BOLETIM
Epidemiológico HC-UFPR Informativo do Serviço de Epidemiologia, SCIH e Hospital Sentinela
DEZEMBRO de 2014 - Nº 17
HOSPITAL DE CLÍNICAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Situação da Aids nos últimos 30 anos Página 2 PREVENINDO
Portarias &
Pesquisa de Cultura de Segurança. Página 4
PORTARIA MS Nº 1984- Vigilância Sentinela SRAG, Rotavirus e outras Por tarias
Notificações
sob controle Ebola: Diretrizes do SCIH para atendimento de paciente com suspeita de Ebola do HC-UFPR Página 4
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DENGUE E CHIKUNGUNYA
Acompanhe a vigilância na página 8
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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HC- UFPR - dezembro de 2014
Epidemiológico
Situação da AIDS nos últimos 30 anos Acabar com Aids é mais do que uma obrigação histórica com os 39 milhões de pessoas que morreram de doenças relacionadas. Também representa uma importante oportunidade de estabelecer as bases para um mundo mais saudável, mais Aids no Brasil justo e equitativo. Este objetivo pode ser alcançado através da solidariedade global, ação baseada em evidências e parcerias De acordo com o novo boletim epidemiológico, cerca de 734 multissetoriais. mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no país. Desse total, 80% (589 mil) foram diagnosticadas. O plano, apresentado pelo UNAIDS durante a conferência mundial da Aids em julho de 2014, tem como objetivo acabar Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de Aids no com a propagação do HIV em 2020, e eliminar completamen- país. te a doença até 2030. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção Ele atende pelo apelido de 90-90-90. em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos de Aids novos ao ano. O que isso significa, na prática, é a seguinte: • Garantir que 90 por cento dos infectados sejam testados e O coeficiente de mortalidade por Aids caiu 13% nos últimos 10 diagnosticados; atualmente esse número é de cerca de 55 por anos, passando de 6,1 mortes por 100 mil habitantes em 2004 cento; para 5,7 em 2013. Do total de óbitos por Aids ocorridos no país • Destes diagnosticados, 90 por cento em tratamento com me- até o ano passado, 198.534 (71,3%) se deram entre homens e dicamentos anti-retrovirais; esse número é atualmente 37 por 79.655 (28,6%) entre mulheres. cento; • Dos tratados, pelo menos, 90 por cento atingindo resultado O Brasil alcança, este ano, 29% a mais de pessoas em tratamende Carga Viral indetectável (essencialmente uma cura funcio- to com antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na nal); Atualmente, essas taxas variam de 40 a 80 por cento em comparação com 2013. De janeiro a outubro do ano passado, vários países. 47.506 pessoas entraram em uso de medicação antirretroviral, sendo que neste mesmo período de 2014 foram 61.221 paAids no mundo cientes. No total acumulado, quase 400 mil pessoas já estão em terapia com estes medicamentos, neste ano. De acordo com a UNAIDS são 35 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids no mundo.
Aids em Curitiba
Desde o começo da epidemia aproximadamente 78 milhões de pessoas contraíram o vírus HIV e 39 milhões faleceram por Desde o início da epidemia, em 1984, até dezembro de 2013, doenças relacionadas à Aids. Curitiba tem 10.081 casos registrados de Aids, sendo 6.992 homens e 3.089 mulheres, e 3.473 notificações de infecção pelo O número de casos novos vem decrescendo em 38% desde HIV ou portador HIV, sendo 2.219 homens e 1.254 mulheres. 2001. Em crianças as novas infecções reduziram em 58% des- Nos últimos 3 anos, o número de casos de infecção pelo HIV de 2001. notificados, tem se mantido maior que o número de casos de Aids. Isto mostra uma tendência ao diagnóstico precoce, paDesde o ponto máximo de casos alcançados em 2005, as mor- cientes assintomáticos. tes relacionadas à Aids reduziram em 35%. Em 2013 foram 1,5 milhões de mortes e em 2005 foram 2,4 milhões. Em 2013 foram notificados 317 casos de Aids com uma taxa de detecção de Aids de 17,8 por 100 mil habitantes. Como o Com relação à terapia antirretroviral, em 2013, 12,9 milhões de município de Curitiba notifica casos de infecção pelo HIV, no pessoas tiveram acesso a medicação, o que representa 37% ano de 2013, foram registrados 476 casos com taxa de detecdas pessoas que vivem com HIV/Aids. ção de 26,8 por 100 mil habitantes.
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Epidemiológico Atualmente, ainda há mais casos de Aids entre os homens do coeficiente esteve estabilizado em torno de 8 óbitos por 100 que entre as mulheres. Em 1986, a razão de sexos era de cer- mil habitantes. ca de 10 casos de Aids no sexo masculino para cada 1 caso no sexo feminino. Esta razão manteve-se estável em 2, de 1998 a 2010 e nos últimos 3 anos, esta razão está em 3 casos em hoAids no HC mens para cada 1 mulher. Em 1984 o primeiro caso de Aids diagnosticado no Paraná foi A faixa etária em que a infecção pelo HIV/Aids é mais incidente, atendido no Hospital de Clínicas da UFPR (HC-UFPR). em ambos os sexos, é a de 30 a 39 anos de idade, com 127,7 casos por 100 mil habitantes nos homens e 53,9 casos nas mu- Desde o início da epidemia, o HC- UFPR é referência no atendilheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos é a única em que o nú- mento ao HIV/Aids e tem se destacado na atenção a gestante, mero de casos de HIV/Aids se manteve maior entre as mulhe- a criança, ao adolescentes, ao adulto e também na prevenção res de 2000 a 2010. Em todas faixas etárias a taxa de detecção principalmente na atenção às vítimas de violência sexual. por 100 mil habitantes é maior nos homens. Nos 30 anos da epidemia o HC registrou 4161 casos notificaNa faixa etária de 20 a 29 anos, para os homens, a taxa de de- dos sendo 2076 em homens e 2085 em mulheres, sendo mais tecção por 100 mil habitantes dobrou de 2003 para 2013(61,6 de 330 crianças. para 121,5) e é 4,4 vezes maior que a taxa do sexo feminino. São aproximadamente 1400 pacientes vinculados ao serviço, Importante destacar que a evolução dos casos em crianças com uma média de 760 pacientes por mês retirando a medimenores de 5 anos, mostra de forma indireta as ações de pre- cação na Farmácia Especial do HC-UFPR. venção da transmissão vertical do HIV/Aids. O ano 2000 foi o de maior incidência, com 14 casos. Este número diminuiu com No ano de 2013 mais de 1204 pacientes coletaram exames o passar dos anos e em 2013 chegou a zero. Não foi notifica- de carga viral e CD4, sendo que 60% apresentaram carga viral do nenhum caso de infecção pelo HIV/Aids em menores de 5 indetectável, índice próximo de países como Austrália (62%) anos, no município de Curitiba. O resultado confirma a eficácia Dinamarca(59%) e Reino Unido (58%). do programa Mãe Curitibana, criado no ano de 1999, com objetivo de reduzir a transmissão vertical do HIV, da mãe para o São mais de 1070 gestações acompanhadas e 300 casos de bebê. transmissão vertical evitados. Quanto à forma de transmissão ou categoria de risco entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. Nas mulheres, 80,4% dos casos de Aids registrados desde 1984 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 28,8% dos casos se deram por relações heterossexuais; 26,3% por relações homossexuais e 10,8% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical. Quando se analisa a forma de transmissão das infecções pelo HIV nos últimos anos, para as mulheres, continua heterossexual próximo a 80%, já para os homens a proporção de homossexual responde por mais de 40% dos casos detectados.
O serviço de infectologia do HC-UFPR no ano de 2014 teve 22 artigos publicados em revistas indexadas, 28 trabalhos apresentados em congressos com 8 participações em congressos nacionais e 6 congressos internacionais, fortalecendo sua posição como referência na atenção ao HIV/aids. Com relação aos atendimentos de vítimas de violência sexual são mais de 3000 atendimentos, sendo 88 pacientes do sexo masculino.
Os desafios ainda são grandes e os profissionais da saúde são co-autores desta história, que está sendo escrita. A notificação dos casos de Aids, infecção pelo HIV, gestante HIV e criança Em relação à mortalidade apesar da introdução da terapia exposta ao HIV, tanto na rede pública como privada, é obrigaantirretroviral de alta potência desde 2006, disponível na rede tória. pública de maneira ampla e gratuita, não se observou a redução esperada e sim uma estabilização nas taxas de mortalida- É através de uma notificação feita em tempo hábil e com o máde. De 1985 a dezembro de 2013 foram registrados 3.310 óbi- ximo de dados coletados, que teremos informação de qualitos sendo 2.413 em homens e 897 em mulheres. O coeficiente dade, objetivando direcionar ações eficazes. de mortalidade por 100 mil habitantes teve seu ápice em 1996 com 14,3 óbitos por 100 mil habitantes, nos últimos 4 anos o Dra Clea Elisa Lopes Ribeiro
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SEPIH - HC (41) 3360 1003 ou (41) 3360 1003 epidemio@hc.ufpr.br Médica Resp.: Suzana D. Moreira. Médica: Célia R. T. Pinto. Enf.: Adeli P. de Medeiros, Rosa Helena S. Souza,Fabiana Costa de Senna Avila Farias, Lili Aparecida Gonçalves e Cristina Garcia Beckert Batista. Téc. Gestão Pública: Juçara M. de Oliveira. Aux. Téc.: Monica K. Fernandes. Estágio PET Vigilância: Ana Carolina Freitas de Oliveira, Ana Helena Del Grossi de Paula e Silva, Jonathan Stockli de Vasconcelos,Danielle Midori Shimabukuro, Beatriz Gesppo Betini e Fabiana Rutes Zabudowski.
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Gerenciamento de Riscos
PESQUISA DE CULTURA DE SEGURANÇA Melhorar a cultura de segurança da equipe mul- vey on Patient Safety Culture (HSOPSC), com o tidisciplinar é o grande desafio das instituições questionário já validado no Brasil (REIS, 2013). de atenção à saúde. Esta pesquisa avalia 12 grandes áreas: A cultura de segurança, segundo a OMS (2009), • Abertura de comunicação; apresenta cinco atributos de alto nível que os • Feedback e comunicação sobre os erros; profissionais de saúde se empenham em opera- • Frequência dos incidentes notificados; cionalizar através da implementação de sistemas • Transferências do cuidado e passagens de plande gestão de segurança robustos: tão; • Apoio da gestão hospitalar para a segurança do Uma cultura onde todos os funcionários/ paciente; servidores aceitam a responsabilidade ou • Respostas não punitivas ao erro; a segurança deles próprios, dos seus cola • Aprendizado organizacional – melhoria conti boradores, pacientes e visitantes; nua; • Percepções gerais sobre segurança; Uma cultura que prioriza a segurança • Equipe de trabalho; relativamente a fins financeiros e opera • Expectativa e ações de promoção da segurança cionais; dos supervisores e gerentes; • Trabalho em equipe entre as unidades; Uma cultura que estimula e recompensa • Trabalho em equipe no âmbito das unidades. a identificação, a comunicação e a resolu ção de questões de segurança; Após a aplicação da pesquisa serão analisados os dados e realizado o feedback às lideranças em Uma cultura que incentiva a aprendiza relação às oportunidades de melhorias e pontos gem organizacional com os incidentes de fortes. A etapa seguinte se refere ao desenvolvi segurança; mento de planos de ação relacionados às fragilidades identificadas, em busca da melhoria con Uma cultura que fornece recursos, estru tínua. O preconizado é que a pesquisa se repita tura e responsabilidade apropriados para sistematicamente no período de 12 a 24 meses, manter sistemas de segurança eficazes. a fim de se avaliar a tendência de evolução da instituição. Medir a cultura de segurança é uma das estratégias recomendadas, para a avaliação da evolu- A coleta de dados no HC-UFPR foi iniciada em ção, identificação de fragilidades, pontos fortes outubro de 2014 e tem a meta de atingir 1900 e tendências de uma organização. respondentes, se estenderá até fevereiro de 2015, e os interessados devem entrar em contaOs hospitais americanos desde 2004 realizam to com a Assessoria de Gestão da Qualidade no este tipo de pesquisa. ramal 7956. Em parceria com o Departamento de Enfermagem, o HC – UFPR iniciou a aplicação da pesquisa idealizada pela Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) denominada Hospital Sur-
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Autores: Denise J. M. Rocha, Otília B. M. Silva, Marilise B. Brandão e Gerson Soares Júnior (Núcleo Permanente da Assessoria de Gestão da Qualidade)
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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
EBOLA: DIRETRIZES DO SCIH PARA ATENDIMENTO DE PACIENTE COM SUSPEITA DE EBOLA NO HC-UFPR O HC-UFPR é um dos hospitais escolhidos pela Secretaria Estadual de Saúde como local de referência para o atendimento de paciente com suspeita de apresentar a Doença causada pelo vírus Ebola, no Paraná. A doença do vírus Ebola (DVE) é causada por um vírus do gênero Ebolavirus. O surto atual, na África ocidental, envolvendo Guiné, Libéria e Serra Leoa, teve início em março de 2014 e é classificado como o maior surto da doença até hoje, desde que foi identificada pela primeira vez em 1976.
zes, que também se fundamentaram nas recomendações emitidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e Ministério da Saúde (MS). O fluxo no protocolo/diretriz nacional para atendimento a paciente com suspeita de Ebola tem início com a comunicação ao SAMU, da existência de um caso suspeito, sendo o encaminhamento feito ao Hospital do Rio de Janeiro, referência nacional para atendimento destes pacientes. Somente será encaminhado para o HC-UFPR, o paciente que não esteja em condições clínicas para transporte aéreo e que necessite de assistência hospitalar. Neste caso o SAMU fará contato com o Serviço de Infectologia do HC, o qual desencadeará todo o fluxo para poder receber este paciente para atendimento.
A infecção ocorre por contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou membranas mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como O primeiro passo no HC, será a transferência roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas1. de todos os pacientes internados na Infectologia para outras unidades do hospital. A Por ser uma doença grave, muitas vezes fatal, com equipe assistencial será exclusiva para o pauma taxa de letalidade que pode chegar até os ciente com suspeita de Ebola, para maior segu90%2, exigiu que o Hospital formasse um grupo rança tanto para os pacientes como para a equipe. multidisciplinar para estabelecer as diretrizes específicas para o atendimento de paciente suspeito. Este grupo, formado pela Direção do Hospital (aqui englobando várias gerencias), Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Serviço de Epidemiologia e Unidade de Infectologia, trabalhou visando o bloqueio da transmissão com controle, segurança e proteção máxima tanto ocupacional como assistencial e do ambiente. Muitas rotinas do Hospital foram adaptadas para atender exclusivamente esta situação, fundamentadas no uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e a limpeza, desinfecção de materiais, equipamentos e ambientes. A este conjunto de rotinas chamou-se de Diretri-
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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Destacam-se as seguintes diretrizes operacionais:
Trajeto específico para entrada e saída do com elástico, macacão, luvas, bota, sobre bota e
paciente suspeito, de forma a não haver contato protetor facial) e corredor (profissional usando o com pessoas não envolvidas na atividade e pre- pijama verde e touca); servar a segurança das pessoas que transitam pelo Hospital;
Os EPIs são de uso individual e descartá-
veis, exceto os óculos de segurança, o protetor
Entrada na área de atendimento somente facial e as botas de borracha, que são itens indi-
dos profissionais que foram devidamente treina- viduais identificados com o nome do usuário; dos;
Presença constante de uma pessoa para
Atuação somente de profissionais devida- orientar e auxiliar o profissional no passo a pas-
mente paramentados;
so da paramentação e especialmente na despa-
ramentação dos profissionais que realizarem o
Área de internação do paciente na Unida- atendimento direto do paciente, com local de
de de Infectologia dividida em três ambientes: apoio (cadeira/banquinho) e espelho na ante quarto do paciente (profissional usando os EPIs sala para se certificar da correta colocação dos completos), antessala (profissional usando gorro EPI’s (não deixar pele/mucosa exposta). A primeira etapa do treinamento dos profissionais para a paramentação e desparamentação com segurança, já foi realizada e seu objetivo foi proporcionar o primeiro contato com este novo procedimento, com entendimento dos princípios essenciais do uso correto e seguro dos EPIs. No HC e na SESA (Secretaria Estadual da Saúde) a paramentação estabelecida é composta por 3 pares de luvas cirúrgicas, duas sobre botas e avental cirúrgico de mangas longas e com comprovada barreira a líquidos e microrganismos, para oferecer maior barreira e segurança ao profissional. Na segunda etapa do treinamento, todos os profissionais terão que exercitar a paramentação e desparamentação diariamente para aumentar a destreza e reduzir riscos de erros. A Diretriz do HC-UFPR inclui cuidados especiais com os materiais na própria Infectologia, bem como a coleta, transporte e destinação final dos resíduos.
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1 Secretaria Estadual de Saúde do Paraná http://www.saude.pr.gov.br 2Ministério da Saúde - http://portalsaude.saude. gov.br 3OMS - http://www.who.int
Equipe SCIH - Serviço de Controle Infecção do HC (41) 3360 18 42 scih@hc..ufpr.br Farmacêutica: Izelândia Veroneze. Médicas: Célia Inês Burgardt e Mônica Gomes da Silva. Enfermeiras: Christiane J. Niebel Stier, Christiane Natal Souza Niszcak, Janislei Giseli Dorociaki, Maria Cristina Paganini, Karin Lohmann Bragagnolo e Maria Edutania S. Castro.
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Alerta & notificações Alerta DENGUE E CHIKUNGUNYA MS reforça prevenção com R$ 150 milhões de recurso adicional Estados e municípios receberão recurso exclusivo para qualificação das ações de combate aos mosquitos transmissores das doenças Aedes aegypti e Aedes albopictus
controle de endemias; garantir cober tura das visitas domiciliares pelos agentes; adotar mecanismos para a melhoria do trabalho de campo; realizar o LIRAa (Le vantamento Rápido de Infestação por Ae des Aegypti) com ampla divulgação nos O período de chuvas este ano trará, além veículos de comunicação locais; notificar do perigo da dengue, uma nova ameaça à os casos graves suspeitos de dengue, ensaúde: a febre chikungunya. Para intensi- tre outras ações. ficar as medidas de vigilância, prevenção e controle dessas doenças, o Ministério O número de casos registrados de dengue da Saúde irá repassar um recurso adicio- caiu 61% entre janeiro e 15 de novembro nal de R$ 150 milhões a todos os estados de 2014, em comparação ao mesmo períe municípios brasileiros. Os recursos são odo de 2013. Foram 1,4 milhão de casos para qualificação das ações de combate em 2013 contra 566,6 mil neste ano, no aos mosquitos transmissores das doenças mesmo período. Todas as regiões do país Aedes aegypti e Aedes albopictus, o que apresentaram redução de casos notifiinclui vigilância epidemiológica e o apri- cados, sendo que a região Sudeste teve moramento dos planos de contingência. a queda mais representativa, correspondente a 67%, seguida pelo Sul (64%), CenDo total repassado, R$ 121,8 milhões se - tro-Oeste (58%), Nordeste (42%) e Nor te rão destinados às secretarias municipais (12%). de saúde e R$ 28,2 milhões às secretarias estaduais. O recurso adicional é exclusivo “Mesmo com a redução nos casos de denpara ações contra dengue e chikungunya gue, a prevenção precisa ser mantida. A e será repassado em uma parcela única. O combinação do trabalho preventivo em valor representa um subsídio de 12% do cada residência, com as ações do poder valor anual do Piso Fixo de Vigilância e público, é capaz de reduzir a presença do Promoção da Saúde de R$ 1,25 bilhão. mosquito do Aedes aegypti no meio ambiente e, consequentemente, evitar epiEm contrapar tida, os municípios precisam demias”, afirma o ministro da Saúde, Arcumprir algumas metas, como disponibili- thur Chioro. zar quantitativo adequado de agentes de
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Alerta & notificações Alerta O estado com a maior diferença entre 2013 e 2014 foi o Rio de Janeiro, que conseguiu reduzir em 97% o número de casos, seguido pelo Mato Grosso do Sul (96%) e Minas Gerais (86%). Os óbitos por dengue no Brasil também apresentaram queda em comparação a 2013. Neste ano, foram 398 mor tes, contra 652 confirmados no ano passado, uma redução de 39%.
Segundo dados do LIRAa - pesquisa que identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito - o panorama dos criadouros do mosquito varia entre as regiões. Enquanto na Região Nordeste, 76,1% dos focos está no armazenamento de água, na região sudeste 56% dos focos está no depósito domiciliar. Já as regiões Nor te, Centro-Oeste O secretário de Vigilância em Saúde, do e Sul tem no lixo o principal desafio, com Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, aler- taxas de – 42,5%, 45,5% e 47,3% –, resta que a população deve redobrar os cui- pectivamente. dados no período de dezembro a maio. “A população precisa fazer vistoria em suas CHIKUNGUNYA - Em relação à febre chicasas para verificar o adequado armaze - kungunya, o Ministério da Saúde registrou namento de água, o acondicionamento até 15 de novembro, 1.364 casos, sendo do lixo e a eliminação de todos os reci- 125 confirmados por critério laboratorial pientes sem uso, que possam acumular e 1.239 por critério clínico-epidemiológiágua e virar criadouros do mosquito. Este co. Do total, 71 casos são impor tados, ou mesmo cuidado deve ser adotado no am- seja, de pessoas que viajaram para países biente público”, orienta o secretário. com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas LIRAa – Elaborado pelo Ministério da Saú- do Caribe e Guiana Francesa. Os outros de, em conjunto com estados e municí- 1.293 foram diagnosticados em pessoas pios, o Levantamento Rápido do Índice de sem registro de viagem internacional para Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), é países onde ocorre a transmissão. Destes considerado um instrumento fundamen- casos, chamados de autóctones, 531 fotal para orientar as ações de controle da ram registrados no município de Oiapodengue, o que possibilita aos gestores que (AP), 563 em Feira de Santana (BA), locais de saúde anteciparem as ações de 196 em Riachão do Jacuípe (BA), um em prevenção. Até o momento, 1.824 municí- Matozinhos (MG), um em Pedro Leopoldo pios realizaram o levantamento, um cres- (MG) e um em Campo Grande (MS). cimento de 26,8% em relação aos 1.438 municípios que realizaram a pesquisa no ano passado. O LIRAa revela que 137 municípios brasileiros estão em situação de Por Carlos Américo, da Agência Saúde risco para a ocorrência de epidemias de Atendimento à imprensa – Ascom/MS dengue, outros 659 em aler ta e 1.028 ci- (61) 3315-2577/3835/3580 dades com índice satisfatório.
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Alerta & notificações PORTARIAS & NOTIFICAÇÕES >> PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 2.647, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2014 Regulamenta as condições de isolamento, ventilação e exaustão do ar e medidas de proteção ao trabalhador, em relação à exposição ao fumo nos ambientes estabelecidos no ar t. 3º do Decreto nº 2.018, de 1º de outubro de 1996, alterado pelo Decreto nº 8.262, de 31 de maio de 2014. http://www.brasilsus.com.br/index.php/legislacoes/interministerial/1455-2647 >> PORTARIA Nº 2.757, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2014 Autoriza repasse no Piso Variável de Vigilância em Saúde (PVVS) do Componente de Vigilância em Saúde de recurso financeiro para qualificação das ações de vigilância, prevenção e controle da dengue e febre de chikungunya. h t t p : / / w w w. b r a s i l s u s. c o m . b r / i n d e x . p h p / l e g i s l a c o e s / g a b i n e t e - d o - m i n i stro/1604-2757 >> 12/09/2014 - PORTARIA MS Nº 1984- Vigilância Sentinela SRAG, Rotavirus e outras. http://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=274718 >> 06/06/2014 - PORTARIA Nº 1.271 - Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos ser viços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/pr t1271_06_06_2014.html >> 02/05/2014- PORTARIA Nº 732 - Altera e acresce dispositivos à Por taria nº 183/GM/MS, de 30 de janeiro de 2014, que regulamenta o incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e ser viços públicos estraté gicos de vigilância em saúde, previsto no ar t. 18, inciso I, da Por taria nº 1.378/ GM/MS, de 9 de julho de 2013, com a definição dos critérios de financiamento, monitoramento e avaliação http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/pr t0732_02_05_2014.html >> 01/04/2013 - PORTARIA Nº 529, Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/pr t0529_01_04_2013.html >> 30/01/2014 - PORTARIA Nº 183 - Regulamenta o incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e ser viços públicos estratégicos de vigilância em saúde, previsto no ar t. 18, inciso I, da Por taria nº1378/GM/MS, de 9 de julho de 2013, com a definição dos critérios de financiamento, monitoramento e avaliação. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/pr t0183_30_01_2014.html
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Alerta & notificações EVENTOS >> 14º Congresso Mundial de Saúde Pública LOCAL:Calcutá, Índia PERÍODO:11/02/2015 a15/02/2015 LINK :http://www.abrasco.org.br/site/2014/06/14_wcph/ INFORMAÇÕES:Organizado de três em três anos pela World Federation of Public Health Associations ( WFPHA) junto com as associações nacionais, o evento tem como tema Pessoas saudáveis, ambiente saudável. >> 4º Congresso Iberoamericano de Medicina Familiar e Comunitária LOCAL:Montevideú - Uruguai PERÍODO:18/03/2015 a 21/03/2015 INFORMAÇÕES:http://www.montevideo2015wonca-cimf.org/es/ >> 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão LOCAL:Goiânia (GO) PERÍODO:28/07/2015 a 01/08/2015 INFORMAÇÕES:http://www.abrasco.org.br/site/2014/06/11o-congresso-brasileiro-de -saude -coletiva-abrascao/ >> Seleção de candidatos a Mestrado e Doutorado - Eco-epidemiologia da leptospirose INFORMAÇÕES: http://www.bahia.fiocruz.br/?area=10&opt=146 >> Saúde do trabalhador e ecologia humana: Especialização - inscrições até 5/1/2015 INFORMAÇÕES:http://www.siga.fiocruz.br/arquivos/ls/documentos/editais/471_Edital%20STEH%202015.pdf >> Instituto Fernandes Figueira (IFF) Pesquisa aplicada à saúde da criança e da mulher : Mestrado - inscrições até 14/1/2015 INFORMAÇÕES: http://www.iff.fiocruz.br/pdf/cursos/chamada_publica_em_ pesquisa_aplicada_turma2015.pdf >> Inscrições para curso de especialização da ESPP são prorrogadas INFORMAÇÕES:http://www.saude.pr.gov.br/modules/noticias/ar ticle. php?stor yid=3895&tit=Inscricoes-para-curso-de -especializacao-da-ESPP-sao-prorrogadasINSCRIÇÕES: www.escoladesaude.pr.gov.b
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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HC- UFPR - dezembro de 2014
Agravos de Notificação Compulsória, 2013, no HC-UFPR Dados Referente 2014 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nº Pessoas Fixas na Equipe do NHE 8 8 8 8 9 9 9 8 9 9 Nº Pessoas Temporárias na Equipe do NHE 2 2 1 1 0 0 0 0 0 0 Nº Pessoas Estagiários PET Vigilância 8 8 8 8 8 8 8 8 6 6 Nº Total de Notificações e Investigações Acid. Animal Peçonhento 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 Acid.Ttrabalho com Exposição Mat. Biologico 3 5 6 4 4 1 0 1 2 0 Atendimento Anti-Rábico 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Câncer Relacionado ao Trabalho 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cisticercose 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Coqueluche 7 2 3 4 3 3 3 1 2 0 Dengue 2 0 3 0 0 0 0 0 0 0 Dermatose Ocupacionais 1 0 0 3 2 1 0 0 0 0 Doenças Exantemáticas 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 Doenças Priônica 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Eventos Adversos pós Vacinação 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Febre Amarela 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Febre Tifóide 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hanseníase 0 1 1 0 0 0 0 3 1 1 Hantavirose 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Hepatite Viral 7 13 14 9 22 10 13 10 13 10 HIV/AIDS 16 10 8 4 17 9 19 13 5 12 HIV/Criança Exposta 9 7 6 8 4 6 12 3 7 4 HIV Gestante 8 2 6 5 6 5 5 4 5 3 Intoxicações Exogenas 4 1 2 4 1 0 1 2 0 1 Leishmaniose Tegumentar Americana 3 0 0 1 0 0 0 0 1 0 Leishmaniose Visceral 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 LER/DORT 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Leptospirose 2 1 1 3 1 3 4 0 1 3 Malária 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Meningites Meningocócicas 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Meningites Pneumocócicas 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 Meningites Virais 3 0 3 4 2 0 3 2 1 4 Meningites Bacterianas 3 1 2 2 2 1 3 2 1 6 Meningites Outras 3 0 1 3 2 0 4 2 0 0 Paralisia Flácida Aguda 1 0 0 0 0 0 0 0 2 0 Paracoccidioidomicose 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 Pneumoconiose 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Rotavirus 0 0 0 0 0 0 2 1 2 1 Sífilis Congênita 5 8 5 6 4 3 4 3 5 0 Sífilis Gestante 10 10 6 7 8 5 6 2 3 4 Sífilis não Especificada 20 10 5 6 9 13 6 7 14 6 Síndrome do Corrimento Uretral em Homem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Síndrome Respiratória Aguda Grave 10 4 14 20 50 38 31 26 30 25 Surtos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tétano Acidental 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Toxoplasmose Gestante e Criança Exposta 4 2 1 2 2 11 0 2 3 3 Transtorno Mental 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tuberculose 4 7 3 5 6 2 6 5 7 4 Varicela 7 2 1 2 3 2 3 0 0 0 Violencia Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências 52 48 38 33 29 30 43 39 38 58 Total 189 139 131 137 179 145 172 128 146 146 Registro de Casos do RHC 65 178 39 93 102 95 58 168 193 162 Investigação Pacientes Internados 394 319 297 287 326 270 392 330 356 353 Investigação Ambulatorial 24 7 3 4 26 15 28 16 18 55 Investigação Pronto-Atendimentos 134 103 96 130 68 52 30 22 54 25 Investigação em Declaração de Óbito 37 48 56 36 45 43 31 48 34 40 Morte Materna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Óbitos Infantis (< 1 ano) 1 7 4 5 3 7 1 4 1 1 Número de Internações 1125 1114 1057 952 1108 801 1014 1096 1177 1263 3530 3052 3354 2924 2551 1441 1616 1508 1679 1951 Número de Atendimentos em Pronto-Atendimentos Nº publicações ou Divulgações de Dados Produzidos 5 4 4 4 5 4 4 5 5 4 *ND não disponível
Nov Total/2014 Total/2013 9 8 7 0 2 3 6 8 1 2 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0 1 0 26 13 5 2 2 1 0 0 2 0 1 0 2 4 1 0 0 0 0 4 10 12 0 14 0 0 3 0 6 1 27 144 157 362 64 64 49 0 4 ND ND 4
5 28 1 0 2 31 5 7 3 2 3 1 0 8 1 147 126 71 51 18 6 1 2 21 1 2 2 24 27 16 3 2 0 6 47 71 108 0 262 0 1 33 0 55 21 435 1656 1310 3686 260 778 467 0 38 10707 23606 48
6 57 2 1 2 40 14 13 11 1 18 0 1 9 4 75 140 107 53 46 3 9 39 3 4 3 38 19 19 2 5 2 10 42 46 47 1 387 2 1 14 1 58 52 568 1970 1239 3957 377 1395 601 1 44 15338 39911 51
Muito Mais! Há mais, muito mais, para o Natal do que luz de vela e alegria. É o espírito de doce amizade que brilha todo o ano. É consideração e bondade, é a esperança renascida novamente, para paz, para entendimento, e para benevolência dos homens! Autor Desconhecido Desejamos um Feliz Natal e Próspero Ano Novo Sinceros fotos da Família SEPIH-HC-UFPR
13Expediente Projeto gráfico: André Heib Barbosa – www.andheibs.com
Coordenação, edição e revisão: Evelyn Thais Almeida