Jornal Entreposto | Fevereiro de 2013

Page 1

Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 153 | fevereiro de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Alagamento isola ETSP

O temporal que atingiu a Grande São Paulo no último dia 14, quinta-feira, também deixou o entreposto da capital ilhado. A inundação que se espalhou pela Ceagesp causou transtornos aos usuários do mercado, deixando carros isolados em meio ao alagamento. Neste verão, a região metropolitana já registrou três mortes causadas por adversidades climáticas.

Tomate alavanca fluxo financeiro na Ceagesp Aumento na demanda de variedades gourmet chama atenção de agricultores, mas o aroma e sabor da produção brasileira ainda deixa a desejar

Mercado|

PÁGINA 10

Preços agropecuários encerram janeiro com queda de 0,24% em SP Banana nanica, soja e amendoim influenciam retração do indicador paulista

Produção|

PÁGINA 12

Pesquisa e crédito elevam a produtividade agropecuária

Agrícola|

PÁGINA 20

Estudo aponta benefícios econômicos no controle do cancro cítrico

Artigo|

PÁGINA 14

Balanço do comércio exterior da floricultura

Entrepostos| PÁGINA 22 Mapa busca apoio do Consea para modernização das Ceasas

Transporte | PÁGINA 4

PÁGINA 10 Economia| Vendas atingem novo recorde no ETSP

Agronegócio| PÁGINA 12 Financiamentos de máquinas alcançam R$ 4,7 bi

PÁGINA 24

Após alta dos combustíveis, custo do frete deve subir 1,52%

Qualidade| PÁGINA 18 Projeto| PÁGINA 19 Propostas do CQH para prevenção das Escola do Sabor introduz couve e couveperdas de FLV flor no cardápio escolar promovendo saúde

Geral

Alta

3,36 %

Frutas Baixa -3,16 %

Índice Ceagesp - Janeiro 2013

Legumes Alta

21,24 %

Verduras Alta

25,91 %

Diversos Alta

3,31 %

Pescado Alta

5,46%

O objetivo é aproximar as crianças da agricultura e aumentar a aceitação de frutas e hortaliças


02

fevereiro de 2013

VEM AÍ MAIS UMA EDIÇÃO DA TRADICIONAL FEIRA DE TRANSPORTES

NA CEAGESP

21-24 | maio

FEMETRAN

2013

www.femetran.com.br

Turismo no site Acesse e leia as dicas para Olímpia - SP : www.jornalentreposto.com.br/turismo

Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviรงo do agronegรณcio

fevereiro de 2013

marรงo de 2011

Editorial

03


04

Mercado e Produção

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Tomate brasileiro ainda deixa a desejar em aroma e sabor, diz especialista O campeão em movimentação financeira na Ceagesp enfrenta dificuldades no cultivo, mas o aumento na demanda das variedades gourmet chama a atenção dos produtores O Brasil figura entre os 10 maiores produtores mundiais de tomate. Em 2011, foi o oitavo, totalizando 4,42 milhões de toneladas em 69,31 mil hectares, com produtividade média de 63,85 t/ha. A fruta é fonte de vitaminas, minerais e licopeno. Além disso, cinco fatias (110 gramas) têm, em média, apenas 16 calorias. Mas o consumo do fruto no país ainda é baixo e o tratamento dispensado no cultivo não é tão distinto quanto na Europa, que tem algumas variedades preservadas e os melhores tomates do mundo. Na Ceagesp, o tomate não é o primeiro colocado em volume de vendas, mas é o campeão em movimentação financeira: ultrapassa em torno de 80% a laranja, produto preferido dos clientes do entreposto. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares, POF 20082009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IBGE, mostrou que a aquisição familiar anual per capita, dessa hortaliça frutosa é de apenas 4,916 kg, contra 40 kg na Comunidade Europeia. A mesma pesquisa apontou a compra de hortaliças como variável de acordo com a faixa de renda, sendo menor em famílias com baixo poder aquisitivo. O tomate segue essa tendência. Além disso, em relação à POF 2002-2003, a aquisição total de hortaliças diminuiu, aproximadamente 7%. “O baixo consumo é, também, reflexo direto da qualidade do tomate predominante no mercado brasileiro, que deixa a desejar em sabor e aroma”, avalia Paulo César Tavares de Melo, mestrado e doutorado em melhoramento genético de hortaliças pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, USP, integrante do corpo docente da própria universidade

desde 2001, lecionando Olericultura - produção de hortaliças – para turmas de graduação e pós-graduação. É membro oficial do Conselho Mundial do Tomate para Processamento Industrial (WPTC) e responsável pelo lançamento de diversas cultivares de tomate de mesa e para indústria. Confira a entrevista cedida pelo Professor Paulo ao Jornal Entreposto.

Jornal Entreposto – Como está a produção do tomate brasileiro no cenário interno e mundial? Paulo César Tavares de Melo – Incluindo os segmentos de mesa e indústria, no ano retrasado, a safra mundial totalizou 159,02 milhões de toneladas. A China ocupou o primeiro lugar com produtividade de 49,27 t/ha. O Brasil foi o oitavo maior produtor, com média de

63,85 t/ha. A produção brasileira de tomate está concentrada nas regiões sudeste (37,74%) e centro-oeste (33,8%). Os estados com maior participação na produção nacional foram Goiás (32,56%), São Paulo (19,53%), Minas Gerais (10,16%), Paraná (7,85%) e Bahia (7,67%). JE – E em valores brutos? PC – Em 2010, a produção mundial alcançou 86,607 bilhões de dólares. Desse total, a América do Sul contribuiu com 4,562 bilhões, cabendo à liderança ao Brasil, com 2,971.

JE – Quais fatores influenciam o limitado consumo do fruto no país? PC – É preciso destacar que no Brasil o consumo de hortaliças é muito baixo e vem caindo nos últimos anos. Essa realidade é vista com muita clareza

ao comparar a POF 2008-2009 com a de 2002-2003. A aquisição familiar, per capita, anual passou de 29 kg para 27. A situação é dramática. Em domicílios com faixa de renda até 830 reais e naqueles entre 830 e 1.245 reais, essa aquisição cai para 15,4 e 22,6 kg, respectivamente. Aqueles com renda acima de 4.150 reais adquirem 187% mais que os que ganham até 830. No caso particular do tomate, as diferenças relacionadas ao poder aquisitivo da população seguem o mesmo padrão. Domicílios com essa renda mais baixa adquirem anualmente 3,1 kg, enquanto aqueles com renda superior a 6.225 reais, 8,2. O baixo consumo é, também, reflexo direto da qualidade do tomate predominante no mercado brasileiro, que deixa a desejar em sabor e aroma. Sem esquecer das frequentes notícias veiculadas na mídia que taxam o tomate como uma das hortaliças com maior contaminação por resíduos de agrotóxicos. É fato que a divulgação dos relatórios do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, impacta na aquisição de hortaliças.

JE – Qual é a região que mais consome tomate no Brasil? PC – A região Sul, com 6,1 kg, seguida do centro-oeste com 6. Já o menor consumo está no norte, 3,7. O estado que lidera o consumo é o Rio Grande do Sul, 7,2 kg, seguido de Sergipe com 6,7 e Mato Grosso do Sul com 6,6. Sendo o menor registrado no Acre, 2,5. A título de comparação, em vários países da Europa o consumo per capita excede 40 kg por ano enquanto no Brasil é de apenas 4,9. JE – Muitos consumidores

reclamam que o tomate brasileiro não está tão saboroso. Por que o Brasil enfrenta essa dificuldade no cultivo? PC – É preciso deixar claro que as empresas sabem do problema da falta de sabor das cultivares de tomate do tipo salada longa vida, LV, que representam hoje cerca de 80% da oferta no país. ‘Carmen’ foi o primeiro híbrido de tomate LV lançado no Brasil em meados da década de 90. Os setores de produção e de comercialização se beneficiaram. Para produtores, vantagens como uniformidade de frutificação e alto potencial de rendimento. Para o setor de comercialização, diminuição de perdas do produto pós-colheita, além de propiciar o incremento das remessas para mercados distantes. Não resta dúvida que os maiores perdedores, com esse predomínio, são os consumidores. Os mesmos fatores genéticos que conferem características desejáveis ao LV afetam negativamente o sabor, aroma, textura e o teor de licopeno, que dá a cor vermelha ao fruto. Para piorar, alguns produtores, se protegem das oscilações de preço, não realizando a colheita no ponto ideal. A maturação no tomate LV não se completa quando o fruto é colhido verde. Resta, então, saber qual é a saída. A minha maior expectativa é que o mercado de sementes consiga realizar o que todos


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

Mercado e Produção

05

QUALIDADE

Agrociro tem setor específico para tomates gourmet

nós estamos esperando: que o tomate predominante priorize o consumidor, colocando à sua disposição uma gama cada vez mais ampla que permita escolher quanto ao sabor (mais adocicado ou ácido), formato, tamanho e cor dos frutos.

JE – Na Ceagesp, o tomate é vencedor em movimentação financeira e é crescente a presença dos chamados gourmet. Quais são os mais desejados na mesa dos brasileiros? PC – Entre os gourmet, quatro tipos são os mais importantes: Italiano, Saladete, Holandês em cacho e os Minitomates. Acredito que esses tomates, em conjunto, devam ter uma fatia de aproximadamente 20% do mercado. A minha expectativa é que os tomates gourmet ampliem sua participação haja vista as ações de marketing das empresas de sementes em praticamente todos veículos de mídia que denotam a necessidade de resgatar o verdadeiro sabor do tomate e, com isso, melhorar a sua imagem junto aos consumidores. Os híbridos dos tipos Italiano e Saladete são versáteis em termos de uso culinário, servindo não apenas para salada, mas também para molho caseiro. Além disso, são matérias-primas de boa qualidade para o fabrico de tomate seco. Já o tomate Holandês agrupa os híbridos vendidos

completamente maduros e em cachos, tal qual foram removidos da planta. Os frutos são firmes, exibem formato redondo levemente achatado, pesam em média 90 gramas e possuem pós-colheita prolongada. É ideal para fazer tomate recheado. E um dos tipos mais caros no mercado. Os minitomates agrupam cultivares comuns e híbridos que produzem frutos pequenos, de várias cores (vermelho, amarelo, marrom, rosa e alaranjado) e vários formatos (redondo, oblongo, alongado e piriforme).. Fazem parte dele os tomates Cereja e o Grape (ou tomate uva). Podem ser consumidos em saladas, na composição de canapés, de molhos e assados. Dentre os minitomates, o Grape tem conquistado o paladar dos consumidores brasileiros de todas as idades. O fruto se assemelha a uma baga de uva da variedade Thompson, tem sabor muito adocicado e baixa acidez. Esse, na verdade, é o principal diferencial dos grapes em relação ao tomate cereja tradicional. O peso médio dos frutos é de 12 gramas. A coloração é vermelha intensa. São firmes e a vida de prateleira pode se estender por até 15 dias em perfeitas condições para o consumo. Os frutos são colhidos completamente maduros para ressaltar a sua intensa cor e excelente sabor.

A Agrociro, produtora e atacadista que atua na Ceagesp desde 1992, tornou-se referência na dedicação para atingir seu principal objetivo: levar mais qualidade e sabor do campo para a mesa dos brasileiros. No início ela ocupava meio box dentro de um dos disputados pavilhões do entreposto. “A princípio, a companhia comercializava apenas legumes. Depois, quando introduziram o tomate, o resultado foi tão positivo, que foi necessário abrir uma filial apenas para trabalhar com esse fruto”, explica Rodrigo Dias de Souza, administrador. Hoje, além de atuar em todos os estágios da produção, a Agrociro transporta o hortifruti do campo para o mercado varejista, diminuindo assim as chances de problemas durante o manuseio. Em parceria com produtores de todo o país, a atacadista preocupa-se em proporcionar bem-estar para os colaboradores, refletindo em um excelente produto final. “Trabalhamos em cadeia e precisamos estar conectados. Estamos sempre orientando e disponibilizando informações para que possamos nos desenvolver juntos”, esclarece Dias, lembrando que a Agrociro imprime etiquetas e coloca a disposição dos agricultores para que as caixas de hortaliças sejam devidamente rotuladas.

A boa relação entre todos da cadeia continua rendendo bons frutos. Hoje, a empresa tem um setor específico para trabalhar com tomates gourmet. “A Agrociro foi a responsável por introduzir no mercado da Ceagesp tomates que não eram tão populares, como o holandês, o caqui e o cereja. Sempre demos atenção especial para esse segmento que tem crescido bastante nos últimos anos”, comemora o administrador, afirmando que o sweet grape ganhou força graças ao trabalho de agregação de valor. Ciente da necessidade de acompanhar as tendências corporativas que estão acontecendo fora do entreposto, Dias lamenta a falta de estrutura

oferecida pela Ceagesp, mas nota uma positiva mudança na postura das empresas permissionárias. “Estou vendo muito box evoluir e se modernizar como o nosso. Tentamos suprir as falhas existentes no mercado para não perder negócios”, esclarece. Na Agrociro não existem produtos de diferentes qualidades. Somente hortifruti cuidadosamente selecionados e acomodados em embalagens de alto padrão são comercializados. “Às vezes levamos a fama de cobrar caro”, diz Rodrigo. “Mas nosso preço condiz com as características das hortaliças e o cuidado no manuseio. Não temos produto inferior para vender”, finaliza.


06

Mercado e Produção

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

SELECIONADOS

Itimirim oferece tomates selecionados ao gosto do cliente

Ilson Gomes, gerente geral da Itimirim, começou ajudando o pai, proprietário da empresa, na adolescência. “A atacadista já tem 37 anos e hoje eu administro todos os processos. De A a Z”, conta orgulhoso, explicando que a nova política da organização é tentar manusear o produto dentro da Ceagesp. “Quando eu seleciono o mercadoria dentro do box, elimino uma parte do processo de comercialização, que é encaminhar a hortaliça até o centro de distribuição, localizado na Rodovia Fernão Dias”. Dessa maneira, Ilson economiza em transporte e diminui o manuseio do alimento. “Consigo diminuir o custo e repasso essa vantagem ao comprador”, afirma. Além de possuir produção própria, a Itimirim investe em

parcerias e disponibiliza os melhores materiais para os agricultores, financiando o cultivo do começo ao fim. Gomes explica que a empresa se preocupa sempre em informar os produtores a respeito de leis relacionadas à rotulagem e higiene. “Aqui no box, o encarregado de treinar os novos funcionários deve passar as coordenadas referentes ao manuseio de alimentos”, completa. Roberto Gonçalves, vendedor, confirma as palavras do empresário. “Buscamos sempre a qualidade. É muito difícil trabalhar com perecível. Deve-se ter muito cuidado”. E lembra: “Nosso forte é a seleção dentro da Ceagesp. Dessa maneira, conseguimos ‘montar’ as caixas na hora, de acordo com o gosto do cliente”.

MANUSEIO

COORDENAÇÃO

Nutricionistas colaboram na formação dos funcionários da Campo Dourado

Qualificação de colaboradores é fundamental para a Minas Douradas

Colaboradores participam de palestras de conscientização a cada três meses

Com apenas cinco anos de funcionamento, a atacadista Campo Dourado já se destaca no mercado pela qualidade dos produtos que comercializam e quem vem do Brasil inteiro. Apesar da pouca idade, Erisvaldo Amadeu Rodrigues, proprietário, explica que o pai, senhor Amadeu, já tem mais de 30 anos de Ceasa e que ensinou aos filhos cada detalhe na cadeia de compra e venda de hortifruti. Além da constante preocupação com a mercadoria que disponibiliza para venda, Erisvaldo também conta com ajuda de uma nutricionista que, a cada três meses, ministra palestras para conscientizar os funcionários sobre o manuseio de alimentos frescos. “Todo colaborador participa desse treinamento. Dessa maneira conseguimos nos destacar na prestação de serviço”, afirma o atacadista. A seleção dos hortifrutis é realizada no próprio box e o aumento nas vendas de tomates foi tão significativo, que hoje,

ele supera o chuchu. “Tudo o que chega é analisado e separado. Assim, conseguimos manter um padrão e atender diver-

sos tipos de clientes varejistas. Além disso, vendemos tomates gourmet sob encomenda”, destaca.

A trajetória de Elesbão dos Santos Pacheco na Ceagesp é de muito esforço e marcada pelo progresso. Em 1974 ele iniciou suas atividades como carregador, depois se tornou vendedor e exerceu essa função durante três anos. Em 1981 entrou como sócio na atacadista Rio Verde. Oito anos mais tarde abriu a Minas Douradas. Seus maiores clientes são os supermercados e 70% do que é comercializado veem de produção própria. As cidades paulistas de Tietê, Porto Feliz e Capão Bonito abrigam suas produções de tomate, berinjela, pimentão e abobrinha. O restante, Pacheco obtém em parceiras com outros produtores, de São Paulo e Rio de Janeiro. “É um serviço que não para. São 24 horas por dia. Tanto no cultivo, quanto embalando e transportando”, explica o empresário e também comemora o sucesso da lavoura desde o natal, graças às condições climáticas que tem sido favoráveis. A Minas Douradas se preo-

cupa com a qualificação de seus funcionários, pois Pacheco acredita que sem esse tipo de mão de obra, é impossível encontrar, manusear e vender uma boa mercadoria, “em cada roça eu deixo uma pessoa coordenando e orientando o pessoal. É um alimento frágil”, conclui.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

07

Mercado e Produção

PROGRESSO

Santa Cecília moderniza cultivo

Marcos Roberto Finêncio, o Beto, atua na Ceagesp há 18 anos. Ele e mais dois irmãos, seguiram os passos do pai que começou o trabalho no local em 1967, comercializando uva Niágara. Na década de 80, acrescentou vagem e em seguida o tomate. Já em 1995, parou de trabalhar com a uva. “Acredito que o meu pai escolheu tomate por ser uma fruta de alto rendimento. Ele trabalhou com frutas, legumes, gado, madeira, insumos agrícolas e fertilizantes. Cada irmão herdou um segmento. Três ficaram com a parte da Ceagesp, na distribuição de frutas, legumes e cereais’, esclarece Beto, herdeiro e proprietário da Santa Cecília. A empresa comercializa entre 150 e 200 mil caixas de 20 kg por mês e para continuar prosperando, o próximo passo é chegar ao público jovem. Para Beto, eles compram os produtos com boa aparência e bem dispostos nas prateleiras. Além disso, a Santa Cecília aposta em modernização. A atacadista que começou sem nenhum computador, hoje contabiliza mais de cem, dispõe de frete próprio e uma central que classifica o fruto por tamanho e cor. Cultivando no sul de minas e sudoeste paulista, a cadeia

Programação produtiva conta com a tecnologia de georreferenciamento. Beto também contratou uma consultoria de nutrição em plantas para melhorar a produção, o sabor, o calibre da planta e a hora certa de colher. “Eu como tomate todos os dias, e conheço muito bem o gosto. Então, eu mesmo faço a seleção dos melhores e consigo utilizar a curva de absorção. Entendo qual área da produção precisa de mais nitrato de potássio, sulfato de cálcio e outros. Aos poucos, fui aprendendo e contratei a consultoria para me ajudar’’ explica. O empresário, enfrenta algumas dificuldades em efetivar um padrão de manuseio. Algumas máquinas que reduzem

etapas na seleção e otimizam o trato da fruta foram instaladas, mas o custo é alto. Como a mão de obra é essencial, a política é aperfeiçoar e especializar os funcionários. Fiscalizada desde de 1997, a Santa Cecília segue as normas em relação a mão de obra e pesticidas. Desde 2001 as embalagens do tomate já eram de papelão. O desenvolvimento é prioridade para Beto: “Temos que nos modernizar, vender produtos embalados e com código de barras. Muitos não se preocupam com a questão da rastreabilidade. O objetivo é evoluir”, e finaliza: “Eu não vendo tomate. Eu vendo a minha marca. E quero manter a idoneidade da minha empresa”.

Dia 23 de abril de 2013 • 14h: Credenciamento • 15h: Abertura do evento - Coordenador técnico-científico: Paulo César Tavares de Melo - USP/ESALQ - Departamento de Produção Vegetal Piracicaba, SP • 15h: Conferência de abertura - Novas tecnologias e avanços na produção de tomate de mesa sob cultivo protegido • 16h10: Painel 1: - Economia e produção de tomate de mesa no Brasil - Moderador: Luís Eduardo Rodrigues, Presidente ABCSEM, Campinas, SP - Desafios da sustentabilidade econômica do tomate de mesa - Margarete Boteon, CEPEA-USP/ESALQ, Piracicaba, SP - Visão geral do setor de sementes e mudas de tomate - Paulo Sérgio Koch, Sakata Seed Sudamérica Ltda, Bragança Paulista, SP • 18h30: Coquetel Dia 24 de abril de 2013 • 09h: Palestra 1: Vírus do amarelão e murcha-de-fusário raça 3: duas novas ameaças para a tomaticultura de mesa no Brasil - Hélcio Costa, INCAPER, Vitória, ES

• 10h: Palestra 2: Fertirrigação, a chave para ganhos em qualidade e produtividade - Roberto Lyra Villas Bôas, FCA/UNESP, Botucatu, SP • 11h: Palestra 3: Rastreabilidade para o tomate: solução para diferenciação e garantia de segurança - Thomas Eckschmidt, Paripassu, São Paulo, SP • 12h: Almoço • 14h: Palestra 4: Estratégias para alavancar o consumo de tomate de mesa no Brasil - Fábio Hertel, Rede HortiFruti, Vitória, ES • 15h10: Painel 2: - Futuro da tomaticultura de mesa no Brasil - Moderador: Paulo César Tavares de Melo, USP/ESALQ, Piracicaba, SP - Visão do produtor - Edson Trebeschi, Trebeschi Tomates, Araguari, MG - Visão do setor viveirista - Oliveiro Basílio Bassetto Junior, Hidroceres Comercial Agrícola, Estância Hidroceres, Santa Cruz do Rio Pardo, SP - Visão do setor varejista - Hélio Nishimura, Consultor de Frutas, Legumes e Verduras do Grupo Pão de Açúcar, São Paulo, SP - Visão da área de pesquisa • 18h: Encerramento com bate papo e café

EMBALAGEM

Wilak aposta na qualidade do manuseio dos frutos

A Wilak está presente no entreposto paulista há 30 anos e, segundo o vendedor Diogo Ferreira dos Santos, o ritmo é intenso: “Nunca ficamos parados. Estamos sempre captando novos clientes. Não queremos estagnar”. Além de comercializar, a Wilak produz tomate, berinjela, uva Itália, pepino comum, vagem e quiabo nos municípios do interior paulista São Miguel Arcanjo e Piedade. “A produção própria, apesar de trabalhosa, facilita a comercialização”, analisa Diogo, que trabalha na empresa há quatro anos. Para ele, o cultivo do tomate é mais complicado tendo em vista que, em determinadas épocas do ano, a hortaliça perde qualidade e o problema se generaliza. Ainda assim, as variadas demandas propiciam o escoamento daqui-

lo que produzem. Para seguir as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, e do Instituto de Pesos e Medidas, IPEM, um novo rótulo para as embalagens está sendo providenciado. Além disso, todos os funcionários conhecem os produtos e são treinados para manuseá-los corretamente. “Não passamos as mercadorias de uma caixa para a outra virando. Colocamos tomate por tomate dentro de cada caixa”, comenta o vendedor. Os cuidados para não machucar a mercadoria, a seleção e as embalagens de plástico ou papelão são os diferenciais da Wilak. “O nosso box tem bastantes embaladores e é para isso mesmo: selecionar da forma correta, com cuidado e sem pressa”, finaliza.


08

Qualidade

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

09

Tomate para todos os gostos

Principais tipos de tomate produzidos no Brasil CAQUI

CARMEM

DÉBORA

Características: não é

Características: firme, tem boa

Características: é levemente

conservação. Não é tão apreciado por chefs, pois tem sabor pouco acentuado Uso: saladas e com recheio, feito ao forno

achatado nas extremidades, é menos carnudo do que o italiano, tem mais sementes e água Uso: molhos, principalmente, mas também como tomate seco

adocicado, apresenta acidez e frescor inermediários. É firme e tem boa conservação Uso: saladas, pizzas e vinagrete

ITALIANO

HOLANDÊS

CEREJA

Características: é alongado,

Características: menor como

Características: mini

oval, tem polpa sólida, adocicada, com pouca semente. é bastane sensível Uso: mohos, purê de tomate e como tomate seco

variações como Caqui e Débora vem em ramos, como é colhido. Tem baixa acidez e doçura acentuada Uso: saladas, pratos preparados ao forno e molhos

tomate com intenso sabor adocicado e alto teor de água Uso: canapés, saladas e para decorar e finalizar receitas

SWEET GRAPE Características: pequeno, como o cereja, mas em formato alongado. Tem sabor doce e intenso Uso: saladas e também na companhia de peixes e queijos azedos


10

Agrícola

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

ECONOMIA AGRÍCOLA

Preços agropecuários encerram janeiro com queda de 0,24% em SP O IqPR (Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista) encerrou o mês de janeiro em queda de 0,24%, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA/ Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os produtos que registraram as maiores altas foram batata (44,20 %), tomate para mesa (42,46 %), trigo (16,95%) e algodão (5,13 %).Para batata, o final da colheita na região de Itapeva, associado às fortes chuvas que prejudicaram a produção provocaram o aumento do preço do produto. No tomate para mesas, as chuvas geraram perdas de colheita, com impacto conjuntural no abastecimento do produto, elevando seus preços. No caso do trigo, as quebras na última safra, principalmente no hemisfério norte e Argentina, e a valorização do dólar em 2012 elevaram os preços rece-

CÁ ENTRE NÓS

Banana nanica, soja e amendoim influenciam retração do indicador paulista bidos pelos produtores do grão, colocando-o como opção ao milho safrinha nas regiões produtoras em 2013. Estes aumentos já estão sendo repassados no preço da farinha de trigo e, consequentemente, ao consumidor

final pelas panificadoras. A firme demanda pelo algodão no mercado internacional, puxada pelos anseios de ampliação dos estoques oficiais chineses e a maior necessidade de compra do produto pelas

Tempo de fartura Por Manelão O bom Deus ouviu o clamor do povo brasileiro e, antes da conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco, fez chover no sertão nordestino. O cajueiro e o maracujá florirão e o melão aumentará a produção. Haverá fartura na mesa da população. No balanço executado pela contabilidade que atende a Nossa Turma estamos com uma defasagem de R$ 6 mil mensais. Conseguimos suprir essa diferença em dois eventos: a Queima do Alho, que vai ocorrer em 5 de maio, e a rifa que efetuamos com a camisa de um craque são-paulino – um amigo da nossa entidade pede ao melhor goleiro brasileiro da atualidade, Rogério Ceni, que nos oferece ela autografada no final do campeonato. Neste ano, será a camisa número 8, do craque Paulo Henrique Ganso. No fim do ano, fiquei hospitalizado e não consegui arrecadar fundos com a camisa do

jogador. O Banco Itaú e a Fundação Votorantim depositaram no Funcad R$ 170 mil em prol da Nossa Turma, mas, devido aos entraves burocráticos, a entrada desse recurso não tem data para ser creditada em nossa conta. No dia 10 de março, vamos realizar o Bingo da Páscoa, com prêmios maravilhosos: kit mulher bonita com prancha para alisamento de cabelo, secador Arno e maquiagem, geladeira, televisor, microondas, tablet, cesta de ovos e cestas de frutas (que vamos pedir a Frutas Benassi). Como a Lei Seca está pegando, vamos tomar vinho em casa. Um dos prêmios será uma linda adega climatizada para oito garrafas. Na rodada final, primeira cinquina: camisa oficial do Grêmio autografada pelo Elano e seus companheiros de clube. Segunda cinquina: camisa do centro-avante do Vasco da Gama Alex Sandro. Cartela cheia: R$ 1 mil em dinheiro. A nossa diretora financeira,

Luciana Pasini, o nosso diretor de captação de recursos, João Barossi, da Campo Vitória, estão convidando a todos para participar na doação de prendas e trazendo a família para uma tarde agradável. E o mais importante: os convidados vão conhecer de perto o trabalho do espaço Nossa Turma. Quem prometeu que virá jogar bingo e mandará uma prenda é a empresária destaque do ano do ramo imobiliário, Luciana, da Luciana Imóveis, junto com sua amiga de primeira hora, Laura, gerente do Ciesp-Oeste. Aproveitando, a Comitiva Capiau, do nosso amigo Tião da Laranja e da Fabiana Berranteira, foi a campeã da Queima do Alho realizada no dia 3 de fevereiro no Estância Alto da Serra, em Riacho Grande, recebendo o troféu das mãos da dupla Milionário e José Rico. A comitiva ceagespiana agora vai representar a Grande São Paulo na finalíssima do concurso gastronômico em agosto, na Festa do Peão de Barretos.

indústrias têxteis, foram fundamentais para o reajuste dos preços recebidos pelos cotonicultores neste começo de ano. De acordo com os pesquisadores, os produtos que apresentaram as maiores quedas

ECONOMIA

de preços foram banana nanica (-21,01%), soja (-12,92 %) e amendoim (-7,64 %). Para a banana, o clima quente e chuvoso acelerou a oferta do produto, ao mesmo tempo em que a demanda diminuiu com a concorrência de outras frutas de época (verão), provocando a redução do preço do produto. No caso da soja, a perspectiva de safra recorde no Brasil, que deve ultrapassar a produção dos Estados Unidos, e a execução de vendas antecipadas por parte dos produtores apresentam a expectativa de uma grande quantidade do produto no mercado em 2013. É importante enfatizar, contudo, que em comparação com o mesmo período do ano anterior os preços atuais estão aproximadamente 40% maiores. A liberação de estoques de amendoim superou a demanda, provocando a redução dos seus preços.

Vendas atingem novo recorde no ETSP Setor de frutas continua a liderar o volume de comercialização

Pelo décimo ano consecutivo, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo comemora recorde de vendas. Em 2012, o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) comercializou 3,4 milhões de toneladas de frutas, verduras, legumes, flores e pescados, melhor resultado desde 1981. O fluxo financeiro envolvido na comercialização do ETSP em 2012 foi de R$ 5,72 bilhões, o que representa um crescimento de 13,9% com relação aos R$ 5,02 bilhões movimentados em 2011. “Podemos afirmar que mais pessoas tiveram acesso aos produtos comercializados na Ceagesp em razão da elevação da renda e da procura por alimentos mais saudáveis. A maioria dos setores produtivos apresentou, em 2012, boa rentabilidade em razão dos preços mais elevados. Há de se esperar, portanto,

maiores investimentos na produção e a manutenção da elevação do volume comercializado em 2013”, explica o economista da estatal, Flávio Godas. No ETSP, a maior central de abastecimento da América Latina e a terceira maior do mundo, o setor de frutas continua a liderar o volume de comercialização, com 1,79 milhão de toneladas, seguido por legumes, com 875,9 mil t. O setor de alimentos diversos vem em terceiro no ranking de volume, com 398,5 mil t, e, na sequência, verduras (231,3 mil t), flores (56 mil t) e pescados (47,4 mil t). O entreposto da capital recebeu, durante todo o ano de 2012, produtos procedentes de 16 países, 21 estados e 1.450 municípios brasileiros. Ao longo do ano, mais de 25 mil produtores rurais e fornecedores destinaram mercadorias ao ETSP.


JORNAL ENTREPOSTO

11

fevereiro de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

NA FORD CAMINHÕES O IPI ZERO CONTINUA PARA TODA LINHA CARGO.

LINHA CARGO EURO 5. MAIS ENTREGAS POR TANQUE.

VUC

Sinal verde para circulação no centro expandido da capital.

FINAME

TAXA DE

0,25

%

0%

DE ENTRADA

72 MESES DE PRAZO

a.m.

AVERSA

AVERSA ITAPETININGA

CAOA CAMINHÕES

CARUEME

CARUEME JUNDIAÍ

COSTA SUL CAMINHÕES

DIVEPE

FELIVEL

HORIZONTE

NUÑO CAMINHÕES

SOUZA RAMOS

VALE CAMINHÕES

AV. PRIMO SCHINCARIOL, 640 ITAIM ITU - SP TEL.: (11) 4013-8800

AV. PROF. ABRAÃO DE MORAES,888 BOSQUE DA SAÚDE - SP TEL.: (11) 5071-3644

RUA BENEDITA SILVA ROSA, 10 VILA CAROLINA ITAPETININGA - SP TEL.: (15) 3272-9400

ROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURA SOROCABA - SP TEL.: (15) 3237-8090

RODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5 VILA JARAGUÁ SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

RODOVIA MOGI-DUTRA, 1.461 ITAPETI - MOGI DAS CRUZES - SP TEL.: (11) 4791-7720

RODOVIA D. PEDRO I, S/Nº KM 145 NOVA APARECIDA CAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

AVENIDA MARGINAL SUL, 58 TREVO BR 116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRA REGISTRO - SP TEL.: (13) 3828-5050

AV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI, 334 (KM 60 DA ROD. ANHANGUERA) RETIRO - JUNDIAÍ - SP TEL.: (11) 3379-5999

AV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

RUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA) CUBATÃO - SP TEL.: (13) 3365-8890

AV. DR. ROSALVO DE ALMEIDA TELLES, 500 - NOVA CAÇAPAVA CAÇAPAVA - SP TELS.: (12) 3654-7103 (12) 3654-7108

Respeite os limites de velocidade. Linha Cargo, operação Finame, taxa de 0,25% a.m. = 3% a.a., para planos de até 72 meses, com 0% de entrada e carência de 180 dias para micro, pequenas e médias empresas (pessoas jurídicas). Operação BNDES Finame PSI na Sistemática Convencional. O plano BNDES Finame PSI é financiado com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, circulares e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições estão sujeitas a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para vendas via estoque do Distribuidor até 30/06/2013 ou enquanto durarem os estoques. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenção ou qualquer outro serviço prestado pelo Distribuidor. Sujeito a aprovação de crédito. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S.A. As condições financeiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela financeira.

DIVEPE

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS S. BERNARDO DO CAMPO - SP TEL.: (11) 3504-8600


12

Agronegócio

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Pesquisa e crédito influenciam alta da produtividade agropecuária Lavouras brasileiras estão entre as que mais têm crescido no mundo, puxando o aumento da produção mundial O Brasil e a China são os principais mercados que mais aumentaram a produtividade agropecuária entre os anos de 2001 e 2009. É o que mostrou um recente estudo de técnicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No caso brasileiro, estudos apontam que fatores como a pesquisa, o crédito agrícola e as exportações influenciam diretamente esse crescimento. A análise é da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), elaborada a partir de pesquisas realizadas no Brasil e no exterior. O levantamento leva em conta a Produtividade Total dos Fatores (PTF), cálculo feito a partir da divisão entre tudo o que é produzido nas lavouras e na pecuária sobre os insumos utilizados no campo (entre os quais trabalhadores rurais, máquinas agrícolas, defensivos e fertilizantes). De acordo com o estudo, o aumento de 1% nos gastos com pesquisa é responsável por um crescimento da PTF de até 0,35% em 10 anos, enquanto o acréscimo de 1% nos

desembolsos do crédito rural (custeio, investimento e comercialização) eleva esse índice em 0,25% e o impacto das exportações em 0,14%. “A produtividade de um país deve ser alta para tornar o produto competitivo no mercado internacional, o que explica as exportações como um fator relevante sobre os acréscimos no PTF,” explica o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques. O crédito agrícola no Brasil aumentou de R$ 17,9 bilhões concedidos em 2001 para R$ 75,1 bilhões em 2009, alta de 319,5%. Já as exportações agropecuárias brasileiras tiveram acréscimo no período de 171,8%, passando de R$ 23,8 bilhões para R$ 64,7 bilhões. Outros indicadores apontam melhorias nas rodovias, telecomunicações, irrigação e energia elétrica como fundamentais, além da mudança na qualidade dos insumos; deslocamento da produção para novas regiões do Norte, Centro Oeste e Centro Nordeste; e por 69,2% do perfil das pessoas ocupadas nos campos estarem na faixa etária entre 15 e 49 anos.

Brasil em destaque Os dados levantados pelo Ministério da Agricultura baseiam-se na obra “Crescimento da Produtividade na Agricultura: Uma Perspectiva Internacional” (Productivity Growth in Agricul-

ture: An International Perspective), que analisa a elevação da produtividade agrícola em 156 países, inclusive o Brasil. O crescimento do Brasil quanto à produtividade total dos fatores foi de 4,04% na década 2001-2009, enquanto a taxa mundial foi de

1,84%, no período. “Brasil e China são os que mais têm elevado a produção e a produtividade, entre as maiores economias do mundo. Esse fato é atribuído aos pesados investimentos em pesquisa e extensão feitos por ambos os países”, destaca Gasques.

Financiamentos de máquinas e equipamentos alcançam R$ 4,7 bi Resultado representa 78,4% dos recursos disponíveis para a safra 2012/13

O total de empréstimos para aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem alcançou R$ 4,7 bilhões entre julho e dezembro de 2012, alta de 41% em relação ao mesmos meses de 2011. Os valores são referentes aos financiamentos adquiridos por meio do Progra-

ma de Sustentação do Investimento (PSI-BK). No ano passado, a taxa de juros dessa modalidade reduziu de 5,5% para 2,5% ao ano, o que influiu no resultado positivo dos últimos meses. A expectativa para 2013 é que os financiamentos continuem em alta. A taxa entre janeiro e junho será de 3%, aumentando para 3,5% ao ano entre julho e dezembro deste ano. A medida surtiu efeito direto no setor de máquinas agrícolas, que cresceu 6,2% no ano

passado em relação a 2011. Ao todo, foram vendidas quase 70 mil unidades, número que não era alcançando desde a década de 1970, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A expectativa para 2013 é de novas altas, entre 4% e 5%. A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

O governo federal definiu em até R$ 50 milhões a aplicação de recursos para garantir a sustentação de preço da laranja produzida na safra de 2012 em São Paulo e Minas Gerais. A medida foi publicada em 24 de janeiro no Diário Oficial da União (DOU) pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) e da Fazenda (MF). A regulamentação faz parte da política de garantia de preço mínimo ao produtor por meio de leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), visando apoiar a comercialização de laranja no mercado interno. Anteriormente, o governo já havia definido a prorrogação do valor mínimo da caixa de 40,8 kg em R$ 10,10 até o dia 28 de março deste ano. No ano passado, 26 milhões de caixas do produto foram arrematadas em 16 pregões, beneficiando 1,7 mil produtores. De acordo com o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, com o anúncio de mais recursos, a expectativa é que sejam comercializadas mais 12 milhões de caixas. O governo federal ainda adotou outras medidas em 2012 para auxiliar o setor, como a prorrogação de dívidas dos produtores de laranja e da Linha Especial de Crédito. Outra política de apoio foi a criação da linha de manutenção de pomares, com limite de R$ 150 mil, juros de 5,5% ao ano e prazo para pagamento de até cinco anos. O ano de 2012 foi difícil para o cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais. Com uma boa safra, estimada em 365 milhões de caixas de laranja e elevados estoques de sucos, muitos produtores ficaram sem mercado para suas frutas e os preços pagos despencaram para patamares entre R$ 6 e R$ 7 por caixa. Leilões A diferença entre PEP e Pepro está em quem participa como arrematantes dos prêmios. O PEP é concedido pelo governo à agroindústria ou cooperativa que adquire o produto pelo preço mínimo diretamente do produtor rural e transporta para região com necessidade de abastecimento. No Pepro, são os próprios produtores que participam do processo de arremates.

13

Agrícola

fevereiro de 2013

POLÍTICA AGRÍCOLA

Governo garante até R$ 50 mi para comercialização da laranja Medida deve apoiar comercialização de 12 milhões de caixas do produto

Elimine os focos do mosquito da dengue. Fique atento aos locais que podem acumular água:

MANTENHA A CAIXA D’ÁGUA FECHADA

MANTENHA A LIXEIRA FECHADA

NÃO DEIXE ÁGUA ACUMULADA SOBRE A LAJE

MANTENHA AS CALHAS LIMPAS

E não se esqueça: se sentir febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas, pode ser dengue. Procure uma unidade de saúde.

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

Anuncio Revista_21x28.indd 2

12/3/12 4:17 PM


14

Floricultura

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

ARTIGO

Balanço do comércio exterior da floricutlura brasileira em 2012 Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

Em 2012, os resultados das exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais confirmaram o ciclo de retração recentemente experimentado pela floricultura nacional, decaindo 7,76% em relação ao total vendido ao exterior em 2011, fechando no valor global de US$ 26,01 milhões. Tal fato continua refletindo o contexto econômico-financeiro recessivo prevalecente nos principais mercados importadores mundiais, o qual – deflagrado a partir do último trimestre de 2008, com a crise imobiliária dos EUA – permanece determinando reduções globais na demanda pelos produtos da floricultura. No período de 2000 e 2008, o País viveu um processo ininterrupto de obtenção de recordes sucessivos nos embarques de flores e plantas para o exterior, tendo elevado seus resultados de US$ 11,97 milhões, em 2000, para 35,5 milhões, em 2008. Tal performance encontra justificativas em várias condicionantes favoráveis então ocorrentes, entre as quais cabe destacar os esforços promocionais, técnicos e organizacionais alcançados pelo FloraBrasilis – Programa Brasileiro de Exportação de Flores e Plantas Ornamentais, que resultou de parceria entre a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX-BRASIL e órgãos de representação setorial dos produtores e exportadores no setor da floricultura, como o Ibraflor e o Instituto Agropólos do Ceará, além de empresários de diferentes regiões do País. Porém, a partir do final de 2008, com a deflagração e posterior acirramento da crise econômica internacional, os resultados anuais não puderam se sustentar nos patamares conquistados e os valores exportados iniciaram uma trajetória descendente que se prolonga até os dias atuais. Cabe ressaltar, contudo, que uma das principais características estruturais do setor exportador da floricultura brasileira – qual

seja o de se concentrar essencialmente na comercialização de material de propagação vegetal destinado a produtores internacionais de flores e plantas e não diretamente à venda para consumidores finais – tem garantido uma relativa suavidade no processo decrescente das vendas no mercado mundial. Em 2012, os principais grupos de produtos setoriais exportados pelo Brasil foram o dos bulbos, tubérculos, rizomas e similares em repouso vegetativo (55,93%), seguido pelos das mudas de plantas ornamentais (33,84%). Outros grupos de flores e plantas ornamentais, focados no consumo final, mantiveram tendência de perda de expressão financeira na balança comercial. Assim, as exportações de rosas e seus botões frescos representaram apenas 0,12% das vendas brasileiras no mercado internacional, enquanto que as de outras flores frescas e seus botões – que incluem lisianthus, gérberas, lírios, antúrios e outras flores tropicais – somaram participação relativa de apenas 0,51%. Balança comercial da floricultura brasileira

Em 2012, a balança comercial da floricultura brasileira mostrou saldo negativo de US$ 13,468 milhões, sendo que os

valores das importações foram 51,78% maiores do que os das exportações. Vale observar que no período do auge do crescimento das exportações brasileiras, entre 2006 e 2008, a balança era superavitária e as importações equivaliam a apenas um terço dos valores exportados. Os principais grupos de mercadorias adquiridos internacionalmente pelo Brasil foram os de bulbos, rizomas, tubérculos e similares, destinados à propagação vegetativa – tanto para produção para consumo doméstico, quanto para re-exportação (25,02%) –, bem como os das mudas de orquídeas (22,47%), de mudas de outras plantas (19,39%) e de outras plantas ornamentais (10,32%). Observa-se que as mudas de orquídeas importadas pelo Brasil da Holanda (67,10%), Tailândia (28,28%) e Japão (4,61%), tiveram forte destaque no período analisado, denotando o intenso crescimento da base produtiva e do consumo dessas flores no mercado doméstico. Somaram, em 2012, US$ 8,870 milhões, com um aumento de 31,47% em relação ano anterior. Porém, neste caso, não são considerados materiais para a propagação vegetal, mas, sim, para a produção comercial de plantas para consumo final, especialmente importantes nos ascendentes

mercados de Phalaenopsis, Cymbidium e Vandas, entre outras espécies. Em relação ao comportamento observado em anos anteriores, destacou-se a expansão das importações de produtos já prontos para o consumo como as rosas de corte frescas, as quais chegaram a representar 15,39% da pauta global de importações, com crescimento de 6,29% sobre o desempenho de compras do ano anterior. Além delas, outras flores cortadas em geral agregaram 5,45% de participação, com aumento de 11,80% sobre 2011. O fenômeno da expansão das importações de flores cortadas frescas no período justifica-se pelo conjunto de indicadores favoráveis observados na economia brasileira no tocante à expansão dos níveis de emprego, ocupação e renda, além da estabilidade econômica experimentada pelo País, que vem sustentando um consumo aquecido e mais diversificado dessas mercadorias. Em 2012, as vendas observadas nas duas principais datas de consumo (Dia das Mães e Dia dos Namorados) comprovaram a disposição intensificada dos brasileiros em presentear com flores, permitindo que parcelas crescentes de produtos importados convivessem harmoniosamente com a produção nacional no suprimento do mercado.

Além disso, cabem destacar dois fatores que vêm colaborando para essa performance importadora. O primeiro deles é o fato de que países vizinhos de economia florícola essencialmente focada no mercado internacional – especialmente Equador e Colômbia – sofrem mais intensamente os efeitos perversos da recessão global e seus produtos encontram-se mais fartamente disponíveis e acessíveis para o consumo brasileiro. Em segundo, destaca-se a valorização cambial do real que vigorou em 2012 e que favoreceu o ingresso de mercadorias estrangeiras. Em 2012, os países supridores do mercado brasileiro de rosas frescas cortadas foram: Equador (50,40%), Colômbia (49,37%), e Holanda (0,23%). Para as demais flores frescas – que incluem principalmente alstroemérias, entre outras espécies – as importações foram provenientes da Colômbia (55,32%), Equador (43,41%) e Holanda (1,27%). A Colômbia respondeu, ainda, por 100% das importações brasileiras de cravos e seus botões. A análise completa sobre os resultados do comércio exterior da floricultura brasileira em 2012 foi elaborada e publicada pela Hórtica Consultoria e Treinamento no Boletim “Contexto & Perspectiva”, de janeiro 2013, e encontra-se disponível em http://www.hortica.com. br/artigos/2012_Balanco_do_ Comercio_Exterior_da_Floricultura_Brasileira.pdf * Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/ IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


Respeite a sinalização de trânsito.

Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

15

Agrícola

CLUBE VANTAGENS

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

CHEQUE BÔNUS

INFORMATIVO SMS

Sua compra vale prêmios trocados na hora

Descontos para recapagens no mês do seu aniversário

Vales descontos em produtos e serviços

Aviso de garantias e novidades em seu celular

Você pode ganhar até R$ 300,00 em descontos, promoções e muito mais.

Consulte critérios e condições na loja.

JORNAL ENTREPOSTO


16

Qualidade

O Projeto Jaíba é uma das maiores áreas irrigadas do mundo, servidas pelo Rio São Francisco no norte do Estado de Minas Gerais. A sua operação começou com o assentamento das primeiras famílias de irrigantes no final da década de 80. Um dos seus financiadores foi oJapan Bank for Internacional Cooperation- JICA. A produção agrícola de Jaíba (municípios de Jaíba e Matias Cardoso) cresceu muito nos últimos anos assim como a participação da região no abastecimento das ceasas brasileiras. Uma avaliação das consequências dos investimentos da JICA na região de Jaíba mostrou que a dificuldade de comercialização éum dos principais entraves ao crescimento local. O resultado foi umprojeto de três anos, tendo como meta o fortalecimento da competitividade dos pequenos e médios produtores do projeto, resultado de uma parceria da JICA com o Governo de Minas - ‘Projeto para Desenvolvimento de Capacidade para Práticas Pós-Colheita e de Marketing na Região de Jaíba’, a partir do início de 2011. O ‘Encontro de Avaliação de Safra’ é uma das atividades do projeto, que reúne produtores, comerciantes, embaladores, técnicos da produção e do mercado, instituições de governo que atuam na região de produção, associações e cooperativas de produtores, outras entidades como SEBRAE, SENAR. É o momento de analisar o presente e de preparar o futuro, o que exige a compreensão com clareza dos principais problemas e desafios de cada cultura, na produção e na comercialização, e a definição de estratégias de melhoria da competitividade e sustentabilidade. O ‘Primeiro Encontro de Avaliação de Safra’ do ‘Projeto para Desenvolvimento de Capacidade para Práticas Pós-Colheita e de Marketing na Região de Jaíba’, aconteceu nos dias 21 e 22 de janeiro de 2013. Técnicos especialistas ajudaram a retratar a atual situação na produção e no mercado, os seus principais problemas e desafios. Não existem dados estatísticos confiáveis de área e da produção de manga no Jaíba. O último levantamento foi feito pela ABANORTE em 2004 e mostrou uma área de plantio de 2.573 hectares. As informações coletadas pela Seção de Economia e Desenvolvimento da SEDES da Ceagesp ilustram bem o comportamento exuberante da manga na Região de Jaíba, na ceasa de São Paulo. Aqui estão algumas informações de comercialização (Ceagesp), de destino (IMA) e da produção.

A manga no Norte de Minas

cípios Jaíba e Matias Cardoso é de Palmer (95%). O estudo da sazonalidade da oferta de manga na Ceagesp em 2012 mostrou como meses de maior oferta de manga (50% do volume) - outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. A oferta de Jaíba não acontece nos meses de janeiro, fevereiro, dezembro, sendo muito pequena em novembro. A participação da região de Jaíba foi maior que 4% no fornecimento de manga da Ceagesp paulistana em maio, junho, agosto e outubro, meses de baixa oferta. O destino predominante da manga da região de Janaúba em 2012, que inclui Jaíba e Matias Cardoso, registrado pelo IMA, instituto responsável pela defesa agropecuária em Minas Gerais, é o estado de São Paulo, com 47% das 1.075 cargas de manga que passaram pela inspeção do IMA,seguido por Minas Gerais (30%), Rio de Janeiro (13%), Distrito Federal (5%) e outros seis estados brasileiros. Produção

O consultor Moacir Brito Oliveira, com grande experiência na cultura e na região fez a apresentação sobre a produção de manga e aqui estão algumas das suas valiosas informações. • O tempo entre uma colheita de manga e outra é de 270 dias.

VESTIBULAR 2013 Ainda há tempo de você cursar uma faculdade!

AGENDE SUA PROVA

Música Faculdade Cantareira - São Paulo

Administração

Faculdade Cantareira - São Paulo

Publicidade e Propaganda Faculdade Cantareira - São Paulo

Comercialização

A oferta de todas as origens na Ceasa de São Paulo cresceu 28% entre2007 e 2012, quando chegou a 102.320 toneladas. O crescimento do volume, registrado entre 2011 e 2012, foi de 1%. A oferta dos municípios de Jaíba e Matias Cardoso cresceu 2,6 vezes entre 2007 e 2012. A participação % destes municípios na oferta total de manga na Ceagesp paulistana evoluiu de 1,27% em 2007 para 2,61% em 2012 e o seu volume cresceu 19% entre 2011 e 2012. A variedade Palmer já responde por 41% do volume total de manga comercializado naCeasa de São Paulo e a sua participação está crescendo. A quase totalidade da manga enviada pelos muni-

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Destino

atelier de comunicação

Anita de Souza Dias Gutierrez Claudio InforzatoFanale Gabriel Vicente Bitencourt de Almeida Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

fevereiro de 2013

Últimas vagas, bolsas de estudo e descontos Informe-se com o Processo Seletivo

Administração • Agronomia • Direito Música I Licenciatura • Publicidade

100% de aprovação pelo MEC

www.cantareira.br Rua Marcos Arruda, 729 11 2790-5900

• O período de indução da floração vai dos 145 até 175 dias da colheita, quando começa a floração que vai até 200 dias da colheita anterior. .O período de crescimento dos frutos é de 50 dias – 220 aos 270 dias da colheita anterior. A queda fisiológica dos frutos acontece no período entre 200 e 220 dias.

• A produtividade de uma lavoura de manga em plena produção é menor quando a produção acontece no 1º semestre (20 toneladas por hectare) que no 2º semestre (30 toneladas por hectare), que tem um custo de produção de R$ 10.000,00 por hectare.

• Um dos principais problemas é o colapso interno, que pode ser prevenido pelo manejo cuidadoso da nutrição mineral.

Os produtores de manga de Jaíba contam com uma situação privilegiada de produção – solos planos, irrigação, clima quente e estanque – chuvas concentradas em alguns meses, insolação alta. A produção e a rentabilidade dos produtores em 2012 foi boa. A produção de 2013 já enfrenta problemas. Temperaturas muito altas, superiores a dos anos anteriores no período de indução floral levaram ao aborto do tubo polínico, o que impede a fecundação dos gametas femininos pelos masculinos. Alguns produtores de Jaíba estão prevendo que cerca de 50% da produção será de manguitos. O manguito é uma fruta pequena, formada pelo desenvolvimento do ovário não fertilizado. Ele deve ser descartado da planta para não concorrer com os frutos provenientes de flores fecundadas. A produção de manga de Jaíba no ano de 2013 vai diminuir.A perspectiva é de menor produção e de frutos maiores e mais coloridos.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

17

Qualidade

fevereiro de 2013

GARANTIA

SUSTENTABILIDADE

A perda de água das frutas e hortaliças

Produção integrada de gengibre, inhame e taro será regulamentada

Sabrina Leite Oliveira Engenheira-agrônoma Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O INMETRO exige que todo alimento embalado apresente a identificação do seu peso líquido. O alto conteúdo de água e o metabolismo intenso das frutas e hortaliças frescas fazem da garantia do peso líquido um grande desafio. A perda de peso em frutas e hortaliças é quase que exclusivamente perda de água, resultando em perdas quantitativas (peso), qualitativas (aparência) e nutricionais. A colheita interrompe o fornecimento de água aos tecidos levando a perda subsequente de água por transpiração. Essa perda está diretamente relacionada à temperatura, umidade e velocidade do ar, além de fatores inerentes ao produto, como relação superfície-volume, natureza da superfície protetora e integridade física. O murchamento e o enrugamento são os sintomas visíveis da perda de água e mais citados. Outros sintomas como perda de brilho, de frescor, maior suscetibilidade a doenças pós-colheita são menos citados, mas igualmente importantes. A tabela a seguir apresenta dados de perda de água e de peso em produtos hortícolas registrados por diversos pesquisadores, submetidos a diferentes ambientes e dias de armazenamento e a grande variação na %de perda de água. É bom lembrar que as nossas condições de temperatura e umidade relativa e de comercialização são mais propícias à perda de água que as dos estudos citados. As medidas mais comuns de prevenção para retardar a perda de água durante o armazenamento e a comercialização são a redução do manuseio e dos danos na colheita e na pós-colheita, a redução da temperatura, a elevação da umidade do ar e a adição de barreiras protetoras que reduzam o movimento de vapor de água para o exterior do produto. Cada produtor e comerciante precisa entender o processo de perda de água do seu produto de diferentes origens, sob diferentes ambientes, calcular o custo-benefício da adoção de medidas que diminuam a perda de água e se preparar para garantir o peso líquido do seu produto, segundo as exigências da lei.

Programa iniciado em 2001 prevê o uso de tecnologias que aumentam a competitividade

Produto

Temperatura (°C)

Umidade relativa do ar (%)

Dias de armazenamento

Perda de água (%)

Amora preta Agrião Aipo Alface Alho-poró Ameixa madura Amora Aspargo Atemóia Banana Banana Prata Banana, verde Batata Batata doce Berinjela Beterraba Beterraba com folhas Brócolos Cebola Cenoura Cenoura com folhas Cereja Couve de Bruxelas Couve-flor Espinafre Framboesas Goiaba Jabuticaba Jiló Laranja Pera Maçã Mamão Formosa Mandioca Mandioquinha salsa Manga Manga Tommy Maracujá amarelo Maracujá doce Melão Charentais Melão Pele de Sapo Milho doce Morango Nabo Pepino Pera Pêssego Pimentão Pitanga Quiabo Repolho Ruibarbo Sapoti Tomate Tomate

25 ± 2,0 15 15 15 15 5 10 10 24,8 ± 1,0 12,5 18-19 11-13 10 08-10 15,5 20 ± 1 15 15 10 10 15 5 ± 0,5 15 15 15 10 8-10 5 21-28 22 ± 1,0 0 27 0-2 24 06-07 21 ± 2 20 ± 5 12 25 ± 2 25 ± 1 15 12 10 15 0 10 22 ± 1 8,0 ± 1,0 10 10 10 02-03 10 25

80 ± 5 45-65 45-65 45-65 45-65 80 60-75 60-75 65 90 85 85-90 84 89 90 60-70 45-65 45-65 60-75 60-75 45-65 90-95 45-65 45-65 45-65 60-75 85-90 85-90 46-48 80 ± 2,0 85-90 70 80-90 78 85-90 67 75 ± 10 90 72 ± 2 78 ± 2 45-65 78 ± 3 60-75 45-65 85-92 80-85 70-98 90-95 95 60-75 60-75 85-90 60-75 65

3 1 1 1 1 1 1 1 3 1 3 1 1 1 1 6 1 1 1 1 1 10 1 1 1 1 1 5 0,87 3 1 12 1 1 1 7 3 4 11 8 1 10 1 1 1 1 2 5 3 1 1 1 1 2

20,0 35,0 2,8 7,5 0,9 0,1-0,2 0,5 3,6 13,0 0,1 1,8 0,3 0,1-0,3 0,6 0,1 10,0 1,6 7,5 0,0 1,9 2,8 1,5 2,8 1,9 11,0 2,5 0,3 1,5 1,0 2,7 0,03-0,09 4,5 0,8 1,0 0,1 7,0 3,8 2,2 9,0 6,0 1,3 15,0 1,1 0,4 0,1 1,3 4,3 3,2 8,0 0,1-1,0 2,3 0,3 0,1 0,5

Ainda neste ano, os produtores das cadeias de gengibre, inhame e taro que optarem pela certificação de produção integrada terão uma norma regulamentada. A elaboração dessas regras será feita por meio de uma comissão técnica, instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) é um sistema baseado na sustentabilidade ambiental, segurança alimentar, viabilidade econômica e rastreabilidade de todas as etapas produtivas. O programa, iniciado em 2001, prevê a inserção de tecnologias que propiciem a certificação e elevem a competitividade dos produtos. Além disso, diminui o emprego de agrotóxicos e fertilizantes, reduzindo o custo da produção. A adesão à iniciativa é voluntária, porém, o produtor que optar pelo sistema terá de cumprir rigorosamente as orientações estabelecidas. O Ministério é responsável pela publicação das normas, enquanto as certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) fazem as auditorias e emitem o selo do programa. Selo garante sustentabilidade

Todo produto certificado pela produção integrada deverá ter um selo de identificação da conformidade. A presença dele garante que o produto é sustentável, respeita o trabalhador rural e é um alimento seguro. O produtor é obrigado a fazer a análise de resíduos antes de receber o selo e chegar ao supermercado. Por isso, ao adquirir um alimento identificado, é certeza de produto saudável e protegido. Técnicos do Mapa trabalham na região de Alagoas e Espírito Santo desde o ano de 2007 disseminando a PI Brasil. Realizam reuniões temáticas, orientam o agricultor sobre as suas vantagens, entre elas a de agregar valor para a sua produção.


18

Qualidade

JORNAL ENTREPOSTO

fevereiro de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

frutas verdes, que apodrecem durante o processo de amadurecimento. Estudos mostram que no caso do mamão Havaí, a perda pode chegar a 75%. É bom lembrar que o produtor colhe a fruta verde, atendendo o pedido do comprador. A fruta verde aguenta pancadas e maus tratos e vai apodrecer na casa do consumidor, o cliente que precisamos agradar para sobreviver.

• Financiamento da adequação do veículo às exigências da lei

DESPERDÍCIO

Perdas: problemática e solucionática

inadequado na colheita, embalamento e transporte para a seleção são causas importantes de batidas, ferimentos, que aceleram o metabolismo e permitem o desenvolvimento de microorganismos oportunistas, prejudiciais ao produto e muitas vezes aos consumidores. Estudos com pêssego, morango e citros mostraram que a maior parte do desenvolvimento de podridões é causada por microorganismos oportunistas.

2. No barracão de classificação com o descarte de produtos inadequados para a comercialização in natura: muito maduros ou imaturos, defeituosos, muito pequenos, aparência ruim, início de deterioração. O manuseio inadequado na seleção e embalamento são causas importantes de batidas e ferimentos (manuais e pela máquina), que aceleram o metabolismo e permitem o desenvolvimento de microorganismos oportunistas, prejudiciais ao produto e muitas vezes aos consumidores.

Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Todos os anos a perda é pauta de jornais, revistas, televisão, escolas. As Ceasas de todo o Brasil são caracterizadas como locais onde grandes desperdícios acontecem. Não existem levantamentos que quantifiquem as perdas de frutas e hortaliças frescas. Alguns números absurdos, repetidos exaustivamente, são de artigos antigos feitos a partir de um único produto, e tratados como verdade absoluta para todos, em todas as situações. Sempre ficamos na problemática e não avançamos na solucionática. Aqui estão as propostas do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp para a pre-

venção das perdas da produção ao consumo de frutas e hortaliças frescas. As perdas na cadeia de valoração dos produtos hortícolas frescos acontecem:

1. Na lavoura, durante o processo de produção e na colheita com o descarte dos produtos inadequados para a comercialização in natura. O controle inadequado de pragas e doenças, a ocorrência de granizo, a falta de polinização ou de poda adequada são causas de perdas pós-colheita na produção no atacado, no varejo e no consumidor. O manuseio

3. Nas centrais de abastecimento temos dois tipos de perdas: a que vai para o lixo e a perda de valor do produto, de difícil mensuração. A quantificação de perda que vai para o lixo é feita com a pesagem do lixo, na maioria orgânico. A fragilidade comercial do produtor faz com que as perdas sejam transferidas para ele e quem muitas vezes sejam aumentadas, para o aumento do lucro do comerciante. O transporte e manuseio inadequados são causas de batidas e ferimentos, descarte e perda de valor do produto. 4. O sistema de exposição do supermercado pode destruir todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria do produto. Ele despeja o produto na gôndola, perde a sua rastreabilidade, mistura diferentes produtos. As perdas, que eles conseguem identificar as causas, segundo os supermercados giram em torno de 7%. Uma perda importante em todo o processo, pouco considerada, é a perda de água. Um produto com 90% de água é colocado num ambiente de 35% de Umidade Relativa, sem possibilidade de absorção de água.

5. A perda no consumo é grande. O consumidor compra

A prevenção de perdas exige articulação com todos os agentes de produção, de comercialização e de consumo. Algumas medidas devem ser tomadas: 1. Criação de um código comercial para a comercialização de produtos perecíveis frescos

• Estabelecimento dos direitos e responsabilidades de cada agente da produção ao consumo • Criação de um sistema de arbitragem rápida para a solução de atritos comerciais • Criação de um cadastro de agentes de comercialização

• Pagamento de estacionamento por tempo de permanência no atacado • Diminuição do tempo de compra no atacado

• Exigência de obediência à lei de transporte de alimentos 4. Na central de abastecimento

• Melhoria de infraestrutura de transporte, recebimento, armazenamento e exposição • Capacitação de todos os agentes – carregadores, funcionários e gerentes das empresas

•Premiação pela unitização de carga • Promoção do mercado visando o crescimento das vendas

• Exigência de obediência à lei de comercialização de alimentos 5. No varejo

2. Na produção

• Exigência de obediência á lei

• Estudo das perdas na lavoura e suas causas

• Financiamento para a melhoria da infraestrutura de colheita, classificação, embalamento, armazenamento e transporte • Capacitação dos produtores, seus funcionários, seus transportadores • Incentivo à criação de barracões de classificação geridos por grupos de produtores ou terceiros

• Incentivo à unitização da carga e refrigeração

• Cadastro municipal dos transportadores e dos agentes de comercialização locais 3. No transporte

• Exigência de obediência á lei

• Capacitação dos motoristas e transportadoras

• Exigência de obediência à lei de rotulagem, embalagem, proteção • Campanha de adoção do Manuseio Mínimo

• Capacitação dos gerentes e funcionários

• Financiamento para a melhoria da infraestrutura de transporte, recebimento, armazenamento, codificação e exposição • Pagamento de estacionamento por tempo de permanência no atacado • Diminuição do tempo de compra no atacado 6. No consumo

• Investimento nas escolas, através do desenvolvimento de material de apoio para as professoras, sobre os produtos hortícolas frescos e visando a aproximação do aluno da produção hortícola, como o projeto Escola do Sabor da Ceagesp.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

Qualidade

19

PROJETO ESCOLA DO SABOR

A Escola do Sabor, a couve e a couve-flor Leticia Ferreira Estagiária de Nutrição do Centro de Qualidade em Horticultura

O Projeto Escola do Sabor tem o objetivo de aproximar as crianças da agricultura e aumentar a aceitação de frutas e hortaliças na alimentação escolar através da utilização de uma metodologia lúdica: brincadeiras, músicas, joguinhos, atividades pedagógicas, plantio e a degustação de diferentes receitas. A mandioca, a beterraba, o chuchu, a goiaba, a batata-doce, a acelga (couve-chinesa), a berinjela e a vagem são produtos que já foram estudados e introduzidos na alimentação das crianças, assistidas pela Associação de Apoio á Infância e Adolescência Nossa Turma. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp disponibilizará, em breve na internet, todo o material já desenvolvido para que nutricionistas, profissionais da educação ou qualquer pessoa interessada possa adotar a metodologia e utilizar todo o material desenvolvido. O projeto foi apresentado com sucesso no I Encontro de Experiências Bem Sucedidas em Alimentação Saudável, promovido pela Secretaria do Estado da Saúde em setembro de 2012 no Estado de São Paulo. Os produtos objeto de trabalho para o primeiro semestre de 2013 são a couve e couve-flor. A couve (Brassicaoleraceavar.acephala DC.)e couve-flor (Brassicaoleracea var. botrytis L.) pertencem à família Brassicaceae, a mesma do brócolis, repolho, rabanete, rúcula. Na composição da couve e couve-flor existe boa quantidade de fibras, vitamina C, vitamina B3, potássio, ferro, cálcio, fósforo e carotenoides, componentes importantes para auxiliar o trânsito intestinal, melhorar os níveis de glicose e colesterol no sangue, prevenir envelhecimento precoce, promover bom funcionamento dos vasos sanguíneos, músculos, glândulas, manter a saúde de ossos e dentes e melhorar a resistência do organismo contra doenças. A introdução da couve e da couve-flor na alimentação escolar, segundo a metodologia da Escola do Sabor, permitirá que as crianças conheçam como e onde elas são produzidas, como são comercializadas, e de interagir com o produto, sua cores, sabores, texturas,estimulando seu consumo e consequentemente promovendo uma alimentação saudável.


20

Agrícola

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

SANIDADE VEGETAL

Estudo aponta benefícios econômicos no controle do cancro cítrico Trabalho acadêmico evidencia elementos que permitem comparar as possíveis alternativas de prevenção e controle da doença O setor citrícola nacional erradica plantas contaminadas com o cancro cítrico desde quando foi identificado pela primeira vez no Brasil, em 1957. “O cancro tem uma disseminação mais limitada, de modo que a erradicação mostra-se mais eficiente. A eliminação de plantas dentro de um raio de 30 metros ao redor da planta sintomática, quando a incidência no pomar é menor que 0,5%, é suficiente”, aponta Armando Bergamin Filho, docente do Departamento de Fitopatologia e Nematologia (LFN), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq). No entanto, a partir de 2009, o governo decidiu parar com a obrigatoriedade da erradicação de todas as plantas nos talhões com incidência superior a 0,5% de plantas contaminadas com o argumento de que a doença estava sob controle. Os efeitos dessa relevante mudança na política paulista de controle da doença já são sentidos e, em apenas três anos, o cancro teve sua incidência aumentada em 893% nos pomares do estado. Com objetivo de analisar os benefícios econômicos de manter o cancro cítrico sob controle, André Sanches, economista, pós-graduando em economia aplicada na Esalq, avaliou a magnitude dos prejuízos evitados com a prevenção e/ou controle da doença em cenários de curto, médio e longo prazos. O trabalho teve orientação de Silvia Helena Galvão de Miranda, professora do departamento de Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) e evidenciou elementos que permitem comparar as possíveis alternativas para garantir a sustentabilidade econômica da atividade em São Paulo. O projeto teve duração de dois anos, de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, e contou com o apoio técnico e financeiro do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) para o

desenvolvimento da pesquisa. “O projeto foi todo conduzido na Esalq, mas foram realizadas reuniões entre pesquisadores e profissionais do setor citrícola, entre eles produtores e consultores, bem como visitas a pomares em regiões que vivem o problema do cancro. O objetivo dessa interação com o setor foi tornar os parâmetros adotados nas simulações mais próximos possíveis do que, de fato, é observado no campo”, explica o autor. Neste estudo, foram considerados custos com a inspeção e a erradicação das plantas contaminadas. “Como alguns produtores já adotam pulverização do pomar com cúpricos, esta também foi adicionada como componente dos custos de manejo da doença. Um custo adicional ao setor produtivo não considerado neste trabalho é o do replantio das plantas cuja suscetibilidade à doença é mais elevada, as chamadas variedades precoces, cuja produção é inviável num cenário de convívio com a doença”, reforça Sanches. Estima-se que, atualmente, 20% do parque citrícola paulista é composto por variedades precoces.

Médio e longo prazo A questão do horizonte de tempo avaliado mostrou-se fundamental no processo de tomada de decisão em investir na prevenção e controle da doença, ou assumir um cenário de manejo, pois a relação benefício-custo de manter o controle do cancro apresentou diferença expressiva com relação ao cenário doença em expansão, quando avaliado no médio e longo prazos. “As relações benefício-custo para as situações de prevenção e controle são significativamente superiores comparadas às do cenário do cancro em plena expansão (sem controle) quando se consideram mais anos de vida para o pomar, de modo que os ganhos da política de defesa fitossanitária são mais claros em uma análise de médio e longo prazos”, destaca o economista. No acumulado de cinco anos, a prevenção ao cancro cítrico evita perdas no valor de R$ 1,61 para cada real investido; enquanto que, no acumulado de 20 anos, essa relação benefício-custo passa para R$ 12,82. Já no cenário em que

90% dos talhões contaminados não são erradicados, a relação é de negativos R$ 0,23 em perdas evitadas para cada real investido no manejo, no acumulado de 5 anos, e de R$ 0,35, em 20 anos. Os resultados indicam, ainda, que a diferença entre a produção na situação em que o parque investe na prevenção ao cancro e a situação em que a doença se expande sem controle aumenta significativamente ao longo do tempo. Essa diferença, no acumulado de 5, 10, 15 e 20 anos, é de cerca de 17,8; 113,3; 322,8 e 611,7 milhões de caixas, respectivamente, em favor do cenário de prevenção. “Estes resultados (em termos de redução na produção) não consideram o fato do cancro causar prejuízos ainda mais drásticos quando parte das frutas produzidas é destinada ao mercado de mesa e não apenas ao industrial. Ressalta-se que o cancro cítrico compromete a comercialização da fruta, pois além de impedir o transporte, afeta significativamente sua qualidade”, lembra o pesquisador. O estudo contribui para a definição da estratégia adotada pela iniciativa privada quanto à prevenção e controle da doença já que os impactos econômicos tendem a se disseminar ao longo da cadeia produtiva, atingindo a indústria processadora, a de insumos e consumidores domésticos e internacionais. “Portanto, os resultados corroboram as vantagens econômicas de manter o cancro cítrico sob controle noeEstado de São Paulo, demonstrando que no médio e longo prazo, a escolha do setor como um todo, de investir no controle e, principalmente, na prevenção à doença é financeiramente melhor comparada à opção de apenas um percentual do parque citrícola fazer o controle, e mesmo melhor do que a opção pelo convívio com a doença, como ocorre no Paraná”, arremata.

Livro analisa comércio internacional do agronegócio brasileiro Lançado pelo Ministério da Agricultura a edição possui 456 páginas divididas em seis seções A secretaria de Relações Internacionais, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou o livro “Intercâmbio Comercial do Agronegócio: principais mercados de destino”. Com uma tiragem de 5.000 exemplares, esta é a 7° edição referente aos dados de 2011 com análises do comércio bilateral com os 30 principais parceiros do Brasil nesta área. A publicação tem 456 páginas divididas em seis seções que abordam o comércio bilateral total e não agrícola; inserção de produtos brasileiros no mercado em questão; assuntos sanitários e fitossanitários, além do regime tarifário. O livro traz ainda informações referentes às importações mundiais do agronegócio que alcançaram a cifra recorde US$ 14,18 trilhões, em 2011. Além do desempenho das exportações agrícolas, na qual o Brasil foi o terceiro maior mercado exportador de produtos agrícolas e sobre as exportações que atingiram um total de US$ 81,8 bilhões. De acordo com o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Mapa, Marcelo Junqueira, o Intercâmbio Comercial do Agronegócio é uma das principais publicações do Ministério da Agricultura e tem como objetivo fazer uma análise comparativa entre os mercados bilaterais, seu desempenho e crescimento. “Esse livro é muito importante porque também abrange aspectos sanitários, fitossanitários e regime tarifário vigente nas relações bilaterais das nações parceiras analisadas”, disse.


Um jornal a serviço do agronegócio

21

fevereiro de 2013

Linha de semipesados Scania.

RINO COM

A distância entre você e um Scania ficou ainda menor.

Faz diferença ser Scania.

Cabine Scania.

Motores Scania.

• Mais conforto, segurança e visibilidade. • Melhor cabine da categoria.

• Novos motores de 9 litros, nas potências de 250 HP e 310 HP. • Maior torque e maior economia de combustível. • Maior durabilidade e resistência.

Faça revisões em seu veículo regularmente.

JORNAL ENTREPOSTO

Caixa de câmbio automatizada Scania Opticruise (opcional). • Troca de marchas automática ou manual. • Mais economia de combustível e menor desgaste dos componentes do sistema de transmissão.

Guarulhos: (11) 2199-5000 Vendedor Ceagesp - Marcos A. Santos: (11) 9996-6991 - ID 16494*36

Vá hoje mesmo à sua Casa Scania para conhecer a nova linha de semipesados Scania. Mais informações no site www.semipesados.scania.com.br.

SCAN0212-0771_an_semipesados_Sider_CODEMA2_255x348.indd 2

6/14/12 3:47 PM


22

Ceasas do Brasil

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

ABASTECIMENTO

PROJETO

Mapa busca apoio do Consea para modernização das Ceasas

Apresentado novo modelo para a Ceasa em Cascavel

Plano nacional prevê a recuperação das estruturas físicas de centrais de distribuição de alimentos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) propôs ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) que integre as discussões sobre a reestruturação das Centrais de Abastecimento (Ceasas) no País. De acordo com o Mapa, as Ceasas terão papel decisivo na implementação das políticas de segurança alimentar e Nutricional pelo governo, a partir do Plano Nacional de Abastecimento. A reunião com os conselheiros do Consea, realizada dia 6 em Brasília, foi conduzida pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), Caio Rocha. Rocha destacou a importância de o Consea participar com proposições na construção da proposta de reestruturação das Ceasas. Isso se dará por meio

da avaliação dos relatórios que serão elaborados pelo Grupo de Trabalho (GT), constituído pelo Mapa no final do ano passado para reestruturar as Ceasas. O prazo para a elaboração dos relatórios é até o final deste mês, quando os documentos serão enviados ao Consea para avaliação. A estimativa é de que até o dia 23 de abril, quando a Comissão Permanente de Abastecimento do Consea se reúne, o relatório seja referendado pelos conselheiros e devolvido ao Mapa com as contribuições. “A participação do Consea é muito importante na construção da política nacional de abastecimento. Não podemos falar do plano sem incluir a segurança alimentar e nutricional. Por isso as contribuições do Consea são essenciais para a conclusão do relatório que será posteriormente encaminhado

ao ministro Mendes Ribeiro”, salientou o secretário. Entre os objetivos do Plano Nacional de Abastecimento, constam a promoção da organização entre as cadeias produtivas de distribuição dos excedentes agrícolas, o incentivo ao uso e ao acesso de embala-

gens devidamente adequadas à legislação, aperfeiçoamento do controle de qualidade e diminuição das perdas de excedentes. Também se destacam o subsídio ao conhecimento para a educação nutricional e a recuperação das estruturas físicas de centrais de abastecimento.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e a diretoria da Ceasa-PR apresentaram à prefeitura de Cascavel o projeto de requalificação e modernização da unidade da Ceasa do município. A intenção é que a central atacadista tenha uma nova modelagem agroalimentar e que seja um polo de comercialização e de distribuição de alimentos para toda a região Oeste e Sudoeste do Estado. Atualmente, a Unidade da Ceasa de Cascavel comercializa em torno de 60 mil toneladas de hortifrutis por ano. Com o projeto de modernização, que vai proporcionar mais espaço para a movimentação de cargas, esse volume pode dobrar. O novo modelo vai incentivar a automação e a mecanização da manipulação dos produtos, propiciando também a inclusão de novas cadeias produtivas para comercialização e distribuição, como flores, plantas ornamentais, pescados e produtos de agroindústria, salientou Gusi.

Subprefeitura Lapa retira lixo do entorno da Ceagesp As equipes de limpeza da Subprefeitura retiraram quatro caminhões de lixo e entulho da Rua José César e debaixo do viaduto Mofarrej. Após os intensos trabalhos que resultaram no fim das caixarias no entorno da Ceagesp, a Subprefeitura vem intensi-

ficando a limpeza das imediações do complexo a fim de evitar que surjam pontos viciados de entulho.No dia 29 de janeiro, as ações ocorreram na Rua José César – portão 09 - onde foi realizado um trabalho contínuo de remoção de lixo e entulho. Segundo os agentes de limpe-

za, não se trata apenas da remoção, é necessário também a conscientização da população. O problema que persiste ao longo dos anos precisa de ações constantes para que a “rotina” do despejo irregular seja coibida. Além das operações, o local também passa por limpeza de

boca de lobo, a fim de prevenir enchentes. A população pode e deve contribuir na prevenção, destinando lixo, recicláveis e entulho em locais adequados. Vale ressaltar que o descarte irregular de entulho é crime munido de multa no valor de R$13.535,30.

Para denunciar esta e qualquer irregularidade, podem e devem ser feitas reclamações / denúncias pelo telefone da Prefeitura 156, pelo site (sac. prefeitura.sp.gov.br) e também pessoalmente na Praça de Atendimento da Subprefeitura da sua região.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

23

Ceasas do Brasil

fevereiro de 2013

ECONOMIA

Índice Ceagesp sobe 3,36% em janeiro Por conta do excesso de chuvas, os setores que mais apresentaram altas foram as verduras, seguidas dos legumes. O único a registrar baixa foi o de frutas com queda de 3,16%

Manga tommy

-21,9%

outros, e os tradicionais laranja e banana devem registrar bons preços em razão do grande volume ofertado. Os pescados devem seguir com ligeira retração do volume ofertado. Nesta época do ano, as condições marítimas também ficam prejudicadas pelo excesso de chuvas. Assim, são esperadas pequenas majorações. Índice Ceagesp

da cavalinha (13%). As quedas mais significativas foram as da beterraba (-12,9%), da sardinha (-8,9%), do pacu (-9,7%) e da anchova (-7,4%). O setor de Diversos apresentou elevação de 3,31%. As maiores altas foram do milho pipoca (39,2%), da batata comum (12,6%) e da cebola nacional (9,6%).Entre as quedas mais expressivas estão as do alho (13,7%), do ovo branco (-2,8%) e do amendoim (-1,1%). Único setor em queda, as Frutas recuaram 3,16% e entre as principais quedas,

Alface lisa 42,5%

o destaque vai para o limão Taiti (-26%), o maracujá azedo (-25,1), a manga Tommy (-21,9%), o figo (-21%) e o mamão formosa (-16,3%). Já entre as principais altas estão a laranja Lima (16,6%) e o abacaxi pérola (14,1%). Tendência

Durante o primeiro trimestre são esperadas novas elevações de preços nos setores de Legumes, Verduras e Diversos, em razão das condições climáticas negativas características desta época do ano, como ex-

Em janeiro, o Índice de preços Ceagesp registrou alta de 3,36%. Nos últimos 12 meses registrou alta de 21,65%. Com exceção do setor de Frutas, todos os demais apresentaram elevação dos preços praticados em janeiro. “As condições climáticas negativas, com excesso de chuvas nas regiões produtoras do sudeste, vêm prejudicando a oferta e a qualidade das verduras e dos legumes mais sensíveis, acarretando acentuada elevação dos preços praticados destes setores”, esclarece Flávio Godas, economista da Ceagesp. Conforme o cenário descrito, a alta mais expressiva foi a das Verduras, que registrou aumento de 25,91%. Sendo as principais elevações a do coentro (80,4%), da alface lisa (42,5%), do couve-flor (35,9%), do brócolis (33%) e do rabanete (40,8%). Somente a salsa (-25,2%) registrou queda no setor em janeiro. A seguir, o setor de Legumes fechou o mês com alta de 21,24%. Entre as principais elevações estão as do chuchu (73,4%), da abobrinha italiana (54,7%), da vagem (49,8%), do tomate (43,6%) e do jiló (24,7%). Já entre as quedas destacam-se as do pimentão verde (-17,2%), da pimenta cambuci (-12,2%) e do cará (-8%). Por sua vez, o setor de Pescados registrou alta de 5,46% e teve como os aumentos mais relevantes os da pescada (35,8%), do namorado (15,8%), do salmão (13,7%) e

Pimentão verde -17,2%

cesso de chuvas e altas temperaturas. Assim, somente no final de março, os preços destes setores devem iniciar processo de retorno aos patamares habituais. Em fevereiro, com o término do período de férias e o esperado aumento do consumo, a expectativa é de mais elevações de preços,uma vez que não são esperados aumentos significativos do volume ofertado para atender esta maior demanda. O setor de Frutas deve seguir em baixa, com ótimas opções para o consumidor. Frutos sazonais como manga, mamão, limão,maracujá, melão, entre

Cebola nacional 9,6%

Com o objetivo de traduzir melhor a situação do mercado, em 2012, o Índice Ceagesp passou por uma revisão e foram acrescentados mais produtos à cesta, que agora contabiliza 150 itens. Pera, atemóia, abóboras, inhame, cará, maxixe, cogumelo, berinjela japonesa, hortelã, moyashi, orégano, ovos vermelhos, além das verduras hidropônicas como alfaces, agrião, rúcula, são os novos produtos acompanhados pelo Índice, pois tiveram entradas regulares durante todos os meses de 2011. Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice Ceagesp é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela Ceagesp, que é referência nacional em abastecimento.

Cavalinha 13%


24

Transporte

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Após alta dos combustíveis, custo do frete deve subir 1,52%

Índice de mortes no trânsito durante o Carnaval é o menor em dez anos

O aumento dos preços do diesel e da gasolina influencia diretamente o setor de transporte de cargas. De acordo com um estudo feito pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o valor médio do frete deve subir 1,52%. A análise foi feita a partir de um caminhão pesado de cinco eixos, cujo combustível representa 30% de seu custo operacional. A previsão é de que o frete tenha um aumento médio de 1,52%, mas pode ser que este aumento varie, para mais ou para menos, em função da quilometragem rodada pelo veículo, pondera o diretor técnico

da entidade, Neuto Gonçalves dos Reis. De acordo com o estudo, o custo do frete de um caminhão pesado poderá aumentar 0,53% quando o trajeto for de 50 km; 1,52% em um trajeto médio de 800 km e 1,70% quando o trajeto for muito longo. Deve-se levar em consideração que estes valores foram baseados em carga lotação e, dependendo da operação, a representatividade do combustível varia de 15% a 50%. Para se ter uma ideia, em operações urbanas ou rotas curtas, o combustível pode representar entre 15% e 20% dos custos operacionais. Já em uma operação rodoviária, por exemplo, do agronegócio, em que são utilizados veículos pesados que percorrem grandes distâncias, o peso do combustível pode subir para 40% ou mais.

Os licenciamentos de caminhões nacionais – semileves, leves, médios, semipesados e pesados – diminuíram 5,4% em janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 11.868 unidades licenciadas no primeiro mês deste ano contra 12.645 em 2012. Na comparação com dezembro passado, a retração foi de 3,8%. Uma menor quantidade de

185.222 unidades no mesmo período do ano passado. Neste caso, as estatísticas são positivas porque os consumidores ainda estão aproveitando o aumento gradativo das taxas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O mercado interno de máquinas agrícolas – tratores de roda, esteiras, cultivadores motorizados, colheitadeiras e retroescavadeiras – também apresentou expansão. No total, o aumento em janeiro deste ano foi de 32,6%. As vendas subiram de 4.417 unidades para 5.859.

A Polícia Rodoviária Federal registrou queda nas estatísticas do Carnaval nos 70 mil quilômetros de rodovias federais brasileiras. Entre zero hora de sexta-feira (08/02) e meia noite de quarta-feira de Cinzas, a PRF computou queda de 18% no número de mortes, de 19% no total de feridos e de 10% no número de ocorrências. Em seis dias de operação, foram 3.149 acidentes, com 157 mortes e 1.793 feridos. Em 2012, a PRF contabilizou 3.499 acidentes, com 192 mortes e 2.207 feridos. No cruzamento com a frota de veículos, outro índice utilizado pela PRF para medir a curva da violência nas rodovias federais, a queda é ainda mais expressiva: menos 24% mortes. Também há queda de 25% no total de feridos e de 17% no total de acidentes. Neste cruzamento, foi registrada a maior redução da taxa de acidentes por frota nos últimos 10 anos. “Eu penso que hoje menos famílias choram a perda de entes queridos. E isso é um resultado fantástico. É uma vitória da sociedade brasileira, do Congresso Nacional quando aprovou a mudança da Lei Seca, dos órgãos de imprensa. Portanto, uma vitória do país, que deve ser comemorada, mas não deve ser esquecida. Daqui pra frente a fiscalização continua e nós continuaremos agindo com rigor, com também buscaremos utilizar os mecanismos necessários para conscientizar as pessoas em relação ao perigo que é beber e dirigir”, afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo em entrevista após a coletiva de imprensa.

Estimativa é da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística

Licenciamento de caminhões registra queda de 5,4% em janeiro ônibus também foi licenciada, queda ainda mais acentuada, de 16,2%, que a dos caminhões – 2.167 unidades contra 2.585. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e foram divulgados no início deste mês. De acordo com avaliações da Confederação Nacional do Transporte (CNT), os números refletem a situação econômica

do país, que exige mais cautela dos transportadores e faz com que eles posterguem investimentos. O relatório Focus do Banco Central, por exemplo, aponta que o crescimento da economia em 2012 foi de aproximadamente 1%. Em relação aos veículos, houve aumento de 23,8% nos licenciamentos no início deste ano: 229.377 em janeiro contra


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

ECONOMIA

CULTURA

Quadrinhos narram história do inventor do automóvel Livro também mostra as origens da Mercedes-Benz, montadora alemã líder no setor “Carl Benz - Uma vida dedicada ao automóvel” é o título da primeira história em quadrinhos a contar em imagens coloridas como foi inventado o automóvel. A obra também proporciona um panorama da vida fascinante de seu criador, Carl Benz. O livro, de autoria do artista belga Willy Harold Williamson e do escritor Martin Grünewald, é uma publicação da editora Sadifa Media que começou a ser vendida na loja do Museu da Mercedes-Benz, em Stuttgart. “É um dos meios mais divertidos de contar as histórias tanto do automóvel como das

25

Transporte

origens de nossa empresa”, comenta Michael Bock, diretor da Mercedes-Benz Classic. “A precisão histórica desses desenhos maravilhosos é impressionante, enquanto o texto nos balões nos leva realmente à essência do que é contado. Cada pequeno detalhe do primeiro automóvel, o Benz Patent Motor Car, é mostrado com precisão, e Carl e Bertha Benz são claramente reconhecíveis”, acrescenta. Em suas 52 páginas, o livro em quadrinhos mostra os momentos mais marcantes da vida de Carl Benz, começando com seu nascimento em 25 de novembro de 1844. Suas ima-

gens notáveis contam os muitos obstáculos e dificuldades enfrentados ao longo da vida pelo homem que determinou o dia do nascimento do automóvel ao registrar a patente de seu carro a motor com três rodas em 29 de janeiro de 1886. A legendária primeira viagem de longa distância em um automóvel, de Mannheim até Pforzheim, feita por Bertha e seus filhos Eugen e Richard há 125 anos, é mostrada de forma muito convincente nos quadrinhos. As invenções e desenvolvimentos conduzidos na mesma época por outros pioneiros do automóvel, Gottlieb Daimler e

Wilhelm Maybach, na cidade de Cannstatt, também estão presentes no livro. A história em quadrinhos é baseada em fatos comprovados. O Arquivo Clássico da Mercedes-Benz ajudou o internacionalmente renomado desenhista de histórias em quadrinhos, Willy Harold Williamson, e o escritor, Martin Grünewald, em seu trabalho minuciosamente pesquisado. Na medida do possível, todas as cenas históricas apresentadas derivam de fatos documentados. Os diálogos nos quadrinhos procuram ter o mesmo nível de veracidade, apesar de não haver registros de detalhes da época. Para criar uma impressão de profundidade com efeito tridimensional, as cores de cada desenho foram aplicadas individualmente por um experiente colorista, em três camadas distintas. Esta forma extremamente complexa de ilustração permite ao leitor um envolvimento muito maior com o desenvolvimento da narrativa. A edição especial custa € 19,80 e está disponível em quatro línguas: alemão, inglês, francês e chinês. O livro também pode ser adquirido via internet na Classic Store, pelo link www. mercedes-benz-classic-store. com. Durante o próximo ano, a obra também será disponibilizada, com uma capa diferente, em livrarias alemãs. O Mercedes-Benz Museum abre diariamente de terça-feira a domingo, das 9h00 às 18h00. Reservas e outras informações podem ser obtidas de segunda-feira a domingo, das 9h00 às 18h00 pelo telefone +49 711 17-30 000, pelo e-mail classic@ daimler.com ou diretamente no site www.mercedes-benz-classic.com/museum.

Mercedes-Benz lança livro para comemorar aniversário do centro de pesquisa tecnológica

MWM

comemora recorde de vendas de motores em janeiro Crescimento confirma previsões da Anfavea para o setor

A MWM International, fabricante independente de motores diesel líder no Mercosul, comemora o melhor mês de janeiro da história da empresa com faturamento de 10.697 motores. A segunda melhor marca ocorreu em janeiro de 2010, quando foram faturadas 10.644 unidades. Os produtos atendem aos segmentos veicular, agrícola, industrial, geração de energia e marítimo. O crescimento nas vendas de motores diesel da MWM International já demonstra o bom desempenho do setor como apontado nas previsões da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para 2013. A entidade projeta crescimento de 4% a 5% para a indústria de pesados agrícolas, de 6% a 7% no setor de caminhões e de 16,5% para ônibus. No ano em que completará seus 60 anos de atuação no Brasil, a empresa contabiliza, até janeiro de 2013, mais de 3,9 milhões de motores produzidos, e uma ampla rede autorizada de peças de reposição e serviços com mais de 450 pontos, localizados em todos os estados do país. Atualmente, a marca também desenvolve uma linha completa de motores avançados – de 2,5 a 13 litros e de 50 a 428 cavalos de potência – que cumprem as mais rígidas normas de emissões de poluentes.


26

Transporte

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

LANÇAMENTO

Economia e baixo custo operacional são destaques do novo Iveco Vertis HD PAULO FERNANDO

Primeiro lançamento do ano, caminhão de porte médio é indicado para distribuição no varejo Além de economia de combustível, o novo Iveco Vertis HD conta com baixos custos de manutenção. E ainda, em relação aos principais concorrentes da categoria médios, o caminhão tem um preço muito atraente. A versão de nove toneladas chega às concessionárias com preço público sugerido inicial de R$ 115 mil. Para a versão 13 toneladas, os valores começam de R$ 135. “Além do preço competitivo e vários itens de série, o novo Iveco Vertis HD vem com dois anos de garantia, sendo um ano total e mais um ano para motor e câmbio. É algo que reforça a confiabilidade do nosso produto”, explica o diretor comercial da Iveco Brasil, Alcides Cavalcanti. Neste mais novo lançamento da Nova Geração Ecoline, está presente também a garantia da excelência do pós-venda “Em qualquer lugar, na hora que você precisar”, um compromisso da disponibilidade dos serviços Iveco para cada um dos seus clientes. Entre os programas prestados, destacam-se Top Driver Iveco, a entrega técnica Iveco, o Tele Serviço Iveco e o Iveco Assistance Non-Stop. O primeiro lançamento do ano aconteceu em 24 de janeiro, no Expo Transamérica, em São Paulo, onde a montadora fez a apresentação oficial à im-

prensa e ao mercado do novo veículo da marca italiana. Segundo o departamento de engenharia da Iveco, o caminhão de porte médio foi desenvolvido para as condições específicas do Brasil e vem para

preencher uma lacuna neste segmento. Com o novo Vertis HD, a empresa prevê ampliar para 7% sua participação no mercado de caminhões de 8 a 15 toneladas de PBT (peso bruto total).

Novo caminhão vem com motor NEF 4 Euro V A FPT Industrial desenvolveu o NEF 4 Euro V para equipar o Iveco Vertis HD. O motor de quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro chega ao mercado em duas versões (177cv e 182cv) e traz inovações que proporcionam 5,5% de redução no consumo de combustível, além de melhor performance. A curva agora possui torque máximo em rotações mais baixas e em uma faixa mais ampla (de 1.250rpm a 2.100rpm), dispensando diversas trocas de marcha no caso de uma subida, por exemplo. Com sistema SCR (Selective Catalyst Reduction), o novo propulsor atende aos novos limites de emissões do Proconve P7 da legislação brasileira. A tecnologia é utilizada para remover o NOx dos gases de exaustão. Para isso, é adicionada ureia (ARLA 32) no sistema de exaustão com um módulo de dosagem específico, promovendo a redução catalítica de NOx para N2. Pelo uso do SCR, o NEF 4 utiliza uma nova central que se adapta melhor à evolução da arquitetura eletrônica para garantir os reduzidos índices de emissões de poluentes. Outra alteração foi feita nos pistões, criando uma nova câmara de combustão. O NEF 4 Euro V conta ainda com novos bicos injetores CRIN2 que proporcionam

uma pressão de injeção 14% maior, passando de 1.400bar para 1.600bar, o que melhora a relação estequiométrica entre ar e combustível e diminui os níveis de emissões de poluentes e o consumo de combustível. O novo propulsor teve ainda seu turbocompressor renovado para maior pressão da admissão do ar, melhorando a pressão de combustão. Assim, a queima dentro da câmara melhora, proporcionando mais eficiência do motor com menor consumo. O rotor do turbo agora também passou a ser em alumínio forjado, o que garante maior durabilidade. Os proprietários do novo Iveco Vertis HD ainda terão como vantagem o aumento no intervalo de troca de óleo. O novo motor permite paradas a cada 60.000 quilômetros porque utiliza o óleo sintético 5W30. Antes, as trocas eram realizadas a cada 20.000 quilômetros de uso em estradas.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

fevereiro de 2013

27

Transporte

TRÂNSITO

Detrans já podem multar motoboys por irregularidades Contran vai analisar proposta de plano de execução diferenciada para cada estado Aerton Guimarães Agência CNT de Notícias As novas regras de segurança para o exercício da profissão de motofretista continuam em vigor em todo o Brasil. Em reunião realizada dia 5 de fevereiro com sindicatos da categoria, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu por manter a vigência da lei. No entanto, até o dia 20, o Detran de cada estado pode decidir por multar ou não os profissionais pelo descumprimento das normas. Isso porque uma nova reunião entre os dois lados será realizada nesta data, quando as entidades representativas da categoria apresentarão uma proposta de resolução indicando que cada Detran seguirá um

cronograma próprio para o início da fiscalização do tema, de acordo com as necessidades de cada estado. A ideia é que seja desenvolvido um plano de execução da fiscalização com prazo de até um ano. Ou seja, alguns estados, mais atrasados em relação à lei, teriam mais tempo para se adaptar. A proposta pode ou não ser aprovada pelo Contran A Lei 12.009/2009 prevê que o motofretista tenha completado 21 anos, possua habilitação por pelo menos dois anos na categoria “A”, utilize colete de segurança dotado de dispositivos retrorrefletivos e seja aprovado em curso especializado, regulamentado pelo Contran. Além disso, a moto também deve ser equipada com itens de segurança. Quem desrespeitar alguma das determinações fica sujeito a autuações de R$ 191,54, apreensão da moto e pode receber sete pontos na carteira de habilitação.

Curso de especialização Os motofretistas alegam que não houve tempo suficiente para que os profissionais se adequassem à lei, que exige um curso de especialização de 30 horas no currículo do trabalhador para que ele possa atuar. O Sest Senat informa que oferece o curso em dezenas de unidades em todo o país e, durante todo o ano de 2012, a procura ficou bem abaixo do esperado na maioria delas. Dependendo da demanda atual, novas turmas poderão ser abertas para contemplar o maior número de profissionais. Segundo o Contran, as aulas podem ser promovidas pelos Detrans, unidades do Sest Senat, Centros de Formação de Condutores (CFCs) e por entidades de ensino, desde que comprovada a capacidade técnica necessária, de forma presencial ou por ensino à distância (semipresencial).

Acesse o site:

Programas exigidos por lei:

Oferecemos os melhores planos de saúde das principais operadoras do mercado

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

ENTRE OUTROS

Familiar

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

Individual Célio Marin

www.jornalentreposto.com.br

Empresarial

(11) 98119-4755 / 4509-0810 marincel16@yahoo.com.br


28

fevereiro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.