MÉDODO DE INTERVENÇÃO ABA

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MÉTODOS DE INTERENÇÃO PARA AUTISMO

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ª AULA - aba

PROF.MARCOS DE OLIVEIRA

Especialista EM eDUCAÇÃO

1 MÉTODO ABA: ANÁLISE

COMPORTAMENTAL APLICADA (APPLIED

BEHAVIOR ANALYSIS)

WHAT IS NEURODIVERSITY?

ABA é a sigla usada para referirse à Análise do Comportamento Aplicado (em inglês: Applied Behavior Analysis). Em entrevista a professora do IPUSP Maria Marta Costa Hübner, nos conta que “ABA é uma ciência complexa derivada do behaviorismo de Burrhus Frederic Skinner (19041990). É uma abordagem baseada em evidências científicas, foi originada nos EUA, na década de 60”.

Embora a ABA não tenha sido desenvolvida especificamente para a intervenção no comportamento da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, a professora do PSE

menciona que “ na área do TEA, a ABA é a terapia comportamental que funciona porque é intensiva, sistemática e ensina habilidades. O autismo não é curável, mas é educável”. Assim

sendo, ABA tornou-se a “queridinha” dos especialistas e recebe destaque considerável pela

Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil e Governo do Estado de São

Paulo; não só por isso, mas também por ter sua eficácia comprovada, diferentemente de outras aplicadas no campo.

Foi a partir de 1989 que os indivíduos com desenvolvimento atípico passaram a ser os sujeitos privilegiados nas intervenções relatadas no JABA (Journal of Applied Behavior Analysis), chegando muito perto de 50% do total de artigos até 1988 e crescendo progressivamente até atingir 75% em 1992

Em paralelo com esse trabalho que é desenvolvido com a criança, é feito o treino dos pais e dada uma assistência, pois entende-se que os problemas de uma criança autista não estão restritos apenas a ela, abrangem a família também. Fora isso, sabe-se que as crianças se comportam de maneira diferente na clínica e em casa, portanto, é fundamental que os pais

saibam como lidar com os problemas e dificuldades dos filhos no ambiente doméstico..

COMO É A TERAPIA ABA É REALIZADA? /

1ª. Avaliação comportamental. Busca identificar as variáveis que controlam o comportamento-alvo. É necessário entender os fatores biológicos, sociais, econômicos e culturais, idade, estágio do desenvolvimento e o contexto em que ocorreram e a consequência que os mantém.+

2ª. Seleção de metas e objetivos. As metas são adquirir mais independência, desenvolver a comunicação e tornar o comportamento social mais aceitável e os objetivos são ligados a generalização dos comportamentos aprendidos, funcionalidade e adequação à idade, a médio prazo. Cada habilidade a ser aprendida é divida em pequenos passos ensinada com ajudas e reforçadores que poderão, gradualmente, ser eliminados

3ª. Elaboração de programas de tratamento. Este é o momento em que são definidos os comportamentos a serem ensinados e as condições em que devem ocorrer. É preciso que os procedimentos sejam claros e que haja um reforçamento sistemático e eficaz. Verificação por dados da linha de base do quanto a criança já sabe, registrar e quantificar as respostas ao longo do programa para que seja possível verificar o processo e o progresso na aprendizagem. Neste caso, é comum o VB-MAPP (Verbal Behavior – Milestone Assessment and Placement Program) ser usado como protocolo de avaliação.

4ª. Intervenção. Há uma dificuldade das crianças com TEA no aprendizado e por isso a intervenção deve ser cuidadosamente planejada.

Para garantir a cientificidade e a qualidade da ABA, os analistas do comportamento devem nortear-se por sete dimensões de ciência aplicada (Baer e col (1968)). Primeiramente, ela deve ser Aplicada para atender às necessidades do indivíduo e da sociedade. A intervenção deve ser Conceitual, no sentido de seguir os princípios e filosofia do Behaviorismo Radical para que seja possível atingir a dimensão de uma intervenção Comportamental e, ainda, Analítica, demonstrando que a mudança comportamental foi produto dos procedimentos e programas comportamentais e não de outras variáveis.

Não é apenas dentro da clínica que a intervenção deve ser feita, mas em todos os momentos de atividades, o que envolve a escola e o lar da criança. Além disso, quanto mais cedo for iniciada, melhores serão os resultados, pois em uma criança mais velha, certos comportamentos

já estão solidificados. Portanto, o maior foco do trabalho acaba

sendo barrar esses comportamentos em vez de ensinar novos e desenvolver capacidades.

QUEM ESTÁ APTO A APLICAR A ABA?

ABA é uma ciência. Portanto, idealmente, o profissional qualificado para planejar a aplicação dessa ciência por meio da terapia

deve ser um conhecedor da análise do comportamento.

O especialista, normalmente, é um psicólogo e possui especialização em Terapia

Comportamental, Psicologia Experimental ou

Análise do Comportamento. Todavia, a aplicação em si pode ser feita por qualquer

um que passe por um treinamento com o perito.

ABANDONE OS MITOS, ABRACE AS VERDADES

“A terapia ABA deixa a criança robotizada, é treinamento de mesinha”

Mito. Os terapeutas não tratam as crianças como robôs, pelo contrário, tendem a ser carinhosos e calorosos com seus clientes O bom profissional

ABA ensina aos pais e professores estratégias para tornar o conhecimento aprendido na Tentativa Discreta em habilidades reais em contextos naturais.

“ABA é um tratamento para o TEA”

Mito. Em conformidade com o que foi introduzido no início desta matéria, a

ABA não foi desenvolvida e não serve somente para intervir no comportamento da criança com TEA

“A terapia acontece sem a participação dos pais”

Mito. Muito pelo contrário! É indispensável a participação da família para que a ABA estenda-se também

para fora da clínica. Quanto maior o envolvimento, maior a eficácia da terapia, por isso é muito important que todos ao redor da criança saibam o básico sobre a Análise do Comportamento.

“Todos os programas são iguais”

Mito. Assim como cada pessoa é um ser singular, o programa para cliente também é. Não há duas terapia

ABA iguais! Ao início do programa é feita uma avaliação dos comportamentos e, a partir daí, os planos d

intervenção são elaborados considerando as especificidades do cliente. Vale lembrar que ABA não é um

método!

“As crianças são manipuladas e treinadas como um cachorro”

Mito. O que chamam de “manipulação ” é na verdade o reforço que é fundamental na terapia ABA. No início d

intervenção, é usado para motivar a criança a aprender os comportamentos adequados. É necessário qu os reforçadores sejam oferecidos nos momentos certos e despertem o interesse e causem um efeito na

criança, podendo ser: elogios, brincadeiras, alimentos ou brinquedos. O alimento pode ser um reforço inicia

porque, em geral, são poderosos reforçadores.

RESULTADOS DA ABA

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