Há um plano para imbecilizar as novas gerações? Como as reformas educativas têm piorado o ensino
ramiro marques
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Há um plano para imbecilizar as novas gerações?: f Como as reformas educativas têm piorado o ensino t ramiro marques Publication date January 2nd, 2010 Copyright © 2010 ramiro marques All characters appearing in this work are fictitious. Any resemblance to real persons, living or dead, is purely coincidental. This work is licensed under the Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 United States License. To view a copy of this license, visit http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/ or send a letter to Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California, 94105, USA.
Table of Contents Como o eduquês asfixia a autonomia pedagógica… ..... 1 O eduquês como área de negócio .................................. 5 A tese do professor como bode expiatório… ................. 7 Reforma curricular do 3º CEB arranca para… ............. 9 A pergunta que se impõe. Há uma bomba… ............... 13 Há um plano para imbecilizar as novas… .................... 17 Há um plano para imbecilizar as novas… ................... 21 O plano para imbecilizar as novas gerações… ............ 25 Há um plano para imbecilizar as novas… ................... 29 Há um plano para imbecilizar as novas… ................... 31 Entrando no mundo louco dos EFA: tomem… ........... 35 Entrando no mundo louco dos EFA - 2. Testemunhos… .................................................................... 39 Crítica pedagógica dos sistemas de ensino… .............. 43 Os danos do eduquês explicados por Quintana… ....... 47 Para a crítica do eduquês. Por que razão… .................. 51 Para a crítica do eduquês. Por que razão… ................. 53 O eduquês e o sociologês na educação dão… .............. 57 No Brasil como em Portugal: professor… ................... 59
Como o eduquês asfixia a autonomia pedagógica em nome da autonomia e da diversificação O desenvolvimento curricular numa perspectiva de currículo como projecto aberto, flexível e integrado, que permita a adequação à diversidade e a melhoria da qualidade das aprendizagens, é a ideia central que sustenta o modelo curricular em causa na GFC. Por isso, torna-se necessário que as escolas construam o seu Projecto Curricular de Escola e de Turma/Classe, com base nas balizas determinadas pelo Projecto Curricular Nacional, assente na definição de competências essenciais — transversais e disciplinares —, à luz do perfil de saída do aluno no final do ensino básico. Estas competências, consideradas numa perspectiva holística e integradora do saber, saber fazer e saber ser, permitirão orientar o currículo para o desenvolvimento integral do aluno nas suas dimensões pessoal e social. A transversalidade da Educação para a Cidadania e das TIC, assim como a introdução de novas áreas (Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica) vêm reforçar o papel do aluno como construtor activo e crítico de conhecimento, numa sociedade da informação e da aprendizagem ao longo da vida. Fonte: Do Projecto Gestão Flexível do Currículo à Reorganização Curricular
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Aquilo que parecia ser um projecto capaz de favorecer a f autonomia pedagógica das escolas, virou um pesadelo t de eduquês. O Projecto Gestão Flexível do Currículo preparou o terreno ideológico para a reorganização curricular de 2002 - introdução das ACND - e o reforço do eduquês e da burocracia nas escolas. Esse reforço foi preparado e justificado com a introdução dos célebres Planos Curriculares de Escola - quase todos os anos revistos - e dos projectos curriculares de turma. Quem acompanha a redacção desses documentos sabe que não passam de colagens de frases típicas do eduquês retiradas da Internet ou copiadas dos livros e artigos de Maria do Céu Roldão, dando azo a uma espécie de neoescolástica de citações de citações e de generalizações abusivas de teses de mestrado em Educação com amostras e metodologias que não deviam permitir fazer generalizações. A intenção expressa de fomentar a autonomia pedagógica das escolas acabou na asfixia da escassa autonomia que restava. A regulamentação excessiva do ME, através de despachos, portarias e circulares, umas vindas da DGIDC, outras das DRE, impôs uma uniformização maior do que a que havia antes de 2002. Mais uma vez o eduquês age como novilíngua: quando usa a palavra autonomia está a exigir o seu contrário: controlo mais apertado por parte das estruturas que criam e disseminam o eduquês. Para saber mais
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• Ebook: Eduquês como instrumento de conf trolo ideológico dos professores t
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O eduquês como área de negócio “O professor não deve ensinar. Deve ser o aluno a conduzir o processo de aprendizagem. O ensino centrado no professor deve ser substituído pelo aprendizagem centrada no aluno. Num Mundo repleto de tecnologias da informação, o ensino directo dos conteúdos deve dar origem ao processo de descoberta autónoma. A memorização é irrelevante quando se tem o Conhecimento na ponta dos dedos”. Estas foram apenas algumas das frases que tive de ouvir, ao longo do dia, nos vários júris de mestrado em Educação a que presidi. Nos últimos meses, tenho presidido ou arguido dezenas de teses de mestrado em Educação. Frases como aquelas são o pão nosso de cada dia. Não há tese de mestrado em Educação que se preze que não tenha frases daquele tipo. E os mestrandos aderem a essas teses como se não precisassem de prova. Nem sequer apresentam argumentação. Como se fossem frases de origem divina, os mestrandos papagueiam-nas de forma acrítica, copiando-as de livros e artigos de Educação e Pedagogia onde, por sua vez, foram colocadas sem que houvesse um trabalho de crítica ou uma argumentação coerente.
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Ainda que queiram fugir do eduquês, não têm como. As f bibliotecas estão cheias de teses de doutoramento e de t mestrado escritas em eduquês e que divulgam as teses que lhe são caras. Por mais que pesquisem por autores e estudos alternativos ou por teses com metodologias robustas, é tão difícil encontrar bibliografia credível como encontrar uma agulha no palheiro. Na área de negócio das pós-graduações em Educação virou moda citar por citar, fazer citações de citações, papagueando as teses não provadas de nomes ilustres do eduquês. É um mundo que faz lembrar a escolástica medieval. Há os mestres incontestados e há os cépticos que, logo identificados, são metidos no Índex. Na Idade Média, as teses dos escolásticos eram justificadas e fundamentados pela leitura das Escrituras Sagradas. Agora, a legitimação surge envolvida numa ideologia falsamente progressista com o uso de conceitos que nunca são examinados: diferenciação pedagógica, individualização do ensino, ensino centrado no aprendente, aprendizagem significativa e conhecimento em acção ou em uso. Notícias diárias de educação
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A tese do professor como bode expiatório só agrava o problema da indisciplina Não só a agravam, como a clandestinizam. Se houver uma tendência (e há) de colocar a culpa da indisciplina nos professores, eles terão tendência a esconder as situações. Dessa forma a indisciplina ocorre, agrava-se, e é escondida, uma vez que ninguém quer passar por professor permissivo. Cabe-nos a nós contrariar isto. Se nos acobardarmos, e cedermos a teorias como essa que relatou, estaremos a cavar a nossa própria sepultura. Há muitos anos que denuncio as situações de indisciplina que vejo, já tive discussões com pessoas como esse psicólogo e garanto-vos uma coisa, podem inventar as teorias que quiserem mas por cima de duas coisas não passam: os alunos têm direito a ter aulas disciplinadas e onde possam aprender; e as aulas correrão tanto melhor quanto melhor for o estado psicológico e físico do professor. Quem é que consegue ensinar alguma coisa se estiver constantemente enervado ou abatido? Nós temos direitos nesta questão. Temos o direito a exercer a nossa profissão em segurança e sem insultos, coacções, ou ameaças. Por cima disto não há “psicólogo” nenhum que passe.
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A única responsabilidade que os professores têm, ocorre f quando cedem a teorias dessas e se acobardam, não t denunciando o mal que mais prejudica o ensino em Portugal. Levy Para saber mais • É tempo da ministra começar por aqui • Indisciplina. O outro lado Notícias diárias de educação
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Reforma curricular do 3º CEB arranca para o ano Pela primeira vez desde que tomou posse, a ministra da educação disse uma coisa com a qual concordo: “o número de disciplinas no 3º CEB vai ser diminuído embora se mantenha a mesma carga horária”. Não disse quais vão ser as disciplinas a abolir. Quando se souber, se calhar termina aí a minha concordância. Espero bem que a redução se faça sacrificando as Actividades Curriculares Não Disciplinares: Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. Mas receio que não sejam essas as unidades curriculares sacrificadas. Espero bem que não seja a História. Gostei de ouvir a ministra falar em programas mais claros e adoptar instrumentos de avaliação que possam aferir os progressos dos alunos, das turmas e das escolas. Receio que a minha concordância termine quando a ministra definir “programas mais claros” e “instrumentos de avaliação”. Para mim, tornar os programas mais claros é organizálos em torno de listas de conteúdos, pondo fim à verborreia das competências e omitindo o diktat das sugestões metodológicas. Cada escola deve ser livre de optar pelas 9
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metodologias que melhor se ajustarem às necessidades f dos seus alunos. Não são os burocratas da DGIDC t quase todos fugitivos da sala de aula - que sabem como se deve ensinar. Para mim, instrumentos de avaliação que possam aferir os progressos dos alunos, turmas e escola são exames nacionais e testes intermédios a todas as disciplinas e não apenas no Português e na Matemática. Para saber mais • Curriculum Development: a guide to practice • Leading Curriculum Development Notícias diárias de educação
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A pergunta que se impõe. Há uma bomba curricular em preparação? A legislatura em curso será marcada por dois factos políticos que desviarão, durante algum tempo, as atenções do país da degradação progressiva do sistema público de educação: a transição para a nova estrutura da carreira e avaliação de desempenho e a reforma curricular do 3º CEB. Ainda não conheço os contornos da reforma curricular do 3º CEB. É ainda cedo para antecipar o que vai acontecer. Há, no entanto, indícios, que me deixam preocupado. Fala-se em reduzir o número de disciplinas e eu aplaudo. Mas nada se diz sobre a Actividades Curriculares Não Disciplinares e eu receio que as tangas pedagógicas que dão pelo nome de Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica se mantenham à custa da degradação do ensino da História, Geografia, Biologia, Matemática, Química e Física. Gostava de ouvir os responsáveis dizerem que vão pôr fim as ACND e distribuir os tempos lectivos pelas restantes disciplinas do currículo. Seriam menos 3 espaços curriculares. Receio que a reforma curricular do 3º CEB mantenha a tralha curricular das ACND e junte a História com a 13
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Geografia e a Matemática com a Biologia, a Química e a f Física, criando uma confusão curricular que só pode t conduzir a uma maior degradação do ensino. Já imaginaram um professor de Biologia a dar conteúdos de Matemática ou vice-versa? Ou um professor de História a ensinar Geografia no 8º ano de escolaridade? Será a infantilziação do 3º CEB que está em preparação? A bomba curricular que vai dar cabo do 3º CEB de uma vez por todas? Gostava tanto de estar errado mas tenho quase a certeza de que estou certo. Notícias diárias de educação
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A pergunta que se impõe. Há uma bomba…
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Há um plano para imbecilizar as novas gerações? Há sim. E esse plano tem sido desenhado e aplicado pelo Banco Mundial, OCDE, Comissão Europeia, Governo, ministros da educação, DGIDC, IGE, DRE, escolas e departamentos de educação e editoras de manuais escolares. O plano persegue dois objectivos: tornar a educação pública mais barata e fornecer mão-de-obra dócil, conformada e ignorante para uma economia centrada em serviços rotineiros, com pouco valor e sem nenhuma criatividade. No mercado mundial globalizado, é esse o papel que cabe a Portugal no concerto das Nações. As escolas e os departamentos de educação colaboram de duas formas: baixando os níveis de exigência à entrada dos cursos de formação de professores e oferecendo curricula carregados de generalidades e transdisciplinaridades vazias de conteúdos. Ganham espaço nos planos de estudos coisas como estas: matemática criativa, matemática contextual, matemática para a vida, estudo da comunidade e outras irrelevâncias. O Governo e os ministros da educação colaboram no plano afogando os professores em burocracia com o objectivo de impedir que eles pensem, façam autofor17
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mação científica e esqueçam a sua missão: transmitir a f herança científica, artística, tecnológica e humanista às t novas gerações. Em nome da defesa de uma falsa inovação educativa, as escolas são afogadas em constante legislação e permanentes reformas curriculares. Cada nova reforma introduz mais confusão e cria obstáculos ao cumprimento da missão do professor. As editoras de manuais escolares colaboram no plano pondo no mercado livros de textos cheios de bonecos e com um nível de aprofundamento dos conteúdos cada vez mais baixo. Em vez dos manuais serem repositórios de conteúdos apresentados de forma rigorosa e didacticamente apropriada ao nível etário dos alunos, são monumentos ao eduquês, à novilíngua e à imbecilidade. A IGE, a DGIDC e as DRE colaboram no plano impondo planos de recuperação e de acompanhamento e respectivos relatórios que, regra geral, não passam de repositórios do eduquês acompanhados de mentiras piedosas sobre a recuperação de alunos que necessitariam de abordagens mais directivas e ambientes escolares menos relaxados. Notícias diárias de educação
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Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 2. O caso do programa de Português do 10º ano Quando frequentei o 6º ano dos liceus - o equivalente ao 10º ano actual - o programa de Língua Portuguesa estava centrado no ensino dos grandes poetas e romancistas portugueses. Sá de Miranda e padre António Vieira eram estudados com afinco, rigor e profundidade. Júlio Dinis e Camilo também. Não se perdia tempo com coisas do género: Textos do domínio transaccional: verbetes, requerimentos, declaração, contrato, regulamento, relatório, conteúdos declarativos, a imagem fixa e em movimento, funções informativa e explicativa e outras inutilidades. Tenho uma sobrinha que frequenta o 10º ano. Ontem, após a Ceia de Natal, conversámos um pouco sobre o que ela anda a aprender nas aulas de Português. Confesso que não sabia que o descaramento e a falta de patriotismo das elites que têm governado o Ministério da Educação atingissem um nível tão elevado. Pesarosa, a minha sobrinha enunciou as inutilidades que é obrigada a aprender nas aulas de Português. Padre António Vieira? Nem vê-lo. Sá de Miranda? Nunca ouviu falar. Fernão Lopes? Foi censurado. E por aí adiante. 21
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O que é que as elites ao serviço do plano de imbecilif zação das novas gerações obrigam a minha sobrinha a t estudar? Coisas como estas: Textos informativos diversos e os seguintes dos domínios transaccional e educativo: artigos científicos e técnicos, verbetes de dicionários e enciclopédias, declaração, requerimento, contrato, regulamento e relatório. Textos de carácter autobiográfico: cartas, memórias, diários e autobiografias. Textos dos media: crónicas e artigos de apreciação crítica a filmes e espectáculos. Hoje é dia de Natal. Não devo, por isso, dizer tudo o que me vai na alma. Apenas isto: esta pouca vergonha insere-se num plano para imbecilizar as novas gerações. Isto é um crime contra a Cultura Portuguesa. Professores de Português, estão à espera de quê? Levantem-se e denunciem esta pouca vergonha! Para saber mais • Há um plano para imbecilizar as novas gerações
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O plano para imbecilizar as novas gerações - 3. O caso do programa de Português do 11º ano Sobre a inserção do programa de Português do 10º ano no plano de imbecilização das novas gerações, convido os leitores a visitarem o post anterior. Pensava eu que os erros e omissões do programa do 10º ano seriam superados no programa do 11º ano. Engano. O programa do 11º ano está tão impregnado de eduquês e de novilíngua quanto o do 10º ano. Reparem nestas pérolas: Conteúdos declarativos: a imagem na publicidade, no desenho humorístico e na ilustração. Textos informativos diversos e os seguintes dos domínios transaccionais e educativos: artigos científicos e técnicos, comunicado, declaração e protesto. Textos do media: textos de crítica e de publicidade. Textos argumentativos: discurso político e leitura literária. Sobre gramática, quase nada. Sobre literatura, apenas a leitura integral do Frei Luís de Sousa e de uma obra do Eça. Há ainda a indicação de excertos do padre António Vieira e de poemas de Cesário Verde. Tanto a gramática
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como a literatura ocupam uma porção ínfima do prof grama. t
Os culpados pela aplicação do plano de imbecilização das novas gerações têm nomes: comissões de revisão de programas. Todos fazendo da “inovação” educativa permanente o objecto das políticas curriculares. O grupo dos censores dos clássicos e das grandes obras tem tido a complacência e, por vezes, o apoio do Conselho Nacional da Educação e de alguns conselhos científicos dos departamentos de educação e didácticas. O que custa mais a aceitar é a passividade dos professores de Literatura, Linguística e Língua Portuguesa do ensino superior perante estes crimes contra a Cultura Portuguesa. Ou será que o plano de imbecilização em curso já atingiu algumas franjas de docentes e os mais contaminados são os que prestam funções na formação inicial de professores? Para saber mais • Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 2. O caso do programa de Português do 10º ano
• Há um plano para imbecilizar as novas gerações? - 1
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Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 4. O caso dos programas de História do 3º CEB e da revisão curricular anunciada A série “há um plano que visa a imbecilização das novas gerações” continua nos próximos dias. É um denúncia que alguém tem de fazer. Uma discussão que tem de ser travada. O objectivo é evitar que a comissão encarregue da revisão curricular do 3º CEB faça aquilo que as comissões anteriores fizeram: estragar o que está bem e piorar um pouco mais o que está mal. Amanhã, analiso aqui os programas de História dos 7º, 8º e 9º anos. Parecem-me programas razoáveis. Há respeito pela diacronia e os conteúdos escolhidos parecem adequados à compreensão das etapas mais significativas da História da Civilização Ocidental. É certo que os tempos curriculares são curtos mas corremos o risco de se tornarem ainda mais exíguos com a anunciada reforma curricular. Receio que a comissão de revisão curricular do 3º CEB, ao juntar a História com a Geografia, em nome de uma falsa transdisciplinaridade, estrague de vez o pouco que resta do ensino da História no ensino básico. Para a elite burocrática instalada nas estruturas do ME, a História tem pouca ou nenhuma utilidade social. Não é um conhecimento em acção, um saber em uso e tem 29
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ainda a desvantagem de “abrir as mentes” dos adolesf centes. E isso é perigoso para a visão formatada e cont formista que eles têm da realidade e do devir histórico. Notícias diárias de educação
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Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 5. Não dêem cabo dos programas de História do 3º CEB! Está em preparação nova reforma curricular do 3º CEB. O anúncio foi feito na sequência da divulgação de mais um relatório do Conselho Nacional de Educação. Quando o Conselho Nacional de Educação - o órgão de cúpula do eduquês em Portugal - se presta a vir a público divulgar relatórios com propostas de revisão curricular eu fico de pé atrás. Alguma coisa de muito grave está para acontecer. E o que está para acontecer? Começo a ler sinais que vão no sentido da destruição do pouco que resta de programas de ensino com alguma qualidade e razoabilidade. É o caso do programa de História para os 7º, 8º e 9º anos. São programas razoáveis, desenhados em torno da evolução da história da Humanidade, das Civilizações Antigas até ao século XX. Pois bem, tudo indica que esses programas vão ser substituídos - já no próximo ano! - por cardápios de competências que juntam o “saber em uso” e o “conhecimento em acção” da Geografia e da História, lançando os professores e os alunos numa confusão curricular sem fim. Resultado: nem aprenderão História nem Geografia! Na verdade, não aprenderão nada e os professores que já foram de His31
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tória ou de Geografia ver-se-ão destituídos de autorif dade científica e pedagógica, ficando à mercê dos apet tites de alunos a quem retiraram o acesso à herança científica, humanista e artística. Receio que o mesmo aconteça com a Biologia, a Química e a Física. O que está em preparação pode passar inclusivé pela anulação dos nome das disciplinas, numa acção mimética do que foi construído para os EFA (Cursos de Educação e Formação), onde a Matemática, a Biologia e a Química foram diluídas no bloco de competências “sociedade, tecnologia e ciência” (STC), e a História, o Português e a Geografia transformadas “Cultura, Língua e Comunicação” (CLC). A sociedade civil portuguesa agoniza sob o peso do socratismo e dos poderes ocultos que giram em torno do PS. Lamentavelmente, as sociedades e associações científicas e pedagógicas não erguerão a voz contra mais este programa de imbecilização das novas gerações porque receiam perder apoios, lugares e subsídios. Para saber mais • Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 1 • Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 2 • Há um plano para imbecilizar as novas gerações - 3 32
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Entrando no mundo louco dos EFA: tomem lá 624 decretos, despachos e portarias! Nem queria acreditar. Andava há uns tempos para fazer uma pesquisa sobre o mundo louco dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). Sabia que a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) era um monstro criado pelo Governo com o objectivo de concretizar o plano de imbecilização de todos os portugueses que tiveram a má sorte de nascer pobres. Só não sabia que o monstro tenha sido alimentado, nos últimso anos, com 624 diplomas, a esmagadora maioria despachos e portarias a regulamentar os EFA. Fiquei a saber que os EFA substituíram os programas por “referenciais globais de formação do CNQ para uma qualificação”. Cada curso organiza-se em torno de áreas de competência e os nomes das disciplinas foram substituídos por siglas em novilíngua: Cidadania e Responsabilidade; Sociedade, Tecnologia e Ciência; Cultura, Língua e Comunicação. Português, Matemática, História, Biologia? Tudo isso foi substituído por propaganda política barata: “liberdade e responsabilidade democráticas” (sic); “processos sociais e mudança”; “processos identitários”; “tolerância e mediação”; “construção de projectos sociais e pessoais”. É de fugir, meus
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caros. Isto é pura lavagem ao cérebro: alimento tóxico f para o espírito. t
Mas há mais. No bloco “Sociedade, Tecnologia e Ciência”, há coisas deste calibre: “”princípios de funcionamento dos equipamentos” (sic) - eu nem queria acreditar! - “fundamentos de sociedade, tecnologia e ciência” e “modelos de urbanismo e mobilidade”. É a loucura total. Só não entendo por que razão os partidos políticos da oposição se mantêm calados face a esta pouca vergonha. Se o silêncio deles significa acordo, então Portugal está perdido. Para saber mais • Legislação de suporte aos EFA Notícias diárias de educação
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Entrando no mundo louco dos EFA 2. Testemunhos Fui durante um ano Mediadora de um Curso EFA e a minha primeira formação é uma licenciatura em Filosofia. Um ano inteiro não chegou para conhecer toda a legislação. Para além de coordenar todas as actividades respeitantes ao curso ainda leccionava a área de “Porfolio Reflexivo das Aprendizagens”. Os formandos tinham ainda as disciplinas inerentes à Formação Tecnológica nas áreas da Informática. O mais interessante eventualmente é estabelecer protocolos com as empresas e enviá-los para estágio. O mais angustiante é não existirem programas das disciplinas e terem de ser os professores a construir todos os conteúdos a partir de orientações que são, muitas vezes, bastante vagas. Julgo ter contribuido com estas informações complementares para enriquecer o post, já que tenho experiência directa nestes cursos, ainda por cima, com tarefas de responsabilidade, transversais às outras disciplinas e de liderança de uma equipa que se sentiu, tal como eu própria, muitas vezes à deriva. Lelé Batita, editora do blogue Pérola de Cultura
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Este ano, lecciono uma turma EFA (2º ano do curso de f 2 anos, nível secundário); os alunos não realizam testes, t apresentam trabalhos que servem para validar cada uma das sete unidades (8 em CP) em que se divide cada uma das três áreas; não querem consultar livros, apenas a internet. Descobri que no ano passado para validarem uma das unidades (de Sociedade Tecnologia e Ciência) apresentaram como trabalho, fotocópias de uma manual de instruções de um electrodoméstico e conseguiram validar. Nestes cursos não há classificações quantitativas, apenas as hipóteses qualitativas de validar ou não, mas na maioria das escolas a direcção impede que os docentes não validem as unidades aos formandos, excepto se estes abandonarem a escola. Apache Reparem agora na loucura que dá pelo nome de Área de carácter Transversal - Portefólio Reflexivo de Aprendizagem - PRA. As unidades de formação tecnológica sugeridas têm estes estranhos nomes: “a comunidade, partilha e pertença”; “juventude e grupo de pares”; intervenção sociocultural e representação social da diferença”; “corpo e movimento”; “mundo dos sons”; “corpo e gesto”, etc. Seria de esperar que a formação tecnológica fosse centrada na aquisição de conhecimentos de carácter profissionalizante que ajudasse os estudantes a uma mais fácil integração no mundo do trabalho. Qual quê? Os criadores desta inútil monstruosidade sabem bem que os 40
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EFA não se destinam a desenvolver conhecimentos que f abram as portas do mercado de trabalho. O esquecit mento não foi ocasional. Para saber mais • Entrando no mundo louco dos EFA -1. Tomem lá 624 decretos, despachos e portarias Notícias diárias de educação
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Crítica pedagógica dos sistemas de ensino ocidentais. Para uma crítica do eduquês. Um ebook de J.M. Quintana Cabanas É um ebook de José Maria Quintana Cabanas, com o título “Crítica Pedagógica dos Sistemas de Ensino Ocidentais” onde o influente pedagogo espanhol traça uma crítica definitiva aos danos causados pelo eduquês às mentes das novas gerações. Pode ter acesso a esse e a mais três ebooks de J. M. Quintana Cabanas no meu website RamiroDotCom na secção “Textos de Pedagogia de Quintana Cabanas”. Ao longo dos próximos dias, colocarei aqui os links e resumos dos restantes ebooks de J. M. Quintana Cabanas. O combate pedagógico e político ao eduquês é um imperativo que une todos os que defendem uma escola pública de qualidade. Os textos de José Maria Quintana Cabanas permitem desenvolver uma argumentação lúcida e coerente de denúncia dos prejuízos que o eduquês está a causar aos sistemas educativos ocidentais. Entretanto, saboreiem este extracto: He aquí que unos postulados tan alejados de un sano realismo antropológico como son, por ejemplo, la creencia de que en el ser humano no existen unas incli43
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naciones negativas que haya que dominar y desarraigar, f de que el aprendizaje intelectual es un proceso que el t niño puede hacer fácilmente por su propia iniciativa, que el papel del maestro no ha de constituir aquella guía que tradicionalmente se había pensado, que el globalismo es el mejor método de aprendizaje, y teorías por el estilo, se han convertido en el evangelio infalible de la educación actual, siendo así que, en realidad, son una carta de navegación errónea y desorientadora que no puede llevar más que a un naufragio de la enseñanza y el aprendizaje. Notícias diárias de educação
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Os danos do eduquês explicados por Quintana Cabanas Este é um extracto do ebook de José Maria Quintana Cabanas: “Crítica Pedagógica dos Sistemas de Ensino Ocidentais”. Pode ter acesso ao texto completo no meu website RamiroDotCom: Pero ya en lo teórico, en sus principios originarios de orientación, nuestro sistema educativo falla ya, por basarse en unos principios pedagógicos inadecuados. Esto parece increíble, pero es real. Tales principios pueden reducirse a los cuatro siguientes. 1) La baja apelación al esfuerzo personal del alumno. Contra la más elemental idea del humanismo clásico, que entendía el aprendizaje como una difícil lucha contra la ignorancia (la palabra latina studium no significa otra cosa que “empeño, afán, esfuerzo”), nuestro sistema educativo ha borrado este concepto de lo que constituye el currículo escolar. 2) Una optatividad excesiva en los estudios, pareciendo olvidar que la ciencia es una estructura lógica objetiva que el alumno ha de asimilar, y como suponiendo que es el alumno quien ha de definirla o establecerla a su gusto. 3) El principio de comprensividad, en virtud del cual se busca la integración, dentro de una misma aula, de todos los alumnos, aun de aquellos que tienen capacidades (del tipo que sean) diferentes o que pertenecen a culturas o a niveles intelectuales distintos. 47
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Antes –siempre-, se establecían en las aulas unos grupos f “homogéneos” de alumnos, entendiendo que así la t acción docente del maestro podía ser más efectiva con ellos; ahora –incomprensiblemente- se quieren establecer grupos heterogéneos, prometiendo que también en este caso la enseñanza y aprendizaje serán igualmente efectivos. 4) La “promoción automática de curso” establece, contra la práctica de siempre y la lógica pedagógica más elemental, que todo alumno, terminado el curso, ha de pasar automáticamente al curso siguiente superior, aun cuando no haya asimilado los contenidos básicos del curso anterior. 5) Otro mal de nuestro sistema educativo es que, en el mismo, se ha introducido un “tecnicismo didáctico” que, con conceptos y términos altisonantes, parece ofrecer una gran calidad didáctica, cuando en realidad se está descuidando una labor metodológica que, siendo mucho más prosaica, es sin embargo más sólida y efectiva en la enseñanza. Nos estamos refiriendo al “constructivismo” como teoría base, al “cognitivismo” como explicación de toda la vida mental, a la “teoría curricular” como panacea, al “aprendizaje significativo” como presunto descubrimiento pedagógico y a la “interdisciplinaridad” como concepto de moda. Notícias diárias de educação
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Para a crítica do eduquês. Por que razão as reformas educativas têm piorado o ensino? -1 Las malas reformas del sistema educativo van empeorando éste, en lugar de mejorarlo. Se introducen por ley algunas prácticas y orientaciones que son francamente antipedagógicas, pero que pasarán a ser obligatorias hasta que alguien –si alguna vez se da- descubra su inconveniencia. Lo cual es difícil, porque en el gremio educacional imperan más las modas mundiales que la crítica pedagógica. Hay ciertos puntos de la Reforma educativa española que resultan especialmente conflictivos. Pensemos, por ejemplo, en la ESO, que obliga a todos los adolescentes, hasta sus 16 años de edad, a seguir un mismo tipo de estudios. No teniendo todos ellos las mismas aptitudes mentales, ni las mismas ganas de estudiar, esta disposición legal obliga a estar en las aulas a un contingente de alumnos que ni pueden ni quieren estudiar, con lo cual plantean unos problemas de disciplina, orden y convivencia académicos que entorpecen enormemente el trabajo docente y originan la frustración en las aulas. José Maria Quintana Cabanas Notícias diárias de educação
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Para a crítica do eduquês. Por que razão as reformas educativas têm piorado o ensino? - 2 El activismo constituye otro señuelo de la Pedagogía contemporánea. Es también de origen rusoniano, pero en este caso no es un error suyo sino, más bien, una genialidad que lo honra mucho: descubrió que el niño “aprende haciendo” y, por consiguiente, sólo podemos enseñarle ateniéndonos a este principio. Tan sensacional fue este descubrimiento, que también ha marcado el curso de la Pedagogía contemporánea. Y aquí se ha producido otro fallo. Porque el activismo, que es la metodología (análoga al “juego”) adaptada al aprendizaje y a la enseñanza infantiles, no lo es a la enseñanza y aprendizaje tratándose de adultos, los cuales están sometidos a la ley social del “trabajo”, no a la ley infantil del juego. Y el niño, a medida que va creciendo, deberá ir siendo sometido a esa ley del trabajo, que, académicamente, es la ley del estudio sistemático hecho con atención y esfuerzo. Los métodos activos son métodos sólo para niños. Otro sofisma análogo introducido en la Pedagogía contemporánea es el del globalismo como metodología didáctica. También, el niño pequeño aprende todas las cosas de una manera global, y su psicología no da para más. La psicología del adulto, en cambio, da para el 53
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método analítico-sintético, que es el gran método del f aprendizaje riguroso, profundo, exacto y científico. Aun t cuando sea, también, un método más difícil, molesto y trabajoso; pero es más rápido y eficaz. Y el niño, en la medida en que va creciendo, ha de ser introducido en este método, que es el que ha de imperar en la escuela desde que los alumnos tienen unos 10 años de edad. La Reforma educacional española ha utilizado una inflación teórica, apelando a conceptos y teorías de Piaget, e intentando así pasar por una reforma “científica”. Pero esta imagen es algo engañosa, pues, por un lado, los conceptos didácticos utilizados por Piaget son poco distintos de los que se utilizaban ya en la Didáctica tradicional, como puede demostrarse fácilmente. Se insiste en conceptos rumbosos, cuando el buen proceso de enseñanza-aprendizaje se reduce a estos sencillos pasos: explicación clara y metódica hecha por el maestro, atención puesta por el alumno, asimilación de la enseñanza por parte de éste, memorización suya del contenido, y numerosos ejercicios de aplicación del mismo, controlados por el maestro. José Maria Quintana Cabanas Para saber mais • Quem é J. M. Quintana Cabanas?
• A pedagogia humanista de Quintana Cabanas 54
Para a crítica do eduquês. Por que razão…
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• Bibliografia básica de Quintana Cabanas Para a crítica do eduquês. • Por que razão as reformas educativas têm piorado do ensino? Notícias diárias de educação
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O eduquês e o sociologês na educação dão nisto A notícia e a foto vêm no iOnline. O título não carece de comentários: “Mais de mil carros incenciados em França na noite da passagem de ano”. Ao contrário do que o sociologês e o eduquês nos querem fazer engolir, os jovens que se dedicam a destruir propriedade alheia não são pobres vítimas do salário mínimo. Quando os vemos na TV a pegar fogo aos automóveis estacionados junto dos apartamentos da classe trabalhadora e da classe média baixa, conseguimos vislumbrar os bonés, anorakes, calças e sapatilhas de marcas exclusivas. Nas mãos, exibem smartphones de preços proibitivos para a classe trabalhadora. São vítimas? São! Do sociologês e do eduquês. De reformas educativas que tiveram como único objectivo apoucar o estatuto dos professores e reduzir a despesa pública com o ensino. De uma ideologia pedagógica que tomou conta das escolas, inferniza a vida dos professores, lhes retirou toda a autoridade e fez crer às crianças e jovens que se pode aprender sem esforço e que o único conhecimento válido é o que anda associado ao divertimento, ao prazer e ao uso imediato.
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Os jovens que incendeiam carros em Paris nunca aprenf deram que o esforço faz parte da vida e que para t alcançar aquilo que realmente vale a pena é preciso adiar as gratificações. São jovens a quem a escola não ensinou a conhecer nem a respeitar a herança científica, humanista, artística e cultural. Por todo o lado onde passaram, havia sempre alguém que os desculpabilizava pelos fracassos, os vitimizava e os fazia crer que a vida é um continuado festim onde se socializam os prejuízos e se distribuem as vantagens por quem não contribuiu para elas. Notícias diárias de educação
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No Brasil como em Portugal: professor, profissão quase impossível? Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos, na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter? Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobram o conteúdo de cada disciplina. Como pode num país…..num estado…num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública? Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição. A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado 59
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cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutaf mente nada com um aluno indisciplinado que até t mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição. Dia a dia…minuto a minuto… os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo físicas pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano. Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai …… E, quando ameaçados de morte, se recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!” Fonte: Clipping do Tato Notícias diárias de educação
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No Brasil como em Portugal: professor‌
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