Um jornal a serviço do agronegócio
Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 130 | Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
Produção e mercado brasileiro de maçã
| Fruticultura |
pág. 8
Renar Maçãs colhe as frutas da sua integração com a Pomifrai A Renar Maçãs, pioneira na produção e comercialização de maçãs in-natura e processadas no Brasil, anuncia a finalização do processo de integração da Pomifrai Fruticultura com a preparação da safra pela primeira vez de forma integrada, e a continuidade do processo de gestão, com foco no crescimento sustentado. | Tomaticultura |
pág. 12
Tomate, um mercado que não pára de crescer globalmente O Brasil está entre os dez maiores produtores mundiais, mas precisa vencer alguns desafios para tornar-se um importante player no mercado global | Transportes |
pág. 24
Projeto promete abrir mercado para indústria nacional de máquinas agrícolas Com uma linha de crédito de US$ 640 milhões, destinada, principalmente, à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por produtores familiares, o Mais Alimentos África promete abrir novos mercados para a indústria nacional.
A maçã é a fruta de clima temperado mais importante comercializada como fruta fresca tanto no contexto internacional quanto no brasileiro.
| Fruticultura |
pág. 6
Agora o selo de capa tem um novo formato: 8,2 x 8,2cm. Mais destaque para o seu produto.
Editorial
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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio
Novo projeto gráfico: melhor visibilidade, diferenciação e facilidade na leitura
Atacado
Produto Legumes Frutas
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Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Local
Local Flores
Local
Produto
9h às 20h
Seg. a Sáb.
Flores
Atacado
Praça (Peixe, sardinha e congelados) AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
10h às 18h
Terça e Sexta
6h às 11h
Legumes Frutas
Local
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores)
Verduras
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
O Jornal Entreposto irá adotar compreenderão todas as pági*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, seco e banana o coco formato germânico fazendo nas, desde a capa até o suplemodificações Varejo no projeto gráfico mento bimestral sobre o meio a partir de abril. A proposta é ambiente. Produto Dias da semana Horário facilitar o manuseio do jornal A equipe responsável pela reVarejão Sáb. e Dom. 7h às 13h e proporcionar uma leitura forma trabalha a dois meses em MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3 mais Local dinâmica, valorizando o busca de um layout que irá harVarejão Noturno Quarta que, com 17h às 22h conteúdo jornalístico, monizar todas as páginas interPBCF – ampliado. Pavilhão (batata, cebola a mudança, será A e flores) nas. . “Pretendemos ter um jorPortão 7 Local facilidade de leitura oferecerá nal mais organizado e fácil de Flores Seg. e Quinta 10h às 18h maior visibilidade às notícias e ler. Será tipograficamente mais Local
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Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
Colaboradores Neno Silveira, Flávio Godas, Otávio Gutierrez, Anita Gutierrez e Manelão Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita
Redação Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edifício Sede II – Loja 14A - CEP 05314-000 Tel / fax: 3831-4875 / 3832-5681 / 3832-9121 / 3832-4158 E-mails:
Editoração Eletrônica / Artes Letícia D. Benetti Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues Web Master Michelly Vasconcellos
diretoria@jornalentreposto.com.br jornalismo@jornalentreposto.com.br comercial@jornalentreposto.com.br Os artigos e matérias assinadas não refletem, necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
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| Negócios |
forte e informativo”, comentou Paulo Cesar diretor do projeto. “Os jornais têm de estar dispostos a evoluir para atender as necessidades dos leitores. Hoje, todos querem estar melhor informados através de uma leitura rápida e dinâmica. O formato germânico atende muito bem isto”.
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Local Flores
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A cada edição uma análise diferente sobre produtos hortifrutículas O Jornal Entreposto irá trazer a cada edição uma análise ampla sobre produtos que estão na melPara receber o Jornal Entreposto on line, hor época de comercialização. Neste painel estará acesse o site: www.jornalentreposto.com.br, clique no ícone fale conosco e faça o exposto desde informações de plantio e classificaseu cadastro. ção que ajuda aos produtores e permissionarios até questões de logística e mercado interno. Nesta edição acompanharemos a maça. Confira a partir da página 4 informações sobre essa fruta que está presente na casa da maioria dos brasileiros.
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AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
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Praça (Peixe, sardinha e congelados) Seg. a Sáb.
9h às 20h
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
10h às 18h
Terça e Sexta
6h às 11h
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*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
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Quarta
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PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviรงo do agronegรณcio
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Editorial
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Fruticultura
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O ciclo da macieira Árvore que chega a 10 metros de altura. Tronco de casca parda, lisa e copa arredondada. Flores brancas ou róseas, aromáticas. Fruto globoso ou deprimido com uma profunda depressão no ponto de inserção da haste que o prende aos ramos. De coloração vermelha ou verde podendo apresentar pequenas manchas esverdeadas ou amareladas. Surge de fevereiro a abril. Durante o ano agrícola, a macieira tem dois ciclos, o vegetativo e o de dormência. O primeiro estende-se de outubro a maio e o segundo de junho a setembro.
Para melhor entendimento, apresentamos mês-a-mês o que ocorre com as árvores das variedades Gala e Fuji. Ciclo Vegetativo
Outubro - mês da florada, os pomares cobrem-se de flores, é a fase mais bela deste ciclo. Para auxiliar a polinização, são colocadas colméias de abelhas nos pomares na proporção de duas colméias por hectare. Normalmente neste mês são feitas as operações de raleio químico, cujo objetivo é provocar a queda de determinada quantidade de frutas recém po-
linizadas, visando o crescimento das frutas remanescentes em função de menor concorrência, já que em cada cacho floral ocorrem cinco flores e só podem ficar no final uma ou duas frutas por cacho. Novembro - fase do raleio manual, quando os agricultores retiram manualmente o excesso de frutas dos cachos, pois o raleio químico não elimina todas as frutas indesejáveis. Dezembro - nesta fase as frutas estão em pleno crescimento e os agricultores fazem trabalhos de limpeza de ervas daninhas e a retirada de alguns frutos que ficaram em excesso após o raleio manual. Janeiro - os agricultores continuam os trabalhos de limpeza e manutenção dos pomares. Nos
anos de chuva normal ou excessiva, faz-se necessário praticar a poda verde, visando eliminar os ramos que cresceram muito e impedem a entrada de luz nas plantas, o que prejudica a coloração das frutas. Nas regiões de menor altitude inicia-se a colheita da Gala. Fevereiro/Março - os meses de colheita da Gala. Nesta fase os agricultores trabalham no mínimo dez horas por dia e de seis a sete dias por semana. Só a chuva interrompe a colheita. Em regiões de menor altitude, inicia-se a colheita da Fuji no final de março. Abril/Maio - colheita da Fuji. O ritmo de trabalho nos pomares não diminue até que a fruta esteja toda recolhida nas câmaras frigoríficas. Ciclo de Dormência
Junho - após a colheita são feitas às operações de limpeza dos pomares. São retiradas as frutas caídas na colheita para evitar inoculo de doenças. Também os galhos rompidos e lascados são retirados. Nesta mesma fase inicia-se a queda das folhas. Julho/agosto - as árvores estão sem folhas e os agricultores executam a operação de poda, que têm como objetivo eliminar galhos velhos e provocar novas brotações, que darão origem a ramos que frutificarão nos próximos anos.
Setembro - neste mês são feitos os tratos culturais, visando o novo ciclo nas regiões de menor altitude ocorre o início da brotação e florada.
PRODUÇÃO O desenvolvimento comercial da cultura da macieira deu-se no início da década de 1970. Até então mercado brasileiro era abastecido totalmente por maça importada principalmente da Argentina. A produção mundial é de 55,542 mil toneladas sendo os maiores produtores a China, Estados Unidos, França e Turquia.
nas estatísticas internacionais na década de 1980, sendo que em 2001 atingiu a autosuficiência. Também figura nos países exportadores, onde anualmente vem exportando em torno de 60 mil toneladas. Os maiores municípios produtores são Fraiburgo e São Joaquim em SC e Vacaria e Bom Jesus no RS. A área plantada é de 32.000 ha.
O Brasil começou a aparecer
Cultivares A macieira é das frutíferas que dispõe de um maior número de cultivares, no mundo são descritas mais de 7.000, porém comercialmente são poucos os que se destacam.
A nível mundial as principais são: Red Delicious, Golden Delicious, Granny Smith, Fuji, Gala, Braeburn, Pink Lady, Jonagold, Elstar. No Brasil a produção de maçã esta concentrada em duas cultivares, Gala e Fuji que representam em torno de 90% da área plantada. As demais cultivares incluem a Eva, Golden Deli-
cious, Brasil, Anna, Condesa, Catarina, Granny Smith. Eva, Anna e Condesa são cultivares de baixa exigência em frio, para plantio em regiões mais quentes e produção em dezembro e primeira quinzena de janeiro. A Gala esta sendo substituído por clones de coloração mais
vermelha dos frutos como a Royal Gala, Imperial Gala e Galaxy. Seus frutos são colhidos nos meses de janeiro à fevereiro.
Fuji e seus clones Fuji Suprema e Kiku que também tem frutos mais avermelha-dos, produzem no mês de abril e maio, sendo uma fruta de sabor doce e muito suculenta.
Os programas de melhoramento genético vem criando cultivares com menor exi-gência em frio e resistentes a doenças destacando-se a Imperatriz, Daiane, Baronesa, Catarina e Joaquina, as últimas duas resistentes a sarna que é uma doença fúngicas que ataca folhas e frutos das macieiras.
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O resultado da pesquisa feita junto a 400 consumidores mostra que 77% deles não conheciam o sistema; 63% pagariam mais pela garantia de qualidade e de ausência de agrotóxicos; e que 62% consideram importante saber de onde veio e como foi produzida a fruta. Dos entrevistados, 12% estavam comprando o produto com selo pela segunda vez e destes, 96% perceberam diferença no sabor da fruta. As sugestões colhidas indicaram o desejo da identificação e certificação de outras frutas além da maçã.
Maçã certificada vende mais Embrapa divulga resultados da pesquisa feita em projeto-piloto de comercialização da fruta com selo do PIN”
No Rio Grande do Sul, 16 supermercados dos municípios de Bento Gonçalves, Farroupilha, Caxias do Sul, Gramado e Vacaria ofereceram ao consumidor maçã com o selo do Sistema de Produção Integrada (PIN), que vem acondicionada
na caixa do produtor. A venda marca o início do projeto-piloto coordenado pela Embrapa Uva e Vinho para divulgar o sistema, que garante qualidade e segurança das frutas. A iniciativa é pioneira em âm-
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bito nacional e funcionou de 14 de março até 13 de maio, com apoio da Embrapa Clima Temperado, redes de supermercados locais, Sebrae-RS, Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) e Ministério da
AUMENTO NAS VENDAS A rede Apolo/Super Cesa, uma das que participaram como parceira na distribuição, obteve incremento nas vendas. Nas lojas do supermercado Apolo, por exemplo, foi de 81% no mês de março em relação ao mesmo período do ano passado. A fornecedora da maçã Rasip Agropastoril, além de receber valor 10% maior pela fruta certificada, também vendeu mais. ‘Esperávamos comercializar 5 mil quilos no primeiro mês, mas atingimos 12 mil quilos no período’, conta o coordenador comercial da empresa, Claudiomar R. Basso. O representante da rede Cesa, Enio Lazzaron, diz que as redes de supermercados estão se articulando para buscar novos fornecedores. ‘Temos interesse em novas parcerias para comercializar outras frutas com o selo. A curto prazo, deveremos ter manga, mamão, uva de mesa, pêssego e morango’, prevê. A expansão está prevista para ocorrer até o fim do ano.
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Fruticultura
Produção e Mercado Brasileiro de Maçã A maçã é a fruta de clima temperado mais importante comercializada como fruta fresca tanto no contexto internacional quanto no brasileiro.
O cultivo da macieira é recente no Brasil e se estabeleceu por meio de grandes empresas atraídas por incentivos de políticas públicas. As empresas instalaram pomares e montaram toda a infra-estrutura de câmaras frigoríficas, transporte a frio e estrutura de comercialização.
A produção brasileira de maçã está concentrada na Região Sul, que é responsável por 98% da produção nacional. Em 1974, a produção brasileira de maçã era de apenas1.528 toneladas, passando a 48.715 toneladas em 1980 e, no início da década de 90 já eram produzidas 330 mil toneladas, evoluindo para mais de 800 mil toneladas no ano 2000. Na safra 2002/2003 foram produzidas 842.256t de maçã sendo 475.095t provenientes do Estado de Santa Catarina e 375.095t do Rio Grande do Sul (Fig. 1).
A área plantada no Brasil, em 1972 era insignificante (931 ha), passando a 18.941 ha em 1980 e para 31.701 ha em 2003 (Fig. 2).
A maior parte da produção provém de três cultivares: Gala, Fuji e Golden Delicious. A cultivar Gala é a primeira a ser colhida, em fevereiro, representando 46% da produção total; a Fuji, cuja colheita se dá em abril, é a mais resistente para frigoconservação, participando com 45% da produção e a Golden Delicious, colhida em março, representa 6% da produção total, sendo os 3% restantes compostos por outras cultivares. Cerca de 80% do total de maçã produzida é destinada ao consumo in natura, comercializada especialmente via Ceasas, Ceagesp e grandes supermercados. A maçã destinada à agroindústria é de qualidade inferior e, normalmente não apresenta qualidade para ser comercializada para o mercado da fruta in natura. A maior parte da produção de maçã provém de grandes empresas, que cultivam extensas áreas, com avançado nível de integração vertical nas estruturas de classificação, de câmaras frias e de comercialização. A capacidade de armazenamento é 511.525 t, ou seja, cerca de
75% da produção nacional. Desta capacidade, 44% possui tecnologia convencional e 56% em atmosfera controlada.
Parte dos pequenos e médios produtores associa-se às grandes empresas atuando sob contrato, beneficiando-se da infra-estrutura dessas empresas, e parte está se organizando em associações para competir diretamente no mercado.
Os preços nacionais e internacionais da maçã têm decrescido devido ao aumento de produtividade. Esses preços variam de acordo com o volume produzido, época de comercialização, qualidade e variedades. Em 2003, a maçã foi comercializada no Ceagesp a um preço médio de 35,01 reais a caixa de 18 kg, 15%, superior à média do ano anterior. Até a década de 70, o Brasil importava praticamente toda a maçã consumida.
O aumento da produção da fruta permitiu ao Brasil substituir gradativamente as importações na década de 80 e início da década de 90. Em 2003, a fatia de mercado da maçã importada no mercado interno ficou em torno de 5%. Vale destacar ainda
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que, em 2003, o Brasil teve um saldo positivo no comércio internacional de maçã de U$22.069.944, portanto, passou de um país tradicional importador de maçã para exportador. A maçã brasileira, por ser uma fruta de sabor diferenciado daquela importada, mudou os hábitos do consumidor brasileiro, resultando no aumento do consumo, que se situa em 4,6 kg per capita. O consumo ainda é baixo comparado ao da Áustria (32,8 kg), Turquia (71,7 kg) e Bélgica (28,7 kg).
Os países do Mercosul também apresentam consumo mais elevado onde a Argentina consome 11,1 kg e o Chile 6,5 kg per capita.
Atualmente, com a implementação da Produção Integrada de Maçã, o Brasil atingiu um novo patamar de produção com foco na melhoria da qualidade, na segurança alimentar e na preservação ambiental, atendendo as exigências de um consumidor mais consciente.
O programa de Produção Integrada de Maçã (PIM), que foi o pioneiro neste tipo de abordagem no Brasil, começou a
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ser elaborado em 1996, pela Embrapa Uva e Vinho, diante da constatação da crescente exigência dos mercados consumidores por produtos mais “limpos” e por sistemas de produção menos agressivos ao ambiente. Na safra 2001/2002, foi encerrada a fase d pesquisas por diversas instituições, quando, além de desenvolvido e ajustado, o Sistema de Produção Integrada de Maçã foi validado. Na safra 2002/2003 foi implantado o sistema de certificação com adesão espontânea junto às entidades certificadoras. Atualmente, os pequenos produtores, estão se organizando em associações ou cooperativas para também terem acesso à certificação.
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Companhia consolida-se como a terceira maior produtora de maçãs do Brasil, gerando redução de custos de aproximadamente R$ 14 milhões anuais
Renar Maçãs colhe as frutas da sua integração com a Pomifrai e anuncia estratégia de atuação para 2011 A Renar Maçãs (RNAR3), pioneira na produção e comercialização de maçãs in-natura e processadas no Brasil, anuncia a finalização do processo de integração da Pomifrai Fruticultura com a preparação da safra pela primeira vez de forma integrada, e a continuidade do processo de gestão, com foco no crescimento sustentado.
A finalização do processo de integração da Pomifrai Fruticultura consolida a Renar entre as três maiores produtoras de maçãs do país, com perspectiva de produção própria de quase 70 mil toneladas em 2011. Por meio de um sistema altamente moderno, com tecnologia de ponta e com responsabilidade sócio-ambiental, esta cultura atinge padrões de qualidade reconhecidos mundialmente pelo mercado.
Durante 2010, a companhia passou por um necessário período de reestruturação, com foco na integração das operações da Renar e da Pomifrai, mudanças coorporativas, redução de custos produtivos e renegociação do passivo. Toda esta etapa de reestruturação foi
liderada pelos ex-diretores Luciano Aurélio e Wendell Finotti, possibilitando a criação de uma plataforma para o crescimento sustentável e a contratação dos novos executivos, estes agora com larga experiência em empresas de alimentos e frutas e em crescimento.
Alexandre Biselli, com atuação em cargos de liderança em empresas nacionais e multinacionais como Nestlé e Faber Castell, assumiu o posto de diretor presidente, com a missão de consolidar o crescimento da receita da Companhia, tanto no mercado doméstico com no internacional. Junto a ele estão o diretor comercial Marcelo Holtz, com 14 anos de experiência na venda de frutas em empresas como Del Monte e Fischer, e o diretor financeiro Waldir Candelária, coma larga experiência em controladoria, finanças e gestão comercial de empresas de alimentos e bebidas como Pepsico, Cadbury Schweppes e Inbradoce. “Em 2011, a diretoria executiva da Renar é focada na consolidação das iniciativas de redução de custo desenvolvidas durante
2010, crescimento de receitas e no fortalecimento das relações comerciais”, afirma Biselli. Em razão do ciclo da safra da maçã ser anual, estima-se que a safra de 2011 refletirá as reduções de custos produtivos realizados no ano passado, com economias na ordem de R$ 9 milhões anuais, além dos R$ 4,8 milhões anuais de sinergias decorrentes da fusão das duas empresas. “As reduções de custo e a reestruturação corporativa realizadas durante o ano de 2010 foram fundamentais para que a Renar pudesse ingressar nesta nova fase de crescimento. A estrutura administrativa da empresa consolidada hoje é menor do que as estruturas individuais da Renar e da Pomifrai antes da fusão. A prova disto é que estamos com oito meses consecutivos de fluxo de caixa operacional positivo”, complementa Biselli.
A nova fase da Renar coincide com o momento de recuperação no mercado de maçãs. O preço de mercado, que havia sido excessivamente depreciado em 2009 e no início de 2010,
apresentou significativa recuperação no segundo semestre do ano passado. “A redução de aproximadamente 15% na safra nacional de maçã em 2011 vai contribuir positivamente para a contínua recuperação de preços neste ano, algo que já estamos sentindo no início da colheita”, afirma Marcelo Holtz, Diretor Comercial da Renar.
Renar Maçãs S.A. A Renar Maçãs (BM&FBovespa: RNAR3) é pioneira na produção e comercialização de maçãs innatura e processadas no Brasil. A companhia possui modernas instalações de plantio, processamento e armazenagem de maçãs. A Renar possui aproximadamente 5.900 hectares de terras nas melhores áreas de cultivo de maçãs no Brasil, capacidade de classificação e embalagem de aproximadamente 90.000 toneladas por ano e de armazenagem de 49.000 toneladas de frutas. O sabor e a qualidade dos produtos Renar são encontradas em grandes redes varejistas nacionais e internacionais, indústria nacional e internacional e grandes distribuidores.
“Estamos iniciando o ano em um patamar completamente diferente do ano passado, a companhia está em um estágio muito mais avançado, operacionalmente e financeiramente. Tenho certeza de que a movimentação realizada terá impacto direto e positivo nos negócios da companhia”, conclui Biselli.
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Exportação de maçã favorece o resultado das empresas Com o encerramento da safra de maçãs no País, o setor já se prepara para recuperar o faturamento anual, que no ano passado foi prejudicado pela quebra de safra na agricultura. A produção de maçãs, nesta safra, foi 29% superior à da safra passada, chegando a cerca de 848 mil toneladas. Do volume total, 13% foram destinados ao mercado externo, o que contribuirá para uma melhora no resultado financeiro do setor. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs (ABPM), as exportações praticamente dobraram este ano. No primeiro semestre de 2007 -período em que ocorre a safra- o setor embarcou 110 mil toneladas da fruta, ante 57,15 mil toneladas registradas no primeiro semestre de 2006. A receita obtida com os embarques da fruta somaram US$ 65 milhões, ante US$ 31,9 milhões no ano passado. Segundo o presidente da ABPM, Pierre-Nicolas Perez, o bom desempenho das vendas externas de maçãs foram os estoques reduzidos na Europa e a recuperação dos preços no mercado europeu. “O volume exportado este ano foi o segundo maior da história do setor e o preço médio em euro foi o maior jamais apurado”, afirmou. A procura pela maçã brasileira no mercado internacional também tem aumentado em função da melhora na qualidade dos frutos colhidos. Segundo a ABPM, as variedades Royal Gala e Fuji são a cada ano mais procuradas por outros continentes. Fischer
Apesar de não revelar os dados de exportação e faturamento, a direção da Fischer Fraiburgo Agrícola Ltda., maior produtora de maçãs do Brasil, informa que as vendas externas da empresa foram maiores este ano e devem contribuir de forma positiva do balanço final da empresa. A Fischer, que produz as maçãs com a marca Turma da Mônica, responde
por 22,5% da produção do Estado de Santa Catarina e por 11,3% da produção nacional. Vale lembrar que o Estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçãs, com mais de 1,5 mil produtores.
O quadro de pessoal fixo da Fischer, que está instalada no município de Fraiburgo, é de 1,75 mil funcionários A companhia conta com 3,4 mil hectares destinados ao cul-
tivo de maçãs. Conta com três unidades de processamento e armazenagem, com uma área superior a 65 mil metros quadrados. Sua capacidade de armazenagem gira em torno de
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70 mil toneladas, sendo suas câmaras frias equipadas com controle de atmosfera totalmente automatizadas.
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Setor da pomicultura reivindica incentivos Um dos principais segmentos da fruticultura brasileira - a pomicultura (maçãs) pede incentivos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para contemplar alguns pleitos. Em recente reunião, o deputado federal Afonso Hamm (PP/RS), que preside a Frente Parlamentar da Fruticultura Brasileira, o presidente da sub-comissão da Fruticultura, Florestamento e Cacau, deputado Odacir Zonta (PP/SC), Celso Maldaner (PMDB/SC) e Angela Amin (PP/SC) estiveram reunidos com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
Também esteve presente no encontro, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, Pierre Nicolas Peres. Na oportunidade, eles entregaram um documento reivindicatório do setor ao ministro. As demandas dos produtores brasileiros de maçã, que empregam de forma direta e indireta mais de 135 mil pessoas, foram apontadas ao ministro. Confira algumas necessidades do segmento na lista abaixo.
- Contaminação de embalagens com maçãs brasileiras identificadas na Finlândia; - Necessidade urgente de registro para novas moléculas; - Estender o monitoramento de resíduos destinado às exportações para à União Européia também ao mercado interno, inclusive importações; - Emissão de CFO nas regiões produtoras; - Controle de praga nas fronteiras; - Controle urgente da Mosca da Carambola; - Fiscalização da qualidade, em especial no período de colheita; - Programa de erradicação da Cydia Pomonella; - Crédito Rural com custeio de pelo menos R$ 2 milhões; - Marketing da fruta brasileira como política de saúde pública; - Aberturas de mercados para Exportação; - Importação da China que seria catastrófica sob o ponto de vista técnico e econômico. Recentemente o governo federal liberou R$ 700 mil reais para o controle da Cyda Pomonella. Tratase de uma das principais pragas da pomicultura em nível mundial, sendo que apenas o Brasil, Japão e Taiwan não possuem praga em pomares comerciais. A Argentina, principal exportadora de maçã ao Brasil, está entre os países com maior incidência do inseto.
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Santa Catarina: cooperativa investe em produção sustentável na cultura de maçã
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São Joaquim/SC - O conceito atual de qualidade não requer apenas dar atenção ao produto. Para garantir uma produção agrícola sustentável, a Cooperativa Agrícola de São Joaquim (Sanjo), adota uma série de procedimentos visando preservar a saúde do consumidor, do trabalhador,
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além de proteger o meio ambiente. Para manter um padrão de qualidade a cooperativa, fundada em 1993 e atualmente com 76 cooperados, adotou desde 1997 a Produção Integrada de Maçã (PIM). Com 900 hectares e uma produção por safra de
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aproximadamente 34 mil toneladas de maçãs, em todas as fases de produção, armazenagem e classificação, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), por meio de empresas credenciadas, realiza vistorias para verificar a adoção de normas estabelecidas. É feita uma análise criteriosa
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desde a implantação do pomar à entrega do produto ao consumidor. Nesta colheita, os fiscais ficaram 15 dias e encerraram a auditoria na semana passada.”Após a implantação do programa houve uma constante evolução na produção. Todos devem estar atentos as exigências,
o que ocasiona uma adequação a qualidade necessária ao mercado”, afirma Makoto Umemiya, diretor do packing da Sanjo. O produto com aprovação final, recebe um selo oficial para garantir a qualidade da fruta e do histórico da produção.
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Bahia aposta em maçã e colhe 1ª safra Um dos principais pólos exportadores de frutas do país, a Bahia agora está investindo em uma nova atividade agrícola. De acordo com a Secretaria da Agricultura, no final deste ano o Estado começa a colher sua primeira safra comercial de maçã. Fruta característica de clima temperado, a maçã baiana está sendo cultivada pela empresa Bagisa em uma área de 50 hectares no município de Ibicoara, na Chapada Diamantina, onde a temperatura pode chegar a menos de 10 graus centígrados no inverno. “O foco da produção é o mercado nordestino”, disse o superintendente da empresa, Mauro Bennach.
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De acordo com ele, a maçã cultivada na Bahia é da variedade Eva, que já vem sendo plantada em São Paulo e Minas Gerais.
“A variedade não exige tanto frio quanto as do tipo Gala e Fuji, encontradas nas áreas mais tradicionais do país, situadas principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina”, disse.
Plantadas entre o final de 2005 e o início deste ano, as macieiras estarão produzindo a plena carga em 2009. “A nossa expectativa é produzir, em média, 40 toneladas por hectare”, acrescentou o superintendente da Bagisa.
Atualmente, a Chapada Diamantina se destaca na produção de batata, tomate e cafés. Junto com a maçã estão sendo cultivados 30 hectares de ameixa e uma área menor com tangerina. Bennach lembra que houve dúvidas sobre o sucesso do plantio da batata nos anos 80 -”hoje um sucesso comprovado”. Nos anos 90 foram os tomates. “Agora, tenho certeza que é a vez das frutas.”
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Tomate, um mercado que não pára de crescer globalmente O Brasil está entre os dez maiores produtores mundiais, mas precisa vencer alguns desafios para tornar-se um importante player no mercado global
O tomate, originário da América do Sul, é cultivado em quase todo o mundo, e a sua produção global duplicou nos últimos 20 anos. Um dos principais fatores para a expansão da cultura é o crescimento do consumo.
Entre 1983/85 e 2003/05, a produção mundial per capita de tomate cresceu cerca de 36%, passando de 14 kg por pessoa por ano para 19 kg, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). O crescente consumo de tomate está relacionado, entre outros fatores, à consolidação de redes de fast food, que utilizam essa hortaliça nas formas processada e fresca. Além disso, a presença da mulher no mercado de trabalho, aumentando a necessidade de maior rapidez no preparo de alimentos, elevou a demanda por alimentos industrializados ou semiprontos – no caso do tomate, principalmente na forma de molhos pré-preparados ou prontos para consumo, como os catchups. Mais recentemente, a demanda por tomate foi reforçada pela busca de alimentos mais saudáveis, favorecendo também o crescimento da venda do produto fresco. O tomate é um alimento funcional devido aos altos teores de vitaminas A e C, além de ser rico em licopeno. Pesquisas apontam que o con-
sumo dessa substância, presente tanto no fruto fresco como no processado, ajuda na prevenção de cânceres, principalmente aqueles relacionados ao aparelho digestivo. Outra importante mudança no mercado global de tomate foi a distribuição das áreas de cultivo, com países desenvolvidos, como os da América do Norte e da Europa perdendo participação para os asiáticos. Os investimentos pesados do governo chinês no desenvolvimento da região noroeste do país, uma das mais pobres, alavancaram a produção do fruto, principalmente na década de 90. Em 2005, a China já era responsável por aproximadamente 25% de todo o tomate produzido no mundo. Essa região é constituída por planaltos (1.000 m de altitude) e reúne condições ideais para o cultivo de tomate industrial. Foram instaladas inúmeras indústrias de processamento no país.
Em termos de crescimento percentual, o continente africano ultrapassou o asiático nestes últimos 20 anos, com sua produção se ampliando em cerca de 150% nesse período, segundo dados da FAO. Em 2005, o continente já era responsável por cerca de 12% de todo tomate produzido no mundo, alcançando o volume produzido na América do Norte. Além da rápida difusão de tecnologia, também a redução das barreiras tarifárias e a consolidação de grandes traders mun-
diais de hortaliças têm feito o tomate africano ganhar cada vez mais importância no mercado europeu. Para os próximos anos, a tendência é que a exportação de tomates frescos e processados por países africanos mantenha o ritmo de crescimento. Já os Estados Unidos, segundo maior produtor mundial, não apresentou grande elevação no volume produzido nesta década em relação à anterior. Após significativa expansão e consolidação na década de 90, a produção norte-americana se estabilizou em 11 milhões de toneladas (2003-05). O acelerado crescimento da indústria de processamento de tomate na década passada, principalmente no estado da Califórnia, aliado ao crescimento da produção chinesa, desvalorizou a pasta de tomate no final dos anos 90. Esse cenário gerou a falência de grandes empresas do setor e a conseqüente redução na capacidade de processamento dos Estados Unidos. Apesar do baixo crescimento da produção nos últimos 10 anos, o rendimento da cultura do tomate nos Estados Unidos avançou muito. A adoção de híbridos cada vez mais produtivos, a intensificação no uso de insumos e avanços em tecnologia
de irrigação contribuíram para que esse mercado aumentasse sua produtividade em 40% nas últimas duas décadas. Hoje, o rendimento norte-americano é de cerca de 67 toneladas por hectare, enquanto que a média mundial é de apenas 27 t/ha. Quando o assunto é produtividade, se destacam Holanda e Bélgica. A escassez de áreas motiva o cultivo cada vez mais intensivo nessas regiões. A maior parte da produção nesses países acontece em estufas, gerando rendimentos superiores a 450 t/ha/ano.
Apesar dos avanços na produtividade em muitos países, o rendimento médio mundial pouco avançou, passando de 23 t/ha na década de 1980 para apenas 27 t/ha neste início de século. Parte dos maiores produtores mundiais de tomate ainda apresenta pequeno rendimento, por conta da baixa tecnologia aplicada e do uso de variedades menos produtivas. Cerca de 80% da produção da China, maior produtor do mundo, é realizada com plantas de polinização aberta, que tem rendimento inferior ao dos híbridos. A produtividade no país é de aproximadamente 25 t/ha, inferior à média mundial, portanto. A difusão no cultivo de to-
mates híbridos, do tipo longa vida, além de ser outro fator importante para o aumento na produtividade, tem contribuído muito para o avanço do comércio internacional. Os híbridos são mais resistentes ao póscolheita, o que contribui para a comercialização do produto in natura em distâncias maiores. Apesar dos avanços, o comércio internacional de tomate ainda é relativamente pequeno.
Das mais de 120 milhões de toneladas de tomate produzidas no mundo, apenas 4,5 milhões são exportadas in natura. A Europa, sozinha, é responsável por mais da metade desse volume. Das 2,5 milhões de toneladas exportadas por esse bloco, 2,3 milhões são comercializadas entre países da própria União Européia, indicando que o comércio de tomate fresco ainda é regional. Apesar dos avanços em termos de pós-colheita, deve-se levar em conta que o tomate ainda é um produto perecível, seu transporte envolve custos altos e exige elevada eficiência logística. Na maioria das regiões, políticas de fronteiras, como barreiras tarifárias e fitossanitárias, também são grandes empecilhos para a difusão das práticas de comercialização do produto fresco.
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Apesar de restrito, o comércio do tomate in natura gera maiores receitas em termos de exportações que os produtosprocessados, devido ao maior valor agregado do tomate fresco. Segundo os dados da FAO, em 2004, a comercialização do produto in natura gerou US$ 4,5 bilhões, enquanto que as exportações de pasta de tomate somaram US$ 1,7 bilhão no mesmo período. O rápido crescimento na produção de processados de tomate tem gerado constante redução nos preços da pasta no cenário mundial e prejudicado os países que têm custo de produção elevado. A tendência de esses países adquirirem pasta de outros mais competitivos deve se intensificar. Nesse contexto, o destaque mais uma vez é a China.
Apesar de não ter boa produtividade, consegue custos baixos e aumenta cada vez mais as exportações de pasta de tomate, tirando tradicionais processadoras do mercado. A própria Itália, maior exportadora do tomate enlatado, compra a maior parte da pasta que usa da China e reprocessa com a finalidade
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Tomaticultura
de atender o mercado europeu, principalmente. A produção em larga escala e a oferta de produtos de alta qualidade e a preços muito mais competitivos são os pontos fortes do ganho de competitividade da China.
Além disso, esse país comprou diversas unidades processadoras na Europa, para tornálas reprocessadoras do produto chinês. Nem mesmo as barreiras tarifárias, políticas de preços mínimos e outros subsídios europeus – tanto para a produção como para a exportação – têm sido suficientes para conter o rápido avanço das exportações da pasta de tomate chinesa.
A produção em larga escala e a oferta de produtos de alta qualidade e a preços muito mais competitivos são os pontos fortes do ganho de competitividade da China.
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Excesso de chuva prejudica produção de hortaliças em SP Alguns agricultores perderam toda a produção e consumidores já sentem o efeito As fortes chuvas das últimas semanas prejudicaram a produção de hortaliças na região conhecida como Cinturão Verde, em São Paulo. Alguns agricultores perderam toda a produção. O produtor rural Kazushi Tasato planta salsa em oito hectares no município de Mogi das Cruzes (SP) e colhe 300 maços por semana, porém já calcula ter perdido 25% da plantação.
“Se continuar chovendo muito a tendência é ter mais prejuízo ainda”, afirma Tasato. As plantações estão apresentando hortaliças amareladas, sem condições de serem
colhidas.
Em Santo André (SP), onde acontece uma feira permanente com produtos que vem direto do campo, podem ser constados os estragos do excesso de chuva. O engenheiro agrônomo da Prefeitura, Fábio de Benedetto, diz que as folhosas, salsinha e alface, foram as mais afetadas. O preço da caixa no atacado chegou a dobrar nos últimos dias. “Uma caixa de alface com 24 pés que na primavera custa em torno de R$ 12, chega a custar R$ 25 numa época de muita chuva–”, analisa Benedetto. No comércio, o prejuízo na la-
voura aparece no preço e na qualidade dos produtos à disposição dos consumidores. A dona de casa Mariza Garcia, compra hortaliças toda semana, e disse ter percebido a diferença na qualidade.
“A gente sentia que tinha repositor arrancando, arrumando, um pouquinho a alface, tirando algumas coisas estragadas, mas o preço não baixava “, diz.
O produtor e vice-presidente da Associação de Produtores, Josemir Moraes, mudou a plantação de um ano pra cá, deixou de trabalhar com alface, beterraba, cenoura e iniciou a plantação de cebolinha pois considera ser mais resistente. Segundo
ele, quem está plantando alface, beterraba e agrião está correndo mais risco.
“Teve gente aqui que perdeu tudo no mês passado por causa da chuva. Por experiência própria, que esta pessoa não está tendo bons lucros na safra dele”, explica. Os funcionários do produtor trabalham entre os intervalos de chuva, aproveitando para preparar os canteiros.
“Se eu vacilar, posso ficar até uma semana sem fazer este plantio. Isso acaba me desprogramando uma semana de colheita”, justifica.
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Pitaia, figo da índia e endívia são frutas e hortaliças que devagarzinho começam a ter espaço nas bancas dos mercados
Variante da chicória, a endívia tem suas peculiaridades, como a forma alongada e folhas tenras, compondo um broto amarelo claro. Enquanto a chicória é cultivada à luz, a cultura da endívia ocorre no escuro. Versátil, a hortaliça pode ser consumida crua, refogada, cozida no vapor ou assada, em receitas salgadas e doces, quentes ou frias. “Sugiro consumir a endívia em uma salada crocante, com bacon, batata-palha e salsão”, indica o gerente. A pitaia, apesar de ser uma fruta praticamente desconhecida, já pode ser comprada em alguns varejões da cidade. Silvestre e de colorido intenso, a fruta pode ser encontrada nas cores vermelha e amarela. Especialistas afirmam que a pitaia tem propriedade antioxidante que previne os radicais livres. “O gosto lembra o de um kiwi, só que um pouco mais aguado”, acrescenta Frederico. Outra fruta que tem conquistado os brasileiros é o figo da Índia, rico em açúcar e que contém bons níveis de potássio, magnésio, cálcio e vitaminas C, A, B1 e B2. “Esta fruta está tendo boa saída e consequentemente ficando mais conhecida.”
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Registro de problemas pós-colheita da lichia Estudo do CQH tem objetivo de prevenir o produtor para as próximas safras Allan Celin CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Contaminação do fruto por agentes microbiológicos
O que se tem notado é que os produtores costumam colher a panícula quando a maioria dos frutos atinge a maturidade, porém permanecem alguns frutos imaturos que prejudicam a homogeneidade de maturação do lote e consequentemente a satisfação do consumidor. A análise de um lote de um produtor que colhe fruto a fruto maduro, e não a panícula como um todo mostrou resultados muito superiores em todos os aspectos: pH, acidez total, Brix, atratividade, coloração, tamanho, rendimento, entre outras. O lote também recebeu preço superior aos outros.
O estudo da qualidade da lichia para o desenvolvimento de suas normas de classificação na Ceagesp permitiu o registro de alguns problemas pós-colheita da fruta comercializada entre novembro de 2009 e o início deste ano. O seu relato tem o intuito de alertar o produtor para a próxima safra, no sentido de prevenir a ocorrência desses problemas que de forma e graus diferentes depreciam o produto, prejudicando sua comercialização. Logo no início da safra alguns lotes apresentaram frutos com sintomas de podridão, com forte odor próprio de fermentação alcoólica, inviabilizando o consumo da fruta. Essa podridão parece estar relacionada ao ataque de larvas, muito semelhantes às da mosca-dasfrutas. Ao penetrar na fruta, a larva deixa um orifício circular na casca, que expõe a polpa a agentes microbiológicos nocivos. Ela se espalha nos frutos adjacentes, construindo novos orifícios, para alimentar-se da polpa da lichia. Todo o lote pode ser atacado pela larva – que nem sempre é facilmente percebida – e então contaminado por patógenos microbiológicos. O resultado acaba sendo o descarte do lote. Todavia, a podridão sem ocorrência de pragas associadas parece ser incomum. A lichia possui um pericarpo resistente e a variedade Bengal, a mais comercializada no entreposto, parece ter pouca suscetibilidade a microrachaduras, que também são responsáveis por facilitar a contaminação do fruto por agentes microbiológicos. Rachaduras e danos mecânicos que expõem a polpa são problemas graves. Assim como as microrachaduras, permitem a contaminação da polpa por
da e na lichia imatura ela é muito aparente quando se descasca a fruta.
Defeito muito indesejável no aspecto visual da lichia. Assemelha-se a uma pequena verruga
agentes infecciosos e em estágios mais avançados, a deterioração do fruto. Frutos geminados não parecem influenciar as qualidades sensoriais gustativas da lichia, porém é certo que depreciam o lote, tornando-o menos desejado pelo comprador/consumidor. Ainda podem ocorrer frutos abortados, sem polpa. Outro defeito muito indesejável no aspecto visual da lichia é aquele que assemelha-se a uma pequena verruga e suas causas ainda não estão claras. A fruta que apresenta esse defeito aparenta estar deformada e doente e quando a manifestação do sintoma é intensa, a lichia perde toda sua atratividade. O produtor deve verificar se causas deste problema são passíveis de correção ou prevenção, pois deve-se evitá-lo a todo custo. Foi observada a presença de
inseto semelhante ao ácarobranco em alguns frutos de lichia e inicialmente julgamos que o crescimento branco fosse ataque de fungo. As lichias são frutas tipicamente não climatérias, portanto o produtor não deve colher a fruta imatura. As análises feitas em laboratório para acidez total, teor de sólidos solúveis (oBrix) e pH, mostraram que a lichia colhida imatura pode até apresentar alto valor de sólidos solúveis, mas os seu baixo pH e alta acidez total promovem uma forte sensação de ácido no paladar, ao mesmo tempo que pouco se percebe o doce. Quando a lichia está madura, a acidez cai e o teor de sólidos solúveis se mantém, a polpa não está ácida e a sensação do doce é marcante. Na lichia madura a película interna que forma um tipo de contra casca não é nota-
O abortamento de semente, também conhecido como semente atrofiada ou língua-degalinha, resulta no crescimento de um fruto que não foi fecundado, deformado. O rendimento da polpa, verificado em laboratório, é superior aos frutos que apresentam sementes normais e o sabor é semelhante. As sementes das lichias são atacadas por insetos semelhantes a brocas. Eles formam galerias nas sementes e permanecem ocultos ali até o término do ínstar, quando abandonam o fruto. Apesar de não se alimentarem diretamente da polpa, suas fezes são lançadas para fora da semente e despejadas no arilo, afetando a comestibilidade do produto. Externamente, a presença da broca pode passar despercebida pelo comprador/ consumidor. Os atacadistas de lichia declararam que este ano o ácaro da erinose, que incide nas folhas da planta e ocasiona perdas de produção teve grande influência na produção. O produtor deve ficar atento para evitar o aparecimento deste inseto de difícil convivência, sem controle eficaz e que está provocando a erradicação de muitos pomares de lichia em plena idade de produção.
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CULTIVO
Alternância de produção da lichia Pragas, insolação e falta de minerais no solo explicam a alternância
Allan Celin CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
A lichia (Litchi chinensis Sonn.) é uma planta que apresenta alternância de produção de frutos. É comum que em um ano a produção seja abundante e no outro, insatisfatória. Esse fenômeno ainda não está completamente elucidado, mas as pesquisas já apontam para algumas das possíveis causas, como o déficit hídrico, temperaturas impróprias para a indução floral ou pegamento de frutos, incidência de pragas ou doenças, deficiência mineral do solo, insolação, entre outras mais ou menos importantes. Planta de clima subtropical e originária da Ásia, a lichia necessita de períodos frios para uma boa frutificação. Uma boa safra exige outono e inverno frios, com pelo menos dez o semanas a 15 C ou temperaturas inferiores, porém não inferiores a o zero. Temperaturas acima de 20 C conservam a planta em crescimento vegetativo, limitando seu florescimento. Alguns relatos registram que temperaturas muito altas no florescimento alteram a proporção entre flores masculinas e femininas, interferindo na polinização e na fixação dos frutos. Na primavera, período em que a já ocorreu a polinização da maior parte das variedades, acontece a fase de fixação dos frutos no ramo ou na panícula. O pegamento dos frutos, essencial a uma boa produção, está relacionado à temperatura e a níveis de insolação da estação. São necessárias temperaturas mais altas (20º a 25oC) e boa luminosidade para que o pegamento ocorra de modo satisfatório. O fator limitante para um bom desenvolvimento do fruto é a disponibilidade hídrica. Nesta fase, a ocorrência de chuvas é fundamental para suprir a demanda hídrica da planta, que utiliza água para o enchimento dos frutos. Se faltar água nesta fase, é provável que a fruta não atinja bom rendimento de polpa, podendo ocorrer também má formação ou até mesmo aborto. Neste caso, recomenda-se a irrigação do pomar.
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Qualidade
A evolução na comercialização de lichia na Ceagesp Beatriz Carolina Pimentel Allan Celim CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os dados de volume e distribuição mensal da oferta da lichia entre as safras de 1999 a 2000 e a safra de 2009/2010 permitem retratar a evolução da comercialização da lichia no entreposto paulista da Ceagesp durante a última década. A lichia (Litchi chinensis) é originária da China, uma fruta tropical e subtropical de alto valor
Evolução da oferta da lichia em toneladas, entre as safras de 19992000 e de 20092010
comercial, cujo fruto de boa qualidade é caracterizado por casca de cor vermelha e polpa translúcida e doce. A fruta entrou no Brasil por volta de 1810, pelo estado do Rio de Janeiro e hoje a sua produção está concentrada no Estado de São Paulo, principalmente na região da Alta Paulista. A colheita ocorre entre novembro e janeiro, atendendo a demanda trazida pelas festas de final de ano. A fruta é consumida principalmente in natura, mas também
Os dados de volume entre as safras de 2003-2004 e 2009-2010 mostram a bianualidade típica da lichia brasileira ao longo das safras, com variação grande de oferta entre uma safra e outra. A alternância na produção é explicada por especialistas pelas características genéticas da Bengal, a principal variedade de lichia cultivada no Brasil - e a que apresenta alto índice de produtividade. A oferta de lichia é concentrada de
pode ser consumida enlatada ou desidratada. Dentre os produtos processados estão sucos, vinhos, compotas, sorvetes e iogurtes.
Os registros de entrada de lichia na Ceagesp paulistana mostram entre a safra de 19992000 e a safra de 2009-2010, um crescimento de quase nove vezes, de 319.025 quilos para 2.718.204 quilos. O gráfico que ilustra este texto mostra a evolução mensal da oferta de lichia, ao longo das últimas dez safras.
novembro a janeiro, período que está sendo ampliado com o crescimento do plantio em Minas Gerais e Paraná. O mês de dezembro concentra a maior oferta de lichia e apresenta alta bianaulidade nos primeiros anos, mostra em dezembro de 2008 e dezembro de 2009 um crescimento contínuo do volume ofertado, que pode ser explicado por um aumento na área de produção da fruta.
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Atributos de valoração da lichia segundo os atacadistas da Ceagesp Coloração da fruta é considerada item mais importante na valorização
Beatriz Carolina Pimentel CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O desenvolvimento das normas de classificação de lichia, solicitado pelo professor da Universidade de Brasilia Osvaldo Yamanishi e por um grupo de produtores ao CQH da Ceagesp, exige o estabelecimento dos atributos responsáveis pela valorização e pela desvalorização da lichia. A melhor fonte de informação são os atacadistas que trabalham com o produto. Em janeiro foram entrevistados os 19 principais atacadistas de lichia, aqueles que receberam maior quantidade da fruta entre janeiro de 2009 e outubro de 2010. Os questionários aplicados foram estruturados em questões abertas, que permitem maior liberdade de resposta. Confira alguns resultados:
Evolução do volume de lichia em toneladas no mês de dezembro entre 2003 e 2009
A concentração da oferta em dezembro fica bem clara com o cálculo da participação do volume de dezembro em cada safra. A menor participação foi na safra 2005-2006 (47%) e a maior na safra de 2006-2007 (67%).
Nos anos de maior volume a participação de dezembro é maior que nos meses de menor produção.
Produção pode chegar a 200 quilos por planta
do na época de festas natalinas, quando a procura e os preços são maiores.
A planta tem vida longa e é rústica.
A lichia é uma planta originária da China onde tem status de fruta nacional. A lichieira é uma árvore subtropical com até 12 metros de altura e grande longevidade. A colheita ocorre de novembro a janeiro, atendendo o merca-
Os frutos são colhidos em cachos, a casca é rugosa, de cor vermelha e fácil de ser retirada. A polpa é gelatinosa e não é aderente ao caroço. Pobre em gorduras e calorias, a polpa é rica em água e ajuda a repor o líquido perdido pelo organismo nos dias mais quentes.
As doenças não são problemas. Com relação às pragas, eventualmente podem ocorrer brocas de tronco, mas para o combate do invasor não são utilizados produtos químicos. A produção média dos pés de lichia é de 150 quilos por temporada, podendo chegar a até 200 quilos.
A maioria dos atacadistas considera a coloração vermelha viva como a característica mais importante na valorização da lichia. A coloração esverdeada é considerada um fator importante de desvalorização. A homogeneidade de coloração é considerada necessária e um atributo importante na valorização do fruto pela maioria dos entrevistados. A importância dos defeitos na desvalorização da lichia, por ordem de ocorrência, varia. Em primeiro lugar vem o escurecimento, seguido por manchas escuras localizadas, imaturidade, podridão e dano mecânico. O escurecimento é considerado o atributo mais importante de desvalorização e deve ser um dos principais defeitos a serem esclarecidos e prevenidos na póscolheita. A embalagem é uma ferramenta de valorização da lichia. As frutas podem ser embaladas em cumbucas e a granel. A maioria dos atacadistas entrevistados consi-
dera que a utilização da cumbuca valoriza a lichia. O embalamento a granel é considerado por uma pequena parcela (14%) dos atacadistas um fator de desvalorização, em virtude da presença de galhos e folhagens, que são contabilizados no peso do fruto. Entretanto, segundo 36% dos atacadistas, a presença de galhos preserva a qualidade do fruto proporcionando maior conservação. A embalagem a granel é destinada principalmente para feirantes e sacolões. A padronização do peso das cumbucas em 500 gramas é considerada como um item de grande importância pelos entrevistados. A utilização de filme na cumbuca é citada por um quarto dos atacadistas como um atributo importante de valorização da lichia. Segundo eles, o filme proporciona maior proteção e conservação de fruto, melhor apresentação visual e menores atritos mecânicos durante o transporte, já que nesta embalagem o deslocamento dos frutos é menor. Somente um dos atacadistas considerou a doçura como um dos fatores quem motivam a escolha da lichia. A maioria dos atacadistas considera que tamanho e uniformidade são determinantes na valorização da lichia: frutos graúdos e tamanho igualado. Em resumo, a escolha em ordem de importância dos atributos responsáveis pela valorização começa pela coloração uniforme (25%), coloração vermelha viva (19%), cumbuca (16%), frutos graúdos (14%), padronização de peso nas cumbucas (12%), embalagem a granel (7%), filme nas cumbucas (5%), doçura (1%). A escolha em ordem de importância dos atributos responsáveis pela desvalorização da lichia começa pelo escurecimento (38%), frutos esverdeados (19%), manchas escuras localizadas (17%), embalagem a granel (7%), frutos imaturos (7%), presença de podridão (7%) e dano mecânico (5%).
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Um retrato da produção e comercialização de abacaxi Gabriel V. B. de Almeida CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
Os dados coletados pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em 2008 mostram que o mundo produziu mais de 19 milhões de toneladas de abacaxi. O Brasil, primeiro produtor mundial, colheu naquele ano 2,5 milhões de toneladas, o que significa 13% de tudo que foi produzido no mundo. O Brasil é seguido bem de perto pela Tailândia e Filipinas, cada um destes países asiáticos colheu aproximadamente 2,3 milhões de toneladas. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que contabiliza a produção em número de frutos e não em toneladas, registrou em 2008 a produção brasileira como 1,7 bilhão de frutos de abacaxi, o que significa mais de oito abacaxis para cada brasileiro. O maior estado produtor é a Paraíba que colheu 345 milhões de frutos, seguido de Minas Gerais (265 milhões), Pará (261 milhões), Bahia (170 milhões), Ceará (100 milhões), Rio Grande do Norte (91 milhões) e São Paulo (70 milhões). Os dados das notas fiscais recolhidas na portaria do ETSP (Entreposto Terminal São Paulo) da Ceagesp são a fonte de informação do SIEM (Sistema de Informação e Estatística) da SEDES (Seção de Economia e Desenvolvimento), que registrou em 2010 27,6 milhões de abacaxis ‘Pérola’ e 9,3 milhões de abacaxis ‘Smooth Caynne’ que é popularmente conhecido como ‘Havaí’ ou ‘Havaiano’. Os números do ‘Pérola’ foram menores que os de 2009, quando foram vendidos 30,9 milhões de frutos, uma redução de 7% no volume de um ano para o outro. O ‘Havaí’ teve um ligeiro crescimento de 5% no ano passado sobre a quantidade de 2009, ano em que foram comercializados 8,8 milhões de frutos no entreposto paulistano. A comercialização no ETSP corresponde a 10% ou 12% do total da produção brasileira. Se considerarmos os pesos médios dos abacaxis brasileiros levantados pelo extensionista da Emater paraibana, Leôncio da Costa Vilar, a comercialização no ETSP em 2010 equivaleu, em uma aproximação grosseira, a 43
mil toneladas de ‘Pérola’ e 22 mil toneladas de ‘Smooth Caynne’ ou ‘Havaí’. No ano passado, 190 atacadistas do ETSP comercializaram abacaxis, mas apenas dez foram responsáveis por mais de 50% do volume. A maior parte das cargas ainda chega a granel, com capim entre as camadas de frutos e cobertos por uma lona. A descarga de abacaxi é das mais demoradas, o caminhão ocupa o espaço por várias horas e o capim descartado e os frutos amassados contribuem bastante para o total do lixo produzido no entreposto. Dezessete unidades da federação e mais de duzentos municípios enviaram abacaxis em 2010, mas poucos estados e municípios foram responsáveis pela maior parte do abastecimento. Os principais estados fornecedores de ‘Pérola’ ao ETSP foram o Pará, com 6,7 milhões de abacaxis o (24,2% do total), a Bahia com 4,8 milhões de frutos (17,2%), a Paraíba com 4,1 milhões (14,8%), o Tocantins com 3,5 milhões (12,7%), Minas Gerais com 2,6 milhões (9,5%), o Rio de Janeiro com 2,1 milhões (7,7%) e o Rio Grande do Norte com 1,6 milhão (6% do total). Observando os dados dos últimos quatro anos, constata-se que o Pará ultrapassou o Tocantins como principal origem do primeiro semestre. O motivo foi o avanço da fusariose, principal doença da cultura do abacaxi sobre as lavouras tocantinenses. No entanto, diversos estudos feitos pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp mostram que no geral, a qualidade dos frutos tocantinenses é superior a dos produzidos no Pará, principalmente quanto ao formato, são mais cilíndricos e apresentam menor ocorrência de um distúrbio fisiológico conhecido como “mancha chocolate”, que são áreas aquosas e de cor de chocolate na polpa, o que permite uma colheita de frutos mais maduros no Tocantins. De maneira geral, os abacaxis do Pará são excessivamente cônicos e são colhidos imaturos para diminuir a ocorrência de distúrbios fisiológicos e para uma melhor resistência ao transporte a granel. Em tese, esta nova conjuntura poderá abrir novas oportunidades aos estados nordestinos que através do uso da irrigação podem esticar sua safra para o primeiro semestre do
aproveitar momentos de bons preços, acabou criando uma imagem muito negativa da variedade na mente dos consumidores que atualmente preferem o ‘Pérola’, que embora tenha menos açúcar que o ‘Smooth Caynne’, produz frutos de baixa acidez. A busca pelo consumidor, que quer produtos saborosos está trazendo uma grande mudança na comercialização de abacaxis: o embalamento na origem, cujas vantagens são frutos que podem ser colhidos mais maduros e mais saborosos, porque não precisam resistir ao transporte a granel, a carga e a descarga são muito mais rápidas ajudando a desafogar o tumultuado entreposto de São Paulo e o produtor pode fixar sua marca na cabeça dos varejistas e consumidores finais. Numa estimativa, pode-se dizer que mais de 10% do abacaxi comercializado na Ceagesp já vem embalado na origem e as mudanças costumam ser rápidas, quando iniciadas no grande centro de frutas e hortaliças.
ano, o que já está acontecendo em pequena escala, sobretudo no Rio Grande do Norte. Também chama atenção o grande crescimento da Bahia e do Rio de Janeiro na oferta de abacaxi Pérola do entreposto paulistano. A oferta de abacaxi nos estados que fornecem ‘Pérola’ ao ETSP é concentrada em poucos municípios ou regiões. No Pará os municípios de Floresta e Conceição do Araguaia são os dois fornecedores. No Tocantins a maior parte das lavouras está ao redor de Miracema do Tocantins. A produção paraibana esta próxima ao município de Sapé e da região do litoral. Os abacaxis baianos chegam à maior parte de Itaberaba, os potiguares de municípios próximos a Touros, os mineiros ao redor de Frutal e os fluminenses da região de Campos dos Goytacazes. A oferta durante o ano flutua com a origem. No primeiro semestre, principalmente a partir de fevereiro, há um grande domínio de dois estados da Região Norte, Pará e Tocantins. Na virada do primeiro para o segundo semestre é a região de Itaberaba na Bahia a principal fornecedora e de setembro em diante a maior força são os nordestinos Paraíba e Rio Grande do Norte e os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O ‘Smooth Caynne’ possui duas origens principais, São Paulo com 64% do volume e Minas Gerais com 36%. Guaraçaí, no extremo noroeste de São Paulo e seus municípios vizinhos Mirandópolis e Murutinga do Sul, no extremo noroeste de São Paulo são a principal origem dos abacaxis paulistas. Os frutos mineiros chegam da região de Canápolis, no Triângulo Mineiro. Nos últimos anos tem sido constante a diminuição dos volumes do abacaxi havaiano no ETSP, todavia com ligeiro acréscimo em 2010. Embora essa variedade tenha a capacidade de produzir frutos deliciosos e com
ótimo equilíbrio entre açúcares e acidez quando colhidos no verão, os frutos costumam ser muito ácidos no inverno. A equivocada prática de colher esses abacaxis no inverno para se
A comercialização no entreposto paulistano é um ótimo retrato da produção brasileira de abacaxi, pois ela concentra mais de 10% da produção brasileira, abriga uma grande diversidade de origens, atende a uma das populações mais exigentes do país e é aqui que as mudanças importantes começam.
Módulão 99 x 174 mm
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Ceasa do RJ isentará de aluguel agricultores prejudicados por enxurradas Central ainda não sabe número de produtores que serão isentos Produtores rurais dos municípios da região serrana do Rio de Janeiro prejudicados pelas fortes chuvas e avalanches de terra ocorridas em janeiro não precisarão pagar aluguel para vender seus produtos na Ceasa do estado, localizada em Irajá, subúrbio da capital fluminense. A medida vale para o mês de fevereiro, mas pode ser estendida. “Eles [produtores] são identificados caso a caso para não haver favorecimento. A produção rural varia de área para área. Vai depender da safra e do que ele leva para lá. Identificamos os locais atingidos e a partir daí concedemos isenções”, disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto. A Ceasa ainda não contabilizou o número de produtores que receberão isenção. Uma lista preliminar indica que pelo menos 21 teriam direito ao benefício. Com isso, os diaristas poderiam economizar R$ 12 e os mensalistas, R$ 44.
Além de produtores dos sete municípios que decretaram estado de calamidade, acrescentou Peixoto, o governo estuda ampliar a isenção para produtores de áreas vizinhas, que plantavam em várzeas de rios arrasadas pela enxurrada de janeiro. Com o fechamento dos dados obtidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RJ) e o cruzamento com informações sobre seguros, Peixoto avaliará a necessita de estender a isenção a essas localidade e não descarta ampliar o benefício por mais um mês.
A Associação de Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio (Apherj) acredita que a economia com os aluguéis de bancas, mesmo sendo pequena, pode aliviar os gastos de agricultores que perderam boa parte da produção ou que terão dificuldade para replantar.
normalizada por problemas no fornecimento de energia elétrica, prejudicado com a queda de postes e falhas na rede.
“À beira do Rio Grande, onde a enchente passou, não sobrou nada. Vão ter que começar a preparar o solo para depois plantar. No alto, o que mais atrapalhou e que pode se refletir em março, foi a energia, porque não tendo água, não se molha [as plantas] e se não molha, morrem”, disse Silva.
Segundo o presidente de Apherj, Delcy Resende da Silva, o período mais difícil já passou, mas a produção ainda não foi
Hortigranjeiros fecham janeiro com alta de 6,5% na CeasaMinas
Os hortigranjeiros comercializados no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas ficaram, em média, 6,5% mais caros em janeiro na comparação com dezembro.
O grupo das hortaliças, formado por verduras e legumes, foi o destaque da alta, com elevação de 26,4%, em decorrência principalmente das chuvas do início do ano e da entressafra de alguns produtos. Já as frutas apresentaram redução de 2,9% no preço
médio. Já os ovos ficaram com preço médio 1,6% menor no atacado. Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a previsão é de que boa parte dos produtos continue afetada pelas chuvas até abril. As hortaliças que mais contribuíram para o aumento foram a alface (93,8%), couve-flor (80,8%), abobrinha italiana (78,6%), berinjela (67,6%), beterraba (50%), cenoura (57,4%), man-
dioca (34,2%) e couve (21,4%). Também foram destaques o chuchu, que passou de R$ 0,23/ kg para R$ 0,79kg no atacado, e o tomate, de R$ 0,53/kg para R$ 1,07/kg. Mesmo com várias altas, o consumidor ainda pode encontrar hortaliças com preços mais acessíveis nesta época, como é o caso da batata, cebola, moranga híbrida, repolho híbrido e milho verde.
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Índice Ceagesp registra alta de 4,45% em janeiro
Ceasa PR busca novas parcerias para entreposto de Umuarama
A Ceasa Paraná promete revitalizar os trabalhos no entreposto de Umuarama, na Região Noroeste do estado, e para isso um protocolo de cooperação técnica será encaminhado ainda este mês para a prefeitura da cidade prevendo a parceria entre a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento e outras instituições da região. “Temos um potencial de produção de hortigranjeiros muito grande na Região Noroeste do estado. Nossa intenção com esse novo termo de cooperação é aproveitar o interesse dos municípios da Região da Amerios (Associação dos Municípios de Entre
Couve-flor
71,8%
Rios), nos auxiliando a incrementar ainda mais os trabalhos da unidade da Ceasa de Umuarama”, disse o presidente da Ceasa Paraná, Luiz Dâmaso Gusi, durante a reunião com Antônio Carlos Fávaro, secretário municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo de Umuarama. “A unidade é estratégica não só para a cidade, mas também para todos os 32 municípios que integram a Amerios. Estamos organizando o setor em toda a região para que aproveitem melhor a estrutura física da Ceasa de Maringá. A comercialização da produção de hortigranjeiros da região ganha
camarão ferro (-11,9%) e Salmão (-8,68%). Os meses de verão têm como características o excesso de chuvas e as altas temperaturas, o que é bastante prejudicial para a produção de hortaliças. “Historicamente, os preços apresentam fortes oscilações em janeiro e fevereiro e, somente na segunda quinzena de março iniciam processo de retorno aos patamares habituais”, afirma Godas. Em razão do retorno das férias, há ainda o crescimento da demanda por alimentos mais leves e saudáveis, o que deve impulsionar a procura por produtos frescos.
As principais altas foram do chuchu (91,95%), da berinjela (66,10%) e da vagem (26,82%). As quedas foram do quiabo (-25,5%), da mandioquinha (-17,08%) e da abóbora japonesa (-13,19%). O setor de pescado teve elevação de 3,05%. As principais altas foram do polvo (87,5%), do atum (41,69%) e da anchova (11,11%), as quedas ficaram com o robalo (-22%),
“Esse fator merece destaque, pois a tendência para o mês de fevereiro é de que os preços mantenhamse em patamares elevados”, prevê o economista.
Com a maior elevação dos preços no mês, o setor de verduras apresentou alta de 52,89%. Os principais aumentos foram do coentro (167%), da couve-flor (71,8%) e do brócolis (60,8%). Somente o milho verde (-10,03%) registrou recuo de preços no setor. O setor de legumes também teve aumento expressivo de 19,20%.
O balizador de preços só não subiu mais porque o setor de frutas - principal item da cesta de 105 produtos frescos - apresentou retração de 2,06%. As principais quedas foram do limão (-46,65%), do abacate (-39,36%) e do mamão formosa (-17,51%). As altas foram do melão (14,4%), da uva Itália (16,06%), e da laranja lima (32,28%). Outro setor a apre-
sentar queda dos preços foi o de Diversos (2,35%). As baixas foram da batata comum (-5,93%), da cebola nacional (-9,13%) e dos ovos (-2,19%). Apenas o amendoim (4,33%) registrou alta no setor.
Limão
-46,65%
um importante aliado neste processo”, diz Fávaro. Ele estima que existam hoje cerca de 300 produtores de hortigranjeiros em Umuarama, e outros 2.700 nos demais municípios que integram a Amerios. Segundo o diretor da secretaria municipal de abastecimento, Claúdio Marconi, a fruticultura é um dos pontos fortes da produção local. “O clima quente, e a qualidade do solo na região favorecem principalmente a produção de frutas, como citros, abacaxi, melancia, uva rústica, além de verduras”, diz. Para o diretor técnico da Ceasa,
Os preços no atacado na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) dos setores de verduras e legumes apresentaram aumentos significativos no mês de janeiro devido às chuvas ocorridas em praticamente todas as regiões produtoras da região sudeste, prejudicando a produção. “Alguns legumes e, principalmente, as verduras, computaram retração da quantidade ofertada, perda de qualidade e elevação dos preços praticados” analisa o economista Flávio Godas. Em janeiro, o Índice Ceagesp teve alta de 4,45% e, nos últimos 12 meses, a elevação foi de 2,05%.
Batata Comum
-5,93%
Valério Borba, “a participação integrada dos órgãos ligados tanto na agricultura municipal, como do Estado, darão maior visibilidade ao produtor da Região Noroeste”. “Estamos estimulando o cultivo e também o beneficiamento da produção local. Ajudamos a escoar os hortigranjeiros da região, incentivamos o agricultor que passará a ter ganhos melhores e garantias de comercialização, como também na segurança alimentar da população, além de criação de mais empregos”, completa.
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Transportes
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Projeto promete abrir mercado para indústria nacional de máquinas agrícolas Fabricantes esperam repetir na África sucesso alcançado no Brasil Com uma linha de crédito de US$ 640 milhões, destinada, principalmente, à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por produtores familiares, o Mais Alimentos África promete abrir novos mercados para a indústria nacional. “É uma oportunidade que se abre para nós, além de incrementar as exportações de produtos nacionais com valor agregado”, afirmou o vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Mário Fioretti. Segundo ele, as
fábricas brasileiras já exportam para a África, mas, agora, com um programa específico, a ideia é repetir o sucesso que o Mais Alimentos tem no Brasil. “Desde que o programa [Mais Alimentos] foi criado, em 2008, já vendemos 40 mil tratores e 1.700 caminhões”, afirmou. Dois meses depois da criação do Programa Mais Alimentos África, o primeiro país a mostrar interesse em aderir ao projeto do governo foi Gana. No Mais Alimentos, o governo federal financia a compra de tratores de baixa potência, de até
75 cavalos, para agricultores familiares, com um longo período para pagar. O programa oferece prazo de carência e baixas taxas de juros. Por meio dessa linha de crédito, os fabricantes vendem os veículos por um preço menor do que o habitual.
“O Brasil está passando seu conhecimento em cooperações técnicas e, por meio do Mais Alimentos, abrindo um mercado que pode ser muito promissor”, afirmou. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, disse
que o maior interesse por parte dos ganenses é a aquisição de equipamentos de irrigação e tratores desenvolvidos para agricultores familiares. O repasse dos recursos se dará de governo para governo, com cri-
térios semelhantes aos que são colocados para os produtores brasileiros, como taxas de juros mais baixas e prazo de carência para pagamento.
Volvo expande suas operações no Brasil Fabricante de caminhões, chassis de ônibus, equipamentos de construção, motores a diesel e cabines, a Volvo está expandindo suas operações na América Latina. No início do mês, a empresa anunciou investimentos de R$ 25 milhões para fabricar no Brasil as caixas de câmbio eletrônicas e o motor 11 litros de seus caminhões, e de R$ 50 milhões para construir um novo centro de logística de peças de reposição.
Roger Alm, presidente da Volvo do Brasi
As caixas de câmbio são atualmente importadas de uma das fábricas da Volvo na Suécia. O novo centro será erguido dentro do complexo industrial da montadora, localizado em Curitiba (PR).
“O Brasil sempre foi um mercado muito importante para o Grupo Volvo, que vem constantemente investindo desde que a empresa se instalou aqui, no
final dos anos 70. O país é a base para nossas operações em toda a América Latina”, declara Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil.
No último ano, a empresa comercializou 18,3 mil caminhões pesados e semipesados no Brasil e demais países da América Latina. Atualmente, o Brasil é o principal mercado de caminhões da marca em todo o mundo, com o maior volume de vendas nos últimos dois anos. Caixas de câmbio
Quando foi lançada, em 2006, junto com a inha “F” de caminhões, a I-Shift representava menos de 3% das vendas de veículos desta categoria. A partir daí, iniciou uma trajetória de crescimento e no ano passado atingiu 60% das vendas. “A caixa I-Shift tem tido uma fantástica aceitação no Brasil e nos demais
países da América do Sul. Ela já equipa 60% dos caminhões da linha “F” que saem da linha de montagem”, declara Nilton Roeder, responsável pela Volvo Powertrain na América do Sul. O restante são caixas de câmbio convencionais. Segundo o gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, Sérgio Gomes, caminhões equipados com esta caixa de câmbio contribuem para reduzir o custo operacional do transportador.
A caixa de câmbio eletrônica não tem pedal de embreagem e o motorista só usa os pedais de aceleração e de freio. O condutor também não precisa fazer esforço e não se preocupa em trocar marchas. No modo automático, por exemplo, é só acelerar e frear, pois tudo é feito de forma eletrônica.
“Há uma substancial diminuição do consumo de combustível. Esta economia pode ser de 3% a 5% em relação à veículos equipados com caixa de câmbio manuais”, afirma Gomes.
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Transportes
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Produção de veículos no país caiu 9,1%
A produção das montadoras instaladas no país caiu 9,1% em janeiro ante dezembro, com 261,7 mil veículos produzidos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 6,4%. Os dados foram divulgados no início do mês pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
As vendas ao mercado interno também caíram em comparação a dezembro, com retração de 35,8%, totalizando 244,8 mil unidades. No entanto, so-
bre janeiro de 2010, os licenciamentos aumentaram 14,8%.
A base de trabalhadores cresceu 0,9% entre dezembro (136.124) e janeiro (137.291). Sobre janeiro do ano passado, foi registrado acréscimo de 8,8%.
As exportações tiveram recuo de 17,2% em relação a dezembro, com US$ 886,3 milhões. Já em unidades houve um crescimento de 5,8%, com a comercialização passando de 50.672 mil para 53.607 mil. Sobre janeiro do ano passado, houve crescimento de 10,7%. O volume financeiro exportado foi 18,2% maior do que em janeiro de 2010.
Consumo de combustíveis no Brasil cresceu 8,4% Número voltou ao patamar de 2008 O consumo aparente de combustíveis no mercado brasileiro foi 117,936 bilhões de litros em 2010, o que representa um aumento de 8,4% em relação aos 108,787 bilhões de litros referentes a 2009. Os dados foram divulgados no dia 15 de fevereiro no VI Seminário de Avaliação do Mercado de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da ANP, realizado no escritório central da agência, no Rio de Janeiro. Durante o evento também fora apresentados os destaques da ANP na regulação do mercado brasileiro de combustíveis em 2010.
Os números mostram que o crescimento do consumo aparente, que havia sido de 2,7% na comparação entre 2008 e 2009, votou ao patamar do período 2007/2008, quando houve aumento de 8,4%. O consumo de gasolina C foi de 29,844 bilhões de litros, um aumento de 17,5% sobre 2009. Já o consumo de etanol hidratado foi de 15,074 milhões de litros
em 2010, o que representa queda de 8,5% em relação ao ano anterior. Também foi constatado aumento no consumo de gasolina A em 2010 sobre 2009, de 19,4%. Já o etanol anidro (adicionado à gasolina A para preparação da gasolina C vendida nos postos) teve crescimento de 11,6%. No etanol total (anidro + hidratado) houve queda de 2,9%. Segundo os dados divulgados pela ANP, o consumo de biodiesel cresceu 58,8%, de 1,527 bilhões de litros em 2009 para 2,425 bilhões de litros em 2010 e o consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) aumentou 3,7%, de 12,113 bilhões de litros para 12,558 bilhões de litros na comparação entre os dois períodos. Houve queda de 2% no óleo combustível, com uma redução de 5 bilhões de litros para 4,9 bilhões de litros. O consumo de GNV caiu 4,8%, de 5,7 milhões de metros cúbicos dia para 5,4 milhões de metros cúbicos/dia.
Inspeção veicular em SP atingiu mais de 3 milhões de veículos De acordo com balanço da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente divulgado no último dia 16, mais de três milhões de veículos passaram pela inspeção veicular ambiental em 2010 na capital paulista. No total, foram realizadas 3.063.482 inspeções.
Considerando-se a frota da cidade, estimada em 4.704.407 veículos pela prefeitura no ano passado, o programa atingiu 65,1% dela. Os automóveis foram os veículos com maior
adesão, 68,3% passaram pela inspeção e 96,4% deles foram aprovados. No caso dos caminhões a adesão foi de 49,1%, enquanto a aprovação foi de 85,2%.
Procedimentos
Quem não fez a inspeção no ano passado deve pagar uma tarifa de R$ 46,40 para fazer o desbloqueio do processo, além da taxa da inspeção, que em 2011 é de R$ 61,98. Para fazer isso, basta acessar o site da Controlar, em-
presa que realiza a inspeção, e emitir as duas guias. Apenas após o pagamento delas será possível fazer o agendamento.
Circular com o veículo sem ter feito a inspeção veicular pode gerar multa de R$ 550, além do bloqueio do licenciamento. Os motoristas que tiverem seu veículo reprovado têm um prazo de 30 dias para reagendar a inspeção sem a cobrança de uma nova taxa.
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Tabela de Caminhões
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Tabela de Caminhões
27 Encontre aqui diversos modelos de caminhões e compare os preços! O Jornal Entreposto disponibilizará aos leitores uma tabela de caminhões e utilitários para o setor de abastecimento com base no dados obtidos pela Fipe. Desta forma o jornal busca oferecer cada vez mais serviços de consultas para tomadas de preços dos diversos aparelhso envolvidos na comercialização de FLV.
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Meio Ambiente
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Plantio de florestas pode aumentar renda de produtores rurais O plantio de florestas comerciais é uma atividade que pode contribuir para o aumento da renda do agricultor e a sustentabilidade. Ao optar pelo cultivo de pinus ou eucalipto, o produtor tem a oportunidade de atender à crescente demanda dos setores madeireiro, moveleiro, energético e de celulose, contribui para o desenvolvimento sustentável da agricultura. O Ministério da Agricultura concede crédito ao produtor interessado no plantio de florestas comerciais - a principal linha de financiamento que atende ao setor conta com recursos de R$ 150 milhões nesta safra. “O agricultor poderá produzir floresta comercial de forma direta ou integrada a outros sistemas de produção sustentáveis. Dessa forma, poderá utilizar as linhas de crédito do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, destaca o coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Ministério da Agricultura, Elvison Ramos. O Programa ABC, que dispõe de R$ 2 bilhões, é uma das principais ações adotadas pelo Ministério da Agricultura para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O governo oferece financiamento a produtores rurais e promove estudos por meio da Embrapa. Além disso, capacita profissionais para facilitar a difusão de práticas como plantio direto na palha, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens de-
gradadas e Integração LavouraPecuária-Floresta (ILPF). Todas essas técnicas contribuem para a conservação das áreas de produção. A intenção do governo com o programa é aumentar a área de florestas, até 2020, de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares. Isso permitirá a redução da emissão de oito milhões de toneladas a 10 milhões de toneladas de CO2 equivalentes, no período de dez anos. Os produtores do setor de florestas comerciais também podem contar com o Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa).
Nesta safra, o Produsa dispõe de R$ 1 bilhão e financia a implementação da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. A técnica é uma das vertentes da chamada “agricultura verde”, que alia aumento da produtividade na fazenda e conservação do meio ambiente. O sistema combina atividades agrícolas realizadas com base no plantio direto na palha, promovendo a recuperação de pastagens em degradação. A silvicultura (atividade ligada à implantação e regeneração de florestas) no Brasil desenvolveu bases tecnológicas nos últimos 50 anos, com material genético de qualidade e garantia de produtividade. Os investimentos aplicados tornaram a atividade uma das mais produtivas do país, com destaque na
Brasil cumpre poucas metas de preservação, diz ONG
balança comercial do agronegócio.
Os produtos florestais foram responsáveis, no ano passado, por 12% das exportações do setor, com US$ 9,3 bilhões, o que representa o crescimento de 20% em relação a 2009. Em 2010, a utilização da madeira para lenha e carvão foi de quase 30 milhões de toneladas, equivalente a 12% da oferta de energia proveniente da biomassa florestal. O consumo anual de carvão vegetal nas indústrias de aço e de outras ligas metálicas, de baixo custo de produção e processamento, é estimado em seis milhões de toneladas por ano. A preferência pelo carvão devese à facilidade de transporte e combustão.
O chefe-geral da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva, reforça que a produção agrícola e a preservação ambiental são conciliáveis, considerando o plantio de árvores. Por isso, o centro de pesquisa desenvolve tecnologias e variedades para utilização em áreas degradadas ou sem tradição florestal. “O país possui perto de 65 milhões de áreas subutilizadas e a implantação da agricultura de base florestal é uma alternativa viável”, pondera. Ele avalia que o desafio passa pela transformação da celulose em energia limpa, pois os custos de produção de biomassa ainda são muito elevados.
O Brasil cumpriu poucas metas para a proteção de seus biomas estipuladas na Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre Conservação da Diversidade Biológica. É o que mostra levantamento da organização não governamental WWF-Brasil em parceria com a Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Das 51 metas nacionais que deveriam ser atingidas até 2010, o país cumpriu duas na totalidade; cinco não foram executadas, e o restante encontra-se em estágios intermediários de cumprimento.
De acordo com o levantamento, o país não cumpriu a meta de recuperar no mínimo 30% dos principais estoques pesqueiros com gestão participativa e controle de capturas. Também não colocou em ação planos de manejo para controlar, pelo menos, 25 das principais espécies exóticas invasoras que mais ameaçam os ecossistemas. O país também não implementou projetos de proteção ao conhecimento de todas as comunidades tradicionais dos biomas, e nem
criou políticas para que os benefícios resultantes do uso comercial dos recursos genéticos dos ecossistemas fossem efetivamente repartidos de forma eqüitativa em prol da conservação da biodiversidade. O Brasil cumpriu apenas a redução média de 25% no número de focos de calor em cada bioma, e também elaborou uma lista acessível das espécies brasileiras de plantas, animais e microorganismos. “No campo do conhecimento, de criação de áreas protegidas,
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Meio Ambiente
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Ruralistas querem votar logo o Código Florestal para garantir financiamento Lideranças ruralistas devem manter a movimentação para apressar a votação de mudanças do Código Florestal. A bancada quer votar o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) o mais rápido possível, a tempo de evitar as restrições de financiamento rural, que entram em vigor em junho. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) associou a revisão do código à inflação de alimentos e alertou para o risco de alta nos preços se os produtores não tiverem acesso a financiamento por causa de pendências ambientais. A partir de 12 de junho, o Banco do Brasil não vai mais emprestar dinheiro para produtores que não apresentarem a averbação da reserva legal (registro em cartório) ou aderirem ao Programa Mais Ambiente, criado pelo governo para regularização ambiental de propriedades rurais. Desde janeiro, o banco estava exigindo que os produtores assinassem uma declaração afirmando ter ciência de que a partir de junho a lei será aplicada. O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), reclamou do alerta do banco e a partir da próxima semana a declaração não será mais cobrada. Além da proposta de Aldo Rebelo, um novo texto deve ser apresentado para discussão da revisão do código, preparado pelo governo. Ministé-
de monitoramento, as notícias são boas. Em outros campos, sobre o uso sustentável dos biomas, de se colocar o meio ambiente no centro das decisões políticas, e de se criar uma economia verde, as notícias são ruins”, avaliou o superintendente da WWF-Brasil, Cláudio Maretti. O estudo mostra que o Brasil cumpriu apenas em parte a meta de redução na taxa de desmatamento de seus biomas. Não foi alcançado o estipulado pela convenção da ONU, de diminuição de
rios “rivais”, como os do Meio Ambiente e da Agricultura, estão se entendendo melhor sobre os pontos mais polêmicos das mudanças na lei e a proposta será fechada pela Casa Civil da Presidência da República. Oficialmente, não há previsão de data para apresentação do substitutivo. Micheletto disse que os parlamentares não vão aceitar um texto pronto do Executivo e que a proposta que valerá para o debate na Câmara é a de Aldo Rebelo. “Independentemente do envio de substitutivo, o governo tem que respeitar o que o Parlamento está fazendo. O plenário vai votar o texto do Aldo, isso é acordo político já feito. O Executivo não pode interferir.”
Segundo Micheletto, as bancadas estão tentando negociar os pontos mais polêmicos, inclusive com o Ministério do Meio Ambiente, para viabilizar as mudanças da lei ainda no primeiro semestre. Para o coordenador de Código Florestal da Campanha Amazônia do Greenpeace, Rafael Cruz, o governo deveria se posicionar de maneira mais clara sobre as mudanças, para que a lei florestal não seja atropela pelo “tratoraço” da bancada ruralista. “É hora do governo se posicionar sobre esse assunto. Tem que dar sua posição definitiva. A independência entre os Poderes é essencial, mas o governo tem o papel inegável de se posicionar”, avalia.
100% no desmatamento na Mata Atlântica, de 75% na Amazônia e de 50% nos demais biomas. Com encerramento dos prazos de 2010, e com as decisões tomadas na conferência de Nagoia (Japão), em outubro do ano passado, ficaram definidas metas ainda mais ambiciosas para o Brasil. O objetivo agora é aumentar para 17% as áreas protegidas até 2020, praticamente o dobro do que o bioma abriga hoje.
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Meio Ambiente
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Preços dos alimentos atingem maior nível em 20 anos Os preços mundiais dos alimentos atingiram novo recorde histórico no mês de janeiro, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice da FAO para os preços dos alimentos, que analisa mensalmente um conjunto de produtos básicos e suas variações e preços em nível global, apontou um aumento de 3,4% em relação a dezembro de 2010.
Com isso, o índice atingiu 231 pontos. “Se trata do nível mais alto desde que a FAO começou a calcular os preços dos alimentos em 1990. Os preços de todos os grupos de produtos básicos controlados registraram fortes altas em janeiro, com exceção para os da carne, que se mantiveram
Ministra pede que SP agilize licenciamento ambiental para produção de peixe no estado Volume de produção pode ser duplicado com a regularização da criação em reservatório de usina A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, pediu mais rapidez no licenciamento ambiental para projetos de criação de peixe em São Paulo.
A solicitação foi feita em reunião com o governador do estado, Geraldo Alckmin, que garantiu que o processo de concessão de licenças será mais rápido. “Nós vamos agilizar ao máximo esses licenciamentos”, disse. Segundo o governador, há “uma grande perspectiva de aumento da produção de peixe em São Paulo. Ele citou que a produção do pescado no estado está em torno de 76 mil toneladas por ano, das quais 32 mil vêm da piscicultura. Para a ministra, esse volume pode ser duplicado com a regularização da criação no reserva-
tório da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, na divisa com Mato Grosso do Sul. Alckmin destacou a capacidade da aquicultura em gerar renda sem grandes investimentos.
O consumo de peixe no mundo alcançou níveis históricos, segundo relatório da Organização das Nações que contabilizou em 2010, média de 17 quilos por pessoa. Esse aumento se deve basicamente à elevação da produção por aquicultura, que cresce a taxa anual próxima de 7%.
O preço dos cereais aumentou 3% em relação a dezembro e alcançou o valor mais alto desde julho de 2008, período da chamada crise dos alimentos, devido a fortes altas de seus preços. O açúcar, com preços recordes, subiu 5,4%. “Os novos dados mostram claramente que a pressão de alta dos preços mundiais dos alimentos não diminui”, avaliou o economista da FAO e especialista em cereais Abdolreza Abbassian. Segundo ele, os preços elevados tendem a persistir nos próximos meses.
China passa Japão e é segunda maior economia mundial O governo do Japão divulgou no último dia 14 o balanço econômico de 2010 e confirmou a perda do posto de segunda maior economia mundial para a China. De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão em 2010 ficou em US$ 5,474 trilhões. Já a China fechou o ano com um acumulado de US$ 5,8786 trilhões. A queda nas exportações e no consumo interno, desencadeada pela recessão de 2008/2009, prejudicou o desempenho do Japão. Já a China teve excelente desempenho no setor manufatureiro. A renda per capita dos japoneses, porém, ainda supera a dos chineses.
“Você não precisa ser proprietário da terra. Você usa o reservatório e coloca lá o tanque e a rede”, disse Alckmin.
estáveis”, informou a organização em seu comunicado.
Os chineses têm ganho anual de cerca de US$ 3,6 mil, enquanto os japoneses contabilizam uma renda quase dez vezes maior. A China é atualmente o principal parceiro econômico do Japão. Empresas de eletrônicos como a Sony e fabricantes de carros como a Honda e a Toyota ganham cada vez mais espaço no gigante mercado chinês. O índice de crescimento da China gira em torno dos 10% há alguns anos. Se o ritmo continuar assim, analistas dizem que o país asiático tomará o posto dos Estados Unidos de líder mundial em aproximadamente uma década.
Estudo define área certificada de orgânicos no Brasil No Brasil, um estudo do Projeto Organics Brasil, programa de incentivo à exportação de produtos orgânicos - com as certificadoras aferiu que a área total orgânica certificada para atividade agropastoril é de 331.637 hectares e para extrativismo é de 6.560.001 hectares. Toda essa área é explorada por 7.721 produtores orgânicos, que produzem 5. 215.490 toneladas/ano. O mercado de produtos orgânicos no Brasil está em pleno crescimento com mais consumidores e empresas que desenvolvem produtos que antes eram direcionados somente ao mercado externo.
“No controle deste mercado, o Brasil adotou sua própria regulamentação marcando de vez o posicionamento no mercado mundial. A rastreabilidade e a credibilidade do mercado internacional vai proporcionar mais negócios para o Brasil”, afirma Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil. “Esses números mostram para os maiores compradores que há muita área no país para aumentar a produção de orgânicos. Em relação à área de outros países, o Brasil está atrás da Austrália e da Argentina. O potencial de investimento do Brasil é enorme”, complementa.
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