Jornal Entreposto | Janeiro de 2011

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Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

São Paulo, janeiro de 2011 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 12 - No 128 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste

Após enchente, atacadistas calculam prejuízo de R$ 25 milhões De setembro de 2009 a janeiro de 2011, os atacadistas do pavilhão MFE-A enfrentaram quatro grandes alagamentos Os transbordamentos do rio Pinheiros, vizinho à Ceagesp, explicam parte desses desastres cada vez mais comum na cidade de São Paulo, informam os especialistas em defesa civil. Para amenizar os transtornos, permissionário sugere obras contra as enchentes. . “A construção de plataformas elevadas amenizaria nosso problema”, avalia o empresário João Cardoso, que perdeu 60 toneladas de melancia e 10 toneladas de abacaxi na enchente do início deste ano.

Foto: Agência Brasil

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), os 373 maiores desastres naturais registrados ao longo do ano passado mataram mais de 296,8 mil pessoas no mundo e custaram cerca de US$ 110 bilhões.

FOTO DO MÊS Na região serrana do Rio de Janeiro, responsável por boa parte da produção fluminense de hortaliças, os prejuízos à agricultura causados pelas fortes chuvas e inundações no início do ano já totalizam R$ 270 milhões. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, 3,2 mil agricultores foram prejudicados pela maior tragédia climática registrada na história do Brasil

Produção agrícola brasileira tem boas perspectivas para 2011

Capítulo VI Preenchimento da nota fiscal de produtor Pág. B2

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Variedades de pêssego comercializadas no ETSP Pág. B3

“Se não agirmos agora, vamos ver mais e mais desastres, devido à urbanização desordenada e à degradação ambiental. E desastres relacionados ao clima, com certeza, vão aumentar no futuro, em função de diversos fatores, entre os quais as alterações climáticas”, disse a secretária-geral da Estratégia Internacional para Redução de Desastres, Margareta Wahlström.

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Que alface é esta? Pág. B1

Revolução nas embalagens de citros Pág. B4

Plano que regulamenta normas das Ceasas é apresentado à Câmara Pág. B5

* Preço de referência do mês de dezembro l 2010 - Expectativa para janeiro l 2011

ESTÁVEL

SC

R$ 7,52

BAIXA

CX

R$ 43,72

ESTÁVEL

R$ 5,23

BAIXA

Tilápia KG

R$ 2,92

KG

Boca de Leão

 BAIXA

Ovo Branco

R$ 0,81

Milho Verde

KG

Ameixa Nacional

Pimentão Verde

R$ 3,74

ESTÁVEL


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CIDADES VULNERÁVEIS FOTO: ABr

A pior tragédia climática da história do Brasil derrubou a produção agrícola na região serrana do Rio de Janeiro, um dos principais polos produtores de hortaliças do estado. Autoridades já estudam prorrogar o prazo de pagamento dos empréstimos e outras medidas para compensar as perdas

Comerciantes do ETSP amargam prejuízo de R$ 25 milhões Pavilhão MFE-A está na UTI financeira, alerta atacadista Paulo Fernando De São Paulo

As águas que invadiram a Ceagesp no início do ano levaram consigo boa parte dos lucros dos permissionários da Praça da Melancia. Sem nenhum sistema de prevenção e alerta contra enchentes, o Entreposto Terminal de São Paulo está cada vez mais vulnerável às adversidades causadas pelos fenômenos climáticos. De setembro de 2009 a janeiro de 2011, os atacadistas do pavilhão MFE-A enfrentaram quatro grandes alagamentos. Os transbordamentos

do rio Pinheiros, vizinho à Ceagesp, explicam parte desses desastres cada vez mais comuns na cidade de São Paulo, informam os especialistas em defesa civil. O alto índice de impermeabilização do solo também agrava os transtornos. Permissionários ouvidos pelo JE estimam que os prejuízos causados pela enchente registrada entre 10 e 11 de janeiro tenham totalizado R$ 25 milhões. “Além dos nossos estoques, também perdemos dois dias de comercialização”, relata João Cardoso, atacadista há mais de 10 anos no ETSP. “Nunca recebemos nenhum alerta contra as enchentes. E mesmo que recebêssemos, a operação logística para retirar as mercadorias antes da invasão das águas seria muito cara e complexa”, acrescenta. A solução técnica mais viável economicamente, avalia o empresá-

rio, é a elevação do piso do pavilhão. “A construção de plataformas elevadas amenizaria nosso problema. Piscinões e mais galerias de águas pluviais também poderiam minimizar o impacto desses transbordamentos”, sugere. Entretanto, obras contra as enchentes são uma reivindicação antiga dos permissionários. Cada vez que são atingidos pelas enchentes, os comerciantes vêem sua capacidade de investimentos reduzida. “Nossas empresas estão na UTI financeira. Não sei como vamos continuar suportando isso”, alerta. Mas o pior prejuízo de todos, aponta o permissionário, é para a imagem da Ceagesp. “Toda vez que passamos por essa situação, recebemos ligações do Brasil inteiro. Os produtores sempre querem saber quando é que isso vai acabar. E nós não temos a resposta”, lamenta.

FOTO: PAULO FERNANDO

Mais uma vez, enchente para a Ceagesp Em 16 meses, é a quarta vez que os permissionários enfrentam a adversidade hidrológica Vinicius Konchinski Da Agência Brasil

A forte chuva que atingiu a cidade na noite do dia 10 e madrugada de 11 de janeiro causou o transbordamento do rio Pinheiros, que inundou parte do ETSP (Entreposto Terminal de São Paulo) da Ceagesp. Durante a tarde do dia 11, comerciantes de frutas e verduras que trabalham no local avaliaram os prejuízos causados pelo temporal. Em meio à lama e aos restos de comida espalhados pelo maior centro de distribuição de alimentos da América Latina, o clima era de desolação. Já acostumados com as frequentes cheias no local, os trabalhadores se esforçavam para limpar seus estandes e voltar às vendas, mesmo sabendo que as enchentes podem voltar a qualquer nova chuva. “Todo ano é assim”, diz Marcos Caires, dono de uma banca de frutas. “Esta enchente é a primeira do ano. Não se sabe quando virá a próxima.” Só em melão, uva e melancia, Caires estima que perdeu de R$ 60 mil a R$ 80 mil com a chuva de ontem. A quantidade de frutas perdidas corresponde a 20% do estoque que ele mantinha no Ceagesp. A situação de Caires é a mesma de grande parte dos comerciantes. Um balanço divulgado pela Ceagesp informa que 20% das melancias estocadas no local foram perdidas. A área onde ficam as melancias foi a mais atingida – perderam-se 40 toneladas da fruta. Para o comerciante Luiz Jacinto da Silva, a perda foi propor-

cionalmente maior. Dos cerca de três mil abacaxis que ele tinha em estoque, mil foram atingidos pela enchente e jogados fora - 33% do total. “A água subiu cerca de meio metro. Eu estava em casa dormindo. Quando acordei, ouvi a notícia da enchente no rádio e soube que teria prejuízo. Já virou rotina”, relata. Mesmo os que não perderam mercadorias reclamavam da enchente. Geraldo de Almeida, que vende hortaliças, afirmou que, por causa das notícias da cheia, os fornecedores não entregaram hoje de manhã o que ele havia pedido. “Os produtores souberam que a Ceagesp inundou e não colheram os produtos que vendemos. Com falta de mercadoria, o preço subiu e o consumidor é quem acabou pagando mais”, disse. Segundo Almeida, nesta terçafeira, uma caixa de alface, que é vendida geralmente por R$ 10, chegou a custar R$ 20. A caixa de couve-flor passou de R$ 15 subiu para R$ 25. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), os 373 maiores desastres naturais registrados ao longo do ano passado mataram mais de 296,8 mil pessoas no mundo e custaram cerca de US$ 110 bilhões. “Se não agirmos agora, vamos ver mais e mais desastres, devido à urbanização desordenada e à degradação ambiental. E desastres relacionados ao clima, com certeza, vão aumentar no futuro, em função de diversos fatores, entre os quais as alterações climáticas”, alertou a secretária-geral da Estratégia Internacional para Redução de Desastres, Margareta Wahlström.



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ECONOMIA

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Produção agrícola brasileira tem boas perspectivas para 2011

Bom momento do agronegócio eleva comercialização da Ceagesp

Índice Ceagesp fecha o ano com retração de 1,73%

Estimativa para o Valor Bruto da Produção pode chegar a R$ 187 bilhões. Se confirmado, o resultado será recorde em 14 anos

A mais recente estimativa para o Valor Bruto da Produção em 2011 pode chegar a R$ 187 bilhões. O resultado, obtido a partir das pesquisas de safra realizadas em dezembro do ano passdo e baseado nos preços praticados nos principais mercados do país, é 8,29% superior ao obtido em 2010 (R$ 172,74 bilhões), de acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura. Se confirmado ao logo do ano, este será o maior valor da série histórica iniciada em 1997. “As perspectivas de uma safra favorável, que pode chegar a 149,4 milhões de toneladas e a tendência de alta de preços dos principais produtos agrícolas são fatores essenciais para os resultados de 2011”, explica o coordenador de Planejamento Estratégico do ministério, José Gasques, responsável pela pesquisa. Os melhores resultados obtidos até dezembro são para uva (55,9%), feijão (41%), algodão (38,3%), pimenta do reino (23,5%), laranja (22,7%), mandioca (20,2%), café (13,1%) e arroz (11,2%). Em percentuais pouco menores de aumento no valor da produção encontram-se o milho (10,7%) e a soja (5%). A recuperação do valor da produção desses dois produtos, que no ano passado tiveram decréscimo, pode ser essencial para os resultados da renda da agricultura em 2011. Poucos itens devem apresentar redução do valor da produção neste ano. Entre eles, se destacam a cebola (- 63%) e o trigo (-22,4%). A redução acentuada de valor para a cebola deve-se à base utilizada, relativa a outubro de 2010, quando, segundo o coordenador, foram registrados resultados consideravelmente inferiores às médias anteriores. Na análise por região, ainda não há dados disponíveis para o ano que se inicia, mas 2010 terminou com resultados favoráveis para o Norte (8,3%), Sudeste (12,15%) e Sul (5%). Nestas regiões, os estados que mais se destacaram foram Pará, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. No Centro-Oeste, a queda de valor da produção ocorreu exclusivamente em Mato Grosso e Goiás, cujos resultados foram comprometidos principalmente pelo milho e pela soja.

Produção Dentre os vinte e cinco produtos selecionados, 16 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior. Entre eles a batata-inglesa, mandioca, cebola, laranja e milho. Dos principais grãos, o arroz em casca foi o que teve o pior desempenho, com retração de 10,1% na produção, em função das chuvas excessivas que atrasaram a semeadura, determinando a perda de áreas em alguns municípios do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. Porém, após a redução no plantio ao longo de 2010, causada pelo fenômeno La Niña e pelo excesso de chuvas no período de semeadura, a retomada no mês de dezembro elevou as expectativas, que já eram positivas, para a sua produção em 2011 no Rio Grande do Sul. De acordo com projeções oficiais, a área plantada deste grão deve ter um acréscimo de 10% neste ano em relação a 2010. Além da área de cultivo, a produtividade no plantio de arroz também deve elevar-se em 2011, chegando a 7.150 toneladas por hectare, o que representa um aumento de 7,9% em relação ao ano passado.

Companhia fechou 2010 com o melhor resultado das últimas duas décadas Os bons números do agronegócio brasileiro em 2010 também repercutiram no volume de produtos comercializados pelos atacadistas da Ceagesp, considerado o maior da América Latina. O entreposto paulistano da companhia fechou o ano passado com cerca de 3,2 milhões de toneladas de produtos vendidos, resultado em ligeira elevação de 0,14% em relação a 2009, o que representa, segundo a companhia, o melhor resultado dos últimos 20 anos. A comercialização apresentou crescimento nos setores de legumes (1,65%), verduras (0,18%) e diversos, que inclui bata e cebola, entre outros produtos, com elevação de 2,10%. Por outro lado, os setores de frutas (-0,85%), flores (-0,08%) e pescados (-5,59%) apresentaram queda do volume comercializado. Na avaliação do economista da Ceagesp, Flávio Godas, o resultado de dezembro, considerado excelente, foi o que mais chamou a atenção. “Foi o melhor resultado mensal dos últimos 25 anos, com média aproximada de 12 mil toneladas por dia”, disse Godas. No setor de frutas, a laranja foi a campeã de vendas, com quase 300 mil toneladas, seguida por mamão e maçã. Tomate, cenoura e pepino foram os legumes mais vendidos. Já no setor de verduras, repolho, milho verde e alface lideraram as vendas em 2010.

Valor da produção pode ser recorde em 14 anos

O caso da laranja

Alimentos e inflação

O Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro de laranja produziu no ano passado quase 320 milhões de caixas de 40,8Kg da fruta. Desse total, 1,9 milhão de caixas foram destinadas ao consumo doméstico, e perdas de 24,0 milhões de caixas, perfazendo um total para a comercialização de 292,7 milhões de caixas. Os resultados prévios para a futura safra de laranja, 2010/2011 indicam que os citricultores têm a intenção de plantar 9,7 milhões de pés novos em uma área de quase 21 mil hectares. Dados qualitativos mostram que esse plantio será, em sua maioria, executado pelos grandes produtores, em recentes áreas (região de Mogi-Mirim, Lins e Marília), com novas técnicas na condução das lavouras, como adensamento, podas e irrigação. O levantamento mostra também que pretendem renovar cerca de 36 mil hectares do parque laranjeiro. Entretanto poderão ser erradicadas em um montante de 22.346 ha, provavelmente, áreas ocupadas com laranja, em regiões mais suscetíveis aos problemas fitossanitários. Na Ceagesp, maior entreposto de alimentos da América Latina, a laranja foi o grande destaque do setor de frutas, com quase 300 mil toneladas vendidas, seguida de longe pelo mamão, com pouco mais de 135 mil toneladas.

Segundo o IBGE, 40% do total do IPCA – índice que mede preços pagos pelo consumidor - do ano passado foi originado da inflação dos alimentos, que subiram 10,39%, após avançarem 3,18% em 2009. Isso representou uma contribuição de 2,34 pontos porcentuais dos alimentos no IPCA de 2010, segundo o instituto. Entre os destaques de elevação, aparecem os feijões, que subiram 51,49% em 2010. No entanto, a maior contribuição individual partiu das carnes, que subiram 29,64% no ano passado, e representaram 0,64% do resultado total do indicador no período. As refeições fora de casa são responsáveis por um terço dos gastos das famílias com alimentos. Com os preços dos alimentos em alta, houve aumento de 10,62% nos preços de refeições fora de casa, que foram a segunda maior contribuição individual para o IPCA do ano passado. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reconheceu que os produtos agropecuários, como a carne e o feijão, pressionaram os índices de inflação, mas disse que a tendência, no momento, é de reequilíbrio nesses setores. “O preço da arroba do boi está caindo e no feijão é claríssima essa recuperação. A saca que, há dois meses, estava a R$ 200, hoje, está a R$ 80”, explicou. Para Rossi, no agronegócio,essas questões são pontuais e, muitas vezes, decorrem de circunstâncias impostas pelo cenário internacional. Segundo o ministro, alguns preços aumentaram em função do crescimento da demanda interna e externa por alimentos. “O povo brasileiro está comendo mais e melhor e, no mundo, as populações da Ásia e da América Latina cresceram significativamente”, destacou. O ministro defendeu ainda que, ao levar em consideração os últimos dez anos, os alimentos exerceram função de âncora no combate à inflação, ajudando a derrubar o aumento de preços.

Produção 2010

320

milhões de caixas de 40,8kg

Para Rossi, momento é de reequilíbrio no preço dos alimentos

Comercialização no período de Jan a Nov 2010 SETOR DE FRUTAS ORDEM PRODUTO 1º 2º 3º 4º 5º

TON

LARANJA MAMÃO MAÇÃ TANGERINA MANGA

298.944,41 135.678,71 125.001,13 105.678,18 90.025,29

SETOR DE LEGUMES PRODUTO

ORDEM 1º 2º 3º 4º 5º

TOMATE CENOURA PEPINO PIMENTÃO CHUCHU

TON 285.499,35 86.827,59 45.313,24 44.546,65 43.605,12

SETOR DE VERDURAS ORDEM PRODUTO 1º 2º 3º 4º 5º

REPOLHO MILHO VERDE ALFACE BRÓCOLOS COUVE FLOR

FONTE: CEAGESP

Venda de romã na Ceagesp cresce 400% em dezembro

TON 48.101,16 44.840,23 43.409,14 12.712,57 11.673,06

Em todo final do ano, cresce o número de superstições e simpatias. E uma das mais utilizadas é a da romã, em que a pessoa deve comer a fruta e guardar sete sementes na carteira para trazer sorte e riqueza no ano que está por vir. Por conta dessa superstição, o volume de comercialização do produto registra forte alta em dezembro na Ceagesp. A quantidade de romã que passa pelo entreposto paulistano cresce 400%, em relação à média mensal de 14 toneladas durante o ano, para mais de 70 toneladas no último mês de 2010. Com a procura mais acirrada pela fruta, os preços também sobem. O quilo da romã nacional no atacado atingiu R$ 12 na última semana de dezembro, contra a média de R$ 8,20 durante o ano.

Clima estável favoreceu a produção hortifrutícola A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazenagens de São Paulo) registrou queda de 1,73% em 2010. Apesar das altas expressivas nos primeiros meses do ano nos setores de verduras e legumes, atingindo 19,01% e 17,31%, respectivamente, no mês de fevereiro, a partir de março esses setores mantiveram quedas acentuadas, o que contribuiu para a baixa do balizador de preços. “O clima favorável, sem geadas nas regiões produtoras, favoreceu muito a produção dos hortifrutis. Principalmente, nos setores de verduras e legumes que tiveram uma ótima oferta de produtos e os preços chegaram próximos ao custo de produção”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. Em 2010, além dos setores de Legumes (-22,76%) e Verduras (37,33%), que apresentaram retração nos preços, o setor de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos) também contribuiu para a queda do Índice, com redução de 25,86%. O indicador só não apresentou retração maior devido ao aumento de preços no setor de Frutas (10,5%), principal item da cesta de 105 produtos que compõem o indicador, devido aos efeitos sazonais e às chuvas que prejudicaram algumas culturas, como laranja pera e morango, no mês de fevereiro, e do setor de pescados, que subiu 2,48%. Em dezembro, o Índice Ceagesp apontou baixa de 2,14%. O setor

de Frutas foi o responsável pela queda significativa, com 4,79%, puxado principalmente pela melancia (-31,5%), abacate (-22,3%) e figo (40,6%). O setor de diversos também registrou retração de 2,85%, influenciado pela batata comum (-9,1%) e cebola nacional (-3,99%). No último mês do ano, o setor de Legumes permaneceu praticamente estável, com elevação de 0,39%. As principais quedas foram do pimentão vermelho (-35,7%) e ervilha (-46,4%). As altas concentraramse no pepino comum (60,3%) e no tomate (16,9%). Já o setor de Verduras continua em recuperação de preços, e teve alta de 10,04% em dezembro. As principais elevações foram da rúcula (46,06%) e do almeirão (14,3%). Apenas o milho verde (-35,3%) apresentou redução dos preços no setor. Houve ainda avanço de 1,82% nos preços dos Pescados. As principais altas: atum (28,6%) e anchovas (9,6%). As quedas foram da pescada (-15,8%) e da tainha (5,1%). Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de elevação dos preços nos setores de legumes, verduras e diversos. “A qualidade dos produtos, principalmente das folhagens e legumes mais sensíveis, começam a apresentar problemas. Essa perda de qualidade, invariavelmente, acarreta redução do volume ofertado e a majoração dos preços”, avalia Godas. Segundo ele, em contrapartida, as frutas e os pescados devem permanecer com preços estáveis em janeiro e fevereiro.


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Produção agrícola brasileira tem boas perspectivas para 2011

Bom momento do agronegócio eleva comercialização da Ceagesp

Índice Ceagesp fecha o ano com retração de 1,73%

Estimativa para o Valor Bruto da Produção pode chegar a R$ 187 bilhões. Se confirmado, o resultado será recorde em 14 anos

A mais recente estimativa para o Valor Bruto da Produção em 2011 pode chegar a R$ 187 bilhões. O resultado, obtido a partir das pesquisas de safra realizadas em dezembro do ano passdo e baseado nos preços praticados nos principais mercados do país, é 8,29% superior ao obtido em 2010 (R$ 172,74 bilhões), de acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura. Se confirmado ao logo do ano, este será o maior valor da série histórica iniciada em 1997. “As perspectivas de uma safra favorável, que pode chegar a 149,4 milhões de toneladas e a tendência de alta de preços dos principais produtos agrícolas são fatores essenciais para os resultados de 2011”, explica o coordenador de Planejamento Estratégico do ministério, José Gasques, responsável pela pesquisa. Os melhores resultados obtidos até dezembro são para uva (55,9%), feijão (41%), algodão (38,3%), pimenta do reino (23,5%), laranja (22,7%), mandioca (20,2%), café (13,1%) e arroz (11,2%). Em percentuais pouco menores de aumento no valor da produção encontram-se o milho (10,7%) e a soja (5%). A recuperação do valor da produção desses dois produtos, que no ano passado tiveram decréscimo, pode ser essencial para os resultados da renda da agricultura em 2011. Poucos itens devem apresentar redução do valor da produção neste ano. Entre eles, se destacam a cebola (- 63%) e o trigo (-22,4%). A redução acentuada de valor para a cebola deve-se à base utilizada, relativa a outubro de 2010, quando, segundo o coordenador, foram registrados resultados consideravelmente inferiores às médias anteriores. Na análise por região, ainda não há dados disponíveis para o ano que se inicia, mas 2010 terminou com resultados favoráveis para o Norte (8,3%), Sudeste (12,15%) e Sul (5%). Nestas regiões, os estados que mais se destacaram foram Pará, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. No Centro-Oeste, a queda de valor da produção ocorreu exclusivamente em Mato Grosso e Goiás, cujos resultados foram comprometidos principalmente pelo milho e pela soja.

Produção Dentre os vinte e cinco produtos selecionados, 16 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior. Entre eles a batata-inglesa, mandioca, cebola, laranja e milho. Dos principais grãos, o arroz em casca foi o que teve o pior desempenho, com retração de 10,1% na produção, em função das chuvas excessivas que atrasaram a semeadura, determinando a perda de áreas em alguns municípios do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. Porém, após a redução no plantio ao longo de 2010, causada pelo fenômeno La Niña e pelo excesso de chuvas no período de semeadura, a retomada no mês de dezembro elevou as expectativas, que já eram positivas, para a sua produção em 2011 no Rio Grande do Sul. De acordo com projeções oficiais, a área plantada deste grão deve ter um acréscimo de 10% neste ano em relação a 2010. Além da área de cultivo, a produtividade no plantio de arroz também deve elevar-se em 2011, chegando a 7.150 toneladas por hectare, o que representa um aumento de 7,9% em relação ao ano passado.

Companhia fechou 2010 com o melhor resultado das últimas duas décadas Os bons números do agronegócio brasileiro em 2010 também repercutiram no volume de produtos comercializados pelos atacadistas da Ceagesp, considerado o maior da América Latina. O entreposto paulistano da companhia fechou o ano passado com cerca de 3,2 milhões de toneladas de produtos vendidos, resultado em ligeira elevação de 0,14% em relação a 2009, o que representa, segundo a companhia, o melhor resultado dos últimos 20 anos. A comercialização apresentou crescimento nos setores de legumes (1,65%), verduras (0,18%) e diversos, que inclui bata e cebola, entre outros produtos, com elevação de 2,10%. Por outro lado, os setores de frutas (-0,85%), flores (-0,08%) e pescados (-5,59%) apresentaram queda do volume comercializado. Na avaliação do economista da Ceagesp, Flávio Godas, o resultado de dezembro, considerado excelente, foi o que mais chamou a atenção. “Foi o melhor resultado mensal dos últimos 25 anos, com média aproximada de 12 mil toneladas por dia”, disse Godas. No setor de frutas, a laranja foi a campeã de vendas, com quase 300 mil toneladas, seguida por mamão e maçã. Tomate, cenoura e pepino foram os legumes mais vendidos. Já no setor de verduras, repolho, milho verde e alface lideraram as vendas em 2010.

Valor da produção pode ser recorde em 14 anos

O caso da laranja

Alimentos e inflação

O Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro de laranja produziu no ano passado quase 320 milhões de caixas de 40,8Kg da fruta. Desse total, 1,9 milhão de caixas foram destinadas ao consumo doméstico, e perdas de 24,0 milhões de caixas, perfazendo um total para a comercialização de 292,7 milhões de caixas. Os resultados prévios para a futura safra de laranja, 2010/2011 indicam que os citricultores têm a intenção de plantar 9,7 milhões de pés novos em uma área de quase 21 mil hectares. Dados qualitativos mostram que esse plantio será, em sua maioria, executado pelos grandes produtores, em recentes áreas (região de Mogi-Mirim, Lins e Marília), com novas técnicas na condução das lavouras, como adensamento, podas e irrigação. O levantamento mostra também que pretendem renovar cerca de 36 mil hectares do parque laranjeiro. Entretanto poderão ser erradicadas em um montante de 22.346 ha, provavelmente, áreas ocupadas com laranja, em regiões mais suscetíveis aos problemas fitossanitários. Na Ceagesp, maior entreposto de alimentos da América Latina, a laranja foi o grande destaque do setor de frutas, com quase 300 mil toneladas vendidas, seguida de longe pelo mamão, com pouco mais de 135 mil toneladas.

Segundo o IBGE, 40% do total do IPCA – índice que mede preços pagos pelo consumidor - do ano passado foi originado da inflação dos alimentos, que subiram 10,39%, após avançarem 3,18% em 2009. Isso representou uma contribuição de 2,34 pontos porcentuais dos alimentos no IPCA de 2010, segundo o instituto. Entre os destaques de elevação, aparecem os feijões, que subiram 51,49% em 2010. No entanto, a maior contribuição individual partiu das carnes, que subiram 29,64% no ano passado, e representaram 0,64% do resultado total do indicador no período. As refeições fora de casa são responsáveis por um terço dos gastos das famílias com alimentos. Com os preços dos alimentos em alta, houve aumento de 10,62% nos preços de refeições fora de casa, que foram a segunda maior contribuição individual para o IPCA do ano passado. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reconheceu que os produtos agropecuários, como a carne e o feijão, pressionaram os índices de inflação, mas disse que a tendência, no momento, é de reequilíbrio nesses setores. “O preço da arroba do boi está caindo e no feijão é claríssima essa recuperação. A saca que, há dois meses, estava a R$ 200, hoje, está a R$ 80”, explicou. Para Rossi, no agronegócio,essas questões são pontuais e, muitas vezes, decorrem de circunstâncias impostas pelo cenário internacional. Segundo o ministro, alguns preços aumentaram em função do crescimento da demanda interna e externa por alimentos. “O povo brasileiro está comendo mais e melhor e, no mundo, as populações da Ásia e da América Latina cresceram significativamente”, destacou. O ministro defendeu ainda que, ao levar em consideração os últimos dez anos, os alimentos exerceram função de âncora no combate à inflação, ajudando a derrubar o aumento de preços.

Produção 2010

320

milhões de caixas de 40,8kg

Para Rossi, momento é de reequilíbrio no preço dos alimentos

Comercialização no período de Jan a Nov 2010 SETOR DE FRUTAS ORDEM PRODUTO 1º 2º 3º 4º 5º

TON

LARANJA MAMÃO MAÇÃ TANGERINA MANGA

298.944,41 135.678,71 125.001,13 105.678,18 90.025,29

SETOR DE LEGUMES PRODUTO

ORDEM 1º 2º 3º 4º 5º

TOMATE CENOURA PEPINO PIMENTÃO CHUCHU

TON 285.499,35 86.827,59 45.313,24 44.546,65 43.605,12

SETOR DE VERDURAS ORDEM PRODUTO 1º 2º 3º 4º 5º

REPOLHO MILHO VERDE ALFACE BRÓCOLOS COUVE FLOR

FONTE: CEAGESP

Venda de romã na Ceagesp cresce 400% em dezembro

TON 48.101,16 44.840,23 43.409,14 12.712,57 11.673,06

Em todo final do ano, cresce o número de superstições e simpatias. E uma das mais utilizadas é a da romã, em que a pessoa deve comer a fruta e guardar sete sementes na carteira para trazer sorte e riqueza no ano que está por vir. Por conta dessa superstição, o volume de comercialização do produto registra forte alta em dezembro na Ceagesp. A quantidade de romã que passa pelo entreposto paulistano cresce 400%, em relação à média mensal de 14 toneladas durante o ano, para mais de 70 toneladas no último mês de 2010. Com a procura mais acirrada pela fruta, os preços também sobem. O quilo da romã nacional no atacado atingiu R$ 12 na última semana de dezembro, contra a média de R$ 8,20 durante o ano.

Clima estável favoreceu a produção hortifrutícola A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazenagens de São Paulo) registrou queda de 1,73% em 2010. Apesar das altas expressivas nos primeiros meses do ano nos setores de verduras e legumes, atingindo 19,01% e 17,31%, respectivamente, no mês de fevereiro, a partir de março esses setores mantiveram quedas acentuadas, o que contribuiu para a baixa do balizador de preços. “O clima favorável, sem geadas nas regiões produtoras, favoreceu muito a produção dos hortifrutis. Principalmente, nos setores de verduras e legumes que tiveram uma ótima oferta de produtos e os preços chegaram próximos ao custo de produção”, analisa o economista da Ceagesp, Flávio Godas. Em 2010, além dos setores de Legumes (-22,76%) e Verduras (37,33%), que apresentaram retração nos preços, o setor de diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos) também contribuiu para a queda do Índice, com redução de 25,86%. O indicador só não apresentou retração maior devido ao aumento de preços no setor de Frutas (10,5%), principal item da cesta de 105 produtos que compõem o indicador, devido aos efeitos sazonais e às chuvas que prejudicaram algumas culturas, como laranja pera e morango, no mês de fevereiro, e do setor de pescados, que subiu 2,48%. Em dezembro, o Índice Ceagesp apontou baixa de 2,14%. O setor

de Frutas foi o responsável pela queda significativa, com 4,79%, puxado principalmente pela melancia (-31,5%), abacate (-22,3%) e figo (40,6%). O setor de diversos também registrou retração de 2,85%, influenciado pela batata comum (-9,1%) e cebola nacional (-3,99%). No último mês do ano, o setor de Legumes permaneceu praticamente estável, com elevação de 0,39%. As principais quedas foram do pimentão vermelho (-35,7%) e ervilha (-46,4%). As altas concentraramse no pepino comum (60,3%) e no tomate (16,9%). Já o setor de Verduras continua em recuperação de preços, e teve alta de 10,04% em dezembro. As principais elevações foram da rúcula (46,06%) e do almeirão (14,3%). Apenas o milho verde (-35,3%) apresentou redução dos preços no setor. Houve ainda avanço de 1,82% nos preços dos Pescados. As principais altas: atum (28,6%) e anchovas (9,6%). As quedas foram da pescada (-15,8%) e da tainha (5,1%). Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de elevação dos preços nos setores de legumes, verduras e diversos. “A qualidade dos produtos, principalmente das folhagens e legumes mais sensíveis, começam a apresentar problemas. Essa perda de qualidade, invariavelmente, acarreta redução do volume ofertado e a majoração dos preços”, avalia Godas. Segundo ele, em contrapartida, as frutas e os pescados devem permanecer com preços estáveis em janeiro e fevereiro.


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Edição do Anuário Entreposto 2011 contará com grande participação de permissionários A exemplo de 2010, a nova edição do Anuário deve aumentar significativamente o número de anunciantes pemissionários. Isto se deve ao sucesso do guia, que é distribuído gratuitamente, via postal, para supermercados, bares e restaurantes do Estado de São Paulo. O mercado de hortifrutícolas que está alcançando uma maturidade empresarial evolutiva tem acreditado bastante nas novas mídias para divulgar seus produtos e serviços. Acompanhando esta crescente evolução, o Grupo de Mídia Entreposto vem investindo cada vez mais na melhoria e difusão de seus veículos de comunicação, o que propiciou a participação cada vez maior de anunciantes permissionários. Para 2011, o Anuário Entreposto criou uma seção de editorias onde os permissionários poderão falar mais sobre suas empresas, contar histórias de trabalho e dedicação no mercado e procura constante pela qualidade dos seus produtos. Com o objetivo de integrar mais os empresários e

usuários do setor, o Anuário Entreposto abriu a oportunidade da participação deste público no aprimoramento do guia. Portanto, a partir de 26 de janeiro, basta entrar no site www. jornalentreposto.com.br e dar a sua sugestão para nossos produtos de mídia. Esta participação é muito importante para criação de uma material cada vez mais completo.

cial pelos telefones (11) 3831.4875 – 3832.5681. Mais esclarecimentos também podem ser dados nos mesmo número com a editoria do anuário.

O site do Anuário Entreposto está sendo fortalecido com novas ferramentas para que os usuários on-line também possam ampliar seu campo de pesquisa em torno de Ceasas do Estado São Paulo. A tiragem de 15 mil exemplares é expressiva para este mercado e consegue atingir um grande taxa de clientes potenciais de hortifrutícolas. O material é embalado, etiquetado e enviado por correio em uma lista de mais de cinco mil nomes. Além disso, é feita uma distribuição manual nas Ceasas para permissionários e compradores. Para participar da edição do Anuário Entreposto 2011 a empresa deve entrar em contato com o departamento comer-

A edição de 2010 teve um aumento de mais de 300% na participação de permissionários. A expectativa é de que este número dobre em 2011

Capa da edição de 2010

Guia Mercado Paulista

está sendo distribuído gratuitamente para bares, restaurantes e hotéis O lançamento do guia Mercado Paulista, que auxilia na busca de produtos e serviços do mercados municipais de São Paulo, colocou o Grupo de Mídia Entreposto como o mais completo do setor de abastecimento. O guia somase ao Anuário Entreposto, Jornal Entreposto, Jornal Entreposto online e Femetran. Com foco no mercado gastronômico, o guia está sendo distribuído gratuitamente pelos correios para bares, restaurantes, buffets, hotéis e cozinhas industriais. A aquisição de exemplares pode ser feitas no Mercadão da Cantareira e, em breve, nos outros mercados municipais ao preço de R$ 15,00. O guia que já estava a disposição desde dezembro do ano passado, já arrancou elogios do público e permissionários dos mercados. Não existia, até então, nenhuma ferramenta de mídia para atender este mercado. “É um produto novo e ainda tem muito para crescer, mesmo assim já é encorpado no que diz respeito à parte editorial, no conteúdo técnico e no conjunto de

dados informativos.”, afirma José Felipe, diretor do Jornal Entreposto. É muito bom ir até os mercados municipais, andar pelas alamedas dos empórios e presenciar todo este clima de aromas e sabores, mas a agilização empresarial, no que diz respeito a consulta de preços e produtos, tem se tornado primordial para facilitar a economizia de tempo. E ter a disposição um instrumento facilitador com estas informações é de grande importância para tais empresas. O Jornal Entreposto online (www.jornalentreposto. com.br) está preparando um setor específico para o guia mercado paulista contendo atualizações permanentes sobre os mercados municipais. Mais informações no Jornal Entreposto (11) 3831.4875

Viaje pelo mundo dos sabores , cores e aromas do mercados municipais de São Paulo


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Jornal Entreposto online www.jornalentreposto.com.br

Batata tem padrão de qualidade atualizado

Milho acumula alta de mais de 40% em 2010

Commodities subiu mais de 35% no ano passado

As regras para produção, comercialização e padrão de identidade e qualidade de sementes e mudas (material de propagação) de batata serão atualizadas. A norma fica em consulta pública até o final de fevereiro. A finalidade, segundo o Ministério da Agricultura, é adequar essas regras às novas tecnologias incorporadas ao processo produtivo das mudas, já que a legislação em vigor foi publicada em 1986. A produção deverá ocorrer em ambiente protegido onde há controle da qualidade da água, dos nutrientes e das pragas. Será permitido o uso de produto nacional ou importado. Para as mudas importadas, será exigido um documento que comprove a certificação oficial do local de origem do produto. Caberá ao Ministério da Agricultura fiscalizar o cumprimento da norma.

De acordo com o Cepea, o primeiro semestre de 2010 foi marcado pelo excedente de oferta nos mercados interno e externo de milho, o que pressionou as cotações do cereal no período. Já no segundo semestre, houve forte recuperação dos preços, impulsionados pelo aquecimento nas demandas brasileira e mundial. Entre 30 de dezembro de 2009 e 30 de dezembro de 2010, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) teve forte alta de 40,42%, fechando a R$ 28,28/sc de 60 kg. De modo geral, desde o início de 2010, as atenções estiveram voltadas ao clima e às atividades de campo.

O Índice de Commodities Brasil (IC-Br), divulgado no início de janeiro pelo Banco Central (BC), registrou alta 35,37% em 2010, na comparação com o ano anterior. Esse novo índice, lançado em dezembro de 2010 no Relatório de Inflação do BC, mede a variação, aqui no Brasil, dos preços dos produtos básicos cotados internacionalmente (commodities). Em dezembro, na comparação com novembro, a alta foi de 5,79%. O aumento no período foi influenciado pelo segmento agropecuário, formado por carne de boi, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café e carne de porco. Nesse segmento, a alta foi de 6,75%. No acumulado do ano passado, a alta do índice também foi puxada pelo agronegócio, com aumento de 45,74%, seguido dos metais (25,85%) e da energia (17,06%).

Mandioca: produtividade será a chave em 2011, avalia Cepea

Preços dos citros devem ser firmes no primeiro quadrimestre do ano

Posto da Ceasa em Nova Friburgo vira oásis em meio à destruição

Os elevados patamares de preços de comercialização de mandioca observados em 2010 deverão resultar em maior área cultivada e, consequentemente, em maior produção em 2011, segundo avaliação do Cepea. Essa produção, por sua vez, dependerá da produtividade, uma vez que parte das áreas a ser colhida em 2011 foi prejudicada pelo clima desfavorável em 2010. Além disso, algumas regiões registraram ataques de pragas e doenças. Espera-se que a oferta esteja restrita no primeiro semestre do ano, devido à baixa disponibilidade de áreas com raiz de dois ciclos.

Apesar da perspectiva de uma safra paulista maior em 2011, as cotações da laranja no primeiro quadrimestre devem ser firmes para o produtor brasileiro, visto que a colheita será mais tardia, restringindo a oferta neste período. Além disso, segundo o Cepea, fatores como os baixos estoques da indústria e preço do suco no mercado internacional em bons patamares devem reforçar este cenário. Mesmo com as floradas irregulares, produtores paulistas consultados pelo Cepea aguardam para a safra 2011/12 colheita maior que a verificada na 2010/11. Apesar de a temporada 2011/12 já apresentar pequenos frutos, o atual estágio de desenvolvimento não permite uma previsão segura quanto à produção, e fatores como o La Niña podem influenciar no volume da safra até o momento da colheita.

Na área rural de Nova Friburgo, a Ceasa do distrito de Conquista funciona como um oásis em meio a tanta devastação. No local, próximo às regiões mais afetadas pelas fortes chuvas que destruíram a cidade foi instalada uma base operacional de ações governamentais. Na área reservada à venda de produtos agrícolas da região, agora estão empilhados donativos que chegam de todo o país. Sapatos, roupas, material de higiene pessoal e alimentos são levados a abrigos próximos ou são retirados ali mesmo pela população necessitada. As perdas causadas pelas chuvas à agricultura podem chegar a 70% na cidade, de acordo com estimativas do governo.


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Promoções em 2010 atraíram milhares de participantes.

Há 10 anos, uma mão na roda para frotistas, caminhoneiros e permissionários Ser prestativo, auxiliar, e ser uma mão na roda. Com esta ambição é que surgiu a Femetran – Feira dos Meios de Transportes, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas. A Femetran funciona como um agente facilitador para o contato entre permissionários, frotistas e caminhoneiros com o setor que fornece produtos e serviços dedicados a logística. Nestes 10 anos de existência várias empresas mostraram as novidades e a qualidade dos seus

produtos, realizando bons negócios com clientes da Ceagesp.

logística da feira.

Em 2010 a feira obteve um significativo crescimento na visitação, sendo a criação de promoções atrativas, como o “chute no gol” da Copa, foi uma expressiva contribuição para isso.

O futebol faz parte da vida de todos os brasileiros: homens, mulheres, crianças. Todos unidos em torno de uma grande paixão nacional. É como dizem: o Brasil tem milhões de técnicos. Quem não gosta de assistir a um jogo, sentir a emoção de um gol, zoar o adversário pela derrota. Enfim, não dá pra negar, somos todos fanáticos por futebol. O futebol no Brasil é mais que um esporte, é um

A Femetran 2011 pretende ampliar o quadro de promoções e atrair novos segmentos para exposição, como o setor de embalagens, completando assim o mix de

Promoções

estilo de vida, uma forma de interagir com a sociedade brasileira. Somos todos uma nação: a nação dos fanáticos por futebol.

eletrônicos. Para participar desta promoção é preciso apresentar carteira de habilitação profissional (categoria D ou E).

Com este espírito vamos renovar a promoção com o tema “Meu time do coração”, reunindo os clubes mais populares do Brasil, para que o visitante participe para ganhar camisas oficiais.

Novos segmentos

Em uma segunda promoção, que será direcionada a caminhoneiros, será criado um jogo para distribuição de

O setor de embalagens tem uma extrema importância na logística, mas ainda enfrenta algumas barreiras no setor hortifrutícola. O Jornal Entreposto já promoveu dois eventos chamados “Semana da Embalagem” com objetivo de demonstrar soluções que vão agregar mais valor e qua-

lidade aos produtos comercializados, além de facilitar a movimentação e o transporte de mercadorias. Agora o que se pretende é criar um hall com as principais empresas do setor e contribuir para a crescente aplicação de novos produtos de embalagem. No início de fevereiro as novidades da feira estão no novo site www.femetran. com.br. Aguardem.

Vem aí a nova edição da Revista Femetran A Revista Femetran aborda assuntos relacionados ao transporte, movimentação, logística e embalagem, além de trazer matérias especiais de interesse do setor. Na edição anterior a Revista Femetran fez uma radiografia do mercado de transportes mostrando os principais lançamentos e características de caminhões leves, médios, pesados e extra pesados, inclusive muitos deles estiveram em exposição na feira.

país, sua cultura, os estádios, os times e as estrelas do evento, além da tabela ilustrada e exclusiva da revista. A nova edição da Revista Femetran está sendo preparada com os melhores assuntos dirigidos a este segmento de mercado e com a qualidade que o Grupo de Mídia Entreposto oferece na criação de todos os seus produtos. Mais informações: 11 3831.4875

Os leitores também puderam conhecer tudo sobre a África do Sul e a Copa do Mundo com uma completa matéria falando sobre o


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Qualidade Que alface é esta? Pesquisa do CQH avalia os diversos tipos de alface comercializados na Ceagesp A compra da alface exige a decisão entre os seus diferentes grupos varietais (americana, romana, lisa, crespa, mimosa e outras), colorações, tipo de produção (hidropônica ou não), tamanhos e qualidade. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp fez um levantamento para a caracterização do tamanho e da qualidade de diferentes tipos de alface. Afinal, a transparência na comercialização, a utilização na comercialização de métodos mais modernos que a vistoria caixa por caixa, como o telefone, a internet, o leilão e o pregão eletrônico dependem da existência de uma caracterização mensurável. Hoje a caracterização do tamanho na comercialização da alface na Ceagesp é feita pelo número de pés ou de cabeças de alface (tipo) que cabem num engradado de madeira. Essa prática deixa muitas dúvidas sobre o real tamanho da alface, agravadas pelas diferenças no embalamento e as mudanças das medidas nas embalagens utilizadas para a hortaliça. A caracterização da qualidade na comercia-

Produtos orgânicos sem certificação podem ser excluídos de canais de venda A exigência da certificação para os produtos orgânicos, em vigor desde o começo deste ano, pode significar a exclusão de uma grande parcela de produtores que ainda não conseguiram regularizar sua situação. O alerta é do gerente do Sebrae, Paulo Alvim. A procura pelos chamados alimentos saudáveis tem impulsionado nos últimos anos a produção de produtos sem agrotóxicos e fertilizantes no Brasil. Hoje o cultivo de orgânicos representa uma das principais fontes de renda para os produtores. Nem todos, porém, têm sua produção certificada. “O número de certificações aumentou, mas o mercado está em plena expansão. Esses produtores que não conseguiram o certificado podem ficar sem lugar para comercializar seus produtos; para eles, vão sobrar as feiras livres”, observou Paulo Alvim. A certificação dos produtos orgânicos passou a ser exigida pelo Ministério da Agricultura em 2009. Os produtores tiveram prazo até 31 de dezembro passado para se cadastrar no Ministério. Segundo o primeiro balanço do governo, 1,5 mil produtores já estão regularizados e outros 3,5 mil aguardam o final do processo de cadastramento. Aqueles que ainda não se cadastraram precisam, agora, procurar uma agência certificadora credenciada pelo Ministério, arcando com os custos do procedimento. Sem a certificação, o produtor fica impedido de exportar ou vender seus produtos para supermercados, por exemplo. Ele pode, porém, vender em feiras livres ou diretamente ao consumidor, a domicílio. Mas, para isso, deve se cadastrar no hotsite do Ministério (www.prefiraorganicos.com.br). Alvim explicou que as maiores dificuldades para obter a documentação nas empresas certificadoras são o custo e o tempo que leva o processo. Afirmou também que o Sebrae vai continuar apoiando os produtores na capacitação para que consigam atender a todas as exigências estabelecidas pelas novas regras. O produtor que precisar de mais orientações sobre o processo de regularização pode também procurar as superintendências federais do Ministério da Agricultura. Agência Sebrae de Notícias

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lização da alface é ainda mais complexa. Consideraremos em nosso estudo a diferenciação no mercado de três diferentes qualidades de alface: a boa, a média e a ruim. Caixas dos diferentes grupos varietais, qualidades e tipos de alface foram coletadas no mercado e cada unidade foi medida e avaliada. Foi também avaliado o índice de aproveitamento de uma amostra representativa de cada caixa. O gráfico que ilustra este texto mostra os resultados de mensuração do tamanho da alface americana dos tipos 12, 16, 18 e 24, de qualidade considerada boa no dia da medição. Os pesos médios por unidade das alfaces tipo 12 e 16 são próximos, 832 e 798 gramas, 6% de diferença e os pesos líquidos das caixas bem diferentes, 10 e 13 kg, uma diferença de 28%. Os pesos médios por unidade dos tipos 18 e 24 diferem em 26%, 685 e 508 gramas e os e os pesos líquidos das caixas são iguais – 12 kg. A uniformidade de tamanho pode ser avaliada pela diferença dos pesos máximos e mínimos em relação ao peso médio. A variação do peso entre as unidades de alface, em relação ao peso médio de alface varia com o tipo, sendo 16%, 10%, 14% e 24% nos tipos 12, 16, 18 e 24, respectivamente. Quanto menor o tamanho da alface, menos homogêneo é o lote. O peso médio por unidade das alfaces de qualidade considerada ruim no dia da medição, foram 995, 616, 592 e 435 gramas para os tipos 12, 16, 18 e 24 respectivamente, e uma diferença entre tipos de 38% (tipos 16 e 12), de 4% (tipos 18 e 12) e uma diferença de 26% entre os tipos 24 e 18, um comportamento bem diferente da alface considerada de qualidade boa. A qualidade foi avaliada pela ocorrência de defeitos em cada unidade. O estudo do aproveitamento (peso no prato/ peso no prato) mostrou diferença de aproveitamento entre as alfaces de qualidade considerada boa e as de qualidade ruim de até 14%.

País tem cinco mil produtores de orgânicos cadastrados Após o término do prazo de cadastro dos produtores orgânicos, no último dia 31 de dezembro, a primeira avaliação do Ministério a Agricultura aponta que cerca de 1,5 mil produtores orgânicos estão de acordo com as novas regras e mais 3,5 mil estão em processo final de cadastramento. “São cinco mil projetos de produtos adequados à norma, número que deve crescer com a adoção do sistema oficial de cadastro”, explica o chefe da Divisão de Controle de Qualidade Orgânica, Roberto Mattar. Mattar reforça que quem ainda não se cadastrou no sistema deve se adequar às novas regras e vincular-se à alguma entidade certificadora. Aqueles que fazem venda direta devem se cadastrar no hosite do Ministério da Agricultura. Os interessados devem também podem procurar as superintendências federais do Mapa para as orientações sobre o processo de regularização. A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores que buscarem a certificação e estiverem de acordo com as normas poderão usar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura que são responsáveis pela fiscalização dos produtos. O selo também poderá ser concedido pelos sistemas participativos de garantia, associações de produtores que fazem o processo de auditoria, fiscalização e certificação. Já os produtores que vendem por conta própria seus produtos de origem da agricultura orgânica receberão, ao se cadastrar no site do ministério, uma declaração que os autoriza a realizar as vendas em feiras e entregas em domicílio. Os produtos orgânicos são cultivados sem emprego de agrotóxicos e fertilizantes químicos, são provenientes de sistemas agrícolas baseados em processos naturais, que não agridem a natureza e mantêm a vida biológica do solo ativa. As técnicas para se obter o produto orgânico incluem manejo orgânico do solo e diversidade (rotação) de culturas, que garantem a qualidade dos alimentos. Também são características fundamentais na produção orgânica a responsabilidade social e ambiental, como o uso adequado do solo, água, ar e recursos naturais.


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Capítulo VI

Preenchimento da nota fiscal de produtor Cartilha elaborada pelo CQH orienta produtor rural no cumprimento de exigências legais Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Ossir Gorenstein Ubiratan Martins Ferraz CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

NF 01 Preço a fixar Modelo de preenchimento da Nota Fiscal de Produtor para venda com preço definido ou combinado, conhecido também como venda preço feito.

O Centro de Qualidade em Horticultura desenvolveu com a colaboração técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, da Faesp e do Senar uma cartilha destinada ao produtor rural, com o objetivo de facilitar a sua vida no trato com as exigências legais. A cartilha foi dividida em três partes. A primeira parte trata do ‘Produtor Rural e a Previdência Social’, a segunda do ‘Preenchimento da Nota Fiscal de Produtor’, a terceira parte, que trata de ‘As Obrigações Trabalhistas do Produtor Rural’, está sendo elaborada pelo Senar. Já publicamos os três capítulos da primeira parte e os cinco capítulos da segunda parte. Aqui, o leitor confere o sexto capítulo da cartilha de “Preenchimento da Nota Fiscal do Produtor”. O CQH gostaria de receber sugestões, críticas e dúvidas que permitam o aperfeiçoamento de seu serviço. Entre em contato: cqh@ceagesp. gov.br ou (11) 3643-3825 As informações utilizadas nos modelos, aqui apresentados, de Nota Fiscal de Produtor e de Nota Fiscal de Entrada do comprador, não representam a realidade.

NF02 Preço definido Modelo de preenchimento da DANFE para a comprovação da entrada do produto pelo adquirente

Modelo de preenchimento da Nota Fiscal de Produtor para venda sem preço definido ou com preço a fixar, conhecida também como venda por consignação.

Pesquisa quer produzir melancia resistente a doenças e pragas Ideia é suprir o mercado com frutas adaptadas aos diferentes ambientes climáticos do país As melancias expostas nas gôndolas dos supermercados, em geral, possuem polpas de vermelho intenso, são muito doces, “enchem os olhos” e não é fácil conter a vontade de saborear. Estes frutos de excepcional qualidade comercial e nutricional, no entanto, enfrentam muitos problemas no campo, em especial os fitossanitários, que exigem aplicações de agroquímicos para controle de pragas e doenças, e aumenta os custos de produção de uma importante cultura para a agricultura familiar. Especialistas de Unidades da Embrapa e de universidades constituíram uma rede de pesquisa para buscar na própria variabilidade genética dessa espécie de olerácea soluções que não recorram a insumos químicos. Realizam trabalhos de melhoramento vegetal como os que resultaram na geração da cultivar BRS Opara: a única no Brasil que apresenta resistência à doença fúngica conhecida com oídio. A estratégia dos pesquisadores é suprir o mercado com variedades e híbridos de melancia adaptadas às diferentes condições ambientais do Brasil, e com características que atendam às variadas demandas dos consumidores, no país e no exterior. Agricultores e consumidores têm exigido cultivares com elevado rendimento e resistência às doenças e pragas (oídio, viroses, cancro das hastes, alternaria), com peso médio de frutos que atendam aos mercados interno (8,0 kg a 10,0 kg) e externo (entre 2,0 kg e 4,0 kg). De acordo com a engenheira agrônoma, Rita de Cássia Souza Dias, da Embrapa Semiárido, a Rede de Pesquisa em Melhoramento de Melancia tem em vista identificar plantas que apresentam resistência aos organismos que causam as principais pragas e doenças que afetam a cultura. “Isso vai contribuir para viabilizar sistemas agrícola sustentáveis, com tecnologias de baixo impacto ambiental e econômico, que terá consequências na abertura de novos mercados, que atualmente movimenta um negócio em torno de R$ 380 milhões/ano. Variabilidade

NF03 Entrada do adquirente

A espécie melancia abriga uma grande diversidade de genes que se expressa em uma infinidade de características, mas que nem sempre possuem valor comercial aparente. Parte dessa diversidade está conservada em câmara fria desde 1985 no chamado Banco Ativo de Germoplasma de Melancia da Embrapa Semiárido.

Ao todo, são 900 exemplares de sementes de melancias coletadas em várias partes do Brasil e algumas que foram introduzidas de outros países. Há, ainda, aproximadamente 2.000 linhas resultantes de cruzamentos entre plantas produzidas a partir dessas sementes. O engenheiro agrônomo Manoel Abilio de Queirós, aposentado da Embrapa Semiárido e atualmente é professor da Universidade do Estado da Bahia em Juazeiro, realizou estudos em conjunto com uma equipe de jovens pesquisadores que revelaram a existência de melancia de tudo quanto é tipo, formato e tamanho: pequena, grande, redonda, comprida, doce, sem gosto, de polpa vermelha ou amarela, ou branca, com muita ou com pouca semente. E há ainda aquelas que se desenvolvem naturalmente, que crescem nos períodos de chuva e sobrevivem no campo sem maiores consequências ao ataque de pragas e doenças. Os trabalhos de pesquisa iniciais produziram muitas informações acerca de aspectos como peso e número frutos por planta, tamanho e formato dos frutos, teor de açúcar e cor da polpa, e massa do fruto. Assim, com a rede, o material conservado no BAG passa a ser utilizado com mais intensidade e o programa de melhoramento de melancia - iniciado nos anos 80 pelo atual professor Manoel Abilio de Queiróz adquire nova dimensão. Em um estudo para tese de doutorado com marcadores moleculares, resultado da parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade do Estado da Bahia e Embrapa Semiárido, Maria Luciene da Silva encontrou num conjunto de 291 sementes de melancia desse banco de sementes (BAG) variações genéticas entre 5% e 85%. Em outro estudo conduzido no Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Semiárido com algumas variedades, a pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho Lima registrou em algumas delas altos teores substâncias anti-oxidantes como beta-caroteno e licopeno. Para Rita de Cássia e Manoel Abílio, gestores da Rede de Pesquisa em Pré-Melhoramento e Melhoramento de Melancia, há uma infinidade de características dentre as melancias que serão recombinadas nos trabalhos de pesquisa ao longo de alguns anos, mas que darão como resultado diferentes cultivares resistentes a doenças, com diferentes padrões de frutos e de valor nutricional superior às cultivares atualmente disponíveis no mercado.


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CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP

Variedades de pêssego Perfil da comercialização de pêssegos no entreposto de São Paulo Maria Aparecida Martins CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O pêssego é um fruto originário da China, considerado uma fruta de caroço de boa aceitação pelo consumidor devido ao sabor adocicado e às cores atrativas de sua casca. O Brasil é o décimo terceiro colocado na produção mundial da fruta, sendo o estado de São Paulo o segundo maior produtor, atrás do Rio Grande do Sul. O cultivo é tradicional nos estados do sul e em regiões serranas de São Paulo e Minas Gerais, que apresentam clima ameno. O pêssego é uma fruta de produção sazonal. Cerca de 79% da oferta do produto se concentram entre outubro e dezembro. O fornecimento de pêssego ao entreposto paulistano da Ceagesp é garantido por 130 municípios de nove estados brasileiros. A produção paulista é promissora, estimada em 15 mil toneladas de frutos, sendo 80% destinados ao consumo “in natura”. O parque produtivo paulista, concentrado nas regiões próximas à Sorocaba (Paranapanema e Guapiara) e Campinas, dispõe atualmente de 500 mil plantas em fase produtiva. O pêssego paulista é menos suscetível a geadas tardias e está mais próximo dos grandes centros metropolitanos brasileiros de comercialização, o que favorece sua comercialização. As variedades de pêssego mais plantados em São Paulo são o resultado de melhoramento genético do Instituto Agronômico de Campinas e possuem boa adaptação em regiões de clima subtropical com temperaturas elevadas no verão. Tais variedades, como o Aurora, Douradão, Dourado e Joia, apresentam baixa exigência em horas de frio para a quebra da dormência e florescimento, abaixo de 100 a 300 horas, enquanto as variedades cultivadas na Região Sul necessitam por volta de 600 horas de frio. A maior parte da colheita do pêssego paulista ocorre de agosto a outubro, período anterior ao da oferta da fruta do Sul, que concentra a sua produção nos meses de novembro e dezembro.

Gabriel Vicente Bitencourt de Almeida CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Algumas mudanças estão ocorrendo no perfil das variedades paulistas. Algumas variedades tradicionalmente plantadas no Sul estão sendo colocadas no mercado paulistano por produtores paulistas. A equipe do CQH entrevistou, entre janeiro de 2009 e dezembro do ano passado, os 15 maiores atacadistas de pêssego nacional, responsáveis por mais de 40% do volume total de pêssego comercializado na Ceagesp.

como a Tropic Beauty, entram em agosto e a safra se estende até fevereiro, quando ainda encontramos o Eragil e o Barbosa no mercado.

A seguir, algumas constatações:

• 4. A participação paulista na produção de cada variedade de pêssego surpreende. Apenas um dos atacadistas entrevistados citou o pêssego Barbosa sem participação paulista. O município de Guapiara está produzindo Barbosa, uma variedade muito saborosa, resultado do cruzamento entre as variedades Chiripá e Chimarrita.

• 1. O pêssego tem uma participação da receita importante na receita dos atacadistas na época da safra, correspondendo em média a 30% da receita, variando entre 5% e 75%.

São Paulo já tem uma oferta expressiva de variedades tradicionalmente só plantadas no Sul como os pêssegos Chiripá (32%), Chimarrita (22%), Marli (37%), Eragil (12%) e até o P.S. com 6%.

• 2. Chiripá, Chimarrita, Douradão, Marli e Aurora são as cinco variedades consideradas as mais importantes pelos atacadistas, com 70% das citações.

• 5. As perspectivas de crescimento das diferentes variedades nas próximas safras mostram entre as primeiras três colocadas das 12 variedades citadas são Chimarrita e Chiripá com 21% das citações cada, seguidos pelo P.S. com 16%. O Douradão vem em seguida com 5%, seguido de perto por Barbosa, Marli, Pingo de Mel, Rubi Mel. Sweet, e com participação muito pequena Eragil, IAC, Kampai. Nenhuma variedade paulista tradicional está entre

A variedade Chimarrita teve 50% da citações e as variedades Chiripá e Douradão em 2º com 21% das indicações, cada uma. • 3. Cada variedade tem a sua época de maior oferta. As variedades mais precoces,

Quadro I. Sazonalidade das variedades de pêssego na Ceagesp paulistana Variedade Tropic Beauty Flor da Prince Aurora Douradão Jóia Rubi Mel Chimarrita Chiripá Marli Coral Diamante Dourado Premier P.S. Eragil Barbosa De La Nona Eldorado

Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

2

Colapso interno da manga

2 2 2

as apontadas como mais promissoras. • 6. As causas citada para a escolha das variedades mais promissoras foram, em ordem de importância: sabor (27%), época (17%), casca vermelha (15%), seguidos por alta durabilidade, alta produtividade, resistência, polpa branca, solta-caroço e suculento, • 7. O pêssego P.S. é colocado como o mais promissor, com 35% das citações para o primeiro lugar, seguido pelo Chimarrita, Chiripá, Douradão, Kampai e Rubi Mel. As razões alegadas para a escolha do P.S. foram a casca vermelha (55%), seguida pela época (22%), resistência e doçura, com 11% cada. • 8. O pêssego Chiripá foi o mais citado para o segundo lugar, seguido pelo Chimarrita, Barbosa, Eragil, IAC, P.S., Rubi Mel. As razões de sua escolha foram: a doçura, seguida por solta-caroço, durabilidade, casca vermelha. • 9. O pêssego Chimarrita foi o mais citado para o terceiro lugar, seguido pelo Marli, P.S., Pingo de Mel e Sweet. As razões de sua escolha foram época, doçura, polpa branca, produtividade. Quadro II. % da oferta de pêssego paulista por variedade %SP Variedade Aurora

2 2 2 2

Barbosa

2 2 2 2 2 2 2 2

Branco Duro

2 2 2

2

2

2 2 2 2 2

2 2

30 0 100

Chimarrita

22

Chiripá

32

Coral

15

De la Nona

0

Diamante

50

Douradão

74

Dourado

100

Eldorado

10

Eragil

12

Jóia

100

Marli

37

P.S.

6

Premier

0

Sweet

58

Tropic Beauty

65

A causa do colapso interno ainda não está totalmente determinada, mas o que se sabe é que o problema está muito ligado ao equilíbrio nutricional de nitrogênio (N) e cálcio (Ca) da mangueira. O colapso interno dos frutos é o principal e o mais frequente problema na pós-colheita e comercialização de mangas. O distúrbio causa a desintegração e o amolecimento da polpa e a perda da sua consistência natural, tornando as frutas parcial ou totalmente impróprias para o consumo. A Tommy Atkins, Palmer e Haden são as variedades mais comuns comercializadas no mercado. O colapso interno ocorre mais na Palmer, responsável, junto com Tommy Atkins, por mais de 90% do volume comercializado no entreposto paulistano da Ceagesp. O amolecimento característico da polpa é o sintoma mais visível do colapso interno e pode ser acompanhado por outros sintomas como a abertura ou fendilhamento do caroço, apodrecimento de algumas áreas e verrugas na casca. O colapso interno é causa de inúmeros atritos entre todos os agentes de produção e de comercialização: produtores, atacadistas, varejistas e consumidores finais. A inexistência de sintoma externo é bastante comum e é muito desagradável levar uma manga linda para casa e no momento de consumir encontrar um fruto com polpa totalmente amolecida e alterada. O colapso interno é uma das causas importantes da colheita de manga imatura e um imenso desafio para quem quer oferecer uma manga saborosa ao consumidor: colhida com cuidado madura, refrigerada e bem embalada. Os pesquisadores e agrônomos ainda não descobriram a causa definitiva do problema, mas eles já sabem que o distúrbio está muito relacionado com o teor e o equilíbrio entre dois elementos essenciais na nutrição, o cálcio (Ca) e o nitrogênio (N). A maior parte do peso total de uma planta e suas partes, como folhas, raízes, caule, flores e frutos, é formada por elementos que a planta retira do ar e da água através do processo da fotossíntese: carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H). Uma pequena parte do peso total é formada por elementos que a planta retira do solo - 16 diferentes nutrientes minerais. Eles podem ser divididos em macro e micronutrientes. Existem seis macro nutrientes, porque a planta necessita deles em maior quantidade: Nitrogênio (N), Fosforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre e micronutrientes, exigidos em pequenas quantidades, como o boro, o cobre, o

ferro, o manganês, o molibdênio, o zinco. A falta ou o desequilíbrio entre os nutrientes minerais, micro ou macro nutrientes, podem reduzir drasticamente a produção e a qualidade dos cultivos. Através de estudos descobriu-se que a ocorrência de colapso interno está muito relacionada à disponibilidade de Nitrogênio e Cálcio no solo e aos seus teores nos tecidos da planta. O Nitrogênio faz parte de todos os aminoácidos e, por consequência, de todas as proteínas das plantas e de qualquer ser vivo além de fazer parte da molécula de clorofila, por isso plantas com deficiência do elemento ficam amareladas. O Cálcio tem uma função estrutural, sendo essencial à formação e à firmeza das paredes das células dos vegetais. A produção de uma manga com polpa bem firme, exige uma mangueira suprida com bastante cálcio para enrijecer as paredes das células que formam a polpa. O excesso de nitrogênio, formador dos aminoácidos e proteínas, no solo ou na adubação estimula a planta a crescer rápido demais, possível pela multiplicação muito rápida das células, o que resulta na produção de tecido moles. Nesta situação o Cálcio, uma espécie de cimento para a parede das células, pode faltar. Resumindo, com nitrogênio demais e cálcio de menos, a mangueira faz os frutos crescerem muito depressa, mas não dá conta de mandar o cálcio para dentro. O resultado é polpa molenga, com um várias células com parede molinha por estarem mal cimentadas. Esta é uma das razões porque a adubação da mangueira deve ser diferente das outras fruteiras, com muito cálcio e pouco nitrogênio. O cálcio pode ser fornecido através da calagem, por adubos que contenham cálcio e mesmo gesso agrícola. A prevenção da ocorrência do colapso interno exige teor de nitrogênio nas folhas da mangueira até 1,2% ou 1,4% e teores de cálcio em níveis muito altos, 2,4% a 2,8%, muito acima do que seria normal para outras plantas, duas vezes maior que o teor de nitrogênio. O produtor deve conhecer as condições nutricionais do seu solo e da sua planta, através de análises orientadas por engenheiro agrônomo especializado que posssa recomendar adubação e monitoramento de nutrientes que minimizem a ocorrência do problema e garanta o fornecimento equilibrado de macro e micronutrientes. Para se saber mais consulte: http://www.cpatsa. embrapa.br:8080/public_ eletronica/downloads/ CTE88.pd


B4

Janeiro 2011

Revolução nas embalagens de citros Bryan André Abe Takahashi CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

As embalagens de madeira tipo M são tradicionalmente utilizadas na comercialização de citros para o consumo fresco. Suas dimensões permitem uma disposição dos frutos na caixa, cujo desenho informa ao comprador o número de dúzias de frutos e o número de camadas na caixa. A caixa M é pesada e resistente, traz a marca do proprietário e é retornável. No entanto, desde 2000, quando a legislação passou a exigir que as embalagens apresentassem medidas paletizáveis e fossem recicladas a cada uso, a caixa M deixou de atender às exigências legais, porém ela ainda é utilizada no mercado, ainda que em menor escala. Por outro lado, as caixas plásticas são mais duráveis que as caixas M, porém são mais caras e exigem a administração do retorno e da higienização. A administração da caixa plástica por cada empresa na comercialização de frutas e hortaliças é complexa e sujeita a grandes perdas. Avaliando esses itens, produtores e atacadistas de citros da Ceagesp

tomaram a iniciativa de adotar a caixa de papelão na comercialização de citros. A expectativa dos atacadistas é do crescimento das caixas de papelão ondulado, que garantem, segundo eles, melhor qualidade do produto (aparência e sanidade), melhor apresentação, grande facilidade de administração, de transporte, de estocagem e de escolha e troca de modelos. A embalagem vazia não volta para o atacadista, sendo encaminhada para reciclagem pelo próprio varejista. Pesquisa Todos os anos, desde 2004, o Centro de Qualidade em Horticultura faz um levantamento dos tipos de embalagem por produto. O levantamento de 2010 será concluído ainda neste mês e deverá trazer grandes novidades, principalmente para os citros. Os dados de 2004 e 2009 mostram pequena variação na participação das caixas de madeira e o crescimento da participação das caixas plásticas, pela maior durabilidade e higiene que o material proporciona, e 1% da participação do papelão ondulado. O número de embalagens de citros cresceu de 20 milhões para 23 milhões entre 2004 e 2009.

l JORNAL ENTREPOSTO

JORNAL ENTREPOSTO l

Ceasas Brasil

SERVIÇO

Sebrae instala posto de atendimento na Ceagesp

Os permissionários da Ceagesp interessados em melhorar a administração de seus negócios e também quem pretende ser um empreendedor nesse segmento podem procurar orientação no posto móvel do Sebrae, que funcionará no entreposto paulistano de 31 de janeiro a 4 de fevereiro. A presença do Sebrae na Ceagesp é uma oportunidade para empreendedores obterem informações sobre como montar um negócio, formalizar a empresa ou melhorar a gestão em aspectos fundamentais, como planejamento, vendas e finanças, entre outros. O atendimento é gratuito e a orientação é feita por meio de palestras e atendimentos individuais. Serviço: Sebrae Móvel De 31 de janeiro a 4 de fevereiro, das 10h às15h. Local: estacionamento do Portão 3.

B5

Janeiro 2011

Caderno de Notícias

C

Plano que regulamenta normas das Ceasas é apresentado à Câmara dos deputados Objetivo é promover o desenvolvimento integrado da produção à comercialização O Congresso Nacional começa o ano tendo entre os projetos de lei para debate e votação do projeto de lei que prevê a criação do Planhort (Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros). O projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Deputados no dia 14 de dezembro pelo deputado Silas Brasileiro (PMDB/ MG), após um processo de elaboração do texto que envolveu representantes do governo federal, dirigentes e usuários das centrais de abastecimento do país.

“Este Plano foi debatido por projeto de lei inspirou-se em anteprojeto resultante de diretrizes básicas elaboradas e discutidas por uma comissão interdisciplinar, que contou com representantes do setor de entrepostos públicos de abastecimento. Dada a importância da matéria para a revitalização dos entrepostos públicos de abastecimento no Brasil, esperamos que a aprovação do projeto de lei contemple os objetivos propostos”, enfatizou o autor do projeto.

Objetivos O Planhort tem a finalidade de promover o desenvolvimento integrado da produção, comercialização e consumo de hortaliças, frutas, flores, plantas ornamentais e medicinais, produtos alimentícios naturais e perecíveis, pescados e víveres. Entre os objetivos também está a promoção do desenvolvimento e a difusão de técnicas e boas práticas de produção, transporte, embalagem, armazenagem e comercialização dos produtos naturais. A construção de novos entrepostos públicos, a revitalização e a ampliação dos existentes, estão previstos no projeto, que assegura, ainda, que em cada entreposto haverá áreas livres destinadas pre-

Foco da Agricultura será a modernização, afirma Rossi O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reforçou que a modernização da pasta será o foco central de sua segunda gestão. “O Ministério da Agricultura precisa responder de forma mais eficiente às demandas dos produtores rurais e da sociedade”, afirmou Rossi. Ele tomou posse no dia 1º de janeiro juntamente com outros ministros do governo da presidente Dilma Rousseff. À frente do ministério desde abril de 2010, Wagner Rossi lembra que o trabalho de modernização do órgão já foi iniciado com a isenção de registro prévio de 20 mil produtos destinados à alimentação animal, como suplementos e rações. A medida, em vigor desde o mês passado, desburocratiza o processo sem reduzir o rigor para garantir a segurança e a qualidade dos produtos. De acordo com o ministro, outras ações na mesma linha serão anunciadas, em breve. Ele avalia que o governo terá condições de acompanhar a expansão do agronegócio que avançou muito, principalmente nos últimos dez anos. “A representatividade do setor na economia, com 26% do PIB e mais de 40% das exportações, mostra que a modernização da estrutura do ministério é fundamental”, completou. O projeto de gestão do Ministério da Agricultura para os próximos quatro anos inclui ainda um novo modelo de financiamento do crédito rural, a ampliação do seguro rural e a abertura de novos mercados para a carne brasileira. Ele informa que o ministério estuda novas modalidades de financiamento para a pecuária e a fruticultura, por exemplo. Segundo Rossi, a intenção é combater o desenvolvimento desigual na agropecuária e incentivar a organização de setores com grande potencial. O ministro defendeu a ampliação do seguro rural, como forma de garantir a renda para os produtores. Também reforçou o empenho da equipe do ministério para que a carne brasileira possa ser comercializada em novos mercados, especialmente os do Extremo Oriente, englobando Japão, China e Coreia. Os três países estão entre os maiores consumidores de carne suína do mundo.

C1 JORNAL ENTREPOSTO

ferencialmente ao produtor rural e suas organizações; estimula investimentos públicos e privados nesses entrepostos, garantindo a observância de normas sanitárias e de rastreabilidade; e mantém um sistema unificado de informações que possibilite o desenvolvimento integrado do setor e a formulação de políticas adequadas. O projeto de lei prevê que a execução do Planhort seja de responsabilidade da Conab ( ompanhia Nacional de Abastecimento). Se implantada, a lei terá validade apenas para as Ceasas públicas que aderirem voluntariamente ao plano. Hoje, com exceção da Ceagesp e da CeasaMinas, que ainda pertencem à União, os demais entrepostos são estaduais ou municipais.

Números Atualmente o Brasil conta com 72 entrepostos públicos, que ocupam uma área total de mais de 13 milhões de metros quadrados, com 442 pavilhões, onde estão instaladas 11 mil empresas e cerca de 22 mil produtores rurais, sendo a maioria da agricultura familiar que ali comercializam seus produtos. De acordo com a Abracen (Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento), o sistema gera cerca de 200 mil empregos diretos.

Ceasas de MG iniciam operações de bancos de caixas

AVERSA

AVERSA ITAPETININGA

CAOA CAMINHÕES

CARUEME

CARUEME JUNDIAÍ

COSTA SUL CAMINHÕES

FELIVEL

HORIZONTE

NUÑO CAMINHÕES

SOUZA RAMOS

SOUZA RAMOS ABC

VALE CAMINHÕES

AV. PRIMO SCHINCARIOL, 640 ITAIM ITU - SP TEL.: (11) 4013-8800

ROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURA SOROCABA - SP TEL.: (15) 3237-8090

RUA BENEDITA SILVA ROSA, 10 VILA CAROLINA ITAPETININGA - SP TEL.: (15) 3272-9400

RODOVIA MOGI-DUTRA, 1.461 ITAPETI - MOGI DAS CRUZES - SP TEL.: (11) 4791-7720

AV. DR. GASTÃO VIDIGAL, 1.555 VILA LEOPOLDINA SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

AVENIDA MARGINAL SUL, Nº 58 TREVO BR-116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRA - REGISTRO - SP TEL.: (13) 3828-5050

RODOVIA D. PEDRO I, S/Nº KM 145 NOVA APARECIDA CAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

AV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

AV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI, 334 (KM 60 DA ROD. ANHANGUERA) RETIRO - JUNDIAÍ - SP TEL.: (11) 3379-5999 AV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3377-0000

RUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA) CUBATÃO - SP TEL.: (13) 3365-8890

Os entrepostos da CeasaMinas em Governador Valadares e Caratinga deram início, no final de dezembro, às operações dos bancos de caixas plásticas. Além de padronizar as embalagens plásticas, as unidades passaram a controlar o uso das caixas de madeira e de papelão. Com o novo sistema, passou a ser permitida somente a entrada de caixas de madeira e de papelão novas. O banco de caixas plásticas funciona por meio de tíquetes ou vales. Ao entrar no mercado atacadista, um comprador varejista, por exemplo, pode deixar um número determinado de caixas vazias no banco, o qual vai entregar a ele um tíquete contendo o crédito correspondente à quantidade de embalagens. De posse desse tíquete, o usuário compra no entreposto da CeasaMinas as mercadorias do produtor rural ou lojista, que entregam os produtos embalados e recebem o tíquete. Com esse tíquete, podem resgatar no banco de caixas as embalagens vazias já higienizadas deixadas pelo comprador. Todas as embalagens plásticas que entrarem nos entrepostos de Governador Valadares e Caratinga devem possuir certificado de higienização e estar dentro dos padrões quanto ao tamanho, visual e estrutura. As embalagens podem ser compradas ou alugadas no próprio banco de caixas. Os demais fabricantes de embalagens que desejarem fornecer para os usuários devem estar homologados junto à CeasaMinas. Com o sistema do banco de caixas, frutas e hortaliças poderão ser acondicionadas em embalagens plásticas higienizáveis, que evitam a proliferação de doenças vegetais para as lavouras e reduzem as perdas.

DIVEPE

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS S. BERNARDO DO CAMPO - SP TEL.: (11) 3504-8600

AV. DR. ROSALVO DE ALMEIDA TELLES, 500 - NOVA CAÇAPAVA CAÇAPAVA - SP TELS.: (12) 3654-7103 - (12) 3654-7108

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Capacidade O banco de caixas de Governador Valadares tem capacidade para higienizar até 8 mil caixas por dia. A obra recebeu recursos de R$ 650 mil. Já o projeto implantado na CeasaMinas-Caratinga pode higienizar até 7,5 mil caixas por dia de mercado, tendo recebido investimento de R$ 600 mil.


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Revolução nas embalagens de citros Bryan André Abe Takahashi CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

As embalagens de madeira tipo M são tradicionalmente utilizadas na comercialização de citros para o consumo fresco. Suas dimensões permitem uma disposição dos frutos na caixa, cujo desenho informa ao comprador o número de dúzias de frutos e o número de camadas na caixa. A caixa M é pesada e resistente, traz a marca do proprietário e é retornável. No entanto, desde 2000, quando a legislação passou a exigir que as embalagens apresentassem medidas paletizáveis e fossem recicladas a cada uso, a caixa M deixou de atender às exigências legais, porém ela ainda é utilizada no mercado, ainda que em menor escala. Por outro lado, as caixas plásticas são mais duráveis que as caixas M, porém são mais caras e exigem a administração do retorno e da higienização. A administração da caixa plástica por cada empresa na comercialização de frutas e hortaliças é complexa e sujeita a grandes perdas. Avaliando esses itens, produtores e atacadistas de citros da Ceagesp

tomaram a iniciativa de adotar a caixa de papelão na comercialização de citros. A expectativa dos atacadistas é do crescimento das caixas de papelão ondulado, que garantem, segundo eles, melhor qualidade do produto (aparência e sanidade), melhor apresentação, grande facilidade de administração, de transporte, de estocagem e de escolha e troca de modelos. A embalagem vazia não volta para o atacadista, sendo encaminhada para reciclagem pelo próprio varejista. Pesquisa Todos os anos, desde 2004, o Centro de Qualidade em Horticultura faz um levantamento dos tipos de embalagem por produto. O levantamento de 2010 será concluído ainda neste mês e deverá trazer grandes novidades, principalmente para os citros. Os dados de 2004 e 2009 mostram pequena variação na participação das caixas de madeira e o crescimento da participação das caixas plásticas, pela maior durabilidade e higiene que o material proporciona, e 1% da participação do papelão ondulado. O número de embalagens de citros cresceu de 20 milhões para 23 milhões entre 2004 e 2009.

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SERVIÇO

Sebrae instala posto de atendimento na Ceagesp

Os permissionários da Ceagesp interessados em melhorar a administração de seus negócios e também quem pretende ser um empreendedor nesse segmento podem procurar orientação no posto móvel do Sebrae, que funcionará no entreposto paulistano de 31 de janeiro a 4 de fevereiro. A presença do Sebrae na Ceagesp é uma oportunidade para empreendedores obterem informações sobre como montar um negócio, formalizar a empresa ou melhorar a gestão em aspectos fundamentais, como planejamento, vendas e finanças, entre outros. O atendimento é gratuito e a orientação é feita por meio de palestras e atendimentos individuais. Serviço: Sebrae Móvel De 31 de janeiro a 4 de fevereiro, das 10h às15h. Local: estacionamento do Portão 3.

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Plano que regulamenta normas das Ceasas é apresentado à Câmara dos deputados Objetivo é promover o desenvolvimento integrado da produção à comercialização O Congresso Nacional começa o ano tendo entre os projetos de lei para debate e votação do projeto de lei que prevê a criação do Planhort (Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros). O projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Deputados no dia 14 de dezembro pelo deputado Silas Brasileiro (PMDB/ MG), após um processo de elaboração do texto que envolveu representantes do governo federal, dirigentes e usuários das centrais de abastecimento do país.

“Este Plano foi debatido por projeto de lei inspirou-se em anteprojeto resultante de diretrizes básicas elaboradas e discutidas por uma comissão interdisciplinar, que contou com representantes do setor de entrepostos públicos de abastecimento. Dada a importância da matéria para a revitalização dos entrepostos públicos de abastecimento no Brasil, esperamos que a aprovação do projeto de lei contemple os objetivos propostos”, enfatizou o autor do projeto.

Objetivos O Planhort tem a finalidade de promover o desenvolvimento integrado da produção, comercialização e consumo de hortaliças, frutas, flores, plantas ornamentais e medicinais, produtos alimentícios naturais e perecíveis, pescados e víveres. Entre os objetivos também está a promoção do desenvolvimento e a difusão de técnicas e boas práticas de produção, transporte, embalagem, armazenagem e comercialização dos produtos naturais. A construção de novos entrepostos públicos, a revitalização e a ampliação dos existentes, estão previstos no projeto, que assegura, ainda, que em cada entreposto haverá áreas livres destinadas pre-

Foco da Agricultura será a modernização, afirma Rossi O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reforçou que a modernização da pasta será o foco central de sua segunda gestão. “O Ministério da Agricultura precisa responder de forma mais eficiente às demandas dos produtores rurais e da sociedade”, afirmou Rossi. Ele tomou posse no dia 1º de janeiro juntamente com outros ministros do governo da presidente Dilma Rousseff. À frente do ministério desde abril de 2010, Wagner Rossi lembra que o trabalho de modernização do órgão já foi iniciado com a isenção de registro prévio de 20 mil produtos destinados à alimentação animal, como suplementos e rações. A medida, em vigor desde o mês passado, desburocratiza o processo sem reduzir o rigor para garantir a segurança e a qualidade dos produtos. De acordo com o ministro, outras ações na mesma linha serão anunciadas, em breve. Ele avalia que o governo terá condições de acompanhar a expansão do agronegócio que avançou muito, principalmente nos últimos dez anos. “A representatividade do setor na economia, com 26% do PIB e mais de 40% das exportações, mostra que a modernização da estrutura do ministério é fundamental”, completou. O projeto de gestão do Ministério da Agricultura para os próximos quatro anos inclui ainda um novo modelo de financiamento do crédito rural, a ampliação do seguro rural e a abertura de novos mercados para a carne brasileira. Ele informa que o ministério estuda novas modalidades de financiamento para a pecuária e a fruticultura, por exemplo. Segundo Rossi, a intenção é combater o desenvolvimento desigual na agropecuária e incentivar a organização de setores com grande potencial. O ministro defendeu a ampliação do seguro rural, como forma de garantir a renda para os produtores. Também reforçou o empenho da equipe do ministério para que a carne brasileira possa ser comercializada em novos mercados, especialmente os do Extremo Oriente, englobando Japão, China e Coreia. Os três países estão entre os maiores consumidores de carne suína do mundo.

C1 JORNAL ENTREPOSTO

ferencialmente ao produtor rural e suas organizações; estimula investimentos públicos e privados nesses entrepostos, garantindo a observância de normas sanitárias e de rastreabilidade; e mantém um sistema unificado de informações que possibilite o desenvolvimento integrado do setor e a formulação de políticas adequadas. O projeto de lei prevê que a execução do Planhort seja de responsabilidade da Conab ( ompanhia Nacional de Abastecimento). Se implantada, a lei terá validade apenas para as Ceasas públicas que aderirem voluntariamente ao plano. Hoje, com exceção da Ceagesp e da CeasaMinas, que ainda pertencem à União, os demais entrepostos são estaduais ou municipais.

Números Atualmente o Brasil conta com 72 entrepostos públicos, que ocupam uma área total de mais de 13 milhões de metros quadrados, com 442 pavilhões, onde estão instaladas 11 mil empresas e cerca de 22 mil produtores rurais, sendo a maioria da agricultura familiar que ali comercializam seus produtos. De acordo com a Abracen (Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento), o sistema gera cerca de 200 mil empregos diretos.

Ceasas de MG iniciam operações de bancos de caixas

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AV. DR. GASTÃO VIDIGAL, 1.555 VILA LEOPOLDINA SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

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RODOVIA D. PEDRO I, S/Nº KM 145 NOVA APARECIDA CAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

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AV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI, 334 (KM 60 DA ROD. ANHANGUERA) RETIRO - JUNDIAÍ - SP TEL.: (11) 3379-5999 AV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3377-0000

RUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA) CUBATÃO - SP TEL.: (13) 3365-8890

Os entrepostos da CeasaMinas em Governador Valadares e Caratinga deram início, no final de dezembro, às operações dos bancos de caixas plásticas. Além de padronizar as embalagens plásticas, as unidades passaram a controlar o uso das caixas de madeira e de papelão. Com o novo sistema, passou a ser permitida somente a entrada de caixas de madeira e de papelão novas. O banco de caixas plásticas funciona por meio de tíquetes ou vales. Ao entrar no mercado atacadista, um comprador varejista, por exemplo, pode deixar um número determinado de caixas vazias no banco, o qual vai entregar a ele um tíquete contendo o crédito correspondente à quantidade de embalagens. De posse desse tíquete, o usuário compra no entreposto da CeasaMinas as mercadorias do produtor rural ou lojista, que entregam os produtos embalados e recebem o tíquete. Com esse tíquete, podem resgatar no banco de caixas as embalagens vazias já higienizadas deixadas pelo comprador. Todas as embalagens plásticas que entrarem nos entrepostos de Governador Valadares e Caratinga devem possuir certificado de higienização e estar dentro dos padrões quanto ao tamanho, visual e estrutura. As embalagens podem ser compradas ou alugadas no próprio banco de caixas. Os demais fabricantes de embalagens que desejarem fornecer para os usuários devem estar homologados junto à CeasaMinas. Com o sistema do banco de caixas, frutas e hortaliças poderão ser acondicionadas em embalagens plásticas higienizáveis, que evitam a proliferação de doenças vegetais para as lavouras e reduzem as perdas.

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www.fordcaminhoes.com.br • Centro de Atendimento Ford: 0800 703 3673

Ford Transit Chassi 2010/2011 (cat. CC11), sem implementos de carga, a partir de R$ 71.000,00 à vista. Oferta válida até 21/01/2011 para o total de 100 unidades do modelo ou enquanto durarem os estoques. Consulte no Distribuidor Ford Caminhões sobre outras ofertas, opções de taxas e financiamento para estes e outros modelos e os itens de série de cada catálogo. Crédito sujeito a aprovação da instituição financeira. Preços e condições sujeitos a alterações sem prévio aviso, conforme determinação do fabricante, do agente e/ou medidas governamentais. Os veículos Ford estão em conformidade com o PROCONVE (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Use o cinto de segurança. Ford Transit. Quem trabalha feliz, trabalha melhor. Imagens meramente ilustrativas.

Capacidade O banco de caixas de Governador Valadares tem capacidade para higienizar até 8 mil caixas por dia. A obra recebeu recursos de R$ 650 mil. Já o projeto implantado na CeasaMinas-Caratinga pode higienizar até 7,5 mil caixas por dia de mercado, tendo recebido investimento de R$ 600 mil.


B6

Janeiro 2011 l

JORNAL ENTREPOSTO

Situação atual do setor hortifrutícola e tendências para janeiro de 2011

Flávio Luis Godas Chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp

Quantidades comercializadas

Atacado

Produto Legumes Frutas

Local Verduras

Dias da semana

Horário

Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.

14h às 21h 8h às 18h

AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.

Local Pescados

MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.

Local Diversos *

Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h

Seg. a Sáb.

Local Flores

Local Flores

Local

AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta

10h às 18h

Terça e Sexta

6h às 11h

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana

Varejo

Produto Varejão

Local Varejão Noturno

Local Flores

Dias da semana

Horário

Sáb. e Dom.

7h às 13h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3 Quarta

17h às 22h

PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 Seg. e Quinta

Local

10h às 18h

MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3

Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques

Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita

Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:

Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues Web Master Michelly Vasconcellos

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O volume ofertado em 2010 no entreposto terminal de São Paulo registrou ligeira elevação de 0,14% ante o ano de 2009. Foram comercializadas 3.159.383 toneladas no período de janeiro a dezembro de 2010 contra 3.155.054 negociadas durante todo o ano de 2009. O quadro ao lado demonstra os volumes comercializados no ETSP:

Por setor de comercialização, houve crescimento nos setores de legumes (1,65%), verduras (0,18%) e diversos (2,10%). Os setores de frutas (0,85%), flores (-0,08%) e pescados (-5,59%) apresentaram queda do volume comercializado. Chamou a atenção, porém, o excelente resultado registrado em dezembro. Foram comercializadas 296.139 toneladas. Foi o melhor resultado mensal dos últimos 25 anos, com média aproximada de 12 mil toneladas por dia. O volume total de 3.159.383 toneladas comercializadas em 2010 também representa o melhor resultado dos últimos 20 anos, conforme gráfico ao lado.

OPÇÕES DE COMPRA EMBAL.

PRODUTO

PESO(KG)

NOVEMBRO PREÇO MÉDIO(R$)

DEZEMBRO PREÇO MÉDIO(R$)

TENDÊNCIA P/ MÊS JANEIRO

FRUTAS AMEIXA NACIONAL

KG

1,00

2,85

2,92

ESTÁVEL

BANANA NANICA CLIMATIZADA

KG

1,00

1,00

0,97

ESTÁVEL

CAJU

KG

1,00

2,89

3,19

ESTÁVEL

FIGO

KG

1,00

9,49

5,43

BAIXA

GOIABA BRANCA

KG

1,00

1,80

1,89

BAIXA

MAMÃO FORMOSA

KG

1,00

1,26

1,12

BAIXA

MAMÃO HAVAÍ

KG

1,00

1,12

1,21

BAIXA

MANGA TOMMY

KG

1,00

0,93

1,05

BAIXA

MELANCIA

KG

1,00

0,92

0,60

ESTÁVEL

MORANGO COMUM

KG

1,00

6,13

6,34

ESTÁVEL

PESSEGO CHIMARRITA

KG

1,00

3,77

2,17

BAIXA

UVA NIAGARA

KG

1,00

3,89

2,98

BAIXA

0,72

0,73

ESTÁVEL

LEGUMES ABÓBORA MORANGA

KG

1,00

ABOBRINHA BRASILEIRA

KG

1,00

0,77

0,76

BAIXA

BATATA DOCE ROSADA

KG

1,00

0,87

0,74

BAIXA

BETERRABA

KG

1,00

0,61

0,65

ESTÁVEL

MANDIOCA

KG

1,00

0,68

0,72

ESTÁVEL

PEPINO COMUM

KG

1,00

0,45

0,73

ESTÁVEL

PIMENTA CAMBUCI

KG

1,00

1,54

1,24

BAIXA

PIMENTÃO VERDE

KG

1,00

0,92

0,81

BAIXA

TOMATE MADURO

KG

1,00

1,06

1,14

ESTÁVEL

7,63

6,52

ESTÁVEL

VERDURAS

Tendência: O excesso de chuvas nas regiões produtoras de toda a região sudeste já prejudica a qualidade e o volume ofertado das hortaliças, principalmente as mais sensíveis. O setor de verduras vem apresentando recuperação dos preços praticados que, durante o ano passado, registraram quedas expressivas. Esta é a tendência para boa parte dos produtos comercializados nos setores de legumes e verduras durante os meses de janeiro e fevereiro: Queda do volume ofertado, perda de qualidade e elevação dos preços praticados. No setor de frutas são várias as opções de compra e as chuvas ainda não prejudicam o abastecimento no setor. Produtos como banana, mamão, manga, melancia, pêssego, figo, entre outros, apresentam ótima qualidade e preços satisfatórios. O setor de diversos, impulsionado pela boa oferta de produtos importantes como a batata e a cebola, deverá registrar estabilidade de preços e ajudar na estabilidade geral de preços. O setor de flores também deverá apresentar redução do volume ofertado em razão das chuvas nas regiões produtoras do estado de São Paulo, porém, os preços não devem sofrer grandes oscilações em razão da retração no consumo. O setor de pescados deve apresentar preços e volumes com ligeiras oscilações. Produtos cuja época de “defeso” termina em janeiro tendem a fazer com que o volume ofertado apresente ligeira elevação.

ACELGA

ENG

12,00

ALFACE AMERICANA

ENG

10,00

9,30

10,45

ALTA

CEBOLINHA

DZMÇ

6,00

8,37

8,50

ESTÁVEL

COUVE FLOR

ENG

8,00

8,52

9,71

ALTA

COUVE MANTEIGA

DZMÇ

6,00

6,65

6,06

ESTÁVEL

MILHO VERDE

SC

20,00

12,21

7,52

BAIXA

NABO

3,00

3,65

3,75

ESTÁVEL

REPOLHO LISO

ENG

25,00

5,84

5,87

ESTÁVEL

DIVERSOS BATATA BENEFICIADA COMUM

KG

1,00

0,75

0,56

BAIXA

BATATA COMUM

KG

1,00

0,78

0,67

BAIXA

CEBOLA SANTA CATARINA

KG

1,00

-

0,72

BAIXA

OVO BRANCO

CX

20,00

42,50

43,72

ESTÁVEL

FLORES ALSTROMÉRIA

0,40

7,94

7,11

BAIXA

BOCA DE LEÃO

0,66

5,64

5,23

BAIXA

CRAVO COMUM

DZ

0,25

8,61

8,26

ESTÁVEL

COPO DE LEITE

DZ

0,36

4,26

4,74

ESTÁVEL

DALIA

0,44

5,15

4,42

ESTÁVEL

ESTRELICIA

DZ

0,90

4,59

6,60

ESTÁVEL

GIRASSOL

PCT

2,60

5,09

6,60

ESTÁVEL

PESCADOS BETARRA

KG

1,00

2,25

2,27

ESTÁVEL

BONITO

KG

1,00

1,81

1,81

BAIXA

CORVINA

KG

1,00

2,58

2,91

ESTÁVEL

DOURADO

KG

1,00

4,57

4,53

ESTÁVEL

ESPADA

KG

1,00

1,37

1,96

BAIXA

MANJUBA

KG

1,00

2,90

3,49

ESTÁVEL

PESCADA

KG

1,00

6,01

4,94

ESTÁVEL

TILÁPIA

KG

1,00

3,59

3,74

ESTÁVEL

PRODUTOS COM QUANTIDADES OFERTADAS REDUZIDAS FRUTAS

ABACAXI, LARANJA PERA, LARANJA LIMA, LIMA DA PÉRSIA E TANGERINA.

LEGUMES

ERVILHA TORTA, INHAME, MANDIOQUINHA E VAGEM MACARRÃO.

VERDURAS ALFACE, AGRIÃI, BROCOLOS, COENTRO, RABANETE E RÚCULA DIVERSOS ALHO NACIONAL E COCO SECO. PESCADOS PINTADO E ROBALO. FONTE: CEAGESP


B7

JORNAL ENTREPOSTO l Janeiro 2011

CÁ ENTRE NÓS

QUALIFICAÇÃO

2011 O ano da reforma

CQH oferece curso a varejistas e permissionários

O ano chegou com tudo complicado: neve no continente americano, enchentes na Austrália, em Minas Gerais, são Paulo, deslizamentos na serra fluminense. Aí a solidariedade se mostrou mais forte e, por todo o país, grupos se uniram para doar sangue, roupas, alimentos e dinheiro para amainar o sofrimento das vítimas. A Ceagesp também se alistou no exército do bem e todas as entidades que atuam no mercado estão incentivando a arrecadação de roupas, material higiênico e alimentos não-perecíveis. O material pode ser entregue até o dia 2 de fevereiro no galpão dos carregadores, de onde sairá o comboio em direção à região serrana do Rio de Janeiro. Portanto, vamos ajudar nossos irmãos! Que os parlamentares, na hora de votar a lei do novo Código Florestal, tenham em mente que se diminuir ainda mais a mata das margens de rios e nascentes, o caos será intalado e muitas outras catástrofes poderão acontecer.

Manelão* Colunista

Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de

***** A Nossa Turma agradece aos permissionários que ao longo do ano passado fizeram doações de legumes, frutas, verduras e pescado. A camisa do São Paulo, doada pelo jogador Fernandão, rendeu para a nossa entidade R$ 13.050,00, o que foi suficiente para pagar o 13º salário dos funcionários. Com esse gesto o centro-avante tricolor marcou um gol de placa na solidariedade. O sorteado que ficou com a camisa do craque foi o Sérgio, da praça do coco verde. Parabéns! **** Agradecemos à empresa White Martins, que generosamente arrecadou entre seus funcionários quase duas toneladas de alimentos que foram destinadas à Nossa Turma. Além disso, a empresa também doou uma grande quantia de livros que vai incrementar a biblioteca da nossa entidade. ****

O sorteado que ficou com a camisa do craque foi o casal Xuxa e Sérgio, da praça do coco verde

A Comitiva Capiau, no dia 6 de janeiro venceu a última etapa do circuito da Queima do Alho 2010. E vai ser a representante de todos que trabalham na Ceagesp, disputando em Barretos na festa do peão. ***** A Nossa Turma funciona desde 1998 atendendo às crianças da comunidade. A manutenção das estruturas é realizada com frequência, mas agora é necessário fazer uma grande reforma e trocar todo o forro e a parte elétrica, além de serviços de alvenaria e pintura. Para tanto, precisamos de toda a ajuda possível. Quem quiser colaborar com a reforma da escolinha é só depositar qualquer quantia no Banco do Brasil agência 06637 c/c: 13467-8 e depois ligar para 3832-3366 que a direção emitirá o recibo. Ajudenos a fazer a reforma! Obrigado!

Acesse agora! www.jornalentreposto.com.br

Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo é de quatro horas e fornece noções de fisiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças.

Inscreva os seus compradores no 1º módulo de Formação de especialistas em flv. Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825/ 36433827/ 3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br


B8

Janeiro 2011 l

JORNAL ENTREPOSTO

0$+,1'5$ 9(56$7,/,'$'( 727$/ ŽŵƉůĞƚĂ ƉŽƌ͗

ZΨ ϳϵ͘ϴϲϰ

&$%,1( '83/$ 785%2 (/(75Ñ1,&2 ; 721

7$0$1+2 *5$1'( )$0Ì/,$ ŽŵƉůĞƚĂ ƉŽƌ͗

ZΨ ϴϲ͘ϴϲϰ

689 /8*$5(6 785%2 (/(75Ñ1,&2 ;

3$5$ 72'26 26 6(59,d26 (0 48$/48(5 /8*$5 ƉĂƌƟƌ ĚĞ͗

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