Revista Sindimetal 44

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Editorial

2016 PRECISARÁ DE TODA A NOSSA ATENÇÃO

Q

uando encerramos o ano de 2014 os indicadores mostravam que 2015 seria um ano difícil por vários motivos. Entre eles, o mercado estava dando mostras de recessão e havia uma sensação de que a política e os políticos nos trariam problemas. Lembro-me de ter falado da preocupação em redobrar os esforços para aperfeiçoar o nosso mercado e buscar mais produtividade para as nossas empresas. 2015 terminou e nossas mais pessimistas previsões aconteceram. A briga política praticamente paralisou o País. A indústria, que já respondeu por 25% do Produto Interno Bruto, caiu para 9%, o menor porcentual em décadas. Atentos, os empresários deram uma folga para o “piloto automático” e assumiram o comando de suas empresas. Todos nós, para continuar competitivos, fomos obrigados a mudar o pensamento e analisar criteriosamente todo o nosso sistema de produção. Quais produtos que produzimos têm boa rentabilidade? Quais podem ser descartados? Em que eu posso inovar para agregar mais valor ao meu produto? Ser competitivo significa acordar todos os dias e conseguir fazer melhor a um custo menor. É um exercício permanente para quem quer permanecer forte no mercado. Em uma situação normal, com a demanda alta, às vezes assumimos um certo comodismo, que leva a uma produtividade inadequada, ao desperdício, à ineficiência. No momento atual, não podemos correr qualquer risco. Todo centavo é essencial para as empresas. É necessário manter os atuais clientes, buscar novos e recuperar os que porventura deixaram de comprar de nossas empresas. Talvez este tenha sido o lado bom da crise. Por outro lado, não basta apenas fazermos nossa parte. Devemos, através das nossas instituições, cobrar soluções do governo para que possamos voltar a crescer. Hoje, mais do que crise econômica, vivemos uma crise política que está atrapalhando o crescimento do País.

Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecãnicas e de Material Elétrico de Londrina

Rua Santa Catarina, 50 | 25º andar Fone/Fax (43) 3337.6565 www.sindimetallondrina.com.br www.facebook.com/sindimetal.londrina

E XPE D I ENT E Diretoria / Efetivos Valter Luiz Orsi Ary Sudan Marcus Vinicius Gimenes Marco Antônio Bomtempo André Bearzi Edson de Angeli Alberto Rapcham Diretoria / Suplente Ricardo Cândido da Silva Conselho Fiscal Efetivos Luiz Moacyr Spagnuolo Carmine D’Olivo Junior Hamilton Iranaga Conselho Fiscal / Suplentes Maristela Lopes Silva Stephan Erich Gardemann

Criação e Edição

Também é nosso dever cobrar ações positivas dos políticos. É sempre bom lembrar que todas as decisões que afetam as empresas passam pela política.

Edição Cláudio Osti - MTB 2217 Textos Cláudio Osti, Guilherme Vanzella

Temos que ficar atentos sempre.

e Thais Leite Diagramação Fábio Osti

Valter Orsi

Presidente SINDIMETAL Londrina

Impressão Idealiza Tiragem 2.000 unidades Fechamento da Edição 07/12/2015


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2015

BALANÇO ANUAL DE AÇÕES A Convenção Coletiva de Trabalho foi o maior desafio vencido em 2015; Sindimetal lutava há dois anos para que a CCT fosse assinada

O

ano de 2015 foi de superação para o Sindicato

sindicatos de empregadores e empregados para

das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e

estabelecer regras nas relações de trabalho.

Material Elétrico de Londrina. Apesar de ser um ano de recessão, o sindicato conseguiu atingir a meta

“Foi um processo desgastante, lento, com várias

de contribuição sindical. Isto mostrou o voto de

turbulências. Porém, podemos comemorar, pois as

credibilidade do empresariado que se manteve firme.

empresas do nosso setor realmente participaram

A entidade fecha 2015 com a certeza de missão

das assembleias, deram sugestões, nos ajudando

cumprida e um calendário recheado de treinamentos,

a construir uma solução que atendesse o desejo e

excursões, palestras, debates jurídicos e assembleias.

a necessidade da maioria. Em todas as votações houve sempre a aprovação da maioria absoluta, o

Foram 13 treinamentos para os associados, com

que nos deu muita segurança nas negociações com

mais de 260 inscrições. Três palestras, 34 debates

o STIMMMEL – Sindicato dos Trabalhadores nas

jurídicos e 11 assembleias. Além disso, duas

Indústrias Metalúrgicas”, disse Orsi.

excursões marcantes: uma para a Feira Internacional de Máquinas-Ferramentas e Sistemas Integrados de

Para Priscilla Filgueiras, coordenadora do Sindimetal

Manufatura, no Centro de Convenções Anhembi, em

Londrina, este foi um ano positivo. “Tivemos muita

São Paulo (SP); a outra foi uma visita técnica na Gazin

participação nos treinamentos. Em grande parte

Colchões, em Douradina, Paraná.

dos treinamentos, abrimos uma segunda turma, pois a demanda foi grande e procuramos não deixar

A principal vitória deste ano, segundo o presidente

nossas empresas em lista de espera. Também houve

do Sindimetal Londrina, Valter Orsi, foi a negociação das Convenções Coletivas de Trabalho 2013/2015 e 2015/2016. A convenção rege as leis entre os

Representantes das empresas participaram ativamente das assembleias


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um retorno positivo nas pesquisas de satisfação. Em todos os eventos que realizamos, aplicamos a pesquisa. Ela nos orienta e nos auxilia na busca pela excelência nos serviços prestados”. Outro destaque, segundo ela, foram os debates jurídicos. “Ter uma programação semanal, com participação assídua de empresas, contadores e advogados é um desafio e esse desafio foi vencido pelo Sindimetal. A Assessoria Jurídica é atualmente uma das maiores demandas da entidade”.

O que vem por aí Para 2016, o sindicato vai seguir o trabalho de capacitação dos gestores e colaboradores das empresas associadas. É necessário ser prudente e esta será a maior necessidade dos associados nos próximos meses. O foco principal será prestar auxílio para o empresário. O lema para o próximo ano, de acordo com a coordenadora, será “Sindimetal, a entidade que visa auxiliar as indústrias, defender a produção, capacitar a mão de obra e amortizar os efeitos da crise”. “O empresariado em 2015 reconheceu o nosso trabalho. Agora nós estamos preocupados em aprimorar nossos serviços, fortalecer as parcerias existentes e firmar novas parcerias e convênios em prol da indústrias”, enfatizou.

Acima um dos debates jurídicos realizados no Sindimetal. Abaixo a visita à Gazin e reunião para esclarecer dúvidas dos associados


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Dia da2015 ENAI Indústria

INDUSTRIAIS COBRAM MEDIDAS EFETIVAS DO GOVERNO PARA SUPERAR A CRISE ECONÔMICA Disputa política é apontada por industriais de todo o País como um dos motivos para o prolongamento da crise econômica no Brasil

S

uperar a crise política, criar uma estratégia de

política que vem ocorrendo nos últimos tempos nos

longo prazo de investimentos em infraestrutura,

impede. O que fica claro é que os políticos não estão

negociar acordos comerciais e aumentar a segurança

interessados em resolver a questão econômica do

jurídica foram as principais medidas apontadas por

País”, disse o vice-presidente do Sindimetal Londrina

empresários e economistas durante debate no 10º

e da Fiep, Ary Sudan, que, juntamente com o diretor

Encontro Nacional da Indústria (ENAI), promovido pela

Marcus Gimenes e a coordenadora Priscilla Filgueiras,

Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos dias 11 e

integraram a comitiva da Federação das Indústrias

12 de novembro, em Brasília.

do Estado do Paraná, no evento. “Enquanto não forem atacados os problemas estruturais do Brasil,

“Há uma luta interna para transformar o Brasil num

tudo será remedinho. E está na hora de cirurgia. Ou

país menos burocrático e mais competitivo. Mas a luta

fazemos o que tem que ser feito, ou não vamos resolver

Comitiva da Fiep presente no ENAI 2015 absolutamente nada”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

talvez só no próximo governo. “O setor industrial brasileiro chegou a um ponto que

O presidente da Associação Brasileira da Indústria

não é mais possível suportar. A indústria brasileira

Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato,

já representou 25% do Produto Interno Bruto e hoje

destacou que o País precisa de um “grande

é responsável apenas por 9% do PIB. E é preciso

entendimento político”, pois “a política tem atrapalhado

entender que não há país desenvolvido no mundo sem

nossa economia”. “A crise política atrapalha qualquer

uma indústria forte”, reforçou Sudan.

tentativa de superar a crise econômica”, resumiu o economista-chefe da LCA Consultoria, Bráulio Borges.

O debate incluiu ainda a defesa de uma política de longo

Não teremos grandes evoluções. Desburocratização

prazo de investimentos em infraestrutura. Na opinião de


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Bráulio Borges, o governo reconheceu tardiamente

bilaterais e assumir o protagonismo do Mercosul.

que os investimentos têm que ser feitos pelo setor

“Não se pode falar em abandonar o bloco e nem sair

privado. O economista defendeu a criação de um

por aí fazendo acordos bilaterais de forma inocente.

órgão central para planejar a infraestrutura do Brasil.

Mais do que discutir a relação com o Mercosul, precisamos colocar os parceiros no lugar deles e o

Mas, na opinião dos debatedores, para incentivar os

Brasil assumir a condição de protagonista que ele

investimentos é preciso aumentar a segurança jurídica

deve ter”, disse o presidente e CEO da Siemens,

do País. “Uma empresa que tenha a opção de fazer

Paulo Stark.

investimentos em várias partes do mundo vai preferir

Mas é necessário partir para novas frentes, defendeu

não lidar com a mudança frequente das regras do

o vice-presidente da GM do Brasil, Marcos Munhoz.

jogo como ocorre no Brasil”, garantiu Barbato.

“Sou a favor do Brasil se integrar mais com o mundo. O Brasil está fora dos grandes acordos comerciais em

ACORDOS COMERCIAIS – Os empresários

defenderam que o País deve negociar acordos

negociação. Nos transformamos em uma grande ilha e a indústria não vive só de seu mercado interno.”

CASE DO SINDIMETAL LONDRINA MOSTRA CAMINHOS PARA O FORTALECIMENTO DAS ENTIDADES A Confederação Nacional das Indústrias - CNI dissemina o trabalho do Sindimetal Londrina como um modelo para o País. Uma das formas de apresentação foi em vídeo explicativo, nas TVs espalhadas no ambiente do Enai. Ocorre que o processo de crescimento do Sindicato, a conquista de novos associados, a forma como é conduzida a entidade transformaram o Sindimetal em referência para os demais sindicatos do País. Nos últimos dez anos o número de associados do Sindimetal aumentou em mais de 500%. Só em 2015 o Sindimetal realizou 11 Assembleias com a participação de 311 representantes de empresas;oferecidos 13 treinamentos; muitas palestras e debates jurídicos. Além de tudo isso o Sindicato ainda oferece aos associados o Banco de Dados de Cargos e Salários; foi desenvolvido o Plano de Gestão de Logística Reversa; mantivemos ações do IDEAL, grupo de Gestão de Pessoas, composto por membros de RHs das empresas associadas; implantamos o CETTEC – Centro de Transferência de Tecnologia, aproximando as empresas da academia; além de várias outras ações. Tudo isso transformou o Sindimetal Londrina referência em gestão. Para Marcelo Lomelino, consultor da empresa Nhanderú, localizada na

cidade de Indaiatuba-SP, a atuação do Sindimetal chama a atenção pelo seu ativismo. “O Sindicato busca soluções e melhorias, quebrando o paradigma de que só o Estado pode fazer algo por nós”, disse o consultor. Para Lomelino, sindicatos precisam orientar sobre cursos de aperfeiçoamento de mão de obra, gestão, inovação e, além de tudo isso, participar ativamente das decisões que impactam na sociedade. “Estamos vivendo uma dificuldade política, mas fazemos parte dela. Em Londrina vejo o sindicato na vanguarda, com uma postura de questionamento, que me agrada”, disse Lomelino.

A coordenadora Priscilla Filgueiras, o vice-presidente Ary Sudan, o diretor Marcus Gimenes e Luciana Gimenes


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CLINTON ACREDITA QUE A TURBULÊNCIA VAI PASSAR EM BREVE O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, foi o convidado especial do ENAI 2015. Dos palestrantes, talvez tenha sido ele o mais otimista. O ex-presidente americano afirmou que o mundo precisa de um Brasil bemsucedido e que os Estados Unidos necessitam “desesperadamente” que seu principal parceiro comercial no hemisfério sul dê certo. “Todo americano tem interesse em ver o sucesso do Brasil”, garantiu Clinton. Em tom mais otimista Clinton disse que preferiria estar na situação do Brasil que na de muitos países do mundo. Segundo ele, apesar da gravidade da crise, o cenário doméstico – resultado de duas décadas de avanços sociais e econômicos – é mais favorável que o de países que, por exemplo, enfrentam elevadas taxas de desemprego na população jovem, como a Grécia, ou atravessam uma guerra civil e a ameaça de um estado terrorista, como a Síria. “Tenho otimismo com o Brasil. Todos atravessamos um momento difícil, mas a capacidade de o País fazer as coisas acontecerem é impressionante. Nunca se esqueçam das vantagens dadas por Deus a esse País. No Brasil, eu acredito”, afirmou o ex-presidente americano. “É natural que fatos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é moldado pelas perspectivas de longo prazo.” Na avaliação de Clinton, a economia mundial impõe aos países o desafio de buscar padrões

mais equilibrados de crescimento, incluindo uma parcela maior da população nos serviços de educação e saúde. Isso, disse, deve ser perseguido em esforço integrado. “Estamos vivendo em uma época de enorme interdependência entre os países, que não podem apenas se divorciarem uns dos outros”, argumentou. Nesse aspecto, ele defendeu maior integração à economia global. O Brasil, segundo ele, tem enorme potencial para exercer maior protagonismo na integração dos países devido a seus recursos naturais e humanos e à trajetória de superação de crises. Ressaltou, contudo, a necessidade de ajustes na política econômica em vigor desde a crise financeira de 2009 e na grande dependência das exportações de commodities que, na visão dele, criaram distorções na economia doméstica. Clinton pediu aos empresários brasileiros que olhem as conquistas sociais e econômicas dos últimos 25 anos. Citou como exemplos os avanços na pesquisa para o tratamento do vírus HIV, do compromisso do País com meta de redução na emissão de gases de efeito estufa e em manter 90% da matriz energética limpa. “Há uma boa probabilidade que, em cinco anos, vocês olhem para trás e pensem: ‘Por que me preocupei tanto?’”, disse Clinton. “O navio do Brasil não está afundando”, completou.


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Dia da Indústria Aniversário

SINDIMETAL LONDRINA COMEMORA TRINTA ANOS DE FUNDAÇÃO Associados, diretores do Sindicato, ex-presidentes, empresários, representantes de entidades, políticos e convidados participaram do coquetel de comemoração

O

Sindimetal Londrina completou 30 anos

O presidente Valter Orsi agradeceu a presença de

e para comemorar a data, no dia 15 de

todos, falou sobre as dificuldades passadas pelo

outubro, representantes de vários sindicatos

Sindicato até ele se consolidar como um dos mais

empresariais, associados, parceiros e autoridades

influentes do Paraná. “Só temos que agradecer aos

políticas participaram de um coquetel no auditório da

nossos associados, a todos os ex-presidentes, ex-

Associação Comercial e Industrial de Londrina.

diretores, nossa equipe, parceiros que contribuíram para transformar o Sindimetal no que ele é hoje. É um

Antes do coquetel, foi apresentada a palestra “Os

orgulho para todos nós”, disse Orsi.

diferenciais de um líder inovador”, ministrada pelo consultor do Senai, Filipe Cassapo. A palestra é tema de uma matéria especial nesta revista.

Veja algumas fotos do evento.

Vice-presidente do Sindimetal e Fiep, Ary Sudan e sua esposa Carmen.

Osmar Alves, Marco Bomtempo, Nestor Correia, Ary Sudan, Valter Orsi e Clóvis Coelho

Maria Clarice, Patrícia e Marcos Grassano

Marco e Ana Maria Bomtempo conversando com Valter Orsi e Priscilla Filgueiras

O atual Presidente, Valter Orsi também foi homenageado

Malu e Stephan Gardemann


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O Presidente do Sindimetal Londrina, Valter Orsi, se emocionou com as homenagens

Todos atentos à palestra sobre inovação

Presidente da Câmara, Professor Fábio Testa, com o asssessor de comunicação da entidade, Cláudio Osti

Valter Orsi com Maristela e Ricardo Silva

Roberto e Benedita Kariya

Patrícia Grassano, Bethânia Marconi e Priscilla Filgueiras

Roberto Martins e Maria Emy Pires


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Parte da equipe Sindimetal com a diretora Maristela Silva

Diretores Marcus Gimenes, André Bearzi, Valter Orsi, Ricardo Silva e Edson de Angeli

Alberto Rapcham com César e Glenda Batista

Almir Gaspar Schenfeld com Anna Cristina, Lara Silva, Yáskara Matos e Patrícia Menegassi

Cármine D’Olivo e Ricardo Cândido Silva

Danielle Schimidt e Marcelo Bandeira

Juiz Ronaldo Piazzalunga e sua esposa Lúcia

Ex-presidentes César Batista, Ronaldo Piazzalunga e Cármine D’Olivo com atual presidente, Valter Orsi

Agnaldo Kemmer, Barbara Tureta e Yasmin Janenne

Débora e Beto Ávila

Lucas, Conceição e Luiz Fioravante

João Baptista e Otávio Gomes


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Dia da Indústria Palestra

INOVAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA A COMPETITIVIDADE Palestrante disse que empresários londrinenses já estão inseridos no processo de inovação; inovar é transformar ideias em produtos, processos ou serviços

“I

deias novas precisam gerar resultados de

“A inovação está ao alcance de todas as empresas.

negócios.” Esta afirmação é do Gerente

Muitos acreditam que inovar custa caro. Isto é apenas

Executivo do Senai C2i, Filipe Miguel Cassapo. Ele

um preconceito. A inovação está aberta inclusive para

esteve em Londrina, no último dia 15 de outubro,

as pequenas empresas. É necessário transformar

em comemoração aos 30 anos do Sindimetal

ideias novas em valor para negócios.”

Londrina, quando ministrou uma palestra com o tema Criatividade e Inovação. Cassapo explicou

Para Cassapo, com certeza, a inovação é a chave

que atualmente é impossível uma empresa obter

para o momento em que o País atravessa. Ele

bons resultados, se não tiver uma visão inovadora.

destacou que, ao longo dos anos, a economia mudou

“Inovação é a competência e o processo para que o

bastante. “Não adianta fazer a mesma coisa que

líder empresarial saia da teoria e vá para a prática.”

os outros fazem. As empresas precisam agregar valor e colocar mais conhecimento nos negócios.

O palestrante disse que a primeira cultura de inovação

O empresário precisa desenvolver produtos de alto

consiste em valorizar a diversidade de formação de

valor agregado. Um exemplo é a empresa Angelus,

processos. “É inserir o novo, provocar um diálogo

em Londrina. Esta empresa é focada em produtos

aberto. O Fórum Econômico Mundial fez um estudo

odontológicos e ganhou o prêmio de Inovação de

sobre a competitividade das empresas e pode

Ciência e Tecnologia.”

ser observado que o Brasil é um dos países que regrediram no quesito inovação, infelizmente.” Para ele, inovar é algo importante para a competitividade, esta cultura e os processos influenciam na produtividade. Outro ponto abordado durante o evento foi a desmitificação de que inovar pode pesar no bolso.

Filipe M. Cassapo é Gerente Executivo do

SENAI C2i; Diretor da Faculdade Senai Curitiba, e Diretor na ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras.

Filipe Cassapo: “Ideias novas precisam gerar resultados”


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Dia da Mercados Novos Indústria

MISSÃO PARAGUAI PROPORCIONA INTERCÂMBIO DE NEGÓCIOS Empresário londrinense conta como a exportação para países vizinhos pode render bons negócios em cenário econômico atual

A

palavra crise se torna apenas um desafio

e que está crescendo. Muitas vezes nós deixamos

para empresários que enxergam longe e

de atender os países vizinhos para atender países

estão sempre em busca de novas oportunidades de

distantes. Somente estando lá para perceber a

negócios. Este é o caso do proprietário da empresa

carência deste mercado”.

Rolemax, Beto Ávila. Ele participou da “Missão Paraguai”, um intercâmbio de negócios e troca

Ele também fez um tour por outras cidades, como

de experiências entre empresários de Londrina e

Santa Rita, Encarnación e São Lorenzo, onde

região, em Assunção, capital daquele país. A visita,

conheceu mais da cultura local. O empresário

que foi realizada nos dias 23 a 25 de setembro, foi

aproveitou para deixar uma sugestão. “Acredito

intermediada na região pelo Sindimetal Londrina e

que ações como esta do Sindimetal têm que ser

idealizada pela Federação das Indústrias do Estado

realizadas com frequência, inclusive este intercâmbio

do Paraná (Fiep).

deve acontecer com outros países. É um mercado a se explorar. Nós, empresários, não podemos esperar

O empresário explicou que, ao contrário do

acontecer, temos que sair da cadeira e buscar novas

que muitos pensam, o Paraguai não é um país

oportunidades, fechar novas parcerias com outros

bagunçado, imagem que sempre fica na cabeça

países. É um caminho. Nosso País tem todas as

das pessoas que visitam Ciudad Del Este, fronteira

condições de exportar produtos de qualidade e

com Foz do Iguaçu. Mas é preciso conhecer um

com certificação. É na crise que nós crescemos”,

pouco mais das cidades vizinhas. Para ele, o que

encerrou.

mais chamou a atenção nesta viagem foi a recepção dos paraguaios. “Com a alta do dólar o país tornouse competitivo, através desta missão houve um estreitamento, nós cotamos mais produtos com eles. E assim estamos realizando novos negócios”, ressaltou. A visita não ficou apenas na observação. Ávila disse que novos negócios estão sendo realizados. Como disse, ele fez “vendas concretas”, e encontrou novas oportunidades no setor metalmecânico. Hoje ele exporta para todo o Paraguai, principalmente para empresas do setor industrial. Entre os produtos, rolamentos, retentores e buchas de rolamentos. Segundo Ávila, as empresas estão precisando de matéria-prima. “O Paraguai é um país receptivo. É um país forte, organizado

Beto Ávila: “Já estamos realizando vendas concretas com clientes do Paraguai”


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Azul Celeste

ENTIDADES SE UNIRAM PARA APOIAR O LEC

Time de Londrina foi vice-campeão da Série C e subiu para a Série B do Brasileirão

P

oucas coisas no mundo mobilizam mais as pessoas do que o esporte. Torcer pelo seu

time, vestir a camisa... E não há no Brasil esporte que mais chama a atenção das pessoas do que o futebol. E em Londrina não é diferente. O Londrina Esporte Clube mais uma vez demonstrou que é o xodó da cidade e da região. Em 2015 Londrina se vestiu de azul e branco para empurrar o time, que mais uma vez correspondeu, garantindo o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e ainda o título de vice-campeão da competição. O Tubarão está entre os 40 melhores times do País. O caminho até aqui não foi fácil. Depois de passar por uma reestruturação determinada pela Justiça do Trabalho, e terceirizar o comando do departamento de futebol, o LEC, que capengava na série B do Campeonato Paranaense, viu sua sorte mudar. Em 2011, já sob o comando da empresa SM Sports, foi campeão da Divisão de Acesso, a famosa e sofrida Série B do estadual. Em 2013 foi Campeão do Interior; em 2014, foi Campeão Paranaense; ainda em 2014 conquistou o acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro; em 2015 foi vice-campeão da Série C do Campeonato Brasileiro, subindo para a Série B do Brasileirão. Cientes da seriedade do trabalho, as entidades de Londrina também decidiram abraçar de vez o time. Fizeram campanhas para levar mais torcedores ao estádio e coloriram a cidade de azul e branco. O Sindimetal Londrina, que fica num dos pontos mais altos da cidade, estendeu faixas do topo até o chão nas semanas de jogos. “O sucesso do LEC


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é o sucesso de Londrina. Quando temos grandes jogos, as pessoas vêm de fora e isso movimenta o comércio e a indústria”, disse o presidente do Sindimetal Londrina, Valter Orsi, afirmando ainda que a intenção é sempre apoiar as boas iniciativas da cidade.

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Nossa Cidade

ALUNOS DO COLÉGIO CHAMPAGNAT PARTICIPAM DO PROGRAMA CONHEÇA LONDRINA Fundado em 1967, hoje o Colégio Estadual Marcelino Champagnat atende 1600 alunos e também virou ponto turístico em Londrina

É

bem comum, volta e meia, a gente se lembrar dos nossos tempos de escola. Geralmente

são boas lembranças. E uma das coisas que ficam na memória são os passeios em grupo que fizemos. O Sindimetal Londrina, desde 2011, desenvolve o Programa Conheça Londrina que atende os alunos do ensino fundamental. O objetivo do Conheça Londrina é mostrar a cidade aos alunos de um ângulo diferente. Para a maioria deles, poder ver a cidade de uma altura de 120 metros é uma experiência única. E a sede do Sindimetal, que já virou quase um ponto turístico para quem quer conhecer Londrina num ângulo de 360º, recebeu no dia 21 de outubro os alunos do Colégio Estadual Marcelino Champagnat. Eles conheceram a história do Sindimetal e ainda reforçaram o conceito de pontos cardeais, geografia, espaço. E, para quem não conhece, o Colégio Estadual Marcelino Champagnat, que fica na Rua São Salvador, centro da cidade, também é um ponto turístico muito visitado.

Alunos do Colégio Marcelino Champagnat conheceram um pouco a história do Sindimetal e depois observaram a cidade. Abaixo, a fachada do colégio que hoje é ponto turístico

Na fachada do prédio, há azulejos em estilo português, pintados a mão por uma artista local: Newman Schaiben; uma torre frontal com o único relógio público da cidade, de tecnologia portuguesa, o mesmo da catedral de Westminster, em Londres, interligado com o relógio atômico do Rio de Janeiro, apresentando um segundo de margem de erro durante o ano. O pórtico de entrada representa, através de seus pilares, a arquitetura da época da colonização inglesa, bem como o arco central, representando o ciclo do café, a

Escolas que queiram agendar visitas e conhecer o Programa Conheça Londrina podem entrar

principal cultura agrícola da época.

em contato com o Sindimetal Londrina através

É uma escola que tem história.

atendimento@sindimetallondrina.com.br.

do telefone: (43) 3337-6565, ou mandar e-mail


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Dia da Indústria Perspectivas 2016

PALESTRA DESTACA OS DESAFIOS QUE A INDÚSTRIA IRÁ ENFRENTAR Consultor Jorge Arbache faz alerta sobre a desindustrialização que o País vem sofrendo. Segundo ele a burocracia é um dos principais fatores a ser atacado

A

participação da indústria brasileira no Produto

com royalties, serviços financeiros, manutenção e

Interno Bruto (PIB) do País tem caído muito nos

fretes para destacar que hoje a indústria precisa ter

últimos anos. Segundo dados do IBGE, a previsão

a visão de que o setor de serviços influi diretamente

é de que 2015 termine com o setor representando

em sua competitividade. Outra propensão citada é

apenas 9% do PIB. Ao compararmos com o índice

que empresas antes com capacidade de competir

de 10 anos atrás, a queda total é de 8,43% de

regional ou nacionalmente estão cada vez mais

representatividade no Produto Interno Bruto.

perdendo a capacidade de inovar e investir gerando, consequentemente, uma queda em sua

Para debater a situação da indústria, não só no Brasil,

representatividade.

mas com uma visão global, o economista e colunista do Jornal Valor Econômico, Jorge Arbache, veio até

Levando-se em conta apenas o Brasil, o palestrante

Londrina para discorrer sobre os principais desafios

destaca que temos uma desindustrialização precoce,

do setor. Em sua apresentação ele citou algumas

ocasionada por diversos fatores. Um deles é a falta

tendências que precisam ser levadas em conta antes

de competitividade do setor em relação à economia

de qualquer análise do segmento.

global. Ela é ocasionada por diversos fatores como

O palestrante também comenta que o setor de serviços está cada vez mais interligado com o industrial. Ele cita como exemplo a conectividade

Jorge Arbache: “Precisamos melhorar a produtividade e a eficiência”


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a falta de produtividade nas indústrias nacionais, envelhecimento precoce da população, além de burocracia excessiva que atrapalha o segmento. Mesmo com as adversidades comentadas, o palestrante acredita que os empresários do setor industrial precisam ser ambiciosos. Dentre os fatores para acreditar-se na melhora do cenário atual estão o tamanho do mercado doméstico e regional, além da possibilidade de vendas para o setor governamental por meio de licitações que movimentam bilhões por ano. Inclui-se nos fatores positivos o imenso espaço para ganho de produtividade industrial, além de uma agenda desenhada para a melhora da infraestrutura nacional com concessões e privatizações. Arbache apresenta a necessidade do restabelecimento da confiança empresarial, manutenção dos gastos públicos sob controle, além do combate à inflação como alguns dos grandes desafios no curto prazo. Já no médio prazo ele enfatiza a necessidade de uma reforma tributária, trabalhista e administrativa, acrescidas de uma integração maior da economia brasileira no cenário industrial. Ao final da palestra, os empresários mostraram-se contentes com a análise apresentada por Arbache. Para Ricardo Cândido da Silva, proprietário da PTE Perfilados e diretor do Sindimetal, o mais importante do evento foi o otimismo que ele emitiu. “Estamos vivendo um período complexo onde o pessimismo está tomando conta. Na palestra ele trouxe dados e experiências de pessoas que se superaram e saíram do ponto de estagnação, virando o jogo. Com você trabalhando e saindo do estado de inércia a situação pode mudar.” Sindimetal: Você identifica como tendência

mundial a crescente influência governamental na economia. De que modo tal influência tem sido feita no Brasil com relação ao setor industrial? Jorge Arbache: De fato, a tendência é de aumento da intervenção do governo na

economia. O que diferencia é o tipo e a

intensidade de intervenção. Nos EUA, os acordos plurilaterais de comércio e serviços, como o

TPP e o TISA, os gigantescos orçamentos de

pesquisa e desenvolvimento, regras técnicas e sanitárias, regulações financeiras e outros, melhoram as condições para as empresas

locais em relação às estrangeiras. No Brasil, as intervenções são também excessivas, mas são

ineficientes, têm visão curta, privilegiam setores

e/ou empresas com base em critérios discutíveis e, ao final, levam todos nós a uma frustração coletiva.

S.: Outro apontamento em sua palestra é de que

empresas, antes competitivas em setor nacional e regional, estão cada vez mais perdendo espaço. Quais seriam possíveis soluções

para indústrias de pequeno ou médio porte continuarem competitivas?

J.A.: No curto prazo é preciso usar e abusar

da melhoria da eficiência e da produtividade.

Muitas vezes, medidas pontuais e ao alcance

dos empresários trazem resultados imediatos

encorajadores. Por exemplo, a remodelação do layout, a identificação de pontos de gargalos internos, como treinamentos de pessoal,

também têm impactos significativos na empresa. Do lado de fora, o governo e outras agências podem identificar obstáculos pontuais com

impactos imensos no desempenho do dia a dia das empresas, por exemplo, algo no setor de logística. É preciso sair da acomodação, ser

criativo e buscar ideias novas, novos produtos e serviços que atendam ao que as pessoas

querem e precisam. O mote é fazer mais com o mesmo.

S.: Atualmente, quais as principais dificuldades da indústria no Brasil? Ela poderia hoje ser um

setor para alavancar a retomada do crescimento econômico brasileiro?

J.A.: As dificuldades são muitas e não se

restringem aos problemas políticos. O País é

muito pouco competitivo internacionalmente, a produtividade é baixa e está estagnada.

As despesas públicas são muito elevadas e

aumentarão em razão dos gastos com juros da

dívida pública, previdência social e gastos com saúde e a taxa de poupança é baixa. Ou seja,

temos grandes desafios à frente para voltar a


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RE VISTA SINDIMETAL • D ezembro 2015

crescer, mesmo que a parte política se resolva.

S.: O mercado das licitações pode ser

um caminho para as indústrias no País?

O que as indústrias poderiam fazer para valer-se deste segmento?

J.A.: Sim, claro. O mais importante neste momento é melhorar a governança das relações entre Estado e setor

privado, com mais transparência e monitoramento; é preciso que as

licitações sejam guiadas por criação de valor para a sociedade e não

necessariamente apenas por menor valor. E é preciso que as licitações sejam precedidas de projetos

executivos detalhados e previamente orçados.

Há muito a ser feito e a sociedade tem

a sua parcela de responsabilidade para

que tenha, de fato, mudança no rumo do País. De um lado, é preciso acompanhar o orçamento público, a escolha das

prioridades. De outro lado, é preciso que pensemos mais nos interesses do País e não apenas nos nossos interesses individuais e momentâneos.

NOVOS ASSOCIADOS

D

PUXADORES FÊNIX

esde março de 2009 no mercado, a “Puxadores Fênix’” atua no segmento de puxadores em alumínio, portas de vidro e madeira. Para o sócio proprietário da empresa, Heitor Alberto Denis Urbano, o Sindimetal Londrina tem muito a oferecer. No caso dele, o que chamou a atenção foi o subsídio que pode ser liberado para que ele invista no setor tecnológico. Ele também destacou que, com esta ajuda, o empreendimento dele estará em constante crescimento gerando mais empregos para Londrina e região.

A

ELEVABEM

Elevabem tem mais de três décadas de experiência fabricando elevadores e plataformas eletromecânicos. Em nova fase, está lançando equipamentos para lubrificação, com modelos exclusivos como: bombas manuais, coletores, pingadeiras e bombas oleadeiras. A proprietária, Miriam Aparecida de Souza espera, através do Sindimetal e das parcerias que a entidade proporciona, conseguir apoio para o desenvolvimento de novos projetos e produtos.



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