e melhoramento de plantas, foi líder do programa de melhoramento de milho e chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, Minas Gerais. É apontado também como um dos responsáveis pelo processo de aprimoramento do Sistema Embrapa de Gestão (SEG).

VALTER CAMPANATO/ABr

quase dez mil empregados, sendo 2.410 pesquisadores - e ainda desenvolve pesquisas no exterior com laboratórios dos Estados Unidos, da França, Alemanha, Coreia do Sul e do Japão. O novo presidente disse também que a Embrapa reforçará as pesquisas no setor sucroalcooleiro. “A Embrapa ti-

nha feito a opção de não operar muito efetivamente nesse setor, mas ele se tornou extremamente importante e crítico para o Brasil.” Lopes disse, no entanto, que o setor não pode mais pensar apenas em cana-de-açúcar, considerando outras opções para aumentar a capacidade de produção de energia renovável, como o sorgo sacarino.

Na visão do novo presidente, o país tem uma condição única de converter todo o seu parque sucroenergético em biorrefinarias, transformando também biomassa em vários produtos, assim como é feito hoje com o petróleo, mas por meio de uma fonte renovável. No segundo dia à frente de uma das empresas de pesquisa agropecuária mais respeitadas do mundo, Lopes disse que a criação da Embrapa, na década de 1970, se deu num momento em que o Brasil não tinha segurança alimentar. Em tempo recorde, a empresa e o país desenvolveram uma agricultura tropical pujante, a mais desafiadora do planeta em sua opinião. “Agora há uma série de outros desafios. É um momento de mudanças muito rápidas de paradigmas, com a questão ambiental, influenciada pelo novo Código Florestal, e mudanças climáticas que vão representar ainda mais desafios para a nossa agropecuária”, disse. No novo cenário, Lopes explicou que a Embrapa deve investir cada vez mais em biotecnologia, acesso cada vez maior a recursos genéticos, e instrumentação avançada focando na agricultura de precisão, para ajudar a preservar o meio ambiente.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, disse, durante a posse do novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, esperar que a gestão do engenheiro agrônomo marque uma aproximação entre a Embrapa e o ministério. Lopes assegurou que vai trabalhar para a aproximação e voltou a destacar prioridades em sua gestão à frente da empresa. Segundo ele, uma das ênfases das pesquisas da Embrapa será dada ao setor sucroalcooleiro. O objetivo do pesquisador

é fortalecer pesquisas em cana-de-açúcar, que é o principal pilar do setor, mas desenvolver alternativas que garantam mais flexibilidade à atividade e aumentem a capacidade de superação de problemas como os provocados pela sazonalidade na produção de álcool no país. “Temos o sorgo sacarino. Uma empresa como a nossa tem que mirar o futuro e estamos antecipando que vem aí a revolução das biorefinarias com o uso de biomassa para as mais variadas finalidades e o setor sucroenergético é o candidato principal a ajudar o Brasil a es-

truturar esta estratégica com foco na economia verde, na química verde”, disse. Lopes também destacou que a empresa precisa desenvolver novas tecnologias para ampliar o conhecimento sobre a base de recursos naturais no país. “Temos que fortalecer o trabalho de pesquisa em monitoramento por satélite, em zoneamento. Precisamos, por exemplo, mapear as áreas de pastagens degradadas do Brasil, que são uma fronteira importante para nossa agropecuária, por exemplo, com sistema de integração lavoura, pecuária e floresta”.

Pesquisador diz que prioridade é o aprimoramento do sistema de inteligência estratégica

Orientação do governo é para ampliar atuação no exterior Maurício Lopes já sabe as diretrizes que a sua administração deve tomar. A orientação do governo é para que a empresa intensifique sua atuação internacional. Entre as prioridades de sua gestão, Lopes citou o aprimoramento do sistema de inteligência estratégica da Embrapa - considerando que a empresa tem 47 unidades no país,

Ministro da Agricultura espera maior aproximação entre Embrapa e ministério FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ ABr


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Curso

PRODUÇÃO

Mercado de plantas cresce no Ceará

O consumo de flores e plantas ornamentais praticamente dobrou no primeiro semestre de 2012, passando de US$ 7 para US$ 13 por habitante ao ano no estado nordestino. O número ultrapassa a média nacional, que, segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), é de R$ 20,00 por brasileiro. “Na contramão da crise econômica mundial, o setor aumentou em 15% o volume de produção nacional, e em 17% o valor comercializado. Antigamente, as vendas de flores subiam somente em datas comemorativas, mas hoje isso mudou”, explica Camila Reijers, engenheira agrônoma da Rosas Reijers, considerada a maior produtora da flor no país.

sobre pragas de jardim acontece em Campinas

Vendas de flores em alta na Ceagesp O ritmo de negócios na maior feira de flores do Brasil segue em linha ascendente. De acordo com o economista da Ceagesp, Flávio Godas, o setor registra um crescimento médio de 13% no volume de vendas.

“Com a chegada da primavera, a tendência é que as vendas continuem em alta”, avalia. Montada num espaço com mais de 20 mil metros quadrados, a Feira de Flores da estatal é responsável pela distribuição

do produto para praticamente todo o Brasil. Mensalmente, cinco mil toneladas de flores são comercializadas no entreposto paulistano da companhia, gerando uma receita de R$ 25 milhões para seus comerciantes.

O Curso sobre pragas de jardim em árvores, gramados e palmeiras ornamentais acontece no Diplomata Hotel, em Campinas, nos dias 22 e 23 de outubro. O objetivo é difundir conhecimentos técnicos sobre a biologia, comportamento e controle das principais espécies de cupins e coleobrocas em árvores, pragas em palmeiras ornamentais e gramados.

Serviço:: Curso sobre pragas de jardim Local: Diplomata Hotel / Rua Fernão Pompeu de Camargo, 900 - Jardim do Trevo - Campinas - SP Fone:(19) 9112-1952 E-mail: eabramides@terra.com.br


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Ceasas do Brasil

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outubro de 2012

Um jornal a serviço do agronegócio

Índice Ceagesp sobe 0,29% em setembro

-34,8 %

Acerola

dições climáticas, registraram quedas acentuadas”. No ano, o índice Ceagesp registra elevação de 13,08% e, nos últimos 12 meses, aumento de 11,83%. O setor que apresentou maior alta foi o de Diversos com 8,48%. Entre os produtos que subiram destacam-se a batata lisa (32,1%) e o alho (10%). Já entre os que sofreram queda estão os ovos brancos (-7,4%),

Repolho - 24,9 %

Ceasa Campinas recebe nova pavimentação As principais vias do Entreposto de Campinas foram recapeadas, atendendo a um antigo pedido de permissionários, carregadores, funcionários e clientes. O asfalto que cobria as ruas era de 1975, época de sua criação. Durante esses 37 anos, a administração realizava apenas pequenas intervenções ou operações emergenciais para tapar os buracos. Na opinião do presidente da Ceasa, Sérgio Luiz Juliano, a obra traz importantes benefícios para todos que atuam no local e é fruto do esforço conjunto da administração e da Secretaria de Serviços Públicos, alinhando as diretrizes de recuperação da cidade e da administração municipal. Cerca de cinco mil veículos circulam na Ceasa Campinas diariamente e a melhora na infraestrutura reflete no trabalho dos motoristas de caminhões e

dos operadores de empilhadeiras. Até a qualidade dos produtos comercializados melhoram, já que um asfalto sem buracos evita que os alimentos mais sensíveis amassem no transporte. Segundo a administração, foram pavimentadas todas as principais áreas do entreposto, as ruas por onde circulam os carros e caminhões e os pontos principais de carregamento próximos às plataformas internas e externas dos galpões. Após o recapeamento, a Central está contando com o apoio da Emdec para sinalizar a área pavimentada. As vias estão recebendo, desde a semana passada, sinalização vertical e horizontal como pintura de chão e placas. Este trabalho é essencial para a orientação e organização do trânsito de pedestres e motoristas e para a segurança de todos que atuam no entreposto.

Ceasa/PE faz 50 anos e recebe próximo Encontro da Abracen O próximo Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento aconteceu em Pernambuco entre os dias 16 e 18 de outubro, junto com o Encontro da Federação Latino Americana de Mercados Atacadistas e a comemoração dos 50 anos da

Ceasa de Pernambuco. Durante três dias, dirigentes, técnicos brasileiros e estrangeiros e visitantes debateram o futuro dos mercados atacadistas na administração de políticas públicas, focando a discussão no abastecimento alimentar nacional.

os ovos vermelhos (9,9%) e a canjica (3,3%). Outra elevação expressiva ocorreu entre as Frutas, que subiram 6,41%, sendo as principais altas a do limão taiti (75,1%), a do maracujá doce (40,9%) e a do maracujá azedo (38,9%). Nesse setor caíram a acerola (-34,8%), o abacate (-8,8%) e a manga palmer (7,5%).

Pelo quinto mês seguido, o Índice Ceagesp registrou elevação dos preços praticados e encerrou o mês de setembro com leve alta de 0,29%. De acordo com o economista da Companhia, Flávio Godas: “os setores de Frutas, Diversos e Pescados apresentaram elevação e impulsionaram o resultado global do indicador. Já Legumes e Verduras, com a melhora das con-

Os Pescados também registraram elevação de 3,49% e entre suas altas destacam-se a pescada (19,7%), a tainha (16,7%) e a tilápia (8,7%). Houve quedas de produtos no setor como cavalinha (15%), corvina (10,5%) e camarão ferro (-4,5%). O setor que apresentou maior queda foi o de Verduras, com baixa de 17,8%. Destacam-se as quedas da alface crespa

Pimentão vermelho -55,9 %

(-32,4%), da escarola (-30,9%) e do repolho (-24,9%). Somente a salsa (10,9%) apresentou alta. E, finalmente, os Legumes recuaram 15,26%, tendo como as principais baixas a do pimentão vermelho (-55,9%), do jiló (-34,4%) e do pimentão verde (-34,1%). Estão entre as principais altas neste setor as da abobrinha italiana (41,1%) e do chuchu (23,4%).

Batata lisa 32,1 %

Pescada 19,7 %

SAÚDE

Ceagesp promove atividades para celebrar o Dia Mundial da Alimentação A Ceagesp preparou uma programação especial pra comemorar o Dia Mundial da Alimentação, celebrado no dia 16 de outubro. Desde o dia 9, funcionários, visitantes e compradores já participam das atividades que são gratuitas e abertas ao público. A intenção é reforçar a importância do consumo de alimentos saudáveis e o destaque é o tema “Rotulagem – Qualidade e Segurança Alimentar”, com o lançamento do Programa de Rotulagem de Frutas e Hortaliças Frescas, promovido pelo Centro

de Qualidade em Horticultura da companhia. As palestras focarão o debate a respeito da rotulagem, que disponibiliza informações básicas sobre produtos agrícolas, a fim de prestar contas sobre suas origens e características. Tal processo abrange uma cadeia de mercado que se inicia com o produtor, passa por revendedores e órgãos reguladores, e termina no consumidor final. Além das palestras técnicas, no dia 18 a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) realizará

exames médicos gratuitos de colesterol, diabetes e triglicérides para o público presente. Já nos dias 23, 25 e 30, o Banco de Alimentos da Ceagesp estará à disposição para fazer uma avaliação nutricional com os participantes, que serão instruídos sobre como tornar as suas refeições mais saudáveis. Outro destaque é a presença de uma unidade móvel do SESI, que permanecerá estacionada no Entreposto até o final das atividades e onde serão realizados cursos de nutrição, que fazem parte do programa “Alimente-se Bem”. A programação contará com a participação de instituições relevantes para o segmento da alimentação como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM-SP), a Coordenação de Vigilância e Saúde (COVISA), a Associação Paulista de Supermercados (APAS), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), entre outros.


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Respeite os limites de velocidade. Condições válidas para Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ) para a Linha Cargo, nas modalidades CDC (financiamento com taxa de 0% a.m. = 0,00% a.a. em 12 meses, com 30% de entrada) ou Finame PSI (financiamento com taxa de 0,21% a.m. = 2,50% a.a., em 72 meses, entrada de 0% e carência de 03 ou 06 meses para micro, pequena e média empresa, com faturamento anual de até R$ 90 milhões). O valor de composição do CET poderá sofrer alteração, na data efetiva da contratação, considerando o valor do bem adquirido, as despesas contratadas pelo cliente, custos de registros de cartórios variáveis de acordo com a UF. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenção ou qualquer outro serviço prestado pelo Distribuidor. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S/A. e contratos de Finame pelo Banco Bradesco S/A. Operação BNDES Finame na Sistemática Convencional, financiada com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, Circular nº. 33/2012 - de 23/05/2012 - e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições financeiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela financeira e a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para a linha Cargo zero km, até 30/10/2012 ou enquanto durarem os estoques.

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Qualidade

JORNAL ENTREPOSTO

outubro de 2012

Um jornal a serviço do agronegócio

Ceagesp investe em projetos de alimentação e nutrição escolar

ção de frutas e hortaliças frescas” e “Escola do Sabor” no 1º Encontro de Experiências Bem Sucedidas em Promoção da Alimentação Saudável, dia 13 de setembro, em São Paulo. O evento teve como objetivo promover a troca de experiências de ações realizadas em municípios brasileiros, nas áreas de alimentação e nutrição. Na ocasião, a Ceagesp foi representada pela engenheira de alimentos Fabiane Camara. O “HortiEscolha” foi eleito como projeto destaque do evento, que contou com a participação de mais de 200 profissionais da área de saúde e alimentação.

Fabiane S. Câmara Sabrina Leite de Oliveira CQH/ Ceagesp

HortiEscolha e Escola do Sabor são destaques em eventos sobre tema

O

Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp apresentou os projetos “HortiEscolha – Apoio a tomada de decisão do serviço de alimentação escolar na escolha, aquisição, controle de qualidade e utiliza-

Dando continuidade à divulgação desse trabalho, no dia 25 de outubro o CQH também foi convidado a proferir uma palestra no 14º seminário de Alimentação Escolar, que será realizado no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em Campinas. O tema abordado será “Especificações técnicas de frutas e hortaliças para o Programa de Alimentação Escolar”, com a finalidade de orientar sobre a compra desses

Controle da perda de água garante peso das frutas e hortaliças frescas As recentes autuações dos permissionários da Ceagesp pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem), órgão responsável pela fiscalização da identificação correta da quantidade do produto no rótulo e da obediência às outras determinações do Inmetro, fizeram com que encarássemos a questão de garantia de peso no comércio de frutas e hortaliças frescas. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como missão “prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do país.”

As características especiais do produto, da produção e do produtor, dificultam muito a

seguir as exigências de indicação quantitativa no mercado atacadista de frutas e hortaliças frescas.

O conteúdo de água, característico de cada fruta e hortaliça, está entre 85% e 95% no momento da colheita. Mas a colheita interrompe o fluxo de água e de nutrientes para o produto. O metabolismo das frutas e hortaliças frescas é intenso nas condições normais de comercialização, no atacado e no varejo. Elas continuam vivas, respirando, transpirando, perdendo água, frescor, turgescência. Aqui vão algumas observações que podem ajudar:

• 1. A perda de água leva ao murchamento, ao enrugamento, à perda de brilho, à perda de valor e à perda de peso. • 2. As hortaliças subterrâneas são mais sensíveis à perda de água que as frutas. Elas

são órgãos de absorção de água e não possuem, como as frutas, estruturas de proteção contra a perda de água, como as ceras. O processo de cura, praticamente não utilizado no Brasil, minimiza a perda de água das hortaliças subterrâneas. • 3. A tolerância à perda de peso, sem efeito na aparência, é muito pequena: 4% na berinjela e na couve-flor, 5% na laranja e na maçã, 7% no pimentão e no tomate, segundo estudos do professor Eduardo Henrique M. Walter, da Universidade do Pampa. • 4. As injúrias mecânicas – impacto, abrasão, vibração e compressão – aumentam muito a perda de água. • 5. A maior parte da perda de água nos frutos com muita cera protetora, como a berinjela, o pimentão e o tomate, ocorrem nas partes sem cera no cálice e no corte.

• 6. A cada aumento de

10°C na temperatura, ocorre um aumento de 2 a 3 vezes na velocidade de deterioração dos produtos. • 7. Temperatura alta, umidade relativa do ar baixa, velocidade do ar alta, alta relação superfície/volume, baixa integridade física aceleram muito a perda de água.

• 8. A perda de água acarreta maior incidência de podridões, conforme estudo feito na Austrália, com abacate Hass.

O produtor e o atacadista precisam entender o comportamento da perda de água do seu produto, nas diferentes origens e sistemas de transporte, conservação, manuseio e época do ano e adotar procedimentos para a diminuição da perda de água. Afinal, eles precisam garantir que a embalagem contenha o peso líquido declarado no rótulo.

Sugestão de estudo O produtor deve pesar quatro caixas-controle na hora da colheita e na hora da remessa, o atacadista deve pesar as mesmas caixas na chegada e na venda ao seu comprador. Anotem o dia, o horário da colheita, as condições de clima, a origem, o tipo de transporte, o produto, a variedade, a classificação, o tipo de embalagem, o tempo e horário da viagem e outras observações que julgar importante. A perda de 10% de água em um caminhão de 10 toneladas são 1.000 quilos do produto.

E lembre-se que as frutas e hortaliças são embalagens de água! Frescor é água e vende o produto. A perda de água é a principal causa da redução do seu potencial de comercialização. A rentabilidade nas vendas de frutas e hortaliças frescas depende de nossa competência em entregar a maior quantidade de água aos consumidores.


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produtos por processo de licitação. O Hortiescolha foi criado em 2009 pelos técnicos da Ceagesp e ampliado com a parceria da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo (Fapesp), através do Processo de Políticas Públicas 2010/52337-0. O “HortiEscolha” é um programa de apoio à tomada de decisão na gestão das frutas e hortaliças frescas: na escolha do produto, da variedade, da classificação, do padrão mínimo de qualidade, da melhor época de aquisição, e permite que com o mesmo recurso monetário seja colocado até o dobro do alimento no prato, garantindo uma maior participação das frutas e hortaliças na alimentação escolar e a otimização dos recursos públicos destinados a alimentação escolar. O programa capacita gestores e técnicos da área de alimentação para uma melhor compra dos produtos frescos para a merenda escolar. O projeto ”Escola do Sabor”, também parte do planejamento estratégico da Ceagesp, visa provocar mudanças nos hábitos alimentares infantis através de atividades lúdicas e aproximar a criança da agricultura através da compreensão do caminho da produção, comercialização e consumo e introduzir a criança às diferentes preparações e utilizações de cada alimento. O trabalho está sendo implementado em escala piloto na Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, localizada nas dependências da Ceagesp, desde 2010.

O aumento do consumo de frutas e hortaliças foi constatado pela crescente aceitação sensorial pelas crianças, com a avaliação do resto-ingesta para os todos os produtos trabalhados: mandioca, batata-doce, beterraba, chuchu, goiaba, acelga e berinjela.

outubro de 2012

CITRICULTURA

Governo libera R$ 120 milhões para garantir preço da laranja

Agricultura O governo federal disponibilizou R$ 120 milhões para os leilões públicos de equalização dos preços da laranja a serem organizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal utilizará como mecanismos de apoio à comercialização o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio de Escoamento de Produto (Pep), para laranja in na-

tura, da safra 2012. A fruta negociada deverá ser dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A diferença básica entre as duas modalidades está em quem participa dos leilões como arrematantes dos prêmios. No Pep, os participantes serão os compradores de laranja in natura diretamente do produtor rural que disputam o prêmio em leilão. No Pepro, os próprios produtores é que par-

21 ticipam dos leilões como arrematantes do prêmio. De acordo com as indústrias, a supersafra e a existência de 662,4 mil toneladas de suco de laranja em estoque provocam a queda nos preços pagos aos produtores. Para amenizar essa situação, o governo também renegociou as dívidas dos citricultores e criou uma linha de crédito para a manutenção de pomares.


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Qualidade

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ESCOLA DO SABOR

Crianças aprovam receitas com berinjela Gláucia F. Fagnani Emanuela Neves CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A Escola do Sabor é um projeto da Ceagesp, iniciado em julho de 2010, com o objetivo de desenvolver metodologia de introdução de frutas e hortaliças no cardápio escolar por meio de brincadeiras e aproximar a criança da agricultura. O projeto vem sendo desenvolvido, desde o início, em parceria com a Nossa Turma, associação que trabalha com as crianças da comunidade vizinha do entreposto e recebe o apoio financeiro e técnico da Ceagesp, dentro do seu programa de responsabilidade social. A parceria com os atacadistas do ETSP garante o fornecimento das frutas e hortaliças consumidas pelas crianças. Os produtos escolhidos apresentam baixa aceitação pelas crianças e são trabalhadas individualmente, durante um período determinado pela Escola do Sabor. A berinjela é hortaliça escolhida dessa vez. Ela apresenta conteúdo calórico muito baixo (100 gramas de berinjela cozida contém 19 kcal), bom teor de fibras (auxiliam no trânsito intestinal, vitaminas do complexo B (ajuda a controlar anemia), potássio (evita fraqueza muscular, controla os batimentos cardíacos), cálcio e fósforo (importantes para formação de ossos e dentes). A boa avaliação sensorial do produto pelas crianças é a base para sua adoção na alimentação. A elaboração de receitas econômicas com aproveitamento integral do produto, saudáveis e apreciadas pelo paladar das crianças é uma etapa muito importante. Foram testadas em laboratório duas receitas (suflê e patê de berinjela) simples de preparar e que exigem ingredientes facilmente disponíveis. Nos testes realizados pelas estagiárias do CQH, primeiramente os alimentos foram pesados e organizados para execução da receita. Após o preparo, o peso total foi avaliado para quantificar o rendimento e, então, foi feito o cálculo das porções. Por fim, as informações obtidas foram

Governo vai financiar inovação em pequenas e médias empresas O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, no dia 15 que o governo retomará a linha de financiamento para pequenas e médias empresas interessadas em investir em inovação. A iniciativa já existe, mas está parada há dois anos. A concessão será feita por meio de concorrência pública. Segundo Raupp, foram aprovados R$ 1,2 bilhão para serem investidos de 2012 a 2014. A medida está dentro dos incentivos governamentais para a inovação. “O governo tem feito bastante coisa para incentivar essas empresas. Uma delas é financiar o risco, como nesse programa de subvenção, especialmente para os pequenos e médios empresários. São recursos públicos repassados por meio de um processo de licitação. Os valores são repassados para elas financiarem o desenvolvimento de um produto, que deve ser colocado no mercado,” explicou ao participar da abertura da Exposição e Conferência de Inovação e Empreendorismo de Base Tecnológica (Expocietec).

dispostas em uma ficha técnica, ferramenta que visa à elaboração de um produto final com suas características adequadas ao planejamento do cardápio. Uma ficha técnica reúne as informações importantes de uma receita: ingredientes, medida caseira, medida mensurável, fator de correção (um índice que permite estimar as perdas de um alimento), peso bruto (peso do alimento com as partes não comestíveis), peso líquido (peso do alimento sem as partes não comestíveis), rendimento, porção, número de porções, tempo de preparo, pré preparo e custo da preparação. Para o projeto foi elaborada uma ficha técnica adaptada, com informações essenciais. Essas informações possibilitam a padronização das receitas, o que contribui para otimizar a produção e reduzir o desperdício. O CQH agradece a colaboração das empresas Sol Divino e Guaraçaí, que forneceram a berinjela para estudos e para as crianças da Nossa Turma. Em breve, a vagem será o próximo produto a ser trabalhado na Escola do Sabor. Os interessados em obter as receitas à base de berinjela testadas na Escola do Sabor podem procurar a Nosa Turma ou o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, pelo e-mail cqh@ceagesp.gov.br.

Raupp destacou ainda a existência de linhas de crédito após o desenvolvimento do produto. “Depois, temos outras linhas de crédito que podem dar continuidade ao trabalho deles, com condições bastante favoráveis. Imagino que usando esses dois tipos de instrumentos, [as empresas] tenham condições de se inserir no mercado com propostas novas.”

Mapa reestrutura Defesa Agropecuária Com a finalidade de fortalecer o Sistema Nacional de Defesa Sanitária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) iniciou o processo de reestruturação da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). As medidas acarretam no estabelecimento de novas metas, estrutura organizacional e equipe técnica. Inicialmente, as ajustes ocorrerão nas seguintes coordenações: Sistema de Rastreabilidade Bovina e Bubalina, Proteção de Plantas, Apoio Laboratorial, Resíduos e Contaminantes, Vigilância Agropecuária Internacional, Trânsito e Quarentena Vegetal, de Vinhos e Bebidas. Segundo o secretário da pasta, Enio Marques, as mudanças têm por objetivo deixar a secretaria mais dinâmica e alinhada às diretrizes de gestão do Mapa. “Queremos ganhar em eficiência e focar o trabalho técnico nas atividades-fim”, explica Marques.


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Gastronomia

Mil folhas de alcachofra e tomate con�it

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Rendimento: 4 porções

Com massa folhada e azeitonas pretas

DIVULGAÇÃO

4 discos de massa folhada (congelada) Papel manteiga Manteiga p/ untar 8 alcachofras médias (se preferir utilize o coração em conserva) 6 tomates bem maduros e �irmes para as pétalas 6 tomates bem maduros e macios p/ o colis 1 xícara (chá) de azeitonas pretas picadinhas 1 folha de louro Orégano Azeite Manjericão Sal/pitada de açúcar Pimenta verde Limão Preparo:

• 1 Corte o talo perto da base e lave a alcachofra em água corrente abrindo bem as pétalas para que a água penetre. • 2 Abra a ponta das folhas com a mão e, com uma faca de ponta, dê um talho, por dentro, em toda a volta do fundo. Depois, com uma colher, tire as ‘sedas’, deixando o coração bem limpo. • 3 Passe limão para que não escureça. No cozimento (água su�iciente para cobrir), use panelas

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esmaltadas ou em aço inoxidável. As panelas de alumínio escurecem a alcachofra. • 4 O tempo médio de cozimento é de aproximadamente 30 minutos, dependendo do tamanho e idade. Em panela de pressão o tempo cai para 15 minutos. Massa folhada:

• 1 Corte 4 discos (um pouco maior que o tamanho desejado, pois irá encolher no cozimento). • 2 Coloque os discos numa assadeira untada com manteiga. Unte um pedaço de papel manteiga com manteiga e cubra os discos. • 3 Coloque sobre os discos com o papel untado uma assadeira para fazer peso e evitar que a massa cresça. • 4 Asse por 20 minutos, retire a assadeira de cima e asse por mais cinco minutos ou até dourar. Reserve em temperatura ambiente. Pétalas de tomate:

• 1 Faça um “x” com a faca em cada tomate e cozinhe por um minuto (ou até começar a soltar a pele) numa panela com água fervendo. • 2 Escorra imediatamente e passe para uma bacia com água fria. Retire a pele, corte em quatro e retire as sementes e o excesso do miolo.

Festival de Gastronomia Orgânica SP 2012

Queijo parmesão é campeão de alto teor de sódio, diz Anvisa

O Festival de Gastronomia Orgânica acontece todos os anos com o objetivo de inovar o setor alimentício, além de buscar alternativas gastronômicas mais saudáveis e sustentáveis para a população paulista e brasileira. O evento divulga não somente a produção ecológica e a culinária vegetariana, mas populariza o tema, ainda distante da mesa dos brasileiros. Com o�icinas para crianças e adultos, shows, feira orgânica, chá da tarde, espaço Bem Estar, workshops e palestras, a iniciativa fortalece o comércio e o consumo inteligente e prático, resultando em maiores bene�ícios ao meio ambiente e ao indivíduo. Mantendo o comprometimento com a questão da sustentabilidade, o Festival viabiliza, promove e divulga a produção ecológica de alimentos e a culinária vegetariana, como um movimento acessível e transformador da realidade social, popularizando os temas, disponibilizando informação e disseminando práticas de consumo bené�icas ao meio ambiente, e fortalecedoras do comércio justo e solidário. Em 2012, o evento chega à 3ª edição, trazendo pro�issionais de educação, gastronomia, artes, saúde, nutrição e agricultura, estimulando a conscientização da população sobre novos hábitos salutares, interessando àqueles que buscam mais qualidade de vida.

A população brasileira consome duas vezes mais sal em relação à quantidade recomendada e grande parte vem de alimentos industrializados. Pesquisa divulgada no dia 16 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que os campeões em alto teor de sódio são o queijo parmesão ralado, o macarrão instantâneo, os embutidos (mortadela) e o biscoito de polvilho. O queijo parmesão ralado lidera o ranking, com teor médio de 1.981 miligramas de sódio por 100 gramas do produto. Nas colocações seguintes, aparecem o macarrão instantâneo e a mortadela. O biscoito de polvilho tem quantidade média de 1.092 miligramas do ingrediente para cada 100 gramas. Os alimentos industrializados representam 20% da dieta alimentar. O brasileiro consome, em média, 11,75 gramas de sal e 4,7 gramas de sódio, quando o recomendado é 5 gramas e 2 gramas, respectivamente. O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. “A Anvisa vai dizer que tudo que está além é muito e a indústria, que tudo que está abaixo do limite, é pouco. No meio, estão os consumidores, quem nos interessa”, diz o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. O governo e representantes da indústria e dos supermercados �irmaram acordo, iniciado em 2011, pela diminuição progressiva do sódio nos alimentos. A partir de 2013, produtos com menos sódio já deverão estar disponíveis no mercado.

::Serviço::

Data: 25 a 28/10 Local: Parque da Água Branca (Av. Francisco Matarazzo, 455, Perdizes – SP) Telefone: (11) 3031-1715


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ARTIGO

• 3 Numa assadeira untada com azeite, coloque as pétalas lado a lado, polvilhe com um pouco de orégano e pimenta verde moída na hora. • 4 Leve ao forno a 100 graus por 20 minutos. Retire e deixe esfriar em temperatura ambiente.

A combinação entre alimentos e saúde

Colis de tomate:

• 1 Retire a pele (seguindo o mesmo processo acima), retire as sementes e processe até obter um purê. • 2 Tempere c/ sal, uma pitada de açúcar e pimenta verde. • 3 Cozinhe no fogo baixo por uns 10 minutos antes de servir. Vinagrete:

Bata o azeite com o manjericão picadinho e tempere com sal e pimenta verde. Reserve. Montagem:

• 1 Numa assadeira, coloque os discos de massa folhada, disponha em camadas: pétalas de tomate e fatias de coração de alcachofra. • 2 Asse no forno pré-aquecido por 15 minutos. • 3 Sirva com o colis de tomate e pequenas porções da tapenade (azeitona preta picadinha temperada com um pouco de azeite).

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Eliane Carvalho é chef proprietária do Brie Restô e se considera uma adepta fiel da culinária francesa. Formada Chef de Cozinha e Chef Pâtisserie pela renomada Le Cordon Bleu Paris, Eliane oferece dois cardápios. Um ‘descolado’ com onze pratos inclusive o clássico strogonofe - por um preço mais acessível e o menu d’autor, que reúne receitas mais elaboradas como o carré de cordeiro Cordon Bleu.

::Serviço:: Brie Restô www.brieresto.com.br R. Dr. Melo Alves, 216 Jardim Paulista - São Paulo (11) 3081-4690 - 3063-4838 contato@brieresto.com

Aumento da obesidade acentua a tendência para o lançamento de alimentos saudáveis A pressão regulatória para que a indústria de alimentos aumente os lançamentos de produtos “saudáveis” irá se acentuar, disseram especialistas de diversas consultorias internacionais, que participaram de congresso sobre o tema, realizado na semana passada, em São Paulo (SP). Segundo David Pineda, da EAS, há uma agenda internacional com este foco, encabeçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “A regulação governamental no setor de alimentos vai aumentar, com vistas a inibir o uso de ingredientes como sódio, gorduras, entre outros”, afirmou em palestra na Food Ingredients South America (Fisa).

O aparecimento de doenças decorrentes da obesidade é o principal pano de fundo para o aumento da pressão regulatória. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 40% da população da América Latina estarão acima do peso. Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revela que 48,5% dos brasileiros tinham sobrepeso e 15,8% estavam obesos no ano passado. De acordo com o estudo, o tratamento de doenças relacionadas à obesidade custa R$ 3,57 bilhões por ano aos cofres públicos. “A obesidade é o mal do novo século”, disse Francisco Redruello, da Euromonitor. “Por isso, a principal tendência

é vender ‘saúde’.” Segundo ele, o número de lançamentos de alimentos “saudáveis’ crescerá 20% até 2017. Jorge Sarasqueta da Innova Market destacou que os alimentos “puros” serão valorizados. “Vai importar mais o que o alimento não tem do que ingredientes diferenciados que ele possa vir a ter”, acrescentando que o aperto da regulação pode ser uma oportunidade para indústria, produtores, e não motivo de alarde. Ele citou como exemplo o envelhecimento da população mundial, segmento que merecerá mais atenção. “Haverá um ‘empoderamento’ do consumidor e a certificação de produtos será cada vez mais necessária”, salientou Sebastian Concha da Mintel International. Na visão de Sarasqueta, o consumidor vai se interessar cada vez mais pela origem e processo de fabricação dos alimentos. “Produtos com aval científico de seus benefícios, bem como com selos de sustentabilidade terão preferência.” Artigo de Ronaldo Luiz, do Portal Sou Agro (http://www. souagro.com.br/a-combinacao-entre-alimentos-e-saude).

Prazer da alimentação será tema de encontro internacional no Brasil Evento visa contribuir com o avanço das discussões sobre a ciência e tecnologia de alimentos no país Fábio de Castro Da Agência FAPESP

Nutrição e saúde têm sido temas centrais para a ciência e a engenharia de alimentos, mas os pesquisadores dessas áreas começam, cada vez mais, a se interessar por outro aspecto do universo da alimentação: o prazer de comer. Em abril de 2013, alguns dos principais especialistas internacionais da área se reunirão em Pirassununga (SP) para discutir os avanços científicos que permitem conhecer e manipular os fatores estruturais capazes de garantir o prazer e a satisfação do consumidor de alimentos naturais ou processados. O evento Advances in Molecular Structuring of Food Materials será realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), entre os dias 1º e 5 de abril. De acordo com o coordena-

dor da escola avançada, Paulo Sobral, o evento terá o objetivo principal de contribuir com o avanço da discussão sobre um enfoque da ciência

e tecnologia de alimentos que ainda é pouco desenvolvido no Brasil. “Comemos pela nutrição e pela saúde, mas, principalmen-

te, porque gostamos. No Brasil, as pesquisas ainda estão muito focadas em questões relacionadas às análises que garantem a segurança dos alimentos, mas a questão do prazer de comer fica em segundo plano. Em outros centros, no entanto, esse debate ganha cada vez mais força”, avalia. Questões sobre os efeitos do processamento e condicionamento da matéria-prima e dos alimentos e sobre as características estruturais de seus componentes serão abordadas na escola. “Além do olfato e da afinidade ou aversão ao gosto, um dos principais atributos que interferem no paladar é a textura. No entanto, não é possível determinar um padrão geral de textura, porque esse fator está ligado à expectativa do consumidor. A expectativa para alguns produtos é de crocância e consistência, enquanto para outros é de maciez. Tudo isso será assunto de discussões avançadas na escola”, explica. Segundo o pesquisador, os

fatores ligados à satisfação e ao prazer de comer são tão cruciais que não se limitam apenas à relevância comercial para a indústria alimentícia. As características prazerosas do alimento têm um impacto cultural muito grande. “Já foram registradas situações em que remessas de auxílio humanitário enviadas para a África foram desperdiçadas porque a população local, mesmo sofrendo com a fome, não conseguia se adaptar às características do alimento recebido”, exemplifica. A ESPCA Advances in Molecular Structuring of Food Materials financiará a participação de 100 alunos, sendo 60 estrangeiros e 40 brasileiros. Serão selecionados outros 100 estudantes que poderão participar por conta própria. “Além dos 100 alunos financiados, abrimos outras 100 vagas que serão distribuídas em três categorias: jovens doutores, professores e estudantes brasileiros”, informa Sobral.


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Opnião

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A farsa da democracia tributária Para se desenvolver, país requer muito mais em desoneração e transparência fiscal

Roberto Dias Duarte (*) “O Estado não tem poderes divinos (...), tudo o que ele pode fazer é tirar de um e dar para outro. Nesse processo, diga-se de passagem, há um custo, pois é preciso nomear pelo menos um funcionário público para operar a distribuição. Ou seja, o Estado nunca consegue tirar 100 cruzados de um rico e dar os mesmos 100 cruzados para um pobre. No meio do caminho, parte dos 100 cruzados fica com a burocracia.” Essas afirmações de Mário Henrique Simonsen, ministro da Fazenda na primeira metade dos anos 1970, foram publicadas em artigo de 1987, mas ecoam até hoje com incrível atualidade num país que parece ainda não ter compreendido uma matemática tão elementar, conforme demonstram casos concretos bem mais recentes. Em 2011, por exemplo, o governo federal instituiu uma mudança no sistema tributário alterando a base da con-

tribuição previdenciária, da folha para o faturamento. Para alguns setores o recolhimento da contribuição patronal paga pelas empresas foi substituído pela incidência sobre as suas receitas brutas. O objetivo seria melhorar a competitividade das empresas, estimular a formalização do mercado de trabalho e diminuir o custo Brasil. Recentemente, essa desoneração foi ampliada para mais 25 setores que, somados aos outros 15 já beneficiados, representarão uma perda de R$ 12,83 bilhões na arrecadação em 2013. Os 40 setores desonerados representam 13% do emprego formal, 16% da massa salarial e 59% das exportações de manufaturados. Vale destacar pesquisa da Confederação Nacional de Serviços (CNS), segundo a qual a maioria das empresas do setor de Tecnologia da Informação (TI) foi prejudicada com o aumento da carga tributária. Esse efeito foi sentido especialmente pelas pequenas empresas. Sinal dos tempos: quanto maior a relação receita por funcionário, maior o prejuízo. Enfim, a desoneração da folha de pagamentos beneficiará a ineficiência ao invés de viabilizar um ambiente favorável à criação de novas empresas e novos empregos? Há 25 anos Simonsen já nos alertava sobre outro problema. O sistema tributário brasileiro não é transparente a ponto de permitir explicitar quanto o consumidor paga efetivamente para manter o Estado. Os impostos “são cobrados em várias etapas da produção e vivem escondidos no preço que se co-

bra do consumidor” (...) “Sem transparências desse tipo, a democracia é uma farsa”, alertava o professor. Numa época em que a carga tributária representava 20,28% do PIB, longe dos atuais 36%, o saudoso professor destacava: “A verdade é que o governo vem massacrando o empresariado e confiscando em proporções nunca vistas os salários dos trabalhadores – tudo isso em nome da democracia, o que é uma injustiça, pois ela nada tem a ver com isso.” Assim, reduzir a carga tributária é positivo. Mas a transparência do sistema tributário soa tão primordial quanto. A consultoria Deloitte detectou que 44% das pequenas e médias empresas (MPEs) consideram que um sistema tributário muito complexo impede o desenvolvimento dos negócios. Mostrou ainda que 69% dos empreendedores enxergam a burocracia da arrecadação como um obstáculo para a regularização da situação fiscal. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirma o fato, apontando que 92% dos empresários das indústrias atribuem parte de sua perda de competitividade ao excesso de burocracia. Para 60%, o resultado prático da burocracia paternalista é o aumento de custos e a “destinação de recursos para atividades não ligadas à produção”. A frequente alteração das normas, que cria um ambiente instável para os negócios, também foi destacada. Corroborando a percepção empresarial, estudo do Instituto Brasileiro de Planejamen-

to Tributário (IBPT) aponta a absurda edição de 275.095 normas tributárias, de 5 de outubro de 1988 a 5 de outubro de 2011. Em média, foram publicadas 49 por dia útil ou 6,1 por hora útil. Os sintomas deste câncer foram detectados por um levantamento do Banco Mundial, elaborado em conjunto com a PwC e denominado “Paying Taxes”, que fez um comparativo sobre o custo da conformidade tributária e trabalhista em 183 países. O Brasil obteve a última posição neste ranking, sendo que nosso custo é quase 10 vezes superior à média mundial. Segundo o IBGE, MPEs são responsáveis por 60% dos 94 milhões de empregos no país e constituem 99% do total de empreendimentos. Dados de agosto de 2012 apontam que há 6,8 milhões de empresas optantes pelo Simples Nacional. O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado criado pela Lei Complementar nº 123, de 2006, aplicável às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP), desde 1º de julho de 2007. Entretanto, nem todas as ME e EPP podem optar por este regime. Há restrições, algumas sutis. Ficam de fora cerca de 1,5 milhão de MPEs. Todos estes ‘excluídos’ geram empregos, recolhem tributos e têm sua competitividade corroída pela burocracia insana gerada pelo maior custo de conformidade tributária e trabalhista do planeta. Por que não desonerar mais 1,5 milhão eliminando as res-

trições de adesão ao Simples? Uma só medida traria dois efeitos positivos: redução de custo tributário e redução do custo de conformidade. Medidas protecionistas, setoriais e paternalistas são pseudodesoneradoras. Agem aumentando a burocracia e o custo das empresas. Alterações em normas tributárias demandam investimentos em capacitação, tecnologia e mudança de procedimentos, além de gerar riscos por erros e entendimentos divergentes. O país realmente precisa de um ambiente normativo estável, simples e racional. Um bom começo seria a revogação do artigo 17 da Lei Complementar nº 123/2006, que define as vedações ao ingresso no Simples Nacional. Outro passo prioritário é a aprovação do Projeto de Lei 1.472/07, que obriga as empresas a informarem quanto de imposto está incluído no preço final dos produtos. Há um quarto de século, Simonsen concluiu seu artigo dizendo que “as vítimas do predomínio do assistencialismo retrógrado são os consumidores, que pagam caro pelo que poderia ser vendido barato”. Não é preciso ser ministro da Fazenda para reconhecer perceber os resultados desastrosos deste sistema tributário. Afinal, até o cidadão comum já faz compras no exterior e percebe a diferença. (*) Roberto Dias Duarte é administrador de empresas, palestrante e professor de pósgraduação da PUC- MG e do Instituto IPOG.


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Volkswagen faz ação promocional para oferecer utilitários a permissionários.

EVENTO

Um jornal a serviço do agronegócio

Montadora tem condições especiais para produtor rural, micro e pequenos empresários.

Projetos de produção orgânica recebem apoio

COMÉRCIO EXTERIOR

Importação de batatas pré-fritas fica mais cara

Chamada pública destina R$ 8,9 milhões para divulgação de práticas agroecológicas

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Os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) disponibilizaram R$ 8,9 milhões para financiamento de projetos de apoio à construção e socialização de práticas agroecológicas e orgânicas. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é o responsável pela chamada pública, publicada em 5 de outubro no Diário Oficial da União, que regra a escolha dos projetos. O prazo para envio de proposta é até 19 de novembro. Os projetos receberão apoio financeiro para atividades de extensão tecnológica, pesquisas científicas e educação profissional para a construção e socialização de conhecimentos e práticas relacionados à agroecologia e aos sistemas orgânicos de produção. A chamada também prevê o apoio financeiro à implementação e manutenção de Centros Vocacionais Tecnológicos e de Núcleos de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica. As propostas serão financiadas com recursos oriundos do Mapa (R$ 1,5 milhões), MCTI (R$ 5,4 milhões) e MEC (R$ 2 milhões). A divulgação dos resultados e o início do financiamento serão realizados em 10 de dezembro.

Objetivo é estimular a produção nacional e proteger o mercado interno, diz o governo A batata pré-frita é o único produto do agronegócio na lista dos 100 itens autorizados a subir a alíquota do imposto de importação. A taxa passa a ser de 25% (atualmente é de 14%) e foi autorizado nesta segunda-feira, 1º de outubro, de acordo com a Resolução Camex n°70, publicada no Diário Oficial da União. A decisão do aumento das tarifas havia sido anunciada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) no dia 4 de setembro, quando foi encaminhada para a aprovação dos países do Mercosul. Com a confirmação do aumento – que está dentro dos termos admitidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) – a medida passa a valer por um ano, prorrogável por igual período. O objetivo é estimular a produção nacional e proteger o mercado da crescente importação de produtos, principalmente da Europa. Segundo a justificativa da medida, as importações aumentaram 73% em valor e 53% em volume, de 2009 a 2011. No ano passado, 77% das batatas pré-fritas compradas por consumidores brasileiros foram importadas.


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Transporte

TRÂNSITO E SAÚDE

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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

RECONHECIMENTO

Poluição mata 4 mil Mercedes-Benz é por ano em São Paulo eleita marca do ano Diesel comum é responsável por 40% do ar poluído

A Mercedes-Benz conquistou quatro troféus no Prêmio Marca Brasil 2012, importante iniciativa de reconhecimento do setor empresarial organizada pela Trio International Distinction, parceria de 13 entre a Tarcom Promoções e revistas técnicas de diversos segmentos. Conforme anunciado em 18 de setembro, em São Paulo, a marca foi vencedora nas categorias de caminhões médios e

de semipesados, de acordo com votos de leitores de uma revista do setor. O reconhecimento foi ainda mais expressivo, com a entrega do Prêmio Top Max, concedido às empresas cujas marcas foram campeãs em oito edições, e Top Absolute, reservado exclusivamente àquelas que venceram consecutivamente esse prêmio desde sua a instituição, em 1999.

ANTT intensifica fiscalização de pagamento eletrônico de frete

Até agora, já foram lavrados mais de três mil autos de infração Segundo o médico Paulo Saldiva, permanência no trânsito e ar contaminado pela fumaça aumentam número de infartos

Numa pesquisa sobre o im- contro também forneceu outro pacto da poluição na capital dado preocupante: 4 mil pessopaulista, o médico Paulo Sal- as morrem por ano na cidade, diva, professor da Faculdade em decorrência de doenças ligade Medicina da USP, concluiu das à atmosfera poluída. que a maior causa de infartos “Esse problema está diretaestá associada à poluição mente ligado ao uso do do ar e permanência diesel comum, resno trânsito. “O inponsável por quase Uso do farto de manhã é 40% da poluição biodiesel pode mais frequente. da capital paulista”, E , n o r m a l m e n te , ajudar a combater a acrescentou. duas horas antes Ponto de dispoluição em SP (do infarto) o pacussão entre os prociente estava no tráfedutores de biodiesel go”, disse o pesquisador. e o governo, o marco O estudo foi apresentado regulatório do setor prevê o na 8ª edição da Conferência aumento de 5% para até 10% BiodieselBR, que aconteceu no desse combustível no diesel coinício do mês em São Paulo. mum, o que pode ajudar a comO médico que apresentou bater os problemas causados a pesquisa de abertura do en- pela poluição.

Truck Brazil

Baús e Carrocerias

Baú carga seca corrugado e liso Baú lonado tipo Sider

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ampliou a fiscalização do pagamento de frete. O projeto piloto, realizado nas próprias empresas transportadoras e nas rodovias do Brasil, foi concluído e começa uma nova ação. A partir de agora, o tema ocupa espaço permanente nos assuntos da Superintendência de Fiscalização (SUFIS). A SUFIS elaborou um manual com procedimentos que são adotados nessas operações. A fiscalização do pagamento eletrônico de frete passa a integrar a atividade constante da Agência. Compete às sete unidades regionais da ANTT (RJ, SP, MG, RS, CE, MA e BA), atuar também nos estados vizinhos onde ainda não exista representação da Agência.

Encontra-se em fase de implantação a unidade de fiscalização Centro-Norte (DF), com atribuição nos estados de GO, TO, MT, MS, AM e RO. Com a nova agenda, a fiscalização da Agência irá atuar nas estradas e na própria sede das empresas transportadoras ou

de embarcadores, bem como de empresas que subcontratam serviços de transporte de carga. Até agora a fiscalização já lavrou mais de três mil autos de infração relativos ao descumprimento das normas (Lei nº 442/07 e Resolução da ANTT nº 3.658/11). Segundo a ANTT, caminhoneiros e transportadoras estão unindo esforços para adaptar-se ao novo sistema de pagamento. As regras elaboradas pela Agência criaram a figura das administradoras para fazer o elo entre o contratante do frete, o caminhoneiro e o órgão regulador, mas muitas dúvidas ainda podem surgir entre os profissionais do transporte rodoviário. Para maiores informações acesse http://www. antt.gov.br/.

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outubro de 2012

Transporte

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

DESONERAÇÃO FISCAL

Nova política prioriza eficiência energética dos transportes

Caminhoneiros autônomos pagarão menos impostos

A partir de 2017, meta é produzir veículos que consumam 12% menos combustível e sejam menos poluentes

ESTRADAS

Rodovias federais terão placas em três línguas As rodovias federais brasileiras receberão, em 2013, placas em inglês e espanhol. A ação faz parte do Programa Nacional de Segurança e Sinalização Rodoviária (BR-Legal), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O objetivo é atender as necessidades de adaptação do país para receber os torcedores durante Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Assim, as primeiras placas irão para as doze cidades-sede do torneio da Fifa e, em seguida, para as cidades que já contam com representativa movimentação turística. O DNIT também pretende ampliar a sinalização com a implantação de mais sinalizadores reflexivos e sonorizadores nas estradas.

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O governo federal definiu este mês as regras do novo regime automotivo brasileiro, que vigorará entre 2013 e 2017. Segundo o Decreto nº 7.819, o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) tem o objetivo de incentivar a eficiência energética, o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança e a qualidade dos veículos e das autopeças. Segundo o ministro da Fazenda Guido Mantega, além da geração de emprego, os consumidores serão beneficiados, uma vez que poderão adquirir produtos melhores, mais eficientes, modernos, com menos emissões de carbono e a preços menores. “Estamos criando condições para que o trabalhador e o consumidor possam ser beneficiados nesse regime”, destaca. De acordo com o Inovar-Auto, as montadoras terão direito a benefícios como a redução de até 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) se apresentarem regularidade com o pagamento de tributos federais e se assumirem o compromisso de desenvolver projetos que atinjam níveis mínimos de eficiência energética, além de investir em pesquisa e desenvolvimento.Em relação à eficiência energética, por exemplo, os veículos do novo regime terão de consumir, a partir de 2017, 12% menos combustível do que o valor atual, ou seja, serão mais econômicos.

Exigências As montadoras instaladas no país terão que cumprir algumas etapas de produção para terem acesso aos benefícios fiscais previstos. Em 2013, devem realizar no Brasil seis das 12 etapas fabris necessárias à produção de veículos. Esse índice sobe para sete em 2014 e 2015, e para oito etapas em 2016 e 2017. Outro requisito é cumprir,

no mínimo, dois de três itens listados no decreto: investimento em pesquisa e desenvolvimento, investimento em engenharia, tecnologia industrial básica e capacitação de fornecedores e participação no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. No caso de empresas que não produzam, mas apenas comercializem carros no Brasil, a habilitação fica condicionada ao compromisso de importar veículos mais econômicos.

Benefício começa a valer a partir de janeiro de 2013 O governo brasileiro reduziu de 40% para 10% a tributação incidente sobre o Imposto de Renda (IR) dos caminhoneiros autônomos. A mudança foi incluída na Medida Provisória 582, que trata da ampliação do benefício da desoneração da folha de pagamento em 40 setores da economia, entre os quais o transporte rodoviário de passageiros, aéreo e marítimo. A medida passa a vigorar em 1º de janeiro de 2013. Em nota à imprensa, a União dos Caminhoneiros do Brasil (Unicam) afirmou que a MP representa “um imenso benefício para a categoria que, aliado ao fim da carta-frete, traz plenas condições ao desenvolvimento da profissão e melhoria na qualidade dos serviços prestados”. “É importante reduzir o imposto de renda da nossa classe, que agora passa a ser efetivamente contribuinte e, assim, poderá ter acesso aos planos do governo de renovação da frota e capacidade para financiar melhores equipamentos e tecnologias”, avalia o presidente da entidade, José Araújo da Silva.


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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Qualidade da coleta de lixo continua abaixo das expectativas Material passivo de reaproveitamento não deve ser descartado nas caçambas da Ceagesp Desde que o homem nasce produz lixo. São as fraldas descartáveis, embalagens do leite, roupas, calçados, comida etc. Não importa a atividade que exerça. O lixo é uma consequência de todo trabalho humano. E o lixo aumenta em proporção muito maior em relação ao crescimento populacional. Se a conta da frase no quadro acima estiver certa, podemos dizer que todos os brasileiros vivos hoje com 15 anos, quando chegarem aos 70 terão produzidos a cifra de 1.253.420.000.000 (um quatrilhão, duzentos e cinquenta e três trilhões, quatrocentos e vinte bilhões) de quilogramas de lixo ou simplesmente 1.253.420.000 (um bilhão duzentos e cinquenta e três milhões, quatrocentos e vinte mil toneladas). Dá para imaginar a altura desta montanha de lixo? E estamos falando de apenas cerca de 50 milhões de pessoas segundo estatísticas do IBGE. Um dado desta grandeza demonstra, fatalmente, que, se não começarmos agora mesmo a agir com seriedade na questão do tratamento do lixo produzido por nós, uma calamidade poderá se abater sobre todos. Não adianta pensarmos que os governos irão agir para evitá-la. Eles simplesmente não terão como lidar com uma catástrofe de tal proporção. Os primeiros resultados já podemos ver nas ruas e avenidas, nos rios e córregos de todas as cidades brasileiras. E aqui mesmo no Ceasa da para notar que a questão do lixo passou do ponto. A conta só aumenta, mas a qualidade do serviço estagnou. Então, devemos tomar a iniciativa de agir para melhorarmos a limpeza e higiene de nosso entreposto. Sim, embora paguemos uma fortuna para varrição, coleta, transporte, depósito no aterro, se não tomarmos a questão em nossas mãos, não teremos jamais redução alguma na conta que pagamos. Então, que cada um adote em

seu estabelecimento a reciclagem de forma consciente, porém, definitiva. Recicle papel, papelão, plástico, vidros, metais, lâmpadas elétricas. Enfim, todo e qualquer material passível de reaproveitamento não deve ser descartado diretamente nas caçambas que a Ceagesp coloca nos pavilhões. Entregue à coleta de lixo da Ceagesp somente os resíduos separados. Mesmo as sobras de frutas, legumes, verduras e outros vegetais podem ser reaproveitados para compostagem e geração de energia. Faça sua parte, não espere os outros fazerem a sua primeiro. Vamos assumir de vez que, ao invés de continuarmos pagando continuamente os aumentos na conta do lixo, queremos ver aumentados os índices de reciclagem do entreposto e reduzida a conta que pagamos. A situação atual lixo no ETSP Apostilas do Ensino Médio com o brasão do Governo do Estado de São Paulo foram descartadas nas ruas do entreposto

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Circular pelo Entreposto Terminal de São Paulo deveria ser um prazer para qualquer um. Primeiro pela riqueza de cores. Segundo pela variedade de cheiros e sabores. No entanto se você circular somente pelas vias de trafego ao redor dos pavilhões comerciais, verá que os sentidos despertados são outros. A começar pela forma como é tratada a questão da gestão do lixo no local. Uma constatação é obvia. O brasileiro simplesmente não se conscientizou do quanto está pagando pelo desperdício. Basta ver que ainda há gente que acha que o entreposto é local de descarte de lixo gerado fora do local, em restaurantes, lanchonetes, supermercados, feiras livres etc. Na seção de fotos realizadas recentemente flagramos variadas situações. Vejam esta, por exemplo, o cidadão do caminhão baú jogando na caçamba as sobras de alface de um supermercado ou distribuidor. Até um colchão encontramos descartado sobre um monte de palha. Onde está nossa consciência de que aqui é um local de comércio de alimentos? Será que ninguém se dá conta do mal que faz a si mesmo e aos outros ao proceder de forma tão despreocupada com a saúde – física e financeira – alheia?


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Por Manelão

CÁ ENTRE NÓS

Os ramos de uva na parreira já foram podados e a brotação vem saindo com vigor. O senhor João Pereira, morador do bairro da Roseira, em Jundiaí, torce para não haver chuvas de granizo e, com o clima favorável, espera ter fartura da fruta no natal. Em 5 de outubro foi celebrado o Dia Mundial do Voluntarido Vivo. A Nossa Turma foi eleita o melhor projeto social da zona oeste paulistana e recebeu perto de 300 voluntários que vieram dar um toque de elegân-

Primavera da prosperidade Estanislau Bassols, diretor executivo de grandes clientes do Grupo Vivo

cia na nossa sede. As salas de aula foram pintadas e as lousas que foram colocadas na inauguração, há 14 anos, e já estavam “cansadas”, foram todas substituídas. Os sanitários foram reformados, as divisórias, que eram de fórmica, foram trocadas por granilites e a mesa do refeitório foi toda pintada com as cores da primavera. A porta de entrada, em que a ferrugem já se fazia presente, foi toda recuperada e estampada com a caricatura do Romero Brito, cuja releitura foi traçada pelo nosso ex-aluno

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José Eduardo da Silva Lima. Os voluntários do pincel e do spray não economizaram na cor e os muros da quadra esportiva foram grafitados com desenhos. As paredes da escola se transformaram num mural cultural. Você precisa conhecer. Às seis da manhã, na cozinha da Comitiva Capiau, Fabiana e Dona Vera preparavam as galinhas enquanto o senhor Aristides acendia o fogo e ajeitava os temperos. Quarenta voluntários foram para a Companhia dos Bichos, em Cotia, onde a criançada pôde participar da ordenha das vacas e conhecer tudo da mini-fazenda. Para lá foram três ônibus com as nossas educadoras e escoltados por uma ambulância com dois socorristas e um médico. Lá passaram o dia. Os adolescentes da Classe Ampliada e do futebol assistiram a uma sessão de cinema no Cinemark Shopping Villa Lobos e a tarde foram para o Museu do Futebol. Um grupo de 60 voluntários ouviu, atento, a palestra do professor de Captação de Recursos Marcelo Stravis, que os motivou a irem aos permissionários apresentar a Nossa Turma. Trinta voluntários foram para a comunidade implantar um play ground na Praça do Singapura Villa Lobos. Por volta das 11h, tivemos a honra de receber a diretora presidente da Fundação Telefônica do Brasil, François Trapenardi, que foi cumprimentada pelo senhor Silvio da Silva, diretor da Ciesp Oeste, além de Laura, gerente da unidade. Também cumprimentou a todos os voluntários e à arquiteta Miriam Bloos, que na oportunidade, representou o Presidente da Ceagesp Mauro Maurici. François visitou todas as dependências da companhia e foi ver o trabalho na comunidade. No asfalto foi pintado jogos de amarelinha e os brinquedos foram colocados e pintados e a comunidade pediu que fosse instalado um orelhão na praça. As 12h Fabiana da Capiau, medalha de bronze em Barretos, tocou o berrante, e as filas para saborear a galinhada foi grande. Enquantos o voluntários iam almoçando, a presidente foi convidada a plantar uma muda de ipê amarelo na companhia de Estanislau Bassols, diretor executivo de grandes clientes do Grupo Vivo. Após o almoço, François despediu-se, deixando a missão de encerramento para o diretor. Os nossos agradecimentos à gerência da Ceagesp, que liberou um espaço no estacionamento do PBCF para 5 ônibus, 2 ambulâncias e 3 automóveis da diretoria. Os colaboradores da Diebold, realizaram uma prova pedestre e o dinheiro obtido com a venda de camisetas do evento foi revertido para a Nossa Turma. Dia 11 de novembro haverá um bingo beneficente na Nossa Turma, com vários eletrodomésticos, camisa do Ganso (Santos) autografada e camisa da seleção de futsal autografada pelo craque Falcão. O prêmio maior será de R$ 2.000,00. As cartelas estão a venda na nossa sede. Fone: 3832-3366 (Adriana ou Silvana).


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