O Pátio - Edições 52 e 53

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PÁGINAS COM HISTÓRIA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA EM 1640 externos, com apenas uma representante do rei a governar o reino português, a duquesa de Mântua, a Espanha de 1640 torna-se um alvo relativamente fácil para uma bem estruturada revolta portuguesa, que tinha como objectivo a restauração da independência do país.

D. João IV, Duque de Bragança foi então aclamado rei de Portugal, inaugurando a última dinastia da monarquia portuguesa - a dinastia de Bragança.

Comemora-se em Portugal, no dia 1 de Dezembro, a Restauração da independência do país, facto único na história portuguesa. Não obstante a perda da independência ter sido quase uma realidade entre 1383 e 1385, devido à crise provocada pela sucessão de D. Fernando, a verdade é que o sentimento nacionalista prevaleceu sobre o maior poderio militar do exército castelhano e a Batalha de Aljubarrota tornou-se um marco incontornável da história portuguesa. Ora, entre 4 de Agosto de 1578, data do desaparecimento de D. Sebastião, e 1580, ano da morte do cardeal D. Henrique, foi precisamente o desvirtuamento dos valores que consagram a individualidade de uma nação o móbil que levou a um desfecho diametralmente oposto ao registado naquele período mais recuado. De facto, perante uma nova crise sucessória, já que D. Sebastião e o cardeal D. Henrique não tinham descendência (o primeiro por descuido político, o segundo por ser um membro da Igreja), os aliciamentos de vária ordem feitos pelos espanhóis aos grupos privilegiados da nação portuguesa foram mais fortes que o sentimento

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nacionalista, que apenas no povo continuava presente. Não admira, por isso, que nas Cortes de Tomar, de 1580, Filipe II, de Espanha, tenha tomado posse como rei de Portugal, com o título de D. Filipe I, pondo fim à Dinastia de Avis e inaugurando uma nova Dinastia, a Filipina. Nas Cortes, o novo rei afirmou a união dinástica, embora jurando alguma autonomia para Portugal, cumprida no início do seu reinado, embora no final do mesmo, e já marcadamente com os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, de Portugal, a situação resvalasse para uma tirania, com o propósito último de apagar os privilégios anteriormente jurados, e levar Portugal, para além da unidade dinástica, à unificação institucional. Perante esta situação, a nobreza , o clero, e, também, a burguesia, começaram a ver que tinham caído num engodo e, aos poucos, o sentimento nacionalista sobe das camadas populares para as camadas superiores da sociedade portuguesa. O clero começa a mover influências, a nobreza arquitecta a revolta e o povo conferirá massa humana à mesma. Rodeada de problemas político-económicos, internos e

Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, e já depois de se ter convencido o duque de Bragança, D. João, a assumir os destinos do país, um grupo de destacados nobres portugueses introduz-se no Paço da Ribeira, residência oficial da duquesa, manieta os soldados reais e vem à varanda principal proclamar D. João como novo rei de Portugal. Terminava, assim, o domínio espanhol sobre Portugal, tendo a revolução sido recebida pela população portuguesa com enorme júbilo. D. João fica com o título de D. João IV e inaugura-se uma nova Dinastia, a de Bragança. Espanha não se dá por vencida e durante vinte e oito anos irá tentar pôr fim à revolução. Contudo, sem forças para acorrer a mais este problema, não lhe restará outra alternativa senão aceitar os factos e, a 13 de Fevereiro de 1668, é assinado o Tratado de Lisboa, entre D. Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, que põe fim à Guerra da Restauração e regista o que na prática já se tinha efectivado a 1 de Dezembro de 1640, a restauração da independência de Portugal. ND

A nova bandeira de Portugal criada aquando da Restauração


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