Um colo ou um berço ou um braço quente em torno ao meu pescoço... Uma voz que canta baixo e parece querer fazer-me chorar... [‌] Um extravio morno da minha consciĂŞncia... E depois sem som, um sonho calmo num espaço enorme, como a lua rodando entre estrelas... Quando ponho de parte os meus artifĂcios e arrumo a um canto, com um cuidado cheio de carinho — com vontade de lhes dar beijos — os meus brinquedos, as palavras, as imagens, as frases — fico tĂŁo pequeno e inofensivo, tĂŁo sĂł num quarto tĂŁo grande e tĂŁo triste, tĂŁo profundamente triste! ... Afinal eu quem sou, quando nĂŁo brinco? Um pobre ĂłrfĂŁo abandonado nas ruas das sensaçþes, tiritando de frio Ă s esquinas da Realidade, tendo que dormir nos degraus da Tristeza e comer o pĂŁo dado da Fantasia. [‌] [‌] Tenho frio de mais. Estou tĂŁo cansado no meu abandono. Vai buscar, Ăł Vento, a minha MĂŁe. Leva-me na Noite para a casa que nĂŁo conheci... Torna a dar-me Ăł SilĂŞncio imenso, a minha ama e o meu berço e a minha canção com que dormia... — Bernardo Soares
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lågrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! — Fernando Pessoa MAR PORTUGUÊS
caranguejo đ&#x;Ś€ glifo ♋ (pinças do Caranguejo; seios) Polaridade Negativo Elemento Ă gua Modalidade Cardeal DomicĂlio ExĂlio Exaltação Queda
Lua Saturno JĂşpiter Marte
AnĂĄlogo Ă
Casa IV
20
Sidney Hall (1824)