BOLETIM
Epidemiológico HC-UFPR Informativo do Serviço de Epidemiologia, SCIH e Hospital Sentinela
MAIO de 2014 - Nº 15
HOSPITAL DE CLÍNICAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
COQUELUCHE AVALIAÇÃO DOS CASOS DE COQUELUCHE ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR Página 2 PREVENINDO
Prevenção infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter. Página 9
Portarias &
Notificações
Saiba como aplicar o teste com fluido oral para HIV. Novo Protocolo de tratamento e acompanhamento de criancas com HIV e AIDS PORTARIA Nº 183, DE 30 DE JANEIRO DE 2014 Página 13
AIDS, VACINAÇÃO E SARAMPO
Acompanhe a vigilância na página 11
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Epidemiológico
AVALIAÇÃO DOS CASOS DE COQUELUCHE ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR
INTRODUÇÃO A Coqueluche trata-se de doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal. Compromete o aparelho respiratório e se AVALIAÇÃO caracterizaDOS porCASOS paroxismos de tosseATENDIDOS seca. Ocorre sob as formas DE COQUELUCHE NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR endêmica e epidêmica, causada pela bactéria Bordetella pertussis e cujo o homem é o único Larissa Dozzo Nardelli, Idila Floriani,hospedeiro. Tony Tannous Tahan, Cristina Rodrigues da Cruz, Suzana , Adeli Andrea Maciel de Oliveira Rossoni
linfocitose pode estar ausente. • Rx de tórax: a imagem característica é o borramento peri-hilar ou o coração felpudo, nem sempre presente, pode haver complicações com imagens de pneumonias e atelectasias • Cultura de nasofaringe e PCR − A cultura deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 3 dias após seu início. Apresenta uma sensibilidade de 30 a 60%, sendo o padrão ouro para diagnóstico. − Casos com mais de 30 dias de tosse podem ser coletados, mas a chance de positividade é muito baixa − Com o PCR a sensibilidade pode aumentar até 70%.
Nos últimos três anos, a despeito da cobertura vacinal ser próxima INTRODUÇÃO de 100%, observou-se um aumento significativo no coeficiente de A Coqueluche trata-se de doença infecciosa incidência de casos de Coqueluche no Brasil.aguda, Dadostransmissível do SINAN esu-de distribuição universal. Compromete o aparelho respiratório e se caracteriza por gerem um incremento de 97% nos casos confirmados em 2012 em paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica, causada pela relação ao mesmo período de 2011. Em 2011 foram confirmados bactéria Bordetella pertussis e cujo o homem é o único hospedeiro. 2246Nos casos de Coqueluche no Brasil, o que representa menos da DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO últimos três anos, a despeito da cobertura vacinal ser próxima de 100%, metade dos notificados nonoano seguintedee apenas ¼ de doscasos casosde O Ministério da Saúde (MS) considera como caso suspeito todo indiobservou-se um casos aumento significativo coeficiente incidência Coqueluche no no Brasil. do SINAN sugerem um incremento de 97% nos casos víduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse notificados anoDados de 2013. confirmados em 2012 em relação ao mesmo período de 2011. Em 2011 foram seca há 14 dias ou mais, associada à tosse paroxística e/ou guincho confirmados 2246 casos de Coqueluche no Brasil, o que representa menos da metade A casos incidência nonoestado do Paraná aumentou, acompados notificados ano seguinte e apenas ¼também dos casos notificados no ano de 2013. inspiratório e/ou vômito pós-tosse e/ou história de contato com nhando a tendência nacional, e no ano de 2012 corroborou com caso confirmado. A incidência no estado do Paraná também aumentou, acompanhando a tendência 7,4% de todos os casos confirmados no Brasil. Desses, 45% foram Diante de caso suspeito, a notificação é mandatória. nacional, e no ano de 2012 corroborou com 7,4% de todos os casos confirmados no confirmados em Curitiba. Brasil. Desses, 45% foram confirmados em Curitiba. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-LABORATORIAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-LABORATORIAIS A confirmação dos casos pode ser realizada de três formas: As doença se divide em 3 fases clínicas, descritas no quadro 1. As doença se divide em 3 fases clínicas, descritas no quadro 1. • Critério laboratorial: caso suspeito + isolamento do B. pertussis. Quadro 1. Fases clínicas da coqueluche • Critério clínico/epidemiológico: caso suspeito + contato com caso confirmado. CATARRAL PAROXÍSTICA CONVALESCÊNCIA Até 2 semanas 1-6 semanas (Podendo se 2-3 semanas • Critério clínico: Caso suspeito + hemograma. Coriza
estender até 10 semanas) Tosse paroxística
Febre baixa
Guincho
Tosse ocasional Alta transmissibilidade
Vômito pós-tosse Apnéia Febre baixa/afebril
Melhora Progressiva da tosse Outras infecções podem se instalar à retorno da tosse Recuperação gradual
O período dedemaior transmissibilidade entre ae primeira ea O período maior transmissibilidade ocorreocorre entre a primeira a quarta semana e quarta se dá através de gotículas. Atéatravés 15% da de fontegotículas. é assintomática. O período de incubação semana e se dá Até 15% da fonte é asvai de 1 a 3 semanas. sintomática. O período de incubação varia de 1 a 3 semanas. Os exames diagnósticos envolvem:
Os exames diagnósticos envolvem: • Hemograma: no período catarral, pode ocorrer uma linfocitose, geralmente acima de 10 mil linfócitos/mm3 com os leucócitos totais > de 20 mil. No período paroxístico, o número de leucócitos pode elevar-se para 30 a 40 mil/mm3, associado a uma linfocitose de 60% a 80%. Nos lactentes e nos pacientes com quadro clínico mais leve, a
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TRATAMENTO O uso de antibióticos próprios diminui o tempo e a gravidade dos sintomas quando iniciado na fase catarral, porém, não afeta o curso da doença se realizado em outras fases. Por isso, o antibiótico deve ser feito na vigência de suspeita diagnóstica. A tosse pode durar semanas a meses após o tratamento e não há medicamentos eficazes para o seu controle. Preconiza-se o uso de macrolídeos, porém também pode ser utilizado o sulfametoxazol trimetoprim, nas seguintes posologias: • Eritromicina 40-50 mg/Kg/dia, 4 vezes ao dia por 7 a 14 dias. • Azitromicina 10mg/Kg/dia, 1 vez ao dia por 5 dias. • Sulfametoxazol + Trimetoprim 40+8mg/Kg/dia, 2 vezes ao dia por 7 a 10 dias. Devem ser realizadas medidas de prevenção de gotículas até pelo menos 5 dias após o início do tratamento.
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Epidemiológico PROFILAXIA Todos os contatos devem ser submetidos à profilaxia, com os mesmos medicamentos e doses estabelecidas para o tratamento. VACINA A eficácia em prevenir infecções graves é de 75 – 80%. Conferindo imunidade de 5 a dez anos a partir da última dose, o que torna o reforço necessário. POR QUE ESTÁ OCORRENDO AUMENTO NOS CASOS? Uma vez que a imunidade é conferida por até 10 anos e os reforços são realizados apenas até os 6 anos, adolescentes e adultos infectados após esse período, tornam-se reservatórios da Bordetella pertussis e transmissores em potencial principalmente para lactentes abaixo dos dois meses que ainda não receberam a vacina. É preciso, frente a um caso suspeito de Coqueluche, em primeiro lugar, lembrar do diagnóstico, e assim, notifica-lo, investiga-lo laboratorialmente e trata-lo. E por fim, tratar os contatos, freando a cadeia de transmissão da doença. OBJETIVOS Motivados pelo ao aumento do número de casos, realizou-se um estudo com objetivo de avaliar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes notificados por Coqueluche no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) e comparar os casos confirmados e não confirmados nos aspectos: demográfico, clínico, laboratorial e evolutivo. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de estudo observacional, analítico, transversal e retrospectivo, a partir da coleta de dados de prontuários de pacientes internados e análise das fichas de notificação do SINAN.
foram a média e mediana. E as diferenças entre variáveis categóricas foram realizadas através do teste do qui-quadrado e de variáveis contínuas através do teste de Mann-Whitney, com nível de significância mínimo de 5%. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos do HC-UFPR. RESULTADOS E DISCUSSÃO No período estudado foram notificados 56 casos, sendo que desses, 22 casos foram confirmados, 4 por critério laboratorial (18%), 5 por critério clínico/epidemiológico (22%) e 13 por critério clínico (59%). Equiparando-se a estudo realizado no Rio de Janeiro em 2008 que encontrou 50% de confirmação a partir do critério clínico. Dos 34 casos não confirmados, 12 apresentaram virologia positiva, sendo que 4 apresentavam critérios clínicos para Coqueluche. Um caso foi considerado confirmado mesmo com virologia positiva, pois houve cultura positiva para B. pertussis. Em estudo de Nouloirta K, publicado em 2010, 10-30% das crianças apresentavam virologia positiva com PCR positivo para B. pertussis, com clínica e hemograma compatíveis. O que pode representar um viés no descarte de pacientes com virologia positiva associada a critérios clínicos condizentes com Coqueluche no presente estudo. Observou-se uma taxa de incidência coincidente com o cenário nacional, caracterizada por um incremento no número de casos confirmados nos últimos dois anos de 97%. Como mostra o gráfico a seguir:
Foram incluídos no estudo todos pacientes internados no HC – UFPR com suspeita de Coqueluche, atendidos entre janeiro de 2007 a março de 2013. Para análise dos dados os casos foram divididos em dois grupos: casos confirmados e descartados. Os critérios de confirmação de caso seguiram as recomendações do MS. Casos sem isolamento da Bordetella e com identificação de outro germe foi descartado para coqueluche, apesar de apresentar critério clinico de confirmação para coqueluche. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO − Critério laboratorial: caso suspeito + isolamento do B. pertussis. − Critério clínico/epidemiológico: caso suspeito + contato com caso confirmado. − Critério clínico: Caso suspeito + hemograma. Os dados obtidos foram digitados em planilha excel e analisados pelo software JMP 5.1. As medidas de tendência central utilizadas
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Fig.1) Notificações e casos confirmados por ano. Os casos notificados representaram apenas 2,6% dos notificados no município de Curitiba no mesmo período, enquanto os confirmados correspondem a 6,4%. A figura 2 mostra os casos notificados de acordo com sua distribuição mensal.
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Epidemiológico O estudo mostrou que 54% dos casos confirmados eram do sexo masculino (p= 0,44), similar ao divulgado pelo MS no mesmo período, o qual foi de 44%. O que leva a entender que a doença não apresenta predileção quanto ao gênero acometido. Dezoito dos 22 casos confirmados (81%) tinham menos de 6 meses de idade, mostrando um aumento do risco para a doença em lactentes com menos de 6 meses (p= 0,045). Os dados do MS também apresentavam um maior número de casos em crianças abaixo dos seis meses, na razão de 85%, entre os casos confirmados. Não houve diferença significativa entre o número de doses de vacinas recebidas, e nem em relação a presença de contato com casos suspeitos ou confirmados, entre os dois grupos.
Fig. 2) Notificações de casos de coqueluche por mês de 2007-2012 no HC-UFPR. Quanto às características clínicas, o que mais chamou a atenção foi a incidência de tosse paroxística entre os casos confirmados, que foi de 86%, enquanto entre os não confirmados foi de 57% (p=0,02). Um estudo na Lithuania em 2005 mostrou valor próximo de apresentação de tosse paroxística entre casos confirmados, de 84%. A febre foi outro sinal importante constatado entre os casos confirmados, seis dos 22 pacientes apresentaram febre, enquanto apenas 3 dos 34 casos não confirmados apresentaram febre (p=0,06).
A taxa de complicações entre os casos confirmados foi de 22%, enquanto nos não confirmados foi de 3% (p=0,01). Semelhante a dados do CDC de 2013 com 25% de complicações. Não houve diferença significativa, entre o tempo de internação entre os pacientes confirmados ou não e nenhum óbito foi notificado. A mortalidade geral da doença foi estimada pelo CDC 2013 em 1,3%. LIMITAÇÕES DO ESTUDO Não foram avaliadas as fichas dos pacientes ambulatoriais. Nem todos os pacientes coletaram cultura/PCR. Houve dificuldade na classificação dos casos com isolamento viral, porém, com clínica ou epidemiologia sugestiva de Coqueluche, o que pode ter colaborado para um subdiagnóstico dos casos. CONCLUSÃO Com este estudo pode-se concluir que houve aumento significativo dos casos de Coqueluche a partir do ano de 2011. A faixa etária mais acometida foram lactentes com menos de 6 meses. O sintoma mais prevalente foi a tosse paroxística (86%). E a taxa de complicações observada foi de 22%. SUGESTÃO DE ATENDIMENTO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS Diante de um caso de tosse persistente associada a tosse paroxística, guincho, vômito pós tosse, contato com caso de coqueluche: • Requisitar hemograma, cultura, radiografia de tórax; • Iniciar tratamento com macrolídeo; • Notificar o caso. PERSPECTIVA FUTURA A vacinação contra a Coqueluche em gestantes pode vir a ser uma forma de proteção aos lactentes da infecção. Larissa Dozzo Nardelli, Idila Floriani, Tony Tannous Tahan, Cristina Rodrigues da Cruz, Suzana Dal-Ri Moreira , Adeli Medeiros e Andrea Maciel de Oliveira Rossoni
Entre os casos notificados no HC-UFPR, foram coletadas culturas de 75% dos pacientes, o que é equivalente ao coletado no município de Curitiba no mesmo período de acordo com o SINAN, de 74%. A média de leucocitose entre os casos confirmados no HC-UFPR foi de 30456cels/mm³, enquanto nos não confirmados foi de 15990cels/mm³. A média de linfocitose entre os casos confirmados foi de 19120cels/mm³ , enquanto nos pacientes não confirmados foi de 8003cels/mm³. Dois pacientes tiveram o diagnóstico confirmado sem apresentar leucocitose ou linfocitose, sendo 1 por critério laboratorial e 1 por critério clínico/epidemiológico.
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SEPIH - HC (41) 3360 1003 ou (41) 3360 1003 epidemio@hc.ufpr.br Médica Resp.: Suzana D. Moreira. Médica: Célia R. T. Pinto. Enf.: Adeli P. de Medeiros, Rosa Helena S. Souza e Cristina Garcia Beckert Batista. Ass. de Com.: Evelyn T. de Almeida. Téc. Gestão Pública: Juçara M. de Oliveira. Aux. Téc.: Monica K. Fernandes. Téc. Eletro. Regina Celia Juliana Mendonça. Estágio PET Vigilância: Ana Carolina Freitas de Oliveira, Ana Helena Del Grossi de Paula e Silva, Jonathan Stockli de Vasconcelos, Afonso Henrique Aragão, Danielle Midori Shimabukuro, Leticia Kinasz, Liliam Takayassu, Nicole Amadeu, Mariela Ghem
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REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER HC – UFPR CASOS 2010 É um centro de coleta, armazenamento, processamento e análise, de forma sistemática e contínua – de informações sobre pacientes atendidos no hospital, com diagnóstico confirmado de câncer. Permite realizar estudos descritivos sobre perfil de atendimento
hospitalar; sobrevida dos casos; estudos caso-controle Atende ao programa de controle do câncer e ao paciente; realizando pesquisas que contribuam às ações do MS na prevenção e controle do câncer;
Distribuição das neoplasias segundo a faixa etária, o sexo e o ano de primeira consulta no HC-UFPR, de 2007 a 2010. Casos analíticos e não analíticos
Distribuição das neoplasias malignas na faixa etária entre 0 e 19 anos segundo o sexo e a CICI, HC-UFPR, em 2010
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Epidemiológico
Distribuição das neoplasias mais frequentes em Distribuição das neoplasias mais frequentes em adultos no sexo feminino, HC-UFPR, de 2010 adultos no sexo masculino, HC-UFPR, de 2010 Casos analíticos e não analíticos Casos analíticos e não analíticos
Entre os tumores malignos mais frequentes nas mulheres, A tabela mostra o perfil de atendimento do hospital, que é destacam-se as leucemias em 2o lugar, evidenciando o perfil referência em Serviço de Hematologia, Transplante de Mede atendimento oncológico do HCUFPR dula Óssea e Transplante Hepático.
 Percentual de casos de neoplasia de mama segundo a faixa etária e sexo feminino, em 2010 Casos analíticos e não analíticos
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Epidemiológico Percentual de neoplasia de mama segundo o Estadiamento Clínico, 2010, HC-UFPR Casos analíticos e não analíticos
 Percentual de neoplasia de próstata segundo a faixa etária no HC-UFPR, 2010 Casos analíticos e não analíticos
Percentual de leucemias em adultos segundo a faixa etária e sexo, HC-UFPR, de 2010 Casos analíticos e não analíticos
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Epidemiológico Percentual de leucemias em adultos segundo a faixa etária, HC-UFPR, de 2010 Casos analíticos e não analíticos
Percentual de leucemias em crianças segundo a faixa etária, HC-UFPR, de 2010 Casos analíticos e não analíticos
Percentual de leucemias em crianças segundo a faixa etária, HC-UFPR, de 2010 Casos analíticos e não analíticos
O Registro Hospitalar de Câncer mantém o banco de dados no Serviço de Epidemiologia e pode disponibilizar os mesmos para pesquisa, seguindo as normas da instituição. Fone: 3360 1003
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Equipe: Acadêmico Jonathan Stockli de Vasconcelos, Registradora Monica Klimczuk Fernandes, Coordenadora RHC Rosa Helena S. Souza, Chefe do SEpiH Suzana Dal Ri Moreira.
SEPIH - HC (41) 3360 1003 ou (41) 3360 1003 epidemio@hc.ufpr.br Médica Resp.: Suzana D. Moreira. Médica: Célia R. T. Pinto. Enf.: Adeli P. de Medeiros, Rosa Helena S. Souza e Cristina Garcia Beckert Batista. Ass. de Com.: Evelyn T. de Almeida. Téc. Gestão Pública: Juçara M. de Oliveira. Aux. Téc.: Monica K. Fernandes. Téc. Eletro. Regina Celia Juliana Mendonça. Estágio PET Vigilância: Ana Carolina Freitas de Oliveira, Ana Helena Del Grossi de Paula e Silva, Jonathan Stockli de Vasconcelos, Afonso Henrique Aragão, Danielle Midori Shimabukuro, Leticia Kinasz, Liliam Takayassu, Nicole Amadeu, Mariela Ghem
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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA A CATETER As infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS) estão entre as mais comumente relacionadas à assistência à saúde. Cerca de 60% das bacteremias nosocomiais estão relacionadas a algum dispositivo intravascular. Dentre os fatores mais frequentes para IPCS, destaca-se o uso de cateteres venosos centrais (CVC) principalmente os de curta permanência. Segundo o Guideline de Prevenção de Infecção relacionada a cateter Intravascular, de 2011, nas UTI’s dos Estados Unidos ocorrem 15 milhões de CVC-dia. Em Janeiro de 2014, o CDC publicou que são estimadas 41.000 IPCS relacionadas a CVC a cada ano. As IPCS prolongam o tempo de internamento, resultando em morbidade e mortalidade significativas. No Brasil, os dados epidemiológicos de IPCS de janeiro a dezembro de 2012 foram recebidos pela ANVISA, por meio das notificações de IPCS de pacientes em uso de CVC, de Serviços de Saúde com mais de dez leitos de UTI (neonatal, pediátrica e adulto). As notificações de infecções relacionadas ao CVC em UTI foram de 34.669, sendo que 17.477 (50,4%) em UTI adulto; 3.595 (10,4%) em pediátrica; 13.597 (39,2%) em neonatal. Quanto a densidade de incidência, a taxa por 1000 paciente-dia foi de 5,7 em UTI adulto; 8,0 em UTI pediátrica; UTI neonatal: 11,2 (menor que 750g);
10,3 (750 a 999g); 12,1 (1000 a 1499g); 10,5 (1500 a 2499g); 9,7(maior 2500g). Diante deste panorama, a ANVISA e o Ministério da Saúde instituíram o “Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde”, para o ano de 2013 – 2015, estabelecendo a meta de diminuir a incidência das IPCS relacionadas à CVC em 15%, em pacientes internados em UTI. No Hospital de Clínicas/UFPR as taxas de IPCS estão disponibilizadas para cada unidade, a fim de que possam trabalhar esses dados e desenvolver um plano de ação para redução das taxas de infecção de corrente sanguínea. A meta de redução de taxas de IPCS estabelecida pela ANVISA envolve todos os hospitais brasileiros, inclusive o HC/ UFPR. Assim, um grupo de trabalho envolvendo a Direção de Enfermagem, Enfermeiros e o Serviço de Controle de Infecção foi organizado e tem desenvolvido estratégias que resgatam os cuidados na prevenção de infecção durante a inserção e manuseio dos cateteres. No quadro apresentado abaixo, citamos algumas recomendações que estão sendo trabalhadas neste grupo de trabalho do HC/UFPR.
Principais recomendações para prevenção de infecção de corrente sanguínea Higiene de mãos antes e após a realização de curativo, e antes de qualquer manipulação do cateter.
Degermação cirúrgica das mãos para inserção do cateter.
Evitar o uso de cateteres de múltiplos lumens.
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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Principais recomendações para prevenção de infecção de corrente sanguínea Sitio de inserção por ordem de prioridade: veia subclávia, veia jugular e, por último, a veia femoral que, se possível deve ser evitada.
Utilizar durante a inserção do cateter: luvas estéreis, gorro, máscara, avental estéril, campo cirúrgico estéril que cubra todo o paciente, degermação local com solução de clorexidina 2% seguida de clorexidina alcoólica a 0,5%. Curativo: antissepsia com solução alcoólica de clorexidina a 0,5%, sendo a primeira cobertura com gaze estéril e, nos dias subsequentes, com cobertura transparente, semipermeável trocada a cada 7 dias, ou antes se visivelmente suja ou úmida. Monitorar sinais sugestivos de infecção (presença de secreção, edema, hiperemia, hipertermia).
Trocar equipos de infusão contínua a cada 72 horas. Equipos de nutrição parenteral e hemoderivados, trocar a cada 24 horas do início da infusão.
Realizar desinfecção das conexões do cateter com gaze estéril embebida em álcool 70% (fricção por 30 segundos) antes de cada manipulação das conexões (administração de medicamentos, coleta de sangue). Proteger o CVC durante o banho do paciente. Remover o CVC assim que possível. Outras iniciativas de prevenção de IPCS estão voltadas para o desenvolvimento de novas tecnologias e materiais, bem como programas direcionados para mudança de comportamento dos profissionais de saúde diante das melhores práticas de assistência ao paciente. Desta forma,
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os esforços devem ser multidisciplinares, considerando as recomendações técnicas durante o procedimento de inserção e manuseio dos cateteres, vigilância epidemiológica das infecções e avaliação dos resultados.
Equipe SCIH - Serviço de Controle Infecção do HC (41) 3360 18 42 scih@hc..ufpr.br Médica: Célia Inês Burgardt e Médica Mônica Gomes da Silva. Enfermeiras: Christiane J. N. Stier, Janislei Giseli Dorociaki, Maria Cristina Paganini., Karin L. Bragagnolo e Maria Edutania S. Castro. Farmacêutica: Izelândia Veroneze.
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Alerta & notificações Alerta >> Excelente repor tagem sobre a história da HIV/AIDS no Paraná e da dedicação de profissionais do HC UFPR. Muito emocionante. http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo. phtml?tl=1&id=1464735&tit=Eles-viram-a-cara-da-aids >> Campanha de vacinação contra influenza: O Ministério da Saúde iniciou terça,-feira dia 22 de abril, a campanha nacional de vacinação contra gripe deste ano, que será realizada até o dia 9 de maio, sendo sábado (26) o Dia de Mobilização Nacional. A novidade desta campanha é a ampliação da faixa etária para crianças de seis meses a menores de cinco anos. No ano passado, o público infantil foi de seis meses a menores de dois anos. A estratégia de mobilização para todo o país, executada em parceria com estados e municípios, foi anunciada no último dia 2 pelo ministro da Saúde, Ar thur Chioro. http://www.sbim.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Informe_Campanha_Influenza-_-25_03_2014.pdf >> Sur to de sarampo no Ceará e Pernambuco Em 2013 foram confirmados 171 casos de sarampo nos seguintes estados: São Paulo (5), Minas Gerais (2), Espírito Santo (1),Pernambuco (152), Santa Catarina (1), Paraíba (9) e Distrito Federal (1). Em 2014, até a Semana Epidemiológica (SE) 10 (que termina em 8/3/2014), o Brasil apresenta 136 casos confirmados de sarampo, sendo 119 no Ceará, onde cerca de 44% dos casos ocorreram em menores de um ano; outros 11 casos foram registrados em Pernambuco e seis casos em São Paulo. A investigação laboratorial identificou o genótipo D8 relacionado aos casos atuais dos três estados, presente em quase todos os 211 casos da doença registrados no Brasil em 2013. O Ministério da Saúde publicou um informe técnico em 3 de fevereiro de 2014: “Aler ta sobre a situação do sarampo e ações desenvolvidas- Brasil 2013, 2014”, recomendando às secretarias estaduais de saúde que aler tem a todos os municípios sobre a situação atual do sarampo, enfatizando as medidas a serem tomadas diante da suspeita de sarampo com ênfase no bloqueio vacinal dos contatos em até 72 horas após o contágio e na atualização da caderneta vacinal. Pelo exposto acima fica clara a necessidade de manter altas taxas de cober tura vacinal com a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), haja vista a facilidade de entrada de casos impor tados de outros países, principalmente do Hemisfério Nor te que continuam endêmicos para o sarampo. ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/2014/SARAMPO14_ALERTA19marco. pdf >> Pesquisa aler ta para risco da febre do chikungunya se espalhar nas Américas https://por tal.fiocruz.br/pt-br/content/pesquisa-do-ioc-e -instituto-pasteur-alerta-para-risco-de -epidemia-de -chikungunya-no-brasil
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Alerta & notificações PORTARIAS & NOTIFICAÇÕES >> Saiba como aplicar o teste com fluido oral para HIV http://www.aids.gov.br/noticia/2014/saiba-como-aplicar-o-teste -com-fluido-oral-para-hiv >> Novo Protocolo de tratamento e acompanhamento de criancas com HIV e AIDS Documento apresenta avanços ocorridos nas orientações para o tratamento e acompanhamento das crianças expostas e infectadas pelo HIV. O Ministério da Saúde liberou hoje (23), novo protocolo de tratamento e acompanhamento, que beneficiará mais de 21 mil crianças com HIV e aids. A principal novidade é a modificação da prevenção com antirretroviral para recém-nascidos que, a par tir de agora, será com AZT (Zidovudina) por quatro semanas. Essa indicação é aplicada aos filhos de mães soropositivas que foram acompanhadas desde o pré -natal e que tenham carga viral do HIV abaixo 1.000 cópias no último trimestre de gravidez. Hoje, estão em tratamento com antirretrovirais, aproximadamente 10 mil crianças e adolescentes. http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/55939/_p_01_protocolo_pediatrico_pdf_p__62053.pdf >> PORTARIA Nº 183, DE 30 DE JANEIRO DE 2014 Regulamenta o incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e ser viços públicos estratégicos de vigilância em saúde, previsto no ar t. 18, inciso I, da Por taria nº 1.378/GM/ MS, de 9 de julho de 2013, com a definição dos critérios de financiamento, monitoramento e avaliação. http://brasilsus.com.br/normas-mensais/legislacoes/gm/122458-183.html
EVENTOS >> Expoepi - 14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia O evento acontecerá em Brasília – DF, de 28 a 31 de outubro de 2014, e tem como objetivo difundir temas impor tantes para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), além de premiar, por meio de sua Mostra Competitiva, os profissionais, os ser viços de saúde do país e os movimentos sociais que se destacaram no desenvolvimento de ações de vigilância em saúde relevantes para a saúde pública. http://por talsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secre taria-svs/11906-14-expoepi-aber tura-de -edital >> Cursos da Fiocruz têm vagas para diversas áreas http://por tal.fiocruz.br/pt-br/content/cursos-da-fiocruz-tem-vagas-para-diversas-areas III Seminário Estadual de Influenza, a ser realizado no dia 14 de maio, das 8h30min às 17h30min, na Federação Espírita do Paraná, no seguinte endereço: Rua Alameda Cabral, 300 – Centro, Curitiba - PR, 80410-210; (41) 3223-6174. Inscrições pelos profissionais interessados deverão ser realizadas até o dia 04/05/2014, através do site: www.escoladesaude.pr.gov.br
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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HC- UFPR - MAIO de 2014
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Agravos de Notificação Compulsória, 2013, no HC-UFPR Dados referente 2014 Nº pessoas fixas na equipe do NHE Nº pessoas temporárias na equipe do NHE Nº pessoas estagiários PET vigilância Nº total de notificações e investigações Acid. animal peçonhento Acid. trabalho com exposição mat. Biologico Atendimento Anti-Rábico Botulismo Câncer Relacionado ao Trabalho Cisticercose Coqueluche Dengue Dermatose Ocupacionais Doenças exantemáticas Doenças Priônica Esquistossomose Eventos adversos pós vacinação Febre Tifóide Hanseníase Hantavirose Hepatite viral HIV/AIDS HIV/Criança exposta HIV gestante Intoxicações exogenas Leishmaniose tegumentar americana LER/DORT Leptospirose Malária Meningites meningocócicas Meningites pneumocócicas Meningites virais Meningites bacterianas Meningites outras PAIR Paralisia flácida aguda Paracoccidioidomicose Pneumoconiose Rotavirus Sífilis congênita Sífilis gestante Sífilis não especificada Síndrome do Corrimento uretral em homem Síndrome Respiratória Aguda Grave Surtos Tétano Acidental Toxoplasmose gestante e criança exposta Transtorno Mental Tuberculose Varicela Violencia doméstica, sexual e/ou outras violências Total Registro de casos do RHC Investigação pacientes internados Investigação ambulatorial Investigação pronto-atendimentos Investigação em declaração de óbito Morte materna Óbitos infantis (< 1 ano) Número de internações Número de atendimentos em Pronto-Atendimentos Nº publicações ou divulgações de dados produzidos *ND não disponível
13
Jan 8 2 8
Fev 8 2 8
Mar 8 1 8
Total/2014 8 2 8
Total/2013 7 3
0 3 0 0 0 1 7 2 1 0 1 0 2 0 0 0 6 14 9 6 4 3 1 2 0 0 0 3 3 3 0 0 0 0 0 5 9 20 0 12 10 0 0 3 0 4 7 52 181 65 394 24 134 37 0 1 1125 3530 5
3 5 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 12 10 7 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 8 6 10 0 12 4 0 1 1 0 7 2 45 129 178 319 7 103 48 0 7 1114 3052 4
1 3 0 0 0 0 2 3 0 1 0 0 0 0 1 0 11 9 6 2 2 0 0 1 0 0 0 3 0 1 0 0 0 0 0 5 4 3 0 16 14 0 0 1 0 3 1 30 107 39 297 3 96 56 0 4 ND ND 4
4 11 0 0 0 1 11 5 1 1 1 0 2 0 2 0 29 33 22 9 7 3 1 4 1 0 0 6 4 4 0 0 0 0 0 18 19 33 0 40 28 0 1 5 0 14 10 127 417 282 1010 34 333 141 0 12 2239 6582 13
6 57 2 0 1 2 40 14 13 11 1 0 18 1 9 4 75 140 107 53 46 3 9 39 3 4 3 38 19 19 0 2 5 2 10 42 46 47 1 387 2 1 10 1 58 52 568 1970 1239 3957 377 1395 601 1 44 15338 39911 51
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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HC- UFPR - MAIO de 2014
Epidemiológico
Homenagem póstuma LUIZ HENRIQUE PRUDÊNCIO Ao colaborador do Serviço de Epidemiologia Hospitalar, assistente administrativo Luiz Henrique Prudêncio, falecido em 08/04/2014. O Sr. Luiz sempre foi um profissional muito dedicado e comprometido com as atividades do Serviço. Amava a Instituição HC-UFPR, a quem dedicou muitos anos de sua vida profissional. Nosso muito obrigado e que Deus o abençoe. Equipe do Serviço de Epidemiologia
Expediente Projeto gráfico: André Heib Barbosa – www.andheibs.com
Coordenação, edição e revisão: Evelyn Thais Almeida