Revista 2º Período

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Tec. Auxiliar de

Tec. Auxiliar de

Prótese

Saúde

Escola Europeia de Ensino Profissional

Tec. Eletrónica Automação e

Computadores

Manuel Rodriguez Suárez

Pontes

para o mundo de trabalho…

Revista Realizada por: 3º TAS 3º TAP

Disciplina: Português

Design Gráfico: 3ºTEAC

Ano Letivo: 2017/2018

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Professora: Isabel Maciel Edição: 14 – Abril


Seja bem-vindo 2018 Olá

querido

2017!

Quero apenas dizer-te que neste

ano

me

destes

instantes memoráveis, desteme histórias risonhas e outras que não me quero nem

lembrar.

aprendi

Cresci

contigo,

e

neste

momento, olhando para as estrelas posso ver que neste tempo, fizeste-me ver e perceber que a vida corre, e não há tempo para imaginar cessar. Fizeste-me ver que amar e ser amada, dar um sorriso e receber outro, dar carinho e ser acarinhada não tem preço, é substancial para mantermos a chama calorosa que nos permite viver. Eu venci, lutei por mundos e fundos para chegar onde estou agora. Chorei baba e ranho para dominar e desafogar as dores que decidiste gravar em meu ser, amei e fui amada, e quando reparei nisso faltavam apenas poucas horas para a chegada de um novo ano. O tempo consome-se, nem damos conta das horas passarem… Hoje quero pedir-te desculpa, eu prometo que vou ficar com todas as recordações que me deste, e fazer delas um dia o meu livro. Permanecerei também com as memórias e pessoas que me constituíste… mas hoje, hoje eu vou ter que te mandar embora, vou desligarme do meu passado e receber o que hoje completará o meu presente. Hoje vou arrecadar novas oportunidades, novas esperanças, sorrisos, lembranças e experiências. Um amigo chamado 2018 tem reservado para mim, e para todos vocês um livro de 365 paginas, completamente em branco, onde nele tu podes escrever tudo, sem medo que a tinta da caneta acabe. Vais poder registar todos os teus sonhos e medos, coragens e desafios, inseguranças e incertezas, e os teus amores e desamores vão ter direito a estar gravados numa das tuas folhas e passagens de vida. Quero poder estar bonita quando chegar a meia noite para poder receber o 2018 de braços abertos, quero estar presente e junto daqueles que mais amo, para poder abraçar e dizer obrigada por fazerem parte da minha narrativa. Agradecer-lhes por completarem mais um 2


capítulo comigo, e à meia noite com as lágrimas nos olhos, vou comer as tais 12 uvas passas e vou lembrar-me de tudo o que fui, e que agora não sou mais. Vou lembrar-me do antes e do depois, vou sentir-me feliz por estar onde estou e direi com toda a coragem BEM-VINDO. Estou preparada para voltar a viver em pleno, estou pronta para ser desafiada, estou apta para traçar metas e destinos. Tentarei dar tudo de mim, para realizar cada sonho que hoje te digo em segredo, estou pronta para conseguir abraçar e perdoar quem um dia me feriu. Afinal, é mesmo assim, ano novo vida nova, novas amizades, novos sonhos, novos desafios, novas oportunidades, novos amores. Somos seres tão simples, e com uma vida tão repleta em nossas mãos para não fazer dela uma tremenda aventura. Tu que um dia provavelmente só, sim vais ler este texto, quero que saibas que nunca é tarde para se desejar bom ano, por isso eu hoje aqui e agora quero dizer-te isto: Obrigada por fazeres parte da minha história, se não fizeste, ainda vais a tempo. Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Olha para este ano com esperança e terás a convicção que tudo poderá funcionar e ser como talvez um dia sonhaste, porque tudo o que se costuma desejar é saúde, paz, amor, e já pensaste porque assim o é? Porque tudo o resto podes ser tu mesmo a conquistá-lo, não subestimes a tua capacidade, porque é com ela que tu podes chegar bem longe e ser feliz… a tua felicidade pode ser completada por mim, mas se não fores feliz, ninguém o vai ser por ti. Por isso tens agora um novo recomeço, uma nova luz, acredita que tudo o que te é improvável nunca tem hora para te surpreender. 3


Eu quero mesmo que sejas imensamente feliz, que este ano a felicidade ultrapasse todos os limites da alegria, e possas viver todos os sonhos desejados, por isso para ti, para quem está desse lado quero que saibas que eu estou aqui disposta a entrar no teu novo ano de realizações para motivar e contribuir para completar a tua história. Uma história com momentos inigualáveis e vitórias surpreendentes, todos somos capazes de fazer isso. Bom ano para todos vocês, bom ano da pessoa que agora vos agradece por fazerem parte do seu puzzle!! Agora para ti meu querido 2018 Bem-vindo e não te esqueças de entrares em grande, surpreendendo cada coração que está entregue em tuas mãos!

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Apesar da nossa cuidadosa aposta nas sementes, algumas simplesmente não vingam e isso não significa que a vida, por algum motivo, está se vingando de nós. Há muito mais jardim para ser desembrulhado. - Ana Jácomo

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Metamorfose "Apostamos" em algumas pessoas, em alguns relacionamentos. Damos o melhor de nós, esforçamonos para demonstrarmos o quanto gostamos e estimamos essas mesmas pessoas e por fim, apercebemo-nos que não existe reciprocidade. Tornamo-nos pessoas frias, afastamo-nos de qualquer ser que possa conter sentimentos para não corrermos o risco de nos afeiçoarmos, mas, tudo isto é em vão. Não podemos simplesmente fugir do carteiro (até porque a conta vai chegar de qualquer forma), fugir do trabalho só porque temos medos e inseguranças causadas pelo passado, devemos saber sair do casulo e enfrentar a vida. Só não somos obrigados a criar mais expectativas para não calcarmos a mesma pastilha elástica (que foi deveras desagradável inicialmente). "No final das contas, vais encontrar não quem estavas à procura, mas sim, quem estava à tua procura".

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Isabela Varallo

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Triagem Certeira Quantas vezes deste por ti parado a olhar para o nada, e a pensar no quanto a vida parece injusta? Quantas vezes perguntas-te a ti mesmo o porquê de nada parecer dar certo? Lembrate que a vida nem sempre sorri para nós, mas tu podes fazer com que tudo seja melhor, apenas com um sorriso. Considero-me uma pessoa bastante minuciosa e cautelosa, contudo, nem todas as minhas apostas são seguras visto que nem sempre marcam a diferença na minha vida, pelo lado positivo. Sempre desejei algo novo, diferente e único…algo que eu sentisse que realmente vale a pena! Há dias em que sinto que a vida se virou contra mim e depois penso “De que vale a pena estar a insistir numa coisa que eu sei que não vai acrescentar nada de bom à minha vida, se ainda tenho um mundo para conhecer?”. Por vezes, a melhor semente está ao nosso lado, e nós não reparamos porque simplesmente decidimos apostar naquelas que nos parecem ser as mais seguras, em vez de apostar em quem nos rodeia. É nessas pessoas que encontramos muitas vezes a felicidade.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bruna Martins

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Sementes de Esperança No nosso percurso de vida, por vezes deparámo-nos com percalços e desilusões. Apostámos todas as cartas naquela semente que julgamos ser a causadora da beleza no nosso jardim. Por vezes, ela pode murchar, e se isso acontecer vamos desanimar. Muitas outras sementes foram lançadas, mas certamente uma outra irá desabrochar e alegrar de uma outra maneira a nossa vida. Há também aquelas que não florescem no momento que queremos, no entanto, se cuidarmos delas com muito carinho, amor e fizermos o bem, essas sementes florescerão e serão a beleza do nosso futuro. Acredito que há um momento certo para que tudo aconteça. “Devemos, mais vezes, tentar respeitar os dias e as noites das coisas, os sóis e as luas de cada um, os amanheceres, os entardeceres, as madrugadas, a sabedoria reparadora e necessária dos intervalos.” Cada coisa que acontece tem um porquê de ser, assim, nada nem ninguém passa na nossa vida em vão. Cada semente que floresce ou que nem vinga é uma aprendizagem, é uma instrução.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Inês Peixoto

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É indispensável que nunca nos conformemos com uma vida sem calor; com dias sem brilho; com rotinas que congelam o desejo de viver. Quem está vivo, precisa honrar a sua história. Quem está vivo, precisa contagiar de vida o seu semelhante e o seu diferente. Precisa desencavar de dentro do próprio peito aquela chama original que desconhece o medo e acredita que não há olho que brilhe se não houver uma alma em chamas!!" Ana Macarini

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Eu Mesma A primeira coisa que me veio à tona foi que talvez tenhamos sido colocados neste mundo, para escrever a nossa narrativa, e que tudo tem uma razão e um porquê.... Acredito que para ser insubstituível, precisamos ser diferentes, precisamos manter sempre viva a chama que nos permite amar e viver. Não imagino o que a vida me reserva, não sei se amanhã ainda vou estar aqui, não sei se hoje será ser o meu último suspiro. Só sei que enquanto eu estiver viva, tenho que espalhar de mim o meu melhor. Não podemos cair em desânimo, se a vida é dura se ela é intransigente connosco, é porque depois disso vamos deixar as nossas marcas, ou seremos nós os marcados. São as dificuldades que dão o sabor e o encanto à vida. Conseguiremos nós no nosso dia a dia ser tão otimistas? Claro que não! Vemos sempre tudo mal, tudo de pernas para o ar… mas este texto fez- me lembrar que o destino é incerto, tanto é como não é, tanto tira como nos dá… tanto temos como não… Quem está vivo, precisa contagiar de vida o seu semelhante. De que estás à espera? Sorri, ama, luta e faz por deixar uma marca na tua história. Faz da tua vida um exemplo, para muitos ganharem coragem, e começarem a acreditar que também eles podem ser poetas da sua própria vida. Enquanto viver farei da minha história, uma história de vida que jamais poderá ser copiada. Sabem porquê? Porque é minha, é única, é original, porque eu sou diferente, vocês sabem como eu sou… sou certinha, sou responsável, parece que nada quebro, e que tudo o que me é imposto, eu faço sem nenhum queixume, olhem para mim!! O que vocês vêm é de facto isso, não é, eu sei… então se eu vos disser que adoro dançar sem ter controlo das minhas próprias cenas, se eu vos disser que amo desalmadamente, se eu vos disser que adoro dizer as asneiras mais patéticas só para fazer os outros sorrirem. Gosto de andar à chuva sem ter medo das gripes e constipações, gosto de me rir descontroladamente, gosto de dar abraços e de receber, de dar 10


elogios e receber. Tudo isto que faz a diferença nos teus dias, é um simples adoro-te que te pode por os olhos brilhantes para iluminar os dias nublados, eu sou assim, certinha, responsável, “atinadinha” como muitos me chamam, mas o que de facto é verdade é que a vida é um livro e quem não viaja lê apenas a primeira página. Creio que não serei a única com os mesmos gostos, mas serei a única a declamar estas palavras, hoje, aqui e agora. Sabes o porquê de ser assim? É apenas para não ser igual a ninguém, porque a palavra exclusividade soa bem para o meu ego. Sou certinha, estudiosa, mas carrego em mim loucuras que ninguém imagina. Faço ou pelo menos tento fazer da minha vida um livro, e acabei mesmo há pouco de receber mais 365 páginas, para que continue sem parar a fazer a diferença, e a destacar a minha presença. Acredito que estou nesta vida para um dia mais tarde poder ser recordada por aqueles que me amaram e seguiram comigo a minha jornada. Ninguém vive sem amor, sem paz, sem carinho, sem saúde, se vives sem isso, então não vives, apenas sobrevives sem saborear o que o destino te reserva. És uma luz fundida, uma folha rasgada num livro onde todas as páginas são cruciais para espalhares e fazeres a disparidade. Se pensas que a tua luz apagou, acredita que também pode existir alguém que te pode pôr os olhos e o coração em chamas. A vida põe-nos pedras no caminho, mas se reparares, todas as escadas têm corrimões onde te podes agarrar. Há sempre pessoas humanas que te vão motivar, cada um de nós tem a sua, cada um tem o seu anjo, a sua crença. Deixa transparecer de dentro do próprio peito, aquela chama original que todos desconhecem. É preciso coragem para ser diferente, mas é preciso ainda mais competência para fazer a diferença…. 11


Se a tua alma está viva, se está saudável, então é normal que ames, chores, grites, caias, zangues, porque tens dentro de ti uma criança com o sangue a ferver, que não quer parar. Então, se ela não quer não a obrigues a cessar, não faças com que ela estaque, deixa, e divertete com ela …. sabes o que te quero dizer aqui e agora, já neste preciso momento …. Eu não quero saber se sou diferente dos outros, mas sim se faço alguma diferença para os mesmos.

Se me perguntares se faço?… não sei…. talvez sim…. talvez não …. apenas digo que sou original.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Pare de Plantar Flores no Jardim de Pessoas que Não Irão Regá-las Se as pessoas a quem você dedica todo o seu interesse e afeto não te correspondem com o mesmo, é o momento de parar de investir esforços e energias em vão. Todos plantamos flores em jardins alheios. Fazemos queremos, relações,

para para

isso

porque

nutrir

nossas

criar

vínculos

significativos com as pessoas que acreditamos que são importantes para nós. No entanto, em algumas ocasiões erramos os jardins que escolhemos para depositar nossas sementes de bondade, de dedicação, de afeto, tempo e energia. Nos equivocamos porque nossas ações não são reconhecidas, porque há quem se acostume a ser alimentado mas se esqueça de que uma relação é troca, é reciprocidade e, antes de mais nada, o reflexo de uma maturidade psicológica e emocional em que ambos os membros ganham e ninguém perde. Nem sempre é fácil construir laços fortes e enriquecedores com aqueles que nos rodeiam. Há quem falhe connosco, quem descuide de nós, e há quem, às vezes, nos deixa de lado deliberadamente. Seja como for, há um aspeto que não podemos esquecer: nos preocuparmos com os demais e tentarmos sempre dar o nosso melhor não é ruim. Pelo contrário: é reflexo da nossa nobreza. No entanto, é essencial que jamais nos esqueçamos de cuidar das raízes da flor mais bonita: nossa autoestima. 13


Flores de um jardim… Antes de plantarmos flores nos jardins dos outros, devemos começar por deixar crescer e florescer a nossa própria flor interior. Deixar que ela deixe de ser semente e passe a ser rosa, orquídea, margarida, malmequer…. Temos que começar por nos amar e aceitar tal e qual como somos, pois somos seres únicos e especiais. Quando nos amamos a nós mesmos, podemos permitir-nos amar também os outros, regar outras plantas em outros jardins, e deixar que a nossa desabroche um pouco mais em cada outro jardim. Às vezes acertamos, e esses jardins têm umas outras quantas flores de diferentes espécies, lindas, maravilhosas e de bom coração. Quando todas juntas encantam os olhos e a alma de quem para elas olha. Há também aqueles jardins com ervas daninhas, nos quais, nós cegamente tentamos plantar belas flores e iluminá-los, e insistimos infindavelmente com todas as nossas forças e nosso coração. No entanto, não aparecem resultados positivos, e mesmo assim, continuamos a regar, plantar novas sementes. Mas, é chegado o momento em que desistimos. Chegamos à conclusão que não vale a pena lutar contra a corrente. E isso é difícil, magoa, e custa perceber que todo aquele tempo cedido, todo o esforço apreendido foi em vão. No fundo, não foi em vão porque demos o nosso melhor, fizemos tudo aquilo que estava ao nosso alcance. E isso é bom, pois ficamos com a consciência tranquila, com a certeza que fizemos o que tinha que ser feito. Também acontece de nos depararmos com plantas que aparentemente são más, mas se soubermos tratar delas com muito carinho, mais tarde podemos ter belas surpresas. Pois amor gera amor.

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Nem sempre na vida podemos esperar receber algo em troca, devemos dar sem esperar recompensa. Sempre que plantamos boas sementes, mesmo que em jardins alheios, o tempo encarregar-se-á de plantar outras boas sementes no nosso próprio.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Inês Peixoto

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A dádiva do fruto Todos nós já plantamos flores nos jardins alheios...já vimos crescer uma bela flor, onde parecia que tudo era perfeito nela. Os ventos sopravam e ela continuava firme, e nós todos os dias íamos ao pé dela, com o maior dos carinhos para nos certificar que ela continuava a mais bela e segura. Protegíamo-la ao máximo, mas esquecíamo-nos que no meio disto tudo não havia reciprocidade...também

podíamos

ter

errado

no

jardim

que

escolhemos.

Um dia vêmo-la a olhar para nós, completamente desinteressada, e de um momento para o outro, só restam as raízes e lembranças que ainda ficaram perdidas. Às vezes desperdiçamos um bem tão precioso que não volta para trás, o tempo... mas será assim tão verdade? Desperdiçamos tempo a semear sementes que sabemos que nunca iremos colher frutos. Mas "tudo vale apena quando a alma não é pequena", e é essa pequena esperança que faz com que nunca deixemos de semear sempre num novo campo, pois as sementes do nosso ser, jamais são sementes ruins… Assim são as amizades, plantam-se, cultivam-se e às que não vemos nascer fruto é porque não eram assim tão importantes.

Temos que acreditar que a nossa vida é uma bela história de amor, onde todas as flores do nosso jardim se transformam em rosas vermelhas imensamente perfumadas.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Alexandra Gomes

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És a flor mais bela… Não é gratificante pelejares uma forte corrente quando és só tu a remar …não é gratificante seres tu a semear, e o outro não lhe deitar água…não é gratificante tu entregares um coração e esse mesmo ser afastado. Nem sempre é fácil arquitetar laços fortes e enriquecedores com aqueles que nos rodeiam, mas porém, deles levaremos sempre uma lição de vida, nem que seja para nos ensinar que um amor perdido, causa uma dor terrível, ou para percebermos que ainda não é o nosso tempo e estamos a andar depressa demais. Por mais que isso nos faça chorar agora, depois farnos-á levantar ainda mais redutos. Talvez eu não diga que estamos a errar nos jardins que escolhemos para depositar nossas sementes de bondade, de dedicação, de afeto, tempo e energia. Certamente o jardim é bom, mas a reciprocidade não nos é dada da mesma maneira como nós queríamos. Mas, como se costuma dizer, renunciar não nos tornará fortes, por isso, se tentarmos sempre dar as nossas sementes aos jardins alheios, sem cessar, nem ter medo da resposta que virá do outro lado, podemos ingenuamente estar a fazer com que o outro acredite que vale sempre a pena amar e lutar por aquilo que nos faz manter acalorados e ditosos, com vontade de amar, e amar cada vez mais ….Nunca sabemos quando esse jardim nos irá retribuir com uma flor, o amor, o afeto nunca se prevê, unicamente se sente, e agora digo-te que quando tu menos aguardas é quando alguém te apresenta estar disposto para te ceder o jardim para que nele constituas todas as sementes de várias cores, qualidades e

cheiros. Sentir-te-ás desta forma radiante, e com um sorriso de

orelha a orelha, porque entendeste que este é um sentimento mútuo, recíproco. Vais cantar, correr, porque te sentes afortunado e cintilante, pois apenas conquistaste, conseguiste brotar a tua simplicidade e transparência em alguém. E isso faz com que a tua auto estima se mantenha 17


viva e com o ânimo refulgente. A auto estima é a flor que mais precisa de cuidados, e se tu andares sempre a calcá-la, a raiz vai cansar-se, e a vontade em reerguer-se cessará. Aí perceberás que a ferida levará muito tempo a cicatrizar…. e nem sempre cicatriza como desejamos. Por isso, cuidado para quem a entregas, e cuidado onde semeias essa flor. Muitos, fazem os sinais, mas nada querem, muitos oferecem-te o jardim, mas é apenas para te testar. Outros te usarão só para se destacarem, e outros vão apenas fazer-te sorrir, a fim de dares o que de ti tens de melhor. Agora vou dar-te um conselho!!! Cuidado, pois pode haver jardins cujo os aspetos não sejam os melhores, mas o seu interior ser repleto de paz e serenidade, pois como podes ver, até no mundo encantado a bela escolheu o monstro para ser feliz. Acredita que não há nada melhor do que amar e ser amado, e não há nada mais bonito do que haver um jardim cheio de flores perfumadas, onde a Primavera se faz perdurar durante o ano todo, onde o amor se faz notório aos olhos de todos. Se hoje me perguntares se já plantei flores nos jardins alheios…? A resposta é sim… Se me perguntares se o resultado foi gratificante? Direi que nem todos … Se chorei? Sim chorei, mas depois preferi sorrir porque as coisas ficam mais belas… e não, nunca deixei de amar e acreditar que um dia tudo é possível. Hoje sei que amo e sei que sou amada e o meu jardim está vivo de amor! Por isso eu digo, deixa a vida fazer contigo, o que a primavera faz com as flores.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Já plantei… Já plantei, algumas flores que em parte alguma não foram gratificantes, já plantei, algumas que por um certo tempo me trouxeram grandes alegrias, grandes histórias, mas foram essas flores que me deixaram com os buracos mais fundos, essas flores que foram e que levaram com elas um pouco da minha terra, mas não deixaram nada delas, apenas aquele mísero buraco bem fundo e obscuro. Mas, também já plantei flores que ainda permanecem na minha vida bem bonitas e saudáveis, algumas plantei-as há pouco e estão a ficar grandes e fortes… Essas grandes flores fazem-me ver que na minha vida estão plantadas algumas ervas daninhas, que até à data pensei que fossem as mais belíssimas e singelas flores do meu vasto jardim. Contudo, agradeço à vida por me ter colocado todas estas sementes no meu caminho, e por me deixar perceber quais as mais esbeltas e as mais desprezíveis flores que já plantei, e plantarei, até que o meu jardim fique infértil.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Ana Sofia

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Lei do retorno A vida é feita de incertezas na qual nunca iremos saber o resultado das nossas escolhas se não arriscarmos. A cada escolha que faço, o medo persegue-me, a insegurança vem à flor da pele, e os meus sentimentos ficam para trás. Por vezes, sinto-me desprezada e usada por aqueles que mais gosto, aqueles a quem dedico todo o meu afeto e o meu tempo, e depois reparo que esse sentimento só é partilhado por mim. Chego a um ponto em que me sinto como um barco à deriva, sem rumo e sem ninguém para me guiar. Sinto-me completamente perdida e sozinha, mas, no entanto, depois de tantas escolhas erradas, tanto amor não correspondido, e tantas flores que foram plantadas e não brotaram jamais esquecerei de tratar a minha autoestima, pois essa é que define quem sou. É difícil criar laços fortes com aqueles que me rodeiam pois nunca saberei até quando irá durar essa união. Seja como for, enquanto o sentimento for recíproco a flor será regada.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bruna Martins

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A culpa é da flor Costumo, primeiramente, escolher as melhores sementes, nutrir-me, fazer de mim a flor mais bonita, mais natural, mais bondosa, mais simples que existe nesses jardins de que tanto se fala. É fácil estabelecer laços, difícil é quando eles se desfazem. Depositar a melhor semente, a confiança, naquela flor e, por fim, uma desilusão. Aceito tudo o que mereço, mas não aceito que me esmaguem para caber no coração de alguém enquanto no meu, a grande parte é da flor. E naquele jardim… eu fui tão feliz. Eu recebi aquilo que eu fazia. Preferia não ser regada pelo que era do que ser e não ser eu mesma, a flor com as melhores sementes. A vida toda numa pedra, morta ou, talvez viva mas, a ver a vida a passar e a observar os outros jardins escuros, tão vazios, ainda a cuidar de quem não lhes dava nem um bocado de água. Mas, eu aprendi tanto a observar o mundo, a vida das flores e o caráter de cada uma que, eu não exijo muito, não crio expetativas para me dececionar e as que me acompanharam durante anos que não me regaram não equivalem às flores que conheci durante tempos e me regam todos os dias. Não importa o tempo, importa a intensidade. Aprende a cuidar de ti, de quem gosta de ti, não desanimes no dia em que estiveres a ficar sem água para sobreviver, não reflitas em quem tens que regar e não te regou, mas nas que regaste e estão contigo.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira

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Seja a flor mais importante do seu jardim As pessoas são como as rosas: bonitas, suaves e frágeis. Nós apaixonámo-nos por isso. Assim mesmo é na vida real, nos apaixonámos das virtudes das pessoas, dos seus logros, do bom e bonito que elas carregam dentro de si. Mas, aí está o grande problema. Nos esquecemos dos espinhos, e tanto as rosas como as pessoas estamos cheios deles. Temos mil e um defeitos, de imperfeições. Mas no momento em que vemos uma determinada pessoa entregando o melhor de si a amamos, mas quando vemos o seu lado escuro e nos magoamos com os seus espinhos preferimos cortá-la, ou simplesmente nos livramos da flor. Se realmente gostas de alguém, tens de deixar essa pessoa ser ela mesma, deixar que seus espinhos cresçam, aceitá-las e amá-las como são. Não é lógico que simplesmente estejas disposto para os bons momentos e para os menos bons não estar preparado. Já gostei de alguém de verdade, mas arrancaram os meus espinhos, o caule e cada uma das minhas pétalas. Mas eu nasci de novo, e se dantes eu era a parte mais bonita do seu jardim, hoje eu sou um jardim inteiro por mim mesma. Não deixes que ninguém te murche. Floresce, vive, cresce, ama sem um "mas" e principalmente entrega-te por completo.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Diana Ramirez

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Solos inquinados que florescem… Todos nós já plantamos flores em jardins alheios. E afinal, o que simboliza isto? Que metáfora é esta? Nesta minha peregrinação escolástica, tenho-me deparado com uma soberba e magnânima diversidade de “solos”. Deparei-me com alguns que aparentavam ser áridos, mas que apenas necessitavam de algum manuseamento, a fim de transformar a infertilidade em algo cultivável. Esbarrei-me com outros jardins, cujo manancial de “ervas-daninhas” era exponencial. Tive o cuidado de não utilizar “herbicida”, para não ceifar a planta. Paulatinamente, alimenteia, e decidi escutar o que a mesma tinha para me sussurrar. Depois de me inteirar do seu verdadeiro problema, alimentei-a com muito amor, com muita perseverança acreditando sempre que ela “confiaria” em mim. Pé ante pé, a erva-daninha foi esmorecendo… Deixou de “satirizar” as outras plantas, e de forma perentória, a mesma concluiu que era possível harmonizar a sua sã convivência com as demais. A erva-daninha corroborou então, que por mais insignificante que fosse, necessitava de todas as outras plantas. Desta forma, ela aprendeu que se ela espalhasse “sentimentos bons” por onde passasse, a vida se encarregaria de trazer outros melhores ainda. A alma é na verdade a terra mais difícil de lavrar. Não há solo mais trabalhoso, nem outro tão fértil… O regozijo verdadeiro, advém do facto desta minha “plantação” ser emocionalmente diversa e distinta. Não possuo uma receita miraculosa, no entanto, sei que a matemática da emoção, desempenha aqui um papel primordial. A recetividade com que a “terra” acolhe as “sementes”, e a seriedade profissional e emocional, com que a mesma é colocada na terra, é na verdade uma mais valia para que a flor queira brotar. É imperativo que a “raiz” da planta seja consistente, caso contrário, como poderá ela suportar as intempéries? Que alicerce terá a mesma, para aguentar um rigoroso inverno, se 23


não possuir um interior resistente? A sabedoria popular, mestra da vida, delicia-nos com alguns ensinamentos. Nenhuma árvore dá frutos o ano todo e nenhuma planta floresce em todas as estações. As pausas são fulcrais para crescerem interiormente, sendo assim, dêmos-lhe tempo. Inferimos então, que talvez o caráter seja a melhor coisa que podemos carregar dentro da nossa bagagem de vida… Reagiremos às turbulências, mediante a nossa transparência. Agarrar-nosemos à vida, dando primazia à riqueza interior de cada planta. A vida é na verdade um plantio, e deste modo, tentamos escolher as sementes com sabedoria. Na verdade, as sementes não nos são dadas a escolher, e aí, valorizamos

sementes humildes, que timidamente sorriem, que

resistem em olhar nos olhos aquele que quer inculcar sapiência. A quantidade nunca foi elogiável. Meritória é na verdade a qualidade. Se dentro dela houver um raio de sol disposto a irradiar luminosidade, pouco importará se a pluviosidade se faz sentir lá fora. Perguntar-se-ão se se tudo isto é tarefa dócil? Naturalmente que não. Dias há, em que momentaneamente se esmorece, mas eis que reaparece a tímida flor, que inicialmente não sabia como sobreviver, e nos sussurra: “Bom dia alegria, hoje é um novo dia”.

A Professora: Isabel Maciel

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Prefiro ter minhas palavras e atitudes deturpadas por quem não me conhece nem me interessa, do que ficar presa em alguém que não sou, dizendo palavras que não são minhas, tomando atitudes que não quero, vivendo os sonhos dos outros, sendo maleável em troca de sorrisos e aprovação. Vim ao mundo para ser feliz e plena. Dispenso tapinhas no ombro. Fiz planos comigo. E entre eles está: manter minha palavra, continuar de pé e ser fiel a mim. Jakie Monteiro

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Sou como um livro… Sou como um livro, às vezes estou fechada, alguns dignam-se a julgar-me só por verem a minha capa, mas poucos observam o meu conteúdo. Outros, riem-se da metade, e só alguns têm coragem de ir comigo até ao fim. Agora limito-me a dizer-te que se estás disposto a sorrir e a partilhar os meus momentos a meu lado, e se me respeitas tal como sou, tudo bem, caso contrário eu vou fazê-lo na mesma, embora o faça sozinha. Lamento por talvez te estar a “fazer frente”, mas eu não funciono como os outros querem, nem me deixo influenciar pelo que dizem. Nasci com regras, mas estou longe de cumprir regras de alguém que nada me diz. Se me perguntares se já me deixei influenciar para não ser gozada pelos outros? A minha resposta infelizmente será um sim, mas nem por isso resultou, e não me tornou diferente, nem mais feliz, porque o meu estilo acho que já ninguém muda. Ou eu me adapto, ou os outros se adaptam a mim. Agora ficar presa em alguém que não sou, dizer palavras que não são minhas, e tomar atitudes que eu não quero, só para pertencer a algum grupinho, e acabar por entrar por caminhos que não são os mais certos, sinceramente não faz parte da minha educação. Se há alguma coisa que eu não abro mão, é da minha liberdade de espírito. Quero vestir como quero, andar com quem quero, dar a minha opinião sem ter medo das opiniões dos outros. Só comecei a ser assim há bem pouco tempo, mas mais vale tarde do que nunca. Mas, o que eu também reparei foi que más influências não influenciam boas cabeças. Comecei a ganhar confiança e coragem para ser assim livre, optei por fazer planos comigo mesma e manter firme e bem vincado o meu estilo e carácter, tornar a minha pessoa, numa pessoa respeitada e fazer da minha história de vida, numa história memorável e inesquecível, não para os outros, mas para mim mesma. Quero poder um dia contar aos meus filhos, ou mesmo aos meus netos, tudo aquilo que em nova me fez “mostrar” os dentes. Contar-lhes que fazendo tudo forma genuína, consegui ser feliz e completa, e que só comigo andaram aqueles que sempre me respeitaram e me apoiaram. Os mesmos permitiram-me ser independente, sem impor de mim algo que me tiraria a minha liberdade de menina. 26


Não há nada melhor do que ter o coração leve, para poder gritar com orgulho e bem alto que sou senhora do meu destino e capitã da minha alma. Faço dela o que ao meu ver é o melhor para mim, e que em todos os meus dias eu tenho o poder de sonhar e acreditar que tudo pode ser convertido em realidade, mantendo sempre bem destacada a minha verdadeira pessoa. Se por ventura um dia tiver a sorte de fazer alguém afortunado, quero primeiro ter a certeza que eu mesma estou bem, quero ter a certeza que quem dividirá o meu tempo comigo, me aceita como eu sou, cheia de defeitos, de talhas e manias, de rabugices, mas que no fundo tenho a minha magia interior personalizada, e que o facto de ser diferente, não é um defeito mas sim uma plena virtude. Não sou melhor nem pior que ninguém, sou apenas diferente dos outros…não ando a competir com ninguém a não ser comigo mesma e na minha evolução para ser dia apôs dia alguém melhor… eu sou única e acho-me perfeita na minha imperfeição. Tenho a consciência que aos olhos dos outros, posso não ser aceite, mas também não são os outros que vão sonhar por mim, nem sorrir por mim. Pessoas há que cruzam o nosso caminho para completar a nossa felicidade, e outras há que servem de lição para ver que com elas, só aprendemos a não querer igualarmo-nos às mesmas. A vida é como uma rosa, cada pétala uma lembrança e cada espinho uma realidade, e com isto percebes perfeitamente que a vida não oferece nem promessas nem garantias, mas oferece a cada dia um nova oportunidade e possibilidade para fazer do nosso caminho um caminho de virtudes.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Transparência da alma Cada qual é único e especial à sua maneira. Cada um tem algo de diferente e singular, e são essas pequenas grandes coisas que fazem a diferença nas nossas vidas…. que nos tornam indivíduos raros e invulgares. De que vale querer imitar aquilo que os outros fazem ou são? De que vale pronunciar palavras em vão, que apenas os outros querem ouvir. Que nós não sentimos? De que vale querer mostrar uma coisa e na realidade sermos outra. A vida é muito curta e passa num piscar de olhos, devemos sempre ser nós mesmos e não aquilo que os outros querem que sejamos. Devemos viver segundo os nossos ideais e crenças, sendo o mais sincero e transparente possível. Ainda que por vezes algumas pessoas tentem ser aquilo que não são, o tempo mostra quem é quem, e no olhar das pessoas também se compreende quem é verdadeiro ou não, pois os olhos são a porta da alma. Ao longo da nossa trajetória, cruzar-nos-emos com muitas pessoas. Umas irão gostar de nós por aquilo que somos, e outras não gostarão pelos mesmos motivos. Assim como um livro, há pessoas que olham a capa e gostam, outros olham e afastam. Há aqueles que olham, lêem e adoram, outros ao inicio não gostam, mas apôs o lerem adoram-no. No entanto, também há aqueles que jamais gostarão seja de que maneira for. Em suma, devemos ser nós mesmos, e acima de tudo devemos ter a noção daquilo que somos, daquilo que queremos para o nosso futuro. Ainda que muita gente não compreenda o porquê de certas atitudes, devemos manter-nos constantes e fieis a nós mesmos, pois sabermos o que somos e o que queremos. Devemos viver, não sobreviver. Ser felizes…… Por isso mesmo devemos viver um dia de cada vez, sendo sinceros, honestos, transparentes para connosco e para com quem nos rodeia. Ser transparente é primordial para a nossa vida……… 3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Inês Peixoto

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Renascer As ações são o que me definem como pessoa, como amiga, como filha, como irmã. Eu não sou aquilo que são para mim, eu sou o que eu realmente sou, independentemente da pessoa que cruzar o meu caminho. Chamo a isto de princípios, de valores adquiridos ao longo desta minha curtinha vida que já guardo algumas experiências interessantes. Sou uma pessoa fácil quando de facto simpatizo, mas nunca me entrego por completo. Têm o meu sorriso, conquistam as minhas gargalhadas, mas, não levam a minha essência. Essa não é conquistada por qualquer um. As pessoas são constantemente testadas na minha mente: tudo é uma prova, desde o "bom dia" ao "até logo" e poucas são as que tenho vontade sincera de dizer "até amanhã". Tenho sido bastante surpreendida pela vida e de tanto desistir, começo a ser presenteada, valorizada e descoberta. A gratidão é novamente despertada e a flor que demorou a desabrochar, hoje, é a mais rara e mais bonita de todas.

"A flor que cresce na adversidade é a mais rara e a mais bela de todas". - mulan, disney

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Isabela Varallo

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Sou plenitude…. Sou flor na primavera, sou andorinha no outono, sou sol nos dias de chuva, sou água no oceano, sou tempestade na opinião, sou vidro partido na incerteza, sou luz no escuro, sou partilha no amor, sou lealdade na amizade, sou poder no jogo, sou sinceridade na justiça, sou fortaleza na tristeza, sou orgulho nas palavras, sou frontalidade nas atitudes, sou eficaz nos desafios, sou fogo no conflito, sou ganância no que sempre quis, sou vitória na derrota, sou felicidade no amanhecer, sou heroína na vida, fui eu, sou eu, serei eu e continuarei sempre a ser eu!

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira

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Projetos Modulares - Trabalhos efetuados No âmbito da disciplina de Português, módulo 10, Textos Épicos e Textos Épico Líricos, os alunos do 3º ano do curso Técnico Auxiliar de Saúde e Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, realizaram como trabalho de projeto, um painel pintado à mão, alusivo à época dos descobrimentos. Uma vez que o conteúdo programático deste módulo revertia para a poesia de Fernando Pessoa, mais precisamente para o estudo da Mensagem, os alunos cogitaram elaborar um painel, aludindo à epopeia dos nossos marinheiros portugueses, assim como, aos diversos continentes descobertos pelos mesmos. Outro grupo, inteirou-se das diversas classes sociais, na época quinhentista, e descreveu os trajes mais usuais naquela época. Fomos também presenteadas por um grupo que delineou o seu trabalho para uma vertente mais mitológica. Para finalizar os alunos do 3º ano de Eletrónica, colocaram a sua imaginação à prova, e recriaram uma banda desenhada, alusiva aos descobrimentos. Parabéns pelo excelente trabalho realizado! Obrigada a todos pelo empenho, pela dedicação, pelo profissionalismo, e sobretudo por acreditarem sempre nas vossas potencialidades!

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Trabalhos efetuados- 3º Ano de Saúde

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Trabalho efetuado- 3º Ano de Eletrónica

“Por mares nunca dantes navegados” Disciplina de Português Módulo 10 Trabalho realizado por: Afonso matos João Rocha Rui Rodrigues

Este projeto modular retrata em banda desenhada a era dos descobrimentos. Aludimos à era quinhentista de forma mais lúdica de forma a motivar todos os seus leitores. Queremos com isto reafirmar que aquilo que os nossos antepassados fizeram outrora, ecoa na eternidade. Sendo assim, os portugueses embarcam junto à praia do restelo, na grande Lisboa, em 1497, à procura de novos mundos.

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Então seguiram rumo ao Brasil, e eis que acontece um imprevisto!

Os marinheiros portugueses adoecem, e os primeiros sinais de escorbuto aparecem. Os alimentos escasseiam, assim como, as proteínas…

Estamos a ficar sem mantimentos, temos de atracar o mais rápido, em terra segura!!

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Deveríamos atracar em Cabo Verde!?

(Médico)O escorbuto tem vindo a manifestar-se, uma vez que não possuímos legumes nem alimentos frescos há já muito tempo!

Atracar em Cabo Verde, não está nos nossos planos. Atracamos na Guiné! Desta forma, visualizaremos os seus costumes, hábitos culturais, e aproveitamos para recolher legumes frescos, limões e laranjas.

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Guiné à vista!!!!!!!

Chegaram à Guiné, procuraram e arranjaram laranjas e limões para se curarem do escorbuto.

E prosseguiram a viagem para o Brasil

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CHEGADA AO BRASIL

Chegaram ao Brasil e depararam-se com os povos nativos, que viviam de forma primitiva.

Olha para eles, nem roupa têm‌!

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Repara naqueles selvagens!! Ainda não conhecem o tecido…?!

Que lanças mais frágeis!!! Lanças de Pedra.

Devido ao seu instinto natural, colocaram-se à defesa.

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Fixa naquelas lanças esquisitas(espadas), olhem só para o tamanho da lâmina. Quem são estes??

(Guaraci) O que é que eles tem nas pernas. E nos pés, o que trazem eles calçado ?

(Yoki) Ouvi dizer que aquilo que colocam nas pernas é denominado por calças e nos pés por sapatos.

Os nativos no seu dialeto próprio questionavam-se sobre a indumentaria dos portugueses.

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Os homens eram poligâmicos (tinham mais que uma mulher) e tinham uma prole de filhos.

Os portugueses decidem a dada altura enviar um falcĂŁo de coleira pedindo auxĂ­lio. Rogamos que enviem mais homens para proteger as costas brasileiras contra os corsĂĄrios e piratas.

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Os marinheiros portugueses lutam com a saudade da família, mas sobretudo das suas mulheres. Paulatinamente, começam a envolver-se com mulheres nativas.

As nativas seduzem os portugueses, chegaram mesmo a ter filhos com eles.

Entretanto, membros do clero, tentaram comunicar com os indígenas e repararam que ia ser fácil implementar os seus costumes e crenças. Este povo não tinha ideologias religiosas e eram facilmente persuadidos.

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Olhem para aquilo que têm no corpo!

Recobrem-no, não deixem nada à mostra.

No inicio, o clero viu a sua tarefa dificultada. Com o decorrer do tempo, concluíram que persuadir os nativos foi tarefa árdua devido à sua desconfiança.

Os nativos foram trabalhando arduamente para os portugueses, pois o seu trabalho era compensado por um pedaço de tecido que depois utilizavam para tapar as partes intimas.

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Os portugueses içaram vários marcos, para que os corsário percebessem que os portugueses lá estavam.

Depois de conhecerem todo o Brasil e explorar todas as suas riquezas, carregam as naus para regressar à terra natal.

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Quanto mais levarmos, mais lucro teremos‌

Os portugueses levam com eles alguns indĂ­genas, e fazem deles seus escravos. Obrigam-nos a trabalhar noutras colonias portuguesas

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Encham as caravelas atĂŠ abarrotarem!!!

Despois de roubarem o quanto lhes foi possĂ­vel, eis que o mar se agita repentinamente e o vento sopra violentamente.

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O mais temido pelos portugueses aconteceu, encontraram o Gigante Adamastor‌ Piratas dos sete mares, entraram no meu mundo agora vou maltratar-vos! Ajuda! Ajuda!! Socorro!!

Temos muitos homens feridos, vamos ter de ficar de quarentena antes de podermos atracar!

Quando conseguiram escapar depararam-se com os barcos danificados e com grande perda de homens.

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Após o isolamento, na chegada à pátria, Portugal, são recebidos como heróis, uma vez que os feitos realizados foram grandiosos

“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”

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Dia de Carnaval… Ninguém leva a mal!!!

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Afinal, o que é o Amor…? Chegou o dia 14 de Fevereiro, o tão esperado dia dos namorados. Para muitos é só mais um dia, para outros é o tal dia. O dia dos namorados são todos os dias, todos os dias devemos mostrar que amamos. E como não podíamos deixar passar este dia sem o celebrar, demos um pouco do nosso coração. Foi na aula de Português, que a turma de 3º Ano de Saúde, mais uma vez deu asas à imaginação. Desenhamos corações, recortámo-los e embelezamos com eles a nossa escola, para que todos se sentissem amados. Um simples gesto, uma pequena atividade, pequena mas grandiosa pela sua mensagem. Muitos pequenos corações brilhantes, a condizer com o brilho do olhar de quem ama. Um pequeno coração, mas com uma intenção enorme: espalhar o amor e mantê-lo vivo por mais fraco que ele pareça. Atreve-te a amar e faz alguém sentir-se especial. Este ano decidimos também recriar uma atividade, denominada”

Correio

Sentimental”

Desde

agradecemos infinitamente, ao S. Gaspar, encarregado de educação da aluna Inês Peixoto, que sempre se disponibilizou para nos ajudar com a sua mestria artística. Construiu uma caixa de correio em madeira, de raiz, para que os alunos colocassem no seu interior, uma mensagem ou uma carta de amor, de forma anónima. Os melhores textos serão desta forma publicados nesta mesma revista. O S. Gaspar elaborou também as suas tão perfecionistas letras, intituladas:” O Amor é…” de forma a dar vida e sentimento a esta atividade. A aluna Cátia também se disponibilizou em trazer um galho de uma árvore, a fim de embelezarmos a mesma, com profundas palavras sobre a temática amorosa. É sempre gratificante e lisonjeador para nós docentes termos os pais dos nossos alunos a inteirar-se das atividades dos seus filhos, e sobretudo serem também eles protagonistas das nossas atividades. Poderá haver maior regozijo para uma professora, do que escrever esta narrativa com a ajuda dos encarregados de educação?

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Tudo isto traduz a dedicação e o empenho como todos laboramos. Paulatinamente, vamos salpicando a nossa “tela” que neste capítulo, já se encontra copiosamente colorida… As alunas recriaram também um painel alusivo ao dia dos namorados, de forma a redesenharem alguns dos já tão conhecidos, lenços dos namorados. Muito Obrigada a Todos!

A Professora: Isabel Maciel

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Atividade - Dia dos Namorados

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"No mundo nada mais existe a nĂŁo ser o amor. Qualquer que ele seja" Pablo Picasso

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Toda a gente quer encontrar o grande amor. Mas, ao mesmo tempo, ninguém está disposto a suportar a parte

menos

positiva

de

amar,

ninguém quer dividir tristezas e desilusões, sentir as incansáveis dores físicas, passar por torturas psicológicas ou ficar noites sem dormir. Ninguém quer ter que aguentar o outro de mau humor,

aguentar

as

diferenças,

partilhar e ceder.

As pessoas querem mesmo é viver apaixonadas para sempre, curtir aquele desejo e vontade de fazer amor todas as noites, apanhar sol numa casa de praia ao som dos pássaros a cantar e viver o sonho da família “perfeita”. Por isso, os amores de hoje são tão descartáveis.

A CADA ESQUINA ENCONTRA-SE ALGUÉM PARA SE APAIXONAR, MAS NINGUÉM PARA AMAR. Onde estão as pessoas que estão dispostas a aguentar, no dia a dia, as imperfeições do outro e que estão a fim de criar problemas e, depois, resolvê-los juntos? É cada vez mais comum e normal dizer “eu te amo”, tão comum que andar de mãos dadas já não reflete companheirismo e uma ligação sentimental, mas sim, só mais duas mãos juntas e alguns passos no mesmo sentido, mas que podem perfeitamente seguir separados.

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O que mais me impressiona não é sequer o “felizes para sempre” estar quase que em extinção, mas sim a coragem que as pessoas têm de, quando não conseguem fazer as coisas

darem

certo

e

enfrentarem

dificuldades juntas, se consolarem com o simples “Não era para ser…”. Porque afinal, para elas, a culpa toda é do destino. Um destes dias estava tentando resolver um cubo mágico e irritei-me tão facilmente que obviamente não consegui completar nem a primeira lateral de cores. Fiquei a pensar na quantidade de coisas na vida que deixamos passar ao lado por falta de força de vontade. Muitas vezes nos contentamos em amar pela metade só porque achamos que dessa forma o amor não se esgota tão rápido e dura por mais tempo. Achamos que felicidade real é manter-se apaixonado, para sempre. Mas as paixões são instantâneas. São algo que vai e vem. As paixões são lindas, concordo, e são fragmentos do amor, mas, apesar de fazerem estourar fogo de artifício no nosso estômago, infelizmente não durarão por uma vida inteira.

PAIXÃO É UMA FASE. O AMOR NÃO.

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Não é só somando alegrias e momentos bonitos que se ama, é também no meio da turbulência que se descobre o verdadeiro amor. Durante muito tempo eu fazia do amor um cálculo matemático errado: eu pensava que eu amava de verdade ao somar todos os bons momentos. Agora eu sei que só se ama de verdade quando se soma os bons e os maus momentos. A paixão é linda e nos faz passar por momentos ótimos e inesquecíveis, mas para amar de verdade é preciso muito mais do que isso.

Com o amor também é assim. Não queremos unir o azul, o amarelo, o verde, o branco e o vermelho, queremos só o vermelho da paixão e pronto. Mas para tudo e todo o tipo de amor, é preciso uma união de cores, sentimentos e mais do que isso, paciência.

TUDO PRECISA DE SE ENCAIXAR NO LUGAR CERTO.

Só que nós precisamos fazer a nossa parte para que isso aconteça. Simplesmente tentar, quem sabe.

Autor desconhecido

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" O amor cresce com a doação. O amor que damos é o único que mantemos. A única maneira de ter amor é oferecê-lo aos outros." Elbert Hubard

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O Grande Amor da minha Vida - O meu Pai Fazias sempre questão de registar todos os momentos que para ti não eram novidade mas que para nós era um mundo completamente novo...me identifico tanto contigo e descubro isso a cada dia que passa... todos os dias tenho algo novo para te contar e relembrar da pessoa cheia de títulos que tu eras e nunca te vangloriaste por isso... olha-me com esses olhos cheios de encanto, como me olhavas quando eu era pequeninha, e te seguia casa fora, atrás de um belíssimo cavalheiro moderno que usava all stars... pedia te para fazeres as mesmas brincadeiras e tu nunca te cansaste de mim ... hoje entendo tão bem as palavras que no silêncio me dizias e que entretanto, hoje não existem mais... hoje o silêncio é inútil porque a tua voz não se cala dentro de mim, pois a cada silêncio atordoante uma gargalhada tua, uma frase para refletir, uma ironia para desvendar... de manhã cedo, quando eu acordo és a primeira imagem que me ocorre, talvez porque quando eu adormeço eu te vejo em meus sonhos e é tão bom...

"De manhã cedo quando acordo eu penso em você Quando adormeço em meus sonhos eu vejo você Os dias passam tão lentos Eu vivo sempre a esperar Um dia a mais, outra canção eu cantei pra saudade enganar Penso em você. Tantas vezes eu penso em você que, meu amor, já não posso viver! Sinto você ao meu lado quando á tarde o sol vai se esconder penso em você, sempre em você ó meu grande amor!"

Tom Jobim 3º Ano

Técnico Auxiliar Protésico Isabela Varallo

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Amor e desamor… Há vários tipos de amor.... amor que sinto pela minha mãe, amor que sinto pelo meu irmão, amor que sinto pela minha amiga e até mesmo o amor que sinto pelo meu peixinho, que quando olho todos os dias para ele me borbulha com a maior euforia. Todos eles diferentes, todos eles capazes de me deixarem com as maiores alegrias, mas também me deixarem nas maiores tristezas. Porque o amor é mesmo assim, traiçoeiro. É de amor e desamor que mais vamos sofrer na vida. O amor não é como nos filmes, onde tudo é um mar de rosas, mas são pequenos pormenores que o tornam único. Apenas um "bom dia", um " dorme bem", um "como estás ".... são capazes de mudar o nosso humor, e quando assim é... é amor a nascer. O amor não é simplesmente amor. O amor é sentir saudade, é sentir ciúme...é amar e ser amado. Cada um de nós, também gosta de ser adorado e amado por outra pessoa... Sem dúvida que o abraço da mãe é o mais doce, que o da amiga é o mais genuíno, mas talvez falta o mais reconfortante. Olhamos para nós e encontramos defeitos nas nossas perfeições. Odiamos talvez os traços mais únicos e mais bonitos que temos. Inferiorizamo-nos e desvalorizamo-nos. Esquecemo-nos de nós, a tentar sempre ajudar o outro, sempre pronto a ouvir e limpar cada lágrima da amiga que teve o seu desgosto de amor. 63


Toda a gente tem valor, e acima de tudo e todos cada pessoa tem que ter amor próprio e uma pessoa que não se ame a si mesmo, será incapaz de conseguir amar outra. Até lá, vamos idealizando o nosso conto de fadas e estamos aqui e não sabemos o que na verdade é o amor. Talvez o deixamos fugir ou então não queremos ver como de verdade o amor é... E se ainda não foi desta, é porque não era amor como ousávamos dizer. Ama-te, cuida-te e vais ver que o mundo se vai render a teus pés.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Alexandra Gomes

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Dedico a ti meu Amor… Se amar é sentir mil e um sentimentos e não saber decifrar nada, então eu amo. Se amar é ambicionar ter-te comigo a cada minuto, então eu amo. Se amar é querer o bem do outro, sim! Eu amo. Acredita que se houve alguém que um dia descreu da presença do amor real, essa mesma fui eu, até que no entretanto surgires tu, e obteres a minha atenção por inteiro, conseguiste reduzir os meus problemas apenas num abraço, abraço esse que me viciou por completo. E agora sempre que alguém pronuncia a palavra amor, és tu a primeira pessoa em que penso. Compartilhamos sorrisos, mágoas, choros, conversas, dividimos numerosas realidades que são incapazes de algum dia se omitir. Acho que me está a ser dada a tal oportunidade para te agraciar, obrigada por me teres encontrado, obrigada por me conquistares todos os dias, perpetuamente com o mesmo empenho. Creio que tenhas a noção que esse olhar ternurento, torna-me refém e apta para te amar cada dia, com mais força e cuidado. Foi contigo que a palavra desistir, se tornou impensável, pois foi de mãos dadas contigo que me fizeste ver, com os meus próprios olhos que nós os dois juntos, podemos fazer do mundo uma pequena bola de futebol, o teu positivismo fascina-me. Se me pedirem para dizer em palavras o que sinto por ti, não pronunciarei absolutamente nada, pois de tantos sentimentos que existem nenhum deles descreve tudo o que sinto por ti. Tornaste-te uma peça essencial para o sentido “VIDA” ter mais cor, cor essa bem rosada, pois é assim que fica o meu rosto, cada vez que soltas o teu mais singular sorriso, sorriso esse perfeito. Mas …a palavra amor, ainda que nós saibamos que é um verbo miúdo, torna-se por vezes complexo de governar, por reciprocidades transforma-se problemático, torna-se penoso, amor está aquém de ser um mar de rosas, nada numa relação é preto no branco, mas mesmo 65


assim, eu sou capaz de apreciar a habilidade que um músculo tão pequeno, frua essa capacidade de bombear um sentimento tão inigualável e inabalável. Se com o tempo emergir a tal questão da distância, se ela pode ou não um dia separarnos? A minha resposta infelizmente será sim, mas esta de certeza não terá a robustez para apagar a tatuagem que deixaste com cada instante que passaste ao meu lado. Essa tatuagem, mesmo com a passagem do tempo, mesmo que a cor, desbote, jamais será esquecida e apagada do meu coração, pois tudo o que passamos foi reduto demais, e acredita que por mais sorrisos que visualize, o teu será sempre o meu predileto, será sempre aquele que me vem ao pensamento em primeiro lugar. Eu amo-te com todas as energias, lágrimas e sorrisos, pois foste tu que me demonstraste o exato sentido de amar e o bom de ser amada, e acredita que agora que aprendi, jamais quero deixar esquecer tudo o que me fez um dia apaixonar por ti. Tenho a plena consciência que não sou um ser fácil, nada fácil mesmo, mas o que é certo é que tu também não, mas mesmo assim eu aprendi a amar-te com todas essas imperfeições que se tornam perfeitas, sempre que penso em ti, mas eu também te admiro, pois foi com a tua serenidade e boa dose de tolerância que te afeiçoaste à tua pequena menina. E a vida no fim de contas é assim, impõe milhares de barreiras, distâncias, problemas, e tu tens que usar o amor como superação e arma para tudo, mesmo que esse já se sinta fraquinho e esgotado. Quem quer, perdura, agora não te aniquiles se vires que o sentimento não se torna mútuo. Ama-te em primeiro lugar, pois sem amor próprio, não és capaz de amar alguém, pois sem dúvida isso é a peça indispensável para o teu puzzle ficar concluído. Agora eu não posso deixar de agradecer a vida, por me ter dado o meu amor maior, agradeço-lhe por simplesmente me ter dado um autêntico príncipe, pois mesmo com todas as encruzilhadas da vida, não abdicaste do caminho que te conduziu até mim. Ambos sabemos 66


que podem existir mil obstáculos, mas nada fará com que o nosso amor morra, porque arranjaste maneira de fazer desta menina, uma pequena princesa, onde o seu castelo é elegido pelo conforto dos teus abraços, seguido de um beijo na testa, que me faz parecer a rapariga mais afortunada e completa do mundo. Agora, pensei em te mandar um beijo... Mas achei muito pouco e decidi mandar milhões deles

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Sê Amor! Por mais que a tua cabeça ande à roda o importante da tua vida não é amar, mas saber amar, não escolher de quem se ama, mas saber lidar. Para amar alguém é necessário que te ames a ti próprio, embora não em demasia, pois isso provocará as grandes dependência,

inseguranças, o

a

afastamento

progressivo e a reciprocidade. Não

esperes

por

bens

materiais, jantares às velas ou em restaurantes chiques, preenche o teu interior e não o teu exterior. É preciso completar o coração e não ter vários. Não te submetas que te ordenem, mas também não ordenes... Não colabores nem te ajudes na autodestruição na presença de alguém, esse é o tipo de jogo psicológico. Refiro, e é de facto, eu não falei só de amor de namorados… Sê AMOR!

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira

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Amar pelos dois

Se um dia alguém Perguntar por mim Diz que vivi Para te amar Antes de ti Só existi Cansado e sem nada p’ra dar Meu bem Ouve as minhas preces Peço que regresses Que me voltes a querer Eu sei Que não se ama sozinho Talvez devagarinho Possas voltar a aprender Se o teu coração Não quiser ceder Não sentir paixão Não quiser sofrer Sem fazer planos Do que virá depois O meu coração Pode amar pelos dois Autoria: Luísa Sobral | Interpretação: Salvador Sobral

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Simplesmente para ti… Uma palavra sentida Curta mas ao mesmo tempo comprida Enche-nos o coração Com muita paixão. Um dia eu senti Que estava apaixonado por ti E comecei a mudar Porque me estava a apaixonar O nosso dia chegou E foi aí que tudo mudou A vida deu a volta A alma ficou mais solta. Quem não sabe o que é Amar Também não sabe cuidar A vida dá muitas voltas E felizmente muitas reviravoltas.

2º Ano Técnico Auxiliar Protésico Eduardo Lopes

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Correio sentimental - Texto premiado Bom dia, é a definição que mais gosto de ouvir, a de acordar e antes de te ver, sentir-te. Mas, tudo o que faço, e tudo o que quero fazer, abrir os olhos e ver-te. Quantas vezes precisas perder-me até me quereres? Há coisas que não mudam nunca… e, embora eu goste de ti, eu já não crio raízes em coisas que não são eternas., pois percebi que dar errado, era o que estava completamente certo. Agarrada a ti, à tua letra sem fim, ao teu olhar brilhante, mas para além disso, ao teu intelectual espetacular que eu nunca vi tal. Acho que agora vivo indiferente. Terte perto foi das maiores lições infinitas, as marcantes da minha existência. Ter-te longe não significa não ter-te, significa ver-te a crescer, ver-te tão adulto, que acabo por instantes, sentir que a dor passou, que tu continuas a ser a pessoa que me deixa um brilho, perante os meus olhos, mas, sem mim. Arrependo-me apenas do que não faço e, esquecer o que é suposto, a continuidade das coisas, se não me sentir bem comigo. Efetivamente, eu perdi uma das melhores pessoas da minha vida, no entanto, encontrei a melhor do mundo, eu própria! Só mais um minuto…sei que já te vi, mas, voltei adormecer, por isso, quando acordares deseja-me Bom dia, tal e qual como eu te desejei!

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Correio sentimental- Texto premiado Estava uma noite escura chovia miudinho, um vento gélido assobiava a quem se atrevia a estar na rua aquela hora. Evol, era uma dessas pessoas, dentro de um tubo de cimento no meio das obras de um edifício em construção, a pequena criança tentava manterse quente, com os trapos que recolhera anteriormente do caixote do lixo de uma loja. Ouviu passos de uma pessoa como de costume, ouvia-se plenamente a chuva a embater no guarda chuva de quem passava, estava próximo dela, e apesar de já estar habituada sentia um pouco de receio de que pudesse ser alguém que lhe fosse fazer mal, ficou atenta. Quem quer que fosse seguiu, o barulho dos seus passos sentia-se cada vez mais distante... A pequena Evol deitou a cabeça para descansar. A fome não a deixava, porém agora só quando o sol nascesse é que se ia aventurar a sair do seu abrigo improvisado. Ouviu de novo passos, iam bastante acelerados, viu uma sombra a rodear o tubo de cimento onde se encontrava. Com medo, pegou no que tinha à mão para se defender! Não tinha nada a não ser panos velhos... De repente, apareceu alguém que gritou: -Buhhh!!! -Ahhh!!! - Gritou Evol e atirou-lhe com um pano. -Ainda bem que não me atingiste! Isso podia magoar-me imenso! - Disse ironicamente Noissap, o seu melhor amigo. -Parvo, assustaste-me! – Retorquiu Evol. -Encontrei comida! Queres Evol? -Noissap, a quem roubas-te isso?! -Não roubei juro! Estava no caixote do lixo do supermercado. Não entendo os adultos, deitam fora comida ainda boa. Melhor para mim! -Anda para aqui, ainda ficas doente tonto - Disse-lhe Evol (Noissap subiu para dentro do tubo e abanou a cabeça repetidamente para retirar alguma chuva do cabelo). 72


-Ah ah pareces um cão! - Comentou Evol enquanto abria um iogurte que Noissap trouxera dentro de uma saca plástica velha. No fim de comerem, encostaram-se um ao outro para partilhar o seu calor humano e adormeceram. No dia seguinte acordam os dois com o barulho de plástico a ser mexido, estava um cão a comer o que Noissap trouxera. -Sai vadio! Seu rafeiro estás no meu sítio e a comer a minha comida! - disselhe o rapaz enfurecido. -Calma, ele também tem fome como nós - comentou Evol e completou: O mundo é o nosso lar, ele pertence a todos mesmo não sendo de ninguém. Além disso, já não chove, podemos ir procurar mais! O seu amigo respondeu-lhe: -Era mais giro irmos procurar à chuva, assim podíamos brincar na lama! -Por falar nisso, precisas de tomar um banho, estás todo sujo! - Disse a rir-se a menina. -Quando voltar a chover- retorquiu o seu amigo sorrindo. Saíram os dois do tubo de cimento, cumprimentaram como de costume os construtores e seguiram em direção à cidade. O cão que lhes tinha comido o que restava da noite anterior foi atrás deles. Noissap ainda estava chateado com ele, porém, Evol não se importava em fazer mais um amigo. Chegaram a uma fonte no meio da cidade, onde costumavam correr atrás das pombas. O cão começou a correr atrás delas e assustou-as antes de eles sequer pensarem em fazê-lo. -Maldito cão, estragou a nossa diversão! - disse irritadíssimo. Pegou nele e atirou-o à fonte de água onde as pombas costumam beber, e onde se refrescam nos dias de calor mais intenso.

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Evol de imediato, foi sorrateira para trás de Noissap, e empurrou-o caindo estrondosamente na água, o que o irritou ainda mais. Levantou-se todo molhado da fonte, com uma expressão furiosa e com o olhar fixo em Evol, com a sujidade da roupa a escorrer para a água que lhe dava pelos joelhos, andava de forma trapalhona, mas sentiu algo a embater contra ele vindo do nada. O canídeo achou piada à brincadeira e resolveu saltar de novo para a fonte, acertando no rapaz. Mal ele veio à tona de novo e começou a lambê-lo! -Afasta-te de mim peste! Ou queres que também te lamba? - perguntou Noissap. O cão continuou a lambê-lo e ele começou a fazer o mesmo! Uma criança que passava com a mãe perguntou à mesma se também podia ir brincar na fonte, e a resposta foi um enorme NÃO! Evol que observava de fora, adorava ter uma família, mas como acabara de presenciar, isso tinha um preço. Hoje em dia pouca gente pode fazer o que quer e gosta, espontaneamente, sem preocupações de alguém ficar chateado ou a olhar com cara de desaprovação. A verdadeira essência está dissimulada, comportamentos controlados pelos outros, sem a verdadeira vontade da pessoa ser ouvida. As pessoas tornaram-se simples seres cumpridores de ordens, se alguém "superior" lhes diz: “faz”, eles agem à mercê do outro como se fossem inferiores, abafando a sua própria vontade. Muitas vezes por causa do medo de algo, sem refletirem se o que estão a fazer é certo ou errado. Evol, orgulhava-se da diferença daqueles com quem convivia como por exemplo Noissap. Porém, os pedestres mostravam claramente que tinham grandes com plexos com essa diferença. Apesar de ser mais controlada que o amigo, não se importava que a achassem louca e entrou na brincadeira com os dois, atirando alegremente água, a um, e a outro. 74


Porque afinal quem era louca, ela, ou quem por lá passava?! Ao fim de algum tempo, apareceram dois policias que se dirigiram aos pequenos e ao cão. Um deles, com o bastão na mão, começou a expulsá-los de lá com movimentos agressivos e a gritar: -Vão- se embora seus indigentes! Vadios! Os miúdos saíram da fonte a correr como de costume. Evol olha para trás e vê que o cão, inocente, ainda não se tinha apercebido da situação e continuou a brincar na água. A menina começou novamente a correr para ir buscar o cão. Pegou nele e puxou-o para fora da água. Entretanto, aparece um dos polícias que a agarra pelo braço. Noissap ao ver a situação começou a correr em direção a eles! Evol, tentava soltar-se do polícia a todo o custo, mas ele tinha-a bem presa, então ela decidiu mordê-lo, o que resultou! Largou-a de imediato. Noissap, viu que Evol se tinha soltado, mas já que ia lançado, e para não perder o seu momento linear, ao invés de parar, aumentou-o continuando a acelerar. Embateu contra o polícia, caindo os dois com estrondo ao chão. Os miúdos aproveitaram a oportunidade e começaram a fugir, mas o outro polícia meteuse entre a rota de fuga deles. Noissap, começou de novo a acelerar, o polícia colocou-se em posição para aguentar com o impacto! Quando o embate parecia inevitável, Noissap atirou-se para o chão, deslizou por entre as pernas do polícia, levantou-se e continuou a correr. Rasgou um pouco as calças, e ficou de novo todo sujo, para além de ter a roupa molhada, esse era o menor dos seus problemas. O cão foi por outra rua, e as crianças só pararam de correr quando chegaram a um local seguro, estavam agora na entrada para o monte. O sol batia intensamente nas pedras megalómanas distribuídas por aquele lugar, foram investigar o local. 75


Ao fim de caminharem durante algum tempo, decidiram tirar a roupa e deixá-las a secar nas pedras. Agora, os dois amigos estavam nus, aproveitaram para conversar e correrem pela floresta, subirem às arvores e andarem atrás de esquilos, como se fossem os únicos humanos à face da terra.

O sol começava a desaparecer, um indicador de que estava a ficar tarde. Pegaram nas roupas que secaram nas pedras e vestiram-se. A barriga, começava a dar sinal de que tinha fome, os dois foram por entre becos à procura de comida. Foram ter a uma parte da cidade que ainda não conheciam, e pior ainda, apenas com a iluminação pública, não sabiam por onde voltar. Ao fim de algum tempo, encontraram uma larga árvore, decidiram dar as buscas por terminadas e subiram para cima da mesma. Iam passar aquela noite ali, ao invés de voltarem para o sítio do costume, os galhos pareciam fortes, e no topo estavam suficientemente perto um do outro para se deitarem. Não era a cama perfeita, a dureza dos galhos era incomodativa, mas a vista para o céu estrelado era fantástica, e a amizade entre os dois indescritível, formando um cenário estupendo! O mundo era a casa deles, não tinham para onde ir, contudo, podiam ir para todo o lado. Na manhã seguinte, acordaram com o som de pássaros a cantar. Estavam rodeados de aves, que também passaram a noite naquela árvore. Noissap, impulsivo como de costume, tentou arranjar um pequeno almoço fresco, e cheio de proteínas. Pequeno almoço esse, que tal como o rapazinho, estava cheio de vida, mas ao contrário dele tinha asas.

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Estava quase a agarrar um pássaro, quando desataram todos a voar, uma enorme coluna se levantou, ofuscando o sol com a imensidão daquele bando. -Quem me dera ter asas, voar por aí, descobrir o mundo, ir para terras distantes, comer das espigas de milho dos enormes campos que poderia sobrevoar, e também comer alguns insetos. Insetos são bons! Crocantes! Não tinha maldade no seu coração, a maior parte dos seus sentimentos eram instintivos, precipitados, efêmeros, vivia-os plenamente sem refletir. As duas crianças desceram da árvore, espreguiçaram-se, e seguiram à procura de comida. Pelo caminho, Evol, começou a sentir-se mal, a sua pele tinha um estranho tom de cor amarelo e os seus olhos também. Não lhe apetecia comer nada, para além de se sentir muito cansada. Sentou-se para descansar um pouco, e Noissap foi à procura de comida, a fim de lhe dar energia. Foi determinado à procura de algo que fosse comestível, pediu moedas aos pedestres que passavam, e também aos condutores no semáforo. Comprou um pequeno chocolate para Evol num pequeno mercado, e foi ter com ela. Quando chegou ao local, estava um grande alvoroço! Um enorme aglomerado de pessoas, uma ambulância e muito barulho. Passou por entre as pessoas até chegar à beira de Evol. A menina ia para o hospital, e Noissap não podia ir com ela. Foi a última coisa que ouviu antes de fecharem a porta e arrancarem. Desesperado, começou a correr atrás da ambulância. Ia demasiado depressa para as suas pequenas pernas, pensou noutra solução… Viu uma bicicleta encostada a um poste. Pegou nela e começou a pedalar! Começou a ouvir alguém a gritar! "-Vadio! Essa bicicleta é minha! Ai se eu te apanho!" 77


Pedalou com toda a sua força, e começou uma perseguição atrás da ambulância! Passava por entre pessoas, carros, por semáforos vermelhos, muita gente buzinava, mas ele estava determinado em apanhar a ambulância. Chegou a um cruzamento e não sabia dela... Continuou a pedalar, e de repente um tuk tuk chocou contra ele. Caiu violentamente ao chão! Ficou tudo preto... A visão começou a voltar lentamente, via tudo em câmara lenta... Levantou-se enraivecido, e começou a discutir com o condutor! Um turista que ia na parte de trás do tuk tuk, perguntou se ele estava bem, tinha acabado de sofrer do acidente, podia ter alguma coisa partida ou uma hemorragia interna. Afinal, o rapaz estava a sangrar de um braço, o turista pergunta-lhe se não seria melhor levá-lo ao hospital. -Hospital?! - retorquiu - Sim tem que me levar ao hospital! Que dor! Doí tanto! O turista convidou-o a entrar no veículo, e ordenou ao condutor que fossem para o hospital. A Bicicleta ficou no meio da via e seguiram. Quando chegaram ao hospital, o rapaz agradeceu, saltou para fora da viatura e foi a correr para a receção. Perguntou se tinha entrado alguma criança há pouco tempo. A senhora perguntou-lhe pelo nome da mesma, ao qual ele respondeu Evol. Deu-lhe a informação de que estava a ser avaliada nas urgências, e portanto ele tinha que aguardar na sala de espera. Não sabia ler o que estava escrito nas portas, portanto, enquanto estava na sala foi perguntando às pessoas o que cada uma dizia. Ouviu "receção", "casa de banho", "saída" mas o que lhe despertou a atenção foi a tão aclamada "Urgências". Olhou à sua volta, não viu nenhum segurança e entrou. 78


Lá dentro, começou a chamar por Evol enquanto percorria o corredor a um passo acelerado. Um grupo de enfermeiras ouviu o rapaz e uma perguntou-lhe quem ele era e o que fazia ali. Ao qual ele respondeu: -Sou o novo médico não sabem?! Começaram-se todas a rir-se! O rapazinho ficou atrapalhado. A cara de frustrado dele ainda as divertia mais! Uma conseguiu acalmar-se, e ao fim de limpar as lágrimas de riso dos olhos perguntoulhe o que ele queria. Procurava Evol disse-lhe. Descreveu-a como uma linda menina de cabelo encaracolado, de olhos castanhos brilhantes que continham no seu interior, uma menina muito feliz e divertida. Tinha como veste um belo vestido branco sujo, com flores amarelas e rosas. A descrição era idêntica a uma menina que tinha entrado há pouco, e com pena do rapaz decidiram levá-lo até ela. Quando viu Evol, Noissap correu até ela! Estava deitada numa cama simples apenas com um colchão, um cobertor branco e com os ferros da cama expostos. "-Uau Evol! Trouxeram-te para um hotel! Andas a viver bem! Não te esqueças do teu amigo Noissap" – disse-lhe o rapaz. -Cala-te estúpido! e anda para aqui para a minha beira!" respondeu Evol. Sentou-se na cama ao lado dela, e ambos encostaram a cabeça um ao outro. Ao fim de algum tempo, foi um médico ao quarto, e ao ver lá o rapaz não ficou nada contente. Chamou uma enfermeira, e disse-lhe que o rapaz também tinha que fazer exames. Noissap perguntou que exames eram esses. -Vamos apenas tirar-te um pouco de sangue – disse-lhe a enfermeira. 79


-Ah! ok! Podem tirar daqui! - respondeu o rapaz mostrando o braço em ferida da queda que tivera anteriormente. -Como isso está! É necessário fazer-te um curativo também - concluiu a enfermeira. Levou-o até à enfermaria, limpou-lhe a ferida, removeu-lhe todas as areias que nela continha e perguntou-lhe: -Isso não te dói? -Claro que não! - respondeu Noissap e terminou dizendo - Nada me dói! A enfermeira foi buscar uma seringa para tirar sangue ao rapaz, e quando ele viu a agulha ficou muito agitado! -Para que é isso? - Perguntou! -Para te tirar sangue - respondeu a enfermeira. -Não é preciso tirar sangue com isso - disse-lhe -É preciso, é! - afirmou a enfermeira. Noissap, começou a correr pela enfermaria fora, mas bateu com a cabeça num armário. Acordou numa cama, com uma liga na cabeça e um penso no braço. Levantou-se da cama, mas doía-lhe muito a cabeça, voltou a deitar-se. Acordou no dia seguinte, e sentiu-se molhado... abriu os olhos lentamente, e viu duas enfermeiras a darem-lhe banho. -O que é que me estão a fazer? - perguntou-lhes incrédulo! Estou nu?! - perguntou-se a ele próprio. Eu estou nu!!! - acabou por refletir. Noissap, estava habituado a andar nu, mas era a primeira vez que alguém o tinha despido sem o seu consentimento. Sentia-se estranho, eram demasiadas experiências novas. As enfermeiras tentaram acalmá-lo, e acabaram por persuadi-lo que tudo aquilo era para o seu bem. Vestiu o que lhe tinham deixado em cima da cama, e seguiu pelo corredor à procura de Evol.

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A pediatria daquele hospital era pequena, e encontrou rapidamente o quarto onde ela estava, não estava muito longe do seu. Estava lá uma médica que estava a falar com a menina. Noissap interrompeu-a, e meteu-se a conversar com Evol e a contar-lhe as coisas horríveis que lhe tinham feito. A médica sorriu ao escutar o rapaz. Disse-lhe que estava num hospital, que era normal e que tinham que passar lá mais tempo, ambos tinham hepatite A. Felizmente ele não tinha sintomas, mas a sua amiga estava um pouco mal. Por fim, concluiu perguntando se eles tinham pais ou familiares para os informar que estavam lá internados. A resposta foi negativa. O comportamento dela modificou-se. Saiu silenciosamente do quarto. As duas crianças continuaram a conversar por horas. No fim da tarde, chegaram lá dois polícias e uma enfermeira. Noissap, percebeu que alguma coisa se passava... olhou à sua volta, para ver se havia armários, meteu-se entre os dois polícias como se estivesse tudo bem, e sem eles contarem começou a correr! Foi pelo corredor a alta velocidade, abriu uma porta sem saber para onde ia, continuou a correr, viu que um polícia vinha atrás dele, quando olhou para a frente, estava um carrinho com material. Caiu, e ficou rodeado de toalhas e fraldas. O policia chegou à beira dele. O rapaz atirou-lhe com fraldas, mas isso não o deteve de lhe colocar umas algemas e o levar no seu ombro. Ele tentava libertar-se ao mexer com as pernas, mas estava bem preso. Foi levado para uma instituição, e esse também seria o destino de Evol quando recuperasse totalmente. Na instituição foram-lhe impostas algumas regras. Deram-lhe roupa, alimentaram-no, e ficou num quarto com mais 5 rapazes. 81


O quarto que lhe fora atribuído não tinha janelas, sentia-se sufocado, não conseguia ver as estrelas. Mesmo com tanta gente no quarto, sentia-se sozinho, a única coisa que as outras crianças acrescentavam ao quarto era torná-lo muito quente. Durante a noite pensou num plano para escapar. Acordaram-no cedo, deram-lhe o pequeno almoço, meteram-no numa camioneta juntamente com as outras crianças, e levaram-no para a escola. Quando lá chegou, estavam muitos meninos e meninas diferentes, começou logo a tentar fazer amigos. Quando tocou uma campainha toda a gente o deixou, e seguiram em direção a uns quartos grandes com cadeiras e mesas. Seguiu os meninos que tinham vindo com ele na camioneta até uma sala, e estava lá uma professora que começou a riscar uma parede estranha. Reparou que no fim das outras crianças copiarem os desenhos, que a professora tinha feito, ela apagava os riscos e fazia outros. Aquilo era espantoso! Noissap também queria uma parede daquelas! Começou a comentar com as outras crianças se elas sabiam o que era aquilo. A professora olhou ferozmente para ele como se ele estivesse a fazer algo de errado, por perguntar uma coisa que não sabia. Disse-lhe que tinha que estar em silêncio. Farto de estar sentado, levantou-se e foi ter à mesa de outras crianças. Todos ficaram a olhar para ele. A professora farta, perguntou-lhe se ele queria sair. Feliz com a proposta, Noissap disse-lhe que sim, e agradeceu antes de ir brincar para o recreio. Quando voltou a tocar, Noissap dirigiu-se para a sala, mas viu toda a gente a sair. Ficou confuso... Afinal o toque era para entrar ou sair? 82


Um dos seus novos amigos, explicou-lhe que estavam no intervalo, que agora podiam finalmente falar e estar à vontade. Noissap não entendeu a afirmação, mas decidiu perguntar aos seus novos amigos se sabiam algo sobre hepatite A. Um deles respondeu que um primo dele tinha hepatite C, como não tinha recebido um fígado de outra pessoa acabou por morrer. Noissap ficou ainda mais preocupado com Evol. Quando tocou, ao invés de ir para a aula, fugiu! Foi perguntando às pessoas se elas sabiam onde ficava o hospital. Pelo caminho, começou a lembrar-se de algumas ruas e foi lá ter. Desta vez estava um segurança à porta das urgências da pediatria. Impaciente por saber que não ia conseguir passar despercebido, abanou um carro que estava no parque do hospital até o alarme se ligar. O segurança foi ver o que se passava, e Noissap entrou sorrateiramente a correr. Viu a médica do dia anterior e foi ter com ela -Quero dar o meu fígado para a Evol - afirmou A medica não entendeu o que o rapaz queria dizer Por fim, ao raciocinar quem era a Evol, e o que ela tinha, percebeu que Noissap não se importava de morrer para salvar a amiga. Disse-lhe para ter calma, a doença que ela tinha não precisava de nenhum transplante, e além disso ela estava a recuperar bem Pensou em perguntar-lhe o que ele estava ali a fazer, mas decidiu levá-lo até à amiga para tranquiliza-lo. Noissap ficou fielmente a fazer companhia à sua amiga, partilhou com ela o chocolate que tinha comprado uns dias antes e permaneceu a seu lado, até ela recuperar totalmente. 83


O hospital contactou o orfanato, e foram os dois reencaminhados novamente para lá. Não ficaram lá dentro muito tempo, fugiram de noite para o telhado e dormiram lá os dois, guardados pelas estrelas. De manhã, tomaram o pequeno almoço e foram na camioneta para a escola. Evol aprendeu na escola algumas coisas úteis naquele dia, contudo, achava que outras não faziam tanto sentido. Noissap passou o dia também a aprender, contudo fora da sala. Descobriu que alguns frutos das árvores da escola não eram comestíveis, o que não fazia sentido para ele. Porque motivo estariam então lá as árvores?! Aprendeu também sobre a gravidade e a fricção ou a falta dela ao escorregar de uma árvore, e ter caído ao chão sentindo a terceira lei de newton na própria pele (o principio da ação e reação) Aprendeu sobre a sustentação (aerodinâmica) ao apreciar uma folha a planar lentamente depois de cair de uma árvore. No final da manhã foram almoçar. Guardaram alguma carne no bolso para comerem mais tarde, e foram passear até à construção onde costumavam dormir. Quando chegaram lá as obras estavam quase terminadas, o tubo de cimento onde dormiam, formava agora uma gigantesca coluna que suportava o peso do edifício. Conversaram um pouco com os construtores e conheceram a sua nova mascote. Era um cão atrevido, que adorava brincar e que corria atrás das pombas. Noissap sentia que o conhecia... pensou e lembrou-se! Brincaram os dois, o cão lambeu-o e ele lambeu o cão! Correram os dois pela terra, sujaram-se todos, correram por cima do cimento fresco e ficaram presos... Os construtores ajudaram-nos e todos se riram da situação. Com o passar do tempo, a capacidade de algumas pessoas em criar momentos especiais perdura, noutros desvanece, mas as memórias criadas por esses momentos dificilmente se esquecem.

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Evol observava. Estava feliz mesmo sem ter ganho nada, a simplicidade das coisas tornava-a simplesmente feliz. Naquela manhã a professora tinha falado sobre a guerra. Se todos os homens e mulheres tivessem a capacidade de entender o sofrimento e a felicidade do outro, não seria preciso lutarem por um território, pois preocupar-se-iam no que poderiam ajudar em prol do mesmo território, e em como torná-lo melhor, usufruindo as duas partes dele. Se eles percebessem que na realidade somos todos cidadãos do mundo, e que ao destruirmos a terra do outro, na realidade estamos a destruir o nosso jardim. Desta forma, não plantariam violência, mas sim amor e compreensão, e a paz seria a consequência. Ofereceu um pouco da carne que tinha no bolso ao cão, despediram-se dos construtores e prosseguiram viagem até um rio nas montanhas. O cão veio atrás deles, e seguiram em direção a um riacho nas montanhas. Pelo caminho, Noissap, partiu um ramo de uma árvore, desfiou um pouco, atou-o ao resto do ramo, tirou do pescoço o seu colar com uma pequena âncora e fez uma pequena cana de pesca. Escavou um pouco de terra, o canídeo ajudou-o e encontrou algumas minhocas. Meteu-as ao bolso e seguiram com Evol até ao riacho. Mal chegaram viram alguns peixes e o rapaz começou logo a tentar pesca-los. Ao fim de algum tempo, sem sucesso algum, começou a ficar irritado. Evol pegou na cana calmamente, aguardou até um peixe se aproximar, reparou que ia morder o isco, puxou-o para o lado, e o peixe fugiu. -Porque não o apanhaste?! Tenho fome - disse o rapaz -Tem calma, aquele ainda era muito pequenino - disse-lhe a rapariga. Esperou mais um pouco, outro peixe aproximou-se, trincou o isco e Evol puxou-o violentamente, o peixe veio para fora de água, mas a cana improvisada rebentou! Salteando por entre as pedras, o peixe tentava entrar de novo na água, o cão saltou e apanhou-o mesmo a tempo.

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Entregou-o aos miúdos, um pouco babado, salvando assim a sua pesca. Tiraram a peça do colar da boca do peixe, voltaram a reconstruir a cana e pescaram durante algumas horas. Estava a anoitecer, quando repararam que já tinham uma quantidade significativa de peixe, mais do que precisavam para se alimentarem, portanto decidiram parar. Pegou na pequena âncora de ferro, limpou-a às calças para ficar seca, e com a ajuda de uma pedra e de galhos secos fizeram uma fogueira. Meteram algumas pedras à volta, e assim fizeram o seu jantar. Ofereceram também ao companheiro de 4 patas e deitaram-se. Foram aquecidos quer pelo calor da fogueira, quer pelo calor humano-canídeo, enquanto olhavam para as estrelas. Na manhã seguinte, assaram o resto do de peixe, tomaram o pequeno almoço, e levaram o restante para os outros indigentes da cidade. Quando lá chegaram, começaram a distribuir o peixe, com o critério de prioridade a quem lhes parecesse mais enfraquecido. No final da sua boa ação, decidiram aproveitar mais um pouco a dádiva da vida. Foram passear e observar a natureza. Estavam intimamente ligados a ela, retiravam a vida de seres para continuarem a viver, tinham essa responsabilidade e assumiam-na sempre que fosse necessário, sem ser necessário a intervenção de terceiros para o tornar mais agradável. O cão seguiu o seu caminho e os miúdos foram até à floresta, subiram até ao topo de uma árvore bem alta, pois de lá conseguiam ver toda a cidade e a imensidão de montanhas que a rodeavam. Lá em cima os pequenos amigos estavam encostados um ao outro, mais do que amigos, eram cúmplices um do outro. Evol gostava daquela vida, mas também gostava de ter comida a horas certas, cobertores quentinhos que a protegiam do frio, aquela vida era muito imprevisível. Falou com Noissap sobre o hospital, o centro de acolhimento e da escola. Queria estabilizar um pouco, adorava a vida que tinha, mas algumas coisas não eram o que queria para o futuro. 86


Desceram da árvore e foram para a sua casa improvisada na obra. O edifício nu, já tinha algumas divisões, o que protegia as crianças do frio. Noissap brincava a saltar de varanda em varanda, sempre no limiar do perigo, subiu até ao topo do edifício. Evol foi atrás dele a fim de avisá-lo dos perigos, ao que ele respondeu: -Não tenho medo de morrer, quando acontecer irei fundir-me com a terra, alimento-me dela e um dia ela vai alimentar-se de mim, e quem sabe originar uma grande árvore como aquelas na floresta. A menina furiosa decidiu dar-lhe uma lição. -Está bem Noissap. E saltou do topo do edifício… Caiu no andar logo abaixo como tinha planeado. Noissap quase teve um ataque cardíaco, aproximou-se rapidamente da extremidade do prédio para ver onde ela estava. Não se importava com ele, mas não podia perder a sua melhor amiga. Estava a olhar para cima a sorrir, pediu-lhe ajuda para voltar a subir, ele esticou-lhe a mão, ela saltou, agarrou-a e subiu. Sentaram-se os dois na berma a abanar os seus pezinhos e a conversar. Viram alguma coisa a mexer-se lá em baixo. Perceberam que era o seu amigo canídeo. Evol chamou por ele e ele entrou no prédio. Pouco depois, apareceu de repente, a ladrar, super entusiasmado e a querer brincar com eles, atirou-se para cima de Noissap! Ambos se desequilibraram e caíram do topo do prédio... Evol não podia acreditar no que tinha acontecido... Os seus grandes amigos tinham caído... Sentia que a culpa era dela... afinal foi ela que o chamou... Com tamanha angústia dentro de si, Evol sentiu um misto de emoções a percorreremna. 87


Aquilo seria a realidade ou estaria a sonhar?! Não conseguia viver com aquela culpa. Fechou os olhos, abriu os braços e atirou-se do topo do edifício... Ali estavam os três amigos, deitados, inanimados no meio do chão... Evol despertou lentamente, sentia o corpo cheio de dores... abriu os olhos vagarosamente, e de imediato os mesmos foram encadeados por luzes azuis. Sentiu muita gente à sua volta e estava imenso barulho. Ia voltar a adormecer, mas alguém não a deixou, meteram-na dentro de uma ambulância e pela segunda vez ia para o hospital em estado grave. Foi levada de urgência para o bloco operatório. Teve uma paragem cardíaca... os médicos tentaram de tudo para fazer a pequena voltar à vida... Foi difícil, mas conseguiram! Esteve

em

coma

induzido

durante cerca de um mês. Quando acordou, sentia-se fraca, o sol batia-lhe na cara e estava cheia de ligaduras. Uma enfermeira que ia a passar no corredor ao ver a menina a tentar levantar-se entrou logo no quarto. Ajudou-a a deitar-se de novo e conversou um pouco com ela. Evol ficou a saber que tinha partido varias costelas e uma perna, fez pequenos danos na coluna, mas com descanso e fisioterapia recuperaria plenamente. O que a tinha salvo foi ter aterrado em cima dos dois amigos, infelizmente eles não sobreviveram... Evol olhou pela janela do quarto do hospital, viu um bando de pássaros a voar. Pensou nos bons momentos com os amigos, sorriu e imaginou Noissap a voar, tal como ele sonhava fazer. Ela gostava dele mais do que de um amigo normal, nunca o iria esquecer. A paixão (o momentâneo) pode acabar, mas o Amor, perdura. 88


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As reticências da vida Há quem diga que não se deve viver de reticências, que se deve por ponto final em tudo, e parcialmente, eu até concordo. Quando nos permitimos viver de reticências, vivemos no imaginário, no que poderia ter sido e não foi, no que poderá vir a ser, nas espectativas e ambições que temos relativamente ao nosso passado, ou a outras pessoas. As reticências são aqueles três pequenos pontinhos que deixam as pessoas pensar naquilo que ficou por dizer ou fazer. Às vezes remete-nos para as coisas boas e maravilhosas, outras vezes para coisas tristes, que nos magoam e deixam frágeis. E vale a pena? Valerá a pena colocar reticências quando se deve colocar um ponto final, ou então uma vírgula para que tenhamos a certeza que o que já foi, lá vai, e o que poderá vir, pode ser algo maravilhoso. As páginas que já estão escritas não podem ser mudadas, agora o que está daqui para a frente, só eu sei o que quero escrever, e se quero estar bem comigo mesma. Talvez deva deixar de usar tantas reticências e deva passar a usar mais pontos finais, pontos de exclamação e interrogação, para que assim possa ter mais certeza do chão que piso e dos sentimentos que sinto. Assim como o sol se põe no horizonte levando as deceções, os desamores e tristezas, a cada nova manhã surge um novo dia, novas histórias, novos amores, novos recomeços e novas conquistas. Se nada deu certo hoje, amanhã acordarei mais cedo e tentarei de novo, ainda que com reticências, visto que estas também se nutrem de esperança e otimismo, e nos fazem acreditar, que o melhor ainda está para vir.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Inês Peixoto

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A confusão da alma Talvez seja no meio da madrugada que pensas em tudo e onde tudo te passa pelo pensamento...e dás conta que esses pensamentos divagam para bem longe. É na madrugada que pensas na totalidade em tudo o que podia ter acontecido, mas não aconteceu, tudo o que podias ter dito, mas não disseste. A vida não é um papel onde as reticências sejam visíveis para quem está a ler um texto genuíno … e quando te apercebes disso lamentas-te da parva que foste e entras numa profunda nostalgia, que desaba em lágrimas. Tenho a noção que sou sempre eu mesma em todos os momentos da minha vida, mas com certeza não serei a mesma para sempre. As reticências significam que ainda muita coisa pode mudar, assim eu sofro constantes transformações do meu ser ao longo do tempo. Como referido no texto, tudo ainda está em plena construção O mundo que gira, mas muda em função do ser humano… O nascer do sol …e talvez uma nova vida em cada parte deste mundo… Um sonho que idealizo …e talvez um dia se realize… A despedida de um dia …e talvez de outros seres… Vivo assim … com estas reticências …que nada acaba …e que tudo recomeça …que pontas soltas se atam … e que nós cegos se desentrelaçam …vivo nas incertezas do certo e na angústia do presente que me retrata o passado… Por vezes estas reticências não fazem bem …pois capítulos devem ser enterrados para belos jardins serem encontrados e semeada a paz e a liberdade de um novo ser. Talvez eu viva e sinta estas reticências na minha vida … e talvez por senti-las, prefira agora um ponto final, o dito pontos nos “is”, mas assim como eu e qualquer outro ser humano, estamos sempre contrariados com o que a vida nos oferece.

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Decidi …colocar talvez as reticências nas minhas certezas …reticências na minha pessoa e nas que me rodeiam …reticências em quem hoje está comigo…reticências no meu futuro…porque se nada está concluído, também nada me conclui que quem está irá prevalecer. Talvez eu não adore as reticências …adoro talvez a surpresa que a vida me oferece, adoro a descoberta de uma nova flor, adoro o sabor de um novo chocolate ..adoro descobrir as várias espécies de animais extintos , adoro o nascer de sol, adoro o convívio que tenho convosco…adoro a existência das três coisas que são capazes de acabar com uma pessoa: O silêncio, a indiferença, e um sorriso. E vivo portanto no aprecio da vida …do que das reticências… do que devia ter acabado e não acabou, do que devia ter chorado e não chorei, do que devia ser dito naquela hora e não disse, do que devia ter amarrado, e por inocência larguei, de quem me devia ter despedido e na hora não me presenciei…desculpai a minha franqueza, não vejo as reticências como uma oportunidade de recomeçar, mas sim com um prolongamento do encorajamento que provoca o sofrimento e melancolia de um momento. Eu não observo o ponto final como o fim de uma historia, mas sim como um novo parágrafo. Por isso, eu adotei como escolha colocar o ponto final em todas as vírgulas e reticências que me estão a incomodar pois só assim alcançarei a liberdade de ser feliz. Logo não existe um caminho novo, a meu ver existe apenas, um novo jeito de caminhar.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Tentativas de mudança As vozes que ouço na minha cabeça... a dizerem-me que hoje não estou bonita, que eu não presto, que eu não pertenço a nenhum grupo social ou que eu não me insiro simplesmente em nenhum grupo existente cá da Terra... Quero conhecer essas vozes tão assertivas a meu respeito, que me descrevem com tanta precisão... Elas existem? Quem são? Elas não existem. Eu não sou uma voz, eu sou um ser de energia pura que visto um casaco que se chama "corpo carnal". As vozes que me acompanham são parte de uma ferramenta deste corpo: o cérebro. Ele até é bastante útil para resolver problemas, mas, é péssimo conselheiro e pior inimigo. A mente é viciada em sofrimento e ser refém de pensamentos menos bons é não ter autocontrole. Nada acabou, há sempre solução onde menos esperamos e de quem menos esperamos. Surge algo mais prioritário, a que eu chamo de consciência. Vou abandonar as vozes porque não permito que me usem novamente. Vou atrair a minha atenção para mim mesma sem vozes, sem "diabinhos" e nem "anjinhos" a puxarem-me pelos ombros. Agora vou ser eu, mais do que nunca.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Isabela Varallo

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Pontuação desafiada Gosto de ser desafiada pela vida, sentir a adrenalina a percorrer o meu corpo e aproveitar cada minuto vivido. Ponho obstáculos a mim mesma para simplesmente poder sentir a vitória de ultrapassá-los. A incerteza e o mistério cativam a minha atenção fazendo com que crie a expectativa de continuação. Afinal o que seria de nós sem sonhos? Sem o sentimento de que algo novo vai acontecer? Sou surpreendida dia apôs dia, surpreendida a cada minuto. Faço da minha vida uma constante reticência em que me pergunto sempre o que virá depois… Vivo a vida ao sabor do vento deixando com que ela crie o meu amanhã sem planos definidos e sem nenhum ponto final, que seja capaz de acabar com este meu sonho. Gosto de viver assim na inconstância da vida.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bruna Martins

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A verdadeira simplicidade da vida Este texto é a verdadeira essência e beleza das coisas que estão na mais profunda simplicidade da vida… A vida que carregamos e levamos para a frente com um sorriso na cara e onde prevalece um turbilhão de ideias, amizades, amores desconhecidos ou a simplicidade de ser… Mas, é com essas reticências que a vida me vai dando, que eu vou percebendo que elas fazem falta no momento certo. As reticências sempre foram para mim o significado de muita coisa. Uns dizem que não se deve viver de reticências, mas sim se deve por um ponto final em tudo, mas eu não concordo plenamente...pois além desses três pontinhos que parecem insignificantes, ainda há tanta coisa. A vida é uma longa caminhada com várias etapas e jornadas que traz à nossa história algo que nos faz sentir diferente. Diferente na intensidade com que vivemos cada jornada, sim pois todos temos formas e maneiras de viver as coisas, mesmo que elas sejam parecidas, e por vezes com a ajuda desses maravilhosos três pontinhos nós conseguimos aguardar o momento que menos esperamos. Eles trazem aquele tipo de standby, ou seja, o pensar naquilo que queremos dizer ou fazer naquele momento. As reticências são um pouco como o adeus que nós transportamos na nossa vida, pois o adeus é aquela palavra que fica na mente da gente, e não sabemos o porquê, assim como as reticências quando ficamos sem palavras…

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Mas depois de pensar e voltar a pensar, o adeus fica connosco quando por vezes queremos lembrar do outro que nos abandonou por alguma coisa que nós realmente nunca pensámos verdadeiramente, e mesmo nesse preciso momento, aquele adeus insignificante transporta com ele a saudade e as reticências com que nós acabamos ou simplesmente estagnamos aquele capítulo. Para mim, as reticências significam algo ainda está em construção, e que ainda há muito por dizer e viver.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Lara Vieira

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Gostar simplesmente Sou fã da simplicidade não das pessoas que têm a mania da superioridade A verdadeira felicidade está na mais simples e bela simplicidade Porque o simples não invade, o simples aconchega e respeita. Eu gosto de simplicidade, mas não podemos confundir com sujidade. Eu gosto de simplicidade, mas também não podemos confundir com exuberância. Eu gosto que as pessoas cheirem bem, mas que me não sufoquem com o seu cheiro de perfume Necesitamos de um meio-termo. Eu gosto do bom gosto. Eu gosto do bem-estar. Obviamente que a simplicidade é uma questão de perspetiva. Contudo, a simplicidade para mim não é profunda é pelo contrário, nítida, Transparente rasa e diferente. Não tenhas medo de ser diferente nem de seres julgado. Às vezes devemos ser caixinhas fechadas. Devemos tentar ser um mistério, devemos deixar coisas por descobrir porque: “De LIVROS LIDOS O MUNDO JÁ ESTÁ CHEIO” ou seja, devemos entregar o mapa, e deixar que a pessoa descubra o tesouro.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Alcher Vicente

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“Entre Março e Abril, vem o cuco do Brasil”

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Pai e Mãe… - Chore com os seus filhos e abrace-os. Isso é mais importante do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas. - Não forma heróis, mas seres humanos que conheçam os seus limites e a sua força. - Faça de cada lágrima uma oportunidade de crescimento. - Estimule os seus filhos a ter metas. - Lembre-se: conversar é falar sobre o mundo que nos cerca. - Dialogar é falar sobre o mundo que somos. - Abraçar, beijar, falar espontaneamente. - Contar histórias. - Semear ideias. - Dizer não sem medo. - Não ceder a chantagem, - Para educar é necessária paciência. Augusto Cury

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Pedaço de mim Vivo numa eterna gratidão por ti. És a minha inspiração como mãe que és, filha e amiga. Conseguiste-me provar que é possível conhecer uma médica, enfermeira, advogada, professora, psicóloga e todas as profissões do mundo numa só pessoa. Hoje vejo os limites rígidos que me foram impostos a serem transformados na pessoa que me tornei. Aprendi a libertar-me das expectativas, a desapegar-me e ser livre. Mas isto é um bocado contraditório porque eu não me imagino a viver sem ti. Aquele cordão umbilical permanece

entre

nós,

porque o meu amor por ti é para além da vida e tenho certeza que estaremos juntas em todas as jornadas. Para sempre nos encontraremos, eu prometo.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Isabela Varallo

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Queridos Papás… Sinto os dias a passar e conto as horas para poder sentir de novo esse abraço que só tu tens. Quero poder voltar atrás no tempo e desejar nunca ter crescido pois sinto que estamos cada vez mais afastados. Lembras-te quando me levavas até ao portão da escola e eu pedia que não fosses embora? Quando tudo o que eu queria era apenas um beijo de boa noite? E aquelas noites em que adormecia no sofá e acordava na cama? Dava tudo para reviver esses momentos porque foram os melhores. Sentia-ma a criança mais feliz do mundo, sentia o amor que me davas, sentia-te perto de mim… Mas a vida é demasiado curta, eu cresci e com isso fiquei diferente, passei por aquela fase parva em que me levavas à escola e eu tinha vergonha que os meus amigos te vissem. Achava-te chata quando me davas um beijo de boa noite…e agora? Sinto-me mal por não ter aproveitado esses tempos em que me tratavas como menina, devia ter dado valor enquanto te sentia próxima de mim. Não te quero assim, distante, quero sentir-me amada pois agora sei o significado dessa palavra, quero ter a segurança de que nunca me vais largar apesar de tudo. Sei que não te digo isto todos os dias, mas devia, és o meu pilar, o meu orgulho, és quem me faz acordar de manhã com um sorriso na cara e ter forças para lutar dias após dia…és a melhor coisa da minha vida e com o tempo a passar apercebi-me de que não há nada melhor que o teu amor! Amo-te com tudo o que tenho e tenho tudo graças a ti.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Bruna Martins

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O meu porto mais que seguro A família é como um navio no mar tempestuoso, onde todos remam juntos, com amor e cooperação, ele chega sempre ao cais da felicidade. Felizmente os meus pais, foram um presente que me foi dado por obra divina, digo divina porque foi sem dúvida alguma. São eles a minha fonte de luz e segurança, o meu porto mais que seguro. Tenho o orgulho de dizer que são uns pais maravilhosos, uns pais presentes, que são o meu presente, e não que me dão presentes. Dar, dão carinho, não para substituir a sua ausência. Falo do meu pai, porque foi ele que aos meus 11anos partiu a fim de nos dar uma vida melhor. Mesmo assim, conseguiu manter-se presente, mas nunca precisou de nos compensar para recompensar. Sem sombra de dúvidas ele e a minha mãe já são o meu presente mais que presentes. Mesmo que por vezes me sinta cansada e injustiçada com os seus sermões, sei que nas tempestades, são eles que me seguram, tenho a consciência de que se eu fui e sou um presente na vida deles, eles são um tesouro na vida que me é dada, a cada amanhecer. Embora às vezes me esqueça, e tente disfarçar para ninguém perceber, eu sinto que por vezes as minhas dores, também se tornam nas dores deles. Eles não são heróis, e como prova disso, tiveram filhos de carne e osso que também sofrem, também têm problemas e angústias. Não fomos educados para sermos heróis, mas talvez usaram os heróis para nos mostrar que também nós somos capazes de ter força, coragem e determinação para enfrentar medos, desafios e raivas. Os meus pais educaram-me a ponto de conhecer os meus próprios limites e forças. Possuem o dom de fazer de cada lágrima minha, uma oportunidade para eu crescer e ver que para tudo há sempre uma primeira vez. Muito raramente, a primeira dá certo, por isso, as ditas “cabeçadas” são formas que a vida nos dá para nós evoluirmos no nosso crescimento pessoal. Abraçar e beijar, é algo que não falta, os meus pais sempre me imbuíram que para ser 102


acarinhada, preciso de ser carinhosa e dar também a conhecer o meu lado meigo e único. Contar histórias, foi uma missão cumprida pelo meu pai, pois sem dúvida a cada noite, era ele que me contava as mais belas historinhas, até eu fechar os olhos com o sono, pena que isso acabou rápido demais. Mesmo sem capa é o meu super-herói. Para ti minha mãe, és aquela que me presenteia sempre com os chazinhos quentinhos no frio, sem mentir e para falar a sério, não tens a coroa de rainha, mas tens o sorriso que a substitui na perfeição. Família é o primórdio da nossa historia, ainda para mais quando a família é unida. Conseguimos semear sorrisos, semear

histórias,

semear

momentos

inigualáveis

e

memoráveis. O respeito na minha casa sempre foi exigido sem pestanejar, o não, nunca foi receado na boca dos meus pais, a paciência mesmo que perdida, sempre foi por uma boa razão, foi para nos fazer perceber que dentro de uma casa e em qualquer lugar do mundo o respeito tem que ser rei. Os deveres têm que ser cumpridos e respeitados por quem governa, e neste caso quem nos sustenta, chantagem é algo que não entra em casa, pois o diálogo felizmente reina no meu doce lar. Quando falo em felicidade, não consigo pensar em outra coisa senão na minha família, pois são eles que me dão paz e serenidade. Com eles posso dizer que me sinto à vontade, sou uma menina feliz e todos olham por mim. Por isso, aproveito hoje para dizer que deste modo, vivo cheia de sonhos e projetos, sonho um dia ter os meus filhos, e netos, mas enquanto esse sonho não se realizar, vocês meus pais são para mim as flores mais bonitas que enfeitam o meu jardim.

3º Ano Técnico Auxiliar de Saúde Célia Oliveira

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Obrigada Mãe!

Quantas vezes guardei um obrigada por achar que não fez mais que a sua obrigação. Quantas vezes escondi uma desculpa por não ter coragem de admitir que errei com ela. Quantas vezes falhei, quantas vezes fui uma má filha, quantas vezes fui injusta, quantas vezes te julguei pela vossa separação quando na realidade era o melhor que estava a fazer para mim, mas acima de tudo para ti. Quantas e quantas vezes não te dei o valor que merecias por inocência ou ignorância. Eu e todos nós devemos um pedido de desculpas por alguma razão assim como um grande obrigada. O melhor pedido de desculpas e obrigada que lhes podemos dizer é ajudá-las, 104


amá-las e acarinhá-las porque se há alguém no mundo que merecia viver para sempre é a mãe. Desculpa quando me pediste ajuda e eu não ajudei mesmo não tendo nada para fazer de importante. Desculpa ter reclamado por não me teres dado o que eu queria quando na verdade só devia ter compreendido. Desculpa não te ter atendido às chamadas por me estar a divertir e esquecer-me que do outro lado estava uma mãe preocupada por não saber nada da sua filha. A certa altura comecei a dar mais valor à roupa lavada que aparecia dobrada em cima da minha cama, comecei a dar valor aos jantares e almoços que apareciam na mesa feitos com tanto carinho para mim. Hoje dou valor à educação que me deste, a toda a confiança que tens em mim, em tantos sermões e toda a preocupação que tiveste comigo. Digo sempre que hoje não ia conseguir voltar a viver com alguém da minha família, tu própria o sabes e no fundo sentes um pequeno orgulho e alegria por saber que eu me tornei responsável e independente. Hoje sou tudo aquilo que me ensinaste, e a verdade é que estamos longe uma da outra e eu não passo um dia sem te ligar ou tu a mim. Passarmos tantas horas à conversa, conversas que só eu e tu sabemos o quão alegres e divertidas são. Não passo sem ir aí um sábado ou outro com o Rui e levar toda a família dele para juntarmos, e termos aqueles jantares engraçados que eu tanto adoro. Hoje dou valor pois quando eu vivia contigo fazias o possível e o impossível para me ver bem, tratavas de tudo sem me pedir nada em troca. És sem dúvida uma guerreira, mãe e pai ao mesmo tempo que sempre lutou por mim para nunca me ver infeliz. Não encontro mais palavras que consigam expressar o que é a minha mãe, o que é uma mãe e o que é ser mãe. Uma mãe que sofria em silêncio quando me via mal, mas escondi essa dor para eu não me sentir pior. Eu estava triste, mas reparei. Uma mãe que 105


me deu asas para que eu voasse. Uma mãe que me deu uma vida, que me educou e ensinou o melhor que sabia. Se há pessoas com sorte, eu sou uma delas por ter uma mãe assim. Eu sei que ela seria incapaz de me exigir algo em troca. Sei que não faz nada para poder receber mais tarde. E tudo o que eu posso prometer é lutar e trabalhar para que o esforço dela em mim não seja em vão. Um dia vais ter os teus netinhos no colo como tanto queres, e eu vou cuidar de ti, porque daqui a uns anos vai ser a minha vez de te ajudar a comer ou de te mudar as fraldas porque já não vais ter força para te levantar. É o mínimo que eu posso fazer por quem me deu tudo em troca de nada.

Amo-te mãe!

3º Ano Técnico Auxiliar de Próteses Ana Coutinho

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Precioso bem! A família é o bem mais precioso que um ser humano pode ter, é como se fosse a peça ou objeto mais inestimável do mundo. A perda do mesmo é como se o universo estivesse a colapsar. Por isso é importante que cuidemos e preservemos e ensinemos os nossos rubis a sobreviver neste mundo. A família é também o maior dos pilares dos seres humanos. Da família partem os princípios, as bases a características e provavelmente as ideologias. Atenção que família não aquela a quem estamos ligados por consanguinidade. A verdadeira família é aquela que cuida, e demonstra o seu verdadeiro e sincero amor. Ensina-nos a levantar, está sempre presente nós nosso êxitos e fracassos. Está presente na saúde e na doença, na alegria e na tristeza sem cobranças de favores, e com paciência para aturar nossas faltas de eficiência. Considero a família o mais belo suporte, uma peça rara e simbólica, essencial para o crescimento e a evolução do ser humano.

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Alcher Vicente

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Dia internacional da Mulher- 8 de Março Que todo dia, Que todo dia seja dia de você ser bem tratada, Que a peleja da vida lhe faça encorajada, que a ferida cicatrize e a dor seja aliviada. Que todo dia seja dia de você ser renovada de ser mil em uma só talvez inventada, de ser o que quiser ser sem precisar ser julgada. Mulher que todo dia seja dia de você ser conquistada de ouvir palavras doces que me deixam embriagada e no toque mais suave ter pele arrepiada. Que todo dia seja dia de ter a boca beijada que na força da leveza tenha a cintura abraçada para ficar melhor só falta no cangote ser cheirada. Que todo dia, que todo dia seja dia dos ser paparicada de ter o mundo aos seus pés para você ser bajulada e que não precise festa para você ser festejada. Que todo dia seja dia de tu ser admirada pela força pela garra pela coragem estampada de ser verdadeira e justa mesmo sendo injustiçada. Que todo dia seja dia de você ser engraçada pois sorrir e fazer e rir deixa a alma aliviada Mas se a tristeza chegar. Que tu sejas consolada que todo dia seja dia de sair pela calçada e caminhar do seu jeito discreto ou com rebolada 108


de mini saia ou burca e não ser assediada. Que todo dia seja dia de você ser mais usada de amar de quem quiser amar e por alguém ser amada o amor é o melhor transporte para seguir essa jornada. Enfim mulher, que todo dia seja dia de não ter a voz calada e se alguém ousar calar que essa voz seja elevada que todo dia seja UM dia da mulher ser RESPEITADA Braulio Bessa

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A minha pele Na realidade, o homem nasce e traça objetivos, sonhos, escolhas…joga com o seu destino. Penso que, se assim não fosse, a vida seria terrivelmente estúpida, e estupidamente sem sentido. Nunca é tarde para acordar fresco pela manhã e orientar a nossa vida com um propósito. Porque não? "Comece por fazer o que é necessário, depois faça o que é possível e em breve estará fazendo o que é impossível" - S. Francisco de Assis

É exasperante viver uma vida rotineira…chega a certo ponto que ganhamos a convicção de que realmente não existe mais nada a fazer…trabalho, casa, família…sustento. Tentámos sem sucesso, o nosso melhor, de segunda a sexta com afinco. A nossa pele expele os nossos pensamentos em suor. No final de tudo vem a extenuação, a prostração, o esgotamento. Será que algum dia vou ser capaz? De mais? Melhor? Na segunda seguinte, o repouso ainda não bastou, mas levantamo-nos e arrastamos uma perna atrás da outra para fora do nosso ninho… temos de o fazer. E esta semana exigem mais. Tentas o teu melhor e não atinges o sucesso. A esperança é o que nos levanta e nos faz caminhar, falo por mim, pois a minha não desaparece. Acredito nas pessoas, acredito em mim e sei, que somos capazes de atingir algo magnífico. Como já havia dito, a nossa pele, a nossa face, são os nossos 110


sentimentos, as nossas palavras. Cada cicatriz é uma etapa, é parte de nós, é uma mágoa, é uma alegria. Cada lágrima é a nossa alma a falar o que não pode gritar. Cada gota de suor é o nosso coração a estrondear a cada batida. Cada poro liberta o clamar de alguém que está preso. Há pessoas que sabem ler a nossa pele. Existem outras que fingem (assertivamente) saber descodificar cada átomo de oxigénio que vive em nós. A minha pele é o mapa da minha vida, a minha pele faz-me vaguear pelo meu passado, conduz-me pelo meu presente, e faz-me passear, sonhadora, pelo meu futuro. A minha pele é quem traça o meu fado. Eu acreditei nas pessoas certas, e acreditei também nas erradas… Mas, no final de contas, aprendi, marquei-me. Tenho sempre esperança, e o meu futuro não será uma rotina, até porque, cada um de nós tem o seu brilho próprio, e não nos preocupemos em ser melhor que os outros, todavia em superar-nos a nós próprios.

"Você nasceu como um original. Não morra como uma cópia." - John Mason

Aos poucos vou partilhando a minha pequena caminhada pela vida… Posso estar errada, porém, todos os dias eu exijo mais dela, assim como a mim me é exigido, eu procuro mais nela, assim como em mim procuram. No entanto, eu aceito-a como ela, não é de todo perfeita, mas graciosa. Não é de todo brilhante, nada obstante, ilumino-a. Visto isto não me exijam mais do que aquilo que eu não vos posso dar, iluminem-me.

"A função da liderança é produzir mais líderes, não mais seguidores " - Ralph Nader

3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016

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Atividade- Dia do Pai- 19 de Março Eis-nos no término

do 2º período, e desta forma, cogitamos presentear-vos com a

nossa última atividade dedicada a todos os Pais deste mundo. Mais uma vez, e no âmbito da disciplina de Português, as alunas finalistas do 3º Ano de Saúde, deram asas à sua imaginação, e deliciaram-nos com as suas mensagens dedicadas aos Pais. Decidiram desenhar e colorir de forma carinhosa os heróis das nossas vidas, recriaram mensagens que profundamente tocaram na alma de todos, e expressaram através da sua simplicidade, o sentimento mais nobre e mais puro que todos buscam, o Amor. Quero mais uma vez agradecer ao S. Gaspar, pai da aluna Inês Peixoto, pela disponibilidade sempre manifestada em participar e inteirar-se das atividades escolares. Com o seu rigor e profissionalismo, recortou com mestria as letras, a fim de idealizarmos a frase por nós escolhida. “Ser Pai é assumir uma responsabilidade eterna”. E afinal ser pai é ter a capacidade de olhar para o seu rebento, e serenamente sussurrar, que o mais importante é invisível aos olhos. E já agora, aqui fica uma sábia frase do meu herói: “Se estiveres triste, pensa em mim”. A Professora: Isabel Maciel

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Obrigada é uma das palavras mais poderosas que conheço, e uso sem moderação. Obrigada a todos aqueles que laboraram para dar cor a esta revista. Obrigada por passarem para o papel o que vos vai na alma, e assim conhecerem-se. Obrigada por colorirem a vossa e a minha vida com palavras. Obrigada por “pintarem” quadros com letras. A Professora Isabel Maciel

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