Economia e Desenvolvimento 34

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Educação

Goiás lidera ranking do Ideb no Ensino Médio

Ano XIV - Nº 34 - Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 - www.segplan.go.gov.br

Planejamento 2015-2018

goiás no rumo certo Plano estratégico do Governo para os próximos quatro anos focaliza, em todas as suas ações e realizações, a melhoria da qualidade de vida da população goiana

Oscar Niemeyer

Espaço multiuso de cultura, esporte e lazer

Infraestrutura Goiás, um canteiro de obras


Conteúdo

Expediente Planejamento 2015-2018

Para Goiàs avançar mais pág.

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Lei de meios

Orçamento do Estado chega a R$ 23,5 bilhões em 2015 Desburocratização

Hora de eliminar entraves das ações governamentais

Governador do Estado de Goiás: Marconi Perillo Vice-Governador: José Eliton Figuerêdo Secretário de Gestão e Planejamento (Segplan): Leonardo Moura Vilela Superintendente Executivo: Otávio Alexandre da Silva Chefe de Gabinete: Francisco Teixeira Lobo Chefe de Gabinete Adjunto de Gestão: Maria Christina de Azeredo Costa Reis Chefe de Gabinete Adjunto de Planejamento, Qualidade dos Gastos e Investimentos: Júlio Paschoal Chefe de Gabinete de Gestão de Serviços Públicos e Qualidade no Atendimento: Joacir Albernaz Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB): Chefe: Líllian Maria Silva Prado Superintendente: Aurélio Trancoso

Município em foco

Superintendência de Gestão, Planejamento e Finanças: Gustavo de Pina Dias Adorno Superintendência Central de Planejamento: Bruno Garibaldi Fleury Superintendência de Orçamento e Despesa: Gilson Geraldo Valério do Amaral Superintendência Central de Administração de Pessoal: Lilian Milhomens Superintendência de Gestão de Resultados: Regina Simon Yazigi Superintendência da Escola de Governo Henrique Santillo: Liliane Morais B. de Sá Superintendência de Tecnologia da Informação: Hercílio Francisco Cândido Júnior Superintendência de Patrimônio do Estado: Liliane Maria Cruvinel Siqueira Peu Superintendência de Modernização Institucional: Janine Almeida Silva Zaiden Superintendência de Vapt Vupt e Atendimento ao Público: Bruno Perillo Superintendência de Suprimentos e Logística: Antônio Eurípedes de Lima Superintendência do Fundo de Financiamento do Banco do Povo: Leonidas Lima Neto

Educação

Chefia de Advocacia Setorial: Wagner Mendonça Comunicação Setorial: Solange Maria Franco

Conjuntura

IMB se consolida como centro de pesquisas e estudos Riqueza

PIB de Goiás mostra força e vai R$ 123,9 bilhões em 2012 Atração de investimentos

Estado não para de crescer Comércio e lazer

A força dos shoppings Empreendimento

Fujioka, uma empresa que retrata a história de Goiás Goiânia-Anápolis

Nova rota tecnológica Profissionalização

Bolsa Futuro supera meta Agropecuária

Produção e produtividade em alta Cristalina, celeiro de Goiás Goiás lidera ranking do Ideb no Ensino Médio Universidade

UEG amplia oferta de bolsas para quem precisa Escola de governo

Cursos à distância interiorizam conhecimento Infraestrutura

Goiás, um canteiro de obras Municipalização

Ações múltiplas da Sicam beneficam todo o Estado Credi Vapt

Crédito com juro baixo para quase 100 municípios Vapt Vupt

Em 15 anos, mais de 100 milhões de atendimentos Icms ecológico

Preservação ambiental com valorização da natureza Desenvolvimento regional

Goiás ganha o Terminal Turístico Lago das Acácias Saúde

Hospital Hugo 2, uma obra de R$ 208 milhões

CONSELHOS Conselho Estadual de Políticas Salariais e Relações Sindicais Secretária-executiva: Helena Almeida Barbosa Conselho Estadual de Investimentos, Parcerias e Desestatização (Cipad) Secretário-executivo: Wanderlino Teixeira de Carvalho Conselho Estadual de Desburocratização Secretária-executiva: Lara Borges Ferreira Promotoria de Liquidação - Proliquidação Presidente: Jailton Paulo Naves ÓRGÃOS JURISDICIONADOS Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos - AGR Presidente: Luiz Maronezi Agência Goiana de Desenvolvimento Regional - AGDR Presidente: Danilo Martins Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás - Ipasgo Presidente: Francisco Taveira Neto Goiás Previdência - Goiasprev Presidente: Marlene Alves de Carvalho Vieira Agência de Fomento de Goiás S.A. - GoiásFomento Presidente: Humberto Tannús

Segurança pública

Projeto Olho Amigo para prevenir a criminalidade Proteção social

Fortalecida, OVG amplia ações em todo o Estado Goias criativo

Foco econômico nas atividades de cultura e lazer Oscar Niemeyer

Espaço multiuso de cultura, esporte e lazer Belezas naturais

Turismo ganha impulso na Chapada dos Veadeiros TV Brasil Central

Digitalização a caminho ARTIGO

Goiás, o Estado da Educação

Edição e Coordenação Editorial: Sônia Ferreira Braga de Araújo Redação: Carla Borges, Lúcia Monteiro, Mariza Santana, Paulo Lício, Ricardo César, Marcondes Franco Filho, Deusmar Barreto, Brenno Sarques, Edson Wander, Divina Eterna Rosa e Sônia Ferreira Braga de Araújo Fotos: Segplan / Governadoria / Educação / Saúde / Sectec / SSP / OVG / Agetop e outros órgãos da administração estadual e empresas Projeto gráfico, diagramação e impressão: Safra Comunicação Tiragem: 50.000 exemplares Pedidos e correspondência: Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan) Palácio Pedro Ludovico Teixeira, nº 400, 7º Andar, Centro Goiânia, Goiás, CEP: 74015-908 - Tel.: (62) 3201-5751/3201-5739 E-mail: revista@segplan.go.gov.br / www.segplan.go.gov.br Facebook: facebook.com/segplan.GO / Twitter: @segplanGO


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Estado necessário Marconi Perillo

Esta administração ficará registrada na história de Goiás como a mais realizadora de até então. Sem desconhecer as importantes obras e programas legados por nossos antecessores, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que nenhum governo atuou, num mesmo mandato, em tantas áreas diferentes, buscando e promovendo as soluções para desafios de todos os tamanhos, em todas as esferas da vida dos goianos. O resultado desse trabalho só foi possível graças ao apoio, à confiança e principalmente ao trabalho de cada um dos 6,4 milhões de goianos. O conjunto de obras e programas implantados nesta gestão tem a marca da parceria e da permanente interlocução com prefeitos, parlamentares, Poder Judiciário, Ministério Público, entidades da sociedade civil organizada e a população de modo geral.

Em Goiás, estamos promovendo o Estado necessário, voltado para o crescimento econômico que gere emprego e renda, para o desenvolvimento social que proteja os cidadãos menos favorecidos e para os serviços públicos de qualidade que facilitem a vida de nossos cidadãos.

Marconi Perillo Governador do Estado de Goiás

Com planejamento, determinação e trabalho, superamos as dificuldades e criamos as condições necessárias para promover os maiores investimentos da história das administrações públicas de Goiás. Foram mais de R$ 6,5 bilhões aplicados na manutenção, construção, reconstrução, duplicação e iluminação de rodovias; na reforma e construção de escolas; na radical reestruturação do atendimento à saúde pública; no efetivo e inteligente enfrentamento da violência; na recuperação e na construção de centros de cultura, esporte e lazer; na habitação; no saneamento básico; e na ampliação da rede de proteção social, com foco nos programas capazes de promover a emancipação de nossos cidadãos. Reestruturamos e ampliamos as políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento, atraindo

mais de R$ 40 bilhões em novos investimentos privados. Nesses quatro anos, a economia de Goiás manteve-se na rota do crescimento sustentável, produzindo riquezas e gerando empregos sempre acima da média nacional. Desde 2011, foram criados 253 mil empregos, o equivalente a um quarto de todos os postos de trabalho abertos desde 1999. As obras e os investimentos desta administração – que prosseguirão no próximo mandato – permitirão à economia de Goiás dar um novo salto nos próximos anos. A força do impulso em direção a essa nova fase dependia ainda, fundamentalmente, de um novo choque de modernidade na máquina administrativa, de forma a torná-la mais eficiente, mas abrangente na oferta de serviços e mais próxima da população. É justamente esse o objetivo da reforma administrativa que apresentamos neste mês de novembro. Goiás mais uma vez larga na frente ao propor esta ampla reorganização do Poder Executivo, reduzindo de 16 para 10 a quantidade de secretarias finalísticas e em mais de 16 mil o número de cargos comissionados, de contratos temporários e de funções gratificadas. A reformulação da estrutura administrativa abrirá caminho para uma economia de, no mínimo, R$ 300 milhões por ano, recursos que serão aplicados na execução do Plano de Governo. Com isso, também estamos nos antecipando a eventuais perdas de arrecadação tributária em decorrência do tímido crescimento da economia brasileira nos últimos anos – e que, segundo a previsão do mercado e dos economistas, deve se prolongar por mais algum tempo. As medidas atestam a preocupação deste Governo com a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços públicos, bem como o compromisso com a continuidade do desenvolvimento social, econômico, científico, tecnológico e cultural e dos investimentos em infraestrutura, meio ambiente, saúde, educação e segurança pública. A reestruturação da máquina administrativa reforça ainda nossa preocupação com o enxugamento e a racionalização do gasto público, por meio de drástica redução das despesas correntes.


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Goiás no rumo certo do desenvolvimento Leonardo Moura Vilela

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uito já se fez e mais ainda está se fazendo em 2014, pelo governo Marconi Perillo, tanto nas áreas de infraestrutura e de economia quanto no campo social, visando avanços regionais e do Estado como um todo. Goiás, com o atual Governo, foi transformado em um visível canteiro de obras, gerando transformações. Consequentemente, mais qualidade de vida ao cidadão, contemplando todas as camadas sociais, em especial às menos favorecidas. É o Governo estadual balizado pela experiência, ousadia e modernidade, valorizando a pessoa humana, desde os recém-nascidos até os idosos. Inserido neste contexto encontra-se o servidor público, valorizado, qualificado pelos cursos oferecidos pela Escola de Governo

"Administrar, modernizar, aprimorar, investir, implementar, incrementar, construir e transformar, além de reformar e ampliar, são os verbos de concretizações deste Governo, em prol do desenvolvimento socioeconômico do Estado

Leonardo Vilela Secretário de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás

Henrique Santillo, bem como pelo modelo meritocrático e pelo bônus por resultados. Investese no potencial do servidor, em função de uma boa gestão pública. Prova é que o índice de satisfação da população já se abeira dos cem por cento. Melhorar a vida das pessoas, aliás, é o propósito e a meta de trabalho do governador Marconi Perillo. Qualificação da vida e resgate da cidadania, inclusão social e combate às desigualdades sociais e econômicas. Administrar, modernizar, aprimorar, investir, implementar, incrementar, construir e transformar, além de reformar e ampliar, são os verbos de concretizações deste Governo, em prol do desenvolvimento socioeconômico do Esta-

do. Por excelência, a modernização da máquina administrativa, pautada por uma gestão transparente e focada em resultados que beneficiem, concretamente, a população, a sociedade e o próprio Estado de Goiás. Concluindo-se o ano de 2014, vale destacar o volume de obras consistentes e de real importância para o Estado e a sociedade goiana. São obras essenciais, de uma gestão planejada, ousada, criativa e dinâmica, transformando o perfil do Estado de Goiás, que registra um dos maiores índices de crescimento econômico e desenvolvimento social do País. Ampliou-se a conjuntura econômica, com índices acima da média nacional, e promoveram-se melhorias sociais a partir de políticas públicas bem delineadas. Somam-se a isso as positivas projeções do Produto Interno Bruto (PIB) e da balança comercial goiana, rompendo fronteiras e conquistando espaços no cenário internacional. Vale, com efeito, ressaltar alguns dos investimentos realizados pelo Governo de Goiás em áreas vitais do Estado: saúde, educação, moradia, transporte urbano, segurança pública, saneamento básico, malha viária, meio ambiente, fomento ao turismo, cultura, esporte e lazer. Estão aí as reformas, ampliações e construção de hospitais (Hugo, Hugo 2 e a extensão deste atendimento médico de urgência em cidades do interior); as reformas do Hospital Geral de Goiânia (HGG) e do Hospital Materno Infantil, reforma e humanização do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), que recebeu menção honrosa do Ministério da Saúde. Estão aí os Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs) e o Centro de Reabilitação e Readaptação (Crer), os Centros de Referência Estadual de Igualdade (Creis); o Programa Cheque Mais Moradia, a Renda Cidadã beneficiando milhares de famílias de baixa renda, o Projeto Criança Cidadã da OVG; as melhorias do Eixo Anhanguera, o Passe Livre Estudantil, o Bolsa Futuro, o Bolsa Universitária, os avanços da UEG, as reformas de mais de


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mil unidades escolares e a educação em Goiás ocupando o 5º lugar no ranking do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Estão aí os investimentos e as obras no setor viário do Estado, com a pavimentação e duplicação de rodovias, construção de pontes, viadutos e passarelas. E os recursos para a Celg, a reforma do Estádio Serra Dourada, o resgate do Autódromo Internacional de Goiânia, a construção em andamento do Centro de Excelência do Esporte, com parque aquático e o novo Estádio Olímpico; a Patrulha de Desenvolvimento Regional, a excelência do Vap Vupt, revolucionando o serviço público. Estão aí as linhas de crédito e estímulo às micro e pequenas empresas, os estímulos financeiros do Banco do Povo, do Credi Vapt, do Credi PAI; a produção de medicamentos pela Iquego, a normalização do Ipasgo; o Centro de Convenções de Anápolis, a Plataforma Logística e o Aeroporto de Cargas também em Anápolis. E os novos conceitos de gestão penitenciária, bem como, em andamento, a humanização dos presídios. E ainda: a consolidação de grandes projetos na área de mineração, apoio e crescimento do setor sucroenergético, ampliando a produção de etanol; o fomento da indústria e comércio, do agronegócio. Os suportes necessários aos setores produtivos, o fortalecimento, enfim, da economia goiana. Assim, mudanças fundamentais e modernização, aliadas ao somatório de obras já realizadas e outras em fase de conclusão, pautaram as ações governamentais em 2014. Fechase o ano com essas obras vitais para o desenvolvimento do Estado, e nos próximos quatro anos o Governo, reeleito pela vontade popular, fará ainda mais, resgatando, mais que promessas, os seus compromissos de campanha. É inegável, portanto, que Goiás avançou muito neste período de governo que se encerra, e, não paire dúvida, continuará avançando em 2015. Agora, nas palavras do nosso Governador, “é tempo de consolidar os feitos e avançar para novas conquistas”. Agora será o enfrentamento de novos desafios, de novas ações e mais transformações socioeconômicas. Continuidade e aprofundamento de ações, inserção de Goiás, definitivamente, na era tecnológica, como quer Marconi Perillo, aprimorando ainda mais os serviços públicos e democratizando o acesso do cidadão, usuário e objetivo maior da administração que se faz e se quer cada vez melhor. Para 2015, o compromisso do Governo estadual é trilhar caminhos de progresso que man-

tenham Goiás no rumo certo, com alvissareiras perspectivas de um futuro melhor para todos. O que se espera — e se terá — para os próximos quatro anos é um Governo compromissado com o cidadão, como tem sido, desde o início de sua primeira gestão, em 1999. O caminho agora é cumprir as propostas de sua recente campanha política, dialogando mais com o cidadão, ouvindo-lhe os anseios, e realizando obras que sejam sinônimos de mais qualidade de vida para todos. Os próximos quatro anos serão, certamente, consolidados como os melhores do Governo Marconi Perillo, profundamente compromissado com o povo goiano, que lhe confiou novas esperanças e o consagrou nas urnas para um quarto mandato. Alicerçado em sua experiência de gestor transparente e interativo, de relevância à participação popular, Marconi Perillo vai cumprir o seu plano de Governo para 2015. É um alentado plano de

A meta, para além do enxugamento dos gastos estatais, sem prejudicar o Goveno, e das novas obras transformadoras que virão, é fazer de Goiás referência nacional em administração pública Governo, abrangente, focado na visão de Goiás como um Estado de inovação e qualidade de vida, e com a missão de avançar ainda mais e de modo geral, numa linha exemplar de gestão pública, até servindo de modelo para outros estados brasileiros. Em 2015 haverá um processo de inovação tecnológica, por meio de excelentes serviços públicos e infraestrutura de qualidade, com uma agenda estratégica e eixos estruturantes desdobrados em ações que, por suas vezes, se desdobrarão em programas e projetos, contemplando o desenvolvimento humano e social, econômico, urbano, ambiental e administrativo. O Governador Marconi Perillo quer ainda mais eficiência de gestão e foco na rapidez de resultados ainda mais rápidos. Reduzir, inclusive, o tamanho da máquina administrativa, conter gastos, enxugar as contas do Governo e aplicar em novas obras voltadas para o desenvolvimento. Mudanças, enfim, que a população quer e espera a partir do próximo ano. A meta, para além do enxugamento dos gastos estatais, sem prejudicar o Goveno, e das novas obras transformadoras que virão, é fazer de Goiás referência nacional em administração pública.


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Planejamento 2015-2018

Para Goiás avançar mais Plano estratégico do Governo para os próximos quatro anos focaliza, em todas as suas ações e realizações, a melhoria da qualidade de vida da população goiana

O

desenvolvimento econômico e social de um município, de uma região, de um Estado e mesmo do País depende, fundamentalmente, do planejamento estratégico do poder público e das políticas por ele adotadas. O conjunto de ações desenvolvidas de modo articulado e solidário, com implementação das parcerias e da cooperação, é capaz de estimular as atividades produtivas em todos os níveis, criar ambiente favorável ao crescimento econômico, gerar mais emprego e renda e, como consequência, proporcionar avanços econômicos e sociais para a população. No campo da gestão pública, o planejamento é de suma importância, uma vez que os gestores públicos devem ter sensibilidade, capacidade e vontade política para aplicar de forma criteriosa e transparente os recursos que são provenientes de toda a sociedade. A cada ano que passa, as justas demandas da população crescem em ritmo bem mais acelerado que a disponibilidade de recursos nos orçamentos governamentais. É nesse contexto que os administradores públicos precisam ter discernimento, capacidade técnica e disposição política

O PPA é peça fundamental para fazer a ligação de uma gestão à outra, evitando superposição de ações e desperdício de recursos públicos para alinhar as prioridades e oferecer aos cidadãos serviços de qualidade cada vez melhor, suprindo as múltiplas demandas sociais.

Prática continuada

Em Goiás, o planejamento estratégico do Governo Estadual é uma realidade. Se muito foi possível realizar nos últimos anos, com avanços significativos na ampliação e modernização da infraestrutura logística, na melhoria da educação e da saúde, na segurança pública e na manutenção de programas sociais abrangentes, tudo isso foi consequência de estratégias bem articu-

ladas, com participação de todos os segmentos organizados da sociedade, implementadas de forma eficiente, com foco nos interesses dos cidadãos. Em cada período eleitoral, como ocorreu este ano, é comum os candidatos aos cargos majoritários apresentarem suas propostas, discuti -las com a população e, após o pleito, aprofundarem os estudos para a consolidação do planejamento estratégico que será executado ao longo dos quatro anos seguintes. Essas propostas são pormenorizadas pelos técnicos governamentais e, no primeiro ano de cada período administrativo, é elaborado o Plano Plurianual, também conhecido como PPA, que alinha todas as ações e realizações a serem implementadas nos anos seguintes. Elaborado no primeiro ano do mandato, a validade do PPA se estende até o primeiro ano do mandato seguinte, justamente para que as ações e realizações não tenham solução de continuidade no momento em que entra um governante novo, ou seja, o PPA é peça fundamental para fazer a ligação de uma gestão à outra, evitando superposição de ações e desperdício de recursos


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públicos em programas, projetos e obras que porventura possam ser interrompidos ou abandonas pelo governante seguinte. Ao longo dos quatro anos, o PPA passa por ajustes e revisões, de modo a atender demandas e prioridades extemporâneas ou necessidades mais urgentes. Os orçamentos anuais (Lei Orçamentária Anual) é que dão suporte à execução orçamentária e financeira pela qual o administrador público realiza as obras, desenvolve os programas e projetos e sustenta as demais despesas como pagamento da folha de pessoal, manutenção da máquina administrativa e pagamento de encargos (principal e juros) da dívida pública.

Compromisso com a qualidade de vida Ainda como candidato à reeleição, o Governador de Goiás, Marconi Perillo, reafirmou seu compromisso de trabalhar para a melhoria da qualidade de vida do povo de Goiás. Reeleito para o quarto mandato, mantém a mesma premissa e, juntamente com sua equipe, trabalha firmemente para detalhar o plano governamental e o planejamento estratégico que vai nortear as ações do Governo Estadual nos próximos quatro anos. "Se Goiás vive hoje momentos e situações Wagnas Cabral

que são bem melhores que há quatro anos, tenho convicção de que daqui a quatro anos Goiás estará muito melhor, com mais oportunidades e melhor qualidade de vida para todos os cidadãos", enfatiza o chefe do Executivo. Marconi Perillo embasa sua afirmação nas conquistas consolidadas com a plena execução do Plano de Governo idealizado para o quadriênio 2011-2014, mas ressalva que é necessário continuar avançando. Segundo ele, é preciso continuar investindo na melhoria permanente dos serviços públicos, na realização de obras de infraestrutura, na qualidade e produtividade dos segmentos produtivos de Goiás e na capacitação dos trabalhadores goianos. “Os eixos centrais do novo Governo serão o combate à desigualdade e ampliação de oportunidades para todos. Para isso vamos apostar em um salto qualitativo de tecnologia, colocando essa ferramenta a serviço da qualidade de vida das pessoas”, argumenta o governador. A revista Economia & Desenvolvimento destaca, de forma sucinta, as principais diretrizes de ação do planejamento estratégico do Governo Estadual para os próximos quatro anos. Ao longo do tempo, os ajustes são necessários, de modo a corrigir rumos, redirecionar ações e adequar o Plano de Governo às necessidades mais prementes que vão surgindo. Foram definidos cinco eixos de desenvolvimento, articulados entre si, que abrangem todas as áreas da administração pública. Veja quadro.

Marconi: planejamento para Goiás avançar mais nos próximos quatro anos


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MAPA ESTRATÉGICO - GOVERNO DE GOIÁS EIXOS ESTRATÉGICOS DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Educação

Agricultura, Pecuária e Pesca

Promover uma educação com gestão inteligente, novas metodologias e ferramentas de ensino, valorização dos professores e maior participação dos alunos e da família.

Fortalecer as cadeias produtivas do agronegócio, fomentando a tecnologia, a qualidade e a sustentabilidade da produção agrícola, pecuária e aquícola.

Saúde Promover serviços de saúde de qualidade com foco na excelência do atendimento das pessoas através da valorização dos profissionais de saúde, de melhoria da tecnologia e da infraestrutura.

Indústria, Comércio & Serviços, Mineração e Exportação Promover a competitividade dos setores produtivos industrial, comercial, de serviços e mineral, proporcionando um ambiente propício ao empreendedorismo e estímulo à exportação.

Segurança e Administração Penitenciária

Turismo

Fortalecer o sistema de segurança pública visando a redução da criminalidade, a diminuição da sensação de insegurança e o aumento da confiança da população nas instituições.

Aprimorar a atratividade, a infraestrutura, os serviços e a promoção dos destinos turísticos.

Cidadania, Trabalho e Equidade Social Combater as desigualdades promovendo a justiça social, a cidadania e o respeito à diversidade e ao pluralismo, por meio da geração de oportunidades adequadas para todos. Cultura, Esporte e Lazer Proporcionar aos cidadãos o amplo acesso à cultura, ao esporte e ao lazer.

Ciência, Tecnologia e Inovação Alcançar altos índices de produtividade promovendo um ambiente de estímulo à inovação, à ampliação do uso de tecnologia e ao desenvolvimento profissional das pessoas. Desenvolvimento Regional Promover o desenvolvimento socieconômico das comunidades regionais, incentivando a implantação de infraestrutura e empreendimentos para regiões com vocação econômica definida ou menos desenvolvidas.


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4Visão Goiás, um Estado de inovação e qualidade de vida

4Missão Melhorar a qualidade de vida dos goianos, promovendo o desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural, através de excelentes serviços públicos e infraestrutura de qualidade.

4Sociedade Qualidade de vida - Cidadania Sustentabilidade - Serviços Públicos de Excelência - Equilíbrio Regional

DESENVOLVIMENTO URBANO E INFRAESTRUTURA

DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL

GOVERNANÇA / GESTÃO PÚBLICA

Economia Verde

Transparência e Comunicação

Investimento, Transporte e Logística Investir na expansão e na conservação da infraestrutura rodoviária e aeroportuária do Estado, além de apoiar a implantação de projetos de ferrovias, hidrovias, dutovias e sistemas de armazenagem.

Estimular o crescimento da economia verde baseada em processos produtivos sustentáveis e a valorização da responsabilidade socioambiental de consumidores e empreendedores.

Aperfeiçoar as práticas de prestação de contas e comunicação das ações do Governo.

Desenvolvimento Urbano

Recursos Hídricos

Assegurar a melhoria da qualidade de vida nas cidades, investindo em saneamento básico, habitação popular e mobilidade urbana.

Investir na proteção e conservação dos suprimentos de água, estimulando o consumo eficiente e o acesso democrático aos múltiplos usos pela sociedade.

Energia Assegurar o suprimento energético necessário ao desenvolvimento socieconômico de Goiás, como foco na ampliação da rede de transmissão e distribuição, na eficiência energética e na produção de energia limpa e renovável. Infraestrutura Pública Ampliar o investimento na construção, expansão e melhoria da infraestrutura dos próprios bens públicos do Estado. Conectitividade Inovar e massificar o uso da conectitividade, promovendo oportunidades de melhorias em serviços públicos e de desenvolvimento socieconômico.

Biodiversidade e Preservação do Solo

Planejamento Utilizar uma abordagem sistêmica no planejamento dos programas e projetos. Gestão Aperfeiçoar a gestão pública com foco em resultados e excelência na prestação de serviços. Finanças

Fortalecer as ações de proteção e regeneração da biodiversidade, as unidades de conservação do Estado e a preservação do solo do bioma Cerrado.

Aplicar os recursos financeiros de forma sustentável e regular.

Prover ao servidor condições favoráveis para o alcance de suas metas e propiciar a autorealização profissional.

Clima Estimular a redução da emissão de CO2 da atmosfera, implementando ações preventivas e corretivas relacionadas às mudanças climáticas.

Pessoas

Atendimento Alcançar altos índices de satisfação da população com os serviços públicos.


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Grandes eixos estruturantes

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planejamento do Governo Estadual para os próximos quatro anos foi estruturado em cinco grandes eixos estruturantes, que abrangem todas as ações, programas e projetos das áreas de Desenvolvimento Humano e Social, Desenvolvimento Econômico,

Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura e Desenvolvimento Ambiental. Foi trabalhando também o eixo administrativo, que é o da Governança, focado especialmente na gestão pública, que deve ser eficiente e focada na melhoria da qualidade de vida do cidadão.

No eixo estruturante do Desenvolvimento Humano e Social foram inseridas todas as ações ligadas à educação; saúde; segurança pública e administração penitenciária; cidadania, trabalho e equidade social; cultura esporte e lazer. Já o grande eixo Desenvolvimento Econômico

DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL Educação

Saúde pública

Apoio à criança e ao adolescente

. Promover a valorização contínua dos profissionais; investir na formação continuada dos professores e fortalecer a escola de formação dos professores . Fortalecer a interatividade entre escola, aluno, família e a sociedade com a criação do Programa Escola Junto de Você . Investir mais na melhoria da infraestrutura escolar; climatizar as salas de aula e ampliar a oferta de banda larga . Construir quadras esportivas cobertas em todas as escolas públicas estaduais . Fortalecer e universalizar o Programa Escola Digital e ampliar as escolas de tempo integral . Investir na melhoria da gestão das escolas em busca da melhoria da qualidade do ensino UEG

. Ampliar a valorização dos profissionais de saúde, investir na capacitação e fortalecer as regionais de saúde . Criar o Programa Saúde Junto de Você . Investir na implantação da Saúde Digital . Reforçar o apoio para a rede de atenção primária à saúde e criar os consórcios intermunicipais de saúde . Expandir a rede de ambulatórios médicos de especialidades, fortalecendo o atendimento de saúde de média complexidade . Fortalecer a Rede Hugo e a Rede Credeq . Criar o Programa Dose Certa para distribuição de medicamentos de alto custo . Ampliar o Programa Remédio em Casa para entrega em domicílio de remédios de uso contínuo . Construir e equipar ambulatórios de saúde bucal . Ampliar os investimentos em serviços de diagnósticos de saúde Segurança e administração penitenciária

. Ampliar os Programas voltados para a prática esportiva e manifestação artística de crianças e adolescentes . Expandir as ações voltadas à família, criar unidades móveis de educação profissional . Criar espaços de vivência sociocultural para a população jovem e suas famílias . Ampliar o Programa Meninas de Luz e ampliar, por meio da OVG, a produção de fraldas e enxovais de bebês para jovens de baixa renda . Aumentar a capacidade de atendimento aos jovens nas unidades socieducativas . Ampliar o auxílio nutricional (Programa Pão e Leite) e os benefícios da isenção das taxas de energia e água/esgoto para as entidades filantrópicas Apoio ao idoso

. Ampliar as políticas de valorização de todo o corpo de profissionais da instituição . Expandir o incentivo à inovação, à pesquisa, à extensão, transformando a Universidade em polo de geração de ideias e conceitos do Estado . Fortalecer e modernizar as metodologias e ferramentas pedagógicas e ampliar o Programa de qualificação do ensino e de pós-graduação . Ampliar o investimento na construção de centro de pesquisa e inovação tecnológica, bibliotecas, laboratórios, farmácia-escola e indústria-escola . Expandir investimento em infraestrutura, readequando e ampliando as unidades de ensino, além de construir outras

. Continuar valorizando as carreiras das polícias Militar, Bombeiro Militar, Civil e Técnico-Científica, incluindo formação continuada, aumento de contingente policial e outras ações . Criar o Programa Segurança Junto de Você . Expandir o investimento na melhoria da infraestrutura, da frota e dos armamentos de segurança . Aumentar os investimentos na ampliação, readequação e conservação da infraestrutura penitenciária . Valorizar os profissionais da administração penitenciária com formação continuada, uso de tecnologia e melhoria da gestão

Implantar um centro integrado intersetorial para prevenção, promoção e garantia dos direitos da pessoa idosa . Ampliar e reequipar a Casa do Idoso e o Centro de Convivência do Idoso . Implantar novas unidades de Centros-Dia para acolhimento de idosos, prevenindo situações de negligência e abandono . Expandir o benefício Renda Cidadã para idosos. Ampliar o auxílio nutricional e a isenção de taxas de energia e água/esgoto Apoio às pessoas com deficiência . Ampliar e readequar o Centro de Apoio ao Deficiente, transformando-o em Centro de Referência de Apoio ao Deficiente . Implantar o Centro Dia para pessoas com deficiência e as Residências Inclusivas . Implantar o Centro de Treinamento Esportivo para atletas paralímpicos


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014

inclui ações para incremento da agricultura, pecuária e pesca; indústria, comércio e serviços, mineração e exportação; turismo; ciência, tecnologia e inovação e desenvolvimento regional. No grande eixo estrutura do Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura foram alinhadas as ações que

focalizam os investimentos, transporte e logística; desenvolvimento urbano; energia e infraestrutura pública. Finalmente, no grande eixo do Desenvolvimento Ambiental foram inseridas ações com foco no meio ambiente e mudança climática; recursos hídricos e economia verde. No âm-

bito do grande eixo da Gestão Pública foram listadas as ações de transparência pública; gestão de finanças; gestão institucional e comunicação. O quadro mostra o detalhamento das medidas propostas e que vão nortear as atividades governamentais ao longo dos próximos quatro anos.

. Fortalecer projeto da OVG de fabricação de cadeiras de rodas, andadores e muletas Apoio à mulher, às minorias e aos direitos humanos

. Criar o Programa Economia Produtiva e Solidária . Fortalecer as atividades de formação técnica e profissionalizante de famílias beneficiárias dos Programas sociais . Implantar o Programa Cidadania Junto de Você para maior interatividade do Governo com a sociedade . Implantar o Observatório Social e fortalecer o Sistema Unificado de Assistência Social . Apoiar os municípios em políticas de assistências às pessoas e famílias mais carentes Subsídio Cidadão

de dependentes químicos . Concluir a construção e colocar em operação os cinco Credeqs . Desenvolver o Centro Estadual de Avaliação Terapêutica de Álcool e Outras Drogas e implantar a Caravana Anjos Urbanos . Fortalecer todas as políticas públicas e Programas de prevenção e repressão ao tráfico de drogas e armas ilegais Cultura

. Ampliar a Casa Abrigo da Mulher Goiana . Ampliar o número de unidades móveis de atendimento às mulheres vítimas de violência no campo . Implantar novos núcleos de atendimento à mulher e expandir as delegacias especializadas da mulher . Fortalecer o Centro de Referência da Igualdade (Crei) . Fomentar o desenvolvimento econômico e social da comunidade negra com projetos de apoio aos micro e pequenos empresários e projetos de economia solidária . Criar o Observatório da Igualdade com banco de informações relativo às questões de gênero, igualdade racial e diversidade sexual Apoio à juventude . Investir na redução do índice de vulnerabilidade juvenil . Expandir o Programa Passe Livre Estudantil . Ampliar o Programa do Primeiro Emprego Jovem Cidadão e outros Programas de empregabilidade . Desenvolver o Programa Renascer para recuperação e integração social de jovens envolvidos em atos infracionais, além de adotar medidas de prevenção Renda Cidadã, Economia Solidária e Cidadania Junto de Você . Fortalecer o Programa Renda Cidadã

. Ampliar os subsídios ao transporte coletivo urbano, com gratuidade para estudantes e idosos . Ampliar a Rede Restaurante Cidadão com preços subsidiados Bolsa Universitária . Expandir o Programa Bolsa Universitária ampliando o número de estudantes atendidos Formação e capacitação para o trabalho . Fortalecer o Programa Bolsa Futuro . Ampliar as ações de inclusão digital dos trabalhadores . Desenvolver o Centro Avançado de Atendimento ao Trabalhador . Ampliação da Rede de Atendimento ao Trabalhador e fortalecimento da parceria com o Sine-Goiás Enfrentamento às drogas . Ampliar o auxílio às instituições que atuam nas áreas de prevenção e tratamento

. Implantar o Programa Cultura Junto de Você e criar a Virada Cultural Goiana em parceria com as prefeituras . Ampliar o Projeto Goiás Vira Arte . Fortalecer e fomentar os setores criativos e apoiar os arranjos produtivos locais de cultura . Expandir a política de incentivo fiscal para a cultura com mais apoio às artes cênicas, literárias, dança, música e cinema produzidos em Goiás . Fortalecer os festivais culturais literários, de artes cênicas, de dança, de música e de gastronomia Esporte e lazer Fomentar e fortalecer as Programações esportivas no autódromo de Goiânia, no Estádio Serra Dourada, Ginásio Goiânia Arena e Ginásio Rio Vermelho . Implantar o Programa Esporte Junto de Você . Concluir as obras e colocar em operação o Centro de Excelência do Esporte . Concluir as obras e colocar em operação o Centro de Referência para o Paradeporto . Expandir o Programa Esporte em Ação e ampliar os projetos Atividade (idosos) e Rua de Lazer (crianças e adolescentes)


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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Atividades agropecuárias . Recuperar e incorporar áreas agricultáveis ao processo produtivo . Apoiar o desenvolvimento sustentável da pecuária . Apoiar o incremento da produção de aves e suínos, incluindo a industrialização . Incentivar a piscicultura . Manter e ampliar os investimentos nos Programas de sanidade animal . Reestruturar o setor público agrícola para dar celeridade à solução dos gargalos produtivos . Ampliar a recuperação e conservação das estradas rurais e vicinais Alimentos comunitários, agricultura familiar e orgânica . Fortalecer os Arranjos Produtivos Locais . Apoiar mini, pequenos e médios produtores rurais e fomentar a diversificação de culturas . Expandir os Programas Lavoura Comunitária e Horta Comunitária . Fomentar a produção de alimentos orgânicos Desenvolvimento da economia goiana . Aumentar, fortalecer e diversificar as linhas de crédito e buscar mais recursos do FCO para atender os setores produtivos goianos . Criar fundos de contragarantias e garantias de segundo piso com acesso a juros diferenciados . Criar Programa para incentivo à inovação tecnológica . Melhorar os critérios de incentivos com foco na integração regional com foco na redução das desigualdades . Consolidar a Plataforma Logística Multimodal de Anápolis e apoiar a construção de novos ramais ferroviários . Fortalecer e modernizar os distritos agroindustriais . Aperfeiçoar o Programa de atração de investimentos com a criação de uma agência de atração e promoção de investimentos . Atrair eventos e atividades capazes de fomentar a economia e estimular a participação de Goiás em feiras e eventos . Estruturar e fortalecer as atuais e as novas cadeias produtivas e fomentar o surgimento de novos Arranjos Produtivos Locais . Consolidar o Programa de Certificação de Origem e Qualidade dos Produtos Goianos . Apoiar incondicionalmente as micro e

pequenas empresas com maior oferta de crédito, acesso a mercados, menos tributos e incentivos à inovação tecnológica . Fomentar a economia criativa e o artesanato de Goiás . Implantar o Programa de Fortalecimento das Incubadoras de empresas em parceria com universidades e centros tecnológicos . Em conjunto com o Fórum Estadual das Micro e Pequenas Empresas, consolidar os indicadores de melhoria do ambiente de negócios . Ampliar as missões comerciais internacionais, buscando novos parceiros e ampliando os negócios . Ampliar o alcance da cultura exportadora por meio da capacitação e realização de encontros regionais de comércio exterior . Criar Zonas de Processamento para Exportação em Goiás em conjunto com a iniciativa privada Desenvolvimento da mineração

Cidadão Conectado e Cidadania Digital Já . Ampliar a inclusão social e digital pelo Programa de Banda Larga Popular e expandir as redes de wi-fi em locais públicos . Criar o Programa de Promoção da Eficiência Energética e Energias Renováveis Inovação Tecnológica e Educação Profissional

. Fortalecer o apoio técnico, financeiro e de capacitação aos empreendimentos de mineração . Consolidar os estudos de levantamentos geológicos e criar o Plano Estadual de Mineração . Capacitar o empreendedor e a mão de obra, ampliar o crédito e apoiar o acesso a mercados, além de incentivar a inovação tecnológica Desenvolvimento turístico

. Concluir as obras do Aeroporto de Cargas e da Plataforma Logística Multimodal em Anápolis e colocá-los em operação . Fortalecer a infraestrutura urbana, de transportes e logística, de saneamento, de energia e de telecomunicações, em especial nas regiões menos desenvolvidas . Expandir os investimentos em educação, saúde e segurança nas regiões menos desenvolvidas . Direcionar crédito e incentivos públicos para desenvolver os pólos regionais e ampliar os incentivos diferenciados para os setores rural, industrial, comercial e turístico nas regiões menos desenvolvidas do Estado Desenvolvimento do Entorno do DF

. Implantar o Programa Parques Estaduais Criativos . Fortalecer os festivais culturais literários, de artes cênicas, de dança, de música e de gastronomia e apostar na atração de novos eventos de negócios e turísticos . Estimular a implantação de novas atrações turísticas nos polos já existentes . Fortalecer a ampliar a capacitação empreendedora e da mão de obra, expandir a oferta de crédito, criar facilidades tributárias e incentivar a inovação tecnológica Infraestrutura tecnológica e científica . Ampliar os investimentos no Programa Goiano de Promoção de Ambientes de Inovação (Parques Tecnológicos, Condomínios Empresariais Tecnológicos, Arranjos Produtivos Locais e Incubadoras de Empresas) . Expandir a Rede Goiana de Extensão Tecnológica, a Rede Metrogyn e o Sistema de Meteorologia e Hidrologia de Goiás . Fortalecer os Programas Goiás Conectado,

. Incentivar a implementação dos ambientes de inovação com foco na economia criativa e inovadora . Fortalecer o Sistema Goiano de Inovação (Sigo) . Fortalecer a Fapeg e seus Programas de inovação científica e tecnológica . Expandir a rede de educação profissional com ampliação dos projetos Institutos Tecnológicos, Colégios Tecnológicos, Centros de Educação Profissional e Bolsa Futuro Polos de desenvolvimento regional

. Apoiar a implantação do projeto de ligação ferroviária (trem e/ou VLT) entre Luziânia e Brasília . Fortalecer parcerias com governo federal e governo do Distrito Federal para investimentos em infraestrutura urbana, social, de transportes e logística, de saneamento, energia e telecomunicações na região do Entorno do DF . Concluir as obras e colocar em operação os hospitais de Santo Antônio do Descoberto e de Águas Lindas e construir o Hospital de Urgências do Entorno do DF . Ampliar os investimentos e incentivos no fomento aos polos de desenvolvimento regional e apoiar o empreendedorismo rural, industrial, comercial e turísico na região do Entorno do DF


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DESENVOLVIMENTO URBANO E INFRAESTRUTURA Rodovida e Rodovida Urbano . Ampliar as obras de pavimentação de rodovias, incluindo a conclusão de trechos em andamento, a conclusão de rodovias em duplicação e/ou reconstrução de trechos de rodovias estaduais . Investir em programas de melhoramento e construção de trevos, terceira faixas, acessos, alças, ramais e ligações que facilitem a integração e trafegabilidade . Expandir o programa de investimentos em revitalização, ampliação e modernização de aeroportos nas principais cidades-polo do Estado . Ampliar as construção de anéis viários em cidades-polo do Estado e na construção e/ou reformas de trevos com retornos nas cidades que ainda não contam com este benefício . Construir novas pontes e bueiros em rodovias pavimentadas e substituir pontes de madeira por estruturas de concreto . Expandir os investimentos no projeto Rodovida Urbano para a contínua melhoria da pavimentação asfáltica urbana dos municípios e a reabilitação de vias urbanas Infraestrutura de transporte . Instalar câmeras nas rodovias duplicadas e nas que vierem a ser duplicadas para monitoramento e controle do tráfego 24 horas por dia . Criar o serviço de atendimento ao usuário nas rodovias goianas com a instalação de telefones que permitam a ligação gratuita e direta com equipes da Polícia e do Corpo de Bombeiros . Construir novos pontos de pesagem para evitar e punir o tráfego com excesso de peso, o que acaba por ocasionar o desgaste precoce das estradas . Em parceria com o governo federal, agilizar as obras do Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia; consolidação da Ferrovia Norte-sul e uso sistemático do modal ferroviário; apoiar a construção do trecho Anápolis-Santa Bárbara do Oeste da Norte Sul; apoiar a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste – Fico; apoiar a expansão da hidrovia do Paranaíba-Tietê-Paraná e apoiar ao construção do alcoolduto para escoamento do etanol produzido em Goiás) . Iniciar a modernização do Eixo Anhanguera com a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cujo projeto, licitação e recursos já estão viabilizados, em parceria com o governo federal . Continuar investimentos na construção de novos viadutos e iluminação de rodovias estaduais

Investimentos, parcerias e desestatização . Continuar investindo na realização de parcerias público-privadas, tanto na modalidade de concessão patrocinada quanto na modalidade de concessão administrativa . Expandir a contratação de Organizações Sociais (OSs) e de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) . Fortalecer a realização de contratos de co-gestão com as prefeituras . Ampliar o processo de subdelegação de serviços públicos Habitação popular . Ampliar a construção e reforma de moradias em parceria com governo federal e municípios, por meio dos programas Cheque Mais Moradia, Cheque Reforma e Moradia Rural . Expandir a construção e reforma de equipamentos públicos nos municípios, em parceria com as prefeituras, por meio do Cheque Comunitário . Criar o Cheque Construção Origens, voltado para a população indígena e calunga . Criar o Cheque Construção Emergência voltado para situações de danos provocados pela natureza, como vendavais e enchentes, com regras menos burocráticas . Expandir o programa Casa Legal para novas regularizações fundiárias e escriturações de imóveis de propriedade da população e também investir na capacitação técnica das prefeituras para que promovam a regularização fundiária em áreas municipais Mobilidade urbana e trânsito . Expandir o programa Goiás Sinalizado para melhorar a sinalização nas cidades e apoiar as prefeituras para criar faixas exclusivas de ônibus . Ampliar o projeto de extensão do Eixo Anhanguera, atendendo com qualidade uma quantidade maior de municípios e passageiros . Fortalecer os programas Balada Responsável e Observatório da Mobilidade e Saúde Humana como instrumentos de redução de acidentes de trânsito . Expandir o modal cicloviário ao longo das rodovias estaduais e apoiar as prefeituras na construção de espaços seguros para circulação de bicicletas e até mesmo em projetos de locação de bicicletas públicas nos municípios Saneamento básico . Universalizar o serviço de abastecimento de água tratada em Goiás . Ampliar os investimentos na rede esgota-

mento sanitário, incluindo redes de coleta e tratamento . Fortalecer a Saneago para garantir serviços de excelência à população, incentivando a sua atuação em outras áreas de saneamento básico como gestão de resíduos sólidos e drenagem pluvial . Apoiar os municípios na elaboração de diagnóstico dos sistemas de drenagem, mapeando áreas sujeitas a alagamento e prevenindo enchentes . Apoiar a criação de Consórcios Intermunicipais de Gestão de Resíduos Sólidos e apoiar projetos de gestão de resíduos sólidos em parceria com os municípios e o governo federal Energia . Interagir com governo federal para que a Celg federalizada tenha recursos para investimentos em linhas de transmissão e distribuição de modo a garantir o fornecimento de energia em todo o Estado. E ainda alocar recursos para investimentos no sistema de alta tensão substituindo gradualmente a energia rural monofásica para trifásica . Fortalecer a Celg G&T para geração e transmissão de energia no Estado e exportação para outros Estados . Ampliar as parcerias da Celg Telecom . Racionalizar o uso de energia em prédios públicos e criar incentivos para a melhoria da eficiência energética na agricultura, indústria, comércio e residências . Incentivar a produção industrial em Goiás de componentes utilizados na geração de energia renovável . Apoiar projetos de produção de energia limpa e renovável (biomassa, biogás, eólica, solar e hidroelétrica com a construção de pequenas centrais hidroelétricas), além de apoiar o programa de florestas plantadas Obras civis . Fortalecer os investimentos na readequação e modernização dos prédios públicos . Investir na construção, ampliação, reforma e conservação das escolas estaduais e construção de novas escolas Padrão Século XXI . Construir novos hospitais, ambulatórios de especialidades médicas e centros de reabilitação de dependentes químicos . Investir na construção e reforma dos aeródromos, ginásios/quadras de esportes, creches e terminais rodoviários . Aumentar os investimentos na ampliação, conservação e reforma de delegacias e quartéis


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GESTÃO PÚBLICA Transparência e controle social . Ampliar o acesso digital a todas as informações do poder executivo (despesas, convênios, contratos, notas de empenho, ordens de pagamento) e outras bases de dados abertos . Fortalecer a prática do controle social do governo pela sociedade . Melhorar a usabilidade nos sites do governo para facilitar a busca de informações e a obtenção de serviços na plataforma digital . Implantação da tecnologia do assistente virtual inteligente para facilitar o acesso às informações do governo . Investir na digitalização dos processos administrativos e adotar a assinatura digital para eliminar a tramitação de papéis Excelência dos serviços da administração pública . Ampliar investimentos na melhoria da qualidade, na rapidez e na redução da burocracia dos serviços oferecidos à população . Expandir e modernizar o Vapt Vupt com ampliação dos serviços prestados . Manter a política de valorização dos servidores públicos com capacitação, melhoria salarial e benefícios indiretos . Fortalecer a gestão orçamentária, investindo na qualificação dos gastos e na melhoria da receita . Avançar com os programas de gestão inteligente pela contrata;ão de OSs, Oscips e parcerias público-privadas Captação de recursos, incremento de receitas e qualidade dos gastos . Fortalecer as medidas de equilíbrio das contas públicas e da responsabilidade fiscal

. Continuar aperfeiçoando o sistema de arrecadação e a gestão da fiscalização . Aperfeiçoar o sistema de recuperação de créditos tributários . Manter investimentos em projetos de captação de recursos e de redução de gastos . Ampliar as estratégias de ações de captação de recursos Tecnologia da informação no serviço público e conectividade . Ampliar o Programa E-Gov (Governo Eletrônico), expandir o Vapt Vupt Digital e melhorar a conectividade . Ampliar e massificar o uso da tecnologia da informação . Fomentar a tecnologia da informação e comunicação como instrumento de melhoria da governança na administração pública . Implantar ferramenta para solução corporativa de gestão eletrônica de documentos, reduzindo o uso de papel Advocacia Geral do Estado . Expandir a atuação da Defensoria Pública (capital e interior) . Implantar o processo eletrônico da Procuradoria Geral do Estado e adotar medidas capazes de melhorar todo o desempenho das atividades da PGE Convênios com municípios e apoio às instituições . Ampliar a realização de convênios e parcerias com prefeituras para obras e serviços . Expandir a realização de convênios e parcerias com entidades, instituições filantrópicas, hospitais e organizações não-governamentais para prestação de servi-

ços à comunidade Ação itinerante de apoio ao cidadão . Fortalecer e ampliar o Programa Governo Junto de Você, oferecendo mais serviços e aumentando o atendimento à população . Implantação do Programa Cidadania Junto de Você para ampliar a interatividade da ação social do Governo . Expandir as jornadas do Vapt Vupt Móvel Divulgação e veiculação das ações governamentais . Expandir o Portal da Transparência, melhorando suas interfaces, ampliando as bases de dados e facilitando a usabilidade . Ampliar o acesso digital a todas as informações do Poder Executivo . Aumentar o banco de informações unificado sobre todos os órgãos governamentais, colocando-o à disposição da sociedade Modernização dos veículos de comunicação . Continuar a valorização dos profissionais da comunicação governamental, incluindo capacitação e qualificação dos servidores . Fortalecer a interatividade do Governo e a sociedade com implantação do Programa TBC e RBC Junto de Você . Ampliar o investimento na melhoria da infraestrutura física e modernizações dos equipamentos das rádios, TV e imprensa oficial . Investir na melhoria contínua da gestão da comunicação e na interação entre todas as áreas de comunicação institucional dos órgãos do Governo

DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL Meio ambiente . Investir mais na preservação e regeneração da biodiversidade, de espécies da fauna e da flora e de ecossistemas por meio de parceiras com outros segmentos . Fortalecer, consolidar e ampliar as unidades de conservação . Estimular as ações preventivas e corretivas relacionadas às mudanças climáticas, incluindo a redução da emissão de

CO2 na atmosfera . Fortalecer a fiscalização e o monitoramento dos recursos naturais e combate aos crimes ambientais Recursos hídricos e economia verde . Ampliar o programa de revitalização de microbacias e pela proteção de nascentes, recomposição de matas ciliares e repovoamento de peixes em

rios e lagos . Aumentar a eficiência e o uso racional da água, reduzindo desperdícios e perdas . Apoiar projetos de uso eficiente dos recursos naturais . Apoiar as prefeituras na gestão de resíduos sólidos, incluindo construção de aterros sanitários, coleta seletiva, reuso de descartados, compostagem e biodigestão de materiais orgânicos.


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Lei de meios

Orçamento do Estado chega a R$ 23,5 bilhões em 2015 Proposta do Governo prevê crescimento próximo de 6% sobre 2014. Números são realistas e levam em conta a conjuntura econômica vivida no País Eduardo Ferreira

A

proposta orçamentária do Estado de Goiás para o exercício de 2015 estima a receita e fixa as despesas em R$ 23,5 bilhões. O orçamento está em discussão na Assembleia Legislativa, que deverá aprová-lo até meados de dezembro. O documento alinha o orçamento fiscal, cujo montante chega a R$ 19,356 bilhões; a seguridade social, que totaliza R$ 3,362 bilhões e os investimentos das empresas que, em 2015, devem somar R$ 800 milhões. Assim, o somatório desses itens eleva o orçamento para R$ 23,519 bilhões. No segmento das receitas, são descritos os recursos do Tesouro, convênios da administração direta, os recursos próprios das autarquias e fundações, os convênios das autarquias e fundações, os recursos próprios dos fundos especiais e os recursos próprios para investimentos das empresas estatais. O secretário de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela, argumenta que a proposta orçamentária do Estado para o próximo ano é a mais equilibrada possível, com crescimento de 5,95% sobre o orçamento de 2014. “Trabalhamos com números realistas, principalmente levando em conta as dificuldades econômicas vividas pelo País o que, certamente, terá reflexos sobre a economia de Goiás”, ressalta. Conforme Leonardo Vilela, o avanço de quase 6% no valor

Vilela: orçamento realístico para ser cumprido

PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2015

ORÇAMENTO FISCAL SEG. SOCIAL INV. EMPRESAS TOTAL

VALOR (R$) % 19.356.622.000 82,30 3.362.855.000 14,30 800.026.000 3,40 23.519.503.000 100,00

da proposta é resultado de projeções e análises acuradas da Secretaria da Fazenda que trabalha com crescimento da receita dentro dos limites possíveis da economia goiana.

Folha de pagamento

No que se refere à folha de pagamento, o Poder Executivo vai desembolsar em 2015 um montante a maior no valor de R$ 506,913 milhões, algo em torno de 8,29% a mais que o gasto de 2014. Neste ano, está previsto até o mês de dezembro, o gasto de R$ 6,111 bilhões com a folha de pessoal. Em 2015 deverão ser gastos R$ 6,618 bilhões. Considerando a folha de pagamento de todos os poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público), os gastos vão saltar de R$ 9,661 bilhões este ano para R$ 10,861 bilhões em 2015, cerca de 12,41% a mais no próximo ano. O superintendente-executivo da Secretaria de Gestão e Planejamento, Otávio Alexandre da Silva, explica que no geral, o desembolso com a folha de pagamento e encargos sociais terá crescimento em decorrência do aumento vegetativo na folha, dos direitos salariais dos servidores, da data-base do funcionalismo, bem como das parcelas vincendas em 2015 decorrentes de novos concursos, readaptações de planos de carreira e revisão de vencimentos. “Esses acréscimos são possíveis devido à estimativa da Receita Corrente Líquida (RCL) alcançar incremento de 12,27% de 2014 para 2015”. Informa Otávio, lembrando que esta receita, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, é limitadora dos gastos com pessoal e encargos sociais.


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Áreas com vinculações constitucionais O orçamento anual contempla áreas específicas com maior soma de recursos cuja destinação é regulada pelas vinculações constitucionais. A Educação, por exemplo, tem de receber 25% do total da Receita Vinculada Estimada. Na proposta de 2015, esse montante é de R$ 15,332 bilhões. Desse modo, a Educação terá, orçamentariamente, R$ 3,925 bilhões. Contudo, o valor total a ser aplicado na Educação em 2015, considerando-se outras fontes de recursos, soma R$ 4,077 bilhões. O setor da Saúde segue o mesmo critério: legalmente terá 12% da Receita Vinculada Estimada, portanto, R$ 1,839 bilhão. Como há recursos de outras fontes, o total a ser aplicado em Saúde no próximo ano chega a R$ 2,093 bilhões. (Veja quadro) Otávio Alexandre mostra que com relação aos programas sociais no tripé saúde-segurança-educação, ao se considerar os recursos de todas as fontes, o orçamento de 2015 apresenta um crescimento de 16,83% (Educação), 13,39% (Saúde) e 28,66% (Segurança). Conforme o técnico, mesmo diante da rigidez orçamentária representada pela grande vinculação das receitas orçamentárias e da crescente escassez de recursos para atendimento das demandas dos diversos setores da administração pública, o Governo Estadual prioriza essas áreas essenciais e que demandam crescente aplicação de recursos públicos para continuar se desenvolvendo e avançando no atendimento às necessidades da população. Outras áreas com vinculação constitucional são a Ciência e Tecnologia e a Cultura, ambas com Receita Vinculada Estimada fixada em valores diferenciados. No primeiro caso, o porcentual destinado ao segmento é de 3,25%, ou seja, algo em torno de R$ 395 milhões, considerando, neste caso, a Receita Vinculada Estimada em R$ 12,156 bilhões. Esses recursos se destinam à manutenção do ensino superior (UEG), à

Receita Corrente Líquida

Descrição Receita Corrente Líquida (RCL)

2014

2015

Variação %

R$ 15.339.883.600

R$ 17.222.264.497

12,27%

Despesa com pessoal e encargos sociais Poderes 2014 % RCL 2015 % RCL Variação 2014-2015 Poder Executivo

7.697.123.974

50,18

8.584.955.000

48,85

11,53%

- Tesouro

6.111.258.974

39,84

6.618.172.000

38,43

8,29%

- Recursos próprios

1.585.865.000

10,34

1.966.783.000

11,42

24,02%

571.777.596

3,73

655.079.00

3,80

14,57%

1.044.646.073

6,81

1.207.343.000

7,01

15,57%

348.215.357

2,27

413.921.000

2,40

18,87%

9.661.763.000

62,98

10.861.298.000

63,07

12,42%

Poder Legislativo Poder Judiciário Ministério Público TOTAL GERAL

pesquisa científica, aos investimentos em ciência e tecnologia e com a pesquisa agropecuária. Já o segmento cultural terá R$ 47,563 milhões, o que representa 0,5% de uma Receita Vinculada Estimada fixada em R$ 9,512 bilhões. O valor total da cultura sobe para R$ 52,781 milhões considerando-se as receitas de outras fontes.

Investimentos

Considerando-se os recursos de todas as fontes (ordinárias e vinculadas), o orçamento para investimentos em 2015 apresenta uma redução de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,29 bilhões. Essa queda resulta de um decréscimo de R$ 857,29 milhões na estimativa de receitas vinculadas (operações de crédito e alienações de imóveis) para 2015. Otávio Alexandre adianta, porém, que ocorrendo a contratação de novas operações de créditos e vendas de bens imóveis que não cumprem seu papel social, estes valores serão agregados na

estimativa da receita e na fixação da despesa no próximo exercício. Quando se considera apenas os recursos ordinários do orçamento estadual, constata-se que os investimentos saltam de R$ 152,6 milhões em 2014 para um total de R$ 515,98 milhões em 2015, portanto, um incremento de 238,20%. Outro aspecto relevante é a capacidade de endividamento do Estado, que é definida pela relação entre a Receita Líquida Real X Montante da Dívida Consolidada. Como de um lado há estimativa de crescimento da receita em torno de 16,72% em 2015 e, de outro, estoques da dívida inalterados pelos pagamentos de seus serviços em dia, o Estado terá crescente capacidade de endividamento. Se continuar cumprindo as cláusulas do Programa de Ajuste Fiscal com a União, receberá o aval do Tesouro Nacional para contrair novos empréstimos, aumentando sua capacidade de investimentos.


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Garantidos recursos para programas do PAI O Plano de Ações Integradas de Desenvolvimento (PAI) foi contemplado de forma especial na proposta orçamentária do exercício de 2015. A previsão é destinar R$ 3,692 bilhões para as áreas que fazem parte da estrutura do Plano. A área social, incluindo o conjunto de programas que formam a Rede de Proteção Social e outras ações nas áreas de educação, saúde e segurança pública, contará com o maior volume de recursos do PAI, totalizando R$ 1,510 bilhão. Já a área de infraestrutura é a segunda maior em volume de recursos, que vão totalizar R$ 1,436 bilhão. Na sequência vêm as ações de desenvolvimento regional, com R$ 268,604 milhões; economia, com R$ 249,840 milhões; gestão, com R$ 134,637 milhões; comunicação, R$ 49,187 milhões e institucional, R$ 43,187 milhões. A distribuição dos recursos do PAI por programa integrador pode ser conferida na tabela. Na especificação dos recursos para a área social, o maior volume vai para a Rede de Proteção Social, com R$ 774,542 milhões. Ela abrange os programas de apoio à criança e ao adolescente; apoio ao idoso; apoio às pessoas com deficiência; enfrentamento às drogas, renda cidadã, subsídio cidadão, bolsa universitária e formação e capacitação para o trabalho (bolsa futuro).

Trabalhamos com números realistas, levando em conta as dificuldades econômicas vividas pelo País

proposta orçamentária 2015 - pai

RECURSOS DO “PAI” POR PROGRAMA INTEGRADOR

área programa integrador orçamento 2015

(EM R$ 1,00)

social programa de apoio a criança e adolescente (rede de programa de apoio ao idoso proteção programa de apoio as pessoas com deficiência social) programa estadual de enfrentamento às drogas programa renda cidadã programa subsídio cidadão programa bolsa universitária programa de formação e capacitação para o trabalho

108.573.000,00 75.520.000,00 214.834.000,00 59.252.000,00 75.000.000,00 70.520.000,00 100.010.000,00 70.833.000,00

social programa de habitação (educação, programa pacto pela qualidade da educação saúde, programa de desenvolvimento da ueg segurança programa de saúde pública pública) programa estratégico de segurança programa de esporte e lazer programa estadual de cultura programa de alimentos comunitários

5.730.000,00 462.455.000,00 32.012.000,00 60.216.000,00 136.363.000,00 20.720.000,00 8.792.000,00 9.480.000,00

economia programa de fortalecimento e expansão das atividades agropecuárias no estado programa estadual de mineração programa de desenvolvimento da economia goiana programa de desenvolvimento turístico de goiás

57.767.000,00 2.160.000,00 159.411.000,00 30.502.000,00

infraestrutura programa estadual de investimentos, parcerias e desestatização programa estadual de energia programa estadual de saneamento programa estadual de infraestrutura tecnológica e/ou científica programa de obras civis programa rodovida programa rodovida urbano programa estadual de infraestrutura de transportes programa estadual de mobilidade urbana e trânsito programa estadual de meio ambiente

2.872.000,00 286.144.000,00 40.093.000,00 50.200.000,00 10.859.000,00 515.952.000,00 73.968.000,00 402.242.000,00 40.014.000,00 14.210.000,00 86.165.000,00 14.210.000,00

desenvolvimento programa de desenvolvimento 86.165.000,00 regional regional e polos de desenvolvimento programa especial de desenvolvimento 182.439.000,00 do entorno do distrito federal programa de excelência dos 119.160.000,00 serviços da administração pública programa de captação de recursos, 14.147.000,00 incremento de receitas e qualidade de gastos programa advocacia geral do estado 1.330.000,00 programa de convênios com municípios 41.487.000,00 e apoio às instituições 1.010.000,00 programa itinerante de apoio ao cidadão programa de apoio à juventude 1.030.000,00 programa estadual de divulgação 41.530.000,00 e veiculação das ações governamentais programa de modernização, ampliação e atualização 7.657.000,00 técnica das rádios, tbc news e gráfica de goiás

total geral

3.692.659.000


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014

Desburocratização

Hora de eliminar entraves das ações governamentais Conselho tem como objetivo contribuir para a melhoria do desempenho da Administração Pública Estadual e aumentar a efetividade dos programas prioritários do Governo

N

o livro O Processo, do escritor tcheco Franz Kafka, o personagem Josef K. é denunciado e preso por um crime que não sabe qual é e do qual não recebe nenhuma explicação. Quando tenta se defender, vai se enredando em um processo duvidoso e, vencido pelas dificuldades, termina apático e indiferente. Considerado uma crítica ao sistema judiciário, o romance é também um libelo contra a opressão do Estado sobre o indivíduo, e por extensão, contra a burocracia que impera no setor público. Ele leva o leitor a uma reflexão sobre o tema. O excesso de burocracia do Estado brasileiro é uma herança dos colonizadores portugueses que impera até os dias de hoje, e é apontado como um dos fatores responsáveis pelo custo Brasil que tanto prejudica o crescimento da economia nacional. Conforme pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em 2002, 80% dos brasileiros consideram que o Brasil é excessivamente burocrático e 32% que é o país mais burocrático do mundo. Trata-se de um cenário que precisa mudar. Na história recente brasileira há poucos registros do esforço para reduzir o excesso de burocracia. O Ministério da Desburocratização foi uma secretaria do Poder Executivo Federal que existiu de 1979 a 1986, com o objetivo de diminuir o impacto da estrutura bu-

Paulo Machado

Conselho discute formas de desburocratizar e dar agilidade à máquina pública

rocrática na economia e na vida social dos brasileiros. Os ministros foram Hélio Beltrão, João Geraldo Piquet Carneiro e Paulo Lustosa. Durante a existência desse Ministério foram criados os Juizados de Pequenas Causas, mais tarde chamados Juizados Especiais, e o Estatuto da Microempresa, dois avanços que contribuíram para simplificar a vida nacional, mas que não são suficientes para reduzir todas as mazelas nacionais. Ao ser extinto, a pasta da Desburocratização foi absorvida pelo Ministério da Administração.

Com o fim do Ministério da área, a bandeira da desburocratização foi assumida pelo Instituto Hélio Beltrão (IHB). Fundado em julho de 1999, o IHB, conforme anuncia em sua carta de princípios “é uma entidade sem vinculação político-partidária, que tem por objetivo contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública e propor iniciativas que reduzam a interferência indevida do governo na vida do cidadão e da empresa”. A entidade tem promovido a ética como instrumento de gestão nos seto-


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Rhandy Pierre

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res público e privado. Mas a luta contra o excesso de burocracia deve ser uma bandeira de todos os brasileiros.

Em Goiás

Em Goiás, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), também tem trabalhado no sentido de reduzir os gargalos existentes nas ações governamentais. Com este objetivo, foi criado em dezembro de 2013 o Conselho Estadual de Desburocratização. Trata-se de um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa, integrante da estrutura da Segplan. O Conselho visa contribuir para a melhoria do desempenho da Administração Pública Estadual e aumentar a efetividade dos programas prioritários do Governo, através da redução da burocracia. O presidente do Conselho Estadual de Desburocratização, Otávio Alexandre da Silva, que é o superintendente-executivo da Segplan, destaca que os controles existentes na administração pública são necessários, quando voltados à verificação e manutenção da legalidade e legitimidade das ações governamentais. “Mas não se pode permitir que o excesso de burocracia, principalmente aquele que visa tão somente à manutenção do poder de mandar, atrase o andamento e a implementação de políticas públicas e traga entraves desnecessários à prestação de serviços públicos de qualidade, no tempo que a população demanda”, afirma. As atividades do Conselho Estadual de Desburocratização são conduzidas pela Secretaria Executiva, cuja responsável é a gestora pública Lara Garcia. Ela atua no suporte técnico e operacional ao Conselho. Também tem como atribuições e competências buscar agilizar a prestação dos serviços públicos pelos órgãos e entidades estaduais, reduzindo formalidades e exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao benefício auferido. Busca ainda impulsionar a permanente melhoria nos serviços prestados pelo Estado, com foco na eliminação dos gargalos existentes na execução de programas prioritários do Governo, bem como de

Otávio: desburocratizar para acelerar os processos da Administração Pública Estadual

Já se registrou avanço na redução da burocracia em Goiás, com destaque para as medidas de desburocratização adotadas dentro do PAI outros serviços públicos prestados. Já se registrou avanço na redução da burocracia em Goiás, com destaque para as medidas de desburocratização adotadas dentro do Plano de Ações Integradas de Desenvolvimento (PAI), implementado em agosto de 2012. Entre as medidas tomadas estão a dispensa de análise prévia por parte da Controladoria Geral do Estado (CGE) em processos de despesas no valor de até R$ 500 mil. No que se refere à análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE), ficou atribuída às Advocacias Setoriais a outorga de contratos, cujos valores não ultrapassem a R$ 5 milhões. A ampliação da autonomia dos órgãos, a redução de assinaturas

e de trâmites burocráticos completam as ações para agilizar a execução de projetos na máquina pública estadual, que já está em vigor no Executivo Estadual há mais de um ano. Mas ainda existem gargalos a serem vencidos na Administração Pública Estadual. A Segplan não dispõe de um levantamento sobre os custos do excesso da burocracia no Estado. No entanto, estudos realizados pelo Escritório de Processos do órgão apontam que uma concorrência no Estado levava até 404 dias para ser concluída em 2013. No ano de 2010, o pregão eletrônico demorava 290 dias, prazo que caiu para 190 dias em 2014. Entretanto, em Minas Gerais, processo semelhante demorava 90 dias em 2013. Existem vários outros exemplos, como a emissão de carteira de identidade (RG) e de outros serviços estaduais que ainda precisam ganhar celeridade para melhor atender o cidadão. Conforme estudo da Segplan, em 2014 a emissão da carteira de identidade em Goiás pode levar até 60 dias para que o documento seja entregue. No Distrito Federal este prazo é de 30 dias, e na Bahia, de sete dias, de acordo com dados de 2013. Isso demonstra que ainda há espaço para avanços na aceleração de prazos em serviços públicos considerados essenciais.


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Conjuntura

IMB se consolida como centro de pesquisas e estudos Unidade da Segplan, o Instituto foi fortalecido com o ingresso de novos pesquisadores via concurso público e já triplicou o número de estudos realizados Rhandy Pierre

O

Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan) completou dois anos de criação em junho último. Mas já é responsável pelo fortalecimento do trabalho nessa área em Goiás com a realização de pesquisas e estudos técnicos, tanto para atender demandas de órgãos e entidades estaduais, como em parceria com outras instituições de renome nacional, como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

República.

Entre os destaques do IMB neste período estão os estudos sobre o Bônus Demográfico, Censo Produzir, Economia Solidária, Emprego em Goiás, Panorama da Migração em Goiás, Mapeamento dos Pivôs de Irrigação existentes no Estado, Síntese de Indicadores Sociais de Goiás, Juventude e Mulheres. Foram elaborados dois indicadores importantes: o Índice de Desempenho dos Municípios Goianos (IDM), com o objetivo de diagnosticar e comparar a atuação dos municípios, além de avaliar resultados e subsidiar o planejamento de ações governamentais; e o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), para medir as condições de vida dos jovens em cada um dos

Técnicos do IMB traçam o retrato socioeconômico de Goiás em estatísticas

246 municípios goianos. O IMB foi criado pela Lei 17.688 de 29 de junho de 2012, por iniciativa do ex-secretário de Gestão e Planejamento (Segplan), deputado federal eleito Giuseppe Vecci, para atender à necessidade de Estado de contar com um centro de excelência em pesquisas, capaz de pensar o território e a sociedade de Goiás. O Instituto teve seu corpo técnico reforçado em novembro de 2013, com a entrada de 19 novos pesquisadores das áreas de economia, estatística, geografia, geoprocessamento, cartografia e ciências sociais. Mensalmente, o Instituto Mauro Borges divulga o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia e o custo da cesta básica na Capital. Também

elabora estudos na área de Contas Regionais, seguindo metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgando anualmente o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de Goiás e dos municípios goianos. Passou a elaborar ainda a estimativa do PIB Trimestral de Goiás, indicador de fundamental importância para a análise do desempenho da economia do Estado.

Nome

A chefe do Gabinete de Gestão do Instituto Mauro Borges, Lillian Prado, destaca que a criação do Instituto fortaleceu o trabalho realizado pela Segplan na área de estatística e estudos socioeconômicos. Segundo ela, também teve influência o nome escolhido, uma


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Instituto atua na avaliação de políticas públicas Uma homenagem ao ex-governador Mauro Borges, que sempre primou pelo planejamento na gestão pública homenagem ao ex-governador Mauro Borges, pelo fato de ter sido ele o primeiro a pensar a prática do planejamento na gestão pública do Estado. O IMB entrou em nova fase em 2013 com a criação do Conselho Técnico, composto por representantes de entidades acadêmicas e de profissionais com representatividade na área econômica e social, respeitados por seu comprometimento com o desenvolvimento do Estado e/ou do País. Brevemente o Instituto Mauro Borges terá nova sede – atualmente funciona na unidade República do Líbano da Segplan, na capital goiana. O Instituto será instalado no prédio do antigo Colégio Rui Brasil, situado na Rua 18 esquina com Rua 106, nº 235, Setor Oeste, em Goiânia. A sede terá auditório para 50 pessoas, biblioteca, sala de reunião e espaços destinados às cinco gerências que compõem o IMB, e ainda aos gabinetes de seus dirigentes. Rhandy Pierre

Um dos avanços obtidos pelo Instituto Mauro Borges foi iniciar o trabalho de avaliação dos programas do Governo Estadual. Isso porque, tão importante quanto criar e implementar programas e projetos públicos é sua avaliação e acompanhamento, seja para confirmar a viabilidade e oportunidade das ações, seja para a correção de rumos, quando isso se faz necessário. Essa atividade começou com uma abordagem geral do Programa Bolsa Universitária, dos seus impactos na sociedade goiana, mais especificamente na formação profissional em Goiás. Em seguida foi elaborado estudo sobre os micro e macroimpactos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), programa federal que concede crédito ao setor produtivo e que tem relação direta com Goiás, pois o Estado é o que aplica maior volume de recursos do Fundo na Região, além de outros estudos. A criação do IMB coincidiu com a política adotada pelo Ipea, de fortalecimento de relações de trabalho com as instituições estaduais de estatísticas e estudos socioeconômicos. Dessa forma, através de acordo de cooperação técnica, foi firmada parceria entre as duas instituições. O primeiro trabalho, fruto dessa parceria, é denominado O que Podem os Governos Estaduais no Brasil Trajetórias e Padrões de Desenvolvimento em Unidades da Federação ? Este estudo deverá ser publicado no primeiro semestre de 2015.

Microdados

Lillian: pesquisas confiáveis

Devido à sua atuação, o IMB hoje integra os Comitês Técnicos de Contas Regionais e do PIB dos Municípios, cujos objetivos são acompanhar a aplicação efetiva da metodologia de cálculo do PIB, atestar os resultados elaborados pelos Estados e propor melhorias na metodologia de cálculo, quando

isso for necessário. Integra também o Comitê Técnico do Índice de Planejamento da Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (Anipes), que tem como meta elaborar, em parceria com todos os Estados, a metodologia para o cálculo de um índice que medirá o desenvolvimento dos municípios brasileiros. O Instituto edita também a Revista Conjuntura Econômica Goiana, boletim trimestral do IMB. Já são 29 publicações com a participação de 238 colaboradores, autores de artigos, entre pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Ipea, Embrapa, Universidade Estadual de Goiás (UEG), PUC de Goiás, Universidade Alves Faria (Alfa) e técnicos do Governo do Estado. A Revista Conjuntura Econômica Goiana é disponibilizada na internet, no endereço www.imb.go.gov.br

Cartografia

O Instituto Mauro Borges tem desenvolvido diversas atividades na área de cartografia e geoprocessamento. Ele coordena o Sistema Estadual de Geoinformação (Sieg), sendo o responsável pela democratização do acesso à informação geográfica, pela redução dos custos com a produção de dados e pelo aprimoramento do serviço de geoinformação em Goiás. O Comitê Gestor do Sieg é composto por representantes de 15 órgãos estaduais que, por meio de reuniões periódicas, discutem e definem ações voltadas para a estruturação e o desenvolvimento do geoprocessamento em Goiás.

Atlas 2014

A Secretaria de Gestão e Planejamento, por meio do Instituto Mauro Borges, publica a primeira edição do Atlas do Estado de Goiás 2014, uma importante fonte de referência e orientação para o planejamento administrativo do Estado e para a iniciativa privada.


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Riqueza

PIB de Goiás mostra força e vai a R$ 123,9 bilhões em 2012 Enquanto o Brasil teve crescimento de apenas 1%, PIB de Goiás registrou incremento de 5,4%. Números traduzem a sustentabilidade da economia goiana

A

economia goiana tem crescido com vigor nos últimos anos, garantindo resultados acima da média brasileira. Este fato foi comprovado, mais uma vez, no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás em 2012. O PIB é o somatório de todas as riquezas produzidas no Estado em determinado período. Naquele ano, a despeito das conjunturas internacional e nacional adversas, de baixo crescimento, o PIB goiano teve elevação de 5,4% e atingiu o valor de R$ 123,926 bilhões. O índice do Estado superou a média nacional do período, que registrou alta de apenas 1,0% (R$ 4,3 bilhões). Estes números integram os dados consolidados do PIB de 2012 divulgados em meados de novembro último pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), cujo cálculo é resultado de uma parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho do PIB goiano no ano em questão se deveu ao desempenho harmonioso da economia estadual com as três atividades apresentando taxas significativas de crescimento: agropecuária (8,4%), serviços (5,5%) e indústria (4,8%). O resultado do PIB goiano manteve o Estado na 9ª posição no ranking do País, lugar que ocupa desde o iní-

Suely Gebrin

Antônio: economia goiana vem crescendo acima da média nacional de forma harmoniosa

cio da série, em 2002. Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-GO), Antônio Eurípedes de Lima, o desempenho da economia goiana acima da média nacional nos últimos anos demonstra que o Estado tem um crescimento sustentável. “Todos os setores da economia têm aumentado sua participação no PIB nacional. Em 2012 observamos um crescimento robusto, com destaque para a agropecuária e serviços. Também é preciso citar a indústria de transformação, com base no agronegócio”, afirma.

O chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, ressalta que a economia de Goiás, já há alguns anos, vem tendo uma dinâmica superior à média nacional. Além do PIB, os dados conjunturais do Estado divulgados pelo Instituto, relativos ao comércio, à indústria e aos serviços corroboram o resultado apresentado pelo índice de Goiás 2012 consolidado. Em relação a 2011, a participação de Goiás na formação do PIB nacional subiu de 2,7% para 2,8%. No Centro-Oeste, a participação de Goiás no PIB da Região passou de 28,1% para 28,8%.


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Agropecuária

No ano de 2012, o setor agropecuário liderou o crescimento da economia goiana, com taxa de 8,4%, influenciada pela expansão da produção agrícola. Os destaques na produção foram verificados nas culturas de milho (43,3%), soja (9,0%), feijão (7,8%) e cana-de-açúcar (6,3%). Já na pecuária houve recuo puxado pela redução do efetivo de aves e suínos. O consultor técnico do Senar-GO, Cristiano Palavro, confirma que 2012 foi um ano bastante positivo para a agricultura goiana. Além do crescimento da produção, houve um forte aumento dos preços das principais commodities agrícolas, informa. A safra 2011/2012 registrou quebra no Sul do País por causa da seca e com isso os preços de commodities como a soja e o milho subiram. Essa situação beneficiou os agricultores goianos que tiveram uma boa safra, sem problemas climáticos. “Além disso, a agricultura goiana tem aproveitado as boas condições de produção, tais como água abundante, disponibilidade de terra, tecnologia e profissionalismo dos produtores, apesar dos problemas de logística (armazenagem e transporte) e do Custo Brasil (impostos elevados)”, acrescenta Palavro.

Fomentadores do pib nacional em 2012

Transportes e comércio, os líderes O setor de serviços cresceu 5,5% em 2012. Os principais destaques ficaram com os segmentos de transportes e armazenagem (13,9%) e comércio (9,8%). O bom resultado dos transportes se deveu ao desempenho da agropecuária, já que o setor necessita escoar sua produção. No comércio, as maiores taxas ficaram com livros, jornais e revistas (68,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (16,8%), móveis e eletrodomésticos (15,0%) e artigos farmacêuticos e perfumaria (14,8%). Outros segmentos de serviços também apresentaram índices positivos,

tais como intermediação financeira, seguros e previdência complementar (5,3%); outros serviços (4,5%); serviços de informação (4,5%); administração, saúde e educação pública (2,4%); e atividades imobiliárias e aluguel (0,8%). Antônio Eurípedes, presidente do Corecon-GO, aponta que a participação do setor de prestação de serviços foi relevante para a formação da taxa de crescimento do PIB de Goiás em 2012.

Indústria

A indústria apresentou cresci-

mento de 4,8% em 2012, devido ao desempenho favorável da construção civil (11,6%), da produção e distribuição de eletricidade, gás e água (10,5%), da indústria de transformação (0,5%) e da extrativa mineral (0,1%). Um dos destaques, a indústria da construção civil foi influenciada por diversos fatores, tais como maior oferta de crédito imobiliário, crescimento do emprego e da renda, incremento do consumo das famílias e manutenção da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos insumos da construção.


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Larissa Melo

Desempenho da economia goiana acima da média nacional nos últimos anos demonstra que o Estado tem um crescimento sustentável

Cristiano Palavro: 2012 foi um ano bastante positivo para a agricultura em Goiás

Também contribuíram as obras de infraestrutura realizadas no Estado, como pavimentação de rodovias e saneamento. A indústria da construção civil foi destaque, mas sua participação em termos de valor agregado não é tão significativa como a da indústria da transformação, que em Goiás tem peso na economia devido à produção de itens ligados à agropecuária. Embora com baixo crescimento em volume em 2012, a indústria de transformação apresentou aumento de participação no Valor Adicionado (VA) estadual, de 13,8% em 2011, para 14,2% em 2012.

PIB per capita de Goiás atinge R$ 20,13 mil Com os resultados positivos da economia estadual em 2012, o PIB per capita de Goiás, que é o resultado da divisão do PIB pela população, atingiu o valor de R$ 20.134,26, contra R$ 18.289,59 em 2011. Isso representou acréscimo de R$ 1.835,67 de um ano para o outro, o segundo maior da série iniciada em 2002. Naquele ano o PIB per capita goiano

apresentou taxa de crescimento de 4,1%, enquanto a média nacional ficou em 0,2%. No que se refere ao ranking das Unidades da Federação, em 2012 o PIB per capita de Goiás se manteve na 11ª posição, sem alteração em relação ao ano anterior. Entretanto, nesse indicador Goiás está abaixo da média nacional, cujo PIB per capita é de

R$ 22.645,86. Isso se deve ao fato de o Estado ser o 12º mais populoso do País. Para o presidente do Corecon-GO, Antônio Eurípedes, existe uma falsa impressão quando se analisa o PIB per capita de Goiás, que ocupa a 11ª posição no ranking nacional, enquanto o resultado do PIB garante ao Estado a 9ª colocação. “Isso acontece devido às oportunidades que Goiás tem gerado, em termos de emprego e renda, que atraem emigrantes de outras regiões. Isso impacta na hora de dividir a riqueza pelo número de habitantes”, avalia.


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Atração de investimentos

Estado não para de crescer Atração de R$ 35 bilhões de investimentos impulsionou o crescimento da produção industrial e contribuiu para a geração recorde de postos formais de trabalho

C

aptar investimentos nacionais e internacionais para que a renda dos goianos e o índice de geração de empregos deslanchem. A estratégia de desenvolvimento econômico, iniciada pelo Governo estadual em 2011, se prepara para fechar 2014 com um resultado além do esperado: a atração de R$ 35 bilhões de investimentos privados no Estado no período fez sua produção industrial e a criação de novos postos de trabalho crescer bem acima da média nacional. Goiás, segundo analistas, continua na crista da onda e, mesmo com a alta da inflação e dos juros no País, a expectativa é de que a economia goiana continue dando seus saltos no próximo ano. Este prognóstico, porém, não é obra do acaso. A política de fomento da economia local, liderada pela Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), vem sendo sustentada pelo tripé da concessão dos incentivos fiscais, acesso ao crédito e de ambiente empresarial favorável. Os incentivos são as vedetes deste bom momento. Entre janeiro de 2011 e julho de 2014, um total de 344 ações de expansão e inauguração de novas plantas industriais foram aprovadas pelo Produzir/ Fomentar, principais programas de incentivos do Estado (veja quadro). Por estes programas, carga tributária de investidores é reduzida para viabilizar a entrada em operação de novas plantas industriais. A execução destes projetos fizeram as máquinas industriais instaladas em Goiás trabalharem mais. A produção da indústria local ficou acima dos ín-

Jayr Inácio

O´Dwyer: economia goiana em crescimento atrai investimentos privados

dices acumulados pelo setor no País. A média regional avançou 5% no período, enquanto a do País acumulou um índice abaixo de 1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que, proporcionalmente, as engrenagens das fábricas goianas tiveram de rodar mais que a brasileira. O fato chama a atenção de analistas. “A indústria nacional vive um momento de retração e, em Goiás, vemos o contrário", diz o analista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Wellington Vieira. Mas não foi só a produção industrial que avançou acima da média nacional. Seguindo a lei de causa e efeito, a geração de empregos também se destacou. Isso porque, com maior produção industrial, o mercado passou a

contratar mais. Goiás está entre os cinco principais geradores de empregos do Brasil. Ao todo, foram 253.496 novos postos, de janeiro de 2011 a agosto de 2014, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Quase 20% do estoque atual de vagas de emprego no Estado (1,5 milhão) foram criadas neste período. Um pouco mais da metade (50,5%) foi destinada à Região Metropolitana e para o Entorno do Distrito Federal. O secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer, diz que os números da geração de emprego e da produção industrial são, de fato, frutos de uma acirrada política de atração de investimentos desenvolvida pelo Estado. “Foram dezenas de missões e reuniões com empresários, além de


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Jayr Inácio

Competitividade

Os investidores, por sua vez, avaliam que são nos detalhes que a economia goiana mostra sua competitividade. O empresário João Eugênio Júnior, da empresa S4 Solar, tomou a decisão de investir R$ 30 milhões na construção de uma indústria de placas solares (dispositivos usados para transformar energia solar em elétrica), em Anápolis, depois de conhecer as formas de financiamento do ICMS devido pelo Estado. A indústria, que já começa a receber equipamentos e máquinas para operação de sua linha de produção, terá capacidade de montar 400 mil painéis de 250 W ao ano. “O Produzir é um programa importante para o incentivo à industrialização do Estado”, destaca. A mesma análise é feita pelo empresário Armando Yamashita Aratani. Segundo ele, os incentivos foram decisivos para o investimento de R$ 10 milhões que vai realizar na cidade de Iaciara, no Nordeste goiano. A empresa de pivôs, em processo de instalação, vai gerar pelo menos 100 empregos diretos na região. “Levamos em con-

O Produzir oferece às empresas que se instalam no Estado um financiamento de 73% do ICMS

João Eugênio: Indústria de placas solares

ta a proximidade do Oeste baiano, região de destaque no plantio de soja e potencial mercado consumidor de pivôs, mas os incentivos fiscais de Goiás para a região foram decisivos para decidirmos se nos instalaríamos aqui ou na Bahia”, destaca. O Produzir, em operação desde 1998, oferece às empresas que se instalam no Estado um financiamento de 73% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Nas Regiões do Nordeste e Oeste goiano, o financiamento chega a 98%, como forma de induzir a ida de empresas para as regiões menos industrializadas do Estado. Apenas as 343 empresas contempladas pelo programa somaram um investimento de R$ 4,8 bilhões e geração de mais de 28 mil empregos diretos. “Sem dúvida, os incentivos têm peso no crescimento da economia do Estado”, avalia o economista Everaldo Leite. Os benefícios atingem empresas de todos os segmentos industriais: do setor farmacêutico ao calçadista. Segundo informações da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), 66,7% dos 343 projetos de ampliação e implantação de novas plantas industriais que passaram pelo Produzir foram para o interior do Estado (229 projetos). “Percebemos uma tendência de interiori-

zação do programa. Com indústrias mais fortes no interior, aumentamos emprego e renda, puxando também o setor de comércio e serviços”, afirma o superintendente do Produzir, Benedito Cardoso Laureano. Segundo ele, as empresas que investem em Goiás encontraram um ambiente seguro para empreender e desenvolver os seus negócios. “O governo de Goiás faz a sua parte fomentando, estimulando e promovendo o empreendedorismo, dando suporte ao desenvolvimento empresarial por meio de programas como o Produzir. Essa é uma das nossas maiores estratégias. Temos também os financiamentos públicos, que são armas importantes para garantir a competitividade, porque acabam complementando o Produzir”, analisa o superintendente.

Crédito

Principais linhas de financiamento geridas pelo Estado, o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e o Crédito Produtivo também fizeram o diferencial. Mesmo com o avanço da inflação nos últimos anos, a concessão de crédito se manteve aquecida nos últimos anos. “O FCO, por exemplo, se tornou uma das grandes vantagens competitivas de Goiás para o cresciJayr Inácio

discussões pontuais com embaixadores de diversos países. Promovemos a economia de Goiás, as nossas potencialidades e os nossos diferenciais para captar estes investimentos privados que vieram para cá. O resultado disso pode ser visto agora, com um crescimento do emprego e renda para a população nos quatro cantos do Estado”, avalia O’Dwyer.

Yamashita: Indústria de pivôs em Goiás


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mento sustentável do investimento do setor privado. Por aqui, o agronegócio, a indústria, os serviços de logística, de turismo e o setor comercial têm se servido desta alternativa financeira, determinado um ciclo virtuoso e sustentável que beneficia as gerações presentes e futuras”, diz o economista Everaldo Leite. O secretário-executivo do FCO, Orcino Gonçalves Júnior, destaca que a grande maioria dos recursos foi destinada para o interior do Estado, acompanhando a tendência já observada na concessão de benefícios do Produzir. Entre 2011 e 2013 (último ano com dados consolidados), 77,9% dos R$ 5,9 bilhões de financiamento foram para o interior do Estado (o equivalente a R$ 4,6 bilhões). Mais de 85% das 81.936 cartas-consultas contratadas (o equivalente a 70.684) contemplaram empresas instaladas em cidades com menos de 50 mil habitantes, cuja economia está em processo de desenvolvimento. “Mais de 200 mil postos formais de trabalho foram gerados pelas empresas que tomaram crédito do FCO neste período. O resultado do crédito vai muito além da atividade financeira da empresa. São gerados mais empregos”, diz. Estudo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), que mediu os impactos do FCO sobre a economia goiana, mostra que as empresas fomentadas com recursos entre 2004 e 2011 tiveram crescimento de 102,3% de vagas geradas, diante de uma variação de 53,4% no número de empregos nas empresas que não tomaram os financiamentos do fundo. Em relação ao salário médio, a pesquisa mostra um incremento de 10% em relação aos trabalhadores das empresas não tomadoras de financiamentos do fundo. O fundo, gerido pelo Banco do Brasil (BB) e pela SIC, tem duas linhas principais: uma empresarial e outra rural. Os financiamentos vão até R$ 20 milhões. Dependendo da relevância do projeto podem chegar até R$ 100 milhões. Levantamento do BB mostra

NÚMEROS DO PRODUZIR ANO 2011 2012 2013 2014 TOTAL Nº PROJETOS 72 78 107 61 318 VALOR INVESTIM. 2.018 786,888 977,103 266,993 4048,984 (R$ milhões) EMPREGOS 5.793 5.414 7.324 5.095 19.851 TABELA DOS NÚMEROS DO PROGRAMA FOMENTAR ANO 2011 2012 2013 2014 TOTAL Nº PROJETOS 6 7 9 4 26 VALOR INVESTIM. 21,148 607,658 127,384 99,672 855,862 (R$ milhões) EMPREGOS 524 1.253 2.416 124 4.317 PRODUZIR + FOMENTAR (2011-2014) Nº PROJETOS 344 VALOR INVESTIM. (R$ milhões) 4.904,85 EMPREGOS 24.168 Fonte: SIC Jayr Inácio

Daia abriga o maior e mais diversificado polo de indústrias em Goiás

que 68% são micro e pequenas empresas. “Entendemos a importância do empreendedorismo e, principalmente, a necessidade de induzir a abertura de novas empresas de micro e pequeno porte, gerando novas empresas para a geração de empregos e riquezas nos municípios”, afirma Orcino. Mas o FCO não foi o único progra-

ma de financiamento gerido pelo Estado a impactar de forma positiva na economia do Estado. Com financiamentos de até R$ 25 mil, o Crédito Produtivo concedeu, entre 2011 e julho de 2014, R$ 18 milhões em 916 empréstimos. Em 10 anos (2004 a 2014), foram R$ 81 milhões concedidos em linhas de crédito.


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A porta de entrada dos investimentos Captar R$ 35 bilhões num período tão curto não é algo que ocorre da noite para o dia. São dezenas de reuniões e várias frentes de articulação até o investidor tomar a coragem para investir. A promoção da economia e dos diferenciais locais pela tabulação de diálogos com integrantes de diversas embaixadas sediadas em Brasília (DF) foi uma das formas encontradas pelo Estado para atrair empresas de capital internacional. O secretário William O’Dwyer realizou mais de uma centena de reuniões que serviram de oportunidade para apresentar as potencialidades de Goiás e dar início a futuras parcerias comerciais com representações diplomáticas instaladas na capital federal. Apenas no evento Go to Goiás, realizado pela Secretaria de Indústria e Comércio na casa de representação do Estado, no Lago Sul , representantes de mais de 60 embaixadas estiveram presentes. Este foi o maior evento de cunho econômico já realizado por um Estado junto às representações diplomáticas em Brasília. Eventos deste porte colaboram para consolidar as relações comerciais de Goiás com estes países, avalia O’Dwyer. “Vamos continuar a estabelecer inúmeros canais de diálogos com investidores de outros países. Este é um dos caminhos a serem seguidos para fazermos com que o nosso desenvolvimento e o nosso processo de industrialização continuem a avançar. Vamos ‘vender’ Goiás e seus atrativos e, para isso, os embaixadores são nossos principais interlocutores”, explica O’Dwyer.

Evolução da Produção Industrial no Estado 2010 2011 2012 2013 Brasil 10,5 0,3 -2,7 1,2 Goiás 17,1 6,2 3,8 5,0 Fonte: IBGE

Hora e vez da minha primeira empresa Dar o pontapé inicial no mundo dos negócios não é tarefa fácil no Brasil, mas em Goiás existem alguns facilitadores. O Governo do Estado de Goiás desenvolve o programa Minha Primeira Empresa há um ano. O programa é o primeiro no País a desenvolver ações de formação de novos empresários e de acompanhar suas empresas durante todo o primeiro ano de vida. O projeto é da Secretaria da Indústria e Comércio (SIC) e tem o assessoramento técnico de consultores da Associação de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (AJE). “As micro e pequenas empresas fortes são importantes para o crescimento das grandes”, explica o

superintendente da SIC, Rafael Lousa. Desde 2013, já foram capacitados 2.365 empresários e 2.447 diagnósticos do perfil empresarial aplicados. O projeto foi pensado para oferecer, além da capacitação, ferramentas de competitividade e sustentabilidade aos novos negócios. Os inscritos cursam um módulo de Iniciação ao Empreendedorismo, de 12 horas-aula expositiva, onde aprendem atributos do mundo empresarial. Depois desta etapa, passam por um diagnóstico psicológico do perfil do empreendedor, que vai indicar o seu perfil empresarial. “Acreditamos que o sucesso deste programa vai contribuir para o crescimento da micro e pequena empresa”, diz a presidente da AJE, Cybelle Bretas.

Comércio exterior em destaque Mais dinheiro de fora está sendo injetado na economia do Estado, por meio das exportações locais para Europa e Ásia, do que saindo pelas importações. Goiás obteve, em 2013, o maior saldo da história da balança comercial (US$ 2,2 bilhões) e neste ano a perspectiva é de fechar com avanço de pelo menos 5%. Até outubro, o saldo, que é a diferença entre exportações e importações, já está em US$ 2,3 bilhões. Enquanto as exportações brasileiras apresentam queda, é possível que em Goiás tenhamos um crescimento. Os nossos números são históricos”, diz o secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer.

O Estado obteve neste ano de 2014 a sua maior participação no total das exportações brasileiras, atingindo o porcentual de 3,16%. Outro recorde foi em relação aos números de países que importaram produtos goianos: 161 compradores. De 2003 a 2013, a balança comercial goiana cresceu 538,9%, evoluindo de U$ 1,103 bilhão para US$ 7,042 bilhões em vendas para o mercado externo. No primeiro trimestre de 2014, Goiás passou a ter participação de 3,34% nas exportações brasileiras. O saldo comercial do período chegou a US$ 568 milhões, ao passo que a balança brasileira obteve déficit de US$ 6 bilhões.


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Comércio e lazer

A força dos shoppings Principais centros de compras em construção investem quase R$ 1 bilhão na economia goiana. Além da Capital, empreendedores apostam também em municípios do interior

U

m dos maiores indícios de que a economia goiana tem chamado atenção de muita gente são os investimentos em shopping centers. Enquanto muita gente pensava que este mercado já estivesse saturado, principalmente na Capital, novos empreendimentos não pararam de ser lançados nos últimos anos. E o que é melhor: com muito sucesso nas vendas. Até 2016, pelo menos seis novos centros de compras serão inaugurados no Estado, com investimentos de quase R$ 1 bilhão: o Shopping Cerrado (Goiânia), Mega Polo (Goiânia), América Shopping (saída para Trindade), Aparecida Shopping (Aparecida de Goiânia), Golden Shopping (Goiânia) e Buriti Shopping (Rio Verde). Esses empreendimentos serão responsáveis pela abertura de mais 1,3 mil novas lojas e dezenas de salas de cinema na Grande Goiânia e interior, que vão gerar quase 30 mil novos empregos diretos e indiretos. As principais redes de lojas de departamento do País, como C&A, Renner, Riachuelo, Marisa e Americanas marcarão presença em quase todos os novos cen-

tros de compras que serão abertos no Estado. Tudo isso mostra que este setor tem ignorado cenários de crise e desafia previsões desanimadoras sobre a economia do País. O crescimento do PIB goiano, que saltou de R$ 37,4 bilhões em 2002 para R$ 111,2 bilhões em 2011, foi um grande estímulo. Em vários pontos da Grande Goiânia, é possível enxergar os empreendimentos em obras, a todo vapor. O América Shopping, que está sendo construído na GO-060, saída para Trindade, num investimento de R$ 120 milhões, contará com mais de 140 lojas e vai gerar 1,1 mil empregos diretos e outros 3,3 mil indiretos. Entre os investidores, está a goiana Saga Malls, do gigante Grupo Saga. A expectativa é que o América Shopping movimente cerca de R$ 180 milhões anuais, pois vai abranger uma área de influência de 260 mil habitantes e mais os 105 mil moradores de Trindade que sempre passam pela rodovia. O futuro prolongamento da Avenida Anhanguera até Trindade também deve ajudar no bom desempenho do shopping. Para o CEO do Grupo Saga

Malls, Fernando Maia, que compõe o grupo de investidores, formado também pela M Pimentel e Orca, o shopping trará enormes benefícios econômicos e sociais para a Região. Pelas características do empreendimento, o empresário acredita que ele trará uma grande valorização à Região, atraindo novos investimentos e qualidade de vida aos moradores dos bairros próximos, que ainda são carentes deste tipo de empreendimento. A expectativa é que, quando o centro de compras estiver operando, sejam arrecadados anualmente cerca de R$ 900 mil em ISS e R$ 23 milhões de ICMS.

Aparecida

Aparecida de Goiânia também ganhará um novo grande shopping que abrigará 200 lojas apenas na primeira etapa, distribuídas em 25 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). O investimento total chegará a R$ 225 milhões: R$ 150 milhões dos investidores e outros R$ 75 milhões que serão gastos pelos lojistas. O novo centro de compras também já está sendo construído na Aveni-


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Divulgação

Geraldo: mercado em crescimento

da Independência, praticamente no Centro da cidade, próximo à Prefeitura, Fórum e Igreja Matriz, uma Região que ainda não contava com um empreendimento deste porte. Como o shopping atenderá uma região cuja área de influência é superior a 489 mil habitantes, que também inclui o município de Hidrolândia e parte de Goiânia, segundo pesquisa do Ibope, o fluxo de vendas anual é estimado em R$ 250 milhões. O investimento será feito numa parceria da Saga Malls, JC Distribuição e Mará Participações. Após a inauguração, prevista para maio de 2016, o empreendimento deverá criar entre 1,5 mil e 1,8 mil empregos diretos. O diretor comercial da Saga Malls, Cláudio Vaz, diz que Aparecida se mostra uma região cada vez mais próspera e os investidores identificaram uma grande oportunidade de mercado. “Essa população só contava com o Buriti Shopping, que fica na divisa com Goiânia. No Centro de Aparecida ainda havia uma grande carência de um empreendimento deste porte”, justifica. Até o início de novembro, o centro de compras já estava com 56% da ABL locada para lojas de renome como a C&A, Riachuelo, Lojas Avenida, Primetek e Shopping dos Cosméticos. “A Grande Goiânia se mostrou

uma Região muito importante para shoppings, por isso tem atraído tantos investidores”, completa. O Grupo Odilon Santos e a Cyrela Commercial Properties (CCP), uma das principais empresas de investimento e locação de imóveis comerciais do Brasil, com foco no desenvolvimento e aquisição para locação de edifícios corporativos de alto padrão, centros de distribuição e shopping centers, também acreditaram na economia goiana e lançaram o Shopping Cerrado. Com uma ABL de 32,5 mil metros quadrados apenas na primeira fase, o novo centro de compras, que fica entre as avenidas Anhanguera e 24 de Outubro, por onde circulam 280 mil pessoas diariamente, deve ser inaugurado já em outubro do próximo ano. O diretor de Expansão do Shopping Cerrado, Humberto Moreira, informa que o custo total da obra alcançará os R$ 300 milhões. Segundo ele, a CCP acreditou no empreendimento porque encontrou um sócio com uma filosofia de trabalho muito parecida com a sua. Além disso, o Grupo Odilon Santos também contava com um terreno excepcional para o empreendimento, com localização estratégica. “Mas o principal é que acreditamos muito no potencial da cidade”, justificou Humberto Moreira. Marcas como a Riachuelo, C&A, Marisa, Renner, Avenida, Bob’s, Max Sushi, Cacau Show e Colombo já confirmaram presença no centro de compras.

to, que receberá R$ 150 milhões em investimentos até sua conclusão total, é uma parceria da Partner Corporate com a incorporadora Queiroz Silveira. As obras já começaram. Somente na primeira etapa, serão investidos R$ 70 milhões. O diretor da Parter Corporate, Geraldo Rocha, lembra que a Região Leste de Goiânia tem uma população estimada em 500 mil habitantes, estando numa área de influência e acesso a vários municípios, como Senador Canedo e Bonfinópolis. “Uma prova de que a região tem um grande potencial é que ela já abriga quatro unidades do supermercado Bretas e todas têm um bom desempenho de vendas”, justifica o empreendedor. O Golden abrigará até uma academia de ginástica. Para o outro empreendedor do shopping, Rogério Queiroz Silveira, esta Região será uma nova rota do comércio de Goiânia, voltada para as necessidades da população do Entorno. Segundo ele, pesquisas mostraram que a população local chega a atravessar toda a cidade pelo Eixo Anhanguera para fazer suas compras no Portal Shopping, na saída para Goianira, por ser um centro de compras mais parecido com o perfil da Região. Divulgação

Região Leste

Em outubro de 2016, Goiânia inaugurará mais um shopping: o Golden Shopping, o primeiro da Região Leste, que será construído na Avenida Anápolis, na Vila Pedroso. Com uma ABL superior a 20 mil metros quadrados, o Golden terá 170 lojas na primeira etapa, que irão gerar cerca de dois mil empregos diretos, com previsão para mais 4,5 mil indiretos. Com a conclusão total, em quatro etapas, serão 50 mil metros quadrados de ABL e previsão de atingir quatro mil empregos diretos. O empreendimen-

Moreira: potencial de mercado


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Tendência de regionalização e interiorização Os shoppings se esparramam pela Grande Goiânia seguindo uma tendência de regionalização, vinda com o crescimento da cidade e a maior dificuldade para deslocamentos, diante de um trânsito cada vez mais intenso. “Cada Região elegerá seu shopping regional para comprar”, prevê o diretor comercial da Saga Malls, Cláudio Vaz. Além disso, ele acredita que outra tendência irreversível seja a interiorização, graças ao crescimento das economias nos municípios goianos, garantido pelo processo de industrialização e outros investimentos locais incentivados pelo Governo estadual. O CEO da Saga Mall e membro do Conselho de Administração do Grupo Saga, Fernando Maia, disse que é amplo o espaço para expansão dos shoppings em território nacional, principalmente em Goiás. Ele se baseia no fato do País ainda possuir apenas 50 metros quadrados de ABL para cada grupo de mil habitantes, enquanto no México são 81 metros quadrados e, nos Estados Unidos, 2 mil metros quadrados por mil habitantes. Em Goiás, essa média é de apenas 14 metros quadrados por mil pessoas. Goiânia também vai ganhar o primeiro shopping atacadista com a bandeira Mega Polo Moda fora

Beto Monteiro

Cláudio: interiorização dos shoppings

de São Paulo. Com um investimento de R$ 180 milhões, o grupo, representado pela RBW, sócia empreendedora, terá como parceiros as goianas Terral Shopping Centers e a Fraternidade Assistência a Menores Aprendizes (Fama). O empreendimento, que será entregue no próximo ano, deve gerar 2 mil empregos diretos na Capital. O diretor comercial do grupo Mega Polo Moda, Adelino Basílio, disse que a praça de Goiânia tem grande tradição no comércio atacadista de moda e o shopping será um ponto estratégico da cidade, no prolongamento da Avenida Bernardo Sayão até a Avenida Goiás, no Setor Fama. Serão 21,4 mil metros quadrados de área construída que abrigarão 222 lojas, com estacionamento para centenas de carros e ônibus que chegam com compradores de todo o País.

Atender mercados em crescimento econômico exponencial e que tragam Novos caminhos A interiorização dos grandes shobenefícios e retorno ppings já é uma realidade em Goiás: financeiro para a região eles já estão nas principais cidades do interior do Estado, como Rio Ver-

de, Catalão e Anápolis, e no Entorno do Distrito Federal, como Valparaíso e Águas Lindas. A explicação está no desempenho das economias regionais: o PIB de Anápolis, por exemplo, saltou de R$ 2,1 bilhões em 2002 para R$ 12,1 bilhões em 2011. Em Rio Verde, o salto foi de R$ 1,8 bilhão para R$ 5,5 bilhões no período. Somente entre 2010 e 2011, o município elevou sua participação do PIB estadual de 4,3% para 5%. No último mês de novembro, foi inaugurado o Buriti Shopping Rio Verde, que no fim de outubro já tinha 85% dos espaços comercializados. São mais de 170 lojas, completa área de lazer e ampla praça de alimentação, além de estacionamento com mais de 1,4 mil vagas. Durante a construção do empreendimento, em torno de 2.500 vagas de emprego, diretos e indiretos, foram geradas. A expectativa é que o shopping gere um fluxo de clientes elevado, pois Rio Verde e seus municípios vizinhos somam um público estimado em 400 mil pessoas. Âncoras como Renner, C&A, Riachuelo, Lojas Americanas e Casas Bahia estão no Buriti Rio Verde. Agora, a população do município e região terá acesso a produtos e serviços que antes só eram encontrados na Capital. Renata Albuquerque, gerente corporativo de Marketing da Terral Shopping Centers, informa que a empresa identificou o grande potencial de crescimento econômico da região. Segundo ela, por conta do mercado de Rio Verde em expansão, havia a demanda por um centro de compras que atendesse às necessidades da cidade e municípios vizinhos, um empreendimento de grande porte. “Essa é a estratégia da Terral: atender mercados em crescimento econômico exponencial e que tragam benefícios e retorno financeiro para a região”, justificou Renata.


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Empreendedores apostam no potencial da economia goiana Tanto os empreendedores que investiram na construção de novos shoppings em Goiânia, quanto os lojistas que viram uma boa oportunidade de expansão, abraçaram a ideia por confiarem na força da economia goiana. A opinião é do especialista em Gestão de Empresas, Marcelo Camorim. Segundo ele, apesar de toda a crise que assombra a economia brasileira, Goiás é um Estado pujante, cuja economia ainda vive muito ligada ao agronegócio e que vem num bom ritmo de crescimento, acima da média nacional. Além disso, a força do agronegócio acaba impulsionando outros negócios, como os setores de comércio e serviços. Camorim também concorda que havia uma demanda reprimida no setor, que levou os investidores a serem muito otimistas na ocasião do lançamento desses empreendimentos, acreditando que o País fosse crescer na mesma proporção. “O mercado brasileiro teve um boom de crescimento e o mercado de shoppings apostou nessa onda”, destaca. Mas a construção de um shopping leva dois ou três anos e os investimentos são elevados. Neste período, a economia nacional esfriou e ele teme que todo otimismo inicial não atenda às expectativas, pelo menos à curto prazo, ou seja, até o final do próximo ano. “A perspectiva é que 2015 não seja um ano bom, em função da falta dos ajustes que deveriam ter sido feitos pelo Governo Federal”, alerta. Mas como muitos dos empreendimentos só ficam prontos no final de 2015 ou de 2016, os investidores ainda estão apostando no desempenho da economia goiana, que continua crescendo. O IPC Maps aponta que o potencial de consumo em Goiás chegou a R$ 110 milhões em 2014, contra R$ 90 bilhões em 1999. Neste período, as empresas locais do comércio saltaram de 62.086 para 230.776. No

PROJETOS EM ANDAMENTO Empreendimento América Shopping Shopping Cerrado Golden Shopping Aparecida Shopping Mega Polo Buriti Rio Verde

Investimento Lojas Empregos* R$ 120 milhões 140 .400 R$ 300 milhões 187 3.000 R$ 150 milhões 274 6.000 R$ 150 milhões 210 6.000 R$ 180 milhões 222 8.000 R$ 80 milhões 170 2.500

*Estimativa de empregos diretos e indiretos

A força do agronegócio impulsiona outros negócios, como os setores de comércio e serviços setor de serviços, a disparada foi ainda maior: de 41.786 empresas para 260.197. O setor varejista está apostando no sucesso desses empreendimentos, por isso as empresas continuam reservando seus espaços nos futuros empreendimentos. Wesley Barbosa, superintendente da Flávio's Calçados, informa que a rede já está com presença marcada no Buriti Shopping de Rio Verde, onde inaugurou sua 22ª loja recentemente, no Aparecida Shopping e no Shopping Cerrado. Somente nessas duas últimas, o investimento nos pontos de venda chega a R$ 3 milhões. Para ele, a grande vantagem de possuir operações em shoppings é o fato

de se terceirizar boa parte da estrutura, como estacionamento, segurança e ar condicionado. “Isso tira um pouco do peso sobre a área administrativa”, destaca. Outro ponto positivo é o fato de que, no shopping, o tempo médio de visita dos consumidores é 20% maior que numa loja de rua, pois quem vai ao shopping está com mais tempo para olhar os produtos e passear. Isso também acaba resultando num tíquete médio maior de vendas. Por tudo isso, dos 10 shoppings instalados em Goiânia e Aparecida, a rede só não está presente em dois. Para Wesley, com essa expansão dos shoppings para vários pontos da cidade, Goiânia está vivendo um fenômeno já experimentado por grandes metrópoles há mais tempo. Ele acredita que a tendência seja as lojas de rua caminharem para os shoppings, onde mais de 40% das vendas vêm do segmento de moda. “Acredito que Goiânia irá comportar mais shoppings, pois ainda há muita oportunidade, considerando que temos uma média de ABL de apenas 14 metros quadrados por grupo de mil habitantes, que ainda é muito baixa”, justifica o superintendente.


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Comodidade nas compras e lazer para a população Divulgação Fecomércio

Para o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), José Evaristo dos Santos, os shoppings se tornaram uma grande coqueluche no Estado. Entre as razões para isso, está o fato de grande aglomerado de lojas facilitar a vida do consumidor na hora de escolher um produto para comprar. Essas pessoas também são atraídas por aspectos como a facilidade de estacionamento, ar condicionado e mais segurança, o que acabou gerando uma dificuldade de concorrência para as lojas de rua. Por isso, além dos shoppings em construção na Grande Goiânia e daqueles que realizam expansões, como Flamboyant e Buriti, os centros de compras também se proliferam pelo interior de Goiás. Evaristo ressalta que alguns são grandes promessas, como o Shopping Cerrado, que será uma boa opção para a região de Campinas, o Aparecida Shopping e o Golden, que atenderá a população da Região Leste, ainda desassistida por este tipo de empreendimento. Para ele, há mercado para todo mundo. “Basta oferecer os atrativos que o consumidor busca”, destaca o presidente da Fecomércio-GO. Ele lembra que outro atrativo para os lojistas é que Goiânia tem uma população que consome com mais responsabilidade que na média nacional. Isso porque os moradores da Capital não estão entre os mais endividados do País. Além disso, o setor de comércio e serviços responde por 61% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e os segmentos de varejo e atacado são responsáveis por 41% do ICMS arrecadado. “Nos últimos anos, Goiás sempre esteve acima da média nacional em volume de vendas”, ressalta Evaristo. Com o aumento do número de shoppings, as lojas de rua precisarão ser ainda mais criativas para enfrentar o aumento da concorrência

Evaristo: consumidor busca atrativos no mercado competitivo

pelas vendas. “O bolo para ser dividido é um só. Para que ele cresça, a economia do País precisará avançar mais”.

Economia

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL), Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho, estima que o grande número de novos shoppings lançados recentemente seja compatível apenas com um cenário de economia em crescimento. Porém, no momento de desaceleração atual, ele não acredita que haja espaço para novos lançamentos, principalmente porque os shoppings já instalados também têm muitos projetos de expansão em andamento. “Houve uma concentração de investimentos na Grande Goiânia e teremos de aguardar o início das operações para conferir se haverá capacidade de geração de fluxo

para todos eles”, destaca. Melchior lembra que grande maioria são investimentos de empreendedores goianos, alguns feitos através de parcerias com investidores de outros Estados. O Passeio das Águas é o único que não tem capital regional. De qualquer forma, ele ressalta que todos esses investimentos foram precedidos de pesquisas de mercado e estudos detalhados, que com certeza mostraram o potencial da economia goiana para receber esses empreendimentos. “Há sempre uma base técnica de avaliação muito criteriosa. Os empresários goianos enxergaram esse potencial porque Goiás vem crescendo acima da média nacional há décadas e conseguiram bons parceiros. O País está estagnado, mas Goiás continua avançando, o que explica os investimentos”, completa o presidente da FCDL.


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Empreendimento

Fujioka, uma empresa que retrata a história de Goiás O 4º Encontro contemplou a premiação dos melhores relatos de boas práticas gerenciais finalistas do 2º Concurso Melhores Práticas Gerenciais do Estado de Goiás

H

Marco Aurélio Techio

á exatamente 50 anos a empresa Fujioka retrata a história de Goiás e dos goianos, leva tecnologia e entretenimento para os lares e empresas do território goiano e de todo o País, seja através de lojas de varejo ou de centros de distribuição de mercadorias. A empresa é responsável por inserir o Estado entre os três maiores propagadores de tecnologia avançada no Brasil. Não é por acaso que o Fujioka está entre as 500 maiores empresas em vendas no Brasil e entre as melhores empresas de varejo. Em Goiás, figura entre as 50 maiores arrecadadoras do Imposto sobre Cir-

culação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No ano do seu cinquentenário, ultrapassa a mais de 60 lojas espalhadas por Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, entrando com força nesses mercados, além de contar com centros de distribuição de mercadorias em Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Bahia e São Paulo, e duas lojas especializadas em atender diretamente os lojistas, localizadas em Goiânia e Anápolis. Para manter essa estrutura de gigante, a empresa conta com 3.300 colaboradores diretos e mais de 1.000 indiretos. E os projetos de expansão estão a todo vapor. Até mar-

ço próximo, três cidades mineiras vão receber lojas do Fujioka: Uberlândia, Uberaba e Araguari, além de outras em Goiás, como Rio Verde, que receberá a sua segunda loja, no novo shopping center que será inaugurado.

Potência

Carlos Alberto Yoshida, conhecido como Yuki, diretor comercial do Fujioka, lembra que a área de tecnologia não para de crescer no País e no mundo, e que o Fujioka representa a tecnologia em Goiás e no Brasil. Ele estima que o setor ainda tem muito espaço para avançar com a pe-


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netração de tablets, smarthphones e notebooks. “É um mercado aberto, embora o Brasil já seja o quarto maior mercado consumidor de notebooks, o terceiro de smarthphones e o quinto de TVs”, afirma, baseado em sua larga experiência e vivência no mercado tecnológico. Mesmo assim, o diretor acredita que há espaço para mais crescimento. Ele cita que o corte do sinal analógico de TV, a partir do próximo ano, definido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deverá influenciar positivamente o mercado tecnológico brasileiro nos próximos anos. Com isso, deverá ocorrer uma corrida para a compra de televisores com a nova tecnologia, estima Yuki. A cidade goiana de Rio Verde será a primeira do Brasil a ter o corte do sistema analógico, em novembro do próximo ano. Por isso, o Fujioka quer aproveitar essa oportunidade e abrir mais uma loja na cidade. “Vamos chegar nas cidades antes da tecnologia para atender a corrida para a troca de aparelhos de TV antigos por aqueles com tecnologia digital”, anuncia Yuki. Além disso, afirma ele, a troca de aparelhos de celular por aqueles mais modernos também continua expressiva. “Agora todos querem aparelhos para dados, para estarem conectados à internet 24 horas por dia, a onde estiverem, e não mais apenas para voz”, diz. E as novidades no mercado tecnológico não param de chegar. A previsão é que no prazo de três anos muita coisa nova estará nas vitrines tecnológicas do mundo, como o aparelho de TV que pode ser enrolado e carregado debaixo do braço. Os diretores do Fujioka estiveram recentemente em uma feira de tecnologia na Coreia do Sul e já fizeram suas encomendas, garantindo a fama de ser uma empresa de vanguarda, que coloca à disposição de seus clientes os produtos lançados simultaneamente no mundo, atraindo a atenção para o Brasil e para Goiás.

Da loja Foto Sakura à potência do Fujioka de hoje

Entre as melhores e maiores

Segundo a revista Exame de 2014, edição Melhores e Maiores, a empresa Fujioka está entre as: 4 500 Maiores Empresas em Vendas no Brasil 4 5ª Empresa com maior crescimento em Vendas do Centro Oeste 4 25 Maiores Empresas do Centro Oeste Segundo o jornal O Popular 2014 4 Uma das 75 empresas mais admiradas de Goiás 4 Uma das maiores arrecadadoras do ICMS em Goiás Segundo o Pop List (ShareOfMind) do jornal O Popular de 2014 41º lugar categoria Loja Especializada em Revenda de Celular (11 anos consecutivos) 41º lugar categoria Loja de Cine e Foto (21 anos consecutivos) Segundo o Top of Mind Distrito Federal 41º lugar em Loja de Revenda de Celular 41º lugar em Cine e Foto


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Atuação no varejo e no atacado Além de forte atuação no varejo, com 65 lojas espalhadas por Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, o Fujioka tem sua marca em todo o País através da distribuição de produtos diretamente a lojistas, revendedores e vendas na web para serviços fotográficos. Para atender esse mercado específico, a empresa conta com centros de distribuição de mercadorias em Goiás, São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Espírito Santo, com mais de 40 mil metros quadrados de área de armazenagem. Pela sua atuação no varejo e no atacado, o Fujioka se posiciona como uma das maiores empresas do País, alavancando também o PIB goiano, onde está sediada a matriz da empresa e o maior número de lojas. Assim, sai ganhando o consumidor final que tem acesso a produtos em primeira mão e a preços competitivos. “Só quem compra muito no atacado pode vender mais barato no varejo”, atesta Carlos Yoshida, diretor comercial da empresa. O Fujioka trabalha com um mix de cerca de 3.700 itens de produtos tecnológicos, a maioria produzido no Brasil, principalmente na Zona Franca de Manaus. Eles vão de produtos de informática, som e imagem, cine e foto, telefonia, ótica e de cuidados pessoais.

A história

A história do Fujioka se confunde com a história de Goiás. Pioneira na Região Centro-Oeste, a empresa nasceu no mercado de fotografia em 1964 com o nome de Foto Sakura, pela ousadia e idealismo dos irmãos descendentes de japoneses Sussumi e Teruo Fujioka e o primo

Pontos dos Centros de Distribuição de mercadorias do Fujioka pelo Brasil

Só quem compra muito no atacado pode vender mais barato no varejo Katsumi. Foi a primeira loja a revelar fotos em menos de uma hora no Centro-Oeste e a segunda no Brasil. Logo depois, passou a contar com o maior laboratório fotográfico colorido da Região e do País e foi comprando outras empresas do ramo, como a rede de Ótica Baroni e a Color Center. Em 1979, o Fujioka começou a atuar no mercado atacadista, distribuindo produtos dos principais fabricantes de tecnologia do mundo. Hoje se destaca como a terceira

maior empresa de distribuição e de vendas de tecnologia do Brasil. A empresa foi fundada com base nas oportunidades de crescimento surgidas com a tecnologia. No dia 11 de maio de 1964, fundada em princípio com o nome de Foto Sakura, a empresa atuava na área de fotografias para documentos. Com a iniciativa de Sussumi Fujioka, Teruo Fujioka, e mais tarde outro sócio Katsume Fujioka, a empresa mostrou cedo que estava predestinada ao sucesso. Cinco décadas depois, a empresa Fujioka tornou-se uma das maiores do Brasil no segmento de tecnologia. A empresa conta com mais de 3.300 funcionários, que recebem treinamento constante na área de vendas, administrativas, informática e outras áreas de acordo com a necessidade. Além disso, tem a Associação dos Funcionários da Organização Fujioka, com uma sede campestre na cidade de Goianira, distante 15 quilômetros de Goiânia.


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Goiânia-Anápolis

Nova rota tecnológica Governo de Goiás lança o Eixo Tecnológico Goiânia-Anápolis, complexo de indústrias de alta tecnologia e baixo impacto ambiental a serem instaladas ao longo da BR-153 Rhandy Pierre

O

Governo de Goiás lançou em novembro mais um projeto que visa transformar Goiás num modelo de ponta em matéria de desenvolvimento tecnológico e sustentável. Por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), o Governo apresentou em Terezópolis o projeto de implantação do Eixo Tecnológico Goiânia-Anápolis, um complexo a ser composto por empresas de alta tecnologia e baixo impacto ambiental instaladas em espaços planejados ao longo da rodovia BR-153, entre a capital e Anápolis. Os estudos conceituais para implantação do projeto já começaram pela empresa vencedora da licitação, a Módulo BR Arquitetura, Design e Construção, de Brasília. “Este projeto inovador integra o Plano de Governo de Marconi Perillo e transformará de forma pioneira a região entre a Capital e Anápolis. É uma proposta arrojada, que vai instaurar um novo modelo de desenvolvimento, mas priorizando a geração de emprego com baixo impacto ambiental, muita tecnologia e qualidade de vida”, afirmou o secretário de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela. Ele acrescentou que o projeto será construído com a participação efetiva dos municípios, respeitando-se as potencialidades locais e ouvindo a população, porque o objetivo maior é a preservação do patrimônio ambiental da região. O estudo contemplará um amplo levantamento de dados e informações sobre a área do Eixo, que abrange, além de Goiânia e Anápolis, os municípios de Terezópolis de Goiás, Goia-

Reunião em Terezópolis discute a implantação do Eixo Tecnológico Goiânia-Anápolis

Projeto inovador transformará de forma pioneira a região entre a Capital e Anápolis nápolis, Nerópolis, Campo Limpo e Ouro Verde. Serão estudadas questões ligadas ao uso e ocupação do solo, diagnóstico socioeconômico e ambiental da região, bem como os aspectos jurídicos e institucionais para a implementação do projeto. Também

serão abordadas formas de atrair o interesse de investidores e avaliadas as áreas potenciais para a implantação de condomínios residenciais, que servirão aos trabalhadores dos complexos produtivos. A reunião para apresentação do projeto em Terezópolis foi realizada na Câmara Municipal e contou com a participação de prefeitos da região e da secretária estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Jacqueline Vieira da Silva, que representou o governador Marconi Perillo no evento. O superintendente Central de Planejamento da Segplan, Bruno Fleury, representou o secretário Leonardo Vilela. Participaram ainda do encontro representantes de entidades públicas e privadas, como Fieg, Senai, Sebrae e ONGs ambientalistas da região.


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O plenário Adolfo de Almeida da Câmara de Vereadores de Terezópolis ficou lotado de moradores, empresários e políticos da região. Na abertura, o superintendente da Segplan, Bruno Fleury, falou da importância do projeto para inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável para a região. “A Segplan está irmanada com as outras secretarias de governo que são parceiras neste projeto. É um plano que fará a diferença no desenvolvimento científico e tecnológico não só desta região, mas de todo o Estado de Goiás e do próprio País, estamos muito confiantes nesta parceria que envolve também os municípios, entidades do setor produtivo e universidades”, disse Fleury destacando as parceiras já iniciadas tanto no governo quanto na iniciativa privada para a implementação do projeto. Além do prefeito da cidade-anfitriã, vários prefeitos da região fizeram uso da palavra celebrando a implantação do projeto e chamando atenção para o que classificaram de “engessamento do desenvolvimento da região” em função da implantação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Ribeiro João Leite. A APA foi criada em 2002 com o objetivo de proteger os recursos hídricos da bacia hidrográfica do Ribeirão João Leite, cuja barragem abastece a Região Metropolitana de Goiânia. A APA do João Leite abrange os municípios de Goiânia, Terezópolis, Goianápolis, Nerópolis, Anápolis, Campo Limpo e Ouro Verde de Goiás, cidades que estão na rota que abrigará o Eixo Tecnológico Goiânia-Anápolis. “É importante que se diga que os impeditivos [ambientais] da barragem nunca nos desanimaram e agora trouxe esse olhar diferenciado para desenvolvermos aqui na região projetos modernos e sustentáveis como esse”, disse o prefeito de Terezópolis, Francisco Alves de Sousa Júnior. Agradecendo à secretária Jacqueline Vieira e a Bruno Fleury, o prefeito disse que a cidade “sempre esteve aberta” a parcerias com o Governo do Estado e

Eixos integrados, sem arranha-céus O evento foi encerrado com uma apresentação do esboço do projeto pelo arquiteto e urbanista Antonio Augusto Rebelo, diretor da Módulo BR, a empresa que fará o estudo de concepção do Eixo Tecnológico Goiânia-Anápolis. Rebelo abordou conceitos e premissas que embasam o projeto, bem como as experiências do gênero existentes no mundo e no Brasil, estas mais voltadas para a existência de polos e parques tecnológicos (e não eixos integrados) vinculados a universidades, principalmente em São Paulo. ‘Segundo ele, alguns dos melhores exemplos de eixos integrados de desenvolvimento tecnológico e preservação ambiental estão na Alemanha, China, Índia, Inglaterra, França e Estados Unidos. Rebelo explicou ainda que o estudo conceitual do eixo goiano contemplará um amplo levantamento de dados e informações sobre a área

do trajeto/traçado proposto. A Módulo BR deverá entregar à Segplan os relatórios do estudo em 120 dias, quando terá início a etapa de detalhamento do projeto de implantação do Eixo Tecnológico. O custo do estudo é de R$ 149,9 mil. Sempre pontuando com os exemplos que embasam a proposta para o Eixo Tecnológico em Goiás, Rebelo foi dando uma ideia prática de como o projeto poderá ser erguido na região. “Não esperem pela construção de [edifícios] arranha-céus, grandes fábricas, criação de vaga de emprego em escala industrial, nada disso. Pelo contrário, os exemplos que temos desse tipo de empreendimento pelo mundo são de pequenos prédios integrados à paisagem, empresas de quadro enxuto e mão de obra altamente qualificada”, afirmou ao final antes de responder a algumas perguntas do público. Rhandy Pierre

BR-153 no trecho entre Goiânia e Anápolis

com o setor produtivo. A titular da Semarh, Jacqueline Vieira da Silva, disse que o evento era um “momento histórico para Goiás”. “Esse projeto será uma experiência inovadora para nós porque não vem sozinho, ele traz uma visão sistêmica de desenvolvimento, por isso que a Segplan anun-

cia esse empreendimento com parceiros do Estado e da iniciativa privada. Essa região tem a missão grandiosa de fazer tudo isso de forma sustentável, temos aqui a chance de transformarmos nossa realidade com base nos melhores exemplos do gênero que temos pelo mundo”, afirmou a secretária.


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Profissionalização

Bolsa Futuro supera meta Programa qualifica mais de 500 mil goianos e colabora para que Goiás permaneça com níveis avançados de crescimento econômico em todos os setores Michel Capel

O

Governo supera a meta de qualificar 500 mil goianos e estrutura uma moderna Rede de Educação Profissional que colabora para que Goiás permaneça com níveis avançados de crescimento. Ao mesmo tempo, o Estado é referência no que nos programas de políticas de inovação tecnológica. O balanço foi feito pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectec), Mauro Faiad. Os números reafirmam a posição alcançada pelo Bolsa Futuro como o maior programa estadual de qualificação profissional do País. O governador Marconi Perillo fez questão de celebrar a conquista durante solenidade realizada no mês de outubro, oportunidade em que agradeceu aos dirigentes e servidores engajados no projeto. “Superamos a meta com três meses de antecedência. Esse é fruto de todo um trabalho de uma equipe unida”, disse Marconi. Além de promover a ascensão social, o Bolsa Futuro garante mão de obra necessária para que Goiás continue a crescer acima da média nacional. A Rede Estadual de Educação Profissional atualmente é formada por 14 Institutos Tecnológicos (Itegos), grandes estruturas regionais voltadas para o ensino técnico e profissional, inclusive superior. Outros cinco estão em construção. Vinculados aos Itegos estão 123 Colégios Tecnológicos (Cotecs), presentes em 95 municípios. Os cinco Itegos em construção estão localizados nas cidades de

Faiad entrega Bolsa Futuro para alunos em Padre Bernardo

Goiânia (Região Noroeste), Aparecida de Goiânia, Santo Antônio do Descoberto, Mineiros e Valparaíso. O investimento estimado é de R$ 9 milhões. As unidades são compostas por 12 salas de aula, seis laboratórios básicos, auditório, biblioteca, teatro de arena, refeitório, área de vivência, quadra poliesportiva completa e dois grandes laboratórios especiais. Além disso, quatro Itegos estão em reforma e/ou ampliação: Niquelândia (R$ 1,5 milhão), Planaltina de Goiás (R$ 2,5 milhões), Piracanjuba (R$ 600 mil) e Catalão (R$ 1,1 milhão). Mauro Faiad lembra que 200 mil vagas do Bolsa Futuro foram ocupadas por beneficiários dos programas Bolsa Família e Renda Cidadã,

bem como filhos de famílias de menor poder aquisitivo (renda per capita de até R$ 140,00/mês). Além de cursos gratuitos, eles receberam repasse mensal de R$ 75,00 durante os estudos. Na primeira fase, os alunos têm disciplinas comuns: informática, português e matemática. Depois, podem optar por dois entre 10 cursos de qualificação nos ramos industrial, agropecuário ou de serviços, sempre adequados às necessidades do mercado e com elevados índices de empregabilidade. Os cursos oferecidos são técnicas de vendas; secretariado e rotinas administrativas; recepção de hotel e atendente de bar; reprodução animal e produtividade de gado leiteiro; téc-


Michel Capel

Governador Marconi entrega certificados de cursos da Sectec

nicas agrícolas; destilador de álcool; cuidador de idosos e crianças; porteiro e zelador; eletricista e encanador; e operador de caldeiras. A carga horária varia de 164 horas a 264 horas. Outras 300 mil vagas do programa foram destinadas a todos os goianos, independentemente do nível de renda. Nesse caso, não há o repasse financeiro de R$ 75,00, mas os cursos são totalmente gratuitos. No total, 80 cursos são ofertados para atender demandas de todos os setores produtivos. Dependendo da opção, a carga horária pode chegar a 1.300 horas.

Para o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clélio Campolina Diniz, Goiás passa por uma rápida e profunda transformação. Sobre os programas de capacitação e inovação implantados pelo Governo, disse que “esse esforço do Estado é extremamente positivo ao qualificar recursos humanos para atender a demanda da economia crescente”. O ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) diz ainda que Goiás “tem uma dinâmica econômica muito forte”. As avaliações foram feitas durante a abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Pirenópolis, em outubro último.

Basileu França

Com renomado corpo docente, o Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França/Escola de Arte Veiga Valle conta com tecnólogos, graduados, mestres e doutores em diversas linguagens artísticas. Atende, em média, 6 mil alunos/ano nas

O Bolsa Futuro é o maior programa estadual de qualificação profissional do País diversas modalidades das artes, vários deles premiados nacional e internacionalmente. Enquanto centro de excelência em ações educativas na área artística, a escola tornou-se referência regional e nacional, sendo efetivamente importante para o desenvolvimento cultural do Estado. A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás também é vinculada ao Basileu França. São 100 integrantes que recebem uma bolsa no valor de R$ 800,00 mensais. Michel Capel

Lousas interativas nos Itegos A Sectec implanta nas salas de aulas dos Itegos plataforma tecnológica que possui 62 ferramentas de interatividade, a mais moderna do Centro-Oeste. A iniciativa colocará Goiás na vanguarda no que se refere ao uso de instrumentos de última geração voltados para o aprendizado, diz secretário Mauro Faiad. O Governo do Estado investe R$ 3,75 milhões no Projeto Ambientes Multimidiáticos. O projeto é considerado uma revolução nas salas de aula. Quadro,

Salas de aula em ambientes multimidiáticos nas escolas padrões

giz e apagador, que subsistem por séculos, são substituídos por equipamento que inclui computador, lousa interativa de 4 metros com acesso à internet, projetor multimídia de curta distância, amplificação para voz

com alto-falante de 300W, software em integração com notebooks ou tablets. As ferramentas permitem acessar, durante as aulas, vídeos, fotos, textos em sites, arquivos, bem como interferir e destacar elementos.


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APLs fortalecem vocações econômicas locais Goiás é referência no país no que se trata ao desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs). As iniciativas somam R$ 30 milhões em investimentos. Mais de 100 mil trabalhadores e pequenos produtores goianos são beneficiados, direta ou indiretamente. Qualificação profissional, acesso à tecnologia, fomento à pesquisa e ambientes favoráveis à inovação configuram-se como fortes promotores de competitividade e de produtividade que intensificam a dinâmica do desenvolvimento social. É sobre esta base sólida que o Brasil e o Estado de Goiás precisam persistir, tendo

por suportes a forte interação entre instituições acadêmicas, setor empresarial e a sociedade em geral. APLs visam o fortalecimento das vocações econômicas municipais, a capacitação profissional, a acesso a serviços tecnológicos e a aquisição de equipamentos de utilização coletiva que beneficiam empreendedores locais. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) colocou Goiás entre os três Estados mais avançados em Arranjos Produtivos Locais (APLs). Os destaques são APL de Confecções (Jaraguá, Pontalina, Catalão,

Itaguaru, Itapuranga e Taquaral); APL Lácteo de São Luiz de Montes Belos (engloba 21 municípios); APL de Cerâmica Vermelha (Norte goiano); APL de Tecnologia da Informação TI (Região Metropolitana de Goiânia e Anápolis). Recebem ainda atenção especial cachaça, mel, banana, farinha e orgânicos. O acesso destes segmentos às tecnologias de ponta propicia aumento da produtividade, o que se traduz em maior número de empregos oferecidos em todas as localidades do Estado, com crescimento econômico nas mais diversas regiões.


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Agropecuária

Produção e produtividade em alta Boas condições de mercado e melhoria na infraestrutura animam produtor goiano, que mantém ritmo de crescimento da safra em 2014 e as boas perspectivas para 2015

A

parceria entre o setor produtivo e o Governo estadual segue rendendo boas safras em Goiás. Animados com as condições do mercado e com a melhora na infraestrutura, o produtor rural deve finalizar 2014 entregando uma safra de grãos 3,5% maior do que a colhida no ciclo anterior. Serão 18,8 milhões de toneladas este ano contra 18,2 milhões de toneladas da safra de 2013, resultado que mantém Goiás como quarto produtor nacional de grãos. A área plantada também cresceu de 4,7 milhões de hectares para 4,9 milhões, alta de 4,4%, segundo compilação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro) com base em dados do IBGE e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Arquivo Safra

O secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Antônio Flávio Camilo de Lima, diz que as políticas do Governo estadual sempre caminharam junto com as necessidades dos produtores rurais. “O Governo sempre soube da importância do setor agropecuário para o desenvolvimento econômico e social do Estado. Desta forma, sempre se mostrou sensível às condições de produção do homem do campo goiano”, ressalta o Secretário. “Devemos completar agora o terceiro ciclo seguido de bons números para o agronegócio goiano. Os custos subiram, mas os preços ao produtor vêm se mantendo firmes, o que estimula a atividade. Os grãos são, de novo, nosso destaque, em muito ajudado também pela redução da safra

norte-americana”, analisa Pedro Arantes, consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar-GO), entidade vinculada à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Destaques da produção agrícola de Goiás, milho e soja representam cerca de 75% da área plantada no Estado. Puxada pela safrinha, o milho vai novamente fechar a safra com produção recorde, de 8,5 milhões de toneladas, alta de 11,5% sobre o ciclo anterior, que foi de 7,6 milhões de toneladas. A explicação, segundo Pedro Arantes, está tanto no aumento do rendimento da safrinha, que cresce há uma década e já se tornou mais importante do


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Fredox Carvalho

que a primeira safra do grão em Goiás, como também o aproveitamento de uma oportunidade de mercado. Com a queda da produção dos Estados Unidos, o produtor viu aí uma chance de aumentar suas exportações. A soja, prejudicada pela estiagem prolongada na época do plantio, deve registrar uma leve queda de 1,6% na produção, caindo de 8,9 milhões de toneladas na safra passada para quase 8,7 milhões este ano. A área plantada com a oleaginosa subiu de 2,9 milhões de hectares para os atuais 3,1 milhões de hectares semeados. A área do milho passou de 1,2 milhão de hectares para 1,3 milhão de hectares plantados no mesmo período comparativo (crescimento de 5,8%). A cana-de-açúcar, apesar da crise vivida pelo setor, também vai crescer em área plantada e produção. Serão 71,8 milhões de toneladas, segunda a estimativa de setembro, contra 69,3 milhões de toneladas apuradas no ano passado (alta de 3,6%). A área subiu 5,8%, partindo de 1 milhão de hectares para os atuais 1,058 milhão de hectares. Pedro Arantes diz que, assim como no milho safrinha, a produtividade da cana-de-açúcar em Goiás já está acima da média nacional. O algodão, outra cultura importante na composição da balança agrícola do Estado, vai ter um incremento de 7,4% na produção, passando de 204,2 mil toneladas para 219,4 mil toneladas. Já a área da commoditie vai saltar 6,5%, de 52,7 mil hectares para 56,1 mil hectares.

Gado e leite

A pecuária goiana vive momentos distintos na criação de gado de corte e produção leiteira, conforme o último levantamento de safra (setembro) do IBGE. No segundo trimestre do ano, o abate de gado caiu 3,7% no comparativo com igual período de 2013. Foram 889,3 mil cabeças contra 923,6 mil cabeças, respectivamente. O rebanho goiano atual, terceiro maior do Brasil, é estimado em 20,8 milhões de animais pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

Arantes: agricultor goiano investe em produtividade das lavouras

O avanço das principais culturas em Goiás reflete condições de mercado e o aumento da produtividade Já a captação de leite no mesmo período (segundo trimestre de 2013/2014) cresceu 12,8%, de 558,9 mil litros para 630,2 mil litros, apesar das quedas frequentes dos preços ao produtor registradas nos últimos meses pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP. Para os pesquisadores do Cepea, as quedas são motivadas pelos estoques de leite elevados nas indústrias,

o aumento da captação e também a demanda enfraquecida no atacado e varejo. Para Pedro Arantes, do Senar/ Faeg, a pecuária de corte e leite em Goiás deve fechar o ano que seguir em 2015 com viés altista na produção. “No gado de corte há uma evidente queda de oferta que não se reverterá no curto prazo e o leite passou o período de entressafra alta na captação, apesar no recuo dos preços. As projeções, então, continuam indicando alta na produção dessas duas áreas em Goiás”, avalia.

Avanços e gargalos

Para o consultor da Faeg, o avanço das principais culturas em Goiás reflete condições de mercado e aumento da produtividade, mas também o humor do produtor com a melhoria das condições de infraestrutura no Estado, principalmente nas vias de escoamento da produção. Os programas de reconstrução de rodovias estaduais têm sido importantes propulsores ao crescimento da safra agropecuária no Estado, analisa Arantes.


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Marcial Leossi/Seagro

De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, nos últimos quatros anos, o Governo de Goiás investiu R$ 4,8 bilhões num amplo programa de construção e reformas de rodovias e pontes por todo o Estado. Além disso, foram ampliadas as parcerias com as prefeituras no Programa Patrulha do Desenvolvimento Regional, que tem ajudado os municípios no trabalho de reconstrução e manutenção de vias vicinais, importantes eixos de escoamento da produção da partir das fazendas. O programa deve fechar 2014 beneficiando 220 municípios. “É importante continuar avançar na reforma de pequenos trechos de estradas no Sudoeste e no Norte, onde os grãos prosseguirão ocupando espaço em áreas de pastagens degradadas e essa produção precisará ter boas condições de escoamento”, diz Pedro Arantes. No capítulo “gargalos” que precisam ainda ser enfrentados, Arantes também cita a questão da armazenagem. Goiás tem um déficit de 5 milhões de toneladas para suprir, de um total de 18 milhões de toneladas necessárias. Para o consultor do Senar/Faeg, esse “gap” deve ser orientado para a arma-

Antônio Flávio: infraestrutura para escoamento da produção

zenagem nas propriedades, operada pelo próprio produtor ou cooperativas. “O Governo Federal já tem recurso de R$ 5 bilhões por ano previsto para esse fim, mas precisa sair do papel. Arma-

zém na propriedade melhora a logística, garante a gestão da produção e ajuda a regular naturalmente o mercado, ou seja, é bom para a cadeia produtiva, bom para todos”, finaliza.

Hozana Alves


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Meta é imunizar 100% do rebanho contra aftosa O rebanho bovino de Goiás com idade de até 24 meses deverá chegar ao final deste ano completamente imunizado. A meta foi estipulada pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) ao lançar a segunda etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa, em 1º de novembro. A vacinação dura todo o mês e deve atingir os 10 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos nessa idade, de um rebanho total estimado em 20,8 milhões de animais. O trabalho da Agrodefesa vem sendo aprimorado nos últimos anos, diz seu presidente Antenor Nogueira. O índice vacinal de segunda etapa contra a aftosa, por exemplo, saiu de uma abrangência de 98,65% para essa faixa etária animal de 24 meses em 2012 para atingir os 100% de imunização previstos neste ano. O índice de primeira etapa também subiu de 99,21% para 99,74% neste ano. O criador que não imunizar seus animais terá de realizar a vacinação assistida por fiscal estadual agropecuário e ainda pagar multa de R$ 7 por cabeça. Em caso de reincidência, o valor dobra. Num processo contínuo de aprimoramento de procedimentos e controles da imunização animal, Nogueira ressalta que a partir deste ano será obrigatória a emissão de nota fiscal eletrônica na compra de vacinas contra aftosa, brucelose, doenças aviárias e raiva. “Por meio da nota fiscal eletrônica será possível saber se a quantidade de vacinais vendidas será compatível com a quantidade de bovinos vacinados”, diz o presidente da Agrodefesa informando que esses dados serão repassados on-line pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) à Agência.

Arquivo Safra

Nogueira: a defesa da agropecuária garante mais negócios

Inspeção animal e vegetal Outras ações importantes da Agrodefesa na garantia da qualidade da produção de alimentos que chega à mesa do consumidor é na inspeção animal e vegetal no Estado. A inspeção de bovinos abatidos chegou, até setembro deste ano, a 456.564 animais. Em todo o ano de 2013 foram 674.564 animais inspecionais, índice de 20,36% do total do rebanho. Ovinos e caprinos somam 955 inspeções, suínos 280.811, aves foram 19,2 milhões e leite 87,9 milhões de litros inspecionados. Todos os números referentes a setembro deste ano e dentro dos índices médios dos últimos anos, segundo técnicos da Agência. Na inspeção vegetal, destaque para o

trabalho de combate à ferrugem asiática e a Helicoverpa armigera. Segundo Antenor Nogueira, durante o período de vazio sanitário da soja, foram realizadas 2.408 fiscalizações e lavrados 37 autos de infração, com as penalidades de advertência ou multa. No caso da helicoverpa, a lagarta que ataca principalmente lavouras de soja, milho e algodão, a Agrodefesa integra um grupo de estudo da UFG para mapeamento e combate da praga em Goiás. “Nesse projeto a Agrodefesa designou uma comissão com quatro servidores para coordenação e mais 54 técnicos para atuarem na execução. Temos certeza que com esse trabalho de parceria, contando também com a ajuda do produtor, vamos controlar a incidência dessa praga em nossas lavouras”, afirmou Nogueira.


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Município em foco

Cristalina, celeiro de Goiás Terras planas e férteis e boa disponibilidade de água favorecem a produção de grãos e outras culturas, colocando o município entre os maiores produtores do País

G

rande disponibilidade de terras planas e férteis que facilitam a mecanização; elevado número de mananciais hídricos que garantem água para a sustentabilidade da agricultura irrigada; condições climáticas muito favoráveis e localização estratégica privilegiada pela proximidade de grandes centros consumidores, além da boa infraestrutura logística, são ingredien-

tes que fazem de Cristalina um dos municípios mais dinâmicos de Goiás, destacando-se como verdadeiro celeiro da Região Centro-Oeste e do Brasil. O agronegócio se destaca, portanto, como atividade econômica capaz de impulsionar o desenvolvimento regional, transformando Cristalina, cidade com população superior a 53 mil habitantes da região Leste de Goiás, em polo econômico

de destaque no Estado. O prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attié, ressalta que o município conta com características naturais que o diferenciam do conjunto dos municípios goianos. Localizado a 120 quilômetros de Brasília, Cristalina se aproveita disso como vantagem comparativa, por ser a capital federal um grande centro consumidor. Mas o município possui vida própria, não


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Fotos: Divulgação/Prefeitura de Cristalina

se caracterizando como outras cidades do Entorno do DF que acabam tendo a função de cidades dormitórios. Attié lembra ainda que aspectos como a regularidade das chuvas ao longo do ano e os 256 rios e nascentes que banham o município são riquezas naturais que possibilitam a sustentabilidade e a diversificação da produção agrícola, sustentando também parques agroindustriais que agregam valores às matérias-primas, geram empregos e trazem divisas para o município. O dinamismo econômico de Cristalina não se resume somente ao agronegócio. A exploração mineral focada no aproveitamento dos cristais, incluindo a consolidação do Arranjo Produtivo Local (APL) Mineral se caracteriza como forte esteio de sustentação e impulso da economia local. Outros pilares econômicos são os setores de comércio e os serviços, já que a grande produção agrícola e agroindustrial demanda produtos diversos, como máquinas e implementos agrícolas, insumos para as lavouras, peças de reposição para máquinas e muitos outros. Igualmente o setor de serviços se dinamiza cada vez mais como derivativo das múltiplas atividades econômicas. Vale ressaltar também a vertente do turismo, tanto pela presença de visitantes e compradores do artesanato mineral, quanto pelos atrativos naturais como cachoeiras, fauna e flora. Pelo dinamismo de sua economia, Cristalina é também um dos

Prefeito Luiz Carlos Attiê (E) com vice-prefeito João Fachinello: Cristalina tem potencial para crescer mais

maiores municípios de Goiás no que se refere ao Produto Interno Bruto. No PIB consolidado em 2011, o PIB municipal totalizou R$ 1,081 bilhão, atingindo a marca de R$ 22.746,00 no PIB per capita. Nas projeções para 2013, cujo valor ainda será consolidado, o PIB de Cristalina deverá ficar próximo de R$ 1,3 bilhão, com PIB per capita em torno de R$ 24 mil. Outro indicador que mostra a pujança de Cristalina é o Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) que, conforme dado consolidado em 2010, era de 0,699. Contudo, com o crescimento do PIB e das atividades econômicas do município, o IDH municipal atualmente já é bem mais expressivo, alcançando a categoria Alto, conforme classificação do IBGE.


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Incentivos, infraestrutura e serviços atraem investidores O impulso econômico verificado em Cristalina nos últimos anos é resultado também de políticas públicas adequadas que valorizam as parcerias com a iniciativa privada, dentre elas a concessão de incentivos como crédito, terrenos, infraestrutura econômica, logística e disponibilidade de serviços. O prefeito Luiz Carlos Attié argumenta que o município dispõe de um programa municipal de incentivos com valores especiais em áreas para quem deseja fazer seu investimento. Além disso, os empresários contam com linhas de crédito do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e dos incentivos oferecidos pelo Governo do Estado por meio do Produzir e Fomentar. Soma-se a isso a oferta de mão de obra qualificada Outro ponto que diferencia Cristalina em vantagens comparativas é a infraestrutura logística, já que o município é cortado pelas rodovias federais BR-040 e BR-050 que já começaram a ser duplicadas após a concessão feita pelo Governo Federal. Essa nova condição vai trazer benefícios diretos para Cristalina, porque facilitará ainda mais o escoamento da produção agrícola e industrial para centros consumidores como Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e São Paulo. O Governo do Estado também tem feito investimentos no município para melhorar a infraestrutura, com destaque para uma nova ponte sobre o Rio São Marcos (ligando Cristalina a Unai-MG). Cristalina trabalha também para a consolidação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que facilitará a comercialização de toda a produção regional, além de estar projetado o Aeroporto Regional de Cargas, uma alternativa ao aeroporto de Brasília.

Divulgação

Indústria Goiás Verde gerando renda e empregos em Cristalina

Serviços públicos

O poder público tem procurado fazer o dever de casa no que tange à oferta de serviços públicos capazes de atender à demanda da população. Há investimentos da prefeitura e do Estado na melhoria do ensino básico e médio, como a construção de duas escolas Padrão Século XXI na cidade. Também há esforço para fazer avançar a educação profissionalizante por meio do Programa Nacional de Ensino Tecnológico (Pronatec), do Centro de Educação Tecnológica (Centec) e de uma unidade do Instituto Federal Goiano, que terá fazenda-escola em área doada pelo município. Saúde e segurança também

contribuem para alavancar o desenvolvimento de Cristalina. O Hospital Municipal, totalmente reformado, realiza mais de 7 mil atendimentos mensais em especialidades diversas. O município dispõe ainda de maternidade, centros cirúrgicos, pronto-socorro e UTIs adulto e neonatal. Este ano foram entregues também duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e uma Unidade de Pronto Atendimento. No campo da segurança, vale destacar a nova Base da Polícia Militar, além de já estar em andamento a construção do novo quartel do Corpo de Bombeiros. O município também cedeu área ao Estado para construção do novo presídio.


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O dinamismo do agronegócio Com produção de 1.447.837 toneladas de grãos na safra de 2012, Cristalina conquistou o título de maior produtor do Estado de Goiás e ficou entre os maiores municípios produtores de grãos do País. Naquele ano, somente de soja, Cristalina colheu 615 mil toneladas, além de outras 642 mil toneladas de milho. Outros grãos cuja produção é destaque no município é o feijão, o sorgo e o trigo. Em Cristalina, é possível realizar duas e até três safras anuais, com a prática da agricultura irrigada. Vale destacar que Cristalina é o município que concentra o maior número de pivôs centrais de irrigação, algo em torno de 660 unidades que, juntas, somam área de 52.970 hectares. A força agrícola de Cristalina vai além dos grãos. O município é grande produtor de alho, batata e cebola, além do tomate industrial que garante o funcionamento de grandes unidades industriais produtoras de conservas e derivados do tomate. Também na safra de 2012, o município colheu 256.800 toneladas de tomate industrial; 36 mil toneladas de cebola; 300 mil toneladas de batata-inglesa e 27 mil toneladas de alho. Tanto que, a cada dois anos, é realizado o Festival Gastronômico ABC da Boa Mesa (alho, ba-

A diversificação da produção agrícola vem dando suporte ao surgimento de grandes grupos industriais do agronegócio tata e cebola), culturas já tradicionais do município e que empregam cerca de 8 mil pessoas em todos os estágios da produção. Cristalina produz também café irrigado de alta qualidade, além de algodão, ervilha e milho verde para conservas, e ainda laranja e limão. Agora, os produtores partem para novas alternativas de produção como uva, morango, maçã e atemoia. Em que pese a força da produção agrícola, a pecuária também apresenta números que merecem destaque. Em 2012, a produção de leite chegou a 24,570 milhões de litros. O rebanho bovino do município era de 150.225 cabeças naquele ano, en-

quanto o rebanho suíno chegava a 18 mil cabeças. O agronegócio garante também o aumento paulatino das exportações de Cristalina. Em 2013, conforme dados consolidados da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, o município exportou quase US$ 20 milhões. No ano anterior (2012), o desempenho havia sido ainda melhor: US$ 38,35 milhões em exportações. A projeção para 2014 é que Cristalina seja um dos destaques de Goiás em exportações, com foco nos produtos agrícolas.

Agroindústrias

A diversificação da produção agrícola vem dando suporte ao surgimento de grandes grupos industriais do agronegócio, em especial na transformação das matérias-primas em alimentos (atomatados e conservas em geral). O prefeito Luiz Carlos Attié cita os grupos Bonduelle (multinacional francesa que foi atraída para o município por meio de um esforço político da liderança municipal e do Governo do Estado), a Goiás Verde Alimentos, a Cristalina Alimentos (Fugini), a Incotril Indústria de Conservas e a Sorgato Alimentos, empresas que, juntas, geram 3 mil empregos diretos e milhares de indiretos.


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A força do artesanato mineral Cristalina é conhecida no mundo inteiro pela beleza do seu artesanato mineral. A grande disponibilidade de jazidas de cristais em rocha culminou com produção intensiva de artesanato mineral de grande beleza e alta qualidade. Tanto que para organizar e dar maior impulso à atividade foi criado o Arranjo Produtivo Local do Artesanato Mineral, que reúne 90 pessoas entre ourives, lapidários, artesãos e empresários. Em 2013 foram comercializados cerca de R$ 1 milhão, excluindo a produção mineral. Produtos de Cristalina chegaram a 18 países. Para dar maior visibilidade aos produtos e impulsionar o comércio, o município apoiou a instalação do Mercado do Cristal, local que recebe milhares de visitantes em busca de pedras, jóias

e artesanato. O prédio foi construído em terreno cedido pela prefeitura que providenciou também a pavimentação em redor e obras de paisagismo. No Mercado do Cristal há seis lojas comerciais, além da loja da Associação dos Artesãos, bem como lanchonete e auditório. Na cidade há também 15 lojas de produtos minerais, algumas de médio e grande porte. O potencial neste segmento é grande: 70% das jazidas de cristal ainda não foram explorados. Vale destacar também a variedade do mineral, como o cristal citrino, o cristal fumê e o cristal rutilado, todos utilizados na fabricação de joias e artesanato. O cristal de rocha também tem alto valor comercial e Cristalina possui a maior reserva deste mineral em todo o mundo.

Fotos: Prefeitura de Cristalina

Pedras preciosas, fonte de renda

Eventos e belezas naturais embalam turismo Divulgação

Fazer de Cristalina uma 'Campos do Jordão do Cerrado' é o objetivo do Festival de Inverno de Cristalina (FIC) que explora o frio como atrativo turístico. É que a cidade fica a 1.280 metros de altitude e por isso registra temperaturas muito baixas em vários períodos do ano. A primeira edição, realizada este ano por ocasião das comemorações dos 98 anos cidade, alcançou êxito, com grande Festas religiosas atraem turistas para Cristalina presença de público local e de outros municípios. Paralelamente foi realizado o Festival Gastro- ral e Pedras Preciosas (Fecris), que renômico com comidas típicas, exposi- úne artesãos, comerciantes de pedras e exportadores, incluindo também atições e música. Outros eventos que movimentam vidades demonstrativas como desfiles Cristalina são o ABC da Boa Mesa: Fes- e exposição de produtos. Também são tival Gastronômico, realizado a cada realizadas as festas religiosas como de dois anos, com foco nas culturas do São Sebastião (padroeiro) e Divino Esalho, batata e cebola. Também é reali- pírito Santo (foliões e desfiles). No campo específico do turismo, o zada a Feira de Joias, Artesanato Mine-

destaque é para a pedra Chapéu de Sol, um grande bloco que pesa mais de 100 toneladas que se equilibra em uma base com menos de um metro, o que aguça a curiosidade dos visitantes. Há também o Balneário das Lajes, com cachoeiras e piscinas naturais. O local conta com estrutura para acampamento, banheiros, churrasqueiras e restaurante. Outro atrativo é uma Reserva de Patrimônio Particular Natural (RPPN), cujo nome é Reserva Linda Serra dos Topázios, uma área com 500 hectares de cerrado nativo, com vasta diversidade de fauna e flora. A unidade de ecoturismo sustentável atrai pesquisadores de diversas partes do mundo, em especial naturalistas e biólogos. Por tudo que Cristalina é, vale a pena visitar, conhecer e até prospectar e consolidar atividades econômicas no município.


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Educação

Goiás lidera ranking do Ideb no Ensino Médio Estado se destaca também nos anos iniciais do Ensino Fundamental com nota geral de 6,01, quando a meta nacional é atingir a nota 6,0 em 2021 Mônica Salvador/Seduc

E

educação em Goiás fez história, com a conquista inédita do melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do País no Ensino Médio das escolas públicas da rede estadual. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC) no início de setembro. Goiás obteve nota 3,81 no Ensino Médio, alcançado, com um ano de dianteira, a meta estabelecida para 2015. Nesta gestão, o Estado passou da 16ª para a 1ª colocação no ranking nacional das escolas públicas. No Ensino Fundamental, o sucesso se repetiu. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, de 1º a 5º ano, Goiás obteve nota 6,01, acima de 6,0, que é a meta nacional para 2021 e a média estimada para a educação básica dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesta fase do Ensino Fundamental, Goiás saltou da 8ª posição, em 2009, para a 2ª posição, com uma média que só estava prevista para ser alcançada daqui a sete anos. A nota de desempenho dos alunos em língua portuguesa e em matemática saiu de 5,35, em 2009, para 6,13, em 2013, enquanto a taxa de aban-

Escola Estadual Hertha Layser Odwyer - Anápolis

dono sofreu uma redução de 61%, passando de 1,3, em 2009, para 0,5. Nos anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, a nota das escolas estaduais no Ideb foi de 4,55, deixando Goiás na segunda posição entre os Estados, alcançando a meta estabelecida pelo Governo Federal para 2015. Em 2009, quando tiveram início as reformas educacionais na rede estadual, o Ideb dos anos finais do Ensino Fun-

damental era de 3,59, o que deixava o Estado na 15ª posição. Na composição do Ideb de 4,55 para os anos finais do Ensino Fundamental, contribuíram a média de desempenho dos alunos em língua portuguesa e matemática, que passou de 4,53, em 2009, para 5,0 em 2013, e a redução da taxa de abandono escolar, que foi de 60%. Já entre os alunos do Ensino Médio, a nota média de desempenho na avaliação nacio-


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O Ideb Criado pelo Ministério da Educação em 2005, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica reúne, em um só indicador, dois conceitos igualmente importantes para medir a qualidade da educação básica: o fluxo escolar – aprovação, reprovação e abandono – e as médias de desempenho dos alunos nas avaliações nacionais. Os números divulgados pelo MEC relativos a 2013 mostram que Goiás avançou nos dois componentes do índice, apresentando bons resultados na proficiência dos alunos em língua portuguesa e matemática, e redução das taxas de reprovação e abandono. nal, que compreende a proficiência em língua portuguesa e matemática, saltou de 4,19, em 2009, para 4,33, em 2013. Nesta etapa da educação básica, a evasão escolar teve uma redução de 47%, o que significa que, além de ter se mantido mais na escola, o estudante da rede pública estadual aprendeu mais. Os resultados do desempenho dos estudantes da rede pública estadual de Goiás no Ideb foram merecidamente comemorados por todo o Estado. O governador Marconi Perillo o atribuiu ao Pacto pela Educação firmado em 2011. “O resultado mostra que estávamos certos quando o instituímos, pois seu foco era justamente na melhoria dos índices”, avaliou. “Infelizmente, alguns Estados caíram, mas felizmente conseguimos crescer e ser o primeiro colocado. Neste tempo, em que saímos de 16º, depois para 5º e agora 1º, fomos procurados por educadores de toda a América Latina para saber o que estávamos fazendo aqui”, relatou. “Este é um resultado a ser muito comemorado”. Para a secretária estadual de Educação, Vanda Siqueira Batista, a

queda da taxa de abandono é sinal de que a escola está boa e atrativa para os estudantes. “Nossa intenção é manter e melhorar mais ainda, com incentivo para os professores e alunos”, afirmou. A secretária ressaltou que os índices alcançados no Ideb são uma conquista coletiva que só se tornou possível graças ao compromisso, à competência e à dedicação dos profissionais da Educação, que aceitaram o desafio de mudar e se dedicaram a esse projeto. “Estamos todos muito orgulhosos dos profissionais que temos na rede estadual de Goiás, pois foram eles os principais responsáveis por essa grande conquista”, atribuiu a secretária. De acordo com Vanda Siqueira, os números mostram que o Governo de Goiás está no caminho certo para alcançar metas cada vez mais ousadas e que a política educacional do Estado já é, sem dúvida, referência para todo o País. Superintendente de Acompanhamento dos Projetos Institucionais da Seduc, Erick Jacques ressalta que o bom desempenho no Ideb é um dos resultados concretos do Pacto pela Educação. Composto por 25 ações e fundamentado em 5 pilares, esse grande projeto permitiu a melhoria da aprendizagem e do fluxo escolar dos estudantes da rede pública estadual. Jacques cita ações pontuais, como o pagamento de bônus de até R$ 3 mil para os professores mais assíduos e o controle social dessa frequência e a realização de planejamento quinzenal. “Tudo isso garante uma aula de melhor qualidade”, pondera. Havia também muitos professores fora da sala de aula, em 2011, a maioria de efetivos, os que possuem melhor qualificação. “Não havia orientação pedagógica, hoje ela existe e é levada a sério”, pontua. “Com aulas melhores, temos alunos mais interessados e a redução da evasão escolar”. Graças a essas ações, a escola hoje está mais próxima da comunidade. Se há alunos faltando muito,

por exemplo, há pessoas nas escolas incumbidas de procurar as famílias. Mesmo com todas essas ações de sucesso, o Superintendente reconhece que se surpreendeu. “Vários Estados caíram e, mesmo com dificuldades, conseguimos crescer”. Jacques considera também muito importante o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental. “Alcançamos a média dos países da OCDE, que só Minas Gerais e Paraná possuem”, comemora. Ainda assim, o superintendente afirma que há muito em que investir. Um dos desafios é melhorar ainda mais a qualidade das aulas e aumentar o envolvimento das famílias dos estudantes, criando mecanismos de acompanhamento. “Outro grande desafio é encontrar estratégias para reduzir a indisciplina”. Há ainda o que avançar para tornar a carreira mais atrativa, melhorando salários. “Com o Plano Nacional da Educação, os investimentos dobrarão em dez anos. Há muito a ser feito”, conclui. Comunicação Seduc

Vanda: orgulho pela conquista no Ideb


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Festas por todo o Estado Com a autoestima fortalecida e o orgulho do dever muito bem cumprido, estudantes e professores das escolas públicas estaduais foram às ruas para comemorar os resultados alcançados. As manifestações ocorreram por todo o Estado. Cada escola, a seu modo, celebrou o alcance e a superação das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), com passeatas, passeio ciclístico, espetáculos musicais, confraternização, almoço festivo e café da manhã, sempre com muita alegria. As comemorações ocorreram de forma planejada e envolveram também os familiares dos alunos, que têm grande parcela de contribuição nos resultados alcançados, além de representantes da comunidade. O Dia D do Ideb nas escolas teve como finalidade divulgar junto à comunidade escolar e também às diferentes representações do bairro em que a escola está localizada a evolução do Ideb na unidade, de 2009 a 2013, explicando o que é esse índice e como ele é composto. Na oportunidade, foram apresentadas à comunidade as principais ações desenvolvidas pela escola que influenciaram na elevação dos índices de aprendiza-

do e na redução da evasão escolar. Professores e diretores aproveitaram o momento festivo para dar seu recado e pedir aos pais e responsáveis que destinem um tempo de atenção aos filhos na execução das tarefas de casa, incentivando-os e valorizando-os. Muitas escolas também destinaram um tempo para que professores, alunos e também pais dessem seus depoimentos de como venceram os desafios, contribuindo para fortalecer a autoestima e a autoconfiança de todos que estão, de alguma forma, envolvidos com a melhoria da qualidade da educação em Goiás.

Passeio

Na Subsecretaria Regional de Goianésia, em que as 32 escolas registraram melhoras significativas em relação ao Ideb de 2011, a comemoração foi unificada. A Subsecretaria reuniu todas as escolas da regional em dois grandes passeios ciclísticos pelas ruas de Goianésia e Jaraguá, congregando mais de mil pessoas em cada um. Com faixas e cartazes, estudantes, pais, professores e pessoas da comunidade realizaram os passeios. Em Jaraguá, a iniciativa contou com a adesão das escolas municipais, engrossando as fileiras da comemoração. Divulgação

Alunos da rede pública estadual ligados pela web

Os segredos do sucesso A conquista de posições de tamanho destaque de Goiás no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não se deu com um toque de mágica. Ela é resultado de um processo que envolveu planejamento e adoção de várias iniciativas que deram resultados concretos, aproximando a escola dos alunos e de suas famílias, muitas delas previstas no Pacto pela Educação e outras do fruto de parcerias e convênios. “Ainda temos muito a fazer pela Educação de nosso Estado e uma das formas de avançar é a continuidade das ações, programas e projetos implantados pela Secretaria de Educação, com base em diagnósticos e estudos, que têm contribuído significativamente para a melhoria da qualidade do ensino”, diz a superintendente de Ensino Fundamental da Secretaria, Viviane Pereira da Silva Melo. É ela quem aponta alguns dos “segredos” desse sucesso. Em relação ao desempenho do Ensino Médio, a Superintendente destaca o acompanhamento da tutoria pedagógica nas escolas: cada escola tem um tutor pedagógico, que orienta as escolas pedagogicamente, analisa com a comunidade escolar os resultados das avaliações externas e das avaliações diagnósticas, que são feitas bimestralmente em todas as séries do ensino médio. A partir dos resultados, cada tutor orienta as escolas na elaboração de um plano de ação para atacar os pontos fracos que mais se destacaram nas avaliações. “Buscamos o fortalecimento da tutoria nas escolas chamadas prioritárias, aquelas com maior índice de abandono, baixa proficiência e vulnerabilidade”, explica Viviane. Outro ponto positivo é a realização de convênios com instituições parceiras que executam projetos voltados para a educação, como o Instituto Unibanco, que oferece formação


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Alunos em sala de aula no Colégio Estadual Prof. Vandy de Castro Carneiro

pedagógica e ferramentas tecnológicas sem ônus para o Estado; Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e Instituto Evaldo Lodi, que oferecem estágios para os alunos matriculados no ensino médio, também sem ônus para o Estado; Junior Achievement, que oferta formação para professores e alunos sobre empreendedorismo. De 2011 a 2014, 18 mil estudantes que cursam ensino médio ingressaram nos programas de estágio e tiveram formação para o mundo do trabalho, ética e cidadania. A adoção do ensino médio em tempo integral em 22 escolas em Goiás também é apontada pela Seduc como um componente no sucesso da estratégia. Nelas, os alunos possuem uma matriz curricular que oferta, além do núcleo básico com as disciplinas obrigatórias, matérias como projeto de vida, clubes juvenis e aulas preparatórias para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Em Goiás também está sendo implantado o Programa Brasil Profissionalizado. No Estado, esse

Mudança da matriz curricular motivou os alunos a aprenderem mais projeto-piloto está presente em sete escolas, com oferta de ensino médio integrado a educação profissional. O objetivo é fortalecer a aprendizagem em relação ao mundo do trabalho. Ao final do curso, os alunos recebem uma certificação de curso técnico. Todas as escolas são equipadas com laboratório distribuído pelo MEC, onde os alunos realizam as aulas práticas. Os Estados que aderem ao programa recebem verba federal para a compra do acervo bibliográfico, mobiliário e equipamen-

tos para as escolas contempladas. Uma estratégia adotada pela Secretaria da Educação que se provou correta foi a mudança da matriz curricular. Os alunos do Ensino Médio em Goiás possuem matriz curricular com 1.200 horas anuais no turno diurno. Nos turnos da noite e nas escolas rurais, devido às especificidades, foi mantido o turno de 1.000 horas anuais. A Superintendente observa que a matriz curricular possui um núcleo básico para todas as escolas e um núcleo com disciplinas eletivas e opcionais. Neste caso, as escolas, a partir de um diagnóstico pedagógico, ofertam as disciplinas/conteúdos nos quais os estudantes apresentam maior dificuldade. Viviane destaca ainda a adesão da Seduc a vários programas que fortaleceram o Ensino Médio em Goiás, tanto com formações pedagógicas quanto na captação de recursos financeiros para as escolas que ofertam Ensino Médio. Entre esses programas, está o Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro (ProEMI/JF). Trata-se de um programa do Governo Federal aplicado em todas as escolas com Ensino Médio em Goiás, totalizando 585 unidades. Todas elas elaboram o seu Projeto de Redesenho Curricular (PRC) com ações que impactam na aprendizagem dos alunos. Após a aprovação desses projetos pela Seduc e pelo MEC, as escolas recebem do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o valor de R$ 100,00 por aluno. Goiás firmou parceria com o Instituto Unibanco, que oferece formação para os gestores e coordenadores pedagógicos a fim de orientá-los quanto á elaboração de seu PRC e no gasto do recurso. Outra parceria com grande repercussão em Goiás entre os estudantes do Ensino Médio, aponta Viviane, é por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec, que oferece cursos de formação inicial e continuada, com duração de três a quatro meses, e curso técnico, de dois anos, para alunos que cursam o Ensino Médio.


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Universidade

UEG amplia oferta de bolsas para quem precisa Medida visa garantir a inclusão de alunos que dependem de apoio financeiro para continuar seus estudos e fortalecer as ações de preparação para o mercado de trabalho Divulgação UEG

O

número de bolsas oferecidas pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) para seus estudantes cresceu 698% em apenas dois anos, de 2012 a 2014. O número saltou de 230 para 1.837 benefícios concedidos em nove modalidades, como licenciatura, permanência, desenvolvimento institucional e stricto sensu. Só o número oferecido em 2014 é maior do que o total concedido ao longo de mais de uma década (de 2002 a 2011), que foi de 1.118 bolsas. A instituição oferece bolsas aos seus estudantes desde 2002, mas apenas em 2013 foi criada a Central de Bolsas da UEG e, com ela, o Programa Próprio de Bolsas da Universidade. A iniciativa proporcionou esse aumento tão significativo no número de atendimentos e também no montante investido. Essa política foi redimensionada diante da constatação de que grande número de universitários acabava abandonando os estudos diante da necessidade de trabalhar. Em média, 75% dos ingressantes são oriundos da escola pública e dois terços são, além de discentes, também trabalhadores. “Essa iniciativa é primordial, vez que essa universidade estadual continua a ser uma instituição com forte impacto social em termos de inclusão”, afirma o reitor

Reimer: autonomia da UEG para avançar mais

da UEG, Haroldo Reimer. As bolsas estão se consolidando como ferramentas importantes de permanência de alunos na UEG.

Licenciatura

Outro importante fomentador do desenvolvimento acadêmico e profissional dos estudantes da UEG é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). Ele ofe-

rece bolsas aos estudantes de licenciatura, dos cursos presenciais, para que eles exerçam atividades pedagógicas no ensino básico de escolas públicas. A intenção é estimular a relação entre o ensino superior e a realidade do sistema educacional da rede pública, tanto do Estado como dos municípios. Ao receberem as bolsas, os estudantes se qualificam com a experiência profissional adquirida.


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UEG

O passo da interiorização foi importante e esta presença deve ser mantida e também reconfigurada Para o sucesso do projeto, a UEG identificou outra necessidade: de que os alunos sejam acompanhados e orientados. Com isso, coordenadores e supervisores também recebem o fomento. O valor varia de R$ 350,00, para estudantes bolsistas, a R$ 1,2 mil, para coordenadores das áreas de conhecimento que possuam projetos aprovados pela Capes. Já os supervisores recebem bolsa de R$ 600,00 ao mês. A UEG ofereceu 322 bolsas pelo Pibid entre 2012 e 2013. Em 2014, o número mais que dobrou, passando para 786 bolsas, oferecidas pelo edital que contempla os anos de 2013 a 2018. O objetivo é priorizar uma cultura de formação dos professores, além de valorizar a carreira docente.

Outras

A bolsa de desenvolvimento institucional incentiva atividades de caráter técnico ou acadêmico na UEG. Podem concorrer aqueles que queiram atuar como bolsistas em Órgãos Deliberativos Superiores e Câmaras Técnicas Setoriais. Diz respeito a atividades que não foram contempladas nas demais modalidades do Programa Próprio de Bolsas. Outra opção é a bolsa stricto sensu, que objetiva viabilizar a manutenção de estudantes dos programas de pós-graduação stricto sensu nos cursos, proporcionando a eles condições adequadas ao desenvolvimento de suas atividades e contribuindo para a forma-

Bolsas oferecidas 2002 - 2011 1.118 2012 230 2013 1.302 2014 1.837 Modalidades Ações extensionistas Desenvolvimento institucional Iniciação científica Iniciação tecnológica Monitoria Permanência Pró-licenciatura Mobilidade nacional Pos-graduação Stricto Sensu Licenciatura Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Bolsas oferecidas 2012-2013 – 322 2014 – 786 Fonte: UEG

ção de pesquisadores de alto nível. Nos últimos dois anos, a UEG obteve a aprovação de seis novos mestrados, passando para oito programas em funcionamento. De acordo com o reitor, o objetivo da atual gestão é chegar a 15 mestrados e dois doutorados até 2016. “Essa realidade nos posiciona de forma mais qualificada e visível no cenário universitário, aumentando, em muito, as possibilidades de acesso a recursos para pesquisas e projetos, além do orçamento anual, que advém da existência de uma vinculação constitucional que assegura o financiamento básico da universidade a partir do Tesouro Estadual. Haroldo Reimer também pontua que ao longo de seus 15 anos de criação, a UEG vem experimentando uma maturação de seu corpo do-

cente, com aumento do número de mestres e doutores, além do acréscimo de docentes em regime de dedicação exclusiva. “Para sua consolidação, a Universidade necessita de um quadro de professores qualificado e comprometido”, avalia. Para ele, a vocação original, para a formação de professores, deve ser preservada, embora com necessidade de reconfiguração. “A UEG é uma universidade jovem, que ainda precisa se firmar no caminho para a sua autonomia. O passo da interiorização foi importante e esta presença deve ser mantida, mas também reconfigurada a partir de indicadores sociais e da densidade demográfica”, afirma. Sobre a autonomia, o reitor destaca que impõem-se, para isso, a constituição e a manutenção de redes colaborativas entre os vários setores. “A relação com o Governo estadual deve ser pautada por maturidade, respeito e espírito republicano. Passos nesta direção estão sendo dados nos últimos tempos, inclusive com a tramitação de minuta de lei que prevê a regulamentação da autonomia universitária da UEG. Criada em 1999 a partir da incorporação de várias faculdades estaduais isoladas, a UEG foi concebida como instituição de ensino superior estadual para contribuir com o desenvolvimento humano e tecnológico do Estado de Goiás. Hoje ela está presente em 39 municípios e, em muitos deles, representa a única possibilidade para que pessoas da cidade ou da região acessem uma vaga no ensino superior. “Ao longo dos seus 15 anos, a UEG tem dado respostas a este desafio de interiorizar e universalizar o acesso ao ensino superior”, diz Haroldo Reimer. Foram mais de 80 mil diplomas entregues no período, abrindo novas possibilidades no horizonte da vida e da história dessas pessoas. “Em muitos lugares se encontram pessoas que, graças à sua passagem pela UEG e graças ao seu esforço, ocupam hoje posição de destaque”, ressalta o reitor.


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Escola de Governo

Cursos a distância interiorizam conhecimento Iniciativa beneficia servidores que participam de treinamentos sem necessidade de deslocamento até Goiânia. Meta é ampliar oferta de cursos Paulo Machado

A

servidora Edinéia de Oliveira Rocha Maia, escrivã da Polícia Civil, mora em Estrela do Norte, município localizado a 693 quilômetros de Goiânia, é uma das beneficiadas pela oferta de cursos a distância pela Secretaria de Gestão e Planejamento, por meio da Escola de Governo Henrique Santillo. “Este é o primeiro curso que faço pela Escola de Governo. No interior a gente não tem muita disponibilidade de cursos, como estes”, conta Edinéia, concluinte do curso de Gestão Governamental. Assim como a servidora Edinéia que mora a quilômetros de distância da sede da Escola de Governo Henrique Santillo, em Goiânia, outros 2.400 servidores se matricularam nos dois cursos a distância oferecidos gratuitamente pelo Governo estadual, este ano. Nesta modalidade foram oferecidos os cursos Gestão Governamental e Capacitação e Desenvolvimento Institucional, que integram o Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento dos Servidores do Poder Executivo do Estado de Goiás, cuja realização em parceria com o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) é coordenado pela Escola de Governo Henrique Santillo da Segplan. Podem participar servidores efetivos e comissionados. O objetivo de oferecer esses cursos a distância é alcançar um número maior de servidores públicos com

Christina: oportunidades aos servidores do interior do Estado

as capacitações. O Governo oferece a oportunidade aos servidores a se capacitarem de forma mais acessível, podendo organizar o seu tempo, e principalmente facilitando para os que estão nas cidades do interior.

Custo-benefício

A chefe de Gabinete Adjunto de Gestão da Segplan, Maria Christina Reis, ressalta o custo-benefício destes cursos - “O Estado não tem condições de levar presencialmente aos 246 municípios a estrutura da sede da Escola de Governo instalada em Goiânia, e nem o servidor tem condições de pa-

gar para vir aqui. Com esta modalidade de curso a distância conseguimos atingir um número expressivo de servidores e ainda com um custo proporcionalmente baixo”, explica. Das 2.400 vagas oferecidas 40% foram preenchidas por servidores lotados em municípios do interior. A superintendente da Escola de Governo, Liliane Batista Morais de Sá, acredita que este é um bom porcentual. “O curso exige certo conhecimento de informática e que o aluno tenha acesso à internet, o que às vezes é um impeditivo. Em alguns lugares a conexão com a internet ainda é precária”, observa Liliane.


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Arquivo pessoal

Programa de Capacitação do Servidor Público

No período de 2011 a setembro de 2014 foram capacitados 13.335 servidores por meio de cursos, seminários, workshop e encontros. A expectativa é que terminado o ano, tenham sido capacitados mais de 5 mil servidores. Graduação Em 2013, a Escola de Governo Henrique Santillo ofereceu gratuitamente aos servidores 100 vagas, para curso superior de Tecnologia em Gestão Pública. As aulas iniciaram em setembro de 2013 e têm término previsto para outubro de 2015. Pós-graduação O Governo Estadual, por meio da Segplan, ofereceu gratuitamente 160 vagas para quatro cursos de pós-graduação: Gestão de Pessoas, Formação de Gerentes, Qualidade e Processos e Planejamento Estratégico. Com previsão de término para maio de 2015. Cursos de curta duração De janeiro a setembro de 2014 foram realizados 116 eventos de capacitação, com 3.736 capacitados. Edinéia: oportunidade única

“O curso me fez entender aspectos da Administração Pública que eu não conhecia”, contou Gilson de Morais Gomes, cabo da Polícia Militar, em Buriti Alegre, também concluinte do curso de Gestão Governamental. Ele destaca no curso a equipe docente. “Todos os professores são de altíssimo nível, com atuação na área, as videoaulas foram excelentes”, avalia. O servidor, que gosta de estar sempre estudando e se atualizando, é graduado em História, e terminou recentemente uma pós-graduação em Docência no Ensino Superior. “Este foi o primeiro curso, mas não será o último. Recomendo a todos os servidores que não percam esta oportunidade”, aconselha Gilson. Para a servidora Márcia Maria da Silva, assistente de gestão administrativa da Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop), o curso de Capacitação e Desenvolvimento Institucional está correspondendo ao que ela esperava. “É um complemento à minha graduação em Administração de Empresas. É como se fosse uma especialização”, conta Márcia. A possibilidade de estudar em casa, no seu tempo livre, sem preci-

Cursos Diversos A Segplan também tem realizado anualmente seminários, encontros e workshops. O Encontro de Gerentes, por exemplo, já faz parte da agenda dos servidores que ocupam esses cargos, e neste ano teve sua quarta edição, com o tema A Profissionalização da Gestão Pública. Arquivo pessoal

sar enfrentar o trânsito de Goiânia, são outros pontos favoráveis apontados por Márcia da Silva, que mora na Capital. Para ela as capacitações oferecidas pelo Governo Estadual aos servidores públicos são importantes para a melhoria do serviço prestado à população. “Se estamos mais preparados, vamos executar melhor nossas tarefas, e isto vai refletir na melhoria dos serviços para os cidadãos”, ressalta.

Metodologia

O curso de Gestão Governamental tem carga horária de 102 horas. Entre os tópicos ministrados no curso estão gestão de projetos, leis orçamentárias (LDO e LOA), elaboração de prestação de contas, planejamento estratégico e PPA, compras governamentais e processo administrativo e Lei de Responsabilidade Fiscal.

Gilson: chance de aprender mais


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Marina Sousa /Agetop

Infraestrutura

Goiás, um canteiro de obras Estado faz pesados investimentos em logística rodoviária para melhorar a competitividade de seus produtos. Outras áreas também merecem atenção especial

U

m canteiro de obras com 340 mil quilômetros quadrados. Esta é a melhor definição do que se tornou o Estado de Goiás com investimentos pesados em infraestrutura, recuperação de rodovias, por onde é escoada a grande riqueza produzida em território goiano, e obras de engenharia as mais diversas, diz o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón. O Programa de Reconstrução de Rodovias Estaduais Pavimentadas (Rodo-

vida) é um dos principais expoentes dessa situação: mais de 4 mil quilômetros de estradas asfaltadas foram reconstruídos, com a execução do grupo 1, o primeiro e já concluído, e do grupo 2, em que 2.048,30 quilômetros, ou 94,04% do total de 2.178,1 quilômetros, foram concluídos. Também merecem destaque as obras de duplicação das rodovias que saem de Goiânia. Em setembro, as obras de duplicação do trecho entre Goiânia e Bela Vista de Goiás, na GO-020,

foram concluídas pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop). Para comemorar, ciclistas goianos percorreram os 47,9 quilômetros de extensão do trecho, que se encontra totalmente em pista dupla, com sinalização e pista de ciclismo. O Governo de Goiás investiu na duplicação da GO-020 R$ 173,7 milhões, valor que englobou obras de construção da segunda pista e da ciclovia, implantação de iluminação e reconstrução da pista existente. Também foi cons-


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Obras para garantir maior fluidez ao trânsito nas cidades e nas rodovias goianas truída uma terceira pista, da BR153 até o Autódromo de Goiânia, além de dispositivos de drenagem, meios-fios e calhas. Foram feitas na GO-020 também seis obras de arte especiais, pontes sobre rio, córregos e ribeirões. Outra rodovia que está sendo duplicada pela Agetop é a GO080, no trecho Nerópolis-Entroncamento da BR-153. Cerca de 35% das obras de duplicação já foram executados. O trecho tem extensão total de 63,3 quilômetros e a obra é orçada em R$ 230 milhões. Serão contempladas as cidades de Nerópolis, Petrolina e São Francisco de Assis. Duas frentes de trabalho seguem nos sentidos Entroncamento da BR-153-Petrolina, com nove quilômetros de capa asfáltica e 30 de terraplenagem, e Nerópolis-Trevo de Damolândia, já com 20 quilômetros de terraplenagem. As obras de reconstrução da pista existente foram finalizadas. Cerca de 300 homens trabalham na duplicação da via. A GO-080 é muito utilizada por motoristas do transporte de cargas que saem da Região Sul com sentido ao Norte do País, como rota alternativa à BR-153 por reduzir a distância. Os moradores das cidades que serão contempladas com a obra também terão o benefício de transitar com mais rapidez e segurança até a capital. Até o final deste ano, a Agetop pretende concluir a duplicação de cerca de 300 quilômetros de rodovias estaduais.

Rincón: canteiro de obras em todo o Estado para garantir o desenvolvimento Marina Sousa /Agetop

GO-020, agora duplicada, garante mais segurança aos ciclistas

Viadutos

Para dar mais fluidez ao trânsito nas saídas de Goiânia, o Governo do Estado está investindo, por meio da Agetop, mais de R$ 49 milhões na construção de viadutos. Os das GOs 070, que dá acesso a Inhumas, e da GO-060, que leva a Trindade, já foram concluídos e entregues. O da GO-080, na saída para Nerópolis, está com as obras em fase de

conclusão. A obra contempla a construção de viaduto, trincheira e passagem inferior com talude e duplicação da GO-080 até o trevo de entrada do Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Setor São Judas Tadeu, numa extensão de aproximadamente 1,8 mil metros. O viaduto da GO-060 custou aos cofres públicos R$ 13 milhões e o da GO-070, R$ 9,5 milhões.


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Outro trecho duplicado, cuja obra está concluída, é o da GO-040, entre Goiânia e o Setor Madre Germana, com extensão de 7,44 quilômetros, executada ao custo de R$ 11,5 milhões. As obras de duplicação da GO-403, entre Goiânia e Senador Canedo, já estão com 85% executados. As duas pontes existentes no trecho estão quase prontas, com 90% prontos. A iluminação também está sendo realizada (55% concluídos), assim como o alargamento e a reconstrução da pista já existente (95% feitos - obra em conclusão). A duplicação da GO-520, entre Novo Gama e Lago Azul, com 3,56 quilômetros de extensão, também está pronta. A Agetop também está trabalhando na construção de 16 aeródromos, instalados em municípios estratégicos, tanto do ponto de vista de desenvolvimento econômico, como por se tratar de destinos turísticos. Desse total, quatro já estão com as obras concluídas: o de Catalão, onde foram investidos R$ 1.484.251,66; o de Posse, que custou R$ 1.385.132,85; o de Quirinópolis, com investimento total de R$ 735.518,36, e o de Uruaçu, ao custo de R$ 740.904,47. Estão em fase de conclusão os aeródromos de Aragarças, Aruanã, Ipameri, São José do Bandeirante – Nova Crixás, e São

Obras do presídio em Anápolis em fase final de conclusão

Miguel do Araguaia. Com obras em andamento estão os de Caiapônia, Cristalina, Iporá, Mineiros, Morrinhos, Mozarlândia e Porangatu. Existem ainda quatro obras de duplicação de rodovias previstas para terem início em 2015, que estão em fase de licitação. Uma delas é a GO-010, entre Goiânia (Jardim das Oliveiras) e Bonfinópolis, com 22,27 quilômetros de extensão e valor estimado em R$ 41,2 milhões. Também serão licitadas

as duplicações da GO-020, entre Bela Vista e Cristianópolis, com 41 quilômetros e valor de R$ 92,5 milhões, da GO-174, no anel viário de Rio Verde, e da GO-430, entre Planaltina e Entroncamento da GO-118, com oito quilômetros e valor previsto de R$ 8 milhões.

Iluminação

Até o final do ano, Goiás contará com 209 quilômetros de rodovias com iluminação pública, mar-

Marina Sousa /Agetop


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ca que o colocará como o Estado que possui o maior número de estradas iluminadas do País, proporcionando mais segurança para os motoristas e a população em geral. A Agetop já implantou iluminação pública em 146 quilômetros e está trabalhando em outros 63 quilômetros. Até o momento, postes e luminárias foram colocados em nove trechos, dos quais seis em rodovias estaduais e três em rodovias federais que cortam o Estado. Além desses nove trechos, mais três recebem a implantação de iluminação, totalizando 63 quilômetros. São eles: GO-403, trecho Goiânia-Senador Canedo, GO-521, trecho Entroncamento BR-040-Pedregal, e GO-020, do Autódromo de Goiânia até Bela Vista de Goiás. Além de fazer a implantação, a Agetop também se responsabiliza pela manutenção da iluminação das rodovias estaduais, com uma média mensal de investimento de R$ 204 mil. A manutenção das rodovias federais iluminadas pelo Governo goiano está sendo repassada ao Governo Federal.

Anápolis

O município de Anápolis será contemplado com duas importantes obras: o Centro de Convenções da cidade e o Aeroporto de Cargas. Orçado em R$ 146,9 milhões o Centro de Convenções terá 32,8 mil metros quadrados de área construída, na BR153, próximo ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). Só a área de exposições terá 13,8 mil metros quadrados. O Centro de Convenções terá ainda auditório/teatro com 2,3 mil lugares, auditório com 700 lugares, estacionamento para 800 vagas, administração, restaurante e teatro de arena. Ele contará ainda com cabeamento estruturado e monitoramento. Já o Aeroporto de Cargas de Anápolis está com 80% das obras construídas, no valor total de R$ 94 milhões (a pista de pouso), recursos exclusivos do Tesouro Estadual. São 3 mil metros de pista. Em Goiânia, a Agetop está executando ainda as

Jayr Inácio

Centro de Convenções de Anápolis quase concluído

Obras para dar mais fluidez ao trânsito nas rodovias e saídas de Goiânia obras de ampliação e adequação do Hospital de Doenças Tropicais (HDT). A obra, que já teve 10% executados, está na fase de fundação e de colocação da estrutura de concreto armado. Serão investidos R$ 15 milhões para a construção de 10 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), 30 leitos de enfermaria para isolamento, central de esterilização, necrotério, lavanderia, caldeira e administração.

Presídios

A Agetop também está trabalhando na criação de 1,2 mil vagas no sistema prisional goiano, por meio da construção de quatro presídios, em execução nas cidades de Anápolis, Novo Gama, Formosa e Águas Lindas. Cada um tem capacidade

para 300 vagas. Os investimentos, englobando a construção dos quatro presídios, somam R$ 55milhões e permitirão desafogar os complexos penitenciários lotados e sem estrutura suficiente para a ressocialização dos presos. A obra mais adiantada é a do presídio de Anápolis, com mais de 70% executados, e que deverá ser entregue até o final do ano à Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus). Ele terá área construída de 5.668,68 metros quadrados e custo total de R$ 12,9 milhões. As obras seguem o mesmo projeto de engenharia e atendem às especificações técnicas do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, levando em conta a questão de segurança e de estrutura logística e operacional. Três dos presídios em construção pela Agetop estão no Entorno de Brasília. Na cidade de Novo Gama, as obras estão 35% concluídas e se concentram na edificação das celas, do bloco de alojamento, saúde e segurança. Em Formosa o presídio está com 10% dos serviços executados, na fase de fundação dos blocos do galpão industrial e de dois alojamentos. Em Águas Lindas, a obra está em fase inicial, na etapa dos serviços de terraplenagem e limpeza do terreno.


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Municipalização

Ações múltiplas da Sicam beneficiam todo o Estado Divulgação/Agetop

Com atividades diversificadas, Secretaria mantém interface com vários órgãos e entidades do Governo, apoiando a elaboração e execução de obras e projetos

A

ponte sobre o Rio Araguaia, entre os municípios de Aruanã e Cocalinho (MT), é a obra de maior porte executada pela Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Sicam) em 2014. Com 557 metros de extensão – 900 metros incluindo as duas cabeceiras –, ela requereu investimento de R$ 32,2 milhões, dos quais R$ 18,4 milhões de recursos do Tesouro Estadual e R$ 13,7 milhões do consórcio Caminhos do Sol. Localizada em uma região estratégica para proporcionar o escoamento da produção dos dois Estados, a obra está pronta, faltando apenas a parte de encabeçamento das extremidades. Só o vão central da ponte mede 150 metros, elevando-se a 50 metros da linha d’água, o que permitirá navegação comercial naquele trecho do rio. “É uma região que tem muita produção de grãos e uma intensa atividade pecuária”, diz o titular da Sicam, João Balestra. “A obra será um importante fator de investimentos para aquela região do Araguaia”.

Saneamento

Outro setor com forte presença

Ponte sobre o Rio Araguaia na divisa dos municípios de Aruanã e Cocalinho

da Sicam é o de saneamento básico, cujos resultados são sentidos nos indicadores de saúde. Cerca de 1,3 mil famílias carentes do Estado, que não contavam com banheiros em suas residências, estão sendo beneficiadas, com módulos sanitários domiciliares, uma solução em esgotamento sanitário. Cada módulo é composto de vaso sanitário, lavatório, tanque séptico e sumidouro. Eles estão sendo instalados em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que tem como meta melhorar o serviço de saneamento em municípios com até 50 mil habitantes. Em setembro deste ano foram assinadas ordens de serviço para a construção de módulos sanitários em 16 municípios: Amaralina,

Baliza, Buritinópolis, Campos Verdes, Cavalcante, Damianópolis, Divinópolis, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Montividiu do Norte, Novo Planalto, Sítio D’Abadia, Teresina de Goiás e Trombas. O investimento do Governo Federal no projeto é de R$ 8 milhões. O manejo adequado de resíduos sólidos é também prioridade da Sicam, que construiu nos dois maiores municípios do interior do Estado, Anápolis e Aparecida de Goiânia, galpões de triagem de resíduos, beneficiando diretamente 80 famílias de catadores, combinando inclusão social com preservação ambiental. Em Hidrolândia, em parceria com a Prefeitura local, foi construído um aterro sanitário.


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Divulgação Sicam

A Sicam também adquiriu os equipamentos necessários à sua operacionalização. Outra grande ação no manejo de resíduos sólidos foi a orientação, por meio da Superintendência de Políticas Habitacionais e de Saneamento, para 174 municípios, que resultou na formação de 12 consórcios públicos intermunicipais de manejo de resíduos sólidos. São ações que beneficiam, indiretamente, toda a população dos municípios atendidos.

Habitação

Mais de 10 mil famílias foram beneficiadas em todo o Estado – 9 mil só em Goiânia – com a escrituração de imóveis, por meio da política de regularização fundiária. A Sicam repassou à Agência Goiana de Habitação (Agehab) recursos do Fundo Protege para promover a regularização desses imóveis, uma antiga reivindicação das famílias contempladas. Por meio da Superintendência de Políticas Habitacionais e de Saneamento, a Sicam entregou 722 casas populares do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social. Em parceria com a Agehab, entregou outras 26 unidades habitacionais, custeadas com recursos oriundos de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União. Reduzir os acidentes de trânsito com mortes é outra prioridade da Sicam, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. A atribuição é do Observatório de Mobilidade e Saúde Humanas, ao qual cabe formular políticas públicas para mitigar essa situação. Ele foi criado e instalado durante a 5ª Conferência Estadual das Cidades, realizada pela Superintendência de Desenvolvimento Urbano e Trânsito da Sicam, evento destinado à identificação dos problemas urbanos e ao encaminhamento de soluções para eles. A Superintendência presta orientação aos municípios para a elaboração de seus planos diretores. Para isso, elaborou os cadernos técnicos “Manual das calçadas urbanas” e “Mobilidade por bicicleta”. Também estruturou o Conselho Estadual das Cidades (Concidades), que, em setembro deste

Reciclagem do lixo ajuda a preservação do meio ambiente

O manejo adequado de resíduos sólidos é também prioridade do Governo Estadual ano, empossou como presidente o secretário João Balestra, junto com outros 29 membros titulares e suplentes para atuarem nos próximos três anos. Em relação a projetos estratégicos, a Sicam também tomou para si, devido à expertise de seus técnicos, a tarefa de elaborar o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana para ordenar o desenvolvimento da capital, definindo os papéis dos agentes públicos que nela atuam. O plano está sendo elaborado por especialistas da Superintendência de Assuntos Estratégicos, em parceria com a Universidade Federal de Goiás. Também visando à busca de soluções para a problemática metropolitana, a Secretaria firmou um acordo de

cooperação técnica com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para a elaboração de um projeto de governança metropolitana e o mapeamento da vulnerabilidade social nas regiões metropolitanas. A Sicam também apresentou propostas para a captação de recursos para elaborar o projeto básico de extensão do corredor de transporte do Entorno do Distrito Federal, trecho entre Luziânia e a divisa de Goiás com o DF, integrado ao BRT Entorno Sul, Santa Maria (DF), no valor de R$ 17,5 milhões. Na Região Metropolitana de Goiânia, a Sicam viabilizou a extensão do Eixo Anhanguera às cidades de Senador Canedo, Trindade e Goianira, com investimento de R$ 49 milhões na ampliação da frota em mais 50 ônibus articulados. O Governo de Goiás repassa anualmente R$ 48 milhões referentes ao subsídio da tarifa do Eixo Anhanguera aos operadores. A Secretaria obteve R$ 5 milhões para a elaboração do estudo de viabilidade técnica e econômica de implantação de um trecho subterrâneo do veículo leve sobre trilhos (VLT), beneficiando o Centro de Goiânia e o bairro de Campinas. Promoveu os estudos da parceria público-privada do projeto de implantação do VLT no Eixo Anhanguera.


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Credi Vapt

Crédito com juro baixo para quase 100 municípios Programa itinerante de oferta de linhas de crédito popular financia pequenos empreendedores e estimula economia em todas as regiões. Total investido ultrapassa R$ 18 milhões Paulo Machado

Flávia Nunes de Souza busca financiamento na GoiásFomento para incrementar seu negócio

O

Credi Vapt vai fechar o ano com um saldo inédito: chegará a 97 municípios goianos levando crédito fácil e juro baixo a milhares de pequenos empreendedores em todas as regiões de Goiás. Operado pelo Banco do Povo e agência Goiás Fomento, o programa oferece crédito de R$ 500,00 a R$ 25 mil, com juros 0,25% ao mês,

prazo de pagamento de 36 meses e carência de seis meses. O Banco do Povo e a Goiás Fomento são instituições financeiras do Credi PAI, programa do Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento (PAI) para a área de desenvolvimento econômico do Estado. O Credi Vapt leva esse crédito onde as pessoas estão, a bordo do

Credi Vapt Itinerante, programa do Governo que vai aos municípios oferecendo uma série de serviços públicos ao cidadão de forma simples e rápida, sem burocracia. Desde que foi criado, em maio de 2013, o Credi Vapt já liberou cerca de R$ 18 milhões a micro e pequenos empresários em todo o Estado. São mais de três mil operações


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com um ticket médio de financiamento de R$ 5.900,00. “É um financiamento individualmente modesto, mas que tem uma força enorme no fomento à economia dos municípios. Esse dinheiro é tomado por gente empreendedora, que arregaça as mangas e, com ajuda do Estado, abre ou amplia seus pequenos negócios, gera renda, emprego e dinamiza o comércio de seus municípios, impulsionando um círculo virtuoso para todos”, comenta o secretário de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela, cuja pasta coordena as ações do Credi PAI. É gente como Flávia Nunes de Souza, de Faina, uma das cidades que receberam recentemente a edição do Credi Vapt. Ela trabalha com decoração de eventos, já tomou emprestado R$ 9.975,00 do Banco do Povo e voltou para tentar mais R$ 10 mil com vistas a ampliar o negócio. “Estive no Banco do Brasil e Caixa Econômica, me ofereceram apenas R$ 2 mil e um monte de exigências burocráticas. Não tive dúvidas, voltei aqui porque sei que é mais fácil, menos burocrático e ainda conto com apoio gerencial”, disse Flávia logo depois de ser atendida no guichê do Credi Vapt, instalado por dois dias no Ginásio de Esportes da cidade, em outubro último.

Parceria

O “apoio gerencial” a que ela se refere são as consultorias realizadas pelo Sebrae-GO, que é parceiro da Segplan no Programa Credi PAI. Além do crédito, o Estado oferece capacitação para que o investimento atinja os objetivos de fazer o negócio crescer de forma sustentável. Os financiamentos do Credi PAI não vão diretamente para o tomador do empréstimo e sim para os fornecedores dos projetos aprovados. Os financiamentos aprovados pela Agência de Fomento (R$ 10 mil a R$ 25 mil) são para capital de giro e investimento, já os recursos tomados junto ao Banco do Povo (R$ 500,00 a R$ 10 mil) aten-

Julio: Credi Vapt ajuda a fomentar a economia do interior goiano

Credi PAI tem outros efeitos benéficos indiretos para a economia dos municípios dem somente investimentos. São investimentos que podem começar do zero, como pretende fazer Sandra de Morais Alves, goianiense radicada há 11 anos em Faina. Ela quer montar uma barraquinha para vender caldo de cana e água de coco e esteve no Credi Vapt para pedir o empréstimo. “Sei da existência do Banco do Povo há

muito tempo, tenho conhecidos que pegaram o empréstimo e começaram do nada como eu pretendo fazer. O atendimento foi muito bom, me orientaram a primeiro conversar com um consultor do Sebrae, mas estou muito animada, tenho certeza que vai dar certo”, disse dona Sandra ao final de seu atendimento no Credi Vapt de Faina. O número médio de atendimentos no Vapt Vupt Itinerante tem sido de 1.300 em cada cidade. Além das linhas de crédito do Credi Vapt, o Vapt Vupt Itinerante oferece à população serviços como expedição de documentos e diversos tipos de assistência social pela OVG. Depois de ter seu projeto aprovado no Credi PAI, o pequeno empreendedor passa por uma qualificação dada pelo Sebrae-GO, com um curso de gestão de negócios ministrado no seu município. Após a capacitação, o repasse dos recursos é feito diretamente aos


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fornecedores dos empreendedores, com a devida apresentação de nota fiscal relativa aos serviços e/ou equipamentos adquiridos. Os segmentos beneficiados são os de prestadores de serviços diversos, como cabeleireiros, chaveiros, eletricistas, encanadores, borracheiros, oficinas mecânicas, pit dogs, feirantes, empreendedores da área de vestuário e micro e pequenas confecções, além de piscicultura, aquicultura e outros pequenos agricultores.

Rapidez

Segundo o economista Júlio Paschoal, chefe do Gabinete Adjunto de Planejamento, Qualidade dos Gastos e Investimento da Segplan, 36% do total dos contratos feitos pelo Banco do Povo foram liberados nos últimos meses, durante o Credi Vapt. São R$ 6,4 milhões em 1.073 operações (de um total de 2.940 contratos) que chegam até o empreendedor, no seu município de origem. Paschoal, que é o coordenador geral do Credi Vapt, lembra que o Credi PAI tem outros efeitos benéficos indiretos para a economia dos municípios, como o de fazer com que as prefeituras deixem de ser as principais empregadoras nessas cidades atendidas. “Você tendo uma população que Arquivo/Prefeitura

Marilda Alves: iniciativa louvável

Sandra de Morais Alves: apoio do Banco do Povo foi fundamental

dependa menos da prefeitura, isso libera os prefeitos a ter mais recursos para investimentos em áreas prioritárias como educação e saúde”, analisa Paschoal. Fazendo um balanço do Programa Credi Vapt, Júlio Paschoal comemora o expressivo número de cidades visitadas e projeta a continuidade do programa com a inclusão de mais serviços para atender à população. A prefeita de Bom Jesus de Goiás, Marilda Alves de Oliveira Pereira, atesta a efetividade dos recursos que chegam ao interior. “Uma iniciativa louvável do Governador, que está provando de fato ser um municipalista. Antes, só se conseguia esse tipo de recurso deslocando-se até a Capital, o que desestimulava muito o pequeno empreendedor. Por isso, seria importantíssimo que o Credi Vapt e outros serviços itinerantes continu-

assem como política pública”, solicita a prefeita. Júlio Paschoal, da Segplan, lembra o longo roteiro feito pelo programa neste ano e concorda que ele deveria se tornar perene no planejamento do Governo. “Estivemos em todas as regiões do Estado. Começamos pelos municípios que, por enquanto, não possuem unidades do Vapt Vupt e fomos ampliando aos poucos. O roteiro começou pelas cidades da região Nordeste e Entorno do Distrito Federal, depois fomos ao Oeste, Norte e Noroeste do Estado”, elencou Paschoal elogiando a equipe do Credi Vapt, composta por cerca de 60 servidores. Paschoal diz que o Credi Vapt continuará percorrendo o Estado até o fim do ano e há a ideia de incluir serviços como o Renda Cidadã e o Bolsa Futuro nas próximas edições.


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Patrulha do Desenvolvimento atendeu 220 municípios Paulo Machado

Em par com as obras de revitalização da malha viária do Estado (pelo Rodovida), o Governo de Goiás implementou um inovador programa de revitalização e manutenção das vias vicinais dos municípios goianos. É o Programa Patrulha do Desenvolvimento Regional, que deve fechar o ano beneficiando 220 municípios, alguns deles visitados mais de uma vez, já que o programa contabiliza neste ano 283 edições. O programa, coordenado pela Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), empresta maquinários às prefeituras para a realização de obras urbanas e rurais. Cada patrulha é composta por caminhões, pás mecânicas e patrolas. Locadas pela Segplan, as máquinas ficam à disposição do município durante uma semana para a realização de obras sem nenhum custo para as prefeituras. O maquinário pode realizar os serviços de limpeza de ruas, roçagem de áreas públicas, encascalhamento de estradas vicinais, encabeçamento de pontes, abertura de ruas, recolhimento de lixo e entulhos, tapa-buracos de estradas e ruas, e diversas outras ações de melhoria da infraestrutura das cidades. “O governador Marconi Perillo sempre foi sensível com a situação dos municípios de Goiás. E este programa é uma demonstração nesse sentido, dando um suporte importantíssimo para que os prefeitos executem pequenas obras que fazem a diferença na vida da população de nosso Estado”, diz o secretário Leonardo Vilela, titular da Segplan.

Aplausos

Os prefeitos não só aplaudem o Governo pelo programa como pedem para que ele seja instituciona-

Governo leva apoio aos municípios com máquinas e equipamentos

lizado. “Num tempo em que você tem as demandas sociais em constante crescimento e os recursos das prefeituras estabilizados, quando não decrescendo, esse tipo de ajuda do Governo torna-se fundamental para nós”, diz Marco Aurélio Naves, prefeito de Buriti Alegre, que recebeu o maquinário da Patrulha por 13 dias. “Em uma semana, fizemos um serviço que duraria meses. Buriti nunca tinha visto um trabalho de manutenção de estradas vicinais tão bom quanto esse”, arrematou. A Patrulha de Desenvolvimento Regional, que integra o Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento (PAI), realiza serviços emergenciais de interesse da comunidade local, numa ação integrada com as prefeituras. Segundo Júlio Paschoal,

chefe do Gabinete Adjunto de Planejamento, Qualidade dos Gastos e Investimento da Segplan, são feitos em média 40 quilômetros de serviço de encascalhamento em cada município visitado pela patrulha. “Até agora [meados de outubro] já fizemos cerca de mil quilômetros de correções desse tipo nas estradas vicinais em todas as regiões do Estado. É um serviço que ajuda as prefeituras a promover mais qualidade de vida ao homem do campo, ajuda no escoamento da produção, no transporte escolar e da população em geral, e auxilia até no combate à inflação, já que faz com que a produção de alimentos no interior chegue em tempo hábil e com qualidade aos diversos mercados consumidores dentro e fora do Estado”, diz Paschoal.


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Vapt Vupt

Em 15 anos, mais de 100 milhões de atendimentos Programa que revolucionou a forma de atendimento ao cidadão goiano tem 62 unidades em todas as regiões do Estado e oferece facilidades também pela internet Paulo Machado

O

Vapt Vupt completou em outubro último 15 anos de atividade. Desde os primeiros atendimentos na pioneira unidade Admar Otto, em Aparecida de Goiânia (Buriti Shopping), o programa se revelaria à altura dos anseios da população por um serviço público fácil, ágil e com alto padrão de qualidade. Quinze anos depois, a população dá repetidas altas taxas de aprovação ao atendimento diferenciado inaugurado pelo Vapt Vupt, que chega à impressionante marca de mais de 100 milhões de atendimentos. O programa recebe uma avaliação média de 99,73% de satisfação dos cidadãos que utilizam os diversos serviços oferecidos pelas unidades. Mesmo com índices tão positivos, o serviço Vapt Vupt é monitorado e não para de receber melhorias. O Governo Marconi Perillo, através da Segplan, tem implementado um plano arrojado de expansão e revitalização dos Vapt Vupts. Desde o ano passado, diversas unidades do Vapt Vupt passaram por um processo de revitalização que incluem reformas de seus prédios (estrutura, rede elétrica) e, em alguns casos, mudanças de local; novos mobiliários e computadores, e melhoria na programação visual, proporcionando mais conforto no atendimento aos usuários e também favorecendo o ambiente de trabalho dos servidores.

Thallia Ferreira: em busca de uma vaga no mercado de trabalho


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Léo Iran

Hoje a população goiana conta com 62 unidades do Vapt Vupt, sendo 23 em Goiânia, 37 em municípios do interior, além do Vapt Vupt Digital e uma unidade Itinerante. Ainda está prevista a instalação de outras novas unidades até o fim do ano. “O Programa Vapt Vupt significa uma prestação de serviço eficiente e respeitosa para com a população. Esta é a maior rede do Brasil de atendimento público ao cidadão”, destaca Leonardo Vilela, secretário de Gestão e Planejamento. E tanto nas unidades fixas quanto na internet ou na unidade itinerante que vai até o cidadão em todo o interior o padrão de qualidade é mantido. Por onde passa, o Vapt Vupt Itinerante recebe elogios. A estudante Thallia Ferreira Reis, por exemplo, foi ao Vapt Vupt Itinerante de Piracanjuba, em 4 de novembro último, fazer sua carteira de trabalho. Próxima de completar 18 anos, ela quer conseguir um emprego para ajudar a família a custear seus estudos. “Pretendo continuar estudando e quero também prestar um concurso, mas para isso preciso arranjar trabalho”, afirmou. Ela gostou do atendimento que recebeu do Vapt Vupt Itinerante. “Foi bom, fácil e o serviço vir até a cidade facilita muito a vida da gente”, elogiou ao final, saindo com o documento nas mãos.

Vapt Vupt Digital

Paralelamente às implantações de novas unidades do Vapt Vupt pelo Estado, o Governo também está investindo na ampliação do acesso e atendimento por meio do Vapt Vupt Digital. Os cidadãos têm disponíveis mais de 800 serviços de 87 órgãos via internet. Para acessar o Vapt Vupt Digital, basta entrar no endereço www.vvv.go.gov.br ou baixar gratuitamente o aplicativo no celular (smartphone). Hoje o Vapt Vupt Digital realiza em média 42 mil atendimentos mensais via internet fixa e móvel. “O Vapt Vupt Digital vai a cada dia ser mais uma forma de aproximar o cidadão dos serviços oferecidos pelo Estado, de uma maneira mais cômoda, mais barata, sem deslocamentos, filas,

Vilela: Governo vai onde o povo está levando serviços

O Vapt Vupt oferece serviços rápidos e eficientes à população goiana sem perder tempo”, prevê o secretário Leonardo Vilela.

Avanços

Nos últimos três anos o Vapt Vupt recebeu diversos investimentos tecnológicos, estruturais e na gestão de pessoal. O superintendente de Vapt Vupt e Atendimento ao Público, Bruno Perillo, cita a implantação do @tende + (Atende Mais) como uma das princi-

pais novidades implantadas. “O objetivo é a melhoria na qualidade dos serviços prestados mais demandados, o que alcançamos com este novo modelo”, explica Bruno Perillo. O Atende Mais tem como premissa a capacitação dos servidores do Programa Vapt Vupt para que possam atender a quaisquer demandas dos usuários, dentro do leque de serviços de maior demanda nas unidades do Vapt Vupt. Desta forma, um mesmo servidor está apto a prestar serviços de diferentes órgãos do Estado. Destaca-se também a valorização do colaborador do Programa Vapt Vupt com a introdução de gratificação de desempenho por função e a criação do Projeto Unidade Top, com o objetivo de estimular e reconhecer os serviços prestados com qualidade, promover integração e incentivar a realização de atividades sociais nas comunidades que estão no entorno de cada unidade do Vapt Vupt.


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Vapt Vupt não volta atrás, diz servidora pioneira Randhy Pierre

Ela está na unidade Admar Otto do Vapt Vupt de Aparecida de Goiânia desde o início do programa, em outubro de 1999. É uma das cinco servidoras pioneiras da unidade, de um quadro atual de 148 servidores. Marilene Guimarães Ferreira Lopes de Melo é servidora de carreira na prefeitura de Aparecida de Goiânia, fala do Vapt Vupt com brilho nos olhos e diz que o programa não vai acabar “porque a população não vai deixar voltar atrás nunca mais”. Marilene acha que o futuro do programa é melhorar sem parar, ter um sistema tecnológico de alta performance e servidores cada vez mais capacitados e preparados para atender bem o cidadão. Segundo ela, a evolução já é visível em vários aspectos nesses 15 anos, especialmente do ponto de vista do atendimento, mais atencioso e humanizado. “Já não somos mais meros despachantes de papéis, somos verdadeiros orientadores do público. Às vezes, a pessoa chega ao guichê sem saber todo o processo de uma questão ou um problema que ela está buscando resolver ali. E nosso objetivo não é encaminhá-la de qualquer maneira para os órgãos, mas mostrar a ela como funciona o processo e como resolverá de forma mais fácil e rápida a demanda dela”, ensina Marilene que já tem 32 anos de serviço público. Ela lembra que quando começou na unidade Admar Otto, localizada no Shopping Buriti, o Vapt Vupt ocupava um espaço de 600 metros quadrados e tinha apenas 18 condôminos (órgãos e secretarias de Governo que disponibilizam serviços). Hoje ocupa o dobro de espaço e abriga mais de 40 órgãos e secretarias. “Melhorou para todo mundo, para o público e para o servidor, que tem tido mais oportunidades e qualificação”, avalia ela que está na mesma função de atendente desde o início, apesar

Vapt Vupt em números

Destaques 462 unidades, sendo 23 em Goiânia e 37 no interior

4Vapt Vupt Itinerante – realizou 70 edições em todo o Estado (até outubro/2014) 4Vapt Vupt Digital – mais de 800 serviços disponíveis pela internet 4Média atendimento/mês Vapt Vupt fixo – 823.016 (até outubro/2014) 4Avaliação dos usuários - 99,83% Ranking de atendimento Média mensal das 10 maiores unidades do Vapt Vupt

Já não somos mais meros despachantes de papéis, somos verdadeiros orientadores do público

1º. Admar Otto (Aparecida de Goiânia) = 55.792 2º. Campinas (Goiânia) = 54.194 3º. Cidade Jardim (Goiânia) = 49.643 4º. Anápolis = 48.003 5º. Araguaia (Goiânia) = 46.424 6º. Rio Verde = 41.688 7º. Garavelo (Aparecida de Goiânia) = 38.205 8º. Itumbiara = 32.368 9º. Banana Shopping (Goiânia) = 31.658 10º Praça da Bíblia (Goiânia) = 31.410

de ser gestora pública formada na primeira turma do gênero na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em 2001. A condição de servidora municipal e não estadual limita as promoções a Marilene, mas ela não se abala com isso. A relação de afinidade que construiu com o Vapt Vupt levou Marilene a estudar o tema em sua monografia de conclusão de curso na UEG. Ela tratou da qualidade de atendimento do Sine (Sistema Nacional de Emprego, órgão do Ministério do Trabalho) no Vapt

Vupt. “Como é um serviço muito demandado no Vapt Vupt e envolve vários direitos trabalhistas e sociais, eu achei que merecia o estudo e a conclusão foi que o Vapt Vupt faz com que o Sine ganhe um status de atendimento que ele não tinha”, afirma. Aos 59 anos, Marilene está próxima de se aposentar, mas nem topa falar do assunto. Diz estar no auge de sua energia e quer se manter por muito tempo ainda no Vapt Vupt, que ela trata como sua segunda família.

Marilene: Vapt Vupt é minha segunda família


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Icms ecológico

Preservação ambiental com valorização da natureza Medida estimula municípios a investirem na preservação das nascentes, na proteção dos mananciais aquíferos e no estímulo à biodiversidade

U

ma estratégia que vem ganhando espaço em vários países é pagar pelos serviços que mantêm florestas de pé, ou que protejam nascentes d’água, entre outros objetivos. Um dos exemplos de maior sucesso em Goiás e no Brasil é o ICMS Ecológico, uma forma eficiente de valorizar os municípios que possuem unidades de conservação e que adotam ações sustentáveis, muitas vezes dispendiosas. O ICMS Ecológico começou a ser pago em Goiás este ano. De janeiro a setembro, foram repassados R$ 99,58 milhões aos municípios que adotaram o Programa. Metade dos 5% de todo o ICMS arrecadado ainda é repassada a todos os municípios de forma igualitá-

ria. Em 2015, este valor sobe para 75% e, em 2016, todo o valor do ICMS Ecológico irá somente para os municípios com unidades de conservação ou manancial. A meta é a proteção da biodiversidade e a preservação de nascentes e mananciais aquíferos. Atualmente mais de 60 municípios estão aptos a receber o ICMS Ecológico. A partir do momento em que os repasses começaram a ser efetuados, aumentou o número de municípios que se preparam para implantar suas unidades de conservação. E não é por menos: em algumas localidades, os repasses do ICMS Ecológico atingem até 30% de toda a arrecadação da Prefeitura. Estes repasses são uma saída para administra-

ções públicas com baixa arrecadação e muitas restrições econômicas devido a grandes áreas de preservação dentro de seus limites territoriais, além de um incentivo para a criação e manutenção de parques e áreas de proteção ambiental. Secretária do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás, Jacqueline Vieira explica que a Semarh tem orientado os gestores municipais quanto à forma de preparar as cidades para que possam receber o recurso. “Temos um questionário para preenchimento de avaliação dos municípios quanto ao que prevê a Lei Complementar nº 90/2011, que rege os critérios ambientais necessários para que os municípios recebam repasses do tribu-

Rhandy Pierre


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to”, afirma. O ICMS Ecológico requer dos municípios a adequação mínima de seis critérios de cunho ambiental condizentes com os padrões de desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade e dos recursos naturais. Os repasses valem exclusivamente aos municípios que abrigam em seus territórios unidades de conservação ambiental, ou que sejam diretamente por elas influenciados ou, ainda, aqueles possuidores de mananciais para abastecimento público.

Unidades de Conservação

São unidades de conservação as áreas de preservação ambiental, as estações ecológicas, os parques, as reservas florestais e as florestas, os hortos florestais, as áreas consideradas de relevante interesse ecológico. Todas as áreas que se enquadram nesses critérios podem gerar ICMS Ecológico para receber o tributo, basta que os municípios se cadastrem na Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Goiás. O ICMS Ecológico compõe os chamados instrumentos econômicos ambientais, que servem para enquadrar a estrutura econômica nos critérios de conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Assim, as matas nativas ou mesmo áreas reflorestadas podem receber pelo seu importante serviço ambiental, o que garante sua manutenção de pé e preservada. O ICMS Ecológico é uma política ambiental adotada também em outros Estados e países. Cada um possui sua forma de realizar os repasses financeiros para cidades, instituições ou proprietários de terras que implantam medidas de mitigação dos impactos ambientais gerados por suas atividades. A eficácia deste modelo prova que o desenvolvimento econômico pode oferecer mecanismos de preservação ambiental. Em Goiás, além dos repasses em dinheiro, os municípios contemplados pelo ICMS Ecológico têm a oportunidade de promover a autoestima da população, o ecoturismo e o fortalecimento da sustentabilidade. Outras ferramentas econômicas de redução de impactos ambientais também têm se dissemina-

ICMS repassados até Setembro de 2014 Seq.

Município

Total Repassado até 09/2014

Parcela do Ecológico

Relação entre o ICMS Total e o ICMS Ecológico (%)

1

ABADIA DE GOIÁS

3.284.260,12

R$ 995.175,23

30,30

2

ABADIâNIA

2.717.433,59

R$ 202.387,53

7,45

3

ACREÚNA

8.327.993,76

R$ 488.861,89

5,87

4

ADELÂNDIA

1.233.967,62

R$ 202.387,53

16,40

5

ÁGUA FRIA DE GOIÁS

3.278.803,22

R$ 202.387,53

6,17

6

ÁGUA LIMPA

2.402.224,65

R$ 995.175,23

41,43

7

ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS

4.967.697,81

R$ 995.175,23

20,03

8

ALEXÂNIA

7.459.953,75

R$ 202.387,53

2,71

9

ALOÂNDIA

1.314.647,93

R$ 202.387,53

15,39

10

ALTO HORIZONTE

25.647.358,33

R$ 995.175,23

3,88

11

ALTO PARAÍSO DE GOIÁS

2.641.458,16

R$ 995.175,23

37,68

12

ALVORADA DO NORTE

2.473.781,53

R$ 995.175,23

40,23

13

AMARALINA

1.676.478,33

R$ 202.387,53

12,07

14

AMERICANO DO BRASIL

2.449.070,24

R$ 202.387,53

8,26

15

AMORINÓPOLIS

1.822.059,50

R$ 202.387,53

11,11

16

ANÁPOLIS

149.597.811,40

R$ 995.175,23

0,67

17

ANHANGUERA

1.047.997,22

R$ 202.387,53

19,31

18

ANICUNS

6.182.063,08

R$ 995.175,23

16,10

19

APARECIDA DE GOIÂNIA

78.018.720,43

R$ 291.293,77

0,37

20

APARECIDA DO RIO DOCE

2.553.530,71

R$ 202.387,53

7,93

Fonte: Secretaria da Fazenda

O ICMS Ecológico é uma política ambiental adotada também em outros Estados e países do, como ocorre com o crédito de carbono e o pagamento pela preservação de nascentes, que podem atrair mais recursos para os municípios. Neste processo de modernização do uso do capital, os gestores municipais têm atuação decisiva na implantação de planos diretores que valorizem

as unidades de conservação, os planos municipais de resíduos sólidos e de recursos hídricos. O ICMS Ecológico é a garantia de que os esforços municipais para a proteção do bioma cerrado valem a pena e se transformarão em receita líquida para os municípios. Um exemplo é Abadia de Goiás, que abriga em seu território o Parque Estadual Telma Ortegal, institucionalizado através da Lei nº 12.789, de 26 de dezembro de 1995. Há também a declaração de uma Unidade de Preservação Ambiental, criada pela Resolução CEMAM nº 01/94, de 8 de fevereiro de 1994, pelo Governo de Goiás, situado na área da bacia hidrográfica do Ribeirão Dourados, afluente do rio Meia Ponte. Desta forma, o município cumpre os requisitos para ser contemplado pelo ICMS Ecológico. Para atingir


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Rhandy Pierre

o índice máximo de repasse, Abadia de Goiás implantou um projeto de gerenciamento de resíduos sólidos, com investimentos na coleta de lixo domiciliar. O viveiro municipal foi reestruturado, que hoje distribui gratuitamente centenas de mudas, com o objetivo de reflorestar as áreas degradadas pelo desmatamento, principalmente nos mananciais. Outra tarefa foi realizada junto aos produtores locais, que consiste no combate ao desmatamento, através de fiscalizações in loco. Outra ação determinante na Região foi o atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o fim nos lixões a céu aberto e a implantação de aterros sanitários. A partir dessa exigência nacional, a prefeitura criou o Consórcio Público denominado "Vale do Rio dos Bois", em conjunto com os municípios de Aragoiânia, Guapó, Varjão, Campestre e Cezarina, para criarem um aterro em conjunto. Prefeito de Abadia de Goiás, Romes Gomes da Silva defende que outros gestores municipais criem suas unidades de conservação ambiental. Para ele, “tal medida é essencial para garantir a conservação da biodiversidade e contribui para um país cada vez melhor, além de salvaguardar a existência das diferentes populações, habitats e ecossistemas presentes no território nacional e das suas águas”. Divulgação

Prefeito Romes: conservação da biodiversidade

Parque Altamiro de Moura Pacheco em Goiânia

ICMS Ecológico equilibrou as contas O município de Teresópolis de Goiás atende todos os critérios exigidos por lei para receber o ICMS Ecológico. O município está na Área de Preservação Ambiental (APA) da bacia hidrográfica do Ribeirão João Leite e possui restrições para a implantação de atividades industriais e agropecuárias, devido à necessidade de conservação da APA. Para o prefeito Francisco Alves de Souza Júnior, os R$ 995.175,23 repassados de janeiro a setembro oriundos do ICMS Ecológico representaram o equilíbrio nas contas municipais. “Estes recursos minimizam a falta de arrecadação causada pelas restrições impostas pela APA”, afirma. O prefeito ressalta que o município tem suas nascentes d’água protegidas, desenvolve um trabalho de educação ambiental nas escolas municipais e abriga a Ecovila Santa Branca, a primeira do gênero com objetivos comerciais. “A partir destas ações, investimos em sustentabilidade como forma de gerar emprego e renda, não dá para ser sustentável se a população não tiver condições dignas de viver”, explica. Francisco Alves incentiva todos

Henrique Luiz

Prefeito Francisco: incentivo aos municípios

os municípios para que tenham suas áreas de preservação ambiental e desenvolvam políticas sustentáveis. “Fizemos o dever de casa e vamos atrair indústrias de tecnologia de ponta e de serviços ambientais; dois setores essenciais para o planeta e em franco crescimento. Queremos estar na ponta da tecnologia limpa e sustentável”, conclui, sem antes parabenizar o Governo do Estado por implantar o ICMS Ecológico, um reconhecimento a quem preserva o meio ambiente.


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Paulo Machado

Desenvolvimento regional

Goiás ganha o Terminal Turístico Lago das Acácias Novo atrativo na antiga Capital faz parte do Polo de Desenvolvimento Turístico do Eixo Corumbá-Pirenópolis-Jaraguá-Goiás, alinhado nas atividades do PAI

A

cidade de Goiás, localizada a 130 quilômetros de Goiânia, contará, em breve, com um novo atrativo turístico e comercial, o Terminal Turístico Lago das Acácias. O espaço está localizado na entrada do município, às margens da GO060. A obra faz parte do Polo de De-

senvolvimento Turístico-Histórico do Eixo Corumbá-Pirenópolis-Jaraguá-Goiás, que consta no Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento (PAI) do Governo Estadual. Os investimentos foram de R$ 3,35 milhões. Esta e outras obras estão sendo executadas no município com o ob-

jetivo de consolidar o desenvolvimento do turismo na cidade de Goiás. A população de Goiás merece essas melhorias e os turistas anseiam por elas. A cidade dará um salto de qualidade do ponto de vista turístico e, por conseguinte, econômico e social.


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Luis Fernando Emos

O Projeto foi planejado pela Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) e executado pela Agência Goiana de Desenvolvimento Regional (AGDR). O Terminal Turístico Lago das Acácias ocupa uma área de 140,3 mil metros quadrados, onde além do lago, abriga um centro comercial com 11 espaços para instalação de lojas de artesanato local, lanchonetes e restaurantes. O projeto engloba ainda outras benfeitorias, como área verde, canteiros floridos, pista para caminhada, playground, mirante de observação e estacionamento. Os empresários que atuarão no local passaram por um processo de licitação da Segplan, na modalidade chamamento público, feito nos tipos maior oferta e sorteio. Segundo a secretária municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Cidade de Goiás, Flávia de Brito Rabelo, a maioria dos contemplados já trabalhava próximos ao local, sem nenhuma infraestrutura. “Ficamos muito felizes porque todos são pessoas da cidade. Agora eles contam com uma estrutura muito boa, com mais conforto e segurança”, conta Flávia. Para ela o Terminal Turístico do Lago das Acácias qualificou o portal de entrada da cidade, e vai fortalecer o comércio e o turismo local. Arquivo pessoal

Flávia: fortalecimento do turismo

Prefeita Selma: dinheiro para melhorias públicas na cidade

Iniciativa voltada para a exposição da arte e artesanato da cidade de Goiás. O local ficou muito bonito Ádria Lopes, artesã, ocupará uma das lojas do complexo. Ela tem um ateliê na cidade e acredita que no Terminal Turístico suas peças terão maior visibilidade. “A expectativa dos artesãos e outros comerciantes é que lá a gente vai vender mais. Esta é a primeira iniciativa que está voltada para a exposição da arte e artesanato da Cidade de Goiás. O local ficou muito bonito”, elogia a artesã. Segundo ela, manter a produção e vender vai ser um desafio e já planeja a contratação de um funcionário para ajudá-la. O local atenderá também pessoas que vão a outras cidades da Região e que passam pela Cidade de Goiás. “Esta será uma parada obri-

gatória para aqueles que se dirigem para as rotas Oeste e Leste de nosso Estado, em busca de refrigério e de um encontro com os artesãos, com a gastronomia levando de brinde uma amostra da hospitalidade de nosso povo que acolhe, admira e trata com carinho os que nos visitam, além é claro, da geração de emprego e renda às famílias vilaboenses” resume a prefeita de Goiás, Selma de Oliveira Bastos Pires. Arquivo pessoal

Ádria: expectativa de melhores vendas


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014

Saúde

Hospital Hugo 2, uma obra de R$ 208 milhões Comunicação setorial da SES

Unidade chama atenção por sua dimensão e capacidade de atendimento. Prédio recebe últimos reparos para entrar em funcionamento

R

$ 208 milhões. Este é o valor que o Governo do Estado está investindo para entregar à população de Goiás o maior hospital de urgência e emergência da Região Centro-Oeste, o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, o Hugo 2, cujas obras da primeira fase estão concluídas e que está em fase de teste de equipamentos e sistemas, também 98% já instalados. O Hugo 2 terá 485 leitos, dos quais 80 de unidade de terapia intensiva (UTI), inclusive pediátrica, e capacidade de realizar mais de mil atendimentos por dia. Construído na GO-070, saída para Inhumas, no Setor Santos Dumont, o hospital também será referência para a população da Região Noroeste da Capital. Foram investidos na obra R$ 140 milhões e outros R$ 68 milhões na aquisição de equipamentos, todos reunindo o que há de mais moderno na tecnologia a serviço da saúde. Os números do Hugo 2 impressionam pela grandeza: ele tem 71.165 metros quadrados e foi construído em uma área de 137,4 mil metros quadrados. Terá 2,7 mil funcionários e diariamente deverão passar pelo local

Hugo 2 terá atendimento de urgência, emergência e trauma

5 mil pessoas. “É mais do que a população de mais de uma centena de municípios goianos”, compara o secretário estadual da Saúde, Halim Antonio Girade. A unidade conta com 30 consultórios médicos, centro cirúrgico com 22 salas de cirurgia, dois blocos destinados a cinco pavimentos com enfermarias, refeitório para 128 pessoas, auditório com 156 lugares, sete elevadores, heliponto, sete grupos geradores, estacionamento para mil vagas, 20 leitos de observação e oito boxes de emergência. O Hugo 2 contará com banco de sangue próprio e também com um Centro de Atendimento a Queimados. Treze leitos do hospital serão destina-

dos ao tratamento de pacientes vítimas de queimaduras. Oferecerá atendimento ainda em nutrição e dietética. O secretário da Saúde explica que a unidade terá o mesmo perfil de alta complexidade do Hugo 1, com atendimentos em urgência, emergência e trauma. “O diferencial, em relação ao Hugo 1, são os atendimentos e internações de emergências clínicas, como gastrite e pneumonia, e o atendimento a queimados”, informa. Girade pondera que o Hugo 1 foi construído no início da década de 1990 – foi inaugurado em 1991 –, numa época em que Goiânia tinha aproximadamente 700 mil habitantes. “Hoje temos o dobro dessa população. Ficou uma lacuna, que tinha


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Comunicação setorial da SES

de ser preenchida. Queremos e vamos atender essa demanda”, diz. Ele pondera ainda que a Região Noroeste foi muito desassistida ao longo dos anos. “A população aguarda essa obra com grande expectativa”, afirma. A construção de um hospital naquele local, por sinal, era uma das cinco prioridades escolhidas para a Região Noroeste em um seminário realizado pelo Governo estadual com os moradores. É o que revela a funcionária pública Sônia Fernandes Correia, que mora há 27 anos no Jardim Curitiba. “O Hugo 2 faz parte da história da Região Noroeste. É um presente, uma riqueza para nós”, apontou Sônia durante uma visita de moradores e lideranças da região ao hospital, ainda durante as obras. Com perfil de atendimento de alta complexidade, o Hugo 2 fará atendimentos de urgência e emergência em trauma e neurologia e também oferecerá broncoscospia, ambulatório e atendimento aos pacientes que passaram por cirurgias. Para realizar diagnósticos complexos, a unidade oferecerá exames de tomografia, ultrassonografia, eletrocardiograma, ecocardiografia com ecodoppler, encodoscopia, videolaparoscopia, análises clínicas, anatomia patológica e terapia renal substitutiva.

Gestão

Para administrar o maior hospital público do Estado, o Governo de Goiás manteve a estratégia que vem dando certo em outros grandes hospitais, como o Hugo 1 e o Hospital Geral de Goiânia (HGG): a gestão por Organizações Sociais (OSs). Com pontuação final de 100,00, a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) foi a OS vencedora do chamamento público para a gestão do Hugo 2. O contrato, já assinado, terá valor mensal de R$ 15 milhões e terá vigência de 48 meses, podendo ser prorrogado por igual período, desde que a gestão da Agir seja bem avaliada tanto pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) como pela Agência Goiana

Girade: garantindo mais atendimento a saúde da população

As OSs vieram para equacionar e solucionar os problemas da saúde pública estadual de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), responsável pela fiscalização do cumprimento das metas estabelecidas no contrato de gestão assinado entre o Estado e as Organizações Sociais. Para o Secretário da Saúde, a decisão do governador Marconi Perillo de repassar a gestão dos hospitais para as OSs foi corajosa e acertada. “Desta forma, pudemos solucionar problemas que eram travados pela excessiva burocracia”, avaliou. Há 12 anos as OSs fazem a gestão dos hospitais goianos. Neste período, verificamos que o nível de satisfação dos pacientes chega a mais de 90%”, ressaltou. A primeira unidade gerida por OS foi o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, o Crer, também

pela Agir. Girade adiantou que serão feitos 19 chamamentos públicos para OSs em Goiás, dos hospitais que estão em construção, dos Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs) e dos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME). “Se na Capital os hospitais públicos estaduais já atingiram nível de excelência, agora é hora de levar esse trabalho primoroso para a população que vive no interior”, disse. Para o superintendente-executivo da Agir, Sérgio Daher, o desafio de gerenciar o maior hospital de urgência e emergência do Centro-Oeste será grande. Ele destaca, no entanto, que pretende trabalhar com uma equipe concentrada na qualidade do atendimento para oferecer o melhor à população goiana. Segundo ele, o hospital deve iniciar os trabalhos com 40% de sua capacidade, implementando os outros 60% ao longo dos primeiros seis meses de funcionamento. O procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins, destacou a importância e a ousadia da política de Governo de administrar os hospitais por meio de OS e por esse processo ter sido iniciado justamente em um momento em que a Saúde passava por muitas dificuldades. “As OSs vieram para equacionar e solucionar os problemas da saúde pública estadual”, analisa.


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Credeq, espaço adequado para tratar dependentes químicos Com 92% das obras concluídas, o Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) de Aparecida de Goiânia receberá um investimento total de R$ 24,1 milhões só nas obras de construção. Ele tem 10 mil metros quadrados de área construída e capacidade para atender 96 internos, entre crianças, adolescentes e adultos, além de internações compulsórias. O Credeq de Aparecida de Goiânia será composto por três núcleos de atendimento separados por faixa etária (infantil, adolescente e adulto), centro de atenção psicossocial, casa de desintoxicação, sala de reanimação e seis casas de acolhimento transitório, com cultivo de horas e outras atividades ocupacionais, tão importantes na recuperação de dependentes químicos. O Credeq oferecerá atendimento normal, que os pacientes encontram nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e no Pronto-Socorro Wassily Chuc. Somente as pessoas com dependência química que necessitarem ficarão internadas, por um período máximo de três meses. A característica do Credeq é justamente de tirar a pessoa do ambiente em que ela utiliza drogas para que o tratamento seja eficiente, com psicoterapia, desintoxicação, terapia ocupacional, lazer e outras atividades. O apoio dos familiares do dependente químico também é essencial para que o principal objetivo seja alcançado, a reinserção social desses pacientes. A exemplo dos grandes hospitais estaduais públicos, o Credeq também será gerido por uma Organização Social (OS). A vencedora do chamamento público foi a Associação Comunidade Luz da Vida e o contrato de gestão já foi assinado, em solenidade que contou com a presença do arcebispo de Goiânia, d. Washington Cruz, do governador Marconi Perillo e outras autoridades. “O Credeq vai aliviar o sofrimento de muitas mães e pais e devolverá a dig-

Comunicação setorial da SES

Obras do Credeq de Aparecida de Goiânia em ritmo acelerado

Vamos devolver a dignidade aos dependentes químicos, com um tratamento humanizado e de excelência nidade a uma parcela significativa da sociedade”, disse o governador Marconi Perillo durante a assinatura do contrato de gestão com a OS Luz da Vida. Ele destacou ainda que os Credeqs serão uma vitrine no País. “Será uma revolução nessa área de tratamento. Os cinco Credeqs que estão sendo construídos são providências reais para que o tratamento seja feito com excelência, principalmente para famílias de baixa renda”.

Girade aponta os Credeqs como modelo de reinserção social para o País. “Vamos devolver a dignidade aos dependentes químicos, com um tratamento humanizado e de excelência”, anunciou. O Credeq de Aparecida de Goiânia terá capacidade para realizar 2.142 consultas psiquiátricas, em clínica geral e pediatria e outros 10.920 atendimentos multidisciplinares mensalmente. O contrato com a OS Luz da Vida tem vigência de quatro anos, com um aporte mensal de R$ 602.491,80 mensais. Para Luiz Antônio de Paula, fundador da OS vencedora, a criação do Credeq é uma vitória para a população local e uma resposta positiva do poder público a um apelo da sociedade em relação a um grave problema social e de saúde. “Acumulamos 15 anos de experiência na área e temos qualificação técnica e operacional para realizar a gestão com eficiência”, assegura. Além do Credeq de Aparecida de Goiânia, outros quatro também estão em construção nas cidades de Morrinhos, Caldas Novas, Quirinópolis e Goianésia.


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Segurança pública

Projeto Olho Amigo para prevenir a criminalidade Iniciativa faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo Governo para prevenir e inibir a ocorrência de crimes. 650 pontos da Capital terão monitoramente permanente

O

número de câmeras de videomonitoramento em Goiânia mais que triplicará quando estiverem em funcionamento os 500 novos equipamentos de alta resolução que estão sendo adquiridos pelo Governo de Goiás por meio de licitação. O total passará das atuais 150 unidades para 650 pontos da cidade sob monitoramento constante, em uma ação que faz parte do Projeto Olho Amigo, da Secretaria da Segurança Pública de Goiás. O investimento será de R$ 60 milhões, custeado integralmente pelo Estado de Goiás. O Projeto Olho Amigo faz parte do Programa Goiás Cidadão Seguro, que contempla ações planejadas de segurança pública. Atualmente, 16 bairros contam com o serviço, que é realizado por 70 câmeras. Outras 80, do Programa Crack é Possível Vencer, do Governo Federal, estão sendo instaladas. Com as novas 500 câmeras, mais de 30 novos bairros serão monitorados, inclusive em pontos que fazem divisa com outros municípios. Atualmente, são contemplados 16 bairros, que fazem parte das chamadas hotspots, ou zonas quentes, que são os locais com maior número de ocorrências, de acordo com a Análise Criminal da Gerência de Análise de Informações da Secretaria da Segurança Pública. “Cruzamos informações com o nú-

Lailson Damasio

Sala de vídeomonitoramento da SSP-GO garante mais segurança à população

mero de homicídios, furtos e roubos de veículos e outros”, explica a gerente de Inteligência Estratégica da SSP-GO, Emilia Podestá. Secretário da Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita ressalta que o investimento em tecnologia é eficiente e, no caso específico do videomonitoramento, contribui principalmente para a prevenção de ocorrências. “As câmeras inibem o crime. É como se tivéssemos 650 policiais olhando as ruas de cima”, compara. Ele pontua ainda que as imagens,

além de auxiliar na investigação, podem servir como provas. A empresa vencedora da licitação fornecerá as câmeras, por meio de locação, além de providenciar manutenção e infraestrutura necessárias para o funcionamento do sistema, como a instalação de postes e a construção da rede de fibra ótica. Até a efetivação do Olho Amigo, a SSP-GO contava com 36 câmeras espalhadas por Goiânia. Os novos equipamentos são modernos. Todas as câmeras têm alta resolução de imagem (Full HD), cobrem


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Rodrigo Hirose

um ângulo de 360 graus e são ligadas por fibra ótica à central de monitoramento. Além disso, podem aproximar a imagem em até 20 vezes, de acordo com a necessidade dos operadores do sistema, que são da Polícia Militar e têm estações de trabalho individuais. Os equipamentos permitem o monitoramento 24 horas, nos sete dias da semana, e têm vida útil de 50 mil horas.

Frota

Com um investimento de aproximadamente R$ 110 milhões, o Governo de Goiás renovou a frota da segurança pública do Estado. As Polícias Militar, Civil e Técnico-Científica, além da Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça, receberam 2.141 novos veículos. A nova frota é maior que a então existente, que era de 1.909 carros. Foram adquiridos veículos mais potentes e adequados ao trabalho policial. Mesmo assim, o valor do contrato de locação com as quatro empresas vencedoras ficou aproximadamente 10% mais barato. Além do aumento do número de veículos, há outras novidades. Uma delas é que todas as viaturas utilizadas pelas forças policiais goianas são monitoradas por meio de GPS, o que otimiza os trabalhos. Com isso, os comandantes poderão saber, em tempo real, a localização de cada carro, o que facilitará o gerenciamento da frota. Outra novidade é a troca de parte dos veículos Gol com motor 1.0, que eram utilizados pela Polícia Militar, por 643 Palio Weekend 1.4, mais potentes e com carroceria maior e espaço exclusivo para transporte de presos com maior dignidade. Os grupamentos especiais, como Rotam, GPT e GT3, receberam veículos tipo SUV, modelo Tucson. A renovação da frota da segurança pública possibilitará ainda a ampliação do patrulhamento rural, reivindicação do setor produtivo. Foram entregues 100 caminhonetes modelo S10 para esse tipo de serviço. Já para a Polícia Técnico-Científica foram destinados furgões e picapes 4x4, adaptados para a utilização nos Ins-

Mesquita: Governo não nega apoio para investimentos em tecnologia

O investimento em tecnologia é eficiente e o videomonitoramento, contribui para a prevenção de ocorrências titutos Médico-Legais do Estado. A licitação também adquiriu 40 veículos para serviços administrativos para a Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça.

Manutenção

O contrato, com quatro empresas diferentes, prevê, além da locação, a manutenção dos veículos e todo o equipamento embarcado, como rastreadores, rádios e giroflex. Em caso de avaria, as empresas têm até 24 horas de prazo para substituir por um veículo novo, de forma que não haja prejuízo ao trabalho das forças de segurança do Estado.

O secretário da Segurança Pública, Joaquim Mesquita, defende o modelo de locação como o mais funcional financeiramente para o Estado. Segundo ele, isso ocorre porque a característica do trabalho policial exige muito das viaturas, que sofrem desgastes e acidentes constantemente. “A locação é mais barata, mais vantajosa e todos os estudos de contratação apontam nesse sentido”, argumenta Mesquita. Para Joaquim Mesquita, a renovação da frota é uma forma de dar melhores condições de trabalho aos policiais, ao mesmo tempo em que possibilitam prestar um atendimento mais digno à população. “Ainda precisamos avançar, mas muito tem sido feito”, avalia. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sílvio Benedito Alves, lembra-se do tempo em que os policiais goianos tinham de recorrer à população para manter as viaturas em funcionamento. “Às vezes, o próprio policial tinha de colocar combustível para trabalhar. Esta época passou”, compara. Já o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Goiás, coronel Carlos Helbingen, observa que os investimentos realizados evidenciam o planejamento na gestão da segurança pública em Goiás. Hoje, sim, trabalhamos com soberania”, afirma.


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Proteção social

Nádia Lima

Fortalecida, OVG amplia ações em todo o Estado Com programas, projetos e ações bem articulados, Organização atende maior número de pessoas em suas necessidades mais imediatas

A

estudante Taiz Pereira Santos, de 20 anos, grávida de oito meses, já conta com algumas peças do enxoval do bebê tão esperado, que os exames apontaram ser uma menina. Ela não disfarçou a satisfação ao receber o kit com roupinhas para recém-nascidos doado pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Taiz mora com o marido, servente de pedreiro, no Setor Marista Sul, em Aparecida de Goiânia, e buscou a sede da Organização, no Setor Bueno, para receber o benefício.

Ela faz o 6º período de Administração, curso que, segundo informou, só está conseguindo levar adiante graças a outra ação social da Organização, o Programa Bolsa Universitária. Com isso, o valor da mensalidade foi substancialmente reduzido com a bolsa parcial que ganhou em 2013. “Considero fundamental a ajuda que recebo para completar o enxoval da minha filhinha e para minha formação profissional. Agradeço à OVG por tudo que tem feito por mim”, afirmou. Números que retratam as doa-

ções de benefícios mostram o empenho do Governo do Estado, por meio da Organização das Voluntárias de Goiás, para garantir o atendimento a pessoas de baixa renda, como a estudante Taiz Pereira Santos. Desde 2011, cresceu a cada ano o número da maioria de itens doados pela Organização a prefeituras, instituições sociais cadastradas (que chegam hoje a quase 700) e pessoas que procuram a sede da OVG em busca de doações. Uma grande quantidade de benefícios foi distribuída de 2011


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Nádia Lima

OVG mantém fábrica de enxovais para bebês e gestantes

a setembro de 2014. Só brinquedos para crianças no Natal totalizam 3 milhões de 2011 a 2013, em todos os municípios goianos. A campanha Goiás Sem Frio, realizada pela Organização, entregou às famílias de baixa renda em todo o Estado de Goiás um total de 500 mil cobertores nos últimos quatro anos, numa iniciativa que visa a proteção de expressivo contingente de pessoas na época do inverno.

Valor ao trabalho

Do começo da atual gestão até o último mês de setembro, o Departamento de Produção (Depro) da OVG, que fabrica boa parte dos itens distribuídos à população carente, situado no Jardim Novo Mundo, produziu mais de 105 mil benefícios. No período, o departamento aumentou suas atividades para atender ao crescimento da demanda. O estoque de matéria-prima é acompanhado constantemente para manter o trabalho das equipes que atuam no Departamento e, dessa forma, assegurar os repasses para a população de baixa renda em todo o Estado. A fabricação dos vários modelos de cadeiras de rodas (padrão, higiênica e sob medida) foi de 2.809 unidades em 2011, alcan-

É um trabalho muito importante, que favorece a quem precisa. Sinto-me feliz aqui çando 5.120 unidades em setembro de 2014, segundo levantamento da Assessoria de Planejamento (Asplan) da OVG. Josemar Barbosa Pereira, de 55 anos, está há 23 anos na função de montar cadeiras de rodas no Depro. Ele é o responsável por preparar o freio do equipamento e instalá-lo na cadeira. A linha de montagem das cadeiras envolve a participação de pelo menos seis pessoas, cada uma delas cuidando de uma parte da estrutura. “É um trabalho muito importante, que favorece a quem precisa. Sinto-me feliz aqui”, diz, revirando uma caixa cheia de peças para freios ao lado de sua mesa. “É bom ver as ca-

deiras prontinhas e empilhadas para distribuição”, afirma Josemar, que é portador de deficiência desde a infância e também se locomove em uma cadeira de rodas. “Conheço bem essa necessidade e por isso dou valor ao que faço”, sublinha. Outros exemplos do incremento na oferta de produtos para as pessoas que precisam são as fraldas descartáveis geriátricas e infantis. Em 2011, saíram da linha de montagem de fraldas 3.843 unidades, número que pulou para 10.448 de janeiro a setembro de 2014. Da mesma forma, a produção de enxovais para bebês saltou de 2.002 para 9.011 enxovais. O número de muletas, bengalas e andadores produzidos cresceu igualmente no período, um aumento de 490 para 2.842 equipamentos. A presidente de honra da OVG, Valéria Perillo, ressalta que nos últimos anos a organização tem procurado fortalecer não apenas sua própria produção, mas também as parcerias com empresários e particulares. “Além de otimizar a produção e ampliar a distribuição de benefícios graças ao apoio do Governo estadual, contamos também com a ajuda de empresários e particulares que colaboram, por exemplo, com a doação de alimentos.” Cristina Cabral

Valéria: apoio aos mais carentes


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Adelino de Paula

OVG fabrica cadeiras de rodas que são doadas aos necessitados

A distribuição de gêneros alimentícios é outra importante ajuda da OVG a instituições sociais. De 2011 a setembro de 2014, foram doadas mais de 2,8 mil toneladas de alimentos a entidades de todo o Estado. Os produtos foram arrecadados por meio de doações de empresas, eventos como a campanha Nota Show de Bola durante o Campeonato Goiano de Futebol (no qual os bilhetes para os jogos são trocados por alimentos) e o programa Lavoura Comunitária (arroz e milho) desenvolvido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro). A Associação Núcleo Espírita Amigo de Sempre é uma das instituições cadastradas na OVG beneficiada com alimentos. Situada no Setor Mont Serrat, em Aparecida de Goiânia, a entidade acolhe 40 idosos. Eles contam com seis refeições por dia, assistência médica, fisioterapia, psicólogo, remédios e fraldas geriátricas. “Temos recebido muito apoio da Organização das Voluntárias de Goiás, principalmente com alimentos”, diz Terezinha Lourdes Tavares, conselheira fiscal da instituição, que foi contemplada também

Como conseguir

Temos recebido muito apoio da Organização das Voluntárias de Goiás, principalmente com alimentos com uma ambulância e cobertores. Além dos materiais fabricados pelo Depro e alimentos arrecadados para doação, a Organização adquire outros itens, como leites especiais e colchões d’água e caixa de ovo para distribuir à população carente. Foram doadas mais de 40 mil latas de leite de 2011 a setembro de 2014. A OVG doa o Aptamil de soja I (até 6 meses) e o II (após os 6 meses), para crianças que têm intolerância a lactose, e o Aptamil I e o II, leite em pó similar aos mais conhecidos do mercado (Nestogeno/NAN).

Para ter acesso aos benefícios, quem mora na Região Metropolitana de Goiânia precisa procurar o Departamento de Apoio ao Cidadão (Dasc), que fica na sede da OVG. É necessário apresentar os documentos pessoais, comprovante de endereço e atestado médico. Já as instituições têm acesso aos benefícios por meio do Departamento de Apoio às Entidades Sociais (Daes), que atende entidades cadastradas em todo o Estado. As doações também chegam ao cidadão do interior através da Assessoria de Apoio aos Municípios (Assam), que repassa os donativos às prefeituras. A presidente da OVG, Valéria Perillo, destaca a importância das parcerias com as instituições sociais do Estado e municípios. “Buscamos unir esforços não só para produzir e angariar produtos, mas também para fazer com que estes cheguem até as pessoas que realmente precisam. Neste sentido, as entidades sociais e os municípios são nossos grandes parceiros, nos ajudando a promover dignidade e cidadania.”


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Goiás Criativo

Foco econômico nas atividades de cultura e lazer Iniciativa estimula o empreendedorismo e o associativismo a partir de ações criativas e inovadoras, ampliando as oportunidades de negócios Fotos: Divulgação

C

riado no final de agosto deste ano, o Goiás Criativo já deu importantes contribuições cumprindo seu papel de incentivo à inovação, ao empreendedorismo, à formação, ao fomento e à promoção da cultura. Reuniões, palestras, encontros e oficinas vêm sendo sistematicamente realizados com o objetivo de repassar informações, orientações e até consultorias a respeito da captação de recursos, leis de incentivo, linhas de crédito e prestação de contas, entre outras. “O Goiás Criativo é um projeto que visa promover a articulação e a aproximação de agentes culturais e garantir visibilidade a tudo que é feito e produzido na cultura goiana, fomentando ideias na economia criativa”, explica o superintendente-executivo da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), que coordena o projeto. O Goiás Criativo é um espaço de convívio e interação multissetorial entre empreendedores criativos e multi-institucional, que reúne governos, bancos, universidades, sistemas e sociedade civil, promovendo o compartilhamento de experiências e o fortalecimento de redes e coletivos. Ele está instalado ao lado do Centro Cultural Octo Marques, localizado no Edifício Parthenon Center, no Centro de Goiânia. O Goiás Criativo está inserido no Programa Incubadoras Brasil Criativo, do Governo Federal, que se destina a

Arte e cultura para a população goiana

ofertar aos agentes culturais cursos e consultorias, planejamento estratégico, assessoria contábil, jurídica e de comunicação, marketing, elaboração de projetos, captação de recursos e acompanhamento contínuo. São parceiros do programa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério da Educação; Ministério do

Turismo; as secretarias estaduais e municipais de Cultura, de Desenvolvimento Econômico, Sebrae e universidades federais, entre outras instituições. O Goiás Criativo funciona como um escritório público de atendimento e suporte a profissionais e empreendedores dos setores criativos. A incubadora oferece plantões às segundas e sextas-feiras para elaboração de projetos.


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Goiás recebe prêmio nacional O Goiás Criativo funciona como um escritório público de atendimento e suporte a profissionais e empreendedores Entre os temas já abordados, está o artesanato, que demandou três encontros consecutivos, com o tema “Conexões criativas para o artesanato”. Ele foi ministrado pela consultora Margareth Ribe. Outra palestra oferecida foi sobre “Música, empreendedorismo e mercado fonográfico”, com a musicista Elen Lara. A prestação de contas de projetos culturais foi tema de oficina, com o contador e professor universitário Adilson Alves. Ele demonstrou os procedimentos adequados de prestações de contas de projetos contemplados por leis de incentivo à cultura, de forma que venham garantir a lisura, a transparência e a legalidade na condução de recursos regulados pelo poder público nas esferas federal, estadual e municipal. Em novembro, foi realizado o primeiro encontro “Conexões criativas para a gastronomia”, com o objetivo de promover a interação entre os representantes das cadeias produtivas em Goiás, possibilitando a construção de parcerias e identificação de demandas e alternativas produtivas para o setor. Também em novembro, o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Economia Criativa (Nepec) promoveu um encontro com o tema “Cidades criativas”, com a participação via “hangout on ar” de Ana Carla Fonseca, escritora e economista especializada em urbanismo. Ela é referência internacional em economia criativa, com contribuições em projetos para empresas, governos e instituições, além de participar da publicação do relató-

O Estado de Goiás foi premiado com duas propostas de planos de desenvolvimento para Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Economia Criativa, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O edital selecionou 27 APLs de Economia Criativa, sendo um em cada região administrativa do País, para elaboração de um plano de desenvolvimento em cada um dos APLs selecionados. Os projetos do setor produtivo goiano premiados foram Teares do Xixa Artesanato e Audiovisual de Goiânia, incluindo jogos eletrônicos. Os APLs premiados foram contemplados com o apoio de uma empresa especializada na elaboração do Plano de Desenvolvimento de APL. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o MDIC e a Secretaria de Economia Criativa do Ministé-

rio da Cultura (MinC) para aumentar a competitividade dos APLs selecionados, a partir da implantação de planejamentos estratégicos.

Economia Criativa

Economia Criativa reúne em torno de 20 setores da nova economia, que são os que mais crescem e geram emprego no mundo, atualmente baseada em um processo criativo e de inovação que agrega valor a produtos e serviços, gerando riqueza cultural e econômica. O programa conta com investimento de R$ 40 milhões para todo o País e tem como princípios norteadores a diversidade cultural e a inclusão social. A Rede Incubadoras Brasil Criativo visa potencializar os empreendimentos nesses setores, posicionando a cultura como um dos principais eixos estratégicos de desenvolvimento do Brasil. Arquivo

rio da Organização das Nações Unidas (ONU) que avalia o impacto da criatividade e da inovação no desenvolvimento de países. Marketing cultural foi o tema de minicurso realizado pelo Goiás Criativo em novembro, quando foram apresentados cases, ferramentas de marketing e estratégias que contribuem para o apoio, patrocínio e sucesso de empreendimentos culturais. As atividades do projeto não se concentram apenas na capital. Em São Luís de Montes Belos, de 10 a 15 de novembro, em parceria com o Sebrae-Regional Oeste, o Goiás Criativo coordenou a elaboração do Plano de Cultura da cidade. As atividades contaram com a participação de instituições como a Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Faculdade Montes Belos (FMB), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Serviço de Assistência ao Menor Aprendiz (Sama), secretarias municipais, pontos de cultura, Câmara dos Vereadores, trupos artísticos e representantes da cultura local.

Décio: fomento de ideias


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Oscar Niemeyer

Espaço multiuso de cultura, esporte e lazer Moderno complexo público se consolida como point de encontro da população, oferecendo atrações diversificadas para todos os gostos

O

Centro Cultural Oscar Niemeyer virou um grande palco além da música, teatro, artes plásticas e das artes em geral. Há cerca de um ano, o gabinete gestor do centro cultural liberou a esplanada do lugar para a prática de atividades de esporte e lazer, especialmente aquele feito ao ar livre e sobre rodas, como patins, skate e bicicleta. No início, poucos se aventuravam pelo grande pátio de 19.645 metros quadrados da esplanada, mas aos poucos mais e mais famílias foram fazendo do Oscar Niemeyer uma área para

unir esporte e lazer nos finais de semana. Quem chega a Goiânia pelo lado Sul da cidade, não deixa de contemplar de longe a arquitetura proeminente do centro cultural que leva o nome do famoso arquiteto brasileiro (morto em dezembro de 2012 aos 105 anos). O Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) possui cinco espaços integrados. A esplanada, batizada de Juscelino Kubitschek, recebe festivais de música, moda, artesanato, gastronomia e várias outras atividades artísticas e de lazer. A biblioteca tem 4.020 metros quadrados em três pavimentos que

Palco além da música, de teatro, artes plásticas e das artes em geral

Rhandy Pierre


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Rhandy Pierre

abrigam a administração, auditório, bibliotecas e um terraço-restaurante em dois ambientes com vista panorâmica. No subsolo, há espaço para dois cinemas, bar, cafeteria e cinco lojas. O Palácio da Música, sob a grande abóbada branca do centro cultural, tem 6.403 m² e abriga um teatro com mobilidade para acomodação de 1.400 (com mesas e cadeiras) a 3.000 pessoas (sem mesas e cadeiras). Batizado com o nome de uma das musicistas mais importantes do Estado (a pianista Belkiss Spenzièri Carneiro de Mendonça, idealizadora do embrião da atual Escola de Música da UFG), o Palácio da Música tem recebido shows de diferentes gêneros e é também a casa preferencial da Orquestra Sinfônica de Goiás. O Monumento aos Direitos Humanos tem 380,2 metros quadrados (m2). Cobre o auditório Lygia Rassi, medindo 198,6 m² com auditório para 166 lugares, palco com 18,7 m² e sala de projeção. Já o Museu de Arte Contemporânea (MAC) possui 2.483 m² que compreendem três galerias de arte e salas administrativas. Mas de todos os espaços do CCON, o mais ocupado hoje é mesmo a esplanada JK. Inicialmente foram os skatistas que descobriram a grande pista do Centro Cultural Oscar Niemeyer, mas depois vieram patinadores, ciclistas e as famílias com crianças. O ponto alto são os fins de tarde e início de noite, já que com a liberação da esplanada, o gabinete gestor do Oscar Niemeyer providenciou segurança e apoio administrativo para atender aos usuários. O horário também foi espichado até às 22 horas diariamente. Muita gente já virou fã e bate cartão quase todo fim de semana por lá. E quem conhece pela primeira vez, gosta muito também e faz promessa de tornar-se assíduo. Como Elder Loyola, um jovem avô que passeava com os dois netinhos aprendizes de ciclistas, pela primeira vez na esplanada. “Sempre passo por aqui, mas nunca tinha visitado e achei muito bom. Muito bacana ter um espaço desses em que cabe todo mundo,

População participa de aulas de ginástica no Oscar Niemeyer

Faltava um espaço como esse, você não tem opções como essa na cidade. Um lugar amplo e bonito adultos, jovens e crianças. Gostei e quero voltar mais vezes”, diz ele, morador do Jardim Bela Vista, em Aparecida de Goiânia.

tro skates para alugar a R$ 10,00 por meia hora. Lisandro Marcelo, dono da loja Trackeano, de skate, patins e moda surf, diz que a abertura da esplanada do centro cultural estimulou um mercado que estava restrito em Goiânia. “Onde mais você tem um espaço como esse, que atende aos amantes das rodinhas e toda a família?”, comentou elogiando numa das visitas quase diárias que faz ao local. Segundo Marcelo, o apelo do Oscar Niemeyer fez crescer também as vendas diversificadas de produtos, antes limitadas aos modelos mais tradicionais de skate e patins. Rhandy Pierre

Negócios

O crescimento do agito na Esplanada JK do Centro Cultural Oscar Niemeyer fomentou também os negócios na área de venda e aluguel de patins e skate. O local hoje conta com duas barracas dos aparelhos. Anna Paula Boari montou seu negócio no centro cultural recentemente e diz que está valendo a pena. “Estou otimista, o movimento é bom e tem dado um retorno compensador. Num dia bom de fim de semana, chego a fazer 80 locações”, cita ela contando que teve ajuda do pai para montar o negócio. Na barraca da Anna há 20 patins e qua-

Lisandro: abertura de mercado


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Skate, rock, pipas e papagaios A mania de skate no centro cultural inspirou até um evento que une as rodinhas com o rock. É o “Skate Rock Sessions”, cuja última edição foi realizada na esplanada no último dia 12 de outubro. O evento reuniu a moçada que gosta de manobrar sobre as rodinhas e um palco com bandas roqueiras de Goiás e outros Estados. Mas a esplanada JK não atrai só a juventude sobre rodas. Uma série de outros eventos passaram a ocupar o espaço, inspirando inclusive atividades que recuperam brincadeiras antigas que andavam esquecidas e mesmo desconhecidas das novas gerações. A própria Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa) que cuida das atividades culturais do Centro Cultural resolveu promover eventos que atraíssem diferentes públicos ao lugar, incluindo famílias. Foi assim que nasceu o “Pipas, Raias e Papagaios”, evento que recupera a brincadeira de soltar flutuantes de papel especial, uma atividade lúdica de tempos imemoriais que vinha caindo em desuso. “Durante as cinco edições que já realizamos, demos oficinas para pais de 30 anos que nunca haviam soltado uma pipa na vida”, conta a produtora Kátia Barreto. Iniciado em abril, o evento consiste em oferecer um espaço para a integração familiar na prática de soltar pipas. Durante a atividade, que dura praticamente todo o dia de um domingo (das 08h às 16h), são realizadas também oficinas de pipa com a produção de até 100 pipas, tudo gratuito. “Começamos reunindo umas 500 pessoas e no auge tivemos quase mil participantes”, comenta Kátia informando que, com a chegada das chuvas de fim de ano, o projeto volta em 2015. “Faltava um espaço como esse, você não tem opções como essa na cidade. Um lugar amplo, bonito, que não tem fio elétrico, não tem prédios e outros obstáculos que limitam o movimento e as di-

Rhandy Pierre

Anna: oportunidade de negócios e lazer no Oscar Niemeyer

versas opções de lazer que temos lá”, arrematou Kátia Barreto. E a diversidade de atividades, de fato, só vem crescendo no Oscar Niemeyer. Uma das mais recentes atende pelo nome de Afinados. Trata-se de uma ONG que dá aulas de dança ao ar livre para pessoas obesas.

Exercícios

Segundo Catherine Chapelle, idealizadora da ONG, por destoar do biótipo imposto socialmente, as pessoas que estão acima do peso se retraem na hora de se exercitar. Muitas não vão a academias e evitam fazer exercícios em público por medo do preconceito. “Nosso intuito é criar um ambiente público onde essas pessoas pudessem se exercitar sem medos. Damos aula de zumba e promovemos a integração delas e de suas famílias”, conta Catherine. O grupo, que reúne hoje cerca de 70 pessoas, começou com a metade e já promoveu três encontros no CCON, sempre aos domingos. Catherine Chapelle diz que a intenção da ONG não se limita a esse evento-aula, que é gratui-

ta e aberta a qualquer pessoa. Finalizando seu registro formal, a ONG Afinados pretende auxiliar seus integrantes, todos de baixa renda, a realizar a cirurgia bariátrica, naturalmente nos casos que tenham recomendação médica. “Com a integração dessas pessoas, buscamos formas de viabilizar o tratamento, já que elas não podem arcar com os custos”, diz Catherine, turismóloga especializada em coaching que também passou por uma cirurgia do tipo. Assim, conta Andréa Kelli Magalhães, coordenadora de Agenda do Centro Cultural Oscar Niemeyer, várias outras atividades vão surgindo e ocupando a esplanada. Até o fim do ano, diversos eventos culturais, esportivos e de lazer estão programados para o CCON. Dos mais inusitados aos mais tradicionais, como o Goiânia Noise, um dos maiores festivais de música independente do País. As duas décadas de vida do festival serão comemoradas, de 5 a 7 de dezembro, de novo em grande estilo, pelos diferentes espaços criados pelo arquiteto amante das retas e da imensidão.


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Belezas naturais

Turismo ganha impulso na Chapada dos Veadeiros Projeto tem apoio do Governo Federal e contrapartida do Governo de Goiás com objetivo de valorizar o associativismo nos territórios calungas, no Nordeste goiano Luciana Lombardi

O

projeto de fortalecimento do turismo na região da Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás, foi um dos sete selecionados – entre 24 inscritos – pelo Ministério do Turismo e receberá verba de R$ 600 mil para tornar-se realidade e incrementar o turismo e o associativismo no território dos calungas, que são antigos quilombos onde os negros resistiam à escravidão, séculos atrás. A contrapartida do Governo estadual será de R$ 12 mil. O resultado final da seleção foi anunciado pelo Governo Federal no dia 20 de outubro. A Goiás Turismo, aguarda agora a assinatura do convênio e o repasse dos recursos para iniciar as atividades, que darão mais autonomia econômica e de gestão ao povo calunga. Serão contemplados com as ações os municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, que possuem comunidades remanescentes de quilombos. A proposta do Governo goiano é de qualificar as associações locais, já existentes, para que trabalhem sua gestão com mais profissionalismo e organização, fortalecendo o turismo na Região. A estimativa é de que 250 pessoas sejam beneficiadas diretamente. Caso seja necessário para o desenvolvimento do projeto, outras associações poderão ser criadas, adianta o gerente de Pro-

Festividades religiosas na comunidade Calunga atraem visitantes

dutos e Projetos Turísticos da Goiás Turismo, João Lino. O prazo de execução do projeto contemplado é de 18 meses. O presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia, afirma que a iniciativa vai transformar o ecoturismo na Região, visando aos mercados nacional e internacional. “Vamos criar 11 produtos ou roteiros turísticos, integrando cinco comunidades quilombolas. Os visitantes terão opções de um a quatro dias de duração, passando por cachoeiras, cânions e pelas comunidades. É muito importante valorizar os aspectos culturais, integran-

do os municípios”, acredita. Quando os produtos estiverem definidos, serão colocados no mercado. O projeto prevê a criação de site, mapas dos roteiros, aplicativos e material impresso de divulgação, além de um manual de turismo em quilombos, que poderá servir de modelo para outras comunidades. A pretensão do Governo é estender a permanência do turista, aumentar a taxa de retorno e ampliar os destinos visitados.

Quilombos

Além da Associação Quilombo Calunga, principal entidade que re-


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úne as comunidades remanescentes de quilombos, deverão ser fortalecidas com o projeto outras representações, como de moradores, guias, estudantes e agricultores familiares. A ideia é auxiliar na gestão dessas entidades, em sua organização regimental, estatuto e gestão financeira e jurídica. Outro ponto importante é em relação à prestação de contas, já que elas receberão recursos do Ministério do Turismo e, caso o sucesso esperado do programa se confirme, de outros organismos nacionais e até internacionais, interessados em fomentar o turismo, a preservação da memória e do meio ambiente. Gerenciar as atividades de turismo na Região é um sonho antigo das comunidades calungas. Isso já acontece na Comunidade Engenho 2, localizada a 22 quilômetros da cidade de Cavalcante. “Eles têm certa organização, são os próprios guias de turismo, mas falta qualificar. Vamos apoiá-los na estruturação do sistema de visitação de suas comunidades”, promete João Lino, lembrando que a área dos calungas é grande, composta por mais de 250 mil hectares, o que aumenta as possibilidades de exploração de outras rotas turísticas e de criação de novos produtos para oferecer aos visitadores. A intenção é criar produtos que proporcionem a circulação de turistas pelas comunidades e a consequente distribuição de renda. João Lino ressalta que não é intenção criar coisas novas no ambiente dos calungas. Ao contrário, a ideia é apresentar aos turistas a realidade das comunidades, fortalecendo a história e a identidade cultural. “Os visitantes que quiserem passar mais tempo serão hospedados em casas de pessoas da comunidade. Queremos transformar o que já existe em produto turístico, com qualificação. Cada grupo de turistas terá a opção de ficar até cinco dias percorrendo o território calunga”, anuncia. Nesse período, serão realizados passeios de barcos,

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Atração turística da Chapada dos Veadeiros atrai visitantes

ao lado de técnicos das secretarias de Cultura (Secult) e de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira).

Propostas É muito importante valorizar os aspectos culturais, integrando os municípios goianos em mulas – elementos do cotidiano das comunidades – e apresentações culturais. “Vamos juntar tudo isso para depois prepará-los para a gestão do próprio negócio, em suas terras, com seus valores, dando autonomia de gestão”. Depois de executado o projeto, o Governo de Goiás buscará manter a carteira de produtos já existentes e estimular a criação de outros, capacitando-os, para que eles tenham condições de captar recursos. O projeto apresentado ao Ministério do Turismo foi formatado com a participação da Associação Quilombo Calunga,

Para participar da chamada pública, as propostas têm de beneficiar pequenos agricultores, artesãos, aquicultores, extrativistas e pescadores que exerçam as atividades artesanalmente, indígenas, integrantes de comunidades remanescentes de quilombos e demais povos e comunidades tradicionais, empreendedores individuais, micro e pequenos empreendedores, entre outros. Para se habilitar, as propostas deveriam atender a critérios como contemplar um município ou região turística integrante do Mapa do Turismo Brasileiro 2013, ter capacidade técnica e operacional para executar o objeto proposto e contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões turísticas que abrangem os doze parques priorizados pelo Ministério do Turismo. Atualmente, os parques nacionais brasileiros recebem 12 milhões de pessoas por ano e faturam em torno de R$ 1,5 bilhão.


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Tv Brasil Central

Digitalização a caminho Investimentos de R$ 20 milhões garantem aquisição de equipamentos de última geração. Previsão é de que a nova tecnologia entre no ar até março de 2015

C

om investimento de R$ 20 milhões, a digitalização da Televisão Brasil Central (TBC) está se tornando realidade. Os equipamentos de última geração, que colocarão a emissora goiana à frente, em tecnologia, de muitas das maiores do País, foram adquiridos por meio de licitação internacional e 40% deles já foram entregues. Para completar a migração do sistema analógico para o digital, no entanto, também foi necessário investir em obras de infraestrutura no prédio da Agência Goiânia de Comunicação (Agecom) em Goiânia. As obras físicas custaram R$ 7 milhões e já estão com 90% executados. A previsão da diretora de Telerradiodifusão da TBC, jornalista Abadia Lima, gestora do projeto, é de que o novo sistema entre no ar entre fevereiro e março de 2015. Ele será captado pelos aparelhos que têm a tecnologia HDTV e pelos que possuem adaptador. A cidade de Rio Verde, no interior de Goiás, foi escolhida como piloto pelo Ministério das Comunicações para o desligamento do sinal digital. Só em 3 de abril de 2016 será a segunda etapa, quando deverão ser desligados os transmissores analógicos no Distrito Federal e em dez municípios do interior goiano, todos no Entorno de Brasília, como Formosa e Luziânia, e um em Minas Gerais. A data escolhida para Goiânia foi 28 de agosto de 2016. O prazo previsto em lei inicialmente terminaria em 2014, mas ele foi dilatado em virtude do tamanho da mudança. À medida que os canais analógicos forem desativados, serão devolvidos ao

Divulgação Agecom

Abadia Lima: melhoria da qualidade da transmissão de imagem da TV

Ministério das Comunicações. A primeira etapa do processo de digitalização da TBC foi executada com as obras físicas. Além da mudança do layout, perceptível para os leigos, houve alterações profundas na parte técnica. As áreas técnicas foram reformadas, com execução de alvenaria nos estúdios, instalação de mezanino, piso elevado, colocação de forros acústicos e instalação de grid metálico para a sustentação de refletores cênicos, entre outros. “Não é só levantar parede e pintar. Até a vazão do ar-condicionado deve ser controlada para não emitir ruído e as salas técnicas terão pressão positiva maior do que a da área externa, de modo que jamais entre sujeira, a exemplo da tecnologia que se usa em UTIs”,

compara o engenheiro eletricista Leandro Orvate, auxiliar na gestão do projeto. Também serão adquiridos novos móveis. O processo está em licitação. Na parte de equipa mentos, a substituição será de 100%. “Nem um cabo sequer será aproveitado, não há como”, explica Orvate. Em setembro do ano passado, foi adquirido o novo transmissor, ao custo de R$ 2 milhões, que já está instalado no Morro do Mendanha, em Goiânia. O restante está sendo adquirido no segundo semestre, o que garante a aquisição do que há de mais moderno em tecnologia disponível no mercado. A diretora Abadia Lima ressalta que os custos foram reduzidos ao máximo, mas sem comprometer a qualidade do ma-


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ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO Goiânia, outubro/novembro/dezembro de 2014 Divulgação Agecom

terial comprado nem a funcionalidade e o funcionamento da TV digital. Os estúdios estão praticamente prontos, com previsão de receberem os primeiros equipamentos agora em dezembro. Os três estúdios terão equipamentos independentes, de modo que será possível, por exemplo, apresentar um programa ao vivo e, simultaneamente, gravar outros dois. A TBC digital contará com nove ilhas de edição. Os estúdios e ilhas são para a produção de programas próprios da TBC e não atendem os terceirizados que mantêm programas na emissora. “Pelo contrato, eles não podem ocupar o espaço da Agecom, têm de entregar os programas já prontos. Eles não podem, de forma alguma, ser produzidos, gravados ou editados aqui”, salienta a diretora. Os equipamentos só podem ser manipulados por servidores da Agecom. Atualmente, a TBC tem 12 programas semanais terceirizados. Presidente da Agecom, Orion Andrade explica que a digitalização da TBC foi uma das prioridades estabelecidas pelo Governo do Estado nesta gestão. Ele ressalta que a mudança do sinal para digital permitirá uma melhora significativa, com excelente qualidade de áudio e vídeo nos estúdios, o que colocará a TBC em condições de competitividade com outras emissoras. “A partir de novos investimentos, já em estudo pela Agecom para melhorar nossas retransmissoras, o sinal chegará às estações de aproximadamente 130 municípios com qualidade semelhante à das principais emissoras de TV do País”, afirma. Essa será a terceira etapa, que será deflagrada assim que todos os equipamentos digitais estiverem instalados. Orion adianta que será aberta licitação para investimento em melhoria das retransmissoras do interior, levando o sinal de qualidade digital à maioria dos municípios do Estado. Sobre a importância dessas mudanças para a TBC, o presidente pontua, além da melhora do sinal, a qualificação da mão de obra na emissora, já que todos os servidores receberão treinamento para operar a nova tecnologia. “Isso significará um grande estímulo para os

Orion: digitalização da TBC com tecnologia de ponta

A mudança do sinal para digital permitirá uma melhora significativa da qualidade de áudio e vídeo nos estúdios da TBC profissionais da TBC, já que eles trabalharão com equipamentos de tecnologia de ponta”, antecipa o presidente da Agecom.

Digitalização

A TV Brasil Central está se preparando para enfrentar as mudanças com a nova definição de imagem, principal característica da TV digital. Foi firmado um convênio com a Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio do qual a consultora de imagem Suely Calafiori está prestando uma consultoria em imagem e moda à TBC. A digitalização trata-se de nova plataforma para operação da televisão brasileira, possibilitando melhoria na qualidade dos sinais e o ofere-

cimento de serviços interativos. Com a TV digital, o sinal da TV é recebido sem interferências, ou seja, sem chuviscos, chiados, cores borradas, muito comuns nos canais analógicos. O Governo Federal implantou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SDTVD-T) em 2006, por meio do Decreto 5.280, que estabeleceu as diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógico para o sistema de transmissão digital do Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens e do Serviço de Retransmissão de Televisão. A primeira etapa desse processo é a consignação, para cada canal outorgado, de canal de radiofrequência com largura de banda de 6 MHz. Essa relação é disciplinada por instrumento contratual celebrado entre o Ministério das Comunicações e as outorgadas e estabelece, dentre outros dispositivos, o prazo para utilização plena do canal e as condições técnicas mínimas para a sua utilização. Durante a transição do sistema de transmissão analógica para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital, a outorgada deverá veicular, simultaneamente, a programação em tecnologia analógica e em digital. Terminado esse período, os canais utilizados para transmissão analógica serão devolvidos à União.


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ARTIGO

Goiás, o Estado da Educação Abrahão de Almeida Silva

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primeiro contato que tive com a educação do Estado se deu em 1999, ainda como aluno. No final do ensino médio, com a certeza que minha vocação era para a docência, me dediquei aos estudos e logo cursei licenciatura em Matemática. Durante esse período, tive a oportunidade de ser contratado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-GO) onde obtive a primeira experiência como docente. Após dois anos fui efetivado. Hoje, como professor e mestre em Matemática, posso dizer que presenciei muitas mudanças na educação goiana, mas os últimos anos foram marcados, com toda certeza, pelas mais expressivas.

Ainda estamos distantes da educação que desejamos, porém, o que é certo e concreto é que o caminho que é trilhado hoje é o correto

Arquivo Pessoal

Abrahão de Almeida Silva

Professor de Matemática do Colégio Estadual Adelino Antônio Gomide, em Catalão

Lembro-me de quando os colégios eram chamados de “grupos” e possuíam, em regra, precárias infraestruturas. A referência curricular era o livro didático, os diários eram de papel, as avaliações eram das mais variadas formas, quase que unicamente por elementos subjetivos, a merenda e/ou lanche era somente aos alunos do ensino fundamental, os computadores eram realidade apenas nas escolas privadas e não havia qualquer forma de parâmetro para se determinar a efetiva qualidade da educação. Realidade que se tornava mais evidente quando havia o chamado aluno novato, o qual muitas vezes ficava perdido, pois cada livro ou coleção adotada pelos colégios eram diferentes. As rotinas e estruturas educacionais eram totalmente divergentes, sendo impossível dar continuidade em qualquer trabalho ou aprendizagem.

Hoje, por meio de mudanças profundas e organização de um sistema de educação, é possível vislumbrar, ainda que em meio à implementação desse novo sistema, que a educação do Estado de Goiás está em pleno desenvolvimento. Isso pode ser visualizado na promoção de novos programas educacionais, na reforma, ampliação e construção das unidades de ensino, no desenvolvimento e implementação de um sistema integrado de administração escolar, na adoção de um currículo de referência e na valorização por meritocracia dos professores e funcionários, tenho plena consciência de que a educação não está perfeita ou se encontra sem problemas, mas resultados efetivos e concretos servem para nortear que estamos no rumo certo. É sabido que a educação ainda é um dos maiores desafios deste e dos futuros governos. Mas dados são determinantes para comprovar se as inovações são ou não corretas. Assim cabe salientar alguns números, claro, afinal sou matemático. Nosso grande trunfo está no Ideb, saímos da 16a posição no ranking nacional para o 1º lugar no ensino médio. O Governo recebeu muitas críticas quanto à pontuação obtida, porém, ninguém pode nos tirar a alegria de sermos o primeiro no Brasil, os números não mentem. Se conseguimos é porque estamos no caminho certo. Não tem como negar que trabalhamos muito para a obtenção de um bom resultado. Todos os profissionais da educação se uniram para esse fim e o melhor, os alunos abraçaram a causa. Alunos, professores e equipe gestora estão de parabéns pois essa colocação no ranking não reflete apenas o desempenho do aluno, mas também o excelente trabalho desempenhado por todos. Assim, sei que ainda estamos distantes da educação que desejamos, porém, o que é certo e concreto é que o caminho que é trilhado hoje é o correto.




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