ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE
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CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA
10 contos ANO VI
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NÚMERO 52/53
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DEZEMBRO/JANEIRO 2007-2008
ATÉ SEMPRE DRª ALBINA
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JORNAL MENSAL
NATAL NA EPM-CELP
REGRESSO ÀS AULAS 2º PERÍODO
DESTAQUES 1º Dezembro...........................4 Festa de Natal na EPM-CELP. 6 Almoço de Reis .................... 9 Regresso às Aulas..................10 Mudança de Direcção...........11 Entrevista com a nova Presidente da Escola Portuguesa de Moçambique.........................15
EDITORIAL
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas
Este foi um mês de mudança na EPM-CELP. Terminado o mandato do Conselho Directivo anterior, chegou o momento de uma nova equipa assumir a gestão e os destinos desta escola. Mas se as pessoas passam, as instituições ficam e permanecem sempre no tempo, necessitando de continuar a ser geridas e orientadas. Este momento de transição e mudança, nas instituições e organizações humanas, geram, por vezes, tensões, provocando temores e ansiedades, expectativas e incertezas. Sentimentos estes, próprios do Ser Humano, que, ao longo de toda a sua evolução, sempre temeu e receou o desconhecido e a mudança. No entanto, estes momentos de transição são também oportunidades de crescimento, de evolução e de criação de novas dinâmicas, capazes de contrapor o novo ao antigo, isto é, capazes de gerar um novo futuro. Mas, para que isso aconteça, é preciso que todos rememos para um mesmo lado, é preciso reunir TODAS as vontades e colaborações, capazes de colocar em interacção os membros e sectores da nossa escola – Direcção, Professores, Funcionários, Alunos, Pais e Encarregados de Educação. Por nós, Conselho Directivo, TUDO faremos para criar as condições necessárias para que essa evolução, desejada e necessária, aconteça. Para além disso, desejamos que essa evolução se processe em paz e estabilidade, com espírito de abertura, em diálogo sincero e permanente, despido de preconceitos ou de ideias feitas… Desta forma, contamos com a sua colaboração.
O Conselho Directivo da EPM-CELP
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NASCIMENTOS Octávia trazer ao mundo mais um menino, o Adler. Já a 13 de Julho, a psicóloga Janaina viu nascer a sua filhinha, Yara. Em tempo de férias, coube ao A Dr.ª Teresa e as suas duas filhas. A mais nova é a Jade.
EP
Este foi um ano de grandes alegrias, na EPM-CELP, graças à chegada de novas vidas. Entre homens e mulheres todos estão de parabéns. O ano começou em grande para os professores Sónia e Pedro que no dia 5 de Janeiro viram nascer o seu Guilherme. Ainda neste mês, no dia 25, a professora Teresa Noronha recebeu nos seus braços a Jade. Um mês depois, era a vez da professora Ana Catarina Carvalho conhecer o seu pequeno Francisco. Depois de uma pequena pausa, a funcionária Beatriz teve um rapazito, o Pedro, no dia 7 de Abril.
O Francisco com a sua mãe, a Dr.ª Ana Catarina.
professor Jeremias acolher, no dia 4 , a sua filha Luna. Dez dias depois, nasceu o Afonso, filho da professora Cláudia Jeromito. Por fim, as professoras Margarida Esteves e Sara Teixeira trouxeram ao mundo as suas filhotas Teresa e Maria, respectivamente. A Teresa no dia 27 e a Maria a 29 de Agosto! Grande mês este o de Agosto! Como se pode constatar, este foi um ano bastante fecundo e de grande felicidade. MV
A pequena Yara com a sua mãe, a Drª Janaina dos Serviços de Psicologia da Escola.
No dia 18 de Maio, a arquitecta Judite Santos deu à luz um menino, o Walide. No final de Junho, mais precisamente no dia 26, foi a vez da funcionária
A Luna e o seu pai, o Dr. Jeremias Conceição, Coordenador do Centro de Formação.
A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas
notícias curtas
1º DE DEZEMBRO DIA MUNDIAL DO HIV Há flagelos que persistem. O HIV é um deles.
notícias curtas ESCOLA FRANCESA VISITA EPM-CELP
O dia mundial da Sida foi assinalado, na nossa Escola, pelos alunos do 9º ano através de duas actividades: a produção de cartazes alusivos a esta doença e a realização de uma palestra. Com estas acções pretendeu-se sensibilizar a comunidade escolar para este problema.
O painel de intervenientes na sessão organizada no Auditório Carlos Paredes.
Iniciou-se a sessão com a partilha de experiências vividas pelos alunos do 9º ano, aquando da sua visita a um Centro de Saúde da cidade de Maputo. Estas vivências revelaram-se bastante enriquecedoras, já que permitiram um contacto próximo com a realidade Moçambicana, no que respeita ao HIV. Ficou-se desta forma a saber que, por exemplo: muitas pessoas não querem saber os resultados dos testes, há discriminação social por falta de informação, as campanhas de informação e sensibilização não são as mais adequadas para a população, grande parte da população carece de condições de saúde e higiene mínimas e constata-se um abandono precoce do tratamento logo que o doente se começa a sentir bem. De seguida, a Professora Ana Catarina moderou um debate, sobre o HIV. Não faltou entusiamo aos participantes, entre as questões dos alunos e as respostas da Médica escolar, Dr.ª Patrícia Silva, e das convidadas especiais (a coordenadora do programa da Luta contra a Sida, Drª Della Correia, e a psicóloga do projecto de apoio aos infectados, Drª Cecília). Contou-se, ainda, com a participação do Gabinete de Psicologia e da Vogal da Direcção, Dr.ª Dina Trigo Mira.
Membros da nova direcção da Escola Francesa de Maputo em visita às instalações da EPMCELP, onde foram recebidos pela vogal da Direcção, Drª Dina Trigo Mira.
A EPM-CELP recebeu, no dia 16 de Janeiro, a visita do novo presidente da Escola Francesa de Maputo -Dr. Jean-Claude Croisé . Esta visita teve como objectivo principal a planificação de uma actividade a realizar em parceria com a nossa Escola, isto é, a comemoração do Carnaval, pelos grupos do PréEscolar, 1º e 2ºciclos. Aproveitou-se, igualmente, para definir estratégias comuns no que respeita à resolução dos problemas da estrada que afecta os utentes destas Instituições de Ensino. EP
Alguns dos momentos que marcaram o debate sobre a SIDA que ocorreu no final da palestra.
O balanço desta actividade é muito positivo, já que se sentiu uma grande adesão e empenho em informar e sensibilizar a comunidade escolar para a ACC pandemia do HIV/ SIDA.
Dr. Jean-Claude Croisé - novo Presidente da Escola Francesa de Maputo, a quem a EPM-CELP deseja os melhores sucessos profissionais e pedagógicos.
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PÁGINAS COM HISTÓRIA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA EM 1640 externos, com apenas uma representante do rei a governar o reino português, a duquesa de Mântua, a Espanha de 1640 torna-se um alvo relativamente fácil para uma bem estruturada revolta portuguesa, que tinha como objectivo a restauração da independência do país.
D. João IV, Duque de Bragança foi então aclamado rei de Portugal, inaugurando a última dinastia da monarquia portuguesa - a dinastia de Bragança.
Comemora-se em Portugal, no dia 1 de Dezembro, a Restauração da independência do país, facto único na história portuguesa. Não obstante a perda da independência ter sido quase uma realidade entre 1383 e 1385, devido à crise provocada pela sucessão de D. Fernando, a verdade é que o sentimento nacionalista prevaleceu sobre o maior poderio militar do exército castelhano e a Batalha de Aljubarrota tornou-se um marco incontornável da história portuguesa. Ora, entre 4 de Agosto de 1578, data do desaparecimento de D. Sebastião, e 1580, ano da morte do cardeal D. Henrique, foi precisamente o desvirtuamento dos valores que consagram a individualidade de uma nação o móbil que levou a um desfecho diametralmente oposto ao registado naquele período mais recuado. De facto, perante uma nova crise sucessória, já que D. Sebastião e o cardeal D. Henrique não tinham descendência (o primeiro por descuido político, o segundo por ser um membro da Igreja), os aliciamentos de vária ordem feitos pelos espanhóis aos grupos privilegiados da nação portuguesa foram mais fortes que o sentimento
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nacionalista, que apenas no povo continuava presente. Não admira, por isso, que nas Cortes de Tomar, de 1580, Filipe II, de Espanha, tenha tomado posse como rei de Portugal, com o título de D. Filipe I, pondo fim à Dinastia de Avis e inaugurando uma nova Dinastia, a Filipina. Nas Cortes, o novo rei afirmou a união dinástica, embora jurando alguma autonomia para Portugal, cumprida no início do seu reinado, embora no final do mesmo, e já marcadamente com os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, de Portugal, a situação resvalasse para uma tirania, com o propósito último de apagar os privilégios anteriormente jurados, e levar Portugal, para além da unidade dinástica, à unificação institucional. Perante esta situação, a nobreza , o clero, e, também, a burguesia, começaram a ver que tinham caído num engodo e, aos poucos, o sentimento nacionalista sobe das camadas populares para as camadas superiores da sociedade portuguesa. O clero começa a mover influências, a nobreza arquitecta a revolta e o povo conferirá massa humana à mesma. Rodeada de problemas político-económicos, internos e
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, e já depois de se ter convencido o duque de Bragança, D. João, a assumir os destinos do país, um grupo de destacados nobres portugueses introduz-se no Paço da Ribeira, residência oficial da duquesa, manieta os soldados reais e vem à varanda principal proclamar D. João como novo rei de Portugal. Terminava, assim, o domínio espanhol sobre Portugal, tendo a revolução sido recebida pela população portuguesa com enorme júbilo. D. João fica com o título de D. João IV e inaugura-se uma nova Dinastia, a de Bragança. Espanha não se dá por vencida e durante vinte e oito anos irá tentar pôr fim à revolução. Contudo, sem forças para acorrer a mais este problema, não lhe restará outra alternativa senão aceitar os factos e, a 13 de Fevereiro de 1668, é assinado o Tratado de Lisboa, entre D. Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, que põe fim à Guerra da Restauração e regista o que na prática já se tinha efectivado a 1 de Dezembro de 1640, a restauração da independência de Portugal. ND
A nova bandeira de Portugal criada aquando da Restauração
EPM-CELP EM FOCO VISITA À EXPOSIÇÃO DE BONECAS DE CAPULANA
CAMPANHA DE DOAÇÃO DE SANGUE NA EPM-CELP
Imagens relativas às colheitas de sangue realizadas na EPM-CELP.
Tem sido preocupação do Programa de Saúde despertar e incentivar na comunidade da EPM-CELP o espírito de solidariedade e disponibilidade para com os outros. Neste âmbito, o Gabinete Médico da EPM-CELP promoveu mais uma campanha de doação de sangue nos dias 13 e 14 de Dezembro. Para que tal fosse possível, deslocou-se uma brigada do Banco de Sangue do Hospital Central à nossa Escola e procedeu-se à recolha de sangue entre as dezenas de voluntários que responderam a este apelo. A colheita foi efectuada no Posto médico com o apoio da Enfermeira Escolar Rosa Zacarias. A maioria dos dadores foi de estudantes, o que muito nos orgulhou, pois revela a vontade e o espírito de entre-ajuda que existe nos nossos jovens. Sessenta e quatro alunos, dez funcionários, quatro professores e um membro da Direcção constituíram o universo de dadores. Parabéns a todos eles! De salientar que as reservas nos nossos bancos de sangue são sempre exíguas e qualquer doação é bem-vinda. Crianças com malária, parturientes com hemorragias, acidentados, doentes com cancro, são alguns exemplos daqueles cuja vida pode ser salva com o precioso líquido que é o sangue e que nós, neste acto de dádiva e entrega, podemos oferecer. Nunca será demais lembrar qual o perfil do dador de sangue: ter no mínimo dezasseis anos de idade; ter peso igual ou superior a cinquenta quilos; não padecer de nenhuma doença infecciosa; não ter tido malária nos últimos três meses; não ter hipertensão arterial nem doenças cardíacas; não sofrer de anemia nem de outras doenças de sangue e não estar grávida nem a amamentar. A doação pode ser repetida trimestralmente (para os homens) e de quatro em quatro meses (no caso das mulheres). Se preenche os requisitos necessários, contamos consigo na próxima campanha de doação de sangue que se realizará no mês de Maio. Seja solidário e contribua doando sangue. Ajude a salvar a vida de muitos que tanto dele necessitam!
Desenho realizado por um aluno do pré-escolar alusivo à exposição de bonecas de capulana.
O Grupo do Pré-escolar foi ver uma exposição de artesanato, de bonecas de pano, intitulada “Festa na Ilha”. Havia bonecas vestidas com capulana, representativas das diferentes províncias de Moçambique. Foi também possível conhecer as diferentes formas de usar a capulana. Ficámos a saber quais as cores que mais se usam no norte do país, onde as capulanas são mais coloridas. Talvez as mulheres do norte gostem mais de se enfeitar! Atenção, não são só as mulheres que usam capulana, também os homens, em algumas províncias, para as suas danças tradicionais como “Vanalombo”, “Xigubo” e “Mapico”. A Dona Suzete Honwana, criadora destas bonecas, está de parabéns pelo seu trabalho! Esta actividade teve a participação de alguns dos encarregados de educação que se disponibilizaram para nos acompanhar, tendo sido bastante válida a sua colaboração e empenho. AIC
Os alunos da EPM-CELP na exposição realizada na fortaleza de Maputo.
PS
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EPM-CELP EM FOCO AE INICIA-SE NAS ARTES DRAMÁTICAS
FESTA DE NATAL NA EPM-CELP O Natal na EPM-CELP mobilizou, sobretudo o pré-escolar e o 1º ciclo , que se desdobraram nos preparativos e festejos natalícios
Eis algumas imagens da arte de bem representar, levada a cabo pela Associação de Estudantes.
A Associação de Estudantes organizou com os alunos do 12º ano de escolaridade uma peça de teatro intitulada “Pensamentos e Palavras de Outros - uma espécie de teatro”. Tudo aconteceu nos dias 17 e 18 de Dezembro. A ideia surgiu da vontade e do prazer que os membros da associação têm pela representação, pela escrita e pela leitura. Assim sendo, juntaram-se alguns deles e procuraram contos, peças, histórias, todo o tipo de palavras e pensamentos, de autores diversos, possíveis de representar. Optou-se pelo humorista brasileiro Luis Fernando Veríssimo com o texto “O Lixo, Mãe Executiva, Elizabeteanos e As Moralistas” e, também, pelo escritor e actor Ricardo Araújo Pereira com o texto/crónica “Os pêlos”. Na actuação foi ainda integrado um texto da autoria da aluna Rita Couto intitulado “Tias Tugas”. Os alunos que se dedicaram à representação foram Zein Yakoob, Raquel Soares, Rita Couto, Malitsa Francisco, Mónica Francisco e Hélder Santos, todos eles alunos do 12º ano. Para além do conteúdo teatral, houve ainda espaço para a música contando-se com a participação dos alunos Michal Tandane, Nuno Moura, Guilherme Maltezinho, Rita Couto e Malitsa Francisco. Pensámos que este seria um projecto de qualidade, uma vez que traz à luz os mais variados temas, os mais pequenos detalhes da vida que compõem o nosso quotidiano. Com humor é sempre mais fácil comunicar e falar dos mais diversos assuntos, mesmo dos mais difíceis. A rir se fala de divórcio, do quotidiano, das relações entre pais e filhos... Muitas gargalhadas se fizeram ouvir e essa foi a nossa recompensa! Foi um projecto muito positivo que nos deu alento para outros e novos projectos que nos levaram a pensar já numa nova peça que pretendemos apresentar ainda este período . Fica já o convite em cima da mesa. AE
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Natal! Natal! Natal! Não faltaram os preparativos para comemorarmos com os nossos colegas, pais e familiares o Natal. Andámos muito atarefados a fazer trabalhos para vendermos no Bazar de Natal e a preparar algumas canções para apresentarmos na festa. Estávamos um pouco nervosos, mas correu tudo bem! Os colegas mais novos, das salas dos 3 e 4 anos, até cantaram em inglês e os dos 5 anos uma canção de Reis. Tivemos uma estreia, a primeira apresentação do Grupo de Dança do Pré-escolar. Os pequenos dançarinos não imaginavam que iriam ter um público tão numeroso. Inicialmente ficaram um pouco atrapalhados, mas não se deixaram intimidar e deram o seu melhor. Mereceram uma grande salva de palmas! Todos os alunos do Pré-escolar e do 1º Ciclo trabalharam muito para o Bazar de Natal, havia postais, enfeites e bolos para vender. Conseguimos vender muitas coisas e angariar fundos para comprar material escolar para os meninos da Escola Primária da Polana Caniço, para que eles também possam fazer trabalhos bonitos. Gostámos muito de fazer esta festa, de termos as nossas famílias na escola e de ajudarmos outros meninos. Foi uma festa muito bonita!
AIC
O Bazar de Natal foi uma das componentes das actividades desenvolvidas...
... servindo propósitos caritativos de angariação de material escolar para os alunos da Escola Polana Caniço
EPM-CELP EM FOCO VIVÊNCIAS NATALÍCIAS A comemoração do Natal está intimamente relacionada com uma das festas mais importantes do calendário Cristão - o nascimento de Jesus. Em pleno século XXI, o Natal não se reduz às vivências religiosas mais puras. Hoje o Natal surge, quer associado a uma lógica de encantamento, de magia saudável lembrando valores de solidariedade e de partilha entre as pessoas, independentemente dos seus laços afectivos; quer a um estado de euforia assumida em que parece que a vida depende da compra desenfreada de presentes como se o mundo não tardasse a desaparecer. Hoje o Natal parece ter sido adoptado pelas sociedades em geral independentemente das confissões religiosas que professam. Parece, igualmente, comum que nestes dias as famílias se reúnam, preparem pequenos banquetes recheados de pratos típicos desta época ou outros do seu agrado e partilhem a alegria de se encontrarem nomeadamente através da troca de presentes que a todos agrada especialmente aos mais novos que diga-se, em abono da verdade, passam o ano a sonhar com a noite de Natal. Em Moçambique, o Natal também acontece. O dia 25 de Dezembro é denominado “Dia da Família” lembrando assim que neste país convivem culturas tão diversas que a época Natalícia ganha outra cor, outra tonalidade tornando-se uma experiência interessante para quem nunca sentiu o Natal com sabor estival. Como sou Muçulmana, não celebro o Natal. Na minha religião, também há outros momentos importantes. Querem conhecê-los? Os muçulmanos comemoram duas festas por ano.O Idulfitr é a festa que marca o fim do jejum do mês de Ramadan. Nesta festa, fazem-se bolos, oferecem-se presentes às crianças e dá-se dinheiro aos necessitados para poderem partilhar connosco esta alegria festiva. Temos,igualmente, a festa do sacríficio Iduladha, que marca o termo da peregrinação aos lugares sagrados do Isslam (Islão). Desta vez, sacrifica-se um animal (carneiro, cabra, cabrito, vaca ...) e oferece-se aos pobres, familiares e amigos.Em ambas as festas , recomenda-se um alto espírito de perdão e de amor para com as outras pessoas, qualidades essas que caracterizam a religião que é o Islão. Daouia 5A
O meu Natal foi excelente. Fui a casa de um amigo da minha mãe. Todos os convidados tinham de levar um prato. A festa começou com uma mesa de petiscos para toda a gente e, em seguida, veio o jantar. Comemos muito e estava tudo muito gostoso. Depois, chegou a hora de entregar os presentes. Essa foi a hora de que eu mais gostei! Por fim, fiquei com sono e adormeci na rede.
Natália 5ºC
O dia 24 foi um dia em cheio. Primeiro, comecei por ajudar a fazer a bola e os coscurões para a ceia de Natal, onde estaria toda a família, incluindo as minhas irmãs, que estão a estudar em Portugal. Depois, almocei e, passadas duas horas, voltei às actividades culinárias. Desta vez ,fiz um bolo, também para a ceia de Natal. A seguir, fomos à Missa do Galo. Quando voltámos, comemos, bebemos e fomos logo abrir as prendas. Gostei mesmo muito de todas. O dia 25 foi o prolongamento da noite de Natal. Mais uma vez a alegria de ter toda a família reunida foi uma constante. Iva, 5ºC
Gosto muito do Natal, porque a minha família está reunida e porque, finalmente, recebo os presentes com que sonho o ano inteiro. Este Natal recebi algumas prendas que me deixaram muito feliz. Uma das prendas foi a minha irmã Débora ter chegado de férias, à hora do jantar, para me fazer uma surpresa.
Diogo 5ºD
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EPM-CELP EM FOCO BALANÇO DO 1º MOMENTO DE AVALIAÇÃO No 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico foram realizados vinte Conselhos de Turma de Avaliação, em Dezembro, correspondentes a 8 turmas do 2º Ciclo e a 12 turmas do 3º Ciclo. É de salientar que o número de alunos por turma situa-se entre os 22 e os 27.
Depois do regresso aos alunos analisam a pauta referente à avaliação sumativa do 1º período.
No 1º ano, foram avaliados 80 alunos. Neste ano de escolaridade não houve insucesso, pois as crianças ainda estão na fase de aprendizagem da leitura e da escrita. No 2º ano, foram avaliados 92 alunos e apenas a turma “D” apresenta insucesso ao nível da Matemática e da Língua Portuguesa. Em relação ao 3º ano, foram avaliados 81 alunos. Algumas turmas revelaram necessidade de melhorar as suas competências nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. No 4º ano, um ano de transição de ciclo, foram avaliados 102 alunos. O aproveitamento a nível desde ano é satisfatório, com excepção da turma “A” que apresenta um aproveitamento de bastante satisfatório. MF
Na EPM-CELP privilegia-se o diálogo com os alunos, em sessões conjuntas de análise e debate dos resultados obtidos nos vários ciclos de ensino.
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Analisados os resultados da avaliação, verificou-se que o comportamento dos alunos das turmas do 5º Ano foi considerado, no geral, Satisfatório, com excepção da Turma D, cujo comportamento foi considerado Satisfaz Bem. As turmas do 5º e 6º anos de Escolaridade apresentaram um aproveitamento Satisfatório, constituindo, mais uma vez excepção, a Turma D do 5º Ano. Contrariamente ao ano lectivo transacto, no presente ano, não se destacaram disciplinas com insucesso escolar no 2º Ciclo de Estudos. No que se refere ao 3º Ciclo de Estudos – 7º, 8º e 9º anos de Escolaridade - o comportamento, em termos globais, foi, também, considerado Satisfatório, apresentando-se Não Satisfaz o comportamento da Turma D, do 8º Ano e das Turmas A e D, do 9º ano. Destaca-se a Turma C, ainda no 8º ano de Escolaridade, com comportamento Satisfaz Bem. O aproveitamento, de uma forma geral, no 3º Ciclo, foi considerado Satisfatório, destacando-se as Turmas D, do 8º Ano, e as Turmas A e D, do 9º ano, com um aproveitamento Não Satisfaz. Neste Ciclo de Estudos, as disciplinas de insucesso escolar são Inglês, História e Matemática, no 7º ano, Língua Portuguesa e Matemática, no 8º Ano, Língua Portuguesa, Matemática e CFQ, no 9º ano.
MC
. A questão das classificações é mais significativa no Ensino Secundário, com os alunos a mostrarem o seu «estado de alma» de forma mais expressiva.
Relativamente ao secundário, no 10º ano, a disciplina de Matemática é a que apresenta a maior percentagem de insucesso: num total de 64 alunos avaliados, 29 tiveram uma classificação inferior a dez valores. Também a disciplina de Biologia/Geologia registou uma percentagem de 45,4%. O comportamento e o aproveitamento deste ano de escolaridade revelou-se Satisfatório, à excepção da turma B, que obteve um aproveitamento Bom. No que concerne ao 11º ano, as disciplinas com menor sucesso são a Matemática (turmas A e B), com uma taxa de insucesso de 67,2% e a FísicoQuímica A com a percentagem de 52,6%. O comportamento e o aproveitamento destas turmas foi tido como satisfatório. Relativamente ao 12ºAno, não existem disciplinas com percentagens de insucesso acima dos 50%. Todavia é preciso estar-se atento às disciplinas de Matemática no 12ºA, e à disciplina de História B no 12ºB, tendo presente que são disciplinas sujeitas a exame nacional. O comportamento e o aproveitamento das turmas que fazem parte do 12ºAno foi considerado satisfatório. MV
EPM-CELP EM FOCO REUNIÕES ENTRE A
ALMOÇO DE REIS
DIRECÇÃO E OS ALUNOS
No evento que marca o arranque do 2º período nada faltou, desde a boa disposição até à «mesa farta» - docentes e funcinários tiveram uma tarde de alegre convívio.
Nos dias 15, 16 e 17 de Janeiro, como é habitual em cada início de período, foram promovidas reuniões entre a Direcção da EPM-CELP e os alunos dos diversos ciclos de ensino, com vista a uma reflexão conjunta acerca dos resultados obtidos no primeiro período. Este olhar crítico sobre o trabalho desenvolvido pautou-se por dois vectores essenciais: por um lado, o aproveitamento obtido nas diversas disciplinas e, por outro, a apreciação das atitudes face às actividades lectivas, traduzidas no seu comportamento. A orientar o encontro estiveram a Dr.ª Dina Trigo de Mira, Presidente do Conselho Directivo, as coordenadoras de ciclo, bem como Directores de Turma e outros docentes. Num diálogo franco, discutiram-se métodos de trabalho, dificuldades encontradas na consecução dos objectivos traçados no projecto educativo da Escola, tendo os alunos assumido um compromisso público, no sentido de um empenho crescente. Frisou-se, igualmente, a necessidade de um cumprimento rigoroso das directivas emanadas pelo Regulamento Interno desta instituição de ensino. EP/TN
Foram mais de uma centena os professores e funcionários da EPM-CELP que não quiseram deixar de marcar presença no tradicional almoço de Reis, que acontece habitualmente no início do segundo período, como forma de inaugurar, em salutar convívio, o novo ano que começa. Desta vez, o encontro teve lugar no dia 12 de Janeiro, no Pátio das Laranjeiras, e os convivas começaram a chegar por volta das treze horas, fazendo-se acompanhar da sua sobremesa favorita. Da ementa, constava caldo verde, caldeirada de cabrito e os tradicionais pratos moçambicanos: xima e matapa de caranguejo. Como já vai sendo tradição, durante a refeição foram distribuídas rifas por todos os presentes e, no final, com o precioso contributo da professora Sandra no papel de mestre-de-cerimónias, todos se dirigiram para o centro do pátio, para reclamar o brinde que lhes coubera em sorte, e que tanto podia ser uma tee-shirt do Malangatana, um simples caderno pautado ou algo completamente inesperado. Em seguida, prestou-se uma pequena homenagem à Presidente da Direcção, Dra. Albina Santos Silva, e ao Vogal, Dr. José Fernandes, que receberam, num acto simbólico, o conjunto das muitas publicações vindas à luz durante o período em que estiveram à frente dos destinos da Instituição. Foi então altura de assistir a um slide show de fotografias ilustrativas da festa do VIII Aniversário da Escola, em todos os seus momentos, seguido de um outro humorístico, também da autoria do Centro de Recursos, dirigido, mais uma vez, à Dra. Albina e ao Dr. José Fernandes, como forma de reconhecimento pela dedicação que votaram à Escola nos últimos anos. E depois dos filmes e dos discursos, a festa alargou-se pela tarde fora. Foi tempo de sacudir as preocupações e de ensaiar uns pezinhos de dança no centro do Pátio das Laranjeiras, ao som da alegre música moçambicana. EM
No final, honrando a tradição da Festa de Reis, todos tiveram um presente que suscitou entre os contemplados as mais díspares reacções.
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EPM-CELP EM FOCO REGRESSO ÀS AULAS “Período novo, vida nova”, bem podia ser a adaptação do Pátio das Laranjeiras ao conhecido adágio popular. Assim sendo, fomos saber junto dos nossos alunos com que expectativas se apresentam face a este 2º período que agora começa.
Para mim, o segundo período representa novos desafios, pois todos os períodos são uma etapa que temos que percorrer com sensatez e força. Neste período, pretendo melhorar as notas e preparar-me bem para o próximo período que aí vem. Naila, 7º C
Este 2º período, visto estar num ano novo, representa, para mim, uma vida nova. Pretendo empenhar-me mais para melhorar a todos os níveis: ter melhores notas e ser uma pessoa melhor. Assim sendo, pretendo melhorar a minha vida. Sei que vai custar, mas aprendi: “Querer é poder”! O regresso às aulas ficou marcado pela chuva que parece ter querido «abençoar» os alunos da EPM-CELP.
As minhas perspectivas para o segundo período são melhorar o meu aproveitamento e tornar-me mais activa nas aulas. Estudar mais está na lista, bem como descobrir novos métodos de estudo. Dicxita, 10º B
O segundo período é demasiado pequeno para recuperar e melhorar, mas não pretendo desistir. Deixei as brincadeiras em 2007 e dei um título a 2008: “A esperança é a última a morrer”! Shaina, 7º D A satisfação de voltar à escola, rever amigos e colegas, parecia geral.
Para mim, o segundo período é... uma segunda chance para mostrarmos o que valemos. É apenas um capítulo, um capítulo curto que temos de agarrar com unhas e dentes.
Uma nova etapa se iniciou no presente ano lectivo - começou o 2º período que este ano será curto.
Maura, 7º D
Para mim, o 2º período representa mais estudo e empenho. Tenho planos, pretendo atingir notas brilhantes e ser rigorosamente empenhada! Ana Alice, 7º C
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As minhas expectativas para este segundo período são manter algumas notas e subir outras, continuando a trabalhar cada vez mais. Para o futuro, os meus planos são estudar em Inglaterra, na Universidade, e licenciarme em Engenharia Informática ou Electrónica. Filipe Thomaz, 11º A
Diogo, 7º D É uma mudança de ano e de período, em que pretendo estudar muito e deixar a distracção, a conversa e a brincadeira de lado.
Mariamo Jodá, 10º ano
É visível o entusiasmo com que os alunos regressam à Escola.
Para este período, tenho a expectativa de continuar com boas notas e de trabalhar para tentar ganhar uma bolsa de estudo. Mas deixemo-nos de sonhar alto: o objectivo principal é manter e subir a média. Extracurricularmente, tenho o plano de continuar a treinar artes marciais e, quem sabe, talvez participar nas competiçõess que se avizinham representando este país que me adoptou desde que nasci. É basicamente isto, mas futuras ideias e projectos virão. David Barbosa, 11º A
EPM-CELP EM FOCO MUDANÇA DE DIRECÇÃO NA EPM-CELP A EPM-CELP tem uma nova Direcção. A mudança era esperada. Sabia-se que o mandato da Directora da Escola, Dr.ª Albina dos Santos Silva, terminara e que esta se preparava para encetar uma nova etapa da sua vida como indiciava o discurso público proferido por ocasião da Comemoração do 8º aniversário da EPM-CELP. No entanto, tudo se precipitou no dia 14 de Janeiro pelas 17:30, quando numa reunião com toda a comunidade escolar a Dr.ª Albina anunciou a cessação oficial das suas funções e da Direcção vigente. Foi então comunicado que a nova direcção seria constituída pela Dr.ª Dina Trigo de Mira, presidente do Conselho Directivo, Dr.ª Alice Feliciano, vogal para a área pedagógica, e pelo Dr. Miguel Carreiras Costa, vogal para a área financeira. Na comunicação feita ficou claro o apoio inequívoco à nova Direcção, especialmente à sua nova presidente, assim como o agradecimento a toda a comunidade educativa pelo empenho e dedicação demonstrados ao longo deste período de trabalho em que muitos sonhos ganharam forma. Foi de estranheza o momento. Embora nos bastidores circulasse a notícia, a verdade dita por quem a detém ganha outra amplitude. Seis anos e meio de navegação sob a égide de um comandante deixam marcas. A Escola Portuguesa de Moçambique, tal como a conhecemos hoje, deve muito à tenacidade e empenho desta Senhora do Leme que com o seu carisma conseguiu congregar esforços para que a embarcação circulasse já a velocidade de cruzeiro. Neste processo de crescimento a gestão financeira foi, como em qualquer empresa, determinante na construção e
sedimentação do Projecto Educativo nas suas diversas vertentes. O grande responsável por este sector foi o Dr. José Fernandes cujo trabalho meticuloso garantiu a saúde económica da casa.
Esperando pelo início da Sessão de passsagem de testemunho do cargo de Presidente do Conselho Directivo da EPM-CELP.
Discurso de Despedida.
Assinatura de documentos oficiais.
A passagem de testemunho simboliza a entrada num novo ciclo da vida da EPM-CELP.
No dia 15 de Janeiro a Dr.ª Dina Trigo de Mira tomou posse. Iniciava-se assim uma nova etapa na vida da Escola. Durante a manhã a mensagem foi passando: “Às doze no auditório - homenagem à Drª Albina, é surpresa “ . A comunidade educativa organizou-se e prestou homenagem a quem tanto deu pelo crescimento desta instituição. A emoção imperou neste momento de autenticidade. Entre as palavras ditas, a música tocada e a dança, havia a certeza do reconhecimento sentido por todos quantos prestavam homenagem à Dr.ª Albina e ao Dr. José Fernandes, que não esconderam a emoção suscitada pelo momento. Durante este encontro, houve um gesto que se revestiu de especial significado, tratou-se da oferta de um traje tipíco usado pelas mulheres Moçambicanas, constituído pelo Mukume (duas capulanas unidas por uma renda branca podendo servir, quer para uso pessoal, quer para uso doméstico, por exemplo como colcha), a vemba (uma capulana mais pequena que se coloca num ombro) e o lenço. Podemos traduzir este gesto como uma forma de adopção simbólica da Drª Albina pela Comunidade Moçambicana e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do seu valor enquanto mulher. Apesar de todo o ambiente inerente à mudança, há a certeza de que a EPM-CELP e o seu projecto Educativo estão de pé, sendo motivo de orgulho de todos quantos o vão construindo. EP
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ATÉ SEMPRE DRª ALBIN A ALBINA
FOTOREPORTAGEM
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FOTOREPORTAGEM
N ATAL E ALMOÇO DE REIS NA EPM-CELP
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EPM-CELP EM FOCO MENSAGEM AOS MEMBROS DA DIRECÇÃO CESSANTE Por ocasião da homenagem prestada pela comunidade educativa aos membros da Direcção cujo mandato findava, os docentes não quiseram deixar de mostrar o seu apreço pelo trabalho levado a cabo por ambos, nomeadamente através da mensagem que abaixo se transcreve. Vale a pena ler!
As sábias palavras de Fernando Pessoa referem que “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” É do conhecimento de todos que a vida é efémera, que o tempo passa e nada se repete, todavia, é-nos de todo difícil aceitar tal facto, por mais introspecções que façamos! A edificação desta Nossa Grande Instituição tem por detrás uma grande mentora, cuja personalidade e carisma não permitiram que nenhum espaço ficasse sem o toque da varinha de condão, que tão sabiamente conseguiu dar vida e transformar até as pedras! E tudo isto, pensando no bem-estar, no desenvolvimento da cultura humana e na progressão científica e profissional de todos aqueles que por aqui passaram, dos que estão e os por vir! Nada foi fácil, nada surgiu de ânimo leve! Todas as conquistas são fruto de muitas noites de insónia, momentos em que o pensamento permite a concepção de grandes ideias, que se transformam em grandes feitos! Não nos devemos esquecer do exercício espiritual e físico despendido pela nossa singular Doutora Albina Santos Silva para lidar com a diversidade humana e cultural do amplo quadro que integra e trabalha em prol do engrandecimento desta Magna Instituição! TODOS IGUAIS, TODAVIA, DIFERENTES!
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Não nos devemos esquecer, de modo algum, do Doutor José Fernandes, que naquele seu cantinho, sempre silenciosamente, nos acompanhou prontamente, colaborou e providenciou a tempo e horas “o nosso rico dinheirinho”!
LOUVORES À COMUNIDADE EDUCATIVA O dinamismo que caracteriza a vida das pessoas e das Instituições conduz à mudança. Chegado o momento da cessação das suas funções como Presidente do Concelho Directivo da EPM-CELP e após seis anos de intenso trabalho em torno da elaboração e operacionalização de um projecto, a Dr.ª Albina considerou pertinente e justo prestar reconhecimento público do trabalho desenvolvido por todos profissionais das áreas pedagógicas,técnico-pedagógicas, administrativas e funcionais desta instituição educativa. O projecto educativo levado a cabo durante este período teve como grande objectivo e citamos a Dr.ª Albina: “Proporcionar à Juventude Moçambicana e de todas as outras nacionalidades residentes em Moçambique, uma educação que atingisse os mais elevados patamares de excelência científica, cívica e artística.” Ninguém foi esquecido, porque a grande embarcação que é a Escola Portuguesa de Moçambique faz-se ao mar, pelo esforço de cada um dos seus marujos. EP/TN
EPM-CELP EM FOCO ENTREVISTA COM A NOVA PRESIDENTE DA EPM-CELP PL - Em primeiro lugar queríamos expressar-lhe as boas vindas, enquanto Presidente do Conselho Directivo. Mas, sabendo que se passou cerca de um ano, relativamente ao momento em que chegou a esta casa como vogal do Conselho Directivo para a Área Pedagógica, terá seguramente feito um primeiro diagnóstico da instituição. Poderá tecer algumas considerações em torno deste aspecto? Dr.ª Dina – Esta instituição tem duas funções principais: a primeira, é enquanto escola integrada, com o objectivo de formar de modo sólido os cerca de mil e trezentos alunos que temos. A segunda, é a de servir de instrumento à cooperação portuguesa na área de educação e da cultura, uma vez que a Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa foi criada ao abrigo do acordo de cooperação entre Portugal e Moçambique. Relativamente à escola integrada, que na minha perspectiva é a área onde a nossa acção deve ter maior incidência, julgo que é necessário reforçar, ainda mais, o trabalho em torno da componente pedagógica. A nossa missão, neste âmbito, é dar formação de qualidade e rigor. Existem muitos recursos físicos que podem ser rentabilizados. Isto requer, evidentemente, um investimento na mobilização dos docentes para a utilização dos meios, colocando as novas tecnologias ao serviço dos contextos educativos. Relativamente à dinâmica dos recursos humanos, sinto que cada um dá o seu melhor, embora pense que se devem criar mecanismos para que as pessoas procurem, por elas próprias e em conjunto, soluções para os problemas com que se deparam. Por outro lado, em termos de cooperação, dever-se-á continuar a desenvolver Jornadas de Formação. Na minha opinião, esta deve partir da demanda moçambicana e ir ao encontro das necessidades sentidas pelas Instituições Educativas do País. Para isso é necessária uma grande abertura, uma atitude de escuta, de auscultação e de respeito relativamente a este País que nos acolhe. Sinto que a Escola deveria encontrar formas de estabelecer novas e melhores parcerias com as instituições moçambicanas. PL - Relativamente ao quadro que acabou de desenhar, quais são as bases sobre as quais assentará o novo Projecto Educativo? Dr.ª Dina – Como disse atrás, a incidência do nosso trabalho será na valorização da escola integrada, de forma
a obter melhores resultados na área pedagógica. A tónica será, portanto, a capacitação dos docentes, o trabalho dentro das áreas disciplinares e também o trabalho transversal entre as várias áreas. Penso que há que trabalhar mais a componente didáctica e pedagógica. A formação deve ser reforçada e devemos tentar maximizar todos os recursos que a Instituição possui. Um dos pontos fortes desta escola é a capacidade de trabalho das pessoas, o empenho e responsabilidade. Esta mais-valia, aliada ao uso racional dos meios de que dispomos, tem que ser gerida, visando, sempre, a obtenção de melhorias mensuráveis do sucesso escolar e educativo dos nossos alunos. Em relação à política de cooperação, a Escola deve pautar-se por uma abertura que possibilite, às Instituições de Ensino de Moçambique, expressar-se sobre as suas reais necessidades para que a nossa intervenção possa, efectivamente, responder ao que nos é solicitado e para as quais nós estejamos aptos. PL - Conhecendo a história desta instituição e sabendo que a EPM-CELP se situa num espaço intersticial entre dois países, como se pautará a nova direcção face, por um lado, ao Ministério de Educação Português e, por outro, ao facto de se encontrar num território moçambicano com legislação própria? Dr.ª Dina – Estamos, evidentemente, entre duas legislações. Por um lado, temos que respeitar a legislação do país de acolhimento, e, por outro, a ordem jurídica emanada da legislação portuguesa. Trata-se, em suma, de harmonizar as práticas, tendo em atenção as duas ordens jurídicas. PL - Como encara a gestão de uma instituição cujos recursos humanos provêm de dois contextos diferentes e cuja coabitação nem sempre é completamente pacífica? Dr.ª Dina - Todos temos algo a aprender com o Outro. Nestes dois contextos existem aspectos a valorizar. Devemos pôr de lado os preconceitos, as ideias feitas e tentarmos estar abertos e receptivos à diferença. Só assim podemos aprender, só assim se pode crescer. A coabitação entre pessoas, com vivências distintas, pode ser uma experiência muito enriquecedora em termos humanos e institucionais. PL - Que mensagem gostaria de deixar ao corpo docente, aos funcionários, aos alunos e aos encarregados de educação, neste momento em que assume o comando do leme deste navio?
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CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS Dr.ª Dina - A mensagem para os trabalhadores desta escola é a mesma que referi nos encontros que já tivemos com os colaboradores desta organização: só conseguiremos levar esta missão a bom termo com a colaboração de todos, sem excepção. É importante que as pessoas se envolvam, participem, colaborem nas iniciativas, nos projectos. Deve haver a consciência de que o trabalho de cada um é imprescindível para que os objectivos preconizados sejam alcançados. Não basta destacar evidências ou aspectos negativos, é importante perceber que estamos todos no mesmo barco e que o rumo que este toma depende do desempenho e colaboração proactiva de cada um. Aos pais gostaria de dizer o seguinte: as organizações vivem independentemente das direcções, têm uma dinâmica própria. Esta casa tem uma vitalidade muito grande e estamos numa atitude de grande abertura, de grande receptividade em relação a todos. Toda a colaboração e propostas são bem-vindas, os pais serão muito bem recebidos, ouvidos e a sua participação será preciosa para todos. Relativamente aos alunos gostaria de reforçar a ideia de que eles são a razão da existência desta instituição. Tudo faremos para que lhes seja propiciado um ambiente favorável à sua formação intelectual, científica e humana, bem como ao crescimento da sua consciência cívica, num contexto em que a multiculturalidade é um facto. (Entrevista conduzida por TN)
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CRE FAZ BALANÇO O Centro de Recursos Educativos da Escola Portuguesa de Moçambique é sobejamente conhecido pela transversalidade da sua acção visível nos sectores diversos que tem a seu cargo. Falamos, naturalmente da Oficina Didáctica, do SIR (Sistemas Informáticos e Redes), da Biblioteca Poeta José Craveirinha, das Instalações Específicas e da área da Manutenção e Obras. A gestão de recursos tão dispares, obriga a um trabalho de coordenação rigoroso. Findo o primeiro quadrimestre de uma nova etapa na vida do CRE sob uma nova coordenação vale a pena lançar um olhar sobre o trabalho realizado. A primeira percepção que se tem do trabalho implementado nas mais diferentes áreas é que o factor humano é determinante na gestão do CRE. Percebe-se de imediato que há boa comunicação entre as equipas de trabalho, resultante de um respeito mútuo e sentido de responsabilidade nas diversas tarefas levadas a cabo. São, igualmente, visíveis medidas tomadas no que toca à reorganização dos espaços de trabalho, basta para isso pensarmos na Oficina Didáctica, no SIR e até na Biblioteca da nossa escola. O sentido de responsabilidade inerente a este pilar da EPM-CELP obriga a que haja uma grande lucidez e a noção clara de que o desafio desta unidade de trabalho é constante. Em jeito de balanço a Coordenadora do CRE afirmou: “As minhas principais preocupações ao assumir este cargo foram: assegurar a gestão de pessoal e de recursos, de forma a garantir o funcionamento pleno de todos os sectores sem sobressaltos e roturas, e efectuar um diagnóstico aprofundado do seu funcionamento para conceber propostas de melhoramento e de inovação. Considero que o funcionamento desta unidade manteve os índices de desempenho do ano precedente, sendo que foram tomadas algumas medidas de reestruturação interna , sobretudo do SIR, com o objectivo de melhorar o seu desempenho, sistematizando fluxos de informação, promovendo o acompanhamento directo e sistemático das tarefas individuais e dinamizando a auto e heteroformação dos recursos humanos. Creio ser prioritário investir na formação profissional dos recursos humanos, através de acções de formação de média duração; fidelizar os recursos humanos ao CRE, de modo a potenciar o seu desempenho, contratar funcionários que preencham as necessidades diagnosticadas e intervir na melhoria da qualidade das infraestruturas a cargo desta área. Parece-me, ainda, prioritário, melhorar os fluxos de informação, de maneira a proporcionar uma gestão mais eficaz e melhorar os mecanismos de planificação e de controlo das actividades internas e de prestação de serviços à escola por entidades externas, bem como assegurar mecanismos de avaliação, actuando, na medida do possível de forma preventiva.” EP/JS
CENTRO DE FORMAÇÃO E DIFUSÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA PROJECTO WORKFLOW DOCUMENTAL
FORMAÇÃO NA ÁREA DA MONTAGEM DE REDES A sociedade nos nossos dias vive uma profunda mudança que afecta a forma como trabalhamos, como aprendemos e como interagimos uns com os outros. Actualmente, a informática tomou, ou vem tomando, conta de todos os nossos processos de relação profissional, social e cultural.
À medida que as instituições vão crescendo, o fluxo de informação vai aumentando exponencialmente. Na EPM – CELP não é diferente, tanto no que diz respeito à circulação da informação interna como externa. No sentido de facilitar e melhorar a celeridade da organização da informação, a EPM – CELP está a implementar um Software de Workflow documental. Um objectivo do projecto de Workflow na EPM – CELP é o mapear de todo o fluxo da documentação da instituição num único Sistema de Informação, com vista à optimização do ciclo de vida de cada processo, rápida notificação dos intervenientes em cada um e uma redução substancial da quantidade de papel em circulação.
Com este projecto pretende-se agregar toda a documentação pertinente existente no histórico da instituição ao Sistema de Informação, com vista a salvaguardar situações em que os documentos se extraviam, reduzir o número de cópias físicas, por via de uma disponibilização simultânea de um dado documento a vários intervenientes e rentabilizar o tempo dos funcionários na pesquisa e recuperação de documentos, quer se trate do activo ou do histórico. O Workflow poder-se-á definir como um conjunto de tarefas, executadas em série ou em paralelo, por uma ou várias pessoas, tendo em vista atingir um objectivo comum. Para colocar em prática o processo foram necessárias sessões de esclarecimento sobre o modus operandi do programa às pessoas que vão estar directamente ligadas ao mesmo. Assim, realizaram-se durante este mês duas sessões, orientadas pelo Eng.º Álvaro Perdigão, AC que desenvolveu o programa para a EPM – CELP.
Deste modo, a comunidade educativa, em geral, os órgãos de decisão e o tecido empresarial, têm vindo a considerar que a formação científica e técnica nesta área do conhecimento é de vital importância para o desenvolvimento do país. Colocar o equipamento em funcionamento, configurar, ligar em rede, instalar programas, reparar e/ou substituir componentes são tarefas, que cada vez mais, têm de ser asseguradas pela EPM-CELP, uma vez que é financeiramente menos viável recorrer à contratação de serviços externos. Desta forma, torna-se essencial que quem na EPM-CELP habitualmente cumpre estas tarefas, adquira as competências para o desempenho das mesmas. Assim , o Centro de Formação e Difusão da Língua Portuguesa está a promover, em conjunto, com o Centro de Recursos Educativos, uma acção de formação destinada aos funcionários e docentes do CRE, subordinada ao tema Montagem e Manutenção de redes e Equipamento Informático, quer ao nível de hardware como de software. A acção de formação terá a duração de 70 horas de componente teórica e prática, monitorada pelo Eng.º Eduardo Brás Duarte, em regime pós-laboral.
JC
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MATEMATICANDO O PROBLEMA DO MÊS PROBLEMA DO 2º CICLO
O PROBLEMA DO SECUNDÁRIO
PROBLEMA DO 3º CICLO
Vai a http://moodle.edu-port.ac.mz/Matemática/ Problema do Mês ou entrega a tua resposta ao teu professor de Matemática
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O SUOR DE QUEM ESTUDA
O saber não ocupa lugar. Nas aulas de Biologia investigar é imprescindível. Aqui ficam dois exemplos.
Tuatara, um Fóssil Vivo A Tuatara é um exemplo de fóssil vivo. Um fóssil vivo é um organismo que sobreviveu ao longo dos tempos geológicos, sem sofrer mudanças morfológicas significativas até à actualidade. A Tuatara é o único representante da ordem Sphenodontia e pertence à família Sphenodontidae. É um réptil endémico da Nova Zelândia, que vive em apenas algumas ilhas ao longo deste país, habitando zonas de floresta também, e quase extinto nas duas ilhas principais. É considerada uma espécie em perigo de extinção desde 1895. O nome Tuatara é uma palavra Maori e significa dorso espinhoso. Estes pequenos animais têm características mistas entre lagartos e tartarugas e são animais de clima frio, não suportam temperatura acima de 27ºC. Os dentes estão fundidos aos maxilares e não têm órgãos de copulação nem auditivos externos. Os adultos medem cerca de 60 cm e pesam entre 0,5 e 1 kg. São animais terrestres e nocturnos.Os juvenis são arbóreos e diurnos e são presas das tuataras adultas. O ciclo de vida destes animais é muito longo, podendo chegar aos cem anos de vida. Alimentam-se de insectos, lagartos, ovos de aves marinhas e, por vezes, dos seus juvenis.
Luísa Oliveira e Ivan Andrade,10ºA2
Tubarão Cobra
Fóssil vivo é uma expressão utilizada para qualificar espécies não extintas que são extremamente parecidas com espécies identificadas através de fósseis. Certos fósseis vivos foram primeiro classificados como espécies extintas e apenas conhecidos como fósseis, antes de se descobrir indivíduos vivos correspondentes. Um exemplo recente é o do tubarão cobra. Um exemplar fêmea de Tubarão Cobra foi filmado no dia 24 de Janeiro de 2007, numa raríssima aparição em águas pouco profundas no litoral do Japão, perto da cidade de Shizuoka. No entanto, o animal encontrava-se gravemente doente, vindo a morrer pouco tempo depois da sua captura. Esta espécie, que se julgava extinta, tem cerca de dois metros de comprimento e habita águas profundas que vão desde 600 a 1000 metros. Tem uma importância económica reduzida.De notar que o tubarão-cobra é uma das criaturas mais antigas vivas nos dias de hoje. Já foram encontrados fósseis deste animal com cerca de 80 milhões de anos.
Fábio Bello 10ºA
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O SUOR DE QUEM ESTUDA ETAR NA AULA
A SOLIDÃO DO ZÉ ESPANTALHO
No dia 17 de Dezembro, já no final do 1ºPeríodo de aulas deste ano lectivo, a turma de Biologia do 10º ano organizou-se em grupos, para experimentar uma aula mais dinâmica e prática. No espaçoso laboratório de Biologia, os quatro grupos dedicaram-se cada um a uma actividade relacionada com diferentes temas/problemas.
A propósito do estudo de um excerto da obra “Aventuras do Espantalho Voador”, de Fernando Bento Gomes e comovidos com a solidão do Zé Espantalho e o seu amor secreto pela lua, os alunos foram convidados a dar azo à imaginação. E como escrever torna tudo possível resolveram “dar uma mãozinha” ao nosso amigo Zé.
O nosso grupo dedicou-se a recriar uma pequena ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), como resposta à pergunta “Como filtrar água suja?”. Com apenas uma garrafa de água de plástico, algodão, algumas camadas de areia e umas gotas de lixívia, transformámos a água suja e contaminada numa amostra próxima do resultado ideal. A água que obtivemos não era própria para consumo, dado que numa ETAR “a sério” a água é submetida a um tratamento físico rigoroso (filtração, sedimentação e decantação), seguido de um tratamento químico (por meio de radiações ultravioleta e químicos) e tratamento bacteriológico, até poder ser utilizada novamente. Ora este foi um exemplo de uma aula diferente e divertida, em que aprender foi um prazer. Alunos do 10ºA
Ora leiam um dos textos de uma aluna: Alguns dias depois, o Zé espantalho, zangado, refila: - Estou farto de ficar aqui! Por favor, minha adorada Lua, faz com que eu me torne uma estrela e vá para o céu. Assim estaria perto de ti, teria mais companhia, alguém com quem falar… A Lua, preocupada, respondeu-lhe: - Não posso fazê-lo! Tu és da Terra, não tens condições para ir para o céu! - Então, dá-me um conselho: o que devo fazer para a minha vida ser melhor? - pediu o Zé Espantalho à Lua. - Olha, deves ser mais amigo dos pássaros e dos meninos. Assim, eles brincarão contigo, falarão contigo, serão teus amigos e até cantarão para ti. Se o fizeres já não terão medo de ti, não se assustarão! - aconselhou-o a Lua. - Está bem. Assim farei – disse o Zé Espantalho, já convencido. Ainda não tinha acabado de falar, já a Lua desaparecera… E foi assim, meus amigos, que o Zé Espantalho ficou mais feliz, e, em vez de passar o tempo a olhar o Céu, tornou-se amigo de todos os que o rodeavam. Inês Nunes 5ºE
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O SUOR DE QUEM ESTUDA A escrita é uma das ferramentas principais das aulas de Língua Portuguesa. Escreve-se muito, sonha-se muito, despertam-se os sentidos ...eis alguns exemplos da arte de usar a palavra.
Auto-retratos
Uma Flor Certo dia, estava a passar pelo meio de um jardim cheio de lindas flores de todas as cores, quando ouvi um “Olá!”. Parei imediatamente e comecei a olhar à minha volta, mas fiquei assustada pois não via ninguém. Continuei a contemplar o imenso jardim, durante alguns minutos, até que voltei a ouvir um som. Desta vez tinham dito: “Olá menina!”. Decidi ver se estava alguém escondido atrás de uma enorme roseira, mas, quando estava a afastar uma rosa de um vermelho sangue muito bonito, esta exclamou: - Cuidado, vê se tens mais cuidado quando nos agarras! Eu fiquei estupefacta! Uma rosa a falar…? Como era possível? - Desculpa!Mas… mas como é que tu falas? – pergunteilhe, achando ainda que aquilo era um sonho. - Mas tu não sabes? Todas as flores falam! Muito baixinho, mas falam. Vocês, humanos, não nos ouvem porque falam muito alto. Eu não podia acreditar. Sempre gostara tanto de rosas! Sempre as achara lindíssimas… e bem cheirosas! Sempre quis que ganhassem vida! E agora, nesse preciso momento descobrira que elas sempre tinham falado e pensado… Quis falar com ela. - Oh! Sempre tive a certeza de que vocês não falavam nem nos percebiam. Mas diz-me: mais alguém sabe disto? - Sim, várias velhinhas que tratam de nós quando não têm nada para fazer. Nesses momentos falam connosco. Mas claro, só quando está tudo silencioso. Como achei aquela rosa muito simpática, decidi continuar a falar com ela e perguntar-lhe mil e uma coisas sobre ela e as suas amigas. Quando começou a escurecer disse-lhe: - Oh! Que pena! Tenho que ir. Outro dia passo por cá para te visitar! Adeus e até breve! -Até breve amiga! Ah! Esqueci-me de perguntar o teu nome! - Chamo-me Anabela . Adeus… Assim, passei a ter uma flor como amiga! Quem diria…, não é? Iva, 6ºC
Alta, negra e de olhar distante, Um detalhe menos relevante, Teimosa, pesistente e espontânea (Cada um com a sua mania!) Fechada, extrovertida, temperamental, Dependendo do pessoal Amigos, música, pincel e juízo, Fazem o meu paraíso. Iany Gayo, 10º A
Alto, cabelo comprido, Branco bem moreno. Ando sempre bem vestido E em nada sou pequeno! Há quem diga que sou simpático, Tímido e ciumento. Gosto de fazer tudo rápido E demonstro algum talento. Não faço mal a uma mosca E sou rico em amizade. Não cometo nenhum pecado Excepto o da vaidade. A felicidade é o meu estilo de vida, E estou sempre a sorrir. Gosto muito de comida italiana E música gosto de ouvir. Guilherme Carvalho, 10º C
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ESCOLHAS DA BIBLIOTECA Carlos de Oliveira
UMA ABELHA NA CHUVA Romance de Carlos de Oliveira Este é talvez o mais importante livro de Carlos de Oliveira, escritor português oriundo de Belém do Pará (norte do Brasil) A acção decorre em três dias, em Montouro, uma freguesia do concelho de Corgos. Álvaro Silvestre, lavrador abastado, dirige-se ao escritório do director da Comarca a fim de tornar público, nas primeiras páginas do jornal municipal, a confissão de roubo de bens alheios, perpetrado ao longo de toda uma vida e instigado pela esposa Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho Silvestre. É o início de uma intriga que se adensará, culminando com um crime seguido de um suicídio. O romance pertence ao movimento neo-realista e põe em relevo o confronto social entre as classes abastadas e as classes exploradas. Neste acaso os primeiros são representados por Álvaro Silvestre e Maria dos Prazeres e o enredo gira em torno das suas relações conflituosas. As classes exploradas são personalizadas por Jacinto e Clara e os seus amores furtivos (à revelia do pai de Clara) simbolizam claramente um projecto de mudança social relativamente ao cenário vigente. A crise conjugal de Álvaro e Maria dos Prazeres marca a crise vivida nos estratos dominantes da sociedade e deixa antever a rotura eminente do modelo social tradicional. A crise do casal (as abelhas cegas e obcecadas) arrastará consigo um homicídio (a água e a chuva) e um suicídio. Aparentemente o romance fecha com uma mensagem de pessimismo - traduzida pela eliminação dos dois amantes (Jacinto e Clara) – relativamente à possibilidade de mudança através da vivência do seu amor. No entanto se “ a abelha foi apanhada pela chuva”, ou seja, se a classe opressora conseguiu vencer a tentativa de rebeldia dos trabalhadores, a eliminação de uma abelha não implica necessariamente a destruição do enxame e pode mesmo evitar a existência de “ futuras abelhas na chuva” ,ou seja, de futuros trabalhadores sujeitos à opressão. Este romance datado de 1953, deu origem a um filme com o mesmo título dirigido por Fernando Lopes. A mestria de Carlos de Oliveira faz dele um dos grandes escritores de língua portuguesa do século XX.
TN
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Carlos de Oliveira foi um escritor português. F ilho de emigrantes portugueses, viveu no Brasil os dois primeiros anos de vida, regressando a Portugal com os seus pais que fixaram residência em Cantanhede. Em 1933 muda-se para Coimbra, cidade onde permanece durante quinze anos, a fim de concluir os estudos liceais e universitários. Conclui a sua Licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas no ano de 1945 e durante a sua estada em Coimbra torna-se amigo, entre outros, de Fernando Namora. O seu trabalho literário estreia-se na poesia, abraçando mais tarde a narrativa, sendo neste último género que se inclui a obra “Uma abelha na chuva”. Obras publicadas Poesia -Turismo (1942); -Mãe Pobre (1945); -Colheita Perdida (1948); -Descida aos Infernos (1949); -Terra de Harmonia (1950); -Cantata (1960); -Micropaisagem (1968, 1969); -Sobre o Lado Esquerdo, o Lado do Coração (1968, 1969); -Entre Duas Memórias (1971); -Pastoral (1977). Romance -Casa na Duna (1943; 2000); -Alcateia (1944; 1945); -Pequenos Burgueses (1948; 2000); • Uma Abelha na Chuva (1953; 2003); -Finisterra: paisagem e povoamento (1978; 2003). Crónicas -O Aprendiz de Feiticeiro (1971, 1979). Antologia −Poesias (1945-1960) (1962); -Trabalho Poético (1976; 2003).
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PSICOLOGANDO AS EMOÇÕES: SENTIMO-LAS OU PENSAMO-LAS? Sem qualquer excepção, homens e mulheres de todas as idades, de todas as culturas, de todos os graus de instrução e de todos os níveis económicos têm emoções. Mas o que são as emoções? São expressões afectivas acompanhadas de reacções intensas e breves do organismo, em resposta a um acontecimento inesperado ou, às vezes, a um acontecimento muito aguardado. O Homem está atento às emoções dos outros e governa a sua vida, em grande parte, quer pela procura de uma emoção como a felicidade, quer pelo evitar de emoções como a tristeza, o medo, a raiva a ansiedade, entre outras. Damásio (2000) defende que as emoções constituem um papel importante nas tomadas de decisão adaptativa, que inclui as capacidades de autoconhecimento, auto-controlo, auto-motivação, reconhecimento das emoções dos outros e gestão das relações. Explica, ainda, que o erro de René Descartes foi supor que há uma separação entre o racional e o irracional (emoções, sentimentos). Sabemos já não ser verdade que sem emoção, a racionalidade perde um componente importante e torna-se patológica! Vygotsky (1989) defende que só é possível ter uma compreensão completa do pensamento humano quando se compreende a sua base afectiva, ou seja, as razões que impulsionam os pensamentos encontram as suas origens nas emoções que as constroem. Cada um de nós, num olhar mais atento sobre si mesmo, ou sobre a sua relação com os outros, observa como é impossível compreender como pensamos sem compreender como sentimos. É visível/sensível a conexão pensar-sentir. Estudos revelam como tudo no cérebro está interligado. As emoções já não se entendem como coisas simples ou irrelevantes. No entanto, anteriormente a ciência achava que uma pessoa sem emoções poderia ser um melhor pensador, pois o seu cérebro poderia processar informações sem distracções. A saúde mental passa pela capacidade equilibrada de pensar e de sentir. Torna-se importante ter as emoções sem que elas nos tenham irracionalmente. Emoção demais sem o equilíbrio do pensamento, vira sentimentalismo que produz insatisfação, porque as emoções flutuam e não podem ser a base das relações humanas em si mesmas. Pensamento demais sem a “lubrificação” dos sentimentos, provoca frieza nas relações humanas, produzindo distância, vazio, falta e solidão.(Brain, in the News, Vol. 14, n.4 – The Dana Foundation, April 2007). Como viveríamos o nosso dia-a-dia de educadores isolando a razão no contexto de sala de aula? Como viveriam os nossos alunos e professores sem se darem o direito de sentir o processo ensino-aprendizagem? Quem já não sentiu como um bom aluno pode ser afectado no seu desempenho num momento de tensão emocional? Segundo Jonathan Haidt, psicólogo social da Universidade da Virgínia, a nossa razão só pode funcionar porque o nosso cérebro emocional funciona bem.
AM
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ÚLTIMA PÁGINA PAÍSES E POVOS NA NOSSA ESCOLA
A nossa aluna Gina Park nasceu na Coreia do Sul no dia doze de Novembro de 1994. Foi com a sua mãe e seu padrasto que deixou o país rumo a Moçambique, quando tinha apenas cinco anos de idade. Ingressou na EPM-CELP no Pré-Escolar e desde então é por estes corredores que a podemos encontrar.
COREIA DO SUL
PL - O que te trouxe até Moçambique? GP- O emprego do meu padrasto.
LÍNGUA OFICIAL:
PL- Foi difícil a adaptação ao país?
CAPITAL:
GL - Não. Eu era ainda muito criança. Não tive grande dificuldade. Rapidamente comecei a falar português com a ajuda dos meus colegas do Pré.
ÁREA TOTAL:
96.646 Km2
POPULAÇÃO:
49.024.737 Millhões
PL - Ainda manténs relações como teu país Natal?
DENSIDADE POPULACIONAL:
GL- Sim, visito-o nas férias grandes para assim poder estar com a minha família materna.
MOEDA:
PL- Quando lá estás o que gostas de fazer? GL- Gosto de estar com a família, passear….
FUSO HORÁRIO: PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Coreano Seul
480/km2 Won sul-coreano UTC +9 Roh Moo-hyun
PL- Quando regressas há alguma coisa que gostasses de trazer contigo? PL - Não sei…. talvez a comida! PL- Calculo que durante essas tuas férias também sintas falta de Moçambique? GP- Ah, sim! Os amigos, a própria cidade… PL- São cidades muito diferentes? GP- Sim, sem dúvida! A comida é muito diferente da que aqui se conhece, há muita gente nas ruas, imensos carros e a própria família tem uma forma de estar diferente! PL- Obrigada pela tua colaboração. GP- Obrigada eu. Pátio das Laranjeiras, n.º 52/53 Directora: Albina Santos Silva; Dina Trigo de Mira . Coordenação Editorial: Estela Pinheiro e Rodrigo Borges . Coordenação Executiva: Judite dos Santos, Jeremias Correia. Redacção: Eugénia Marques; Estela Pinheiro; Margarida Vasconcelos; Rodrigo Borges; Vítor Roque; Teresa Noronha . Concepção Gráfica e Paginação: Rodrigo Borges; Vítor Roque . Fotografia: Vítor Roque e Filipe Mabjaia . Colaboração: Ana Castanheira; Ana Isabel Carvalho;Ana Catarina Carvalho; Associação de Estudantes; Alexandra Melo; Coord. Ciclo; Nuno Domingues; Patrícia Silva . Revisão: Estela Pinheiro,Francisco Mascarenhas, Eugénia Marques e Teresa Noronha . Produção: Centro de Recursos Educativos, Janeiro de 2008. Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa, Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 . Telefax: 00 258 21 481343 , www.edu-port.ac.mz .epm-celp@edu-port.ac.mz . E-mail: patiodaslaranjeiras@edu-port.ac.mz
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