EMMAG #17

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EMMAG

FRESH

DEZ 2018



Os ares que cercam a chegada de um novo ano pedem renovação. Fresh é dizer como movimentos de mudanças estão desembocando em nosso consumo diário e nos fazendo repensar valores dentro da moda e da beleza. É conversar sobre a moda como comunicação com André Carvalhal e as alternativas que se apresentam para quem quer refletir sobre consumo. Isso é endossado pela Fê Canna, quando abordamos descarte de embalagens de beleza. Na maquiagem, perceber o efeito a longo prazo do uso de sintéticos e ouvir recomendações que trarão benefícios a nós e ao planeta. É descobrir o que esse novo lifestyle, que busca desenhar outra vida dentro da cidade, com novas filosofias, está trazendo de bom para o dia a dia de cada um. Se delicie, reflita e repense. Ser fresh é renovar e chegar em 2019 com um frescor típico de quem encontra outros motivos para seguir. Carmela Scarpi


EMMAG

FRESH Iza veste: H-AL Fotografia: Anderson Angélico Modelo: Iza Adão Beauty: Vinícius Martins DEZ 2018

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI (carmela@evenmore.com.br) Projeto gráfico e Diagramação: SUZANA VD TEMPLE Redação: ANGELITA FRANCO, CAROLINE KLEINA, HELOÍSA FERREIRA, HELOÍSA FERRAIRA, LARISSA MAFTUM, MILENA BOTTEGA, NATHALIA SOUZA. Colaboradores: ANDERSON ANGÉLICO, SOMA GALERIA, VINÍCIUS MARTINS, JUST MODELS. Revisão: CARMELA SCARPI A revista digital EMMAG é uma publicação produzida pela equipe do grupo Even More Comunicação. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam. Serviço de atendimento ao consumidor: contato@evenmore.com.br Anúncio e Publicidade: comercial@evenmore.com.br


EMMAG #17

06------------ENTREVISTA ANDRÉ CARVALHAL 09------------BELEZA POR FÊ CANNA 11------------O VERÃO É FRESH 15------------EDITORIAL 21------------ MAQUIAGEM NA PELE 24------------PRUDENTE DE MORAES 26------------ENTREVISTA RENATA WAJDOWICZ

DEZ 2018


TALK

Fotos: Amanda Lavorato/Coletiza

André Carvalhal celebra o Fim em trilogia sobre moda e comportamento Quatro anos depois de lançar seu primeiro livro, André Carvalhal veio a Curitiba para divulgar “Viva o Fim”. Caroline Kleina & Nathalia Souza


O evento de lançamento na capital paranaense aconteceu no último mês na Coletiza e, além da sessão de autógrafos, o escritor André Carvalhal fez um bate-papo sobre o tema abordado último livro da trilogia que propõe um novo olhar sustentável, e com propósito, para a moda. Em conversa com a revista EMMAG, Carvalhal conta um pouco sobre a sua visão atual do meio:

COMO VOCÊ VÊ O FUTURO DA MODA EM RELAÇÃO AO IMPACTO COM O MEIO AMBIENTE? Acredito que cada vez mais as marcas e o mercado vão entender a sustentabilidade. Tudo o que a gente produz vem da natureza de alguma forma, a maioria das vezes a gente veste animais, plantas, e muitos desses estão se esgotando, se tornando mais raros e caros. Daqui para a frente, preservá-los ou ter pensamentos mais circulares de reaproveitamento, de menos desperdício, fará parte do design de moda para que ele possa continuar se viabilizando. VOCÊ VÊ A POSSIBILIDADE DESSAS POLÍTICAS CHEGAREM AO BRASIL? ACHA QUE O CONSUMIDOR DE MODA DAQUI ESTÁ DESPERTANDO? As políticas públicas são muito importantes pois elas ajudam a nivelar o mercado e estimular mudanças e transformações mesmo em marcas e empresas que não têm a noção sobre todos esses temas e causas. Eu acho viável que essas questões cheguem ao Brasil, pois acho que elas devem chegar em todos os lugares e o consumidor daqui está despertando. Há um ano e meio quando lançamos a AHLMA, as pessoas tinham muita dificuldade de entender o que estávamos fazendo, e hoje vejo que cada vez mais pessoas procuram a gente justamente pelo que fazemos.


O QUE VOCÊ INDICARIA PARA UMA PESSOA QUE ESTÁ COMEÇANDO A TOMAR CONSCIÊNCIA DE CONSUMO? COMO ELA PODE PRATICAR ISSO NO DIA A DIA? Para quem está começando eu acho que questionar é o primeiro passo. Se questionar sobre se aquela compra faz sentido, se é realmente necessária, se aquilo tem o estilo da pessoa ou é apenas mais um modismo. Por segundo, questionar as marcas. Entender como é feito, de onde vem e qual o impacto no mundo. Eu acho que isso, para o nosso dia a dia, traz bastante informação. André Carvalhal foi gerente de marketing e conteúdo da Farm por dez anos. Em 2016, associou-se ao grupo Reserva e hoje é co-fundador da marca AHLMA, na qual participa como diretor criativo.

primeiro passo.

questionar é o p


BEAUTY Heloísa Ferreira

O QUE VAI, VOLTA Empresas criam soluções com o propósito de mudar o ciclo de sustentabilidade na indústria dos cosméticos.

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Quando jogamos uma embalagem no lixo, apenas uma pequena parte do que enviamos para a reciclagem será de fato reutilizada, com valor comercial, para voltar ao mercado. Na indústria cosmética, os materiais tradicionais vão desde papelão até o alumínio. Quando não reciclados, eles acabam em lixões, rios e oceanos e, nesse caso, podem quebrar em pequenas partículas e acabarem sendo ingeridas por nós e por animais. Para mudar esse cenário, muitas marcas vêm reconfigurando seu valor de consumo no mercado. “Antes de pensar no descarte, é preciso escolher melhor na hora da compra. Não adianta fazer uma compra desinformada e depois esperar uma solução mágica”, explica Fernanda Cannalonga, dona do blog Fê Canna e co-fundadora da marca Furo. Para incentivar as iniciativas que fecham seu ciclo de produção e oferecem alternativas ao lixo, Fernanda indicou três marcas brasileiras que, além de tudo, têm produtos naturais, orgânicos e veganos.

01. Baims Baims é uma empresa de cosméticos que nasceu com consciência ecológica, ética e responsável. Criada por Luisa Baims Albrecht, a marca prioriza o uso de insumos e matérias-primas naturais ou orgânicas, não testadas em animais e livres de ingredientes tóxicos. Foi na Alemanha, em 2014, que a empresária - que trabalhou por anos com programas de moda e publicidade - conheceu a maquiagem orgânica em meio ao crescimento acelerado da oferta de produtos “bio” na Europa. A Baims cria linhas que apresentam propriedades hidratantes e nutritivas, 100% naturais e com ingredientes orgânicos certificados. Quanto às embalagens, eles buscam utilizar cada vez mais o bambu, além de oferecer sistema refil para muitos dos produtos em pó.


02. Simple

Organic Beauty A Simple Organic Beauty, respeita o ciclo da matéria-prima e o tempo de produção. Os produtos da marca de Patrícia Lima são elaborados utilizando apenas ingredientes naturais, veganos, orgânicos, sem adição de componentes sintéticos, parabenos, sulfatos, petrolatos, metais pesados e nem conservantes artificiais.

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03. Bioart

A empresária e editora da revista Catarina, mudou seu estilo de vida depois que teve sua primeira filha. Com a intenção de ajudar a criar um mundo melhor para Maya, encontrou na natureza o equilíbrio que buscava para construir um novo caminho. Democratizar a beleza natural com produtos orgânicos tem sido o objetivo da Simple. Saquinhos de tecidos reutilizáveis, que posteriormente pode se tornar nécessaires, são as embalagens da marca e toda informação dos produtos é impressa em um livreto com papel reciclado.

Biocosméticos Pioneira no Brasil, a Bioart possui eco makeups a base de argilas orgânicas e bioativos cuidadosamente selecionados. Também nas linhas de tratamentos faciais, os ingredientes são 100% naturais, livres de toxinas e veganos. Em 2010, ela surge com o ideal de fazer a diferença no mercado de cosméticos desde a fábrica própria em Santa Catarina - que possui princípios sustentáveis e certificações que garantem a qualidade e o acompanhamento - até a seleção dos ativos e de todo processo de produção. Inovadora também na utilização de tecnologia de ativos biomiméticos no Brasil, que se adaptam às características e necessidades de cada pele, a Bioart une inovação e química verde. As embalagens oferecem opções recicláveis e reutilizáveis, além de refis de eco makeups de tratamentos bionutritivos.

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FASHION

Nathalia Souza

Caroline Kleina

O VERÃO DE 2019 PROMETE SER

F R ES H


Em sintonia com o movimento eco, a busca por alternativas sustentáveis tem crescido e as fibras naturais se tornam destaque em 2019. Hoje, para falar de moda é bom que se fale também em sustentabilidade. Os consumidores estão mais conscientes e isso implica no crescimento da demanda por tecidos naturais e uma reconexão com a própria natureza. Prova disso é como grandes nomes da moda têm buscado nessas referências uma maneira de conquistar as pessoas. Pelo mundo, as principais passarelas das semanas de moda, incluindo aqui o streetstyle, elegeram o linho como queridinho da vez. Marcas como Chanel e Jacquemus, inclusive, desfilaram peças no tecido que antes era visto em composições mais sofisticadas, e hoje aparece de forma mais casual, dando movimento nas roupas em suas diversas cores.

Com a estação mais fresh do ano chegando, a fibra já é o must have da temporada. Além de ser o tecido mais antigo usado pelo homem, o linho entra na corrente de sustentabilidade, pois tem alta durabilidade e promove uma boa troca de calor com o corpo, que auxilia na saúde da pele. Nessa pegada ecológica em que vivemos, ele chega para reforçar a ideia de um lifestyle mais natural, sem neuras.


F otos : J ess i c a B r u n i n g / A r bo l


N ÃO É P R E c I SO I R M U I TO LO N G E

Na mesma onda, em Curitiba, a Arbol desenvolve suas criações com algumas fibras naturais, inclusive o linho, pela preocupação com o impacto ambiental causado pela marca. “A transformação vem acontecendo de forma natural. O impacto que almejamos é de conscientizar ainda mais o consumidor, escolhendo bem, consumindo cada vez melhor e com consciência”, explica a idealizadora e designer Livia Moro.

O objetivo hoje é a adoção de fibras naturais em quase toda próxima coleção, aliadas com técnicas de tingimento natural e eco-print. “Na migração do linho misto para o linho 100% nos pareceu óbvio não ‘contaminar’ a pureza do tecido com químicos, além de pensarmos na questão sustentável que engloba o processo de tingimento natural”, esclarece. Até hoje, a marca trabalhou com apenas um peça estampada até o momento e a estamparia em eco-print está em fase de experimentação - sempre com a predominância de nuances claras.


EDITORIAL

fresh Foto Anderson Angélico | Beauty Vinícius Martins | Modelo Iza Adão (Just Models) | Styling e Produção Carmela Scarpi | Locação SOMA Galeria


Anel: Pablita Calça: RÊVE Camiseta: Chaouiche Regata: Tacon Boutique Sapato: RÊVE


Acessórios: Pablita Camiseta: Chaouiche Regata: RÊVE Calça: RÊVE Bolsa: Tacon Boutique


Acessรณrios: Pablita Casaco: Tacon Boutique

Macacรฃo: Tacon Boutique Blusa: Chaouiche Bolsa: Tacon Boutique


Vestido: H-AL


Vestido: Chaouiche Blusa: RÊVE Sapato: RÊVE


texto Milena Bottega

BEAUTY

Maquiagem,

sempre uma amiga? Especialistas afirmam que mau uso da maquiagem pode causar danos Ă pele e ao organismo, saiba como evitar.

imagens Ian Dooley


A maquiagem data de períodos pré-históricos. Desde características das tribos até o século XX, quando principalmente as mulheres se apropriaram dos produtos para enaltecer a beleza e disfarçar características. Hoje, ela é parte do cotidiano de muita gente, e cada vez mais cedo. Mas essa iniciação precoce pode trazer algumas consequências. O uso excessivo de produtos pode gerar problemas para a pele e o corpo - boa parte por causa de compostos sintéticos presentes nas maquiagens tradicionais. “O uso de maquiagem sem o devido cuidado com a pele pode ocasionar obstrução dos poros, o que gera um ambiente propício para a proliferação de bactérias, levando ao aparecimento de cravos e espinhas, além de estar diretamente associado ao desenvolvimento precoce de rugas e linhas de expressão”, conta a dermatologista Isabela Gava. A utilização constante das substâncias químicas na formulação ainda pode desencadear quadros de alergia como a dermatite de contato.

Segundo Isabela, os parabenos utilizados para a conservação podem trazer riscos à saúde. Esses compostos estão presentes em muitos produtos relacionados à beleza para prevenir a formação de bactérias e fungos, e evitar a contaminação, mas o contato com peles sensíveis pode ocasionar alergias. Estudos mostram ainda que a substância possui estrutura química semelhante à do hormônio estrogênio, e o excesso desse hormônio no organismo pode gerar problemas como depressão, ansiedade até retenção de líquidos e, em casos extremos, câncer de útero e de mama.


Soluções diárias e novas fontes Mas existem alguns cuidados que podem ser tomados para que a pele continue saudável. “A pele deve estar sempre limpa e hidratada antes de receber a maquiagem, e após o uso, ela deve ser retirada com produtos ideais para o seu tipo de pele”, recomenda Isabela. A limpeza correta após o uso impede que se prolonguem alguns dos malefícios causados pelos compostos. Para a remoção de produtos mais pesados e pigmentados, ou à prova d’água, a sugestão é utilizar demaquilantes bifásicos. Depois, sabonete apropriado para o seu tipo de pele, evitando que os poros fiquem obstruídos, e ainda finalizar com o tônico e um hidratante. Outra iniciativa é apostar em produtos menos agressivos, feitos organicamente, como os da Cativa Natureza. “O conceito do ecologicamente correto vem tomando espaço em vários aspectos, principalmente na alimentação, estilo de vida e nos cosméticos que também adotam regras para evitar ativos sintéticos, derivados animais, glúten”, define Rose Bezecry, idealizadora da marca.

Para ela, hoje, as empresas já nascem em um modo mais sustentável para buscar soluções não apenas em nível individual, como socioambiental também, e essas mudanças não têm volta. Na primeira loja localizada no setor de orgânicos do Mercado Municipal de Curitiba, é possível encontrar linhas certificadas que entregam também um valor agregado. “O reflexo de uma nova cultura e mudança de comportamento da sociedade que cada dia tem se tornado mais informada, passou a exigir das empresas atitudes que não prejudiquem o meio ambiente e nem o nosso corpo”, analisa.


LIFESTYLE

VIAJAR EM ALGUMAS QUADRAS, SEM MALAS CAMINHAR PELA ALAMEDA PRUDENTE DE MORAES HOJE É PARTICIPAR DE UMA VIVÊNCIA ÚNICA SEM SAIR DO CENTRO DE CURITIBA. Larissa Maftum

Uma rua com um mix de estabelecimentos vem chamando a atenção de quem está em Curitiba. A Alameda Prudente de Moraes, primeira rua interativa da cidade, está em vias de se tornar o sétimo polo gastronômico da capital paranaense por meio de projeto de lei. Mas independentemente da nomenclatura oficial, quem passa pelas calçadas, recém reformadas pelos lojistas, já sente o clima que se constrói por lá. As últimas quadras, antes de se desembocar na Rua Carlos de Carvalho, são como uma viagem, que te leva à França, no Café Babette dentro da Aliança Francesa, ou então a um pedacinho da Itália no Campania Ristorante e L’ Arte di Gelato. Quem tem preocupações contemporâneas com uma vida mais orgânica pode desfrutar dos doces sem glúten da Lo La Li Doceira, ou do cardápio vegano (e não vegano também) do Veg Lev e Tasty Salad Shop. Moda e beleza marcam presença com a grife autoral e slow fashion Reptilia e, mais recentemente, com a franquia da marca de maquiagem orgânica, Simple Organic.


Não esqueça de buscar um café rápido pelo The Coffee para poder desfrutar de uma curadoria de design e decoração pela Ôda Design Club, Duo Ligth ou a Uzzo. E se for estender a visita, um chope te espera no Janela para encerrar a experiência. “Como é uma localização central, o público é bastante variado, o que só contribui para o nosso ambiente. Mas destacam-se os amantes do design, do consumo sustentável, dos produtos orgânicos e feitos aqui. É um público inteligente e questionador”, define Heloísa Strobel, diretora criativa da Reptilia. Com toda a sua singularidade, o cenário é cool e os frequentadores antenados. Um circuito em busca de novidades, além do espaço gelado dos shoppings.

Rua Interativa Por meio de QRCodes espalhados na rua você acessa a plataforma MCities, que oferece experiências para aproveitar a cidade. Cada clique revela um pouco do cotidiano e personagens do local, além de surpresas em cardápios secretos. Fique atento, a qualquer momento a Prudente poderá “conversar” com você, mantenha o celular com o sistema de localização e bluetooth ativos.


LIFESTYLE

ESTILO DE VIDA E A FOTOGRAFIA DE MODA Angelita Franco


Renata Wajdowicz mudou seus hábitos e conta como os novos aprendizados influenciam seu trabalho. A preocupação com a sustentabilidade surge não apenas como tendência, mas necessidade por formas mais humanas de produção, consumo e alimentação depois da aceleração dos anos 2000. Com cada vez mais espaço, o pensamento slow e eco também surgem em iniciativas de Curitiba, que envolvem movimentos como veganismo. Em entrevista para a EMMAG, a fotógrafa de moda Renata Wajdowicz conta como foi adotar um novo estilo de vida natural e suas influências na fotografia: O QUE DESPERTOU TE DESPERTOU PARA O ESTILO DE VIDA QUE TEM HOJE? Acredito que o que me fez despertar foi o yoga e a meditação, junto com várias influências positivas. Meu estilo de vida muda o tempo todo - cada dia eu considero um novo aprendizado. Várias coisas me despertam, seja uma conversa, um filme, um livro, uma música, uma matéria.

VOCÊ TEVE UM PROCESSO PARA SE TORNAR VEGANA? Foi bem de repente, na verdade. Nunca imaginei virar vegetariana, muito menos vegana na alimentação. Tudo mudou depois que vi um documentário, “Food Choices” e comecei a ler livros, pesquisar sobre o assunto. Foi uma mudança de hábito maravilhosa, considero uma das minhas melhores escolhas. Comecei a me sentir mais leve e mais disposta, e também mais leve energicamente. Atualmente não me considero 100% vegana, mas não compro novos produtos de origem animal e busco ao máximo seguir o veganismo em todas as áreas. E NOVO ESTILO DE VIDA INFLUENCIOU SEU OLHAR DENTRO DA FOTOGRAFIA? Depois que mudei meu estilo de vida eu tenho olhado as coisas de uma forma diferente, com mais simplicidade, com mais assuntos reais. Hoje em dia vejo a fotografia por um outro ângulo, como uma ferramenta poderosa para despertar as pessoas. Estou em busca de fazer algo com mais propósito, não tirar uma foto apenas por tirar, mas uma que traga uma mensagem, transmita um sentimento, cause uma reflexão.


Depois que mudei meu estilo de vida eu tenho olhado as coisas de uma forma diferente, com mais simplicidade, com mais assuntos reais.

A MODA TEM BUSCADO ALTERNATIVAS MAIS CONSCIENTE EM RELAÇÃO AO PLANETA. ACREDITA QUE SEJA UM CAMINHO OU APENAS UMA TENDÊNCIA? Fico muito feliz com as notícias que vejo, algumas marcas já aboliram o uso de pele e muitos consumidores já não compram mais, o que é um ótimo sinal. Mas por trás da resistência, há sempre um jogo de interesses, o que dificulta o fim desse mercado. Espero que seja um caminho para o mercado da moda e para os outros também – apoio totalmente a vida sem crueldade animal. Hoje temos muita informação e podemos sempre repensar nossas escolhas, buscar alternativas mais sustentáveis, pois cada pequeno ato que temos gera um imenso impacto no mun-

do. Além de darmos o exemplo e começarmos por nós mesmos, é necessário espalhar o conhecimento e a informação para conscientizar cada vez mais os consumidores. QUEM FOI SUA GRANDE INSPIRAÇÃO PARA COMEÇAR A FOTOGRAFIA? Sempre fui uma pessoa muito visual e quando tive minha primeira câmera, foi algo muito natural, tive facilidade e me fazia feliz, então segui a minha intuição e resolvi investir nisso. Comecei a fotografar em viagens, e fotografar lugares me inspirou muito a iniciar uma carreira. Hoje em dia, uma grande inspiração é a fotógrafa Helen Salomão (@ helesalomao).


EM CURITIBA EXISTEM INICIATIVAS QUE LEVANTAM BANDEIRAS SOCIAIS EM CONEXÃO COM O DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE DE MODA DAQUI. VOCÊ ACHA QUE A CIDADE ESTEJA NO CAMINHO DE UMA MUDANÇA? Eu acho que Curitiba ainda não é muito forte nessa área dentro da moda, sinto que está em crescimento considerável. O veganismo, na moda, ainda não é forte, mas na parte da alimentação tem muita opção. Vejo que cada vez mais as marcas se preocupam com esses temas e com sustentabilidade também, evitando desperdícios e com tecidos ecológicos. Posso citar: Bazar Amassado, Casa 102, Coletiza, Tau Criativo, Trama Curitibana. Além disso, acontecem muitos movimentos e eventos na cidade que trazem esses temas, oferecendo bate-papos, trocas de ideias e exposição de marcas locais. Sempre é válido ir conhecer e conferir de perto, tem muita coisa incrível sendo feita aqui.

Nascida em Blumenau, Renata adotou Curitiba como sua cidade. Hoje, tem um estúdio no TAU Criativo - espaço de negócios autorais em Curitiba - e já realizou trabalhos com marcas como Amaro, Melissa, Beatnik & Sons, Reptilia, Sandra Kanayama, Bruna Bomfim, Schooner e Noiga.



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