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Lá e Cá

Do outro lado da terra tudo acontece. Do outro lado da terra tudo se repete. Se repete como se a repetição não tivesse sentido de modificação do meio ambiente. Alguém a esta hora lá do outro lado do mundo toma café, estuda, almoça ou janta e a terra continua, continua a girar em redor do sol e em redor de se mesma. Alguém toma chá, café ou saquê, outras em lugar distante do outro lado do mundo leem ou escrevem coisas que não entendo, porque assim tem sido e será por milênios.

Eles têm seus rios, terras e mares. Eles têm seus usos e costumes bem diferentes dos nossos, usos e costumes. Alguma coisa temos em comum como seja os sentimentos – estes sim – são universais pois ai formamos um universo de ideias e sentimentos que as linhas dos meridianos não extinguem. Sentimentos de amor, paixão e ódio são comuns aos de lá como aos de cá. Nós do lado de cá da terra vemos na TV as greves e rebeliões por motivos idênticos embora aqui seja dia e lá seja noite invariavelmente.

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A sucessão dos dias e das noites não mudam os acontecimentos quer sejam de lá quer seja de cá.

Pensando bem, é bem melhor que os de lá como os de cá tenham comportamentos diferentes. Na verdade além dos sentimentos temos muito em comum com a destruição das matas, poluição dos rios e congeneres. Mundo, mundo, vasto mundo disse o poeta. Nada melhor do que um pota fatigado porque ele nos diz coisas belas, coisas que não sabemos dizer e não diremos nunca. Ou estamos do lado de lá ou do lado de cá pois em cima do muro ou no meio é perigoso. O homem se define e se apresenta como do oriente ou do ocidente. Os camelos e dromedários do oriente nos fazem bem , pois se equivalem aos jumentos e cavalos do ocidente. Imagino a falta d'água num deserto sem oásis e ele – o camelo – suportando vários dias sem reclamar. Acontece que nós pensamos sempre que somos melhores do que os de lá e vice-versa e todos ou ambos se julgam imperadores num império que a ninguém pertence.

Assim tanto os de lá como os de cá, domem sonhando, repito, num império que nunca terão. Que o diga a história...

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