ATLAS | Fábio Carvalho

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1997-- 2007

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1997 - 2007

Grande parte de meus trabalhos de 1997 até 2007 exploraram as minhas experiências como um “estrangeiro” em uma cidade qualquer que não era a minha, com um olhar de quem vem de fora, de uma pessoa que chega em um território desconhecido e busca uma forma de interpretar e entender aquele território desconecido, torná-lo “seu”, reconhecível; absorvê-lo, assimilá-lo. Neste processo, a (re)construção de mapas foi uma parte fundamental do desenvolvimento do meu trabalho. Estes mapas geralmente partiam de outros mapas já existentes, do tipo usado por viajantes, que foram transformados e reconfigurados em novos mapas. Mas, além dos mapas, há muitas outras formas possíveis de se (de)codificar estas experiências. Há também trabalhos com imagem fotográfica, postais, internet, entre outras formas de se registrar, para poder decifrar, aprrender e então, recodificar as informações adquiridas ao longo da jornada. Estes trabalhos, que muito embora integrem séries distintas e se apresentem de formas variadas, estão todos relacionados por um tema único: as próprias cidades representadas, e minha relação com estas. Entretanto, não mais a cidade ofertada a todos de forma impessoal e genérica, mas sim uma outra cidade, a minha cidade, reconfigurada e transformada ativamente através daquilo que eu vi, registrei e acumulei, processados pela minha experiência sensível e afetiva.

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Cartografia Subjetiva - Amsterdam (detalhe)

1997 | mapa impresso, caneta esferográfica e hidrocor, tinta branca | 41 x 49 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM-RJ)

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série Cartografias Subjetivas Sobre um mapa impresso de uma cidade na qual eu estava passando alguns dias, tracei com caneta a rota dos meus deslocamentos pela cidade, no momento exato do deslocamento, ao longo de todos os dias passados na cidade, sempre usando o mesmo mapa. Posteriormente, todo o resto dos mapas que correspondia às ruas não atravessadas foi “apagado” com tinta branca. Esta operação foi repetida em diversas cidades, durante vários anos (1997 a 2005). Fez-se, assim, um recorte pessoal de um universo mais amplo e genérico; a transformação de um objeto múltiplo e utilitário — que ao mesmo tempo é uma carta aberta a múltiplas possibilidades, e nenhuma — em algo particular, único, em um índice pessoal.

Cartografia Subjetiva - Frankfurt 2004 | mapa impresso, canetas esferográficas, tinta branca | 43 x 50 cm ATLAS

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Cartografia Subjetiva - Fernando de Noronha

2005 | mapa impresso, canetas esferogrรกfica e hidrocor, tinta branca | 30 x 30 cm

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Cartografia Subjetiva - Belo Horizonte

2003 | mapa impresso, canetas esferográficas, tinta branca | 43 x 50 cm (cortesia Coleção Marcos Coimbra - Belo Horizonte - MG)

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Fluxo n°1

1997 | montagem com 3 fotos | 37 x 37 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

A série Fluxo se constitui de montagens fotográficas realizadas a partir de fotos em sequência temporal de diversas embarções em seus percursos de deslocamento nos canais de Veneza, tendo como referencial fixo, para o centro das fotos originais antes da montagem, algum elemento da paisagem (torres, igrejas, pessoas, etc). Em seguida, cada sequência foi montada tendo como “centro” não mais os elementos da paisagem, mas sim a própria embarção. Todos os momentos do deslocamento da embarcação são então “congelados” em um único instante. 7

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Fluxo n°8 1997 | montagem com 3 fotos | 37 x 35 cm

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Fluxo n°3

1997 | montagem com 3 fotos | 29 x 66 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

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Fluxo n°4

1997 | montagem com 3 fotos | 25 x 52 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

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Cartografia Fragmentária - Londres

1997 | recortes de impressos, colados sobre papel | 37,5 x 56 cm

A série Cartografias Fragmentárias foi iniciada em Londres, em 1997, a partir de pequenos mapas de localização (hotéis, atrações turísticas, parques, boates, cursos, etc.) retirados de impressos em geral (filipetas, folhetos de propaganda, revistas e jornais). Estes pequenos fragmentos da cidade foram colados em uma superfície branca, do mesmo tamanho de um mapa impresso de Londres, exatamente na posição onde estariam neste mapa completo da cidade. A partir destes fragmentos, a cidade é reconstruída de forma incompleta e imperfeita (dada as diferenças de escala e detalhamento de cada pequeno mapa), numa releitura pulverizada, caótica e multidimensional da cidade, mais próxima da experiência urbana atual. Um mapa tradicional, com apenas uma face e estático no tempo não consegue mais dar conta da velocidade e multiplicidade da vida contemporânea. 11

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Cartografia Fragmentária - Belo Horizonte (detalhe)

2003 | recortes de impressos, colados sobre papel | 100 x 60 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

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O Invisível na Fotografia - “21 Moorgate”

1998 | fotografia cromogênica de imagem digital (durst lambda) | 35 x 50 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

O Invisível na Fotografia é uma série de trabalhos realizada a partir de fotografias de um mesmo local, batidas de um mesmo ponto de vista, em intervalos de tempo variáveis (de alguns segundos até algumas horas). Nas cenas fotografadas, havia sempre objetos em movimento (pessoas, carros, barcos, etc.). Posteriormente, as fotos foram digitalizadas e superpostas. Ao se realizar esta fusão, não se sabe mais qual objeto em deslocamento pertence a qual dos instantes superpostos, criando-se assim uma simultaneidade entre os dois tempos apresentados nas fotos. Walter Benjamin comenta em “Pequena história da fotografia” que no instantâneo fotográfico há “o lugar imperceptível em que o futuro se aninha em minutos únicos, há muitos passados, tão eloqüentes que podemos descobri-lo olhando para trás”. Neste trabalho, este “futuro” que poderia ser descoberto já está lá, junto ao “passado”. 13

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Ao mesmo tempo, este “futuro” já é também passado, e portanto, possibilidade de um outro “futuro”. Mas na verdade, nada disso pode ser discernido, pois não se sabe qual “objeto” corresponde a qual “tempo”. Temos na verdade passado e futuro simultaneamente, num único instante novo, que nunca aconteceu. A foto, tida como um recorte instantâneo do real, não se presta mais a este fim, não é mais um testemunho de um evento singular num tempo único. Há uma dinâmica cinemática nestas fotos, embora tudo continue fixo, preso à sua superfície.

O Invisível na Fotografia - “Não feche o cruzamento”

2002 | fotografia cromogênica de imagem digital (durst lambda) | 37 x 50 cm

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O Invisível na Fotografia - “Vaalimaa Borderline”

1998 | fotografia cromogênica de imagem digital (durst lambda) | 40 x 50 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

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O Invisível na Fotografia - “ Permanente”

1999 | fotografia cromogênica de imagem digital (durst lambda) | 35 x 50 cm (cortesia Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ)

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Mapas Moles - Rio de Janeiro

1998 | recortes de impressos entre-colados | dimensões variáveis

Os Mapas Moles são uma tentativa impossível de conciliar diversos pequenos mapas de localização (hotéis, atrações turísticas, parques, boates, cursos, etc.) retirados de impressos em geral (filipetas, folhetos de propaganda, revistas e jornais), e da internet, em um único mapa consolidado. Os mapas vão sendo colados uns nos outros de acordo com as ruas coincidentes nos vários mapas. Devido às diferenças de escala e detalhamento de cada pequeno mapa, estes vão se contorcendo e deformando, daí a impossibilidade de no final se ter um mapa plano e útil. 17

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Mapas Moles - São Paulo

2006 | recortes de impressos entre-colados | 50 x 60 x 10 cm

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Paisagem Visitada - Rio de Janeiro

1999/2000 | alfinetes de mapa s/ borracha E.V.A. | 60 x 100 cm (cortesia Coleção Vieira Resende Barbosa & Guerreiro Advogados)

Cada alfinete na superfície do trabalho representa um local em que estive durante todo o ano de 1999, na cidade do Rio de Janeiro. O acúmulo de locais indicados neste “mapa” termina por formar um desenho que não foi gerado por uma intenção estética, mas sim em função das minhas necessidades diárias comuns, ao longo de todo um ano.

detalhe

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Paisagem Visitada - Londres

2003 | alfinetes de mapa s/ borracha E.V.A. | 60 x 100 cm

Cada alfinete na superfície do trabalho acima representa um local em que estive em uma de minhas três estadas em Londres, em 1993, 1994 e 1997. O acúmulo de locais indicados neste “mapa” termina por formar um desenho que não foi gerado por uma intenção estética, mas sim em função das minhas necessidades diárias comuns, ao longo de todo destas estadas. ATLAS

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Memória daquilo que não vi - Amsterdam - n°6 e n°21 (díptico ) 2002 | c-print de imagem digital | 50 x 19,5 cm (cada)

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Os trabalhos da série Memória daquilo que não vi partem da idéia de fotografia como um suporte artificial para nossa memória. Muitas vezes, confiamos mais nestes dispositivos de “memória secundária” do que na nossa memória, criada a partir da experiência vivida. Nossa memória guarda apenas os fatos e elementos mais significativos em uma determinada experiência. A fotografia não possui esta espécie de filtro, registrando igualmente tudo que está diante da objetiva da máquina fotográfica. Interessei-me, neste trabalho, por estes elementos que não pertenceriam normalmente à experiência vivida, que estão ali na foto como “agentes contaminantes” da memória. Trago-os ao primeiro plano, transformando-os de um ruído que havia na narrativa principal da foto, na própria narrativa em si. O que era ruído, agora é música.

Memória daquilo que não vi n°22 2002 | c-print de imagem digital | 50 x 34,5 cm

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Memória daquilo que não vi n°11

2001 | c-print de imagem digital | 100 x 65,4 (cortesia Coleção Tadeu Bandeira - BH)

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Memória daquilo que não vi n°1

2002 | c-print de imagem digital | 10,9 x 100 cm

Memória daquilo que não vi n°2

2002 | c-print de imagem digital | 17,3 x 100 cm

Memória daquilo que não vi n°3

2002 | c-print de imagem digital | 18 x 100 cm

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Vigilância n°5 - Leicester Square - LondresMemória daquilo que não vi n°1 2003 | c-print de imagem digital | 30 x 40 cm

série Vigilância No final de 2002 eu comecei a pesquisar as possibilidades de expandir minhas experiências artísticas para além da minha presença física nas cidades. As imagens de webcam (câmeras que transmitem suas imagens em páginas da web na internet) me permitiram visitar em tempo real as mais diversas localidades do planeta, sem jamais sair de meu estúdio. Esta série de trabalhos foi realizada a partir destas imagens digitais capturadas de várias webcams de diversas cidades. As imagens foram acumuladas por aproximadamente uma semana, em horários e dias variados. Posteriormente, as imagens foram fundidas em superposição. Ao se realizar esta fusão, não se sabe mais qual objeto pertence a qual dos instantes superpostos. Cria-se assim uma simultaneidade entre os vários tempos apresentados nas imagens, um desmantelamento da sucessão linear do tempo. 25

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Vigilância n° 9 - Nova York - Times Square 2003 | c-print de imagem digital | 30 x 40 cm

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Transientes - Times Square - NY - EUA | 09/08/2003 | 17h20 | 10” 2003 | c-print de imagem digital | 30 x 40 cm

série Transientes Após a experiência com as imagens de webcam na série Vigilância, senti a necessidade de levar o processo de fusão por superposição das imagens ao extremo. Ao invés da fusão de apenas três ou quatro instantes, há nesta série a superposição de uma quantidade muito maior de instantâneos por imagem final. Ao final da fusão, ficamos com imagens que nos dão uma grande sensação de movimento e passagem de tempo, mesmo que estejamos vendo apenas uma única imagem final. Além disso, quanto menos tempo um determinado objeto “passou” frente à câmera, menos presente ele estará na imagem final, assinalando a efemeridade das coisas e a nossa própria efemeridade face ao tempo. 27

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Transientes - Times Square, NY, EUA - 16.4.2003 | 21h35 | 12” 2003 | c-print de imagem digital | 30 x 40 cm ATLAS

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Paisagem Assistida n° 32 (o retorno da aura)

2003 | caneta de tinta permanente s/ acrílico, cartão postal | 46 x 30,5 cm

A série Paisagem Assistida é constituída de desenhos feitos sobre placas de acrílico, que têm como referência cartões postais, posters e fotografias de páginas de livros, onde estão retratados pontos turísticos de uma cidade. Estas imagens referência dos desenhos permanecem fixadas por baixo da placa de acrílico. Este trabalho é um híbrido entre a fotografia e o desenho, uma combinação destes dois, constituindo uma nova imagem, que depende de ambos. O desenho na placa de acrílico “flutua” sobre a imagem, como se fosse a “aura perdida” das imagens técnicas reprodutíveis. Este trabalho, de uma forma nostálgica, devolve à imagem reproduzida aos milhares, cansada, gasta, que já circulou infinitamente, a possibilidade de uma nova leitura, um nova visão, um novo início, como se nunca tivesse sido antes olhada.

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Paisagem Assistida n° 32 (o retorno da aura)

2003 | caneta de tinta permanente s/ acrílico, cartão postal | 10,5 x 15 cm (cortesia Coleção Rubens Beçak - SP)

Paisagem Assistida n° 20 (o retorno da aura)

2003 | caneta de tinta permanente s/ acrílico, cartão postal | 10,5 x 15 cm (cortesia Coleção Ângela Gutierrez - BH - MG)

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Malha Urbana - Londres

2004 | malha de algodão, cola, chassi de madeira | 33 x 41 cm (cortesia Coleção Coleção Randolfo Rocha - BH)

Malhas Urbanas é uma série de mapas, feitos a partir de uma camiseta comprada e usada em cidades que visitei durante alguma viagem. Ao final de cada viagem, usando um mapa completo de cada cidade como referência, eu recortei a estampa da camiseta na forma dos vários bairros da cidade, que foram então colados na malha das costas da mesma camiseta, reconstituindo-se aquele mapa.

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Malha Urbana - Roma 2004 | malha de algodão, cola, chassi de madeira | 41 x 33 cm

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Malha Urbana - Amsterdam

2004 | malha de algodão, cola, chassi de madeira | 41 x 33 cm (cortesia Coleção Coleção Randolfo Rocha - BH)

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Malha Urbana - Belo Horizonte

2004 | malha de algodão, cola, chassi de madeira | 41 x 33 cm (cortesia Coleção Randolfo Rocha - BH)

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Cartografia Transmutada - Londres (detalhes)

2004 | mapa impresso recortado e remontado | 56 x 90 cm

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Na série Cartografia Transmutada, parte-se de um mapa da cidade do Rio de Janeiro, que é todo recortado em pedaços, e remontado, como um quebracabeça, de forma a ser transformado em um mapa de uma outra cidade estrangeira na qual eu já estive, usando-se como referência um mapa verdadeiro da cidade em questão. Nesta reconfiguração da minha cidade natal em outras cidades (Roma, Londres, Lisboa e Frankfurt), procura-se realizar o maior número de coincidências possíveis entre os mapas. Por exemplo, a rua onde eu moro no Rio de Janeiro é transferida para a rua onde fiquei hospedado; um estádio de futebol (Maracanã) torna-se um anfiteatro romano (Coliseu), as estações de trem, museus, teatros, palácios, parques, etc, do Rio de Janeiro são transferidos para onde se encontram seu similares nas outras cidades.

Cartografia Transmutada - Londres

2004 | mapa impresso recortado e remontado | 56 x 90 cm

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Cartografia Transmutada - Frankfurt

2004 | mapa impresso recortado e remontado | 55 x 60 cm

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Cartografia Transmutada - Lisboa 2004 | mapa impresso recortado e remontado | 52 x 72 cm ATLAS

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Recortes na Malha Urbana A série Recortes na Malha Urbana constitui-se de um conjunto de mapas recortados em camisas de malha usadas por mim em vernissages de exposições de arte. Os mapas são reproduzidos nas camisas através do recorte dos quarteirões do mapa, deixando a camisa toda vazada. Os mapas são da área em torno do local onde houve a exposição da qual participei. Algumas destas camisas são o resultado de uma performace chamada “Meu Lugar na Arte”.

Recortes na Malha Urbana - n° 7 - Centro Cultural São Paulo - São Paulo - SP 2006 | camisa de malha recortada | aprox. 70 x 60 cm 39

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Recortes na Malha Urbana - n° 2 - Teatro Central - Juiz de Fora - MG 2006 | camisa de malha recortada | aprox. 70 x 60 cm

Recortes na Malha Urbana - n° 5 (detalhe)

2006 | camisa de malha recortada | aprox. 70 x 60 cm

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Meu Lugar na Arte

Meu Lugar na Arte 2006 | performance; 1h40 (aprox.)

A performance Meu Lugar na Arte está associada ao trabalho “Recortes na Malha Urbana”. A performance é realizada durante o vernissage de uma exposição, quando ao longo de aproximadamente 1h40 eu recorto, na camiseta que estou vestindo, o mapa da região onde se localiza o espaço da exposição, sendo este local o centro do mapa. Ao final do processo, a camisa vazada com o mapa é deixada na mostra. 41

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camisa ao final da performance

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Mapeamento da Arte Brasileira (Recortes Urbanos) - n° 4 Degaki - Belo Horizonte - MG

2007 | convite de exposição recortado montado s/ papel | 15 x 15 cm

A série Mapeamento da Arte Brasileira (Recortes Urbanos) constitui-se de um conjunto de mapas recortados em convites e outros impressos de exposições de arte das quais eu participei ou para as quais fui convidado. Os mapas são da área em torno do local onde houve a exposição indicada em cada impresso. Por exemplo, o trabalho chamado “Projéteis” (página a seguir) é de uma exposição da FUNARTE que participei em 2005, e o centro do mapa é onde está o prédio da FUNARTE no Rio, naquela parte do centro da cidade.

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Mapeamento da Arte Brasileira (Recortes Urbanos) - n° 2 FUNARTE - Rio de Janeiro - RJ

2006 | convite de exposição recortado montado s/ papel | 11 x 15 cm (cortesia Coleção Lauar - BH - MG)

Mapeamento da Arte Brasileira (Recortes Urbanos) - n° 1 Gentil Carioca - Rio de Janeiro - RJ

2006 | convite de exposição recortado montado s/ papel | 16 x 25 cm (cortesia Coleção Lauar - BH - MG)

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Meu Lugar na Arte - n° 1 - FUNARTE - Rio de Janeiro - RJ 2007 | c-print de fotografia digital | 60 x 48 cm

A série Meu Lugar na Arte constitui-se de um conjunto fotografias do meu torso em posição anatômica, vestindo diversas camisas que apresentam mapas recortados na malha. Estas camisas foram previamente usadas por mim em vernissages de exposições de arte. Os mapas são reproduzidos nas camisas através do recorte dos quarteirões do mapa, deixando a camisa toda vazada.

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Os mapas são da área em torno do local onde houve a exposição que participei. Algumas destas camisas são o resultado de uma performace de mesmo nome, “Meu Lugar na Arte”.

Meu Lugar na Arte - n° 5 Galeria Celma Albuquerque - BH - MG 2007 | c-print de fotografia digital 60 x 48 cm

Meu Lugar na Arte - n° 4 Galeria Olido - São Paulo - SP

2007 | c-print de fotografia digital 60 x 48 cm

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Cartografia Afetiva (São Paulo)

2007 | desenho com lápis, canetas e lápis cera sobre parede; alfinetes de mapa e legendas impressas em adesivo | 300 x 500 cm

No dia 12 de maio de 2007, participei da exposição “Vai você! Artistas e público fazendo arte”, do Projeto de Intercâmbio Cultural Linha Imaginária, na Galeria Olido, em São Paulo. O objetivo desta exposição era os artistas convidarem o público a participar das obras. Eu realizei nesta exposição o projeto “Cartografias Afetivas”, que parte de “mapas vazios”; na parede branca há apenas algumas referências geográficas da cidade, como estações de metrô, monumentos, etc. Neste “mapa vazio”, vão sendo traçados pelos visitantes não as ruas, praças, avenidas, mas sim referências afetivas e emocionais com a cidade.

parede ainda praticamente em branco, sem intervenções

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fotos: Mônica Rubinho

fotos: Mônica Rubinho

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Fábio Carvalho

(1965 – Rio de Janeiro) Artista plástico carioca, em atividade desde 1994 (5 exposições individuais e mais de 60 coletivas), sendo que em grande parte com cartografias (desenhos, recortes e colagens), imagem fotográfica e objetos. Participou de importantes projetos de mapeamento da produção emergente no Brasil na década de 1990, com destaque para Antarctica Artes com a Folha, Rumos Visuais - Itaú Cultural, Projeto Macunaíma (Funarte), Salão MAMBahia de Artes Plásticas, Salão Nacional de Artes Plásticas - MAM - RJ, Projéteis Funarte de Arte Contemporânea - RJ, Salão Nacional de Artes de Goiás, entre outros. Fez exposições por quase todo o território nacional, e já integrou mostras em Nova York - EUA; Berlim, Frankfurt, Guelnhause - Alemanha; Londres, Cardif - Reino Unido; Praga - República Tcheca; Budapeste - Hungria; Porto, Cerveira Portugal; Havana - Cuba, Buenos Aires - Argentina e Cuenca - Equador. Tem obras nas coleções do Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam - Havana – Cuba (4 obras); José Mário Brandão - Porto - Portugal; Gilberto Chateaubriand / MAM-RJ - RJ (31 obras); Vieira Resende Barbosa & Guerreiro Advogados – RJ (4 obras); Randolfo Rocha – BH - MG (6 obras); Marcos Coimbra – BH - MG; Hélio Lauar (4 obras) - BH - MG; Rubens Beçak – SP (4 obras); Jaqueline Shor - SP; Ângela Gutierrez - BH - MG e Tadeu Bandeira - BH - MG.

www.fabiocarvalho.art.br email@fabiocarvalho.art.br

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