Exercício Intermitente: Estado da Arte e Aplicações Práticas

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EXERCÍCIO INTERMITENTE: Estado da Arte e Aplicações Práticas

Editores:

Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio Prof. Ms. Yuri Salenave Ribeiro Prof. Ms. Luan Merseburger Picanço Profª Ms. Leony Morgana Galliano

PELOTAS, 2014


Exercício Intermitente: Estado da Arte e Aplicações Práticas Copyright © 2014 by OMP Editora Rua Francisco José Furtado, n. 30 (Térreo) – São Francisco – Manaus-AM Cep: 69079-200 Tel/Fax: (92) 3213-9222 E-mail: ompeditora@hotmail.com Revisão ortográfica: Capa: Atleta: Fotos: Projeto Gráfico: Rodrigo Lippi Todos os direitos reservados. 1.ª edição – 2014 Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de nenhuma forma ou por quaisquer meios eletrônicos, mecânico, fotocopiado, gravado ou outro, sem autorização prévia por escrito da OMP Editora. E de um de seus organizadores, Fabrício Boscolo Del Vecchio. Quando solicitada autorização para publicação de alguma fotografia (imagens que não são de domínio público ou fora de contexto jornalístico) ou conteúdo de coautores, foi concedida e ratificada sem ônus em documento entregue via e-mail ou em mãos ao autor.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Impresso no Brasil Printed in Brazil


APRESENTAÇÃO Pelotas, 26 de setembro de 2014 O livro “Exercício Intermitente: Estado da arte e aplicações práticas”, fruto do trabalho desenvolvido no interior da disciplina “Pesquisa em Exercício Físico Intermitente” do programa de pós-graduação em Educação Física da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel), visa ocupar lacuna na literatura técnica-científica nacional a respeito da temática. Aponto a literatura nacional como objeto, pois em âmbito internacional, pesquisas com exercícios desta natureza se proliferam de modo muito veloz. Assim, o corpo de conhecimento internacionalmente produzido e publicado é amplo. Porém, pouco tem sido divulgado em português, para que acadêmicos de diferentes níveis e pessoas interessadas na temática possam se envolver. No interior da disciplina ministrada na ESEF/UFPel desde 2010, além de ocorrerem leituras sistemáticas do que é produzido sobre Exercício Intermitente, os discentes matriculados na mesma são estimulados a realizarem seminários, redigirem textos de diferentes naturezas acerca do assunto e elaborarem aplicações de métodos que envolvem este tipo de exercício físico. E, das edições de 2010 e 2011 decorre a presente obra. Ela é composta por sete capítulos, sendo cinco relacionados ao estado da arte e dois associados às aplicações práticas. São tratados temas de relevância na área, como uso da percepção subjetiva de esforço e exercício intermitente em diferentes grupos populacionais. Todos os capítulos contam com segmento inicial de contextualização teórica e temática, com tratamento das diferentes variáveis demográficas e, então, ganham características próprias. Encontram-se capítulos com amplas revisões, como o “Exercício Intermitente na Terceira Idade” e “Aplicações do Exercício Intermitente na Síndrome Metabólica”, bem como revisões sistemáticas da literatura, a exemplo de “Exercício intermitente e emagrecimento: revisão sistemática da literatura” e “Aplicações do Exercício Intermitente na Síndrome Metabólica”. Modalidades esportivas são trazidas nesta obra, a partir do futebol, com o capítulo intitulado “Revisão sistemática dos efeitos do futebol recreacional em adultos não atletas” e com o capítulo com dados primários obtidos com lutadores de taekwondo, denominado “Efeitos de três protocolos de treinamento específico de taekwondo em diferentes variáveis psicofisiológicas”.


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EXERCÍCIO INTERMITENTE: ESTADO DA ARTE E APLICAÇÕES PRÁTICAS

A partir desta obra, o leitor poderá aprender mais sobre conceitos e aplicações do exercício intermitente, empregado em diferentes realidades sociais e a partir de diferentes ópticas metodológicas. Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio Professor Adjunto, ESEF/UFPel


SUMÁRIO estado da arte Treinamento intervalado de alta intensidade: definição de termos e variáveis manipuláveis...............................................................................................

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Percepção subjetiva de esforço aplicada ao treinamento intermitente de alta intensidade .....................................................................................................

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Exercício intermitente na terceira idade ...........................................................

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Exercício intermitente e emagrecimento: revisão sistemática da literatura ................................................................................................................................

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Revisão sistemática dos efeitos do futebol recreacional em adultos não atletas ......................................................................................................................

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Aplicações do exercício intermitente de alta intensidade na síndrome metabólica .......................................................................................................

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apliCações prátiCas Comparação de dois tipos de recuperação ativa no tempo de exaustão em sprints repetidos no cicloergômetro ..........................................................

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Efeitos de três protocolos de treinamento específico de taekwondo em diferentes variáveis psicofisiológicas...........................................................

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ESTADO DA ARTE


TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE: DEFINIÇÃO DE TERMOS E VARIÁVEIS MANIPULÁVEIS Fabrício Boscolo Del Vecchio, Leony Morgana Galliano, Luan Merseburger Picanço, Yuri Salenave Ribeiro O objetivo do presente livro é apresentar informações a respeito de prescrições de treinos intervalados, os quais são caracterizados pela elevada intensidade dos estímulos. Dessa forma, é relevante a distinção entre as denominações a respeito do treino intervalado de alta intensidade que podem ser encontradas na literatura, assim como o esclarecimento acerca de variáveis e termos específicos referentes ao tema.

deFinição de termos e tipos de treinamento interValado de alta intensidade O consumo máximo de oxigênio (VO2MAX) diz respeito à aptidão cardiorrespiratória e representa a potência aeróbia máxima (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013a). O VO2MAX é produto da diferença arteriovenosa de oxigênio, ou seja, o O2 é disponibilizado ao organismo e considera-se o que é ofertado menos a parte que não é utilizada. Sua representação pode ser feita por duas unidades de medida, em mililitros de O2 por litro de sangue (mL·L-1) ou em mL de O2 por quilogramas (kg) de massa corporal por minuto (mL·kg-1·min-1) (COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA DO ESPORTE, 2007). A velocidade associada ao VO2MAX (vVO2MAX) representa a intensidade na qual, em teste progressivo até a exaustão, é identificado o VO2MAX e pode explicitar diferenças individuais no desempenho aeróbio que o VO2MAX sozinho não consegue (BILLAT & KORALSZTEIN, 1996). Além disto, pode ser uma referência de intensidade a se usar na prescrição dos treinos e é considerada a menor intensidade necessária para se atingir o VO2MAX (BUCHHEIT & LAURSEN, 2013a). Outra variável relevante para a prescrição do HIIT é o tempo limite até a exaustão (Tlim), que diz respeito ao tempo máximo que o indivíduo suporta


PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO APLICADA AO TREINAMENTO INTERMITENTE DE ALTA INTENSIDADE Bruno Prestes Gomes, Victor Silveira Coswig, Fabrício Boscolo Del Vecchio

aproximações iniCiais ao treinamento de alta intensidade O treinamento intermitente de alta intensidade (HIIT) vem ganhando atenção no cenário acadêmico por apresentar respostas satisfatórias em ganhos nos sistemas cardiovascular, muscular esquelético e respiratório que, até então, eram fortemente relacionadas a exercícios de caráter longo, contínuo e moderado (GLAISTER, 2005). Evidências apontam vantagens fisiológicas favoráveis ao treinamento intenso em diferentes populações e para diferentes propósitos, como melhora na aptidão física, redução de gordura corporal e incremento da saúde de modo geral (GIBALA, 2009). A ideia central está baseada na intensidade dos estímulos, que pode promover respostas adequadas a partir de esforços curtos seguidos de períodos de recuperação subsequentes. Estas características de treinamento poderiam, então, promover aumento na utilização de ácidos graxos, atividade enzimática oxidativa, entre outros mecanismos, como tamponamento de íons H+ e bomba de Na/K (LAURSEN; JENKINS, 2002). Isto pode significar aumento de desempenho físico em menor frequência de exposição aos estímulos e/ou treinos (IAIA et al., 2009). Ao considerar a prescrição do HIIT, quanto a modalidades esportivas, o principal objetivo dos treinadores e atletas é produzir o melhor desempenho em um momento de tempo específico, preferencialmente na competição; porém, até o presente momento, não foi identificado marcador que, sozinho, possa medir respostas de aptidão e fadiga ao exercício ou predizer desempenho (BORRESEN; LAMBERT, 2009). Adicionalmente, a prescrição de exercícios para saúde, nestas características, deve contemplar medidas que proporcionem parâmetros de controle do treinamento para que este seja eficaz e seguro, sendo que as respostas orgânicas são dependentes da intensidade (TRILK et al., 2011) e da duração do exercício (GOTO et al., 2007; GOTO etal., 2011). A partir disto, acredita-se que a otimização do processo de treinamento resulta em melhora de desempenho e bem estar físico e, para isso, o controle


EXERCÍCIO INTERMITENTE NA TERCEIRA IDADE Ana Cristina Perez, Anelita Helena Michellini Del Vecchio, Miriam Valério, Leony Morgana Galliano, Fabrício Boscolo Del Vecchio

introdução O Conceito de idoso, transição demográfica e suas consequências Pensando de forma ampla na definição de idoso, observamos que o conceito varia entre as principais entidades científicas e estatutos de cada país. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), em países desenvolvidos, classificam-se como pessoas idosas aquelas com idade a partir de 65 anos e, para residentes de países em desenvolvimento, como o Brasil, esta classificação é adequada para pessoas com idade acima de 60 anos. A Política Nacional do Idoso (Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994) indica que a terceira idade inicia aos 60 anos, dado corroborado pela Organização das Nações Unidas – ONU (DEPS, 2003). Sendo assim, este capítulo, considerará como idoso todos os indivíduos com 60 anos ou mais, apesar do reconhecimento de que haja problemas na definição por corte etário, já que o estilo de vida de cada pessoa tem grande influência nas suas condições biológicas. De modo geral, observa-se que a população mundial vem adquirindo hábitos prejudiciais à saúde, principalmente no que diz respeito à má alimentação e estilo de vida sedentário. Mesmo assim, o número de idosos cresce significativamente no Brasil e em diversas regiões do mundo, isto se dá em decorrência da transição demográfica – termo utilizado para denominar o processo de redução das taxas de natalidade e mortalidade. A principal justificativa para este acontecimento contraditório é pautada nos avanços da medicina, que acabam proporcionando medicamentos e terapias que prolongam a vida da população (FLECK et al., 2003; VECCHIA et al., 2005). Primeiramente, a taxa de idosos começou a aumentar de forma acentuada nos países desenvolvidos, principalmente na Europa, devido ao maior desenvolvimento e consequente aumento na expectativa de vida. No Brasil, em 2010 havia 18 milhões de idosos – representando 12% da população, número expressivo ao ser comparado aos 14,5 milhões de pessoas com idade


EXERCÍCIO INTERMITENTE E EMAGRECIMENTO: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA Gabriela Brisolara Xavier, Tainá de Freitas Uszacki, Tanísia Hipólito, Fabrício Boscolo Del Vecchio

introdução O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade na população se constitui como problema mundial de saúde pública (DUMITH et al., 2011). Essa condição implica em consequências para a saúde e está associada a níveis elevados de diabetes tipo II e doenças cardiovasculares, ocasionando grande impacto econômico, gerando gastos para a população e governos (KARNIELI, 2008). Pesquisa americana aplicada há algumas décadas, cujo objetivo era avaliar as tendências e prevalência de obesidade nos Estados Unidos entre 1960 e 1994, encontrou dados de crescimento da prevalência de obesidade, independentemente da etnia ou nível socioeconômico dos indivíduos (FLEGAL et al., 1998). Esses valores seguem aumentando e caracterizam a necessidade de se organizarem políticas de intervenção para tentar controlar a obesidade, que atualmente é vista como emergência de saúde pública mundial (ALEXANDER et al., 2012; LIANG et al., 2012; JUNAIBI et al., 2012). Em estudo realizado no Brasil, foram coletados dados referentes ao período de 2006 à 2010 de sistema de monitoramento realizado por meio de inquérito telefônico, o qual avalia fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (VIGITEL). A população monitorada pelo mesmo corresponde a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em domicílios com telefone fixo nas capitais de 26 estados brasileiros e Distrito Federal. Os resultados do estudo apontam o excesso de peso e obesidade nos indivíduos de ambos os sexos, assim como maior tempo destinado a assistir TV por três ou mais horas por dia, caracterizando comportamento sedentário. Neste estudo, em relação ao excesso de peso e obesidade, encontraram-se os seguintes dados: aproximadamente 48% do total de indivíduos que respon-


REVISÃO SISTEMÁTICA DOS EFEITOS DO FUTEBOL RECREACIONAL EM ADULTOS NÃO ATLETAS1 Yuri Salenave Ribeiro1,2, Luis Américo Álvares Mezquita1, Fabricio B Del Vecchio1,2 1

Escola Superior de Educação Física – Universidade Federal de Pelotas.

Grupo de Estudos e Pesquisas em Treinamento Esportivo e Desempenho Físico. 2

introdução A adoção de estilo de vida saudável pode contribuir no aumento da qualidade de vida da população, sendo que a promoção e prática de atividade física (AF) são possibilidades de destaque (DEL VECCHIO et al., 2007). Neste contexto, relatam-se efeitos positivos da prática regular de AF em diferentes indicadores de saúde, assim como para variáveis da aptidão física, sendo que estes achados são observados em diferentes populações, com variados meios e métodos de prescrição de treinamentos (GONÇALVES, 2004) Por isso, a AF é reconhecida como instrumento para o enfrentamento de diferentes agravos (TANASESCU et al., 1994-2000). Assim, nos últimos anos a quantidade de diretrizes e orientações para que pessoas sejam fisicamente ativas tem aumentado, e diversas recomendações são publicadas com este objetivo. Porém, reconhece-se que apesar de tais esforços, o nível de inatividade física e de sedentarismo ainda é elevado em âmbito mundial(HALLAL et al., 2012) Adicionalmente, baixos níveis de AF estão relacionados com agravos de origem cardiovascular, musculoesquelética, além de prejuízos metabólicos (LEE et al., 2012). Sendo assim, estratégias adicionais são necessárias na tentativa para modificação deste panorama, fazendo com que estudos investiguem os efeitos da utilização de esportes como modo 1

Artigo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 18, n. 6, p. 655-668.


APLICAÇÕES DO EXERCÍCIO INTERMITENTE DE ALTA INTENSIDADE NA SÍNDROME METABÓLICA2 Fabrício Boscolo Del Vecchio, Leony Morgana Galliano, Victor Silveira Coswig

introdução A síndrome metabólica (SM) é conceituada pela associação de diversos fatores de riscos metabólicos, como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial, obesidade abdominal e dislipidemias (níveis elevados de triglicerídeos (TG) e baixos níveis de HDL – colesterol), além da presença de resistência à insulina (RI) (GRUNDY et al., 2004). Acerca de seu diagnóstico, há diferenças entre as entidades de saúde no estabelecimento de critérios para a identificação da SM (GRUNDY et al., 2004; BALKAU et al., 2002; I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA, 2005). Com o intuito de estabelecer um critério padronizado, uma normatização foi constituída em 2004 com a participação de diversas organizações de saúde (I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA, 2005). Assim, atualmente, diagnostica-se SM a partir da presença de, pelo menos, três dos seguintes componentes: i) Circunferência abdominal aumentada, a partir de análise dos padrões da população estudada; ii) Pressão arterial ≥130/85 mmHg; iii) Glicemia em jejum ≥100 mg/dL ou estar em tratamento anti-hiperglicemiante; iv) Triglicerídeos ≥150 mg/dL ou estar em tratamento para dislipidemias; v) Colesterol HDL <40 mg/ dL (homens) e <50 mg/dL (mulheres) ou estar em tratamento para dislipidemias (I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA, 2005).

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Artigo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 18, n. 6, p. 669-687.


APLICAÇÕES PRÁTICAS


COMPARAÇÃO DE DOIS TIPOS DE RECUPERAÇÃO ATIVA NO TEMPO DE EXAUSTÃO EM SPRINTS REPETIDOS NO CICLOERGÔMETRO Gabriela Marini Oliveira, Marcos Atrib Zanchet, Fabrício Boscolo Del Vecchio

introdução Muitas atividades esportivas, principalmente esportes coletivos ou com características de longa duração, como badminton, basquete, futebol e ciclismo, são de natureza intermitente, ou seja, caracterizadas por esforços repetidos máximos ou submáximos de curta duração, alternados com períodos de recuperação durante cada esforço, o qual é seguido de intensidade muito mais baixa ou interrupção. Essas características se referem ao exercício intermitente de alta intensidade (DORADO; SANCHIS-MOYSI; CALBET, 2004). Segundo Glaister (2005), os esportes de natureza intermitente, de maneira geral, consistem em tiros breves repetidos (menores ou iguais a 6 segundos) de trabalho máximo/submáximo intercalados com períodos de recuperação relativamente curtos (menores ou iguais a 60 segundos) de intensidade baixa/ moderada. Complementarmente, sabe-se que sprints ou tiros, são esforços de curta duração, desempenhados em alta intensidade e velocidade, igual ou superior à velocidade máxima do limiar de lactato (BILLAT, 2001). A condição física para se desempenhar sprints repetidos de curta duração durante um breve período de tempo tem sido sugerida como componente relevante da aptidão de esportistas de diferentes modalidades (BUCHHEIT et al., 2010). Embora muitos estudos tenham investigado a capacidade de sprints repetidos durante os últimos 10 anos, a duração dos sprints, o número de repetições, a duração e o tipo de recuperação, geralmente, não refletem as possíveis demandas fisiológicas de esportes como o ciclismo (SPENCER et al., 2006).


EFEITOS DE TRÊS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO ESPECÍFICO DE TAEKWONDO EM DIFERENTES VARIÁVEIS PSICOFISIOLÓGICAS Rossano Diniz, Daniel Guimarães Soares, Fabrício Boscolo Del Vecchio

introdução Dentre todos os esportes olímpicos de combate, um dos mais praticados no mundo é o Taekwondo (TKD), o qual é desenvolvido em 189 países filiados à World Taekwondo Federation (WFT) e por mais de 50 milhões de adeptos. Adicionalmente, ele tem uma grande observação dentro do campo científico, especialmente em questões como a preparação físico-técnica (Fargas, 1999; Bridge et al., 2007). Ao ser considerado esporte intervalado de alta intensidade (Campos et al., 2009), registra-se que ele tem relações de esforço:pausa de 1:3 a 1:4, ou seja, cada ação de alta intensidade de 3 a 5 segundos é seguida por um tempo de 3 a 4 vezes maior em baixa intensidade (normalmente com uso do step). Isto se dá em lutas simuladas ou mesmo dentro de uma competição, que em geral tem lutas de 3 rounds de 2 minutos, com 1 minuto de intervalo entre eles (Franchini; Vecchio, 2012) Para a prescrição de exercícios específicos no TKD, além do estudo temporal da modalidade, faz-se necessária avaliação de parâmetros fisiológicos de performance, pois,durante o treinamento, devem ser conhecidas e controladas diversas variáveis, dentre elas, a frequência cardíaca máxima, o limiar anaeróbio e o nível de tolerância ao lactato (Gómez, 2001). Diante de diferentes fatores, como capacidade física elevada, experiência em competições e musculatura preparada para esforços supramáximos, o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) se torna relevante por con-



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