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N. º 1 0 6 | JANE IRO /F E V E RE IRO 2 0 1 4 | C O Nt. pRE ç O | € 4 , 5 0 | w w w. E q u ItAC AO. C O m

PET FESTIVAL HIPISMO NA FIL COMPLETO CAMPEONATO NACIONAL DRESSAGE FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL

RICARDO MOURA TAVARES BALUARTE DA BROA

REPORTAGEM

COUDELARIA ROMÃO TAVARES





EDITORIAL

Francisco Cancella de Abreu Director

O URO D’ E LVAS

UM ADEUS E UM OLÁ! O MEU ADEUS VAI PARA O DESAPARECIMENTO RECENTE DO ARQUITECTO ARSÉNIO RAPOSO CORDEIRO E O OLÁ PARA O PRIMEIRO SEMINÁRIO DE PODOLOGIA ORGANIZADO NAS SETE QUINTAS, NA ZAMBUJEIRA DO MAR. desaparecimento do Arq. Arsénio Raposo Cordeiro deixa saudade e definitivamente mais pobre o cavalo lusitano, que ele como poucos conseguiu promover, seja como dirigente, organizador, criador, juiz, ou autor de obras literárias recheadas de fotografias lindíssimas. Dele recebi o apoio incondicional no início da minha vida profissional, e dele também sempre recebi a frontal crítica ou o louvor daquilo que eu dizia, fazia ou escrevia. Tínhamos uma relação de amizade que começou exactamente quando ele comprou as primeiras éguas de criação, curiosamente, de todas as raças, menos a lusitana. Anos mais tarde, bebendo ilimitada cultura e convivendo sobretudo com o Eng.º Sommer d´Andrade convertia-se irremediavelmente ao Lusitano iniciando a brilhante carreira promocional que conhecemos, que corresponderam aos anos dourados da Raça. Funda a APSL em 1989 sabendo de antemão, que a APSL como agregadora de múltiplos ferros jamais funcionaria como as outras associações europeias que juntam centenas de criadores com um só ferro e conseguem consensualmente tomar as mais importantes decisões para o progresso de uma raça. Em 1991 organiza o 1.º Festival Internacional evento que constitui, sem dúvida, a marca indelével da sua obra como dirigente, pela visibilidade e valorização comercial que de imediato aportou ao Lusitano. Por formação profissional era um esteta, foi provavelmente o máximo responsável pela definição do padrão do cavalo Lusitano, mas não podemos esquecer que, por outro lado, foi ele que comprou o Novilheiro, o lusitano com a mais brilhante performance à época, e responsável por uma descendência, que fez subir notavelmente o nível médio da raça.

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Obrigado Arsénio por esse incansável esforço tão bem sucedido. O OLÁ vai para o primeiro seminário de podologia do cavalo, organizado no hotel rural Sete Quintas na Zambujeira do Mar. Há muito que uso e recomendo cavalos descalços pela sensação de que tudo funcionava melhor. O ano passado, duas importantes universidades publicaram estudos que vêm confirmar que o cavalo descalço dura o dobro daquele que esteja ferrado e tem ainda metade das lesões, tantas delas provocadas pela precursão da ferradura, a falta da expansão do casco e principalmente pela falta de uso total da ranilha como bomba irrigadora e regeneradora das falanges e demais “ossinhos”. Com os pisos que hoje em dia temos, cada vez se justifica menos a ferração e para quem tenha que se deslocar em pisos ásperos há a solução de botas fechadas com “velcro” ou outras mais técnicas, que podem ser coladas para determinadas provas. Em todas as modalidades há cada vez mais cavalos descalços ou “barefoot”, o único problema põe-se com cavalos que já foram ferrados e queremos desferrar, pois perderam o calo da sola e terão que o recuperar com exercícios específicos. No entanto cuidado, outros há portadores de patologias que obrigam a permanecer com ferração apropriada. Perguntam o que farão os ferradores no futuro? Têm toda a facilidade em aprender as melhores técnicas de “barefoot”. Seguramente pouparão bastante as costas permite-lhes ainda atender cada dia muito mais animais, será apenas o tempo de fazer o casco, não haverá que ficar dobrado para adaptar, pregar e dar acabamento às ferraduras. Assim, em vez de venderem sapatos dos vários metais, passarão a fornecer botas de atar ou colar. Bem-vindo o “barefoot”! n

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PURO SABOR LUSITANO


SUMÁRIO 04

FEIRAS E EVENTOS PET FESTIVAL

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DRESSAGE FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL

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COMPLETO CAMPEONATO DE PORTUGAL

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OBSTÁCULOS CIRCUITO RIATOUR - AVEIRO

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COUDELARIAS COUDELARIA ROMÃO TAVARES

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TRIBUNA DE HONRA ARSÉNIO RAPOSO CORDEIRO POR BRUNO CASEIRÃO

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PODOLOGIA I SEMINÁRIO DE PODOLOGIA EQUINA

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COMENTÁRIO BODAS DE PRATA DA COMPANHIA DE TEATRO VIV’ARTE POR JOSÉ MIGUEL CABEDO

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ACTUALIDADE PÓNEI DA TERCEIRA

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HISTÓRIA DA ATRELAGEM ATRELAGEM, RELIGIÃO E PRÁTICAS FUNERÁRIAS, POR J. ALEXANDRE MATOS E J.P. MAGALHÃES SILVA

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CRÓNICA A TOSSE, SEM RAZÃO POR RITA GORJÃO CLARA

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ARTE DA EQUITAÇÃO 2013 UM ANO PARA NÃO ESQUECER POR BRUNO CASEIRÃO - 2.ª PARTE

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CRÓNICA AS MEIAS DO MAIORAL POR JOÃO PEDRO GORJÃO CLARA

VETERINÁRIA BIOPSIA UTERINA POR JOANA ALPOIM MOREIRA

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CORRIDAS LIGA PORTUGUESA DE CRIADORES E PROPRIETÁRIOS DE CAVALOS DE CORRIDA NOVO MEMBRO DA IFHA E DA EMHF, POR VICTOR MALHEIRO

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NUTRIÇÃO A NUTRIÇÃO DE MÃO DADA COM O COMPORTAMENTO POR LILIANA CASTELO

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CRÓNICA O MEU LEGADO DE NUNO OLIVEIRA - 7, POR HENRIQUE SALLES DA FONSECA

68

EQUITAÇÃO NATURAL INVESTIR NO FUTURO DO SEU POLDRO, POR JANET HAKENEY

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EQUITAÇÃO NATURAL O MÉTODO KIRON - TERAPIA E COACHING ASSISTIDO POR EQUINOS, POR EPONA

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MOTORES MERCEDES-BENZ VIANO ALTA ESCOLA ALEMÃ

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CLUBE EQUITAÇÃO LIVROS E DVDS

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BOLSA EQUESTRE ESPAÇO PARA ANÚNCIOS

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EQUITAÇÃO TV GRELHA DE PROGRAMAS EQUITAÇÃO MAGAZINE

CAPA: BALUARTE DA BROA MONTADO POR RICARDO MOURA TAVARES FOTO: RITA FERNANDES

TAUROMAQUIA QUE DESBOCADO POR DOMINGOS DA COSTA XAVIER

FICHA TÉCNICA

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Director: Francisco Cancella de Abreu Editor: Eduardo de Carvalho Conselho Editorial: Afonso Palla (in memoriam); Adolfo Cardoso; Coronel Joaquim Arnaut Pombeiro; Dr. Domingos da Costa Xavier; Prof. João Pedro Gorjão Clara; João Bagulho; Dr. Joaquim Duarte Silva; Coronel José Miguel Cabedo; Dr. João Paulo Marques; Dr. Manuel Heleno; Dra. Rita Gorjão Clara Colaboradores: Dra. Antonieta Janeiro; Dr. Bruno Caseirão; Epona; Galiano Pinheiro; Dr. Henrique Salles da Fonseca; Idés Marchal; Janet Hakeney; Jaime de Almeida Ribeiro; J. Alexandre Matos; Arq. J.P. Magalhães Silva; Dra. Joana Alpoim Moreira; João Maria Fernandes; Dr. José Pedro Fragoso Almeida; Eng. João Moura; Dr. Manuel Lamas; Engª. Liliana Castelo; Paulo Vidigal; Eng. Victor Malheiro Chefe de Redacção: Ana Paula Oliveira Redacção: Ana Filipe; Cátia Mogo; Carla Laureano Publicidade: José Afra Rosa; Jacinto Sim-Sim; Luís Trindade Assinaturas: Fernanda Teixeira Fotografia: Aurélio Grilo; Emílio de Jesus; Nuno Pragana; Paula Paz Propriedade: Invesporte, Lda; Praceta S. Luís, Nº 14 CV Dto.;Laranjeiro 2810-276 Almada; Cap. Social 5.000 Euros; Cont. 505 500 086; Empresa jornalística registada no ERC nº 223632 Redacção/Publicidade: Praceta S. Luís, Nº 14 CV Dto. Laranjeiro 2810-276 Almada; Tel. 21 2594180 - Fax. 21 2596268; equitacao@invesporte.pt; equitacao@netcabo.pt Edição online: www.equitacao.com Impressão: Manuel Barbosa & Filhos; Zona Industrial de Salemas; Fracção A2 - 2670-769 Lousa LRS Distribuição: Logista Portugal - Edifício Logista; Expansão da Área Ind. do Passil; Lote 1-A Palhavã - 2890 Alcochete Tiragem média: 30.000 exemplares Registo ERC: N.º 123900 Depósito Legal: N.º 93183/95. Todos direitos reservados. Interdita a reprodução total ou parcial dos artigos, fotografias, ilustrações e demais conteúdos sem a autorização por escrito do editor. Os artigos assinados bem como as opiniões expressas são da responsabilidade exclusiva dos seus autores, não reflectindo necessariamente os pontos de vista da Direcção da Revista, do Conselho Editorial ou do Editor.

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FEIRAS E EVENTOS

PET FESTIVAL EMOÇÃO A DUPLICAR O SALÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO VAI NA 3.ª EDIÇÃO E ESTE ANO PASSOU A TER DOIS PAVILHÕES RECHEADOS DE ACTIVIDADES. OS CAVALOS VOLTARAM A SER AS ESTRELAS DA COMPANHIA, EM DOIS PICADEIROS QUE ESTIVERAM PERMANENTEMENTE OCUPADOS COM DIVERSAS DISCIPLINAS, ENTRE 31 DE JANEIRO E 2 DE FEVEREIRO.

Maria Caetano Couceiro e Xiripiti regressaram à competição na Fil (Foto: Aurélio Grilo)

número de visitantes não parava de aumentar e para este ano a organização viu-se no dever de responder às exigências do público, alargando o espaço da feira para os pavilhões 3 e 4 da FIL. Em exposição, a concurso, para venda ou para adopção passaram pelo Pet Festival cerca de 2500 animais de companhia dos mais diferentes tamanhos

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e espécies, entre cães, gatos, roedores, répteis, aves, peixes e, claro, os cavalos. Ao longo dos três dias, não faltou animação, com várias empresas, associações e organizações a promover concursos, exposições, workshops e demonstrações de agilidade e obediência, bem como um espaço comercial destinado apresentar as mais recentes novidades de produtos

e serviços nas áreas da alimentação, higiene, saúde, acessórios e lazer para a «bicharada». No que diz respeito à parte equestre, houve um sem número de novidades, relativamente à edição anterior. O picadeiro principal foi aumentado para cerca de 3 000m2, e no pavilhão 3, nasceu mais uma pista, ladeada por um generoso campo de aquecimento capaz

de receber em simultâneo cavalos e atrelagens em preparação para as provas. Com mais espaço, a organização considerou que era tempo de arregaçar as mangas e convidar mais disciplinas a integrar o Pet Festival. "Senti a exigência do público e dos próprios participantes, e conseguimos dar este passo, num ano em que não ficou a faltar nada! Foi uma prova de fogo para talvez


FEIRAS E EVENTOS

Na Atrelagem, Ana Cristina Guerreiro foi a vencedora da prova destinada a 4 cavalos (Foto: Aurélio Grilo) na próxima edição teremos aqui algo que não seja apenas nacional", adiantou à EQUITAÇÃO Rui Rosado da Equievents, responsável por toda a secção equestre deste certame, que se revelou bastante satisfeito com o resultado do desafio que lhe foi lançado para trazer novas atracções a esta feira, onde estiveram mais de 200 cavalos a competir: "Foi um passo muito grande, mas consegui trazer aqui quase todas as disciplinas e juntar a afición dos cavalos e uma série de cavaleiros de grande prestígio". A atrelagem foi uma das modalidades que se estreou com competição na FIL, depois de na 1.ª edição do certame ter tido ali uma demonstração de Atrelagem Adaptada. Desta vez, a Associação Portuguesa de Atrelagem (APA) trouxe a I Taça Ibérica Indoor, com 16 dos melhores condutores do

Pedro Manso foi um dos cavaleiros que mais se evidenciou nos Saltos de Obstáculos (Foto: Alda Santiago) REVISTA EQUITAÇÃO

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FEIRAS E EVENTOS

Pedro Garcia foi o brilhante vencedor da prova das Seis Barras, uma competição sempre muito animada e que o público corresponde com a sua presença (Foto: Alda Santiago) país convidados a participar numa prova disputada em quatro mãos, no sábado e no domingo. Em Singulares foi melhor Inácio Jorge Sousa (34pts), em 2 Cavalos ganhou Nuno

Silva (38pts), em 4 Cavalos Ana Cristina Guerreiro foi a vencedora (38pts) e em Parelhas de Póneis João Frias fez 40 pontos. Já na disciplina de Equitação

de Trabalho, que também nunca se tinha realizado no Pet Festival, o público pôde assistir a uma competição inédita em Portugal. A I Prova de Equipas teve em pista cinco colectivos,

Os mini cavaleiros do Mini Troféu Dressage Póneis, não deixam ninguém indiferente

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constituídos por um Júnior, um Juvenil, um cavalo Debutante e um Consagrado ou Master. As médias e os tempos foram hierarquizados numa classificação conjunta, para a qual contaram os três melhores resultados de cada equipa, o que culminou na vitória do grupo «Juncal Equicouro», com 110 pontos. A equipa capitaneada por Miguel da Fonseca/Aroma, teve a prestação de três alunos do cavaleiro, Roberto Silva/Zurique do Lis, Rodrigo Dias/Alicante e Vítor Silva/Cônsul. Em 2.º lugar ficou a equipa «Os Lusitanos» (109pts), em 3.º a «Team Cenycet/Pero Viegas» (77pts), em 4.º a «Bullfighting Team/Campinos Vaidosos» (73pts) e na 5.ª posição os «Cabeças de Vento» (57pts). Outra das novidades neste salão de animais de estimação foi a Dressage, que contou com uma dezena de conjuntos presentes no CDE, a competirem ao nível Complementar, St. George, Preliminar Júnior e Intermediária e Grande Prémio. Na prova rainha, foram quatro os cavaleiros a concurso e em ambos os dias esteve melhor Maria Caetano Couceiro, respectivamente com 67,567% e 71,067% de média, na sela de Xiripiti, que regressou desta forma às pistas. "Eu vim a esta prova para o introduzir novamente na competição no início do ano, porque depois do Campeonato onde nos sagrámos Campeões, dei-lhe umas férias e agora voltámos ao trabalho intenso e à competição. No primeiro dia ainda estava um pouco desconcentrado com este novo ambiente, mas hoje já estava a um nível bastante bom e já fiquei muito contente com a prova", disse à EQUITAÇÃO a cavaleira, que também aproveitou o concurso para preparar Xiripiti para provas em ambientes mais ruidosos: "Acho que foi um teste, estes barulhos todos dos pássaros, dos cães e das pessoas, com as atrelagens e os obstáculos no campo de aquecimento, é sempre bom


CALENDÁRIO 2014

GREEN HORSE TOUR RIDERS

GOLEGÃ CENTRO ALTO RENDIMENTO 21 a 23 de MARÇO

SEIS CSN-A + UMA FINAL DE NORTE A SUL DO PAÍS

ÓBIDOS QT. ÓBIDOS COUNTRY CLUB 28 a 30 de MARÇO

DOTAÇÃO GLOBAL DO TOUR 168.000 EUROS

PORTIMÃO C.H. SANTA ISABEL 25 a 27 de ABRIL

DOTAÇÃO DE CADA CONCURSO 21.000 EUROS

COIMBRA MATA DO CHOUPAL 02 a 04 de MAIO ANADIA HIPÓDROMO DA BAIRRADA 09 a 11 de MAIO ESPINHO AERO CLUB 01 a 03 de AGOSTO FINAL PORTO ALTO COMPANHIA DAS LEZÍRIAS 29 a 31 de AGOSTO

WWW.GREENHORSE.PT GERAL@GREENHORSE.PT

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FEIRAS E EVENTOS

para o cavalo, porque os estímulos exteriores não podem ser um impedimento à concentração deles nas provas, porque mesmo numa competição só de dressage, onde está toda a gente concentrada há sempre barulhos e coisas que podem acontecer e isto é um teste. Se estiverem bem aqui, numa prova normal estarão melhor, com certeza." E como o Pet Festival é uma feira dedicada às famílias, este ano o tema do evento foi «Relação das Crianças com os animais de estimação». No âmbito equestre, também os mais pequenos tiveram um espaço reservado à competição, com a realização da etapa inaugural desta época do Mini Troféu Dressage Póneis, onde participaram quase 50 conjuntos de vários centros hípicos. "Foi uma surpresa, nós não estávamos a contar, surgiu a oportunidade e aproveitámo-la. O espaço é fantástico, o ambiente não é o mais propício para este tipo de actividade, mas com o potencial que isto tem para o projecto, não podíamos deixar de aproveitar. Os concorrentes compareceram em força, o projecto está a crescer e o espaço não poderia ser melhor

para uma abertura de temporada. O pouco tempo em que eu consegui andar por aí fui ouvindo 'onde é que isto acontece? onde é que podemos montar?', portanto é um espaço com muita gente e muitos não estão directamente ligados aos cavalos e é possível angariar aqui muitos concorrentes não só para o projecto, como para a equitação", afirmou Frederico Pintéus, da Dressage 1st, que está à frente da iniciativa que já vai na 3.ª edição. Em termos de competição, no nível Infantil (6-9 anos), ganhou o campeão de 2013, Rodrigo Pinheiro/México, dos Cardiga Dressage Póneis, em 2.º lugar ficou Gonçalo Castro Monteiro/Garrana e em 3.º Duarte Espinha/Quasar. Já nos Iniciados (9-13 anos) esteve melhor Graça Abecasis/XS, do Centro Hípico da Costa do Estoril Dressage Póneis, seguida de João Maria Baptista/Vitinha e de Sílvia Graça/Garrana. No escalão de Juvenis (13-15 anos), ganhou Beatriz Gonçalinho/ Apache, dos Cardiga Dressage Póneis, com Marta Abrantes/ Quim em 2.º e Mariana Maia Ferreira/Luxo em 3.º. No picadeiro principal, as

Miguel Fonseca/Aroma em foco na Equitação de Trabalho

Stand da Revista Equitação com a Exposição de fotografia de Rita Fernandes 8

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tardes dos três dias foram ocupadas por um CSN-E, com provas desde os 0,50m até ao 1,20m, sem esquecer a competição das 6 barras, que este ano chegou ao 1,50m e que foi ganha por Pedro Garcia com Coral da Gandarinha depois de três desempates. O cavaleiro, que ao último percurso apenas precisava de limpar para ganhar, diz que tentou "manter a calma para conseguir fazer o zero. Foi acreditar salto por salto e confiar no cavalo, que ele tinha qualidade para o fazer" e assim fez. Coral da Gandarinha completa em 2014 sete anos e já tinha conseguido uma boa classificação nos Critérios de Cavalos Novos de 6 anos, mas nunca tinha saltado tão alto, o que, na opinião do cavaleiro, "mostra que


FEIRAS E EVENTOS

zeros e raramente quem o consegue não vai à pista". Estava ainda previsto que o Pet Festival acolhesse a 3.ª e 4.ª jornada do Campeonato Nacional de Horseball, mas os jogos foram cancelados por se considerar que não estavam reunidas as condições de segurança necessárias à sua realização. No espaço entre os momentos desportivos, os picadeiros receberam demonstrações da Casa do Olival, com João Duarte Rafael e Trigo, bem como Reprises da GNR. De referir também a presença de várias empresas equestres entre os expositores, como as Rações SF, a Coudelaria Leonardo Franco, a loja ambulante do Cantinho do Cavalo e até mesmo o stand do Green Horse Tour Riders, que aproveitou o Pet Festival para divulgar o circuito que arranca este ano e que irá percorrer o país de Norte a Sul. CONFERÊNCIA DE CAMPEÕES Presente como Media Partner do evento, a EQUITAÇÃO teve, como habitual, um stand no Pet Festival, onde esteve patente a exposição de fotografia

tem qualidade para continuar este ano, pois é um cavalo muito cuidadoso, muito limpo, com muita vontade de saltar, sempre disposto a disputar uma prova e muito rápido". Também em destaque neste concurso de saltos esteve Pedro Manso, ele que disputou as 6 barras até ao último desempate, tendo ganho para além disso várias das provas maiores do fim-de-semana, com diversas classificações durante a competição. Para este concorrente que veio de Abrantes, "os percursos têm sempre a condicionante do espaço ser o suficiente para uma prova indoor, à justa. São um bocadinho mais técnicos, os saltos estão mais juntos e apela à rapidez tanto do cavalo, como do cavaleiro. Isso implica poucos

Uma verdadeira Conferência de Campeões, com Maria Caetano Couceiro, Marina Frutuoso de Melo, Gonçalo Carvalho e Luís Sabino Gonçalves com moderação de Bruno Caseirão e Eduardo de Carvalho REVISTA EQUITAÇÃO

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FEIRAS E EVENTOS

As Rações SF estiveram presentes no Pet Festival «Ecos da Lusitânia», da autoria de Rita Fernandes. "A ideia foi reunir um conjunto de fotografias que representassem o Cavalo Lusitano, desde a sua génese - a parte das coudelarias - onde temos os garanhões com as éguas, os cruzamentos; depois a fase em que passamos para a apresentação; seguindo-se o trabalho em que começa o entendimento entre o cavalo e o cavaleiro; sendo o resultado final o conjunto, como é o exemplo do campeão da Europa de Equitação de Trabalho, Bruno Pica da Conceição, ou a Maria Caetano Couceiro, com o Xiripiti, que são trabalhos que vêm da colaboração com a Revista Equitação", explicou a fotógrafa, que enumerou como favoritas as imagens das éguas a campo e do poldro Faquir das Lezírias. Na manhã de sábado, a Revista Equitação foi ainda a responsável, em conjunto com a Equievents, pela organização da conferência «Cavaleiros de sucesso na alta competição: o que nos ensina a experiência?», 10

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moderada por Eduardo de Carvalho e Bruno Caseirão. Os oradores convidados foram os cavaleiros Marina Frutuoso de Melo, Luís Sabino Gonçalves (saltos de obstáculos), Maria

Caetano Couceiro e Gonçalo Carvalho (dressage) que, de forma descontraída, abordaram os mais variados temas. Com o público presente que encheu o auditório e ainda

ficou a assistir em pé - os cavaleiros partilharam um pouco daquilo que diariamente os motiva a entrar em pista, assim como as dificuldades da profissão e o esforço permanente para estar sempre nos primeiros lugares do pódio. A evolução do hipismo nos últimos anos, o ensino da equitação nos dias que correm, o comércio de cavalos e a nutrição equina foram também alguns dos assuntos discutidos durante a conferência e na sessão de perguntas do público que se seguiu. Entre a assistência estiveram presentes diversas personalidades como Manuel Bandeira de Melo, secretário-geral da Federação Equestre Portuguesa, Manuel Carvalho Martins, vicepresidente desportivo da Sociedade Hípica Portuguesa ou Paulo Caetano, cavaleiro e criador, entre outros. Ao longo dos três dias terão passado pelos pavilhões da FIL, neste Pet Festival, mais de 35mil visitantes. n

Cátia Mogo Reportagem em Equitação TV

Green Horse Tour Riders apresentou o seu projecto aos visitantes do certame



DRESSAGE

PEQUENOS E GRAÚDOS NA BELOURA

Foto: Aurélio Grilo

O CENTRO HÍPICO DA QUINTA DA BELOURA RECEBEU A MEIO DO MÊS DE DEZEMBRO AS FINAIS DA TAÇA DE PORTUGAL DE DRESSAGE E DO MINI TROFÉU DRESSAGE PÓNEIS, JUNTANDO CAVALEIROS DE TODAS AS IDADES PARA TRÊS DIAS DE COMPETIÇÃO.

Raquel Falcão com Real vencedora da Big Tour epois de etapas em Lisboa, Azeitão, Ponte de Lima e Companhia das Lezírias, a Final da Taça de Portugal de Dressage contou com 28 conjuntos para seis escalões, com os níveis superiores a registarem apenas dois participantes. Na Big Tour Raquel Falcão venceu sem oposição, montando o PSL Real, filho do Hostil,

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com o melhor resultado no Grande Prémio Kur onde registou uma média final de 66,417%. "Senti o cavalo um pouco cansado nestes dias, provavelmente devido à sua pouca preparação ao longo da época, mas cumpriu e gostei," referiu a cavaleira para quem esta vitória, com Real foi de extrema importância, uma vez que "já estamos juntos há muitos anos, foi

o cavalo que me iniciou na competição, que me trouxe ao Grande Prémio, com quem tenho aprendido muito e portanto, chegar aqui é o culminar destes anos de trabalho". Igualmente sem concorrência, Daniel Pinto, na Small Tour, ele que entrou com o português de desporto Santurion e passou a marca dos 70% na Intermediaria I Kur (70,667%), com

uma coreografia nova que juntou sonoridades actualmente nos tops musicais, com o objectivo de "tentar fazer desta disciplina algo com que os mais novos se possam identificar. Ao longo do ano o Santurion fez três provas de S. Jorge e duas Intermediarias I e estou satisfeito porque é um cavalo com apenas sete anos e já está a este nível com boas notas e uma margem de


progressão grande". Santurion deverá chegar a Grande Prémio em 2014. O nível Complementar foi onde se registou maior adesão, com nove conjuntos e a vitória de Duarte Nogueira com Beirão nos três dias, ele que chegou decidido a conquistar esta medalha. "Tinha muita confiança no cavalo, está a andar muito bem. Esteve ao mesmo nível nas três provas e tem muita habilidade, força e nobreza" afirmou Duarte à EQUITAÇÃO. Beirão é um PSL Alter Real filho de Rubi, que o cavaleiro gostava que viesse a superar, embora sabendo que "não é fácil! Tem muitas características do pai e o tempo o dirá. É um dos meus favoritos." Foi 2.º classificado neste escalão o conjunto Luís Lupi/Caravaggio e 3.º Morgane Giordimaina/Basco. No Grau Médio quatro binómios para três medalhas e o ouro entregue a Pedro Sousa com Coeso, cavaleiro que partilhou o pódio com o Cap. Filipe Tomé/Cardhu na 2.ª posição e José Manuel Cebola/Carocha em 3.º. Para Pedro, Coeso, PSL nascido em 2007, filho do Estoiro, demonstrou "durante estes três dias, um grande comportamento, muito sério, sem problemas. No último dia acusou um pouco o cansaço, o que é normal numa prova com esta duração, a que não está habituado, mas de resto esteve sempre super!" Ao longo ano "evoluímos bastante, conseguindo maior solidez" afirmou o cavaleiro que vai passar, com esta montada, na

Foto: Aurélio Grilo

DRESSAGE

Pedro Sousa/Coeso

Duarte Nogueira/Beirão

Daniel Pinto/Santurion

Astrid Hedman/Sunset Beauty

próxima temporada, para o nível C, eles que estão juntos desde o desbaste do animal, feito pelo próprio Pedro. Do nível Elementar saiu aquela que viria a ser considerada a Melhor Cavaleira da Final da Taça de Portugal: Astrid Hedman. Há cerca de dois anos e meio no nosso país, regressar à Suécia está por agora fora de questão para esta cavaleira. A

trabalhar no Norte do país na Coudelaria Manuel Maia Correia, foi com o hanoveriano Sunset Beauty que Astrid Hedman se destacou sempre com notas superiores a 70% - melhor resultado no sábado com 72,889%. "É um animal fantástico com muitas qualidades. Já a monto há um ano e agora estamos mais unidas enquanto conjunto e ela é fenomenal. Nas últimas semanas

Final Mini Troféu Dressage Póneis

senti-a a trabalhar muito bem, por isso trazia algumas expectativas mas não pensei que nos saíssemos tão bem" confessou sobre a vitória da Taça. Já sobre o Prémio Monte Velho, para a Melhor Cavaleira, afirmou que "foi um bónus. Há aqui vários cavaleiros bons por isso estou feliz." Neste escalão, foi medalha de prata João Francisco Castelão/Diu e bronze Duarte Nogueira/Douro, entre oito conjuntos. Triplamente vitorioso, Francisco Pimentel Silva, considerado o Melhor Cavaleiro da Final da Taça, ele que foi o vencedor do escalão Preliminar com a PSL Esquadra, égua galardoada com o prémio do Cavalo Lusitano com a Melhor Prestação Desportiva desta Final. Filha do Quo Vadis, criação e propriedade da Coudelaria Monte Velho, casa para onde Francisco trabalha, Esquadra teve o melhor resultado no primeiro dia de competição, alcançando os 73,235%. "Estes três dias de provas na Beloura foram o culminar de um ano intenso de trabalho. A Esquadra foi regular e é um animal com imenso potencial." No primeiro ano em que competiu na Taça de Portugal, Francisco não podia estar mais "feliz e satisfeito!" À semelhança do nível Elementar, foi 2.º classificado João Francisco Castelão, desta feita com Equador, com Nuno Chaves de Almeida e Elegante Plus a fecharem o pódio. O nível Preliminar contou com cinco conjuntos, todos compostos por cavalos de raça PSL. E se alguns dos níveis da Taça de Portugal de Dressage registaram fraca adesão, o mesmo não se pode dizer da Final do Mini Troféu Dressage Ponéis, com casa cheia de concorrentes, assim como as bancadas, com pais, irmãos e amigos a acotovelarem-se junto da carrière para assistir às prestações dos mais pequenos. Apesar do nervosismo, os jovens cavaleiros foram entrando em pista, cumprimentando os juízes e realiREVISTA EQUITAÇÃO

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Foto: Aurélio Grilo

DRESSAGE

Francisco Pimentel Silva/Esquadra: vencedor grau Preliminar, Troféu Monte Velho para o Melhor Cavaleiro e Melhor Cavalo Lusitano da Final da Taça de Portugal zando as suas provas como profissionais. Sem vencedores antecipados, a Academia Equestre João Cardiga (AEJC) acabaria por ser a grande vitoriosa da segunda edição deste troféu, alcançando os três primeiros lugares individuais e o de equipas. Presente com 12 alunos, João Pedro Cardiga, treinador do colectivo não podia estar mais orgulhoso: "foi muito gratificante! É um grupo de miúdos que admiro e evoluíram imenso!" Apesar do nível Infantil ser destinado a cavaleiros dos 6 aos 8 anos, ainda tinha 5 quando Rodrigo Pinheiro ganhou a classe, tendo sido o mais jovem nesta competição. Aquando da entrega de prémios, Daniel Pinto questionou o vencedor se 14

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estava feliz com a vitória, ao que este respondeu "estou muito contente, mas sabes, eu também treino muito, não só com o pónei mas também na minha bicicleta, pois uso-a no picadeiro para treinar o desenho da prova." O Nível Principiante (9 aos 12 anos) e Juvenil (13 aos 15) foram ganhos respectivamente por Marta Abrantes e Carolina Serrão, ambas com Quim, pónei que consideram tê-las ajudado ao longo do ano. Para Marta "o pónei esteve sempre impecável. Antes das provas ficava nervosa, mas depois entrava com confiança". Já Carolina afirma que ao longo da época "tivemos altos e baixos, conseguimo-nos entender e no fim foi esta surpresa. Ele portou-se muito bem e fiquei mes-

mo muito emocionada." Participaram na Final do Mini Troféu Dressage Ponéis mais de 40 cavaleiros da AEJC, Centro Hípico da Costa do Estoril, Picadeiro Quinta de S. José e Centro Hípico da Ilha Terceira. Depois de três dias de competição na Beloura, Francisco Pintéus, organizador, afirmou que tudo "correu como esperado" com excepção da adesão na Final da Taça de Portugal, que "contou ao longo do ano com mais de 100 concorrentes, apuraramse 52 e inscreveram-se apenas 30. Ainda assim, os presentes cumpriram com o esperado, assistimos a boas performances, várias provas acima dos 70% e bom ambiente. O público aderiu, especialmente em virtude do Mini Troféu Dressage

Póneis, competição que tem sido uma surpresa. Criado no ano passado, este ano quase duplicou o número de inscritos. Tivemos a presença de novos Centro Hípicos, os miúdos incentivados e aguerridos, com competição mas de forma saudável". Durante a cerimónia de entrega de prémios foram ainda distribuídos os Pins Dressage 1st aos cavaleiros: Nuno Chaves de Almeida e Francisco Pimentel Silva (Ouro), Filipe Canelas Pinto, Miguel Mota Baptista, João Castelão (Prata) e Alexandra Victória Bonte (Bronze). Ana Filipe Reportagem em Equitação TV



COMPLETO

JUNIORES E JOVENS CAVALEIROS

CAMPEÕES NA BARROCA CHOVEU INTENSAMENTE DURANTE UMA SEMANA, MAS CHEGADO AO DIA DOS CAMPEONATOS DE CONCURSO COMPLETO, O SOL REGRESSOU À BARROCA D'ALVA PARA DAR COR ÀS COMPETIÇÕES QUE JUNTARAM DEZENAS DE CAVALEIROS E UMA MULTIDÃO NA ASSISTÊNCIA. INSERIDOS NUM EVENTO DE UM DIA, DECORRERAM OS CAMPEONATOS E EM PARALELO TAMBÉM UM CNC PRELIMINAR, UMA POULE DE INICIAÇÃO E UM DERBY.

Reportagem em Equitação TV

Augusto Calça e Pina, com Ucrânia, sagraram-se Campeões Nacionais no escalão de Jovens Cavaleiros Nacional de Juniores teve nesta edição sete inscritos, com três deles a terminar o percurso de cross e a preencher o pódio. O melhor resultado coube a João Netto Bacatelo, com Benny Fortunus, que finalizou as três provas com 62,4 pontos e acesso directo ao 1.º lugar. À EQUITAÇÃO, o campeão de 17 anos disse não estar à espera deste

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título, "porque era para trazer outro cavalo, com o qual estava mais preparado, mas estou muito contente". João fez 56,4pts no ensino e daí para a frente só penalizou por tempo nos obstáculos, tendo mesmo sido o único júnior a limpar no campo de cross-country. Montou Benny Fortunuz, de 7 anos, "uma égua de criação minha, cega do olho esquerdo, que tem evoluído

bastante e estou com muitas esperanças para o futuro dela". No 2.º posto e com a medalha de prata ficou uma estreante nestes pódios, Madalena Viegas de Almeida. A cavaleira de 15 anos está a montar o experiente Napalm de Fôja há menos de um ano, e tem vindo a conquistar bons resultados ao longo desta época. O Campeonato na Barroca d'Alva foi uma das pri-

meiras provas que fez ao nível de 1* e deu-lhe a medalha de prata, com 85,4pts. "Trazia um objectivo elevado, mas não sou de ter muita confiança em mim própria, apesar de saber que era possível e que tinha capacidades para isso, tanto eu como o cavalo. Senti o Napalm muito bem no cross, houve saltos que não correram tão bem, mas houve outros muito bons, também. Fui sempre directa,


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Pedro Mariano, com Walk Away alcançou o título de Vice-Campeão de Jovens Cavaleiros não fui às opções", contou a cavaleira. Depois de uma prova de ensino avaliada em 56,4 pts, Madalena foi uma de dois conjuntos a limpar nos saltos de obstáculos. Já no cross, o nervosismo levou-a a cometer um erro no percurso, "estavam cordas dos dois lados e eu fui para o lado errado, não tive bem a noção e quando dei conta do salto já estava num sítio em que só podia mesmo voltar para trás e, para não voltar, pulei a vedação", explicou. A medalha de bronze ficou

para Francisco Paim, com Solo Voyage, conjunto que terminou com 115,5 pontos, fazendo o melhor resultado na dressage (48,3pts). "Saí em primeiro do ensino, que é o forte do cavalo e é onde estamos a trabalhar para conseguir ganhar pontos; nos obstáculos, salvo erro, deu 4 toques, o que para ele foi uma boa prova porque era um cavalo que se costumava parar e no cross fez duas recusas, por isso foi mau. Este 3.º lugar acaba por ser inesperado", afirmou Francisco, que

João Duarte Silva/Craft AC venceu o CNC1*

nem por isso considerou o cross difícil: "estava um cross bom para um Campeonato Nacional e talvez por descuido meu, por saber que o cavalo é de se parar, deveria ter montado de outra maneira. A seguir fiquei mais descansado, pois pensei que já não estava a disputar nada e acabei por levar mais na desportiva". O cavaleiro tem estado a treinar com Francisco Seabra e já nota algumas melhorias na sua preparação, bem como na de Solo Voyage, um cavalo prestes a

completar 15 anos e que já o acompanha há cerca de dois anos e meio. De acordo com o cavaleiro, a montada adquirida à Carol Gee "anda bem no ensino, mas sempre teve problemas a nível de obstáculos". Participaram ainda neste campeonato outros quatro conjuntos: o Campeão de 2012, Bernardo Seabra com Aferzysta, Luís Atayde, com Tarte de Pomme, Teresa Braz com Xuxa e Joaquim Grave, que montou Bocage.

Francisco Seabra/Belmonte do Cahim dominou o CNC2* REVISTA EQUITAÇÃO

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João Netto Bacatelo, com Benny Fortunus é o novo Campeão de Juniores

Para o cavaleiro, os 47,8 pontos do ensino "não foi a melhor prova que a égua já fez, mas foi bastante razoável", nos obstáculos deu um toque e ultrapassou o tempo permitido, mas mesmo assim chegou ao cross com uma margem confortável em relação ao adversário: "no cross a égua é muito confiante, limpou com um bocado de excesso de tempo, mas devido ao piso achei que não era muito bom estar a disputar o campeonato quando tinha alguma vantagem para poder gerir", disse. E, de facto, não precisou de disputar. Fez 15,2 pts de excesso de tempo no campo e assegurou a vitória com um total de 71pts. "Fiz o meu trabalho, e a égua portou-se bem e acho que não foi assim uma disputa por aí além. Acho que a Ucrânia esteve bem e preocupei-me em dar o meu melhor, que é sempre o que tento fazer nas provas todas e aconteceu este 1.º lugar", disse o Campeão. Quanto a Ucrânia, "é a menina dos meus olhos e gosto imenso de a montar. É muito boa no campo e mesmo no resto das disciplinas temos vindo a evoluir bastante".

Francisco Paim, com Solo Voyage ficou no lugar do bronze (Juniores)

Vice-Campeã Juniores: Madalena Viegas de Almeida/Napalm de Fôja 18

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Já o Campeonato Nacional de Jovens Cavaleiros, inserido num CNC2* Especial (com o cross-country colocado ao nível de 1*), contou este ano apenas com dois participantes. Ganhou Augusto Calça e Pina, com Ucrânia, conjunto que em 2011 tinha conseguido o ouro, desta feita no escalão de Juniores.

Em 2.º lugar e com a medalha de prata ficou Pedro Mariano, com Walk Away. O conjunto finalizou a competição com 85,9 pts: "Foi bom, gostei, o cavalo andou bem, foi pena os obstáculos, mas de resto correu bem, gostei muito de fazer o cross e o ensino também. O campo estava exigente para o nível de 1*,


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Manuel Barros/Qinoa du Terroir ganhou no CNC Preliminar estava bom. Fiz as opções todas directas e o mais depressa possível". O cavaleiro montou Walk Away, de 14 anos, com o qual está há 5: "É um cavalo para fazer 2*, para tentar fazer o Europeu de 2014. Não é fácil, mas vou fazendo as coisas. Tem boa cabeça, pode ser montado por qualquer pessoa, pois é muito confiado no cross, limpo, sem problema nenhum, é um pouco

difícil no ensino e nos obstáculos, mas vai-se fazendo as coisas". Entre os Juniores e os Jovens Cavaleiros o sentimento é comum: conseguir um lugar no grupo de seleccionados para os Campeonatos da Europa deste ano, em especial para o escalão superior, que se realiza em Setembro em Portugal, na Herdade de Vale Sabroso. O Presidente da Associação Portu-

Assunção Ravara/Acrobat vencedora da Poule de Iniciação guesa de Cavaleiros de Concurso Completo de Equitação, Nuno Ravara, afirma ter "esperança de ter uma equipa em Alcácer do Sal", ainda que esta competição seja "uma prova já com uma exigência muito alta". Daquilo a que assistiu, o presidente da ACCE considera que "tem havido evolução positiva" nas camadas mais jovens tendo ganho em cada um dos cam-

peonatos o conjunto "melhor preparado". Ao longo do dia de provas sagraram-se ainda vencedores Francisco Seabra/Belmonte do Cahim (CNC2*), João Duarte Silva/Craft AC (CNC1*), Manuel Barros/Qinoa du Terroir (CNC Preliminar), Assunção Ravara/Acrobat (Poule Iniciação) e Marta Belchiorinho/Xá (Derby). Cátia Mogo n


OBSTÁCULOS Reportagem em Equitação TV

RIATOUR AVEIRO UMA LUFADA DE AR FRESCO AVEIRO É CONHECIDA COMO A "VENEZA PORTUGUESA", COM A SUA RIA E OVOS MOLES COMO CARTÃO DE VISITA, MAS A CIDADE QUER AGORA AFIRMAR-SE TAMBÉM NO PANORAMA NACIONAL PELA COMPETIÇÃO EQUESTRE E, ESTE ANO, ATRAVÉS DO CIRCUITO RIATOUR RETOMOU UMA ANTIGA TRADIÇÃO: OS SALTOS DE OBSTÁCULOS.

Corrida de Póneis circuito equestre indoor foi constituído por cinco concursos, arrancou em Dezembro de 2013 e chegou ao fim no passado dia 2 de Fevereiro. Com o Parque de Exposições de Aveiro como palco, teve uma afluência média de 250 cavalos por competição, que começou com um CSN-C, passando a CSN-B nas semanas seguintes. A ideia de trazer os Saltos de Obstáculos 'de volta' a Aveiro já estava na mente dos organizadores "há cerca de três anos", afirma Albino Soares. Os pavilhões do parque foram convertidos num centro hípico, com boxes, campo de obstáculos, bancadas, restaurantes, bares, zona de lazer e stands com diversas áreas de actividade da região. Segundo Sérgio Cunha, outro dos organizadores, "estes pavilhões são fantásticos em termos de dimensão para o hipismo e fi-

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zemos uma pista de 80mx35m", pista aliás que mereceu por parte dos presentes, diversos elogios. "Estou agradavelmente surpreendido, as condições são óptimas. Montei percursos na Exponor e este piso está ao nível do melhor piso que lá tivemos nos últimos anos" afirmou Bernardo Costa Cabral, course designer internacional responsável pelos desenhos de pista nas semanas 3 e 4 do circuito. Os restantes concursos tiveram percursos da autoria de Pedro Faria, com os course designers a terem à sua

Luís Sabino Gonçalves foi vencedor de dois GP disposição um parque de obstáculos totalmente novo, construído de raiz para este evento. As provas no Riatour foram dos 80 cm até 1,35m com corridas de póneis em algumas das noites de sábado, que muito divertiram os presentes. Durante esta rota decorreu a Taça Indoor Aveiro da Juventude que sagrou vencedores em Iniciados Carolina Laranjeira/Calcutá, em Juvenis Diogo Portela Mendes/Suão e em Juniores Pedro Carvalho/Pokemon d'Amaury. Já Ana Margarida

Gomes foi com Quattu a vitoriosa da PAVO Ladies Cup e Luís Fernandes/António, o conjunto ganhador da prova Masters no último fim-de-semana. Hugo Carvalho foi um dos cavaleiros que jogou em casa, montou cinco cavalos e trouxe outros tantos para os alunos. Por estes dias, conseguiu diversos lugares classificáveis, com destaque para a vitória no Grande Prémio (GP) com Ciara no 2.º fim-de-semana e o lugar da prata com Carlyle Von Meer no 3.º. Para Hugo "é óptimo que haja este tipo de iniciativas, particularmente nesta região, com tantos cavalos e aficionados. Espero que seja um evento a repetir por muitos e longos anos e foi muito bom ver o avivar do jumping de Aveiro, que há 20 anos não se realizava. Esta iniciativa tem tudo para poder dar certo". Uma opinião partilhada por Luís Sabino Gonçalves, vencedor do GP da 3.ª e


OBSTÁCULOS

Pódio Taça Indoor de Iniciados 4.ª semana, respectivamente com Fhycarla Van Den Bosrand e Imperio Egípcio Rivage. "Gostei tanto de cá estar há 15 dias que voltei! O piso é muito confortável para os cavalos, o paddock tem um tamanho bom, a organização recebe-nos lindamente, respira-se boa energia, tem boa luz, é um sítio onde gosto de estar!" Para além destes dois cavaleiros, a fechar o circuito, venceu o último GP, António Matos Almeida com T Junior Z, alcançando ainda o 2.º posto com Bronston. Quem também marcou presença no Riatour foi Francisco Louro, vice-presidente FEP para os Saltos de Obstáculos e seleccionador nacional sénior, que diz ter gostado do que viu, "não há dúvida que Aveiro é uma Hugo Carvalho, conseguiu diversas classificações

Pódio Taça Indoor de Juvenis

Pódio Taça Indoor de Juniores zona com muita tradição equestre e julgo que fazia falta nesta região um concurso com estas características. Cinco semanas é realmente excelente". Quanto ao futuro Francisco Louro vê po-

tencial para "a médio prazo, haver aqui um concurso internacional, porque não, integrado numa outra rota." Terminado o Riatour chegou "a hora de fazer o balanço", mas

António Matos Almeida ocupou os dois primeiros lugares no último GP

Ana Margarida Gomes, vencedora da PAVO Ladies Cup desde já os organizadores congratulam-se pela presença de "todos os cavaleiros, desde os mais pequeninos até ao olímpico" diz Albino Soares. Já Sérgio Cunha salienta a importância das críticas de todos, que só ajudaram a melhorar o evento "estamos muito gratos a todos os cavaleiros e organizadores que nos têm visitado. Para além de nos darem os parabéns, têm-nos aconselhado e todos os fins de semana temos melhorado algumas coisa que nos têm pedido. Esperamos continuar a satisfazer esses requisitos". n

Ana Filipe/Cátia Mogo Fotos: Silvano Lopes

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COUDELARIA ROMÃO TAVARES MAIS DE UM SÉCULO DE HISTÓRIA

É NO CORAÇÃO DO ALTO ALENTEJO, QUE SE SITUA UMA DAS MAIS ANTIGAS COUDELARIAS PORTUGUESAS. A HERDADE D'ADAGOSTO, NO CONCELHO DE MONFORTE, É A CASA DE DOIS DOS MAIS RECENTES CAMPEÕES DE CAMPEÕES DA FEIRA DA GOLEGÃ, CARAMELO E BALUARTE DA BRÔA (MV), MAS TAMBÉM JÁ DAQUI SAÍRAM INÚMEROS PRODUTOS DE RELEVO QUER NA TAUROMAQUIA, COMO NA EQUITAÇÃO DE TRABALHO OU NO ENSINO. EQUITAÇÃO esteve à conversa com o actual administrador da família, Jaime Romão Tavares, que nos contou a história da Coudelaria. EQUITAÇÃO: Quando no final do século XIX foi fundada a Casa Agrícola Romão Tavares, houve desde logo a ideia

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de começar a criar cavalos? Jaime Romão Tavares: Foi o bisavô do meu pai Francisco José Romão quem registou o ferro da nossa Coudelaria. Possuindo um conjunto de éguas que foram herança de família e dele passaram para genro, Manuel Alberto Romão Tavares. À sua morte foram divididas

pelos cinco filhos e uma das partes coube a Francisco José Romão Tavares, que o meu pai, como filho único veio a herdar. Conhecido como um «génio da criação», com a «obsessão» da selecção, qual lhe parece ter sido a importância do período em que a Coudelaria foi gerida pelo seu Pai?

Com a mecanização da agricultura deixou de se utilizar os animais nos trabalhos agrícolas assim como a utilização de éguas na criação de mulas, havendo então uma seleção na éguada orientada agora para objetivos diferentes dos até aqui procurados. A preocupação do meu pai foi corrigir e melhorar


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Bernardo Tavares, Ricardo Moura Tavares e Jaime Romão Tavares

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João Moura/Vinho

Paulo Caetano/Bolero

a morfologia dos animais, dando-lhes mais classe e finura ao mesmo tempo que procurou melhorar a qualidade dos andamentos, perpetuando a boa funcionalidade. Como é constituído actualmente o vosso efectivo e quais os padreadores que estão a utilizar? É constituído por quinze éguas de ventre e dois repro-

dutores. Na presente temporada os padreadores são o Violino (Ibérico x Narceja, ambos ferro Romão Tavares) e o Baluarte da Brôa (Quinteiro x Rumba, da Coudelaria Veiga). O primeiro é um cavalo de cor preta com bons andamentos e grande funcionalidade, tendo-o demonstrado em provas de equitação à portuguesa e dressage, em Espanha com um jovem


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cavaleiro. O segundo é morfologicamente muito correcto com bons andamentos e uma enorme capacidade de trabalho e facilidade de aprendizagem. Viu recentemente o Caramelo e o Baluarte da Broa premiados na Feira da Golegã, mas que outros animais se têm destacado e em que sectores? Foram vários os cavalos que se destacaram e em diferentes sectores, dos quais destacamos, na tauromaquia: Trinco, Bolero, Vinho Quilate, Caparica e Portalegre; na Equitação de Trabalho: Hortelão, Navalha, Ibérico, Ossama, Manilha, Morena e Importante; no Modelo e Andamentos: Embaixador, Importante, Nata, Navalha, Bailarina, Ibérico, Sul, Boca-Negra Trinco II e Fado e ainda no Ensino: Talismã,

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Baluarte da Broa Campeão de Campeões da Feira da Golegã 2013

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Violino e Boca-Negra. No toureio, desde sempre teve cavalos em evidência, significa que a sua aposta em termos de selecção é em primeiro lugar para essa vertente? Como aficionado que sou, tento que as características dos cavalos que criamos sirvam as necessidades dos toureiros mas que não se esgotem aí as suas aptidões. Procuramos cavalos cuja versatilidade possa servir várias modalidades e agradar a um leque grande de utilizadores. Podem as características dos cavalos de dressage complementar o que falta aos cavalos de toureio e vice-versa? Sim, podem. Há seguramente características comuns em ambos os especialistas, no entanto há características específicas para cada modalidade. Estas características específicas, que podem ser inatas ou adquiridas através da manipulação do homem, é que se podem complementar para alcançarmos um cavalo ideal. No entanto, dada a especificidade de ambos, podemos tirar maior partido de um cavalo se o especializarmos. Embora o cavalo Lusitano seja bastante versátil, para mim a raça mais versátil de todas, penso que poderá obter mais sucesso se for seleccionado antecipadamente para uma só especialidade. Claro que as características específicas se podem complementar, mas cada especialidade exige características próprias e isso não podemos descurar. Para além dos PSL a sua coudelaria cria igualmente cruzados, exemplo disso é o Caramelo. Que importância tem para a coudelaria esses produtos, será uma forma de afirmar que vos interessa criar cavalos bons independentemente da raça? Seguindo a linha de criação do meu pai procuramos sempre aperfeiçoar a nossa produção independentemente da raça, no entanto os cavalos cruzados 28

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têm uma expressão pouco significativa na coudelaria. Que ordem de importância dá a cada um destes parâmetros: morfologia, mecânica de andamentos e carácter? Todos estes parâmetros são muitíssimo importantes na seleção de um cavalo, no entanto se os tiver que enumerar diria que em primeiro o carácter, seguido da mecânica de andamentos e por fim a morfologia. Qual é para si o cavalo de sonho? O meu cavalo de sonho deverá ser morfologicamente correcto, típico, com muito bons andamentos, e deverá ter enorme empatia com o cavaleiro e grande capacidade de trabalho. Por fim, este cavalo deve ainda divertir o cavaleiro no sentido deste o poder utilizar tanto em situações de lazer como, no caso de ser um cavaleiro profissional, em momentos importantes para a sua carreira. Os cavalos da casa estão a ser trabalhados por Ricardo Moura Tavares, em Alenquer, como descreve o seu filho enquanto cavaleiro? Um apaixonado pelos cavalos, trabalhador, sempre disponível para aprender. No maneio e na selecção da éguada conto também com o apoio do meu sobrinho Bernardo Tavares. Qual é o desafio da Coudelaria Romão Tavares para o futuro? Manter e melhorar a qualidade dos nossos cavalos. Que opinião tem acerca do actual momento da criação do cavalo Lusitano? Estamos num momento bastante bom, vejamos a quantidade de bons cavalos que se encontram a tourear tanto em Portugal como em Espanha e até no México. Outro indicador do excelente momento é aparecimento de lusitanos nas equipas dos países que disputam os campeonatos de equitação de trabalho e ainda a

excelente participação nos últimos jogos olímpicos em Londres. Quais são os principais mercados que procuram os cavalos de ferro RT? Todos os mercados que procurem cavalos bonitos calmos, corajosos e com bons andamentos. n

Texto: Cátia Mogo Fotos: Rita Fernandes



TRIBUNA DE HONRA

O ARQUITECTO DO CAVALO PURO SANGUE LUSITANO NO DESAPARECIMENTO DE ARSÉNIO RAPOSO CORDEIRO É UMA TRAGÉDIA QUE PORTUGAL ESTEJA A PERDER ALGUNS DOS SEUS MAIS DESTACADOS “HOMENS DE CAVALOS”, TODOS ELES, DE ALGUMA FORMA, ARTISTAS. REFIRO-ME AO PROFESSOR JAIME CELESTINO DA COSTA, A D. DIOGO DE BRAGANÇA E AGORA, RECENTEMENTE, O ARQUITECTO ARSÉNIO RAPOSO CORDEIRO. TODOS ELES INTELECTUALMENTE SUPERIORES, PESSOAS DE ESPÍRITO BRILHANTE, APAIXONADOS PELA VIDA E, NESTA, PELAS ARTES E OS CAVALOS.

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dOS fAbrIcANtES dE

rsénio Raposo Cordeiro era todo ele Grande e Imenso! Além de ter edificado duas das principais obras do Estado Português de finais do século XX, refiro-me claro está à Torre do Tombo e à sede da Caixa Geral de Depósitos, obras que marcam de forma indelével a capital do nosso país, isto sem falar na sua Arquitectura Equestre na Coudelaria de Alter, como foi fundador, primeiro Presidente e era o actual Vice-presidente da Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano. Embora não gostasse que eu o dissesse, considero-o uma espécie de pai “moderno” da raça, sendo inclusive sua a genial e inspirada designação – embora esta tenha uma razão técnica de ser – de “Puro-Sangue Lusitano”, mas acima de tudo é (mesmo) “o” mais profundo, mas também, intuitivo, estudioso da Ancestralidade do nosso Cavalo Lusitano. De forma inteligente e apaixonada conseguiu fazer a ponte entre a brilhante geração de um Manuel Tavares Veiga, de um Ruy de Andrade e do seu filho Fernando Sommer d’Andrade, mas também, do genial Nuno Oliveira, de João Branco Núncio,

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rEd cEll®

O SuplEMENtO dE AltO rENdIMENtO MAIS rEcOMENdAdO pOr vEtErINárIOS E trEINAdOrES EM tOdO O

MuNdO.

MENOS é MAIS de José Athayde e de Guilherme Borba, do tal passado mítico e ancestral do Cavalo Lusitano, com a actualidade de uma raça completamente instituída e reconhecida nacional e internacionalmente. Seguramente que não o fez sozinho, mas por mérito próprio e qualidades únicas, tornou-se na figura tutelar no que concerne o Puro Sangue Lusitano. Não só porque tentou compreender de forma racional e coerente o “fenómeno” Lusitano, de como as diversas camadas de história, funcionalidade, genética, e mesmo do devir da raça, se relacionam e interagem, como por ter, e cito Mandela (o que seguramente teria arrancado uma gargalhada ao Arquitecto) “convicções fortes (que) é o segredo para so-

breviver às dificuldades”. O Arquitecto do nosso “Lusitano” conseguiu, muito por mérito próprio, não só compreender o Passado, mesmo que tão longínquo, como ter tido a rara intuição de o procurar recriar (e feito outros tantos o fazer), provando assim que a “Raça Existe”! A sua inteligência, fina e brilhante, e uma rara capacidade de persuasão (lendárias em todos aqueles que com ele privaram), eram tais que até já a Ciência está hoje convencida dos seus argumentos. Só por isso, por a Ciência, a Genética, lhe terem dado razão e a todo um Património Equestre único no Mundo, merece ele, o nosso profundo e sentido reconhecimento. n

Bruno Caseirão/Fotos: Paula Paz

quando o cavalo precisa de recuperar peso, sobrealimentar com grão é lento e pode causar cólicas, diarreia e hiperexcitabilidade

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PODOLOGIA

JÁ OLHOU BEM PARA OS CASCOS DO SEU CAVALO? UM PEQUENO DESEQUILÍBRIO PODE ESTAR NA ORIGEM DE ALCANCES, QUARTOS, ENCURVAÇÃO DE MEMBROS E ATÉ DE PROBLEMAS MUSCULARES E DAS ARTICULAÇÕES. POR VEZES, BASTA UM OLHAR MAIS ATENTO PARA PERCEBER SE OS CASCOS DO SEU CAVALO ESTÃO OU NÃO A SER BEM RECORTADOS.

EQUITAÇÃO acompanhou o Seminário de Podologia Equina que decorreu nas Sete Quintas, na Zambujeira do Mar, onde o podólogo Alejandro Asensio explicou as bases do BalanceF, um conceito que nos últimos anos tem vindo a revolucionar o mundo da ferração e que pretende romper com as técnicas tradicionais de recorte de cascos. A convite de Sandra Carreira e de Bernardo Marujo, da CS Veterinária, que representa a marca em Portugal, o

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profissional espanhol foi o responsável por uma formação teórico-prática de dois dias, muito concorrida por proprietários, cavaleiros e ferradores, dispostos a ver com outros olhos os cascos dos seus cavalos. O conceito Balance-F - cujo nome vem de Flexibilidade existe em cada cavalo e parte do princípio de que o casco é uma estrutura flexível e adaptável ao que o rodeia, não só transversal como também longitudinalmente. Esta foi a conclusão a que o autor argentino

Daniel Anz chegou após vários anos de estudo da podologia equina e que, em conjunto com o alemão Stephan Stitch, comprovou cientificamente na Universidade de Veterinária de Leipzig, na Alemanha. A ideia base é simples: ao

recortar os cascos seguindo este método está a permitir ao cavalo encontrar o equilíbrio natural e redistribuir o peso de forma equitativa nas extremidades, reduzindo pressões e desvios ao longo dos membros e melhorando consequente-


PODOLOGIA

mente a qualidade de vida do animal. "Um desequilíbrio no casco de um ou dois milímetros que não seja estabilizado pode causar desvios de centímetros na parte superior, que o cavalo terá que compensar com o esqueleto, o que pode provocar mazelas e

dores noutras partes do corpo. Através do Balance-F, quando os cavalos têm desvios medio-laterais, conseguimos levá-los ao ponto zero a partir do qual o casco irá crescer naturalmente. Nós não inventámos nada, não tiramos nem a mais nem a menos,

simplesmente seguimos a informação que o casco dá", explica Alejandro Asensio. Os cascos são aparados a partir de sinais naturais e visíveis que indicam exactamente qual o ponto até onde a grosa deve ir, o que não é necessa-

riamente simétrico e muito menos será o formato que o ferrador lhe deseja dar; é sempre o recorte que o próprio cavalo está a pedir naquela altura. E partir daí a decisão de ferrar o cavalo fica nas mãos do dono. No caso de Alejandro, apesar de ser ferrador de profissão, todos os seus cavalos estão desferrados: "Tenho os meus cavalos descalços porque a partir do momento em que compreendemos o conceito de flexibilidade do casco, vemos que as estruturas se adaptam muito melhor e funcionam muito melhor assim", o que não é um impedimento para que possam competir em provas de raides internacionais ao nível de 3*. "Os cavalos descalços treinam com umas botas que se podem tirar e pôr e só quando vamos trabalhar ou competir é que as colocamos. Isto também funciona muito bem em cavalos de saltos, pois nas pistas de relva torna-se perigoso estar desferrado, por isso as botas permitem a colocação de pitões para evitar escorregar", explica o podólogo que nesta formação também dedicou algum tempo à adaptação e colocação de botas equinas. As formações do Balance-F estão abertas ao público em geral e, de acordo com Alejandro, a aceitação "está a ser muito boa". Entre os alunos, o instrutor já teve aquele que foi o seu primeiro professor da escola de ferradores de Madrid ou mesmo profissionais com mais de 35 anos de experiência que se renderam a este método. O objectivo passa agora por certificar os profissionais que usam este conceito, para que no futuro apenas os agentes formados e autorizados o possam fazer. Actualmente o Balance-F conta com cinco Academias na Argentina, Alemanha e Espanha, tendo para além disso podólogos certificados no Uruguai, Áustria, Suécia e Portugal. n

Cáia Mogo/Fotos: C.S.Vet

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COMENTÁRIO

AS BODAS DE PRATA DA COMPANHIA DE TEATRO VIV´ARTE HÁ ALGUNS ANOS TOMEI CONHECIMENTO DE QUE SE IA REALIZAR EM ÓBIDOS UMA FEIRA MEDIEVAL. COMO NUNCA TINHA ASSISTIDO RESOLVI QUE ERA ESTA A ALTURA CERTA.

udo ali se vivia na Época Medieval: o Castelo decorado com bandeiras e pendões; os participantes todos trajados à época e uma enorme quantidade de tendas onde se encontrava de tudo um pouco. Curiosamente havia um “Banco” onde se trocavam as nossas moedas por outras que apenas tinham valor dentro da Feira, para que também desse modo, nos sentíssemos integrados. Claro que houve quem, muito esclarecido aliás (!), que dizia que num país não pode haver duas moedas. Não per-

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José Miguel Cabedo

cebeu o pequeno, que estávamos vivendo numa outra época e não na actual. Também não andamos hoje, na rua, com os trajes da Idade da Pedra. Bem, não vou perder mais tempo a falar deste assunto! E cheguei ao Castelo, depois de algum tempo para conseguir estacionar a viatura, que não

era da Época Medieval, dada a quantidade de gente que ali se deslocou. Fiquei encantado com o ambiente. Se quisesse participar podia tê-lo feito alugando um traje a condizer com a época. É o que fez muita gente que quis viver esse período da nossa História.

Cheguei a um espaço cheio de tendas cónicas, e com uma enorme exposição material bélico - armaduras, elmos, espadas, lanças, material de tortura, etc. Dirigi-me a um sujeito, grandão, trajado à Época e perguntei-lhe quem era ali o chefe da guerra. Recebeu-me com os punhos na cintura e, depois de dizer “olha este quer saber quem é o chefe da guerra”, disse alto e bom som – Sou eu! Quereis alguma coisa? O diálogo prosseguiu, mais monólogo que diálogo pois eu nada sabia e ele tudo me ia esclarecendo. Fiquei a saber que


COMENTÁRIO

era o Presidente da Direcção da Companhia de Teatro Viv´Arte, Senhor D. Mário da Costa. E tinha nascido ali uma amizade que se prolonga até hoje. Sempre que posso vou assistir às Feiras por todo o país e sou sempre recebido com extraordinária simpatia. Recentemente soube que tinham a sua sede em Oliveira do Bairro e, como vou, desde o início, à Feira do Cavalo que se realiza naquela cidade fui visitá-los. Ali tomei conhecimento do que é a Companhia de Teatro Viv´Arte: onde treinam os torneios, as lutas, e onde estudam – há livros de História em todas as estantes. Senti a exigência e rigor que é pedida aos participantes. Almocei e assisti às reuniões para delinear o que se vai fazer no próximo evento e onde terá lugar.

A Viv´Arte tem percorrido o país de Norte a Sul e até no estrangeiro, pois vai com frequência a Itália, e, julgo, que a outros países. Fui também assistir à preparação dos cavalos recentemente adquiridos, que estavam em Nariz. Agora já têm torneios e lutas a cavalo. Já existem dois carros romanos mas ainda não estão preparados para serem puxados pelos cavalos. Um dia estarão. A partir de agora quando se for a uma Feira Medieval e se veja o emblema da Federação Portuguesa da Festa da História podemos ficar a saber que o evento decorre com o maior rigor como se se estivesse a viver na época a que a recriação se refere. Assim podemos dizer que será um contributo valioso para quem se queira dedicar a estudar e a viver a nossa His-

tória, que, parece-me, anda um pouco esquecida. O que se transcreve a seguir foi por mim solicitado à Comissão Organizadora da Grã Gala Via Hominis: A Companhia de Teatro Viv’Arte celebrou os seus 25 anos no passado dia 18 de Janeiro, com a Grã Gala Via Hominis, no Espaço Inovação, em Oliveira do Bairro, onde estiveram presentes mais de 200 convidados, dos quais cerca de 100 edilidades. Durante a gala os convidados foram presenteados com momentos de degustação de iguarias bairradinas, assistindo, em simultâneo, a um serão festivo que incluiu passagens da Viv’Arte ao longo dos últimos 25 anos (projecções de vídeo) e variadas representações teatrais ao vivo. Os momentos mais altos pas-

saram por dar a conhecer dois novos e grandes projectos da Companhia de Teatro Viv’Arte: O Parque Temático - Via Hominis, um projecto do arquitecto João Neto, que será a sede da companhia de teatro Viv’Arte e retratará, em zonas distintas, seis idades da História, da Pré-História ao Futuro; E a criação da Federação Portuguesa da Festa da História no âmbito da Confederação Europeia das Festas e Manifestações Históricas, à qual a Viv’Arte pertence, estando presentes no evento representantes das federações de Alemanha, Espanha e Itália. Um serão festivo, glamouroso e de grande qualidade artística numa grande celebração dos 25 anos de trabalho da Viv’Arte em prol da cultura nacional. n


ACTUALIDADE

O CAVALINHO DA TERCEIRA! NO RECONHECIMENTO DO PÓNEI DA ILHA TERCEIRA COMO A 4.ª RAÇA DE CAVALOS PORTUGUESA

AQUANDO DO PEDIDO DE RECONHECIMENTO DO PÓNEI DA TERCEIRA ENQUANTO 4.ª RAÇA CAVALAR PORTUGUESA RAÇA AUTÓCTONE, ARTUR DA CÂMARA MACHADO, BIÓLOGO, INVESTIGADOR E DIRECTOR DO CENTRO DE BIOTECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES, GRANDE ARTÍFICE DESTE RECONHECIMENTO, AFIRMAVA À REVISTA EQUITAÇÃO QUE “O PÓNEI DA TERCEIRA É UM ANIMAL COM ALTURA MÉDIA AO GARROTE DE 1,28 M, MAS QUE POSSUI PROPORÇÕES MUITO CORRECTAS E EQUILIBRADAS, CONFUNDINDO-SE COM UM PURO SANGUE LUSITANO EM PONTO PEQUENO. SÃO ANIMAIS RÁPIDOS, INTELIGENTES, EXTREMAMENTE DÓCEIS E DE FÁCIL MANEIO”. paixão de Artur Machado por estes “cavalinhos” começou cedo quando um tio que morava na Ilha Terceira lhe ofereceu uma égua de seu nome Espanhola, que no fundo mais não era do que “um cavalinho da Terceira”, e que foi sua parceira das aventuras de criança. Anos mais tarde, quando regressa de Viena aos Açores para leccionar no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, procurou na ilha Terceira os “cavalinhos” da sua infância. Encontrou-os

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embora fossem muito poucos, cerca de 100. Decidiu então tentar “agarrá-los para que não desaparecessem de vez”. Foi assim que, no âmbito do Centro de Biotecnologia dos Açores, há cerca de 14 anos, se iniciou todo um processo de recuperação destes animais, primeiro na selecção daqueles com as características típicas do Pónei da Terceira, estudando também a população através dos dados biométricos das medidas morfológicas e da caracterização molecular da raça através da leitura do ADN, concluindo

que “esta era uma população que se diferenciava das outras”. Depois, aumentando o efectivo e, por último, em 2012, o pedido de reconhecimento como raça autóctone, o qual surge agora passados menos de dois anos, tendo sido os resultados desta longa investigação validados pela Direcção-geral de Alimentação e Veterinária (DGV). Já em 2012, Artur da Câmara Machado explicava que “estudos genéticos que englobaram mais de 60 raças de cavalos de África, da América, da Ásia e da Europa indicam uma natural proximidade

às raças Peninsulares, mas mostra, no entanto uma grande afinidade genética a raças da América do Sul, nomeadamente Passo Fino de Porto Rico e Crioulo Venezuelano. É fácil imaginar que aquando da descoberta dos Açores, há praticamente 600 anos, tal como nas viagens para as Américas, a maior parte dos animais transportados fossem rústicos e de pequenas dimensões e que os Terceirenses sabiamente seleccionaram para a polivalência de funções, como sejam trabalhos agrícolas, transporte de mercadorias e passageiros, e sela man-


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tendo o pequeno porte”. Em todo este processo a Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira (ACAPT) foi de enorme importância pois, “é uma associação sem fins lucrativos que tem como objectivo dinamizar e zelar pelo Pónei da Terceira fomentando a sua criação de uma forma sustentável. Ou seja, para que o Pónei da Terceira sobreviva no século XXI tem que encontrar uma nova função e, em virtude do seu carácter, morfologia e andamentos, parece-me o animal ideal para a equitação das classes jovens […] e atrelagem”. Para Artur Machado a formação em equitação inicia-se cada vez mais cedo, por volta dos cinco ou seis anos e, já nessa tenra idade, a criança tem de aprender, para além de montar, a cuidar do cavalo. É muito mais fácil lidar com um animal mais pequeno como o Pónei da Terceira, com uma altura média de 1,28m, e que apresenta as características "ideais" para essa primeira fase, tendo ainda como vantagem o facto de ser semelhante a um cavalo na sua morfologia, equilibrado, com bom temperamento e óptimos andamentos. Aliás, como revela a experiência que tem vindo a ser realizada no Centro Hípico da Ilha Terceira onde crianças montam os póneis e onde "até à data, nunca houve qualquer tipo de incidente, nem um coice, nem uma mordidela, absolutamente nada", além de estes “pequenos” conjuntos terem alcançado vários prémios em competições nacionais de Ensino. Prova da aplicação do Pónei para a aprendizagem da equitação dos mais novos foi apresentação aquando do pedido do reconhecimento enquanto raça, em Julho de 2012, no Castelo de S. João Baptista, em Angra do Heroísmo, a qual contou apenas com crianças e jovens, quer à mão, quer montados quer, inclusive, algo raro, rédeas longas. Para Artur da

Câmara Machado, a apresentação em geral, como a inclusão das rédeas longas, deve-se por “em meu entender, é dos exercícios da equitação académica que melhor demonstra a capacidade de aprendizagem e de submissão do cavalo. O facto de apresentarmos de uma forma modesta dois conjuntos em rédeas longas executados por miúdos, pois ao fim e ao cabo os cavaleiros dos Póneis serão sempre miúdos, é para nós a evidência do talento e capacidade destes animais; assim como todo o carrossel com 8 Póneis cuja idade dos cavaleiros variou entre os 6 e os 11 anos. Ao apresentarmos um outro carrossel com

Lusitanos e Póneis da Terceira quisemos realçar a semelhança morfológica entre estes, sublinhando as origens comuns e a ideia de que o Pónei da Terceira é um representante dos cavalos existentes na Península aquando dos Descobrimentos”. Num futuro próximo, os alunos do Centro Hípico da Ilha Terceira irão realizar intercâmbios com outros da Golegã, a capital do cavalo em Portugal, e de Halifax, em Inglaterra, enquanto a ACAPT e a Universidade dos Açores, irão continuar a ampliar o efectivo da raça, que conta agora com 118 póneis da Terceira, sendo que

só na Universidade dos Açores estão 54 e seis foram enviados para o continente, numa tentativa de divulgação da raça, tudo isto antes de avançar para a exportação de animais, até porque há interesse na Europa. Ainda segundo Artur da Câmara Machado "se continuarmos com este dinamismo, tenho a certeza de que muito em breve o Pónei da Terceira terá o seu lugar na Europa, no mundo dos cavalos", havendo inclusive a intenção de levar a raça a campeonatos europeus. n

Bruno Caseirão Fotos cedidas por Artur Machado

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HISTÓRIA DA ATRELAGEM

ATRELAGEM, RELIGIÃO E PRÁTICAS FUNERÁRIAS NESTES ARTIGOS TEMOS VINDO A FOCAR A NOSSA ATENÇÃO NA EVOLUÇÃO DA ATRELAGEM COMO PARTE INTEGRANTE, E IMPORTANTE, DA CIVILIZAÇÃO DE DIVERSOS POVOS DA ANTIGUIDADE. ulgamos que cabe aqui um olhar transversal e comum a várias culturas antigas já que, nas suas práticas funerárias, a presença de cavalos e carros, acompanhando os seus donos nas suas jornadas para além da morte se revela um aspecto muito significativo da sua cultura, e mais particularmente, da sua religião. É também uma área onde os espólios arqueológicos são de uma abundância e riqueza surpreenden-

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Figura 1

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J. Alexandre Matos

tes em localizações geográficas tão díspares e afastadas como a Grécia e a China. A fotografia anexa (fig.1) publicada no livro “Le Cheval, force de l’homme” (de Jean Pierre Digard, 1996) apresenta

J.P. Magalhães Silva

um aspecto de uma escavação arqueológica de um túmulo dos finais da dinastia Shan (séculos XII – XI a.c.), sepultura descoberta junto a Anyang, na China. Cavalos, arreios e um carro de 2 rodas, acompanham o seu dono para o além, enquadrando os seus restos mortais com os entes e objectos familiares que o rodeavam em vida. Quando, a propósito da civilização egípcia, lembrámos a existência de vários carros e cavalos encontrados no túmulo de Tutankamon, isso era já um exemplo particularmente eloquente de como os utensílios da vida quotidiana e os objectos de prestígio pessoal acompanhavam as figuras importantes de uma sociedade quando eram levados para a sua última morada. No caso do faraó, em compartimento anexo ao seu sarcófago, no caso do túmulo chinês, rodeando o próprio cadáver do morto, cuja localização coincidia com a do condutor do carro. Mesmo nos túmulos (tipo poço) da cultura micénica que do Peloponeso estendeu a sua influência às ilhas gregas, e mediterrâneo oriental, vamos encontrar vasos cerâmicos pintados onde estão apresentados

carros (geralmente de 2 rodas) utilizados pelas comunidades gregas mais antigas. A ilha de Chipre, localizada no mediterrâneo oriental ao sul da costa do que é hoje a Turquia, é um exemplo particularmente rico em espólio arqueológico ligado às práticas funerárias, não só no âmbito da influência micénica como também durante a restante época arcaica, ou pré clássica, sobre a qual nos debruçamos agora. Figura 2


HISTÓRIA DA ATRELAGEM

Figura 3

Também aí, a pintura e escultura ligada aos lugares de culto e práticas funerárias nos permite ter uma ideia da importância da atrelagem como prática generalizada nesse período da história. São disso exemplo as pinturas de vários, carros de guerra pintadas (negro sobre fundo claro de cerâmica) em vasos, tipo ânfora, designados por “Kraters”, importados de Micenas para Chipre que à época se condera ter tido hegemonia comercial na zona, graças à sua frota marítima poderosa. (ver fig. 2: Procissão Funerária desenhada num Krater grego do Séc. VIII a.C.). Estes Kraters são muitas vezes encontrados no espólio funerário das necrópoles de Chipre, as quais remontam ao século XIV a. C. (ver fig.3). Segundo os especialistas, o material arqueológico e iconográfico existente atesta o uso generalizado do carro de guerra para uso militar e de parada em Chipre, sobretudo entre o século VIII e V a. C.. Uma das poucas batalhas em solo cipriota descritas em fontes históricas, descreve uma carga maciça de carros de combate na planície de Salamis em 498 a. c. (Heródoto; História V).

Outro excepcional exemplo de enorme interesse que se encontra no Museu de Chipre, em Nicósia, são um conjunto de fragmentos vários que permitiram reconstituir uma quadriga cipriota do período arcaico (ver fig. 4). De novo nos deparamos com uma situação que resulta do costume, que remonta aos primórdios da civilização grega, de sepultar um personagem importante com os seus cavalos e o seu carro, ritual que prestigia e honra um chefe que é comum a muitos povos da antiguidade. No caso vertente trata-se de um veículo datado de 750 a 600 anos a. c., encontrado no túmulo 79 da necrópole de Salamis, que se situa a leste da ilha de Chipre. O achado é particularmente rico e não só permite reconstituir o carro e parte da sua ornamentação, que era puxado a 4 animais, como dar a compreender o seu sistema de tracção e até fornece pormenores quanto à decoração e protecção dos cavalos, seus arreios e forma de engate. Até os ante – olhos metálicos em bronze, e as protecções peitorais dos animais fazem parte do conjunto que é um dos mais belos e completos que existem desta época. n

Figura 4

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CRÓNICA

A TOSSE, SEM RAZÃO! ERAM PERTO DAS 8H DA NOITE. EU E A CARMINHO TÍNHAMOS IDO PÔR OS RAPAZES AO KARATÉ. A NOITE FRIA E DESAGRADÁVEL DE JANEIRO, CONVIDAVA A SENTARMO-NOS NA SALA EM FRENTE DA LAREIRA COM UMA MANTA NAS PERNAS E UMA CHÁVENA DE CHÁ NA MÃO.

que me pedia. Além disso, sentada dentro do carro ão havia lua, as estrelas, encobertas por sempre podia ligar a chauffage! nuvens negras, não se conseguiam ver a - Dez voltas, se for por este trilho! – disse eu brilhar no céu. Uma névoa miudinha e depois de ter dado uma volta de 100m ao quintal. gelada, enregelava-nos o nariz e as orelhas. - Está bem! – disse ela, com os olhos a brilhar Estávamos quase a chegar a casa. O pensamento ainda mais! da lareira à minha espera e da casa quente fez-me Rita Gorjão Clara - Posso começar? apressar o passo e… foi nesta altura que a - Sim pode. Carminho, de bochechas vermelhas de frio, nariz E lá começou ela, ligeira e elegante, com as suas com um pingo teimoso provocado pelo ar gélido da pernas compridas do seu, já, metro e sessenta e oito, parecia noite, mas com os olhos muito brilhantes, como se dois uma gazela! Suave na corrida parecia quase não tocar no chão diamantes negros se tratassem, me disse cheia de entusiasmo: (talvez fosse da névoa, pois na verdade quase não se viam os - Mãe importa-se de me treinar, agora, para o meu cortapés!). As primeiras sete voltas, correu com cadência, mas sem mato de amanhã? - Agora? – retorqui eu, pensando para mim que teria de adiar uma velocidade exagerada, no princípio da oitava acelerou, e como acelerou! (Disse-me depois que quando acelerou a sua a minha chegada à sala quente e confortável que esperava por cabeça já só pensava em parar, mas as suas pernas continuavam mim de “braços abertos”. a correr, cada vez mais depressa, como se tivessem vontade - Sim Mãe! Podíamos treinar aqui mesmo no quintal! A Mãe, própria). Finalmente um quilómetro! com o carro mede um Km, ou seja, vê quantas voltas eu tenho - Não pare, não pare! – gritei eu – Ande! de dar ao quintal para perfazer essa distância e eu depois corro. Um ataque de tosse fez com que o andar fosse difícil, mas lá - Mas Carminho, não se vê quase nada… a luz do candeeiro foi colocando um pé atrás do outro, para não parar. da rua não passa de uma névoa alaranjada e difusa com um - Engasgou-se? raio menor de cinco metros. Ainda por cima o quintal está - Acho que não Mãe! Não sei o que foi! cheio de sulcos que foram cavados pelos temporais dos últimos O dia do corta-mato amanheceu solarengo! Embora a dias, pode pôr mal o pé e cair… neblina matinal tivesse custado a levantar. - Mãe, mas esse é o verdadeiro corta-mato! E quanto à luz a Alinhadas para começar a corrida, a Carminho mostrava-se Mãe só tem de vir atrás de mim de carro com os faróis acessos nervosa. para me iluminar o caminho! Priiiii, lá começaram a correr, sempre à frente a Carminho Larguei uma gargalhada! Não havia dúvida alguma de que mantinha o ritmo, atrás dela uma pequenina (mas que parecia queria treinar. Aceitei, com orgulho no seu entusiasmo, fazer o muito capaz de arrancar a qualquer momento) ainda com um ar fresco, de não estar nada cansada, tossicava de 50 em 50m, e foi nesse momento que me lembrei do cavalo que eu tinha ido ver na terça-feira anterior. A sua dona tinha-me telefonado, pois um amigo comum tinha-lhe dado o meu número de telefone. O seu cavalo baio, de linhas redondas, de pêlo brilhante e crinas sedosas, tinha um ar extremamente saudável, não fosse o facto de tossir de vez em quando, sem qualquer razão aparente. Na verdade eu já era a quarta veterinária a ser chamada (acontece muito aqui por estes lados, eu ser chamada para ser, ou a bombeira, ou “Nossa Senhora”, pois só essa consegue fazer milagres). Disse-me que já o tinham tratado de variadíssimas maneiras, mas que durante todos esses tratamentos, para a DPCO (pulmoeira vulgarmente chamada), para uma infecção respiratória, para liquidificação e libertação de uma

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CRÓNICA expectoração que virtualmente existia, o cavalo nunca tinha melhorando verdadeiramente. Observei-o, auscultei-o e perguntei-lhe se ele tossia mais na boxe, no paddock, no picadeiro, quando comia palha ou ração, quando bebia, no início do trabalho, quando é que a tosse se fazia ouvir mais? Ao que ela me respondeu que: - Sempre! Não há nenhuma situação em que ele tussa mais que outra! Talvez durante o trabalho um bocadinho mais do que quando está parado! Mas tosse sempre! - Realmente enquanto o observava, o cavalo tinha tossido três ou quatro vezes sem razão aparente. Pedi que mo passe à guia. Sem dúvida nenhuma que durante o trabalho a tosse exacerbava-se um bocadinho! Parecia ter qualquer coisa na faringe… bingo… pode realmente ser isso, uma hiperplasia linfoide da faringe! - Infelizmente só pode ser confirmada e fazer o diagnóstico diferencial para outras causas de tosse, fazendo uma endoscopia! Quer gastar esse dinheiro? – perguntei eu. - Claro que quero! Eu não sou muito rica, mas quero o bem estar do meu cavalo! Quando a poderá vir fazer? - Provavelmente para a semana. Telefono-lhe amanhã assim que souber a disponibilidade do endoscópio, para lhe dizer o dia certo. - Combinado! E assim foi. A endoscopia está marcada para amanhã. Poderá ser uma hiperplasia linfóide da faringe, um pólipo, um corpo estranho, qualquer coisa deste género, mas para confirmar só

fazendo uma endoscopia. Pois é meus caros leitores, já uma vez lhes tinha escrito sobre um cavalo, que a sua dona o tinha auto medicado, e que só me tinham chamado depois da tosse ter provocado um prolapso rectal (já foi há alguns números atrás, talvez já nem se lembrem). Aqui por acaso não foi o caso. Foi só alguma inexperiência de alguns veterinários de grandes animais que acham que os cavalos e as vacas são tratados da mesma maneira. Não quero com isto dizer mal de nenhum dos meus colegas, mas como na medicina humana, cada especialidade está mais vocacionada para uma área e nós veterinários deveríamos pensar da mesma maneira. Se não conseguimos resolver um problema devemos ter a humildade de discutir o assunto com um colega mais daquela área, de chamar uma 2.ª opinião, de o referenciar para outro colega mais especializado. Não é uma vergonha fazê-lo. Eu faço-o muitas vezes, até por falta de alguns meios complementares de diagnóstico. Referenciá-los demonstra seriedade, sabedoria e inteligência. Eu estou à espera de um colega que tem um endoscópio. Dir-vos-ei no próximo artigo (espero não me esquecer!) qual o diagnóstico final desta tosse tão especial. Ai! A Carminho acabou se ser ultrapassada por duas mais pequeninas, vão lado a lado todas as três… 3.º lugar para a Carminho! Boa parabéns! Vai ao pódio e aos distritais! Para a próxima não se pode distrair quase em cima da meta! Medalha de bronze!! - Olha! Lá está a pequenina a tossir outra vez!

AGROTURISMO REUNIÕES & EVENTOS

Quinta dos Álamos | 2150-264 Golegã Tel./Fax: 249 976 424 | geral@quintadosalamos.com www.quintadosalamos.com

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ARTE DA EQUITAÇÃO

2013 - UM ANO

2.ª PARTE

PARA NÃO ESQUECER! SE, NA PRIMEIRA PARTE FORAM ABORDADOS TEMAS INCONTORNÁVEIS COMO OS PROJECTOS JÁ AFIRMADOS (E MESMO CONFIRMADOS) EM TORNO DO LUSITANO NO ENSINO, E NÃO FOI POR UM ACASO QUE, QUANDO A ELES ME REFERI, UTILIZEI O ADJECTIVO “ESTRUTURANTES”, JÁ NESTA SEGUNDA PARTE ESTAREMOS PERANTE NOVOS E AMBICIOSOS PROJECTOS, OS QUAIS EM CONJUNTO COM OS ANTERIORES, IRÃO CONTRIBUIR AINDA MAIS – ESTOU CERTO – PARA A AFIRMAÇÃO DO CAVALO LUSITANO, NÃO SÓ COMO UMA DAS RAÇAS MAIS IMPORTANTES, COMO INTERESSANTES E POLIVALENTES DA ACTUALIDADE. este propósito, refirase que quando falo em “polivalência” refiro-me a uma raça de grande qualidade que consegue (e está a prová-lo) ter uma polivalência “única” de/e nas disciplinas/actividades em que é empregue, o que faz toda a diferença de uma raça que, por falta de capacidades específicas para esta ou aquela modalidade/actividade, serve e se “ajeita” em quase tudo. Muito pelo con-

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Bruno Caseirão

trário, e não é um contra-senso, falo de um Cavalo Lusitano possuidor e herdeiro de uma enorme riqueza genética, resultante de consumado e acumulado Saber Equestre, e neste

incluo a Equitação, que permitem o surgimento de animais muito talentosos e (já) naturalmente (mais) especialistas em determinada área/disciplina especifica.

Deste modo, acredito que estamos a viver um grande momento da Raça, o qual espero, ou melhor, estou certo que todos esperamos, que seja apenas o inicial pois estamos na presença de projectos de grande ambição, capacidade, vontade,

Miguel Ralão montando Rico, ferro Guilherme Borba (foto: Diogo Lima Mayer) 42

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Carlos Pinto montando Soberano, Ferro Guilherme Borba (foto: Rui Godinho) talento e saber e, sobretudo, com uma plêiade de cavalos de grande qualidade claramente internacional, uma verdadeira vaga de fundo, que seria impensável até há bem pouco tempo, quer nomeadamente no número de cavalos a disputar o pódio (no Ensino em particular), quer nas soluções encontradas e projectos desenvolvidos em torno dos mesmos.

4. SUCESSOS QUE AINDA PASSAM DESPERCEBIDOS

Se todos os resultados – sempre em crescendo sucesso – são o mínimo, e digo-o num misto de afecto e admiração, aqueles que esperamos de cavaleiros como Gonçalo Carvalho ou Maria Caetano Couceiro, o que dizer de conjuntos que, possivelmente por estarem no estrangeiro são menos mencionados (contrariando aliás a

nossa ancestral tendência para valorizar o que vem de fora), se têm notabilizado em concursos internacionais de Ensino, nos quais, tal como David contra Golias, enfrentam frequentemente e vencem os tais “gigantes” warmbloods os mesmos que, na verdade, cada vez se afiguram mais pequenos aos nossos lusitanos olhos? Exemplo do que acabo de afirmar, na Europa, sobretudo

na Alemanha, mas não só, são Nuno Palma e Sal, que durante o ano de 2013 continuaram a somar resultados muito positivos (refira-se que recentemente Sal passou a ser montado por Sílvia Rizzo). Assim aconteceu, entre outros, no Concurso de Dressage Internacional em Kapellen (CDI3*), no qual subiu ao pódio em terceiro lugar, após ter realizado a prova de Grande Prémio Estilo Livre com Música REVISTA EQUITAÇÃO

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António Baptista de Almeida montando Cajagugu, Ferro Alter Real com a excelente média de 71,050%. Segundo o cavaleiro, “o Sal este ano [2013] na Alemanha teve mais de 20 classificações nacionais e internacionais tendo ido ao pódio várias vezes nos três primeiros lugares e tendo tido dois primeiros lugares. Os lusitanos aqui, especialmente o Sal, são muitos apreciados pelas pessoas que aqui vêem o lusitano como um cavalo "normal" de desporto elogiando as suas qualidades e vendo os seus defeitos como qualquer warmblood, mas o Sal aqui é visto com muito carinho pela sua especial graciosidade e sucesso. Toda a gente o conhece”. O percurso de Sal, e a forma como este é visto internacionalmente, encontra similaridades não só com a forma como as pessoas falam de Rubi AR, mas também, de cavalos – por enquanto – menos conhecidos, como Cajagugu AR, montado por António Baptista de Almeida, radicado na Bélgica. Verdadeiro desconhecido em Portugal (mesmo dos mais habitués) Cajagugu tem-se revelado também ele um verdadeiro embaixador do nosso Cavalo 44

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Lusitano, granjeando admiradores e sucessos que não são de descurar. Como diz António Baptista de Almeida, estamos perante um “cavalo de grande valor para o nome da Coudelaria

de Alter bem como para o Lusitano, pois é um cavalo muito pequeno, e normalmente até quase que ridicularizado nas pistas de aquecimento, mas no final da reprise, é raro o Juiz, ou mesmo

outros cavaleiros, que não nos venham perguntar ou congratular pelo pequeno «Gugu»”. Esta afirmação de Baptista de Almeida (Jr.) dá que pensar pois, revela também, que o perfil do utilizador do Lusitano internacional se está a alterar. Este, agora, já não procura tanto o cavalo tipo “Barroco”, bonito, sem andamentos para competições, de crinas compridas e trotes picados, o que no fundo acabava por adulterar a essência do cavalo Lusitano como, são os próprios profissionais, que agora procuram e admiram o Cavalo Lusitano. Será que é desta, com a fidelização dos treinadores e cavaleiros profissionais, que conseguimos atravessar este verdadeiro Cabo das Tormentas do nosso Lusitano?! Outro verdadeiro embaixador de sucesso da raça Lusitana na Europa, possivelmente tão discreto como a sua criadora, é Zircon da Casa Cadaval. Estando há cerca de três anos na Alemanha, treinado pela já nossa conhecida Martina Hannover, tem alcançado grandes

Martina Hannover montando Zircon, Ferro Casa Cadaval



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Piedade Pidwell com Spartacus, Ferro Coudelaria Santa Margarida, no Festival Internacional do Puro Sangue Lusitano na Bélgica (Foto Laurent Vilbert) sucessos como aquele em Neustadt Dosse em que ganhou em Prémio S. Jorge com uma pontuação na casa dos 70% e concorrendo contra inúmeros garanhões warmblood. Ainda agora, em Novembro [2013], em Intermediária II, obteve o 2.º e 3.º lugares e, no seu primeiro Grande Prémio, conseguiu um

excelente 2.º lugar. Aliás, Hannover não é parca nos elogios a este cavalo: “Zircon treina connosco há três anos, é um cavalo excepcionalmente inteligente e que aprende muito rápido. Com os três andamentos muito bons (no trote raramente pontua menos que 8), estou certa que não terá problemas no Grande Prémio,

nomeadamente na passage e piaffer e aí poderá usufruir do trunfo que é o facto de que, a partir de Janeiro de 2014, o piaffer irá ser pontuado duas vezes em todas as provas de Grande Prémio. O que revela e felizmente contraria a imagem que os juízes tinham (e têm) de que os Lusitanos não são capazes de trotar”.

José António Garcia Mena montando Dragão das Figueiras

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Esta treinadora, que conhece muito bem os cavalos Lusitanos, pois foi a responsável pelo Projecto de Cavalos Novos no Ensino da APSL, destaca que propiciar “uma melhor formação desde o início como aconteceu com Zircon e com o Lusitano que alcançou maior sucesso no Mundo, Rubi com Gonçalo Carvalho [ambos participaram no projecto da APSL desde os seus 4 e 5 anos] é forma de criar uma base para o desenvolvimento harmonioso da Escala de Treino”. A treinadora está muito esperançada em Zircon pois acredita que ele “irá ser seguramente um cavalo de Grande Prémio de carreira internacional, considero mesmo que está eminente esta revelação. Não só os juízes alemães, mesmo os mais conservadores, nos dão um feedback muito positivo como, estou certa, que os juízes internacionais ainda serão mais positivos e abertos a esta “novidade” do Lusitano. Teresa Schönborn e Bento Castelhano estão a fazer algo bastante inovador, Teresa investindo tempo e dinheiro, algo que será no final muito benéfico não só para a Casa Cadaval como para toda a raça Lusitana. Mais de perto, neste caso da nossa vizinha Espanha, chegam-nos os feitos de Batuta e Dragão da Herdade das Figueiras (recentemente aprovado como reprodutor com 80 pontos), os quais, montados por José António Garcia Mena, actual campeão de Espanha com Norte, se têm notabilizado, a primeira em Prémio S. Jorge e Intermediária I, sendo ambos vencedores nas suas Classes no XV Circuito del Sol (Sunshine Tour – 2013). Segundo o cavaleiro estamos perante animais de grande qualidade desportiva. Batuta que neste ano de 2014 se inicia em Grande Prémio foi treinada até aos 4 anos sob a supervisão de Francisco Cancella de Abreu, que a considera como a “a melhor filha do Quixote com a jandaia”, e que ainda hoje “mantém


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exactamente as mesmas características de antes e aquela energia disponível dos cavalos que chegam ao máximo. Os Jogos Olímpicos do Rio em 2016 é um objectivo mais que possível”. Dragão, que José António Garcia Mena considera como um “cavalo especial. Só tem seis anos e um grande talento. Com três andamentos naturais excelentes e muita facilidade para os exercícios de concentração”. Possivelmente por essa razão, em Espanha, das onze provas que disputou em 2013, subiu dez vezes ao pódio, com sete primeiros lugares! A concluir este périplo pela Europa, não posso deixar de referenciar três iniciativas que colocam em destaque a qualidade do Cavalo Lusitano, mas também, do nosso Saber e experiência. O primeiro prende-se com o reconhecimento do entendimento e da relação especial que possuímos com o Cavalo Lusitano, mas também, a nossa Equitação, que são cada vez

mais admirados internacionalmente. Não só Gonçalo Carvalho refere-o constantemente, como prova disso foi que, ainda bem recentemente, Carl Hester e Richard Davison terem convidado Miguel Ralão como orador na Dressage Convention 2013 realizada no Reino Unido, onde o conhecido cavaleiro e treinador abordou “Os Segredos de Treinar o Cavalo Ibérico”. Também Piedade e Luís Pidwell, essa dupla “indomável” de grandes e incontornáveis criadores de lusitanos, considerados quase unanimemente como verdadeiros especialistas no que toca ao Concurso de Modelo e Andamentos, embora convenha não esquecer o seu papel no Ensino com Spartacus e não só (lembremo-nos de Vivaldi no toureio equestre, Vitorino e Ben-Hur na Equitação de Trabalho), decidiram este ano realizar o que definiria como algo entre a “reinvenção da roda” e o “ovo de Colombo”, exportaram e internacionaliza-

ram o seu sucesso neste tipo de Concurso (Modelo e Andamentos) para os Festivais de Cavalos Lusitanos espalhados por essa Europa fora e, quiçá, no futuro, pelo Mundo fora. Seguir-se-á a América Latina e nela o Brasil? Assim o fizeram e os resultados estão ai. Hoje, cavalos como o incontornável Spartacus, ou o seu filho Campeador, radicados em França pelos seus criadores, são verdadeiras estrelas dos Festivais Internacionais espalhados por essa Europa de bom gosto, subentenda-se de bom gosto porque gosta do Cavalo Lusitano, ganhando primeiro prémios, campeões de campeões, etc., promovendo no fundo a Coudelaria de Santa Margarida e, com ela, a raça. Como diz Luís Pidwell “os fundamentos dos proprietários da Coudelaria de Santa Margarida, no que respeita à criação, foram sempre a busca do melhoramento e da divulgação do Cavalo Puro Sangue Lusitano, considerando

que estes são os factores indispensáveis para que esta Raça seja aceite e definitivamente considerada, como raça desportiva de âmbito internacional. Como consequência, decidimos alargar para o nível internacional as nossas participações em Concursos, Feiras e outras manifestações, capazes de promoverem os nossos fundamentos e estamos certos de ter atingido os nossos objectivos. Vamos continuar no rumo traçado, seguros de que estamos no caminho certo e o nosso programa internacional para 2014 é ainda mais ambicioso”. Seria muito positivo que mais criadores seguissem este exemplo de internacionalização e de promoção dos nossos melhores cavalos Lusitanos. A terceira iniciativa, um dos projectos mais inovadores e cativantes no que toca o Cavalo Lusitano, neste ano de 2013, é aquele que envolve o garanhão Don Soberano do Monte da Tramagueira, propriedade de José Filipe Guerreiro Santos, o

Don Soberano da Coudelaria do Monte da Tramagueira

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Pedro Couto montando Épico da Coudelaria Oliveira Santos. Cavalo que foi sorteado no âmbito do evento O Cavalo Lusitano e o Alentejo... Um Mundo de Paixões. Na fotografia Épico, com o seu novo proprietário, salta pela primeira vez na sua vida (e) até 1,20! (foto: Paula Paz) qual decidiu apostar num importante e muito promissor projecto de Ensino no panorama internacional para a raça lusitana com a juíza internacional de Ensino (FEI) holandesa, Juíza da Raça KWPN e treinadora internacional de Ensino, Karin Retera. O projecto prevê o ensino e a evolução do cavalo em Ensino, na Holanda, sob a orientação da referida treinadora e juíza, competindo ao lado dos conjuntos mais competitivos a nível mundial, bem como o cruzamento deste garanhão com algumas das melhores éguas KWPN, para além de beneficiar um efectivo alargado 48

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de éguas lusitanas na Holanda e em Portugal. Retera, para além da capacidade que reconhece à raça Lusitana para os exercícios de concentração, terá ficado muito surpreendida com o nível atlético dos nossos cavalos e com o nível de andamentos que teve oportunidade de testemunhar. Segundo a própria, e pelo que viu, não teve dúvida em afirmar que alguns dos nossos cavalos poderão competir em Ensino, sem qualquer tipo de preconceito, em pé de igualdade com os melhores cavalos do mundo. Igualmente o bom temperamento e a facilidade de aprendizagem também a im-

pressionaram fortemente. Segundo esta multi-treinadora, “será necessária uma gestão cuidadosa e ponderada, até pela coragem de apresentar um cavalo (Lusitano) no país líder, não só no Ensino, como na criação cavalar. Estou convencida que Don Soberano irá ser seguramente um grande representante da raça lusitana a nível mundial em Ensino, pois não só ele em particular, como o Cavalo Lusitano em geral podem dar uma enorme contribuição – mesmo à escala global – pela sua natural capacidade de Concentração nos mais difíceis exercícios no Grande Prémio”. A FEI decidiu duplicar o coeficiente para o piaffer. Os cria-

dores de cavalos lusitanos têm agora um trunfo no qual podem investir na criação de cavalos adequados à competição em Ensino, algo que encontra eco no que anteriormente foi mencionado por Martina Hannover. 5. REGRESSANDO PORTUGAL… Desengane-se quem pensa que é só no plano internacional, e neste com especial enfoque o Europeu, que surgiram projectos inovadores em 2013, envolvendo esta paixão, que é a de todos, o Cavalo lusitano. Entre estes, destacaria a iniciativa do criador Vasco OliA


ARTE DA EQUITAÇÃO

senvolver sinergias, utilizar o máximo rigor, adoptar soluções consistentes e auto-sustentáveis que nos permitam, de acordo com uma estratégia integradora e agregadora, potenciar resultados com o menor investimento possível”. Deste modo e com base nestes princípios surgiu esta iniciativa “que conta com a colaboração dos dois cavaleiros olímpicos residentes em Portugal que, muito gentilmente e de forma altruísta, mostraram disponibilidade para integrar o Comité Técnico. Também a Associação de Criadores de Cavalos Lusitanos (APSL) e a Federação Equestre Portuguesa (FEP) já se disponibilizaram para colaborar nesta Iniciativa, tendo nesta fase designado uma pessoa de entre os seus órgãos sociais para integrar a Direcção deste Projecto”. Dividido em duas fases (concentrações de treino e selecção de conjuntos com potencial) que se pretende que venham a ser apoiados pelo próprio projecto e, por esta via, pela FEP, APSL e eventuais sponsors. 6. ASSOCIATIVISMO

E OB-

RIGATORIEDADE DE IDENTIFI-

EQUINA Destacaria ainda, durante este ano de 2013, o surgimento de duas novas Associações de Criadores de Cavalos Lusitanos, África do Sul/Namíbia e Equador, o que nos revela o crescente interesse pelo cavalo Lusitano por esse Mundo fora, bem como das novas regras para a inscrição de animais emanadas da Comissão Europeia. Passa assim haver a obrigatoriedade de todos os equinos estarem devidamente identificados (ter um documento de identificação equina válido no final do corrente ano), o que passará a impossibilitar a prática de longos anos, em que era permitido que progenitores (machos e fêmeas) fossem inscritos depois do nascimento dos seus produtos. Ora, a obrigatoriedade de emissão do DIE, até 6 meses depois do nascimento do poldro, CAÇÃO

Rodrigo Torres montando Califa, Ferro Coudelaria Torres Vaz Freire (foto: keron@keronpsillas.com) veira Santos, designada por “O Cavalo Lusitano e o Alentejo…Um Mundo de paixões”. Realizada em Junho último, pouco antes do Festival Internacional do Cavalo Puro Sangue Lusitano e que, pretendeu mostrar, integrando também diversas formas de arte: Equitação, Fotografia, Pintura, Desenho, Música e Poesia, como é o dia a dia na Herdade das Valadas, como aí se trabalham os cavalos, que puderam ser experimentados por todos os interessados e, principalmente, provar, como afirma o criador “que o Cavalo Lusitano está bem vivo, apesar da crise, e que o Alentejo com todo o seu fascínio,

cultura e sabores é uma região onde há sempre muito para descobrir”. No fundo, “um evento cultural intimamente ligado com a natureza, que se destinou a promover o Alentejo e o Cavalo Lusitano, demonstrando a validade dos nossos métodos de trabalho, em perfeita harmonia com o ambiente e com absoluto respeito pela saúde e bem estar animal”. Já o Lusitano International Dressage Team, surgido também em 2013, é uma importante iniciativa, quiçá determinante no futuro próximo, projectada e desenvolvida por Frederico Pintéus e Francisco Abecasis, que visa “criar uma metodologia comum de treino, agregar cava-

leiros, proprietários, criadores e instituições e aproveitar e valorizar a experiência e o conhecimento dos cavaleiros nacionais que competem ao mais alto nível”. Cientes de que nos dias que correm os recursos são muito escassos, os promotores desta iniciativa pensaram “numa fórmula que, sem custos relevantes, permita motivar e encaminhar os cavaleiros de Ensino, socorrendo-nos para o efeito daqueles que já alcançaram o topo da competição (Jogos Olímpicos) e que residem em Portugal; referimo-nos ao Daniel Pinto, e Miguel Ralão”. Como vivemos “num período como o que vivemos, entendemos que é de capital importância de-

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ARTE DA EQUITAÇÃO

al andar – fazer o caminho. No fundo aquilo que todos queremos, um caminho da qualidade e da credibilidade do nosso – e quando digo nosso, digo-o à escala internacional – Cavalo Lusitano.

Conferência-Debate “Que futuro para o cavalo Lusitano em Portugal e no Mundo” implica que todo o processo da sua inscrição esteja completo, ou seja, os seus progenitores estejam devidamente inscritos no Livro de Adultos e que todo o processo administrativo e de teste de paternidade dos poldros esteja completo o que naturalmente obrigará a uma agilização extraordinária do processo de regularização até ao fim de 2013, bem como, ao ser levada à prática, acabará por ter implicações e alterar alguns dos procedimentos até agora comummente praticados. 7. A TERMINAR... A conferência-debate realizada em Junho deste ano no Palácio de Queluz e intitulada Que Futuro para o Cavalo Lusitano em Portugal e no Mundo? E da qual fui um dos organizadores, logo parte interessada, só por ter sido uma co-organização inédita da Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (APSL), da Equitação TV, dos Parques de Sintra – Monte da Lua e da Federação Equestre Portuguesa, teria aqui lugar destacado. Mais importante 50

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ainda, se possível, foi o facto de se ter procurado – numa perspectiva interdisciplinar – apresentar, dialogar e debater quais as melhores e mais recentes formas de desenvolver e promover o Cavalo Lusitano e de tudo aquilo que deste está próximo. Estruturada em torno de sete áreas temáticas: Várias Associações – Uma Só Raça; O Cavalo Lusitano – Um Património Cultural, Artístico e Turístico; Marketing do Lusitano – Imagem, Comunicação e Promoção de Produto de Referência Internacional; Criar Cavalos Lusitanos: Como? Porquê? E para quê?; O Porquê dos Diferentes Graus de Reprodutor; O Conhecimento Científico ao Serviço do Cavalo Lusitano; e O Cavalo Lusitano no Desporto, contou com a participação de especialistas e stakeholders como Eduardo Carvalho, António Lamas, Orpheu Ávila, Paulo Caetano, Bruno Caseirão, Bento Castelhano, Pedro Ferraz da Costa, João Pedro Rodrigues, Manuel Bandeira de Mello, João Portugal, Frederico Pintéus, José Veiga Maltez, Diogo Lima

Mayer, Luís Pidwell, João Ralão, Rute Santos, Pedro Torres, António Vicente (entre outros), tendo sido encerrada por Francisco Gomes da Silva, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural. Com um programa ambicioso e bastante alargado quer tematicamente, quer pela duração (um dia completamente preenchido de manhã à noite com uma breve pausa para almoço, incluindo a realização de conferências simultâneas), esta primeira Conferência-Debate ficou marcada pela enorme afluência de público interessado, muito dele estrangeiro, que de uma forma franca e aberta foi convidado a participar e mesmo – sendo esta a novidade – a discordar e contra-argumentar, o que permitiu – pela primeira vez – um diálogo franco, aberto e verdadeiramente produtivo. Pensamos que só assim, de forma clara, franca e frontal, envolvendo todos aqueles interessados e ligados de alguma forma ao cavalo Lusitano é possível, como dizia o poeta António Machado – Caminante, no hay camino, / se hace camino

Se, num único ano, foi possível fazer tanto e tão bem o que nos aguardará 2014? Que projectos e resultados nos esperam? Algo é certo, temos outros cavalos, ainda aqui não referidos, com grande qualidade, entre estes – para apenas nomear alguns – Zimbro e Califa da Coudelaria Torres Vaz Freire, montados e ensinados por esse talento tão particular como único que é o de Rodrigo Torres; Altivo da Broa, montado por Manuel Borba Veiga e considerado por muitos como um cavalo incontornável na raça; ou mesmo Soberano e Rico, legados desse mago que é Guilherme Borba, e montados por cavaleiros de excepção como Carlos Pinto e Miguel Ralão, que neles vêem cavalos ímpares, de excepcional qualidade e de grande futuro desportivo. Falamos no fundo de uma plêiade de cavalos que estão ai a (re)surgir que revelam bem que existe um enorme potencial, assim consigamos equilibrar e conciliar o nosso conhecimento, sensibilidade, forma de ver e sentir o Lusitano, com os conselhos e saber técnico que algumas das vozes – amigas que nos chegam de fora, como as de Hannover, Retera, como já antes as de Whitages ou Kyrklund, que nos alertam (vam) constantemente para a necessidade de realizar um trabalho sério, profundo e constante, com objectivos claramente bem definidos e, claro está, um pouco de sorte, mas também aí, raramente a expressão “a sorte protege audazes” se aplicou de forma mais adequada do que ao cavalo Lusitano. Tenhamos nós assim vontade de Futuro! n


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CRÓNICA

AS MEIAS DO MAIORAL ESCREVI EM NÚMEROS RECENTES DA EQUITAÇÃO SOBRE A “ALMATRIXA” E O BARRETE DO CAMPINO. NESTA CRÓNICA VOU FALAR-VOS DAS MEIAS DO MAIORAL.

João Pedro Gorjão Clara

FIG. 1 - No Início do Séc. XIX o calção cobria a meia e apertava à perna com fivela de prata. Litografia Palhares (João Palhares, 1810-1890)

outros tempos o Maioral que no Ribatejo soa muitas vezes “moiral”, era o guardador de gado no campo ou na charneca e o Campino só o era nos cortejos regionais, nas esperas e nas corridas de toiros. Para os “Rabezanos” (designação jocosa com que os trabalhadores eventuais que vinham das Beiras para a monda na lezíria, designavam os Ribatejanos, para se desforrarem destes que lhes chamavam caramelos ou gaibéus), Maioral e Campino correspondiam a duas situações específicas, de trabalho ou de festa. Maioral quando no trabalho no campo e Campino quando marcava a sua presença nos nas feiras e festas Depois Maioral passou a de-

N

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REVISTA EQUITAÇÃO

signar o guardador mais importante do gado, eventualmente o mais antigo e de maior respeito, o que comandava os trabalhos da campinagem e recebia as ordens do Abegão ou Feitor e as transmitia aos seus companheiros de trabalho. Campinar é lidar com o gado bravo, é conduzir, montado a cavalo, os touros para as apartações, para as tentas, para a manga e para o enjaulador, a

FIG.2 - Em meados do Séc. XIX a meia cobre o bordo inferior dos calções. Campino do Ribatejo. Roque Gameiro. Album dos Costumes Portuguezes. Litografia Guedes, Editor David Corazzi 1888


FIG.3 - No Final do Séc. XIX as meias cobrem generosamente os calções e apertam com fita colorida. Litografia Palhares (João Palhares, 1810-1890)

caminho da tourada, para as largadas e para as esperas. Recordo-me que quando o Senhor João Núncio começou com o seu novo tipo de tourear, conduzindo o touro para o sítio em que o queria, para facilitar a investida e consumar a sorte, os seus detractores diziam que ele estava a campinar na praça. Também Lezíria, palavra de origem árabe (“Al-jazira” que significa “a ilha”) designava as ilhotas que se formavam pelo assoreamento do leito do Tejo. Aos terrenos das margens do Tejo, planos e enriquecidas pelas cheias, a que hoje chamamos Lezíria ou ainda Campo da lezíria chamavam-se simplesmente “campo”. Leite de Vasconcelos, em 1941, escreveu: “As Lezírias, pela sua formação (ilhas do Tejo)

distinguiam-se originalmente do campo; no decorrer dos tempos, tomaram acepção mais estrita e chegam a confundir-se com o campo”.

Assim aconteceu e hoje Lezíria são não as ilhotas do Tejo, mas as suas margens. Já desta maneira as designava, em 1955, Orlando Ribeiro, que tive a honra de conhecer pessoalmente: “As margens do rio Tejo constituem a Lezíria, inundada pelas valas, em cujos lodos se semeia o trigo alternando com forragens, se plantam legumes e se desenvolvem prados naturais aproveitados para a criação, em grande escala, de touros e cavalos…” Actualmente as “ilhotas no meio do rio” chamam-se mouchões e a palavra charneca designa um terreno arborizado revestido de mato e de montado. Voltando a citar Leite de Vasconcelos: “…barrete verde, de cercadura ou carapinha encarnada, colete encarnado, atacado na frente e nas costas; jaleca ordinariamente muito curta e trazida com frequência a tiracolo, e nela, como ornato, muitos botões de madrepérola; calção escuro com fivelas de prata abaixo do joelho, meia branca e bordada, sapatos de salto de prateleira, esporas de fivela…” Nesta citação pode ler-se que o calção do campino apertava, logo abaixo do joelho, com fivela de prata. Era assim nos princípios do Séc. XIX. O calção fechado com fivela de

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FIG.4 - Fivelas de prata da meia do campino. In: Maria Micaela Soares. As Meias dos Maiorais da Borda-D’Água. Separatas de Actas do Colóquio sobre Artesanato. Serviços Municipais de Cultura e Turismo de Coimbra e Instituto Português do Património Cultural, 1982


CRÓNICA

metal e cobria a meia branca (FIG.1). Por meados do Séc. XIX a meia passou timidamente a subir por cima do calção (FIG.2). Mais tarde, por finais deste Século já tapava generosamente o bordo inferior do calção. (FIG.3) Durante todo o Séc. XIX a meia era apertada à perna com fita colorida (FIG. 2 e3). No dealbar do Séc. XX o calção começa a fechar-se com botões em casas, a fivela de prata deixou de se usar (FIG.4) assim como a fita de cor que foi substituída por um fio de cordel ou por um elástico (FIG. 5). Por todo o séc. XX a meia enriqueceu-se com bordado complexo e vistoso, em particular no canhão, que é exuberantemente exibido mais de quatro dedos acima do joelho. Estas meias artesanais, habitualmente de algodão, eram executadas com cinco agulhas, estando quatro delas permanentemente enfiadas e uma, girando, à medida que ia ficando liberta das malhas. Toda a meia era complicada de tecer, exigindo perícia, concentração e habilidade. Só o canhão le-

Referências Bibliográficas

-Maria Micaela Soares. As Meias dos Maiorais da Borda-D’Água. Separatas de Actas do Colóquio sobre Artesanato. Serviços Municipais de Cultura e Turismo de Coimbra e Instituto Português do Património Cultural, 1982 -J. Leite de Vasconcelos. Etnografia Portuguesa, Lisboa 1941 FIG. 5 - Casal de Noivos. Vila Franca, 1900 . In: Maria Micaela Soares. As Meias dos Maiorais da Borda-D’Água. Separatas de Actas do Colóquio sobre Artesanato. Serviços Municipais de Cultura e Turismo de Coimbra e Instituto Português do Património Cultural, 1982

-Orlando Ribeiro. Portugal, in Geografia de España Y Portugal, Barcelona 1955

vava um dia a fazer. Nesta quadra popular de Vila Franca (Cancioneiro do Ribatejo) não sobressai a dificuldade da feitura das meias, que ao contrário do que ela diz tem bem mais que duas malhas. A meia para o calção É feita de duas malhas Para dar ao meu amor Que é maioral do senhor Palhas

FIG.6 - Campino fazendo meia. Rafael Bordalo Pinheiro. Museu Rafael Bordalo Pinheiro. Lisboa 54

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Como se depreende as meias eram sobretudo executadas por mulheres, mas o campino também as tecia para ele próprio (FIG. 6). Hoje, nas cores fortes do traje do Campino, as meias continuam a destacar-se vistosas e barrocas, alvejando e galgando desde o sapato de salto de prateleira até bem acima do calção. n

FIG. 7 - A meia do Campino como é usada na actualidade


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QUE DESBOCADO! NUM PAÍS DE TOIROS EMBOLADOS, CAVALEIROS E FORCADOS, NÃO É FÁCIL A VIDA DO VERDADEIRO AFICIONADO AO TOUREIO A PÉ. CONVENHAMOS QUE QUASE TUDO POR CÁ NESTE DOMÍNIO ESTÁ ERRADO, A COMEÇAR PELA PUREZA DOS CONCEITOS. az anos, recordo uma discussão amistosa de ideias com o “nosso” primeiro matador de toiros, Diamantino Vizeu, ocorrida no “Pateo Alfacinha” na presença do saudoso Victor Seijo, dono da casa, em que pretendi contrariar Vizeu quando ele designava o seu toureiro como toureiro apeado; quase me irritei porque tal personagem não queria entender que o que havia praticado era toureiro a pé, e que quem tinha praticado toureiro apeado tinha sido Con-

F

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REVISTA EQUITAÇÃO

Domingos da Costa Xavier

chita Citrón, essa sim que se apeava do cavalo para tourear a pé. Esta memória é por demais óbvio que pertence a um passado já remoto, mas creio que actual para que se perceba quão entre nós em termos de toureio

a pé se aviltam os conceitos. Por outro lado, a ausência da sorte de varas também é contributo bastante para que o que se faz nas nossa arenas não atinja a dimensão que em Espanha tem, e sobretudo, o

ridículo epílogo da lide com a simulação da morte com uma bandarilha, tem qualquer coisa de coito interrompido, que sem lhe roubar todo o perigo lhe retira toda a grandeza. Este conjunto de circunstâncias é motivo bastante para que a nossa afición demande as praças de Espanha na ânsia de fruir a verdade que ainda por lá existe; quer as praças que se localizam perto da fronteira, quer e sobretudo Sevilha, sempre exibem nas suas bancadas alguma da nossa melhor


TAUROMAQUIA

e entendida afición, quiçá ocasião para que renovemos o gosto pela festa com deleite, pese os elevados custos. É por assim ser que a gestão taurina da “Real Maestranza de Caballería de Sevilla” nos toca de tão perto e interessa, e que o recentemente acontecido com uma infeliz conferência de imprensa propiciada pela empresa Pagés, em que Eduardo Canorea pôs de má maneira a boca no trombone e fez mais barulho que os malucos. Note-se que os termos contratuais entre os maestrantes e a empresa Pagés são o segredo

que seja com um grau mínimo de conhecimento taurino pode levar a empresa com sucesso que o lucro é seguro e certo. De há mais de oitenta anos que Pagés e descendentes governam o negócio, o velho, o genro Diodoro Canorea e agora Eduardo Canorea e o cunhado Ramón Valência. É tal o grau de à vontade, que em concubinato com os excelentíssimos maestrantes, se têm permitido brincar com toda a gente, sobretudo com o público, arrumando de tal forma os cartéis com interesse que provocam só por si o desinteresse na des-

permitiu-se, como já havia feito com José Tomás, depreciar as figuras que ao momento são a base de qualquer feira taurina, e conseguiu com a sua linguagem soez indispôr a tal ponto Morante de la Puebla, El Juli, José Maria Manzanares, Miguel Angel Perera e Alejandro Talavante, que estes figurões vieram a terreiro anunciando que jamais se deixariam contratar para actuar na maestranza enquanto tivessem que negociar com tal empresa. Em consequência a associação de abonados de Sevilha, emitiu também um comunicado

Cá por mim, com os tempos que correm, e apesar do profundo respeito que me merecem todos os que com dignidade se vestem de toureiros, não me estou a ver a gastar tempo e fazenda para me deslocar a Sevilha para ver cartéis encabeçados pelo “Zé dos Anzóis” e quejandos, que por mais que caibam num cartel jamais assumirão local de postín como cabeça de cartaz. É tempo dos excelentíssimos maestrantes, quase todos grandes em Espanha por via hereditária, concederam à festa de toiros a grandeza que ela me-

mais bem guardado da cidade Hispalense, sendo que desperta a fúria de abonados e críticos, para que não vos fale de ganaderos e toureios, faz muitos anos vítimas dos humores da empresa. A gestão de Sevilha, como a de Madrid, é a coisa mais rentável do mundo taurino e fácil de executar, permitindo-me afirmar que quem quer

locação. Bons tempos em que apesar de tudo Diodoro arrumava os cartéis para que se aproveitassem os fins de semana. Agora, nos últimos anos, tem sido uma rebaldaria, que só a eles aproveita. Eduardo Canorea, na conferência de imprensa já citada, a propósito da crise, afirmou que a sua empresa jamais sentiu,

pedindo a rescisão do contrato com a empresa por parte da “Real Maestranza de Caballería”. O lio está armado. O ciclo abrilenho inicia a 20 de Abril e segue de forma continuada de 1 a 11 de Maio. Aguarda-se com muita expectativa a composição dos cartéis, que só por milagre se suportarão.

rece, e com transparência porem na mesa (e na opinião pública) o como e o porquê da sua atitude displicente e tolerante. Os tempos mudaram e é importante que aos mesmos se possam adequar; têm que respeitar e fazer respeitar o público, que quer queiram ou não, é e será sempre o terceiro protagonista da festa de toiros. n

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VETERINÁRIA

BIOPSIA UTERINA À MEDIDA QUE A ÉGUA ENVELHECE A SUA FERTILIDADE DIMINUI E MESMO AS ÉGUAS COM BOM HISTORIAL REPRODUTIVO PODEM POR VEZES SOFRER PROBLEMAS DE FERTILIDADE REDUZIDA. UM FACTOR IMPORTANTE QUE CONTRIBUI PARA ESTES PROBLEMAS É A DOENÇA ENDOMETRIAL.

Joana Alpoim Moreira

endométrio da égua é constituído por uma superfície epitelial que reveste o útero e as suas numerosas glândulas que ficam por baixo desta camada (Fig. 1). O endométrio está sujeito a doenças que alteram a sua anatomia e função normais, provocando problemas de fertilidade ou subfertilidade. Tendo em conta que o objectivo principal da reprodução equina é aumentar a eficiência reprodutiva, o diagnóstico e o tratamento de endometrite (inflamação do endométrio) e outras formas de doença endometrial são muito importantes.

O

João Paulo Marques

O QUE É A BIOPSIA UTERINA? A biopsia uterina (ou tecnicamente biopsia endometrial) consiste na recolha de uma amostra de tecido do endométrio (camada superficial do útero) utilizando uma pinça especial que é introduzida pela vulva e vagina da égua, atravessa o cérvix e chega então ao útero (Fig. 2). Para realizar esta técnica geralmente não é necessário tranquilizar a égua, apenas requer que esteja bem contida (num tronco, por exemplo). A amostra recolhida (1 a 2 cm de comprimento) é enviada para um laboratório especializado onde é realizado um exame histopatológico.

Fig. 1 – O útero é composto por uma camada mais superficial, o endométrio e por uma camada mais profunda, o miométrio

Fig. 2 – A pinça de biopsia é introduzida pela vulva e atravessa o cérvix até chegar ao útero, onde se recolhe então uma amostra de tecido do endométrio

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REVISTA EQUITAÇÃO

As amostras são examinadas quanto à presença de alterações inflamatórias e degenerativas (Fig. 3). As alterações inflamatórias podem ser agudas (recentes) ou crónicas (já existentes há mais tempo) e podem ser de origem infecciosa ou não. Estas alterações inflamatórias são patologias potencialmente tratáveis. As alterações degenerativas incluem a fibrose ou tecido cicatricial à volta das glândulas do endométrio. Ao contrário das alterações inflamatórias a fibrose repre-


VETERINÁRIA

EM QUE SITUAÇÕES É INDICADA?

As indicações principais para fazer uma biopsia uterina incluem o exame de éguas alfeiras (vazias), éguas com problemas reprodutivos e éguas com história de perda embrionária ou aborto, e também como parte de um exame pré-compra de uma égua potencialmente destinada à reprodução. Também pode ser recomendada quando se pretende inseminar uma égua com sémen refrigerado ou congelado (em que os custos com o sémen e assistência veterinária são mais elevados do que com a cobrição natural ou sémen fresco) e em

que o seu historial reprodutivo não é conhecido (Fig. 5). Este exame pode evitar grandes perdas monetárias pois se no início da época for realizada a biopsia e o resultado desta for um endométrio de categoria III (ou seja com probabilidade de gerar um poldro inferior a 10%) permite saber à priori que vai ser uma égua problemática. Isto permite optar por não utilizar a égua para a reprodução e evitar uma época (6 meses) de tentativas possivelmente frustradas, ou se optar pela reprodução estar pelo menos consciente do tempo e custos que poderão estar envolvidos. Joana Alpoim Moreira n

Fig. 3 – Aspecto histopatológico de endométrio tipo II. Presença de glândulas endometriais hipertrofiadas (» fibrose; seta preta) e de células inflamatórias (seta azul)

senta uma patologia permanente e sem tratamento. PARA QUE SERVE? A biopsia endometrial permite obter informações que os outros exames como a palpação rectal, ecografia (Fig. 4), culturas microbiológicas e visualização externa não conseguem fornecer e pode ser uma parte importante de um diagnóstico de infertilidade ou fazer parte de um exame reprodutivo. A informação obtida não deve ser interpretada isoladamente mas sim em conjunto com o historial completo da égua e um exame reprodutivo detalhado. A interpretação da biopsia permite fazer uma previsão da

probabilidade de a égua gerar um poldro (não somente ficar gestante, uma vez que a doença endometrial pode fazer com que uma égua gestante perca o embrião). Existe um sistema de classificação do endométrio em diferentes categorias e a cada uma delas está estimada a probabilidade de gestação a termo (%).

TAXAS

DE PARTO ESTIMADA CONSOANTE O GRAU DA BIOPSIA ENDOMETRIAL

CATEGORIA I II A II B III

Fig. 4 – A ecografia e as análises microbiológicas são procedimentos essenciais para avaliar o estado reprodutivo da égua, contudo não conseguem fornecer as mesmas informações que uma biopsia uterina

GRAU

DE ALTERAÇÃO ENDOMETRIAL

AUSENTE LIGEIRA MODERADA SEVERA

TAXA

DE PARTO ESTIMADA

(%)

80-90 % 50-80 % 10-50 % < 10 %

Fig. 5 – A inseminação com sémen congelado geralmente envolve custos mais elevados no que diz respeito ao sémen e a despesas com veterinário, pelo que a égua candidata deve ser bem avaliada antes de ser inseminada, especialmente se já tem alguma idade, nunca pariu ou não se sabe o seu historial reprodutivo

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CORRIDAS

LIGA PORTUGUESA DE CRIADORES E PROPRIETÁRIOS DE CAVALOS DE CORRIDA

NOVO MEMBRO DA IFHA E DA EMHF A INTERNATIONAL FEDERATION OF HORSERACING AUTHORITIES E A EUROPEAN & MEDITERRANEAN HORSERACING FEDERATION, ACOLHERAM OFICIALMENTE, NO PASSADO DIA 1 DE FEVEREIRO, A LIGA PORTUGUESA DE CRIADORES E PROPRIETÁRIOS DE CAVALOS DE CORRIDA (LPCPCC), TORNANDO-A MEMBRO DE PLENO DIREITO. International Federation of Horseracing Authorities (IHFA) e a European & Mediterranean Horseracing Federation (EMHF), após minucioso estudo da situação das corridas de cavalos em Portugal acolheu oficialmente, no passado dia 1 de fevereiro, a Liga Portuguesa de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida (LPCPCC), uma associação sem fins lucrativos constituída em 1997, reconhecida por protocolo pelo ministério da Agricultura e do Mar como a entidade que organiza e regula a

ASSINATURA DO ACORDO CASABLANCA

A

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REVISTA EQUITAÇÃO

OFICIAL EM

Victor Malheiro

atividade das corridas de cavalos em Portugal. Mais um reconhecimento oficial internacional por duas das principais entidades ligadas às corridas de cavalos, tornando a Liga membro de pleno direito da International Federation of Horseracing Authorities e da European & Mediterranean Horseracing Federation.

A European & Mediterranean Horseracing Federation realizou, no passado dia 1 de fevereiro, em Casablanca, Marrocos, a sua Assembleia Geral onde aprovou a candidatura a membro da Liga Portuguesa de Criadores de Cavalos de Corrida. A EMHF, associação sem fins lucrativos fundada em 2010, reúne as entidades organizadoras e reguladoras das corridas de cavalos dos países da Europa e do Mediterrâneo, atualmente

composta por 27 países membros. Algumas das entidades que a integram são: a British Horseracing Authority; a France Galop; a Horse Racing Ireland e a Sociedad de Fomento de la Cria Caballar de España. A entrada da LPCPCC na EMHF, acordo assinado pelo presidente da LPCPCC, Ricardo Carvalho, permite que a atividade das corridas de cavalos em Portugal seja reconhecida a nível mundial, apesar de segundo os acordos firmados com o extinto Serviço Nacional Coudélico, em representação


CORRIDAS

do ministério da Agricultura, já o ser, mas este novo reconhecimento vem reforçar a posição da Liga, uma vez que a EMHF é membro executivo da International Federation of Horseracing Authorities, criada em 1993, entidade de cúpula que reúne todas as entidades do mundo que organizam e regulam a atividade das corridas de cavalos. A Liga espera que este reconhecimento internacional, fruto de mais de uma década de trabalho no desenvolvimento das corridas de cavalos em Portugal, seja um estímulo para que o Governo crie, finalmente, as condições necessárias à existência de uma atividade de corridas de cavalos indutora de desenvolvimento económico e social com as almejadas apostas mútuas hípicas urbanas.

corridas e que vai obrigar a haver alterações, mas sobre este assunto ainda não se pode divulgar nada, pois pode prejudicar as delicadas negociações em andamento, estiveram em Portugal, no passado mês de dezembro do ano transato, Paul Khan, secretário-geral da EMHF e diretor de corridas da Weatherbys, Paul Palmer, diretor e Roland Devolz, diretor-adjunto da European and Mediterranean Stud Book Liason Comitte (EMSBLC). De visita a Portugal, para várias reuniões ao mais alto nível com as entidades equestres portuguesas sobre as corridas de cavalos em Portugal e o Stud Book do Puro-Sangue Inglês

Português, e para ver in loco o trabalho da Liga, com visitas a hipódromos, criadores e proprietários, Paull Khan, Paul Palmer e Roland Devolz, numa missão conjunta da EMHF e da EMSBLC, saíram satisfeitos com os resultados obtidos, estando em aberto a questão do Stud Book do Puro-Sangue Inglês Português. Tanto Paul Palmer como Roland Devolz, acharam que era extremamente importante verificar a situação das corridas em Portugal, para se assegurarem que aqueles responsáveis pela administração das corridas em Portugal cumpriam e sabiam quais as regras internacionais quando profissionais portugue-

ses vão correr ao estrangeiro e que sejam feitas da melhor maneira as ligações com a comunidade internacional das corridas de cavalos, mas também seja feita uma boa ligação com a autoridade internacional do Stud Book, uma questão em desenvolvimento, pois isso não é da competência da Liga, mas aqui vão ser feitas mudanças importantes a anunciar brevemente. Na última prova da época passada, na Taça Ibérica de Galope e Trote Atrelado, no Hipódromo de Felgueiras, na Quinta da Granja, terminou a visita de Paul Palmer e Roland Devolz, depois de verem na prática como funcionava toda a máquina das corridas numa prova do campeonato nacional. A visita foi altamente produtiva e positiva, pois na sequência dela e do trabalho feito ao longo dos anos pela Liga foi anunciado oficialmente a aprovação da Liga Portuguesa de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida como membro de pleno direito da International Federation of Horseracing Authorities e da European & Mediterranean Horseracing Federation. ■

Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

UM NOVO PASSO EM FRENTE, SÓ TRAVADO PELA FALTA DAS

APOSTAS HÍPICAS Devido ao pedido de entrada da Liga na International Federation of Horseracing Authorities (IFHA) e na European & Mediterranean Horseracing Federation (EMHF), e também por problemas ligados ao Stud Book do Cavalo Puro-Sangue Inglês Português, uma questão que é alheia à Liga mas que prejudica o funcionamento das REVISTA EQUITAÇÃO

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NUTRIÇÃO

EQUINOS: A NUTRIÇÃO DE MÃO DADA COM O COMPORTAMENTO O CONCURSO DE SALTOS DE OBSTÁCULOS (CSO) É CONSIDERADO COMO UM DOS DESPORTOS EQUESTRES DE ALTO PERFIL. ESTA DISCIPLINA/TIPO DE PERFORMANCE EXIGIDAS AO TIPO DE CAVALO QUE A PRATICA TAMBÉM DITA A SUA “APARÊNCIA”.

Liliana Castelo

eis horas da manhã, é tempo de partir… Está tudo carregado? Ok! É dado… podemos partir! Ao deixarmos o centro hípico para trás em direcção a mais um concurso e com mais de metade dos quilómetros percorridos, o stress instala-se no camião…um dos nossos cavalos, o mais nervoso, quer sair dali para fora de qualquer maneira… está enervado, mas não sabe bem porquê, todo ele “pinga”, os seus poros parecem um chafariz a deitar água… os seus colegas de “carteira” já não podem com as suas atitudes, mais nervosas e energéticas que o normal… até que… avistamos o Hipódromo…enfim… chegámos!!! A pista está luzidia…os obstáculos brilham…é, meus amigos equinos, chegou a hora de mais uns saltinhos!!! Chegou a hora de mostrarem todo o vosso potencial aliado à nossa equitação, claro! O Concurso de Saltos de Obstáculos (CSO) é considerado como um dos desportos equestres de alto perfil. Esta disciplina/tipo de performance exigidas ao tipo de cavalo que a pratica também dita a sua “aparência”. Temos como exem-

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plos de raças bem conhecidas o Sela-Francês, Hanoveriano, Holsteiner, Trakehner, entre outros, fazendo referência também ao nosso Lusitano. Nesta modalidade, o cavalo tem que apresentar um talento natural para atingir o TOP. Nenhum cavaleiro consegue forçar um cavalo a saltar se este não possuir uma capacidade natural para o fazer. Acima de tudo, o cavalo tem de querer “limpar o salto”, ou seja, tem de querer ser tão cuidadoso ao ponto de

não gostar/querer de tocar num poste/vara com as mãos/pés ou pernas (Pilliner e Rose, 1993). (Foto1) Cada animal sensível transporta consigo um factor afectivo (psicológico) que determina a sua atitude e que é revelado na sua conduta (Fraser, 1991). Revela-se então aqui um cavalo ao qual é exigido esforço, potência e alguma velocidade, para além, claro está do seu talento natural para saltar. (Foto 2)

Tecnicamente, no nosso ponto de vista (i.e. a base como pontos fulcrais) a nutrição deste cavalo requer uma dieta rica em Amidos (rápidos e lentos) e Açúcares, alto teor de Vitaminas E e Vitaminas C, níveis de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) suficientes e a presença de Fibra. As necessidades Energéticas do nosso “Show Jumper” são altíssimas e vão aumentando a medida que o nível de competição também vai aumentando.


NUTRIÇÃO

O fornecimento de Energia é oferecido através de três itens alimentares: Gordura, Fibra e os Amidos e Açúcares; tendo neste caso cada um o seu papel importante, sendo o mais preponderante o dos Amidos e Açúcares. Passando a explicar, a Gordura é o método mais eficiente e económico de aumentar a densidade energética

em cavalos atletas, tais como os Cavalos de Obstáculos. Como é a primeira a ser directamente absorvida e sendo uma fonte de E lenta (energia que vai sendo usada “a pouco e pouco”), constitui um “espectacular suplemento energético” para cavalos de trabalho intenso ou cavalos com temperamento um pouco mais nervoso (que se “esgotam” com mais facilidade). Estas, são introduzidas nos concentrados sob a forma de Óleos, sendo os mais usuais os de soja. Em casa, também se pode usar como suplemento, o óleo de girassol ou de milho. Suplementar os cavalos com Gordura (Óleos) tem alguns benefícios tais como, a saúde da pele e condições da pelagem e mantendo a mesma densidade energética fornecida em caso de menor ingestão de concentrado devido a redução de apetite por parte de um cavalo. Uma ingestão adequada de Fibra é essencial para uma eficiente função intestinal e um fornecimento de nutrientes e Energia para todos os cavalos. É também uma fonte de E lenta, mas que não fica disponível tão rapidamente como a que advém da Gordura, devido aos diferentes tipos de digestão/tempo. Tem também a função de armazenar uma reserva de fluidos no intestino grosso, que poderão ser absorvidos à medida que o cavalo vai desidratando, devido à sudação, perdas respiratórias

e urinárias; e neste caso, tem ainda a função de facilitar a fermentação para fornecimento de ácidos gordos voláteis necessários à síntese das Vitaminas do Grupo-B (Vitaminas essenciais neste tipo de modalidade). Em relação aos Amidos e Açúcares, poderemos chamarlhe o “boom” da fonte Energética (fornecimento de aporte energético brutal)! Estes são os mais importantes fornecedores de Energia para o Cavalo de Obstáculos, pois, absorvidos rapidamente em comparação com a Fibra e Gordura, traduzem-se em E rápida; precisamente o que esta modalidade necessita em primeiro grau, podendo infelizmente contribuir para um comportamento mais stressante/excitável em alguns cavalos (principalmente em cavalos que por natureza já são nervosos). Esta modalidade é a única em que se formula um alimento concentrado com o teor de Amidos e Açúcares tão elevado; pois, regra, estes não se devem colocar em excesso numa dieta de qualquer atleta. Em suma, este cavalo necessita de E lenta, fornecida pela percentagem média de Gordura e percentagem média/alta de Fibra, que o ajuda a manter-se numa prova/treino desde o início ao fim, hidratado, “com a vontade de querer limpar o salto”, com força, com a velocidade necessária ou requerida e o ajuda a “repor energias” per-

didas pelo nervosismo. Ao mesmo tempo, necessita de E rápida, pois trata-se de um cavalo de obstáculos! E o que se pede a este cavalo?! Que salte! Logo ele necessita, para além do seu talento natural e treino com o seu cavaleiro, de potência, de uma Energia de Explosão (Foto 3), para que mire o obstáculo, uma, duas passadas e salte; curva apertada para a direita; uma, duas, três passadas e salte; contracurva para a esquerda e novamente outras tantas passadas e outros tantos obstáculos, até que deixe a pista…cansado, ou não, desidratado, ou não, perdas respiratórias, ou não, cabeça baixa, ou não!!! Para este tipo de cavalo, mais uma vez referimos, como no caso do cavalo de Dressage, que se quer uma Proteína Moderada, pois em excesso aumenta a sudação e estimula a diurese, aumentando assim as necessidades em água. Em termos de esforço, consideramos esta disciplina com dois tipos de trabalho: o Moderado e o Intenso. Quando iniciamos um cavalo neste tipo de modalidade as suas necessidades em Proteína Bruta (PB) não vão além dos 9-10%; quando o cavalo já está “confirmado” e começa a competir regularmente, então necessita de uma PB entre os 10-12%. Quer-se proteína de qualidade, não em quantidade (soja, luzerna são fontes de qualidade). A qualidade de uma fonte de proteína tem uma influência importante na sua contribuição para crescimento dos tecidos, função hepática e metabolismo. Qualquer cavalo atleta durante o exercício perde água (H2O) e minerais. O Cavalo de Obstáculos não é excepção. Os Minerais com maior relevância neste caso são o Cálcio (Ca) e o Magnésio (Mg) - Macrominerais, para além do Potássio (K), Sódio (Na) e Cloro (Cl) – Electrólitos. As necessidades em Ca aumentam com o exercício, sendo REVISTA EQUITAÇÃO

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NUTRIÇÃO

o Ca um importante co-factor no metabolismo e contracção muscular, prevenindo a chamada “Osteofibrose Desportiva”. O Mg evita o “relaxamento” dos tendões e tem a particularidade de manter o cavalo mais calmo (acção relaxante ao nível do sistema nervoso). Estes dois macrominerais são os “mais necessários” a incorporar com determinados teores no alimento composto. Ambos são perdidos na sudação. A perda de fluidos e electrólitos na sudação durante o exercício é calculada em relação à velocidade e duração do trabalho, condições ambientais, nível de treino e “fitness” do cavalo.

tioxidante. Requer-se a incorporação das Vitaminas A, D, E, C e Grupo B; dando grande ênfase as vitaminas E e C. A vitamina E, que como já referido, associada ao Se, protege a gordura de reserva da oxidação e participa na protecção do músculo e todas as membranas biológicas. A vitamina C, como na maior parte das espécies animais, não é indispensável ao cavalo; em casos de atletas o caso muda de figura, e então esta passa a ser utilizada para estimulação do metabolismo muscular, tornando-se tão importante quanto a vitamina E como antioxidante.

que é o caso do CSO. Nomeamos como mais importantes a B1 (primordial para a contracção muscular), B2 (acção sobre o metabolismo energético), Niacina, Ácido Pantoténico e B6 (acção sobre metabolismo energético ou proteico), B12 (acção anti-anémica) e Biotina (opcional). A Biotina pode ser incorporada no concentrado, mas há quem goste, e bem, de a ter sempre por perto. Os cavalos de desporto necessitam sempre de um pouco para a síntese da queratina (cascos) e para a integridade da pele e pelagem. E por fim, mas não menos importante, achamos por bem deixar aqui como nota a relação

nível, então teremos que dividir este valor em 50% Forragem/50% Concentrado. O Concentrado deve ser dado em proporção ao exercício e ser reduzido nos dias de descanso e o peso reposto com Forragem, neste caso, Feno. Obviamente que ajustes e alterações terão sempre que ser efectuados de acordo com cada cavalo e tipo de trabalho. Finalizando, o cavalo de saltos dispõe de potencialidades desportivas ao mais alto nível, nomeadamente em esforço, potência e alguma velocidade. É importante tentar adaptar a dieta alimentar em função das necessidades nutricionais específicas de cada actividade desportiva, sabendo que, neste caso (saltos), a sua influência será demonstrada numa competição/treino que exija muito esforço e repetida em “sprints” curtos, por exemplo. Além disso, o equilíbrio da ração (forragem+concentrado/dia/cavalo) do cavalo atleta, deve primeiro cumprir as “regras básicas”, relacionadas com a fisiologia digestiva dos equinos, e aportes de E/P, Minerais e Vitaminas de manutenção, para então formular o melhor concentrado adequado a cada modalidade, usado para complementar juntamente com a forragem a ração diária/cavalo. Grande Abraço Equino! ■

Os Electrólitos devem ser suplementados para equilíbrio da termorregulação. Para além desta suplementação, no nosso entender, estes cavalos devem ter sempre à disposição barras de sal, de preferência não só com NaCl (Cloreto de Sódio) mas também com oligoelementos/ microminerais (Cu, Zn, Mn, Se, Io, Fe, Co) o que irá repor os níveis perdidos destes e manter a ingestão de água em cavalos que suem constantemente. Tendo o Selénio (Se), um papel muito importante associado à vitamina E, como an64

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Algumas vitaminas do Grupo-B são essenciais nesta modalidade e a sua necessidade aumenta com a intensidade do trabalho, assim como alguns minerais, como referido anteriormente. Relativamente a estas vitaminas, em condições ditas normais, o cavalo adulto não sofre de carência destas, normalmente sintetizadas em quantidades suficientes pela microflora intestinal digestiva. Contudo, um complemento pode ser necessário num cavalo atleta sujeito a um trabalho intenso,

Forragem/Concentrado. Este tipo de animal deverá ingerir diariamente entre os 2,0 a 2,5% do seu PV em comida seca (com 10% de humidade); ou seja, este valor terá que ser aplicado de acordo com alguns itens do cavalo (peso, apetite, nível competição) e terá que ser dividido Forragem/Concentrado! ATENÇÃO! Se falamos num cavalo iniciado, teremos que dividir 70% Forragem/30% Concentrado; se falamos num cavalo confirmado e já a competir a outro

Queria deixar aqui um agradecimento especial à minha Grande Amiga, a Cavaleira Marta Fialho com Farceur de Grandry, pela cortesia das fotos.

Bibliografia: Martin-Rosset ed, W. (1990) L’alimentation des chevaux – INRA, Paris Nelson, J. et al (1999) Feeding Horses in Australia – A Guide for Horse Owners and Managers – RIRDC, Barton Wolter, R. (1994) Alimentation du cheval – Éditions France Agricole, Paris



CRÓNICA

O MEU LEGADO DE NUNO OLIVEIRA - 7 «O CAVALO NÃO É INTELIGENTE MAS TEM UMA MEMÓRIA MUITO GRANDE» DURANTE OS DEZ ANOS QUE MONTEI SOB A ORIENTAÇÃO DIRECTA DO MESTRE NUNO, OUVI-LHE ESTA FRASE UM SEM NÚMERO DE VEZES. MAS PASSADOS QUE SÃO 50 ANOS QUE DEIXEI DE MONTAR NO SEU PICADEIRO, CONFESSO QUE TAL AFIRMAÇÃO SEMPRE ME MERECEU AS MAIORES DÚVIDAS POIS SEMPRE ME PARECEU QUE QUEM É CAPAZ DE ENTENDER UM LÉXICO TÃO VASTO COMO O DAS AJUDAS QUE O CAVALEIRO LHE DÁ, NÃO PODE SER ASSIM TÃO ESTÚPIDO. laro está que não andei 50 anos a pensar neste inteligência do gafanhoto com a do pinguim nem a da problema mas foi há pouco tempo que peguei girafa com a da andorinha; o que nos interessa é apurar no «Livro da consciência» do Professor objectivamente quanto o cavalo é inteligente. António Damásio e dele comecei a tirar informações Então, parece que o cavalo é suficientemente sábio que podem ajudar a esclarecer algumas questões prévias. para suportar com dignidade tanta brutalidade que sobre Então, fiquei a saber que todos os seres vivos ele o bicho homem exerce com martingalas absurdas, Henrique desenvolvem uma actividade homeostática que consiste Salles da Fonseca rédeas espúrias, acicates torturantes. E quando se em manter os parâmetros vitais dentro de certos limites revolta contra a rudeza humana, logo há quem lhe que lhes permitem o funcionamento equilibrado do chame «coiro». Não, pelo contrário, essa revolta corpo. Nos cerebrados essa actividade inconsciente é significa que o bicho homem não está a cumprir o léxico que desenvolvida pelo cérebro, nos acerebrados (uma amiba, p. ele, cavalo, percebe. É, pois, uma manifestação de inteligência. ex.)... não sei. A égua que actualmente monto com mais frequência, rectiva, De um modo muito grosseiro, digamos que o cérebro se divide chama-me com frequência a atenção para a minha em duas partes: a que desenvolve acções inconscientes; a que incompreensão da sua linguagem e lá tenho eu que puxar pela desenvolve as conscientes. E a questão é agora a de saber se um minha cabeça para tentar perceber o que se passa na dela. Ou grande corpo como o de uma baleia azul exige maior seja, o cavalo tem uma inteligência diferente da do homem mas percentagem do cérebro ocupado com a homeostase do que no tudo se facilitará se nós, os inteligentes que até falamos muitas de um colibri. E dentro da parte do cérebro dedicada às acções línguas, nos dispusermos a falar mais uma: o cavalês. conscientes, que quantidade é aplicada em acções como a da E quantos RAM’s terá ele de memória? Muitos, de certeza! O atenção a estímulos exteriores, à gestão da coragem, do medo... meu cavalo «Uruguai», desbastado no local onde, na Sociedade e que percentagem do cérebro fica em cada espécie disponível Hípica, se encontra hoje o “Picadeiro Duarte Silva”, apanhou para a inteligência? um susto com um martelo pneumático que estava nas obras de E, já que estamos «com a mão na massa», o que é a construção dos edifícios da Faculdade de Ciências e até que inteligência? Muito resumidamente, é a capacidade de morreu nunca fui capaz de fazer aquele canto do picadeiro entre relacionamento de C e M em descontracção conceitos, de compreender e perfeita. aprender, de formulação de Conclusão: o Mestre Nuno hipóteses, de gestão de tinha uma certa razão pois o alternativas, de resolução de cavalo tem uma inteligência problemas, de extracção de diferente da humana não conclusões. sendo capaz de desempenhar Mas esta é a inteligência muitas das funções por que humana e, tomando-a como caracterizamos a nossa parâmetro, temos que inteligência mas tem admitir que efectivamente o seguramente uma grande cavalo não é inteligente. memória; o pior, contudo, é que anda por aí muita gente Mas porquê submetê-lo a esquecida da linguagem que parâmetros humanos se ele o o cavalo percebe quando não é? devidamente ensinado. Não nos interessa de Continuemos... momento comparar a

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INVESTIR NO FUTURO DO SEU POLDRO - PARTE 1 POUCAS PESSOAS FAZEM O ESFORÇO DE PENSAR NO QUE É QUE OS CAVALOS PENSAM OU SENTEM, OU NO QUE É IMPORTANTE PARA ELES. NÃO DEVEMOS ANTROPOMORFIZAR (ASSUMIR QUE OS ANIMAIS PENSAM DA MESMA MANEIRA QUE OS HUMANOS) MAS AS ANALOGIAS SÃO ÚTEIS PARA FAZER COM QUE QUESTIONEMOS AS NOSSAS IDEIAS PRÉ-CONCEBIDAS. TIRE ALGUNS MOMENTOS PARA VISUALIZAR O CENÁRIO QUE SE SEGUE.

a opinião que elas têm dos ETs é tudo menos positiva. Depois, individualmente, cada adolescente é levado até uma sala de aula, posto numa cadeira e é esperado que seja um aluno bem comportado enquanto um professor alienígena o tenta educar. Tudo isto soa-lhe como a melhor maneira de preparar o desenvolvimento físico e emocional de um estudante confiante…? Não? Então porque é que tantas pessoas consideram apropriado fazer o equivalente aos cavalos?! O equivalente equino ao ce-

á um grupo de crianças de três anos com as mães. Criaturas extraterrestres, com um aspecto assustador, aparecem, agarram cada uma das crianças, seguram-nas à força e queimamnas com ferros em brasa. As crianças são tiradas às suas mães, atadas e trancadas numa casa que tem um grande jardim delimitado por paredes. Quando param de se debater e de resistir aos seus captores, deixam-nas sair para o jardim. Não há su-

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pervisão de adultos. Há comida e ocasionalmente elas vêem um dos ETs, mas não há comunicação ou interacção positiva com eles. O tempo passa e as crianças crescem fisicamente até serem jovens adultos. Não têm qualquer experiência do mundo exterior nem ninguém para ensiná-las como se comportar, portanto, limitamse a fazer o que querem. Mas pelo menos têm-se umas às outras… Até que um dia os ETs voltam e agarram cada criança e arrastam-nas até celas solitárias. Agora, pela primeira vez nas suas vidas, estão sozinhas. Os ETs entram nas suas celas e falam-lhes numa língua que elas desconhecem. As crianças estão assustadas, sós e não têm a menor ideia do que fazer excepto defenderem-se. Se resistem aos seus captores, são atadas ou agredidas. Por esta altura,

nário supracitado é um lugarcomum no mundo equestre. Os poldros são tirados às suas mães e marcados a ferro quente aos seis meses de idade. São frequentemente encabrestados à força e “ensinados” a serem levados à corda. São depois postos em grupos num pasto, sem adultos para os educar ou disciplinar. Ocasionalmente, alguém os apanha e faz algo com eles. Três anos depois, são postos em boxes e é esperado que tenham uma mente pronta para aprender. Uma das maiores diferenças


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entre os poldros e as crianças é que os cavalos são uma espécie precocial e, como tal, os poldros têm todas as suas faculdades de aprendizagem desde o nascimento. Pouco depois de uma hora de terem nascido, conseguem pôr-se em pé, vincularem-se à sua mãe e correr para salvarem a própria vida se for necessário. Evoluíram de forma a aprender muito rapidamente a como sobreviver e a copiar a mãe e os outros cavalos. Ao contrário das crianças, os poldros têm a capacidade de serem “super aprendizes” desde muito tenra idade. Absorvem novas experiências como se fossem esponjas. Atrasar propositadamente o início da sua educação quanto a viverem num mundo com humanos é um erro colossal. E isolá-los de cavalos maduros que lhes darão educação, confiança e disciplina é tacanho. Uma criança que cresce numa casa onde são faladas duas línguas facilmente cresce a saber falar ambas. Esperar até à adolescência para ensinar uma segunda língua à criança leva a que esta não atinja igual fluência na mesma, além de ser uma tarefa com maior grau de dificuldade. À semelhança, os poldros que são manipulados desde o nascimento e ensinados a comunicar com os humanos levam menos tempo a ser “treinados” quando são mais velhos, porque interagir confiantemente com os humanos se tornou normal para eles. A confiança e a curiosidade são os dois maiores marcadores que irão ditar quão rapidamente um estudante aprende, seja cavalo ou humano. Se tirar a curiosidade a um poldro, a confiança dele desaparece e o processo de aprendizagem é inibido. As prioridades de um cavalo são Segurança, Conforto e Brincadeira. Se ele não se sentir confiante então também não se sentirá seguro, portanto em tudo o que lhe pedir ele irá apenas estar a pensar na sua própria

segurança e em como fugir do que está a assustá-lo. Os cavalos não esquecem. Têm uma memória incrível. Isto tem tanto de bom como de mau, pois significa que podem aprender as coisas que não queremos que eles aprendam tão facilmente como as que realmente queremos que eles aprendam. Tal como computadores, tudo o que entra permanece lá, mesmo que seja um ficheiro em que não se mexa muito. Isto faz com que seja ainda mais importante que as pessoas que manipulam os poldros e os cavalos jovens sejam indivíduos capazes e formados, que os preencham de experiências positivas e saibam como evitar as negativas. O primeiro “Ritual de Passagem” para os cavalos domesticados é quando estes são desmamados e retirados às suas mães. Até este ponto, elas terão

criado, educado e protegido o seu poldro ou poldra durante toda a vida da sua cria. A educação vem também dos outros cavalos adultos da manada, as-

sim como a brincadeira vem da interacção com os outros poldros. Na natureza, o desmame é um processo gradual e livre de stress. Não envolve o isolamento do poldro, uma mudança de ambiente ou um cenário assustador. Sendo animais profundamente sociais, os cavalos sentem-se muito assustados se estiverem isolados. Na Natureza, um cavalo solitário pode facilmente morrer às mãos de um predador. Há segurança numa manada, mais olhos para vigiar o perigo que pode estar à espreita. Então como é que podemos aproximar-nos do modelo natural quando desmamamos os poldros, de forma a reduzir o stress? Os factores de stress a ter em mente são: 1. Separação da égua e do poldro 2. Mudança de ambiente 3. Manipulação do poldro pelos humanos (os ETs) 4. Mudança de alimentação 5. Isolamento dos modelos adultos a seguir Se todos estes cinco factores de stress ocorrerem simultaneamente, o cenário não é positivo para o poldro, portanto devemos planear separá-los em partes mais pequenas e menos stressantes. Se tem poldros,

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pense em como é que pode, nas circunstâncias em que se encontra, mitigar esses factores. Embora haja uma multitude de boas formas de executar o processo, aqui ficam algumas sugestões.

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A nossa primeira aliada deve ser a nossa égua. Se for ao pasto e a égua olhar para si e pensar “Oh boa, óptimo, o meu humano veio visitar-me!” isso envia uma mensagem muito clara ao poldro dela. Por

isso, forme uma amizade com a sua égua. Reserve tempo para passar algumas horas com o poldro durante a primeira semana de vida dele para que se tornem amigos. Consiga que ele se sinta confiante e à vontade com o facto de ser tocado e coçado por si em todo o corpo. Ensine-o a ceder à pressão constante e a seguir o toque de uma corda à volta do corpo (não de um cabresto ainda). Ensine-o a seguir os humanos tal como segue a mãe dele. Ensine-o a ser curioso quanto a nós humanos e demonstrelhe que não o vai magoar. Por volta dos dois ou três meses, passe mais algumas horas com ele a ensiná-lo a usar um cabresto e a ceder à pressão constante na cabeça, e também a como seguir a pressão no cabresto e na corda. Isto tudo para que, aos seis ou sete meses, quando quiser separá-lo da mãe, ele já goste do contacto com humanos, podendo assim apanhá-lo, encabrestálo e tê-lo a seguir a corda com que o leva. Agora, algumas pessoas dirão “Não temos tempo para isto!”. E estas pessoas tendem a ser os criadores comerciais que querem lucrar com a venda dos seus poldros aos três ou quatro anos de idade. Isto porque ainda não se aperceberam que investir algum tempo na infância do cavalo levará a que este se torne num “estudante confiante”, o que levará a que se poupe muito mais tempo mais tarde, e que desta forma o “produto” deles será de uma qualidade muito superior. Na época do desmame, leve a égua para outro sítio mas deixe o poldro com a manada. Ela pode ser posta com outras éguas ou outra companhia. Desta forma, o poldro não tem o trauma de perder a mãe, a sua manada e o ambiente que conhece de uma só vez. As éguas estarão mais habituadas a ser mudadas de sítio pelo

que o stress nelas será muito menor. Devem também haver mudanças mínimas na dieta dos poldros, para que a nova dieta não lhes seja prejudicial. Deixe cavalos adultos com os poldros. Eles necessitam da tranquilização de um adulto a dizer-lhes o que devem e não devem fazer. Se quiser mover a “manada” de poldros para outro local, eles vão sentir-se mais confiantes se o líder ou líderes adultos estiverem com eles. Um poldro é como uma tela branca em que um criador pode desenhar. Para que a mesma seja uma obra de arte, as primeiras pinceladas que formam o fundo e os limites devem ser dadas de forma hábil e ponderada com um entendimento sólido do processo que levará aos acabamentos da mesma. Demasiados cavalos acabam por sair das mãos dos criadores como borrões infantis de baixo valor comercial. O tempo investido no seu poldro paga dividendos mais tarde. Se gostaria de saber mais sobre o maneio de poldros ou de organizar um curso de maneio de poldros, por favor contate a APEN. n

Janet Hakeney, Presidente da Associação Portuguesa de Equitação Natural Tradução Patrícia Baptista

Email: equitacaonatural@gmail.com Website: www.enportugal.org/ Facebook: www.facebook.com/ENPortugal


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MÉTODO KIRON® TERAPIA E COACHING ASSISTIDO POR EQUINOS QUEM VIVE NO SEU QUOTIDIANO COM ANIMAIS NÃO PRECISA DE NENHUM ESTUDO CIENTÍFICO PARA SABER QUANTO OS ANIMAIS TÊM UMA CAPACIDADE INATA PARA SEREM “TERAPEUTAS” DOS HUMANOS MAS, COMO DIZIA RENÉE DE LUBERSAC, FUNDADORA DA TERAPIA COM CAVALOS EM FRANÇA: «O SIMPLES CONTACTO ENTRE UMA PESSOA EM DIFICULDADE COM UM CAVALO NÃO COMPÕE UMA TERAPIA. PRECISAMOS DE UM TERCEIRO ELEMENTO: O TERAPEUTA.» uma altura em que surgem tantas formas de terapia no nosso país, torna-se de grande utilidade explicar como funciona este tipo de abordagem, nomeadamente salientando que se trata de um método científico em relação ao qual já foram escritos muitos artigos, monografias e teses. Isto significa que não basta gostarmos de cavalos e de ajudar os outros para sermos aptos a praticar este tipo de metodologia. O uso do cavalo como forma de terapia data de 400 a.C. quando Hipócrates o utilizou para "regenerar a saúde" dos seus pacientes. Em 300 A.C., Xenofon, filósofo grego, discípulo de Sócrates, falava das virtudes do cavalo nestes termos: «O cavalo é um bom mestre, não só para o corpo, mas também para o espírito.»

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O termo que engloba todas as terapias equinas chama-se: Equoterapia e pode ser dividida em três modelos terapêuticos: ç A hipoterapia: Trata-se do tratamento com auxílio do cavalo. Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, utilizam este tratamento para pacientes com disfunção motora e/ou deficiência mental. O cavalo influencia o paciente, em vez de 72

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o paciente controlar o cavalo. O paciente é colocado sobre o cavalo e responde activamente aos seus movimentos. O terapeuta, com o auxílio do monitor de equitação, guia o cavalo e analisa as respostas do praticante, fazendo os ajustes necessários para cada situação. Os objectivos da hipoterapia são: melhorar o tónus muscular, a postura, o equilíbrio e a mobilidade. Todavia, ele tem também o seu aspecto construtivo no que toca à questão psicológica do praticante. ç A equitação adaptada: Este tipo de actividade equestre é praticado por pessoas física e mentalmente deficientes que já atingiram um certo nível na hipoterapia. Todas as disciplinas

são utilizáveis (salto, volteio, ensino). Alguns dos praticantes inclusive atingem o nível profissional e competem nos jogos para-olímpicos. ç A terapia com o cavalo ou terapia assistida por equinos: A progressão equestre não é aqui o objectivo principal. Montar e estar sentado na sela não é um resultado, consiste antes num processo terapêutico. Aliás, na maioria das vezes o trabalho terapêutico é efectuado no chão. Este tipo de abordagem pode ser aproveitado dentro de uma psicoterapia (saúde mental, terapia familiar ou de casal, comportamentos de risco, toxicodependência,...) ou em sessões de coaching (desenvolvimento pessoal, liderança, di-

namização de equipas, objectivos existenciais,...). Em Portugal, a Escola Nacional de Equitação é a única instituição oficial que possui o conhecimento e a experiência para formar monitores de equitação e técnicos de saúde especializados em hipoterapia e equitação adaptada. O Método Kiron® entra na terceira categoria. Kiron é o centauro terapeuta mais famoso da mitologia grega. Neste método consideramos o cavalo em pé de igualdade com os humanos, isto é, como autênticos co-terapeutas. Kiron simboliza também a necessidade de que todos os terapeutas tenham a humildade e o dever de fazer um constante trabalho sobre si próprio para poderem ajudar os outros. A definição desta abordagem inovadora, criada pela Dra. Nathalie Durel, é: «um método terapêutico de aprendizagem vivencial que utiliza os equinos (cavalos e/ou póneis) como mediadores entre um paciente ou um coachee e um psicoterapeuta ou coach formados nesta didáctica. Permite tratar pessoas com problemáticas ligadas à saúde mental (psicoterapia) ou que queiram alcançar objectivos existenciais bem definidos (coaching)».


EQUITAÇÃO NATURAL

Desde a sua domesticação (3000 anos a.C.), os cavalos foram os nossos fiéis parceiros nas guerras, nas viagens, na agricultura. Actualmente, não lhes resta mais nada onde brilhar senão o mundo equestre. E se os equinos tivessem ainda muito para nos dar numa área ainda pouco divulgada? O mundo das terapias e do desenvolvimento pessoal. O Método Kiron® surgiu justamente para estudar, explicar, ensinar e desenvolver esta área que permite devolver aos equinos o seu verdadeiro brilho: curar os humanos. Sabemos que os Celtas, os antigos Gregos e os Índios Americanos veneravam os cavalos e já os utilizavam como mestres-terapeutas. Chegou também a nossa hora! ç Perante os cavalos estamos mais presentes, mais conscientes das nossas atitudes e dos nossos gestos, o que permite clarificar a nossa comunicação não verbal. Com a ajuda dos terapeutas humanos, estes benefícios transpõem-se facilmente para a nossa vida, proporcionando melhores relações interpessoais e facili-

tando a execução dos nossos projectos pessoais e profissionais. ç Devido à sua grande sensibilidade, os cavalos são poderosos espelhos dos nossos comportamentos, são grandes reveladores das nossas competências porque lêem com uma precisão surpreendente os comportamentos não-verbais dos humanos. ç Os cavalos vivem numa construção social muito parecida com a nossa, o que oferece ricas informações sobre a nossa vida em família, no trabalho e as nossas relações interpessoais quando interagimos com eles. ç Como eles não mentem, são uma fonte fiável de informações concretas que integradas num processo terapêutico ou de coaching permitem transformações poderosas. ç A comunicação implícita estabelecida na nossa relação com eles possibilita que se faça a ligação com a nossa verdadeira intenção e a nossa postura e, consequentemente, obriga-nos a melhorar os nossos comportamentos incongruentes.

Para exercer este método foi preciso criar um espaço terapêutico adequado: na Quinta do Cavalo, os equinos vivem em pequenas manadas, em semi-liberdade e não usam ferraduras, para recriarmos as condições de existência similares ao estado livre, de modo a que possam ser “verdadeiros equinos” e viver saudáveis física e mentalmente. A equipe humana é constituída por uma monitora de equitação, psicólogos e psicoterapeutas, coaches e tratadoras. Todos formados neste método e seguindo, com rigor, o seu código deontológico. Fazem atendimento ao público a vários níveis: - Individualmente - crianças, adolescentes e adultos; - Em família - para compreender melhor as dinâmicas conscientes e inconscientes que criam a vossa família; - Em casal - para tomar consciência das dificuldades da relação e encontrar soluções; - Empresas - coaching, liderança e team building; - Workshops diversos com equinos para todo público; - Cursos - desde 2011, os alunos da Escola Nacional de Equitação (que se mostrou mui-

to receptiva a esta abordagem inovadora) fazem parte da sua formação na Quinta do Cavalo. Em 2010, uma formação certificada no Método Kiron nasceu, e a única deste género em Portugal. A formação completa compreende 550 horas efectuadas à distância e em modo presencial, e inclui numerosos requisitos para obter a certificação final. O curso e aberto a: - Técnicos de saúde; - Consultores e coaches; - Monitores de equitação ou especialistas equinos. Contactos: Nathalie Durel: Psicoterapeuta, Life Coach, Arteterapeuta, Equinoterapeuta, Idealizadora do Método Kiron®. Tel: 91 938 74 11 - Mail: metodokiron@gmail.com - www.quintadocavalo.com n

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MOTORES

MERCEDES-BENZ VIANO ALTA-ESCOLA ALEMÃ O VIANO CONSTITUI UMA OPÇÃO VÁLIDA PARA DIVERSOS TIPOS DE UTILIZAÇÃO, DEVIDO ÀS SUAS CARACTERÍSTICAS PECULIARES ONDE SE INCLUI UM DESIGN APELATIVO E ELEGANTE QUE SE ENQUADRA NO ESTILO DA MARCA ALEMÃ. s actividades equestres revestem-se de aspectos específicos e o Mercedes-Benz Viano pode dar resposta adequada, visto que permite transportar até oito passageiros, devido ao amplo espaço interior, disponibilizando ainda um volume máximo de compartimento de bagagens de 4610 litros. Representa a solução ideal para centros hípicos, quintas e também para os ca-

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valeiros se deslocarem confortavelmente para as provas, permitindo transportarem facilmente todo o material equestre que necessitam. Revela ainda uma forte vocação familiar, permitindo viagens cómodas mas também para efectuar percursos diários e deslocações em centros urbanos graças à flexibilidade do habitáculo e à qualidade do equipamento.

Possui bancos montados em calhas que permitem diferentes configurações, em virtude de poderem ser facilmente deslocados permitindo colocá-los da forma a que melhor se adaptem ao tipo de utilização. Os encostos dos bancos individuais traseiros podem ser rebaixados e transformados em mesas. Oferece ainda numerosos espaços de arrumação, compartimentos e bolsas.

Conta também com suportes para copos e para garrafas na porta do condutor. O Mercedes-Benz Viano encontra-se disponível com três níveis de equipamento Trend, Ambiente e Avantgarde, e em três comprimentos: Compacto, Standard e Longo. O Viano foi concebido para proporcionar uma utilização prática e as suas dimensões em conjunto com uma boa


MOTORES

visibilidade, facilitam o estacionamento e as manobras em qualquer circunstância. No interior encontra-se um ambiente de requinte e conforto, devido aos materiais e acabamentos de elevada qualidade, onde se destaca o design do painel de bordo e o volante multifunções. Os retrovisores exteriores, ajustáveis electricamente e aquecidos, com pisca integrado, proporcionam um campo de visão amplo. A versão testada pela Equitação, Viano Ambiente Longo 2.2 CDI, dispõe como equipamento de série suspensão pneumática com regulação do nível no eixo traseiro.

FUNCIONALIDADE A TODA A PROVA

Entre as prioridades da marca alemã encontra-se a protecção ambiental e a mobilidade sustentável, no intuito de alcançar estes objectivos foi introduzido o pacote BlueEfficiency equipado com filtro de partículas diesel, que consiste num conjunto de tecnologias inovadoras combinadas que contribuem para uma redução do consumo de combustível e das emissões de poluentes. O Viano encontra-se equipado com o motor diesel CDI de quatro cilindros OM 651, disponível em duas potências CDI 2.0 de 136 cv e CDI 2.2 de 163 cv. Existe ainda a potente motori-

zação V6 que conta com o propulsor diesel CDI com 224 cv e um binário máximo de 440 Nm. Todos os motores diesel CDI cumprem a norma de emissões Euro 5b Gr. III. Fazem parte do equipamento opcional o sistema de assistência no arranque (AAS), que amplia as características de manobrabilidade do Viano ao simplificar a passagem em terrenos íngremes, e a tracção integral permanente 4MATIC, com o qual estará preparado para todos os climas e condições de estrada. A segurança passiva abrange cintos de segurança de três pontos em todos os bancos, pré-tensores e os limitadores de força dos cintos reduzem também o impacto

físico no caso de uma colisão frontal. Os airbags do condutor e do acompanhante estão incluídos no equipamento de série, enquanto os windowbags e os airbags torácicos estão integrados na versão Ambiente. Em termos de segurança activa o Viano apresenta um conjunto de sistemas de assistência, como o Programa Electrónico de Estabilidade (Adaptive ESP) combina as funções de ABS, ASR (sistema anti-patinagem), EBD (repartidor electrónico de travagem), BAS (assistência à travagem). O Sistema Electrónico de Estabilidade de Reboques ESP aumenta a segurança de condução com reboque, complementando o Adaptive ESP. APO ■

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CLUBE EQUITAÇÃO ARTE E LUSITANO Autor: Pedro Yglesias de Oliveira

EQUITAÇÃO COMO E PORQUÊ Autor: Coronel Netto de Almeida

Trata-se de uma obra da autoria do bem conhecido criador e cavaleiro. “Arte e Lusitano” é apresentado em 140 páginas num formato de 233 x 247mm e é ilustrado com textos e extraordinárias fotografias da autoria de Yglesias de Oliveira. Arte e Lusitano é uma edição bilingue editada pela Dinalivro e tem como protagonista aquele que foi considerado no século XVIII como o melhor cavalo de sela do mundo, o Lusitano. Este livro faz uma ligação entre as gravuras da época retiradas do livro Luz da Liberal e Nobre Arte da Cavallaria de Manoel Carlos de Andrade e a Escola Portuguesa de Arte Equestre que tão bem tem mantido esta equitação tradicional. Na segunda parte aborda uma equitação actual e desportiva, em que o cavalo Lusitano se tem vindo a afirmar, conjugando a arte equestre à pintura contemporânea. Nº Pág: 140 - Formato: 233x247 mm PVP: 35,00 + 5,00 € de portes de envio

Quer tenha começado a montar há pouco tempo ou esteja prestes a participar na primeira competição, Equitação: Como e Porquê consegue dar resposta às suas dúvidas, ajudando-o a superar os obstáculos que lhe atrasam o progresso. Além de expor os princípios basilares da técnica clássica, no que toca, por exemplo, à colocação em sela, ao equilíbrio ou aos andamentos, este manual enciclopédico revela-lhe os segredos do aparelho locomotor do cavalo, ao mesmo tempo que o ensina a lidar com o seu temperamento e reacções durante o difícil processo de adestramento. Os esquemas e imagens que permeiam a obra sublinham a sua clareza, qualidade também patente nos diversos anexos e numa secção particularmente útil de fotografias comentadas. Examinando tudo o que um cavaleiro precisa de saber, Equitação: Como e Porquê constitui um guia imprescindível para todas as modalidades equestres. Nº Pág: 368 - Formato: 170x240 mm PVP: 24,00 + portes 5,00 €

O CAVALO LUSITANO

ARTE & EMOÇÃO

Autor: Laetitia Boulin-Néel

Temporada 2011 Autor: José Cáceres

PROMOÇÃO P.V.P. 25€ com oferta de portes Esta obra editada sob a chancela da Bertrand apresenta uma perspectiva completa, detalhada, eclética e profusamente ilustrada, da raça lusitana. A autora efectuou uma abordagem às origens remotas, história, métodos de criação e selecção adoptados, principais linhagens, coudelarias e as tradições equestres e tauromáquicas portuguesas. Este livro imperdível faz uma incursão pelo passado e presente do cavalo Lusitano documentado por magnificas fotografias de Thierry Ségard.

O Campo Bravo e o Espectáculo Tal como em anos anteriores o Arte & Emoção volta a estar disponível em DVD. Desta vez, contempla uma selecção de reportagens das corridas mais importantes a que assistimos nesta temporada. Mas o grande destaque vai para o campo e o toiro de lide. Oportunidade para rever as muitas ganadarias que visitámos este ano e que foram parte significativa da série Arte & Emoção 2011, apresentada na RTP 2. A edição é composta por 2 dvds, numa só caixa, com a duração de cerca de 3h 05m. PVP 19,90 + 2,90 € (portes de envio)

O SOLAR DO CAVALO

A fotobiografia que retrata a carreira repleta de sucessos de António Ribeiro Telles

ANTÓNIO RIBEIRO TELLES, 25 Anos de Alternativa Autor: António R.Telles e João Carrinho Nº Páginas: 144 Formato: 240x285 mm PVP: 45,00 + 5,00 € portes VEJA MAIS ARTIGOS NO CLUBE EQUITAÇÃO EM WWW.EQUITACAO.COM

DVD Criação e Maneio Autor: Francisco Cancella de Abreu Dur.: 55 mins. PVP 21,95 + 2,90 € portes

DVD Ensino e Competição Autor: Francisco Cancella de Abreu Dur.: 65 mins. PVP 21,95 + 2,90 € portes

DRESSAGE Técnica e Aprendizagem Autor: Kathy Amos-Jacob

Autor: Serrão de Faria (texto e desenhos) Bilingue: Português/Inglês N.º Páginas: 156 Formato: 225 X 248 mm P.V.P: 30,00 + 5,00 € portes de envio

PVP 20,00 + 2,90 € portes

Este “Solar”, insere-se na lezíria, onde correm os rios Tejo e Almonda, onde a natureza bordou a paisagem e horizontes, recortados pela charneca, pelo bairro e pelo espargal, que se interrompem aqui e ali pelo casario branco e ocre, logo mostrando mais além os mouchões, os chaboucos, a maracha, as alvercas, enfim o campo. O campo da Golegã e da Azinhaga, cujas urbes o limitam e quebram o seu silêncio e a sua liberdade. Urbes rurais, cujo património artístico e monumental, onde igrejas, capelas, azulejos, esculturas, pontes, solares, quintas e pedras, nos falam da nossa identidade. E é de tudo isto, que se fala e se “mostra” neste livro. Por palavras, por óleos, por aguarelas, ditas e pintadas por José Francisco Serrão de Faria. A beleza não engana. Não é falsa, é tirada da realidade. Aqui descreve-se um mundo, que ainda existe e que todos queremos que o “desenvolvimento” não o extinga. Nele vivem ainda, entre outros, as gentes que amam a verdade do campo, que criam, desbastam os poldros e montam a cavalo. Aqui, desde há séculos, o Homem, formou uma cultura, ao sol, ao calor e ao som das cigarras, ou sob a chuva, que quando cai forte inunda o campo, separando a Golegã, da Azinhaga, só unidas então, pelos costumes da borda d’água. É essa cultura e essa forma de viver, que este livro testemunha. Leia-o com respeito, com o mesmo respeito que merecem as gentes que tratam e exaltam o Cavalo. Aprecie-o, com o mesmo carinho e paixão que nós, Goleganenses e Azinhaguenses, temos por estes lugares em que vivemos. Folheie-o de trás para a frente e de frente para trás, com empenho e arte, da mesma forma que o fez, o seu autor. Bem-vindo ao “Solar” do Cavalo!

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AO SOL DA LEZÍRIA S. MARTINHO GOLEGÃ NOVO Texto e Desenhos: Serrão de Faria A Golegã e a Azinhaga, foram óptimas zonas para a criação de cavalos, pelo que aí sempre existiram excelentes coudelarias, quer particulares quer as do Infantado. A minha ligação a esta feira, nasce do meu amor aos cavalos e a tudo o que lhes diz respeito. Foi pois esta ligação afectiva ao nobre animal, nomeadamente ao ginete ibérico e à “Feira de S. Martinho”, que me levou a publicar este livro.» Nº Pág.: 144 Medidas: 215 X 235 mm PVP: 17,00 euros + 5 € portes de envio

EQUITAÇÃO

Texto: José Serrão de Faria Pereira Desenhos: Serrão de Faria

N.º Páginas: 132 Formato: 215 X 238 mm P.V.P: 17,00 + 2,90 € portes Este título “Ao Sol da Lezíria”, é antes de mais uma homenagem aos homens da borda d’água, das campinas, dos cavalos e dos toiros que há séculos enaltecem o valor das gentes do Ribatejo, um expoente maior da nossa cultura lusitana.


CLUBE EQUITAÇÃO CAVALOS VEIGA TRADIÇÃO E ACTUALIDADE

HIPOLOGIA Guia para o estudo do cavalo

A EQUITAÇÃO ELEMENTAR A CAMINHO DA COMPLEMENTAR

Autor: Alberto Tavares Barreto Fotografia: Emanuel Santos de Almeida

Autor: Ana Teresa Martins da Silva

Autor: Cor. Joaquim Rodrigo Nest Arnaut Pombeiro Ilustrações: Eng.º Pedro Peig Dória

O Livro "Cavalos Veiga - Tradição e Actualidade", de Alberto Tavares Barreto, como o seu título expressa, é um historial da famosa coudelaria Veiga, da Quinta da Brôa na Golegã, onde se situa, e da família que lhe deu o ser e continuidade dentro da mesma linha de criação da sua raça pura e representativa dos antigos cavalos da Lusitânia. Este livro é além disso, uma amena visita à casa e à Quinta da Broa, à sua coudelaria e à sua ganadaria, um salutar convívio de quase dois séculos com Rafael José da Cunha, e os seus descendentes. Esta obra profusamente ilustrada apresenta os célebres Cavalos Veiga desde o início da coudelaria até aos nossos dias.

Nº Páginas: 344 Formato: 170x240 mm P.V.P. 38,40 + 5,00 € portes Dedicado a todos os que lidam com cavalos, sejam cavaleiros, criadores, médicos veterinários, estudantes ou simplesmente admiradores deste animal, este é o mais completo e actualizado livro, ricamente ilustrado com fotografias a cores. Aborda as mais diversas áreas de estudo, como a anatomia, a fisiologia, a biomecânica do cavalo relacionada com a prática de equitação, os diversos tipos de conformação, os principais defeitos de aprumo, as taras mais frequentes e os diversos tipos de pelagens e respectivas particularidades. Dada a relevância deste manual prático, a Federação Equestre Portuguesa e a Escola Nacional de Equitação recomendam esta edição como uma ferramenta indispensável para todos os partilham um interesse especial pelo cavalo.

Este volume, tal como esclarece o subtítulo, constitui uma abordagem pessoal da teoria e da prática aplicáveis às Selas 5, 6 e 7 do programa de formação promovido e posto em prática pela Escola Nacional de Equitação, no âmbito da Federação Equestre Portuguesa. Na sequência do anterior (Selas 1, 2, 3 e 4) que tratou da fase PRELIMINAR do ensino equestre, destina-se este, agora com outras características e maior desenvolvimento, a tratar da decisiva fase do ensino ELEMENTAR de cavaleiros e cavalos (Selas 5, 6 e 7) e sua transição para a fase seguinte, o ensino ou equitação COMPLEMENTAR que abarcará as Selas 8 e 9. N.º Pág: 192 Formato: 170x240 mm PVP: Capa dura 30,00+ 5,00 € portes de envio Capa brochada 25,00 + 5,00 € portes de envio

NOVA Nº Pág: 168 Formato: 250 X 320 mm ENTRADA PVP: 40€ com oferta dos portes de envio

O CAVALO COMO MEIO TERAPÊUTICO

SOBERANO LUSITANO

Autores: José Manuel Corrêa e Luís F. Afonso dos Santos Nunes

Autor: Rui Esteves Costa

MANUAL DO CAVALO: AQUISIÇÃO, SAÚDE, RAÇAS

É um livro que faz uma descrição acessível mas rigorosa da terapia com cavalos. De entre as formas de reabilitação sobressai esta terapia, que vem apresentado resultados muito positivos na recuperação de inúmeras patologias. Abordamse as modalidades de recuperação equestre mais utilizadas entre nós: a hipoterapia, a equitação terapêutica e a atrelagem adaptada. Procura-se transmitir as noções de carácter teórico, mas sobretudo os aspectos de natureza prática, os saberes que a experiência retocou e aperfeiçoou, como acontece no Centro de Hipoterapia de Almada, com as suas competentes equipas multidisciplinares de técnicos cada um com a sua formação e papel. É uma obra que alcança todos os que se interessam por esta problemática, independentemente da sua origem profissional.

O romance de homenagem a um dos maiores patrimónios nacionais, o cavalo lusitano. Soberano, cavalo lusitano, nasce na Golegã. Em Sevilha, encontra aquele que será o seu grande companheiro de aventuras, Paco Montés, um jovem cavaleiro, que faz furor arrojando na arte de tourear. Mas o destino dos dois vai levá-los até ao Brasil, terra dos maiores compradores da raça. No Rio de Janeiro, Paco conhece Florena, a mulher que mudará o rumo da história do cavaleiro e do seu inseparável cavalo.

Nº Pág: 118 Formato: 175x240 mm PVP: 13,00 + 2,90 € portes de envio

Nº Pág: 152 / Formato: 150x230 mm PVP: 13,90 € oferta portes de envio

REVISTA EQUITAÇÃO

Neste livro de consulta, condensa-se o conhecimento necessário sobre as raças - documentadas com fotografias -, a natureza do cavalo, as pelagens, a conformação, o andamento e muito mais, para além de se proporcionar uma série de conselhos preciosos relativos à compra, ao maneio e à saúde daquele que nos considera um seu congénere. A obra foi traduzida directamente do alemão por Fernando J.O. Ribeiro, professor de literatura alemã e amante do universo equestre, e foi revista tecnicamente por João Pedro da Costa Pereira, médico-veterinário, ambos sócios da SHP (Sociedade Hípica Portuguesa). Nº Pág: 256 Formato: 160x200 mm PVP: 14,99 + 5,00 € portes de envio

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PROGRAMA 146 20 DE DEZEMBRO Treino de Equitação de Trabalho com Pedro Torres e Bruno Pica da Conceição

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PROGRAMA 148 3 DE JANEIRO Resumo dos melhores momentos da época desportiva 2013

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PROGRAMA 151 24 DE JANEIRO Treinos de Dressage ministrados pelo cavaleiro olímpico Carlos Pinto

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PROGRAMA 153 7 DE FEVEREIRO Circuito Indoor de Saltos de Obstáculos Riatour (Aveiro)

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PROGRAMA 154 14 DE FEVEREIRO PET Festival (Lisboa)


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