Jornal Entreposto | Agosto de 2013

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 159 | agosto de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Mercedes-Benz

Gastronomia

Caravana Estrelas do Brasil alavanca vendas de caminhões em 19 cidades do país

Sucesso das sopas inspira Ceagesp a lançar festival de pratos com peixes e frutos do mar

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Cresce comércio de alface no ETSP Pesquisa do CQH avalia desempenho das variedades da hortaliça folhosa na Ceagesp CAROLINA DE SCICCO / LETÍCIA BENETTI

O volume total de alface comercializado no entreposto paulistano da Ceagesp saltou de 250 mil toneladas em 2002 para 498 mil toneladas em 2012. A alta perecibilidade do alimento continua sendo um grande desafio para produtores e atacadistas, conforme revela estudo do Centro de Qualidade em Horticultura.

PÁGINAS 4 a 8

Artigo |

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Floricultura mantém crescimento acima da média do país

ITR |

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Agricultores têm até 30 de setembro para entregar declaração

CQH |

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A prevenção de perdas no comércio e consumo de FLV

Baixa -1,72 %

Geral

Frutas Baixa

-2,02 %

Índice Ceagesp - julho 2013

CQH divulga estudo sobre o mercado segundo os atacadistas da Ceagesp Legumes Baixa -8,00%

José Parra, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT)

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Verduras Alta

18,99%

Leitura |

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Conheça o Bolsão de livros do Grupo de Mídia Entreposto e se cadastre Diversos Baixa --3,63%

Qualidade |

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Pescado Baixa -3,26 %

Entrevista |


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Entreposto do livro

Entreposto do Livro incentiva o hábito da leitura na Ceagesp O Entreposto do Livro, projeto cultural que empresta livros para usuários e visitantes da Ceagesp, foi lançado pelo Grupo de Mídia Entreposto há três semanas e diversos leitores já emprestaram ou fizeram doações de diferentes obras literárias. O bolsão de livros está localizado na sede do Jornal, ao lado da farmácia, no Edifício Sede II. Entenda como funciona o bolsão de livros e se cadastre.

do Jornal Entreposto e escolhe um livro do display ou da estante. Basta levar qualquer documento com foto e preencher a ficha.

- Aceita doações? Sim. Caso não possa trazer os livros, é só entrar em contato que retiramos. - Por que é um bolsão? Porque o leitor doa o livro e se por algum motivo quiser de volta, basta retirá-lo (desde que esteja disponível na estante e em bom estado de conser- Que tipos de livros vação). Obs.: Não nos responsasão disponibilizados? Literatura de vários bilizamos pelo estado de gêneros, principalmente conservação dos livros livros contemporâneos. Já emprestados. temos romance, suspense, literatura infantil, entre Entreposto do Livro Telefone: outros. (11) 3832-5681 - Como funciona? O leitor se cadastra gra- a m e l i a t u c u n d u v a @ tuitamente na recepção ig.com.br

*Lembramos que a Sala de Cultura Ceagesp, localizada no segundo andar do prédio da diretoria e mantida através do trabalho voluntário do funcionário José Carlos Cruz, possui um grande acervo literário e também disponibiliza livros para empréstimo seguindo regulamento interno. Sala de Cultura Ceagesp José Carlos Cruz Telefone: (11) 3643-3921 jpaula@ceagesp.gov.br

Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

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Qualidade

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COMERCIALIZAÇÃO

Desempenho da alface na Ceagesp Anita de Souza Dias Gutierrez Idalina Lopes Rocha Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp A comercialização de frutas e hortaliças frescas é um grande desafio por sua pereciblidade, e necessidade de abastecimento diário. As hortaliças folhosas como a alface são um desafio ainda maior. Os dados do SIEM – Sistema de Estatística e Informação de Mercado da Ceagesp, alimentados pelas informações das notas fiscais entregues na portaria, mostram um grande crescimento de volume e mudança da proporção entre as variedades, quando trabalhamos os dados de 2002 a 2012. O volume total de alface comercializada foi de 250 mil toneladas em 2002 para 498 mil toneladas em 2012 – praticamente dobrou. Até 2006 foram levantados os volumes e preços das alfaces americana, crespa, lisa e romana. A partir de 2007 estão sendo levantadas também as alfaces crespa e lisa hidropônicas, a mimosa e a mimosa e romana hidropônicas – 9 tipos de alface.

Fonte dos dados: SIEM – SEDES/Ceagesp

A alface crespa dominou durante todo o período analisado, mas a sua participação caiu de 56% em 2002 para 51% em 20012. A participação da alface lisa caiu para menos da metade - de 17% em 2002 para 6% em 2012. A participação alface americana está crescendo todo ano – de 26% em 2002 para 36% em 2012. A participação da alface romana é pequena, mas cresceu – de 1% em 2002 para 2% em 2012. A alface mimosa só passou a fazer parte das estatísticas da Ceagesp em 2007. A sua participação, ainda pequena, está crescendo devagar – foi de 5% em 2007 para 6% em 2012. O gráfico abaixo mostra a evolução da proporção entre os grupos varietais de alface de 2002 a 2012. As informações sobre as alfaces hidropônicas: crespa, lisa,

mimosa e romanas só existem a partir de 2007. A sua participação é pequena, mas dobrou no período- foi de 1,82% em 2002 para 3,17% em 2012. O gráfico ao lado mostra a evolução da proporção entre as alfaces. A participação da alface hidropônica está crescendo em todas as variedades com exceção da romana (caiu de 6,72% em 2002 para 4,86% em 2012) e da americana (que não é cultivada por hidroponia). A alface hidropônica dobrou a sua participação no grupo das alfaces crespas de 2,50 em 2007 para 5,83% em 2012; cresceu de 3,57% em 2002 para 5,07% em 2012 no grupo das alfaces lisas e de 0,44 em 2002 para 0,59% em 2012 no grupo das alfaces mimosas. A tabela abaixo apresenta a evolução das alfaces hidropônicas por grupo varietal.

Evolução da participação % da alface hidropônica por grupo varietal Ano Crespa Lisa Mimosa Romana Total 2007 2,50 3,57 0,44 6,72 1,82 2008 4,24 3,02 0,44 8,86 2,62 2009 4,89 3,04 0,42 7,40 2,75 2010 2,87 3,71 0,51 3,38 1,79 2011 4,78 4,13 0,45 6,55 2,80 2012 5,83 5,07 0,59 4,86 3,17


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Qualidade

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DADOS

Os números da alface no entreposto em 2012 Anita de Souza Dias Gutierrez e Cláudio InforzatoFanale Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O SIEM – Sistema de Estatística e Informação de Mercado é abastecido com dados e gerenciado pela SEDES – Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, que também é responsável pelo monitoramento dos preços praticados no mercado e a publicação diária da Cotação de Preços do entreposto. Os dados de 2012 de alface permitem retratar o comportamento da comercialização da alface na Ceagesp paulistana: A oferta de alface não varia muito ao longo do ano, sendo maior nas épocas de maior consumo – dezembro a abril. O gráfico mostra a grande predominância das alfaces crespa e americana e a estabilidade de oferta ao longo do ano com uma pequena diminuição nos meses mais frios. A proporção da alface hidropônica varia pouco com o grupo varietal ao longo do ano, com exceção da alface romana. A alface hidropônica representou 6% do volume total da crespa, 7% da mimosa, 5% da lisa e 5% da romana. Nos meses de maio e junho a proporção de hidropônica na mimosa foi maior. No ano de 2012 foram registrados a entrada de alface 310 dias, 103.303 notas fiscais de produtor (23% do total de notas fiscais), 4.191.564 engradados de alface e uma entrada média por dia de 13.521 engradados. O volume de alface registrado foi de 49.977 toneladas, uma média de 161 toneladas por dia. Existe grande variação do volume de entrada por dia de semana. A segunda-feira responde por 25% do volume de entrada semanal, a terça por 17%, a quarta, a quinta e a sexta por 16% cada uma e o sábado por 10%. A Ceagesp paulistana é

abastecida com alface por cinco estados: São Paulo (98%), Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina. A alface crespa predomina em todos os estados. Santa Catarina tem uma proporção da americana, lisa e romana. Não existe registro de mimosa de outros estados. Quarenta e cinco municípios paulistas enviaram alface para a Ceagesp, em 2012, nove mineiros, 4 paranaenses, três gaúchos, quatro cariocas e um de Santa Catarina – num total de 67 municípios. Quatro regiões agrícolas respondem pela alface paulista comercializada na Ceagesp – Sorocaba, São Paulo, Mogi das Cruzes e Bragança Paulista. Sorocaba tem o maior número de municípios fornecedores (12) e garantiu em 2012 - 69 % do volume paulista, seguida pelas regiões agrícolas de São Paulo com 16%, Mogi das Cruzes com 9% e Bragança Paulista com 4%. Os municípios de Piedade e Ibiúna, da região agrícola de Sorocaba, enviaram, para o entrespoto em 2012, 31.934 toneladas de alface – 65% do volume total. Um grande número de atacadistas (188), permissionários da Ceasa, comercializa alface. O maior deles responde por 7% do volume, os quinze primeiros por 50% e os quarenta e seis primeiros por 80%. Uma parte importante da oferta vem de produção do próprio atacadista e de seus parceiros. A maioria dos atacadistas recebe alface americana (158), crespa (143) e mimosa (138). O número de atacadistas diminui quando se trata de alface romana (95), crespa hidropônica (62), lisa hidropônica (55), mimosa hidropônica (73), romana hidropônica (25). A acurácia destas informações é função da qualidade de preenchimento da nota fiscal pelo produtor, que alimenta o banco de dados do SIEM – Sistema de Informações e Estatística de Mercado.

Principais regiões agrícolas fornecedoras de alface para a CEAGESP Região Agricola Toneladas Municípios % Sorocaba 33.712 12 68,53 São Paulo 7.937 9 16,13 Mogi das Cruzes 4.625 6 9,40 Bragança Paulista 1.799 4 3,66 Campinas 660 8 1,34 Registro 367 1 0,75 Total 49.194 99,81


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Qualidade

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Alface em números A página eletrônica do CNPH – Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças da Embrapa mostra no item ‘Hortaliças em Números’ que existem 66.301 propriedades rurais produzindo alface comercialmente, sendo 30% na região sudeste, 30% na região sul, 26% na região nordeste, 7% na região centro-oeste e 6% na região norte. A produção brasileira de alface é de 525.602 toneladas. O estado de São Paulo responde por 31% da produção brasileira, o estado do Rio de Janeiro por 27%,seguido por Minas Gerais com 7%, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Santa Catarina e outros estados com participação inferior a 3%. A alface responde por 11% da produção de hortaliças no Brasil – 4.908.772 tonela-

6%

das. O banco de dados da página eletrônica do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo (IEA) mostra que a área de plantio de alface cresceu 24% entre 2000 e 2011, chegando a 12.339 hectares. A maior região produtora é Sorocaba que dobrou a produção entre 2000 e 2011, superando Mogi das Cruzes que manteve a mesma área. A região de Sorocaba responde por 35% da área plantada de alface no Estado de São Paulo, seguida por Mogi das Cruzes com 31%, São Paulo com 4%, Campinas com 3% e todas as outras 36 regiões por 28%.

26% 7% 30% 30%

www.cnph.embrapa.br www.iea.sp.gov.br

A

qui estão algumas informações do Diagnóstico da Olericultura, elaborado pela Comissão Técnica de Olericultura da CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, realizado em junho de 2011 e que pode nos ajudar a entender a importância da Olericultura no Brasil e no Estado de São Paulo. Olericultura é a área da horticultura que abrange a exploração de hortaliças e que engloba culturas folhosas, raízes, bulbos, tubérculos, frutos diversos e partes comestíveis de plantas. O estado de São Paulo possui 42.104 UPAs (Unidades de Produção Agrícola) que produzem pelo menos uma das espécies olerícolas, o que corresponde a 12,97% do total de UPAs. Ao todo, são explorados 152.153,1 ha com olerícolas, representando 0,74% do total da área agropecuária do estado de São Paulo. Para cada 1 hectare de Hortaliças são gerados de 3 a 6 empregos diretos, e igual número de empregos indiretos, representando para São Paulo entre 0,9 a 1,8 milhões de empregos totais diretos e indiretos. Ou de 1 a 2 familias ocupadas diretamente para cada hectare cultivado e mais de 1 a 2 familias indiretamente ocupadas para o mesmo hectare, com base no tamanho médio das familias do Sudeste Brasileiro segundo o POF 2008-2009. No ano de 2009 as culturas olerícolas geraram uma produção que somou R$ 2,51 Bilhões de Reais, valor muito superior à atividade leiteira e muito próximo da Citricultura (laranja) e fruticultura em geral - 5,76% do total da receita agropecuária do Estado em 2009. A região de Sorocaba, Mogi das Cruzes e São João da Boa Vista, se destacam pelo grande

Diagnóstico da

olericultura

número de hectares e UPAs explorados com olerícolas. Entretanto, chama à atenção as regiões de Assis, Marilia e Tupã pelo número de hectares explorados, frente ao número de UPAs. Em pesquisa realizada pelo IEA – 2006, os pesquisadores concluíram que apenas 24% dos homens e 38% das mulheres atenderam à recomendação mínima do consumo de frutas e hortaliças da Organização Mundial da Saúde, onde se observou também uma associação positiva com a idade e renda per capita, ou seja, quanto maior a idade e a renda, maior o consumo destes produtos (Fonte IEA

2006). Dados do IBGE de 2006 mostram que o valor de produção das frutas e hortaliças (R$ 26 bilhões) é 26% do valor total da produção agrícola do Brasil, inferior apenas ao valor de produção dos cereais, leguminosas e oleaginosas. No Estado de São Paulo a participação das frutas e hortaliças (R$ 7 bilhões) no valor da produção agrícola sobe para 34%, inferior apenas ao valor da produção da cana de açúcar. O valor da produção por hectare, de R$ 8 a 10 mil por hectare é muito superior ao valor dos cereais, leguminosas e oleaginosas de R$ 1 mil por hectare,

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o que permite a sobrevivência digna dos pequenos produtores. Os dados do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo mostram aumento do valor da produção das frutas e hortaliças frescas (não industrializadas) no Estado de São Paulo de 2001 para 2005, de R$ 3 milhões para R$ 5 milhões, 16% da produção agrícola paulista nesse ano. Os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar – POF do IBGE mostram uma queda consistente do consumo de frutas e hortaliças frescas. Em 1987 o consumo per capita de hortaliças foi 47,98 kg, em 1996 passou a

34,42 kg e em 2002 a 29,00 kg. O consumo domiciliar de hortaliças encolheu 40%, quando comparamos 1987 e 2002. Um grande desafio para os produtores, profissionais de saúde, varejistas e serviço de alimentação, mas que demonstra claramente o potencial deste mercado. Atualmente, o setor de FLV (frutas, legumes e verduras) é o principal responsável pela escolha de um dado supermercado pelo consumidor. Porém, a falta de elo coordenador da cadeia, associada à ausência de política pública para o setor, torna o processo de comercialização, um “salve-se quem puder”. O produtor não confia no atacadista, que não confia no produtor. O varejista não confia no atacadista e o consumidor não confia no produto. A compra das hortaliças frescas é sempre um mistério para o consumidor. Desta forma, é notória a necessidade de capacitação técnica e gerencial, além da promoção do fortalecimento das organizações associativas para que esta cadeia produtiva tenha um crescimento adequado e organizado. Programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), ambos do Governo Federal e o Programa Microbacias II do Governo do Estado de São Paulo e o mais recente PPAIS (Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social), vem de encontro a esta necessidade de desenvolvimento e crescimento da agricultura familiar. Esta comissão técnica tem a absoluta certeza, de que se bem orientada e fortalecida, a cadeia produtiva de olericultura irá se consolidar como forte promotora de desenvolvimento da agricultura paulista e de seus municípios, principalmente para o pequeno agricultor.


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Mercado

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PADRÃO

Agro Floresta mantém tradição e qualidade do Mercado da Cantareira

Quando o comércio atacadista de FLV se concentrava no Mercado da Cantareira, há 40 anos, Geraldo Cavalcante de Almeida já trabalhava vendendo produtos hortifrutigranjeiros. “No começo do mercado na Leopoldina, eu ficava aqui e lá”, lembra. Atualmente, o comerciante é responsável pela administração da Agro Comercial Floresta, localizada no centro do MLP, na Ceagesp. Tanto tempo no setor rendeu laços de negócios, e muitas vezes amizade, que já duram mais de três décadas. “Trabalhamos com produtores muito antigos, com larga experiência em cultivo de produtos agrícolas. Eles já conhecem o perfil do nosso mercado e enviam a os produtos dentro do padrão”, destaca Geraldo. Para manter o cliente satisfeito, a Agrofloresta comercializa todos os tipos de alface, além de repolho, agrião, couve-flor, entre outras verduras. “Fazemos o máximo para não falhar em qualidade e manter a mercadoria fresca”. Confiante no potencial do entreposto, o empresário acha que a reforma no MLP vai impulsionar os negócios. “A Ceagesp vai virar cartão postal da cidade de São Paulo”, acredita.

QUALIDADE

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Melo e Gonçalves oferece hortaliças colhidas diariamente Marizete Gomes de Melo sempre sonhou em poder trabalhar na Ceagesp. Não importava o produto, desde que pudesse estar sempre no Mercado Livre do Produtor. Há 26 anos, quando surgiu a oportunidade de administrar uma pedra, ela não perdeu tempo e desde então se dedica integralmente à comercialização de hortaliças comandando a atacadista Melo e Gonçalves. “Meu filho caçula quase nasceu aqui”, conta, lembrando que trabalhou até dois dias antes do parto. Antigamente, a mão de obra do entreposto era majoritariamente masculina. “Quando eu entrei, quase não tinham mulheres. Eram apenas orientais e portugueses rústicos. Tinham dias em que eu chegava em casa chorando com a brutalidade do mercado, mas eu persisti. E venci”, comemora. O brócolis ninja, que vem de Minas, é o carro-chefe da empresa, mas Marizete tem a disposição todos os tipos de hortaliças. A maioria vem do interior de São Paulo, como Ibiúna e Sorocaba. Para manter o frescor dos alimentos, a comerciante não permite que os produtores colham as verduras um dia antes de mandar para o mercado. “Nossos produtos são colhidos todos os dias pela manhã e chegam frescos na Ceagesp”, garante.


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Mercado

EMBALAGEM

Graembuense monta galpão para embalar toda a linha de produtos

Atenta às demandas do mercado e utilizando uma política de redução de desperdício, a atacadista Gramebuense está construindo um galpão em Embu das Artes para seleção e embalamento de toda a linha de verduras e legumes. “Antes, apenas a alface americana e os produtos da maçaria eram colocados em bandejas. Com a construção do galpão, toda a nossa linha vai poder ser comercializada embalada e rotulada com código de barras, além de dados da nossa empresa”, esclarece Gilberto Dias Rocha, o Giba, responsável pela comercialização de hortaliças. A atacadista comercializa por dia mais de 1500 caixas de alface. As hidropônicas e a rúcula são produzidas na própria fazenda da empresa, também em Embu das Artes. As outras são de diversos produtores de várias regiões do interior e da Grande São Paulo como Piedade, Cotia e Mogi das Cruzes. Eles recebem a embalgem plástica e colaboram com os bons tratos da verdura ou legume. Giba explica que carregadores e funcionários estão cientes dos cuidados que devem tomar para manter a qualidade dos produtos e evitar desperdício. “Pedimos para não bater as caixas e embalar com cuidado. Evitamos manusear os alimentos sem necessidade”, diz o vendedor. “Dessa maneira, garantimos alimentos frescos e de qualidade superior”, garante.

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Agro Guarulhos: versatilidade rende produtos diferenciados durante todo o ano

Desde que começou a trabalhar na Ceagesp, Adailton Caetano, o Dadá, é funcionário da Agro Guarulhos, atacadista de verduras e legumes. Hoje, dez anos depois, é especialista na comercialização de alface. “Nosso diferencial é conseguir oferecer produtos de qualidade o ano todo e atender os mais variados clientes”, destaca. Para ajudar a preservar o alimento e mantê-lo higienizado, a Agro Guarulhos envia saquinhos plásticos para os agri-

cultores embalarem o produto antes de encaminhar para a Ceagesp. “É uma exigência dos próprios varejistas e um cuidado que evita desperdício”, salienta Dadá. Os fornecedores de verduras e legumes estão espalhados em cidades do interior de São Paulo como Ibiúna, Piedade e Arujá. Quando o cultivo não está bom em São Paulo, a atacadista compra verduras e legumes do Rio de Janeiro. “O importante é não deixar faltar”, completa o vendedor.

Principais variedades de alface comercializadas na Ceagesp


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Qualidade

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As perdas e as frutas e hortal Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp Todos os anos a perda é pauta de jornais, revistas, televisão, escolas. As Ceasas de todo o Brasil são caracterizadas como locais onde grandes perdas acontecem. Não existem levantamentos que, de fato, quantifiquem as perdas de frutas e hortaliças frescas. Alguns números absurdos, repetidos exaustivamente, são de artigos antigos feitos a partir de um único produto, e tratados como verdade absoluta para todos, em todas as situações. Sempre ficamos na problemática e não avançamos na solucionática. O que é perda nas frutas e hortaliças frescas? A perda do produto que vai para o lixo? A diferença entre o peso do produto que chega e o peso do produto que de fato é consumido? A perda de valor por perda de qualidade? Perda de peso

A perda de peso em frutas e hortaliças é quase que exclusivamente perda de água, resultando em perdas quantitativas (peso), qualitativas (aparência) e nutricionais. O INMETRO exige que todo alimento embalado apresente a identificação do seu peso líquido. O alto conteúdo de água e o metabolismo intenso das frutas e hortaliças frescas fazem da garantia do peso líquido um grande desafio. A colheita interrompe o fornecimento de água aos tecidos levando a perda subsequente de água por transpiração. Essa perda está diretamente relacionada à temperatura, umidade e velocidade do ar, além de fatores inerentes ao produto, como relação superfície-volume, natureza da superfície protetora e integridade física. O murchamento e o enrugamento são os sintomas visíveis da perda de água mais citados. Outros sintomas, como perda de brilho, de frescor, maior suscetibilidade a doenças pós-colheita são menos citados, mas igualmente importantes. O conteúdo de água, característico de cada fruta e hortaliça, está entre 85 e 95%, no momento da colheita. A colheita interrompe o fluxo de água e de nutrientes para o produto. O metabolismo das frutas e hortaliças frescas é intenso nas condições normais de comercialização, no atacado e no varejo. Elas continuam vivas, respirando,

transpirando, perdendo água, frescor, turgescência, quando são colhidas. Elas são submetidas ao processo de seleção e embalamento, transportadas para o atacado, armazenadas no atacado, manuseadas e transportadas para o varejo, manuseadas e armazenadas no varejo, manuseadas na compra, transportadas, armazenadas e manuseadas em casa pelo consumidor e consumidas. Uma fruta e hortaliça paulista gasta quatro dias entre o produtor e o consumidor e, se nordestina, sete dias. A Ceagesp paulista recebe, em um ano, frutas e hortaliças de 1.560 municípios, de 25 estados brasileiros e de 12 países, a única maneira dos seus 1.190 atacadistas garantirem a oferta de diversidade de produtos e volume ao longo do ano. Praticamente todas as pesquisas de pós-colheita, que testam diferentes sistemas de conservação e manuseio na qualidade do produto, utilizam o peso e sua variação como medida de desempenho. Elas mostram a perda de peso em condições de umidade e temperatura menos dramáticas que as dos nossos usuais ambientes de comercialização e manuseio – atacado, varejo ou serviço de alimentação. Os resultados são assustadores, como mostram os exemplos a seguir. A perda de peso, em um dia de observação, em alface é 7,5%, em brócolos 7,5%, em cenoura 3%, em couve-flor 2%, num ambiente de 15oC e 45 a 65% de Umidade Relativa. A beterraba, num ambiente a 20oC e 60 a 70% de Umidade Relativa, mostrou uma perda de água de 10%, em seis dias. A produção de frutas e hortaliças frescas é uma das poucas atividades agrícolas que permitem a sobrevivência digna do pequeno agricultor. As frutas e hortaliças frescas são alimentos especiais - não existe transformação industrial entre a produção e o consumo. O agricultor é o seu fabricante, o seu primeiro responsável e deve colocar o rótulo com a indicação do peso líquido do produto, no local de produção. A percepção da necessidade de um regulamento especial para as frutas e hortaliças frescas foi reforçada pelas recentes autuações de atacadistas e produtores pelo IPEM, pela ausência e preenchimento incorreto da identificação da quantidade do produto no rótulo. Neste momento existe um esforço nacional liderado pela CNA, pe-

las Câmaras Setoriais de Fruta e de Hortaliças do Ministério da Agricultura e pela Ceagesp, pela construção de um ‘Regulamento de Pesos e Medidas para Frutas e Hortaliças Frescas’, calcado na realidade brasileira e nas características especiais das frutas e hortaliças frescas, sem perder de vista a missão do INMETRO: ‘Prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País’. A construção de um regulamento de pesos e medidas especial para frutas e hortaliças frescas é muito complexa. A refrigeração é pouco ou mal utilizada. A maior parte do transporte é feita em carga seca, mesmo em longas distâncias. A comercialização é uma corrida contra o tempo. O produto que não é vendido hoje perde muito valor amanhã. O agricultor é o responsável pelo produto, pela sua qualidade, pela sua segurança e pela declaração do seu peso no rótulo. A quantificação do produto, do seu peso líquido é imprescindível na comercialização entre a produção e o atacado, entre o atacado e o varejo e o serviço de alimentação, entre o varejo e o consumidor. A

perda de peso é função da qualidade do produto na colheita, do ambiente, do manuseio. As práticas atuais de conservação e manuseio na produção, no transporte, no atacado e no varejo são inadequadas. O primeiro grande desafio é a distribuição de responsabilidades na manutenção do peso líquido na produção. O segundo grande desafio é a modernização de equipamentos de conservação, transporte e de procedimentos no manuseio. No varejo, podemos estabelecer, como nos produtos cárneos embutidos, a exigência de pesagem na presença do consumidor no momento da venda. É impossível a utilização o sistema de pesagem na presença do comprador, da produção para o atacado ou do atacado para o varejo ou para o serviço de alimentação, que trabalham com grandes volumes de produtos embalados. Perda de valor e perda de produto que vai para o lixo

A determinação e a quantificação da perda de valor é outro grande desafio. Existe grande diferenciação de valor por tamanho e por qualidade do produto no mesmo dia de comercialização. A ocorrência de danos mecânicos por manuseio inadequado na colheita, na

seleção, no embalamento, e na movimentação do produto eleva o metabolismo do produto sendo porta de entrada para o desenvolvimento de microorganismos oportunistas e de deterioração do produto. A perda que vai para o lixo seria muito menor se os produtos machucados não fossem aceitos por nichos de mercado menos exigentes – bares que processam o produto, feiras de periferia, compradores menos exigentes. Uma embalagem com um produto em início de deterioração vale 20% do valor de uma embalagem com produtos sadios. Batidas, ferimentos, perda de turgidez podem significar uma perda de valor de 50%. As causas da perda do produto que vai para o lixo começam na lavoura e vão até o consumidor. Ela acontece na lavoura, durante o processo de produção e na colheita com o descarte dos produtos inadequados para a comercialização in natura. O controle inadequado de pragas e doenças, a ocorrência de granizo, a falta de polinização ou de poda adequada, o ponto de colheita incorreto são causas de perdas pós-colheita na produção no atacado, no varejo e no consumidor. O manuseio inadequado na colheita, embalamento e transporte para a seleção


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liças frescas

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Qualidade A prevenção de perdas exige articulação com todos os agentes de produção, de comercialização e de consumo. Algumas medidas devem ser tomadas: 1. Criação de um código comercial para a comercialização de produtos perecíveis frescos, a exemplo do que já existe nos Estados Unidos desde 1930 • Estabelecimento dos direitos e responsabilidades de cada agente da produção ao consumo • Criação de um sistema de arbitragem rápida para a solução de atritos comerciais • Criação de um cadastro de agentes de comercialização 2. Na produção • Exigência de obediência à lei • Estudo das perdas na lavoura e suas causas • Financiamento da melhoria da infraestrutura de colheita, classificação, embalamento, armazenamento e transporte • Capacitação dos produtores, seus funcionários, seus transportadores • Incentivo à criação de barracões de classificação geridos por grupos de produtores ou terceiros • Incentivo à unitização da carga e refrigeração • Cadastro municipal dos transportadores e dos agentes de comercialização locais 3. No transporte • Exigência de obediência á lei • Capacitação dos motoristas e transportadoras • Financiamento da adequação do veículo às exigências da lei • Pagamento de estacionamento por tempo de permanência no atacado • Diminuição do tempo de compra no atacado

são causas importantes de batidas, ferimentos, que aceleram o metabolismo e permitem o desenvolvimento de microorganismos oportunistas, prejudiciais ao produto. Estudos com pêssego, morango e citros feitos pela Esalq, Instituto Biológico e APTA, com o apoio da Ceagesp, mostram que a maior parte do desenvolvimento de podridões é causada por microorganismos oportunistas. No barracão de classificação o descarte de produtos inadequados para a comercialização in natura atinge produtos muito maduros ou imaturos, defeituosos, muito pequenos, aparência ruim, início de deterioração. O manuseio inadequado na seleção e embalamento são causas importantes de batidas e ferimentos (manuais e pela máquina), que aceleram o metabolismo e permitem o desenvolvimento de microorganismos oportunistas, que podem deteriora o produto e inviabilizar o consumo. Nas centrais de abastecimento temos dois tipos de perdas: a que vai para o lixo e a perda de valor do produto. A quantificação de perda que vai para o lixo é feita com a pesagem do lixo, na maioria orgânico. A fragilidade comercial do produtor faz com que ele assuma as consequências das

perdas, que podem superestimadas pelo comprador na luta por uma maior margem comercial. O transporte e manuseio inadequados geram batidas e ferimentos, descarte e perda de valor do produto. Hoje na Ceagesp paulistana o lixo representa 1,5% do volume de entrada – sendo uma parte disso palha de melancia, coroa de abacaxi, restos de embalagem (ou seja, não são perdas). O sistema de exposição no supermercado pode destruir todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria do produto. O produto é despejado na gôndola e perde a rastreabilidade com a mistura de produtos de diferentes origens e sem a identificação do produtor. As perdas, com causas identificáveis segundo os supermercados, giram em torno de 7%. A perda no consumo é grande. O consumidor compra frutas verdes, que apodrecem durante o processo de amadurecimento. Estudos realizados na Esalq mostram que no caso do mamão Havaí, a perda pode chegar a 75%. É bom lembrar que o produtor colhe a fruta verde, atendendo ao pedido do comprador. A fruta verde aguenta pancadas e maus tratos e vai apodrecer na casa do consumidor, o cliente que precisamos agradar para sobreviver.

• Exigência de obediência à lei de transporte de alimentos 4. Na central de abastecimento • Melhoria de infraestrutura armazenamento e exposição

de

transporte,

recebimento,

• Capacitação de todos os agentes – carregadores, funcionários e gerentes das empresas • Premiação pela unitização de carga • Promoção do mercado visando o crescimento das vendas • Exigência de obediência à lei de comercialização de alimentos 5. No varejo • Exigência de obediência à lei de rotulagem, embalagem, proteção • Campanha de adoção do Manuseio Mínimo • Capacitação dos gerentes e funcionários • Financiamento para a melhoria da infraestrutura de transporte, recebimento, armazenamento, codificação e exposição • Pagamento de estacionamento por tempo de permanência no atacado (muitos varejistas costumam ficar horas estacionados nas Ceasas, esperando o preço cair, sem lembrar que o produto é perecível e o preço cai porque a qualidade está caindo - sem mencionar que, assim agindo, transformam em caos o fluxo de trânsito interno nas Ceasas, o que também colabora na perda de qualidade) • Diminuição do tempo de compra no atacado 6. No consumo • Investimento na educação do consumidor através das escolas, desenvolvendo metodologia de aproximação lúdica e sensorial das crianças com as frutas e hortaliças frescas e a aproximação da criança da origem do produto – a agricultura, como proposto no programa Escola do Sabor da Ceagesp. • Apoio aos gestores de alimentação escolar na escolha, compra e garantia de maior diversidade e qualidade das frutas e hortaliças frescas e de melhor utilização dos recursos públicos, através da utilização das ferramentas do programa HortiEscolha, resultado da parceria da Esalq e da Ceagesp, com o apoio da Fapesp.

WORKSHOP

Rastreabilidade e Segurança no Setor de Frutas e Hortaliças

A GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação - vai realizar no dia 28 de agosto o workshop Rastreabilidade e Segurança no Setor de Frutas e Hortaliças na sede da entidade, na cidade de São Paulo. O intuito é explanar sobre a importância da rastreabilidade e da segurança dos alimentos no setor FLV e seus reflexos para o consumidor. Inscrições:

atendimento@gs1br.org Data: 28/08/2013 Horário: 9h até 12h30 Local: GS1 Brasil Rua Doutor Renato Paes de Barros, 1017 - 14º andar – São Paulo - SP

TECNOLOGIA

Nanotecnologia protege máquinas, silos e galpões contra corrosão

O Brasil já está comercializando o produto EcoGlas, tecnologia alemã conhecida em outros países como Vidro Líquido. Trata-se de um revestimento capaz de impermeabilizar superfícies de qualquer tipo de material. Indicado para facilitar a limpeza na agropecuária e evitar problemas com corrosão. O produto possui dióxido de sílica (SiO2) na fórmula e também uma substância secreta na composição que dificulta a aproximação de bactérias e não permite o acúmulo de sujidades. É indicado para diversos segmentos, inclusive para a agropecuária, em que há necessidade de ter atenção com a limpeza e a higiene. “O produto pode ser aplicado no piso, parede e teto de galpões; utensílios e até em fachada”, acrescenta. Onde encontrar: (21) 2714-9268 w w w. d p m t e c n o l o g i a . com.br


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Entrevista

JORNAL ENTREPOSTO agosto de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

ESALQ

Quatro décadas de controle biológico Lucas Jacinto Formado na ESALQ em 1968, José Roberto Postali Parra sempre gostou de Biologia. Ainda estudante de graduação, iniciou estágio no Departamento de Entomologia, onde trabalhou com insetos pela primeira vez. Desde 1974, quando começou a lecionar na ESALQ, Parra estuda, coordena e orienta projetos em controle biológico, linha de pesquisa da Entomologia que preconiza, em síntese, a minimização do uso de agroquímicos nas lavouras. Hoje, Parra é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Semioquímicos na Agricultura e, em junho passado, finalizou a 100ª orientação na pós graduação, somando 42 teses de doutorado e 58 dissertações de mestrado. Sua primeira orientação foi realizada em 1976, quando a mestranda Lindaurea Alves de Souza Menten estudou, em cultivares de arroz e soja, a biologia de Plodia interpunctella, mais conhecida como Traça-indiana-da-farinha. Por sua vez, a última foi este ano, quando participou como orientador da banca de doutorado de Alexandre José Ferreira Diniz, que estudou Tamarixia radiata, inimigo natural da Diaphorina ci-

tri, ou Psilídeo, praga do citros que transmite a bactéria do greening. Em entrevista, José Roberto Postali Parra faz um panorama do controle biológico no Brasil e no mundo. Além disso, relembra passagens das quase quatro décadas em que vem se dedicando ao controle sustentável de pragas.

Como é chegar à 100ª orientação? É uma sensação de dever cumprido, por ter formado mão de obra qualificada, que está distribuída pelo Brasil e pela América Latina. É uma satisfação também, por atender a uma das exigências da Universidade, que é a formação de recursos humanos. Comente sobre os projetos aplicados em campo pelo Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA) nos últimos anos. O controle do Gymnandrosoma aurantianum, conhecido como bicho furão do citros, foi um programa de destaque desenvolvido pelo Departamento. Iniciado no final de década de 1990, desenvolvemos um trabalho com o feromônio da praga. Este produto é distribuído hoje pela rede da Coopercitrus para toda a citricultura nacio-

nal. Desenvolvemos também um programa para o combate de outra praga, o Phyllocnistis citrella, ouminador do citros. Ela surgiu no Brasil em 1996, e em 1998, fui para os Estados Unidos importar o inimigo natural, a Ageniaspis citricola que foi liberado em todo o estado de São Paulo. Graças aos estudos, conseguimos que esse inimigo se adaptasse no estado e praticamente mantivesse em equilíbrio essa praga que passou a não causar prejuízos.

Como andam as pesquisas de combate ao greening? Um dos obstáculos nos estudos nessa área é que, para se criar um inimigo natural, é necessário criar a própria praga. Essa é a forma tradicional de se reproduzir o inimigo natural. No entanto, especificamente no estudo sobre a Tamarixia radiata, que combate o Psyllidae ou psilídeo, praga que transmite a bactéria greening no citros, utilizamos a murta da planta para criar o psilídeo. O objetivo desse método é obter produção de larga escala para atender a grande demanda do setor. Quanto à Tamaraxia, estamos liberando no Estado de São Paulo e avaliando. Por hora, os resultados são bastante promissores.

Qual a dificuldade para atender a demanda dos citricultores? Aqui no Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA), o máximo que podemos produzir é em média 100 mil inimigos naturais por mês. Considerando que liberamos 400 inimigos por hectare, se produzirmos 100 mil, atenderemos uma demanda de 250 hectares. Mas, São Paulo tem milhares de hectares. Existe a necessidade da criação de núcleos de produção. As empresas estão começando a se interessar em produzir, sob nossa orientação, nestes núcleos em várias regiões do Estado, para que, posteriormente, esses insetos possam ser distribuídos de melhor forma.

O controle biológico vem proporcionando solução para diversos problemas agrícolas em várias partes do mundo. Esta forma de combater pragas agrícolas está em ascensão? O Brasil tem, em sua cultura agrária, o uso de agroquímicos. O produtor brasileiro não está acostumado com o controle biológico. Agora que ele começou a despertar. Estive na Holanda este ano, e lá, eles utilizam muito o controle biológico.

Mas na Holanda, eles usam apenas em casas de vegetação, o que é diferente do Brasil, e muito mais fácil. No Brasil, é muito comum um único produtor ter uma área de monocultura de 30 mil hectares. Nessa extensão é muito difícil amostrar para saber quando é oportuno liberar o inimigo natural. Aqui, temos muitos insetos, e dependendo da forma que você libera o inimigo, as formigas, por exemplo, o predam. É necessário um serviço de extensão e transferir essa tecnologia. E o serviço de extensão muitas vezes é inadequado. Quais são os desafios do controle biológico brasileiro? As empresas que comercializam os inimigos naturais ainda são poucas no Brasil. Hoje, se o produtor quiser aplicar o controle biológico em alface, por exemplo, ele não vai encontrar nenhum programa de controle biológico, porque ainda não existem inimigos naturais disponíveis. Além disso, a própria legislação para uso de inimigo natural no Brasil ainda é muito incipiente. Outro desafio a ser vencido é a logística. Como o Brasil é um país muito grande, precisa ser pensada uma forma eficiente para que o transporte de insetos seja feito


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Agrícola Gerhard Waller (USP/ESALQ – ACOM)

SUSTENTABILIDADE

Governo amplia incentivo ao uso e registro de defensivos biológicos Novos compostos reduzem custo de produção e risco à saúde humana

mesmo em longas distâncias.

Você acredita que a Entomologia e o controle biológico precisam de mais espaço no campo da ciência? Precisamos de mais gente. Falta massa crítica para melhorar o quadro da Entomologia. A pós-graduação começou na década de 1960, portanto nossa pós-graduação tem 50 anos. Se considerarmos isso, dos que se formaram em Entomologia, cerca de 20 a 25% se formaram em controle biológico, então melhorou muito. Mas o número ainda é pequeno, dado a extensão territorial do Brasil.

Quais áreas de cultivo têm utilizado mais esta técnica? Em termos de uso de inseto é a cana-de-açúcar. Mas, em relação ao uso de patógenos, que são os fungos, além da cana, existem programas empregados também em soja, por exemplo. Nossa geração assistirá a extinção do uso de agroquímicos? Não, isso ainda é uma coisa muito distante. Mas acho que há a possibilidade de se utilizar muito o controle biológico. Existe um nicho muito grande para se usar o controle biológico, no entanto dizer que o agro-

tóxico será extinto é ficção.

Existe algum incentivo por parte dos órgãos públicos para que o produtor faça a escolha de proteger seu cultivo com o controle biológico? Hoje, existe uma associação brasileira de controle biológico, mas esta é vinculada às empresas. Elas estão se organizando. O que falta é melhorar a legislação para registros e certificações para uso de controle biológico, que assim como os inseticidas, requerem uma série de documentações para que o trabalho seja legalizado. Em meio a tantas realizações em Entomologia, quais são seus próximos objetivos? Existem ainda algumas coisas que quero fazer. Uma de minhas metas é divulgar o controle biológico no mundo, especificamente, o que é realizado no Brasil. Eu publiquei muito no Brasil ao longo da minha carreira, são muitos livros e artigos tratando de controle biológico. E, recentemente, tenho publicado bastante no exterior, sendo que dois livros que publiquei foram traduzidos para inglês. Um livro que escrevi sobre controle biológico no Brasil, lançado em 2002, está em fase de tradução para lança-

mento no exterior. As pessoas costumam ficar entusiasmadas quando conto sobre os resultados obtidos pelos trabalhos realizados aqui, pois é um tipo de agricultura diferente. Gostaria que o programa de controle biológico de soja também se concretizasse. Assim como anseio que o combate ao greening em citros também se torne uma realidade.

Como popularizar o conhecimento sobre controle biológico entre os produtores? Costumo fazer bastante trabalho de extensão, escrever muito. Publicamos para chegar ao agricultor. Além de revistas científicas, publicamos também em mídias acessíveis. Agora, temos uma ideia mais objetiva para atingir o agricultor. Vamos produzir um folder explicativo, que será acompanhado por um vídeo. Esperamos que esse material seja lançado até o final do ano e será distribuído para os citricultores, assim como o material distribuído pela Casa do Produtor Rural, aqui da ESALQ. Muitas vezes não temos capacidade física de transferir a tecnologia que utilizamos em pesquisa, mas podemos desenvolvê-la para que, posteriormente, ela seja empregada no campo.

Devido ao apelo social e de produtores para ampliar a produção sustentável, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem intensificado sua política de incentivo ao uso e registro de produtos biológicos para combater pragas nas lavouras. O mercado de agrotóxicos, que movimenta cerca de US$ 10 bilhões por ano, tem apostado cada vez mais na aquisição de defensivos sustentáveis. “Com o passar dos anos, com as pesquisas, as empresas foram desenvolvendo produtos cada vez menos tóxicos e isso foi criando o cenário que temos hoje. Estamos em busca de sustentabilidade e, aos poucos, estamos substituindo os produtos mais tóxicos pelos menos tóxico. Hoje, 5% dos agrotóxicos registrados no Brasil são biológicos. Nossa meta é chegar a 10% até 2015”, diz o coordenador de agrotóxicos e afins do Mapa, Luis Eduardo Rangel. Segundo Rangel, um novo defensivo biológico foi apresentado aos órgãos responsáveis pelo registro de agrotóxicos no país, visando o controle de nematóides de galhas, na cultura da soja. O Mapa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão em processo final de avaliação do nematicida Nemat (Paecilomyces lilacinus 300g/kg). “Os três órgãos estão interessados na aprovação do defensivo, principalmente por ser menos prejudicial ao meio ambiente. Assim que registrado, poderá ser disponibilizado para os produtores”, salienta o coordenador. Os nematóides são responsáveis por severas perdas na produção de soja uma das culturas de maior importância econômica no Brasil. Eles estão presentes no solo e, para se alimentar, injetam substâncias tóxicas nos tecidos da planta, impedindo o seu crescimento. Luis Rangel explica que os químicos não têm sido eficientes o bastante para conter a praga. “Essa praga é um pesadelo para o agricultor, porque as áreas com a presença de nematóides normalmente são condenadas. O nematicida em avaliação é a grande esperança, pois os produtores clamam por isso há muito tempo”, lembra. O registro de produtos biológicos é uma das prioridades do governo gederal, de acordo com Rangel e, por este motivo, o Mapa tem trabalhado para reduzir o prazo para avaliação dos pedidos de certificação.

Se o produto for eficaz e menos tóxico, o agricultor passará a adotá-lo. Até porque, além de diminuir os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, os defensivos biológicos são mais baratos, o que diminui o custo da produção”.


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Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio


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Qualidade

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O mercado segundo os atacadistas da Ceagesp Sabrina Leite de Oliveira Marta MB Cláudio Inforzato Fanale Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp A melhor maneira de compreender o mercado é através dos seus agentes de comercialização – os atacadistas, permissionários da Ceagesp. Aqui estão os resultados das entrevistas realizadas Participação % de cada equipamento de destino de venda no volume de venda

Os equipamentos de destino foram divididos em: varejo tradicional, varejo de rua, atacadista, distribuidor, serviço de alimentação e outros. O varejo tradicional é composto por lojas especializadas em frutas e

com 311 atacadistas em 2011 e 300 em 2013, localizados nos diferentes pavilhões e setores do entreposto, pelos técnicos do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (CQH).

hortaliças (varejões, sacolões, quitandas e frutarias) e supermercados, o varejo de rua em ambulantes e feirantes. O setor de alimentação abrange bares, restaurantes, lanchonetes, casas de suco, hotéis, refeições coletivas e navios. O quadro adiante mostra a participação e a evolução por equipamento de destino

Participação (%) de cada equipamentos de destino na venda do atacadista. Equipamento de destino 2011 2013 Varejo tradicional

42

52

Varejo de rua

23

22

Atacado

17

13

Distribuição

11

08

Alimentação

07

05

O varejo é o principal destino e a sua participação no destino dos produtos cresceu de 64% em 2011 para 74% em 2013. Atacadistas especializados por destino

É comum a especialização do atacadista por comprador. O atacadista foi considerado especializado se mais de 50%

A participação do supermercado dentro do varejo tradicional cresceu 40% entre 2011 e 2013.

do seu volume fosse destinado a um tipo de equipamento de destino. Existe uma proporção maior de especialistas no varejo e tradicional, seguido pela venda para o atacado, varejo de rua e serviço de alimentação.

Participação (%) de cada equipamentos de destino na venda do atacadista. Equipamento de destino 2011 2013 Varejo tradicional

42 23

22

Atacado

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Distribuição

11

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Alimentação

07

05

A participação de cada destino apresentou pequena variação entre 2011 e 2013. A

RMSP - Região Metropolitana de São Paulo é o principal destino (mais de 70% do volume), seguido pelo interior paulista e outros estados).

Participação de cada destino no volume comercializado no ETSP Destino Atacadista 2011 RMSP 74 Interior paulista 17 Outros estados 9 Outros países 0

Horário de Comercialização

Utilização de caixa retornável

Os horários de concentração (80%) das operações de recebimento do produto, de negociação com o comprador e de entrega da mercadoria para o comprador, foram perguntadas a cada atacadista entrevistado. A Figura adiante ilustra a porcentagem acumulada do volume de cada operação (eixo vertical), em cada hora do dia (eixo horizontal) ao longo do dia.

As caixas retornáveis podem ser uma boa alternativa para os atacadistas que consigam administrar o seu retorno.

Atacadistas 2013 72 18 9 1

A proporção dos atacadistas que utilizam caixas retornáveis caiu 50% entre 2011 e 2013, um sinal das dificuldades e da complexidade da sua administração.

Participação % de utilização, por tipo de caixa, pelos atacadistas, em 2011 e 2013 Opções 2011 2013 Caixa retornável 62 44 Apenas caixa retornável 43 21 Apenas madeira retornável 22 11 Apenas plástico retornável 6 3

Os clientes da Ceagesp Sabrina Leite de Oliveira Cláudio Inforzato Fanale Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

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Varejo de rua

Destinos dos produtos

Distribuição das operações de recebimento do produto, negociação com o comprador e saída da mercadoria ao longo do dia, segundo os atacadistas entrevistados em 2013.

O sucesso de qualquer negócio exige a compreensão das necessidades do seu cliente. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp vem realizando e apoiando levantamentos com os compradores que frequentam o Entreposto Terminal de São Paulo em 2005, 2008, 2011 e 2012. Aqui estão os resultados destas pesquisas e de uma pesquisa realizada me 1993 pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Evolução da participação dos equipamentos de destino

Os equipamentos de destino foram divididos em: varejo

tradicional, varejo de rua, atacadista, distribuidor, serviço de alimentação e outros. O varejo tradicional é composto por lojas especializadas em frutas e hortaliças (varejões, sacolões, quitandas e frutarias) e supermercados, o varejo de rua em ambulantes e feirantes. O setor de alimentação abrange bares, restaurantes, lanchonetes, casas de suco, hotéis, refeições coletivas e navios. As mudanças, entre 1993 e 2012, foram grandes. A participação do varejo tradicional quase dobrou. A participação do varejo de rua caiu para menos da metade. A participação do supermercado no varejo tradicional cresceu 40% e o da feira no varejo de rua caiu 10%, entre 2005 e 2012. Origem dos compradores

A RMSP com São Paulo é

o destino predominante, com 74% dos locais de destino em 2012, contra 85% em 1993, seguido pelo Interior de São Paulo e outros estados. Caixas retornáveis

O retorno de caixas vazias é uma operação complexa. Ela exige que cada comprador separe as caixas por atacadista e as devolva separadamente. A operação exige tempo e espaço no estacionamento. A participação dos compradores que retornam com caixa vazia está caindo – de 90% em 2005, para 62% em 2008 e 38% em 2012. Tempo no mercado

A frequência média de compra é de 4 vezes por semana . Os compradores gastam em torno de 6,5 horas por dia no mercado, com pico de entrada às 5 horas e de saída às 16 horas.


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Artigo

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Consumo:

um conhecimento necessário para a expansão sustentável da floricultura brasileira CAROLINA DE SCICCO

Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

A análise da evolução do mercado de flores e plantas ornamentais no Brasil tem mostrado, de maneira inconfundível, a importância do consumo interno na sustentação e dinamização dos negócios setoriais da floricultura nos últimos anos. De fato, observou-se, no período de 2008-2011, a ocorrência de indicadores anuais de crescimento da ordem de 8% a 10% na oferta física de mercadorias, os quais se fizeram acompanhar de aumentos entre 12% e 15% no faturamento setorial. Em 2012, a movimentação financeira global da floricultura empresarial brasileira foi de R$ 4,8 bilhões e, diferentemente do que ocorreu com importantes produtores latino-americanos vizinhos - como Colômbia, Equador e Costa Rica – não se ressentiu dos reveses na demanda mundial pelos produtos do setor, pois a produção nacional direciona-se em mais de 98% para o consumo doméstico. O consumo per capita no País já atinge valor próximo de R$ 25,00/ano, que, embora fique muito aquém dos parâmetros comparativos em termos internacionais, sinaliza um setor aquecido e em franca expansão, que favorece os investimentos bem planejados e confiança no futuro. Parte desse desempenho é seguramente devido ao grande vigor econômico sustentado pelo Brasil, com ótimos indicadores sociais recentes de emprego, ocupação e crescimento da renda de amplas parcelas da população. Porém, é fácil constatar que o aumento do consumo na cadeia produtiva da floricultura tem sido muito mais intenso do que o da média da economia. Em 2010, o crescimento do PIB brasileiro foi da ordem de 7,5% e o da floricultura, de 15%. Nos anos posteriores, embora o crescimento global da economia brasileira tenha arrefecido, o setor de floricultura manteve excelente performance econômica. Fatores também relevantes, entre outros, foram a moder-

nização técnica e logística da cadeia de distribuição e o crescimento das vendas nos canais de autosserviço. Neste último caso, observa-se que embora os supermercados tenham entrado mais significativamente no comércio de flores e plantas ornamentais apenas na última década, já despontam como responsáveis por 10% do valor de toda a distribuição varejista do setor. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a participação na seção de flores e plantas nesses equi-

pamentos varejistas atingiram R$ 485 milhões, em 2012, que equivaleram a 0,2% do total das vendas supermercadistas. Neste contexto, torna-se extremamente importante refletir sobre a dinâmica do consumo das flores e plantas ornamentais no mercado interno do País, visando, assim, identificar e qualificar as suas principais condicionantes. Esta é a forma mais direta e segura para que as empresas, cooperativas e entidades setoriais de representação possam viabilizar es-

tratégias consistentes que venham a garantir a perenidade deste movimento sustentado de crescimento. O Brasil, até o momento, não conta com a realização de uma pesquisa focada na compreensão global dos hábitos, comportamentos, dinâmicas e determinantes qualitativas e quantitativas das compras de flores e plantas ornamentais. Poucas iniciativas têm sido realizadas, quase sempre condicionadas por cortes e perspectivas regionais e em períodos

muito distintos de tempo, o que não tem permitido a construção de um conhecimento sólido, estruturado e conseqüente sobre o setor. Além disso, nossas pesquisas têm revelado que grande parte desses estudos já realizados concentra-se sobre premissas, estereótipos e pré-conceitos que não se sustentam frente aos parâmetros de uma investigação mais criteriosa. Para que a floricultura brasileira possa maximizar o aproveitamento das novas oportunidades de negócios que surgem – especialmente no contexto do boom imobiliário e da chegada dos macro-eventos esportivos mundiais de 2014 e 2016 – será de fundamental importância investir na concepção e execução de um projeto focado no estudo do consumo, tanto no contexto atual, quanto prospectivo nos cenários dos próximos 3, 5, 10 e 15 anos. A participação ativa e parceira dos órgãos de fomento e apoio, bem como das empresas da cadeia produtiva da floricultura brasileira serão fundamentais para que se atinjam esses objetivos. Na contemporaneidade, o consumo reflete aspectos relevantes das expressões identitárias pessoais e grupais e, assim, se reveste de significados narrativos sobre quem somos, o que pensamos e o que sentimos em relação a nós mesmos, ao mundo e à natureza que nos cerca. Compreender e atuar proativamente neste campo exige conhecimento, preparo e foco estratégico. Trata-se, seguramente, de um desafio ao qual não podemos mais nos furtar.

*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/ IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. **Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Gastronomia

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Sucesso das sopas inspira Ceagesp a lançar festival de peixes e frutos do mar ZEKA VIDEIRA/DIVULGAÇÃO

José Carlos Videira A quinta edição do Festival de Sopas Ceagesp se encerra no próximo dia 25 de agosto, depois de ter sido prorrogado por mais uma semana. Sucesso de público, crítica e de mídia, o evento de inverno resgata, desde 2009, um pouco da memória da Ceagesp. Também inspira a empresa do governo federal a desenvolver outro evento. Está previsto para setembro o Festival de Pescados Ceagesp, no mesmo formado do Festival de Sopas, com a cobrança de um valor fixo para que as pessoas possam comer à vontade peixes e frutos do mar (veja mais informações nesta página). Durante os três meses de funcionamento do Festival de Sopas Ceagesp 2013, foram servidos mais de 50 tipos de sopas, além das famosas Sopa de Cebola e Sopa de Cebola Gratinada, sempre fixas no cardápio. Desde o início do Festival, cerca de 40 mil pessoas (cerca de 500 em média por dia) foram conhecer de perto o evento que esquenta as noites frias de São Paulo pelo quinto ano consecutivo. E o movimento foi grande antes mesmo de o inverno começar. Neste ano, o Festival começou no dia 8 de maio. O interesse do público pelo Festival tem sido cada vez maior, todos os anos. Somente neste ano, o site www.festivaldesopasceagesp.com.br, criado para dar informações e detalhes sobre o evento, contabiliza quase 250 mil acessos ao longo do Festival, mais que o dobro dos 96 mil registrados no ano passado. A página do Festival de Sopas Ceagesp no Facebook também tem sido destaque entre as mídias sociais, com milhares de pessoas curtindo e recomendando o espaço para os amigos. Muitas famílias, grupos de amigos, turmas do trabalho, casais frequentam o Festival de Sopas Ceagesp desde 2009. Naquele ano, quando a Ceagesp completou 40 anos, foi realizado o primeiro festival. O sucesso foi tão grande que, desde então, acontece todos os anos, durante os meses mais frios. O evento traz de volta a época em que a sopa de cebola era servida num antigo restaurante que existiu no então Ceasa, hoje Entreposto de São Paulo da Ceagesp. E quando o restaurante

val de Sopas, deixam os problemas para trás. Enfrentam fila, mas não se arrependem pela qualidade das sopas e do atendimento. Também saem tranquilamente, pegam seus carros sem pressa e sem receios. E o índice de retorno é enorme. Nessa época difícil pela qual passa a cidade de São Paulo essas comodidades contribuem para o sucesso do evento, pelo quinto ano consecutivo. Novo festival reforça a qualidade do pescado da Ceagesp

Restaurante do Festival ao lado do Portão 3

fechou, a sopa permaneceu viva na memória das pessoas que conheceram o prato quente que revigorava as energias. E o Festival de Sopas é uma forma de a Ceagesp trazer de volta um pouquinho desse passado. Cardápio participativo

O cardápio da última semana do Festival de Sopas Ceagesp foi feito com base em consulta aos frequentadores que escolheram os cinco sabores preferidos entre os dez mais bem

avaliados ao longo do evento. Além das sopas de cebola, nas versões gratinada e sem gratinar, os sabores que encerram a temporada deste ano são Creme de Alho Poró com Queijo, Creme de Abóbora com Carne Seca, Sopa de Mandioquinha com Costela, Fondue de Queijo com Alcachofra e Sopa de Rabada com Agrião. O carro chefe do festival, desde a sua inauguração em 2009, sempre foram as sopas de cebola. Por isso, permanecem fixas na programação du-

rante todo o festival. Mas a cada semana, são oferecidos três novos sabores, que dividem o buffet com as de cebola. Neste ano, o Festival também chegou com novidades a partir da entrada do inverno. Durante a estação mais fria do ano, foram introduzidos como pratos adicionais a Canjica, na quarta-feira, o Creme de Pinhão com Cream Cheese, na quinta, e a Sopa de Chocolate com Frutas, no domingo. Essas inovações sempre levaram em conta a opinião dos milhares de frequentadores, que sugeriram novos sabores e atrações. O cardápio semanal do Festival de Sopas ainda se baseia nos produtos de época do mercado, quando há oferta e qualidade. (JCV) Segurança faz a diferença

Setor de pescados vai ganhar visibilidade

Estacionamento gratuito, nenhum flanelinha à vista para importunar e a segurança de estar num restaurante dentro do terceiro maior entreposto de produtos hortícolas do mundo. Isso, em muitos casos, tem feito a diferença na escolha do Festival de Sopas Ceagesp como opção de lazer. Além de toda a tradição e da nostalgia que o evento remete, muitas pessoas têm preferido o espaço pela comodidade que oferece. Quando as pessoas cruzam o portão 3 da Ceagesp e avistam o restaurante do Festi-

O objetivo do novo festival é dar visibilidade à área de Pescados da Ceagesp, importante centro de comercialização no atacado de peixes e frutos do mar que funciona durante a madrugada no entreposto Terminal São Paulo, da Ceagesp. A ideia também é destacar a qualidade e o frescor dos pescados da Ceagesp que abastece feiras livres, restaurantes e peixarias de toda a cidade, Grande São Paulo, cidades do interior e até de outros Estados. Pouca gente, fora dos portões do ETSP, sabe que, a partir das 2h da madrugada, uma sirene marca o início da comercialização de pescados na Ceagesp. Centenas de pessoas trabalham em meio ao gelo e ao frio da madrugada para atender aos clientes, feirantes, donos de restaurantes e de peixarias, entre outros comerciantes. Previsto para funcionar de setembro ao início de novembro, o novo festival funcionará no mesmo prédio onde se realiza o Festival de Sopas, com entrada pelo portão 3. Todos os anos, quando termina o evento das sopas, os milhares de frequentadores ficam sempre querendo mais. E o novo festival vai atender um pouco dessa expectativa e, ainda, levar conhecimento à população em geral da qualidade dos pescados e da importância do trabalho dos permissionários da Ceagesp, também nessa área. Um evento que atraia tantas pessoas quanto o Festival de Sopas, certamente, irá contribuir para despertar interesse por peixes e frutos do mar. É sabido que, no Brasil, o consumo de pescados é muito baixo, em relação a outros países. Até mesmo vizinhos, como a Argentina, tem consumo per capita de peixes maior do que o do Brasil. (JCV)


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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

agosto de 2013

SP terá uma produção de 296,8 milhões de caixas de laranja na safra 2013/2014 O estado de São Paulo terá uma produção comercial de laranja para o ano safra 2013/2014 estimada em 296,8 milhões de caixas de 40,8 kg, sendo que 14,7 milhões de caixas poderão situar-se entre perdas ou de pouca expressão econômica. Os números são do 2º levantamento da safra, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com órgãos da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo e divulgado nesta quinta-feira (08), em Brasília. O estado é o maior produtor, com 70% da safra nacional, mas o estudo inclui também a produção do Triângulo Mineiro, o terceiro maior produtor do país. As indústrias processadores de suco vão absorver 252,7 milhões de caixas (85% do total produzido) e as 44,1 milhões de caixas restantes serão destinadas ao mercado “in na-

tura”, com percentuais (15%) semelhantes aos obtidos em 2011/2012. A produtividade média é de 638 caixas por hectare. Área – Foram plantados 498,5 mil hectares e estão em produção 465,0 mil ha, com colheita mais intensa prevista para os próximos meses de setembro a novembro. De maio a fevereiro do ano seguinte começa a produção de variedades precoces, de meia-estação e variedades tardias. Triângulo Mineiro – A região deve produzir 10,9 milhões de caixas, com perdas estimadas em 232,8 mil caixas. Dos 22,7 mil hectares de área total plantados, 21,8 mil estão em processo de colheita, com produtividade média estimada em 500 caixas por hectare. A produção se dá com mais intensidade nos meses de agosto (16,9%), setembro (17,6%) e outubro (21,0%).

CITRICULTURA

PRODUÇÃO

Greening: divulgado relatório de inspeção

Frio favorece a produção de maçã em SC

Dados do sistema da Coordenadoria de Defesa Agropecuária mostram que 14.159 relatórios de inspeções do greening foram entregues dentro do prazo legal. As inspeções e eliminações de plantas com sintomas do greening, relatadas pelos citricultores paulistas, foram realizadas no pomar, durante o primeiro semestre de 2013. Os números mostram que 219,3 milhões de plantas cítricas foram inspecionadas (12,3 milhões a menos do que o informado no segundo semestre de 2012). Foram erradicadas 3,7 milhões de plantas com sintomas de Huanglongbing-greening (no semestre anterior foram 4 milhões) e 15,1milhões por outras doenças e motivos (14,5 milhões no semestre anterior). O relatório também mostra que, no mesmo período houve o replantio de 1,2 milhão de plantas cítricas (1,1 milhão no semestre anterior). As regiões dos Escritórios de Defesa Agropecuária (EDAs) com maior percentagem de plantas eliminadas em função do greening foram: Limeira (5,3%), Marília (4,0%), Araraquara (3,9%), Jaboticabal (3,8%), Ribeirão Preto (3,0%), São João da Boa Vista (2,0%). Os índices foram calculados tendo como base o total de plantas cítricas inspecionadas e o total de plantas eliminadas com sintomas do greening em cada EDA. Para informar o relatório, o citricultor realiza, no mínimo, uma inspeção trimestral, elimina as plantas com sintomas do greening e, a cada semestre, envia as informações ao órgão oficial de defesa agropecuária.

A forte massa de ar polar que invadiu o Sul, no início da segunda quinzena do mês de agosto, favoreceu a cultura da maçã na região de Fraiburgo, em Santa Catarina. O município, localizado no centro-oeste do Estado, é um dos maiores produtores da fruta no país e corresponde a 18% da colheita nacional. Para os meteorologistas da Climatempo, a onda de frio que provocou queda de neve em mais de 100 cidades catarinenses foi considerada histórica. Segundo Daniele Otsuki, meteorologista da Climatempo, durante a primeira semana deste mês, a previsão é de que a temperatura mínima fique entre 9°C e 13°C e as máximas entre 19°C e 24°C. Ao longo do dia, com a presença do sol e o céu quase sem nuvens, a temperatura sobe e as tardes serão mais quentes. De acordo com Daniele, este fenômeno não trará de volta as fortes chuvas. “Esse sistema logo se afasta e o acumulado de chuva não será significativo”, afirma a meteorologista. No mês de julho, a cidade de Fraiburgo registrou aproximadamente 225 horas com temperatura dentro do padrão ideal para o desenvolvimento da cultura. Mas, de acordo com José Luiz Petri, pesquisador da EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – a temperatura máxima pode afetar a produção. “Se a temperatura máxima ficar muito superior a 21°C durante as próximas tardes, a consequência é a anulação das horas em que o frio foi eficaz para a macieira”, explica Petri.


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Agrícola

JORNAL ENTREPOSTO agosto de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

Produtores rurais têm até 30 de setembro para entregar declaração do ITR A Receita Federal publicou a Instrução Normativa nº 1.380, de 31 de julho de 2013, com as normas e procedimentos para apresentação da declaração Os produtores rurais devem entregar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2013, no período de 19 de agosto a 30 de setembro deste ano, orienta a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). A Receita Federal publicou a Instrução Normativa nº 1.380, de 31 de julho de 2013, com as normas e procedimentos para apresentação da declaração. A apresentação é obrigatória para pessoa física ou jurídica que seja proprietária, titular do domínio útil e possuidora a qualquer título, inclusive usufrutuária. Um dos condôminos deverá apresentar a declaração quando o imóvel rural pertencer simultaneamente a mais de um contribuinte, em decorrência de contrato ou decisão judicial ou em função de doação recebida em comum ou ainda quando um dos compossuidores, quando mais de uma pessoa for possuidora do imóvel rural. A DITR correspondente a cada imóvel rural será composta pelos seguintes dados: Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (Diac), mediante o qual devem ser prestadas à Refeita Federal as informações cadastrais correspondentes a cada imóvel rural e a seu titular e o Documento de Informação e Apuração do IRT (Diat), mediante o qual devem ser prestadas à Receita às informações necessárias ao cálculo do ITR e apurado o valor do imposto correspondente

PRODUÇÃO

a cada imóvel rural. A apresentação deve ser elaborada com o uso de computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração do ITR, relativo ao exercício de 2013, disponível no site da Receita Federal (www.receita.fazenda. gov.br). Porém, o serviço de recepção será interrompido às 23h59min59s, horário de Bra-

sília, do último dia do prazo. A comprovação da apresentação da DITR é feita por meio de recibo gravado após a sua transmissão, em disco rígido de computador ou em mídia removível que contenha a declaração transmitida, cuja impressão deve ser realizada pelo contribuinte mediante a utilização do programa ITR2013.

Conforme a Instrução Normativa RFB nº 1.380, a entrega fora do prazo corresponderá à multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50, no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto, sem prejuízo da multa e dos juros de mora de-

vidos pela falta ou insuficiência do recolhimento do imposto ou quota. Para imóvel rural imune ou isento de ITR, a multa é de R$ 50. De acordo com o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, quem não fizer a declaração está impedido de tirar a Certidão Negativa de Débitos, documento indispensável para registro de uma compra ou venda de propriedade rural e na obtenção de financiamento agrícola. O valor do imposto pode ser pago em até quatro parcelas iguais, mensais e consecutivas, sendo que: nenhuma quota deve ser inferior a R$ 50; o imposto de valor inferior a R$ 100 deve ser pago em parcela única; a primeira quota ou quota única deve ser paga até o dia 30 de setembro e as demais quotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2013 até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês de pagamento. Para fins de exclusão das áreas não tributáveis da área total do imóvel rural, o contribuinte deve apresentar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o Ato Declaratório Ambiental (ADA) a que se refere o artigo 17, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, observada a legislação pertinente.

Comissão de Agricultura aprova projeto de lei que cria a Anater Com a criação da Anater, volta-se a ter uma referência nacional que viabilizará o fortalecimento da extensão rural no Brasil

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou na manhã desta quarta-feira, 7 de agosto, Projeto de lei nº 5.740/2013 que autoriza a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), com a finalidade de promover a execução de

políticas públicas voltadas para o extensionismo rural. Com a criação da Anater, volta-se a ter uma referência nacional que viabilizará o fortalecimento da extensão rural no Brasil. Os médios produtores rurais serão objeto da prestação de serviço do extensionismo, assim como os agricultores familiares.

O projeto de lei da forma como foi aprovada reconhece a importância da inclusão dos médios produtores nas políticas afetas ao acompanhamento técnico especializado. Outro fator importante é que a Anater viabilizará a integração da pesquisa agropecuária e a extensão rural. O trabalho em conjunto da

pesquisa com a extensão permitirá que as inovações tecnológicas possam chegar mais rapidamente ao produtor rural, possibilitando, por parte dos agricultores, a apropriação da tecnologia gerada pela pesquisa agropecuária brasileira. Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade,

“a instituição da Anater é uma iniciativa importante para aumentar ainda mais a competitividade da agropecuária brasileira, incluindo os pequenos e médios agricultores”. O projeto de lei segue o trâmite para ser finalizado na Câmara dos Deputados e, em seguida, será encaminhado ao Senado Federal.


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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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JORNAL ENTREPOSTO

Ceasas do Brasil

agosto de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

ECONOMIA

Índice Ceagesp recua 1,72% em julho Com exceção do setor de Verduras, que recuperou parte das perdas e registrou elevação dos preços praticados, todos os demais setores apresentaram retração. No ano, o Índice CEAGESP apresenta queda de 2% e, nos últimos 12 meses, elevação de 1,54%

Tomate -41%

batata comum (-7,6%), e amendoim (-7,1%). Os principais aumentos foram do coco seco (36,3%) e canjica (11,9%). Por fim, o setor de pescados registrou queda de 3,26%. As principais baixas foram do badejo (-25,5%), atum (-23,6%), abrotea (-21,7%) e corvina (-16,1%). Os principais aumentos foram da tainha (27,2%), lula (18,8%) e polvo (11,6%). Tendência: Mesmo com o frio rigoroso em algumas regiões produtoras do país, o volume ofertado de legumes e verduras manteve-se em patamar satisfatório, fazendo com os preços não sofressem alterações significativas. Alguns aumentos pontuais como alface, escarola, abobrinha, berinjela e pimentão

Alface 68,9%

foram verificados, porém, diversos produtos com grande representatividade como tomate, vagem, pepino, cenoura, batata, entre outros, atuaram como opção de compra. Ao que tudo indica, a época de frio mais intenso já passou. Assim, a quantidade ofertada deve subir ainda mais, fazendo com que os preços se mantenham em patamares reduzidos. Em 2012, nesta mesma época, as chuvas atípicas prejudicaram a produção. Assim, a expectativa é que os preços em 2013 permaneçam bastante reduzidos em comparação ao mesmo período de 2012. Índice Ceagesp Com o objetivo de traduzir melhor a situação do mercado, em 2012, o Índice Ceagesp passou por uma revisão e foram acrescentados mais

Melão amarelo 7%

Principais altas: melancia (33,95), uva rubi (21,9%), e melão amarelo (7%). O setor de legumes, com recuo de 8%, registrou a maior queda de julho. As principais baixas ocorreram no tomate (-41%), ervilha torta (-34,9%), pepino comum (-31.1%), vagem (-19,2%) e quiabo (-11,2%). Principais altas: pimentão amarelo (49,6%), berinjela (32,7%) e abobrinha italiana (21,6%). Já o setor de verduras se recuperou das perdas dos últimos meses e subiu 18,99%. As principais altas do setor foram alface (68,9%), coentro (42,7%), escarola (26,3%), rabanete (31%) e agrião (15,5%). As principais baixas foram couve-flor (-16,4%) e beterraba com folhas (-14,8%). No setor de diversos a redução foi de 3,63%. Principais baixas: alho estrangeiro (-13,8%), batata lisa (-9,3%),

Batata lisa -9,3%

produtos à cesta, que agora contabiliza 150itens. Pera, atemóia, abóboras, inhame, cará, maxixe, cogumelo, berinjela japonesa, hortelã, moyashi, orégano, ovos vermelhos, além das verduras hidropônicas como alfaces, agrião, rúcula, são os novos produtos acompanhados pelo Índice, pois tiveram entradas regulares durante todos os meses de 2011. Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice Ceagesp é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela Ceagesp, que é referência nacional em abastecimento.

Em julho, o Índice de Preços Ceagesp recuou 1,72%. Com exceção do setor de verduras, todos os demais setores registram redução dos preços praticados. “O frio intenso registrado nas regiões sul e sudeste do país não foi suficiente para inverter a tendência de baixa neste período do ano. Esta é, historicamente, uma época satisfatória para a produção agrícola, notadamente hortifrutícolas. Com a boa oferta e demanda retraída, os preços mantiveram-se equilibrados, auxiliando na redução dos índices que medem a inflação.”, explica Flávio Godas, economista da Ceagesp. O setor de frutas apresentou retração de 2,02%. As principais quedas foram mamão papaya (-48,4%), manga (-37,2%), mamão formosa (-26,5%), figo (-15,1%), caju (-13,7%) e atemóia (-10,3%).

Badejo -25,5%

NORMA

Adequação de embalagens na CeasaMinas tem novo cronograma O entreposto de Contagem da CeasaMinas passa a adotar, a partir deste segundo semestre, novos prazos para a adequação das embalagens de frutas e hortaliças. O cronograma prevê que, a partir de 1º de setembro de 2013, serão exigidas embalagens, conforme prevê a legislação, para cenoura e limão. Já as demais frutas e hortaliças deverão se adequar a partir de 1º de novembro/13. Os prazos poderão ser prorrogados por mais 90 dias,

com data limite de 1º de fevereiro de 2014 para adequação de todos os produtos. Sendo assim, produtores e comerciantes poderão optar pelos diferentes tipos de embalagens permitidos pela legislação. As caixas de madeira, de papelão ou a sacaria devem ser de primeiro uso. Já as embalagens plásticas devem ser padronizadas e higienizadas. A principal norma que regulamenta as embalagens para

condicionamento, manuseio e comercialização de hortícolas é a Instrução Normativa Conjunta nº 009 de 2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Histórico O processo de adequação

teve início em 2012 com tomate e banana. Em fevereiro daquele ano, a CeasaMinas intensificou o controle sobre a entrada de embalagens que transportam esses dois produtos, sendo a fiscalização de banana de competência específica do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Em setembro do mesmo ano, o abacaxi foi incluído na norma, podendo ser comercializado em embalagens de papelão de primeiro uso ou de plástico

padronizado. Já em fevereiro de 2013, a norma passou a vigorar para mamão e manga. O acondicionamento de manga pode ser feito em embalagens de papelão de primeiro uso ou plásticas padronizadas nos modelos aprovados pela CeasaMinas. Já o mamão pode ser embalado nas caixas de madeira e papelão de primeiro uso ou nas caixas plásticas 6418 (variedade havaí), e na 6424 e 6431 (variedade formosa).


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Floricultura

agosto de 2013

CONFERÊNCIA

Ceasa RJ sedia

Conferência de Desenvolvimento Rural Sustentável

A Ceasa RJ sediou no dia 13 de agosto a I Conferência Intermunicipal Metropolitana de Desenvolvimento Rural Solidário e Sustentável, que recebeu representantes de 14 municípios do Estado com objetivo principal de debaterem ideias para a construção conjunta do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. O secretário de Estado de Desenvolvimento, Felipe Peixoto, enfatizou a relação da Ceasa com o agricultor. “Fiz questão que a Conferência fosse realizada aqui na Ceasa. É importante ressaltar que não estamos apenas cedendo o espaço. Essas discussões tem tudo a ver com o trabalho que a empresa vem desenvolvendo”, destacou Peixoto. O presidente da Ceasa, Leonardo Brandão, comentou sobre a importância da Conferência. “O resultado dessa reunião, hoje, pode mudar o rumo da agricultura da região, trazendo resultados para reivindicações dos produtores”, disse Brandão. Coordenador da Comissão Estadual de Organização do evento e secretário executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedros), Sebastião Rezende também comentou sobre o encontro e como ele pode interferir no rumo da agricultura. “Não temos no país um plano nacional de desenvolvimento rural e essa é a nossa luta”, disse Rezende que destacou ainda a necessidade de resgatar os conselhos municipais de desenvolvimento rural, que atualmente estão desativados. Na pauta dos debates, foram discutidos temas como desenvolvimento da agricultura familiar e agroecologia, reforma agrária, abordagem territorial, gestão e participação social.

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Pro Ecuador reúne produtores e exportadores para promover flores equatorianas

Atuando em conjunto com a embaixada em Brasília, instituto apresenta panorama geral do setor CAROLINA DE SCICCO

O Instituto de Promoção de Exportações do Equador, Pro Ecuador, ligado ao Ministério do Comércio, é encarregado de executar as políticas e normas de promoção de exportações e investimentos do país, com o objetivo de divulgar a oferta de produtos tradicionais e não tradicionais nos mercado externos. Para divulgar as flores equatorianas no mercado brasileiro, a instituição organizou um encontro de negócios que reuniu 12 produtores e exportadores do país no dia 13 de agosto, na cidade de São Paulo. O Equador é o terceiro maior exportador de flores do mundo, e o segundo no caso das rosas. Através das

condições climáticas favoráveis para o cultivo essas rosas apresentam caules grossos e de grande extensão, amplos botões e cores vias, além de longa vida em vaso após o corte. Embora 97% das flores comercializadas no Brasil sejam produzidas em território nacional Daniel Carofilis, diretor do instituto, acredita que o país representa uma oportunidade: “O setor está ampliando. Temos feito algumas missões na Ceagesp para conhecer o mercado. Tínhamos um grande gargalo logístico que foi solucionado com a criação de um voo Brasil-Equador pela empresa aérea equatoriana Tame”. As fazendas da Unique Collection, empresa produtora que participou do

encontro, exportam para os Estados Unidos, Europa, Rússia, Ucrânia e Japão. Localizadas nas regiões com condições climáticas privilegiadas para o cultivo de rosas no Equador e na Colômbia, as flores são de excelente qualidade. “Existem fatores na nossa região que facilitam a produção. Microclimas, solos vulcânicos, exposição à luz tanto no ângulo quanto nas horas, facilitam a fotossíntese e o metabolismo da flor, alimentam a planta e melhoram a qualidade do produto”, esclarece Marcela Granja, representante da companhia, ao elucidar a vantagem na competitividade em relação a outros países produtores, por exemplo, Quênia.


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JORNAL ENTREPOSTO

Cá entre nós

agosto de 2013

Nossa Turma colhe batata orgânica produzida no quintal da entidade

Casa de Saúde de São João de Deus recebe doações do BCA

Por Manelão

O frio está castigando o setor de frutas, que reduz as vendas dos citros e o mamão demora a pegar cor. Mas é bom tomar suco de laranja, pois o preço está baixo e vamos colocar vitamina C no organismo. O setor de legumes e verduras está aquecido, então a pedida é: a noite tomar canja para espantar o inverno. Após cem dias do plantio da batata, a vigília da garotada foi grande, retirando os trevos e as berdoegas que foram as ervas daninhas que apareceram no meio da cultura. Cada dia da semana, uma classe era escalada para, em companhia das educadoras, molhar as plantas com regador. Todos colocaram a mão na terra para formar uma leira no caule do pé da batata, que é bastante tenro e, assim, não ser derrubado pelo vento. A nossa roça foi visitada pela diretoria da Ciesp Oeste nas pessoas de Laura Ferreira, gerente, e do diretor Silvio Aparecido da Silva. Da Ceagesp, um número incontável de pessoas

Um jornal a serviço do agronegócio

foi visitar o nosso plantio. E no dia 14 chegou a hora aguardada pela garotada. O nosso diretor de captação de recursos, João Carlos Barossi, da Campo Vitória, estava entusiasmadíssimo. Foi ele que nos forneceu as sementes de batata. As crianças ficaram eufóricas ao ver a equipe do Globo Rural que veio registrar a colheita do tubérculo. A nutricionista Alessandra, do Banco de Alimentos, em companhia da Aline, que é nutricionista da Nossa Turma e das estagiárias de Nutrição da Faculdade São Camilo, elaboraram um cardápio requintado: bolo de batata para o café da manhã; gnochi de batata com mussarela, purê de batata e batata com frango ao molho. A âncora do Globo Rural Cristina Pereira entrevistou o produtor

João Barossi. O alimento era retirado da terra e com muita alegria as crianças pegavam as batatas e iam depositando nos cestos que eram levados à cozinha para serem preparados pela equipe das merendeiras. Algumas crianças deram seus testemunhos à repórter e, enquanto a refeição era preparada, fomos ao setor de batatas da Ceagesp e constatamos que a diferença era grande. O nosso produto, apesar de bonito, ficou menor. Fomos até o pavilhão MLP onde foi feito uma tomada de imagens e retornamos à Nossa Turma. No caminho paramos nos APs e o Oswaldo, da Comercial Iguape, disse que vai nos fornecer mudas de tomate para os alunos apreciarem a vida do alimento do plantio à colheita. Ao chegarmos na por-

ta de entrada da nossa entidade, o aroma que exalava no ar nos abriu o apetite e toda a equipe da Globo almoçou na companhia das crianças. Foi show de bola. Curso preparatório ESPRO do Grupo Votorantin Cimentos: a Nossa turma e a Comunidade vão participar da formatura de 30 jovens que concluíram o curso de logística e estoquista. Os 20 alunos que obtiveram o melhor índice de aproveitamento vão ser contratados pelas empresas parceiras. Obrigado e sucesso, é o que desejamos a Comitiva Capiau, que estará em Barretos disputando a final brasileira da Queima do Alho. Alô Tião, Alessandra, Dona Vera, Jeferson e Aristides. Vamos temperar o feijão para ser campeão!

Acesse o site:

A Casa de Saúde de São João de Deus, mantida pela Associação Hospitaleira de Assistência Social (Ordem Hospitaleira de São João de Deus) foi inaugurada no ano de 1990, com a proposta de atenção a pacientes psicóticos prioritariamente, mas também a pacientes toxicodependentes e neuróticos graves. O trabalho na entidade é realizado por uma equipe multidisciplinar, com profissionais das áreas de Psiquiatria, Serviço Social, Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Educação Física, Recreação, Musicoterapia e Terapia Ocupacional, que estarão implicados conjuntamente no atendimento e no tratamento dos pacientes. O nutricionista da casa, Rafael de Caravalho Cacavallo, explica que as doações recebidas pelo BCA têm papel fundamental na garantia da oferta de alimentação diversificada e saudável aos pacientes e colaboradores. “Além dos alimentos, os impressos com receitas e dicas de nutrição enviados pelo BCA trazem novas ideias de preparação dos pratos, combate o desperdício, esclarecem questões de saúde e incentivam hábitos saudáveis”, completa Rafael. Telefones: (11) 3904 1993 / 3901 9100 E-mail: diretoriaohbrasil@uol.com.br Seja um doador Banco Ceagesp de Alimentos Telefones: (11) 3643 - 3832 / 3850 / 3929 Nextel: 55*45*4964 E-mail: bacodealimentos@ceagesp.gov.br Resumo BCA - Julho / 2013

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05/03/2013

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Redes e Contentores

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

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Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

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Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

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Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

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Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Cinco alimentos mais doados 1. Tomate 2. Cebola 3. Mexerica 4. Laranja 5. Mamão Cinco maiores doadores 1. Batista 2. Proativa 3. Cantú 4. AGP 5. JKS Volume de doações recebidas: 105,671 toneladas Volume de doações distribuídas: 8,255 toneladas Total de Permissionários doadores: 33 Total de Entidades beneficiadas: 91


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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Caravana “Estrelas do Brasil” da Mercedes-Benz percorre Ceasas do país e alavanca venda de caminhões Interagir diretamente com o público alvo foi a estratégia da Mercedes-Benz Caminhões para levar seus produtos até os frotistas e caminhoneiros autônomos das Ceasas do Brasil. Nos entrepostos foram expostos caminhões indicados para os setores atacadista, varejista e hortifrutigranjeiro, com oferta de condições especiais para aquisição de veículos. A ação itinerante, realizada em conjunto com o Grupo de Mídia Entreposto, teve demonstração de caminhões e divulgação de produtos, serviços e tecnologia da marca que percorreu 19 cidades das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste do País. O objetivo de aumentar o fluxo de clientes, alavancar as vendas e induzir o consumidor a preferência da marca foram atingidos com sucesso, tanto no institucional, como na venda de unidades.

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