Revista Sindimetal 40

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Editorial

MENTIRAM PARA TODOS NÓS

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s palavras quando saem da boca de algumas pessoas podem até trazer mentiras. Há quem minta para se eleger para algum cargo público. Há os que mentem para disfarçar a própria incompetência. Mas nós que vivemos no mundo empresarial sabemos bem que os números não mentem. Aliás, os números nos trazem sempre para a mais pura e dura realidade. E este ano começou assim. Os números nos fizeram entender que muito do que foi dito na campanha presidencial não era verdade. Aquele país inovador e progressista, com economia estável, emprego pleno, era apenas peça de propaganda. A dura realidade é que os impostos foram aumentados; houve redução dos benefícios para os trabalhadores; a taxa Selic não para de subir; a inflação incomoda; há muita possibilidade de o PIB terminar o ano negativo. Isso sem contar os números estratosféricos da corrupção na Petrobras. É óbvio que o ambiente não é dos mais otimistas. Mas é preciso reagir em várias frentes para que o Brasil seja de novo o Brasil de todos e não de apenas um pequeno grupo. No dia 15 de março a sociedade deu uma amostra do que deseja. Milhões de pessoas saíram às ruas para protestar contra a corrupção, contra o desgoverno. Em Londrina 45 mil pessoas tomaram as ruas centrais da cidade. A presidente Dilma Rousseff parece ter entendido, finalmente, que não é mais possível continuar assim. Mais uma vez, os números não mentem. A aprovação do governo Dilma chegou a míseros 13%. Só o ex-presidente Collor, pouco antes de ser cassado, chegara a um porcentual tão baixo. Sob pressão, Dilma enviou ao Congresso um projeto para ajudar a combater a corrupção que será votado pelos parlamentares. Do ponto de vista empresarial, temos que buscar alternativas. Como não temos poder para reduzir a carga tributária, nos resta trabalhar com o máximo de eficiência para que nossas empresas continuem competitivas e torcer para que o País reencontre o caminho do crescimento.

Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecãnicas e de Material Elétrico de Londrina

Rua Santa Catarina, 50 | 25º andar Fone/Fax (43) 3337.6565 www.sindimetallondrina.com.br www.facebook.com/sindimetal.londrina

E XPE D I ENT E Diretoria / Efetivos Valter Luiz Orsi Ary Sudan Marcus Vinicius Gimenes Marco Antônio Bomtempo André Bearzi Edson de Angeli Alberto Rapcham Diretoria / Suplente Ricardo Cândido da Silva Conselho Fiscal Efetivos Luiz Moacyr Spagnuolo Carmine D’Olivo Junior Hamilton Iranaga Conselho Fiscal / Suplentes Maristela Lopes Silva Stephan Erich Gardemann

Criação e Edição

Edição Cláudio Osti - MTB 2217 Textos Cláudio Osti e Célia Baroni Diagramação Fábio Osti Impressão Idealiza Tiragem 2.000 unidades

Valter Orsi

Presidente SINDIMETAL Londrina

Fechamento da Edição 16/04/2015


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Economia

QUEDA DA PRODUTIVIDADE AMEAÇA A INDÚSTRIA BRASILEIRA

Crise na economia brasileira afeta diretamente a indústria que, sem poder investir em equipamentos e tecnologia, perde competitividade no mercado

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om o aumento do poder de cosumo, o clima de euforia sustentado por políticas públicas voltadas para a expansão da demanda esfriou, sendo substituído por um sentimento de apreensão. Diante deste quadro de crise generalizada, a fragilização da indústria brasileira, que vem sendo denunciada há vários anos pelo setor, passa a ser evidente. “O governo e sociedade em geral não têm mais como ignorar a situação e vão ter que se unir para reverter este processo porque só vai ser possível sair desta crise e retomar o desenvolvimento se a indústria brasileira voltar a crescer e a se tornar competitiva”, analisa o vice-presidente do Sindimetal de Londrina, Ary Sudan. Sem condições de investir na renovação de seus parques, novas tecnologias e processos produtivos mais eficientes, o que se vê hoje no País é um setor industrial sucateado que sobrevive a duras penas. “Embora em uma economia equilibrada e forte, o setor

de serviços que representa sempre a maior parte do PIB, gerando a maioria dos empregos, é a indústria que concentra a mão de obra mais especializada, com rendas maiores e com maior estabilidade. É ela que, de fato, movimenta a economia gerando os postos no setor de serviço. Ary Sudan esclarece ainda que as políticas que focam apenas no poder de consumo não consolidam o desenvolvimento e justiça social. Foi o que se viu no Brasil. Inicialmente a decisão do governo de adotar políticas de incentivo ao consumo gerou um aumento imediato de postos de trabalho, redução do desemprego e a “ilusão” de desenvolvimento. Como não foi implantada uma política para a indústria, já em 2008 – ano da profunda crise mundial – o setor começou a sofrer com a perda de produtividade. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), do ponto de vista


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regional, as maiores contrações foram na indústria do Paraná (-5,7%), seguida por Rio de Janeiro (-4,4%) e Espírito Santo (-3,6%). As indústrias do Rio Grande do Sul (-1,5%), Santa Catarina (-1,2%) e São Paulo (-0,9%) registraram diminuições menores, um pouco acima da média nacional. As melhores marcas ficaram com os parques manufatureiros da Bahia (8,7%) e Pernambuco (4,8%). Ceará (0,6%) e Minas Gerais (0,6%) apontaram aumento de produtividade de pouca expressão. Os parques industriais do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul registraram pela primeira vez diminuição na produtividade. O resultado do Paraná (-5,7%) foi o pior de sua série histórica e o da Bahia (8,7%) o melhor já alcançado. Nos locais com retração na produtividade, predominou um padrão de queda na produção física acompanhada de uma diminuição, de magnitude menor, das horas pagas. A exceção foi a indústria do Paraná que registrou variação negativa na produção e ao mesmo tempo aumento das horas pagas. Nos locais com incremento da produtividade, não houve um padrão definido: expressivo aumento da produção física e queda das horas pagas (Bahia); pequeno aumento da produção física e grande queda das horas pagas (Pernambuco); aumento das horas pagas de magnitude menor do que o incremento na produção física (Minas Gerais) e diminuição das horas pagas maior que da produção física (Ceará). Portanto, só na indústria mineira houve desempenho típico de momentos de expansão da produção com aumento pró-cíclico da produtividade. A indústria fechou 2013 representando apenas 13% do PIB nacional, o menor em 50 anos. Para se ter uma ideia, estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a produtividade na indústria brasileira vem caindo todos os anos e o Custo Unitário do Trabalho, índice que mostra

o custo com trabalho para se produzir um bem, aumentou em 9%, o que resulta em produtos mais caros e perda de competitividade. Os EUA, para se ter uma ideia, reduziram o seu custo em 5,2%. Para Sudan não há “milagres” e a solução é bem conhecida, passando necessariamente pelo ajuste macroeconômico e a redução dos custos sistêmicos. As experiências mais bem-sucedidas na área de política industrial mostram que o sucesso está em definir uma demanda prévia, em geral induzida pelo poder público. O grande desafio do governo está em buscar estes recursos através de políticas eficientes sem prejudicar o emprego e estagnar o consumo.


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Hora de reagir

DIAGNÓSTICO CLARO DOS PROCESSOS É PRINCIPAL INSTRUMENTO PARA AUMENTAR PRODUTIVIDADE A crise econômica brasileira pode trazer oportunidades de negócios para as empresas que se prepararem para o novo momento

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m qualquer época, ter o controle dos

Paraná, Marco Antônio Areias Secco, explica que é

processos, da produção à comercialização,

sempre possível aperfeiçoar os processos produtivos

é indispensável para todas as empresas. É este

e, através de ações, muitas vezes simples, aumentar

conhecimento que permite ao empresário e sua equipe visualizar gargalos que acabam provocando quedas na produção, baixa produtividade e até perda de qualidade do produto. O diretor do Senai

O Paraná é hoje um dos estados que mais dispõem de mão de obra qualificada


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e agregar qualidade ao produto, itens importantes para conquistar novos mercados. “Em tempos restritivos, quando a crise reduz ainda mais o acesso a recursos para investir em novas tecnologias, ter as rédeas dos processos pode garantir a solidez necessária para atravessar os tempos mais difíceis”, analisa ele. Secco diz que tanto o Senai como outras instituições têm estrutura para oferecer o apoio e assessoria para tornar acessível este diagnóstico. Afirma ainda que a crise também é uma oportunidade. Ele cita como exemplo o fato de que, com a redução de postos de trabalho, aumenta a disponibilidade de mão de obra qualificada e experiente.

O Senai matriculou 150 mil alunos em cursos profissionalizantes no Paraná em 2014

O empresário precisa saber avaliar a eficiência da sua equipe e estar atento aos talentos disponíveis, diz Secco, e esse é o momento de avaliar a equipe e promover mudanças nos quadros. Para o diretor do Senai, o Paraná é hoje um dos estados mais bem fornidos de mão de obra qualificada, uma das principais demandas do setor produtivo. Só o Senai respondeu por 150 mil matrículas em cursos profissionalizantes em todo o Estado no ano passado – o Paraná está entre os melhores em capacitação profissional.


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A busca da eficiência

LEAN MANUFACTURING, OU MANUFATURA ENXUTA, PODE SER A SOLUÇÃO PARA SUA EMPRESA Método criado por executivos da empresa japonesa Toyota para enfrentar os desafios do pós-guerra gera produtividade e eficiência

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crise econômica é evidente. A previsão é de que o PIB seja quase zero em 2015, podendo ser até negativo. Somando a isso temos a alta dos impostos, dos combustíveis, da energia elétrica, do pedágio. O momento é de atenção. Porém, o empresário não pode parar e apenas ficar se lamentando. Se o cenário não é bom, é preciso encontrar um meio de reduzir custos, ser mais ágil e competitivo e mudar este cenário. Como fazer isso? Uma das formas mais eficazes, diz o consultor empresarial Hélio Terzoni, é olhar para dentro da sua empresa. “No pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), a empresa japonesa Toyota precisava se reerguer. Depois de estudar seus processos de produção, os executivos da empresa criaram um método conhecido como Sistema Toyota de Produção que deu origem ao Lean Manufacturing – manufatura enxuta. Foi a forma encontrada por eles para reduzir custos e melhorar produção. Ao longo do tempo o método foi sendo estudado e adaptado para outras atividades empresariais além da indústria”, explica Terzoni. O objetivo é sempre olhar o que agrega valor ao produto, afinal o preço da mercadoria é definido pelo cliente, e o que não agrega valor pode ser considerado desperdício. O Lean Manufacturing não é exatamente um programa, mas sim uma filosofia operacional ou um sistema de negócios, uma forma de: especificar valor; alinhar, na melhor sequência, as ações que criam valor; realizar essas atividades sem interrupção, sempre que alguém as solicitar; e realizá-las de forma cada vez mais eficaz, ou seja, fazer cada vez mais com cada vez menos.

Também é uma forma de tornar o trabalho mais satisfatório e de eliminar desperdícios, e não empregos. São sete eixos principais: espera, transporte, movimento improdutivo, estoque, excesso de produção, defeitos, intelectual. “Se você tem que parar o que está fazendo para levar a sua parte da produção para outra pessoa, está errado. É um movimento improdutivo. As ações precisam ser continuadas sem esse desperdício de tempo”, comenta Terzoni. Uma questão sempre levantada é o desperdício “intelectual”. Ocorre que muitas boas ações são idealizadas mas não são colocadas em prática, ficam na gaveta. Ou seja, há um desperdício intelectual nisso, um Hélio Terzoni: “Método pode ser usado em todo tipo de empresa”


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esforço para criar que não reverte em ações concretas. Mais do que melhorar os processos é preciso mudar o comportamento, a filosofia da empresa. Segundo Terzoni, boa parte da necessidade da empresa está dentro da própria casa. “Pela experiência sabemos que movimentação interna representa 45% do problema; estoque em processo, 25% e operação 30%. Você não controla a alta dos impostos, então tem que olhar o desperdício. Quando você dá mais velocidade aos processos, reduz o tempo de entrega e isto se torna um diferencial importante”, reforça. Em seis meses a implantação do Lean Manufacturing já começa a dar resultados. Segundo o consultor, o retorno financeiro chega a ser até quatro vezes maior do que foi investido. Ele comenta que a região de Londrina ainda não se atentou para as exportações. São poucas empresas que exportam. O Canadá, por exemplo, é um país que tem uma necessidade enorme de importar vários tipos de produtos. “Mas é preciso prazo e qualidade. E o Lean Manufacturing pode ser a solução para dar ganhos de produtividade e velocidade na empresa”, diz o consultor. Outra recomendação é ficar atento às oportunidades. Muitas empresas focam mercados distantes como Amazônia, Rondônia, a um custo enorme, enquanto poderia encontrar nichos de mercado na sua própria região. “Com o dólar nas alturas, importar ficou caro. Muitas empresas que importavam da China devem estar à procura de fornecedores locais, com preços compatíveis e com prazo de entrega menor. Uma

importação demora perto de 60 dias para se efetivar. Então, ofereçamos um preço menor e prazo de duas semanas para a entrega. É um diferencial excelente. Quando a empresa está afinada, ela consegue abraçar estes nichos de mercado”, afirma o consultor.

COM A CRISE AÍ, PARCERIAS ENTRE EMPRESAS E UNIVERSIDADES SÃO FUNDAMENTAIS Uma das alternativas, já usadas pelas empresas em países desenvolvidos, e com ótimos resultados, é buscar a integração entre a indústria e as universidades. Em Londrina, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico – Sindimetal, criou o CETTEC – Centro de Transferência de Tecnologia para promover e incentivar o aprimoramento tecnológico das empresas do setor metalmecânico e elétrico. As maiores universidades da região participam do projeto, entre elas a Universidade Estadual de Londrina, a Unopar e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Há muitas vantagens nesta parceria. A ciência desenvolvida na academia direcionada para solucionar as demandas do setor produtivo; ciência aplicável na geração de riquezas e do crescimento econômico e social. O setor produtivo ganha obtendo conhecimento tecnológico de ponta, aperfeiçoando seu processo produtivo, obtendo melhores resultados com menores perdas, como, por exemplo, o de eficiência energética, o de reaproveitamento de materiais, o que também traz ganhos a todos, se lembrarmos que isso resulta em menor impacto à natureza, proporcionando crescimento sustentável. A academia também ganha, pois amplia seu campo de pesquisa e vê aplicado na prática, com resultados positivos para a sociedade, o conhecimento que lá foi desenvolvido. Conheça o CETTEC. Entre em contato com o Sindimetal – fone 43 3337-6565 – e converse com o executivo do CETTEC, Arnaldo Ladaga Leomil, e tenha mais informações sobre como realizar estas parcerias, e quais as melhores soluções para a sua empresa.


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Profissionais

ESTÁGIO É UMA ÓTIMA SOLUÇÃO PARA FORMAR MÃO DE OBRA QUALIFICADA Empresas do Norte do Paraná começam a perceber que oferecer oportunidade de estágio é um ótimo negócio

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á houve época em que o estagiário era visto pelas empresas mais como um problema do que como uma solução. Os empresários reclamavam que apenas o estagiário era beneficiado já que eles adquiriam conhecimento prático importante para o seu futuro profissional, mas que contribuíam pouco para o negócio. Isso mudou. Com a redução do desemprego na última década a disputa por bons funcionários aumentou. E as indústrias perceberam que o estágio pode ser uma excelente ferramenta de recrutamento de colaboradores qualificados, pois além do estagiário trazer para a empresa conhecimentos teóricos mais atuais, tem a oportunidade de colocá-los em prática. Além disso, a empresa pode treiná-lo de acordo com as necessidades específicas do seu negócio. A empresa PZL Tecnologia em Equipamentos, fundada há 31 anos, em Londrina, sempre olhou com carinho para os programas de estágio. Vários estagiários que passaram pela empresa foram contratados. Entre eles dois engenheiros e dois técnicos que vieram da Universidade Estadual de Londrina, da Universidade Tecnolica Federal do Paraná - campus de Cornélio Procópio -, e do Senai. Marco Antônio Bomtempo, diretor da Jumbo: maioria dos funcionários ingressou na empresa como estagiários

“Hoje nós temos aqui um estagiário de Engenharia Mecânica. O bom do estagiário é que ele vem com o conhecimento da universidade, mas sem o vício de outros empregos. Assim, conseguimos formá-lo de acordo com a necessidade de nossa empresa”, afirma o diretor da PZL Breno Francovig Rachi. Segundo ele, a PZL sempre teve esse histórico de integração com as universidades. “Quando o governo federal disponibilizava bolsas para doutorandos de algumas universidades, nós abriamos as portas para que eles fizessem pesquisas aqui na nossa empresa. Os resultados sempre foram muito positivos. Por isso, nós recomendamos e incentivamos esta integração”, diz Bruno Francovig. Outro exemplo é o que acontece na empresa Jumbo Indústria Mecânica, de Assaí, norte do Paraná. O empresário Marco Antonio Bomtempo, diretor comercial da empresa, diz que grande parte do quadro de funcionários hoje é oriunda de programa de estágios. Segundo ele, os primeiros vieram do antigo Cefet – que formava mão de obra técnica –, hoje Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus de Cornélio Procópio. “Atualmente temos três engenheiros estagiando na nossa empresa. Breno Francovig Rachi e Lúcia Piazzalunga, diretores da PZL


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Para nós é importante, pois vamos selecionando aqueles que têm mais afinidade com o negócio. Eles aprendem o que fazemos e nos trazem da academia novas ideias e nos ajudam e aperfeiçoar os nossos produtos”, afirma Bomtempo. Para o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Pitágoras, professor Hans Jurgen Muller, o setor industrial e outros setores da economia têm entendido que é de extrema importância estagiários em suas empresas. Cada vez mais indústrias de todos os ramos entram em contato com a universidade ou com alguma agência integradora de estágio para contratação de novos estagiários, uma vez que esses alunos estão cursando disciplinas pertinentes aos trabalhos que podem desenvolver nas indústrias. O custo também incentiva as indústrias procurarem por estagiários, uma vez que é menor que um trabalhador cujo contrato é regido pela CLT. “Estas parcerias para desenvolvimento de processos, produtos e desenvolvimento de novas tecnologias na nossa região devem ser mais incentivadas. Londrina é um polo universitário e dispõe de muita riqueza de conhecimento e universitários ávidos para pôr em prática estes conhecimentos adquiridos”, diz Muller. O professor Eurico Pedroso de Almeida Junior, diretor de Relações Empresariais e Comunitárias da UTFPR, de Cornélio Procópio, comenta que muitos alunos da escola estão fazendo estágio em empresas de Londrina, Curitiba, Assaí, Cornélio Procópio e cidades do interior de São Paulo. “Nossos alunos são muito qualificados, e as empresas já notaram isso, pagam mais, sabem que agrega valor, e é uma porta de entrada para começar a integração entre as universidades e as empresas. Nossos professores também visitam a empresa e ajudam a mudar a realidade delas. É o caso, por exemplo, da indústria de produtos automotivos Chiptronic, de Piraju (SP), eles recebem nossos estagiários e temos também parcerias em uso de laboratórios”, diz o professor Almeida Júnior. Segundo ele, esta integração é essencial pois ajuda a melhorar o desempenho das empresas e dá vivência aos futuros profissionais. O professor Hans Muller reforça: “Os exemplos desse ganho são que a maioria dos estagiários é efetivada, sua capacidade de aprender, sua teoria ajudam e muito na indústria, novas técnicas,

tecnologia, sugestões que muitas vezes estagiários aprendem na teoria chegam na empresa e a colocam em prática”.

Ray Charles Ramos Maluff, há oito anos era estagiário, hoje é Gerente de Planejamento

Ray Charles Ramos Maluff, 32 anos, ingressou na Jumbo Indústria Mecânica como estagiário há oito anos. Na época estudava para tecnólogo mecânico no Cefet de Cornélio Procópio. De família humilde, foi lavrador e engraxate. Trabalhou em vários setores na empresa e hoje é Gerente de Planejamento. “O estágio foi muito importante. Na faculdade você aprende a teoria e no estágio coloca o que aprendeu na prática. Também foi importante para decidir o meu rumo profissional. Gosto mesmo é de cuidar da fábrica. Por outro lado houve estagiários que começaram na fábrica mas tinham mais talento para o setor administrativo. Até para isto é importante o estágio, para o profissional encontrar o que mais gosta de fazer.”


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Frederico Prudêncio de Andrade Neto e Lucas Rodrigues

Guilherme de Carvalho Delalibera é de Londrina e cursa engenharia mecânica na UTFPR e tem o sonho de trabalhar no setor automobilístico. Estagiário na Jumbo, está trabalhando com cadastro e sistemas internos, controle de obra, gerenciamento de desenho. “O estagiário geralmente se dedica bastante, quer mostrar trabalho para poder ficar na empresa”, diz ele. Formado no Senai, em Londrina, Frederico Prudêncio de Andrade Neto é técnico mecânico industrial e agora cursa engenharia mecânica. Ele diz que o estágio dá oportunidade de se aperfeiçoar cada

vez mais. “Nós aprendemos muito no dia a dia, no contato com os outros profissionais da empresa.” Lucas Rodrigues é de Assaí, estuda engenharia mecânica e faz estágio na área de planejamento e controle da produção da Jumbo. “Fiz três meses de estágio. O estágio define para que área você vai, em que setor da engenharia você quer seguir. Gosto muito de planejamento e controle da produção. O estágio funciona bem quando há abertura na empresa e liberdade para que o estagiário possa implantar o que aprendeu na faculdade, aplicando o conhecimento na prática.

Guilherme de Carvalho Delalibera


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Novos Profissionais

SINDIMETAL LONDRINA PREMIA ALUNO DO SENAI LAUREADO NO CURSO DE ELETROMECÂNICA Prêmio oferecido pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas é um incentivo aos alunos e um reconhecimento ao esforço dos estudantes

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formatura dos 476 alunos de 28 turmas dos cursos técnicos oferecidos pelo Senai, ocorrida nos dias 24 e 25 de fevereiro, no Teatro Marista, teve um momento especial. O Sindimetal Londrina premiou o estudante do curso de eletromecânica, Pedro Karasudani Lourenço, com um cheque no valor de R$ 1.154,40, que é o piso da categoria. Pedro Lourenço foi o aluno destaque que recebeu do Senai a Láurea Acadêmica.

O prêmio foi entregue pelo presidente do Sindimetal Londrina, Valter Orsi. “É um reconhecimento do Sindimetal de Londrina ao trabalho desenvolvido pelo Senai e também ao esforço destes alunos que se empenham, se dedicam para tornarem-se profissionais e que, com certeza, vão colaborar para o crescimento das indústrias da região, sendo colaboradores em empresas ou empreendendo novos negócios”, disse Orsi.

“Foi bem legal, é bacana esse reconhecimento. A minha família ficou muito orgulhosa e isso foi muito importante pra mim e, certamente, vai ajudar para encontrar espaço no mercado de trabalho”, disse Pedro Lourenço.

O gerente do Senai Londrina, Almir Gaspar Schenfeld, disse que é muito importante essa premiação para os estudantes. “O Sindimetal é um grande parceiro do Senai e essa premiação já virou tradição. Os alunos aguardam com ansiedade e o resultado só é divulgado


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no dia da formatura. É uma surpresa para eles. Vence o aluno com melhor nota, frequência e desempenho durante todo o curso”, disse Schenfeld.

O gerente do Senai, Almir Gaspar Schenfeld, o estudante Pedro Karasudani Lourenço e o presidente do Sindimetal, Valter Orsi

De acordo com Kátia Gomes, secretária municipal do Trabalho, Emprego e Renda e também secretária municipal de Recursos Humanos de Londrina, que esteve representando o prefeito Alexandre Kireeff na solenidade, o mercado precisa de técnicos e os estudantes fazem a diferença. “O Senai forma ótimos profissionais e eles não têm grande dificuldade para entrar no mercado de trabalho. Mas digo que é necessário aprender sempre, pois quem faz a diferença na empresa são as pessoas que galgam o crescer e não se limitam a aprender até aqui. São os que procuram crescer e se desenvolver sempre mais”, finaliza.

Meio Ambiente

SINDICATOS ASSINAM TERMO DE COMPROMISSO PARA A LOGÍSTICA REVERSA

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m dez anos 80% dos produtos industrializados deverão, depois de utilizados pelos consumidores, retornar para a indústria, através da Logística Reversa. E esse processo vai começar em breve. O presidente do Sindimetal Londrina, Valter Orsi, assinou, juntamente com presidentes de vários sindicatos da indústria, o termo de compromisso para acompanhar a execução do plano de Logística Reversa apresentado pela indústria para a Secretaria de Meio Ambiente do Paraná (Sema). O grupo também se comprometeu a ajudar a promover o atendimento das metas; organizar reuniões anuais com a Sema e estimular as ações com os associados. O assunto não é novo para os associados do Sindimetal Londrina. Desde agosto de 2012, quando o governo do Paraná, através da Sema, publicou o Edital de Chamamento Estadual sob o nº

001/2012 convocando os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos de significativo impacto ambiental a apresentarem suas propostas quanto aos programas de responsabilidade pós-consumo, o Sindimetal passou a liderar o processo. Segundo Valter Orsi, durante a Assembleia Geral do dia 29 de janeiro, que o autorizou a assinar o Termo de Compromisso, a Logística Reversa é um caminho sem volta. “Nós contratamos o Senai para elaborar o projeto e o adequamos, conforme as necessidades da indústria, para que tenha melhor aplicabilidade. É importante ressaltar que as empresas que estiverem dentro de um setor coberto por sindicato, como o nosso, não serão autuadas. Serão orientadas passo a passo sobre o procedimento que se deve adotar. Cada setor tem suas particularidades, foi trabalhoso, mas a Secretaria de Meio Ambiente acatou o que nós propusemos”, disse Orsi.


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Sustentabilidade

INDÚSTRIAS PRECISAM PENSAR NA REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA Crise hídrica também afetou empresas e deu um alerta para a necessidade de melhorar os processos industriais com relação ao uso da água

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crise hídrica que atingiu os estados de São Paulo, o mais populoso do País, com 44,5 milhões de habitantes, Minas Gerais e Rio de Janeiro, deixou a vida da população muito mais complicada. O sistema Cantareira, que abastece a capital paulista e cidades vizinhas, praticamente secou. Houve racionamento em determinados períodos. A situação obrigou as pessoas a repensarem a forma de usar a água e a evitar desperdício. O governo paulista passou a cobrar mais de quem usava mais água. Em Minas e no Rio, a preocupação também tomou conta dos moradores. A crise passou a ser tema de discussão entre os empresários da indústria. E não é para menos. A indústria usa muita água em seus processos de produção. Quando o líquido falta, como ocorreu no final do ano passado e início deste, o caos se instala. É bom lembrar que São Paulo é o Estado mais industrializado do País cujo produto interno bruto é de R$ 1,4 trilhão. Algumas empresas chegaram a pedir estudos de viabilidade para mudar suas plantas industriais para regiões com menos problemas de abastecimento, como o Paraná. A advogada Elaine Quimie, assessora jurídica do Sindimetal, e que está à frente das discussões do Projeto de Logística Reversa, esteve no início do ano em um evento empresarial em São Paulo e comenta que o assunto tem sido tratado com muita seriedade. “A crise

hídrica está afetando o Brasil inteiro, aliás, o mundo todo. Há uma grande preocupação, principalmente em São Paulo sobre como enfrentar esta crise de falta de água sem que atinja a qualidade e fabricação de seus produtos. Fora do Brasil já existe um grupo de empresários que se reúne com a ideia de buscar alternativas para o uso sustentável da água e ainda motivar os governos para este ideal”, disse ela. O Paraná é um estado privilegiado no que se refere ao abastecimento de água. Segundo dados da Sanepar, que é a empresa responsável pela rede de distribuição de água e tratamento de esgoto na maioria das cidades do Paraná, não há com o que se preocupar por enquanto. A empresa diz que com as obras que estão sendo feitas no sistema de captação do Rio Tibagi, que abastece Londrina e Cambé, não há possibilidade de falta d’água pelos próximos 30 anos. Porém, é importante ressaltar que até há pouco tempo apenas o Nordeste brasileiro sofria com o desabastecimento. Por isso, mesmo com o baixo risco de seca que temos hoje no Paraná, não se pode brincar. A água é um bem finito e a preocupação das indústrias é legítima.


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Conforme a advogada, algumas empresas já fazem o reuso da água, em sistemas fechados. Mas muitas apenas pegam o insumo e descartam depois da sua utilização. No caso das indústrias há uma série de mecanismos que estão sendo utilizados para o reuso da água. Há uma classificação das águas para reuso: reuso indireto planejado ou não, reuso direto planejado e reciclagem da água. É neste ponto que o conceito de sustentabilidade é colocado em prática. As empresas, hoje de diferentes setores e portes, estão procurando novas tecnologias através de pesquisas com universidades, na busca de novos processos e metodologias para cada vez mais ser eficiente nesta questão. Esta busca envolve novos equipamentos, processos químicos e físicos que melhorem a eficiência na redução de patógenos e tornem a água um bem que possa ser utilizado por todos, trazendo ganhos econômicos, ambientais e sociais. Para as indústrias outro fator que também está se tornando importante na questão: o pagamento pelo uso da água. Muitos estados, por meio dos seus Comitês de Bacia Hidrográfica, vêm instituindo a cobrança pelo uso da água. Como podemos observar, água é um tema fundamental para nossa sociedade e precisa estar nas discussões em todos os setores da indústria, de governo e também na educação da população, na busca da racionalização de seu uso.

É neste ponto que ações de sustentabilidade nos negócios podem trazer vantagens competitivas para as empresas, não só pelo ganho econômico que a redução, reuso ou reciclagem podem trazer, mas também pelos ganhos de mercado e de imagem. Cada um de nós, seja nas nossas casas, no trabalho, nas horas de lazer, precisa ficar atento para uma mudança de hábitos, para que possamos enfrentar esta questão sem chegarmos ao fim com problemas cada vez mais críticos.

*Com o site Pensamento Verde


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Homenagem

MEGASOL SE DESTACA EM CENÁRIO NACIONAL PARA AQUECIMENTO SOLAR DE PISCINAS

“D

eixe o sol trabalhar por você”, este é o lema da Megasol Aquecedores. A empresa investe na mais alta tecnologia para aquecimento de águas para piscinas residenciais, comerciais, clínicas e escolas de natação. Oferece placas, capa térmica, sensores de temperatura, quadro de comando digital, timmer, bombas de circulação, tubos, conexões e enrolador de capa, tudo para maior conforto no aquecimento de piscinas para os clientes.

empresário, ser homenageado pelo Sindimetal foi muito interessante. “Uma ótima iniciativa que fortalece relacionamento entre sindicato e empresa. E assim, entramos no rol das empresas que deram certo”, conclui.

Acácio Ribeiro, José Tiago B. de Oliveira e Rodolfo Pierolli

A fabricação dos produtos começou em 2006, mas de fato a Megasol Aquecedores se tornou empresa em 2010. E apesar da pouca idade, já atua em mercado nacional. “Nós já ganhamos o 1º Prêmio de Fabricante na categoria de aquecimento solar para piscinas. Nosso diferencial é o produto bem fabricado, rede de representantes eficaz, com entrega rápida, instalação fácil e placas que não dão problemas”, ressalta o proprietário José Tiago Berteli de Oliveira. Para o

ROTA INDÚSTRIA É EMPRESA DE ALUMÍNIO PIONEIRA NO SUL DO PAÍS

O

Sindimetal de Londrina faz uma homenagem nesta edição a uma das empresas mais tradicionais da região, a Rota Indústria. Fundada há 40 anos, a empresa se especializa para atender bem os clientes. Hoje trabalha na transformação de alumínio e na produção de portas e janelas com medidas predefinidas. A empresa teve início em 1974, com a produção de equipamentos para o setor agrícola. Contudo, desde 1993 trabalha com os mais variados segmentos no processo de extrusão de alumínio. A matéria-prima dos produtos é certificada pelas normas da ABNT. Lá, o cliente pode encontrar linhas exclusivas com design moderno, que atendem desde construções simples às obras de alto padrão. De acordo com o empresário Rogério Cruz Moreira, a Rota é uma das empresas pioneiras da região Sul, que buscou alternativas tecnológicas fora do País para poder se estabelecer como fornecedora de perfilados de alumínio. “Competimos com grandes nomes de grupos internacionais, extremamente fechados às

informações técnicas, exigindo um desenvolvimento próprio e domínio sobre o know-how da produção. Comercialmente procuramos, através de alto volume de produção, buscar a qualidade e o preço competitivo, gerar condições de assegurar a perenidade e o crescimento da empresa.”

Rogério Cruz Moreira


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MEGA X ALUMÍNIOS POSSUI PORTFÓLIO COM CENTENAS DE MATRIZES

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Mega X Alumínios está comemorando cinco anos. Ela nasceu em 2010, quando surgiu a oportunidade de atender ao grupo Alusupra com materiais destinados à construção civil. Por isso, atua com perfis para esquadrias de alumínio, móveis e vidros temperados. A empresa conta com a parceria da Mega-Pox Pintura Eletrostática, com a qual podem encaminhar pedidos “já pintados de branco”. O portfólio é repleto, tem 400 matrizes com peso específico, evitando assim gramaturas excessivas. A linha de produtos está sempre atualizada e através do site é possível baixar ou imprimir o catálogo com mais de 600 opções. Segundo o proprietário da Mega X Alumínios, Gustavo Noé Farias, o segredo é a persistência. “O sucesso dá-se à persistência em atingirmos qualidade, rapidez e preços justos, trabalhando formalmente e abertamente para nosso mercado”, pontuou. Farias disse que a empresa foi formada para crescer e obter resultados em um mercado competitivo e agressivo. “Foi um grande prazer ser agraciado com a placa nos homenageando e ao mesmo tempo saber que estamos marcando espaço no mercado brasileiro e sendo reconhecidos por esta razão”, agradeceu.

Gustavo Noé Farias

PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTOS – 2015 – SINDIMETAL LONDRINA DATA

CURSO

INSTRUTOR(A)

HORÁRIO DO CURSO

08 A 10 DE JUNHO

COMO GERENCIAR COMPRAS E CONTROLAR ESTOQUES (12H)

CHARLES VEZOZZO

19H ÀS 23H

06 A 08 DE JULHO

2ª TURMA – TÉCNICAS DE VENDAS PARA INDÚSTRIA (12H)

SIDNEY SHIROSHI KAYAMORI

19H ÀS 23H

20 A 23 DE JULHO

LÍDER COACH (12H)

VALÉRIA WILLEMAM

19H ÀS 23H

03 A 06 DE AGOSTO

2ª TURMA – GESTÃO DA QUALIDADE – AUDITORIAS INTERNAS (16H)

OSWALDO MIGUEL DOS SANTOS

19H ÀS 23H

17 A 20 DE AGOSTO DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES (15H)

MARIA CRISTINA CONSALTER

19H ÀS 23H

14 A 17 DE SETEMBRO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO CAPACITAÇÃO (16H)

CARLOS DE OLIVEIRA

19H ÀS 23H

19 A 22 DE OUTUBRO

ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA PARA INDÚSTRIA (14H)

SIDEBEL SERRATO

19H ÀS 23H

09 A 11 DE NOVEMBRO

GESTÃO POR PROCESSOS (16H)

OSWALDO MIGUEL DOS SANTOS

19H ÀS 23H


RE VISTA SINDIMETAL • Abril / Maio 2015

Cidadania

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BRASILEIROS VÃO ÀS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO E OS DESMANDOS DO GOVERNO

s passeatas em todo o Brasil estão mostrando que boa parte dos brasileiros está descontente com o que vem acontecendo em todo o País. A crise econômica é evidente, os casos de corrupção estão todos os dias na mídia; greve de caminhoneiros; Petrobras; privilégios de todo tipo para as autoridades. Enquanto isso o povo que trabalha sofre. E é esta parcela da população – empresários e trabalhadores – que não aguenta mais tantos desmandos. No dia 15 de março, milhões de pessoas saíram às ruas para protestar, pacificamente, contra os desmandos do governo, pedindo o intenso combate à corrupção, reforma política e mais ética nas relações. Em Londrina, conforme a Polícia Militar, mais de 45 mil pessoas percorreram as ruas centrais da cidade e depois se concentraram no Calçadão. Gente de todas

as classes sociais, de todos os tipos de atividades profissionais, que pagam a conta de um governo que se esmera em atitudes equivocadas. E os movimentos cívicos não param de crescer. No dia 21, a Associação Comercial e Industrial de Londrina, com o apoio do Sindimetal e da Federação das Associações Comerciais do Paraná, lançou a campanha “Brasil Mostra sua Garra.” O objetivo da campanha é mostrar a insatisfação da sociedade com os rumos dos atuais governos federal e estadual, principalmente devido à corrupção e à má gestão em diversas áreas que atingem o empresariado e a sociedade brasileira como um todo. A campanha é apartidária. Associações Comerciais de cidades como Maringá, Cascavel, Pato Branco,


RE VISTA SINDIMETAL • Abril / Maio 2015

Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa, também participaram. Segundo o presidente do Sindimetal de Londrina, empresário Valter Orsi, os governantes brasileiros “estão na contramão do que o mundo está fazendo”. “Todos estão buscando transparência das ações, redução de custos, projetando indicadores a longo prazo, enquanto nós estamos aumentando a carga de impostos. Se o Brasil quer aumentar a carga tributária deve ser estimulando a produção”, decretou. Segundo ele, não é mais possível conviver com tanta corrupção. “É o ponto principal. O que mais afeta a economia do mundo é a corrupção. A corrupção leva um dinheiro que é necessário para a infraestrutura, para a saúde, educação. É um dinheiro líquido que vai para as mãos de ladrões do dinheiro público, de corruptos. Dinheiro que poderia fazer a diferença no desenvolvimento do País. Por isso, temos sim que acabar com a corrupção no País”, disse Orsi. Segundo os organizadores da campanha, a cada 15 dias as entidades participantes vão fazer manifestações nas cidades para conscientizar a população sobre a necessidade de mudanças no País.

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