RE VISTA SINDIMETAL • Abril / Maio 2014
Editorial
É hora de reagir
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á pelo menos três décadas Londrina perde oportunidade em cima de oportunidade de se transformar realmente num polo industrial importante para o Brasil. Nas últimas semanas a cidade foi bombardeada com números de pesquisas que fazem a gente pensar onde estamos errando. Entre as cidades paranaenses, Londrina está apenas em 20° entre as que mais se desenvolveram no setor industrial nos últimos 15 anos. No ranking Melhores Cidades para Negócios, Londrina é apenas a 5ª colocada no Paraná, conforme pesquisa realizada pela Urbans Systems. De 2008 a 2011, o crescimento do Produto Interno Bruto no Brasil foi de 10%, enquanto que em Londrina foi de apenas 8%. Esses números são reveladores e é preciso reagir. Londrina tem um dos maiores centros universitários do País. O clima é privilegiado e a posição geográfica a coloca próxima aos principais centros consumidores do Brasil e da América do Sul. Então, o que está faltando? Está faltando os administradores públicos locais entenderem que a industrialização é uma necessidade, pois ela gera mais recursos através de impostos, cria empregos e oferece salários mais altos criando um efeito positivo em toda a economia local. Parece que a atual administração tem essa visão empreendedora e percebe a necessidade de industrializar o município. Mas é preciso agir rápido, melhorando a infraestrutura da cidade, desburocratizando os processos para a instalação de empresas, criando facilidades e agindo politicamente para trazer novos investimentos. Nós empresários estamos fazendo o nosso papel. É o que mais uma vez foi demonstrado através da EletroMetalCon. Os empresários querem investir e procuram aperfeiçoar seus processos, melhorar a produtividade e gerar mais negócios. Agora o poder público precisa também fazer a sua parte.
Valter Orsi
Presidente SINDIMETAL Londrina
Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecãnicas e de Material Elétrico de Londrina
Rua Santa Catarina, 50 | 25º andar Fone/Fax (43) 3337.6565 www.sindimetallondrina.com.br www.facebook.com/sindimetal.londrina
E XPE D I ENT E Diretoria / Efetivos Valter Luiz Orsi Ary Sudan Marcus Vinicius Gimenes Marco Antônio Bomtempo André Bearzi Edson de Angeli Alberto Rapcham Diretoria / Suplente Ricardo Cândido da Silva Conselho Fiscal Efetivos Luiz Moacyr Spagnuolo Carmine D’Olivo Junior Hamilton Iranaga Conselho Fiscal / Suplentes Maristela Lopes Silva Stephan Erich Gardemann
Criação e Edição
Edição Cláudio Osti - MTB 2217 Textos Cláudio Osti, Marcos Sanches Alves e Aurélio Albano Diagramação Fábio Osti Impressão Midiograf Tiragem 2.000 unidades Fechamento da Edição 14/05/2014
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EletroMetalCon
Bons resultados na 10ª EletroMetalCon Inovação, negócios, palestras técnicas de qualidade, ofertas de produtos e serviços estiveram na agenda do evento
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10ª EletroMetalCon - Feira Eletromecânica e Construção Civil realizada entre os dias 6 e 9 de maio, na sede do Senai em Londrina, com a participação de 70 expositores, registrou um incremento entre 4 a 5% na movimentação econômica, em comparação com a edição do ano passado. A avaliação é preliminar, e o balanço geral será divulgado no final de maio. Mas mesmo antes de um resultado oficial, os organizadores – Sindimetal Londrina, Senai e Sinduscon Norte do Paraná – estão satisfeitos com a repercussão do evento. “Estamos contentes porque nossa Feira cumpriu o seu objetivo, e isso é fruto da dedicação de todos os envolvidos. Eu quero destacar que a 6ª Edição do Prêmio Caixa teve um recorde de 35 inscrições, um grande salto em relação à primeira edição, com quatro projetos inscritos. Essa aproximação da academia com o setor produtivo é fundamental”, destaca o empresário Valter Orsi, presidente do Sindimetal Londrina. A feira, já consolidada também no cenário nacional, promoveu o intercâmbio técnico e científico da cadeia produtiva dos setores da eletrometalmecânica e da construção civil, e contribuiu para o fortalecimento industrial da região e o consequente aquecimento da economia.
Valter Orsi, presidente do Sindimetal: ”A aproximação da academia com o setor produtivo é fundamental”
A solenidade de abertura contou com a participação do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, e a palestra magna foi ministrada pelo Gerente Executivo de Inovação e Tecnologia do Senai, do departamento nacional, Jefferson de Oliveira Gomes, sobre o tema “As perspectivas de crescimento para a indústria nos próximos 10 anos e suas influências para o desenvolvimento sustentável na América Latina”. A Caixa Econômica Federal, parceira da Feira pelo quarto ano, disponibilizou inicialmente R$ 30 milhões para todas as linhas de crédito. O Banco Nacional do
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Desenvolvimento (BNDES) participou pela primeira vez da EletroMetalCon com o objetivo de orientar e informar ao empresário sobre os produtos para as micro, pequena e média empresas. Os consultores presentes no evento também avaliaram como positivos os resultados. Durante a 10ª edição foram realizadas palestras e seminários nos quatro dias de atividades do evento. Expositores e empresários participaram de duas Rodadas de Negócios, coordenadas pelo Sebrae Paraná, que contribuíram para o fortalecimento da indústria. A primeira rodada foi dirigida ao segmento e realizou 48 encontros de negócios. A segunda rodada com foco em softers (TI) realizou 80 encontros. Abaixo: Organizadores da Feira e participantes do Prêmio Caixa e Auditório lotado durante a abertura do evento. Ao lado: Estudantes e empresários visitam os estandes.
10ª EletroMetalCon Realizadores: Sindimetal Londrina, Senai e Sinduscon Norte PR. Patrocinadores: Caixa Econômica – Governo Federal e Sebrae. Apoiadores: Abimaq; Acil; Londrina Convention; Ceal; Unimed; APL de TI; Cintec, Sinfor e Fiep.
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Prêmio Caixa
Prestígio do Prêmio Caixa aumenta no mundo acadêmico Qualidade técnica aprimorada e alto número de inscritos revelam interesse nacional dos centros universitários
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Prêmio Caixa de Projetos Inovadores com Aplicabilidade na Indústria de 2014, completa sua 6ª edição e se consolida nacionalmente como uma vitrine de projetos acadêmicos para o Mercado Industrial e da Construção Civil. Neste ano os competidores tiveram pouco mais de um mês para inscreverem seus projetos e, apesar do pouco tempo, 35 acadêmicos de diversas partes do País entregaram seus trabalhos, um número três vezes maior do que a edição anterior. A responsabilidade de avaliar tantos projetos ficou a cargo de um time de oito especialistas formado por uma junta acadêmica representando as principais faculdades e universidades de Londrina e também por empresários e profissionais das áreas afins. O doutor Marcos Rambalducci, professor nas áreas de engenharia da Universidade Tecnológica do Paraná UTFP Campus Londrina, faz parte da comissão avaliadora e destacou o nível dos projetos inscritos. “Os projetos estavam bastante interessantes. A maioria (70%) apresentou muita qualidade e criatividade, e buscou a inovação exigida”, explica. “Outra coisa perceptível é que haviam projetos desde o nível de graduação até de doutorado, onde o grau de complexidade é bastante elevado”, comenta Rambalducci. Esse aumento no número e na qualidade dos projetos tornou o processo para a escolha de apenas três selecionados ainda mais difícil, como comenta Fernando Lovel Bergamasco, mestre e Coordenador do Curso de Engenharia da Produção da Pontifícia Universidade Católica - PUC Paraná - Campus Londrina. “Quanto mais projetos você tem, mais difícil fica para fazer uma classificação decrescente. Para você chegar nos melhores a dificuldade é muito grande. Houve também um aumento no nível da qualidade técnica, o que
Fernando Ciriaco Dias Neto, diretor da faculdade Pitágoras, diz que os projetos são bem detalhados e com aplicabilidade
mostra uma evolução no interesse dos pesquisadores e também no prestígio que o próprio Prêmio Caixa está tendo”, explica Bergamasco. Esse alto número de projetos inscritos, tornou a vida da comissão avaliadora muito difícil, em virtude da diversidade científica apresentada. Para o professor doutor Fernando Ciriaco Dias Neto, diretor da faculdade Pitágoras, “percebe-se que as propostas foram apresentadas com níveis de detalhes/profundidade muito diferentes, cada um com foco em itens específicos da avaliação. Obviamente, os trabalhos mais ricos em detalhes da metodologia utilizada e resultados obtidos evidenciam a possibilidade de aplicação e nível de inovação”. Para tentar facilitar o processo de seleção, os avaliadores aplicam notas aos projetos levando em conta uma série de requisitos predeterminados e que fazem parte do regulamento do prêmio.
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Como explica outro avaliador, Gerson Guariente Junior, especialista em engenharia da produção e professor da UEL na área de Construção Civil, “Foi um processo muito intenso onde avaliei cada um dos 35 projetos. Dentro dos itens de avaliação, a capacidade de inovação, o impacto que o projeto tem em termos socioeconômicos e ambientais e a viabilidade da proposta, foram os itens que fizeram a diferença nas notas de cada um”. Um fato interessante apresentado por todos os avaliadores foi a facilidade que alguns projetos têm para sair do mundo acadêmico e se materializar no mercado. Quem explica isso é o engenheiro e sócio da empresa Técnica Canadá Engenharia e Construções, Massaru Onishi. “Existe uma grande porcentagem de projetos com iniciativa prática, com qualidade técnica surpreendente e que podem trazer avanços para o mercado. Na área da construção civil, por exemplo, alguns trazem inovação, baseados em normas de desempenho internacional que vão melhorar a construção civil no Brasil”, explica.
Também fizeram parte da comissão avaliadora Célia Catussi, diretora da Construtora Plaenge, a gerente industrial da Electroman Indústria e Comércio, Paula Gabarron e Jorge Fornasier, diretor da Hydronlubz. Após a primeira fase, os três projetos selecionados que se apresentaram na 10ª edição da EletroMetalCon 2014, passaram novamente pelo crivo de 30 empresários. Os projetos “Sistema de proteção contra queda de colaboradores para trabalhos em altura na execução de estruturas em concreto armado moldadas no local”, da Universidade Estadual de Maringá (UEM); “Coletor solar fotovoltaico com resfriamento passivo e capacidade de isoconcentração”, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO) e “Sistema de monitoramento de atividades domésticas (SMAD) – uma aplicação de automação residencial voltada para idosos”, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT/SP), disputam os prêmios de R$ 10 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil reais, primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente. A premiação será feita durante a 7ª Festa em Comemoração ao Dia da Indústria, no dia 23 de maio, em Londrina.
Finalistas do 6º PrÊmio Caixa expõem na EletroMetalCon
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s três projetos finalistas do 6º Prêmio Caixa de Projetos Inovadores com Aplicabilidade na Indústria Metalúrgica, Mecânica, Eletrônica, Materiais Elétricos e Construção Civil foram apresentados ao público durante a 10ª Feira EletroMetalCon. Quem passou pelo estande “Inovações Acadêmicas”, teve a oportunidade de conhecer os projetos: Sistema de Monitoramento de Atividades Domésticas (SMAD) – uma aplicação de automação residencial voltada para idosos, de autoria dos alunos de engenharia de controle da informação Alberto Kenji Constantino Sato e Pedro Henrique Paulesino Cella, ambos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT/SP); do Sistema de proteção contra queda de colaboradores para trabalhos em altura na execução de estruturas em concreto armado moldadas no local, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), do mestrando Hugo Sefriam Peinado; e do Coletor solar fotovoltaico com resfriamento passivo e capacidade de isoconcentração, de autoria do mestrando Hugo Francisco de Lisboa Santos, da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO). Sato explica que seu projeto nasceu de uma necessidade familiar envolvendo seus avós, e a partir daí começou a desenvolver um sistema de automação residencial que além de tornar a vida de seus avós mais fácil, que também primasse pela segurança deles e proporcionasse um acompanhamento à distância dos seus parentes. “Nosso projeto destina-se a uma automação residencial voltada para idosos, garantindo sua independência sem que haja a necessidade de ‘acompanhantes’, mas que passe tranquilidade para seus familiares”, explica. Para garantir isso Cella conta que o diferencial do sistema de automação proposto não prima somente pelo conforto, mas também pela segurança e o monitoramento. “São três partes, a primeira é o assessoramento que consiste na automação residencial tradicional, mas com itens de segurança como sensores de gás e presença; a segunda parte seria a detecção
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de queda, onde o idoso utiliza um colar que detecta automaticamente uma possível queda e a terceira é a interface web, onde remotamente a pessoa ou um familiar consegue ver todo o funcionamento da casa, bem como os alarmes, além das câmeras em tempo real”, afirma. Já o aluno Hugo Peinado apresentou um projeto adaptado às exigências da Norma Regulamentadora NR-35, que trata da segurança de trabalhos em altura. Segundo o mestrando, “o que temos visto hoje são muitos projetos voltados para a segurança na construção civil e quando os acidentes acontecem em altura eles são fatais, por isso procuramos desenvolver um sistema que atenda a necessidade das construtoras para atender as exigências da NR-35”, comenta. Dessa forma “desenvolvemos um sistema de guarda-corpo para pavimentos que estavam sendo produzidos, que ainda não tinham concreto, seja na forma, na armadura ou no processo de concretagem, ou seja, esse sistema de guarda-corpo é específico para essa etapa da obra e agrega total segurança para o trabalhador”, explica. O projeto de Hugo Santos tem como princípio a utilização de um recurso natural bastante abundante no Brasil, a energia solar. Ele explica que o projeto tende a baratear em muito a captação de energia solar para a utilização de energia elétrica, primeiramente em nível comercial, industrial e agrícola. “Queria buscar uma forma muito mais barata de utilizar a energia solar
com a utilização de células fotovoltaicas, dessa forma desenvolvemos um sistema que, além da simples captação, primeiramente ele realiza a concentração da luz por meio da uma curva iso-concentradora e associado a um sistema de resfriamento, tende a aumentar em até 20 vezes a produção de energia elétrica”. Ele explica que a diferença de valores e de energia gerada entre um sistema convencional e o seu é muito grande. “Diríamos que para uma casa que consome diariamente 1000 watts, seriam necessários aproximadamente 7m2 de células fotovoltaicas a um custo de R$ 5.600,00 no sistema tradicional, já com essa nova proposta esse valor cai para R$ 2.100,00”, afirma. Todos foram avaliados e receberam o voto secreto de 30 empresários e agora aguardam a 7ª Festa em comemoração ao Dia da Indústria para saber suas colocações e quem receberá a premiação de R$ 10 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil, oferecidos nesta edição do Prêmio Caixa.
Finalistas do Prêmio Caixa: Hugo Sefriam Peinado (UEM), Alberto Kenji Constantino Sato e Pedro Henrique Paulesino Cella (IMT/SP) e Hugo Francisco de Lisboa Santos (PUC/RIO)
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Prevenção
Plano de contingência é a melhor maneira de evitar surpresas indesejáveis A
maioria da empresas não está preparada para as emergências, nem mesmo para uma pequena crise. Uma visita inesperada do sindicato, uma greve de ônibus ou mesmo uma chuva mais forte podem causar grandes transtornos, prejuízos em vários níveis e muita dor de cabeça para o empresário. Existe uma forma de evitar tudo isso, com pouco custo, mas bastante trabalho. É o que garante o engenheiro civil Roberto Karam, consultor da Confederação Nacional da Indústria e Federação das Indústrias do Estado do Paraná e ex-presidente do Sindimetal-PR. Karam faz palestras sobre o tema. “Algumas empresas adotam medidas para garantir a manutenção da operacionalidade, mas na maioria das vezes não pensam nas emergências”, aponta. “Uma greve de ônibus ou uma intempérie podem pegar a corporação de surpresa, e a surpresa é justamente o grande problema, ela é a grande inimiga de qualquer empresa”, afirma. Segundo o consultor Karam, uma surpresa pode gerar prejuízos financeiros, legais (pode gerar processos judiciais) e fiscais (quando não se está preparado para uma fiscalização). “Sem falar no prejuízo de saúde do trabalhador, que pode ficar exposto a acidentes”, completa. Uma situação não prevista pode afetar ainda as relações trabalhistas. “Os empregados vão cobrar o porquê de não ter sido tomada uma providência para uma situação que trouxe desconforto desnecessário, como um problema sanitário”, observa o consultor. Roberto Karam aponta a solução: “A ferramenta para evitar surpresas é a elaboração de um plano de contingência, com o qual é possível evitar a maioria das situações inesperadas. Deve ser formado um grupo de pessoas dentro da empresa que vai se dedicar a elaborar esse plano. “Essas pessoas vão se reunir em datas com frequência definida para procurar
O consultor Roberto Karam: “A maioria das empresas não pensa nas emergências”
antever as eventuais situações de emergência. Mas o grupo deve ser normatizado na forma de atuar, assim como é preciso documentar todas as possíveis emergências e as soluções que serão necessárias. Essa normatização vai permitir que não se perca a continuidade do processo, já que um plano de contingência nunca vai estar definitivamente pronto”, ensina o consultor. “Sempre surgirão situações novas, ou o próprio grupo pode antever situações novas e as soluções a serem tomadas”, completa. Um plano de contingência é uma ferramenta bastante abrangente. Ele vai prever o que será feito, por exemplo, qual o procedimento a ser tomado em caso de acidente de trabalho. “Já aconteceu de levarem um funcionário acidentado para um hospital que não atendia esse tipo de caso. O plano de contingência evita isso, porque tudo está descrito anteriormente, e de forma bastante detalhada”, ressalta o consultor É preciso lembrar que um plano de contingência não é complicado, mas é trabalhoso. Um exemplo: a
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queda de energia no sistema de refrigeração na sala dos computadores é fácil de remediar, um gerador resolve, e isso pode ser facilmente previsto. “Mas existem situações complicadas. Em uma greve de ônibus é preciso saber onde os funcionários moram, é preciso providenciar transporte, contratar uma empresa especializada, enfim, toda uma logística que não é tão simples”, ressalva Karam.
sem ela pode-se perder máquinas muito caras se forem molhadas pela chuva em uma intempérie”.
Uma questão que pode preocupar o empresário é o custo para a implementação e manutenção de um plano de contingência. Karam esclarece que o plano em si não tem muito custo, mas algumas ações podem ter, como a compra de equipamentos reservas. O principal, segundo ele, é manter a relação entre o custo da solução e o custo da falta de uma solução. “Uma lona, por exemplo, custa pouco, mas
O consultor Roberto Karam dá outro exemplo, dessa vez dentro da família, para mostrar a necessidade de se prever surpresas: “Quando um filho adolescente sai para a balada, os pais começam a imaginar tudo de ruim que pode acontecer com ele. A capacidade que temos de imaginar coisas ruins é enorme nesses casos. O plano de contingência usa essa capacidade de imaginar coisas ruins para buscar soluções e evitar prejuízos”, compara.
O fato é que um plano de contingência dá ao administrador a chance de planejar. Uma compra, por exemplo, pode sair muito mais cara se for feita em situação de emergência, quando não há tempo de fazer tomada de preço.
Debate Jurídico
Treinamentos podem evitar ações por dano moral Debate jurídico aborda tema recorrente nas empresas
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hamar a atenção do funcionário num tom acima do recomendável, comentário maldoso numa rede social, brincadeiras com a altura, o peso ou a cor do empregado, hoje em dia quase tudo pode ser alegado numa ação trabalhista para reivindicar indenização por dano moral. Este foi o tema de mais um Debate Jurídico promovido pelo Sindimetal Londrina, em abril, para esclarecer empresários e gestores de Recursos Humanos sobre o que diz a lei e também para fazer um alerta do número crescente de reclamações trabalhistas que reivindicam indenizações para o dano moral. O advogado João Araújo, da Grassano & Associados Advocacia Empresarial, explicou que a expressão “dano moral” engloba outros temas como assédio moral, assédio sexual, acidentes de trabalho, entre outros, por isso que é tão complexo e faz o tema ser
Dr. João Araújo Assessoria Jurídica do Sindimetal Grassano e Associados
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tão presente. “O dano moral na verdade é qualquer ato que venha lesar o patrimônio moral da pessoa como a sua dignidade, honra, vida privada, imagem. O assédio moral é um tipo de conduta que pode gerar o dano moral. Ou seja, o dano moral pode ser desencadeado por várias coisas: um assédio sexual, divulgação indevida de imagem das pessoas em meios públicos”, explica. Geralmente o ato é praticado através de uma chefia para com seu subordinado, mas há outros casos em que os causadores do dano ocupam o mesmo nível hierárquico dentro da empresa. “O Assédio Moral pode ser retratado como o funcionário que tem seu supervisor perseguindo-o de forma abusiva, por exemplo: colocou uma meta no quadro que todo mundo vai ter que vender X reais, e o supervisor, às vezes, por ter uma antipatia com ele ou achar que ele não tem capacidade irá passar o mês cobrando-o na frente dos outros, desestimulando-o, dizendo que ele não irá conseguir, que não é capaz, expondo essa pessoa para todo setor. Esse tipo de ação, sem dúvida nenhuma, desde que comprovada, vai fazer com que ele receba uma indenização por
O advogado Joâo Araújo explica como as empresas devem proceder
dano moral”, demonstra Dr. Araújo. O outro caso citado pelo advogado, que acontece com muita frequência em fábricas, é o caso de ofensas entre trabalhadores onde o supervisor não toma providências. “Às vezes no meio do ambiente fabril a pessoa ofende a outra e isso é tido como uma situação vexatória para o ofendido e que vai criar um dano para a pessoa. E se, depois na justiça, ela provar essa conduta, conseguirá uma indenização com certeza e o valor vai variar muito de juiz para juiz”, argumenta. Promessas não cumpridas, como as de contratação, promoção, etc, também estão entre as ações por dano moral mais recorrentes na Justiça do Trabalho e é necessário que os empregadores passem a se policiar mais a respeito deste assunto. Porém, os pedidos campeões de assédio moral são por perseguição no ambiente de trabalho; dano moral
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em decorrência do acidente do trabalho; uso indevido de imagem, como colocar em edital a foto da pessoa como profissional do mês sem autorização dela, ou disponibilizar a foto em uma situação vexatória. A recomendação que o Dr. Araújo dá para as empresas e seus empregadores é a capacitação constante da equipe de liderança para que a empresa saiba como proceder em casos como os relatados. “É importante realizar treinamentos com os supervisores, gerentes e gestores ou com quem está na liderança de alguma forma. Tirando algumas exceções, o dano moral é causado normalmente pelos líderes, seja por um gerente que agiu de forma indevida, um supervisor que praticou alguma coisa ou um líder omisso que deixa os funcionários se ofenderem e não age como deveria agir. Então o treinamento para as lideranças é muito interessante”, reforça. Nestes treinamentos o advogado esclarece que consegue conscientizar o líder/supervisor de que certas atitudes, mesmo que realizadas na “boa
vontade” acabam excedendo àquilo que ele pode fazer, “às vezes a pessoa não tem consciência de que um simples ato pode colocá-lo em desacordo com a legislação, causar um dano moral para uma pessoa e a empresa ter que pagar uma indenização. Essa conscientização é primordial para os gestores e para as lideranças. Exemplo: viu gente xingando, vá lá, leve-o para o RH, dê uma advertência, ou seja, você é o líder daquele setor e tem que agir de alguma forma”, reitera o advogado. Segundo Araújo, nas empresas que trabalham com treinamento a incidência desse tipo de problema é relativamente pequena, mas o treinamento também tem que incidir na redução de doenças e acidentes, a adequação na parte de segurança, confeccionar o laudo ergonômico etc. “É um trabalho que influencia também na redução dos pedidos de licença por doença e acidente no trabalho que hoje também é outro grande motivo para o pedido de dano moral”, finaliza. Gestores de RH esclareceram suas dúvidas com relação ao dano moral
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Inovação
Funcionário bem treinado aumenta produtividade Debate aborda tema recorrente nas empresas. Aumento na Produtividade depende muitas vezes de capacitação da liderança.
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omo fazer com que o funcionário da fábrica esteja bem treinado e capacitado a reduzir panes nas máquinas e equipamentos, garantindo assim menor tempo de ociosidade, custos menores e aumento na produtividade? Essa é uma preocupação de todo empresário, e há muito tempo é alvo de estudos em várias partes do mundo. É fato que a eficiência empresarial está ligada à existência de mão de obra eficiente em todos os setores da empresa. Um dos programas mais novos nessa área é o chamado Manutenção Produtiva Total (conhecida pela sigla em inglês TPM - Total Productive Maintenance), sistema desenvolvido no Japão com o objetivo de eliminar perdas, reduzir paradas, garantir a qualidade e diminuir custos. A sigla TPM foi registrada pelo Instituto Japonês de Manutenção de Planta. A letra “T”, de “Total”, significa o envolvimento de todos os empregados. O conceito do TPM não é exatamente novo. Surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, buscando evitar que as máquinas ficassem muito tempo paradas, sem produzir e gerar lucros. Os empresários começaram a investir na autonomia dos operadores como melhor forma de reduzir perdas a um nível mais próximo de zero que fosse possível. A ideia era, principalmente, prevenir panes nas máquinas. Até então, o sistema vigente era o de manutenção corretiva. Ou seja, esperavam a máquina dar pane para que então um operador corrigisse o problema e colocasse a máquina para funcionar – o que causava retrabalhos, perda de tempo e prejuízos. O conceito de TPM surgiu quando se passou a dar mais ênfase à manutenção preventiva como parte vital do processo industrial. A TPM deve estar inserida na rotina da fábrica, evitando ao máximo as paradas de emergência. Os cinco pilares que mantêm esse
sistema em funcionamento são: eficiência, autorreparo, planejamento, treinamento e ciclo de vida. Nesse processo, o funcionário recebe investimentos da empresa e não fica restrito a trabalhos mecânicos, tendo grande importância no processo. E isso melhora a produtividade, já que o próprio operador pode resolver a maioria dos problemas que possam aparecer em uma máquina. Ele não vai depender de outro setor para resolver panes e poderá fazer o conserto mais rapidamente. Na TPM, a capacitação do funcionário se torna essencial: os operadores deverão saber fazer os ajustes necessários e os engenheiros terão que desenvolver máquinas e equipamentos que precisem cada vez menos de manutenção, mais duradouros e eficientes. À primeira vista, pode parecer um investimento alto. No entanto, os benefícios certamente vão compensar.
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Meio Ambiente
Reunião aponta os primeiros resultados do Plano de Implementação da Logística Reversa A
ssociados do Sindimetal Londrina participaram de reunião realizada no dia 17 de abril, na sede do sindicato, para conhecer os primeiros resultados dos trabalhos para a elaboração do Plano de Implementação da Logística Reversa no Setor Metalmecânico. A apresentação foi feita pelo Senai, contratado para elaborar o plano, e mostrou também detalhes sobre a metodologia desenvolvida para o levantamento das informações necessárias. Segundo a advogada Elaine Quimie Matsumura, da Assessoria Jurídica do Sindimetal, e que presta assessoria para as questões legais da Logística Reversa, foram tiradas várias dúvidas das empresas associadas ao Sindicato. “Foi um passo importante para o atendimento da legislação que exige a comunicação e participação dos envolvidos no processo”, destaca a advogada, que é especialista em Direito e Gestão Ambiental. Dra. Elaine Matsumura explica que a reunião teve como objetivo a apresentação do resultado da primeira etapa do Plano, “que foi a devolutiva dos questionários encaminhados aos associados e agendamento de novas reuniões para a finalização do trabalho”. O prazo final para a entrega é julho de 2014.
O que é Logística Reversa? O termo Logística Reversa começou a ser discutido efetivamente no Brasil a partir da edição da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305 de agosto de 2010, regulamentada pelo Decreto nº 7.404 de dezembro de 2010. Essa lei trata do fluxo físico dos bens, materiais e embalagens, partindo do ponto de consumo até sua origem. Ou seja, faz o caminho inverso do produto que
sai da fábrica. “Depois que o produto é colocado no mercado, é preciso trazer ele de volta, para que tenha a destinação correta”, explica Dra. Elaine Matsumura. Segundo ela, são observados os seguintes pontos: não gerar; se gerar, tentar reduzir; o que reduzir, tentar reutilizar; se não reutilizar, tentar reciclar; se não reciclar, dar o tratamento final adequado, respeitando as legislações ambientais. “A Logística Reversa tem como foco principal a eliminação e/ou minimização dos possíveis impactos ambientais em toda cadeia produtiva e de consumo”, completa. A advogada destaca outro conceito importante, que é a Responsabilidade Compartilhada. “A efetividade dessa lei não depende apenas dos fabricantes ou dos órgãos de controle ambiental, mas sim de toda a cadeia produtiva, ou seja, do importador, dos comerciantes e de toda a sociedade”, explica. Para viabilizar a aplicação da Lei, o Governo do Paraná, através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), publicou em 9 de agosto de 2012 um Edital de Chamamento convocando os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos de significativo impacto ambiental a apresentarem suas propostas quanto aos programas de responsabilidade pós-consumo. E para que participassem da elaboração do Plano de Implementação da Logística Reversa. Os sindicatos do setor metalmecânico do Paraná contrataram o Senai, que tem experiência na questão, para trabalhar na elaboração do plano. “A Logística Reversa é ‘irreversível’, conforme sempre afirma o presidente do Sindimetal, Valter Orsi, e vai ter que ser implantada. A questão é a forma como o processo será encaminhado”, ressalta a advogada.
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Visita
Conheça Londrina
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lunos do primeiro grau da escola Villas Boas participaram do programa Conheça Londrina, do Sindimetal. Acompanhados por professoras da escola, os estudantes tiveram uma experiência pouco comum no dia a dia deles: observar a cidade de uma altura de 120 metros, com visibilidade de 360°. A sede do Sindimetal Londrina possibilita uma visão privilegiada da cidade. O Programa Conheça Londrina é desenvolvido desde 2011 pelo Sindimetal e atende crianças de 9 e 10 anos, que estudam no 4º ano do ensino fundamental e que, nesta fase, aprendem sobre os pontos cardeais, além de estudar os pontos turísticos da cidade. Escolas que queiram agendar visitas e conhecer o Programa Conheça Londrina podem entrar em contato com o Sindimetal, através do telefone: (43) 3337-6565, ou mandar e-mail atendimento@sindimetallondrina.com.br.
Alunos observam a cidade por vários ângulos
a polijac é a mais nova associada sindimetal A empresa Polijac Indústria e Processamento de Materiais Plat LTDA, fundada em 17/12/2012, é a mais nova associada do Sindimetal Londrina. A Polijac é uma empresa com sede na cidade de Jataizinho e atua na reciclagem de materiais e resíduos de baterias. O Sindimetal fica muito feliz pela confiança que o empresário Eudimar Dall Onder depositou em nosso Sindicato.
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Homenagem
Há cinco anos propiciando churrasqueiras de qualidade para os brasileiros Apesar do pouco tempo de fundação, a Churrasqueiras Alpha Grill agrega 23 anos de know-how
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empresa Churrasqueiras Alpha Grill, fabricante dos produtos da marca Churrasqueiras Gaúcha, está comemorando 5 anos de fundação. A ideia de criar a empresa nasceu a partir do knowhow do empresário Kassem Janene, adquirido durante os anos em que foi sócio de outra empresa do mesmo ramo. “Na verdade, o início da minha história era diferente, trabalhava com a venda de cadeiras e meu cunhado, que já faleceu, um dia me disse que quando chegasse a Londrina iria vender churrasqueiras de uma outra marca da cidade, mas quem foi procurar por esse tipo de venda fui eu. Com isso comecei a vender e a ganhar experiência. Em 1996 abri a minha própria empresa em sociedade com meu irmão, as churrasqueiras Globo”, conta. Anos depois Kassem fundou uma nova empresa dentro do mesmo segmento, agregando todo o know-how adquirido ao longo dos anos. “A maior parte das churrasqueiras foi desenvolvida por mim, por isso tínhamos um material similar, mas hoje temos vários diferenciais em nossos produtos”, conta o empresário. Como toda empresa, a Churrasqueiras Alpha Grill teve um início modesto, com apenas três funcionários que produziam em torno de 20 churrasqueiras por mês. Hoje, graças ao sucesso
do segmento, a empresa tem capacidade de produção de 5 mil peças ao mês, dos mais variados modelos, o que proporciona emprego a mais de 30 colaboradores. A Churrasqueiras Alpha Grill atende quase todo o mercado nacional, com exceção da região nordeste do Brasil. E é conhecida pela qualidade. “O sucesso dos nossos produtos vem primeiramente de Deus, da fé que depositamos n’Ele, e depois na dedicação pelo uso de uma boa matéria-prima e na dedicação especial que empregamos no acabamento dos nossos produtos”, revela Janene.
Kassem Janene: produção com capacidade para 5 mil churrasqueiras por mês
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Homenagem
Da pequena oficina à indústria referência no setor Ficar atento às transformações do mercado, esse é o segredo dos 35 anos da Indusfrio
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omemorando 35 anos de fundação, a empresa Indusfrio mostra que é um dos exemplos de perseverança e sucesso em seu ramo de atividade. O empresário Valter Luiz Orsi conta que a empresa nasceu como uma prestadora de serviços através da reforma de equipamentos e com o passar dos anos foi se modificando, conforme o mercado exigia. “Por uma questão de custos e de falta de financiamentos, meu sócio, Isaias dos Santos, e eu, iniciamos nossos trabalhos como uma empresa de fundo de quintal com a ajuda de um funcionário, fazendo reformas em equipamentos, principalmente voltados para o ramo de sorveterias. Das reformas demos início, posteriormente, à fabricação dos nossos próprios produtos”, conta. Com a expansão das grandes indústrias em nossa região, a Indusfrio migrou para o setor de padarias e frigoríficos e depois disso investiu no ramo de cozinhas industriais. “O mercado é muito dinâmico e temos que ficar atentos às mudanças. Foi isso que aconteceu com nosso setor. Se tivéssemos estacionado lá atrás,
Valter Orsi recebe dos diretores do Sindimetal a placa de homenagem
provavelmente a empresa não seria o que é hoje”, comenta Orsi. Já há 15 anos, a empresa se dedica ao setor de alimentação, direcionado principalmente para a linha de materiais para restaurantes do segmento fastfood e equipamentos para franquias. Esse segmento fez da Indusfrio uma referência nacional no setor. Orsi explica que o sucesso de sua empresa no mercado nacional é a qualidade de seus produtos. “Em toda nossa linha de produtos, o revestimento é predominantemente em aço inoxidável de boa qualidade, o que garante aos nossos clientes a qualidade e a durabilidade dos equipamentos”, revela. Hoje a Indusfrio conta com 42 colaboradores.