Um jornal a serviço do agronegócio
Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 138 | novembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br
Gestão eficiente fomenta negócios nas Ceasas de Londres Visita a um dos mercados atacadistas de Londres revela a excelência britânica no comércio de hortícolas
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| Agrotóxicos |
Tecnologia permite produção de tomate livre de resíduos | Transporte |
Reforma do relógio A Ceagesp iniciou a reforma da torre do relógio do ETSP, marco arquitetônico do mercado paulistano. As obras, que abrangem a retirada das quatro faces, a restauração das instalações mecânicas, pintura e iluminação, são fruto de um termo de cooperação técnica assinado entre a companhia e a Dimep. O relógio permanecerá analógico, com a medida de 4 m x 4 m em cada uma de suas quatro faces | Transgênicos |
Baixa -0,57%
Baixa -3,44%
Frutas
Legumes
Geral
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Liberação comercial de feijão da Embrapa provoca divergências Verduras
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Índice Ceagesp - outubro 2011
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Diversos Alta
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Pescado
Alta
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Nova lei de emissões antecipa lançamentos das montadoras
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Direito e Negócios INFORMATIVO SINCOMAT
Sincomat quer garantir fundo de comércio aos permissionários da Ceagesp
Clientela, instalações, nome comercial e qualidade de produto integram lista de elementos que formam o conjunto de bens materiais e imateriais dos atacadistas, salienta advogado O recém-fundado Sindicato do Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros e Pescados em Centrais de Abastecimento de Alimentos no Estado de São Paulo entrou na luta para assegurar o direito a fundo de comércio aos permissionários da Ceagesp. Segundo o presidente da entidade, Paulo Murad, a categoria econômica de permissionário não existe legalmente. “De fato, o que há nas Ceasas é a categoria econômica de comerciantes atacadistas de frutas, hortaliças e pescados”, explica o advogado, lembrando que o fundo de comércio é um direito do empresário garantido pelo Código Tributário Nacional e pelo artigo 179 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Clientela, instalações, nome comercial, estoque, atendimento e qualidade de produto fazem parte da lista de elementos que formam o conjunto de bens materiais e imateriais integrantes do fundo de comércio, independentemente do contrato ser de locação ou de permissão de uso. “Permissionário é apenas um apelido. É a mesma coisa que chamar de locatário alguém que aluga algum imóvel”, informa. “Portanto, o Sincomat vai promover uma série de campanhas de esclarecimento e dispor de todos os meios legais para que os comerciantes atacadistas da Ceagesp tenham esse e outros direitos garantidos”, acrescenta. Para assegurar esse direito, a nova entidade representativa do setor vai mover processos administrativos e judiciais para que, se o TPRU (Termo de Per-
missão Remunerado de Uso) for cancelado por qualquer motivo, o valor do lance vencedor na licitação seja revertido ao último permissionário que detinha o fundo de comércio do seu estabelecimento. “Atualmente, esse fundo vai para a Ceagesp, que em nada contribui para formá-lo”, ressalta. Entre outras iniciativas, Murad destaca que o Sincomat ainda realizará campanhas para que os agentes públicos que cometerem atos de improbidade administrativa sejam responsabilizados pessoalmente e devolvam os recursos desviados para os cofres da empresa.
“Nosso objetivo é evitar que esses prejuízos sejam incluídos nos boletos enviados aos empresários”, diz. O novo sindicato também vai acompanhar todos os processos judiciais e administrativos em que a Ceagesp é parte, uma vez que o resultado final dessas ações implica maior ou menor gasto aos comerciantes atacadistas que pagam o rateio de despesas dos entrepostos da estatal. “Essas são nossas principais propostas. No entanto, para obtermos sucesso, precisaremos da adesão de todos os atacadistas ao Sincomat”, reforça.
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Abastecimento
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Um Mercado Atacadista em Londres Uma visita ao New Covent Garden Market mostra o que as centrais de abastecimento brasileiras podem aprender com a eficiência dos ingleses
Neno Silveira De Londres
A cidade de Londres tem três mercados atacadistas que podem ser considerados de médio porte, quando comparados aos principais entrepostos brasileiros, e cada um desses mercados pertence a uma diferente instância de governo. O primeiro, situado em área mais central, é o New Covent Garden Market e é ligado à administração federal. O segundo é o New Spitafields, ligado à prefeitura de Londres e localizado no lado leste da cidade. O terceiro chamase Western International Market e está vinculado ao que poderia se comparar à uma subprefeitura, no caso a de Hounslow, no lado oeste de Londres. Nas próximas edições, o Jornal Entreposto trará um panorama sobre cada um desses mercados, com o objetivo de conhecer o trabalho de seus gestores e atacadistas e ver se algumas de suas experiências podem sugerir novos caminhos para os mercados brasileiros. Abrindo a série, o New Covent Garden Market, cuja história recente guarda algumas semelhanças com a evolução da comercialização atacadista na capital paulista. Pelos números do mercado, pode-se observar que, embora possa ser considerado pequeno para os padrões brasileiros, tanto em número de permissionários quanto em área, o mercado é altamente eficiente pois movimenta cerca de 70% do valor do Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp (ETSP) em um espaço de comercialização próximo de 10% do existente no entreposto paulistano Números do mercado e informações operacionais
Área total do terreno: 57 acres, ou pouco mais que 230 mil m2, não contínuos, visto serem cortados por um dos ramais ferroviários da capital.
Área de comercialização: 2 pavilhões para frutas e hortaliças e 1 pavilhão para flores (não mais que 30 mil m2 no total) Número de permissionários: 200 permissionários, sendo 115 atacadistas e distribuidores no setor horti e 85 de setores diversos, como importadores, fornecedores de alimentos industrializados, firmas de catering e outros. Dos 115 atacadistas e distribuidores, 34 são atacadistas do setor de flores, 26 trabalham com frutas e hortaliças e 55 são distribuidores de frutas e hortaliças. Valor da comercialização: 560 milhões de libras/ano, aproximadamente R$ 1,7 bilhões (aproximadamente 70% do valor da comercialização na Ceagesp). É interessante observar que o valor é informado pelos próprios comerciantes, o que faz supor que ele não seja superestimado. O volume comercializado não é computado. Produtos: são 160 tipos de frutas e 180 de hortaliças comercializados ao longo do ano. Horário de Comercialização: os caminhões encostam a partir da meia-noite. A comercialização acontece das 3h às 11h, de segunda a sexta e de 4h às 10h no sábado. Os distribuidores tendem a operar 24 horas e podem ser contatados a qualquer hora da noite ou do dia, de segunda a domingo. Número de empregados: estima-se que 2.500 pessoas trabalham no mercado, ao passo que a administração (Covent Garden Market Autorithy) é bastante reduzida para os padrões brasileiros, contando apenas com 32 funcionários. Principais clientes: Mercado de Horti – restaurantes, hotéis, cafés, pubs, escolas, hospitais, mercados varejistas e quitandas; Mercado de Flores: floristas (varejo, contratos e eventos), floriculturas, eventos de negócios, decoradores, mercados varejistas. Vale notar que os supermercados, com seus centros de distribuição próprios, não se encontram entre os principais clientes. Participação no abastecimen-
to: estima-se que 40 % das refeições fora de casa em Londres acontecem com produtos do New Covent Garden Market. Origem dos Produtos: Setenta por cento dos produtos comercializados são importados. Tarifas: os comerciantes pagam aluguel e rateio e também taxas de comércio para a “subprefeitura local” (Wandsworth Council). Lixo: o volume total de lixo caiu de 15, 5 mil toneladas em 2008/09 para 13, 2 mil em 2009/2010. No mesmo período, o lixo destinado ao aterro caiu de 9,8 mil toneladas para 7,1 mil toneladas, enquanto o percentual de reciclagem subiu para 46% do total. A queda no volume de lixo é resultado de programa implantado em 2009, chamado “Pague o que você descarta”. Com esse programa, cada permissionário tem os seus próprios recipientes para orgânicos, recicláveis e lixo em geral. Eles são pesados e esvaziados e cada permissionário paga pelo lixo que gera. Em poucos meses do programa, os resultados foram expressivos na redução de remessa de lixo para o aterro e no aumento dos volumes reciclados. O volume geral de resíduos também foi reduzido drasticamente, quando cada permissionário passou a tomar ciência e a ser cobrado pelo custo da sua própria operação.
No momento, os prospectos da administração ressaltam que a remessa de lixo proveniente do mercado para o aterro local chegou a zero, destinando-se 100% para reciclagem, compostagem ou alimentação animal. Para este desempenho contribuem também fatores como transporte paletizado, utilização de embalagens adequadas, manuseio adequado nos distribuidores e inexistência de comercialização a granel. Com os geradores de resíduos sendo obrigados a arcar com as próprias despesas de remoção, desestimula-se práticas observadas frequentemente nos mercados brasileiros, inclusive na Ceagesp, onde os permissionários não se preocupam em modificar seus hábitos, porque sabem que as despesas de remoção serão divididas pelo conjunto dos comerciantes. Preços: além de não coletar informações de quantidade, a administração do mercado também não coleta preços. Esta coleta é feita por uma publicação vinculada a órgãos do comércio – The Fresh Produce Journal – que comercializa os dados. Origem
A origem do mercado de Covent Garden remonta à época medieval, mas as instalações que persistem até hoje no centro da cidade foram edificadas em
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1829/30, sendo agora utilizadas para abrigar cafés, restaurantes, lojas diversas e feiras de artesanato. O mercado permaneceu como um empreendimento privado até 1961, quando o governo entendeu que a modernização do comércio exigia o envolvimento do setor público. Naquele ano, foi estabelecida a Covent Garden Market Authority, coincidindo com a época em que nascia em São Paulo a empresa Ceasa (Centro Estadual de Abastecimento S/A). O mercado funcionou na região central de Londres até o início da década de 1970. Quando entendeu que essa região não comportava mais o funcionamento de um mercado atacadista, a administração selecionou e adquiriu uma área denominada Nine Elms, no distrito londrino de Vauxhall, praticamente à margem do rio Tâmisa. Ali, a construção do mercado atual foi iniciada em 1971 e a comercialização passou para essas novas instalações em 1974, um pouco menos de dez anos depois da inauguração do ETSP. Vale dizer que, se naquela época, a transferência representou um distanciamento significativo da área central, hoje, a exemplo da Ceagesp, o mercado se encontra numa região considerada relativamente próxima e envolvida pela cidade, e, do mesmo modo que na capital paulista, apresenta um entorno ainda com áreas semi-degradadas e subutilizadas. As semelhanças terminam por aqui e começam as distinções, pois as autoridades que cuidam do mercado estão terminando os preparativos para colocar em ação um projeto que vai, simplesmente, colocar no chão as atuais instalações, que são relativamente novas, e construir um mercado mais moderno no mesmo local. O surpreendente é que elas pretendem fazer isso mantendo o mercado em funcionamento, ou seja, sem interromper a comercialização. E por que as autoridades locais estão empenhadas nesse grande projeto? Por entenderem que o mercado tem carências que precisam ser corrigidas e também por considerarem que o entorno precisa ser revitalizado. Necessidade de modernização
Para eles, a necessidade de novas instalações é clara, pois embora os permissionários mantenham seus negócios prosperando, eles operam com uma infraestrutura inadequada há 37 anos. A direção do mercado entende que vários erros foram cometidos quando da construção e estes erros dificultam as operações até hoje. Os edifícios foram planejados e construídos em 1971 e considera-se que estão no fim de sua vida útil. O layout interno é muitas vezes confuso, especialmente para novos clientes. Observam-se deslocamentos dos compradores, evidenciando que os espaços que
Abastecimento
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bancará todas as obras previstas, inclusive o novo mercado. Veja o vídeo sobre a modernização da região de Nine Elms, onde se situa o do mercado, no site do Jornal Entreposto ou acesse o seguinte link: http://www. newcoventgardenmarket.com/ news/future-nine-elms-video Administração e governo
poderiam ser usados de forma mais eficaz. Além disso, serviços como correios e bancos estão pouco acessíveis para os visitantes e existe a necessidade de modernização de equipamentos como os cafés, para atender às novas exigências dos clientes. Os boxes atuais não permitem alterações que atendam as necessidades de cada um. Os condensadores e câmaras frigoríficas tiveram de ser montados separadamente em cada unidade ao longo do tempo e há escritórios de má qualidade, distantes dos boxes, e faltam sanitários nas unidades individuais. A rede viária interna funciona de forma ineficiente, com áreas muito congestionadas nos horários de pico. Veículos pesados fazendo entregas compartilham o espaço com veículos menores, empilhadeiras e carros particulares. Há também problemas práticos de carga, descarga e estacionamento, uma vez que o design original do mercado encoraja o uso ineficiente das grandes áreas abertas. Os edifícios atuais não permitem uma manutenção adequada e são bastante ineficientes no uso de energia, com isolamento geralmente pobre e um sistema de aquecimento muito antigo ainda em uso. Além disso, os custos de manutenção, limpeza e segurança no local são muito maiores do que seriam com novas instalações. A entrada do mercado, sob a
linha ferroviária, é muitas vezes sujeita a inundações. No Mercado de Flores, não foi previsto sistema de drenagem para os boxes quando da construção em 1974, o que representa um problema, pois a maioria dos produtos é acondicionada e entregue em água. Com o crescente número de permissionários que trabalham com carnes, peixes e preparação de alimentos em geral, há também necessidade de sistemas de drenagem adequados nas unidades. Apesar da área total do mercado representar cerca de um terço da área do ETSP, os administradores consideram que é muito espaço para manter e zelar. Assim, entendem que uma nova construção poderá concentrar os edifícios de forma a aproveitar melhor os espaços. Por problemas como esses, o mercado será totalmente demolido e reconstruído com padrão e materiais mais modernos e adequados. Recursos
E como pretendem bancar a construção do novo mercado? Como o governo não dispõe de recursos, esse grande projeto, que tem o mercado como pólo indutor, vai avançar para as áreas adjacentes, situadas dentro do terreno atual. Essas áreas serão abertas ao investimento privado para a construção de torres comerciais e outros prédios comerciais e residenciais e o investimento privado
O funcionamento do atual New Covent Garden Market e o conhecimento do que está sendo programado para acontecer ali no futuro próximo podem ensinar algumas lições valiosas aos brasileiros. Primeiro, a de que um mercado atacadista situado em região relativamente central pode funcionar de maneira eficiente, sem representar um transtorno para a cidade. Como se viu, esse mercado responde por cerca de 40% do abastecimento dos estabelecimentos que servem refeições em Londres, além de ser o maior mercado de flores, apesar do pequeno número de comerciantes, da relativamente modesta área de comercialização e de um terreno que é apenas um terço da área do ETSP, e que ainda é cortado pela via férrea. Um número reduzido de comerciantes, abastecendo um grande número de distribuidores que podem ser acionados 24 horas por dia evidencia um arranjo eficiente. O fato de o mercado operar à noite também demonstra que ele se adaptou às exigências de uma grande metrópole. Mesmo assim, tanto a administração do mercado quanto o governo não estão satisfeitos e tudo que foi construído a partir de 1971 vai ser posto abaixo e reconstruído para se tornar ainda melhor. O que pode parecer pra nós uma grande ousadia, para os dirigentes londrinos parece ser uma decorrência natural dos cargos que exercem. Eles estão ali para exercer o papel que os administradores públicos devem cumprir. Pensar o futuro da cidade, planejar o desenvolvimento de uma importante área que precisa ser revitalizada e cuidar para que os equipamentos públicos ali existentes funcionem a contento. Esta é sem dúvida uma lição de fazer inveja. Vale dizer que estão envolvidos nesse empreendimento as diversas instâncias de governo, incluindo o governo federal, a prefeitura da cidade e a administração do distrito onde o mercado está localizado, além da própria direção do mercado. Vale ressaltar, finalmente, que todos os passos para a implantação estão sendo levados a efeito com a concordância e acompanhamento da associação de permissionários, a qual entende que a modernização vai trazer novos clientes e incrementar os negócios. Fica a pergunta: seria tão absurda a ideia de que uma ação semelhante poderia ser implementada para modernizar a Ceagesp?
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Alimentos Transgênicos
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Feijão transgênico provoca divergência entre órgãos do governo Agência Brasil
O cultivo de alimentos transgênicos divide o governo e coloca em lados opostos o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), ligado à presidência e a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). A liberação da venda do feijão GM Embrapa 5.1 expôs a divergência entre os dois órgãos. Em carta enviada à presidente Dilma Rousseff durante o processo de liberação do feijão geneticamente modificado, o presidente do Consea, Renato Sérgio Jamil Maluf, afirma que o Brasil “não tem respeitado o princípio da precaução, base fundamental da Agenda 21, em suas decisões referentes a temas de biossegurança”. Segundo Maluf, o Consea avalia que é preciso adequar as políticas de biossegurança aos preceitos da Conferência Rio 92 e avalia como “escassa” a análise genética e os estudos de campo em Goiás, Minas Gerais e no Paraná. O presidente do conselho pediu a proibição da liberação do feijão transgênico e fez duras críticas à CTNBio, solicitando “especial atenção” de Dilma Rousseff às liberações comer-
ciais do órgão. “Percebe-se que a referida comissão assumiu um caráter de entidade facilitadora das liberações de OGMs [organismos geneticamente modificados] no Brasil, em situação que rotineiramente contraria os votos e despreza argumentos apresentados pelos representantes da agricultura familiar, dos consumidores, dos
ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário”. A carta do Consea a Dilma fez com que o presidente da CTNBio, Edilson Paiva, enviasse ofício ao ministro Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação) e criticasse o conselho pela visão “obscurantista”. Paiva ressalta que a CTNBio
cumpre as regras internacionais, como a Codex Alimentarius da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a legislação brasileira sobre biossegurança. Paiva enfatiza o rigor das avaliações na CTNBio. Segundo ele, a liberação comercial do feijão geneticamente modificado (ainda em análise naquela
época) se basearia em documentação “bastante robusta” (500 páginas), em testes de “toxicidade e alergenicidade”, que tiveram resultados negativos, e em parecer de especialista independente apresentado em audiência pública. O executivo enfatizou que a produção de OGMs pela Embrapa levou “uma dezena de anos” e envolveu “quase uma centena de pesquisadores”. No ofício, Paiva ainda pergunta “qual a perda para os agricultores brasileiros se deixarmos que o vírus afete a produtividade do feijão? Como este prejuízo se compara com os alegados e não comprovados potenciais danos à saúde ou ao ambiente?”. O feijão transgênico foi liberado em 15 de setembro após controvérsia dentro do governo. Na opinião do presidente da CTNBio, “o contraditório é bom”, mas a polêmica já se alonga por muito tempo. “São 16 anos em que se utilizam os mesmos argumentos, enquanto hoje no mundo se utilizam milhões e milhões de toneladas de grãos transgênicos na alimentação humana no mundo inteiro e até hoje não há único caso provado cientificamente de que isso possa ter causado qualquer mal”, reclama Edilson Paiva.
Feijão brasileiro esvazia críticas contra transgênicos, avalia Embrapa A liberação comercial da semente de feijão, do tipo carioquinha, geneticamente modificado e desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) esvaziou o discurso dos opositores aos transgênicos, opina o pesquisador da estatal Francisco Aragão. “Durante muitos anos, as pessoas que são contra essa tecnologia sempre disseram que é uma tecnologia para grandes produtores, para commodities [produtos básicos de comercialização no mercado financeiro], e feita apenas por empresas multinacionais. O feijão mostra que não é isso, mas uma tecnologia
para os programas de melhoramento, até para subsistência”, assinala Aragão. O feijão GM Embrapa 5.1 é resistente ao vírus do mosaico dourado (transmitido por um inseto popularmente conhecido como mosca-branca), principal praga que ataca a cultura no Brasil e na América do Sul. Segundo o pesquisador, o organismo geneticamente modificado (OGM) “terá repercussão mais forte entre os pequenos produtores”, responsáveis por sete de cada dez grãos de feijão produzidos no Brasil e sem recursos para fazer o controle químico do vetor que transmite o vírus.
“O pequeno agricultor vai deixar de jogar veneno, vai deixar de se intoxicar e de poluir o meio ambiente”, complementa o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Edilson Paiva. Segundo ele, a “Embrapa é uma das poucas empresas públicas no mundo que podem enfrentar a concorrência de multinacionais”, diz se referindo às empresas norte-americanas Monsanto e Pioneer, à DuPont (de capital francês), à suíça Syngenta e às empresas alemãs Basf e Bayer. Diferentemente das grandes companhias, a Embrapa não cobra royalties das suas sementes.
O Brasil é um dos maiores importadores de feijão do mundo, compra da Argentina, da Bolívia e da China. Segundo Francisco Aragão, a Argentina já demonstrou interesse pela semente desenvolvida pela Embrapa. Aragão salienta que a semente ainda não está disponível para a comercialização, pois é preciso fazer o registro da variedade no Ministério da Agricultura, o que depende de “novos ensaios”. Na avaliação do pesquisador do Laboratório de Engenharia Ecológica da Unicamp, José Maria Ferraz, as avaliações sobre o feijão e os eventuais efeitos do consumo
não são suficientes. Segundo ele, foram feitos testes apenas com dez animais (ratos) por 35 dias. “É um número insignificante, nenhuma revista do mundo aceitaria um artigo para a publicação com o número pequeno assim”, reclama Ferraz que é pesquisador aposentado da Embrapa, e membro da CTNBio. O presidente da CTNBio assegura que o feijão da Embrapa não traz riscos. Segundo Edilson Paiva, o transgênico “tem exatamente as mesmas proteínas e as mesmas concentrações médias de nutrientes que o feijão convencional”.
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Artigo
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Flores e plantas ornamentais Hábitos brasileiros de consumo natalino - Parte 1
Antonio Hélio Junqueira
O Natal, como todos sabemos, constitui-se na maior festa do comércio em quase todo o mundo. E assim também é no Brasil. Para ela se preparam, com a antecedência possível, produtores, distribuidores, atacadistas, varejistas, prestadores de serviços. E, é claro, os bolsos dos consumidores. Afinal, se existe uma coisa que o mercado sazonal exige, esta é o planejamento. Atento e minucioso, diga-se, para que possa dar conta de, em poucos dias, garantir o sucesso de todo um ramo de negócios. Ainda que para a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais essa não seja a principal data para as vendas – haja vista que a todo ano é suplantada pelo Dia das Mães e dos Namorados – o comércio natalino sustenta volumes consideráveis de negócios setoriais. A começar, é claro, pela insubstituível árvore de Natal. Originário da tradição pagã do nordeste europeu, esse ornamento encontra-se profundamente arraigado na tradição cultural brasileira da celebração natalina. Certamente, a árvore de Natal, assim como inúmeros elementos simbólicos religiosos e festivos, foi por nós herdada do colonizador português e o imaginário a ela associado, ratificado pelas sucessivas ondas de imigrantes italianos, alemães, poloneses - entre tantas outras etnias-, que por aqui foram aportando. No Brasil urbano contemporâneo, duas espécies se destacam na ornamentação natalina: a tuia holandesa (Cupressus macrocarpa) e o pinheiro. A primeira constitui-se na líder de vendas, com a comercialização anual de mais de 270 mil unidades, apenas para essa finalidade.
Nos meses de novembro e dezembro ocorrem mais de 80% das vendas das tuias produzidas. O restante é vendido, ao longo do ano, para paisagismo e jardinagem. Seus preços são formados de acordo com a variedade (que pode ser a áurea, maçã, limão, Europa, prata e a stricta, de folhas mais escuras e galhos mais resistentes para a decoração), porte e altura da planta. Para os brasileiros, a altura preferida para sua árvore de Natal é a de 1,5 metro, embora nos últimos anos se observem vendas crescentes para as de porte inferior, com apenas 0,70 metro. Quanto aos pinheiros as principais variedades comercializadas são o cipreste, o pinheiro-prateado, o pinheirodourado e o pinheiro-azul, todos do gênero Chamaecyparis. A comercialização dessas plantas nos principais mercados atacadistas costuma aumentar, em média, 70% entre a primeira quinzena de novembro e o Natal. Outra planta ornamental que vem ganhando grande destaque no comércio sazonal natalino é a poinsétia, não apenas na sua versão vermelha, tradicional, mas também nas rosa, branca, amarela e creme. A planta passou a ser chamada no mercado pelo seu antigo nome científico (Poinsettia pulcherrima), mas, em realidade, continua sendo a velha conhecida “bico-de-papagaio”, dos canteiros da vovó. Arbusto semi-lenhoso, da família das Euphorbiáceas, originário do México, a planta faz parte dos jardins das fazendas brasileiras desde o século 19. Só que agora essas plantas se apresentam melhoradas geneticamente e culturalmente miniaturizadas para o cultivo e comercialização em vasos, já em plena floração. Na Cooperativa Veiling Holambra - principal centro de comercialização atacadista da floricultura brasileira - só na época do Natal são vendidas cerca de 700 mil unidades dessas plantas. O hábito de comprar poinsétias para a ornamentação natalina no Brasil é relativamente recente e influenciado pelos padrões norte-americano e europeu. No nosso país,
o crescimento do seu consumo está associado também aos seus preços mais acessíveis em comparação com outras opções de flores envasadas para o período e, ainda, à cultura do transplantio das poinsétias utilizadas na decoração posteriormente para os jardins residenciais ou condominiais, onde não apenas sobrevivem, mas podem tornar-se arbustos interessantes do ponto de vista ornamental. Finalmente, entre os hábi-
tos de consumo natalino, cabe destacar as flores de coloração vermelha, a qual, na tradição cristã, possui fortes significados associados ao amor, à paixão e ao sacrifício de Cristo. Por isso mesmo, essa cor é eleita como um grande símbolo da data e costuma ser reproduzida em todos os adornos, além das flores – de corte e envasadas - que tanto podem ser as rosas (Rosa sp.), gérberas (Gerbera jamesonii), amarílis ou açucenas (Hyppe-
astrum sp.), begônias (Begonia sp.) lírios (Lilium sp.) e gladíolos (Gladiolus x grandiflorus) entre muitas outras opções. Vale estar atento para o fato de que a oferta da maioria dessas espécies não costuma aumentar nesta época do ano. Aliás, muitas delas costumam ter redução, devido ao calor, o que contribui para a notável elevação de seus preços, que podem até triplicar no período. Atualmente, o mercado brasileiro de lírios envasados movimenta pouco mais de quatro milhões de unidades por ano, com a oferta concentrada para as vendas para o Dia dasd Mães e em dezembro, justamente focado na ornamentação natalina e do Réveillon. Para as gérberas vermelhas, o potencial de mercado por ocasião do Natal é estimado em cerca de um milhão de hastes. No caso do amarílis, sua venda anual é da ordem de 500 mil vasos, principalmente nas cores vermelha e branca, bastante atraentes. Muitas vantagens contribuem para a crescente popularização desta espécie, especialmente a grandeza e a robustez da flor, além da durabilidade e versatilidade da planta para a confecção dos arranjos natalinos. No segmento dos complementos florais, as espigas branqueadas do trigo estarão, em 2011 - como, aliás, sempre estiveram - entre os favoritos. Representam a abundância e a prosperidade que desejamos a todos.
Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.
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Tecnologia permite produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos
A Embrapa Solos desenvolveu uma tecnologia para a produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos. Segundo o engenheiro agrônomo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, o tomatec,
como foi chamado, é um sistema de produção que permite utilizar qualquer cultivar ou variedade de tomate. Ele se caracteriza pelo ensacamento das pencas, que garante que o fruto não fique contaminado
Diminui consumo de frutas e hortaliças
O país enfrenta, atualmente, uma espécie de transição nutricional, já que hábitos até então comuns como o consumo de arroz e feijão registraram queda, enquanto carnes gordurosas e alimentos embutidos passaram a ser amplamente consumidos. A avaliação é da coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta. Segundo ela, o problema de alimentos como salsichas e linguiças é o alto teor de sal, responsável por aumentar o risco de doenças cardiovasculares. A presença de elevados níveis de açúcar na dieta do brasileiro, segundo a coordenadora, também representa uma agravante – sobretudo quando associada a um baixo consumo de frutas e hortaliças. Os dados da pesquisa elaborada em 2010 mostram que 48,1% da população adulta no país estão acima do peso, enquanto 15% dos brasileiros estão obesos. O estudo indica ainda que apenas 18,2% das pessoas consomem cinco porções de frutas e hortaliças por cinco dias ou mais por semana; 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana. O consumo diário de sal no Brasil, atualmente, é de 12 gramas – mais de duas vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já o açúcar é consumido de forma considerada exagerada por 61,3% da população. “Nos últimos anos, a desnutrição, que era um problema, recuou, mas a obesidade e o excesso de peso cresceram – em função de uma alimentação não adequada e não balanceada e também de níveis baixos de atividade física”, concluiu.
por pragas nem por resíduos de agrotóxicos. Não se trata, contudo, de produção orgânica, uma vez que existe, quando necessária, embora em escala reduzida, a aplicação de produtos químicos contra pragas, como defensivos agrícolas ou fungicidas, esclareceu. Macedo explicou ainda que a tecnologia permite reduzir o custo dos produtores em cerca de 10%, ampliando a produtividade em até 30%. Ele avaliou que a redução no custo é um grande ganho, porque haverá aumento de produtividade e porque a ideia no futuro é que o produtor tenha esse produto valorizado. A tecnologia baseia-se em pontos que podem ser adotados por qualquer agricultor. Um deles é a introdução do sistema de plantio direto, que envolve rotação de culturas, para o solo não ficar contami-
nado por pragas e doenças que atingem o tomate. A condução do tomate, ou tutoramento, é feita nessa tecnologia de forma vertical e não inclinada, como ocorre tradicionalmente, o que favorece a criação de um microambiente muito úmido próximo às plantas. Pelo tomatec, o tutoramento é feito com fitilhos que são usados uma vez e, depois, entram na rotação de culturas, como, por exemplo, a ervilha ou o feijão de corda. Outro ponto reúne o uso da irrigação por gotejamento com a adubação. A essa técnica dá-se o nome de fertirrigação. Na produção tradicional de tomate, os produtores usam mangueira de duas polegadas. “É um sistema muito arcaico. Na fertirrigação, o produtor fica com o tempo de irrigar e adubar liberado para fazer outros tratamentos”. Em seguida, vem o manejo integrado de pragas. Duas vezes por semana, o agricultor percorre
a lavoura, analisando um número pequeno de plantas. Ele anota as doenças encontradas e, ao final do monitoramento, quantifica as pragas. “Se houver necessidade, aplica o inseticida ou fungicida”. O agrônomo da Embrapa Solos destacou que como as pencas deverão estar ensacadas nessa etapa do plantio, os sacos protegem contra a aplicação de defensivos. “E os produtores têm a garantia de que vão colher 100% dos frutos, que não são atacados pelas brocas, praga que, nos tomates, causa prejuízo de mais de 50% do plantio se não houver o tratamento adequado”, explicou. Segundo Macedo, o agricultor ganha em termos de produtividade com o ensacamento, pelo fato de o inseto não conseguir atingir o fruto. Sem o ensacamento, a perda da lavoura atinge, em média, de 20% a 30%.
Bahia terá fábrica de fibra de coco
A cultura do coco no litoral norte da Bahia ganhará mais força com a chegada do grupo Aurantiaca, que está construindo a primeira fábrica de fibra de coco do estado. Sediada no município de Conde, que possui 15 mil hectares plantados, a indústria holandesa vai gerar cerca de 500 empregos diretos e três mil indiretos, numa região que tem população estimada em mais de 12 mil pessoas. O complexo industrial terá capacidade para processar um milhão de cocos por dia, sendo 400 mil frutos secos e 600 mil frutos verdes. Com 83 mil hectares plantados, a Bahia é líder do ranking nacional, com produção anual superior a 500 milhões de frutos, posicionando-se à frente do Ceará (43 mil ha), Sergipe (34 mil ha) e Pará (25 mil há). No estado nordestino, a cultura do coco gera 240 mil empregos e é praticada, essencialmente, por agricultores familiares. A Aurantiaca vai produzir, inicialmente, fibra, processando a casca do coco seco, matéria-prima que hoje é descartada. Depois, o objetivo é fabricar óleo e água de coco. “Até junho de 2012, a unidade de fibras já estará em operação. Até o final do próximo ano, as obras estarão totalmente concluídas, e a inauguração do complexo deverá acontecer no início de 2013”, diz o empresário holandês Piet Dörr. O grupo empresarial possui 2 mil hectares no município de Conde, com 400 mil coqueiros, com projetos de dobrar a área e a produção. A indústria vai produzir 50% da matéria-prima, e o restante será comprado diretamente do produtor. “O agricultor familiar não será um simples fornecedor. Ele será nosso parceiro e, portanto, vamos contribuir para o seu treinamento e capacitação”, ressalta.
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Anvisa proíbe alimentos e bebidas à base de Aloe vera Conhecida popularmente como babosa, planta ainda precisa ser submetida ao registro da agência governamental
GARRAS DO LEÃO
Atividade rural na mira do fisco Conduta contraria política de desenvolvimento do país, diz especialista A Receita Federal tem realizado várias autuações em propriedades rurais, em decorrência de uma interpretação restritiva do conceito da atividade rural, no qual os investimentos em equipamentos de elevada tecnologia acabam impossibilitando a utilização dos incentivos fiscais concedidos à área. O alerta é da contadora Angelita Kenes Farias, da Pactum Consultoria, que defende os incentivos como a compensação integral de prejuízos e depreciação acelerada. “A atividade agrícola diferencia-se de outras no aspecto tributário pelos incentivos que a ela são concedidos, mas a Receita Federal, em sua sede arrecadatória, vem tentando restringí-los”, comenta. “Este entendimento não encontra base legal e contraria a política de desenvolvimento do país, que, inclusive, incentiva as empresas a investirem em desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias em suas áreas deatuação”, acrescenta.
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Da Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a venda, fabricação e importação de alimentos e bebidas à base de Aloe vera. De acordo com o órgão, não há comprovação da segurança do uso do componente e nem registro para esse fim. A restrição já foi publicada no
Diário Oficial da União. A Aloe vera é uma planta conhecida popularmente como babosa. É usada principalmente em produtos para o cabelo, mas recentemente também era encontrada em bebidas e alimentos, inclusive com função de emagrecimento. Por se encaixar na categoria de “novos alimentos”,
a planta precisa se submeter ao registro da Anvisa para poder ser comercializada com esse fim. De acordo com a resolução, o uso da Aloe vera é regulamentado apenas como aditivo na função de aromatizantes de alimentos e bebidas, o que continua sendo permitido.
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Agrícola
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Milho: aumenta número de plantas daninhas resistentes a herbicidas Aumento dos custos de produção, impactos ambientais e maior resistência de plantas daninhas a herbicidas. Esses são os principais fatores provocados por práticas culturais ine�icientes e pela utilização inadequada de herbicidas na cultura do milho. Segundo o pesquisador Décio Karam, da área de Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo, a resistência de determinadas plantas daninhas a herbicidas foi primeiramente noti�icada no Brasil na década de 1980 com o surgimento da enzima ALS (acetolactato sintase), conforme relatado no site internacional de monitoramento de plantas daninhas resistentes a herbicidas (http://www.weedscience.org/ in.asp). A partir dessa data, outras espécies foram sendo descritas como resistentes, sendo que herbicidas inibidores dessa enzima – ALS – são os produtos que mais selecionaram plantas daninhas resistentes no Brasil e no mundo, de acordo com o pesquisador. “Com a introdução das culturas transgênicas resistentes ao herbicida glyphosate, a pressão de seleção imposta pelas glicinas tende a aumentar e veremos, consequentemente, o surgimento de mais populações resistentes a esse grupo herbicida”, explica Karam. Em 2008 houve o primeiro relato de uma planta daninha resistente à atrazina, herbicida usado em plantações de milho, cana-de-açúcar e sorgo para o controle de ervas daninhas. O fato foi evidenciado no Paraná. Segundo Décio Karam, outro exemplo de resistência múltipla é a tolerância da losna-branca aos herbicidas chlorimuronethyl, imazethapyr, foransulfuron + iodosulfuron-methyl e chloransulan-methyl, utilizados em diferentes culturas em sucessão. “Com isso, o manejo de
populações que apresentam resistência múltipla torna-se de extrema di�iculdade, já que esses mecanismos de ação são os mais utilizados nessas culturas em sucessão”, interpreta o pesquisador. Entre as ocorrências mais recentes, Décio Karam alerta para o surgimento do azevém, gramínea agressiva resistente aos herbicidas da classe das glicinas, o “que poderá ocasionar alguma di�iculdade de controle em cultivares de milho resistentes ao glifosato”. Situações semelhantes têm sido veri�icadas em relação às seguintes plantas daninhas: buva, leiteiro, comum em áreas de pastagens, e capim amargoso, já relatadas no Brasil como resistentes ao glifosato. “O surgimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas sempre
estará associado a mudanças genéticas na população em função da seleção ocasionada pela aplicação repetida de um mesmo herbicida ou herbicidas com um mesmo mecanismo de ação”, alerta o pesquisador. Décio Karam reforça que o manejo de plantas daninhas resistentes ou não aos herbicidas não deve tomar as proporções alcançadas na cultura da soja, “visto que o uso de produtos do grupo das triazinas tem sido a base para o controle”. “Por essa razão, os sistemas que incluem o milho em sucessão ou rotação tornam-se importante no manejo das plantas daninhas”, a�irma. Ainda segundo ele, cuidados devem ser tomados pelos agricultores na utilização de cultivares de milho resistentes a herbicidas quando o cereal está inserido em sistemas de sucessão ou rotação com outras culturas que apresentem resistência ao mesmo grupo herbicida. Um exemplo é o cultivo do milho safrinha, que vem geralmente após o cultivo da soja, e quando ambas as culturas apresentam resistência ao glifosato. “Com isso, se o manejo de plantas daninhas por meio do controle químico não for bem planejado, poderá haver aumento da pressão de seleção, contribuindo para o surgimento muito mais rápido de mais espécies resistentes aos herbicidas”, pon-
dera Karam. “Ressalta-se, portanto, que o uso da rotação e/ou sucessão de culturas é um método de controle complementar para plantas daninhas resistentes aos herbicidas, fazendo com que o sistema produtivo seja e�iciente na redução do tempo necessário para a seleção dessa resistência”, conclui.
Transgênico Na cultura do milho, a liberação de cultivares resistentes a herbicidas ocorreu em maio de 2007 com a comercialização do evento T-25, que confere a resistência ao herbicida glufosinato de amônio. A partir dessa, outras liberações foram realizadas, como em setembro de 2008 com os eventos NK603 e GA21, que conferem resistência ao glifosato. Após setembro de 2009, a liberação para a comercialização de cultivares geneticamente modi�icadas com resistência a herbicidas já estava sendo associada à resistência a insetos. Em novembro do mesmo ano, houve a liberação para comercialização de cultivares que apresentavam a associação de três genes de resistência, o que conferia resistência ao glifosato, ao glufosinato de amônia e a resistência a insetos, começando uma nova era de inserção de vários genes com diferentes características agronômicas. Estima-se que o uso de her-
bicidas na cultura do milho tenha alcançado 70% das áreas cultivadas no Brasil. Na safra de verão, segundo o pesquisador Décio Karam, essa porcentagem sobe para 90%, sendo que na safrinha o uso da atrazina tem ocorrido na maioria das aplicações. Além desse último herbicida, o glifosato e o 2,4D correspondem a aproximadamente 76% do volume comercializado no Brasil. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná lideram a comercialização do glifosato, enquanto a atrazina é o herbicida mais comercializado, com exceção do estado de Mato Grosso. De acordo com Karam, os herbicidas têm sido o agrotóxico mais utilizado na agricultura brasileira. Em relatório apresentado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a comercialização de herbicidas superou 127 mil toneladas em 2009 distribuídos em 90 ingredientes ativos e em mais de 440 marcas comerciais. Entre em contato com a Embrapa Milho e Sorgo e saiba os principais métodos usados para o controle de plantas daninhas na cultura do milho, como operações que devem ser realizadas na fase pós-colheita, tecnologias disponíveis de aplicação e as práticas da dessecação e do manejo da resistência.
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Manta especial reduz em 10 dias o tempo de colheita de alface Os produtores de hortaliças e legumes contam com um novo método para proteção de suas plantações. Trata-se do nãotecido, uma manta leve, porosa, feita de polipropileno, que permite a passagem de água e também da luminosidade para o solo, favorecendo a produtividade. Experimentos realizados por agrônomos e pela Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint) constataram redução de 10 dias na colheita de alface. Houve redução no tempo de colheita também em outras hortaliças. O agricultor pode colocar as mantas, que são vendidas em bobinas, diretamente sobre o solo semeado ou sobre as mudas plantadas. O melhor é que ela não necessita de nenhuma estrutura de sustentação, basta colocar sobre a manta algum peso (pedra ou um bloco) nas laterais dos canteiros. Essa
manta de nãotecido, conhecida como agrotêxtil, impedirá a ação de insetos e pássaros ao mesmo tempo em que permitirá a passagem dos raios solares e da água, seja da chuva ou da irrigação. Isso, segundo os técnicos agrícolas, possibilita a criação de um microclima ideal para o bom desenvolvimento das plantas. Outra vantagem associada do uso do agrotêxtil é que ele reduz em até 50% a necessidade de irrigação, uma vez que a cobertura mantém a umidade do solo e da planta por mais tempo. Experimentos feitos apontaram que em vez regar os canteiros duas vezes ao dia, o produtor precisa regar apenas uma vez ao dia, sem prejuízo da produção. A necessidade de agrotóxico também �ica reduzida ao mínimo, uma vez que a plantação estará sempre protegida da ação de insetos e pragas. Em regiões de clima frio, o
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para reduzir sua degradação, uma vez que ele �icará exposto às intempéries, como sol intenso e chuva Nãotecido é uma estrutura plana, �lexível e porosa, constituída de véu ou manta de �ibras ou �ilamentos. Podem ser divididos em duráveis (como revestimento interno de automó-
veis, base de carpete, geotêxtil, coberturas agrícolas, entretelas para confecção, por exemplo), semiduráveis (panos de limpeza) e descartáveis (absorventes, fraldas, lenços umedecidos, roupas descartáveis para a área médico-hospitalar, como toucas, máscaras, aventais, jalecos, calças entre outros).
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Maior durabilidade s sãoente s i u m r e e pol o en d
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material ajuda também a proteger a planta de geadas. O produtor só precisa �icar atento na hora de adquirir o nãotecido. Não pode ser aquele usado na confecção de decoração, embalagens e confecções de roupas e artigos descartáveis. Tem de ser o agrotêxtil que passou por um tratamento
Menor consumo de combustível Enge nhar ia Qu Te alific cn ada olo gia Av an ça da
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BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS
Certificação da maçã beneficia produtores catarinenses Uma parceria entre as empresas Fischer e Basf com o permitirá que pequenos e médios produtores catarinenses tenham acesso à certificação GlobalG.A.P. Cerca de 120 agricultores receberão capacitação e a meta é que 40% deles tenham a sua produção certificada internacionalmente, até junho de 2014. Além de uma melhor gestão da propriedade, o selo possibilitará a colocação do produto agrícola no mercado internacional. A GlobalG.A.P. tem com o objetivo estabelecer normas de boas práticas agrícolas e qualidade do produto in natura. O selo assegura ao consumidor que todo o procedimento de produção, desde o plantio até o momento em que o produto agrícola deixa a fazenda, atende aos requisitos internacionais de produção que assegure segurança alimentar, respeito ao meio ambiente, ao trabalhador e rastreabildiade. “Com a certificação, o consumidor terá a certeza de estar adquirindo um produto agrícola com garantia de qualidade. Além disso, acreditamos que a cadeia terá maior valor agregado e os produtores na-
cionais serão devidamente valorizados”, explica José Munhoz Felippe, Diretor de Negócios Especialidades da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para o Brasil. A Fischer foi uma das empresas produtoras de maçã pioneiras na certificação GlobalG.A.P., e agora busca estender a qualificação aos seus fornecedores. O objetivo é que todos os agricultores que fornecem sua produção à empresa tenham a certificação, assegurando que 100% das frutas estejam em concordância com as exigências do mercado internacional. Segundo Ney Araldi, diretor da Fischer, existe uma crescente demanda mundial por segurança alimentar, além disso, itens como responsabilidade social e ambiental também devem ser contemplados. “Os médios e grandes produtores têm se preocupado com estas demandas e, em sua maioria já possuem algum tipo de certificação que garante a confiabilidade de seus produtos. Na pequena propriedade, o acesso a esta certificação é mais difícil e o custo de implantação de um programa da qualidade seria proibitivo”, explica.
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Projeto pretende agregar valor às frutas produzidas em MG Para aumentar e melhorar a produção nos pomares, aperfeiçoar a gestão do negócio e fortalecer a comercialização de fruta, cerca de 2,5 mil produtores de 20 municípios mineiros vão participar, em 2012, do Circuito Mineiro de Fruticultura (Frutifica Minas). Criado pela Secretaria de Agricultura, o circuito consiste em palestras, dias de campo e oficinas para difundir a utilização de boas práticas de produção entre os fruticultores. Thyara Rocha Ribeiro, assessora técnica da Subsecretaria de Agricultura Familiar, informa que no próximo ano o Frutifica Minas vai enfatizar a agregação de valor aos produtos dos pomares por meio de melhorias no período pós-colheita, utilização de embalagem e adesão ao processamento de frutas (produção de doces, sucos, licores e outros). “Os agricultores também serão estimulados para trabalhar em grupo e fortalecer o associativismo nas regiões de fruticultura”, explica a assessora. Nas palestras e dias de cam-
po, segundo Thyara, serão incluídas informações sobre os novos canais de comercialização à disposição dos produtores, com destaque para o PNAE (Programa de Alimentação Escolar), que possibilita a venda direta dos produtos para as escolas municipais e estaduais. De acordo com Deny Sanábio, coordenador do Circuito de Fruticultura pela Emater, o programa está avançando conforme as expectativas. “Os trabalhos realizados em 2011 registram um considerável crescimento, pois o ano vai fechar com doze municípios atendidos e cerca de 1,9 mil produtores envolvidos. Em 2010, primeiro ano do Frutifica Minas, cinco municípios foram atendidos e houve a participação de 1,2 mil produtores”, informa. Nos encontros, os técnicos e pesquisadores a serviço do Frutifica Minas falam sobre a necessidade de profissionalização dos agricultores e dão ênfase à produção conforme as exigências do mercado. Segundo o coordenador estadual
de Fruticultura da Emater-MG, Sérgio Pereira de Carvalho, “as palestras, as oficinas e os dias de campo mostram a importância de práticas de baixo custo para a produção sustentável nos pomares.” O coordenador explica que a demanda por frutas no Estado é grande e deve continuar aumentando. “A renda familiar cresceu e os hábitos alimentares estão mudando, conforme uma linha de valorização da saúde, e neste caso tem destaque a progressiva inclusão de frutas”, enfatiza. Carvalho acrescenta que os produtores mineiros podem contar inclusive com a perspectiva de vendas para o mercado externo depois de alcançarem um volume de produção suficiente para a demanda interna. Ele informa que apenas 31,9% das frutas comercializadas atualmente na CeasaMinas vêm de municípios mineiros. “No entanto, temos condições de solo e clima para produzir em grande escala, respeitadas as características específicas das regiões mineiras”, avalia.
Produção de pêssego deverá superar as expectativas na capital gaúcha “Em 37 anos eu não tinha visto nada igual”, comentou o produtor de pêssegos de Porto Alegre, Luciano de Souza Bertacco, ao avaliar a quantidade de frutas nos pés. Segundo ele, com o frio intenso e prolongado, a colheita atrasou e o número de frutas aumentou muito se comparado com a safra passada. A declaração foi feita pelo agricultor durante a abertura da colheita do pêssego da capital, que aconteceu no dia 1 de novembro, na propriedade da família dele, que conta com sete hectares, onde, além do pêssego, são cultivadas uvas, nectarinas, morangos e tomates. Conforme a engenheira agrônoma da Emater/RS, Cristina Gadea, a área cultivada por 35 famílias na capital chega a 120 hectares e expectativa é que aja um aumento de produção em torno de 20%, em virtude do inverno rigoroso que oportunizou um
número adequado de horas de frio abaixo de 7ºC necessário para uma boa florada. Já Antônio Bertaco ressaltou que a safra neste ano deve chegar a 1600 toneladas. As variedades de pêssego
cultivadas na capital são o Premier, Sulina, Charme, Peach, Chimarrita, Douradão, Maciel, Granada, Cardeal e Eldorado, que são comercializadas em pontos de venda, na Festa do Pêssego e na Ceasa.
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Qualidade
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O poder da condimentação do alho Além de muito consumido na preparação dos alimentos, o alho tem propriedades medicinais Anita de Souza Dias Gutierres Claudio Inforzato Fanale Fabiane Câmara Guilherme Carrara CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O alho é utilizado como condimento e como remédio pela humanidade há milhares de anos. Existe grande diversidade nas centenas de variedades de alho, frutos do trabalho contínuo de seleção e melhoramento genético no mundo todo. Elas diferem em produtividade, ciclo de produção, resistência a pragas e doenças, tamanho e formato do bulbo, no número de bulbilhos por bulbo, na coloração do bulbo e do bulbilho, nas características do catáfilo e, o mais importante, no poder de condimentação. A variedade predominante na produção brasileira é o Alho Nobre Roxo Chonan, conhecido pelo seu poder de condimentação, que foi introduzida por Takashi Chonan, no final da década de 1970. Nos últimos anos a produção brasileira de alho cresceu em produtividade, passando de três toneladas em 1980 para 20 toneladas atualmente, e em produção, passando de 71 mil toneladas em 1990 para 104 mil toneladas em 2010, o que representa um crescimento de 46%. A importação de alho cresceu 728% no mesmo período, de 21 mil toneladas em 1990 para 153 mil toneladas. A participação da China como fornecedora oficial de alho passou de 13 mil toneladas em 1993 para 97 mil toneladas em 2010, um crescimento de 746%. A variedade do alho chinês, conhecida como ‘white’ ou branco é reconhecida como tendo menor poder de condimentação que o alho roxo brasileiro.
O consumo brasileiro (produção + importação) cresceu de 92 mil toneladas em 1990 para 257 mil toneladas – um aumento de 279%. A população brasileira cresceu de 149 milhões em 1990 para 194 milhões em 2010 - um crescimento de 30%. O consumo de alho do brasileiro dobrou entre 1990 e 2010. Os produtores brasileiros de alho vêm tentando, sem sucesso, há mais de 15 anos, através de medidas na Justiça, dificultar a entrada do alho chinês, que chega ao Brasil com preços muito baixos, subsidiado pelo governo chinês. A maior valorização do alho roxo é um reconhecimento do seu maior poder de condimentação. Entretanto, a competição desleal do alho chinês impede o maior crescimento da produção brasileira. As afirmações de que são necessários cinco bulbilhos do alho chinês para conseguir a mesma condimentação de um bulbilho do alho brasileiro e que na fritura o alho brasileiro (roxo) fica dourado e o alho chinês (branco) queima, são comuns no mercado atacadista da Ceagesp paulistana. Assim, o alho brasileiro pode custar cinco vezes mais que o alho chinês para atingir o mesmo poder de condimentação. Hoje a diferença média de preço entre o alho brasileiro e o chinês é em torno de 20% no mercado atacadista da Ceagesp. A comprovação e a divulgação da diferença do poder de condimentação entre os alhos roxo e branco, brasileiro e chinês, é o caminho para mudar o futuro da produção do alho brasileiro e da sua competitividade em relação ao alho chinês. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp encaminhou uma solicitação à professora Dra. Marta Fillet Spoto, chefe do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq, para a realização de pesquisa com os objetivos de avaliar a diferença do poder de condimentação entre o alho roxo (brasileiro) e alho branco (chinês) através de análise sensorial. O outro objetivo refere-se à divulgação dos resultados na mídia científica, o que permitirá uma ampla campanha de orientação do consumidor, através das mídias convencionais.
Evolução da produçãoa e importação do alho no Brasil em toneladas Ano
Produção Importação
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
71.087 85.165 78.889 86.936 84.172 59.017 52.455 60.749 55.217 69.787 84.141 101.925 114.436 123.099 85.597 86.199 87.779 99.002 91.714 86.752 104.126
21.133 23.099 26.919 46.844 53.780 85.382 102.293 92.445 103.960 93.451 88.807 77.827 79.334 91.565 101.164 132.581 120.565 133.095 145.811 151.720 153.141
Volume de alho importado, por origem, em 2010
Total
% Importação
92.220 108.264 105.808 133.780 137.952 144.399 154.748 153.194 159.177 163.238 172.948 179.752 193.770 214.664 186.761 218.780 208.344 232.097 237.525 238.472 257.267
23 21 25 35 39 59 66 60 65 57 51 43 41 43 54 61 58 57 61 64 60
Origem Toneladas China Argentina México Chile Espanha
Total
97.190 54.083 286 231 1.089 153.141
% 63,46 35,32 0,19 0,15 0,71
Fonte: AliceWeb
Os resultados da pesquisa permitirão estabelecer a diferença percentual entre o poder de condimentação do alho roxo e do branco e a diferença de quantidade necessária de cada um para obtenção do mesmo resultado sensorial. O trabalho exigirá a formação e treinamento da equipe de provadores para a realização dos testes sensoriais e permitirá estudos futuros, tais como: •1. A mensuração das características físico-químicas, responsáveis pelo poder de condimentação, do alho branco e do alho roxo; • 2. A evolução do poder de condimentação na pós-colheita;
• 3.O efeito do tamanho do alho no seu poder de condimentação; • 4. O efeito de diferentes sistemas de armazenamento no poder de condimentação do alho.
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Monitoramento de resíduos de agrotóxicos na Ceagesp Ossir Gorenstein CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O monitoramento de resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças permite veri�icar, através de amostragem, o nível de contaminação química pelo uso de pesticidas nos cultivos, com vistas a assegurar à população a inocuidade dos alimentos comercializados nas centrais de abastecimento e a orientar as ações de �iscalização e orientação da utilização de agrotóxicos na produção. A Ceagesp realiza analises de resíduos de agrotóxicos desde 1978. Seu banco de dados (Sirah) contém resultados, origem na produção e atacadistas de 8.807 amostras analisadas. Atualmente a Ceagesp é parceira do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), do Ministério da Agricultura, que estabelece o número de amostras e as frutas e hortaliças analisadas. Na programação da safra 2009/2010 foram coletadas no entreposto paulistano da Ceagesp, 450 amostras de 12 produtos. São eles: abacaxi, alface, banana, batata, limão, maçã, mamão, manga, melão, morango, tomate e uva. Os níveis de conformidade (segurança do alimento) dos resultados das análises desses produtos variaram entre 77% a 100%. O índice geral de conformidade do PNCRC para 690 amostras de frutas e hortaliça, em todo o Brasil, situou-se em 92%. Para mais informações procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp.
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Preços baixos acarretam mais um ano de prejuízo ao produtor de trigo Obter competitividade, seja em relação a outras culturas seja frente ao grão importado, é um desa�io que ainda está longe de ser superado pelo trigo brasileiro. Nesses termos, a cultura vai se limitando às áreas onde não há alternativa para a safra de inverno. Neste ano, a Conab estima a produção nacional em 5,13 milhões de toneladas, quase 13% menor que a colhida no ano passado. Essa redução da oferta, porém, não tem sido su�iciente para dar sustentação os preços. Cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, sinalizam que a receita da safra que está sendo colhida deve �icar bem abaixo do necessário
para cobrir ao menos os gastos com insumos – superar o custo total, está fora de questão – no Rio Grande do Sul e no Paraná – tomando-se como base dados primários do Cepea coletados nas regiões noroeste do Rio Grande do Sul e oeste e norte do Paraná. Para que o produtor consiga receita que se iguale aos custos operacionais, a produtividade deve ser de, no mínimo, 50 sacas por hectare. Nas regiões paranaenses, no entanto, a produtividade desta safra – já está na reta �inal – está bem inferior a esse nível, com média ao redor de 35 sacas, segundo dados do Deral/Seab. No Rio Grande do Sul, a colheita ainda está no começo, mas também não há ex-
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pectativas de que sejam atingidas 50 sacas por hectares. Essa produtividade praticamente nunca foi alcançada na média do estado, apesar de haver notícias de que algumas fazendas a tenham obtido. As cotações nominais de balcão (ao produtor) no Paraná estão no menor patamar deste ano, conforme levantamentos do Cepea. No oeste do estado, os preços do trigo pão ou melhorador ao produtor chegaram a R$ 22,90/sc de 60 kg, valor 14,6% abaixo do máximo deste ano, que foi de R$ 26,80/sc em maio. No sudoeste paranaense, a saca está em R$ 24,10/sc, sendo 8,6% menor do que a máxima de 2011, de R$ 26,36/sc, em abril. Já no norte do Paraná não há sequer indicação de preços há 17 dias. No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, a liquidez é ainda menor, e desde fevereiro a saca do trigo tipo brando (o tipo pão ou melhorador tem melhor qualidade e maior demanda) está na casa dos R$ 24,00 ao produtor. Conforme pesquisadores do Cepea, há anos se observa que, a partir de setembro – em alguns anos, mesmo em agosto –, compradores reduzem o interesse pelo trigo nacional, di�icultando até mesmo que se obtenham parâmetros de preços – por isso, as cotações nominais.
Entre os motivos dessa falta de interesse estão as importações crescentes de trigo em grão e de farinhas. Nem mesmo a melhora nas tecnologias utilizadas pelo produtor brasileiro, como sementes que resultam em trigo de melhor qualidade, é su�iciente para atrair compradores. Por outro lado, leilões do governo para ajudar no escoamento da produção nacional acabam recebendo uma boa adesão de compradores. No mercado de derivados, a liquidez está melhor, segundo levantamentos do Cepea. O principal motivo para o aumento da demanda foi a alta do dólar, que encarece o produto importado, mas as negociações em pequenas quantidades ainda prevalecem. Com isso, os preços das diversas farinhas cotadas pelo Cepea seguem relativamente estáveis, com ligeiros recuos nos últimos dias. Na Argentina, a colheita do trigo está começando. Segundo dados da Bolsa de Cereales, o rendimento das primeiras áreas colhidas é baixo devido às geadas e à falta de umidade durante o desenvolvimento da planta, mas a expectativa é de que os próximos lotes tenham bom rendimento. Por enquanto, a safra daquele país, que é o principal fornecedor do Brasil, é estimada em 12,6 milhões de toneladas.
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Qualidade
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Arquimedes e a doçura da uva Anita de Souza Dias Gutierrez Thiago Oliveira CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O matemático grego Arquimedes foi desa�iado pelo rei, duzentos e cinquenta anos antes de Cristo, para decidir se o monarca havia ou não sido enganado por um artesão, contratado para fazer a sua coroa. O rei havia fornecido ouro para o artesão e suspeitava que este havia substituído uma parte do ouro por prata. A coroa tinha o mesmo peso das outras coroas e a sua construção, cheia de desenhos complicados, impedia a medida do seu volume exato e a veri�icação de sua densidade. A diferença de densidade (volume/massa) entre os diferentes metais, poderia ser uma maneira de Arquimedes veri�icar se a coroa era feita de ouro puro. Um dia, ao tomar banho, ele notou que a água que saía da banheira era proporcional ao volume do seu corpo, que entrava nela. Ele lembrou que uma mesma massa de prata ocupa mais espaço que o seu equivalente em ouro. Ele então pesou a coroa e uma quantidade igual de ouro e colocou a coroa numa vasilha cheia de água e veri�icou que a coroa que o artesão havia feito deslocava mais água que o ouro. O artesão estava de fato fraudando o rei. Dizem que Arquimedes �icou tão excitado com a descoberta que saiu correndo nu nas ruas, gritando Eureka!, que em grego signi�ica “Eu descobri!”.
O densímetro utilizado pelo Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp segue o princípio de Arquimedes. Alguns estudos mostram que existe relação entre a densidade e o conteúdo de sólidos solúveis para a uva, para o kiwi e outras frutas. Quando escolhemos um fruto sempre procuramos o mais pesado para o seu tamanho. Os sul-africanos até desenvolveram um equipamento muito simples que usa este princípio para decidir o momento da colheita da uva. A baga da fruta é colocada num líquido de densidade correspondente ao conteúdo de sólidos solúveis desejado. É só entrar no endereço http:// www.prosinnovations.com/ para maiores informações. O CQH mediu a densidade e conteúdo de sólidos solúveis (1º Brix) de 92 bagas de uma variedade de uva sem semente e chegou a uma alta correlação entre eles, como mostra o grá�ico abaixo. A densidade pode ser uma boa ferramenta de medição de doçura para uvas sem semente. Agora é preciso determinar se a correlação é a mesma na colheita e no mercado, se ela varia com a variedade e com a região de plantio e se ela precisa ser determinada caso a caso. O método pode ser a redenção das uvas escuras de di�ícil determinação do ponto de colheita. Os dados levantados pelo CQH mostram que precisamos de um líquido de densidade 1,08 para selecionar uma uva de 20,5º Brix.
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CNA defende licenciamento ambiental simplificado Cutrale recebe selo verde Certificação é resultado das práticas sustentáveis adotadas na produção de suco de laranja na Fazenda Graziela Uma das maiores exportadoras de suco de laranja, a Cutrale acaba de receber o selo Rainforest Alliance Certified, reconhecimento dado a empresas do segmento agrícola que buscam unir a adequação dos sistemas de produção à proteção da biodiversidade ao aprimoramento socioeconômico em suas propriedades, com o bem-estar de trabalhadores e comunidades locais. A empresa foi certificada pelas práticas implementadas na Fazenda Graziela, localizada em Ibaté, interior de São Paulo, que mantém iniciativas de preservação da diversidade da flora, monitoramento da fauna (já catalogou espécies ameaçadas de extinção como o tatu-galinha, veado-catingueiro, onça-parda, gaviões-caboclos, entre outras), adubação verde, plantio em curvas de nível respeitando a área de proteção ambiental, reflorestamento de espécies nativas, conservação da biodiversidade e proteção dos ecossistemas. Para conquistar o selo, a Cutrale foi auditada pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), organização brasileira responsável pelas auditorias para obtenção e concessão do uso do selo Rainforest Alliance Certified. No Brasil esta certificação já atinge mais de 130 mil hectares em áreas de laranja, café, cacau, cana-de-açúcar. Com esta certificação, a Cutrale passa a ser reconhecida por consumidores de vários países como símbolo de empresa que aplica a sustentabilidade em suas ações ambientais, econômicas e sociais na Fazenda Graziela. O selo Rainforest Alliance Certified comprova que os produtores adotam práticas
agrícolas saudáveis, protegendo as florestas, os rios, os solos e a vida selvagem. A certificação socioambiental da Rede de Agricultura Sustentável também garante que os produtores são bons vizinhos para as comunidade e que os trabalhadores recebem salários justos, têm condições dignas de vida e acesso à educação e à saúde. A Rede de Agricultura Sustentável é uma organização conservacionista internacional, sem fins lucrativos, que certifica propriedades citrícolas, assegurando que elas obedeçam à rigorosos padrões de conservação ambiental e de direitos ao bem-estar de trabalhadores e comunidades locais. Sustentabilidade no processo fabril
Além de manter iniciativas socioambientais em suas fazendas, a Cutrale possui um processo fabril nas melhores práticas de sustentabilidade. Um dos exemplos mais marcantes dos cuidados da empresa com os recursos naturais é o tratamento que confere à água. No caso do suco de laranja concentrado, a água retirada da própria fruta é reaproveitada é reutilizada em diversos momentos do processo produtivo da empresa, tais como na lavagem das frutas, de pisos e equipamentos, na diluição de produtos como soluções de limpeza e sanitizantes, na reposição em equipamentos evaporadores etc. Após o processo industrial, entra em operação o tratamento de efluentes. Hoje, a empresa gera cerca de1.000 metros cúbicos de efluentes por hora em todas as unidades. Todas elas possuem uma Estação de Trata-
mento de Efluentes (ETE) para garantir que a água utilizada no processo produtivo seja tratada e devolvida à natureza com uma eficiência superior à exigência ambiental, que é de 80%. A principal ETE da Cutrale está localizada na cidade de Araraquara, sede da empresa. Esta estação, que recebe investimentos da ordem de R$ 7 milhões por ano, possui capacidade para o tratamento de um volume de efluentes correspondente ao de um município com 500 mil habitantes, com eficiência de 95% no resultado final do tratamento da água. “Além de devolver a água em condições ainda melhores do que a que retiramos, devolvemos em média 1,5 litro para cada um retirado. Isso é possível porque nos processos produtivos, a água que é retirada do suco na concentração do produto é tratada e devolvida para os rios também”, explica Otávio Gottardi Abujamra, diretor industrial da Cutrale. Energia renovável
Atualmente, o combustível utilizado para alimentar as caldeiras das unidades da Cutrale é biomassa (bagaço de cana de açúcar) adquirida de usinas próximas às unidades fabris da empresa, evitando o uso outras fontes de energia, reduzindo consideravelmente as emissões de CO2. Vale ressaltar ainda que as emissões das chaminés das fábricas da Cutrale passam por processo de lavagem, resultando em vapor de água, atendendo os parâmetros estabelecidos pelos órgãos ambientais, com acompanhamento e emissão de relatórios anuais da empresa para estes órgãos.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu a criação da Licença Ambiental Única (LAU) para desburocratizar os procedimentos de obtenção do licenciamento ambiental no setor agropecuário e reduzir os custos de implantação de empreendimentos agropecuários e florestais. Ela abordou a questão durante o Seminário Articulação Política pela Sustentabilidade – Encontro Brasileiro de Secretários de Meio Ambiente, realizado no final de outubro na Câmara dos Deputados. Em sua palestra, afirmou que a burocracia imposta pela legislação, além de onerar o produtor rural, pode prejudicá-lo na sua atividade. “O produtor espera até um ano para ter sua licença ambiental, quando deveria obtê-la na hora em que solicita”, disse. A senadora apresentou dados que mostram o alto custo do licenciamento ambiental no Brasil. No Tocantins, por exemplo, a permissão para um empreendimento agropecuário ou florestal, em uma área de até mil hectares, chega a custar R$ 58 mil. Deste total, as taxas respondem por 26% do custo, enquanto os projetos de licenciamento representam 74% do ônus. Para áreas acima de mil hectares, o
custo sobe para, aproximadamente, R$ 318 mil, em razão da exigência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), cujas taxas equivalem a 21% da quantia desembolsada e os projetos 79%. “Estes custos acabam inviabilizando muitos empreendimentos agropecuários e florestais”, afirmou a presidente da CNA, que citou experiências bem sucedidas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que já adotam a LAU. “Os exemplos destes dois Estados devem servir de exemplo para o resto do País”, acrescentou. Ainda em relação à LAU, citou o Projeto de Lei 2.163/11, do deputado Irajá Abreu (PSDTO), que simplifica os procedimentos para a obtenção do licenciamento ambiental para empreendimentos agropecuários e florestais, por meio da licença ambiental unificada. A matéria aguarda análise da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara. O projeto também atribui aos órgãos ambientais nos Estados e no Distrito Federal a decisão sobre a necessidade de se apresentar o EIA e o Rima como requisito para a obtenção do licenciamento. Prevê, ainda, a isenção de custos para o licenciamento em áreas de até 10 mil hectares.
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Meio Ambiente
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Novo Código Florestal deve prever pagamento por serviços ambientais Entidade dos produtores propõe a criação de título financeiros para compensação de danos
O caminho para a manutenção das florestas brasileiras passa pelo pagamento dos serviços ambientais prestados por elas. Essa é uma das posições defendidas pelo grupo Brasil Verde que Alimenta – Conselho dos Produtores Rurais, que representa mais de 40 mil agricultores brasileiros, especialmente os pequenos. Para seus integrantes, a solução que irá assegurar uma efetiva proteção das matas nacionais existentes dentro de propriedades particulares está na valorização dos ativos florestais pertencentes aos produtores rurais. Hoje, o país possui 60% do seu território coberto por florestas com vegetações típicas dos diferentes biomas. Mas a reforma do Código Florestal, em discussão no Senado, trata apenas das propriedades privadas, ou seja, algo em torno de 30% do território nacional. Tais florestas pertencem aos proprietários das terras, que são responsáveis por mantê-las em pé para o “uso comum do povo”. Ou seja, todos se beneficiam, mas é o proprietário quem arca com o
ônus pelo manutenção da mata – o que significa o não uso da área para agricultura ou pecuária. E os bônus ficam para toda sociedade. O projeto de reforma do Código Florestal que está em discussão no Senado prevê a criação de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) de forma limitada. O Brasil Verde que Alimenta propõe que essas cotas sejam denominadas Certificados de Cotas de Reserva Ambiental (CCRAs), para que não sejam confundidas com as CRAs já existentes. Outra alteração sugerida é que tomem a forma de títulos representativos de todas as florestas existentes e sejam negociáveis e endossáveis, com emissão, registro e circulação controladas pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR) e pelas instituições financeiras que irão intermediar os interesses do titular com os do adquirentedo direito. Os CCRAs também devem passar pelo sistema deregistro e de liquidação financeira, administrado por entidade autorizada pelo Banco Central do
Brasil, hoje BM&F Bovespa. Isso daria liquidez ao título, o quefaria com que os proprietários das florestas tenham interesse econômico emmantê-las. Poderiam adquirir e ou alugar os CCRAs todos os que precisem compensar danos ambientais. Quer sejam danos futuros, quando do pedido delicença ambiental, inclusive na renovação das concessões de serviços públicos, quer seja por danos causados ao meio ambiente em decorrência de ações ou omissões, Para estes últimos casos, seria aberta a oportunidade de compensarem os danos causados comprando ou alugando CCRAs, ao invés de pagar a multa, que não resulta em vantagem ambiental. Pagariam pelo dano ambiental adquirindo ou alugando CCRAs, ou seja, assegurando a manutenção e conservação de determinadas florestas. A lei, também, deverá deixar a oportunidade que os CCRAs possam ser adquiridos por pessoas físicas ou jurídicas que desejem conservar florestas e adquirirem a condição de amigos do meio ambiente.
Nova legislação pode ter capítulo para a agricultura familiar Agência Senado
O projeto de reforma do Código Florestal poderá ser modificado para incluir capítulo especial sobre a agricultura familiar. A possibilidade foi anunciada pelo relator da matéria nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), em reunião conjunta das duas comissões, no fim de outubro. Após apresentar seu substitutivo aos senadores das comissões, Luiz Henrique disse considerar adequado que a nova lei florestal leve em conta as especificidades dos agricultores familiares. O relator lembrou que existem 4,3 milhões de propriedades rurais familiares, o que representa cerca de 85% do total de estabelecimentos no meio rural. Para ser classificada como
familiar, uma propriedade deve ter no máximo quatro módulos fiscais, utilizar predominantemente mão de obra própria, ser administrada pela família e ser a exploração da área sua principal fonte de renda, conforme está previsto na Lei 11.326/2006. Luiz Henrique manteve em seu relatório artigo aprovado na Câmara dos Deputados estabelecendo que propriedades com até quatro módulos fiscais ficarão isentas da recomposição de reserva legal desmatada irregularmente até 2008, mas alguns senadores argumentam que o benefício deveria recair apenas sobre as propriedades familiares. Essa é a opinião do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Para ele, a legislação florestal deve prever tratamento especial aos agricultores familiares, para assegurar a manutenção dos re-
cursos naturais sem prejudicar atividades realizadas por eles há décadas, em especial a produção de alimentos. Na discussão do assunto, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) sugeriu que a redação
do artigo seja modificada para explicitar que o benefício alcança apenas propriedades que tinham quatro módulos fiscais em 2008, para evitar o parcelamento das terras apenas com vistas à isenção.
Cidades Outra emenda ao texto foi sugerida pelo senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Ele quer modificar o projeto para desobrigar a manutenção de área de reserva legal em zona urbana, tornando explícita a exigência desse tipo de área protegida somente para imóveis rurais. Na discussão, Luiz Henrique observou que ainda existem pendências sobre regras para áreas urbanas no projeto de novo Código Florestal. “Vamos trabalhar nisso, em interlocução com o governo e com as corporações ligadas a esse processo, para vermos se conseguimos ainda definir, seja no meu parecer, seja no parecer do senador Jorge Viana, uma solução satisfatória para as cidades, já que essa é uma grande reivindicação que sentimos por parte de todos os setores da sociedade brasileira”, disse o relator.
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Meio Ambiente
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Emissão de gás carbônico em nova fronteira agrícola ainda é pouco investigada Agência Brasil
Os efeitos do desmatamento na nova fronteira agrícola do Cerrado - formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia - são menos conhecidos e estudados pela ciência do que em outras áreas do bioma. Os quatro estados formam a parte norte do Cerrado, batizada pelo Ministério da Agricultura como “Matopiba”. O Laboratório de Ecologia e de Ecossistemas da Universidade de Brasília (UnB) está fazendo um levantamento sobre os artigos científicos que tratam do estoque e fluxo de carbono, e também de nitrogênio e fósforo - elementos químicos importantes para a incorporação de carbono na vegetação. Das 105 localidades estudadas, apenas três estão no Matopiba; 54 em outras áreas do Cerrado; 20 na Amazônia; 13 nos Pampas; 12 na Mata Atlântica; e quatro na Caatinga. O dado é preliminar e diz respeito a 91 artigos científicos levantados até agora, mas indica que há menos conhecimento sobre os efeitos da degradação ambiental na região que, segundo o Ministério da Agricultura (Projeções do Agronegócio 2010/11-2020/2021), deverá assistir nesta década a um avanço na produção de algodão, frango, carne bovina e soja, além de celulose e papel. O motivo da atração pelo Matopiba é o preço das terras, mais baratas do que, por exemplo, áreas de Mato Grosso e de Goiás, onde já há intensa atividade agropecuária. Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia foram responsáveis por 65% do desmatamento do Cer-
rado verificado pelo Ministério do Meio Ambiente entre 2009 e 2010, o equivalente a 4,2 mil quilômetros quadrados. O bioma é um dos mais ameaçados do país. Em 2010, já havia perdido 48,5% da cobertura original - cerca de um milhão de km². O desmatamento é a principal causa de emissão de dióxido de carbono no Brasil, que provoca a diminuição da camada de ozônio e as mudanças climáticas. De acordo com a coordenadora-geral de Gestão e Ecossistemas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mercedes Bustamante, também professora do Departamento de Ecologia da UnB, a exploração do Cerrado ao
Norte poderia ser diferente da que se fez na parte ao Sul, mas por enquanto não há uma “cesta de incentivos positivos” para evitar o desmatamento incontrolado, como a dedução de encargos, os incentivos tecnológicos para o aumento de produtividade e o pagamento de serviços ambientais. O poder público, segundo a coordenadora, tem menos recursos para proteger o Cerrado (como unidades de conservação e extensas áreas de preservação obrigatória) do que para a Amazônia. Na região, com muitas propriedades privadas rurais, é preciso dialogar com o agronegócio. “Se não trouxer o setor produti-
vo, como vamos racionalizar o uso das águas?”, pergunta. O pesquisador do Laboratório de Ecologia de Ecossistemas da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, explica que a destruição da vegetação no Cerrado é fundamental para o regime de chuvas e mesmo uma área não degradada pode sentir os efeitos da destruição. Ele lembra que o desmatamento diminui a capacidade de absorção da água pelas plantas, o que reduz a evaporação, afetando o ciclo hidrológico e a capacidade de absorção de carbono. “O carbono não existe independentemente de outros fatores”, salienta.
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Desmatamento na Amazônia aumenta e chega a 253,8 km²
A Amazônia perdeu uma área de 253,8 quilômetros quadrados de floresta em setembro, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 448 km² de desmate, houve queda de 43%. Na comparação com o mês de agosto, entretanto, quando foram contabilizados 164 km² de derrubadas, houve aumento da área desmatada. O estado onde foram registrados mais desmatamentos, em setembro, foi Mato Grosso, com 110 km². Em seguida está o estado de Rondônia, com 49,88 km² e em terceiro, o Pará, com 46,94 km². O estado onde houve o menor registro de desmatamento foi Tocantins, com 2,24 km². No estado do Amapá não foi detectado desmate. Segundo o Inpe, apenas 5% da região não foram monitoradas por causa das nuvens. Fazem parte da região da Amazônia Legal os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins, além de parte do estado do Maranhão.
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FRUTICULTURA
Produção integrada de morango será certificada Em 2012, consumidores terão acesso ao fruto produzido pelo sistema Os agricultores que cultivam morango no estado de São Paulo e buscavam a certificação da Produção Integrada de Morango (PIMo) estão prestes a produzir a primeira safra certificada do fruto. Propriedades da região de Atibaia, Jarinu e Valinhos receberam, no início de novembro, auditores do Sistema PIMo que analisaram todos os itens da norma técnica nas lavouras e em diversos pontos de apoio dos estabelecimentos rurais. A visita incluiu a verificação
de laudos de água, solo, embalagens vazias de agrotóxicos, notas fiscais de produtos e insumos, etc. Amostras de morangos também foram coletadas e serão enviadas para análise em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Quase todos os critérios avaliados seguiam as exigências e a certificadora anunciou que alguns itens precisam ser levemente ajustados. A previsão é que, a partir de
Zona Franca de Manaus quer criar selos verdes Agência Brasil
Representantes da indústria e do governo e trabalhadores da Zona Franca de Manaus estão propondo acrescentar aos produtos da região selos que identifiquem a origem amazônica, assim como a sustentabilidade ambiental e também social. No final de 2012, deve entrar em vigor a certificação do Selo Amazônico, proposta por empresários à Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), para produtos que contenham matérias-primas extraídas da floresta. Serão certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) alimentos, cosméticos e fitoterápicos produzidos nos nove estados da Amazônia Legal que, além de serem ecologicamente sustentáveis, remunerem o conhecimento das populações tradicionais e não explorem trabalho escravo ou infantil. O Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus também propôs ao governo estadual e à Suframa agregar ao selo que já acompa-
nha os produtos da Zona Franca um selo “verde e social”, que ateste a qualidade do produto e o respeito à legislação trabalhista. “O Brasil e o mundo vão saber que aquele produto foi feito com mais dignidade para todos”, ressalta o presidente do sindicato, Valdemir Santana, que pretende encaminhar a proposta do selo ambiental e trabalhista ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Para ele, os selos podem agregar valor atestando qualidade e distinguindo os produtos da Zona Franca de Manaus das mercadorias de países que não respeitem direitos de trabalhadores, reconhecidos pela Organização Internacional do Trabalho. Internamente, o selo proposto pelo sindicato pode servir como recurso para evitar casos de abuso, como agressões físicas e assédio a trabalhadores que ocorreram recentemente em empresa de capital asiático inazalada no Polo Industrial de Manaus.
maio de 2012, os produtores ofereçam um morango certificado para o mercado. Com o reconhecimento, os consumidores terão mais facilidade em distinguir os frutos. Após a certificação, os produtos cultivados com esse rigor terão um selo de identificação.
Leite
Outro produto que está em processo de certificação para produção integrada é o leite. Integrantes da Comissão Nacional da Produção Integrada Agropecuária e da Comissão Técnica para Produção Integra-
da do Leite reuniram-se, também na semana passada, para definir as diretrizes das novas comissões. Durante o encontro, foi aprovado o regimento interno da Comissão Técnica para Produção Integrada do Leite. Todos os membros da comissão receberam uma cópia da Norma para Certificação da Produção Integrada do Leite. Os representantes terão até o dia 20 de novembro para enviar sugestões de melhorias. Depois de elaborada, a norma será encaminhada à Comissão Nacional da Produção Integrada Agropecuária para aprovação. A previsão é de que, no primeiro semestre de 2012, a norma definitiva para certificação da produção integrada do produto esteja pronta. Sustentabilidade
A Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) é um sistema baseado na sustentabilidade ambiental, segurança alimentar, viabilidade econômica e rastreabilidade de todas as etapas produtivas. O programa, iniciado em 2001, prevê a inserção de tecnologias que propiciem a certificação e elevem a competitividade dos produtos. Além disso, diminui o emprego de inseticidas e fungicidas, reduz os custos de produção e o uso de fertilizantes. A adesão à iniciativa é voluntária, porém, o produtor que optar pelo sistema terá de cumprir rigorosamente as orientações estabelecidas. O Ministério da Agricultura é responsável pela publicação das normas, enquanto as certificadoras acreditadas pelo Inmetro fazem as auditorias e emitem o selo do programa.
24 CÁ ENTRE NÓS
Os heróis da Ceagesp
Por Manelão
No passado, quando ocorria incêndio na Ceagesp, o primeiro a chegar era o caminhão tanque da companhia., chamado de “Cachorrão”. O veículo era guiado pelo Dimas que, com seus ajudantes, combatia o fogo até a chegada dos bombeiros. O Cachorrão hoje já não existe mais e o Dimas agora é motorista da diretoria, mas o espírito de coragem e desprendimento para ajudar o próximo ainda se faz presente e pôde ser visto no último dia 26 de outubro, quando ocorreu um incêndio de grandes proporções na comunidade do portão 9. Os barracos de madeira estavam prestes a se transformar em cinzas, mas houve um grito de socorro e o 193 foi acionado. A empresa contratada pela Ceagesp mandou os caminhões-pipa e os funcionários subiram no alambrado para jogar água nas chamas; a brigada de incêndio da Metalúrgica Atlas controlou o fogo até a chagada dos bombeiros. O trabalho em conjunto conseguiu debelar as chamas e evitar que toda a comunidade fosse destruída, inclusive a sede da Nossa Turma, que estava no caminho do fogo. Quem também prestou um rápido socorro foi a concessionária da Ultragaz, que rapidamente auxiliou na retirada dos botijões de gás da escola. Os funcionários da Ceagesp, num gesto de solidariedade, doaram roupas, calçados, material de higiene, distribuídos pela Nossa Turma entre as famílias atingidas. A Metalúrgica Atlas mandou várias picapes carregadas de roupas e alimentos; os funcionários da Diebold também colaboraram e tudo foi distribuído entre a comunidade. O que sobrou foi enviado para a comunidade Dracena, que também foi vítima do fogo na semana seguinte. ****** A Nossa Turma já está com a lista das sacolinhas de Natal para as crianças e adolescentes. O kit consiste em uma roupa nova, um calçado novo, um brinquedo e artigos de higiene pessoal. Quem quiser apadrinhar uma criança é só ligar para o telefone 38323366 e pedir para a Silvana o nome de uma criança e entregar o kit até o dia 8 de dezembro. ****** A horta da escolinha já está produzindo para o consumo da criançada. Tomate, berinjela, cenoura, beterraba, pimentão e alface, plantados pelas crianças e por representantes de entidades que nos visitaram durante o ano. ***** Os simpatizantes da Nossa Turma vão ajudar na festa de Natal das crianças. Este ano contaremos com o apoio dos amigos da Ceagesp, o Instituto da Criança, a Fundação Abrinq, o Rotary Alto da Lapa, os voluntários do HSBC e da Diebold, e a ONG Meninas do Bem. Sem esquecer que a estrela maior do São Paulo futebol Clube, Rogério Ceni, nos enviou sua camisa autografada comemorativa dos 1000 jogos que será sorteada entre os nossos colaboradores.
Ceasas do Brasil
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Ceasas de 11 estados debatem redução de custos de logística Encontro aconteceu em Curitiba e reuniu representantes em busca de soluções para reduzir custos com transporte e distribuição de alimentos A modernização das centrais atacadistas brasileiras foi tema da abertura do Encontro Técnico da Abracen (Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento), realizado no �inal de outubro em Curitiba (PR). Representantes de 11 centrais atacadistas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país se reuniram para debater soluções para reduzir o custo na logística de distribuição dos alimentos que chegam à mesa do consumidor. Na abertura do encontro foi assinado termo de cooperação técnica em que as centrais atacadistas se comprometem em desenvolver as boas práticas de distribuição e comercialização dos alimentos para assegurar a qualidade dos produtos. As boas práticas referem-se ao modelo de transporte, embalagem e comercialização, além da necessidade de revitalização das estruturas de abastecimento. De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, todas as centrais estão com estruturas �ísicas e humanas sem renovação há mais de 40 anos. O desa�io é encontrar um modelo novo para distribuir alimentos com e�iciência e custos menores. “O mundo está cheio de exemplos bem sucedidos de centrais atacadistas com perdas mínimas que podem ser adaptados”, a�irmou. Ortigara defendeu a atração de capital privado para assegurar os investimentos necessários para a modernização das Ceasas. Segundo ele, ao governo cabe a determinação da política necessária para encurtar os caminhos da distribuição.
Goiás pode ter uma nova Ceasa
“Temos que apostar na reconstrução, na remodelação das centrais e encontrar um novo jeito de fazer a distribuição dos alimentos e chegar aos mercados varejistas com mais competência”, sugeriu. O encontro de Curitiba teve como base a discussão do Manual Operacional das Ceasas do Brasil, primeiro documento do gênero no mundo, que traz informações de diferentes áreas ligadas ao abastecimento para contribuir com a modernização das centrais de abastecimento. O presidente da Abracen e da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages falou sobre a Frente Parlamentar em Defesa das Ceasas, lançada em julho, em Brasília, e que se comprometeu em contribuir com o fortalecimento de mecanismos de combate à fome e ao desperdício alimentar e também com a criação de logísticas de transporte e armazenagem de alimentos. O secretário municipal do Abastecimento, Humberto Malucelli Neto, defendeu que as
Técnicos do Prohort (Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro) estão avaliando a viabilidade da instalação de uma Central de Abastecimento nas proximidades da região de Luziânia, no estado de Goi-
mudanças devem se concentrar no atendimento ao consumidor e, por isso, as reformas a serem implantadas devem levar em consideração a qualidade dos alimentos. Segundo Malucelli, o Mercado Municipal de Curitiba, com a criação de um espaço especial para a comercialização de produtos orgânicos, de forma pioneira no país, é exemplo de remodelação de mercados que dá prioridade ao atendimento ao consumidor. “A Ceasa paranaense é a quarta central atacadista do país e se destaca como eixo de ligação na distribuição de alimentos entre o Sul e o Sudeste, o que faz dela um local estratégico para as políticas de abastecimento alimentar”, disse o presidente da Central, Luiz Dâmaso Gusi. Para ele, a modernização que se impõe deve levar em conta a compatibilidade de abastecimento comercial e social, equilibrando fatores como segurança alimentar, e�iciência logística e exigências de mercado. Segundo Gusi, a central atacadista paranaense já adota
ás. Um dos motivos é que a região possui uma extensa área de plantio de frutas e hortaliças e uma numerosa população. O gerente de modernização do mercado hortigranjeiro da Conab, Newton Araújo,
modelo de tratamento de resíduos que certamente servirá de referência para outros mercados brasileiros. A Ceasa Paraná gera 40 toneladas de resíduos orgânicos por dia. A maior parte era destinada aos aterros sanitários e contribuía para a contaminação do solo pelo chorume e proliferação de roedores e pragas. Porém, agora os resíduos ajudam na alimentação de gado. O Plano Nacional de Tratamento de Resíduos Sólidos prevê que, a cada ano, as centrais atacadistas devem reduzir 25% do resíduo orgânico destinado a aterros sanitários até completar 100%, em quatro anos. De acordo com Gusi, desde julho, uma empresa absorve todo o resíduo orgânico gerado na Ceasa do Pinheirinho, em Curitiba, para fazer ração animal que alimenta mil bovinos em con�inamento. Os resíduos passam por pasteurização, são desidratados e enriquecidos com nutrientes e vitaminas para gerar um produto de alto valor nutritivo aos animais.
adiantou que duas visitas foram feitas ao município, para uma análise inicial. “Estão previstas ainda, para as próximas semanas, reuniões com técnicos e representantes da prefeitura e das associações de produtores”.
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Ceasas do Brasil
Índice Ceagesp recua 3,44% em outubro
23,4%
Batata Comum
7%
(4,39%) e de frutas (0,57%) também computaram quedas nos preços. Em verduras, as principais retrações nos preços foram da salsa, do repolho e do espinafre e os aumentos �icaram por conta do brócolis ninja, do alho porró e do almeirão. Já em frutas, item de maior representatividade na cesta de 105 produtos frescos que compõe o Índice Ceagesp, as baixas nos preços foram do melão, caju e abacate. As principais altas foram da uva itália, carambola e do mamão formosa (13,9%).
Melão
na maior central atacadista do país. “As condições climáticas satisfatórias (temperaturas amenas e pouca incidência de chuvas), os aspectos sazonais positivos (poucos produtos em entressafra e muitas opções de compra), a manutenção do dólar em patamares aceitáveis (queda da moeda americana, após consecutivas altas), a demanda retraída (somente em dezembro deve crescer o consumo)”, avalia o economista da companhia, Flávio Godas. Os setores de verduras
Pimentão Vermelho
-59,6%
Apenas os setores de pescados e diversos apresentaram ligeiras altas nos preços. Os principais aumentos nos pescados foram do polvo, da pescada e do camarão. Já no setor de diversos composto por cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos -, as elevações dos preços foram da cebola e da batata comum e as quedas foram do coco seco, ovos e amendoim. “A expectativa é de preços reduzidos até dezembro. O início do período de chuvas em conjunto com as altas tempe-
Com uma queda expressiva de 19,33%, o setor de legumes contribuiu para a retração de 3,44% em outubro do Índice Ceagesp, balizador dos preços no atacado dos principais produtos comercializados na estatal. Pimentão vermelho, chuchu, abobrinha italiana foram os responsáveis pela baixa no setor, já as altas nos preços �icaram por conta da ervilha torta, mandioca e jiló. Outros fatores também favoreceram para esta baixa do indicador e colaboraram para a redução dos preços praticados
Salsa
-26,5%
raturas devem impulsionar os preços no último mês do ano, principalmente no setor de frutas, cujo consumo cresce acentuadamente”, ressalta Godas. Índice Ceagesp outubro 2011 Geral
-3,44%
Frutas
-0,57%
Legumes
-19,33%
Verduras
-4,39%
Diversos*
1,22%
Pescados
1,24%
Fonte: Ceagesp
(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos
Pescada
6%
Ceasa mineira planeja inaugurar mercado de �lores e orgânicos A CeasaMinas planeja a implantação de um mercado de �lores e orgânicos. Durante palestra de apresentação do projeto, o técnico da estatal, Gustavo Almeida, ressaltou que o comércio de �lores está crescendo e citou os casos de sucesso de alguns mercados de �lores, como o da Ceagesp e da Ceasa Campinas. Almeida acrescentou ainda que a CeasaMinas fez uma pesquisa com 100 produtores de �lores. Noventa e três por cento deles apoiaram a montagem do mercado atacadista. Para os entrevistados, a venda de �lores deve ocorrer em dois ou três dias semanais, preferencialmente à terça-feira, quinta-feira e sexta-feira. Com relação aos orgânicos, que vão ocupar o mesmo pavilhão das �lores, há a expectativa de adesão por parte dos produtores, o que vai aumentar a oferta deste tipo de produto em Belo Horizonte. Após a palestra, o presidente da estatal, João Alberto Paixão Lages disse que “A CeasaMinas demonstrará capacidade de estímulo à produção e seu potencial de diversi�icação. O mix que nós teremos deixará a CeasaMinas cada vez mais completa”.
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JOSÉ CRUZ/ABr
Mais da metade das principais rodovias brasileiras apresentam problemas, diz CNT Agência Brasil
Mais da metade das rodovias brasileiras pavimentadas apresentam problemas, segundo a 15ª pesquisa de rodovias divulgada no fim de outubro pela CNT (Confederação Nacional do Transporte. Foram avaliados 92.747 quilômetros de rodovias. Destes, 53.226 km, o que corresponde a 57,4% do total, apresentaram “algum tipo de deficiência”. De acordo com a pesquisa, 24.899 km “estão em situação crítica”. Isso corresponde a 26,9%. A pesquisa aponta que, em relação ao pavimento, 44.479 km (47,9%) têm problemas; e, em relação à sinalização, esse número sobe para 52.738 km, ou 56,9% do total analisado. Além disso, em 88,3% dos trechos analisados predominam pistas simples de mão dupla. Em condições favoráveis, avaliado como ótima ou boa condição pelo estudo, estão 39.521 km, o que corresponde a 42,6% da extensão pesquisada. “Se o governo não resolver os problemas das rodovias, o Brasil vai sofrer um colapso de transporte. A proposta de desenvolvimento para os pró-
ximos anos estará comprometida, caso não sejam feitos os investimentos necessários”, alerta o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. A CNT avalia que serão necessários R$ 200 bilhões em investimentos apenas em rodovias, para deixá-las em boas condições. Em 2010 foram investidos apenas R$ 13 bilhões. Destes, R$ 9 bilhões tiveram como destino as rodovias federais. A situação, avalia ele, piorou, na comparação com a pesquisa feita em 2010. “Em relação ao passado, se verifica um decréscimo em termos de qualidade. Nossa grande preocupação é que, no ano em que o governo mais investiu em rodovias, o cenário não mudou. Isso mostra que o governo não está investindo de forma correta. Existe um problema gerencial que precisa ser muito bem equacionado de forma rápida”, disse o pesquisador. “E quem acaba pagando por isso é a indústria, que perde competitividade, e o consumidor que acaba pagando mais caro pelos produtos. Isso sem falar no maior número de mortes nas estradas”, acrescentou. O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, avalia que, na comparação com a pesquisa
anterior, feita em 2010, houve aumento também no número de pontos críticos, passando de 109 para 219 em 2011. Na tentativa de quantificar o que se perde no país em função do mau estado das rodovias, a CNT fez uma simulação envolvendo a principal commoditie brasileira em um dos principais trechos rodoviários do país. O impacto econômico chega a 13% do valor do frete relativo ao escoamento de 40 toneladas de soja nos 2.586 km entre Lucas do Rio Verde (MT) e Paranaguá (PR). “Nessa simulação, o custo adicional por carreta foi de R$ 1.540, ou R$ 38,50 por tonelada de carga. Os 13% do valor do frete nesse deslocamento se tornam prejuízo incorporado ao produto, e o custo operacional adicional equivale a 16,7% do valor total de deslocamento, devido ao pavimento na rota estudada”, disse Batista. Para que a pesquisa fosse feita, a CNT utilizou 17 equipes espalhadas pelo país durante 39 dias de coleta em campo. As rodovias pesquisadas abrangem toda a malha rodoviária federal pavimentada, os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas e as rodovias concedidas.
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Montadoras defendem incentivos para produzir carro elétrico no Brasil Agência Brasil
Para começar a produção de veículos elétricos no Brasil, as montadoras apontam a necessidade de incentivos do governo, como a redução de tributos. “Para fazer as coisas acontecerem no Brasil, necessitamos de uma parceria com o governo, dando incentivos para permitir que esses veículos entrem [no mercado], sejam acessíveis e atinjam escala su�iciente para reduzir os custos”, ressaltou o diretor de desenvolvimento de produtos da Ford na América do Sul, Matt O’Leary. O diretor de engenharia da Mitsubishi no Brasil, Reinaldo Muratori, defendeu que, para viabilizar a fabricação, é preciso um período de adaptação com redução do imposto de importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI). Segundo ele, é indispensável “testar o mercado” antes de começar uma produção nacional. “O plano da Mitsubishi é, se o governo incentivar a parte dos impostos, a gente pode trazer uma frota razoável, colocar isso em teste e fazer um plano de produção local a médio prazo”, disse após participar de debate no 20º Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade (SAE Brasil), que ocorreu esta semana na capital paulista. A viabilidade da inclusão dos carros elétricos na matriz brasileira de transportes está em estudo pelo governo. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, é possível que o país tenha um projeto piloto para o desenvolvimento desse tipo de veículo. Além do apoio governa-
mental, Muratori destacou que as empresas também terão de apostar na ideia para proporcionar a popularização dos veículos elétricos no país. “A montadora tem que subsidiar uma parte, enquanto se desenvolve maneiras de baratear o carro”, explicou. Mesmo que o IPI e o imposto de importação fossem zerados, um carro elétrico da Mitsubishi, com autonomia de 160 quilômetros, ainda custaria cerca de R$ 100 mil. “O que é caro”, admitiu o executivo. Os carros híbridos, abastecidos com eletricidade ou combustíveis comuns, podem, no entanto, ser uma maneira mais fácil de os veículos elétricos conseguirem penetração no mercado brasileiro, na opinião de Matt O’Leary. “Costumamos pensar nos híbridos vindo primeiro, como uma maneira
de atrair o interesse e trazer o preço para o patamar acessível”, explicou o diretor da Ford. Os incentivos para importação dos carros elétricos não são a única opção para a implementação desses veículos no país, na opinião do professor de engenharia de produção da Universidade de São Paulo Roberto Marx. “É uma tecnologia que, a princípio, o Brasil não domina completamente, mas isso poderia ser – com uma orientação mais forte nesse sentido e com incentivos – viabilizada em um espaço não muito longo de tempo.” A tecnologia não é, no entanto, o único obstáculo para a implementação desse tipo de veículo no país. Leandro Lacerda lembra da necessidade de mão de obra especí�ica. Ele é capitão da equipe de estudantes que expôs no SAE Brasil
um protótipo de carro de corrida elétrico. Desenvolvido por uma equipe do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana, o projeto faz parte de uma iniciativa para incentivar trabalhos na área, de modo a formar pro�issionais especializados. “Não adianta ter carro elétrico no Brasil e ter que importar a mão de obra depois”, ponderou. O carro, que deverá disputar uma competição com outros do mesmo tipo em 2012, é abastecido com 1,4 mil baterias de celular. Essa foi a maneira encontrada pelos estudantes para contornar a falta de insumos especí�icos para o funcionamento desse tipo de máquina. “As principais di�iculdades são na parte de motores e baterias, que há muito tempo não ocorre muito desenvolvimento nessa área”, destaca Lacerda.
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Montadoras aceleram lançamentos adequados às leis de emissões Novas regras só entram em vigor a partir de janeiro de 2012, mas as fabricantes já se antecipam para colocar novos modelos no mercado A partir do ano que vem, todos os caminhões terão que sair de fábrica com novos motores que permitem uma redução na emissão de poluentes na atmosfera. O Proconve-7 exige que a oferta de combustível apresente teor reduzido de enxofre para veículos pesados e uma total adequação aos padrões estabelecidos pelo Euro 5, que limita, ao máximo possível, o impacto ambiental dos veículos rodoviários no ambiente e na saúde. Embora tenham até 2012 para apresentar seus novos motores já adaptados à norma, as montadoras que atuam no país já se antecipam e começam a colocar seus novos modelos no mercado. A 18ª edição da Fenatran, uma das maiores feiras do setor, realizada em outubro na capital paulista, serviu de palco para grande parte desses lançamentos. A MAN Latin America, fabricante dos caminhões Volkswagen, aposta no novo motor com duas versões do modelo MAN D08, com dois turbocompressores e sistema de injeção Common Rail, de 4 cilindros, com 190 e 230 cavalos de potência, e de 6 cilindros, com 280 cavalos. A tecnologia empregada para atender ao Euro 5 nesses motores é a EGR, com recirculação de gases de exaustão, sem a necessidade do aditivo. “Com as novas normas de emissão, estamos dando um enorme passo tecnológico, nos aproximando ainda mais da legislação de emissões em vigor nos países mais avançados”, analisa Ricardo Alouche, diretor de vendas da montadora. A sueca Scania apresentou seu modelo P270, caminhão movido 100% a etanol e que, segundo a fabricante, proporciona uma redução de até 90% na emissão de CO2 (dióxido de carbono), atendendo às necessidades das novas leis que entram em vigor a partir de janeiro do próximo ano. Outra novidade da montadora é a linha de motores com oito cilindros - V8, que chega com a plataforma para atender as normas não somente do Euro 5, mas já do Euro 6, que entrará em vigor no mercado europeu em 2013. “O V8
18ª edição da Fenatran, uma das maiores feiras do setor, serviu de palco de apresentação das novas tecnologias chega para dominar o mercado em termos de alta potência, respondendo por mais da metade do volume total de vendas na faixa dos 600 cavalos”, explica o diretor geral da Scania do Brasil, Roberto Leoncini. Já a Volvo optou pela tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva na sigla em inglês), baseado no póstratamento dos gases de escape, tendo sido desenvolvido para reduzir os níveis de óxidos de nitrogênio (NOx). O sistema converte os tóxicos gases de óxidos de nitrogênio em nitrogênio e vapor de água, inofensivos ao meio
ambiente. Segundo a montadora, a tecnologia proporciona um aproveitamento energético mais eficiente e uma solução ambiental otimizada. “Já temos mais de 170 mil caminhões com a tecnologia SCR comercializados e rodando na Europa e em outros mercados onde a Volvo Trucks está presente e que já estavam com a legislação de emissões em etapas mais avançadas”, afirma Bernardo Fedalto Jr., gerente de caminhões da linha F. Com crescimento de 52% nas vendas no primeiro semestre, a Iveco apresentou a linha Ecoline 2012, com motores mais potentes e menos poluentes, já atendendo as normas do Euro 5. Apesar do aumento de preço inicial dos equipamentos, as perspectivas continuam altas. “Neste ano teremos vendidos mais de 20 mil caminhões no Brasil e em dezembro abriremos nossa 100ª concessionária aqui no país. Entendemos que os preços subiram com o novo motor, mas a história mostra que a tendência é que se encontre um novo patamar”, destacou o diretor de desenvolvimento, Renato Mastrobuono. O executivo explicou que a Iveco está apostando em um reposicionamento, no qual a competitividade entre as fabricantes, as necessidades do mercado e os preços nas indústrias vão se equilibrar e o novo motor deve ter menos impacto no preço do produto final. De acordo com a Iveco, a Ecoline conta com caminhões que economizam até 9% de combustível e os modelos estarão no mercado entre 2012 e 2014. A aposta da Ford Caminhões fica por conta da linha Cargo Euro 5, que será composta por doze novos modelos que utilizarão a tecnologia SCR. De acordo com a montadora, a nova geração tem melhor desempenho e redução da emissão de poluentes no meio ambiente em até 80% diante dos níveis atuais. A economia de combustível é outro destaque, podendo variar de 5% a 7% em comparação com os caminhões Cargo Euro 3, segundo os testes realizados.
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Confusão sobre aumento do IPI reduz vendas de carros em outubro
A confusão judicial causada pelo aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados foi a principal responsável pela queda nas vendas de carros em outubro, segundo o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze. Um balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pela entidade que representa os revendedores apontou que, no mês passado, a quantidade de carros vendidos foi 10,15% menor que a de setembro. “Se não fosse a confusão gerada pelo IPI sobre os veículos importados, não teríamos nenhuma notícia negativa em outubro”, disse Reze ao explicar os números do levantamento da Fenabrave. No dia 15 de setembro, o governo baixou um decreto que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI sobre veículos importados para proteger a
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indústria nacional. No dia 20 de outubro, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a mudança no imposto, para atender à legislação, só vale a partir de 15 de dezembro. Com isso, as alíquotas voltaram aos patamares anteriores. Dados da Fenabrave mostraram que a média diária de vendas em dias úteis (desconsiderando o dia 28 de outubro, que foi ponto facultativo) caiu 0,67% de setembro para outubro. Já a venda de carros importados de fora do México ou de países do Mercosul (que têm acordos comerciais com o Brasil) caiu 17,77%. Reze disse, porém, que a Fenabrave apoia o aumento do IPI para carros importados. Mesmo com o impacto negativo nas vendas, Reze disse que o governo precisa proteger a indústria nacional. Por isso, aumentar o IPI sobre os carros importados é, para ele, uma boa medida.
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Máquinas para agricultor familiar podem �icar isentos de IPI Agência Senado
Máquinas agrícolas e veículos de carga adquiridos por agricultores cadastrados no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) poderão �icar isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Proposta nesse sentido, de autoria do senador Gim Argello (PTB-DF), foi aprovada no último dia 27 de outubro pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e segue para a Comissão de Assuntos Econômicos. Caso o bem seja vendido à pessoa não inscrita no Pronaf em até cinco anos após a compra, o projeto prevê que o agricultor familiar será obrigado a recolher o imposto dispensado, acrescido de juros de mora. Em voto favorável ao texto, o relator, senador Clésio Andrade (PR-MG), disse considerar que o incentivo previsto
na proposta contribuirá para reduzir os custos da produção agrícola familiar, segmento relevante para o abastecimento de alimentos para o mercado interno. Na mesma reunião, também foi aprovado o PLS 632/2007, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que estende os bene�ícios �iscais previstos na Lei 11.529/2007 a atividades pesqueiras, de produção de óleo de palma, de bene�iciamento de castanha de caju e
de componentes de calçados, voltados à exportação. A proposta também facilita o acesso ao regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap). Como relator substituto, o senador Jayme Campos (DEM-MT) manteve voto do relator inicial, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), propondo emendas ao texto para adequar a redação do PLS 632/2007 ao texto atual da lei que a proposta modi�ica.
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Apesp
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Espaço Apesp Espaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo
Apesp reúne permissionários no seu 12º jantar de confraternização No próximo dia 2 de dezembro, a Apesp realiza, o tradicional jantar de confraternização dos permissionários da Ceagesp. Este ano, a 12a edição do evento será realizada na churrascaria Fogo de Chão. Prestigie a nossa festa, que é a oportunidade de reunir os amigos, familiares, convidados e de comemorar mais um ano de trabalho, brindando com esperança o ano novo que logo se inicia. A festa começa a partir das 19h30 e a churrascaria, famosa pelo bom atendimento e pelos cortes que oferece, fica na avenida dos Bandeirantes, 538, na Vila Olímpia. Participe!
Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)
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Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)
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Caminho dos Bandeirantes
Mariana G. Marques
Este é com certeza um passeio pela historia e cultura de São Paulo. O Roteiro dos Bandeirantes é o traçado por onde passaram e se aventuraram os desbravadores, que partiam da então Vila de São Paulo de Piratininga em suas longas caminhadas pelo desconhecido território nacional. As cidades do roteiro são referência histórico-cultural para todo o Brasil e possuem museus, fazendas, trilhas e caminhos dignos de serem explorados por novos desbravadores. A viagem é uma excelente oportunidade para o visitante se aprofundar na história do Brasil, pisando nas mesmas terras por onde passaram personagens como Bartolomeu Bueno da Silva - O Anhanguera e Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas, homens que deram, com bravura e determinação, o formato que o Brasil tem atualmente. São 180 quilômetros, partindo de Santana do Parnaíba, passando por Pirapora do Bom Jesus (ainda na Região Metropolitana de São Paulo), Araçariguama, Cabreúva, Itu e Porto Feliz, até chegar à cidade de Tietê. Essa região próxima a Itu, considerada berço da República, possui um privilegiado patrimônio arquitetônico e belezas naturais inesquecíveis. Santana do Parnaíba
A cidade de Santana do Parnaíba nasceu de um pequeno povoado instalado por conta de expedições que buscavam ouro e outros metais preciosos próximos ao curso do rio Tietê. É neste local que inicia o trecho mais bonito da SP-312 (Estrada dos Romeiros), que liga a cidade de Barueri a Itu. A “Estrada Parque”, devido ao pouco movimento e a presença de eucaliptos e encantadoras áreas verdes, é uma boa opção para quem quer admirar a paisagem da região. A estradinha é muito procurada por ciclistas, que seguem pedalando até Itu e Salto, e pelos romeiros vindos do interior para as festas religiosas em Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. A cidade realiza todo ano a tradicional Festa de Corpus Christi com a confecção dos famosos tapetes artesanais de serragem com cerca de 800 metros de extensão, com um total de 59 quadros passando pelas ruas principais do Centro Histórico. O drama da paixão também é encenado ao ar livre onde 70 atores e 500 �igurantes fazem o maior espetáculo do gênero no estado.
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Turismo
Natureza, história e religião
Santana também cultiva a tradição da cachaça, muita gente vem de longe em busca da famosa “branquinha de Parnaíba”, a cidade conta também com muitos pesqueiros, todos com fácil acesso e ótima infra-estrutura. Pirapora do Bom Jesus
Pirapora do Bom Jesus é o último município da Grande São Paulo banhado pelas águas do Rio Tietê, distante 54 km do marco zero da capital paulista. A origem do seu nome vem do Tupi Guarani que signi�ica Peixe (Pira) que pula (Pora), pois os peixes na desova tentavam pular para cima da cachoeira. Em 1725, a imagem de madeira do Senhor Bom Jesus, Santo Padroeiro da cidade foi encontrada numa corredeira, apoiada numa pedra do Rio Tietê, por José Almeida Naves, dando origem ao 1º Centro Cristocêntrico do Brasil. Tornou-se município em 1959, quando se emancipou de Santana de Parnaíba. A cidade possui muitas belezas naturais que podem ser visitadas, como a Estrada do Morro Branco que é tombada pelo patrimônio histórico turístico e em seu pico possui umas das mais belas visões de Osasco e São Paulo. Porém, o principal motivo de visitas a cidade e pela religião, famosa pelas romarias que recebe, onde ciclistas, pedestres, charreteiros, cavaleiros e veículos motorizados chegam para reverenciar a imagem de Bom Jesus. Até hoje, a cidade continua recebendo um número bastante signi�icativo de romeiros tanto em datas religiosas quanto em �ins de semanas normais. Itu
O marco da fundação da cidade de Itu foi à construção, em
1610, de uma capela devotada a Nossa Senhora da Candelária, no lugar em que hoje �ica a Igreja do Bom Jesus. Em Itu foram organizadas muitas monções, expedições �luviais que partiam do Porto de Araritaguaba (hoje Porto Feliz), às margens do rio Tietê, com destino às minas de ouro de Cuiabá. No cinturão de fazendas que foram sendo abertas ao redor de Itu, construíram-se casas, engenhos e os demais aparelhamentos próprios da cultura canavieira. As moradas que ainda restam desse período são do assim chamado “estilo bandeirista”, casas de taipa-de-pilão com planta simples e simétrica, construídas de acordo com sistema que vigorava em terras paulistas desde o tempo das bandeiras. Na cidade, pode-se encontrar um conjunto arquitetônico preservado na área central e em outros pontos, todos tombados pelos órgãos competentes. Outros pontos históricos importantes da cidade sao o Museu Republicano “Convenção de Itu”, e o Museu da Energia. As igrejas antigas também são destaque no turismo de do local. Entre outras, as mais conhecidas são a Igreja do Senhor Bom Jesus, Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária e Igreja de Santa Rita de Cássia. A cidade também tem o famoso “Orelhão de Itu” (instalado num poste do jardim da matriz), a Casa Imperial (um dos marcos signi�icativos das antigas residências de Itu), Mercado Municipal (inaugurada em 1905), Fábrica São Luiz (a primeira fábrica de tecidos movida a vapor do Estado de São Paulo) e Parque do Varvito, um verdadeiro monumento geológico inaugurado em 1995. Patrimônio tombado pelo Condephaat, foi construído em uma área de 44.346 m2 da an-
tiga pedreira. Varvito é o nome utilizado pelos geólogos para denominar um tipo de rocha sedimentar única, formada pela sucessão repetitiva de lâminas ou camadas, cada uma delas depositada durante o intervalo de um ano. Cabreúva
O nome da cidade é originário da árvore Cabreúva do tipo pardo conhecida pelos índios como “Kaburé-Iwa” (Árvore da Coruja). A cabreúva é muito valorizada pela densidade da madeira e pelas propriedades medicinais do líquido aromático liberado quando se efetuam incisões no tronco, o qual produz um bálsamo muito utilizado na medicina popular. Um dos destaques da cidade é o turismo rural, onde o visitante pode conhecer de perto o sistema “colhe e pague” em diversos tipos de produção agrícola. Além disso, Cabreúva possui propriedades rurais que são disponíveis para alugar para eventos ou apenas visitar. O público que gosta de adrenalina pode praticar esportes de aventura e radicais, como, tirolesa, escalada, rapel, canoagem, arvorismo, entre outros, em alguns dos campings da cidade. Além das trilhas onde o visitante pode desfrutar da belíssima paisagem da Serra do Japi, com suas nascentes, cachoeiras, �lora e fauna exuberantes, acompanhados por monitores e guias. A cidade se destaca também no turismo de saúde através de seus Spa’s de altíssima qualidade em áreas muito agradáveis. Os Spas estão sempre inovando, tendo salões de beleza, diversos tipos de massagem, atividades recreativas e formas alternativas de melhorar a qualidade de vida com caminhadas monitoradas.
Salto Salto conta com diversos pontos turísticos, o que levou o Governo do Estado a transformá-la em Estância Turística. O visitante pode conhecer a Praça XV de Novembro, o Convívio D. Pedro II (uma das principais ruas comerciais da cidade), o Monumento aos Imigrantes, o Museu da Cidade, (seu acervo exibe urnas funerárias indígenas, pontas de �lechas, maquinário das primeiras tecelagens, peças do cotidiano da cidade no início do século XX e outros objetos ligados à presença dos imigrantes italianos). Tietê
A história de Tietê teve origens com os bandeirantes, que desbravavam o interior paulista navegando pelo rio Tietê. A fertilidade do solo atraiu grande número de aventureiros e pessoas afeitas à lavoura para o local. Tietê possui uma das mais belas praças do Brasil a Praça Dr. Elias Garcia, cartão postal que rendeu à cidade o título de “Cidade Jardim”. Tietê é um município de São Paulo e atrai muitos turistas devido ao grande numero de festas e comemoracoes populares realizadas no local. Uma das principais atrações é a Festa do Divino, que ocorre desde 1830. A parte principal desse evento (que ocorre tradicionalmente no último sábado do ano), é o Encontro das Canoas que acontece no Rio Tietê.
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novembro de 2011
JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio