Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, fevereiro de 2011 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 12 - No 129 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
Alta dos alimentos põe em xeque segurança alimentar Segundo Bird, elevação de preços das commodities está próxima do ‘ponto perigoso’ Projeções da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação indicam que a escassez mundial de grãos vai se agravar nos próximos anos, em função dos fenômenos climáticos extremos e da demanda que continua subindo. A tendência de alta beneficia diretamente os agricultores brasileiros. Entretanto, a carestia ameaça a segurança alimentar dos países mais pobres, provocando profundas convulsões sociais. Os protestos contra os regimes ditatoriais nos países árabes são o reflexo dessa situação, apontam os especialistas. Nos próximos dois anos, os distúrbios derrubarão governos e as sociedades se inclinarão à desordem, alertou o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, durante a última reunião do G20.
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Projeto promete abrir mercado para indústria nacional de máquinas agrícolas Pág. C2
Registro de problemas pós-colheita da lichia Pág. B1
Rossi diz que produtor terá boa renda em 2011 Pág. B4
Enquanto commodities disparam no mercado internacional, preço da batata despenca no ETSP. O saco de 50 quilos do tubérculo, que chegou a custar R$ 100 em 2009, hoje não passa de R$ 15.
Plantio de florestas pode aumentar renda de produtores ruais Pág. C4
8 de março é dia da mulher Mercado de flores registra aumento significativo no Dia Internacional da Mulher O Dia Internacional da mulher alavanca o mercado de flores nas centrais de abastecimento que chegam a registrar até 30% de acréscimo na oferta de flores e plantas ornamentais. O movimento maior acontece na semana que antecede a data comemorativa, no dia 8
de março que cai justamente em um dos dias da Feira de Flores da Ceagesp. Floricultores e profissionais do segmento procuram aumentar seus estoques para esta data e acabam dobrando a oferta de algumns produtos, como a rosa, a preferida para presentear. É possível notar um aumento na procura de flores envasadas, como violetas, mini crisântemos e kalanchoes, que são mais baratas e estão ganhando mais espaço na opção de compra.
Serviço: Feira de Flores da Ceagesp MLP-Mercado Livre do Produtor Terça e sexta-feira das 05h00 às 10h30 Segunda e quinta-feira das 03h00 às 10h00 Estacionamento para veículos de passeio pago R$6,00 a primeira hora e R$2,00 as demais. Entrada pela Av. Dr. Gastão Vidigal ou Av. Nações Unidas.
Femetran 2011 terá visita de grupos de produtores rurais Permissionários têm espaço exclusivo na Femetran
NOTÍCIAS DA FEMETRAN ....A7
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Fevereiro 2011
l JORNAL ENTREPOSTO
As mulheres rurais e seu papel no combate à fome Emma Siliprandi, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (Nepa) da Unicamp, é a única brasileira convidada a dar uma palestra na 55ª sessão da Comissão sobre o Status das Mulheres da ONU, de 22 de fevereiro até 4 de março, em Nova York. Segundo Emma Siliprandi, as questões das mulheres rurais vêm aparecendo faz vários anos em documentos das agências da ONU, conclamando os países-membros a criar políticas e estratégias para melhorar a situação delas, principalmente quanto à geração de renda e garantia de segurança alimentar. A pesquisadora comenta que Um grande número de mulheres que trabalham no campo não recebe qualquer remuneração, nem tem acesso a terra e aos demais recursos produtivos, tais como capital, crédito, tecnologias, edu-
cação, saúde, participação nas decisões. Acrescenta ainda, que o painel vai abordar experiências positivas de fortalecimento das mulheres rurais em diferentes países, mostrando as dificuldades enfrentadas, os principais avanços e suas possibilidades de replicação. Do Brasil, será apresentado experiências de grupos de mulheres assentadas que produzem ecologicamente, além de uma avaliação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (merenda), ambos do governo federal, sob o ponto de vista das mulheres”. Decidiu-se recentemente que os alimentos distribuídos pelo PAA para entidades assistenciais, hospitais e escolas seriam comprados diretamente de pequenos produtores, enquanto que na me-
renda escolar, desde 2009, 30% dos alimentos devem vir da agricultura familiar. Em suas pesquisas pelo Nepa, Emma Siliprandi constatou que as mulheres são responsáveis pela alimentação da família e também por geração de renda através da produção das chamadas miudezas, como ovos, frangos, biscoitos e verduras. “Em volume global ao longo do ano, isso pode trazer mais dinheiro do que o cultivo comercial de soja, milho ou feijão”. Entretanto, observa a pesquisadora, estas mulheres não são reconhecidas como produtoras rurais pelas instituições públicas, que consideram apenas o marido ou companheiro como chefe da unidade de produção. Emma destaca que a assistência técnica, os gerentes de banco, as cooperativas não tratam as mulheres como iguais, sendo que muitas vezes elas têm uma
gama enorme de produtos, por exemplo, para alimentação escolar. Mas como não estão organizadas e legalizadas, não contam com apoio técnico suficiente. É como se não merecessem o status de produtoras rurais. Emma Siliprandi elogia o Programa de Aquisição de Alimentos, que atinge 100 mil agricultores por ano no país, com a ressalva de que somente 30% do volume de operações estão em nome de mulheres. De acordo com ela, em algumas modalidades, este índice fica reduzido a 13%, ou seja, as mulheres estão excluídas de um programa que poderia ajudá-las a melhorar sua renda e a autoestima. Há muitos casos de violência contra mulheres no campo, inclusive porque elas não têm renda, nem para onde ir, já que o título da casa e da terra é do companheiro.
Todos os painéis da 55ª sessão da Comissão sobre o Status das Mulheres da ONU serão registrados em vídeos e disponibilizados no site do evento - http://www.un.org/womenwatch/daw/csw/55sess.htm#part. Fonte: http://www.unicamp.br
Mulheres conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho Boas negociadoras, delicadas e flexíveis no relacionamento com os diferentes tipos de público, elas sabem captar as reais necessidades dos consumidores e, assim, ganham um lugar de mais destaque nos espaços profissionais. Para se ter uma ideia, segundo um boletim do Observatório do Emprego e do Trabalho, divulgado em outubro de 2010, a participação das mulheres no mercado de trabalho paulista, um dos maiores do país, aumentou de 45,2% para 68,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As mulheres representam uma expresiva força de trabalho e continua se preparando para atuar em todos os níveis profissionais, ainda que existam diversas barreiras que discriminam suas atividades e participação na economia ativa.
metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
O crescimento acentuado da participação de mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas está fortemente marcado pela busca contínua da realização pessoal e a necessidade de produzir e contribuir para o bem-estar da coletividade que as mulheres procuram atualmente.
Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada, percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). As mulheres empregadas sem carteira e trabalhando por conta própria correspondiam a 30,9%. Entre os homens, este percentual era de 40%. Já o percentual de mulheres empregadoras era de 3,6%, pouco mais da metade do percentual verificado na população masculina (7,0%).
Isso permitiu que elas agregassem ao dia a dia das empresas habilidades próprias importantes, como a motivação, capacidade de trabalho em grupo, administrar conflitos e lidar com recursos escassos. Mesmo assim, ao assumir tarefas de fora de casa, a mulher não conseguiu abolir ou ao menos diminuir suas atribuições domésticas, fato que surgiu da dominação de uma sociedade patriarcal que adota a soma de funções e não a substituição das mesmas. O desafio para a mulher nesta década é o de atingir o padrão de perfeição no trabalho, em especial pela capacidade empreendedora e seriedade com que enfrenta desafios que apresentam, já que sua inserção no mercado de trabalho tem sido competitiva em relação ao universo masculino, pois sua presença frente a esse novo cenário contribui para o sucesso dos negócios dando um toque especial às organizações. O último estudo do IBGE sobre a mulher no mercado de trabalho mostrou um retrato da participação feminina, seu perfil etário e educacional, o contingente feminino no setor público, a jornada de trab alho considerada a escolaridade, o percentual de mulheres que gostaria de trabalhar mais. As informações usadas provêm da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) 2009, realizada nas regiões
35,5% das mulheres tinham carteira de trabalho assinada
61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino médio completo, para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade, a participação dos homens era superior a das mulheres.
média 38,9 horas, 4,6 horas a menos que os homens. As mulheres trabalhavam menos que os homens em todos os grupamentos de atividade. Com a exceção das mulheres ocupadas em “Outros Serviços”, as demais atividades apresentaram aumento da média de horas trabalhadas para as mulheres. No grupamento “Administração Pública”, as mulheres trabalharam, em média, 36,4 horas semanais.
Elas trabalharam 38,9 horas em média
O rendimento continua sendo inferior ao dos homens
Apesar de desde 2003 ter ocorrido uma redução de aproximadamente 36 minutos na diferença entre a média de horas trabalhadas por homens e mulheres, em 2009 as mulheres continuaram trabalhando, em média, menos que os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi ocasionada pela redução na média de horas trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, trabalharam em
O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%.
Considerando um grupo mais homogêneo, com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, a diferença entre os rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que tinham curso superior completo, os rendimentos da população masculina eram superiores aos da feminina.
Aumentou a escolaridade das mulheres que procuram trabalho Em 2009, entre o 1,057 milhão de mulheres desocupadas e procurando por trabalho, 8,1% tinha nível superior. Houve aumento na escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003, em média, 5,0% tinham nível superior. Esse crescimento resulta do aumento da escolaridade de uma forma geral. O aumento da escolaridade também pode ser verificado em outros níveis. Em 2003,
em média, 44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos ou mais de estudo. Em 2009, essa proporção ultrapassou significativamente a metade da população (59,8%). Verificou-se que a população feminina desocupada é proporcionalmente mais escolarizada que a população feminina acima de 10 anos. Enquanto, em média, 81,2% da população feminina desocupada tinham oito anos ou mais de escolaridade, na população em idade ativa este percentual era de 61,1%.
Cresceu o percentual de mulheres adultas querendo trabalhar A população feminina desocupada (1,057 milhão de mulheres, em 2009) está muito concentrada no grupo etário entre 25 e 49 anos de idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária correspondiam a 49,3% da população feminina desocupada. Em 2009, elas já eram mais da metade: 54,2%.
Mesmo com a crescente entrada feminina nos espaços corporativos, o preconceito permanece grande e muitas empresas, por exemplo, ainda pagam salários menores às mulheres, embora estas ocupem cargos e desenvolvam atividades à altura dos homens. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em dezembro de 2010, revelou que a diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda é significativa. De acordo com o levantamento, do total da massa salarial das principais regiões metropolitanas, somente 40% correspondem à participação feminina. O estudo Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas pode ser encontrado no seguinte endereço: http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/ pme_nova/defaultestudos. shtm
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JORNAL ENTREPOSTO
ECONOMIA
Frutas e hortaliças escapam da carestia PAULO FERNANDO
Enquanto valor das commodities sobe nos mercados globais, preços dos produtos frescos comercializados no Brasil seguem estáveis Paulo Fernando De São Paulo
A inflação dos alimentos provocará convulsões sociais e distúrbios políticos ao redor do mundo nos próximos dois anos. O alerta foi feito este mês pelo presidente do Banco Mundial, Roberto Zoellick, durante a reunião com os ministros de finanças do G20. Na Ceagesp, os preços dos legumes e verduras comercializados no atacado registraram aumentos significativos em janeiro. No entanto, a alta de 4,45% dos alimentos in natura verificada no entreposto de São Paulo não tem relação direta com a crise mundial das commodities. No ano passado, o índice de preços da estatal caiu 1,73%. Segundo o agrônomo Gabriel Bittencourt, do Centro de Qualidade em Horticultura da companhia, a elevação do valor das hortifrutícolas é sazonal. “As fortes chuvas registradas no período atingiram as principais regiões produtoras do Sudeste, o que derrubou a oferta desses produtos”, explica. Portanto, a carestia mundial não ameaça a segurança alimentar do Brasil, ressalta o pesquisador. Em outros setores do entreposto paulistano, a queda de preços é a principal preocupação dos agricultores. “Em 2010, o clima favorável, sem geadas nas regiões agrícolas, favoreceu muito a produção dos hortifrutis. Os setores de verduras e legumes tiveram uma ótima oferta de produtos e os preços chegaram próximos ao custo
de produção”, lembra o chefe da seção de economia e desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas. O saco de 50 quilos de batata, que custava entre R$ 90 e R$ 100 em dezembro de 2009, está sendo comercializado por, no máximo, R$ 15 hoje. O excesso de plantio do tubérculo é a razão da queda acentuada, confirma o produtor João Carlos Barossi, da Agro Comercial Campo Vitória. “Mas o preço está abaixo do custo de produção”, lamenta. Instabilidades Embora o Brasil não deva sofrer com o impacto da alta dos alimentos, os analistas alertam que situação já ameaça a estabilidade sociopolítica dos países que dependem das importações para suprir seus mercados. As recentes revoltadas contra os regimes ditatoriais nos países árabes também resultam da carestia. “Estamos chegando a um ponto perigoso e, por isso, precisamos ser sensíveis e estar alertas ao que está acontecendo com os preços dos alimentos e seus efeitos”, afirmou Robert Zoellick, do Bird, na última reunião do G20. Na visão do executivo, a comunidade internacional precisa se preparar para o novo – e trágico – cenário que está se desenhando no mundo. “Entre outubro de 2010 e janeiro de 2011, os preços dos alimentos aumentaram 15%, o que levou mais 44 milhões de pessoas para a pobreza”, informou. De acordo com os especialistas, os fenômenos climáti-
cos extremos, a demanda em ascensão – principalmente nos países asiáticos – e a especulação no mercado de grãos são as principais causas da escassez desses alimentos em alguns mercados.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), os preços de alimentos devem registrar uma elevação de até 20% este ano. Para os consulto-
res do setor, a alta é positiva para o país, pois estimulará os agricultores brasileiros a plantarem mais, o que deverá contribuir para a estabilidade da oferta no mercado interno durante os próximos anos.
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AGRICULTURA SUSTENTÁVEL CEAGESP
Regulamentação afeta mercado de orgânicos
Atraso no processo de credenciamento das certificadoras prejudica produtores de alimentos livres de adubos e pesticidas químicos
Açúcar eleva movimento nos armazéns da estatal O volume de açúcar que passou pela rede armazenadora da Ceagesp atingiu 548,7 mil toneladas em 2010, número 24,8% maior que o verificado no ano anterior. A expansão da atividade e a alta dos preços do produto nos mercados interno e mundial explicam o bom desempenho do setor. No ano passado, os armazéns proporcionaram receita líquida de R$ 23,828 milhões para a empresa. Para continuar crescendo, a administração da estatal pretende ampliar as parcerias com setor produtivo e expandir sua rede de 19 unidades, que receberam 895 mil toneladas de produtos agrícolas no ano passado. Em 2010, três armazéns foram certificados e, neste ano, a companhia pretende investir R$ 1,8 milhão na certificação de outras unidades.
SXC
O prazo para adaptação dos agricultores às novas regras de produção de orgânicos terminou em 31 de dezembro. A regularização do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se baseia nas regras para produção e comercialização, incluindo armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização, e segue as normas estabelecidas Sisorg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica). Desde 1º de janeiro, somente os produtores familiares que integram alguma organização de controle social cadastrada nos órgãos fiscalizadores estão autorizados a realizar vendas diretas ao consumidor sem a certificação. De acordo com o Mapa, cerca de 5,5 mil produtores – de um universo de 90 mil – já estão dentro nova regulamentação. Durante alguns meses, os consumidores ainda poderão encontrar produtos sem o selo do Sisorg, em função da comercialização de parte dos estoques produzidos em 2010. Verduras, legumes, frutas, castanhas, carnes, pães, café, laticínios, sucos e outros produtos, tanto in natura, quanto processados, são considerados orgânicos quando cultivados sem adubos químicos e outras substâncias sintéticas. A prioridade é empregar matéria orgânica e adotar boas práticas que harmonizem os processos biológicos. No entanto, a exigência da certificação para os produtos orgânicos em vigor pode significar a exclusão da grande parcela de produtores que ainda não conseguiu regularizar sua situação. O alerta é do gerente do Sebrae, Paulo Alvim. O número de certificações aumentou, mas o mercado está em plena expansão. “Esses produtores que não conseguiram o certificado podem ficar sem lugar para comercializar seus produtos”, diz. Os agricultores que ainda não se cadastraram precisam, agora, pro-
curar uma agência certificadora credenciada pelo Mapa, arcando com os custos do procedimento. Sem a certificação, o produtor fica impedido de exportar ou vender seus produtos para supermercados, por exemplo. De acordo com Cristiane Ribeiro, responsável pela certificação de folhosas e pelo planejamento de produção da Cultivar Orgânicos, a empresa enfrentou dificuldades para obter os produtos com o selo. “Alguns de nossos produtores tiveram de migrar de certificadora”, informa a agrônoma. Somente três certificadoras – IBD (Instituto Biodinâmico), Ecocert e Tecpar – conseguiram a autorização do Mapa para emitir o selo. A maioria das agências ainda não completou seu processo de credenciamento. Há 10 anos no mercado, a Cultivar escoa parte de sua produção no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp, por meio da Rede Orgânica. Segundo Ribeiro, 35 folhosas e 30 frutas e legumes fornecidos pela empresa já estão em conformidade com a nova regulamentação. “O sucesso do Sisorg depende, agora, do comprador, que é quem deve exigi-lo de seus fornecedores”, ressalta. De acordo com o chefe da Divisão de Controle de Qualidade Orgânica do Mapa, Roberto Mattar, os interessados podem acessar informações sobre legislação, cartilhas educativas para adequação aos novos regulamentos, formulários para cadastros e credenciamento no hot site www. prefiraorganicos.com.br e nas representações estaduais do ministério. O selo poderá ser concedido ainda pelos sistemas participativos de garantia, associações de produtores que fazem auditoria, fiscalizam e certificam os produtos. Os agricultores orgânicos que vendem por conta própria obtêm uma autorização para atuar em feiras e entregas em domicílio, quando se cadastram no site do ministério. Mercado em ascensão As vendas de produtos orgânicos
no Brasil alcançaram R$ 350 milhões em 2010. O valor é 40% superior ao registrado em 2009, conforme os números divulgados pelo Projeto Organics Brasil, organização não-governamental que reúne empresas exportadoras de produtos e insumos orgânicos. “Esse crescimento representa a difusão do setor. Cada vez mais pessoas buscam informações sobre produtos orgânicos e, consequentemente, consomem mais esse tipo de alimento”, destaca o coordenador do Agroecologia do Mapa, Rogério Dias. “As novas regras para a cadeia produtiva de orgânicos, que passaram a ser obrigatórias a partir de 1º de janeiro deste ano, fomentam ainda mais o crescimento do setor”, avalia. O mercado externo de orgânicos também cresceu em 2010. As 72 empresas associadas ao Organics Brasil, que representam mais de 60% do setor, exportaram cerca de U$ 108 milhões no ano passado, segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esse valor é 30% superior às receitas geradas em 2009. Os produtos mais exportados são os do complexo soja, açúcar, café, cacau e frutas, principalmente abacaxi, mamão e manga. Os principais países consumidores são Holanda, Suécia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Bélgica e Canadá. Rogério Dias destaca também que o número de feiras de produtos orgânicos tem crescido bastante no país, o que também favorece e incentiva a comercialização. Segundo o coordenador, hoje, os orgânicos mais procurados pelos brasileiros são as hortaliças, legumes, frutas e produtos processados como sucos, arroz, açúcar e café. “O consumidor busca esses produtos nas feiras agroecológicas, onde há uma relação de confiança com o agricultor, que garante a origem dos alimentos oferecidos”, salienta.
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l JORNAL ENTREPOSTO
Jornal Entreposto on line www.jornalentreposto.com.br
Ministra pede que SP agilize licenciamento ambiental para produção de peixe no estado Volume de produção pode ser duplicado com a regularização da criação em reservatório de usina A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, pediu mais rapidez no licenciamento ambiental para projetos de criação de peixe em São Paulo. A solicitação foi feita em reunião com o governador do estado, Geraldo Alckmin, que garantiu que o processo de concessão de licenças será mais rápido. “Nós vamos agilizar ao máximo esses licenciamentos”, disse. Segundo o governador, há “uma grande perspectiva de aumento da produção de peixe em São Paulo. Ele citou que a produção do pescado no estado está em torno de 76 mil toneladas por ano, das quais 32 mil vêm da piscicultura.
Para a ministra, esse volume pode ser duplicado com a regularização da criação no reservatório da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, na divisa com Mato Grosso do Sul. Alckmin destacou a capacidade da aquicultura em gerar renda sem grandes investimentos. “Você não precisa ser proprietário da terra. Você usa o reservatório e coloca lá o tanque e a rede”, disse. O consumo de peixe no mundo alcançou níveis históricos, segundo relatório da Organização das Nações que contabilizou em 2010, média de 17 quilos por pessoa. Esse aumento se deve basicamente à elevação da produção por aquicultura, que cresce a taxa anual próxima de 7%.
Preços dos alimentos China passa Japão atingem maior nível e é segunda maior em 20 anos economia mundial Os preços mundiais dos alimentos atingiram novo recorde histórico no mês de janeiro, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice da FAO para os preços dos alimentos, que analisa mensalmente um conjunto de produtos básicos e suas variações e preços em nível global, apontou um aumento de 3,4% em relação a dezembro de 2010. Com isso, o índice atingiu 231 pontos. “Se trata do nível mais alto desde que a FAO começou a calcular os preços dos alimentos em 1990. Os preços de todos os grupos de produtos básicos controlados registraram fortes altas em janeiro, com exceção para os da carne, que se mantiveram estáveis”, informou a organização em seu comunicado. O preço dos cereais aumentou 3% em relação a dezembro e alcançou o valor mais alto desde julho de 2008, período da chamada crise dos alimentos, devido a fortes altas de seus preços. O açúcar, com preços recordes, subiu 5,4%. “Os novos dados mostram claramente que a pressão de alta dos preços mundiais dos alimentos não diminui”, avaliou o economista da FAO e especialista em cereais Abdolreza Abbassian. Segundo ele, os preços elevados tendem a persistir nos próximos meses.
O governo do Japão divulgou no último dia 14 o balanço econômico de 2010 e confirmou a perda do posto de segunda maior economia mundial para a China. De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão em 2010 ficou em US$ 5,474 trilhões. Já a China fechou o ano com um acumulado de US$ 5,8786 trilhões. A queda nas exportações e no consumo interno, desencadeada pela recessão de 2008/2009, prejudicou o desempenho do Japão. Já a China teve excelente desempenho no setor manufatureiro. A renda per capita dos japoneses, porém, ainda supera a dos chineses. Os chineses têm ganho anual de cerca de US$ 3,6 mil, enquanto os japoneses contabilizam uma renda quase dez vezes maior. A China é atualmente o principal parceiro econômico do Japão. Empresas de eletrônicos como a Sony e fabricantes de carros como a Honda e a Toyota ganham cada vez mais espaço no gigante mercado chinês. O índice de crescimento da China gira em torno dos 10% há alguns anos. Se o ritmo continuar assim, analistas dizem que o país asiático tomará o posto dos Estados Unidos de líder mundial em aproximadamente uma década.
Estudo define área certificada de orgânicos no Brasil
No Brasil, um estudo do Projeto Organics Brasil, programa de incentivo à exportação de produtos orgânicos - com as certificadoras aferiu que a área total orgânica certificada para atividade agropastoril é de 331.637 hectares e para extrativismo é de 6.560.001 hectares. Toda essa área é explorada por 7.721 produtores orgânicos, que produzem 5. 215.490 toneladas/ano. O mercado de produtos orgânicos no Brasil está em pleno crescimento com mais consumidores e empresas que desenvolvem produtos que antes eram direcionados somente ao mercado externo. “No controle deste mercado, o Brasil adotou sua própria regulamentação marcando de vez o posicionamento no mercado mundial. A rastreabilidade e a credibilidade do mercado internacional vai proporcionar mais negócios para o Brasil”, afirma Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil. “Esses números mostram para os maiores compradores que há muita área no país para aumentar a produção de orgânicos. Em relação à área de outros países, o Brasil está atrás da Austrália e da Argentina. O potencial de investimento do Brasil é enorme”, complementa.
Registro de agrotóxico terá novas exigências Apresentação de estudos sobre avaliação de riscos nos trabalhadores rurais será requisito obrigatório para registro de agrotóxicos no Brasil. É o que prevê a consulta pública aberta pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no final de janeiro. De acordo com o órgão, a
avaliação do risco é um procedimento mais sensível e acurado que permite analisar possíveis efeitos dos agrotóxicos na saúde. “Apesar de já analisarmos a toxicidade das substâncias presentes nos agrotóxicos, a avaliação do risco possibilitará reduzir ainda mais os agravos inde-
sejados associados à exposição da população a esses produtos”, explica o diretor da Anvisa, Agenor Álvares. Os agrotóxicos que causam mutações genéticas, câncer, alterações fetais, e danos reprodutivos continuarão impedidos de registro, conforme determinado pela
lei. A consulta pública atualiza, ainda, os estudos que devem ser apresentados pelas empresas para obtenção de avaliação toxicológica de agrotóxicos e produtos técnicos. Os critérios de classificação toxicológica dos produtos também foram revisados.
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Femetran 2011 terá visita monitorada com produtores rurais da região de Ibiúna O Jornal Entreposto firmou parceria com a Folha do Campo para visitas agendadas e monitoradas na Femetran 2011
A Folha do Campo integra a comunicação do agronegócio para produtores, cooperativas, associações e sindicatos rurais dos municípios de Ibiúna, Piedade, São Roque, Vargem Grande Paulista, Pilar do Sul, Salto de Pirapora e Sorocaba.
Permissionários têm espaço exlcusivo na Femetran A Femetran possui um espaço reservado para recepção de convidados e permissionários da Ceagesp. Trata-se do meeting point, um local intimista com serviço de buffet, ar condicionado e sala de reunião.
É como se fosse uma praça de encontro, o visitante entra e sai sem haver qualquer necessidade de filiação ou estabelecer vínculos de compra ou consumo. Um ótimo lugar para analisar as proposta recebidas por expositores, conversar com amigos e aproveitar o tempo.
Os permissionários também podem utilizar o espaço para fazer rodadas de negócios, promovendo o encontro com as empresas expositoras, incentivando a criação de grandes parcerias de negócios. Um local neutro pode facilitar a aproximação das empresas, estimular a parceria e despertar o interesse comercial comum. A Femetran receberá todos os permissionários interessados em visitar a feira no meeting point, um ambiente criado para aproximar empresários, propício e saudável para os encontros de negócios.
Os grupos de interessados farão inscrição através da Folha do Campo e o Jornal Entreposto oferecerá traslado gratuito e monitores para visitação na Femetran. O objetivo da ação é integrar produtores rurais com o evento, proporcionando uma experiência com marcas e produtos de alta tecnologia e de uso indispensável no transporte de cargas hortifrutícolas. A região é de grande importância para a economia agrícola do estado de São Paulo e tem expressiva representação no fornecimento de hortaliças para a Ceagesp.
Interessados desta região podem entrar em contato com a Folha do Campo pelo telefone (15) 3241.6015, lembrando que esta visita é exclusiva para produtores e profissionais do setor agrícola. Entidades de outras localidades próximas a cidade de São Paulo que quiserem se inscrever para visitar a feira e solicitar traslado gratuito devem entrar em contato com o Jornal Entreposto pelo telefone (11) 3831.4875 e verificar se o serviço está disponível para sua região. Para saber mais sobre a Femetran 2011 acesse o site oficial www.femetran.com.br
Promoção “Femetran - Meu time do coração” começa em março Quem quiser ganhar uma camisa oficial do seu time de futebol poderá participar da Promoção “Femetran - Meu Time do Coração”. Uma grande oportunidade de demonstrar a paixão pelo seu time e ainda ganhar prêmios. A promoção é um intercâmbio entre visitantes da feira e suas afinidades com o es-
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Qualidade Registro de problemas pós-colheita da lichia Estudo do CQH tem objetivo de prevenir o produtor para as próximas safras Allan Celin CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O estudo da qualidade da lichia para o desenvolvimento de suas normas de classificação na Ceagesp permitiu o registro de alguns problemas pós-colheita da fruta comercializada entre novembro de 2009 e o início deste ano. O seu relato tem o intuito de alertar o produtor para a próxima safra, no sentido de prevenir a ocorrência desses problemas que de forma e graus diferentes depreciam o produto, prejudicando sua comercialização. Logo no início da safra alguns lotes apresentaram frutos com sintomas de podridão, com forte odor próprio de fermentação alcoólica, inviabilizando o consumo da fruta. Essa podridão parece estar relacionada ao ataque de larvas, muito semelhantes às da moscadas-frutas. Ao penetrar na fruta, a larva deixa um orifício circular na casca, que expõe a polpa a agentes microbiológicos nocivos. Ela se espalha nos frutos adjacentes, construindo novos orifícios, para alimentar-se da polpa da lichia. Todo o lote pode ser atacado pela larva – que nem sempre é facilmente percebida – e então contaminado por patógenos microbiológicos. O resultado acaba sendo o descarte do lote. Todavia, a podridão sem ocorrência de pragas associadas parece ser incomum. A lichia possui um pericarpo resistente e a variedade Bengal, a mais comercializada no entreposto, parece ter pouca suscetibilidade a microrachaduras, que também são responsáveis por facilitar a contaminação do fruto por agentes microbiológicos. Rachaduras e danos mecânicos que expõem a polpa são problemas graves. Assim como as microrachaduras, permitem a contaminação da polpa por agentes infecciosos e em estágios mais avançados, a deterioração do fruto. Frutos geminados não parecem influenciar as qualidades sensoriais gustativas da lichia, porém é certo que depreciam o lote, tornando-o menos desejado pelo comprador/ consumidor. Ainda podem ocorrer frutos abortados, sem polpa. Outro defeito muito indesejável no aspecto visual da lichia é aquele que assemelha-se a uma pequena verruga e suas causas ainda não estão claras. A fruta que apresenta esse defeito aparenta estar deformada e doente e quando a manifestação do sintoma é intensa, a lichia perde toda sua atratividade. O produtor deve verificar se causas deste problema são passíveis de correção ou prevenção, pois deve-se evitá-lo a todo custo. Foi observada a presença de inseto semelhante ao ácaro-branco em alguns frutos de lichia e inicialmente julgamos que o crescimento branco fosse ataque de fungo. As lichias são frutas tipicamente não climatérias, portanto o produtor não deve colher a fruta imatura. As análises feitas em laboratório para acidez total, teor de sólidos solúveis (oBrix) e pH, mostraram que a lichia colhida imatura pode até apresentar alto valor de sólidos solúveis, mas os seu baixo pH e alta acidez total promovem uma forte sensação de ácido no paladar, ao mesmo tempo que pouco se percebe o doce. Quando a lichia está madura, a acidez cai e o teor de sólidos solúveis se mantém, a polpa não está ácida e a sensação do doce é marcante. Na lichia madura a película interna que forma um tipo de contra casca não é notada e na lichia imatura ela é muito aparente quando se descasca a fruta. O que se tem notado é que os produtores costumam colher a panícula quando a maioria dos frutos atinge a maturidade, porém permanecem alguns frutos imaturos que prejudicam a homogeneidade de maturação do lote e consequentemente a satisfação do consumidor. A análise de um lote de um produtor que colhe fruto a fruto maduro, e não a panícula como um todo mostrou resultados muito superiores em todos os aspectos: pH, acidez total, Brix,
Contaminação do fruto por agentes microbiológicos
Defeito muito indesejável no aspecto visual da lichia. Assemelha-se a uma pequena verruga
atratividade, coloração, tamanho, rendimento, entre outras. O lote também recebeu preço superior aos outros. O abortamento de semente, também conhecido como semente atrofiada ou língua-degalinha, resulta no crescimento de um fruto que não foi fecundado, deformado. O rendimento da polpa, verificado em laboratório, é superior aos frutos que apresentam sementes normais e o sabor é semelhante. As sementes das lichias são atacadas por insetos semelhantes a brocas. Eles formam galerias nas sementes e permanecem ocultos ali até o término do ínstar, quando abandonam o fruto. Apesar de não se alimentarem diretamente da polpa, suas fezes são lançadas para fora da semente e despejadas no arilo, afetando a comestibilidade do produto. Externamente, a presença da broca pode passar despercebida pelo comprador/consumidor. Os atacadistas de lichia declararam que este ano o ácaro da erinose, que incide nas folhas da planta e ocasiona perdas de produção teve grande influência na produção. O produtor deve ficar atento para evitar o aparecimento deste inseto de difícil convivência, sem controle eficaz e que está provocando a erradicação de muitos pomares de lichia em plena idade de produção.
B1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Técnico
B
CULTIVO
Alternância de produção da lichia
Pragas, insolação e falta de minerais no solo explicam a alternância Allan Celin CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A lichia (Litchi chinensis Sonn.) é uma planta que apresenta alternância de produção de frutos. É comum que em um ano a produção seja abundante e no outro, insatisfatória. Esse fenômeno ainda não está completamente elucidado, mas as pesquisas já apontam para algumas das possíveis causas, como o déficit hídrico, temperaturas impróprias para a indução floral ou pegamento de frutos, incidência de pragas ou doenças, deficiência mineral do solo, insolação, entre outras mais ou menos importantes. Planta de clima subtropical e originária da Ásia, a lichia necessita de períodos frios para uma boa frutificação. Uma boa safra exige outono e inverno frios, com pelo menos dez semanas a 15oC ou temperaturas inferiores, porém não inferiores a zero. Temperaturas acima de 20oC conservam a planta em crescimento vegetativo, limitando seu florescimento. Alguns relatos registram que temperaturas muito altas no florescimento alteram a proporção entre flores masculinas e femininas, interferindo na polinização e na fixação dos frutos. Na primavera, período em que a já ocorreu a polinização da maior parte das variedades, acontece a fase de fixação dos frutos no ramo ou na panícula. O pegamento dos frutos, essencial a uma boa produção, está relacionado à temperatura e a níveis de insolação da estação. São necessárias temperaturas mais altas (20º a 25oC) e boa luminosidade para que o pegamento ocorra de modo satisfatório. O fator limitante para um bom desenvolvimento do fruto é a disponibilidade hídrica. Nesta fase, a ocorrência de chuvas é fundamental para suprir a demanda hídrica da planta, que utiliza água para o enchimento dos frutos. Se faltar água nesta fase, é provável que a fruta não atinja bom rendimento de polpa, podendo ocorrer também má formação ou até mesmo aborto. Neste caso, recomenda-se a irrigação do pomar.
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JORNAL ENTREPOSTO
Atributos de valoração da lichia segundo os atacadistas da Ceagesp
Coloração da fruta é considerada item mais importante na valorização
A evolução na comercialização de lichia na Ceagesp Beatriz Carolina Pimentel Allan Celim CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os dados de volume e distribuição mensal da oferta da lichia entre as safras de 1999 a 2000 e a safra de 2009/2010 permitem retratar a evolução da comercialização da lichia no entreposto
Evolução da oferta da lichia em toneladas, entre as safras de 19992000 e de 20092010
Evolução do volume de lichia em toneladas no mês de dezembro entre 2003 e 2009
A concentração da oferta em dezembro fica bem clara com o cálculo da participação do volume de dezembro em cada safra. A menor participação foi na safra 2005-2006 (47%) e a maior na safra de 2006-2007 (67%). Nos anos de maior volume a participação de dezembro é maior que nos meses de menor produção.
Beatriz Carolina Pimentel CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
paulista da Ceagesp durante a última década. A lichia (Litchi chinensis) é originária da China, uma fruta tropical e subtropical de alto valor comercial, cujo fruto de boa qualidade é caracterizado por casca de cor vermelha e polpa translúcida e doce. A fruta entrou no Brasil por volta de 1810, pelo estado do Rio de Janeiro e hoje a sua produção está concentrada
no Estado de São Paulo, principalmente na região da Alta Paulista. A colheita ocorre entre novembro e janeiro, atendendo a demanda trazida pelas festas de final de ano. A fruta é consumida principalmente in natura, mas também pode ser consumida enlatada ou desidratada. Dentre os produtos processados estão sucos, vinhos, compo-
tas, sorvetes e iogurtes. Os registros de entrada de lichia na Ceagesp paulistana mostram entre a safra de 1999-2000 e a safra de 2009-2010, um crescimento de quase nove vezes, de 319.025 quilos para 2.718.204 quilos. O gráfico que ilustra este texto mostra a evolução mensal da oferta de lichia, ao longo das últimas dez safras.
Os dados de volume entre as safras de 2003-2004 e 2009-2010 mostram a bianualidade típica da lichia brasileira ao longo das safras, com variação grande de oferta entre uma safra e outra. A alternância na produção é explicada por especialistas pelas características genéti-
cas da Bengal, a principal variedade de lichia cultivada no Brasil - e a que apresenta alto índice de produtividade. A oferta de lichia é concentrada de novembro a janeiro, período que está sendo ampliado com o crescimento do plantio em Minas Gerais e Paraná.
O mês de dezembro concentra a maior oferta de lichia e apresenta alta bianaulidade nos primeiros anos, mostra em dezembro de 2008 e dezembro de 2009 um crescimento contínuo do volume ofertado, que pode ser explicado por um aumento na área de produção da fruta.
O desenvolvimento das normas de classificação de lichia, solicitado pelo professor da Universidade de Brasilia Osvaldo Yamanishi e por um grupo de produtores ao CQH da Ceagesp, exige o estabelecimento dos atributos responsáveis pela valorização e pela desvalorização da lichia. A melhor fonte de informação são os atacadistas que trabalham com o produto. Em janeiro foram entrevistados os 19 principais atacadistas de lichia, aqueles que receberam maior quantidade da fruta entre janeiro de 2009 e outubro de 2010. Os questionários aplicados foram estruturados em questões abertas, que permitem maior liberdade de resposta. Confira alguns resultados: A maioria dos atacadistas considera a coloração vermelha viva como a característica mais importante na valorização da lichia. A coloração esverdeada é considerada um fator importante de desvalorização. A homogeneidade de coloração é considerada necessária e um atributo importante na valorização do fruto pela maioria dos entrevistados. A importância dos defeitos na desvalorização da lichia, por ordem de ocorrência, varia. Em primeiro lugar vem o escurecimento, seguido por manchas escuras localizadas, imaturidade, podridão e dano mecânico. O escurecimento é considerado o atributo mais importante de desvalorização e deve ser um dos principais defeitos a serem esclarecidos e prevenidos na pós-colheita. A embalagem é uma ferramenta de valorização da lichia. As frutas podem ser embaladas em cumbucas e a granel. A maioria dos atacadistas entrevistados considera que a utilização da cumbuca valoriza a lichia. O embalamento a granel é considerado por uma pequena parcela
(14%) dos atacadistas um fator de desvalorização, em virtude da presença de galhos e folhagens, que são contabilizados no peso do fruto. Entretanto, segundo 36% dos atacadistas, a presença de galhos preserva a qualidade do fruto proporcionando maior conservação. A embalagem a granel é destinada principalmente para feirantes e sacolões. A padronização do peso das cumbucas em 500 gramas é considerada como um item de grande importância pelos entrevistados. A utilização de filme na cumbuca é citada por um quarto dos atacadistas como um atributo importante de valorização da lichia. Segundo eles, o filme proporciona maior proteção e conservação de fruto, melhor apresentação visual e menores atritos mecânicos durante o transporte, já que nesta embalagem o deslocamento dos frutos é menor. Somente um dos atacadistas considerou a doçura como um dos fatores quem motivam a escolha da lichia. A maioria dos atacadistas considera que tamanho e uniformidade são determinantes na valorização da lichia: frutos graúdos e tamanho igualado. Em resumo, a escolha em ordem de importância dos atributos responsáveis pela valorização começa pela coloração uniforme (25%), coloração vermelha viva (19%), cumbuca (16%), frutos graúdos (14%), padronização de peso nas cumbucas (12%), embalagem a granel (7%), filme nas cumbucas (5%), doçura (1%). A escolha em ordem de importância dos atributos responsáveis pela desvalorização da lichia começa pelo escurecimento (38%), frutos esverdeados (19%), manchas escuras localizadas (17%), embalagem a granel (7%), frutos imaturos (7%), presença de podridão (7%) e dano mecânico (5%).
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JORNAL ENTREPOSTO
CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
Um retrato da produção e comercialização de abacaxi Gabriel V. B. de Almeida
CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Atacado
Produto Legumes Frutas
Local Verduras
Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h
Seg. a Sáb.
Local Flores
Local Flores
Local
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
10h às 18h
Terça e Sexta
6h às 11h
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
Dias da semana
Horário
Sáb. e Dom.
7h às 13h
Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:
Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues Web Master Michelly Vasconcellos
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Os dados coletados pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em 2008 mostram que o mundo produziu mais de 19 milhões de toneladas de abacaxi. O Brasil, primeiro produtor mundial, colheu naquele ano 2,5 milhões de toneladas, o que significa 13% de tudo que foi produzido no mundo. O Brasil é seguido bem de perto pela Tailândia e Filipinas, cada um destes países asiáticos colheu aproximadamente 2,3 milhões de toneladas. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que contabiliza a produção em número de frutos e não em toneladas, registrou em 2008 a produção brasileira como 1,7 bilhão de frutos de abacaxi, o que significa mais de oito abacaxis para cada brasileiro. O maior estado produtor é a Paraíba que colheu 345 milhões de frutos, seguido de Minas Gerais (265 milhões), Pará (261 milhões), Bahia (170 milhões), Ceará (100 milhões), Rio Grande do Norte (91 milhões) e São Paulo (70 milhões). Os dados das notas fiscais recolhidas na portaria do ETSP (Entreposto Terminal São Paulo) da Ceagesp são a fonte de informação do SIEM (Sistema de Informação e Estatística) da SEDES (Seção de Economia e Desenvolvimento), que registrou em 2010 27,6 milhões de abacaxis ‘Pérola’ e 9,3 milhões de abacaxis ‘Smooth Caynne’ que é popularmente conhecido como ‘Havaí’ ou ‘Havaiano’. Os números do ‘Pérola’ foram menores que os de 2009, quando foram vendidos 30,9 milhões de frutos, uma redução de 7% no volume de um ano para o outro. O ‘Havaí’ teve um ligeiro crescimento de 5% no ano passado sobre a quantidade de 2009, ano em que foram comercializados 8,8 milhões de frutos no entreposto paulistano. A comercialização no ETSP corresponde a 10% ou 12% do total da produção brasileira. Se considerarmos os pesos médios dos abacaxis brasileiros levantados pelo extensionista da Emater paraibana, Leôncio da Costa Vilar, a comercialização no ETSP em 2010 equivaleu, em uma aproximação grosseira, a 43 mil toneladas de ‘Pérola’ e 22 mil toneladas de ‘Smooth Caynne’ ou ‘Havaí’. No ano passado, 190 atacadistas do ETSP comercializaram abacaxis, mas apenas dez foram responsáveis por mais de 50% do volume. A maior parte das cargas ainda chega a granel, com capim entre as camadas de frutos e cobertos por uma lona. A descarga de abacaxi é das mais demoradas, o caminhão ocupa o espaço por várias horas e o capim descartado e os frutos amassados contribuem bastante para o total do lixo produzido no entreposto. Dezessete unidades da federação e mais de duzentos municípios enviaram abacaxis em 2010, mas poucos estados e municípios foram responsáveis pela maior parte do abastecimento. Os principais estados fornecedores de ‘Pérola’ ao
ETSP foram o Pará, com 6,7 milhões de abacaxis o (24,2% do total), a Bahia com 4,8 milhões de frutos (17,2%), a Paraíba com 4,1 milhões (14,8%), o Tocantins com 3,5 milhões (12,7%), Minas Gerais com 2,6 milhões (9,5%), o Rio de Janeiro com 2,1 milhões (7,7%) e o Rio Grande do Norte com 1,6 milhão (6% do total). Observando os dados dos últimos quatro anos, constata-se que o Pará ultrapassou o Tocantins como principal origem do primeiro semestre. O motivo foi o avanço da fusariose, principal doença da cultura do abacaxi sobre as lavouras tocantinenses. No entanto, diversos estudos feitos pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp mostram que no geral, a qualidade dos frutos tocantinenses é superior a dos produzidos no Pará, principalmente quanto ao formato, são mais cilíndricos e apresentam menor ocorrência de um distúrbio fisiológico conhecido como “mancha chocolate”, que são áreas aquosas e de cor de chocolate na polpa, o que permite uma colheita de frutos mais maduros no Tocantins. De maneira geral, os abacaxis do Pará são excessivamente cônicos e são colhidos imaturos para diminuir a ocorrência de distúrbios fisiológicos e para uma melhor resistência ao transporte a granel. Em tese, esta nova conjuntura poderá abrir novas oportunidades aos estados nordestinos que através do uso da irrigação podem esticar sua safra para o primeiro semestre do ano, o que já está acontecendo em pequena escala, sobretudo no Rio Grande do Norte. Também chama atenção o grande crescimento da Bahia e do
Rio de Janeiro na oferta de abacaxi Pérola do entreposto paulistano. A oferta de abacaxi nos estados que fornecem ‘Pérola’ ao ETSP é concentrada em poucos municípios ou regiões. No Pará os municípios de Floresta e Conceição do Araguaia são os dois fornecedores. No Tocantins a maior parte das lavouras está ao redor de Miracema do Tocantins. A produção paraibana esta próxima ao município de Sapé e da região do litoral. Os abacaxis baianos chegam à maior parte de Itaberaba, os potiguares de municípios próximos a Touros, os mineiros ao redor de Frutal e os fluminenses da região de Campos dos Goytacazes. A oferta durante o ano flutua com a origem. No primeiro semestre, principalmente a partir de fevereiro, há um grande domínio de dois estados da Região Norte, Pará e Tocantins. Na virada do primeiro para o segundo semestre é a região de Itaberaba na Bahia a principal fornecedora e de setembro em diante a maior força são os nordestinos Paraíba e Rio Grande do Norte e os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O ‘Smooth Caynne’ possui duas origens principais, São Paulo com 64% do volume e Minas Gerais com 36%. Guaraçaí, no extremo noroeste de São Paulo e seus municípios vizinhos Mirandópolis e Murutinga do Sul, no extremo noroeste de São Paulo são a principal origem dos abacaxis paulistas. Os frutos mineiros chegam da região de Canápolis, no Triângulo Mineiro. Nos últimos anos tem sido constante a diminuição dos volumes do abacaxi havaiano no ETSP, todavia com ligeiro
acréscimo em 2010. Embora essa variedade tenha a capacidade de produzir frutos deliciosos e com ótimo equilíbrio entre açúcares e acidez quando colhidos no verão, os frutos costumam ser muito ácidos no inverno. A equivocada prática de colher esses abacaxis no inverno para se aproveitar momentos de bons preços, acabou criando uma imagem muito negativa da variedade na mente dos consumidores que atualmente preferem o ‘Pérola’, que embora tenha menos açúcar que o ‘Smooth Caynne’, produz frutos de baixa acidez. A busca pelo consumidor, que quer produtos saborosos está trazendo uma grande mudança na comercialização de abacaxis: o embalamento na origem, cujas vantagens são frutos que podem ser colhidos mais maduros e mais saborosos, porque não precisam resistir ao transporte a granel, a carga e a descarga são muito mais rápidas ajudando a desafogar o tumultuado entreposto de São Paulo e o produtor pode fixar sua marca na cabeça dos varejistas e consumidores finais. Numa estimativa, pode-se dizer que mais de 10% do abacaxi comercializado na Ceagesp já vem embalado na origem e as mudanças costumam ser rápidas, quando iniciadas no grande centro de frutas e hortaliças. A comercialização no entreposto paulistano é um ótimo retrato da produção brasileira de abacaxi, pois ela concentra mais de 10% da produção brasileira, abriga uma grande diversidade de origens, atende a uma das populações mais exigentes do país e é aqui que as mudanças importantes começam.
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Excepcionalmente nesta edição não publicaremos a coluna do economista da Ceagesp, Flávio Godas.
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CÁ ENTRE NÓS
É hora de mudança Em fevereiro as chuvas acompanhadas pelas tempestades de granizo dificultaram a vida da horticultura e os preços das folhosas subiram significativamente, acompanhadas pelo tomate. Os bataticultores brasileiros também estão sofrendo, pois o preço de venda está aquém do custo de produção. Vamos consumir batatas: é bom e está barato! A boa notícia é que a laranja, que teve seu território invadido pela cana-de-açúcar, vem reagindo, portanto é hora de plantar laranja! **** A Associação Nossa Turma protocolou junto à Ceagesp a liberação do PBCF para a realização da tradicional prova do circuito da Queima do Alho, que será realizada no dia 15 de maio. Inclusive, já solicitamos à Anapa (Associação Nacional
Manelão* Colunista
dos Produtores de Alho) que reserve para o tempero o melhor alho roxo do mundo, que é o brasileiro. **** No dia 28 de maio acontece a Ação Saúde na Nossa Turma em prol da comunidade e de todos que trabalham neste grande mercado. A organização será do Rotary Club Alto da Lapa, com apoio da UBS Lapa e de voluntários dos Correios, da Ceagesp e do Instituto da Criança. Vamos ter teatro, brincadeiras, cabeleireiros, palestras pertinentes à saúde, ioga, ginástica laboral, além de um batalhão de médicos, enfermeiras e massoterapeutas que prestarão atendimento à comunidade. O evento, que terá participação especial da Pastoral da Criança, terá sua cobertura jornalística feita pelo Jornal Entreposto e Jornal da Gente.
**** A sede da Nossa Turma está de forro novo, graças à colaboração de pessoas que acreditam no trabalho realizado pela entidade, como Ângela, uma jovem de Cartagena, na Colômbia. Ela candidatouse a fazer um intercâmbio cultural no Brasil e escolheu a Nossa Turma para pôr em prática sua formação profissional, desenvolvendo uma mudança visual da nossa logomarca baseada nas embalagens onde são comercializadas os produtos hortícolas e nas cores das moradias do entorno do mercado. Ângela e a outra intercambista brasileira que foi para Índia, Mariana Malveira, criaram ferramentas para que possamos arrecadar mais recursos para nossa ONG. Elas levarão para a Colômbia e para a Índia a experiência que partilharam na Nossa Turma. Que o Espírito Santo de Deus ilumine seus caminhos!
Voluntariado sem fronteiras
Formada em comunicação social pela Universidade Tecnológica de Bolívar, a colombiana Angela Ramirez escolheu o Brasil para aprimorar sua fluência em português e conhecer mais sobre a importância do terceiro setor. A voluntária, que antes trabalhava numa multinacional, veio ao país por intermédio da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e, junto com a estudante brasileira Mariana Malveira, ajudou a desenvolver a nova identidade visual da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, organização não-governamental que atende mais de 500 crianças e adolescentes em situação de risco social. Natural de Cartagena, ci-
dade da costa caribenha da Colômbia, Ramirez e outros colegas implantaram um projeto de comunicação interna e externa para a entidade sediada no entreposto de São Paulo. A iniciativa resultou em uma nova logomarca baseada nos “personagens da turma” e nas estruturas das caixas e das comunidades da região
da Ceagesp. “Ao longo desses meses, aprendi mais sobre a importância do terceiro setor e o trabalho voltado ao bem-estar das crianças”, conta. Em abril, a jovem de 23 anos retorna ao seu país. “Vou levar essa experiência e disseminá-la entre as ONGs colombianas”, afirma.
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JORNAL ENTREPOSTO
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Ceasas Brasil Ceasa do RJ isentará de aluguel agricultores prejudicados por enxurradas Central ainda não sabe número de produtores que serão isentos Agência Brasil
Produtores rurais dos municípios da região serrana do Rio de Janeiro prejudicados pelas fortes chuvas e avalanches de terra ocorridas em janeiro não precisarão pagar aluguel para vender seus produtos na Ceasa do estado, localizada em Irajá, subúrbio da capital fluminense. A medida vale para o mês de fevereiro, mas pode ser estendida. “Eles [produtores] são identificados caso a caso para não haver favorecimento. A produção rural varia de área para área. Vai depender da safra e do que ele leva para lá. Identificamos os locais atingidos e a partir daí concedemos isenções”, disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto. A Ceasa ainda não contabilizou o número de produtores que receberão isenção. Uma lista preliminar indica que pelo menos 21 teriam direito ao benefício. Com isso, os diaristas poderiam economizar R$ 12 e os mensalistas, R$ 44. Além de produtores dos sete municípios que decretaram estado de calamidade, acrescentou Peixoto, o governo estuda ampliar a isenção para produtores de áreas vizinhas, que plantavam em várzeas de rios arrasadas pela enxurrada de janeiro. Com o fechamento dos dados obtidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RJ) e o cruzamento com informações sobre seguros, Peixoto avaliará a necessita de estender a isenção a essas localidade e não descarta ampliar o benefício por mais um mês. A Associação de Produtores de
Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio (Apherj) acredita que a economia com os aluguéis de bancas, mesmo sendo pequena, pode aliviar os gastos de agricultores que perderam boa parte da produção ou que terão dificuldade para replantar. Segundo o presidente de Apherj,
Delcy Resende da Silva, o período mais difícil já passou, mas a produção ainda não foi normalizada por problemas no fornecimento de energia elétrica, prejudicado com a queda de postes e falhas na rede. “À beira do Rio Grande, onde a enchente passou, não sobrou nada.
Vão ter que começar a preparar o solo para depois plantar. No alto, o que mais atrapalhou e que pode se refletir em março, foi a energia, porque não tendo água, não se molha [as plantas] e se não molha, morrem”, disse Silva.
AUMENTOS
Índice Ceagesp registra alta de 4,45% em janeiro Couve-flor
71,8%
Limão
-46,65%
Batata Comum
-5,93%
Os preços no atacado na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) dos setores de verduras e legumes apresentaram aumentos significativos no mês de janeiro devido às chuvas ocorridas em praticamente todas as regiões produtoras da região sudeste, prejudicando a produção. “Alguns legumes e, principalmente, as verduras, computaram retração da quantidade ofertada, perda de qualidade e elevação dos preços praticados” analisa o economista Flávio Godas. Em janeiro, o Índice Ceagesp teve alta de 4,45% e, nos últimos 12 meses, a elevação foi de 2,05%. O balizador de preços só não subiu mais porque o setor de frutas - principal item da cesta de 105 produtos frescos - apresentou retração de 2,06%. As principais quedas foram do limão (-46,65%), do abacate (-39,36%) e do mamão formosa
(-17,51%). As altas foram do melão (14,4%), da uva Itália (16,06%), e da laranja lima (32,28%). Outro setor a apresentar queda dos preços foi o de Diversos (2,35%). As baixas foram da batata comum (-5,93%), da cebola nacional (-9,13%) e dos ovos (2,19%). Apenas o amendoim (4,33%) registrou alta no setor. Com a maior elevação dos preços no mês, o setor de verduras apresentou alta de 52,89%. Os principais aumentos foram do coentro (167%), da couve-flor (71,8%) e do brócolis (60,8%). Somente o milho verde (10,03%) registrou recuo de preços no setor. O setor de legumes também teve aumento expressivo de 19,20%. As principais altas foram do chuchu (91,95%), da berinjela (66,10%) e da vagem (26,82%). As quedas foram do quiabo (-25,5%), da mandioquinha (-17,08%) e da abóbora japonesa (13,19%). O setor de pescado teve
elevação de 3,05%. As principais altas foram do polvo (87,5%), do atum (41,69%) e da anchova (11,11%), as quedas ficaram com o robalo (22%), camarão ferro (-11,9%) e Salmão (-8,68%). Os meses de verão têm como características o excesso de chuvas e as altas temperaturas, o que é bastante prejudicial para a produção de hortaliças. “Historicamente, os preços apresentam fortes oscilações em janeiro e fevereiro e, somente na segunda quinzena de março iniciam processo de retorno aos patamares habituais”, afirma Godas. Em razão do retorno das férias, há ainda o crescimento da demanda por alimentos mais leves e saudáveis, o que deve impulsionar a procura por produtos frescos. “Esse fator merece destaque, pois a tendência para o mês de fevereiro é de que os preços mantenham-se em patamares elevados”, prevê o economista.
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Ceasa PR busca novas parcerias para entreposto de Umuarama
A Ceasa Paraná promete revitalizar os trabalhos no entreposto de Umuarama, na Região Noroeste do estado, e para isso um protocolo de cooperação técnica será encaminhado ainda este mês para a prefeitura da cidade prevendo a parceria entre a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento e outras instituições da região. “Temos um potencial de produção de hortigranjeiros muito grande na Região Noroeste do estado. Nossa intenção com esse novo termo de cooperação é aproveitar o interesse dos municípios da Região da Amerios (Associação dos Municípios de Entre Rios), nos auxiliando a incrementar ainda mais os trabalhos da unidade da Ceasa de Umuarama”, disse o presidente da Ceasa Paraná, Luiz Dâmaso Gusi, durante a reunião com Antônio Carlos Fávaro, secretário municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo de Umuarama. “A unidade é estratégica não só para a cidade, mas também para todos os 32 municípios que integram a Amerios. Estamos organizando o setor em toda a região para que aproveitem melhor a estrutura física da Ceasa de Maringá. A comercialização da produção de hortigranjeiros da região ganha um importante aliado neste processo”, diz Fávaro. Ele estima que existam hoje cerca de 300 produtores de hortigranjeiros em Umuarama, e outros 2.700 nos demais municípios que integram a Amerios. Segundo o diretor da secretaria municipal de abastecimento, Claúdio Marconi, a fruticultura é um dos pontos fortes da produção local. “O clima quente, e a qualidade do solo na região favorecem principalmente a produção de frutas, como citros, abacaxi, melancia, uva rústica, além de verduras”, diz. Para o diretor técnico da Ceasa, Valério Borba, “a participação integrada dos órgãos ligados tanto na agricultura municipal, como do Estado, darão maior visibilidade ao produtor da Região Noroeste”. “Estamos estimulando o cultivo e também o beneficiamento da produção local. Ajudamos a escoar os hortigranjeiros da região, incentivamos o agricultor que passará a ter ganhos melhores e garantias de comercialização, como também na segurança alimentar da população, além de criação de mais empregos”, completa.
Hortigranjeiros fecham janeiro com alta de 6,5% na CeasaMinas
Os hortigranjeiros comercializados no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas ficaram, em média, 6,5% mais caros em janeiro na comparação com dezembro. O grupo das hortaliças, formado por verduras e legumes, foi o destaque da alta, com elevação de 26,4%, em decorrência principalmente das chuvas do início do ano e da entressafra de alguns produtos. Já as frutas apresentaram redução de 2,9% no preço médio. Já os ovos ficaram com preço médio 1,6% menor no atacado. Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a previsão é de que boa parte dos produtos continue afetada pelas chuvas até abril. As hortaliças que mais contribuíram para o aumento foram a alface (93,8%), couveflor (80,8%), abobrinha italiana (78,6%), berinjela (67,6%), beterraba (50%), cenoura (57,4%), mandioca (34,2%) e couve (21,4%). Também foram destaques o chuchu, que passou de R$ 0,23/kg para R$ 0,79kg no atacado, e o tomate, de R$ 0,53/kg para R$ 1,07/kg. Mesmo com várias altas, o consumidor ainda pode encontrar hortaliças com preços mais acessíveis nesta época, como é o caso da batata, cebola, moranga híbrida, repolho híbrido e milho verde.
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Produção de veículos no país caiu 9,1%
Transporte Projeto promete abrir mercado para indústria nacional de máquinas agrícolas Fabricantes esperam repetir na África sucesso alcançado no Brasil Agência Brasil Com uma linha de crédito de US$ 640 milhões, destinada, principalmente, à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por produtores familiares, o Mais Alimentos África promete abrir novos mercados para a indústria nacional. “É uma oportunidade que se abre para nós, além de incrementar as exportações de produtos nacionais com valor agregado”, afirmou o vice-presiden-
te da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Mário Fioretti. Segundo ele, as fábricas brasileiras já exportam para a África, mas, agora, com um programa específico, a ideia é repetir o sucesso que o Mais Alimentos tem no Brasil. “Desde que o programa [Mais Alimentos] foi criado, em 2008, já vendemos 40 mil tratores e 1.700 caminhões”, afirmou. Dois meses depois da criação do Programa Mais Alimentos África, o primeiro país a mostrar interesse em aderir ao projeto do governo foi Gana. No Mais Alimentos, o governo federal financia a compra de tratores de baixa potência, de até 75 cavalos, para agricultores familiares, com um longo período para pagar. O programa oferece prazo de carência
Inspeção veicular em SP atingiu mais de 3 milhões de veículos
e baixas taxas de juros. Por meio dessa linha de crédito, os fabricantes vendem os veículos por um preço menor do que o habitual. “O Brasil está passando seu conhecimento em cooperações técnicas e, por meio do Mais Alimentos, abrindo um mercado que pode ser muito promissor”, afirmou. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, disse que o maior interesse por parte dos ganenses é a aquisição de equipamentos de irrigação e tratores desenvolvidos para agricultores familiares. O repasse dos recursos se dará de governo para governo, com critérios semelhantes aos que são colocados para os produtores brasileiros, como taxas de juros mais baixas e prazo de carência para pagamento.
De acordo com balanço da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente divulgado no último dia 16, mais de três milhões de veículos passaram pela inspeção veicular ambiental em 2010 na capital paulista. No total, foram realizadas 3.063.482 inspeções. Considerando-se a frota da cidade, estimada em 4.704.407 veículos pela prefeitura no ano passado, o programa atingiu 65,1% dela. Os automóveis foram os veículos com
maior adesão, 68,3% passaram pela inspeção e 96,4% deles foram aprovados. No caso dos caminhões a adesão foi de 49,1%, enquanto a aprovação foi de 85,2%.
Procedimentos Quem não fez a inspeção no ano passado deve pagar uma tarifa de R$ 46,40 para fazer o desbloqueio do processo, além da taxa da inspeção, que em 2011 é de R$ 61,98.
Para fazer isso, basta acessar o site da Controlar, empresa que realiza a inspeção, e emitir as duas guias. Apenas após o pagamento delas será possível fazer o agendamento. Circular com o veículo sem ter feito a inspeção veicular pode gerar multa de R$ 550, além do bloqueio do licenciamento. Os motoristas que tiverem seu veículo reprovado têm um prazo de 30 dias para reagendar a inspeção sem a cobrança de uma nova taxa.
A produção das montadoras instaladas no país caiu 9,1% em janeiro ante dezembro, com 261,7 mil veículos produzidos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 6,4%. Os dados foram divulgados no início do mês pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As vendas ao mercado interno também caíram em comparação a dezembro, com retração de 35,8%, totalizando 244,8 mil unidades. No entanto, sobre janeiro de 2010, os licenciamentos aumentaram 14,8%. As exportações tiveram recuo de 17,2% em relação a dezembro, com US$ 886,3 milhões. Já em unidades houve um crescimento de 5,8%, com a comercialização passando de 50.672 mil para 53.607 mil. Sobre janeiro do ano passado, houve crescimento de 10,7%. O volume financeiro exportado foi 18,2% maior do que em janeiro de 2010. A base de trabalhadores cresceu 0,9% entre dezembro (136.124) e janeiro (137.291). Sobre janeiro do ano passado, foi registrado acréscimo de 8,8%.
ECONOMIA
Consumo de combustíveis no Brasil cresceu 8,4%
COMECE O ANO COM O PÉ DIREITO. NO ACELERADOR DE UM FORD CARGO NOVO.
Número voltou ao patamar de 2008 O consumo aparente de combustíveis no mercado brasileiro foi 117,936 bilhões de litros em 2010, o que representa um aumento de 8,4% em relação aos 108,787 bilhões de litros referentes a 2009. Os dados foram divulgados no dia 15 de fevereiro no VI Seminário de Avaliação do Mercado de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da ANP, realizado no escritório central da agência, no Rio de Janeiro. Durante o evento também fora apresentados os destaques da ANP na regulação do mercado brasileiro de combustíveis em 2010. Os números mostram que o crescimento do consumo aparente, que havia sido de 2,7% na comparação entre 2008 e 2009, votou ao patamar do período 2007/2008, quando houve aumento de 8,4%. O consumo de gasolina C foi de 29,844 bilhões de litros, um aumento de 17,5% sobre 2009. Já o consumo de etanol hidratado foi de 15,074 milhões de litros em 2010, o que representa queda de 8,5% em relação ao ano anterior. Também foi constatado aumento no consumo de gasolina A em 2010 sobre 2009, de 19,4%. Já o etanol anidro (adicionado à gasolina A para preparação da gasolina C vendida nos postos) teve crescimento de 11,6%. No etanol total (anidro + hidratado) houve queda de 2,9%. Segundo os dados divulgados pela ANP, o consumo de biodiesel cresceu 58,8%, de 1,527 bilhões de litros em 2009 para 2,425 bilhões de litros em 2010 e o consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) aumentou 3,7%, de 12,113 bilhões de litros para 12,558 bilhões de litros na comparação entre os dois períodos. Houve queda de 2% no óleo combustível, com uma redução de 5 bilhões de litros para 4,9 bilhões de litros. O consumo de GNV caiu 4,8%, de 5,7 milhões de metros cúbicos dia para 5,4 milhões de metros cúbicos/dia.
O Congresso Nacional começa o ano tendo entre os projetos de lei para debate e votação do projeto de lei que prevê a criação do Planhort (Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros). O projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Deputados no dia 14 de dezembro pelo deputado Silas Brasileiro (PMDB/ MG), após um processo de elaboração do texto que envolveu representantes do governo federal, dirigentes e usuários das centrais de abastecimento do país. “Este Plano foi debatido por projeto de lei inspirou-se em anteprojeto resultante de diretrizes básicas elaboradas e discutidas por uma comissão interdisciplinar, que contou com representantes do setor de entrepostos públicos de abastecimento. Dada a importância da matéria para a revitalização dos entrepostos públicos de abastecimento no Brasil, esperamos que a aprovação do projeto de lei contemple os objetivos propostos”, enfatizou o autor do projeto. Objetivos
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O Planhort tem a finalidade de promover o desenvolvimento integrado da produção, comercialização e consumo de hortaliças, frutas, flores, plantas ornamentais e medicinais, produtos alimentícios naturais e perecíveis,
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MONTADORA
Volvo expande suas operações no Brasil
Investimentos incluem construção de um novo centro logístico
Roger Alm, presidente da Volvo do Brasi
Fabricante de caminhões, chassis de ônibus, equipamentos de construção, motores a diesel e cabines, a Volvo está expandindo suas operações na América Latina. No início do mês, a empresa anunciou investimentos de R$ 25 milhões para fabricar no Brasil as caixas de câmbio eletrônicas e o motor 11 litros de seus caminhões, e de R$ 50 milhões para construir um novo centro de logística de peças de reposição. As caixas de câmbio são atualmente importadas de uma das fábricas da Volvo na Suécia. O novo centro será erguido dentro do complexo industrial da montadora, localizado em Curitiba (PR). “O Brasil sempre foi um mercado muito importante para o Grupo Volvo, que vem constantemente investindo desde que a empresa se instalou aqui, no final dos anos 70. O país é a base para nossas operações em toda a América Latina”, declara Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil. No último ano, a empresa comercializou 18,3 mil caminhões pesados e semipesados no Brasil e demais países da América Latina. Atualmente, o Brasil é o principal mercado de caminhões da marca em todo o mundo, com o maior volume de vendas nos últimos dois anos.
Caixas de câmbio Quando foi lançada, em 2006, junto com a inha “F” de caminhões, a I-Shift representava menos de 3% das vendas de veículos desta categoria. A partir daí, iniciou uma trajetória de crescimento e no ano passado atingiu 60% das vendas. “A caixa I-Shift tem tido uma fantástica aceitação no Brasil e nos demais países da América do Sul. Ela já equipa 60% dos caminhões da linha “F” que saem da linha de montagem”, declara Nilton Roeder, responsável pela Volvo Powertrain na América do Sul. O restante são caixas de câmbio convencionais. Segundo o gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, Sérgio Gomes, caminhões equipados com esta caixa de câmbio contribuem para reduzir o custo operacional do transportador. “Há uma substancial diminuição do consumo de combustível. Esta economia pode ser de 3% a 5% em relação à veículos equipados com caixa de câmbio manuais”, afirma Gomes. A caixa de câmbio eletrônica não tem pedal de embreagem e o motorista só usa os pedais de aceleração e de freio. O condutor também não precisa fazer esforço e não se preocupa em trocar marchas. No modo automático, por exemplo, é só acelerar e frear, pois tudo é feito de forma eletrônica.
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Produção de veículos no país caiu 9,1%
Transporte Projeto promete abrir mercado para indústria nacional de máquinas agrícolas Fabricantes esperam repetir na África sucesso alcançado no Brasil Agência Brasil Com uma linha de crédito de US$ 640 milhões, destinada, principalmente, à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por produtores familiares, o Mais Alimentos África promete abrir novos mercados para a indústria nacional. “É uma oportunidade que se abre para nós, além de incrementar as exportações de produtos nacionais com valor agregado”, afirmou o vice-presiden-
te da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Mário Fioretti. Segundo ele, as fábricas brasileiras já exportam para a África, mas, agora, com um programa específico, a ideia é repetir o sucesso que o Mais Alimentos tem no Brasil. “Desde que o programa [Mais Alimentos] foi criado, em 2008, já vendemos 40 mil tratores e 1.700 caminhões”, afirmou. Dois meses depois da criação do Programa Mais Alimentos África, o primeiro país a mostrar interesse em aderir ao projeto do governo foi Gana. No Mais Alimentos, o governo federal financia a compra de tratores de baixa potência, de até 75 cavalos, para agricultores familiares, com um longo período para pagar. O programa oferece prazo de carência
Inspeção veicular em SP atingiu mais de 3 milhões de veículos
e baixas taxas de juros. Por meio dessa linha de crédito, os fabricantes vendem os veículos por um preço menor do que o habitual. “O Brasil está passando seu conhecimento em cooperações técnicas e, por meio do Mais Alimentos, abrindo um mercado que pode ser muito promissor”, afirmou. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, disse que o maior interesse por parte dos ganenses é a aquisição de equipamentos de irrigação e tratores desenvolvidos para agricultores familiares. O repasse dos recursos se dará de governo para governo, com critérios semelhantes aos que são colocados para os produtores brasileiros, como taxas de juros mais baixas e prazo de carência para pagamento.
De acordo com balanço da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente divulgado no último dia 16, mais de três milhões de veículos passaram pela inspeção veicular ambiental em 2010 na capital paulista. No total, foram realizadas 3.063.482 inspeções. Considerando-se a frota da cidade, estimada em 4.704.407 veículos pela prefeitura no ano passado, o programa atingiu 65,1% dela. Os automóveis foram os veículos com
maior adesão, 68,3% passaram pela inspeção e 96,4% deles foram aprovados. No caso dos caminhões a adesão foi de 49,1%, enquanto a aprovação foi de 85,2%.
Procedimentos Quem não fez a inspeção no ano passado deve pagar uma tarifa de R$ 46,40 para fazer o desbloqueio do processo, além da taxa da inspeção, que em 2011 é de R$ 61,98.
Para fazer isso, basta acessar o site da Controlar, empresa que realiza a inspeção, e emitir as duas guias. Apenas após o pagamento delas será possível fazer o agendamento. Circular com o veículo sem ter feito a inspeção veicular pode gerar multa de R$ 550, além do bloqueio do licenciamento. Os motoristas que tiverem seu veículo reprovado têm um prazo de 30 dias para reagendar a inspeção sem a cobrança de uma nova taxa.
A produção das montadoras instaladas no país caiu 9,1% em janeiro ante dezembro, com 261,7 mil veículos produzidos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 6,4%. Os dados foram divulgados no início do mês pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As vendas ao mercado interno também caíram em comparação a dezembro, com retração de 35,8%, totalizando 244,8 mil unidades. No entanto, sobre janeiro de 2010, os licenciamentos aumentaram 14,8%. As exportações tiveram recuo de 17,2% em relação a dezembro, com US$ 886,3 milhões. Já em unidades houve um crescimento de 5,8%, com a comercialização passando de 50.672 mil para 53.607 mil. Sobre janeiro do ano passado, houve crescimento de 10,7%. O volume financeiro exportado foi 18,2% maior do que em janeiro de 2010. A base de trabalhadores cresceu 0,9% entre dezembro (136.124) e janeiro (137.291). Sobre janeiro do ano passado, foi registrado acréscimo de 8,8%.
ECONOMIA
Consumo de combustíveis no Brasil cresceu 8,4%
COMECE O ANO COM O PÉ DIREITO. NO ACELERADOR DE UM FORD CARGO NOVO.
Número voltou ao patamar de 2008 O consumo aparente de combustíveis no mercado brasileiro foi 117,936 bilhões de litros em 2010, o que representa um aumento de 8,4% em relação aos 108,787 bilhões de litros referentes a 2009. Os dados foram divulgados no dia 15 de fevereiro no VI Seminário de Avaliação do Mercado de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da ANP, realizado no escritório central da agência, no Rio de Janeiro. Durante o evento também fora apresentados os destaques da ANP na regulação do mercado brasileiro de combustíveis em 2010. Os números mostram que o crescimento do consumo aparente, que havia sido de 2,7% na comparação entre 2008 e 2009, votou ao patamar do período 2007/2008, quando houve aumento de 8,4%. O consumo de gasolina C foi de 29,844 bilhões de litros, um aumento de 17,5% sobre 2009. Já o consumo de etanol hidratado foi de 15,074 milhões de litros em 2010, o que representa queda de 8,5% em relação ao ano anterior. Também foi constatado aumento no consumo de gasolina A em 2010 sobre 2009, de 19,4%. Já o etanol anidro (adicionado à gasolina A para preparação da gasolina C vendida nos postos) teve crescimento de 11,6%. No etanol total (anidro + hidratado) houve queda de 2,9%. Segundo os dados divulgados pela ANP, o consumo de biodiesel cresceu 58,8%, de 1,527 bilhões de litros em 2009 para 2,425 bilhões de litros em 2010 e o consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) aumentou 3,7%, de 12,113 bilhões de litros para 12,558 bilhões de litros na comparação entre os dois períodos. Houve queda de 2% no óleo combustível, com uma redução de 5 bilhões de litros para 4,9 bilhões de litros. O consumo de GNV caiu 4,8%, de 5,7 milhões de metros cúbicos dia para 5,4 milhões de metros cúbicos/dia.
O Congresso Nacional começa o ano tendo entre os projetos de lei para debate e votação do projeto de lei que prevê a criação do Planhort (Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros). O projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Deputados no dia 14 de dezembro pelo deputado Silas Brasileiro (PMDB/ MG), após um processo de elaboração do texto que envolveu representantes do governo federal, dirigentes e usuários das centrais de abastecimento do país. “Este Plano foi debatido por projeto de lei inspirou-se em anteprojeto resultante de diretrizes básicas elaboradas e discutidas por uma comissão interdisciplinar, que contou com representantes do setor de entrepostos públicos de abastecimento. Dada a importância da matéria para a revitalização dos entrepostos públicos de abastecimento no Brasil, esperamos que a aprovação do projeto de lei contemple os objetivos propostos”, enfatizou o autor do projeto. Objetivos
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O Planhort tem a finalidade de promover o desenvolvimento integrado da produção, comercialização e consumo de hortaliças, frutas, flores, plantas ornamentais e medicinais, produtos alimentícios naturais e perecíveis,
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MONTADORA
Volvo expande suas operações no Brasil
Investimentos incluem construção de um novo centro logístico
Roger Alm, presidente da Volvo do Brasi
Fabricante de caminhões, chassis de ônibus, equipamentos de construção, motores a diesel e cabines, a Volvo está expandindo suas operações na América Latina. No início do mês, a empresa anunciou investimentos de R$ 25 milhões para fabricar no Brasil as caixas de câmbio eletrônicas e o motor 11 litros de seus caminhões, e de R$ 50 milhões para construir um novo centro de logística de peças de reposição. As caixas de câmbio são atualmente importadas de uma das fábricas da Volvo na Suécia. O novo centro será erguido dentro do complexo industrial da montadora, localizado em Curitiba (PR). “O Brasil sempre foi um mercado muito importante para o Grupo Volvo, que vem constantemente investindo desde que a empresa se instalou aqui, no final dos anos 70. O país é a base para nossas operações em toda a América Latina”, declara Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil. No último ano, a empresa comercializou 18,3 mil caminhões pesados e semipesados no Brasil e demais países da América Latina. Atualmente, o Brasil é o principal mercado de caminhões da marca em todo o mundo, com o maior volume de vendas nos últimos dois anos.
Caixas de câmbio Quando foi lançada, em 2006, junto com a inha “F” de caminhões, a I-Shift representava menos de 3% das vendas de veículos desta categoria. A partir daí, iniciou uma trajetória de crescimento e no ano passado atingiu 60% das vendas. “A caixa I-Shift tem tido uma fantástica aceitação no Brasil e nos demais países da América do Sul. Ela já equipa 60% dos caminhões da linha “F” que saem da linha de montagem”, declara Nilton Roeder, responsável pela Volvo Powertrain na América do Sul. O restante são caixas de câmbio convencionais. Segundo o gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, Sérgio Gomes, caminhões equipados com esta caixa de câmbio contribuem para reduzir o custo operacional do transportador. “Há uma substancial diminuição do consumo de combustível. Esta economia pode ser de 3% a 5% em relação à veículos equipados com caixa de câmbio manuais”, afirma Gomes. A caixa de câmbio eletrônica não tem pedal de embreagem e o motorista só usa os pedais de aceleração e de freio. O condutor também não precisa fazer esforço e não se preocupa em trocar marchas. No modo automático, por exemplo, é só acelerar e frear, pois tudo é feito de forma eletrônica.
C4
Fevereiro 2011
l JORNAL ENTREPOSTO
Meio Ambiente Plantio de florestas pode aumentar renda de produtores rurais O plantio de florestas comerciais é uma atividade que pode contribuir para o aumento da renda do agricultor e a sustentabilidade. Ao optar pelo cultivo de pinus ou eucalipto, o produtor tem a oportunidade de atender à crescente demanda dos setores madeireiro, moveleiro, energético e de celulose, contribui para o desenvolvimento sustentável da agricultura. O Ministério da Agricultura concede crédito ao produtor interessado no plantio de florestas comerciais - a principal linha de financiamento que atende ao setor conta com recursos de R$ 150 milhões nesta safra. “O agricultor poderá produzir floresta comercial de forma direta ou integrada a outros sistemas de produção sustentáveis. Dessa forma, poderá utilizar as linhas de crédito do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, destaca o coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Ministério da Agricultura, Elvison Ramos. O Programa ABC, que dispõe de R$ 2 bilhões, é uma das principais ações adotadas pelo Ministério da Agricultura para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O governo oferece financiamen-
to a produtores rurais e promove estudos por meio da Embrapa. Além disso, capacita profissionais para facilitar a difusão de práticas como plantio direto na palha, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Todas essas técnicas contribuem para a conservação das áreas de produção. A intenção do governo com o programa é aumentar a área de florestas, até 2020, de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares. Isso permitirá a redução da emissão de oito milhões de toneladas a 10 milhões de toneladas de CO2 equivalentes, no período de dez anos. Os produtores do setor de florestas comerciais também podem contar com o Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa). Nesta safra, o Produsa dispõe de R$ 1 bilhão e financia a implementação da Integração Lavoura-PecuáriaFloresta. A técnica é uma das vertentes da chamada “agricultura verde”, que alia aumento da produtividade na fazenda e conservação do meio ambiente. O sistema combina
atividades agrícolas realizadas com base no plantio direto na palha, promovendo a recuperação de pastagens em degradação. A silvicultura (atividade ligada à implantação e regene-
ração de florestas) no Brasil desenvolveu bases tecnológicas nos últimos 50 anos, com material genético de qualidade e garantia de produtividade. Os investimentos aplicados tornaram a atividade uma
Ruralistas querem votar logo o Código Florestal para garantir financiamento
das mais produtivas do país, com destaque na balança comercial do agronegócio. Os produtos florestais foram responsáveis, no ano passado, por 12% das exportações do setor, com US$ 9,3
Brasil cumpre poucas metas de preservação, diz ONG Agência Brasil
CNA associa novo código à inflação de alimentos Lideranças ruralistas devem manter a movimentação para apressar a votação de mudanças do Código Florestal. A bancada quer votar o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) o mais rápido possível, a tempo de evitar as restrições de financiamento rural, que entram em vigor em junho. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) associou a revisão do código à inflação de alimentos e alertou para o risco de alta nos preços se os produtores não tiverem acesso a financiamento por causa de pendências ambientais. A partir de 12 de junho, o Banco do Brasil não vai mais emprestar dinheiro para produtores que não apresentarem a averbação da reserva legal (registro em cartório) ou aderirem ao Programa Mais Ambiente, criado pelo governo para regularização ambiental de propriedades rurais. Desde janeiro, o banco estava exigindo que os pro-
dutores assinassem uma declaração afirmando ter ciência de que a partir de junho a lei será aplicada. O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), reclamou do alerta do banco e a partir da próxima semana a declaração não será mais cobrada. Além da proposta de Aldo Rebelo, um novo texto deve
ser apresentado para discussão da revisão do código, preparado pelo governo. Ministérios “rivais”, como os do Meio Ambiente e da Agricultura, estão se entendendo melhor sobre os pontos mais polêmicos das mudanças na lei e a proposta será fechada pela Casa Civil da Presidência da República. Oficialmente, não há previsão de data para apresentação do substitutivo.
Micheletto disse que os parlamentares não vão aceitar um texto pronto do Executivo e que a proposta que valerá para o debate na Câmara é a de Aldo Rebelo. “Independentemente do envio de substitutivo, o governo tem que respeitar o que o Parlamento está fazendo. O plenário vai votar o texto do Aldo, isso é acordo político já feito. O Executivo não pode interferir.” Segundo Micheletto, as bancadas estão tentando negociar os pontos mais polêmicos, inclusive com o Ministério do Meio Ambiente, para viabilizar as mudanças da lei ainda no primeiro semestre. Para o coordenador de Código Florestal da Campanha Amazônia do Greenpeace, Rafael Cruz, o governo deveria se posicionar de maneira mais clara sobre as mudanças, para que a lei florestal não seja atropela pelo “tratoraço” da bancada ruralista. “É hora do governo se posicionar sobre esse assunto. Tem que dar sua posição definitiva. A independência entre os Poderes é essencial, mas o governo tem o papel inegável de se posicionar”, avalia.
bilhões, o que representa o crescimento de 20% em relação a 2009. Em 2010, a utilização da madeira para lenha e carvão foi de quase 30 milhões de toneladas, equivalente a 12% da oferta de energia proveniente da biomassa florestal. O consumo anual de carvão vegetal nas indústrias de aço e de outras ligas metálicas, de baixo custo de produção e processamento, é estimado em seis milhões de toneladas por ano. A preferência pelo carvão deve-se à facilidade de transporte e combustão. O chefe-geral da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva, reforça que a produção agrícola e a preservação ambiental são conciliáveis, considerando o plantio de árvores. Por isso, o centro de pesquisa desenvolve tecnologias e variedades para utilização em áreas degradadas ou sem tradição florestal. “O país possui perto de 65 milhões de áreas subutilizadas e a implantação da agricultura de base florestal é uma alternativa viável”, pondera. Ele avalia que o desafio passa pela transformação da celulose em energia limpa, pois os custos de produção de biomassa ainda são muito elevados.
O Brasil cumpriu poucas metas para a proteção de seus biomas estipuladas na Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre Conservação da Diversidade Biológica. É o que mostra levantamento da organização não governamental WWF-Brasil em parceria com a Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Das 51 metas nacionais que deveriam ser atingidas até 2010, o país cumpriu duas na totalidade; cinco não foram executadas, e o restante encontra-se em estágios intermediários de cumprimento. De acordo com o levantamento, o país não cumpriu a meta de recuperar no mínimo 30% dos principais estoques pesqueiros com gestão participativa e controle de capturas. Também não colocou em ação planos de manejo para controlar, pelo menos, 25 das principais espécies exóticas invasoras que mais ameaçam os ecossistemas. O país também não implementou projetos de proteção ao conhecimento de todas as comunidades tradicionais dos biomas, e nem criou políticas para que os benefícios resultantes do uso comercial dos recursos genéticos dos ecossistemas fossem efetivamente repartidos de forma eqüitativa em prol da conservação da biodiversidade. O Brasil cumpriu apenas a
redução média de 25% no número de focos de calor em cada bioma, e também elaborou uma lista acessível das espécies brasileiras de plantas, animais e microorganismos. “No campo do conhecimento, de criação de áreas protegidas, de monitoramento, as notícias são boas. Em outros campos, sobre o uso sustentável dos biomas, de se colocar o meio ambiente no centro das decisões políticas, e de se criar uma economia verde, as notícias são ruins”, avaliou o superintendente da WWFBrasil, Cláudio Maretti. O estudo mostra que o Brasil cumpriu apenas em parte a meta de redução na taxa de desmatamento de seus biomas. Não foi alcançado o estipulado pela convenção da ONU, de diminuição de 100% no desmatamento na Mata Atlântica, de 75% na Amazônia e de 50% nos demais biomas. Com encerramento dos prazos de 2010, e com as decisões tomadas na conferência de Nagoia (Japão), em outubro do ano passado, ficaram definidas metas ainda mais ambiciosas para o Brasil. O objetivo agora é aumentar para 17% as áreas protegidas até 2020, praticamente o dobro do que o bioma abriga hoje.