#21 KEYWORD EDITION

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DIRETOR Fábio Sernadas

DIRETOR DE IMAGEM Pedro Afonso

COORDENADOR CONTEÚDOS Fábio Sernadas REVISÃO Ana Maia MODA Rafael Moreira, Cristiano Teodoro, Ana Patricio, Patrícia Dias Rita Castro, Mara Craveiro e Pedro Rocha CULTURA E LIFESTYLE Ivânia Duarte, Cátia Pimenta, Solange Rodrigues, Márcia Mendonça, Letícia Carvalho, Rita Luz COORDENADOR DE PAGINAÇÃO Fernando Leitão EDIÇÃO E PAGINÇÃO Patricia Meinedo Daniela Faria Bruna Pires

INFORMÁTICA Pedro Rocha

CONSELHO EDITORIAL Fábio Sernadas, Pedro Afonso, Ana Magalhães e Fernando Leitão A FAIRE é uma revista mensal, direcionada para o público curioso, também com uma plataforma online. A FAIRE foca-se em moda, mas abrange temas como beleza, cultura e lifestyle. A FAIRE compromete-se a apoiar editorialmente a moda e projetos inovadores. A FAIRE nunca se deixará condicionar por interesses partidários ou por qualquer lógica de grupo, assumindo responsabilidade apenas perante os que pode desempenhar um papel importante ao nível da sensibilização social, promovendo uma sociedade mais informada e igualitária. A FAIRE dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões. A FAIRE estará sempre atenta à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.



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CARTA DO DIRETOR TENDÊNCIAS DAS MALAS, AOS SAPATOS REGRAS PARA SE SER, UM BOM INFLUENCER BIQUÍNIS SUSTENTÁVEIS, VAMOS NAUGRAFAR ESTE VERÃO


ROTEIRO CULTURAL ESTAR NA MODA E RESPEITAR O AMBIENTE UMA PEGADA BASTANTE ECOLÓGICA PALHA PARA QUE TE QUERO HEAT HAZE

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ONE MORE STEP Verão é sempre sinónimo de mudanças e de desafios. Esta edição foi isso mesmo… e para nós, equipa de produção, equipa de redação e direção foi um mês de luta e mudanças. KEYWORD Edition é a edição de mudança para nós, é uma edição que servirá para refazer, recomeçar, corrigir e melhorar alguns dos nossos conteúdos. O nosso foco é e será sempre a moda nacional e ainda que não goste de utilizar a palavra provar, continuaremos a provar que somos bons no que fazemos e seremos uma lufada de ar fresco para a comunicação social. Somos jovens, somos dinâmicos, somos criativos e temos algo chave em nós… a vontade de fazer. Uma edição mais curta, mas igualmente arriscada e desafiante servirá de ponte para mais uns degraus da nossa escadaria do sucesso. Esta será a edição de julho e agosto e temos a certeza que em breve … continuaremos a surpreender, certamente pela positiva. Mistério? Sim estamos a criar algo inexplicável, mas algo que ficará para sempre na mente dos nossos leitores…

Fábio Miguel Sernados Diretor da FAIRE







DAS MALAS, AOS SAPATOS

Wandler está na ribalta novamente Por Patrícia Dias

O sucesso foi imediato quando a estilista holandesa Elza Wandler lançou a bolsa Hortensia, há apenas dois anos. Agora, a nova coleção de sapatos “cinco saltos estruturais em tons de arco-íris” está a atingir a mesma dimensão. Com apenas 31 anos, construiu a marca que se intitula pelo seu apelido. Apostou em malas distintas, como Hortensia, que continua a ter sucesso. A bolsa de tamanho médio, sozinha, contribuiu para mais de 20% das vendas totais da marca. Diferenciou-se pela diversidade de gerações femininas que a procuram: públicos que procuram marcas independentes e artesanais de luxo com preços acessíveis. O modelo Hortensia está à venda desde os 535€, sendo que outras versões começam nos 343€. A criadora revela que sente agrado ao perceber que as suas malas e sapatos não têm restrições de idade. “Eu definitivamente não tenho apenas uma mulher em mente”, afirma. As primeiras malas de Wandler foram lançadas no final de 2017 e,

hoje, a designer dirige uma equipa de sete pessoas, sediada em Amsterdão. A configuração estreita significa que se o cliente enviar uma mensagem direta para a conta do Instagram da marca, é provável que a própria criadora responda. Essa proximidade faz com que o designer tenha ferramentas em pensar no próximo fenômeno de moda contemporânea. O último sucesso foi uma coleção de cinco sapatos de salto alto. Cada um com quatro ou cinco cores diferentes, à venda a partir de 334€. Wandler justifica a escolha de saltos por “estarmos no meio do excesso dos tênis e eu gosto de criar sapatos sexys”. A criação destes acessórios é diferente porque a abordagem é mais rigorosa. Na indústria do calçado há fabricantes de saltos altos, fabricantes de tendências e fabricantes de sapatos. Mas para a criadora vale a pena este progresso. “O objetivo é elevar o estilo de uma mulher sem ela gritar”, explica. Os calçados Wandler estão à venda na Net-A-Porter, Matches, Browns, Bergdorf Goodman, MyTheresa, Moda Operandi, Galeries Lafayette, Harvey Nichols e Lane Crawford.


REGRAS PARA SE SER, UM BOM

INFLUENCER

As influenciadoras digitais bombardeiam, todos os dias, as plataformas com excesso de propaganda. Os consumidores têm-se tornado cada vez mais desconfiados quanto à venda social dos produtos. Por Patrícia Dias Camille Charrière, blogger de moda inglesa, admite que o seu trabalho é partilhar com os seguidores recomendações de marcas. Porém, não se intitula de influenciadora: “influenciadoras de marketing são mulheres que têm talento para exibir produtos, lugares e ideias para uma audiência” para ter sucesso é necessário “que tenham algo a dizer, além do poder de vender”, afirma a blogger. As redes sociais estão cada vez mais repletas de pu-

blicações patrocinadas e os consumidores tornam-se cada vez mais céticos em relação a vendas falsas. Um novo manual sustenta e potencia o alcance crescente de cada conta de marketing. Para se manter relevante, as marcas precisam de se adaptar às mudanças dos consumidores e pensar em novos métodos de apelar à atenção e gerar conversas entre o público.


Presença no online e offline

Apostar na credibilidade Pensar os A primeira solução é o uso da profissão para formatos alargar o alcance do público. Passar a ideia de que não vivem e sustentam apenas dos media. As marcas procuram cada vez mais influenciadores que não fazem das redes sociais profissão, mas sim que tenham outros meios de subsistência. Preferencialmente associados a estilistas, editores e fotógrafos, o que lhes dá maior credibilidade a comunicar com os seguidores.

As marcas procuram criar formas mais criativas de apresentar a dinâmica da marca através dos influenciadores. O propósito é distanciar a identidade do vendedor da figura que apresenta o produto. Por isso, com a diversidade das colaborações mais multifacetadas e de longo prazo as marcas pós-pagas já não dependem exclusivamente de um modelo de transação única.

Além do mais, empresas e influenciadores procuram diferentes pontos de contato, tanto no online como no off. O objetivo é estar ativo para além das postagens patrocinadas do Instagram. Enquanto este continua a ser a mais poderosa das plataformas digitais para as parcerias de moda. As empresas de moda estão à procura de uma nova linha entre publicações que tanto podem ser postadas, quer online como offline, nas redes sociais. Não só é gerada uma integração total entre o influenciador e a marca, mas também a diversificação de acesso ao conteúdo. Mesmo que plataforma digital passe por uma falha tecnológica que resulta num apagão, as páginas mantêm-se contactáveis.

O peso da influência Os influenciadores podem ser também um poderoso canal de persuasão em tópicos sociais e políticos que outrora eram descartados pelas marcas. Os consumidores mais jovens apoiam cada vez mais as crenças e hábitos das marcas que compram. Favorecem as empresas associadas e descartam aquelas com que não se identificam. Com esta evolução, os influenciadores têm mais a dizer sobre temas como sustentabilidade e diversidade do que nunca. Podem auxiliar as marcas a aproveitar as atitudes, e valores do público. Considera-se, conciliar o trabalho e fazer uma pequena diferença.


BIQUÍNIS SUSTENTÁVEIS,

VAMOS NAUGRAFAR ESTE VERÃO Por Mara Craveiro


Atualmente, as marcas optam cada vez mais pela sustentabilidade. E, como não podia ser exceção, este verão chega acompanhado de biquínis feitos de lixo e redes de pesca encontrados no oceano. Não ande à deriva. A Faire convida-a a entrar na onda da sustentabilidade. O lixo retirado do mar é útil nas mais variadas áreas e já anda nas nossas roupas, no calçado, nos acessórios e até nos biquínis. A Conscious Swimwear foi o nome que Joana Silva escolheu para o seu projeto, que nasceu da sua paixão pela moda e da sua preocupação de longa data com o ambiente. É uma marca de biquínis que utiliza apenas materiais sustentáveis. É o caso do econyl, um tecido italiano feito com lixo retirado dos oceanos e aterros, como o plástico, redes de pesca ou restos de tecido. Ao econyl, juntam elastano, um material necessário para este tipo de produto. Estas matérias-primas ajudam a reduzir desperdícios e a minimizar o impacto da indústria. A preocupação com o ambiente e a promessa de ma marca sustentável fez com que a criadora quisesse marcar pela diferença em todos os pontos da marca, inclusive no packaging. As caixas onde as encomendas são enviadas são pequenas, recicladas e recicláveis. A fita adesiva é feita com papel reciclado e as etiquetas são todas recicladas e recicláveis. O fio que prende a etiqueta é de algodão 100% biodegradável. Todas as peças são feitas à mão por costureiras, portanto, os biquínis são limitados e exclusivos. A primeira coleção da marca é composta por três modelos de biquínis com três padrões diferentes, separados por três partes de cima e três partes de baixo. A venda dos biquínis em separado é outra das características da marca e foi uma das primeiras decisões da criadora, uma vez que há pessoas que vestem um tamanho em cima e outro em baixo. O propósito é que os biquínis se adaptem a qualquer tipo de corpo e que todas as mulheres os possam usar. Considerada uma marca consciente, a sua produção é 100% nacional e sustentável. Os biquínis da Conscious Swimwear estão à venda a

partir do seu website e podem ser enviados para qualquer parte do mundo. A pretensão da marca é que as clientes levem para casa apenas o que precisam para evitar o consumo excessivo. O preço das partes de cima e das cuecas varia entre os 49 e os 55 euros por peça. As redes de pesca são materiais de difícil decomposição. E, como tantos outros resíduos, são encontradas em grande quantidade nos oceanos. Seguindo a tendência de algumas marcas, que utilizam resíduos do mar para confecionar roupa, a Volcom lança uma coleção de biquínis feita com redes de pesca. A premissa é retirar o máximo de lixo dos oceanos e trazer uma nova dinâmica ao mercado da moda com novidades para o verão. No fim do processo, as redes de pesca voltam para o mar, mas desta vez no corpo das mulheres. A coleção tem o nome Simply Solid e é o fruto de uma parceria da marca com a fábrica italiana de tecidos Aquafil. Juntas, as empresas utilizam econyl para fazer os biquínis, através das redes de pesca e de restos de nylon e alcatifa. O resultado são peças resistentes e leves. A nível de matéria prima, a marca não tem qualquer tipo de preocupação, pois, nos dias de hoje, há aproximadamente mais de 600 mil toneladas de redes de pesca em todos os oceanos. A intenção da marca foi criar uma coleção com significado e um propósito. Os preços dos biquínis variam entre os 28 e os 67 euros. A ideia de que os biquínis são apenas estampados bonitos e peças funcionais está a ser renovada. A sustentabilidade está cada vez mais intrínseca na moda e passou a ser tendência. Inspire-se na simplicidade dos tecidos e materiais naturais quando escolher o seu biquíni ou fato de banho, este verão.


PODES ESCOLHER...

O R O O FTO P

SILK CLUB (Lisboa) Está no Edifício Espaço Chiado, na Rua da Misericórdia, e tem uma variedade de cocktails e refeições de cozinha japonesa. Com Lisboa a seus pés e a vista sobre a cidade, o Silk Club, é um local perfeito para descontrair com um pouco de música à mistura. Membro do The World’s Finest Clubs, este bar oferece uma vista panorâmica para a cidade num ambiente exclusivo lisboeta.

O COCKTA IL

COCTELERÍA TAPAS (Porto) Todas as desculpas são excelentes para

descobrir o Porto e com a chegada de um dos meses quentes do ano, conhecer o Daiquiri Frozen Morango talvez não seja uma má ideia. Tal como o nome indica, podemos encontrar uma variedade de escolhas de cocktails, como também petiscos, sangrias e sobremesas.

O C ON CERTO

MUSE (Passeio Marítimo de Algés, 24 julho) No seguimento da apresentação do seu 8.º álbum, Londres e Madrid são algumas das cidades que receberão a banda MUSE, durante a sua digressão. Como não podia deixar de ser, a capital portuguesa é uma das paragens. No dia 24, todos os caminhos vão dar ao Passeio Marítimo de Algés para mais uma atuação inesquecível.


O R ESTA UR ANT E

Restaurante Torreão (Porto) as costeletas de cordeiro com molho de ervas, as bochechas de ou até o naco da vazia com molho de mostarda. Fim da conversa de chat Escreve uma mensagem... A originalidade está em cada prato servido, e a vista faz qualquer um render-se às belezas do centro histórico da cidade.

O FEST IVAL

Jazz no Parque 2019 (Serralves, 6-20 julho)

Quando falamos em jazz, as opções são habitualmente exclusivas. Com isto, está de regresso mais uma edição de Jazz no Parque, em Serralves. Os concertos decorrem durante as tardes de sábado (dia 6, 13 e 20), mas animação não faltará entre eles. Foi programado por Rui Eduardo Paes e terá colaborações inéditas como Pedro Melo Alves’ in igma, Fail Better! & Théo Ceccaldi e Ácidos & About Angels and Animals.

O restaurante Torreão é um projeto com características particulares tendo em conta a sua localização, os seus serviços. Com uma confeção exigente e primorosa, no Torreão vais deliciar-te com ótimas propostas de peixe ou carne, tais como o folhado de tamboril, a perna de polvo assada, o bacalhau, o atum, o risoto de espargos verdes,


OS FILMES Rei Leão Jon Favreau (18 julho) O filme de animação lançado em 1994 que tocou no coração de todos os que o viram, traz agora um remake prestes a chegar às salas de cinemas portuguesas. A história, mantem-se fiel à original: Simba, um jobem leão com o destino de se tornar o rei da selva.

Homem-Aranha Longe de casa Jon Watts (4 julho) Peter Parker embarcou numa viagem de duas semanas para a Europa com os seus amigos da escola. Como seria de esperar, foi convocado para mais uma missão heroica onde Londres, Paris e Veneza são o palco das suas aventuras.

Amor á segunda vista Hugo Gélin (6 julho) Do nada, Raphael acorda num universo paralelo bem diferente do que está habituado diariamente, um universo onde nunca conheceu Olivia, a sua esposa. Agora, há uma prioridade na vida deste homem: reconquistar o amor da sua vida.



ESTAR NA MODA

E RESPEITAR O AMBIENTE! AS TOALHAS DE PRAIA E OS ÓCULOS DE SOL QUE VIERAM TRANSFORMAR O VERÃO DE 2019 Por Rita Castro

A preocupação com o meio ambiente e as questões ligadas à sustentabilidade são alguns dos principais temas do momento. Estará Portugal preparado para este desafio? A sustentabilidade é uma realidade ao nível social, empresarial e governamental e é através da geração Millennial que se tem pensado com mais cuidado e profundidade as boas práticas ambientais e a política sustentável.

A preocupação com o meio ambiente e as questões ligadas à sustentabilidade são alguns dos principais temas do momento. Estará Portugal preparado para este desafio? A sustentabilidade é uma realidade que concerne diversas áreas: social, empresarial e governamental. E é através da geração Millennial que se tem pensado com mais cuidado e profundidade as boas práticas ambientais e a política sustentável. Portugal, para além de desenvolver cada vez mais campanhas de informação e sensibilização relativamente à reciclagem, tem vindo a focar-se também no desenvolvimento tecnológico, que respeita a otimização dos processos, a diminuição do consumo energético e das emissões de dióxido de carbono e

outros gases poluentes. No geral, os consumidores estão também mais consciencializados das escolhas que devem fazer, no que diz respeito ao combate às agressões aos ecossistemas e à alternativa da política sustentável. A Futah é uma das muitas marcas sustentáveis que têm produzido e crescido em Portugal. Esta marca produz toalhas de praia maleáveis, práticas e com um design inovador, que combina padrões inspiradores e distintos. Os produtos desenvolvidos pela Futah são compostos por fibras de algodão 100% naturais. Gwery é também uma nova marca de toalhas de praia 100% portuguesa e 100% algodão. Para além da originalidade, a marca procura a qualidade, o de-


sign e a inovação. Desenvolveu cinco coleções nos últimos dois anos, Signature, Feather, Honeycomb, Striped e Lone Summer, disponíveis na recente loja digital da marca. Além das toalhas de praia, também não podem faltar as propostas sustentáveis de óculos de sol – marcas que se focam nas necessidades da geração atual e que procuram atingir um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico, preservando as espécies e os habitats naturais. A Pica Pau Woodcraft, uma marca portuguesa de óculos de sol, nasceu em 2016 pelas mãos de três jovens estudantes, que sentiram a necessidade de criar uma marca sustentável com qualidade a preços acessíveis. Neste momento, existem duas coleções

no website da marca e os materiais usados para os modelos disponíveis são, essencialmente, madeira e acetato. A Skog, que em sueco significa floresta, é mais um exemplo de uma marca cujo objetivo é a produção de óculos de sol de qualidade, que durem bastante tempo e sejam produzidos com materiais exclusivamente sustentáveis. Para além da madeira, a marca passou a produzir modelos com acetato e outros materiais. A Resso é mais uma marca portuguesa de óculos de sol que trabalha também com madeira, seja ela de origem sustentável, de nogueira, carvalho, sucupira ou mão de obra artesanal. O sistema distinto da marca permite a abertura da armação, nos óculos, o que possibilita a aplicação de lentes oftálmicas ou a alteração para lentes solares. A indústria começa, assim, a desenvolver opções mais conscientes, que se preocupam com o bem-estar animal e o meio ambiente. As marcas Slow Fashion e estas marcas mencionadas, em particular, procuram através dos produtos que tem vindo a produzir dar a conhecer os seus valores e ideais e impulsionar a compra consciente, que pensa toda a cadeia produtiva de moda e que preza, acima de tudo, pela qualidade.


UMA PEGADA BASTANTE ECOLÓGICA

Por Ana Patrício

“Walk your Wayz” é o que está escrito na sola de cada sneaker da marca criada por Pedro Maçana e Daniel Gonçalves. WAYZ não é a primeira marca de calçado portuguesa a apostar na sustentabilidade, mas, para além da responsabilidade ambiental, incluem a social. Surgiram com o propósito de serem uns sneakers “feitos para durar, intemporais, confortáveis, versáteis e unissexo, os WAYZ são sapatilhas humanistas porque se preocupam com as pessoas e com o planeta.” Na perspetiva dos criadores, “não faz sentido, atualmente, lançar uma marca sem ter estas preocupações.” Tal como o nome remete, o objetivo é “ajudar as pessoas a encontrar os seus caminhos (Ways) para uma vida mais autêntica, com mais sentido”. Opostos à ideia de fast fashion, argumentam que não se pode continuar a produzir e consumir de forma irresponsável os recursos do planeta. É uma responsabilidade dos consumidores e produtores mudar os hábitos de consumo: “menos quantidade e mais qualidade a um preço justo”, salientam os criadores WAYZ. Fabricadas na zona norte do país, entre Felgueiras e São João da Madeira, o ciclo de produção dos sneakers é de 8 a 12 semanas, sendo que um par demora entre 60 a 90 minutos a ser feito.


A primeira coleção é composta por 4 modelos (The Hedonist, The Wanderer, The Misfit e The Sonder) e cada um destes com várias cores e com materiais reciclados e biodegradáveis. Acreditam que todos aqueles que estejam em contacto com a marca procuram a autenticidade. Assim, através da plataforma, os consumidores podem ter acesso ao historial de cada sneaker, ao seu valor real e ainda ter conhecimento de Como, Onde, Com Quê e por Quem são feitos os Wayz. Não só pode conhecer o seu par favorito disponível na página da campanha da plataforma de crowdfun-

ding Indiego, como ainda saber os custos de fabrico e o lucro da marca. Confessam à FAIRE que um dos objetivos futuros é criar uma loja online, no seu próprio website (www.walkyourwayz.com). Em parceria com o SAOM, - Serviço de Apoio das Organizações de Maria no Porto – 1% das vendas ajuda pessoas socialmente vulneráveis e a integrarem-se social e profissionalmente. Com “uma marca, um design e um conceito original” assumem que é o que os diferencia a nível nacional e mundial, conquistando consumidores conscientes.


PALHA PARA QUE TE QUERO por Patrícia Dias


Em acessórios, calçado e vestuário. Vai-se usar e abusar da palha este verão! Palha e verão sempre combinaram, o material transmite a leveza e a frescura, que a estação mais quente do ano requer. Se na coleção passada já se usava em chapéus e malas, agora até em roupa e calçado. Engana-se quem pensa que se usa apenas em bolsas de praia ou em chapéus. O artesanato está nos mais variados formatos, fazendo e completando looks casual chic. A oferta e variedade é muita e as conjugações possíveis de fazer também. Em looks mais formais proporciona um visual mais descontraído e leve. Em casuais, arrojado e singular. Na sua última coleção, a Pé de Chumbo apostou nos tecidos mais rústicos para a Primavera/Verão. A rafia foi a matéria prima escolhida. Uma prova de que mesmo peças mais arrojadas podem provir da tendência da palha. Mas não é só a marca de vestuário que usa o material. A Entrudo optou também pela rusticidade. Sapatilhas, chinelos, e sandálias deram vida à essência da marca nacional. “Tentamos sempre ir buscar os materiais mais usados pelos caretos e a palha é uma das matérias primas que eles mais usam nas suas vestes. Aplicamo-la, assim, frequentemente, na nossa coleção, combinando com os chapéus de palha e os cestos, que tanto estão na moda”. Nesta coleção, para além do calçado estenderam o uso da rafia a almofadas. A Entrudo confessa que aliar o conforto e o design é uma das preocupações. Só assim faz sentido criar modelos uteis, cómodos, e estéticos “Nesta estação acabamos de lançar uma mini coleção de almofadas, seguindo a mesma linha da marca, utilizando os mesmos materiais e as mesmas aplicações. Tanto nas almofadas como no calçado, temos sempre presente a qualidade das matérias primas, o rigor nos detalhes e aplicações, o conforto e naturalmente o design”. A palha veio para marcar o verão 2019. Uma tendência, leve e fresca.


HEAT Fotografia: Pedro Afonso Direção Criativa: Ana Magalhães Hairstyle: Nuno Abreu Modelo: Chloe da Karacter Agency


























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