Revista 1º Periodo 19/20

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Tec. Auxiliar de

Tec. Auxiliar de

Prótese

Saúde

Tec. Eletrónica Automação e Computadores

Manuel Rodriguez Suárez

Pontes Edição: 18 – Dezembro

para o mundo de trabalho… Disciplina: Português

Revista Realizada por: 3º TAP 3º TEAC 2º TAP e 2º TAS

Ano Letivo: 2019/2020 Professora: Isabel Maciel


Caros Pupilos… Eis-vos prestes a desembarcar na última estação, estação essa, por onde deambularam nos últimos três anos letivos, a estação da Escola Europeia de Ensino Profissional. Quando aqui atracaram, vinham imbuídos de receios, expectativas, angústias, dúvidas existenciais, ou seja, uma hecatombe de emoções… Paulatinamente, as angústias dissiparam-se, e o diamante em bruto, depois de lapidado ganhou um brilho cintilante, e uma luz própria. Corria o mês de setembro, e inevitavelmente decidem cursar a disciplina de Português, com a Professora Isabel Maciel. As apresentações deram aso a uma diversificada panóplia de sentimentos, entre os quais uma enorme estranheza, ao constatar que a Professora Isabel Maciel discursava fluentemente, sobre o que lhe ia na alma. Delineava-se no rosto, que a vossa mente estava impregnada de supérfluas informações, sobre a minha pessoa. Encetei a leitura do “livro”, relembrando-vos que: “Nunca se deve julgar o livro pela capa.” O prefácio da minha história, era já por todos vós conhecido, no entanto, para serem denominados de alunos fascinantes, foi crucial conhecerem os capítulos mais importantes do “meu livro.” A dada altura, a “leitura” fez-se concomitantemente, e a dicotomia leitora/ ouvintes, e ouvintes/leitora, abriu portas à melodia da aprendizagem. A vossa mente era preliminarmente similar a um cofre, uma vez que não deixava entrever o tesouro aí escondido. Depois de inúmeras e diversificadas tentativas, eis que a tão desejada e harmoniosa ligação se fez…encontrei finalmente a chave pertinente, para abrir o vosso “cofre”. Deparei-me com algumas chaves um pouco oxidadas, mas a tão almejada chave, a assertiva, deu-se a conhecer. Aí, dividimos emoções, acrescentamos uma copiosa diversidade de sinais de pontuação à nossa narrativa, a fim de multiplicarmos valores, sentimentos, e atingirmos criteriosamente a flor da transparência. E afinal, pequenos detalhes levam a grandes momentos…

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Foi necessário determinação e coragem para Sonhar, para Realizar, para Arriscar sem medo e sermos livros abertos, para nos entregarmos e conquistarmos a confiança mútua. Ser professora é muito mais do que ensinar a escrever e a conjugar verbos, é essencialmente ensinar-vos a conjugar o verbo respeitar no singular e no plural. E afinal o que é ser-se professora? Ser professora é ser uma decoradora de interiores…e ser-se aluna para toda a vida.

“Ser professor é ser artista, malabarista, pintor, escultor, doutor, musicólogo, psicólogo... É ser mãe, pai, irmã e avó, é ser palhaço, estilhaço, É ser ciência, paciência... É ser informação, é ser ação. É ser bússola, é ser farol. É ser luz, é ser sol. Incompreendido?... Muito. Defendido? Às vezes… O seu filho passou?... Claro, é um génio. Não passou? O professor não ensinou. Ser professor... É um vício ou vocação? É outra coisa... É ter nas mãos o mundo de AMANHÃ

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AMANHÃ os alunos vão-se... e ele, o mestre, de mãos vazias, fica com o coração partido. Recebe novas turmas, novos olhinhos ávidos de Cultura” e ele, o professor, vai despejando com toda a ternura, o saber, a Orientação nas cabecinhas novas que amanhã luzirão no firmamento da Pátria. Fica a saudade... a Amizade. O pagamento real? Só na eternidade."

A vida trar-vos-á uma enormidade de coisas boas, no entanto, também vos presenteará com algumas adversidades. Urge então que aprendam a conviver com elas, e as visualizem olhos nos olhos, com a maior valentia e ousadia. Sejam gratos à vida, ao dom da mesma, e não percam tempo com lamúrias. Não sejam especialistas em carpir as vossas lamentações, a fim que os outros se compadeçam de vós. Por vezes, estamos tão preocupados com o que queremos, que nos esquecemos de agradecer o que já temos. A E.E.E.P palmilha há já duas décadas, esta dicotomia entre o saber estar, saber ser e saber fazer. São inúmeros os ensinamentos, as mensagens altruístas que a mesma tem pulverizado ao longo da sua existência. A E.E.E.P, paulatinamente, transmitiu-vos que era necessário uma tomada de consciência por parte de todos, a fim de “lutarem” por uma aprendizagem saudável, com 4


espírito de equipa. Tentamos todos incutir-vos o gosto pela leitura e pela escrita, e estes foram sem dúvida parâmetros ambicionados por todos. Para que meta fosse atingida a E.E.E.P teve sempre no seu horizonte, as vossas dificuldades, e aí, desenvolveu estratégias para a vossa superação. Deparou-se com alguns obstáculos, mas os mesmos foram uma tomada de consciência para interiorizarem que ninguém é perfeito, mas se tivermos

a

humildade

suficiente

para

o

reconhecermos, será meio caminho para o sucesso. Saber ensinar, saber educar é naturalmente uma grande batalha, e a E.E.E.P congratulase como grande vencedora desta árdua, mas gratificante tarefa. Desta forma, a E.E.E.P abriu fronteiras e quebrou barreiras. O diálogo interativo entre professores/ alunos e alunos/professores foi uma estratégia fulcral para o desenvolvimento de todos. No que concerne o ensino, a E.E.E.P, fez uma permanente atualização científica e pedagógica, preparando-se desta forma, meticulosamente para colher o que semeia. A grande estratégia, é fazer com que “O Sol” da aprendizagem tenha uma luz própria, transparente e não artificial. A constatação desta realidade, não é imediata, requer sapiência e alguma perspicácia, uma vez que separar o trigo do joio, é ver para além do olhar. Esta travessia, está no seu término, e o mais importante nesta aprendizagem, foi acender uma luz, num quarto inicialmente imbuído de escuridão. Felizmente, não faltaram mãos para esta seara, e, cada safra colhida era banhada de uma enorme satisfação e gratidão. Nuvens plúmbeas deram origem a um peculiar e harmonioso arco-íris O caminho faz-se caminhando, e a sementeira faz-se semeando…. Será que colhemos o que plantámos? Nem sempre…. Almejava responder-vos afirmativamente, contudo, reitero que na sua grande maioria acontece. Quantas vezes asseveramos que a flor que eclodiu da terra possui uma beleza imaculada, e abruptamente se desvanece em nossas mãos? 5


Quantas vezes vislumbramos a hesitação na gestação e nos surpreendemos com a sua gênese? Indubitavelmente, apesar de algumas reticências, bom mesmo é semear com afeto…. Afinal, ensinar e aprender são movimentos de uma mesma canção: A Canção da Vida… Ensinar foi ter a capacidade de “sair de cena” sem sair do espetáculo. A mente humana é como um grande teatro. O seu lugar não é na plateia, mas no palco, brilhando na sua inteligência, alegrando-se com as suas vitórias e aprendendo com as suas derrotas. A E.E.E.P incutiu-vos responsabilidades, a fim de serem os autores da vossa própria história… Instigou-vos a quererem ser grandes, sem diminuírem o próximo…. se quisessem que cressem, pois, sem crer, não há querer. Ensinamentos especiais são como músicas, ouvimos, gostamos e jamais esquecemos! Muitas foram as histórias que a E.E.E.P viu serem delineadas através de uma singela caneta…muitas emoções e sentimentos trespassaram uma simples folha de papel. Sempre vos foi incutido esta simbiose que há entre as palavras e a vossa alma. Nem todos podemos ser poetas e poetisas, no entanto, podemos transformar a nossa vida num lindo poema! Quando iniciaram o vosso percurso escolar, depararam-se com um livro de 365 páginas, monocromático, pois apenas possuía uma cor. Paulatinamente, palmearam a estrada da vida, depararam-se com alguns obstáculos e, aquilo que a E.E.E.P almejou foi escrever conjuntamente, uma história enriquecedora. As palavras fizeram-nos refletir, e aí, concluímos que compreendê-las foi muito mais profundo do que conhecê-las. Existem na verdade muitas pessoas que nos conhecem, mas pouquíssimas nos compreendem…assim são as palavras, crescemos com elas, amadurecemos,

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e aí interrogamo-nos sobre a verdadeira felicidade das palavras. E afinal, a felicidade das palavras, está onde coração encontra repouso. No decorrer da minha narrativa pessoal e académica vi deambular e dedilhar palavras de toda a espécie…. Há-as que servem para colorir o nosso ego e nos reconfortam, outras há que trespassam a nossa caixinha mágica e deixam cadenciar um som inaudível…. Outras há tão invisíveis, tão impercetíveis que só a nossa alma consegue decifrar. Metaforicamente, elas foram o farol que nos orientou e guiou, a fim de atenuar e adensar as intempéries interiores. Inúmeras vezes a declamação das vossas palavras veio acompanhada de um sussurro inaudível e envergonhado, de uma lágrima há já muito retraída, mas apaziguada quando deslizada pelo rosto… A E.E.E.P regozija-se de te sido companheira dos seus alunos, “comendo do mesmo pão”, onde o que valeu verdadeiramente a pena foi saciar a fome de ambos, numa dimensão de partilha. Na verdade, a E.E.E.P não vos preparou apenas para receberem um diploma, o primordial foi prepará-los para a vida, de forma a escreverem a vossa própria história! O trabalho em equipa foi muitas vezes o corrimão a que todos se agarraram para conseguirem ir mais longe. Indubitavelmente, a E.E.E.P surgiu na vossa vida para somar e multiplicar, e nunca para subtrair. O importante não é a escola que frequentamos. Mas onde em nós a escola mora. A matemática da Emoção sobressaiu, e hodiernamente, entendem-me quando afirmo ser necessário ler nas entrelinhas! Para rematar, aqui fica a minha última advertência, como diria o nosso eloquente Padre António Vieira. Se exercitarem os músculos do rosto, e sorrirem para a vida, talvez ela vos devolva esse mesmo sorriso. Se adicionarem afetos e gestos de carinho inesperados, talvez consigam colorir um pouco a vossa narrativa.

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Afinal, o sentido da vida encontra-se no mercado onde não se usa dinheiro, e crucial é mesmo passar pela vida do outro, tocá-la com leveza, de forma que ninguém veja, mas apenas sinta. Obrigada por partilharem connosco algumas páginas do livro da vossa vida! Obrigada pelas intempéries, que deram posteriormente lugar a um lido arco-íris! Obrigada por conjuntamente pintarmos quadros apenas com palavras! E, quando ficar nublado por dentro, lembrem-se que é preciso deixar chover para poder clarear!

A professora: Isabel Maciel

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Ato AcadĂŠmico 2019

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Obrigada E.E.E.P Dou por concluída mais uma etapa do meu livro chamado vida, julgo tê-la escrito da melhor maneira possível, acrescentando vírgulas, e pontos finais, quando necessários. Só foi possível virar a página graças a todos que fizeram parte desta história, todos os que por ela passaram, foram elementos fundamentais, diria até a peça chave para que a tivesse escrito. E, a única maneira que sei agradecer é escrever. Em primeiro lugar, à pessoa que me ensinou a ser autora da minha própria história, a minha querida professora Isabel Maciel. Em seguida, à E.E.E.P, sem esta, nada seria possível, pois foi a "casa" que me acolheu durante estes 3 anos incríveis. A todos os que fizeram parte desta jornada, um grande obrigada! Obrigada por me terem distribuído sorrisos, quando o que mais apetecia era chorar. Obrigada por segurarem as minhas lágrimas, e principalmente por terem sido uma família sempre dispostos a ajudar. Não é fácil estar longe dos "nossos", em momentos pensamos em desistir e apenas existir, queremos desabar e parecem não existir margens para nós amparar. Mas, graças a ti Bárbara Valdes, este percurso tornou-se menos sombrio, e, todos os amigos que ganhei ajudaram sem dúvida a que tudo ficasse mais sóbrio. Trocamos tudo sem dar nada, fomos apenas nós e mesmo assim, existimos. A vocês Pais, nem sei como agradecer, nem as melhores palavras chegam! Ajudaram a tornar os sonhos possíveis e foi um sonho tão mágico! Todos contribuíram para o início, meio e fim do desenrolar desta história. Estou imensamente grata por isso, mas a vida junta-nos aleatoriamente e aleatoriamente nos afasta. Partimos para onde pertencemos de verdade, com a certeza de um dia voltar, não é um adeus, mas sim um até já. Para se estar junto, não é necessário estar perto, por isso, permanecerão todos junto ao coração. É com orgulho enorme que me despeço de ti, Braga!

Técnico Auxiliar Protésico / Ano letivo: 2016-2019 / Inês Pereira

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Desenho: 3º Ano / Curso Técnico Auxiliar Protésico/ Helena, Marta, Nádia e Lara Durante todo o verão Nem pensamos na escola Muito menos no sermão Que ouvimos da professora

Quando Setembro se aproxima Vamos comprar o material E já estamos animados Pelas férias de natal

Então ficamos ansiosos Por reencontrar os conhecidos Vamos contar as novidades Sobre os amores esquecidos 11


Os professores nos corredores E os alunos novos a chegar Até dá um frio na barriga Para os ir cumprimentar!

É uma grande animação Para o ano letivo começar Até dormimos mal a noite Com a ansiedade de regressar

As saudades já apertavam Dos professores e dos amigos Desejosos por realizar Os enceramentos progressivos

É o nosso último ano Então vamos aproveitar Pois as memórias que fizermos Iremos sempre eternizar

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes

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A diferença entre adorar e amar explicada em “O principezinho”

Adorar e amar são dois sentimentos maravilhosos mas, sem dúvida, distintos. Todos (ou quase todos) nós temos um propósito firme e intangível na nossa vida: amar alguém com todas as nossas forças. Nós pensamos sobre isso e desejamos fervorosamente pelo simples fato de que nós pensamos que realizar estes objetivos nos conduz à felicidade. Não estamos errados em pensar que o apego saudável é indispensável para explorar o nosso mundo. No entanto, por diversas razões, acabamos confundindo o adorar com o amar e viceversa. Como consequência desta confusão, enchemos a nossa mochila emocional de “eu te adoro” falsos e de “eu te amo” vazio.

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Saint-Exupéry oferece-nos uma magnífica passagem na obra ‘O Pequeno Príncipe’ que podemos pegar para ilustrar este artigo, a fim de lançar luz sobre essa realidade emocional poderosa que afeta quase todas as pessoas em um momento ou outro da vida. —Eu te amo —disse o Pequeno Príncipe. —Eu também te adoro —respondeu a rosa. —Mas não é a mesma coisa —respondeu ele, e logo continuou— Adorar é tomar posse de algo, de alguém. É buscar nos outros o que preenche as expectativas pessoais de afeto, de companhia. Adorar é fazer nosso aquilo que não nos pertence, é se apropriar ou desejar algo para nos completar, porque em algum momento reconhecemos que estamos carentes. Adorar é esperar, é se apegar às coisas e às pessoas a partir das nossas necessidades. Então, quando não temos reciprocidade, existe sofrimento. Quando o “bem” adorado não nos corresponde, nos sentimos frustrados e dececionados.

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Se eu adoro alguém, eu tenho expectativas e espero algo. Se a outra pessoa não me dá o que eu espero, eu sofro. O problema é que há uma maior probabilidade de que a outra pessoa tenha outras motivações, pois somos todos muito diferentes. Cada ser humano é um universo. Amar é desejar o melhor para o outro, mesmo quando as duas pessoas têm motivações bem diferentes. Amar é permitir que você seja feliz, quando o seu caminho é diferente do meu. É um sentimento altruísta que nasce ao se entregar, é se dar por completo a partir do coração. Por isso, o amor nunca será causa de sofrimento.

Quando uma pessoa diz que já sofreu por amor, na verdade ela sofreu por adorar, não por amar. As pessoas sofrem pelo apego. Se alguém ama realmente, não pode sofrer, pois não espera nada do outro. Quando amamos, nos entregamos sem pedir nada em troca, pelo simples e puro prazer de dar. Mas também é certo que essa entrega, este “se entregar” altruísta, só acontece no conhecimento. Só podemos amar o que conhecemos, porque amar envolve saltar para o vazio, confiar a vida e a alma. E a alma não se indeniza. E conhecer a si mesmo é justamente saber de si, das suas alegrias, da sua paz, mas também das suas raivas, das suas lutas, dos seus erros. Porque o amor transcende a raiva, o erro, e não é só para momentos de alegria. Amar é a confiança plena de que aconteça o que acontecer, você vai estar presente, não porque você me deva alguma coisa, não por uma posse egoísta, e sim só por estar, em uma companhia silenciosa. Amar é saber que o tempo, as tempestades e os meus invernos não mudam.

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Amar é dar-lhe um lugar no meu coração para que você fique como parceiro, pai, mãe, irmão, filho, amigo, e saber que no seu há um lugar para mim. Dar amor não esgota o amor, pelo contrário, o aumenta. A maneira de retribuir tanto amor é abrir o coração e deixar-se ser amado. —Agora entendo —contestou ela depois de uma longa pausa. —É melhor viver isso —aconselhou-lhe o Pequeno Príncipe. Outra bela explicação relacionada com a diferença da qual falamos é aquela que os ensinamentos budistas nos oferecem. Neles, afirma-se sabiamente que se você adora uma flor, a arranca para tê-la consigo, mas se “ama” uma flor, você a rega todos os dias e cuida dela. Definitivamente, quando amamos alguém o aceitamos tal como ele é, permanecemos ao seu lado e procuramos deixar depósitos de felicidade e êxtase em todos os momentos. Porque os sentimentos, para serem puros e intensos, têm que vir lá de dentro. Por isso é essencial fazer um exercício de trabalho interior e questionar se estamos fazendo tudo certo, se estamos demonstrando bem os nossos apegos e os nossos sentimentos, ou se, pelo contrário, estamos confundindo-os com o desejo de colocar as nossas relações em palavras duradouras e profundas.

IN A mente é maravilhosa

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Adorar ou Amar Depois de ler este excerto fiquei ainda mais confusa sobre os meus verdadeiros sentimentos por todas as pessoas que me rodeiam. Mas então? Quem é que eu adoro? Ou… será que eu amo realmente alguém? Pensei durante muito tempo sobre o que retirei deste texto e, na verdade, acho que ainda não percebi o real significado de algumas das frases, já que afinal “amar” tem um significado ainda mais intenso do que o que eu imaginava. Então, adorar é tomar posse de algo ou de alguém? É procurar nos outros o que preenche as nossas expectativas pessoais? É fazer nosso aquilo que não nos pertence? Mas então? Isso significa que ninguém ama ninguém, ou que ninguém sofre? Percebi que amar é dar sem esperar nada em troca, é abrir mão do nosso querer para satisfazer a outra pessoa, enquanto no adorar, não suportamos a ideia de que a mesma nos magoe ou desiluda. Mas o que mais me fez refletir foram os ensinamentos budistas de que, “se você adora uma flor, a arranca para tê-la consigo, mas se “ama” uma flor, você a rega todos os dias e cuida dela”. Quando adoramos, tornamo-nos egoístas se não nos retribuírem o que necessitamos naquele momento, ficamos tristes e frustrados, sem conseguir entender os motivos do outro, por esse motivo, a ideia de “arrancar” a flor para tê-la consigo, a tal posse de algo ou de alguém. Por outro lado, amar consegue tornar-se perigoso, já que quando o fazemos vamos suportar todas as decisões do outro sem sofrer, mesmo quando o seu caminho é diferente do nosso.

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É por isso que o principezinho ama a flor, pois ele permite-se ser feliz, independentemente de terem objetivos e caminhos diferentes, por esse motivo continua a regá-la e a cuidar dela.

Para concluir, posso afirmar que o grande problema das pessoas é colocar as relações apenas em palavras duradouras e profundas, em vez de o demonstrarem. Pronunciar um “Amo-te” é fácil, difícil, é realmente demonstrar esse amor na forma mais pura a quem realmente amamos, sem ter a necessidade de o demostrar aos outros!

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes

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Meras Palavras…. Amar e adorar são duas palavras com sinónimos semelhantes, no entanto, dizermos a alguém “adoro-te” é completamente diferente de dizer “amo-te”, pois amar alguém é um sentimento maior do que adorar. Todos nós passámos por uma fase em que, inconscientemente, achamos que precisamos de adorar ou amar alguém para sermos felizes, mas esquecemo-nos de que temos de nos amar a nós próprios, primeiramente. Muitas das vezes confundimos estas palavras, amar e adorar, e muitos de nós já caímos no erro de dizermos um “Adoro-te” falso ou um “Amo-te” vazio. Adorar alguém é “aproveitarmo-nos” de uma pessoa para o nosso próprio bem, é querermos moldá-la para se encaixar connosco, é apontar-lhe os defeitos, adorar é ter a intenção de a pessoa apagar o nosso vazio interior, fazendo com que ela nos adore, nos mime. E, se a pessoa não nos oferece o que esperamos, nós sofremos porque temos demasiadas espectativas e características que queremos que quem esteja ao nosso lado tenha, mas há uma grande probabilidade de essa pessoa ter outros pensamentos e outra maneira de ver as coisas. Neste mundo todos somos diferentes, cada um de nós é único, e não podemos mudar porque alguém pede ou nos exige, pois se alguém nos diz o que temos de fazer, é porque na realidade essa pessoa simplesmente nos adora e não nos ama como pensávamos. Amar alguém é amar sem esperar algo em troca, é confiar e conhecer o outro como a nós mesmos, é aceitar o outro tal como é, não exigindo mudanças. É melhorar certos aspetos em nós, e viceversa, para que haja mais estabilidade. É 19


perdoar e ser perdoado, é dar sem pedir nada em troca, amar é desejar o melhor para o outro e aceitar a sua opinião, mesmo que seja diferente da nossa, fazendo cedências se necessário. Amar é darmos ao outro uma parte de nós, é resolvermos os problemas dialogando, é estarmos presentes nos bons e nos maus momentos, apoiando-nos mutuamente.

Amar alguém é não ter expectativas em relação ao outro, é aceitarmos o outro com qualidades e defeitos. Quando amamos verdadeiramente, nós entregamo-nos ao outro por completo, e damos tudo o que podemos de nós, para ver o outro feliz.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Marta Fernandes

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Vocábulos divergentes Para além de serem parecidos, estes dois termos têm significados completamente divergentes. A palavra Amar, embora seja composta por apenas quatro letras, carrega nos lábios de quem a afirma um som forte e um peso grande. Esta, remete-nos para o sentimento do Amor, onde nele a vida é quase perfeita, pois não existe perfeição na totalidade no mundo onde vivemos. No Amor habitamos camuflados como borboletas onde voamos numa galáxia entre as estrelas e aparentamos ser felizes. Lá, não partilhamos o sentimento com as borboletas que carregam o sangue do nosso sangue. Seria possível não amar aqueles que partilham do mesmo sangue que o nosso? No mundo do Amor, muitas de nós se esbarram com uma borboleta que desconhecem, mas, mesmo a desconhecendo, ela está lá. Para que com ela a vida possa fazer sentido precisámos de a conhecer e aprender a gostar dela. Como ela está presente no nosso mundo a convivência passa a ser maior até que passamos a adorá-la. Adorar está entre o gostar e o amar. Podemos dizer que adoramos aquela borboleta com quem nos esbarramos, pois de certa forma até nos identificamos com ela, e mesmo não a amando sentimos um carinho especial pela qual nos tornaremos fortes, e quem sabe inseparáveis!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes

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Palavras que o tempo leva…. Perguntaram-me qual era a diferença entre amar e adorar? E eu pensei: Qual é a diferença entre adorar e gostar? E qual é a diferença entre gostar e tolerar? E qual é a diferença entre tolerar e perdoar? E podíamos ir até ao infinito. Amar alguém vai muito além disso, vai além de dizer palavras bonitas, de passar tempo juntos e de dizer Amo-te. Tu apenas sentes quando a pessoa te ama e precisa de ti. Não adianta dizeres coisas que o coração não sente, não adianta mentires. O amor está na forma como estás presente, na forma como te preocupes, na forma como tu pensas quando vês algo e lembras-te da pessoa, quando ouves uma música e lembras-te de momentos que passaste com ela. O amor é demonstrado em cada gesto, e em cada palavra nossa, nem que seja na mensagem de um bom dia, ou de uma boa noite, nas gargalhadas pelas coisas mais idiotas que são ditas e só vocês entendem. Quem ama adora, gosta, tolera, aceita e acima de tudo perdoa e deixa o orgulho de lado, só para terem mais uma chance de aprenderem juntos, quem apenas adora jamais consegue.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Juliana Castro

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O olhar da alma O que é amar? Amar é mergulhar em um olhar que não te afoga, é transformar um abraço em um abrigo, é morar em alguém que, mesmo com tantos defeitos não te assombra. Amar é aceitar o outro sem modificar nada. Amar é bom, mas por vezes temos de aceitar que o outro é livre, e que pode partir a qualquer momento, e aceitar até pode doer, mas será melhor deixá-lo partir. Amar é sentir que às vezes será melhor ficar em silêncio e compreender com um só olhar o que alma do outro diz. Amar é aceitar que as pessoas modificam, que são expostas às hipóteses da vida e apesar de tudo isso, o sentimento não muda, porque o amor é permanente. Será que amar é mais do que adorar? Ambos são diferentes, ambos têm significados diferentes e ambos têm intensidades diferentes. Adorar é o ato de respeito, de forte admiração e de conforto. Adorar é ajudar o outro, é admirar o percurso do outro. Adorar é como um abraço em família, é dar as mãos quando necessitamos, é levantar a cabeça, e estar sempre pronto para o outro.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Adriana Silva

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A reciprocidade nos afetos Ao ler o texto, apercebi-me do quanto são distintos os sentimentos “amar” e “adorar”, os quais para mim tinham idêntico significado. Na extensiva, mas explícita explicação do Pequeno Príncipe à rosa, percebi o quanto é profundo o significado da palavra “amar”. Amar é desejar o melhor para o outro, permitir que seja feliz, mesmo se as motivações e caminhos forem distintos, amar nunca será causa de sofrimento, pois quem sofre é quem adora, quem ama não espera nada do outro, apenas se entrega sem pedir nada em troca. O amor transcende a raiva, o erro e não é só para momentos de alegria, amar é ter a plena confiança no outro, dar amor não esgota o amor, pelo contrário, aumenta-o!

Adorar é tomar posse de algo, de alguém, é buscar nos outros o que nos preenche, desejar algo para nos completar, porque em algum momento reconhecemos que estamos carentes e quando não temos reciprocidade, cresce em nós um sofrimento profundo.

Finalizando, conclui que devemos amar mais, já citado na bíblia diz Marcos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Saberemos nós amar? Todos nós somos plantas com emoções, precisamos

de

beber

amor

e

apanhar

reciprocidade. Todos nós nascemos com o intuito de florir e morremos com a esperança de sermos renascidos ao fertilizarmos as raízes do próximo. Entender que beber água e apanhar sol não é algo banal, mas sim essencial, é o florir de todos nós humanos. A palavra «amor» tem sido bastante trivializada – nos tempos modernos toda a gente ama, morre de amor, desfalece em lágrimas. Todavia, as pessoas esquecem-se que a voz do amor é o gesto, e não a palavra. Esquecem-se que a beleza que se fala não está esculpida em caraterísticas físicas, mas sim na luz transparecida de dentro. Quando amamos somos tragados pela luz, não somos mais nós mesmos, saímos de nós para encontrar o outro, por outras palavras redescobrimo-nos vivos. Por sua vez, quando somos amados somos reflutuados pela dor - somos descobertos mortos. Ao longo do meu texto tenho vindo a salientar que amar implica ser amado, pois amar pelos dois não é suficiente – é neste ponto que não concordo com o excerto lido – o amor é o auge da felicidade humana, contudo, até mesmo na felicidade encontramos momentos de tristeza. Em suma, amar é uma decisão não acontece por acaso. Escolher amar a regar uma planta, mesmo nas mais adversas situações, mesmo nas mais extremas temperaturas.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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Olhando o mar, sonho sem ter de quê. Nada no mar, salvo o ser mar, se vê. Mas de se nada ver quanto a alma sonha! De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos, Em ruas ou em estradas ou sob ramos, Temos esta certeza e sempre e em tudo Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta Parecem, por longínquas, estar em festa. Quanto acontece porque se não vê! Mas do que há ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive. Quem ontem fui já hoje em mim não vive. Bebe, que tudo é líquido e embriaga, E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser Motivos coloridos de morrer? Mas colhe rosas. Porque não colhê-las Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa 20-01-1933

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Desenho: Samuel, Helena, Marta e Nádia /3º Ano / Curso Técnico Auxiliar Protésico

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Como Fernando Pessoa não entendo Porque continua ela a cantar Ser pobre e viúva Não é motivo para festejar.

Não importava a situação Ela estava sempre contente Com aquela canção Esqueceu o passado, e seguiu em frente

Esta atitude não consigo compreender Como é que é possível Cantar após o seu marido perder Felicidade…incompreensível

Na situação dela O que iria eu fazer Chorar pelos cantos Querendo desaparecer

Para mim felicidade É algo diferente Ter a minha liberdade E controlar o meu presente

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Realizar o meu sonho Que é bastante diferente Trabalhar com uma bola nos pés Mesmo sendo inconsistente

Para além deste sonho Quero uma família estável Ser um grande pai! Bondoso e responsável

2º Ano T. E. A. C. Rúben Ribeiro (Desenho)

2º Ano T. E. A. C. Lucas Rocha (Poesia)

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" As mãos não são nada sem o coração." MIA COUTO.

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Não é verdade que as pessoas felizes não sofram. Não é verdade que as pessoas que transmitem felicidade às outras não sofram. Sofrem. Sofrem muito. Para reconhecer a felicidade – a verdadeira – é preciso conhecer a dor. Conhecer a dor como a palma da sua mão, conhecê-la como pele, como alma em carne viva. As pessoas que fazem os dias felizes já passaram noites de angústia, já ficaram sem pé num mar sem rosas, já estiveram à beira de si mesmas prontas a saltar para braços nenhuns. As pessoas que fazem os dias felizes são aquelas que vão à frente na escuridão para nos mostrarem que é possível regressar do abismo. As pessoas de dias felizes transformam a dor em superação e é isso que vêm ensinar as outras a fazer. lado.a.lado

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A resiliência! Durante todo o nosso percurso, vamo-nos cruzando com várias pessoas pelo caminho!

Umas, que denominamos de tristes, outras de felizes, e até mesmo aquelas que ainda não conseguimos decifrar.

Consideramos que aquela determinada pessoa é feliz apenas por não nos mostrar as partes menos boas, preferindo sorrir, divertindo-se com os outros, mantendo sempre a cabeça erguida.

Seremos vistos como pessoas felizes ou tristes? Será que conseguimos camuflar as nossas angústias?

Sempre que nos cruzamos com alguém que, à primeira vista faz com que achemos que tem o segredo da felicidade, não nos podemos equivocar só de olhar e julgar o que nos parece ser ou não verdade. Até porque, por detrás de uma pessoa feliz, existe alguém resiliente, que lida com os seus problemas, e adapta-se às circunstâncias como qualquer um de nós. Apenas prefere guardar para si essas frustrações, e por outro lado continua a mostrar apenas a sua melhor essência.

Este género de pessoa costuma até mesmo apoiar primeiramente os outros, antes de resolver os seus próprios problemas.

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Devemos perceber que a felicidade não

é

uma

simplesmente

chave

que

encontrar

por

podemos aí

em

qualquer sítio, mas sim, uma atitude que escolhemos adotar, preferindo assim não nos render às dificuldades que possamos encontrar pelo caminho, e empenhandonos sempre para ultrapassar os obstáculos por muito dolorosos que sejam.

Por vezes, aquele colega de turma que mais admiramos pelas atitudes nobres que tem, pela espontaneidade e felicidade que transparece, pode ser o que mais sofre interiormente, até porque, os que se fazem de fortes costumam ter medo da dor. Não nos devemos esquecer que um sorriso bonito é aquele que enfrentou muitas tristezas, mas nunca parou de brilhar

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes

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A porta da minha essência! O ser humano foge, instintivamente, da dor – nós não gostamos de sentir este sentimento – temos tendência a considerar o novo, o abstrato como algo nocivo. O medo apodera-se pé ante pé da nossa mente, da nossa forma de agir e, posteriormente, da nossa forma de viver. Nos momentos em que estou angustiada interrogome o porquê destes sentimentos tão prejudicais não baterem à porta, antes de entrar em mim, afinal o corpo é meu! Ao fim de tanto pensar chego à conclusão que a culpa é minha, sim, inteiramente minha – quem me mandou deixar a porta da minha mais íntima essência aberta? Todos nós queremos muito algo na vida – alcançar a felicidade. Contudo, a meu ver não existem pessoas felizes – existem sim pessoas reais que vivem tanto momentos de felicidade como momentos de tristeza. Vivemos diariamente rodeados com este tema, lutamos constantemente por ser afortunados tanto aos nossos como pelos olhos dos outros. Sorrir é sinónimo de felicidade, logo tirar uma fotografia a sorrir e colocar nas redes sociais é o auge da felicidade moderna. Tecnologia é sinónimo de felicidade, logo comprar o último smartphone é o auge da felicidade supérflua. Parece algo simples e linear para as pessoas que aparentam ser. Todavia, é preciso ser infeliz em breves momentos para, posteriormente, sentir e aparentar o sentimento de felicidade. Parece bastante incoerente esta afirmação, mas não é – pessoas consideradas felizes são aprendizes da dor, pois encaram a vida com otimismo. Nada é por acaso, e senão foi bom, foi lição. Em síntese, todos nós temos momentos difíceis, contudo, cabe a nós próprios gerir a forma como algo externo consegue afetar o nosso interior. Ninguém é um Deus para prever e muito menos controlar o futuro, somos apenas meros mortais constantemente infelizes que não entende que a forma como sofremos, demonstra a forma como encaramos a vida. 2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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A máscara! Ao contrário do que consideramos, as pessoas que nos dão sempre um “bom dia” com um sorriso de orelha a orelha, às quais nada de mal parece acontecer, já sofreram muito, ou estão a sofrer. Cada um lida com a dor e o sofrimento à sua maneira, alguns decidem abraçar a dor, tornando assim, os seus dias cinzentos. Outros, acreditam que é só um pequeno obstáculo que Deus nos colocou, sabendo

ele

que

o

conseguiremos

ultrapassar. Posto isso, colocam uma máscara

para

disfarçar

a

tristeza

e

transmitem alegria a todos os outros, pois quem

nunca

viu

a

tristeza

nunca

reconhecerá a alegria. Eu considero-me mais como um segundo

exemplo,

prefiro

guardar

o

sofrimento para mim e transbordar as boas energias para o resto do mundo, deixandoo mais colorido e florido. Para rematar, deixo-vos um conselho, se não decidires abraçar a dor e sim encará-la como um obstáculo, um muro pelo qual tens de passar, tudo correrá melhor.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Luana Carvalhais

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Ver para além do olhar… Todos nós, seres humanos sofremos, uns mais, outros menos, mas todos nós carregamos a nossa cruz, como se costuma dizer em forma de eufemismo. Infelizmente, não há dias sempre repletos de felicidade, todas as pessoas que habitam o planeta Terra, tem os ditos dias menos bons, que

são

caracterizados

geralmente

por

sentimentos de tristeza, ou porque não foi atingida a meta desejada, ou por um desgosto amoroso, ou porque não encontro motivação, ou porque me sinto carente, ou simplesmente, porque acho que sou uma incompreendida aos olhos de todo o mundo. É muito difícil entender o motivo da nossa tristeza, porque em geral ela não está relacionada com o que nós temos, mas sim com o que nos falta. Muitas das vezes vamos a passar na rua, ou convivemos com certas pessoas, que aparentam ser as pessoas mais felizes do mundo, aquele tipo de pessoa, que gosta sempre de citar a cada dia que passa uma frase motivacional, como por exemplo: “Não procures ser o melhor, mas sim o mais simples, porque até a maior árvore da floresta começa do chão.” Por fora, dou a entender à pessoa que entendi, por dentro questiono-me, estaremos a falar de pessoas ou de árvores? É muito fácil falar frases bonitas, no entanto, é muito difícil aplicá-las na nossa vida. Fui-me apercebendo, que as pessoas que inspiravam e expiravam alegria/felicidade, teriam que ter um conhecimento bastante profundo da dor, para terem a capacidade de mostrar aos outros que é possível regressar do abismo, demostrando que se deve pegar na dor e transformá-la em superação. 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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A nossa metamorfose! A vida é cheia de mudanças, escolhas, desilusões e alegrias, ao pé do planeta somos apenas sementes, esperando do outro aquilo que queremos para nós. Ao longo da vida, vamos semeando árvores e plantas, mas não é apenas isso, semeamos também bondade, honestidade, respeito e gratidão, e infelizmente coisas más que não desejamos para nós, mas que damos ao outro. Da árvore vem o fruto que colhemos e que tornamos em algo útil para nós, comemos o fruto para matar a fome. Tal como o fruto é fundamental, semear coisas boas que tornam a nossa vida mais honesta e mais grata. Se semearmos desrespeito, não podemos esperar colher respeito, se semearmos maldade não vamos colher bondade, se plantarmos traição, não colhemos honestidade, e se semearmos mentiras, não podemos ter esperança em colher verdade. Por vezes, semeamos coisas boas, mas os outros não retribuem da mesma forma, pegam no fruto e tornam em algo inútil, mesmo assim, temos que continuar a semear somente coisas boas, porque o tempo passa e sempre vai haver alguém que nos retribua com o mesmo fruto.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles

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A coragem! A definição de nos sentirmos felizes, não é apenas com o nosso bem-estar aparente, nem o que transmitimos. Aquilo que dizemos e fazemos é menos de metade de um todo, do que pensamos! Aquelas pessoas que transbordam felicidade não significa que estejam bem. O mesmo acontece connosco, nem que seja uma situação, em toda a tua vida, acontece sempre! Embora estas sejam sorridentes como um pássaro que é libertado da sua gaiola, ou que elas estejam animadas que nem uma conversa de café rodeados de amigos a um sábado à noite, estas, também são as que refletem mais sozinhas, não porque não precisem naquele momento mas, pela reflexão que foi anulada durante os dias em convívio. Essas energias foram gastas não com a própria pessoa, ,mas sim com as outras. Será que essas pensam no seu bem estar? Sim, pensam, sozinhas, no seu mundo, a encorajar-se por mais um dia para poderem acolher outras! Para mostrarem que não são mais fortes, apenas conseguem lidar com a dor sós…

Não é por fraqueza, é mesmo por coragem. A coragem de enganar as outras pessoas e mantê-las perto, longe do abismo! Só quem vem de lá, é que sabe, que sentiu, que contorna, que fracassou, que conquista, que lutou, que venceu!

Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira Ano letivo: 2015/2018

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Um arco-íris nublado! Não poderia concordar mais com este pequeno texto. A meu ver, pessoas felizes são pessoas resolvidas, de bem com a vida, que já passaram por muito, ultrapassaram e aceitam-na como ela é, vendo-a como uma moeda, com duas faces, acreditando sempre na que mais as apraz, na mais brilhante. São seres que não vivem a recordar o que de mais desprimoroso viveram na vida e daí nos parecerem tão bem aventurados, tanto que há dias em que dá até uma certa inveja de tão deleitosos sorrisos, de tais rostos jubilosos e feições aprazíveis. São mães, pais e avós com imensas soluções para apagar uma fogueira. São tios, tias e primos com abraços calorosos mesmo nos piores momentos. São colegas e patrões recheados de esperança. São professores e professoras com visões infinitas sobre o nosso fado. São tantas opções que vamos sugando ao longo da vida que nos direcionam para a felicidade. Eu sou feliz, muito feliz porque também já fui muito infeliz. Não seria tão feliz hoje se não tivesse conhecido a infelicidade ontem, assim como não há preto sem branco. E o medo que outrora conheci, que iniciava na barriga e subia pela garganta acima, fazia até tremer bracos e pernas, hoje, em certos momentos já não passa de uma borboleta no meu ventre a querer voar. A solução está lá fora, porque não há nada que não possa ser superado, e que para além do tempo, o amor sim cura todas as feridas. Brindemos a todos aqueles que já transformaram um dia nubloso num luminoso dia de sol. A todos aqueles que já dormiram com a agonia a assombrar-lhes a alma, a apagar-lhes as esperanças, e que se ultrapassaram a si mesmas e no amanhecer seguinte, encararam como uma dádiva divina, e transformaram a dor em felicidade. Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016

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Simplesmente sabedoria! -Avô, como consegues sorrir assim? Ele, a sorrir respondeu:- As pessoas mais felizes são as que tem as piores histórias. E eu, tenho a sorte de sorrir assim, porque já sofri demais. Sim, sorte, isso mesmo. Parece não fazer sentido, mas faz. Nenhum sorriso pode ser inteiramente pleno se não vier lá do fundo, daquele fundo agora cicatrizado mas que quando a gargalhada é gigantesca ainda repuxa a ferida. Mas não dói, nada! Apenas é um sinal que para sorrir assim já existiram alguns danos na alma. Mas é bom sabes?! Faz parte. Vou dar-te um exemplo:- É como andar de bicicleta. Imagina que quando começaste tudo tinha corrido bem, ia ser fantástico. Mas um dia encontras-te um amigo que te contou que quando ele começou a andar caiu, de uma vez esfolou os joelhos, de outra deslocou o ombro, e mais recentemente não consegui travar e colidiu com um amigo, e até se magoaram os dois. Repara no rosto dele, está a sorrir de certeza. Na altura deve ter doido muito. E ele não desistiu de continuar a pedalar por aí. Assim é com a vida. Todos os sofrimentos tem histórias que quando bem superadas, se transformam em sorrisos sejam eles como forem. Espero que os teus sorrisos sejam leves, mas não demasiados leves, que eles carreguem um pouco de sabedoria , angústia, algumas noites mal dormidas, medos, e acima de tudo superação. Aí sim, vais entender o verdadeiro significado de um sorriso feliz. A felicidade e vidas perfeitas nem sempre andam de mãos dadas. Na verdade, pobres almas que sorriem apenas por sorrir não tem piada (felicidade) nenhuma.

Técnico Auxiliar Protésico Sónia Fernandes Ano letivo 2009/ 2012

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Desenho: Fábio Martins e Lara Catarino / 3º Ano / Curso Técnico Auxiliar Protésico

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Homem dividido

Em mim habitam dois mundos completamente distintos um do outro. Tal como uma frágil folha, quando me molho, sei que molho as duas faces, pela minha permeabilidade entre aquilo que sei que sou e o qual careço de domínio. Vontade não me falta, mas faz-me falta domínio sobre ela... Falta-me irresponsabilidade, falta-me rebeldia! Para ir contra a corrente que faz de mim sua tela. Já não sei se me falta domínio ou, se por ser dominado procuro rebelar-me... Talvez não me falte domínio, talvez o que procure seja sim liberdade do sentir dominado... Será necessário conhecer o domínio para se saber dominador, ou por outro lado, somos dominados e nem sentimos a sua tirania... Sei que não me molhei, mas sinto a minha alma húmida. Escrito algures por aí em tempo incerto, Dr. João Diogo Vedor

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No fundo - bem lá no fundo - sabemos quem realmente se importa connosco, os que fingem e os que estão do nosso lado por conveniência. Talvez nos iludamos porque estamos carentes de atenção, cuidado e carinho, ou, simplesmente porque estamos tão fracos e solitários a ponto de nos acostumarmos até com quem não se importa tanto connosco. Infelizmente, existem momentos em que nada nos dá vigor e a força parece escorrer pelo ralo enquanto tomamos banho. A bênção é que sempre teremos mil formas de recomeçarmos e outras pessoas para conhecermos - gente que possa enfim, nos salvar dos tormentos e compartilhar as reais alegrias - por pura doação e amor. E é dessa que preciso, gente que me refaz e me transforma no melhor que posso ser... Vitor Ávila.

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Simplesmente Gente! Quantas vezes é que já nos desiludimos com alguém

simplesmente

porque

depositamos

tantas

expectativas e confiança nela, e no final das contas, vemos que nos consegue magoar de formas que nem julgávamos possíveis?

Uma desilusão tão intensa, que nos sentimos sufocados na nossa própria angústia? Acho que já todos passamos por isso pelo menos uma vez na vida, ou se não, muito provavelmente iremos passar.

Sou muito nova, e por isso, não! Não tenho a certeza se as amizades que fiz até hoje vão durar assim tanto tempo como imagino, mas sei que durante o meu percurso, já fiz e vou continuar a criar momentos e memórias que me irei relembrar para sempre, tanto as boas, como as menos boas.

Aprendi que nunca podemos confiar em ninguém a 100%, e muito menos esperar que as atitudes dessa pessoa sejam de acordo com o que achamos certo ou errado, até porque, se agirmos assim as probabilidades de nos desiludirmos são elevadas.

Percebi também que existem formas de pelo menos conseguirmos saber quem são os amigos, e os melhores amigos. Nos dois, observamos um aspeto em comum, ambos estão nas festas, nas noites de galhofa, nas tardes de sueca em casa, nos momentos divertidos das aulas… mas apenas os melhores dos melhores permanecem e apoiam-nos nos dias mais tristes e isolados, em que só nos queremos afogar em lágrimas, nos desabafos sobre o relacionamento ou sobre a família que nem sempre é perfeita como fazemos parecer ser, nos diálogos pela noite fora, onde contamos os nossos maiores medos. 45


Esses sim, são de valor, aqueles que nos ouvem independentemente de a conversa demorar 3 minutos ou 5 horas, e enquanto falas, não se importam com mais nada ao redor, simplesmente estão lá para prestar o máximo de atenção possível, e nos aconselhar da melhor maneira. São pessoas tão especiais, que sabem o momento exato para falar, o que precisamos ouvir e o momento de falar o que temos de ouvir. É dessas que preciso, gente que me refaz, e me transforma no melhor que posso ser…

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes

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A sabedoria interior! Enquanto a nossa vida segue o seu rumo, cruzamo-nos com outras(pessoas) que também seguem o seu. Como se a vida fosse uma estrada. Algumas estradas são becos sem saída que apenas se cruzam connosco por conveniência delas próprias, outras, são autoestradas sem fim, dispostas se levar-nos onde queremos, mas com um preço alto a pagar. E depois, temos as nacionais, por vezes tortuosas, mas que nos mostram o mundo cru, das maiores cidades, às menores aldeias. As que nos presenteiam com os melhores passeios e piqueniques, que nos fazem viajar pelo caminho e não só com o propósito final do destino.

No fundo, sabemos que as nacionais são o caminho a seguir, porém, às vezes temos pressa e tomamos as autoestradas. Umas outras vezes, seguimos para becos sem saída. As pessoas são como estradas, e são aquelas que desejam ser, pois toda a autoestrada tem uma saída e todo o beco tem como fazer inversão de marcha. As pessoas são o que querem ser, outras vezes, o que precisam ser.

Há dias que sabemos que nos cruzamos com gente que nos quer levar para a estrada errada, mas estamos fracos ou carentes demais para recusar, todavia, há também dias que podemos cruzar com alguém apenas para a “rebocar” e a levar para o caminho certo.

A vida é como um mapa, com milhões de caminhos para percorrer, para recomeçar. São essas escolhas que nos fazem o que somos, e o caminho para casa, é sempre o melhor que podemos escolher.

Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016

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Colhemos o que semeamos. É verdade. O tempo é a árvore que nos dará o fruto dos nossos gestos. Esse fruto será doce ou será amargo, conforme a ternura ou o azedume que deixarmos pelo caminho que formos lavrando, e virá sempre no tempo certo. O fruto dos nossos gestos nunca vem fora de época, sabe sempre quando o devemos provar. Quem não cuidou, não pode esperar ser cuidado. Quem não foi capaz de apoiar, não pode esperar ser amparado. Quem não teve uma palavra para quem a aguardava, não pode esperar nada a não ser silêncio. Quem não soube estar perto, não pode esperar senão distância. Quem não soube abraçar, não pode esperar senão braços cruzados. Quem não soube estar presente, não pode esperar ser visitado. O amor não é uma obrigação. Não é algo só porque sim. Quem não valorizou, não pode esperar ter valor para quem ignorou. Quem só foi capaz de agredir, não pode esperar carinho. Quem esperava poder humilhar contando que essa humilhação fosse esquecida, enganou-se. Às vezes, sim, o tempo enfraquece a memória, mas aquilo que o coração guarda nunca se perde. Para o bem e para o mal. Os corações nunca esquecem. Quem nunca mostrou disponibilidade, quem nunca esteve para o que desse e viesse, não pode esperar receber amor de volta. O amor só regressa a quem o soube dar, o amor só regressa de livre vontade. Ninguém ama à força. Lado.a.lado

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O secretismo das sementes! A forma como tratamos alguém, será a forma que esse alguém nos tratará. Nunca devemos fazer aos outros, o que não gostávamos que nos fizessem, pois, o banco da vida é justo e devolve-nos o mesmo que depositarmos.

Quando ofendemos um indivíduo nunca poderemos esperar amor da parte dele para connosco. Raras são as pessoas que mesmo maltratadas conseguem encara-nos com um sorriso, pois ninguém gosta de se sentir posto de parte, ou odiado.

Já se costuma dizer quem bem faz a cama bem se deita nela, se desejar amor semeia-o e cuida dele. Tudo o que vai volta, pode demorar, mas os esforços serão sempre recompensados.

Se até hoje apenas tens colhido solidão e tristeza não culpes os outros, revê as sementes que tens semeado e muda se for preciso para que possas colher frutos abundantes e permanentes.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Luana Carvalhais

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Faça o bem, a vida se encarrega do resto! Colhemos o que semeamos? Por vezes, não. Podemos dar tudo o que temos e não receber nada em troca, pois a vida é assim. A terra onde semeamos pode não ser fértil o suficiente para dar fruto às nossas pequenas sementes. Não podemos esperar que, ao plantarmos o mal, iremos colher o bem. Não podemos esperar que ao cruzar os braços às dificuldades elas irão ser ultrapassadas. Não podemos semear a indiferença e colher amor, pois o amor precisa de ser plantado todos os dias. No amor, não podemos plantar traição e esperar perdão. Assim como a felicidade não dura muito tempo, a tristeza também é passageira. Só nos resta semear o bem, e esperar colher o bem.

2ºAno Técnico Auxiliar de saúde Juliana Castro

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“Quem boa cama fizer, nela se há de deitar” Na minha opinião, por vezes nem sempre colhemos o que semeamos. Talvez

porque

merecíamos?

não

o

Talvez

porque ainda não é o momento

certo?

Provavelmente, já todos nós

questionamos

a

demora da dita recompensa, sempre ouço dizer a minha avó: “Quem boa cama fizer, nela se há de deitar” ou por outras pessoas “Cuidado com o carma”. Mas será que realmente algum dia vamos ser recompensados pelos bons atos que fomos propagando ao longo da vida, ou repreendidos pelo mal que fizemos? Será que é verídico dizer, que quem não cuidou, não pode esperar ser cuidado, quem não foi capaz de apoiar, não pode esperar ser amparado, quem não teve uma palavra para quem a aguardava, não pode esperar nada a não ser silêncio, quem não soube estar perto, não pode esperar senão distância, quem não soube abraçar, não pode esperar senão braços cruzados, quem não soube estar presente, não pode esperar ser visitado?

Por outro lado, e como devemos apresentar sempre um pensamento positivo, acredito que podemos ser recompensados de alguma forma, talvez nos finais da nossa vida, quando menos esperarmos, ou até mesmo em outra vida.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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A maturidade Ao longo da minha caminhada, na estrada da vida, tenho-me deparado que o caminho nem sempre é reto, existem muitas curvas, e, em cada uma destas, existe um cruzamento com duas saídas completamente diferentes. Na saída à direita, o sol rasga os céus e com ele a multidão sai às ruas, já na saída esquerda, as nuvens formam aglomerados e as pessoas isolam- se nas suas casas.

Paro, olho e penso. Em qual destas saídas hei- de eu entrar? Coração ou cabeça, em qual me hei- de guiar? O sol nem sempre irá brilhará e o nevoeiro nem sempre permanecerá.

A vida é feita de escolhas e nem sempre eu escolho o certo, mas a cada escolha que eu faça cresce uma árvore. Se da árvore crescer um fruto forte e maduro significa que a escolha que fiz, foi inteligente e assertiva.

Para tomarmos qualquer decisão nas nossas vidas, devemos pensar sempre com a cabeça, pois, por vezes ao pensar com o coração podemos acabar por ser confundidos com os sentimentos e assim, a árvore que irá crescer, deixará os frutos cair mesmo antes de estes amadurecerem.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes

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O reflexo Quem não se permite mudar não se permite viver o novo. A vida é o reflexo. Viver sempre a alimentar as velhas atitudes, os velhos pensamentos e as velhas crenças só nos trará os mesmos velhos resultados. Apesar de no meu ponto de vista, a nossa mente destinar-nos ao caos, acredito que pensamentos bem treinados podem causar uma grande mudança em nós, entre eles: entender que não existe um tempo certo, mas sim o necessário- assim como as pessoas, elas mesmas são consequência das suas atitudes.

A felicidade, um tema tão falado, não é nada mais que sentirmo-nos bem com a nossa própria companhia – ninguém vai trazê-la, mas sim completá-la. Em relação ao respeito, penso piamente que não devemos respeitar somente quem nos respeita – respeitar os que não sabem respeitar é um ato de amor, pois preferimos ensinar o outro em vez de repreendê-lo pelo nosso ego. Como estou a falar de respeito não podia deixar de referir no respeito por nós mesmos – o segredo não é correr atrás das borboletas… é cuidar do jardim para que elas venham até nós.

Em suma, acredito que nós, humanos, precisamos de convencermo-nos que colhemos e que semeamos, e que semear maldade nunca fará a felicidade florir.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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A colheita da vida Às vezes achamos que nem sempre colhemos o que plantamos, na verdade sim, colhemos, não na hora que a gente acha que tem de ser, mas colhemos. Alguns chamam de karma, outros jogam a culpa no destino, mas para mim, isso é nada mais, nada menos do que nós sermos os escritores das nossas próprias histórias. Se você escreve algo bom, você vai ler coisas boas e bonitas, se o conteúdo escrito for ruim a leitura desse conteúdo também será ruim. Podemos tentar seguir sem olhar para trás, para o nosso passado, mas o futuro repete o passado a todo momento. Basta nós sabermos que o mundo é tão pequeno e a vida é tão curta e intensa, que as novidades na verdade são coisas que esquecemos que já existiam. Respeite para ser respeitado, ame para ser amado. Mas tome cuidado, porque se você plantou tarde demais talvez não tenha tempo de colher.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Ana Silva

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“Faz o bem, e não olhes a quem” Em toda a nossa vida, ouvimos dizer que iremos colher o que plantamos, e por esse motivo, deveríamos querer sempre o bem ao próximo e durante todo o nosso percurso ir semeando apenas: alegria, autenticidade, amor, determinação, dignidade, humildade, sinceridade, esperança, tolerância, entre muitas outras…

Mas, será que algum dia iremos realmente ter frutos e uma colheita bastante abastada? Achamos que sim, e é esse motivo que muitas vezes nos faz continuar a ter esperança quando tudo está arruinado. Só de pensar que aquela pessoa, aquela mesmo, que nos causou tantos danos psicológicos, ou físicos, um dia irá pagar por tudo, e colher exatamente o que semeou, faz com que deixemos a vida se encarregar dela e mesmo em sofrimento, custa menos seguir em frente e ter paz.

Sim! Eu acredito que todos iremos colher o que um dia já plantamos, mais cedo ou mais tarde, até porque, senão, que sentido tinha a vida? Seria ela assim tão injusta?

Durante todo o percurso, vamos sempre encontrar pelo caminho, pessoas, que vão a todo o custo tentar danificar a nossa plantação, com pensamentos negativos, desencorajamentos, (ou porque tu não vais conseguir, ou porque és fraca, ele é muita areia para o teu camião…

Este tipo de gente não é feliz consigo mesma, e por isso, tenta incutir essa mesma infelicidade em qualquer um que lhe cruze o caminho. Mas temos de ser fortes, fazer com que ninguém consiga envenenar as nossas sementes com esses pensamentos negativos e odiosos, nem que para isso tenhamos de construir muros mais robustos, e paredes mais resistentes contra a inveja alheia, à volta de toda a plantação, ou até mesmo regá-la com mais frequência e tirar as ervas daninhas. O que não podemos é deixarmo-nos afundar por completo na 55


inundação, causada pelas tempestades que vão surgindo, continuando sempre a semear apenas bondade.

Se semearmos o medo, iremos colhê-lo, se semearmos guerra, confrontar-nos-emos com ela, mas, se por outro lado, plantarmos fé e gratidão, as mesmas habitarão no nosso coração. Deus é tão bom que nos deixará plantar o que quisermos, e o Senhor é tão justo que nos permitirá colher exatamente o que plantarmos

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes

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Macieiras, não dão limões! Assim é a vida. Nascemos, e nesse momento herdamos um imenso hectare de terra fértil, onde ao longo da nossa existência iremos fazer as nossas plantações.

Quando crianças temos o amparo dos nossos pais, familiares que nos ajudam na escolha das sementes, onde as devemos colocar e quais as quantidades certas. Mas certo dia, és tu inteiramente tu o responsável por aquilo que cultivas, e aí tudo se complica. Temos as bases e as teorias, mas, na prática o cultivo é algo bastante complexo.

A primeira grande superação está em fazer a sua divisão. Parcelas iguais? Umas maiores que outras? O que plantar em cada qual? Ou apenas lançar as sementes de qualquer jeito na terra, e esperar…

Todos nós consciente ou inconscientemente já passamos por isto, como estará a correr? Confesso, já semeei coisas terríveis. Não há como fugir. Sabem aqueles catos que tem umas flores lindíssimas, quem nunca?

Não sei se fiz as melhores divisões, mas sei que nas maiores parcelas semeei amor e perdão. Até hoje não me arrependo. Como se costuma dizer, tenho colhido para mim, para dar e para vender.

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Nas restantes parcelas, um pouco de tudo. Qualidade e variedade. A terra não gosta de brotar sempre o mesmo. Assim é a vida… também devemos variar, hoje tristeza amanhã alegria, e vão ver que brota muito mais forte e saudável.

Outra coisa muito importante é a forma como se coloca a semente na terra, a regularidade com que a visitas, lhe tiras as ervas daninhas que se tentam aproximar e a fertilizas, sim os fertilizantes (naturais) também são importantes.

É tão bom termos esta liberdade, colhemos o que semeamos, e nunca achem que se plantarem maçãs daquela árvore, vão brotar limões. Assim é a vida!

Técnico Auxiliar Protésico Sónia Fernandes Ano letivo 2009/ 2012

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Cuidado, a vida é muito curta para ser pequena. É preciso engrandecê-la. E, para isso, é preciso tomar cuidado com duas coisas: a primeira é que há muita gente que cuida demais do urgente e deixa de lado o importante. Cuida da carreira, do dinheiro, do património…, mas deixa o importante de lado. Depois não dá tempo...

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A supremacia do Tempo! Estamos no século XXI, e o que mais ouvimos da boca das pessoas é que não têm tempo para nada, adolescentes que dizem que não têm tempo para si próprios devido à excessiva carga de trabalho de casa, adultos que não têm tempo para estar com a família e amigos, pois a sua rotina é trabalho casa, casa trabalho. Parece-me que chegamos à conclusão que as faixas etárias intermédias, estão cada vez mais a não saber organizar o seu tempo, o que é assunto de preocupação. Mas será que estas pessoas estão realmente a aproveitar bem o tempo? Adolescentes atarefados com estudos para testes, exames, pap´s, estágios, futuro profissional, e claro não poderia faltar a aparência perante os outros, pois temos que nos encontrar dentro dos padrões impostos pela sociedade, como quem diz glúteo tonificado e barriga fina, acredito que com um pouco de photoshop vai tudo ao sítio. Adultos, aqueles que achamos que têm o seu tempo bem organizado, ou pelo menos aparentam, a verdade é que estão no seu ambiente de trabalho e já pensam no que tem que fazer quando chegarem a casa, ou seja, fazer a comida, pôr a roupa a lavar, de seguida a secar, no final de comer lavar a louça, pois convém que esteja tudo limpo caso algum amigo se lembre de aparecer por casa de surpresa. E claro, não poderia deixar de referir os cuidados a ter com as crianças, dar o banho, e como diria a minha tia “chi-chi, cama”, bem parece que por final está tudo organizado e ainda existe algum tempinho para namorar com o esposo, pois bem, nada disso… até porque amanhã é novamente dia de trabalho, e cá me esperam as tarefas domésticas. Logo como resposta ao esposo estou cansada, depois não se queixem da elevada taxa de divórcios por matrimónio.

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Se repararmos na descrição que eu fiz sobre como as faixas etárias anteriores aproveitam o seu tempo, é notório que os adolescentes, não param por um momento e pensam que tem uma família, amigos com quem poderiam desabafar, discutir ideias, objetivos, ou até mesmo trocar um ato de carícia para com o outro. Infelizmente, acham que

é algo

insignificante, mas se o fizessem tudo era mais simples, e a vida seria levada com mais leveza, já os adultos aqueles que achamos que têm tempo para conversar à mesa sobre os assuntos atuais, nada disso, andam atarefados de um lado para o outro, e como muitos referem em busca do melhor para os filhos. No entanto, esquecem-se que o melhor que poderiam dar aos filhos era um pouco que seja do seu tempo, um simples perguntar: Está tudo bem? Correu bem a tua escola?, ou um simples abraço. Infelizmente, estes pequenos atos passam ao lado de quem diz não ter tempo, eu diria que não é falta de tempo, mas sim, uma completa desorganização de tempo e ideias, pois o tempo existe, deve, é ser aproveitado da melhor forma possível, pois não sabemos o que nos espera e a qualquer momento estamos juntos de quem mais gostamos, e noutro podemos não lhes poder tocar.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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A efemeridade da vida! Afinal, o que é suposto valorizar? O que é suposto deixar de lado? Será que não estou a ir atrás do fundamental em vez de ir à procura do essencial? É preciso rever as prioridades. Saber o que é realmente importante, o que é devido da nossa atenção. A vida foi, e ainda é, a maior dádiva que a nossa mãe nos deu. Há que vivê-la, pois em apenas um minuto ou num mero segundo, a vida pode acabar. A morte é certa, contudo, ninguém sabe o momento preciso dela. É necessário viver cada dia como se fosse o último, e fazer como dizem: “Não deixar para amanhã o que ainda se pode fazer hoje.”

Os dias passam e eu vivo a minha vida a dar importância ao que as pessoas dizem e fazem, aos arrependimentos de momentos passados, ao que não fiz, mas deveria ter feito. Contudo, de que me serve isso? Mesmo sabendo que é errado valorizar esses ideais, eu tenhoas. Sou uma rapariga que dá conta de pormenores à sua volta, quando na verdade, se deveria preocupar consigo mesma. Mas será que eu me consigo atribuir o meu devido valor? Será que sou eu quem devo valorizar? Ou os demais que me são importantes?-Sim, no meu ponto de vista, o que eu devo valorizar são as pessoas ao meu redor, que me retribuem carinho, são as atitudes das pessoas, cada abraço, cada sorriso, cada choro, cada aperto de mão, cada aconchego que as pessoas me solicitam. Concluindo, a vida é muito curta e deve ser aproveitada ao máximo até ao último segundo. É preciso saber viver. Dar valor às coisas certas, valorizar o que te faz realmente sentir vivo.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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Um aplauso à nossa existência! Será que nós aproveitamos a vida ao máximo? Será que nós vivenciamos sempre os momentos que a vida nos proporcionou

de forma

intensa e

inesquecível? Será que nós valorizamos mais aquilo que nós somos, e deixamos de lado o que os outros pensam? Será? A verdade é que nós muitas das vezes, cometemos um erro enorme, valorizar mais o que os outros pensam ou acham de nós. Muitas das vezes acabamos por dar mais importância ao que os outros vão pensar da nossa maneira de agir, vestir, falar… do que valorizarmos mais aqueles que nos amam de verdade, independentemente, do que nós mesmos sejamos. Muitas das vezes estão presentes na nossa cabeça diversas questões que vão surgindo ao longo do percurso das nossas vidas, como por exemplo: Será que vale a pena lutar? Porque é que não sou bonita como ela? Porque é que a vida é injusta comigo? Será que vou ser alguém no futuro?... E estas são as questões que vamos articulando, a nós mesmas, ao longo da nossa vida. Somos seres humanos, e como tal, temos as nossas formas de pensar, agir, vestir, as nossas qualidades e os nossos defeitos, que nos permitem encontrar diferenças entre nós mesmos, e aqueles que nos rodeiam.

Para finalizar, acho que devemos dar mais valor e importância aquilo que nos faz bem, valorizar aqueles que nos amam verdadeiramente, e o mais importante confiar mais em nós mesmos, e nunca desistir dos nossos sonhos, mas sim, lutar por eles e vivenciar cada momento da nossa vida.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Filipa

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A era da regressão humana Vivemos no mundo do “não há tempo” – toda a gente diz esta frase quase inconscientemente. Vivemos na era dos smartphones, marcada pelos grandes avanços tecnológicos.

Vivemos

na

era

dos

sentimentos mascaradas e das palavras supérfluas. No fundo, vivemos na era do grande avanço tecnológico associado à grande regressão humana.

Se ostentar não é sinónimo de riqueza e trabalhar não implica necessariamente ser trabalhador, então podemos afirmar que estar vivo não implica ser-se vivo. Na minha opinião uma pessoa viva é alguém que é luz na vida dos outros, alguém que mesmo tendo todos os motivos para odiar prefere amar, é alguém que faz uma boa gestão do tempo, e sempre presa ao que é real.

Em suma, o tempo não volta atrás, o que volta é a vontade de voltar no tempo, por isso, fazer uma boa gestão deste orgulhoso mistério fará progredir o sentimento humano.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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Um velho índio estava a falar com o seu neto e contava-lhe: - Sinto-me como se tivesse dois lobos lutando no meu coração. Um é um lobo irritado, violento e vingativo. O outro está cheio de compaixão. O neto perguntou: -Avô, diga-me qual dos dois ganhará a luta no seu coração? O avô respondeu: - Aquele que eu alimente.

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O bem e o mal O bem e o mal, dois conceitos tão diferenciados. Mas o que é realmente o bem e o mal? É designado de bem aquilo que apresenta aspetos positivos, que de certo modo nos traz felicidade, em oposição, o mal, palavra fria que

nos

remete

para

a

infelicidade, que não é desejável que se encontra em oposição à virtude.

Todos nós, seres humanos apresentamos dois lados o dito lobo irritado, violento e vingativo, e o lobo que está cheio de compaixão para com o próximo.

Somos nós, que decidimos qual o lado que queremos que predomine, e se queremos que o lado bom sobressaia, devemos fazer escolhas conscientes, que promovam o bem e que ocultem o lado negro que todos temos.

Qualquer um de nós, reconhece o bem e o mal, e sabe muito bem reconhecê-lo nas suas ações, porque todos temos uma voz interior que funciona…cabe a nós querer ouvi-la ou ignorála.

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No entanto, existem pessoas que são boas e outras que infelizmente aperfeiçoam-se no mal, vestindo-se com mantos negros, espalhando maldade por onde passam, estes são os seres humanos confusos e ignorantes, mal orientados por outros seres humanos igualmente confusos e ignorantes. Infelizmente, nem todos os seres humanos têm a capacidade de visualizar a primeira, o bom caminho, e muitas das vezes deve-se ao facto de a escolha desses caminhos pôr em causa a estabilidade da pessoa, Claro é, ser muito mais fácil prosseguir um caminho quando nos encontramos na nossa zona de conforto, e até poder interferir com o colega do lado, mas, se não interferir com o meu ser, ótimo, porque o que importa sou eu, e não o outro.

Infelizmente, visualizamos no mundo atual que fazer o mal, é fácil, difícil, é praticar o bem. Tenho a certeza que se fossemos propensos a fazer o bem, o planeta não estaria a ser destruído, e assim não veríamos tantas crueldades hodiernamente!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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O meu reflexo Olho-me no espelho todos os dias, mas não sei exatamente o motivo de o meu reflexo ter duas partes. Inúmeros dias tudo parece cinzento, até há revoltas com o meu eu. Noutros, o sol brilha exageradamente, e tudo representa a transparência da água. Nem sempre é fácil viver com duas partes dentro de mim, e, por isso, sei que só tenho de fazer uma dessas partes crescer.

Todos nós escolhemos o que queremos no nosso interior, todos nós temos o poder da escolha. Eu procuro encarar todos os dias como um recomeço, pois se no dia de ontem o nosso interior estava numa confusão, no dia de amanhã, não estará mais num turbilhão!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Adriana Silva

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Vida! Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me dececionei com pessoas que eu nunca pensei que iriam me dececionar, mas também já dececionei alguém. Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, e amigos que eu nunca mais vi. Amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, e quebrei a cara muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo). Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida. E você também não deveria passar! Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Augusto Branco 70


O universo Cada ser humano é um universo - em cada um a gravidade e os constituintes químicos agem consoante as suas próprias leis. Por ser algo tão grandioso e abstrato, as leis de uns não são iguais às de outros – as formas de ver o mundo divergem, os defeitos assim como as virtudes aparecem, as maneiras de sentir crescem enquanto os pensamentos florescem. Algo não palpável acaba de ser criado, algo que pela sua grandiosidade não pode ser medido, e muito menos pesado.

Durante muito tempo o meu universo andava instável, uns montes de explosões aconteciam enquanto grandes descargas de energia estavam a ser libertadas. Durante muito tempo vivi a pressão de conseguir tudo aos vinte e poucos anos - a pressão de profissionalmente ser doutorada em algo que fosse relevante para a sociedade – hoje em dia luto muito por aquilo que gosto e que me enche o coração. Já senti também a pressão de ser uma mulher perfeita, a pressão que a junção das minhas duas mãos pudesse dar o tamanho da minha coxa. As mulheres, hoje em dia, são bombardeadas diariamente com o protótipo de beleza, todos os dias as redes sociais e os meios de comunicação criam em nós a inquietação de sermos correspondidas, aos ideais de beleza modernos. Por muito tempo, este foi o meu pensamento, contudo, quanto mais eu queria alcançar a perfeição mais imperfeita eu ficava. Hoje em dia, reconheço que trivializamos a palavra beleza, a beleza não se vê com feições, mas sim com olhos cegos.

Aprendi que tudo tem o seu tempo, tudo acontece quando tempo que acontecer, e estou a aprender a desacelerar a mente para não ir mais rápido que a própria vida.

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Aprendi também que ser bondoso é a maior beleza que podemos demonstrar, somos humanos e, muitas vezes, a nossa mente é um lugar sombrio, contudo, quando percebemos que mentalmente estamos a criticar alguém temos que parar e transformar a crítica num pensamento de luz para a outra pessoa. A escuridão é invadida pela claridade e a paz instalase. Em suma aprendi a ver as coisas de forma positiva, assim como nós, as plantas precisam tanto de chuva, como de sol, para florirem. Encontrei a resiliência, e vejo em cada estrela, um universo.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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Simplesmente Vida! A vida é um conceito bastante complexo, eu diria que é um ciclo, nascemos, vivemos e é certo que morremos. O Homem, espécie complicada, difícil de lidar, pois somos todos diferentes e não agradamos a todos, e ainda bem que a assim o é, senão teríamos um mundo chato e monótono. Descendo ao particular, e abordando em especifico o ser humano, apesar de diferentes, podemos apresentar algumas semelhanças, provavelmente já todos nós perdoamos erros quase imperdoáveis, que acharíamos que de forma alguma aquele erro teria perdão, mas enganamo-nos. Já tentamos substituir pessoas insubstituíveis, e esquecer pessoas inesquecíveis, mas é difícil. Possivelmente, já fiz coisas por impulso, mas será que me arrependo? Já me dececionei com pessoas quando nunca pensei me dececionar, mas também dececionei alguém, diria que não somos perfeitos. Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado e a dor é intolerável, imaginem uma lâmina a dilacerar os pequenos capilares que envolvem o coração, é como ver a morte tão perto, mas não aconteceu.. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor, e fiz juras eternas, mas “quebrei a cara” muitas vezes! Será que aprendi? Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e… tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder)! Mas sobrevivi! Talvez a pessoa em questão não valesse a pena, ou apenas era a sua hora? E ainda vivo! Não passo pela vida em vão… e todos nós também não deveríamos passar, devemos viver. Bom mesmo, é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve, e a Vida é muito para ser insignificante. 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Sobrevivência nas escolas! Escritor(Valter Hugo Mãe) foi a uma Escola e viu um Professor ser agredido Numa escola, quando me recebiam em grande festa, o alarido escondeu um gesto horrível que só eu vi. Um professor ainda jovem, tímido e algo frágil, foi surpreendido por um aluno escondido atrás de uma porta que o esmurrou sumariamente. Não é fácil de explicar mas, quando seguia ao meu lado, ouviu o seu nome à passagem, inclinou o rosto para o vão entre a porta e a parede, e só eu, por um ínfimo e inesperado instante, vi o punho voando e ouvi a ameaça clara do miúdo: fodo-lhe o focinho. A diretora da escola dizia que a mãe de uma menina mandara um bolo. Outra menina pediu para fazermos uma fotografia. Comentavam que sou muito mais gordo na televisão. Diziam que talvez chovesse. O professor agredido apanhou um livro do chão, disse: agora não. Voltou ao meu lado na mesma expressão afundada de há pouco. Queria uma dedicatória. Pediu desculpa por haver sujado a capa. Os livros brancos são como as almas, padecem só de pertencerem a alguém. Eu não me canso de pedir respeito pela escola e pelos professores. O descalabro do Mundo incide sobre o universo escolar como uma bomba-relógio. Tudo o que falha se dissemina pelas crianças e pelos jovens. Mas julgo que ninguém pode desejar a degeneração do lugar onde os seus filhos se educam, o lugar onde o futuro se educa. A atenção à sanidade escolar precisa de ser prioritária. Não vai haver esperança para gerações mal formadas, admitidas à demasiada ignorância ou egoísmo. O episódio de um professor mal preparado para lidar com o impertinente da juventude, noticiado há dias, não pode enganar-nos. O digníssimo ofício de ensinar tem perigado por políticas sempre pouco consequentes, mas tem perigado mais ainda pela progressiva aceitação da humilhação dos professores. Os professores fazem a vida inteira o que poucos de nós aguentariam fazer por uma só hora: estão entre quatro paredes com vinte ou trinta crianças ou jovens tentando que aprendam algo enquanto tudo nos seus corpos, nas suas idades, pede movimento, ruído, enquanto trazem de casa a marca das crises familiares, tantas vezes a fome e a violência. Que alguns professores sequer sobrevivam ao díspar dos alunos já é heroicidade de que se podem gabar. Dediquei o livro assim: peço-lhe que não tenha dúvida, é um dos meus heróis. Não é pelo medo que falhamos. É pela falta de coragem. Como conversámos, não está em causa desistir. Nem dos alunos, nem do futuro. Mas isso implica começar por não desistir dos professores. Valter Hugo Mãe, in Jornal de Notícias, 3-11-2019

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O ofício de ser Professor! O ofício de ser professor, diria que é uma tarefa árdua, ensinar não é uma tarefa simples, mas algo que é aperfeiçoado ao longo da vida profissional. Acredito que apesar de toda a formação académica que todos os professores carregam aos ombros, a primeira vez que se encontram numa sala de aula, e lecionam deve-se equiparar à primeira vez da borboleta a sair do casulo. É certo que o inesperado os espera, mas a vontade de o fazer é maior. É sentir o sangue efervescente a percorrer os vasos sanguíneos, é sentir-se vivo, neste mundo complexo. E, a partir desse momento inicia-se na vida de cada professor uma caminhada, em busca de atingirem o seu objetivo, a formação de homens e mulheres. Mas, como tudo na vida, o caminho não é certo, e por vezes pode apresentar lacunas, ensinar é um processo de permanente construção. Se pensarmos e repensarmos, os professores fazem a vida inteira o que poucos de nós aguentariam fazer por uma só hora: estão entre quatro paredes com vinte ou trinta crianças ou jovens, a tentar que aprendam algo, enquanto tudo nos seus corpos, nas suas idades, pede movimento, ruído, enquanto trazem de casa a marca das crises familiares, tantas vezes a fome e a violência, mas esse lado é encoberto por um sempre sorriso no rosto, por muito que seja a dor interior. Infelizmente, nos dias de hoje, observamos agressões físicas e verbais para com os professores, pois estes encontram-se expostos a um grande número de jovens com personalidades diferenciadas e por vezes complicadas. Mais assustador ainda, é saber que muitas das agressões que são visíveis em redor do mundo, são encobertas, muitas das vezes pela própria instituição escolar, para que não ocorra o comprometimento da escola, sendo a agressão vista como algo insignificante. Deveria haver um respeito mútuo entre professor e aluno, o professor nunca deveria abusar do poder e da autoridade que tem sobre um aluno, e o aluno deveria respeitar sempre o professor, e vê-lo como um aliado, e não um inimigo. 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Professores! Outrora,

os

nossos

professores já foram alunos. Alunos estes, que tinham aulas, iam para casa, ajudavam nas tarefas domésticas e ainda arranjavam

tempo

para

descontrair, e aproveitar ao lado da família e amigos, tal como nós. Entretanto, estes alunos evoluíram na sua carreira profissional, chegando à sua atual profissão de professor. Acham então, que toda a aprendizagem se adquire na escola? E quanto ao caráter? A família não tem o seu papel em relação a isso? - Afinal de contas, normalmente, a família é quem tenta encaminhar o estudante para as boas influências, os bons caminhos. Contudo, temos de ter em conta o facto que o aluno passa maioritariamente, o seu tempo na escola, tornando-a, inevitavelmente ,uma base do seu quotidiano. Reitero desta forma, que a escola tem um grande papel no que toca à educação, aquando da ausência dos pais, tendo noção, que há coisas que nem os pais, ou a escola, podem ensinar ao aluno. Vindo as bases do ninho, cada estudante deveria saber ou ter noção de certos parâmetros para com a sua vida escolar, em relação ao seu caráter, sendo alguns destes parâmetros: o respeito, saber ouvir, seguir as normas, ser humilde, proativo, demonstrar simpatia e ajudar o outro sempre que necessário. No entanto, infelizmente, são raros os estudantes que seguem estes princípios. Ninguém é perfeito ,e não digo que uma pessoa seja totalmente inata destes princípios, é impossível, pois está sempre presente um lado rebelde ou malicioso em cada um de nós .Quem quer que seja! Em outros tempos, o respeito e a ética eram impostos, fazendo com que os alunos tivessem o devido caráter, tanto em casa como na escola. Atualmente, foi dada a liberdade de se poder demonstrar as opiniões, o seu ser, e eu não acho isso errado. Mas, tudo tem o seu limite. Deveremos, como alunos, saber demonstrar os nossos ideais, mas com o devido

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respeito, pois o nosso professor também é uma pessoa. Também tem o seu lar, família e desgostos, tal como qualquer um de nós. É necessário ter noção e tentar ver o lado do mesmo. Tu tratas o teu professor de igual modo, que tratas os teus pais, em relação ao respeito? O professor lida com alunos a vida inteira, a função dele é chegar à sala e ensinar, fazer bem o seu papel e sentir-se de certa forma, bem sucedido em relação à evolução dos seus alunos. E, por isso mesmo, não devia ser maltratado, uma vez que os alunos estão na sala para aprenderem. Aprenderem, a desenvolver tanto o seu caráter como também o seu conhecimento. Logo, a questão de ensinar, e ser ensinado é benéfico para os dois lados. Saliento que tanto os alunos, como os professores, são a chave do ensino, por isso, o respeito deve ser mútuo, permitindo um equilíbrio nesta escola a que chamamos “vida”.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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O mundo escolar! Quando nós iniciamos uma retrospetiva sobre o mundo escolar, pensamos automaticamente na chave dessa porta, os alunos! Mais do que os próprios professores, os que gerem o movimento de geração em geração, são essencialmente os alunos que “comandam as aulas”. E não estou a referir-me ao “comandar” de mandar mas sim, ao “comandar” de aprendizagem! Durante este processo que quase sempre o convívio se torna de 3 a 4 anos, ou mais com os mesmos alunos, um início coeso e determinado fará levar um rumo mais fluido e sobretudo respeitoso entre ambas as partes! Não coloco de parte os conflitos porque esses sempre existirão, não é pela diferença de idades, nem pelo facto de vidas diferentes... é pelo simples convívio entre pessoas, o seres humano é mesmo assim! Mas a nível do professor, é tentar controlar o mais possível a situação, a nível dos alunos é apoiar-se na boa conduta de um cidadão desde novos e, para além disso, a nível dos pais estabelecer os bons hábitos em casa, já que, os filhos são o seu reflexo na escola! Isto tudo teria de mudar, não coloco a culpa nem nos professores, nem nos alunos! Coloco sim nos seus pais, o seu suposto exemplo para a vida! Pelo que parece a violência revolve, o quão nunca resolveu um problema de raça humana, porém, a maturidade resolve a seguir e, a justiça, a seguir ainda! Sejamos civis, desde pequenos, não se tentem desculpar, nem culpar os outros!

Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira Ano letivo: 2015/2018

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Halloween O dia das bruxas É uma tradição Crianças na rua Com doces na mão

Batem as portas E querem saber Doçura ou travessura Só basta escolher

As bruxas campestres Lá fora vão sair Fazer as feitiçarias Sem ninguém descobrir.

Poesia: Helena Arantes / Desenho: Fábio, Nádia e Marta 3º Ano, Técnico Auxiliar Protésico

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Há muitas feiticeiras Com varinhas e caldeiras Se não tiveres cuidado Ficas logo envenenado

Pernas de rã e pele de cobra Vai tudo para o caldeirão Mexe mexe sem parar E a formiga vira pão

Mascaradas de moças belas Enganam toda a gente Fingem ser donzelas E não deixam ninguém contente

Poesia: Helena Arantes / Desenho: Samuel, Nádia e Marta 3º Ano, Técnico Auxiliar Protésico

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Se tens um amigo diferente Ao lado dele tens de estar Não te faças de indiferente Pois no futuro podes tu precisar

Pretos, amarelos ou ciganos Todos temos de respeitar Apesar das etnias A todos devemos amar.

Poesia: Helena Arantes / Desenho: Marta, Nádia, Helena e Fábio 3º Ano, Técnico Auxiliar Protésico

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Ensinemos as crianças a serem felizes, em vez de serem perfeitas

As primeiras idades são fundamentais para todos os seres humanos, a necessidade de proteção, a dependência de seus cuidadores, sua sede de amor e a satisfação de suas demandas é o que determinará, em grande medida, como se desenvolverão em suas vidas como adultos. A maioria das culturas deixa de lado as principais necessidades das crianças e o propósito da vida como tal, para colocá-los em uma corrida para a qual elas nem estão preparados, argumentando competitividade, qualidades de liderança, independência, encorajamento e atitudes que o ajudam a se destacar, superando as habilidades dos outros. As crianças, como boas esponjas, absorvem tudo o que suas principais fontes de influência lhes oferecem e são as ideias e crenças básicas que as acompanharão durante a maior parte de suas vidas. Somente quando o adulto questiona essas crenças ele é capaz de transformálas em favor. As crianças não precisam aprender a ir ao banheiro aos dois anos de idade, nem aprender a ler aos quatro, tão pouco precisam estar no rol de honra, nem ter uma parede ostentando medalhas. 83


Isso não significa que isso seja errado, mas você não deve pressionar uma criança a fazer algo diferente do que a faz feliz, você não deve comparar, e muito menos traçar um prognóstico de sua vida para suas primeiras demonstrações de presença ou ausências. talentos Somos todos especiais para algo, pressionamos uma criança a se destacar em um desporto, sacrificando suas horas de jogo, a recreação não é necessária, muito menos quando isso é resultado dos caprichos dos pais ou dos sonhos frustrados. Se ensinarmos as crianças a ouvir, a fazer o que gostam, a pensar, a administrar suas emoções, certamente lhes daremos ferramentas para que possam escolher suas próprias opções, mesmo desde a infância. É sempre útil uma orientação, alguma sugestão, mas a imposição não deve ser um recurso, muitas vezes os presentes da criança não se desenvolvem para encorajá-los a realizar qualquer outra atividade que consideremos ser a melhor para eles. Entenda que a melhor coisa para as crianças é manter essa essência com o seu ser, o que lhes permite ter o equilíbrio que mais perde com o passar dos anos, à medida que começam a estabelecer prioridades erradas logo no início. A contribuição mais valiosa que podemos oferecer aos nossos filhos é o amor, o respeito pelos seus tempos, pelos seus gostos, pelas suas preferências, pelo tempo de qualidade que oferecemos, pelo interesse que mostramos nas suas coisas, mesmo que os vejamos muito pequenos. É isso que definirá sua segurança, sua autoconfiança, seu amor próprio, seu senso de pertencimento. O que deve ser encorajado é o impulso de ser melhor que eles mesmos, de fazer de si mesmos, dia após dia, sua melhor versão, não importa o que o irmão, o colega de classe ou o filho do vizinho faça. Cada ser é único e tem todo o direito de ser feliz, rodeado de pessoas que valorizam o que é, quem o guia sem forçá-lo, todo mundo merece crescer e ser formado por ser amado, por quem o rodeia e aprender todos os dias a se amar mesmo. Quando essas bases são bem fundamentadas, haverá pouca chance de ele não estar alinhado com sua felicidade e certamente se destacará, mas não porque procure competir, mas porque saberá o que quer, o que o faz feliz e será muito difícil para ele não trabalhar. Não será perfeito, mas será mais claro do que muitos o propósito da vida, que não é outro senão: ser feliz!

Sara Espejo 84


O ser perfeito, e o ser feliz Nos tempos atuais é possível observar uma parte de jovens com principais bases, tais como:

a

competitividade,

qualidades

de

liderança,

independência, encorajamento e atitudes que o ajudam a se destacar,

superando

as

habilidades dos outros. Não é mau, no entanto, se for algo pressionado por parte de outros, a criança vai

fazê-lo por

sacrifício em vez de o fazer por gosto,

para

satisfazer

os

caprichos dos pais ou tornar realizados sonhos frustrados. Vou contar-vos uma pequena história que relata da melhor forma possível o quererem decidir o futuro dos jovens.

Uma jovem rapariga de ideias fixas e objetivos planeados, foi ao longo da sua vida martirizada pela obsessão que os outros tinham em dizer o que ela deveria seguir no seu futuro. Os sonhos que pretendia alcançar foram destruídos, pelas palavras inúteis que ouvia dos outros, tornando-se numa mulher triste, rancorosa, nervosa e com uma enorme lacuna no seu coração por não ter seguido o que desejava, mas por ter dado ouvidos aos conselhos que lhe davam: Tens que tirar as melhores notas, tens que ser a melhor da turma, tens que ser delicada, assertiva, ter postura, tens que ter uma profissão de alto cargo para que possas ter estabilidade económica, diziam-lhe friamente só vais ser uma verdadeira mulher se seguires estes passos, só vais ser perfeita se abdicares dos teus sonhos inúteis e infantis. Não sabiam estes seres que com as suas palavras estavam a tornar negro o interior de uma menina pura, e cheia de sonhos. 85


O tempo passou, e infelizmente, esta jovem seguiu o caminho da infelicidade da amargura. Tinha tudo aos olhos dos outros, no entanto, não tinha o mais importante amorpróprio, odiava-se por ter seguido os conselhos daqueles que a viram crescer, achando esta que seria o melhor para ela. Refletia imensas vezes na sua vida, via-se sozinha neste mundo complexo, questionava-se se realmente valeria a pena lutar mais por esta vida de completa ilusão, tentava encontrar uma porta de saída, mas encontravam-se sempre fechadas ao seu ver. Certo dia, esta jovem mulher decidiu que não valeria a pena lutar mais e o inevitável aconteceu. Alguns questionaram o porquê de esta jovem mulher ter desistido da vida, se tinha tudo. Eu questiono-me o porquê de este ser ter visto a morte como única saída.

Infelizmente, neste mundo não faltam pessoas a quererem decidir o futuro dos jovens e a achar que estão a fazer o melhor, mas, no entanto, estão a destruir a vida de um ser, para poderem ver os seus próprios sonhos, tornarem-se realidade.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Magusto da E.E.E.P- Monte de S. Gonรงalo

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O espírito Natalício chegou à E.E.E.P Finalmente é Natal! Tanto tempo que esperei. A família reunida Foi tudo o que sonhei

Todos ao redor da mesa Com conversas animadas As crianças a pensar nas prendas Parece um conto de fadas

Pelas prendas ansiei Noutra coisa não pensei Quanto mais o dia se aproximava Mais ansiosa eu ficava

E os três reis magos A estrela guiou

Poesia: Helena Arantes

Foram ver o menino

Desenho: Samuel Sá

Que nas palhas encantou

3º Ano, Técnico Auxiliar Protésico

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A essência do Natal Dia 1 de dezembro inicia-se o advento, contagem crescente, para o dia 24 de dezembro. Dia em que se realiza a ceia de Natal, e no dia 25 de dezembro comemora-se o nascimento de Jesus.

De

uma

forma

simplificada

todos

nós

remetemos a festividade natalícia para a família, paz, união, alegria, esperança e outros tantos adjetivos que definem acentuadamente esta época. Mas, será que ao longo do tempo estes conceitos estão a ser irrelevantes para os demais? Será que o verdadeiro sentido do Natal está a ser esquecido?

Infelizmente, e visivelmente aos olhos de quem quer ver o Natal, cada vez mais se resume a mesas fartas, dito pelo típico português, à grande e à francesa, preocupações em enfeitar a casa, mas esquecem-se das verdadeiras decorações. Presentes irrelevantes muitas das vezes aos olhos de quem os recebe, de uma forma geral podemos observar um enorme consumismo à volta desta época, e o que é, diria eu preocupante. O Natal é muito mais que presentes, comidas, decorações insignificantes, é a união familiar. Mas, preocupantemente, observamos famílias, atualmente, que em vez de se envolverem no convívio familiar natalício, ficam isoladamente num canto com o grande companheiro de hoje em dia das pessoas, um pedaço de metal, que ao primeiro sinal de entrada de um nova notificação será rapidamente visualizado. Seria bastante benéfico para a sociedade se as pessoas tivessem essa rapidez para efetuarem um ato de caridade, tenho a certeza que o mundo não estaria tão negro de alma como se encontra.

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O Natal tem um significado grandioso e deveria ser comemorado como tal, deve-se fazer uma preparação para festejar o Natal, isto é, devemos estar limpos de alma, libertar-nos de preocupações insignificantes, colocar para trás das costas amarguras, rancores sentidos pelo outro, para que possamos sentir o verdadeiro sabor do Natal, porque se estamos podres de alma, o verdadeiro sentido desta quadra nunca chegará aos nossos corações. O

que

vemos são pessoas a acharem que estão a festejar o Natal, mas, na verdade, apenas estão a tentar abstrai-se dos problemas, que lhe consomem a alma.

Desenho: Helena Arantes /3º TAP

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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A Magia do Natal! Este ano não te posso comprar nenhum presente, disse a mãe, como todos os anos dizia. Não faz mal, respondeu o menino, como todos os anos respondia. Talvez para o ano as coisas sejam diferentes, disse a mãe, na mesma voz com que rezava todas as noites. Talvez, mãe, respondeu o menino, na mesma voz com que mentia. Se eu conseguisse juntar dinheiro, meu filho, pensou a mãe. Se eu conseguisse juntar os bocadinhos do teu coração, minha mãe, pensou o menino. Um dia, vou dar-te o que me pedires, prometeu a mãe. É hoje, dá-me a mão, pediu o filho, o amor é sempre hoje. lado.a.lado

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Sofre de stress com as compras para o Natal? “Às vezes só me apetece baixar os braços, simplesmente abandonar o barco e desistir Doutor” ou “Só ainda agora começou e já estou farto desta época!”. Quantas vezes ouço estas frases nesta época festiva. Estas e muitas outras. Até cheguei várias vezes a colocar a mim próprio a seguinte questão: “porque raio é que nas épocas festivas é quando chega grande parte dos meus clientes?”, “Porque é que esta altura gera tanto stress?!”. A verdade é que os cépticos e os niilistas desta época podem já estar a enumerar várias razões, mas na verdade as variáveis ainda são mais densas do que qualquer número que esses sujeitos possam apontar e, mesmo os cépticos e os niilistas, deveriam fazer uma introspecção de forma a perceber se não foram apanhados pelo efeito Lúcifer que de alguma forma consome a perda total de sentido nas coisas. No entanto esse não é o propósito deste pequeno texto. O propósito é fazer uma pequena reflexão acerca do espírito natalício e do consumismo. De que forma o consumismo genuíno pode ser uma boa fórmula para absorver aquilo que de melhor o natal tem para oferecer. Dessa forma, a junção de natal + capitalismo gera só por si stress. Quando se perde a essência do espírito natalício que deveria ter por base o amor, a reciprocidade, a comunhão, a aceitação da diferença e a confraternização, trocando estes princípios pelo consumismo materialista desenfreado, a coisa não pode dar certa. Na verdade, eu apontei que um dos adjectivos subjacentes ao natal é o amor e a reciprocidade. Dessa forma faz todo o sentido a troca, a partilha, o dom/débito, ou seja, o acto de dar e receber. Verifiquem como é bela esta última expressão, o acto de dar e receber. Dizer que o natal também é a arte de dar e receber, é por si só complexificar a época. É adicionar uma conjunção copulativa, que por si só realça a adição. O Natal é uma época de adição e de reposição, pois acrescenta algo que nos falta, sendo esse o princípio da reciprocidade. No entanto, esse algo acrescentado, através da reciprocidade, não significa a restituição do valor gasto. No fundo, aceitar a diferença é perceber que a reciprocidade não se paga na mesma moeda. No natal, as métricas podem divergir na hora da troca e aquele que oferece por dinheiro pode receber por afecto. Contudo entra em pé de desigualdade, porque o afeto não se compra através do dinheiro e nós iremos precisar sempre mais de afecto do que de dinheiro. Eu lembro-me quando eu e o meu irmão começamos a trabalhar, ainda estávamos na faculdade e éramos trabalhadores estudantes. Sempre fomos uma família muito humilde e nunca ligamos muito às prendas de natal, sabíamos que um bom pão de ló, algumas rabanadas e uma boa aletria caseira feita pela nossa mãe, era tudo o quanto bastava para um natal feliz. Contudo, também somos jovens de carne humana e sabemos que vivemos na voz do consumo.

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Nesse ano queríamos matar um desejo conjunto e reunimos dinheiro para comprar uma Ps4 em segunda mão. Compramos dias antes do natal e o nosso maior desejo era jogar. No entanto aguardamos porque sabíamos que o maior prazer da nossa irmã era abrir prendas e no fundo aquela era a maior prenda para os 3. Juntando o útil ao agradável esperamos e, tal como com outros presentes, aguardamos que a nossa pequena irmã os desembrulhasse a todos. Pequenas coisas, tais como chocolates e outras coisas que nos foram oferecidos por conhecidos, familiares e amigos do meu pai. Todavia, qual seria o maior espanto quando nos apercebemos que o maior presente estava aí mesmo… Enquanto olhávamos, mas mais do que isso, observávamos a nossa irmã. Os seus olhos brilhavam simplesmente por ser criança e porque naquele natal teria um desafio maior para desembrulhar a última peça. A nossa felicidade resumiu-se em 1.40m de pura doçura com os olhos a brilhar. São nestes pequenos momentos que o natal nos ensina a ir além do consumismo desenfreado catapultado pelo amor platónico do capitalismo. Do lado a produção, ou sejam o lucro ainda não alcançado, do lado do consumo, ou seja, os valores materiais que ainda faltam ser adquiridos. Nesse natal nós provamos um pouco dos prazeres do capitalismo. Porém eu não sou hipócrita como uns tantos que afirmam que o Natal não deve isso. Não deve ser só isso, mas também é isso! Na verdade, esse verão de trabalho com o meu irmão foi bastante sofrido e achámos ambos que merecíamos um miminho sobre algo que valorizávamos na altura. No entanto, olhando em retrospectiva, o que marca genuinamente essa altura festiva e outras tantas é a família. A família unida ou a relação próxima com aqueles que mais amamos. Infelizmente o que mais recebo em consultório são famílias destroçadas. Destroçadas pelo consumismo existencial, aquele que nos consome a alma e não nos permite ver mais além. Aquele que, derivado do trabalho ressentido, frustração, traumas e perda de sentido nas nossas ações, nos arrasta até um vácuo onde qualquer coisa que compremos não preenche o buraco negro que nos absorve por dentro. O paradoxal disto tudo é que na verdade, nós ampliamos a existência e acendemos uma luz no centro desse buraco negro, através do consumo! Um consumo genuíno, verdadeiro e mais transcendente. Consumindo cultura, consumindo valores, consumindo afetos, consumindo a beleza das coisas através de uma atenção devidamente sustentada no tempo e no espaço. No fundo, tudo aquilo que o dinheiro não alcança mais, ou pelo menos em parte. Neste natal só espero que pare um momento, respire fundo e desfrute daquilo que já possui na vida e que não pode ser adicionado por valores materialistas externos. Consuma o que tem e adicione algo mais. Adicione a experiência, adicione o conhecimento, adicione afetos e não se esqueça de acima de tudo de adicionar o amor… Um bom natal. Dr. João Diogo Vedor

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Poesia Natalícia É uma época festiva É uma época especial De Jesus celebra-se a vida O seu nome é Natal

Os três reis magos De sua terra trouxeram o melhor Incenso, mirra e ouro, foram os presentes dados Por Baltazar, Gaspar e Belchior

Virgem Maria e José Tinham um grande papel Realizaram o nascimento de Jesus Em Jerusalém, cidade de Israel.

Época de amor Época de união Juntam-se as famílias E preenche-se o coração.

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Quando novas não sabemos Toda a gente é inocente A reunião da família Sempre será o melhor presente.

Poesia: Lucas Rocha (3º TEAC) Desenho: Nádia Costa e Marta Sousa (3º TAP)

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Convívio Natalício da E.E.E.P

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A Professora Isabel Maciel e todos os discĂ­pulos que abrilhantaram esta revista, desejam a Todos VĂłs, um esplendoroso Natal, iluminado de Amor e Paz, na companhia de todos aqueles que pincelam a vossa vida como um arco-Ă­ris.

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