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3.2 HISTÓRIA DA CIDADE DE LIMEIRA

3.2 A HISTÓRIA DA CIDADE DE LIMEIRA

A história de Limeira se inicia com a exploração econômica do interior do estado de São Paulo, mais precisamente em meados do ano de 1826, o qual marca a fundação do município. Porém compreende também um período anterior a este ano envolvendo inclusive uma lenda que tenta explicar a origem do atual nome da cidade. A origem do nome envolve uma lenda popular consagrada na cidade. A tradição diz que os bandeirantes costumavam descansar num pouso situado a 27 léguas de São Paulo, às margens do ribeirão Tatuibi, nome que em tupi-guarani significa tatu pequeno. Este pouso era chamado rancho do Morro Azul, pois ficava nas proximidades de uma elevação que à distância é visto em tons azulados. Seu povoamento se deu nas margens do Ribeirão Tatu. Devido a abertura da estrada de ferro que ligava o atual bairro morro azul até a cidade de campinas em 1823 e mais tarde a construção das pontes dos rios Jaguari e Atibaia e mais tarde a ferrovia. A ferrovia foi muito importante para o desenvolvimento da cidade pois servia de escoamento da produção de açúcar para São Paulo e Santos. (Queiroz 2009). Às margens da estrada do capitão Luís Manuel da Cunha Bastos, surgiu a freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuibi, oficializada em 9 de dezembro de 1830 por lei provincial. (Portal São Francisco 2021) Segundo Queiroz 2009, o povoamento transformou-se, em 1830, em Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuhiby (terra de tatu), subordinado nessa época, à antiga Vila da Constituição (Atual cidade de Piracicaba). Como popularmente era chamada por Limeira, passou-se a usar esse nome em documentos oficiais. A região onde se encontra o município de Limeira foi desbravada primeiramente pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva em 1682 que seguia viagem até Goiás. O seu filho, homônimo, refez esse caminho em 1722, parando num rancho que viria a ser o princípio da cidade de Limeira, localizado a 162 quilômetros de São Paulo, às margens do ribeirão Tatuhiby. Esse rancho, que se erguia sob grossos troncos de árvores e se encontrava coberto por folhas secas, era conhecido como Rancho do Morro Azul devido à suave elevação do terreno ao fundo. O rancho servia de repouso para os tropeiros que vinham do sul pelas trilhas abertas, no meio da mata, e seguiam em direção à região da mineração, levando alimentos, animais para o transporte e correspondências (REDONDANO, 2000).

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Segundo Reynaldo Kuntz Busch, em A História de Limeira, havia uma relação de nove sesmarias doadas, na região, entre 1799 e 1821. A primeira sesmaria foi doada ao Coronel Luiz Antonio de Souza e ao Tenente Ignácio Ferreira de Sá. Outra sesmaria, a do Morro Azul, envolvendo Ibicaba, foi uma das mais importantes na época e de grande significado no desenvolvimento de Limeira, tendo sido concebida, em 13 de janeiro de 1817, ao Tenente Joaquim Galvão de França e Manoel de Barros Ferraz,

notando-se que neste período já possuía posseiros nas suas terras. Consta que a Fazenda Ibicaba foi iniciada em janeiro de 1805 e que a primeira posse se deu em 1815.

De acordo com Queiroz 2009, o povoamento transformou-se, em 1830, em Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuhiby (terra de tatu), subordinado nessa época, à antiga Vila da Constituição (Atual cidade de Piracicaba). Como popularmente era chamada por Limeira, passou-se a usar esse nome em documentos oficiais. Limeira foi um dos primeiros municípios do país a receber imigrantes europeus e atualmente as fazendas histórias resgatam esta época. Segundo Busch, o município de Limeira originou –se da concessão de sesmarias (terra incultas doadas pelo Estado), “a sesmaria do Morro Azul (envolvendo o Ibicaba), foi sem dúvidas a mais importante em área, pela qualidade das terras, produtividade e desenvolvimento populacional do município de Limeira”

Segundo Busch 2007, os engenhos de Ibicaba, Morro azul, Geada e Cascalho, precisavam de estrada direta via Campinas para a Capital da Província, São Paulo. Embora o meio de transporte comum fosse o lombo de burros. Era necessário que as estradas tivessem rumo mais ou menos direto, para economia do transporte e menor cansaço dos animais de carga. Foi graças a essa estrada do Morro Azul a Campinas iniciada em 1823 que se condicionou o nascimento do povoado a sua margem e próximo ao bebedouro do ribeirão tatu, cuja margem direita se localizava o “Rancho de Limeira” onde os viajantes repousavam, segundo o que informa a História oral.

O fato histórico da fundação se baseia em que as primeiras casas construídas na beira da estrada Morro Azul a Campinas, e o próprio Rancho de Limeira se localizavam em terras de extensa propriedade do Capitão Cunha Bastos, dono dos sítios do Tatu e da Lagoa Nova. (Gazeta de Limeira Suplemento Histórico 1980)

Em 1863 tivemos a elevação da vila a cidade. No início dos anos 1860, o Município de Limeira estava em franco desenvolvimento. No ano de 1842 o povoado foi elevado à vila e por final foi elevada à categoria de cidade no dia 18 de abril de 1863.Os antigos engenhos deram lugar aos grandes cafezais. A cultura do café expandia-se cada vez mais, tanto nas grandes propriedades quanto nas novas fazendas que surgiam. (Gazeta de Limeira Suplemento Histórico 1980) Em 1876, concluiu-se a estrada de ferro que ligaria Campinas a Rio Claro e em meados de 1884, o café sofria muitas perdas no transporte no processo de descascamento, que era feito em grandes máquinas importadas, na cidade. (Acil limeira 2015)

A laranja chegou à Limeira no início do século e, em 1915, começou a ser exportada para Argentina e Uruguai. Em 1924, a Organização Dieberguer comprou terras em Limeira com a intenção de atingir o mercado europeu e, 88

em 1926, fez a primeira exportação deste fruto para o velho continente. Porém a experiência foi malsucedida devido ao alto custo do transporte. Entre as décadas de 40 e 60, a indústria local conheceu um grande crescimento, principalmente no setor de máquinas operatrizes, de madeira e matais, com a instalação de diversas fábricas como a Varga e a Fumagalli. Na década de 70 os EUA, principal mercado consumidor da citricultura brasileira, desenvolveu variedades de laranjas resistentes a geadas. Esse fato aliado às crises do petróleo, que deram origem ao programa pró-alcool do governo federal, fizeram a cultura da cana-de-açúcar entrar em ascensão na região, em desfavorecimento das de laranja e café. Hoje, segundo dados do IBGE recolhidos em 2015, Limeira possui mais de 297 mil habitantes, caracterizando-se por ser uma cidade industrializada, tendo também forte setor comercial e de serviços. Na agricultura destacamse a laranja e a cana-de-açúcar. (Acil limeira 2015)

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