Conjuntura – 12.03.16
ECONOMIA MUNDIAL CONTINUA DESACELERANDO Todas as projeções econômicas realizadas por entidades burguesas até o presente momento apontam para continuidade da desaceleração da economia mundial. O que mudou é que, agora, a crise mundial atinge o crescimento dos países pobres e semicoloniais, dito “emergentes”, como China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.
Reflexos da crise econômica mundial Fim do estado de bem estar social Europa (especialmente Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda) Escalada do desemprego (50% jovens na Espanha) Aumento da dívida pública (Grécia) Aumento da concentração de renda Aumento do fluxo migratório
Retomada das lutas • • • • • • •
Grécia Argentina China Brasil Paraguai Haiti EUA
Existe saída por dentro do capitalismo? Syriza (Grécia) • Podemos (Espanha) • Bloco de Esquerda (Portugal) • Bernie Sanders (EUA) •
Aprender com as experiências que Brasil, Argentina, Venezuela e Europa nos ensinaram
Não há soluções estruturais para a classe trabalhadora às margens de um projeto estratégico de ruptura e superação do capitalismo
Brasil
Um cenário de crise econômica, social e política
Crise econômica
Com a mudança do cenário internacional o crescimento econômico brasileiro sob o governo Dilma já equivale a metade do governo Lula. Para Monitor da FGV, 2015 fechou em -3,8% Projeção do BC para 2016: -3,40.
Crise econômica Setores mais afetados Das 12 atividades que compõem o PIB, sete apresentaram retração no ano de 2015, com destaque para as indústrias de transformação (9,7%) e construção (-8,9%), e para os serviços de comércio (-8,7%) e transporte (-6,3%) Outros indicadores •Taxa Selic: 14,25% •INPC (acumulado 12 meses): 11,31% (praticamente dobro de 2014) •Produção industrial: -8,3% (projeção de queda de 4,40% este ano) •Vendas no varejo: -4,3% •Volume de serviços: -3,6%
Quem está ganhando com a crise Indústria extrativa mineral: 4,7% • Agropecuária: 1,5% • Bancos: •
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A) Itaú: 15,4% B) Bradesco: 14% C) Santander: 13,2%
Perspectivas econômicas Continuidade da crise econômica em 2016 • Estagnação em 2017 • Manutenção dos ataques contra os direitos e conquistas da classe trabalhadora •
Crise Social
No trimestre encerrado em novembro de 2015, a taxa de desemprego atingiu 9% (cerca de 9,1 milhĂľes de desocupados), o maior desde 2012. Um crescimento de 41,5% (cerca de 2,7 milhĂľes) frente ao mesmo perĂodo de 2014.
Crise Social Rendimento médio real: -3,36% (acumulado até nov/2015–IBGE) • Cesta básica: +3,97% (Maceió) e 14,71% (Aracaju) (variação no ano até jan/2016-DIEESE) • Salário mínimo: A) Nominal: R$ 880,00 B) Necessário: R$ 3.795,24 C) Diferença: R$ 2.915,24 • Cheques sem fundo devolvidos: +10,65% (acumulado até dez/2015-BCB) • Caos nos serviços públicos •
Crise política • • • • • •
Crise política é resultante da insatisfação com crise econômica, social e a corrupção; Novo fôlego para governo com medida de STF Ruptura majoritária da classe trabalhadora com governo e PT Desgaste do Congresso e oposição de direita Prevalece unidade entre governo e oposição na aplicação dos ajustes Duas faces da mesma moeda
O único golpe no Brasil é contra a classe trabalhadora e a população mais pobre Todos estes ataques, tanto do governo Dilma quanto do Congresso e da oposição de direita, visam cortar conquistas e direitos sociais afim de manterem os lucros dos bancos e multinacionais. Querem que os(as) trabalhadores(as) paguem pela crise
Quais as medidas o governo e o Congresso est達o propondo?
Medidas do governo Dilma/PT Corte nos gastos públicos: R$ 23,4 bi (70 bi em 2015) a) Minas e Energia: R$ 3,14 bi b) Saúde: R$ 2,5 bi (12 bi em 2015) c) Educação: R$ 1,3 bi (10 bi em 2015) 2) Privatizações: Saúde, Educação, Petrobrás, etc 3) Reforma da Previdência 4) Ajuste fiscal: pagamento de dívida (82% ao final de 2017-FGV) 1)
Medidas do Congresso 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7)
Terceirização (PLC 30/15) Redução da maioridade penal (PEC 171/93) Reformulação de conceito de terrorismo (PL 2016/15) Privatização Petrobrás (PLS 131/15) Privatização de estatais (Aécio e Cunha) (PLS 555/15) Redução da idade de trabalho (PEC 18/11) Flexibilização do conceito de trabalho escravo (PLS 432/13)
PT e PSDB unidos pela privatização da Petrobrás Enquanto brigam no varejo, PT e PSDB estão juntos no atacado Juntos, querem implementar o Projeto Lei 131.15 de José Serra que retira a obrigatoriedade de que a Petrobras seja a única operadora das atividades de exploração e produção de petróleo do pré-sal
Além do apoio de Dilma, gigantes do petróleo como Total e Chevron estão atuando fortemente para a votação da PL de José Serra
CAMPANHA PARA DESACREDITAR PETROBRÁS E PRIVATIZÁ-LA 1. Querem aumento do preço dos combustíveis. 2. Fabricar componentes fora do Brasil. 3. Reduzir investimentos drasticamente, para pagar a dívida com grandes bancos internacionais. 4. Vender ativos que não tem foco no pré-sal. Petrobrás não tem dinheiro para explorar o pré-sal. 5. Privatizar a BR distribuidora, que é o filé mignon das multinacionais. 6. Exportar óleo cru barato e importar refinados caros. 7. Jogar prejuízo nas costas dos trabalhadores. Campanha das multinacionais, com PSDB na cabeça. Plano de Negócios é a capitulação do PT às multinacionais e a oposição de direita, por isso, estão chegando acordo com Serra na PLS 131/2015.
Mesma estratégia: inserção subordinada do Brasil na ordem neoliberal .
Alguns ataques à Petrobrás Desnacionalização: 53% do capital total da Petrobrás é de propriedade privada, maioria estrangeira Privatização: estima-se que apenas com a venda do campo de Libras US$ 300 bi ficarão com multinacionais, sendo que pagaram apenas U$ 3 bi (gastou-se apenas 1% do que irá receber) Desinvestimentos: Vendas de US$ 15 bi entre 2015/16 e de US$ 42 bi entre 2017/18 Terceirização: aproximadamente 80% de terceirizados na empresa Precarização: acidentes de trabalho, mortes, falta de repasse salarial a terceirizados, arrocho salarial, demissões Corrupção generalizada: tanto PT, como PSDB e PMDB estão envolvidos na Lava jato Todos Todosestes estesataques ataquescomeçaram começaramno nogoverno governotucano tucanode deFHC FHC eecontinuaram continuaramnos nosgovernos governospetistas petistasde deLula LulaeeDilma Dilma
A saída é a construção de um pólo classista independente do governo, dos patrões, do Congresso e da oposição de direita A classe trabalhadora precisa se organizar de forma independente de qualquer representante da classe dominante. Os casos de corrupção afetam todas as esferas de poder. Tanto o governo, quanto o Congresso e a oposição estão mergulhados em casos de corrupção. PT e PSDB são lados distintos da mesma moeda. Não devemos confiar em nenhum deles!
É preciso lutar! É possível vencer
Número sobe de forma continuada de 2010 a 2013, passando de 446 para 2050 greves. Mais que quadruplicou.
Ciclo de lutas
Fonte: DIEESE (elaboração ILAESE) - Dados só foram atualizados até o ano de 2013
Greves não cresceram mais pelo papel das direções burocráticas, que deveriam romper com governo, patrões e oposição de direita para se somarem às lutas. Lutas por fora da burocracia, contra a burocracia e com ocupações 2016: GM, Higilimp, Mabe monstram mostram o caminho
Ciclo de greves Média de greves no governo Dilma é superior a todos os outros governos pós ditadura militar. 1985- 1991: Sarney e a crise da Dívida; 1994-1996: reformas neoliberais de FHC; 2002 - 2007: estabilização das lutas; 2010- 2014: um novo ciclo de greves É preciso construir uma nova greve geral no país
Calendário de mobilizações 1º de abril – Dia Nacional de Luta contra as mentiras do governo e dos patrões 2 e 3 de abril – Seminário Nacional sobre Terceirização 28 de abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho 1º de maio – Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras 16 e 17 de junho – Encontro Nacional da Educação Basta de Dilma, desse Congresso, do PMDB, PSDB e demais alternativas de direita! Fora todos eles!