Jornal Entreposto | Janeiro de 2013

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 152 | janeiro de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

São Paulo 459 anos

Produção de caminhões deve crescer em 2013

A capital do estado completa 459 anos no próximo dia 25. Conheça mais dessa grandiosa cidade.

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PÁGINAS 14 e 15

Crescimento da demanda estimula produção de batata no país Agrícola|

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Impactos globais da mudança do uso da terra serão estudados

Artigo|

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Os pequenos no agronegócio paulista

Ceasa|

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Alimentos puxam alta da inflação

Evento | PÁGINA 4

Geral

Baixa -0,12 %

Frutas Alta

0,27 %

Legumes Baixa -8,94 %

Índice Ceagesp - dezembro 2012

PÁGINA 13 Produção| Lavouras produzirão R$ 305,3 bi este ano

Verduras Alta

11,08 %

Diversos Alta

Brazilian Fruit participa da Fruit Logistica em Berlim

Ceasa de Campinas recebe flor desenvolvida no Japão

6,33 %

 Pescado

PÁGINA 12 Economia| Fiesp projeta crescimento de 3% para PIB

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Baixa -0,18/%

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VEM AÍ MAIS UMA EDIÇÃO DA TRADICIONAL FEIRA DE TRANSPORTES

NA CEAGESP

21-24 | maio

FEMETRAN

2013

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Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

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marรงo de 2011

Editorial

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Setor público não valoriza abastacimento, alerta produtor Gerente geral da Associação Brasileira da Batata aponta os problemas na cultura do tubérculo e enfatiza sua importância na alimentação Fundada em 1997, composta por cerca de 100 produtores – que são responsáveis por mais de 50% da produção nacional – a ABBA, Associação Brasileira da Batata, é uma entidade que tem como missão adequar e modernizar o setor, visando à produção de alimentos sadios e preservação do meio ambiente. Para Natalino Shimoyama, gerente geral da ABBA, formado em Engenharia Agrônoma pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, USP, “o processo associativista ou qualquer forma de organização de cadeias produtivas é vital para sua sustentabilidade”.

Jornal Entreposto - Na Europa a batata se disseminou especialmente durante as guerras, por ser um alimento que resistia ao frio e tropas que pisoteavam plantações. Como ocorreu sua introdução na cultura brasileira? Natalino Shimoyama - Apesar de a batata ser originária de algumas regiões da Cordilheira dos Andes, localizadas no Peru, Bolívia e Chile, foi introduzida no Brasil por imigrantes europeus há, provavelmente, mais de 300 anos. Eles a produziam em seus quintais para consumo doméstico. Inclusive, a denominação ‘batata inglesa’ usada até hoje, se deu quando técnicos ingleses, vindos ao País para a construção de ferroviais, exigiram que a batata fosse incluída em suas refeições, ou seja, ‘batata inglesa’ virou sinônimo de ‘batata para os trabalhadores ingleses’. JE - E o papel dessa solanácea na nossa alimentação? Shimoyama – Enquanto em muitos países a batata é a base, consumida diariamente, aqui se divide por conta do clima favorável para outras produções. Mas é um dos principais

alimentos de nossa população, principalmente das pessoas mais pobres.

JE - Quantas toneladas foram produzidas em 2012 em solo brasileiro? Shimoyama - O Brasil está em 20º lugar no ranking mundial. Produzindo uma média de 2 a 2,5 milhões de toneladas por ano. As exportações são excepcionais, e ocorrem em quantidades insignificantes. JE - Quais são os principais estados responsáveis por essa produção? Shimoyama - Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

JE - E consumidores? Shimoyama - Devido à dimensão territorial e a grande diversidade genealógica da população brasileira, a batata é consumida em maior quantidade em regiões cujas populações são de origem europeia, Sul do país, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. São Paulo também está entre os maiores consumidores. Atualmente, com a produção realizada próxima ao Norte e Nordeste, o consumo ocorre em todas as regiões. JE - Como se dá o avanço tecnológico na produção? Shimoyama - Basicamente por iniciativa e recursos econômicos de produtores e empresas privadas. Infelizmente o setor público não valoriza a maioria das cadeias produtivas destinadas ao abastecimento da população. Ultimamente os recursos para pesquisas estão cada vez mais escassos até para outras culturas agrícolas como soja, milho e cana-de-açúcar. Vale destacar que a falta de pesquisas fragiliza a cadeira nacional e gera oportunidades aos concorrentes externos.

JE - Quais são os principais problemas enfrentados pela bataticultura? Shimoyama - Elevadíssimos custos de produção, aumento de problemas fitossanitários, legislações excessivas, inadequadas e abusivas tanto ambientais quanto trabalhistas, tributárias e outras. Além política de comercialização dos supermercados, ou seja, pagar o mínimo e vender pelo máximo. Em geral ofertam produtos de baixa qualidade e determinam o valor baseado em uma proporção de 1x5, ou seja, pagam R$0,70 por quilo ao produtor e vendem ao consumidor por R$3,50. E profissionais leigos da mídia que divulgam a batata como nociva. Como no caso das frituras em que a colocam como principal exemplo. Será que é a batata ou o óleo? Também insistem em divulgar que a batata sempre contém agrotóxico, mas segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para), realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem sido o produto mais livre de agrotóxicos. A batata contribui para a existência da humanidade há mais de oito mil anos e é uma alternativa viável para alimentar a população.

A falta de pesquisas fragiliza a cadeia nacional e gera oportunidades aos concorrentes externos

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Reforma na loja é promessa de bons negócios na Aquilino e Jura

Por volta do ano 2000, Aquilino Oliveira da Silva, teve a oportunidade de adquirir um box que não estava indo bem. Aproveitando o fato de uma grande empresa do entreposto ter recém abandonado o ramo de temperos, Aquilino e o sócio Jura, entraram para tapar esse buraco. O empresário conta que começou a trabalhar na Ceagesp em 1989, fornecendo mercadorias, vendendo e trabalhando como empregado para outros permissionários. “Só em 2000 apareceu alguém ofertando uma loja que estava praticamente falida. Não perdemos tempo e pedimos autorização da Ceagesp para comercializar temperos”, explica Aquilino. Como todos no pavilhão BP vendem batata, Aquilino e Jura incluíram esse produto. “A batata é vendida internamente, para boxes que estão com o estoque reduzido, mas o nosso forte é

coco seco. Resolvemos oferecer batatas por exigência do mercado”. Restaurantes, sacolões e feirantes são os maiores compradores das especiarias vendidas por Aquilino. Especiarias, aliás, famosas por toda a Ceagesp. “As vezes passo lá só para beliscar uma castanha”, entrega D. Maria, funcionária da limpeza. Além de ofertar batata, cebola e tempero, o box tem uma pequena mercearia que funciona como conveniência para a população do entreposto. “Os caminhoneiros que trazem a família nas férias, se abastecem aqui para passar uns dias na capital enquanto carregam o caminhão”, explica Aquilino. “Temos um pouquinho de tudo”, completa. Foi pensando no bem estar dos funcionários e na evolução da empresa que os empresários resolveram fazer uma grande reforma na loja. “Renovamos o es-

paço e nos adaptamos às exigências da Vigilância Sanitária. Hoje temos um ambiente agradável e que funciona dentro das normas”, comemora orgulhoso e acrescenta que as ações da Vigilância Sanitária são essenciais para a modernização do mercado. Com o fim das obras no box, Aquilino pretende dedicar mais tempo aos negócios em 2013. Apesar de lamentar o setor de logística brasileiro, ele entende que as restrições que acontecem no trânsito de São Paulo são essenciais para o bom andamento da cadeia de abastecimento de hortifruti. Aquilino garante trabalhar apenas com produtos de qualidade e a boa localização do entreposto é uma aliada. “Os clientes não precisam se deslocar até o caos que é o centro da cidade para comprar especiarias. Temos tudo aqui. Do bom e do melhor”, finaliza.


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Barbosa Batatas evolui em família veu investir em uma máquina para agilizar o processo. “O retorno foi rápido. A máquina poupa muita mão de obra”, comemora a empresária. O tio de Rita, que inseriu o pai no comércio atacadista de batatas, continua colaborando com a família fornecendo o tubérculo nos primeiros meses do ano. “Tenho certeza que se faltar batatas no mercado, meu tio vai nos dar preferência”, brinca. A Barbosa Batatas é uma empresa familiar. Além de Rita, o pai, a mãe e o irmão também trabalham na companhia. E foi justamente sua mãe que conseguiu convencer o pai a modernizar e atualizar os processos da empresa. “Minha mãe começou a cobrar limpeza e organização. Ainda no Brás, ela arrumou toda a papelada e deixou o espaço com cara de escritório”, lembra Rita. Hoje, o espaço localizado no mezanino do box, é confortável e funcional. “Há três anos resolvemos fazer uma grande reforma. Depois de uns quatro meses que começamos a mexer e quebrar

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Com apenas 25 anos, Rita de Cássia Aguiar e Barbosa, sócia da atacadista Barbosa, tem orgulho de dizer que trabalha na Ceagesp desde 2005. Apesar de ser antropóloga por formação, Rita se identifica com o ambiente e gosta da simplicidade das pessoas com quem trabalha. “Já tive outros empregos, mas aqui é onde me sinto melhor”, explica. A empresa começou com o pai de Rita, que ajudava o irmão num armazém na zona cerealista de São Paulo, no Brás. “Quando meu tio resolveu ir plantar batatas no Paraná, deixou meu pai tomando conta da loja. Em 2000, ele comprou um box na Ceagesp e, aos poucos, focou o comércio no entreposto, centralizando o processo aqui e aumentando o espaço”, esclarece. “Hoje, temos a área de comercialização e a área da seleção, que conta com máquina selecionadora”, completa. Antigamente, o processo de seleção de batatas era feito “na banca”, ou seja, manualmente. Em decorrência dos pedidos de clientes que exigiam uma re-seleção, a atacadista resol-

Máquina selecionadora da Barbosa Batatas que separa os tubérculos por tamanho

tudo, recebemos a visita da Covisa. Felizmente já tínhamos nos adequado a maioria das exigências”, conta, acrescentando que aquilo que não estava nos padrões exigidos, foi ajustado nos meses seguintes. A maior lição de administração de empresas que aprendeu com o pai foi ser justa com

clientes, produtores e funcionários. “Eu considero esse o nosso grande diferencial. Precisamos ser justos e propiciar o bem para que consigamos viver bem. Trabalhando direitinho, tudo se acerta”, explica. Apesar de buscar a evolução da empresa de maneira correta, Rita reclama que a

questão fiscal é um empecilho. “A cobrança em cima dos permissionários é muito grande, mas nem todos da cadeia de abastecimento de hortifruti trabalham emitindo nota fiscal eletrônica. Isso atrapalha um pouco o processo de comercialização de companhia idôneas”, alerta a empresária.

cadista são os supermercados. A batata lavada ágata que comercializam segue a safra do país: “Nessa época do ano, está vindo do Paraná. Mas também vem de Minas e Goiás”, explica José. O alho importado, com o qual trabalham a mais de 40 anos, vindo de países como Chile, China, Argentina e Espanha, são vendidos, também, para outros distribuidores e Ceasas. A experiência de José na Ceasa de Campinas contribuiu no atendimento ao mercado, que está cada vez mais exigente: “Procuramos fornecedores que já sigam o padrão determinado pelos supermercados. Fazer seleção de produtos dentro do box é muito difícil porque não temos espaço físico suficiente”. Além disso, o comerciante elucida a importância de um ambiente de trabalho melhor e mais saudável: “Lá em Campinas, o padrão mais moderno já é seguido há alguns anos. Quando vamos a um sacolão, padaria ou supermercado, normalmente, encontramos um local limpo e confortável. É o que deveria acontecer aqui”, alerta.

As visitas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, também colaboraram com o progresso da atacadista: “Apontaram as falhas e apresentaram um relatório com as transformações que deveriam ser feitas. Unimos o útil ao agradável e deixamos a loja no padrão do segmento”. José notou que a entrada de carros menores no entreposto paulista restringida para após as 16:30h, diminuiu a presença de pequenos comerciantes no local: “Eles deram uma fugida da Ceagesp. Muitos utilizam carros de passeios para fazer as compras. Como o horário é muito tarde, já não compensa tanto vir aqui e eles estão achando outros distribuidores”. Além de depender de um clima favorável, o trabalho realizado na maior metrópole do país enfrenta alguns percalços, especialmente de logística em relação ao trânsito da cidade. “Ainda assim, normalmente, a Louro e Quadros consegue escoar o estoque sem problemas”, comemora o comerciante.

Louro e Quadros segue bom exemplo da Ceasa Campinas

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José Aparecido se inspirou na Ceasa de Campinas para modernizar a loja no Entreposto de São Paulo

O pai de José Aparecido Augusto comercializou produtos hortifruti nas ruas de Campinas e Americana. Já ele, trabalhou

na Ceasa de Campinas desde a adolescência. Aos poucos oportunidades surgiram e eles souberam aproveitá-las. Desde

2004 a Louro e Quadros vende batata, cebola, e alho no entreposto de São Paulo. Os maiores clientes da ata-


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“O nosso diferencial é a seleção”, garante Paulo Shigueo Yama

Capanema investe em batatas selecionadas Paulo Shigueo Yama trabalha na Ceagesp desde a adolescência. Depois de 30 anos atuando como vendedor numa atacadista, ele teve a oportunidade de adquirir a empresa do antigo patrão junto com outros sócios. “Eu era feirante em Guarulhos e vinha ao entreposto fazer compras. Foi aí que me convidaram para trabalhar em um dos boxes. Três décadas se passaram até que o dono da loja já estava ficando idoso e não conseguia acompanhar as novas tendências do mercado e me ofereceu o ponto”, explica Paulo. Foi aí que nasceu a Capanema, há três anos e meio. Apesar da pouca idade, a empresa já se destaca no pavilhão das batatas. Paulo Shigueo é bastante conhecido dos clientes pelo tempo de atuação e a maneira como trabalha. “Meu patrão só vendia caminhões fechados. Fui eu quem começou a selecionar as batatas no mercado”, garante orgulhoso. “Como eu fui feirante, eu tenho uma visão diferente de outros vendedores e sei o que o cliente está buscando”. Assim, Paulo percebeu que se selecionasse antes de repassar para o varejo poderia vender muito mais. “O nosso diferencial é a seleção. Temos uma máquina selecionadora que separa por tamanho enquanto funcionários descartam manualmente aquelas batatas sem valor comercial”, explica Fátima Correia, funcionária e cunhada de Shigueo. “O que estiver próprio para o consumo humano é enviado para o Banco de Alimentos da Ceagesp, o que não estiver em condições é recolhi-

do por alguns produtores para alimentar a criação de porcos”, completa. Além de batatas, a Capanema vende alho, cebola e coco. “O nosso forte é a batata, mas sempre deixamos estas opções para que o cliente não precise sair daqui para adquirir esses produtos. Além disso, conseguimos rastrear 98% dos nossos hortifrutis”, comenta Fátima. Shigueo explica que crescimento da cidade e falta de investimento em logística fizeram com que a distribuição de batatas fosse descentralizada. “Antigamente, o estoque todo ficava em São Paulo. Hoje em dia, com as dificuldades para circular nas vias paulistanas, os agricultores encontraram outras maneiras de escoar a produção. As vendas diretas (produtor-varejista)é uma realidade”, reclama o comerciante, enfatizando que as vendas caíram após as restrições ao trânsito de caminhões. Uma crescente preocupação de Fátima está relacionada com a gestão de pessoal, tanto que os funcionários dispõem de copa e banheiro dentro da loja. “Estamos sempre nos modernizando e isso inclui a forma como tratamos nosso funcionário. Disponibilizamos uniformes novos de tempos em tempos e estamos sempre preocupados com o seu bem-estar”, garante. Apesar de achar que a comercialização no entreposto está estagnada, a expectativa da Capanema para 2013 é crescer. “Por isso, procuramos fazer o melhor para conseguirmos nos destacar. Este ano será melhor para todos”, torce Paulo.


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Teixeira é referência em batatas para fritura Antes de comprar seu primeiro box na Ceagesp, há sete anos, Antônio Teixeira iniciou suas atividades no ramo na rua, vendendo de porta em porta. Aos poucos, fidelizando clientes, o negócio começou a crescer e, dois anos atrás, o empresário adquiriu mais lojas no entreposto. A ideia de comercializar batatas surgiu através de viagens que fazia para a região sul de Minas Gerais, onde notou a existência de muitas plantações do tubérculo. “Atualmente, nosso forte é a cozinha industrial, batatas destinadas à fritura. Essas batatas não são para

congelamento. Os clientes utilizam-na na hora. Temos como cliente, por exemplo, o restaurante The Fifhties”, comemora o proprietário da empresa Teixeira que comercializa seus produtos também para alguns mercados, indústrias de batata chips e outros revendedores. Observando a escassez de produtos em determinadas épocas, Antônio passou a produzir na região de Munhoz, MG: “A lavoura não é o carro

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Marvi acompanha mudanças do setor

Santa Maria une experiência e tradição Roberto Kussaka, proprietário da atacadista Santa Maria, trabalha comercializando batatas há 32 anos. “Comecei com o meu pai, que começou com o meu avô”, explica. O avô de Roberto produzia batatas. O pai vendia no Mercado da Cantareira. “Eu já nasci nesse negócio e sempre busquei me diferenciar oferecendo um ótimo atendimento, além de produtos de qualidade”, garante. O comerciante cita as restrições ao transito de caminhões na cidade como um gargalo na

distribuição de hortifruti. “A logística está defasada. Mesmo assim, conseguimos fazer nosso trabalho de maneira excelente”, comemora acrescentando que os produtos vêm, em sua maioria de São Paulo, Paraná e Minas. Quando o cliente exige, Roberto seleciona as batatas por tamanho. “A seleção do campo nem sempre é o que o supermercado está querendo, por isso nos organizamos e fazemos uma nova apuração, de acordo com o pedido”, afirma Roberto.

“O mercado está mais moderno e organizado”, afirma Adriano Freire

com os tributos do governo”, reclama. “Outra dificuldade são os produtores e atravessadores que conseguem entrar na Ceagesp com notas duvidosas e utilizam o estacionamento para negociar diretamente com os nossos clientes. São as chamadas vendas de caminhão para caminhão. Esse problema que a fiscalização tenta combater a muito tempo, mas parece não ter fim”, desanima. Por outro lado, Adriano já percebe uma grande mudança na postura dos permissionários. “Muitos boxes foram modernizados e estão tomando mais cuidado com a higiene. Apesar da Ceagesp ficar devendo em infra-estrutura, a cada

ano estamos vendo o mercado evoluir e se mostrar cada vez mais profissional. A mentalidade está mudando. Culturalmente o mercado vem mudando”, observa. O escritório da Marvi reflete essas mudanças. O ambiente é moderno, confortável e seguro. “Não dá para esperar os outros mudarem. Minha experiência de vida me levou a construir um espaço bacana. Quando eu estou na posição de consumidor, eu quero ser bem atendido em lugares confortáveis. E eu acredito que os meus clientes esperam isso também quando chegam a minha loja. Eles buscam algo além do preço”, afirma o permissionário.

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Adriano Freire de Sá trabalhava no Grupo Tavares quando surgiu a oportunidade de empreender no entreposto. “Um tio me ofereceu o direito de uso de um de seus boxes. Ele já estava cansado e os filhos não se interessaram pelo negócio”, explica. Como Adriano trabalha na Ceagesp desde os 14 anos, ele já tinha experiência com alho e cebola, por isso, resolveu continuar nesse ramo. “Conforme fomos contratando o pessoal, fomos agregando experiência e conseguimos incluir batatas na lista de produtos oferecidos. E eu sabia que quantos mais produtos eu pudesse agregar, melhor seria para a empresa”. Para vender no varejo, a Marvi seleciona as batatas de acordo com os padrões do cliente. Mas os maiores clientes são distribuidoras que não exigem seleção. “Não trabalhamos com supermercados. Muitos já negociam direto com os produtores”, esclarece Freire, explicando que o mercado dispõe de uma rede de informações e sabe onde estão os melhores produtos. Um grande problema citado pelo empresário na comercialização de hortifruti, são as empresas que não são idôneas. “Trabalhamos com produtos perecíveis e, com medo de jogar mercadoria fora, muitas empresas vendem para clientes que estão com o nome sujo no mercado e não pagam corretamente, ou então para companhias que não estão em dia

Antônio Teixeira comercializa batatas especialmente para fritar

chefe. É uma garantia de que quando tiver em falta, possuir nosso próprio produto, que foi exatamente o que aconteceu hoje. Não encontrávamos batata para fritura e recorremos a nossa produção”, explica. Já no ano passado, ser produtor gerou bastante prejuízo, especialmente por problemas sazonais como falta ou excesso de chuva. Contudo, a expectativa para 2013 é positiva: “Oferecemos um bom custo e qualidade. Só quando o preço cai muito fica difícil comercializar. Mas nesse começo de ano o preço do produto tem se recuperado”, conclui aliviado.

Roberto Kussaka trabalha comercializando batatas há 32 anos


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História e origem

da batata

A batata é cultivada desde os primeiros séculos da nossa era nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia , provavelmente nas imediações do lago Titicaca. A batata foi trazida para a Europa no século XVI pelos conquistadores espanhóis.

Pouco a pouco, o seu cultivo foi-se espalhando pelo resto do continente europeu, chegando a países tão remotos como a Irlanda (hoje o principal consumidor europeu por habitante, com 143 quilos por ano) e a Rússia (um dos principais produtores). Em Portugal não se sabe ao certo a data da introdução da batata, mas deve ter acontecido relativamente cedo no Norte do país, pois a vizinha Galícia foi uma das primeiras regiões espanholas a cultivar o tubérculo recém trazido da América, continente descoberto em 1492 pelo navegador Cristóvão Colombo. Curiosamente, mesmo tendo alto valor nutritivo e fácil digestão, a batata tardou a afirmar-se no consumo dos europeus. O fato da parte comestível crescer debaixo de terra alimentou especulações sobre o carácter maléfico da planta, havendo mesmo quem a considerasse venenosa ou carregada de magia negra. Na Rússia, no tempo de Pedro, “O Grande”, chamavamlhe a “maçã do diabo”. Por outro lado, o sabor das primeiras variantes de batata chegada à Europa não era exatamente igual ao que hoje conhecemos, pois eram bastante mais amargas. Quem a cultivava e comia eram, sobretudo, as famílias dos marinheiros que traziam a batata-semente do Novo Mundo, mas mesmo assim há provas históricas de que, por volta de 1600, o tubérculo constituía já parte integrante da dieta dos habitantes de várias partes de Espanha. Foi, porém, o início do seu cultivo na Prússia, em 1620, que levou finalmente, ao reconhecimento das propriedades nutritivas da batata. Frederico, “O Grande”, forçou os seus súbditos a consumir batatas como forma de combater as fomes endémicas da época, causadas pelas más colheitas cerealíferas. Apesar de muita resistência devido às superstições infundadas, em meados do século seguinte já a batata fazia parte da alimentação básica dos prussianos. Na França, a difusão do consumo deveu-se muito a um jovem agricultor e cientista, Antoine Augustin Parmentier, que convenceu o rei Luís XIV do valor nutritivo da nova planta. Quando a nobreza começou a apreciar a batata à sua mesa, não tardou muito para que o povo também a quisesse experimentar. Inventaram-se então diversos pratos de batatas. Oriunda da metade sul do Novo Mundo, a batata

chegou à metade Norte via Europa. Desde o início do século XVII que os emigrantes europeus que partiam para a América do Norte levavam consigo exemplares da planta, mas o cultivo nessa zona do mundo só começou a ser em grande escala a partir de 1720 com a chegada dos irlandeses e numa primeira fase destinado essencialmente à alimentação animal. Na Irlanda, então sob ocupação inglesa, a história e a batata estão estreitamente ligadas. Com um clima pouco propício ao cultivo dos cereais, a população da ilha dedicou-se quase exclusivamente à produção de batatas nas escassas parcelas de terra não pertencentes aos lordes ingleses. Em 1780, cada irlandês comia em média 3,6 quilos de batatas por dia. No início do século XIX, o tubérculo assegurava 80% das calorias da dieta dos irlandeses que o usavam ainda para alimentar os animais que lhes garantiam alguma carne e leite. A dependência quase total do cultivo da batata teria efeitos desastrosos meio século depois, quando um fungo de nome Phytophora Infestans destruiu quase toda a colheita irlandesa, provocando a Grande Fome de 1845-1846.

Potatoes (em inglês), etc. Um erro hoje impossível de corrigir. Mas que interessa o nome delas desde que sejam apetitosas. Apesar de ser um alimento de origem sul-americana, a batata chegou ao Brasil pelos europeus. Portugueses imigrantes a cultivavam em pequena escala, em hortas familiares. Com a chega dos ingleses, para construção das ferrovias, o alimento se popularizou a ponto de ser conhecido por aqui como batata inglesa, termo usado até hoje. Mas a produtividade do Brasil é baixa, se comparada com as lavouras europeias: não passa de 15 toneladas de batata por hectare, enquanto lá a média é de 40 toneladas por hectare.

Dos oito milhões de habitantes da ilha, um milhão morreu de fome e dois milhões foram obrigados a imigrar para os Estados Unidos. Na mesma altura, um pouco por toda a Europa, as colheitas perderam-se. Na ilha da Madeira, a falta de semilha (o regionalismo para batata) teve graves consequências no Inverno de 18461847, com muita gente morta. Valeu a pronta intervenção do governador da ilha, José Silvestre Ribeiro, que conseguiu disponibilizar verbas que permitiram a compra de gêneros alimentícios capazes de suprir a falta de batata. Em Portugal, o consumo da batata é um hábito fortemente enraizado em todo o território, apesar da cultura do tubérculo se localizar fundamentalmente nas zonas de Entre-Douro-e-Minho, em Trás-osMontes e no Ribatejo Oeste. No Sul e Centro do país, assim como nos arquipélagos dos Açores e Madeira, é igualmente cultivada a batata doce. Esta é, aliás, a verdadeira batata, assim chamada pelos índios sulamericanos, e de uma família totalmente distinta da batata comum. Quando os espanhóis trouxeram para a Europa a planta a que chamamos hoje batata, pensaram que se tratava de uma variante da anterior e confundiram a sua designação indígena de papas com patatas, de onde derivaram as palavras Batata,

Plantação de batatas no final dos anos 50


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O abc da batata A

América do Norte – Foi preciso os europeus descobrirem este continente, no século XVII, para que a batata fosse aí introduzida. Isto não obstante a proximidade geográfica entre a América do Norte e a região de onde o tubérculo é originário: a América do Sul.

B

Batata Doce – Esta é a “verdadeira” batata, assim chamada pelos índios sul-americanos e de uma família totalmente distinta da batata comum.

C

Cheiro – É difícil descrever o cheiro das batatas. Este depende essencialmente do tipo de cozido a que tenha sido submetida. Por exemplo as batatas fritas à inglesa (chips) têm uma estrutura crocante e um sabor tipicamente salgado por ter sido acrescentado sal de cozinha. As batatas que acompanham certos cozidos adquirem novos aromas derivados dos outros componentes da mistura e dos possíveis condimentos que se adicionem.

D E

Digestão – A batata é um legume rico em amido, o que a torna de fácil digestão e simultaneamente bastante comestível, sendo essencial na dieta de quem despende grandes esforços. Contém algumas proteínas e bastante vitamina C e sais minerais.

Estudo – Antoine Augustin Parmentier, um jovem agricultor e cientista do século XVIII, convenceu, após minuciosos estudos, o rei Luís XIV do valor nutritivo da batata.

F

Fécula – Da batata se extrai um amido, vulgarmente conhecido pelo nome de fécula, possuindo uma larga aplicação na indústria, sobretudo no fabricação de açúcar de amido.

G

“Grande”- Frederico “O Grande”, da Prússia, forçou os seus súbditos a comerem batata, como forma de suprir as carências alimentares da época.

I

Irlanda – Actualmente este país é o principal consumidor de batata na Europa, com uma média de 143 kg anuais, por habitante.

L

Lisa - Na escolha das batatas, cuja cor pode ir do claro ao avermelhado, devem preferir-se as de pele lisa. Devem rejeitar-se as batatas com a pele manchada de verde, germinadas, picadas e, evidentemente, podres.

M

Maléfica – Durante um longo período, até se desenvolverem estudos aprofundados sobre a batata, este vegetal era tido como maléfico, considerado mesmo venenoso e carregado de magia negra.

O

Origem – América do Sul nas regiões andinas dos atuais Peru e Bolívia

P

Piedro Cieza - Aventureiro espanhol e autor da primeira referência ao tubérculo em 1533, quatro décadas após a descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo.

Q

Qualidades – No Brasil diversas variedades de cultivares nacionais já estão sendo pregadas, como a "Baronesa" ou a "Contenda" ou ainda a "Itararé", mais ainda há muito o que se pesquisar, e somente através da pesquisa genética poderemos associar em uma variedade as características necessárias.

V

Vitaminas – Além de ser uma fonte importante de hidratos de carbono complexos, as batatas também proporcionam vitamina C e potássio e, quantidades consideráveis.


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Expansão

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ECONOMIA

ECONOMIA

Fiesp projeta crescimento de 3% para PIB em 2013

Governo mantém desconto na conta de luz

Atividade e emprego na indústria devem reverter quadro negativo no próximo ano, segundo estimativas da entidade Alice Assunção Da Agência Indusnet Em 2012, a taxa básica de juro Selic chegou a 7,25%, o menor patamar da história. O governo administrou o câmbio para um patamar mais competitivo para a indústria, na faixa de R$ 2, e aprovou a Resolução 72, que coloca fim na chamada guerra dos portos – mecanismo usado por diversos estados brasileiros para conceder incentivos fiscais a produtos importados. Essas e outras ações deixaram a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mais otimista com relação à atividade manufatureira em 2013. “De repente, vimos acontecer tudo na direção daquilo que achávamos que era necessário”, diz o diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade, Paulo Francini. “Estaríamos errados hoje ao não acreditar que isso promova consequências. Por causa disso, tem toda a base de estarmos otimistas e animados”, acrescenta. O Depecon estima que em 2013 o crescimento do Produto

Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,9%, enquanto o da indústria deve registrar uma desaceleração de 0,5%. Para 2013, no entanto, os economistas da Fiesp projetam uma expansão de 3% para o PIB do país e também para a indústria. O Índice de Nível de Atividade (INA) do Depecon – termômetro para o desempe-

nho da indústria paulista, que representa mais de 40% da produção manufatureira nacional – deve fechou 2012 no vermelho, mas deve apresentar um crescimento 3,9% em 2013, com medidas como redução da Selic, administração do câmbio e pacotes de incentivo à produção entrando em curso. No caso do emprego indus-

trial, o cenário é o mesmo, de acordo com o Depecon/Fiesp. O nível de emprego da indústria de São Paulo deve ficar negativo em 2,3% em 2012 na comparação com 2011, mas a situação deve melhorar em 2013 e o mercado de trabalho do setor manufatureiro deve registrar um ganho de 1,6% na leitura anual.

DESENVOLVIMENTO

Êxito e XCMG vão iniciar produção de máquinas pesadas no país Unidade em Suape (PE) consolida a parceria com a chinesa XCMG A Sede Provisória do Governo do Estado de Pernambuco foi o local escolhido para o anúncio do início das operações da montadora XCMG no Brasil. O encontro entre o governador Eduardo Campos com a diretoria da Êxito Importadora & Exportadora e com o presidente mundial da fabricante chinesa

XCMG, Wang Min, selou oficialmente o compromisso para a montagem de máquinas pesadas voltadas para a construção civil. A montadora, que será construída no Complexo Portuário Industrial de Suape, terá 90 mil m² e deve entregar a primeira máquina montada no Brasil em 2014. Inicialmente, serão fabricados os produtos da chamada Linha Amarela – pás carregadeiras e escavadeiras. Posteriormente, a intenção do grupo chinês é expandir as

atividades trazendo fábricas sistemistas de porte mundial para produção de motores e transmissão de eixos. Além de realizar parcerias com empresas locais para fabricação de componentes de tecnologia. “A exemplo do polo automotivo, esse empreendimento será um centro irradiador de desenvolvimento e geração de emprego e renda. Vamos decidir, juntos, a melhor estratégia para a captação das fábricas que vão fazer com que produzamos todos os componentes

de máquinas pesadas para a construção civil”, observou Eduardo Campos. O governador ainda recebeu um convite para conhecer a fábrica-sede do Grupo XCMG, na cidade de Xuzhou, na China. Além da reunião, o governador e a comitiva de executivos visitaram as instalações do centro logístico, situado no Porto do Recife, e viram as obras de ampliação no local. Foram também até o terreno, em Suape, onde será construída a montadora.

Por causa da falta de chuva, usinas termelétricas foram ativadas para cobrir a produção menor das hidrelétricas O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu que o desconto de 20% na conta de luz começará a ser aplicado em fevereiro. Ele disse que, embora a produção de energia térmica seja mais cara do que a hidrelétrica, não haverá redução do percentual de desconto. As usinas termelétricas foram ativadas para cobrir a produção menor das hidrelétricas, em função da falta de chuva. Entretanto, o ministro diz que o Brasil tem energia suficiente para cobrir as necessidades do país. “Não há, não houve, e espero que não haja, no futuro, o desabastecimento”, afirma. Edson Lobão espera que os níveis de água dos reservatórios das hidrelétricas voltem ao normal no curto prazo, porque voltou a chover em várias partes do país neste início de 2013.

Inflação acelera no início do ano Marli Moreira Da Agência Brasil

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), iniciou o ano em alta de 0,77% ante a taxa de 0,66% registrada no fechamento de dezembro. Sete dos oito grupos pesquisados apresentaram aumentos de preços, entre eles o de alimentação (de 1,26% para 1,57%), com destaque para hortaliças e legumes (de 2,91% para 5,35%).


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Agrícola

Avanços marcam setor de abastecimento em 2012 O ano de 2012 foi marcado por importantes avanços para o setor de abastecimento agroalimentar do país. Entre as principais conquistas, destaque para a criação, pelo Ministério da Agricultura, de um grupo de trabalho responsável por articular ações de modernização

PRODUÇÃO

Lavouras produzirão R$ 305,3 bi em 2013 Laranja, tomate, soja, cana e milho serão as culturas de maior destaque O Valor Bruto da Produção (VBP) das principais lavouras do país deve atingir R$ 305, 3 bilhões neste ano, o que representa um acréscimo de 26,3% sobre 2012. “Esse resultado se deve em grande parte ao valor da produção de soja, que combina safra elevada e preços altos”, afirma José Garcia Gasques, coordenador de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura. Em 2013, a soja representará 34% do valor da produção das lavouras pesquisadas. Este ano, aliás, a maioria dos produtos deve obter melhores resultados do que em 2012. Com exceção de algodão e café, todos os demais apresentam aumentos expressivos no valor da produção. Após a soja, os maiores destaques são: tomate, 72,0%; laranja, 70,9%; maçã, 36,3%; feijão, 31,6%; cebola, 31,2%; trigo, 25,8% e milho, 22,3%. Em níveis pouco mais abaixo destes encontram-se o arroz, batata inglesa, cana-de-açúcar e fumo.

das centrais de abastecimento. A iniciativa foi alavancada pela apresentação ao ministério, no primeiro semestre, do Plano Nacional de Abastecimento (PNA), documento coordenado e apresentado pela Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento (Abracen), com

participação de técnicos da CeasaMinas. O grupo de trabalho é formado por representantes da Abracen, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do próprio ministério. Pela Abracen, atuam o diretor Técnico-Operacional da Ceasa Rio Grande do Sul, Gerson Madru-

ga da Silva e os presidentes das Ceasas de São Paulo (Ceagesp), Mário Maurici; do Distrito Federal, Wilder Santos; e do Paraná, Luiz Gusi. As estratégias a serem propostas serão baseadas no PNA, plano elaborado por técnicos das Ceasas de todo o país, en-

tre eles da CeasaMinas, cujo presidente, João Alberto Paixão Lages, também está à frente da Abracen. Um dos principais pontos sugeridos pelo PNA é a criação de um órgão capaz de articular as ações das Ceasas, a partir de diretrizes estratégicas em nível nacional.


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Parabéns, São Paulo

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Agrícola Parabéns, São Paulo

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Estação da Luz 1920

São Paulo faz história, ontem e hoje: São Paulo da cultura, da comida, do lazer, do trabalho. Da garoa, das tempestades. Da política, da luta, da emoção. São Paulo do mundo! Do imigrante, da coragem, do novo. Do brasileiro, da beleza, da diversidade. Da festa!

459 anos

Mosteiro São Bento 1920

Avenida São João 1970 São Paulo comemora 459 anos no próximo dia 25 de janeiro e continua a ser a capital mais cosmopolita do Brasil. Com influências de imigrantes de diversos países e brasileiros de Estados variados que vivem na cidade, é possível encontrar o mundo em São Paulo e passar 24 horas, 1 mês ou até mesmo anos sem um minuto sequer de monotonia. Quem conhece certamente já se rendeu aos encantos e peculiaridades da cidade e quem não conhece tem ótimos motivos para visitar e se apaixonar.

São Paulo: cidade de números grandiosos Referência na economia nacional e polo de turismo Com mais de 11 milhões de habitantes, a maior cidade da América do Sul é bastante conhecida por sua posição de liderança na economia nacional — participa com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — e é, também, um destaque no turismo. Segundo dados da SPTuris, empresa de turismo de São Paulo, a cidade recebeu 11,7 milhões de visitantes em 2010, sendo que 10,1 milhões eram brasileiros — principalmente Rio de Janeiro,

Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — e 1,6 milhão de outros países, com destaque para Estados Unidos, Argentina, Espanha e Itália. Mais da metade dos turistas viajam a negócios. Os demais dirigem-se à cidade para participar de eventos, a lazer, para estudar, visitar parentes e amigos e por motivos de tratamento de saúde. Mesmo quem procura São Paulo em épocas de grande movimento sempre encontra onde ficar. A cidade reúne as principais redes hoteleiras nacionais e internacionais, com mais de 400 hoteis e mais de 40 mil apartamentos disponíveis. Na hora de se alimentar, não faltam opções. Existem 12,5 mil restaurantes que oferecem 52 tipos de culinária representando praticamente todo o mundo. A cidade conta com 15 mil bares, 3,2 milhões de padarias, 500 churrascarias, 1,5 mil pizzarias — são servidas 1 milhão de pizzas por dia, 720 por minuto — e 250 restaurantes japoneses. Quem prefere comer em casa têm à sua disposição 2 mil serviços de delivery. Para se divertir, a metrópole oferece 260 salas de cinema, 280 salas de teatro, 110 museus, 294 salas para shows e concertos, 40 centros culturais, 64 parques e áreas verdes, mais de uma dezena de clubes, sete estádios de futebol e um autódromo

internacional. Os números do comércio não ficam atrás. Existem 240 mil lojas, 79 shoppings, 59 ruas especializadas em mais de 51 segmentos de produtos e 900 feiras livres semanais. São Paulo carrega vários orgulhos como ter metrô, terminal rodoviário, Parque do Ibirapuera, Theatro Municipal, entre tanto outros. Temos também o Ceagesp, o maior, ou um dos maiores centros de abastecimento do mundo. A Ceagesp e suas atrações têm atraído o interesse de empresários, turistas, pesquisadores e estudantes de países como Holanda (campeã de visitas), Japão, China, Peru, Costa do Marfim, entre outras nações. Isso sem contar os visitantes de todo o Brasil. Quem estiver na cidade de São Paulo, no próximo feriado tem a opção de conhecer diversos pontos turísticos. Aproveite para ver, rever, levar a família e contemplar a cidade que abriu os braços para todos brasileiros e estrangeiros.

Fonte: SP-Turis

História do bairro A Vila Leopoldina, parte de Emboaçava, desde 1827 pertencia a João Correia da Silva, quando a região era conhecida como Várzea dos Correias. Jesuítas de origem alemã adquiriram a área e nela residiram em uma grande casa. Em 1894, para loteá-la, os seus novos proprietários, E. Richter & Company, resolveram, em uma jogada publicitária, colocar barcos à disposição dos interessados à compra. Um grande piquenique para 500 convidados foi organizado e a região recebeu o nome em homenagem a uma das sócias do empreendimento, dona Leopoldina Kleeberg, mas a região pantanosa não obteve sucesso de vendas. No final de 1926, a incorporadora Siciliano & Silva com parceria do empresário Antônio Vilares loteou 500 mil m². Por 40 anos a região hibernou, até a década de 50 quando o Centro Industrial Miguel Mofarrej deu nova vida à localidade, as antigas Olarias deram espaço aos grandes indústrias. A chegada do Ceagesp também deu um novo impulso à região.

Avenida Paulista 1902

Bonde de 1937

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Estação da Luz 1920

São Paulo faz história, ontem e hoje: São Paulo da cultura, da comida, do lazer, do trabalho. Da garoa, das tempestades. Da política, da luta, da emoção. São Paulo do mundo! Do imigrante, da coragem, do novo. Do brasileiro, da beleza, da diversidade. Da festa!

459 anos

Mosteiro São Bento 1920

Avenida São João 1970 São Paulo comemora 459 anos no próximo dia 25 de janeiro e continua a ser a capital mais cosmopolita do Brasil. Com influências de imigrantes de diversos países e brasileiros de Estados variados que vivem na cidade, é possível encontrar o mundo em São Paulo e passar 24 horas, 1 mês ou até mesmo anos sem um minuto sequer de monotonia. Quem conhece certamente já se rendeu aos encantos e peculiaridades da cidade e quem não conhece tem ótimos motivos para visitar e se apaixonar.

São Paulo: cidade de números grandiosos Referência na economia nacional e polo de turismo Com mais de 11 milhões de habitantes, a maior cidade da América do Sul é bastante conhecida por sua posição de liderança na economia nacional — participa com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — e é, também, um destaque no turismo. Segundo dados da SPTuris, empresa de turismo de São Paulo, a cidade recebeu 11,7 milhões de visitantes em 2010, sendo que 10,1 milhões eram brasileiros — principalmente Rio de Janeiro,

Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — e 1,6 milhão de outros países, com destaque para Estados Unidos, Argentina, Espanha e Itália. Mais da metade dos turistas viajam a negócios. Os demais dirigem-se à cidade para participar de eventos, a lazer, para estudar, visitar parentes e amigos e por motivos de tratamento de saúde. Mesmo quem procura São Paulo em épocas de grande movimento sempre encontra onde ficar. A cidade reúne as principais redes hoteleiras nacionais e internacionais, com mais de 400 hoteis e mais de 40 mil apartamentos disponíveis. Na hora de se alimentar, não faltam opções. Existem 12,5 mil restaurantes que oferecem 52 tipos de culinária representando praticamente todo o mundo. A cidade conta com 15 mil bares, 3,2 milhões de padarias, 500 churrascarias, 1,5 mil pizzarias — são servidas 1 milhão de pizzas por dia, 720 por minuto — e 250 restaurantes japoneses. Quem prefere comer em casa têm à sua disposição 2 mil serviços de delivery. Para se divertir, a metrópole oferece 260 salas de cinema, 280 salas de teatro, 110 museus, 294 salas para shows e concertos, 40 centros culturais, 64 parques e áreas verdes, mais de uma dezena de clubes, sete estádios de futebol e um autódromo

internacional. Os números do comércio não ficam atrás. Existem 240 mil lojas, 79 shoppings, 59 ruas especializadas em mais de 51 segmentos de produtos e 900 feiras livres semanais. São Paulo carrega vários orgulhos como ter metrô, terminal rodoviário, Parque do Ibirapuera, Theatro Municipal, entre tanto outros. Temos também o Ceagesp, o maior, ou um dos maiores centros de abastecimento do mundo. A Ceagesp e suas atrações têm atraído o interesse de empresários, turistas, pesquisadores e estudantes de países como Holanda (campeã de visitas), Japão, China, Peru, Costa do Marfim, entre outras nações. Isso sem contar os visitantes de todo o Brasil. Quem estiver na cidade de São Paulo, no próximo feriado tem a opção de conhecer diversos pontos turísticos. Aproveite para ver, rever, levar a família e contemplar a cidade que abriu os braços para todos brasileiros e estrangeiros.

Fonte: SP-Turis

História do bairro A Vila Leopoldina, parte de Emboaçava, desde 1827 pertencia a João Correia da Silva, quando a região era conhecida como Várzea dos Correias. Jesuítas de origem alemã adquiriram a área e nela residiram em uma grande casa. Em 1894, para loteá-la, os seus novos proprietários, E. Richter & Company, resolveram, em uma jogada publicitária, colocar barcos à disposição dos interessados à compra. Um grande piquenique para 500 convidados foi organizado e a região recebeu o nome em homenagem a uma das sócias do empreendimento, dona Leopoldina Kleeberg, mas a região pantanosa não obteve sucesso de vendas. No final de 1926, a incorporadora Siciliano & Silva com parceria do empresário Antônio Vilares loteou 500 mil m². Por 40 anos a região hibernou, até a década de 50 quando o Centro Industrial Miguel Mofarrej deu nova vida à localidade, as antigas Olarias deram espaço aos grandes indústrias. A chegada do Ceagesp também deu um novo impulso à região.

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Artigo

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OS PEQUENOS no agronegócio paulista

Edivaldo Del Grande*

O cooperativismo paulista voltado ao agronegócio, com o apoio marcante da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (SAA), fechou o ano de 2012 com avanços consideráveis. Isso, tanto pelos números atingidos em um ano difícil, reflexo da crise internacional, como pela magnitude das iniciativas implementadas em favor dos pequenos e médios agricultores. Ressalte-se que essa atenção aos pequenos empreendedores é a essência do cooperativismo. No estado de São Paulo, mais de 170 mil pequenos e médios produtores rurais conseguem se manter na atividade porque estão juntos em cooperativas. São as cooperativas que lhes dão condições de competir no mercado. São as cooperativas que lhes abrem as portas da tecnologia, diminuem os custos de produção e agregam valor aos seus produtos. Unidos em cooperativas, os pequenos se tornam grandes. Os avanços no agronegócio paulista foram consequência direta da estreita colaboração entre a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e a SAA. A secretária Mônica Bergamaschi, enfatiza que o foco é a “promoção do desenvolvimento rural sustentável, principalmente dos pequenos e médios agricultores, com o objetivo de gerar trabalho e renda e, com isso, garantir qualidade de vida no campo e desenvolvimento contínuo do agronegócio” no estado. Como exemplo dessa determinação do governo de evitar o assistencialismo puro e simples e substituí-lo por condições reais de geração de negócios temos o Pró-Implemento, lançado em maio passado e operacionalizado desde agosto. Ele oferece ao produtor a possibilidade de financiar seu equipamento ou implemento agropecuário a juros zero. Pelo programa, podem ser adquiridos desde arados, carretas, aplicadores de calcário, de fertilizantes, grades nivelado-

ras até lâminas de tratores, pás carregadeiras, plantadeiras, pulverizadores e roçadeiras, entre tantos outros implementos destinados a dar ao agricultor condições de plantar e colher mais. O prazo de amortização é de seis anos. A única exigência para obter o financiamento, de até R$ 150 mil por CPF, é o produtor estar enquadrado como beneficiário do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Outro dado animador envolve o seguro rural, uma das maiores reivindicações de nos-

sos agricultores cooperados, sempre às voltas com problemas climáticos, como vendavais ou períodos de seca, ou mesmo com a instabilidade de preços, como a que afetou neste ano os plantadores de laranja. Somente por meio do Feap, foram disponibilizados, em 2012, R$ 22 milhões para subvenção ao prêmio do seguro rural. De janeiro a novembro já haviam sido utilizados mais de R$ 14 milhões, atendendo a 7.510 produtores. O esforço da SAA para facilitar e desburocratizar a atividade rural, viabilizando o aces-

so a mercados e promovendo projetos que adicionem valor à produção, aparece traduzido nos números do agronegócio paulista. O estado é responsável por 56% da produção nacional de etanol, 61% da produção nacional de açúcar e 80% da produção nacional de laranja – é também o maior produtor mundial dessa fruta e detém 53% da produção mundial de suco de laranja. São Paulo é ainda o terceiro maior produtor mundial de café, o quarto maior produtor de carne de frango e o maior

exportador nacional de carne bovina (30,3% em 2011). De acordo com os dados do Instituto de Economia Agrícola e da SAA, o agronegócio paulista é responsável por 30% do PIB do estado e por 21,6% das exportações do agronegócio brasileiro. Mesmo com decréscimo de 6,2% em relação a 2011, as exportações do agronegócio paulista atingiram US$ 18,22 bilhões de janeiro a outubro deste ano. As importações caíram (-5,7%), somando US$ 7,91 bilhões, o que resultou em saldo de US$ 10,31 bilhões na balança comercial do setor nos três primeiros trimestres. Todos esses números mostram que os horizontes se ampliam quando existe vontade política, dedicação e determinação de ajudar nossos pequenos e médios produtores a se tornarem grandes. O estímulo às nossas cooperativas é um caminho, como foi reafirmado ao longo de 2012 nos eventos marcantes do Ano Internacional das Cooperativas, com efetiva participação da SAA. A crise na economia mundial, que obviamente nos afeta, pode ser minimizada com mais qualidade e competitividade de nossos produtos. De mais tecnologia e inovação, ao lado de recursos para plantio, colheita, comercialização e seguro, é o que precisa o agronegócio, seja pequeno ou grande. Para tanto, é fundamental a sensibilidade e o empenho de órgãos como a SAA. A Ocesp e as cooperativas continuam a trabalhar pelo bem-estar de seus produtores cooperados, o que acaba refletindo inclusive na melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em inúmeros municípios. Para estender os benefícios sociais a mais e mais pessoas, é necessário que o apoio e a parceria da SAA também continuem. * Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP)


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Agrícola

CIÊNCIAS

LEITURA

Pesquisadores estudam plantas Embrapa adaptadas às mudanças do clima apresenta obra Inserção de genes deve sobre manejo proporcionar resistência a pragas e estiagem ambiental Bruno Bocchini Da Agência Brasil

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinaram um contrato de cooperação que prevê a geração de tecnologias genéticas e biotecnológicas para o desenvolvimento de plantas melhor adaptadas às mudanças climáticas. “Vamos descobrir os genes que existem nos mais diversos organismos, que possam ser de alguma forma introduzidos em plantas para que elas possam tolerar os ambientes estressantes”, disse o professor titular do Instituto de Biologia da Unicamp e pesquisador do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética, Paulo Arruda. A tecnologia genética está em uso no país por meio da inserção de genes em plantas que conferem resistência a insetos ou à seca. “A grande ênfase será descobrir mecanismos e artigos de base biológica que pos-

AGRONEGÓCIO

Financiamentos de equipamentos agrícolas batem recorde

Com aumento de 44% em apenas um mês nos financiamentos adquiridos para aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) registrou recorde entre julho e novembro de 2012, atingindo R$ 3,6 bilhões. Em outubro, esse valor foi de R$ 2,5 bilhões. Comparando com os mesmos cinco meses de 2011, quando alcançou R$ 2,6 bilhões, o acréscimo foi de 36,2%. A redução da taxa de juros do PSI-BK de 5,5% para 2,5% ao ano é o principal motivo, segundo o governo federal, para o aumento das contratações. O valor especial vigorou até o dia 31 de dezembro; De acordo com o Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao todo, os produtores contrataram no período 60,3% dos R$ 6 bilhões previstos para a atual safra, que termina em junho de 2013. A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.

Livro traz informações essenciais tanto para grandes empresários rurais como para agricultores familiares

sam ajudar a agricultura a se adaptar a uma realidade de ambientes cada vez mais desafiadores”, disse o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. O convênio prevê a construção de um laboratório (Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas), que

ocupará uma área no Parque Científico da Unicamp. “Não vamos esperar pela implantação do laboratório para iniciar os trabalhos. Eles começarão imediatamente, pois vamos usar a infraestrutura e o ferramental já disponíveis tanto na Embrapa como na Unicamp”, declarou.

O pesquisador aposentado da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) Odo Primavesi acaba de lançar o livro “Manejo Ambiental Agrícola - para agricultura tropical agronômica e sociedade”, pela Editora Agronômica Ceres. A obra é uma contribuição do agrônomo para o equilíbrio entre ciência agronômica, agricultura e sociedade. Ricas em detalhes do ambiente natural e agrícola do Brasil, as 840 páginas reúnem todos os resultados e ideias publicados pelo autor em suas duas décadas como pesquisador da Embrapa. O livro aborda de forma global e integrada os aspectos ambientais mais importantes para os cidadãos rurais e urbanos, e traz aspectos ecológicos de manejo (solo, água e árvores) que servem tanto para áreas urbanas como rurais. Primavesi argumenta no livro em favor do desenvolvimento construtivo, um caminho para chegar ao sucesso socioeconômico por meio de boas práticas de manejo ambiental. “Todo leitor encontrará algum aspecto de interesse para sua vida e atividade diária, de forma holística e integrada, e que afeta seu ambiente e, com isso, seu modo de agir”, afirma o autor.

A obra traz informações essenciais tanto para empresários rurais que praticam os sistemas de produção intensivos de alta tecnologia, como para a agricultura familiar produtiva e os sistemas agroflorestais, ou para a agricultura urbana. Também dá suporte ao programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, e estimula também o cidadão urbano a repensar seu ambiente e a forma de manejá-lo. Em sintonia com as novidades na área ambiental, Primavesi aborda conceitos como os de pegada ecológica, de água, de carbono e de nitrogênio; mudanças climáticas e aquecimento global, economia verde e azul; desenvolvimento construtivo; entre outros. Traz também diversos exemplos práticos, que podem servir de referência para novas ações nas diversas áreas relacionadas. O livro apresenta ainda alternativas de manejo ambiental, dentro do conceito de boas práticas, com base em conhecimentos agronômicos e ecológicos, criando a possibilidade de se montar sistemas de produção duradouros, praticáveis em pequena e em grande escala.

Editora: Ceres www.livroceres.com.br (vendas online) Preço: 168,00


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Especial

CIÊNCIA AGRÍCOLA

Impactos globais da mudança do uso da terra serão estudados Cientistas de diversas nacionalidades definem temas prioritários para uma das maiores pesquisas sobre o problema que tende a se agravar em função das alterações climáticas Elton Alisson Da Agência Fapesp A disponibilidade de terra arável e para pecuária deverá diminuir globalmente nas próximas décadas, ao mesmo tempo em que será preciso aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento da demanda mundial e melhorar a conservação e a sustentabilidade dos recursos não renováveis, que são essenciais para atingir esse objetivo. Um grupo de pesquisadores de diferentes países, incluindo do Brasil, iniciará uma série de estudos colaborativos com o objetivo de aumentar a compreensão e gerar conhecimento científico para enfrentar esses três desafios concomitantes e inter-relacionados em escala mundial. Nos dias 17 a 19 de dezembro, eles se reuniram em São Paulo, na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), para participar do “Belmont Forum International: Call Scoping Workshop on Food security and land use change”. Organizado pela Fapesp em parceria com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP) e o Belmont Forum, o objetivo do evento foi definir áreas prioritárias de pesquisa, relacionadas à segurança alimentar e mudanças no uso da terra, que poderão integrar a segunda chamada de propostas do Belmont Forum. Entidade criada pelas principais agências financiadoras de pesquisa sobre mudanças ambientais do mundo, o Belmont Forum foi formado em 2009 durante uma conferência realizada pela National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, e o Natural Environment Research Council (Nerc), do Reino Unido, na cidade norte-americana de Belmont. O objetivo do fórum, coorde-

nado pelo International Group of Funding Agencies for Global Change Research (IGFA), é tentar influenciar os rumos da colaboração internacional em estudos sobre mudanças globais por meio de chamadas conjuntas de pesquisas. Como membro do Belmont Forum, a Fapesp foi convidada a formatar uma proposta de chamada de projetos de pesquisa sobre segurança alimentar e mudanças no uso da terra que irá submeter para aprovação da entidade em uma reunião em fevereiro de 2013, na Índia. Para balizar a proposta, a Fapesp convidou para participar do encontro em São Paulo pesquisadores que integram alguns dos principais projetos internacionais sobre segurança alimentar e mudanças no uso da terra para relatar as ações realizadas nos últimos anos. “O objetivo foi conhecer as ações realizadas por essas iniciativas internacionais para que a proposta que submeteremos ao Belmont Forum não seja repetitiva ou represente uma duplicação de esforços de pesquisa já existentes no mundo”, disse Reynaldo Luiz Victoria, coordenador do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e representante da Fundação no Belmont Forum. “A ideia é que os estudos realizados no âmbito da chamada possibilitem explorar novos temas de pesquisa relacionados à segurança alimentar e mudanças no uso da terra que ainda não são abordados por outros programas de pesquisa internacionais”, acrescentou. Durante o encontro, cientistas de países signatários do Belmont Forum apresentaram iniciativas e prioridades de pesquisa relacionadas à segurança alimentar e mudanças no uso da terra implementadas em seus respectivos países. Entre eles marcaram presença Samuel Scheiner, da NSF,

Ryohei Kada, do Instituto de Pesquisa para Humanidades e Natureza, do Japão, e Sheryl Hendricks, da Universidade de Pretória, África do Sul. Do lado do Brasil, André Nassar, do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Carlos Joly, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Gilberto Câmara, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentaram resultados de pesquisas sobre, respectivamente, biocombustíveis, biodiversidade e monitoramento de mudanças no uso da terra realizadas no âmbito dos programas BIOTA, BIOEN e PFPMCG da Fapesp, de cujas coordenações fazem parte. Câmara falou sobre os desafios para as políticas de uso da terra no Brasil que, segundo ele, representam o maior experimento de mudanças no uso da terra e seus efeitos realizado no mundo nas últimas décadas. “Desde 1980, foram desmatados 720 mil km² da Amazônia e 400 mil km² do Cerrado. Isso representa uma transição de uso da terra que não aconteceu nessa magnitude, nesse intervalo de tempo e nessa época em nenhum outro país do mundo e é um marco significativo do que acontece hoje no planeta”, avaliou. Segundo Câmara, parte da transição do uso da terra na Amazônia e no Cerrado para cultivo de soja e pastagem de gado está relacionada ao aumento da demanda interna por alimento. Mas outra parte significativa – principalmente no Cerrado – foi devida ao aumento das exportações de carne e grãos para atender ao crescimento da demanda mundial por alimentos. Lições do Brasil

Nos anos de 1980, de acordo com Câmara, a mudança de uso da terra no Brasil ocorreu de forma desordenada e sem nenhuma espécie de controle. Mais recen-

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temente, com o amplo acesso às informações sobre desmatamento disponibilizadas na internet por instituições de pesquisa como o Inpe e pressões internacionais e da sociedade brasileira, foi possível implementar uma política de desmatamento da Amazônia que obteve muito êxito ao ser baseada na tríade composta por transparência, governança e instituições de pesquisa com boa reputação. “Alguns aprendizados que o Brasil teve com a criação de instituições de pesquisa capazes de produzir informações sobre desmatamento – disponibilizadas de forma transparente e acessível na internet, que resultaram em mecanismo de governança que tem funcionado muito bem – podem servir de lição para outros países que também pretendem conseguir implementar uma política de uso da terra ampla. O Brasil precisa liderar o mundo nessa capacidade de ter um sistema de informação de uso da terra”, afirmou. De acordo com o pesquisador, um dos gargalos no sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia é produzir informação com maior nível de detalhe. Atualmente, os sensores dos satélites utilizados no Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) no Inpe têm resolução espacial moderada, de 250 metros, o que impossibilita detectar desmatamentos e mudanças no uso da terra em áreas menores do que 25 hectares. “Precisamos de informação com maior detalhe”, afirmou Câmara. Mas, segundo ele, as maiores lacunas no sistema de monitoramento de mudanças de uso da terra no Brasil se referem a biomas como o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal, os quais ainda não dispõem de um sistema de informação sobre desmatamento similar ao existente para a Amazônia. “O Brasil precisa ter em todo o seu território o mesmo nível de informação diária sobre mudanças no uso da terra que possui hoje para a Amazônia. Isso é essencial para um país que tem esse tamanho de área, que quer balancear a produção agrícola e de biocombustíveis com o equilíbrio ambiental”, destacou Câmara. Questões fundamentais

O equilíbrio entre uso da terra e mitigação dos impactos ambientais causados pela atividade agropecuária foi apontado pelos pesquisadores participantes do workshop na Fapesp como um dos principais desafios para os próximos anos. De modo a contribuir na busca de soluções para o problema, as propostas de pesquisa que se-

rão apoiadas na segunda chamada do Belmont Forum deverão tentar responder, entre outras questões fundamentais, como os atuais padrões de demanda por alimentos afetam o uso da terra, a biodiversidade e a segurança alimentar. Outra pergunta é quais serão as consequências das mudanças no uso da terra sobre os serviços dos ecossistemas e da biodiversidade e como irão afetar a disponibilidade e o acesso aos alimentos. “Seguramente, a competição entre serviços de ecossistemas e a produção de alimentos é um tema que deverá ser abordado e discutido nas pesquisas que serão financiadas nessa chamada de projetos”, disse Victoria. Para definir quais os temas de pesquisa inter e transdisciplinares relacionados à segurança alimentar e mudanças no uso da terra que devem ser contemplados nas pesquisas colaborativas financiadas pelo Belmont Forum, os participantes do evento foram divididos em quatro grupos de trabalho. Ao final do encontro, eles produziram um rascunho de um documento que sintetiza as discussões científicas estabelecidas durante os três dias do evento e apresenta uma proposta de chamada que será submetida para aprovação no Belmont Forum. A proposta deverá ter a participação de, no mínimo, três países signatários do grupo. “No âmbito da chamada, será possível realizar projetos conjuntos de países em que três ou mais países se propõem a responder uma ou mais questões que serão colocadas. Será possível realizar estudos comparativos sobre segurança alimentar no Brasil, África do Sul e Ásia, por exemplo”, disse Victoria. Chamada em 2013

A primeira chamada de propostas do Belmont Forum foi lançada em abril de 2012 e contou com recursos de cerca de 20 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões foram investidos pela Fapesp, sendo 1,5 milhão de euros para projetos de pesquisa sobre segurança hídrica e um milhão de euros para pesquisas sobre vulnerabilidade costeira. Os projetos serão executados por pesquisadores do estado de São Paulo nessas áreas em parceria com pesquisadores de, pelos menos, outros dois países participantes do fórum. Os valores para a segunda chamada serão definidos durante reunião do Belmont Forum em fevereiro de 2013. Pesquisadores ligados a instituições paulistas de ensino superior e de pesquisa, públicas e privadas, poderão participar da chamada.

DESASTRE CLIMÁTICO

Agricultores atingidos pela seca terão R$ 500 milhões de crédito

Maioria das liberações contempla pequenos produtores rurais enquadrados no Pronaf Luciano Nascimento Da Agência Brasil

O governo autorizou repasse de mais de R$ 500 milhões para os agricultores e empreendedores atingidos pela estiagem nos estados do Nordeste e em parte de Minas Gerais, na região do semiárido brasileiro. O total de recursos disponibilizados pela linha emergencial de crédito chegará à marca de R$ 2,4 bilhões até fevereiro. A informação é do Ministério da Integração Nacional. Os recursos fazem parte de uma linha emergencial de crédito operada pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O limite de crédito varia de R$ 12 mil a R$ 100 mil, com juros de até 3,5% ao ano.

A maioria dos créditos contempla pequenos produtores rurais enquadrados no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em operações com juros de 1% ao ano e prazo de 10 anos para pagamento, com até três anos de carência. Para o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, os recursos autorizados pela presidenta Dilma Rousseff vão contribuir para redução dos prejuízos dos agricultores e pecuaristas. “A prioridade do governo é apoiar os agricultores familiares na manutenção de suas atividades mesmo nessa situação adversa”, ressaltou o ministro.

FINANCIAMENTOS

Empréstimos à agricultura sustentável disparam na safra 2012/13

Programa ABC liberou em cinco meses R$ 1,2 bilhão e já se aproxima do valor total da safra passada Sou Agro

Os financiamentos para a agricultura empresarial na safra 2012/13 continuam quebrando recordes. Entre julho e novembro deste ano, os produtores contrataram R$ 45,8 bilhões, alta de 18,1% sobre igual período de 2011. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Ministério da Agricultura. O destaque entre as linhas de financiamento continua sendo o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), com crescimento de 592% nos cinco meses de safra até novembro. Nesse período, foram R$ 1,2 bilhão em empréstimos, valor que se aproxima do volume total de crédito concedido no Programa ABC ao longo dos 12 meses da safra passada, de R$ 1,5 bilhão. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) também teve um bom desempenho

e somou em cinco meses R$ 3,6 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem. Já pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), os financiamentos de custeio atingiram R$ 3,7 bilhões, enquanto as aplicações para operações de investimento totalizaram R$ 960,7 milhões. Pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), foram adquiridos R$ 921,7 milhões, o que representa aumento de 25% sobre o total entre julho e novembro de 2011. O setor cooperativista também ampliou a contratação de recursos no período – em 41% sobre o ano passado, obtendo R$ 298,6 milhões por meio do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).


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Evento

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PRODUÇÃO BRASILEIRA

Brazilian Fruit participa da Fruit Logistica 2013 em Berlim Atacadistas da Ceagesp estão entre as empresas que confirmaram presença O projeto ‘Brazilian Fruit’, desenvolvido desde 1998, em parceria pelo Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), com a finalidade de promover e divulgar a qualidade e diversidade da produção brasileira de frutas frescas e processadas, irá participar de mais uma edição da Fruit Logística - evento considerado o maior e mais importante encontro de oportunidades de negócios do mundo para o setor de FLV (frutas, legumes e verduras). A feira acontecerá em Berlim, na Alemanha, entre os próximos dias 6 e 8 de fevereiro e contará com a presença de mais de 2.400 expositores do mundo inteiro, que apresentarão uma série de novidades em produtos e serviços. O estande Brazilian Fruit, em um espaço de 300 m², contará com a presença confirmada das seguintes empresas brasileiras: Agrícola Famosa, Caliman/ HLB, Fermac Cargo, GBI, GSI/ Daehler, Itacitrus, ITEP, Rigesa, Salute, UGBP e a Central Exportaminas que levará uma missão de 30 empresários do Estado de Minas Gerais. “A Fruit Logistica é o ponto de encontro de todos os agentes do setor, por isso o Ibraf vem apoiando desde 2003 a participação intensa das empresas brasileiras, a fim de mostrar neste importante evento toda a diversidade e qualidade dos nossos produtos” comenta Luciana Pacheco – gerente do projeto Brazilian Fruit. Empresas

Este é o 4º ano consecutivo de participação da Central Exportaminas para apresentar os produtos e empresas do Estado para este importante

evento. É o caso da ABANORTE que estará presente no evento, divulgando as frutas do Norte de Minas, como a banana, manga e limão, por meio do Projeto Jaíba. O Sistema Ocemg, que trabalha com monitoramento e promoção das cooperativas de Minas Gerais, também estará na Fruit Logistica representando cinco cooperativas mineiras; assim como o Ceasa Minas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A), que atua como centro de comercialização de hortigranjeiros, cereais e produtos industrializados alimentícios e não alimentícios. A HBL Tropical Food que atua há 24 anos como importador e distribuidor de frutas tropicais, participará do estande Brazilian Fruit com a empresa brasileira Caliman Agricola sua parceira no suprimento do mamão Golden. “Participamos há quase 20 anos da Fruit Logistica e estamos felizes em fazer parte de mais uma edição” afirma Levy de Barros, diretor da HBL.

A empresa GSI/Daehler, produtor de mamão de Linhares-ES participará pela primeira vez do evento. “Sem dúvida, um evento internacional tão importante como a Fruit Logística, possibilita a aproximação de novos mercados e a consolidação de parcerias cada vez mais fortes; essas são as nossas perspectivas para a feira neste ano de 2013”, comenta Wilson Coutinho, diretor da empresa. Exportações 2012

Em 2012 foram exportadas 693 mil toneladas de frutas frescas do Brasil para 50 países. As principais frutas foram: melão, manga, limão, uva, banana, mamão e maçã. A Alemanha está em 5º lugar no ranking dos países compradores, com 12 mil toneladas exportadas diretamente para o país em 2012. O principal país comprador é a Holanda, que atua como centro reexportador para toda a Europa, seguido pelo Reino Unido, Espanha e Estados Unidos.


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ARTIGO

DEFESA VEGETAL

Por Nina Horta

Unesp promove atualização profissional

V

amos pensar na palavra terroir (pronuncia-se “terroar”), tão importante para nós, comedores do mundo inteiro. Recebi uma revista muito famosa na Inglaterra na qual um cientista vai contra a ideia de que há uma ligação profunda entre o lugar e o gosto. Um dos primeiros autores e entendidos de cozinha, Brillat Savarin nos conta que os romanos gulosos provavam um peixe do Rio Tibre e sabiam de que lado do rio ele fora pescado. Confesso que aqui não conheço gente tão afiada de paladar. Mas a pergunta é esta: há uma conexão vital entre um lugar específico e a comida desse lugar? A resposta de todos é sempre um “sim” vigoroso. Todo lugar tem variáveis combinadas entre si – a composição do solo, a chuva, o sol, o clima - que juntas se esforçam para dar à comida do lugar um certo gosto. É muito romântico e bonito, concorda o cientista que fez a pesquisa, mas não é verdade. As pessoas que acreditam muito em terroir respondem então que ele não contou com a mão de obra, com a cultura, com a tradição, etc. Pois o cientista continua a dizer que não é verdade e que toda essa noção de terroir foi feita por motivos comerciais e controladores. E pergunta: “vocês acham que o queijo parmesão que fazemos agora tem o mesmo gosto do parmesão de antigamente?”. É difícil datas certas para saber como tudo começou, mas os monastérios beneditinos provavelmente começaram a tirar leite de vaca lá pelo ano 1000, antes só usavam leite de cabra e ovelha. Os camponeses da região de Parma e

Curso abordará conhecimentos específicos da área

O sabor de cada lugar Reggio Emilia faziam um queijo delicioso que entrou até para a literatura, e a região deles era pintada como uma montanha inteira de queijo, com os cozinheiros sentados no topo rolando os produtos redondos montanha abaixo. E o queijo parmesão de hoje se parece com o deles? Não muito. Para começar, não são negros. Os queijos antigos eram cobertos com cera preta até 1964. Antes, nos 1800, usavam ferrugem com óleo. O queijo era colorido com açafrão, o sal era das minas mais próximas, e hoje é de sal marítimo. O leite nunca foi pasteurizado, mas, com certeza, com menos higiene, a contaminação dava aos queijos naturais mais gosto, ou pelo menos um gosto diferente. Pensem nas cinzas da fogueira embaixo dos caldeirões, a lata dos baldes em que

se coletava o leite e que hoje não existem mais. E o que comiam as vacas antigamente e o que comem hoje? Alimentação muito diferente. Não contente com tudo isso, o cientista descobriu que os campos irrigados trazem com a água muitos minerais que mudam o tipo de solo e acontece o mesmo com a fertilização, que mudaria totalmente o que hoje é chamado de terroir. Ah, e mudaram as vacas... as raças... Tudo isso é ruim? Não. O queijo a partir de uns 50 anos atrás é provavelmente melhor, tem um gosto padronizado, é seguro para se comer. Mas o ponto do cientista é que um queijo semelhante ou igual poderia ser feito nos Estados Unidos ou no Brasil e que os especialistas não descobririam que não fora fabricado nem perto da região de Parma.

Para que serve essa pesquisa? O autor dela acha que essas distinções imaginadas só fazem aumentar o preço da mercadoria. Que nos esqueçamos dessas mitologias, que não precisemos de mapas de terroir. Existe no mundo muita comida boa para se provar, cheia de nuances, de gostos mais fortes e mais fracos, e deixemos que o nosso paladar decida, não uma lei de que a comida ou o vinho daquele lugar seja melhor por conta de uma lenda engendrada para se dar ordem a um projeto comercial. O lugar onde uma coisa é feita é importante, mas não é tudo. Sempre de olhos abertos comemos melhor.

Nina Horta é cozinheira, escritora e proprietária do bufê Ginger. É autora do livro Não é sopa (uma mistura saborosa de crônicas e receitas) e Vamos comer

No período de 22 de fevereiro a 22 de junho, a Funep realiza o II Curso de Atualização em Defesa Sanitária Vegetal. O curso acontece na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp, Câmpus de Jaboticabal, e tem como público-alvo engenheiros agrônomos e estudantes de agronomia. O objetivo do curso é atualizar o participante por meio do conhecimento e experiências práticas de profissionais e docentes ligados ao setor, para as atividades de Defesa Sanitária Vegetal e Fiscalização Agropecuária. A atualização visa também auxiliar na preparação aos concursos públicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e dos serviços estaduais de defesa sanitária vegetal. A grade do curso abordará conhecimentos específicos da área, como “Análise de sistema de manejo de riscos”, “Legislação federal sobre defesa sanitária vegetal” e “Fiscalização de Insumos Agrícolas”.


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Ceasas do Brasil

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Ceasa de Campinas recebe flor desenvolvida no Japão

Comercialização na Ceasa Noroeste (ES) cresceu 30% A Unidade Noroeste das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), localizada no município de Colatina, encerrou o ano de 2013 com saldo positivo nas vendas, o volume comercializado superou em 30% a oferta de 2011. Foram 24.355.543 quilos de produtos hortifrutigranjeiros que circularam nos últimos doze meses no mercado, o que gerou uma movimentação financeira superior a R$ 40 milhões. Segundo o gerente das Unidades Técnicas e Regionais da Ceasa/ES, Marcos Antônio Cossetti Magnago, além dos números favoráveis apresentados, algumas obras importantes também foram concluídas em 2012. “Através do apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, conseguimos finalizar uma obra

importante que foi a extensão da cobertura dos pavilhões, dando mais conforto a todos os usuários e protegendo os veículos de carga do sol e da chuva. Além disso, está em andamento a aquisição de oito climatizadores que serão instalados no Pavilhão do Produtor (PP), diminuindo o calor, evitando perdas na comercialização dos produtos. Esperamos um 2013 promissor para a unidade, com a conclusão de algumas obras, como o muro, a portaria, o calçamento do restante da área que falta e outras medidas que deverão ser tomadas para garantir mais eficiência e um serviço de qualidade”, disse Magnago. Análise do último mês

O mês de dezembro apresentou variação positiva de

3,71% em relação ao mês de novembro de 2013. Foram 2.232.861 quilos vendidos, o que somou uma movimentação financeira de R$ 3.638.393,43. Os produtos mais comercializados na unidade foram a batata comum, proveniente da região de Cariacica, com 181 mil quilos e a melancia, do município de Colatina, com 105 mil quilos. Em relação a procedência, Santa Maria de Jetibá teve maior participação no mercado com 763.206 quilos, sendo o repolho híbrido responsável por 14,01% desse total, o que corresponde a 107 mil quilos. A região de Cariacica contribuiu com 363.740 quilos e o município de Santa Teresa com 238.310 quilos. O Estado de Minas Gerais também participou da comercialização com 5.600 quilos, e a movimentação financeira foi de R$ 6.720,00.

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Nova variedade possui floração contínua e resistência contra doenças e parasitas do solo O Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa Campinas) iniciou este mês a comercialização da SunPatiens - uma nova variedade de ImpatiensNova Guiné, popularmente conhecida como Maria-sem-vergonha. A novidade é resultado do melhoramento genético realizado no Japão pela maior produtora de sementes de flores e plantas do mundo, a Sakata, e foi lançada no país no ano passado. Segundo a assistente de desenvolvimento da Sakata, Márcia Guimarães Kobori, a principal característica da nova planta é que ela pode ser mantida em qualquer condição de insolação, principalmente a sol pleno. Já a Impatiens tradicional é uma planta recomendada apenas para situações de meia sombra e sombra. A SunPatiens também cresce mais, chegando a atingir 1,2 metros de altura, contra 40 centímetros da outra variedade, e tem uma evolução do arbusto mais vigorosa no sentido horizontal. “Com isso é necessário menos plantas para compor um jardim. Da SunPatiens usa-se até 9 unidades por metro quadrado, enquanto que da Impatiens são necessárias 12 para o mesmo espaço”, conta a assistente. A assistente garante também que a nova variedade tem uma floração contínua, ou seja, ela não tem períodos sem flores. “Enquanto uma flor está sendo abortada, há uma aberta e uma em forma de botão. Com a outra não é assim, primeiro uma flor é abortada para depois outra nascer”, explica. A Sakata levou três anos para realizar testes e estudos antes de lançar a planta aqui no Brasil. Nestas análises os técnicos da empresa perceberam que a SunPatiens é também mais resistente a doenças e parasitas do solo como os nematóides porque tem um

sistema radicular (de raízes) muito vigoroso. A planta está sendo disponibilizada pelo viveiro BioPlugs. O consultor da empresa, Johnny Van Der Bruggen, explica que sua manutenção é simples. “Por ser de sol pleno ela precisa de bastante água com regas diárias em dias mais quentes e intercaladas nos mais frescos. Também é necessária boa adubação para mantê-la vigorosa”, conta ele.

Comercialização

A SunPatiens é comercializada em sete opções de cores em tons de branco, vermelho e rosa e é encontrada em três séries (tipos). A Compact que atinge até 90 centímetros de altura e é indicada para vasos, cuias, jardineiras e paisagismo. A Vigorousque é maior e pode chegar a 1,2 metros sendo ideal para paisagismo. A Spreading varia entre 75 centímetros e 1 metro de altura e tanto pode compor jardins quanto ser utilizada na decoração em vasos e jardineiras. Os permissionários da Ceasa Campinas Flora Yokonuki e Flora Okuyama são os primeiros a comercializar aSunPatiens no Mercado de Flores da Central. Além deles a venda da planta só está sendo feita em outros dois lugares do país, ambos no estado de São Paulo. A Sakata e a BioPlugs implantaram um quiosque de exposição da SunPatiens que fica até o dia 14 de janeiro, no Mercado de Flores da Ceasa. O Mercado da Ceasa-Campinas fica na Rodovia Dom Pedro I, km 140,5, em Campinas/SP. O funcionamento para o público em geral é as segundas e quintas feiras, das 13h às 16h30; as terças, quartas e sextas-feiras, das 8h às 16h30 e aos sábados das 8h às 13h. Clientes cadastrados como empresas e profissionais da área têm horário especial de compras as segundas e quintas-feiras, das 6h30 às 13h.


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Ceasas do Brasil

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ECONOMIA

Alimentos puxam alta da inflação Índice Ceagesp encerrou 2012 em elevação. No período, somente o setor de pescados registrou baixa de preços

 SETOR FRUTAS LEGUMES VERDURAS DIVERSOS PESCADOS CEAGESP

to da renda da população, houve majorações de preço sem praticamente todos os setores”, explica economista Flávio Godas. Neste cenário, cabe ressaltar que 2011 fechou com queda de 0,33%, ou seja, janeiro, base da comparação, apresentava preços bastante reduzidos. O setor de frutas encerrou o ano registrando alta de 12,66%. A laranja-pera, mesmo com a pressão negativa exercida durante quase todo o ano, fechou janeiro com alta de 16,42% em relação a janeiro. Principais altas no comparativo entre janeiro e dezembro de 2012: limão (196,1%), maracujá azedo

Melancia

71,8%

JAN -7,41% 1,60% 0,32% 11,79% -2,44% -4,59%

FEV 1,72% -13,23% 12,33% 2,66% -5,93% -0,67%

(85,1%), melancia (71,8%) e mamão formosa (62,1%). Também registram alta os legumes (18,49%), verduras (36,94%) e os alimentos diversos (63,13%). As principais altas destes setores do mercado foram verificadas no pimentão verde (47%), tomate (18,5%), alface crespa (59,4%), couve-flor(44,89%), brócolis (36,54%), batata comum (80,6%), batata lisa (35,9%) e cebola (52,6%). O setor de pescados recuou 4,15% influenciado principalmente pelas queda de preços da sardinha (-56,23%), cavalinha (-26,6%), pescada maria

Tomate 18,5%

mole (-24,7%)e pescada branca (-17,7%) no comparativo do mesmo período. No acumulado do ano, somente o setor de pescado registrou retração dos preços praticados, conforme mostra a tabela. Tendências

Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de preços elevados durante praticamente todo o primeiro trimestre, principalmente, nos setores de legumes e verduras. “Além da diminuição do volume ofertado, a qualidade dos pro-

Alface crespa 59,4%

dutos destes setores fica bastante prejudicada nesta época do ano, contribuindo para a elevação dos preços”, avalia Godas. O setor de frutas deve apresentar ligeira retração em janeiro, impulsionado pelos excedentes de produção do mês de janeiro e pela diminuição do consumo, reflexo das férias. No âmbito geral, os maiores preços registrados em 2012 devem estimular produtores rurais a investirem nas lavouras em 2013. Assim, estima-se que os preços não deverão sofrer alterações bruscas durante o ano, exceto pelas condições climáticas negativas já destacadas.

A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp apontou aumento de 12,95% no ano passado. Com exceção do primeiro bimestre, os alimentos in natura apresentaram elevações de preços durante praticamente todo o ano, influenciando, inclusive, a variação da maioria dos índices que medem a inflação no Brasil. “Problemas sazonais e climáticos prejudicaram algumas culturas importantes como tomate, batata, cebola, alho e pimentão, interferindo no volume e na qualidade ofertada. Com a demanda aquecida pelo aumen-

Batata Comum 80,6%

Pescada branca -17,7%

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

2,11% 14,55% 12,46% 3,86% 4,05% 4,61%

-1,84% -3,22% -7,00% 3,17% -2,29% -1,68%

-1,69% 19,47% 33,65% -0,90% 2,72% 4,17%

3,80% 6,09% 6,04% 6,60% 1,19% 4,06%

-1,10% 27,63% 5,74% -2,12% -9,27% 2,57%

6,41% 8,20% -24,21% 12,92% 1,39% 3,34%

6,41% -15,26% -17,80% 8,48% 3,49% 0,29%

-1,46% -2,81% 2,97% -3,97% 4,21% -0,82%

4,45% -10,69% 8,81% 2,57% -6,05% 0,92%

0,27% -8,94% 11,08% 6,33% -0,18% -0,12%

ACUMULADO NO ANO 12,66% 18,49% 36,94% 63,13% -4,15% 12,95%

INCLUSÃO DIGITAL

Ceasa de Bolso concorre ao Prêmio Cidadani@ Eletrônica

O Projeto foi aprovado para 2ª fase do concurso e disputa com mais cinco órgãos na categoria “Inclusão Digital” O projeto “Ceasa de Bolso”, desenvolvido pelas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), está concorrendo ao Prêmio Ceará de Cidadani@ Eletrônica 2013. O Projeto, resultado das atividades de pesquisa e implementação da Divisão de Informática (DINFO), tem como objetivo possibilitar o acesso rápido e prático às informações de mercado

à cadeia de comercialização de hortigranjeiros, por meio de equipamentos móveis, como celulares, smartphones e tablets. O concurso é promovido pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), no sentido de fomentar, divulgar e reconhecer a qualidade dos projetos públicos. Ao

todo, 39 projetos concorrem em quatro categorias: Inovação; Inclusão Digital; TI Verde e Governança de TI. Inscrito na categoria “Inclusão Digital” e aprovado para 2ª fase do concurso, o “Ceasa de Bolso” concorre com mais cinco projetos de outras vinculadas e Secretarias. De acordo com Valdecir Lima, gestor da DINFO, a inovação é o foco das

atividades, assim como a formação e a integração da equipe reflete na realização dos projetos desenvolvidos pela Ceasa. “É de extrema importância uma participação como essa pelo fato de que a equipe, como profissionais, tem buscado a inovação como estratégia de crescimento. A Ceasa tem uma equipe de TI harmoniosa e dedicada, essa é a fórmula

para chegarmos às produções inovadoras” Entre os benefícios da ferramenta, a oportunidade de levar ao agricultor rural os preços dos produtos comercializados, a possibilidade do acesso rápido por todos os segmentos da cadeia de comercialização e a redução do impacto ambiental, com menor número de impressões, envios de e-mails e fax.


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Transporte

janeiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Produção de caminhões deve crescer em 2013 Aerton Guimarães Da Agência CNT de Notícias

A indústria automobilística nacional produziu 132.820 caminhões em 2013. O número é 40,5% inferior aos 223.388 fabricados no ano anterior. A maior queda foi registrada entre os caminhões semileves (-71,2%) e, a menor, entre os semipesados (-29,6%). A produção de ônibus também caiu de maneira representativa, 25,4% em relação ao ano passado. Os veículos rodoviários somaram 5.055 unidades (baixa de 18,3%) e os urbanos, 31.789 (redução de 26,4%). Os resultados vão na contra-

mão do que aconteceu com as vendas no país. Segundo o balanço divulgado em 7 de janeiro pela Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores (Anfavea), o comércio de veículos cresceu 4,6%, sob a forte in�luência da redução do IPI. Considerando apenas a produção de automóveis e comerciais leves, a alta foi de 1,2%, com 3.172.953 novos veículos. No total, a produção no Brasil teve redução de 1,9%, com 3.342.617 milhões de unidades. Os dados divulgados pela

Anfavea mostram ainda que as exportações também tiveram retração. Em 2013, 442.075 unidades foram enviadas ao exterior, contra 553.334 no ano passado, ou seja, baixa de 20,1%. Para 2013, a expectativa é de crescimento entre 3,5% e 4,5% para as vendas e de 4,5% para a produção. Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, o clima é favorável para a recuperação do setor neste ano, com o aumento da renda do brasileiro e com possíveis novas quedas de juros.

Novo diesel chega aos postos de combustíveis

Mudança do S50 para o S10 atende às exigências de uma resolução da Agência Nacional de Petróleo Rosalvo Streit Da Agência CNT de Notícias

Desde o início do ano, quase quatro mil postos de combustíveis em todo o país estão obrigados a vender o óleo diesel S10, menos poluente e com apenas 10 ppm (partes por milhão) de enxofre. A mudança atende às exigências de uma resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A nova categoria entra no mercado para substituir o S50, que era uma etapa de transição obrigatória desde 1º de janeiro de 2012. “Este é um processo mais tranquilo, sob o ponto de vista operacional. Onde havia o S50, todo o trabalho de adaptação já

foi feito. Já estávamos recebendo o novo combustível desde janeiro passado”, ressalta o diretor de postos de rodovia da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubri�icantes (Fecombustíveis), Ricardo Hashimoto. Segundo o empresário, em razão do baixíssimo teor de enxofre, o S10 exige mais cuidados durante o manuseio, para evitar a mistura com outros combustíveis. “É preciso ter atenção em relação, principalmente, ao transporte entre a base distribuidora e o posto. Existe uma preocupação ambiental e temos que vender produtos com preço e qualidade”, explica. Outra preocupação diz res-

peito ao treinamento dos funcionários, para não permitir o erro. “Quando chega ao posto [o combustível S10], é preciso descarregar o produto no tanque certo. E, depois, na bomba, quando o caminhão chegar, é preciso ter a postura de perguntar qual o combustível desejado. Temos de primar por manter os equipamentos em ordem, ter disciplina”, a�irma. Em relação ao preço do S10, Hashimoto garante que, até o momento, não há notícias de aumento. “Isso não quer dizer que não vai haver acréscimo”, adverte. No entanto, ele explica que o S10 e o S50 têm preços diferenciados porque exigem mudan-

ças em relação ao custo logístico e à segregação de tanques, linhas, caminhões e bombas. “Tudo isso exigiu investimento”, resume. Para o restante do ano, as expectativas dos empresários são positivas. “Em 2013, a venda de veículos e caminhões deve voltar aos patamares normais e esperamos que o mercado cresça ainda mais, que seja criado um círculo virtuoso. Com mais veículos, os clientes vão buscar e mais posto vão aderir”, avalia. Bene�ícios Em nota, a ANP destaca os bene�ícios do novo combustível no mercado. “Com a entrada do S10 no lugar do S50, haverá menos

emissões de partículas nocivas na atmosfera e, portanto, menos danos ambientais. Além disso, o S10 traz vantagens na partida a frio, na redução da fumaça branca, na menor formação de depósitos e no aumento da vida útil do lubri�icante”, destaca. Ainda de acordo com a ANP, à medida que a frota circulante for renovada haverá uma melhora gradativa na qualidade do ar dos grandes centros urbanos. A agência garante que, por substituir integralmente o diesel S50, os municípios antes abastecidos exclusivamente com o diesel S50 e as revendas varejistas, que comercializavam esse produto, também passarão a receber o S10.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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Transporte

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Iveco inicia a produção do novo Stralis Hi-Way em Sete Lagoas Extrapesado eleito Caminhão do Ano 2013 na Europa será lançado no Brasil no primeiro trimestre do próximo ano A Iveco iniciou no final do ano passado, na sua fábrica de pesados em Sete Lagoas, MG, a produção do novo Iveco Stralis Hi-Way, que estará disponível para vendas já no primeiro trimestre do próximo ano. Eleito o Caminhão do Ano 2013 na Europa, o extrapesado é o primeiro veículo da empresa a ser lançado simultaneamente no velho mundo e no Brasil. De acordo com o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, “o Stralis Hi-Way é um produto Premium que, além de oferecer o melhor custo operacional do seu segmento, reúne uma série de atributos tecnológicos e de conforto que o tornam, seguramente, um dos caminhões mais desejados do mercado brasileiro”. O Iveco Stralis Hi-Way chega ao Brasil em três versões (440, 480 e 560) e vai complementar a nova linha Stralis Ecoline lançada no último mês de setembro. Entre as principais características do novo veículo estão a nova cabine com design renovado, o restyling externo desenhado para melhorar a performance aerodinâmica e, consequentemente, o desempenho e a eficácia do produto. Os novos sistemas eletrônicos e o novo motor FPT Cursor 13 de 560 cavalos, equipará a versão mais completa da nova gama. De acordo com o diretor da plataforma de veículos pesados

da Iveco Latin America, o engenheiro Marcello Motta, toda a tecnologia embarcada no Stralis Hi-Way trará aos clientes uma série de ganhos em todas as áreas. Do ponto de vista de economia de combustível, por exemplo, enquanto o Stralis Ecoline já representava uma redução de até 7,5% no consumo de diesel em relação aos veículos da geração anterior, o novo Stralis Hi-Way traz um ganho adicional de 3,1%. “Além disso, o caminhão tem custo de manutenção até 5% menor e ainda traz o melhor sistema de freio motor do segmento, o que aumenta de forma significativa a performance do produto na estrada”, completa. Toda esta tecnologia está sendo produzida em uma das mais novas fábricas de caminhões do País. Com o sistema produtivo regido pelo WCM (World Class Manufacturing), todas as etapas industriais do Stralis Hi-Way, desde os processos de funilaria e pintura das cabines, passando pelo processo de montagem dos chassis, até a montagem final e testes, são rigorosamente controladas do ponto de vista de qualidade. “Todas as operações chave do processo são controladas por sistemas à prova de erros, também conhecidos como Error Proofings ou Poka Yokes, que garantem a máxima confiabilidade industrial”, explica

Maurizio Emo, diretor industrial da fábrica de Sete Lagoas. Outro ponto de destaque no processo produtivo do Stralis Hi-Way é a produção personalizada de cada caminhão. “Os operadores recebem em seu posto de trabalho apenas o kit necessário para a montagem de cada produto, eliminando assim o excesso de caixas de peças na produção. Assim o processo fica mais enxuto, seguro e preciso, garantindo ao cliente a entrega de um caminhão que possa superar suas expectativas em termos de qualidade e rentabilidade”, explica.


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CÁ ENTRE NÓS

Esperança renovada Por Manelão Como o mundo não acabou em 2012 e as contas devedoras não foram zeradas, então a esperança está em seguir o modelo dos comerciantes da Ceagesp: trabalhar cada vez mais e apoiar o produtor rurais a investir nos tratos culturais. Também é preciso cuidar com carinho dos produtos no período pós-colheita e realizar campanha de propaganda e marketing, pois a população é sabe que frutas, verduras e legumes fazem bem à saúde, mas deve ser estimulada a consumir os produtos da maior fazenda a América Latina, a nossa querida Ceagesp. No começo deste ano, a Nossa Turma reuniu sua diretoria para fazer o balanço de 2012 e o planejamento estratégico para 2013. Com apoio do corpo docente, educadoras, coordenação, limpeza, cozinha, a Escola do Sabor vai continuar com as estagiárias do CQH e o aval da dra. Anita Gutierrez. A coordenadoria da sustentabilidade da Ceagesp acompanha de perto o trabalho, confere os relatórios e atenta para os índices de satisfação e de crescimento da comunidade atendida. João Barossi, da empresa Campo Vitória, é nosso diretor para a capacitação de recursos e, neste ano, estará à frente

desse importante trabalho. Ele já tem a tarefa de ajudar a organizar o Festival da Queima do Alho, que será realizado em 5 de maio, o�icializando a abertura do circuito em São Paulo. João espera o apoio do presidente da Ceagesp, Mário Maurici, e todos os departamentos da companhia, além do respaldo maciço dos permissionários, colaboradores e produtores. O Emílio, da Alpha Citrus, em Engenheiro Coelho (SP), disse que virá com a família e amigos para saborear a comida da Comitiva Capiau, que participará da última etapa do atual concurso culinário no próximo dia 3 de fevereiro na Estância Alto da Serra, em Riacho Grande. E a dona Vera, sr. Aristides, Galo e o casal Tião e Fabiana do Berrante esperam ganhar a competição, que está embolada no momento, para cozinhar na Festa do Peão de Barretos. Se tudo der certo, a vitória será comemorada ao som das gargantas de ouro do Brasil, a dupla Milionário e José Rico. (Ei, Capiau, vamos arroxar para ganhar!). No dia 22 de janeiro, está marcada a volta às aulas do projeto Nossa Turma. Os preparativos estão a todo vapor para receber as crianças. Deus salve o Brasil.

FELIZ ANO NOVO!

A equipe da Padaria Nativa deseja a todos os seus clientes um 2013 repleto de sucesso e realizações. CEAGESP - EDSED II - LOJA 9/10 - TEL.: 3643.7926


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Prevenção

Saúde repassa R$ 25,9 milhões para combate à dengue em São Paulo Nos últimos dois anos, houve redução de 97% nos casos graves da doença e 89% nos óbitos em São Paulo Para intensi�icar as medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Ministério da Saúde está repassando R$ 173,2 milhões a todos os municípios brasileiros. O Estado de São Paulo irá receber R$ 25,9 milhões para a quali�icação das ações de combate ao mosquito transmissor da doença Aedes aegypti, com o aprimoramento dos planos de contingência. Mais de 190 milhões de pessoas serão bene�iciadas com as medidas de controle e prevenção da dengue. O adicional representa um subsídio de 20% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde e será repassado em parcela única. Em contrapartida, os municípios precisam cumprir algumas metas, como disponibilizar quantitativo adequado de agentes de controle de endemias; garantir cobertura das visitas domiciliares pelos agentes; adotar mecanismos para a melhoria do trabalho de campo; realizar o LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação por Aedes Aegypti) com ampla divulgação nos veículos de comunicação locais; noti�icar os casos graves suspeitos de dengue, entre outras medidas. CASOS DA DOENÇA

O Brasil registrou 77% de redução nos casos graves de dengue no período comparativo entre janeiro a dezembro 2010 e janeiro a dezembro de 2012. No ano passado, até 22 de dezembro, foram registrados 3.965 casos graves em todo o país, contra 17.475 no mesmo período de 2010. Em São Paulo, os casos graves de dengue reduziram 97% entre dois anos (2010 a 2012). Em 2012, foram registrados 82 casos de dengue no Estado contra 2.905 em 2010.

Elimine os focos do mosquito da dengue. Fique atento aos locais que podem acumular água:

ÓBITOS

O número de mortes por dengue, no Brasil também apresentou queda, de 57% em comparação com 2010. De janeiro até 22 de dezembro de 2012, foram con�irmados 283 óbitos, sendo que no mesmo período de 2010 foram 656. Em São Paulo, a redução de óbitos foi de 89%, ou seja, foram 141 mortes por dengue em 2010 e 15 óbitos no ano passado.

MANTENHA A CAIXA D’ÁGUA FECHADA

MANTENHA A LIXEIRA FECHADA

NÃO DEIXE ÁGUA ACUMULADA SOBRE A LAJE

MANTENHA AS CALHAS LIMPAS

E não se esqueça: se sentir febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas, pode ser dengue. Procure uma unidade de saúde.

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

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