Jornal Entreposto | Novembro 2013

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 162 | novembro de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

PAULO FERNANDO

Produção de melancia no mundo Dados do IBGE apontam que a produção brasileira de melancia saltou de 146 mil toneladas, em 1990, para 2 milhões, em 2011 – um volume 13 vezes maior. Os números impressionam e o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial, onde o líder é a China. O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp reuniu os principais índices sobre a fruta e comparou seu desempenho no entreposto paulistano e na Ceasa Ceará. Já no mercado atacadista do Rio Grande do Sul, a Donato Melancias realiza uma inovadora técnica de manuseio americana e embala a fruta mais robusta do mercado em contêineres de papelão que suportam 350 quilos. A prática melhora o acondicionamento, protege e facilita a carga e descarga.

PÁGINAS 6 a 11

Rastreabilidade já é preocupação entre permissionários

Segurança alimentar e sustentabilidade em foco PAULO FERNANDO

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Isenção do ICMS e as frutas e hortaliças frescas

Dieese |

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O

Geral

Baixa -1,18 %

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Índice Ceagesp - outubro 2013

Frutas Baixa

-0,42 %

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EPOS TR

DO

Ceagesp | ENCARTE Informativo da companhia circula junto com o JE

Temperatura alta aquece vendas Permissionários do entreposto paulistano devem encerrar dezembro vendendo mais de 300 mil toneladas de alimentos. “Grande parte dessa alta se deve à demanda maior no setor de frutas”, explica o chefe da seção de economia e desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas. O aumento da temperatura tem beneficiado os

Alimentos elevam custo de vida na cidade de São Paulo Conheça nossas obras literárias

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Legumes Alta

1,27%

Verduras Baixa -3,81%

Tributos |

Agro |

Diversos

produtores, principalmente aqueles que investem em modernas tecnologias de produção e transporte. Apesar da maior procura, a alta de preços é descartada devido às boas safras registradas ao longo ano. De janeiro a outubro, o índice de preços das frutas comercializadas na Ceagesp variou apenas 0,15%.

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Baixa --12,24%

Pescado Baixa -1,85 %

Origem |


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Cultura

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Entreposto do Livro empresta obras literárias Voltado para usuários e visitantes da Ceasa paulistana, o projeto cultural Entreposto do Livro estimula a leitura entre os frequentadores do mercado atacadista. Formado através de doações, o acervo do bolsão de livros não parou de crescer desde o lançamento da iniciativa, há quatro meses. São vários gêneros disponíveis, inclusive obras infantis, como o “Meu 1º Larousse do mundo” que traz informações completas sobre a geografia do nosso planeta. Para pegar esse ou outros títulos emprestados, basta apresentar um documento com foto e se cadastrar gratuitamente na recepção do Grupo de Mídia Entreposto, localizado ao lado da farmácia, no Edifício Sede II. Entreposto do Livro Telefone: (11) 3832-5681 contato@entrepostodolivro.com.br

Confira alguns dos livros disponíveis no bolsão:

• Introdução à Economia, Rosseti

• A Queda, Diogo Mainardi

• Paratii Entre Dois Pólos, Amyr Klink

• A Cama na Varanda, Regina Navarro Lins

*Lembramos que a Sala de Cultura Ceagesp, localizada no segundo andar do prédio da diretoria e mantida através do trabalho voluntário do funcionário José Carlos Cruz, possui um grande acervo literário e também disponibiliza livros para empréstimo seguindo regulamento interno. Sala de Cultura Ceagesp José Carlos Cruz Telefone: (11) 3643-3921 jpaula@ceagesp.gov.br

PauloFernando FernandoCosta Costa//Carolina Carolinade deScicco Scicco// Paulo Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

Anita Gutierrez/ Hélio Junqueira e Marcia Peetz/ Manelão

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Editorial

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Mercado e Produção

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Frutas elevam movimento na Ce

Alimentos coloridos, saudáveis e saborosos não ficam de fora do cardápio das ceias e fes Paulo Fernando De São Paulo Estimativas da Ceagesp indicam que os permissionários do entreposto paulistano deverão encerrar o último mês do ano comercializando mais de 300 mil toneladas de frutas, hortaliças e pescados. Em dezembro, época marcada por festas, o fluxo de mercadorias aumenta 30%, revela o economista Flávio Godas, chefe da seção de economia e desenvolvimento da empresa. “Grande parte dessa alta se deve à demanda maior no setor de frutas”, explica, lembrando que cerca de 1,44 milhão de toneladas de frutas foram comercializadas de janeiro a outubro no mercado. Segundo o economista, a procura por variedades da estação, como pêssego, lichia e uva aumenta significativamente. “Laranja, limão, melancia, figo, manga tommy, banana nanica, maracujá e maçã gala se tornam ótimas opções de compra”, informa. “Entretanto, produtos importados, como nozes, figos, damasco e avelã, também são muito procurados nesse período”, acrescenta. Apesar da demanda maior, Godas descarta alta de preços, devido às boas safras registradas ao longo ano. De janeiro a outubro, o índice de preços das frutas comercializadas na Ceagesp variou apenas 0,15%. “As condições climáticas favoreceram o setor”, diz. Para os especialistas da área,

o aumento da temperatura tem beneficiado os produtores, principalmente aqueles que investem cada vez mais em modernas tecnologias de produção e transporte. “Esses investimentos elevam a escala de produção e reduzem o desperdício, o que faz com que os preços dos produtos agrícolas permaneçam estáveis para os varejistas e consumidores”, avalia o economista e técnico em abastecimento Neno Silveira. De acordo com o permissionário Marco Tavares, da Importadora e Exportadora Tavares, os preços de alimentos como batata, cebola e alho chegaram a cair durante o ano, devido à ampla oferta. “Esse cenário favorece quem compra. Então, esperamos que o valor menor dessas mercadorias impulsione sua demanda no período das festas típicas de dezembro. Também estamos muitos otimistas quanto às vendas de coco, castanhas e frutas secas, já que esses produtos têm saída garantida nessa época”, explica o empresário. Segundo o vendedor Antônio Olegário Dias, da Fênix Hortifruti, o movimento típico de fim de ano já começou. “As vendas de melão, abacaxi, kiwi, laranja, melancia, manga, maracujá, morango e papaia devem crescer cerca de 30%”, confirma. Atualmente, o entreposto de São Paulo da Ceagesp escoa a produção agrícola oriunda de 1,5 mil municípios brasileiros e 18 países.

Época de Natal e Ano Novo é favorável aos negócios, ressalta o empresário Marco Tavares

Movimento típico de final de ano já começou, lembra o vendedor Antônio Olegário Dias


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eagesp

stas de fim de ano

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Agrícola

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Segurança alimentar pauta ações do Ministério da Agricultura

Práticas sustentáveis e outras medidas de auxílio ao produtor estão na lista de prioridades da pasta O processo de fiscalização do uso e comércio de agrotóxicos em alimentos passa, no Brasil, por diversas etapas e é realizado pelos governos estaduais e do Distrito Federal. Apesar de não ser de competência do governo federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também auxilia com ações para promover o uso correto dessas substâncias pelos agricultores. É de responsabilidade do Mapa o registro dos agrotóxicos após manifestação do órgão de saúde e meio ambiente e também a realização da fiscalização de rotina da produção, importação e exportação. No entanto, outras ações também são realizadas para auxiliar no controle do uso desses produtos, seja repassando informações para os órgãos locais competentes, procedendo estudos visando facilitar o registro de agroquímicos para culturas menores conhecidas como Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente (CSFI), e incentivando o agricultor a adotar práticas sustentáveis de produção. O controle das etapas de fiscalização garante um produto de qualidade na mesa do consumidor, segundo o coordenador-geral de agrotóxicos, Luís Rangel. “Não há riscos para a população. Todos podem consumir frutas e verduras tranquilamente e com toda a segurança, conforme recomenda a organização mundial da saúde”, destaca

COMÉRCIO EXTERIOR

“As não-conformidades em produtos alimentícios no Brasil são apenas de ordem regulatória e burocrática e não representam risco real científico, conforme mostrou trabalhos realizados por pesquisadores da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Universidade de Brasília (UnB)”, acrescenta Uma das ações realizadas

pelo Mapa é o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes de Produtos de Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal), pelo qual é feito o monitoramento dos produtos vegetais para verificar se o agrotóxico utilizado na cultura atende ao Limite Máximo de Resíduos (LMR) permitido no produto. A partir dos resultados das análises, os governos estaduais

e do Distrito Federal são informados dos resultados encontrados visando subsidiar as ações de fiscalização do uso dos agroquímicos no campo. Um dos principais motivos de violação do LMR é a falta de produtos regulamentados às culturas menores, o que leva alguns agricultores a utilizarem produtos autorizados para produções semelhantes, o que é ilegal. Isso ocorre devido à falta de interesse das indústrias de agrotóxicos em registrar produtos para os cultivos de menor expressão econômica. Com o objetivo de fomentar o aumento de estudos que viabilizem opções de defensivos às CSFI, o governo federal publicou a Instrução Normativa Conjunta (INC) nº 1, de 23 de fevereiro de 2010. A INC prevê a autorização de uso dos produtos para as pequenas culturas enquanto ocorre a condução dos estudos, baseado em critérios técnicos e de segurança, sem que incorra riscos à saúde humana e ao meio ambiente. O ministério ainda incentiva os produtores a adotarem práticas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente, por meio do fomento à Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) e à produção orgânica. A pasta tem programas específicos de incentivo às duas práticas, como linhas de crédito para financiar a adoção de produção orgânica no campo.

Exportações do agronegócio somam US$ 86,42 bi em 2013 De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/ Mapa), as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a outubro deste ano somaram US$ 86,42 bilhões, valor que representa um crescimento de 6,9% em relação aos US$ 80,88 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior. As importações alcançaram US$ 14,29 bilhões e o saldo da balança co-

mercial foi de US$ 72,13 bilhões. No período, os produtos de origem vegetal foram os que LILIAN UYEMA mais contribuíram para o crescimento de US$ 5,54 bilhões nas exportações. O principal setor, em termos de valor exportado foi o complexo soja, com US$ 29,19 bilhões, isto é, 18,4% superior à cifra alcançada em 2012. As carnes apresentaram o segundo melhor resultado em vendas, alcançando US$ 13,96 bilhões, enquanto o sucroalco-

oleiro foi o terceiro, com US$ 11,64 bilhões. Entre os blocos econômicos e regiões demográficas, a Ásia foi o principal destino das exportações brasileiras do agronegócio no acumulado até outubro. As vendas somaram US$ 36,51 bilhões, ou seja, 42,2% do total exportado pelo Brasil para o mundo no período. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 21,3%.


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Mercado e Produção

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Estudo compara os índices da fruta na Ceagesp e Ceasa Ceará Gabriel Vicente Bitencourt de Almeida Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Por ser uma planta rasteira, anual e de ciclo rápido - do tempo do plantio à colheita são apenas 85 a 105 dias - o cultivo da melancieira dentro da ciência agronômica é colocado na Olericultura e não na Fruticultura. Olericultura e Fruticultura são duas subdivisões da grande ciência da Horticultura. A primeira é a técnica e oestudo do cultivo das hortaliças e a segunda das frutas produzidas em plantas perenes ou de ciclo maior que anual. Mas no mercado, por causa do sabor doce e do tipo de consumo o fruta da melancieira, a melancia, é considerado uma fruta, o mesmo ocorre com o melão e o morango. A polpa da melancia possui uma alta quantidade de água, superior a 90%. Quanto à parte sólida, mais de metade é constituída por carboidratos simples, ou seja, de gosto doce e é também muito rica em potássio. Estas características tornam a melancia refrescante e hidratante e por isto o consumo é muito mais atraente e estimulado nas épocas quentes, quando as pessoas sentem muito mais necessidade de se hidratar para repor o líquido perdido pela transpiração e maior atividade física. É muito bom saborear uma melancia gelada em dia calorento. Sendo assim, nos meses ou períodos mais quentes o consumo e, consequentemente, a demanda são muito maiores e os dados de duas Ceasas brasileiras, São Paulo (Ceagesp) e Ceasa Ceará, confirmam isto. São Paulo está situada quase que sobre o Trópico de Capricórnio e o clima é do tipo subtropical, com uma boa diferença nas temperaturas médias ao longo do ano, o período final da primavera, o verão e o início do outono costuma registrar altas temperaturas e o inverno é relativamente ameno mas entrecortado por ondas de frios mais rigorosas. Fortaleza, que fica bem mais próxima à linha do Equador, registra altas temperaturas durante o ano todo com pouquíssima variação ao longo dos meses. É fácil trabalhar com as duas Ceasas porque ambas disponibilizam seus da-

Melancia: uma fruta do dos de comercialização no PROHORT (Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro) da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Na Ceagesp de São Paulo a melancia é o sexto produto em volume de comercialização- foram 117 mil toneladas em 2012 - e o décimo sétimo em volume financeiro.O montante faturado chegou a 117 milhões de reais. A Tabela 1 mostra a evolução da melancia na Ceagesp de 2009 a 2012. E a Tabela 2 as mesmas informações para a Ceasa de Fortaleza. Os gráficos das Figuras 1 e 2 exibem a relação de sazonalidade versus preços para as duas Ceasas. Nas duas centrais parece não haver uma relação muita clara entre volume de comercialização e preço de venda,

ou seja, a formação de preços não acontece por simples oferta e demanda. A variação da quantidade não é capaz de interferir diretamente no preço. Já quando se compara o faturado, melhor indicador do volume de negócios, na Ceagesp acontece uma relação quase perfeita com a temperatura média, o gráfico da Figura 3 mostra claramente como os negócios com melancia vão diminuindo na Ceagesp conforme os meses vão ficando mais frios. Na Ceasa do Ceará, onde praticamente não há variação de temperatura, o volume de negócios parece ter a ver com a quantidade ofertada (Figura 4). Conclui-se que temperaturas altas, como é senso comum, tem grande poder de estimular o consumo de melancia.


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Mercado e Produção

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LILIAN UYEMA

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R$ 0,00 Volume de entrada (var. %/ média mensal anual)

Preço Médio (R$/kg)

Figura 1. Sazonalidade versus preços da melancia na Ceagesp (média 2009/12) * valores atualizados pelo IGP-M para setembro de 2013

10

R$ 1,40 R$ 1,20

5 R$ 1,00 0 Jan

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R$ 0,40 -10 R$ 0,20 -15

R$ 0,00 Volume de entrada (var. %/ média mensal anual)

o calor

LILIAN UYEMA

Preço Médio (R$/kg)

Figura 1. Sazonalidade versus preços da melancia na Ceasa de Fortaleza (média 2009/12) * valores atualizados pelo IGP-M para setembro de 2013

Tabela 1 Evolução da comercialização de melancias na Ceagesp Ano

Quantidade (t)

Produção Brasil (t; IBGE)

Participação da CEAGESP (%)

Faturado (R$)*

Preço Médio (R$/kg)

2008 2009 2010 2011 2012

109.365 100.695 102.094 109.973 117.052

1.995.206 2.065.167 2.052.928 2.198.624 2.079.547

5,48 4,88 4,97 5,00 5,63

120.986.650,87 106.934.539,90 110.715.117,20 97.137.372,51 129.025.879,03

1,11 1,06 1,08 0,88 1,10

Fonte: PROHORT (2013) * valores atualizados pelo IGP-M para setembro de 2013

Tabela 2 Evolução da comercialização de melancias na Ceasa CE Ano

Quantidade (t)

Produção Brasil (t; IBGE)

Participação da CEASA Fortaleza (%)

Faturado (R$)*

Preço Médio (R$/kg)

2008 2009 2010 2011 2012

21.275 23.757 26.923 22.559 21.380

1.995.206 2.065.167 2.052.928 2.198.624 2.079.547

1,07 1,15 1,31 1,03 1,03

14.674.250,27 14.858.124,99 14.280.072,95 15.818.479,62 14.785.585,82

0,69 0,63 0,53 0,70 0,69

Fonte: PROHORT (2013) * valores atualizados pelo IGP-M para setembro de 2013

EMBRAPA

Viroses preocupam produtores em Goiás

Preocupados com problemas de viroses que nos últimos meses têm afetado a cultura da melancia, produtores do município de Uruana, no estado de Goiás, pediram ajuda à Embrapa Hortaliças com o objetivo de realizar a diagnose dessas doenças que estariam ocorrendo na cultura e, dessa forma, auxiliar na definição das medidas de manejo a serem adotadas, visando minimizar os seus efeitos. “Segundo os produtores, no ano de 2013, observou-se nas lavouras de melancia, um aumento significativo na população de tripes, um dos vetores de vírus em cucurbitáceas, e que até bem pouco tempo possuíam pouca importância na região. Também foram observados sintomas um pouco diferentes dos sintomas causados por vírus transmitidos por pulgões e que já eram conhecidos dos produtores”, informa Mirtes Lima, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, na área de Virologia, que compartilhou a visita a Uruana com Rita de Cássia Dias, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE), na área de Melhoramento Genético. A realização das análises revelou incidência significativa do vírus da clorose letal da abobrinha de moita (Zucchini lethal chlorosis virus – ZLCV; gênero Tospovirus) que é transmitido por tripes. “Entretanto, em menor incidência, detectou-se também a presença de outros vírus, mais comuns, transmitidos por pulgões, principalmente, o vírus da mancha anelar do mamoeiro, estirpe melancia (Papaya ringspot virus – type watermelon – PRSV-W)”, acrescenta Mirtes. Vale ressaltar que também neste ano situação semelhante foi verificada em plantios de melancia em outros municípios de Goiás, onde se detectou também incidência significativa do ZLCV. www.diadecampo.com.br


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Mercado e Produção

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A humanidade e a melancia Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp Registros arqueológicos mostram que no antigo Egito, 5.000 anos Antes de Cristo - AC, as melancias eram colocadas no túmulo dos faraós para alimentá-los depois da morte. Os estudos mostram que a melancia teve a sua origem no Deserto de Kalahari – região da atual África do Sul. Existem registros de melancia no Egito5000 AC, na China no Século X, na Europa no século XIII e nas Américas no século XIV. O crescimento da produção mundial de melancia é impressionante. – de 18 milhões de toneladas em 1970 para 91 milhões de toneladas em 2011 – mais de cinco vezes segundo os dados da FAOSTAT. O grande crescimento aconteceu entre 1990 e 2000 – a produção dobrou em dez anos. No período entre 1970 e 2013 a produção chinesa cresceu de 5 milhões para 69 milhões – 14 vezes entre 1970 e 2011. A produção brasileira cresceu de 247 mil para 2 mi-

lhões de toneladas – 9 vezes. A população mundial cresceu de 2,5 bilhões para 7 bilhões de pessoas, no mesmo período - quase 3 vezes.

A China produz 75% de toda a produção mundial, seguida pela Turquia (4,23%), Irã (3,56%), Brasil (2,41%), EUA (1,85%), Rússia (1,72%), Egi-

to (1,65%), Algéria (1,41%) e México (1,10%). Cazaquistão, Espanha, Síria, Grécia, Coréia, Marrocos, Tailândia, Mali, Indonésia e Vietnã estão entre

os 20 maiores produtores, com menos de 1% da produção mundial. O comércio internacional de melancia é grande - 2 milhões de toneladas importadas e 2,5 milhões de toneladas exportadas em 2011. Dois países, grandes produtores, Estados Unidos e China são também grandes importadores, seguidos pela Alemanha, Canadá, França, Polônia, Holanda, Tchecoslováquia , Inglaterra e outros. O México com 22%, a Espanha 17%, o Irã 13%, os Estados Unidos e o Vietnã com 8 % cada uma são os maiores exportadores de melancia. A China aparece em 20º lugar com 2% do volume de exportação. O crescimento do comércio internacional de melancia, entre 1970 e 2011 foi ainda maior que o crescimento da sua produção – de 212 mil toneladas para 2,5 milhões de toneladas em 2011 – um crescimento de 12 vezes. A melancia tem sido notícia por acontecimentos estranhos como o estouro misterioso das melancias que aconteceu na China e as melancias quadradas produzidas no Japão.

A melancia e as estatísticas agrícolas

Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O IBGE registrou, em 2012, 28 estados brasileiros produtores de melancia, sendo dez responsáveis por 85% do volume e cinco por 58% - Rio Grande do Sul – 17%, Goiás – 13%, Bahia – 12%, São Paulo – 10% e Rio Grande do Norte – 6%. A produção brasileira foi de 146 mil toneladas em 1990 para 2 milhões em 2011 – um crescimento de 13 vezes. A produção de todos os estados cresceu. Alguns estados como o Espírito Santo e o Distrito Federal são produtores recentes. Alguns estados nordestinos tiveram um grande aumento de produção – o Rio Grande do Norte foi de 942 toneladas em 1990 para 128 mil toneladas em 2012 e o Ceará foi de 712 toneladas para 75 mil toneladas. Os três estados maiores produtores cresceram menos – Rio Grande do Sul – 9%, Goiás – 27%, Bahia – 7% e São Paulo – 10%. A Lagoa da Confusão no Tocantins e o Arroio dos Ratos são lugares importantes

de produção de melancia. A Lagoa da Confusão é considerada como um dos melhores locais para a produção de melancia. Ela se estende até Goiás, que mostra grande crescimento de produção - de 9 mil toneladas em 1990 para 273 mil toneladas em 2012 – 28 vezes. A produção no Tocantins cresceu de 2 mil toneladas em 1990 para 96 mil toneladas em 2012 – 48 vezes. Na Lagoa da Confusão a produção de arroz por inundação vem antes da melancia. A

seca de cinco meses permite a produção de melancia por elevação do lençol freático e com menor ocorrência de problemas fitossanitários. O IEA - Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo registra a produção agrícola paulista no seu Banco de Dados. Os seus dados mostram um grande crescimento da produção de melancia entre 1985 e 2005 – de 80 mil toneladas para 301 mil toneladas e uma expressiva queda em 2012 – 182

mil toneladas. O Estado de São Paulo é dividido em 42 regiões agrícolas. Cada região agrícola agrupa municípios de clima, solo e relevo semelhantes. A produção de melancia foi registrada em 33 regiões agrícolas em 2012. A produção está concentrada em 5 regiões (51%), sendo 11 regiões responsáveis por 80% da melancia paulista. As seis maiores regiões produtorasforam, em 2012, Presidente Prudente – 17%, seguida por Itapetininga – 10%, Tupã

– 9%, Marília – 8%, Dracena e Jaboticabal com 6% cada uma. A participação das regiões mais tradicionais no plantio de melancia vem caindo como Presidente Prudente, Tupã e Marília. A participação de regiões menos tradicionais como Itapetininga, Jaboticabal, Piracicaba e Itapeva está crescendo. O IEA registrou a produção de melancia em 113 municípios, em 2012, sendo 14 deles responsáveis por 51% da produção, 34 por 80%. O município de maior produção (11% do total) foi Rancharia da Região Agrícola de Presidente Prudente. O quadro abaixo mostra a evolução da produção paulista e os municípios paulistas maiores produtores de melancia e suas regiões. Evolução da produção de melancia do Estado de São Paulo Ano 1985 1990 1995 2000 2005 2012

Toneladas 80.215,00 123.902,00 200.064,00 206.865,00 300.562,50 181.647,24


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Melancia nas Ceasas do Brasil LILIAN UYEMA

Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio InforzatoFanale Idalina Lopes Rocha Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O endereço eletrônico www. ceasa.gov.br abriga o PROHORT que congrega as informações das Ceasas brasileiras. A maioria das Ceasas brasileiras coleta informações de volume de entrada e monitora o preço

praticado. Poucas Ceasas enviam suas informações para o PROHORT. Estão cadastradas 26 Ceasas no sistema, de 10 diferentes estados brasileiros: AC, BA, CE, GO, MG, PR, RJ e SP. A participação das Ceasas está crescendo – de 13 Ceasas em 2000 para 24 em 2012. A participação da melancia no volume total de frutas e hortaliças varia muito – 9% na Ceasa de Foz Iguaçu, 7% nas Ceasas

de Porto Alegre e de Campinas e 3% na Ceagesp paulistana. O volume de frutas e hortaliças registrado pelo PROHORT em 2012 foi de 10.877.346 toneladas, sendo a melancia responsável por 472.492 toneladas. As Ceasas paulistas respondem por 37% do volume total de frutas e hortaliças, registrado pelo PROHORT e por 36% do volume de melancia. As Ceasas do Rio Grande do Sul respon-

dem por 5% do volume total de frutas e hortaliças e por 13% do volume total de melancia. A origem por município e estado é registrada pelo PROHORT. Vinte estados enviam melancia para as Ceasas, sendo cinco estados responsáveis por 88% do volume – São Paulo (27%), Rio Grande do Sul (22%), Goiás (18%), Tocantins (10%). O IBGE registra, em 2012, uma produção brasileira de melancia de 2 milhões de toneladas. O volume registrado pelo PROHORT é 24% da produção brasileira. O SIEM – Sistema de Informação e Estatística do Mercado da Ceagesp registra as informações das notas fiscais, retidas na portaria– produto, variedade, origem e destino no mercado, dia a dia, entrada por entrada. Aqui estão algumas das informações sobre a comercialização de melancia na Ceagesp paulistana em 2012.

• 104 atacadistas comercializam melancia – o primeiro responde por 17% do volume, os cinco primeiros respondem por 48% do volume, os dezesseis primeiros por 81% do volume total (117 mil toneladas). • Sessenta e oito atacadistas comercializam só as variedades grandes e 48 só as pequenas,

Principais variedades de melancia comercializadas na Ceagesp

sendo que 12 comercializam as variedades grandes e pequenas. • As variedades de menor tamanho, que já chegam embaladas e refrigeradas ao mercado, responderam por 3% da oferta.

• O peso médio porcarga de entrada das variedades de menor tamanho foi de 2 toneladas e das variedades de maior tamanho de 15 toneladas.

• Os estados fornecedores de melancia pequena são o Ceará (58%) e Rio Grande do Norte (33%), seguidos por Pernambuco, São Paulo e Paraíba. • 14 estados fornecem variedades grandes de melancia para a Ceasa de São Paulo.

• 4 são responsáveis por 95% do volume: São Paulo (39%), Rio Grande do Sul (22%), Rio Grande do Sul (22%), Goiás (20%), Tocantins (12%).

• A oferta de melancia está concentrada nos meses mais quentes chegando a 14% em dezembro e 5% em junho. O mês de janeiro, apesar de quente, apresentou em 2012, uma queda na participação das variedades grandes de melancia – 9%.


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Suco de melancia para os atletas Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O Brasil consumiu o equivalente a US$ 423,2 milhões em 118,9 milhões de litros de bebidas esportivas em 2012 um crescimento de 30% sobre o faturamento de 2010 e de 14% sobre o volume de vendas. O ritmo de expansão é animador, mas o consumo brasileiro fica abaixo do chinês (US$ 899 milhões) e longe do americano. Só em 2011, os Estados Unidos consumiram 5,2 bilhões de litros e gastaram US$ 7,6 bilhões em bebidas isotônicas (EuroMonitor). Todos sabem que a melancia é uma fruta de grande importância econômica e de grande consumo no mundo todo. Poucos sabem que o suco de melancia pode substituir as bebidas isotônicas, cada vez mais consumidas pelos brasileiros. A melancia é muito rica em fito nutrientes como o licopeno, precursor doβ-caroteno e um carotenóide de grande interesse pela sua capacidade antixoidante evitando danos oxidativos e perda de função celular. A melancia é também uma fonte rica em aminoácidos como o L-citrulina – um forte anti-oxidante. Experimentos em laboratório demonstraram a transformação de citrulina em arginina nos rins de camundongos. Arginina é um aminoácido essencial muito importante para os sistemas reprodutivo, respiratório, renal, gastrointestinal, hepático e imunológico. Até pouco tempo a comunidade científica não tinha muito interesse no aminoácido L-citrulina – visto somente como não

proteico e participante do ciclo da uréia. O aminoácido L-citrulina é quase ausente dos alimentos frescos – a melancia é uma exceção notável. O elevado conteúdo de L-citrulina é que torna a planta resistente a ambientes secos e inclementes. As suas propriedades antioxidantes, associadas à habilidade de produção de

óxido nítrico, torna a citrulina um excelente candidato para o tratamento de situações patológicas decorrentes de estresse oxidativo e de diminuição da disponibilidade de arginina como hipertensão, falhas cardíacas, arteriosclerose e outros. Outros benefícios da ingestão de L-

-citrulina são a melhoria do desempenho atlético pela síntese do óxido nítrico e melhoria do transporte da glicose nos músculos estriados. Ficou demonstrado que o malato de citrulina aumenta os níveis de arginina e ornitina (importantes para o crescimento do músculo) e influencia os níveis do hormônio de crescimento. Um estudo feito na Espanha investigou o potencial do suco de melancia como bebida funcional para atletas. A melancia é rica em L-citrulina, um aminoácido que pode ser utilizado na redução de dor muscular. Foi feita a comparação da absorção intestinal in vitro da L-citrulina (biodisponibilidade) na forma de suco de melancia pasteurizado e não pasteurizado, padrãod e L-citrulina e controle. O melhor resultado, de maior absorção de L-citrulina foi o do suco de melancia sem pasteurização. Foi feita ainda a comparação entre o desempenho de sete atletas, submetidos a diferentes tratamentos: 500 ml de suco natural de melancia (1,17 g de L-citrulina), suco de melancia enriquecido (4,83 g de L-citrulina mais 1,17 g de L-citrulina do suco de melancia) e placebo. Ambos os sucos ajudaram na recuperação das batidas cardíacas e dor muscular depois de 24 horas. Está na hora dos produtores e atacadistas de melancia brigarem pelo espaço da melancia no grande mundo dos isotônicos. Fonte: Martha P. Tarazona-Díaz †‡, Fernando Alacid §, María Carrasco §, Ignacio Martínez #, andEncarna Aguayo*†‡J. Agric. FoodChem.,2013, 61 (31), pp 7522–7528Publication Date (Web): July 17, 2013

Donato Melancias utiliza embalagem exclusiva Há mais de duas décadas, a Ceasa de Porto Alegre recebia uma nova atacadista na comercialização de citros. A Donato J. Gossler vendia frutos produzidos em seus próprios pomares. Com o tempo a empresa se expandiu e por conta da demanda passou a comercializar melancias. “Com a conquista de bons clientes, nos especializamos no comércio exclusivo da fruta e nos tornamos uma das maiores empresas do ramo no Rio Grande do Sul”, conta Fabiane Gossler, diretora da atacadista, em parceria com o irmão Neimar e o pai Denisio. Para manter a empresa nessa posição, a Donato conta com o auxílio do engenheiro agrônomo Jairo Sergio Kupsinskü, que desenvolve, por exemplo, trabalhos de informação sobre o manejo das lavouras e aspectos de qualidade. Constantemente são promovidas ações preventivas para controle de pragas que possam deteriorar ou contaminar as frutas. Focada em assegurar a melhor qualidade do alimento ao

consumidor, a atacadista também se destaca em aspectos como treinamento, higiene, classificação, armazenamento e logística. Para conservar as melancias, as instalações da Donato possuem um sistema natural de aeração e a empresa conta, também, com uma frota de caminhões própria, adequada ao transporte da fruta.

Embalagem exclusiva

Quando as melancias são recebidas na Ceasa, é realizado um processo de classificação visando constituir lotes uniformes quanto ao tamanho, coloração, aspecto e grau de maturação. As melancias da Donato são embaladas em containers de papelão que suportam 350 quilos – ou seja, entre 30 e 40 unidades. Esse manuseio é uma inovação no comércio dessa fruta no Brasil, que normalmente é acondicionada diretamente sobre palha no caminhão. Segundo Fabiane, a própria atacadista trouxe a técnica dos Estados Unidos. “O container de papelão agrega muitos benefícios na comercialização da melancia, como melhoria do condicionamento, proteção e facilidade na carga e descarga”, esclarece. Donato Melancias Ceasa RS - Av. Fernando Ferrari, 1001- Pav. E-2 Box 4 e 5 / Porto Alegre - RS Fone: (51) 3371-1358 donato_ceasa@hotmail.com www.donatomelancias.com.br


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Tributo

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ISENÇÃO

O ICMS e as frutas e hortaliças frescas Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O termo horticultura é derivado das palavras latinas hortus, jardim, e celere, cultivar. A horticultura é uma parte da agricultura que trata da produção vegetal de culturas de jardim, em contraste com a agricultura de campo, principalmente grãos e forrageiras e com a silvicultura, que se ocupa das árvores e seus produtos. A horticultura engloba uma imensa diversidade de plantas - frutas, hortaliças, flores, plantas ornamentais, condimentos e plantas medicinais. A maioria é consumida fresca, pronta para o consumo natural ou para o preparo culinário, com suas características sensoriais naturais preservadas. A produção de produtos hortícolas é a principal atividade agrícola que garante sobrevivência digna aos pequenos produtores e é uma grande geradora de empregos. Ela exige cuidados muito especiais e grande capricho do produtor para a obtenção de um produto de boa aceitação no mercado: bom tamanho, boa aparência, saboroso e túrgido. Ela é caracterizada pela fragmentação de produção e de origem: milhares de pequenos produtores, áreas pequenas, diferentes regiões produtoras com diferentes épocas de colheita. A comercialização dos produtos hortícolas frescos é uma corrida contra o tempo. Os produtos hortícolas frescos são imprescindíveis na alimentação, por sua diversidade de cores, formatos, texturas e sabores, por suas características nutricionais e da preservação da saúde. O consumo de frutas e hortaliças cresce com o desenvolvimento econômico. No Brasil o consumo per capita das frutas e hortaliças frescas na classe de maior renda econômica é muito maior que na classe de menor renda e o seu consumo médio vem crescendo, mas é ainda muito inferior ao consumo de países como a Itália e a Espanha. O maior consumo de frutas e hortaliças frescas é recomendado para prevenir os principais problemas de saú-

de do brasileiro – doenças do aparelho circulatório, acidente vascular cerebral – AVC e câncer. O excesso de peso e a obesidade, reconhecidos como causas importantes destas doenças, estão crescendo rapidamente e já atingem mais de 30% das crianças e 60% dos adultos brasileiros e o consumo de produtos hortícolas é altamente recomendado para a prevenção dessas anomalias. A concentração da população em grandes centros urbanos, o trabalho da mulher fora do lar, o menor tempo disponível em casa para o convívio com a família e para o preparo das refeições, as dificuldades na aquisição frequente e na preparação de frutas e hortaliças frescas levaram ao crescimento da oferta das frutas e hortaliças minimamente processadas, no mundo todo. As frutas e hortaliças minimamente processadas são vegetais que passaram por al-

terações físicas simples, corte e limpeza, mas continuam no estado fresco e metabolicamente ativo. As características e a complexidade da produção dos produtos hortícolas frescos, a sua importância na geração de empregos e na alimentação humana exigem um tratamento diferenciado. É preciso incorporar à legislação de ICMS para os produtos hortícolas frescos as seguintes alterações:

1ª - Alterar o termo ‘hortifrutigranjeiros’ para ‘produtos hortícolas frescos íntegros ou minimamente processados’, já que as frutas e hortaliças minimamente processadas são vegetais que passaram por alterações físicas, mas mantêm o estado fresco e metabolicamente ativo, ou seja, têm a mesma natureza e finalidade que os produtos hortícolas

íntegros (Artigo 36 do Anexo I do Regulamento do ICMS de São Paulo).

2ª - Substituiçãoda lista de produtos hortifrutigranjeiros, pelo conceito de produtos hortícolas frescos íntegros ou minimamente processados, como segue: ‘Os produtos hortícolas frescos englobam frutas, hortaliças, flores, plantas ornamentais, condimentos e plantas medicinais, consumidos e utilizados frescos e metabolicamente ativos’. (Artigo 36 do Anexo I do Regulamento do ICMS de São Paulo). A justificativa para essa alteração está no fato de que a grande diversidade de produtos é uma das características que diferencia a horticultura e que torna impossível a listagem completa dos produtos comercializados. A ausência, na lista, de menção a um dado produto acarreta a injusta presunção

de que ele não está isento de ICMS. Esse é, por exemplo, o caso que ocorre com o alho, uma hortaliça bulbo utilizada como condimento. O Brasil está, como outros países grandes produtores de alho, sendo esmagado pela concorrência chinesa. Hoje, apesar de sua qualidade muito superior, o alho brasileiro só consegue abastecer 33% do consumo nacional e, ainda assim, não está isento do ICMS. Outro exemplo é o que ocorre com a ausência das plantas ornamentais na lista, o que faz com que as flores sejam isentas, mas não as plantas ornamentais. Flores e plantas ornamentais não podem, por justiça, serem diferentes perante o fisco: têm a mesma natureza e finalidade. Não haverá jamais a possibilidade de que uma lista se pretenda completa: há centenas de espécies de vegetais hortícolas e a cada ano, como consequência da tendência à sofisticação da alimentação e ainda da globalização dos costumes alimentares, várias espécies são incorporadas ao mercado.

3ª - Retiradado artigo, que trata da maçã e da pera (Artigo 140 do Anexo I do Regulamento do ICMS de São Paulo). O Brasil é um grande produtor e exportador de maçã e a sua produção abastece noventa e cinco por cento do consumo brasileiro. A produção de pera no Brasil vem crescendo em São Paulo e nos estados do sul do Brasil. A pera e a maçã de produção nacional não devem, por justiça, ser tratadas diferentemente dos outros produtos hortícolas: essas espécies têm, do mesmo modo, a mesma natureza e finalidade que as demais frutas. 4ª Alteração da definição de industrialização para ‘industrialização, qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto ou o aperfeiçoe para o consumo, exceto para os produtos hortícolas frescos minimamente processados (Item I do Artigo 4º do Regulamento do ICMS de São Paulo).


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Artigo

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Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz ** As celebrações e as homenagens simbólicas prestadas aos entes falecidos possuem grandes dimensões cultural, histórica e também econômica em todo o Brasil. A principal data que concentra tais manifestações é o Dia de Finados, celebrado no País em 2 de novembro, em sequência à comemoração do dia da Festa de Todos os Santos, ambos fixados pela Igreja Católica desde o século 13. Entre os principais ícones simbólicos da data, a oferta de flores ocupa uma das posições de maior destaque, acompanhada das de velas e de outros itens e práticas religiosas, como celebrações litúrgicas, terços, imagens de santos e anjos entre outros itens de grande valor e significado religioso e cultural. Os vasos de crisântemos lideram historicamente a preferência de compra dos consumidores no momento de prestar homenagens aos parentes e amigos falecidos em cemitérios de todo o Brasil. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo – Sindiflores, essas plantas chegam a representar 53% das vendas setoriais no varejo para a data, seguidos pelas margaridas, antúrios, lírios, violetas e outras flores, principalmente envasadas. No atacado das Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa Campinas), SP, essas flores chegam a representar até 80% das vendas para essa finalidade. Em meses normais o volume de crisântemos envasados ofertado naquele mercado é de, em média, 200 mil vasos, mas em novembro sobe para 300 mil, com um aumento de 50%. Na CEAGESP, em todo o Estado, são movimentadas mais de 1,2 mil toneladas de flores neste período, sendo Finados considerado a terceira data mais importante do setor de flores, ficando atrás apenas do Dia das Mães e dos Namorados, com um crescimento nas vendas entre 5% a 10% em relação aos períodos normais do ano. O consumo de crisântemos envasados em Finados intensificou-se substancialmente ao longo dos últimos anos, não apenas devido à sua maior durabilidade e rusticidade e aos preços competitivos, mas também dada a intensificação das campanhas de saúde pública focadas no combate ao mosquito transmissor da dengue (Aedes

Finados:

características e tendências no consumo de flores no Brasil

aegypti). Neste contexto, os consumidores vêm sendo crescentemente desincentivados, ou até mesmo proibidos, de ofertarem flores cortadas dispostas em vasos com água parada, que podem servir à proliferação dos agentes da doença. A mídia tem, inclusive, noticiado iniciativas sanitárias destinadas à eliminação e destruição das flores deixadas nos cemitérios nos dias seguintes aos da oferta e celebrações, com o mesmo propósito de minimização desses riscos biológicos. Como reflexo desses movimentos, também o aumento do consumo de flores artificiais – embora mais caras que as naturais – tem sido observado. Para a Cooperativa Veiling Holambra (SP) – principal central atacadista de flores e plantas ornamentais do Brasil – as estimativas de crescimento global das vendas para Finados 2013 foi de 2%, em quantidade de mercadorias, comparativamente aos resultados obtidos no mesmo período do ano passado. Essa performance mostrou-se mais intensa do que a verificada em Finados de 2012, quando o crescimento em relação ao volume de vendas, frente

à mesma data em 2011, atingiu a marca de 8%. Naquela cooperativa, o ranking dos produtos mais vendidos para a data, em 2013, foi liderado pelos antúrios, seguido de perto por lírios, violetas e crisântemos em vasos. Para essas flores envasadas - líderes do segmento -, o crescimento estimado foi de 13%, em volume. Mesmo para as orquídeas Phalaenopsis, cujas vendas não são consideradas tradicionais para o período, o crescimento estimado de vendas foi de 4%. Naquele mercado, o pico de vendas ocorreu – como nos anos anteriores durante as duas últimas semanas do mês de outubro, período em que foram comercializadas mais de 13 milhões de unidades de flores e plantas ornamentais. Para a Cooperativa Veiling Holambra, as vendas de flores em Finados representam em torno de 5% a 6% da sua movimentação anual de mercadorias. Entre os estados que mais compram flores para a data estão: São Paulo (53% dos pedidos), Minas Gerais (10%), Rio de Janeiro (6,5%), além da região Sul (15%). Cultural e simbolicamente, as flores e plantas ornamentais

que são fortemente incorporadas ao consumo ornamental funerário tendem a ser estigmatizadas como “flores de mortos”, perdendo, em consequência, posições no mercado para outras datas e comemorações, tais como casamentos, bodas, formaturas, aniversários e outras dedicadas à expressão da alegria, promessas futuras de felicidade e de realização e às celebrações da vida. Dessa forma, flores de importância econômica regional, como cravos-de-defunto (Tagetes sp), perpétuas (Gomphrena globosa), sorrisos-de-maria (Aster sp) e cristas-de-galo (Celosia cristata), entre outras, passaram a ser cultivadas apenas para consumo no Dia de Finados. Outras flores de maior expressão econômica nacional, como, por exemplo, palmas-de-santa-rita (Gladiolus sp) e os próprios crisântemos experimentam, também, processos de redução no consumo social da mesma natureza, ou seja, devidos ao mesmo motivo de serem abundantemente utilizados na oferta em cemitérios. Iniciativas importantes das áreas da Comunicação e do Marketing vêm buscando alternati-

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vas para a gradativa superação de tais fenômenos. Entre essas, no cenário atual da floricultura comercial brasileira, vale destacar o lançamento e a promoção de novas cultivares diferenciadas e modernas das espécies tradicionalmente aviltadas no mercado em virtude do desgaste cultural. Nesta direção, têm se observado, não apenas no Brasil mas no cenário internacional, iniciativas como: a) lançamento de novas cores – fortes e ousadas – para os gladíolos (verde limão, roxo), seguidas da realização de eventos promocionais junto a artistas florais, decoradores e formadores de opinião, em geral; b) criação de nomes comerciais para variedades tradicionais, que levam à ideia de tratar-se de uma nova espécie, como é o caso recente do crisântemo “Anastácia”; c) lançamento de novos híbridos, com cores, formatos, tamanhos e aptidões culturais muito diferenciadas em relação às características das espécies tradicionais, particularmente importantes no caso de tagetes, cristas-de-galo, perpétuas e outras flores afins, e d) limitação da importação e da oferta de determinadas espécies no período de Finados – com consequente forte elevação de preços ou desabastecimento do mercado - como forma de inibir a sua oferta aos mortos, que pode deteriorar social e culturalmente a imagem do produto. Essa prática tem sido particularmente visada em relação aos cravos. A par da elevação dos preços das flores para consumo em Finados – decorrente do forte crescimento momentâneo da demanda – outra prática tem se mostrado desastrosa para a estruturação e a governança da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais: a intensificação do comércio informal na data. Dada a importância do tema, trataremos da questão em um de nossos próximos artigos. * Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Agrícola Biotecnologia

Israel cria ‘superplanta’ para combater a fome Espécies modificadas geneticamente exigem menos água para seu crescimento O professor de biologia Shimon Gepstein, da Technion University, de Haifa, foi pioneiro em uma pesquisa que pode representar um grande avanço no fornecimento mundial de alimentos. Ele descobriu a característica de suas plantas geneticamente modificadas quando esqueceu de regá-las por algumas semanas. Referenciadas pelos pesquisadores como “superplantas”, elas não apenas sustentam a produção do hormônio citocinina, que previne o envelhecimento e facilita a fotossíntese contínua, como exigem menos água para seu crescimento. “Essas plantas conseguem sobreviver a secas, conseguem ficar até um mês sem água e, mesmo que sejam regadas, precisam de apenas 30% da quantidade de líquido que plantas normais necessitam”, explica Gepstein. “Os vegetais e as frutas agora duram o dobro e, às vezes, três

vezes mais, após serem cortados, caso venham de plantas geneticamente modificadas. Colhi uma alface modificada e esta levou 21 dias até começar a ficar amarronzada, enquanto que alfaces normais já ficam ruins em cinco ou seis dias”, acrescenta.

APOIO

Alimentar Mundial, “desastres naturais, como enchentes, tempestades tropicais e longos períodos de seca estão aumentando — com consequências calamitosas para a segurança alimentar dos países pobres e em desenvolvimento”.

LANÇAMENTO

Governo define preço mínimo para a laranja Valor aprovado pelo Conselho Monetário Nacional ficou em R$ 10,10 O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 31 de outubro, o preço mínimo de R$ 10,10 por caixa com 40,8 kg de laranja para a safra 2013/14. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deverá iniciar em breve leilões de apoio à comercialização, visando a contribuir para o crescimento do mercado interno de laranja e suco de laranja. Além disso, haverá a possibilidade de contratar operações de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP). O preço mínimo da laranja foi estabelecido pela primeira vez em 2012 e vigorou até o dia 28 de março de 2013, como parte de um conjunto de medidas adotadas pelo governo federal para dar suporte ao setor citrícola, que envolveram renegociação de dívidas, financiamento para estocagem de suco de laranja, além dos leilões de PEP e Pepro.

Já que as superplantas vivem mais, geram safras maiores, o que pode ajudar inúmeros países que atualmente vem sofrendo com a escassez de água e com a falta de alimentos causadas pelas secas. De acordo com o Programa

“A seca é hoje a causa mais comum da escassez de comida no mundo. Todos os anos, secas recorrentes causam prejuízos em safras e perdas pesadas na pecuária, em partes da Etiópia, da Somália e do Quênia. Em muitos países, mudanças climáticas estão amplificando condições naturais já adversas por natureza”, lembra o pesquisador. “Descobrimos que depois de um mês sem serem regadas, elas estavam tão bem quanto se tivessem recebido água, e assim poderíamos levar suas sementes para zonas áridas, onde há riscos de secas severas, e alimentar a população. Apesar de toda a conotação negativa que a expressão ‘geneticamente modificado’ carrega, posso afirmar que essas plantas não são perigosas para a saúde humana, pois nós as alteramos utilizando seus próprios componentes, nada foi adicionado a elas”, conclui o pesquisador israelense.

De acordo com o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, diante da conjuntura atual de mercado, com baixos preços pagos ao produtor e estoques elevados de suco de laranja, adotar o preço mínimo também para esta safra é uma medida para garantir renda ao citricultor. “A expectativa é de que haverá mercado para toda esta safra de laranja, chegando ao final do ano com estoques mais baixos, o que deverá ajustar os preços para cima na safra seguinte”, ressaltou Neri Geller. Estoques - Segundo a CitrusBr, os estoques globais de suco de laranja concentrado e congelado brasileiro, em 30 de junho de 2013, eram de 766 mil toneladas, equivalente a 35 semanas de consumo; para 30 de junho de 2014 espera-se um volume de 476,6 mil toneladas, equivalente a 22 semanas de consumo no mercado mundial.

Embrapa lança duas novas cultivares de guaraná no AM

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou duas novas cultivares de guaranazeiro: BRS Saterê e BRS Marabitana. Ambas apresentam alta produtividade e resistência a doenças e estão sendo recomendadas para plantio como forma de aumentar a barreira à antracnose, principal doença do guaranazeiro no Amazonas. O lançamento é promovido pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) e Embrapa Produtos e Mercado/Escritório da Amazônia. Conta com o apoio da Fazenda Rancho Grande, da Prefeitura de Itacoatiara e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Floresta lSustentável do Amazonas (Idam - Escritório Local de Itacoatiara). A atividade também faz parte da programação da Embrapa alusiva à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2013.


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Consumo

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Alimentos mais caros elevam o custo de vida na cidade de São Paulo, aponta pesquisa do Dieese

Agência Brasil

O Índice do Custo de Vida na cidade de São Paulo atingiu alta de 0,64%, em outubro, ante elevação de 0,24%, em setembro, segundo a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nos últimos 12 meses, a taxa acumula avanço de 6,16%

e de janeiro a outubro,5,57%. Na virada de setembro para outubro, o grupo que mais influenciou a elevação do índice foi alimentação com 1,33%, taxa que é 0,41 ponto percentual maior do que no período anterior. O consumidor teve o orçamento pressionado, principalmente, no consumo de produtos

in natura que ficaram em média 1,79% mais caros. Entre os itens estão a carne de frango que subiu 6,17%; as frutas (4,03%) , com maior influência da pera (13,35%), do maracujá (8,40%) e da laranja (4,20%); carnes bovina (4,04%) e suína (1,69%); leite in natura(1,39%); o arroz (0,54%) e a

mandioquinha (19,24%). O consumidor que precisou ou optou em comer fora de casa gastou 1,23% mais em restaurantes e demais estabelecimentos comerciais do gênero. Já para comprar os alimentos processados foi necessário comprometer 0,82% a mais dos ganhos. As carnes industrializadas

subiram 2,27%; o refrigerante (1,42%), o pão francês(1,41%) e o leite em pó (1,33%). Em habitação houve alta de 0,52% com as despesas de locação, impostos e condomínio, 0,44% maior e nos gastos com a casa, destaque para o botijão de gás (3,57%); serviços domésticos (1,47%) e condomínio (0,73%). No grupo transporte , o índice ficou em 0,48%,com o efeito dos combustíveis (0,62%) e dos bilhetes dos ônibus interestaduais (5,15%). E em equipamento doméstico, a taxa alcançou 0,5% com destaque para os eletrodomésticos (1,26%). No acumulado do ano, três dos dez grupos pesquisados apresentaram elevações acima da média: saúde (11,73%), seguido por despesas pessoais (9,15%); educação, leitura e recreação (6,77%). Em alimentação, a taxa oscilou em 5,25% e, em despesas diversas, (4,79%). O grupo habitação teve alta de 3,03%; de transporte (1,74%); recreação (0,96%) e vestuário (0,89%). O único com deflação foi equipamento doméstico (-1,10%). As famílias mais pobres com renda média de R$ 377,49 tiveram os ganhos mais comprometidos com o aumento médio de preços enfrentando uma elevação de 0,78%.No nível de classe média com renda em R$ 934,17, a taxa oscilou 0,69% e aos que ganham na média acima R$ 2.792,90, o índice foi calculado em 0,58%.

Mudanças climáticas podem causar perdas de R$ 7,4 bilhões para agricultura, diz relatório

Agência Brasil

A agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21, no dia 25 de outubro o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), na segunda parte do primeiro relatório nacional. De acordo com o estudo, o prejuízo do agronegócio com problemas climáticos pode chegar a R$ 7,4 bilhões em 2020 e R$ 14 bilhões em2070. Até 2030, a produção de soja, por exemplo, pode ter perdas de até 24%. “É uma preocupação em termos de impacto financeiro e para

a questão de segurança. A ideia é que esses relatórios possam sinalizar aos tomadores de decisão a importância de agir agora. O custo da inação, de não fazer nada, vai ser maior do que se a gente começar a se prevenir”, defendeu Andrea Santos, secretária executiva do painel. O estudo prevê que as mudanças nos regimes de chuva e a elevação da temperatura média prejudique a agricultura principalmente em áreas secas, como o Nordeste, região em que a distribuição de chuvas pode cair até 50%, segundo o relatório. Um resultado desse processo se-

ria a intensificação da pobreza e a migração para áreas urbanas, impactando a infraestrutura. Culturas como as do milho, do arroz, da mandioca, do feijão e do algodão seriam prejudicadas. Outra ameaça à segurança alimentar prevista pelo relatório é a diminuição do potencial pesqueiro do Brasil, que pode chegar a até 10% nos próximos 40 anos. Andrea explica que, com o aumento da temperatura da água e a mudança na salinidade, espécies podem buscar regiões mais frias, afetando toda a costa nacional. O estudo aponta ainda a elevação do nível do mar como

outra possível vulnerabilidade das cidades litorâneas. “Além de inundações, esse aumento pode levar a colapsos no sistema de abastecimento e esgotamento, com o retorno de esgoto para as residências em um caso de transbordo dos sistemas de tratamento. Isso pode trazer prejuízos também para o lençol freático”. Nas grandes cidades, os prejuízos estimados serão na mobilidade e na habitação, que podem sofrer com tempestades mais frequentes no Sul e no Sudeste. Já biomas como a Amazônia e a Caatinga correm riscos de ter que-

da de até 40% dos índices pluviométricos (chuvas), afetando a biodiversidade. A alta da temperatura também pode aumentar a incidência de doenças, como a dengue e a leishmaniose, e, combinada a maiores radiações de raios ultravioletas e emissões de gás carbônico, as lavouras podem sofrer com mais pragas e doenças causadas por fungos. O painel reúne 345 especialistas de universidades e institutos de pesquisa brasileiros e recebe o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério do Meio Ambiente, além de outras entidades.


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Nutrição

novembro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Caracterização dos procedimentos adotados pelos nutricionistas para a inclusão de frutas e hortaliças na alimentação escolar • Na necessidade de troca de uma fruta ou hortaliça prevista no cardápio, a escolha da nutricionista recai sobre o produto que o fornecedor tiver disponível para entrega (65%), ou sobre o produto de composição nutricional semelhante (41%) ou ainda sobre o produto de preparação semelhante (37%). A modalidade de licitação mais frequente no Estado de São

Paulo, para a compra de frutas e hortaliçasé o pregão (59%), seguida de tomada de preço (10%), concorrência (5%) e carta-convite (4%). O controle de qualidade no recebimento do produto e a logística de entrega são considerados os principais problemas na aquisição e recebimento das frutas e hortaliças in natura, pelos municípios que utilizam o

processo de Licitação e Chamada Pública, respectivamente. A equipe operacional da Alimentação Escolar nas escolas é formada pela (merendeira(s), auxiliar (es) de cozinha e estoquista). Uma merendeira responde pelo preparo da refeição de 45 alunos nas áreas indígenas e remanescentes de quilombos e de 208 alunos no ensino médio.

250

Alunos/merendeira

200 150 100 50 0

Sabrina Leite Oliveira Engenheira-agrônoma Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp Projeto HortiEscolha

A alimentação escolar é uma política pública que atende quase 50 milhões de crianças brasileiras, com pelo menos uma refeição ao dia. Em São Paulo são mais de 10 milhões de matriculados em 2012. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mais conhecido como merenda escolar, é regulado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e transfere, em caráter suplementar, recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos (FNDE/ MEC, 2009). O PNAE recomenda a ingestão de 200 gramas de hortaliças frescas por semana. Considerando 200 dias letivos, ou 40 semanas, teremos um consumo obrigatório de 10.000 toneladas por semana e 400.0000 toneladas por ano letivo, a produção de 20.000 hectares, se considerarmos uma produtividade média de 20 toneladas por hectare. Nos meses de agosto e setembro, o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp solicitou às prefeituras do estado

de São Paulo,o preenchimento de um questionário online com o objetivo de caracterizar os procedimentos adotados na inclusão e gestão de frutas e hortaliças nos cardápios da alimentação escolar pelos nutricionistas. Recebemos a resposta de 159 municípios do total de 613 municípios. O trabalho é parte do projeto HortiEscolha. Os resultados mostram: • Cada município tem, em média, dois nutricionistas contratadas.

• As compras de frutas e hortaliças são realizadas pelo Departamento de Alimentação Escolar e entregues em um depósito central, para conferência e estocagem, e de lá distribuídos para as escolas, em 48% dos municípios. • A alimentação escolar é totalmente preparada nas cozinhas das escolasem 61% dos municípios.

• Os equipamentos e utensílios são suficientes para o preparo das refeições em 73% das escolas • Os cardápios da alimentação escolar são elaborados pelo nutricionista mensalmente em 36% dos municípios e semanalmente por 27%.

Creches

Pré-escolas

O cardápio estabelecido pelo nutricionista é seguido por 53% das merendeiras. A equipe operacional é considerada apta ou parcialmente apta por 92% das nutricionistas. Programas de capacitação com a equipe operacional são realizados por88% das prefeituras e ocorrem, na maioria das vezes, anualmente (44%) ou semestralmente (36%). Em 2009, foi aprovada a Lei 11.947, que dispõe sobre o atendimento da alimentação Tabela I.

Ensino Fundamental

Ensino Médio

escolar e consolida a vinculação da agricultura familiar com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ao estipular que no mínimo 30% do total dos recursos financeiros repassados pelo Governo Federal aos estados e municípios deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Das prefeituras entrevistadas, 64%, conseguem atender a exigência da lei. A compra é

Alunos de áreas indígenas e remanescente de quilombo

realizada através de associações (33%), associações e cooperativas (20%), cooperativas (19%) e 27% não compram da agricultura familiar. A compra de produtos da agricultura familiar foi relatada por 76% dos municípios entrevistados. No 1º semestre de 2013 foram adquiridas, em média, por prefeitura, por Chamada Pública, 4 frutas e 12 hortaliças diferentes e, 7 frutas e 9 hortaliças diferentes, por Licitação.

Principais produtos adquiridos, por Licitação e por Chamada Pública, no 1º semestre de 2013 Compra

Frutas

Hortaliças

Licitação

Banana Laranja Maçã

Tomate Batata Cebola

Chamada Pública

Banana Laranja Limão

As maiores dificuldades enfrentada pelos nutricionistas da Alimentação Escolar das prefeituras do Estado de São Paulo são: Inadequação dos funcionários (falta de funcionários, falta de qualificação, alta rotatividade, funcionário que não segue o

Alface Couve Mandioca cardápio estabelecido e poucos nutricionistas) e infraestrutura inadequada (estrutura das cozinhas e dos depósitos, dos equipamentos e utensílios das cozinhas e falta de veículo). A compra da agricultura familiar apresenta problemas

específicos como a falta de produtores, alto preço dos produtos, logística e desorganização dos agricultores. Os problemas mais importantes de outros fornecedores são: atraso nas entregas, falta de qualidade dos alimentos fornecidos.


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Identificação

novembro de 2013

Rastreabilidade já é preocupação entre os atacadistas da Ceagesp Flávia Ponte Bandeira S. Costa GS1 Brasil

A preocupação com a rastreabilidade já é uma realidade entre os atacadistas da Ceagesp. A rastreabilidade é bastante utilizada como ferramenta de controle de qualidade e gestão de riscos. Em termos práticos, a rastreabilidade permite saber “o que” (o produto ou bem), “de onde” veio (a origem) e “para onde” foi (destino). Ela é fundamental porque os consumidores estão atentos à origem do alimento que consomem, assim como às técnicas empregadas na sua produção. No caso de uma necessidade de recolhimento de produto, um sistema de rastreabilidade efetivo permite a rápida identificação da causa do problema e a remoção do produto afetado da comercialização minimizando os riscos aos clientes, limitando

o impacto econômico e o impacto na reputação da marca. No mês de julho, dois atacadistas da Ceagesp passaram por um processo de diagnóstico de rastreabilidade realizado pela GS1 Brasil–Associação Brasileira de Automação com o apoio do Centro de Qualidade em Horticultura. Foram realizadas visitas ao campo, acompanhando o processo desde o recebimento de insumos para a plantação até a expedição para a Ceagesp. No entreposto os processos de recebimento e distribuição também foram analisados. Com esse diagnóstico foi possível passar para as empresas recomendações para a implantação do processo de rastreabilidade automatizado iniciando com a correta identificação dos produtos.

Exigência de uma nova era Kelly Goveia Batista, proprietária da Batista Legumes, classifica a rastreabilidade como

processo fundamental para interligar os representantes das cadeias de produção e distribuição. “Hoje os produtos não têm mais fronteiras. Fornecemos para vários estados do país e também outros países. Precisamos estar atentos à responsabilidade civil do que fornecemos e a rastreabilidade nos dá informação precisa de todo o processo”, explica Kelly. Para a Batista Legumes, implantar o sistema de rastreabilidade orientado pelas assessoras da GS1 Brasil proporcionou a entrada em uma nova fase profissional. Houve um avanço não apenas nos fluxogramas de trabalho, mas também na padronização de todo o processo de produção própria e

de seus fornecedores externos de legumes. Alguns supermercados do Brasil, a começar pela Região Sul, já começaram a exigir dos produtores alimentos que sejam produzidos com base em processo de rastreabilidade. Na região de Pirajuí, interior de São Paulo, inúmeros produtores cooperados estão conhecendo os padrões GS1 de rastreabilidade. A distribuidora e produtora Agro Gato Preto, que há cinco anos participa do sistema Ceagesp, foi um dos catalisadores do processo com seus fornecedores. “Quem não adotar a rastreabilidade, não conseguirá se manter como fornecedor”, afirma José Maria dos Santos, proprietário da Agro Gato Preto. “Percebemos a importância de reconhecer a procedência dos legumes e os benefícios que a rastreabilidade nos traz.”

XXXII Oficina de Aplicação de GPS de Navegação na Agricultura

I Seminário de Manejo Estratégico de Pragas Exóticas

Com o intuito de difundir os conhecimentos relacionados ao uso do sistema global de navegação por satélite, em inglês, GNSS, o Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), realizará na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), a XXXII Oficina de aplicação de GPS de navegação na agricultura. O evento acontece no dia 23 de novembro, das 8h às 17h. Serão abordados no evento, os principais aspectos sobre o Global Navegation Satellite System (GNSS), desde a abordagem histórico-social do surgimento, uso do sistema até seu funcionamento atual, explanando suas limitações, funções e implicações de uso mais importantes e futuras ampliações do sistema. Também serão expostas as principais marcas, modelos, capacidade de trabalho e de memória, vantagens e desvantagens de aparelhos de GPS. Na parte prática da oficina serão simuladas situações de campo como levantamento de áreas, demarcação de perímetros ou talhões, marcação de pontos amostrais e referenciais, explorando as principais funções e configurações do GPS. No decorrer da oficina serão apresentados os softwares de GPS Track Maker Pro e Free, que permitem ao usuário a interface entre microcomputador e o aparelho de GPS. A partir do software os participantes da oficina irão desenvolver tarefas como georreferenciamento de imagens, criação de pontos, cálculo de área e demarcação de perímetros ou talhões, além de aprenderem configurações gerais do programa. Saiba mais no endereço: www.fealq.org.br ou www.agriculturadeprecisao.org.br

O evento tem como objetivo fomentar debates e treinamento sobre questões de ameaças fitossanitárias, barreiras, etc, bem como foco especifico do novo problema enfrentado por grande parte dos cultivos brasileiros, a lagarta Helicoverpa armigera, recentemente confirmada no Brasil, causando vultuosos prejuízos à agricultura. Devido à dificuldade de controle por métodos tradicionais, especialmente a falta de defensivos agrícolas registrados para seu controle, indicados por receituário agronômico (Hoje já temos 15 produtos registrados emergencialmente), ser polífaga, com grande capacidade de dispersão e muitos dos cultivares com transgenia esta rem apresentando escape para esta espécie, tem se tornado um entrava à agricultura de Goiás e Bahia, especialmente nas culturas de soja e algodão. Ainda tem presença confirmada em milho, sorgo, girassol, adubos verdes, feijoeiro, pastagens, citros e café, entre outros. Maiores danos e mais sentidos são aqueles apresentados a culturas hortícolas, que por razões óbvias não podem receber grandes quantidades de agrotóxicos e a perda inclui produtividade e qualidade, com gandes estragos em tomateiro alface, especialmente em Goiás e no sul do Brasil. *Desconto de até 18,5% válido para Montana LS. Consulte para demais veículos Chevrolet os descontos que variam entre 7% a 13%. Todos os veículos Chevrolet estão em conformidade c/o PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores. A Carrera se reserva o direito de corrigir possíveis erros gráficos. Condição válida até 30/11/2013 ou enquanto durar o estoque. Imagens ilustrativas. Faça revisões em seu veículo regularmente.

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ETSP

novembro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

no entreposto também tem

As particularidades dos pavilhões AMs Os pavilhões AMs, localizados no canto esquerdo de quem acessa o entreposto pelo portão 3, não tem tanta visibilidade e, muitas vezes, passa despercebido pelos frequentadores do entreposto. Mas é lá que encontramos as maiores peculiaridades do entreposto e produtos exclusivos que fogem dos clássicos frutas, verduras e legumes. A Agronippo, por exemplo, é responsável pela produção e comercialização da primeira bebida a base de soja do Brasil e, talvez, do mundo. Conhecido nacionalmente como Mupy, o suco acondicionado em saquinho plástico foi criado na década de 70 e até hoje faz sucesso nas lancheiras escolares. Localizada no pavilhão AMA, a Agronippo é líder no segmento de produtos para culinária oriental e sempre foi uma empresa inovadora. O Tofu Agronippo, queijo a base de soja, foi o primeiro a ser lançado em caixinha e a linha de massa de peixe inovou ao ser embalada a vácuo. Shindi Yatsunami, gerente, explica que a companhia une alta tecnologia e cuidado artesanal em toda a linha de produção. Também nos pavilhões AMs, encontramos os maiores atacadistas de produtos orgânicos do Brasil. A Rede Orgânica oferece alimentos da Cultivar Orgânicos, que são certificados pela Ecocert, empresa que garante a origem orgânica dos produtos. Os funcionários Francisco José Maia e Tiago Aguiar explicam que a mudança de estilo de vida dos brasileiros aumentou a demanda por alimentos saudáveis. “Temos produção própria e parceria com diversos agricultores. Assim, conseguimos disponibilizar alimento orgânico durante o ano inteiro”, garantem. Quem passa pelas ruas dos AMs pode observar que existem alguns boxes que comercializam apenas embalagens. Essas empresas servem de apoio para os comerciantes de FLV e são indispensáveis para o funcionamento de algumas atacadistas. A Rodrigues Melo Embalagens, por exemplo, está na Ceagesp há mais de 35 anos. Atualmente, a companhia possui indústrias e mais de 40 lojas espalhadas pelo Brasil. “Como temos produção própria, conseguimos fazer um preço mais acessível”, explica José Aparecido Melo, permissionário.

Confira a seguir mais detalhes sobre algumas empresas localizadas nos pavilhões AMs: Rodrigues Melo Embalagens: O grupo possui mais de 40 lojas espalhadas pelo Brasil, além de indústrias que permitem baratear os preços para o mercado atacadista. O carro-chefe são sacos e sacolas plásticas, mas a empresa possui uma linha completa de embalagens para supermercados, açougues, padarias, escritório e também para uso doméstico. Agronippo: Especializada na produção e comercialização de produtos saudáveis. Desde 1971 une alta tecnologia e cuidado artesanal na produção, que inclui broto de feijão, soja, massa de peixe, massa de batata, grãos, cereais e cogumelos. São responsáveis pela fabricação da famosa bebida Mupy, que combina suco de fruta e leite de soja. O Mupy começou a ser fabricado no Brasil pela Agronippo em 1979, um anos após a primeira bebida à base de soja ser lançada no mundo. Quase 35 anos depois, a empresa está lançando a versão Mupy Ykons Zetto, que não leva açúcar em sua composição. Além disso, a nova embalagem aposta na interação com o público e traz personagens exclusivos. Para o lançamento, a Agronippo utilizou o talento de uma jovem designer australiana, Yunyeen Yong. Os desenhos feitos por ela já estampam a nova versão da bebida. Rede Orgânica: oferece alimentos da Cultivar Orgânicos, certificados pela Ecocert Brasil, empresa que garante a origem orgânica dos produtos. Desde 2005 na Ceagesp, adota rígidos controles de higiene, qualidade e respeito ao meio ambiente e à saúde dos consumidores. Além de frutas, verduras e legumes, a empresa comercializa alimentos processados - e também orgânicos - como molho de tomate, sucos de frutas e vinho. La Violetera: Comercializa frutas secas, azeites, azeitonas, conservas e outros itens de vários lugares do mundo desde 1928. Agrupa as marcas La Violetera, Mastroiani (delícias da gastronomia mediterrânea) e La Preferida (produtos com boa relação custo x benefício).


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Ceasas do Brasil

novembro de 2013

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

ECONOMIA

Índice Ceagesp recua 1,18% em outubro

Mamão papaya -45,3%

Tomate 30,6%

(-12,9%), repolho (11,9%), espinafre (-10,3%). As principais altas foram rabanete (33,1%), brócolis (15,1%) e rúcula (19,3%). No setor de diversos a redução foi de 12,24%. Principais baixas: cebola do estado SP (-54,9%), bata comum (-7,2%), batata lisa (6,8%), ovos branco (6,4%). Não houve elevações no setor. Por fim, o setor de pescados registrou queda de 1,85%. As principais baixas foram do atum (-13,3%), tainha (7,2%), pescada (-5,4%), curimbatá (3,8%). Os principais aumentos foram da abrotea (12,8%), espada (10,8%), polvo (6,6%) e anchovas (6,3%).

quentes altas temperaturas e chuvas frequentes nas regiões produtoras é que este quadro deverá se modificar. As frutas, mesmo com o maior volume ofertado em novembro e dezembro, deverão sofrer majorações em razão da maior procura, principalmente nas semanas que antecedem as festas de Natal e Ano Novo. A exemplo das frutas, os pescados também deverão apresentar preços maiores, principalmente em dezembro. Além do maior volume de chuvas, a época de defeso de algumas espécies, quando a pesca é proibida, tendem a acarretar diminuição no volume de produção/extração.

Legumes, verduras e diversos deverão permanecer com preços bastante satisfatórios ao consumo. Somente com a entrada do verão e as conse-

Com o objetivo de traduzir melhor a situação do mercado, em 2012, o Índice Ceagesp passou por uma revisão e foram acrescentados mais produtos

Tendência:

Em outubro, o Índice de preços Ceagesp recuou 1,18%. O setor de diversos, influenciado pela queda de preços da batata, ovos e, principalmente, da cebola, contribuiu para a redução do indicador. Todos os setores, porém, apresentam boa qualidade e ótimas opções de compra para os consumidores. “Esta é uma época muito favorável à produção. As altas registradas no 1º trimestre foram revertidas e o índice Ceagesp registra números inferiores aos indicadores que medem a inflação no país. Um claro sinal que os preços dos alimentos in natura ajudarão a manter os índi-

ces do setor equilibrados”, destaca Flávio Godas, economista da Ceagesp. O setor de frutas apresentou retração de 0,42%. As principais quedas foram mamão papaya (-45,3%), manga Tommy (-25,1%), Goiaba (-18,8%), limão Taiti (-13,5%) e mamão formosa (-11,9%). Principais altas: laranja lima (20,4%), carambola (20,3%), maracujá doce (17,8%), morango (12,8%). O setor de legumes registrou elevação de 1,27%. As principais altas ocorreram no tomate (30,6%), chuchu (24,4%), mandioca (19%) e mandioquinha (17,1%). Registraram queda o pimentão vermelho (-47%), a cenoura (-26,3%), o pepino japonês (-23,6%), e o jiló (-15,4%). Já o setor de verduras caiu 3,81%. As principais quedas do setor foram beterraba com folhas (-17,6%), cebolinha (-15,9%), alface americana

Alface americana -12,9%

Índice Ceagesp

No ano, o índice apresenta elevação de 0,54% e, nos últimos 12 meses, 1,35%

Cebola -54,9%

à cesta, que agora contabiliza 150 itens. Pera, atemóia, abóboras, inhame, cará, maxixe, cogumelo, berinjela japonesa, hortelã, moyashi, orégano, ovos vermelhos, além das verduras hidropônicas como alfaces, agrião, rúcula, são os novos produtos acompanhados pelo Índice, pois tiveram entradas regulares durante todos os meses de 2011. Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice Ceagesp é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela Ceagesp, que é referência nacional em abastecimento.

Anchova 6,3%

Usina de biogás da Ceasa RS reduzirá em até 75% as emissões de gases de efeito estufa

As obras da Estação de Manejo e Transbordo de Resíduos da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/ RS) estão 52% concluídas, sendo que na próxima semana têm início a colocação do telhado na edificação de alvenaria com 440m² localizada na área do complexo, na zona norte de Porto Alegre (RS). A previsão de término da obra é em até 45 dias, possibilitando dar início a segunda etapa do projeto de desenvolvimento de uma Usina Modular de Biogás de 660 KVA com gerenciamento remoto, por meio automático ou humano, atendendo os conceitos de Smart grid. O projeto é resultado de

uma chamada estratégica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),e faz parte dos investimentos que as distribuidoras de energia elétrica devem fazer na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Além disso, em 2010 o Brasil aprovou a primeira Lei Nacional de Resíduos Sólidos, onde a partir do ano que vem apenas os resíduos sem viabilidade econômica para a recuperação deverão ser depositados em aterros sanitários, e lixões a céu aberto e aterros controlados deverão ser fechados. A assinatura do projeto, pelo presidente da Ceasa, Paulino Donatti, com o Grupo CEEE e o Senai/RS, por meio

do Conselho Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas (CETA), Escola Senai Nilo Bettanin e pela Faculdade Senai de Tecnologia, que desenvolveu uma bactéria especificamente para deteriorar hortigranjeiros, ocorreu no dia 22 de outubro, na Fiergs. Representando a federação assinaram o documento o presidente Heitor José Mullere o coordenador do Conselho de Meio Ambiente, Torvaldo Marzolla. Pelo Grupo CEEE, os diretores de Distribuição, Guilherme Barbosa, e de Planejamento e Projetos Especiais, Luiz Antonio Tirello. A usina dará destino ener-

gético a 7,2 milhões de toneladas/ano de resíduos da Ceasa. No ano passado, cerca de 38 toneladas/dia de resíduos foram produzidas, equivalente a produção diária de uma cidade de 50 mil habitantes. Além da energia gerada (660KVA), suficiente para um condomínio com cerca de 250 habitantes. Com a usina, que vai ficar dentro da Ceasa, numa área física de aproximadamente 1000 metros quadrados, não será mais preciso o deslocamento do transporte dos resíduos para o aterro sanitário, evitando também a emissão de 38 toneladas de carbono/ano. Segundo Donatti, “a meta com a construção da usina de bio-

gás e, posteriormente, de biofertilizante é aproveitar 70% do lixo orgânico produzido no complexo, com o objetivo de gerar até 30% de seu consumo energético”. O valor total do projeto é de R$ 3,37 milhões, sendo destes R$ 2,6 milhões para a compra de equipamentos que serão adquiridos pela CEEE. O restante caberá ao Senai-RS e à Ceasa, responsáveis por implementar a usina desde o fornecimento da área física para a instalação, operação e manutenção, além da provisão do material para o funcionamento, como um triturador para biomassa. A expectativa é de que a unidade esteja funcionando em dois anos.


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Fitossanidade

SEGURANÇA ALIMENTAR

Lei que regula emergência fitossanitária e zoosanitária é promulgada A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou, em 25 de outubro, a Lei 12.873, cujos artigos de 52 a 54 permitem ao Ministro da Agricultura estabelecer todas as medidas agronômicas e veterinárias necessárias para enfrentar situações em que é declarado oficialmente estado de emergência fitossanitária e zoosanitária. Com a promulgação da nova lei, o governo brasileiro terá maior flexibilidade de ação nos casos de emergências que envolvam pragas na agricultura ou na pecuária. Casos como os da Helicoverpa Armigera, da Mosca da Carambola e da Monilíase do cacaueiro podem representar grandes prejuízos para a sociedade brasileira e exigem estratégias rápidas e precisas de fiscais agropecuários e pesquisadores para garantir ações de defesa efetivas. De acordo com o texto, a

autorização emergencial, quando se tratar de agrotóxico, não será concedida a produtos que causem graves danos ao meio ambiente ou que não disponham, no Brasil, de métodos para desativação de seus componentes, de modo a impedir que seus resíduos remanescentes provoquem riscos à saúde pública. “É preciso esclarecer que os produtos que venham a ser autorizados – e ainda assim em casos emergenciais – devem estar também autorizados em grandes produtores, como os Estados Unidos e a União Europeia, que obedeçam as normas internacionais em relação à segurança alimentar”, explica o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é responsável

ABr

por garantir a sanidade dos vegetais e saúde dos animais dentro do território nacional para a segurança alimentar de

toda a sociedade brasileira. Em complementação a nova lei, deverá ser editado um decreto regulamentador que preverá

as etapas específicas e procedimentos para implementação de ações de emergência fitossanitária e zoosanitária.

Valor de produção agropecuária em 2014 deve somar R$ 440 bi Estudos preliminares para 2014 apontam que o valor de produção das lavouras e da pecuária (VBPA) pode somar R$ 440,56 bilhões. Para 2013, a expectativa é que esse valor seja de R$419,76, o que representa 9,6% a mais que 2012. A maior parte dos produtos analisados neste ano apresenta valor da produção superior ao do ano passado.

“É importante ressaltar que o valor para o próximo ano é baseado em informações ainda preliminares, representando somente um ponto inicial para o acompanhamento das informações daqui até 2014”, explica o coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

Do total estimado para 2013, R$278,72 bilhões referem-se às lavouras e R$141 bilhões à pecuária, ou seja, um crescimento de 9,2% e 10,5%, respectivamente, em relação ao ano passado. Os maiores destaques entre os produtos agrícolas são: o tomate, com aumento de 88,2%; a batata-inglesa, 46,9%; a laranja, 33%; a soja, 21,1%; o trigo,

16,7%; o fumo, 14,4%; e a banana, 11,3%. O arroz, a cana-de-açúcar, o feijão, a mandioca e o milho também apresentam comportamento favorável, porém com percentuais menores que os anteriores. Na pecuária, a carne de frango lidera o ranking de aumento real do valor da produção. Pode haver um aumento de 23% em relação a 2012. Os ovos e suínos

vem em seguida com 13,2% e 12,3% de crescimento, respectivamente. O pior desempenho vem sendo observado em bovinos e leite. “Com exceção dos preços da carne bovina, a melhoria de preços em 2013 com os demais produtos da pecuária tem sido um fator determinante para os resultados obtidos”, salientou Gasques.


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Fitossanidade

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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Publicação facilita a identificação de inimigos naturais de pragas agrícolas Uma grande dificuldade do agricultor que deseja utilizar a técnica de controle biológico é saber quem são e como agem os insetos que contribuem para a redução das pragas nas lavouras. Para auxiliar essa identificação no campo, a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) está lançando o Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas. Trata-se de uma publicação de bolso com fotos e informações básicas sobre os agentes naturais mais comuns utilizados no controle de pragas. Características necessárias para o seu reconhecimento, como por exemplo, tamanho e coloração são descritas no guia, que informa ainda qual a função de determinado inimigo natural no controle de pragas. A pesquisadora Alessandra de Carvalho Silva, especialista no assunto e editora da publicação, acredita que pelo caráter didático e pela facilidade com que pode ser levado para o campo, o livreto será bastante útil para os agricultores que pretendem fazer uso do controle biológico de pragas. O Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas não será vendido. A publicação está disponível para download no

site da Embrapa Agrobiologia, na Infoteca da Embrapa e também será distribuído gratuitamente para agricultores em ações de transferência de tecnologia como dias de campo, cursos e treinamentos. Alternativa ao uso de inseticidas

O controle biológico é uma alternativa ao uso de inseticidas que tanto mal podem causar à saúde do trabalhador rural, de consumidores dos produtos e ao meio ambiente. A técnica caracteriza-se pelo uso de organismos vivos, presentes na natureza, como por exemplo,os insetos que se alimentam ou parasitam, e os patógenos que causam doenças em insetos. A utilização dos insetos chamados de inimigos naturais pode ocorrer de duas formas: liberando-os na área de produção ou fazendo com que os insetos já presentes na área aumentem em número e permaneçam próximos aos cultivos agrícolas. Entretanto, em ambos os casos, o agricultor precisa saber distingui-los dos insetos que se alimentam de plantas, visando sua conservação no

local. “De nada adianta a presença de insetos benéficos nas lavouras se o agricultor confundi-los com os insetos que podem causar danos às plantas e não souber qual o papel deles na redução dos problemas fitossanitários”, diz Alessandra Carvalho. Segundo a pesquisadora da Embrapa, além de reconhecer os agentes naturais de controle, é preciso deixar claro que nem todos os insetos que se alimentam de plantas são pragas. “Muitos podem alimentar-se da lavoura sem colocar em risco a produção ou causar prejuízos econômicos ao agricultor, servindo apenas de alimento paraos inimigos naturais. O risco de um inseto, que alimenta-se de planta, tornar-se uma praga é proporcional ao grau de desequilíbrio que nós, homens, causamos na natureza ao escolhermos as práticas agrícolas”, esclarece Alessandra. Com o guia em mãos, o agricultor vai poder identificar o papel de diferentes insetos tão comuns nas lavouras como as joaninhas, tesourinhas, moscas, besouros e vespas que não causam mal algum aos cultivos e só auxiliam no controle de pragas como cochonilhas, pulgões, ácaros, lagartas e outros. FABIANO BASTOS

COMERCIALIZAÇÃO

Mais 24 municípios de MG estão livres da Sigatoka Negra Área agora é autorizada a comercializar bananas para todo o país O Estado de Minas Gerais teve 24 municípios oficialmente declarados como área livre da praga Sigatoka Negra. O reconhecimento foi publicado no dia 4 de novembro, no Diário Oficial da União. Com o reconhecimento, sobe para 86 o total de muni-

cípios mineiros autorizados a comercializar plantas e frutos da bananeira para qualquer local do País. As novas localidades reconhecidas são Araguari, Araporã, Cachoeira Dourada, Campina Verde, Canápolis, Capinópolis, Carmo do Paranaíba, Carneirinho, Cascalho Rico,

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

Centralina, Estrela do Sul, Gurinhatã, Indianópolis, Ipiaçu, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Patos de Minas, Prata, Rio Paranaíba, Santa Vitória, Tupaciguara, Uberaba, Uberlândia e Veríssimo. Além dos municípios de Minas Gerais, 12 estados brasileiros já foram considerados oficialmente áreas livres da praga. São eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco,Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe, além de 16 municípios do Mato Grosso do Sul. A Sigatoka Negra é causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet e atinge as folhas mais novas da bananeira, causando estrias (linhas) marrons. Com o avanço da doença, as folhas têm morte prematura e os prejuízos podem chegar até 100% da plantação.

Decretada emergência

fitossanitária na Bahia por causa de praga em lavouras O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária no oeste da Bahia, por causa da praga Helicoverpa armigera, lagarta que causa prejuízo principalmente às lavouras de milho, soja e algodão. O anúncio foi publicado no dia 4 de novembro no Diário Oficial da União. A declaração de emergência tem validade de um ano. O estado de emergência permite rapidez na adoção de medidas em casos que necessitem de controle imediato de pragas. O governo da Bahia terá au-

toridade para adotar ações de controle à lagarta nos próximos dias, que serão detalhadas no Diário Oficial. A declaração de emergência fitossanitária ou zoosanitária foi regulamentada este ano, por meio de decreto do Poder Executivo. A legislação prevê, inclusive, autorização para uso de agrotóxicos. No entanto, não podem ser usados produtos que causem graves danos ao meio ambiente ou para os quais o Brasil não disponha de métodos de desativação de componentes.


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CONFRATERNIZAÇÃO

Sindicar recebe autoridades de Osasco Sindicato estreita relações com a cidade paulista O presidente do Sindicato dos Carregadores da Ceagesp, José Pinheiro de Souza, o prefeito de Osasco, Jorge Lapas, o vice-prefeito, Valmir Prascidelli e o gerente de entreposto da Ceagesp, Edson Inácio, se reuniram no dia 12 de novembro para almoçar com amigos e membros do Sindicar na sede da associação. O entreposto paulistano e a cidade do entorno da capital sempre mantiveram uma relação estreita. O mercado, desde sua inauguração, utiliza muita mão de obra da região. “Estamos tão próximos que a Ceagesp quase fica em Osasco”, descontraiu Zé Pinheiro.

“Muitos carregadores e outros trabalhadores são osasquenses. Por isso, estamos sempre conversando com as autoridades para elevar a qualidade de vida dessas pessoas”, destacou o presidente. Zé Pinheiro nasceu no Piauí e chegou em Osasco em 1975, quando começou a trabalhar como carregador na Ceasa. Em 2009, lhe foi concedido o Título de Cidadão Osasquense pela sua colaboração com o crescimento da cidade. Durante o almoço, o ex -carregador agradeceu a presença do prefeito e do vice-prefeito e o carinho com que as autoridades tratam as causas dos trabalhadores do entreposto.

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Mercado

novembro de 2013 LILIAN UYEMA

HOMENAGEM

Abrindo as Portas Autor: José Daniel

Por Manelão

Prêmio O 28o Congresso da União Mundial de Mercados atacadistas (WUWM, na sigla em inglês), que aconteceu entre os dias 22 a 25 de outubro em Santiago, capital do Chile, pre-

miou a fotógrafa Lílian Uyema, funcionária da Coordenadoria de Comunicação e Marketing da Ceagesp, pela foto (acima) enviada para fazer parte do calendário 2014 da WUWM.

DIVULGAÇÃO

A CEAGESP abriu as portas No dia mundial da alimentação Para falar de frutas e hortas Sobre a estocagem de grãos Aqui tem o banco de alimentos Onde as entidades recebem argumentos E podem ser reconhecidas e cadastradas No banco estão nutricionistas Que são verdadeiras artistas Para que os alimentos sejam selecionados. Ao caminharmos pelo entre posto Recolhendo lindas frutas deliciosas Derramamos suor do rosto Entre estas frutas saborosas Que são doadas pelos permissionários Carregadores autônomos voluntários Estão colaborando no dia a dia É bonito este trabalho com a união No maior mercado da nação No exercício da cidadania. A entrada de cada mercadoria No banco esta sendo registrada A mesma é dada saída Para saber onde foi doada Uma vez por mês um cafezinho Um diálogo com carinho Mostrando este trabalho sério Lembrando a cada família Que Deus ao homem dê sabedoria No combate a fome zero.

CÁ ENTRE NÓS

O cheiro

Dia Mundial da Alimentação na Ceagesp A Coordenadoria de Sustentabilidade (CODSU) agradece a todos (as) que colaboraram para a realização do Dia Mundial da Alimentação. Gostaríamos de homenagear o poeta José Daniel, por sua ativa participação em todos os debates, assim como na arrecadação de doações. José Daniel à você, representando todos os carregadores, nosso muito obrigado!

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Sucesso O público aprovou o primeiro Festival do Pescado e Frutos do Mar Ceagesp. O evento que ressalta a importância do Setor de Pescados do ETSP deve

fechar, no próximo dia 30, com cerca de 30 mil frequentadores e consumo de mais de 20 toneladas de peixes e frutos do mar; metade disso só de camarão.

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O trânsito vai ficando enrolado, todos os comerciantes passam a descarregar mais hortifrutis, a população esquece do regime e, para compensar, insere no cardápio cotidiano frutas, verduras e legumes. E o produto é bom e não tem contra indicação! Após o grande sucesso da colheita da batata na horta da Nossa Turma, aceitamos o desafio que nos foi sugerido pela repórter do Globo Rural, Cristina Vieira, e plantamos tomate nos canteiros de onde saiu o tubérculo. Falamos com os produtores de tomate, pedimos aconselhamento e a maioria disse que seria difícil colher bons frutos sem ter uma técnica apropriada. Após uma grande peregrinação tentando saber qual semente deveria ser usada, o comerciante José Luiz Batista nos cedeu uma caixa de isopor com furinhos e cheia de mudas de tomates. Reunimos a criançada e com o dedo fiz os buracos na terra. Então, depositamos as mudas, as crianças aplaudiram e regaram as plantinhas. Após 30 dias de plantado, achei que o desenvolvimento estava bom e me deparei com uma planta cuja folha ficara ressequida e murcha. Fomos aconselhados pela Dra. Anita, do CQH, a erradicá-la. Aos 45 dias colocamos uma estaca para conduzir a rama do tomateiro e regamos as plantas com chorume de minhoca da nossa própria criação. Aí recebemos a visita de um tomateiro de verdade: José Luiz Batista. Esticamos arames presos em estacas e ele nos deu o pulo do gato nos ensinando a desbrotar


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o do Natal no ETSP o tomate e a pulverizar as plantas com calda bordalesa, além de deixar o pé com duas hastes. Quando tiver de dez a doze pencas, o ponteiro deverá ser podado para, assim, os tomates saírem homogêneos e graúdos. A variedade do tomate é pizzadoro. Todos os dias as educadoras passeiam com a garotada que fica admirada com o crescimento do tomate da Nossa Turma. Se tudo der certo, no dia da colheita o Globo Rural virá certificar a qualidade do nosso fruto. No futuro, esperamos que dessa turma se formem técnicos agrícolas e, quem sabe, até engenheiros agrônomos. No dia 10 de novembro realizamos o Sarau Cultural 100 anos de Vinicius de Moraes. O poeta dos carregadores, José Daniel Veloso, declamou um poema lindo. E todos os que participaram puderam ler uma poesia. Para coroar o Sarau com chave de ouro, o cantor Luicci interpretou músicas de Renato Rus-

so, Raul Seixa, Cazuza e foi muito aplaudido. Após o Sarau tivemos o Bingo da Solidariedade que contou com a presença maciça da comunidade. Os permissionários doaram frutas e legumes para as cestas. O Alemão AJM doou a máquina de lavar. A Nata Frutas, um tablet. Iguape, uma cafeteira elétrica. E a Campo Vitória doou o prêmio maior: mil reais. A Nossa Turma já tem a relação de crianças para serem apadrinhadas com a sacola de Natal. O kit consiste em uma roupa, um calçado e um brinquedo. Entre em contato para maiores detalhes: 3832-3366 ou 3643-3737 - falar com Kelli ou Adriana. No dia 14 de dezembro às 9h, o senhor José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Carregadores convida a todos para participarem da missa solene em homenagem à Santa Luzia, padroeira da Ceagesp. O celebrante será o bispo Dom Julio Endi Akamine. PAULO FERNANDO

PROJETO

O Censo Animal

O Censo Animal é um projeto social que realiza pesquisas nas ruas, escolas, empresas e também na internet sobre animais, coletando informações para realizar estudos com objetivo estimular comportamentos e atitudes que respeitem o bem estar animal e motivar a criação de projetos, programas e políticas públicas a favor dos animais. A sustentabilidade do projeto acontece a partir de anúncios publicitários no site, voluntários e apoiadores que divulgam ou oferecem seus serviços o projeto não aceita doações em valores preservando a imparcialidade, mas aceita doação de ração, brinquedos e remédios que serão encaminhados para entidades cadastradas. Idealizado por um grupo

de amigos o projeto é independente e não partidário, iniciou no Espirito Santo e busca parceiros para expansão em todo território nacional. Ações: Editar e distribuir publicações para estimular o bem estar animal, motivar a adoção, apoiar projetos e entidades tornando-se referência na consulta de informações sobre o mundo animal. Convidar pessoas interessadas a participar de feiras de adoção, divulgar entidades, conteúdo e notícias sobre o mundo animal. Missão

Conscientizar a população sobre a responsabilidade no problema de saúde pública que é o abandono de animais nas ruas.

Identificar e cadastrar receptores, facilitar o acesso da população a entidades, projetos e programas sociais ligadas a: guarda responsável, bem estar, saúde e proteção de animais. Parcerias: toda forma de ajuda é bem vinda! Apoiadores podem divulgar o projeto em sites, blogs e redes sociais, publicar releases, doar rações e brinquedos, incentivar colaboradores e amigos a responder nosso questionário. Na área de parceiros do site interessados encontram banners e possibilidades de parceria. Serviço: Censo Animal Av. Champagnat, 1040 1º Andar - Centro - Vila Velha Espirito Santo www.censoanimal.com.br | parcerias@censoanimal. com.br


novembro de 2013

Linha de semipesados Scania.

RINO COM

A distância entre você e um Scania ficou ainda menor.

Faz diferença ser Scania.

Cabine Scania.

• Mais conforto, segurança e visibilidade. • Melhor cabine da categoria.

Motores Scania.

• Novos motores de 9 litros, nas potências de 250 HP e 310 HP. • Maior torque e maior economia de combustível. • Maior durabilidade e resistência.

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Respeite os limites de velocidade.

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Caixa de câmbio automatizada Scania Opticruise (opcional). • Troca de marchas automática ou manual. • Mais economia de combustível e menor desgaste dos componentes do sistema de transmissão.

Guarulhos: (11) 2199-5000 / (11) 94250-7406 Vendedor Ceagesp - Danilo Rigolão: ID 29*106584

facebook.com/ScaniaBrasil

Vá hoje mesmo à sua Casa Scania para conhecer a nova linha de semipesados Scania. Mais informações no site www.semipesados.scania.com.br.

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