"DE BIKE VOU MAIS LONGE" - CLAUDIA FRANCO, CICLOFEMINI

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“De bike vou mais longe” Conheça a história da ex-executiva Claudia Franco, que deixou o mundo dos negócios e foi ganhar a vida sobre duas rodas com sua Escola de Bicicleta Ciclofemini

Fotos Guto Gonçalves Texto Yara Achôa

E13



“Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio” Albert Einstein


©Copyright 2013 by Yara Achôa e Guto Gonçalves

Realização

São Paulo - SP www.estudio13.com.br


APRESENTAÇÃO Quando resolvou andar de bicicleta e entrar para o ciclismo de montanha, estrada, urbano e também para o cicloturismo, Claudia Franco teve de superar inúmeros desafios. Mas quando percebeu, já era uma nova mulher, um ser humano muito melhor, mais equilibrado, feliz consigo mesma e com a vida que se descortinou com a criação da Ciclofemini...



como tudo começou

O pedal entrou tarde na vida da administradora e analista de sistemas Claudia Franco – e quase como uma brincadeira. “Estava com 48 para 49 anos quando passei a praticar mountain bike. Tudo teve início com um desafio. Um amigo, expert na modalidade, me convidou para uma competição na Patagônia. Dei risada porque na época eu não sabia nem andar de bicicleta – nunca havia subido em uma bike. Mas a ideia de fazer uma prova de aventura mexeu comigo. Seria algo diferente de tudo o que já havia feito antes. Então aprendi a pedalar sozinha, na garagem do meu prédio. Comecei do zero”.




admirável mundo novo

Convite aceito, ela teve cinco meses para aprender a pedalar e treinar. Inicialmente, consultou médicos para avaliações sobre sua saúde. Depois, passou a fazer spinning e pilates. “Me dedicava a atividades de segunda a segunda”, lembra. Também passou a encarar treinos outdoor, com uma bike emprestada. O começo foi difícil. “Tive medo de cair,

de me machucar, de não dar conta. O meu desempenho na bike não era bom, porém fui adquirindo habilidade. Aos poucos venci a resistência. Foquei em meu objetivo, sempre lembrando o compromisso firmado com meu amigo, e segui com muita determinação”. E então Claudia foi para a prova de 260 quilômetros, percorridos em três dias. “Completei bem e

achei a experiência incrível. Não parei mais”. A partir daí, além dos treinos semanais, passou a programar cicloviagens. O esporte fez bem para o corpo e para a alma. “Emagreci, ganhei massa muscular e fôlego. Fiquei com pernas torneadas, defini o abdômen e os braços, além de turbinar minha resistência física e mental. E melhorei muito minha autoestima”.






a grande descoberta Em uma de suas viagens, após pedalar quilômetros e quilômetros apenas com uma mochila nas costas, do alto da Serra da Bocaína (na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo) teve o insight que mudou sua vida. “Percebi que a gente precisa de pouco para ser feliz. Ali eu era a pessoa mais realizada do mundo. Me senti bonita, poderosa, graças a meu próprio esforço. E achei que poderia dividir essa experiência com outras pessoas”.

Claudia passou a escrever textos sobre os benefícios e os prazeres de pedalar e a compartilhá-los pelas redes sociais. “As pessoas começaram a curtir. Então criei um blog, que foi um sucesso. Depois montei aulas e dei início aos cursos que ensinavam a andar de bike. Mudei o rumo profissional”. A bem-sucedida executiva – que atuava há 32 anos no segmento de TI com foco em tecnologia para educação – fechou sua empresa e criou a

Escola de Bicicleta Ciclofemini, com objetivo de ensinar as pessoas a usarem mais a bike, tanto no lazer como no dia a dia, como meio de transporte. “Senti que precisava renovar meu futuro. Por sorte ou inspiração, acabei entrando em um mercado muito bacana, que é o do esporte. Pedalar era algo que até então eu via apenas como diversão e um meio de manter a saúde. Só que passou a ser meu trabalho. Essa troca foi super saudável”, conta.


Foi saudável, mas não foi fácil. “Muitas pessoas acharam que seria impossível eu me manter e duvidaram que o negócio fosse prosperar – falaram até que eu não queria saber mais de trabalhar”. Mas com sua experiência em marketing e vendas, fez o novo negócio crescer. “Trabalho e trabalho muito, de domingo a domingo! As aulas começam às cinco da manhã. Também cuido da parte administrativa e colaboro com revistas e blogs, escrevendo artigos sobre o tema bicicleta. Hoje tenho menos tempo do que quando trabalhava com informática. A carga horária é grande e o desgaste físico também. Em compensação faço o que gosto. Se antes eu trabalhava com empresas, hoje trabalho com pessoas, ajudando-as a superar uma série de medos e de obstáculos, colaborando para a


melhora da autoestima. É demais ajudá-las a sentir a liberdade de estar no comando de uma bike”. Se no início a escola recebia mais mulheres, atualmente o público é variado. “São homens e mulheres com idades que vão dos 5 aos 80 anos e de todos os níveis – do iniciante ao expert que quer se aperfeiçoar. Crianças e jovens com necessidades especiais e famílias inteiras também vêm aprender a pedalar com a gente”, orgulha-se. O retorno é maravilhoso. “Colocar alguém para pedalar é como soltar um passarinho da gaiola”, compara Claudia, que conta com a ajuda de outros professores. “Muitas vezes o aluno vem nos visitar depois de meses e notamos que ele está mais saudável, com cara de ciclista... Faz um bem enorme saber que contribuímos para tornar a vida de uma pessoa melhor”.





conquistas sobre duas rodas “Jovens com 25 a 30 anos muitas vezes acham que é tarde para começar. Eu, aos 52 anos, estou na ativa. Nunca é tarde para pedalar!”, diz Claudia Franco, que já participou de várias competições aqui e no exterior. Uma das mais marcantes ocorreu em 2012: “Fiz a Brasil Ride, a mais dura prova de mountain bike no mundo: são 650 quilômetros percorridos em sete dias, reunindo atletas de vários países. Pedalamos mais de 100 quilômetros por dia, no cenário radical da Chapada Diamantina. Só o fato de ter estado lá e completado algumas etapas, foi uma verdadeira vitória”.





“Colocar alguém para pedalar é como soltar um passarinho da gaiola”


“Junto à Claudia, quero dar o giro de bike a todos que quiserem genuinamente sentir o ‘ventinho na cara’” Marcello Ruivo, instrutor de bicicleta da Ciclofemini


Fotos, texto e edição Guto Gonçalves e Yara Achôa Realização Estúdio13 www.estudio13.com.br Tel. (11) 99722-1505 | (11) 99980-2582



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