#19 SOMETHING EDITION - 2

Page 1


DIRETORA CRIATIVA Ana Magalhães

DIRETOR Fábio Sernadas

DIRETOR DE IMAGEM Pedro Afonso

COORDENADOR CONTEÚDOS Fábio Sernadas REVISÃO Ana Maia MODA Rafael Moreira, Cristiano Teodoro, Ana Patricio, Patrícia Dias Rita Castro, Mara Craveiro, Luis Assunção, Pedro Rocha CULTURA E LIFESTYLE Ivânia Duarte, Cátia Pimenta, Solange Rodrigues, Márcia Mendonça, Letícia Carvalho, Rita Luz COORDENADOR DE PAGINAÇÃO Fernando Leitão EDIÇÃO E PAGINÇÃO Patricia Meinedo Daniela Faria Bruna Pires

INFORMÁTICA Pedro Rocha

CONSELHO EDITORIAL Fábio Sernadas, Pedro Afonso, Ana Magalhães e Fernando Leitão A FAIRE é uma revista mensal, direcionada para o público curioso, também com uma plataforma online. A FAIRE foca-se em moda, mas abrange temas como beleza, cultura e lifestyle. A FAIRE compromete-se a apoiar editorialmente a moda e projetos inovadores. A FAIRE nunca se deixará condicionar por interesses partidários ou por qualquer lógica de grupo, assumindo responsabilidade apenas perante os que pode desempenhar um papel importante ao nível da sensibilização social, promovendo uma sociedade mais informada e igualitária. A FAIRE dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões. A FAIRE estará sempre atenta à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.




WE WANTED TO SHOCK, CREATE A FUSION. PROTECT AND VALUE. SOMETHING CAME BACK... É um exercício de persistência e luta. Um exercício, onde somos obrigados a fazer para não esquecer algo, aquilo, aquele momento em que percebemos que algo mudaria. Estamos em constante rotação. Todos os dias somos invadidos, antes pelas televisões, hoje pelas redes sociais. Invadidos de forma gratuita de tudo e mais alguma coisa. Das promoções, dos produtos milagrosos e é aqui... aqui que temos de perceber onde está a diferença. Usar moda de autor, é algo que é possível e cada vez mais temos a prova disso. É um exercício educacional, onde os consumidores terão de perceber quais as qualidades e prejuízos. A nossa missão é clara, provar aos leitores que é possível. Que é possível criar algo nacional. Nesta edição, viajamos entre os mais diversos designers e criamos... Fomos ao toque subtil do designer Miguel Viera à inovação do Gonçalo Peixoto. Desmontamos as marcas clássicas e mostramos que é possivel sair a rua com nome portruguês. Desde Luis Carvalho, JJ Heitor à Inês Torcato, a moda é transversal e a imaginação de criar é infinita. Na capa temos a atriz Joana Ribeiro, onde o desafio foi colocado em cima da mesa e mostrarmo que é possivel... SOMETHING HERE... algo é possível! O Diretor, Fábio Miguel Sernadas


05 08 12 14 16 20 22 26 30

CARTA DO DIRETOR AS TENDÊNCIAS SISTEMA DE MODA SUSTENTAVEL A INFLUÊNCIA DA MODA NA ATMOSFERA SHOPPING

O ANO DE DESPERTAR DA MODA THE FEETING ROOM OLHAR A ANA ENTREVISTA

A CIDADE ONDE A MODA E A BELEZA EMERGEM


YNTENZO AGENDA COMÉRCIO NOSSO

32 34 40

DESIGUALDADE SALARIAL

42

CULTURA DE CANCELAMENTO

46

KATTY XIOMARA

48 50 54 59

ENTREVISTA

INFLUENCERS DIGITAIS JOANA RIBEIRO ENTREVISTA

SOMETHING HERE






Chegou o momento de revolucionar a moda e respeitar o planeta SERÁ POSSÍVEL CRIAR UM SISTEMA DE MODA SUSTENTÁVEL?

Num mundo cada vez mais globalizado, a moda do Terceiro Milénio sente necessidade de reafirmar a sua personalidade com o desafio de unir a natureza à tecnologia. As indústrias químicas e do têxtil desenvolvem matérias cada vez mais evoluídas tecnologicamente para poder atender às condições do consumidor moderno. Desta forma, surge um novo conjunto de produtos, capazes de resistir às mais diversas exigências sem se perder as particularidades do prático e atraente. A roupa é agora mais simples e pessoal, refletindo o rigor estético e as funcionalidades básicas. O Fashion Revolution, criado em 2014 por Carry Sommers, começou no online e já chegou a vários países. O objetivo deste movimento passa por sensibilizar todos os órgãos do sistema de moda a contribuir para uma indústria mais sustentável, que proteja as economias locais e os ecossistemas. Salomé Areias, docente e promotora da iniciativa, destacou este projeto pela necessidade de se criar uma organização onde se preza este tipo de posicionamento a nível de protesto e ativismo, acabando por trazer a Fashion Revolution para Portugal. Atualmente, as marcas de fast fashion como Mango, Primark e o próprio grupo Inditex começam a responder às pressões da moda sustentável. Estas marcas optam por dizer especificamente em que fábrica as peças foram feitas e por que equipa, principalmente, porque começam a perceber que o consumidor se preocupa com o fator exploração laboral e com a sustentabilidade ao nível das contaminações dos rios e solos. A coleção Conscious Exclusive da H&M feita com materiais de polyester reciclado e a coleção Join Life da Zara feita com algodão orgânico, lã reciclada e lyocell, um produto obtido através da madeira, são também alguns exemplos de coleções pensadas pelas marcas fast fashion que demonstram estar consciencializadas com a urgência de respeitar


o planeta e adotar o sistema de moda sustentável. As marcas Slow Fashion estão a crescer gradualmente no mundo da moda e a destacar-se através da política sustentável. Como forma de colmatar as “agressões” ao meio ambiente têm surgido marcas cujo objetivo é a preservação do ecossistema e, ao mesmo tempo, o alcance da exclusividade.

Atualmente, as marcas de fast fashion como Mango, Primark e o próprio grupo Inditex começam a responder às pressões da moda sustentável.

Green Boots, uma marca de calçado nacional, é também uma escolha ideal no que diz respeito ao sustentável. Cada par de botas demora duas a três horas até estar concluído e é feito de pneus reciclados, cortiça, produtos biodegradáveis e naturais. Além do mercado português, a marca está também na Lituânia, Alemanha, Itália, Rússia, Inglaterra, Canadá, França e Áustria. A Näz, criada em 2016, surge principalmente pela preocupação com o ambiente no contexto atual. Os seus produtos, feitos com materiais 100% reciclados, refletem a maior durabilidade e a qualidade superior em comparação com as grandes cadeias internacionais. Neste momento, a marca tem as peças à venda em várias lojas nacionais e europeias. Como diriam a maioria das marcas que têm vindo a apoiar o sistema de moda sustentável, para além de estarmos a respeitar e proteger o meio ambiente, estamos também a colaborar com marcas que prezam os ecossistemas, de forma consciente e original.


A INFLUÊNCIA DA MODA NA ATMOSFERA Engana-se quem pensa que a indústria aérea é a principal vilã da poluição. A indústria de vestuário e calçado é responsável por mais de 8% do impacto climático global negativo. Percentagem que supera as emissões de gases por parte de todas as viagens aéreas internacionais e marítimas (2%). São emitidos 1,2 biliões de toneladas de gases de efeito de estufa, dos quais 1,7 mil milhões correspondem a dióxido de carbono. Os números são ater-

radores e correspondem a valores anuais lançados por parte da manufatura têxtil e indústria de moda. Ainda que exista uma variante de fatores envolvidos neste panorama, a fome de inovação e consumo pode ser uma das principais causas. Entre 2000 e 2004 a produção global de vestuário duplicou. Na Europa e nos Estados Uni-

dos da América, estima-se que cada pessoa chegue a comprar 16 quilos de roupa por ano. A mola impulsionadora para o alcance destes números é designada “fast fashion”. Surgem ciclos de roupa caracterizados pelo aumento de velocidade de transformação e produção, com uso de grandes quantidades de recursos não renováveis.


Os amantes de moda, impulsionados por preços considerados “imperdíveis”, consumem descontroladamente e não refletem acerca do produto, ou seja, se necessitam dele, como foi feito e em que condições é produzido. Apesar do curto período de vida das peças no “fast fashion”, o poliéster é o material mais usado e demora cerca de 200 anos para se decompor. Desta forma, o slow design parece ser a fórmula para combater este desafio ambiental. Um movimento de moda sustentável que prolonga o ciclo de vida das roupas e recicla os materiais em novos itens.

Quantas peças de roupa tem no armário? A questão fica no ar e reflete-se na atmosfera.

Uma tendência que está a ganhar cada vez mais força e que se rege em função da consciencialização dos designers e dos próprios consumidores, tendo em conta o impacto provado pela produção linear, no ambiente. A aposta é que o slow design valorize o ato de comprar e priorize a qualidade ao invés da quantidade, nomeadamente através de têxteis mais éticos que estimem não só os criadores, como os produtos, a diversidade, mas também e fundamentalmente o ambiente. O objetivo é procurar iniciativas com maior responsabilidade ambiental, que pretendam

redirecionar o impacto deste consumo para um fim positivo. O desafio de reduzir as emissões de carbono parecer estar patente em ações bem simples: diminuir o desperdício, recusar compras impulsivas, investir em roupas de qualidade e substituir o consumo descontrolado por um consumo consciente e responsável. Vestir e calçar é uma forma de comunicar e espelha o património de uma sociedade. A moda deve refletir os nossos valores e ideais.






2019 O ANO DO DESPERTAR DA MODA O balanço de marcas de luxo em anos anteriores tem sido essencialmente positivo e as atuais expectativas estão altas. Em 2018, a indústria da moda registou valores significativos. A pesquisa relativa ao Estado da Moda da BoF-McKinsey revelou que 97% dos lucros advém de 20 empresas, a maioria no segmento de luxo. O McKinsey Global Fashion Index, com base no relatório The State of Fashion, elaborado em parceira com o Business of Fashion (BoF), prevê um crescimento de 3,5 a 4,5% para o

ramo da moda, números inferiores a 2018. Tendo em conta o ano anterior favorável, calcula-se que o segmento de luxo continuará a crescer. No entanto, devido aos resultados bastantes positivos de 2018, no relatório The State of Fashion, do presente ano, 42% dos entrevistados crêem que as condições piorem em 2019. A indústria da moda terá que compreender que algumas máximas antigas deixaram de funcionar e que, independentemente, do segmento e do tamanho, o

formato digital é uma prioridade. E, por isso, as empresas têm que assumir uma postura ativa, no que concerne a questões sociais e tomar atitudes transparentes e sustentáveis. A Inditex, a LVMH e a Nike são três monopólios que permanecem na ribalta atualmente. Estamos a falar de marcas tradicionais e próprias. Manter consecutivamente o nível é difícil, mas o segredo para a sua manutenção passa pelo seguimento das tendências, pelo foco em novos mercados, novas tec-


Se os preços praticados não são uma barreira, então constata-se que o cliente ainda aposta em marcas de luxo. Ao falarmos neste tipo de empresas é importante ter em conta a linha de imagem que estas seguem.

mundo - contabiliza vendas superiores a 42 mil milhões de euros. Lançou a sua própria plataforma digital, onde expõe as suas 70 marcas. Esta evolução tecnológica permitiu que a empresa se emancipasse através da incorporação na Web. Os clientes para além de comprarem os produtos, adquirem a imagem associada à marca.

Quando em transformação de mercado tradicional para online, os cuidados a ter com a identidade da marca são redobrados. O LVMH – um dos maiores grupos de luxo do

No universo do luxo, o Instagram é a rede que impera atualmente. A empresa Chanel é mencionada – “#chanel” - cerca de 60 milhões de vezes pelos seus fãs, comparado com as

nologias e uma reflexão sobre as necessidades dos consumidores.

mais de 1500 publicações oficiais da marca. Os consumidores são ativos no processo de compra pela sua atividade nas redes. Uma realidade que implica alteração de métodos de marketing, já visível em muitas marcas de luxo que aumentaram o investimento no digital e nos eventos. Este ano, com a atual força da tecnologia é possível criar estas relações de intimidade com os clientes, e claro, elevar a moda de luxo.


THE FEETING ROOM

A história de um espaço que tem algo para contar. É um espaço único, que marca pela diferença e procura contar a história singular de cada marca, realçando a sua qualidade e evidenciando o conceito da loja.


The Feeting Room é uma concept store que se foca em calçado e artigos de lifestyle. Fundada em 2014, iniciou-se no formato de pop-up store no Centro Comercial Arrábida, em Vila Nova de Gaia. O ADN deste projeto assenta na colaboração com marcas e designers independentes, no mundo da moda. A gestão da marca é feita pelos fundadores Edgar Ferreira e Guilherme Oliveira, que têm um envolvimento ativo e contínuo, gerando um modelo de negócio diferenciador e cuja chave é uma relação “co-branding” entre parceiros. As marcas apresentadas são cuidadosamente selecionadas e integram-se no segmento premium. É dada particular impor-

tância à seleção de artigos que se destacam e têm a possibilidade de ultrapassar tendências, dessa forma seguem o conceito de slow fashion e apelam a um público diversificado e com gosto por moda, arte e design, com uma opinião individual e marcada sobre as mesmas. A The Feeting Room procura estabelecer-se como referência na curadoria de calçado português e, desse modo, privilegia marcas portuguesas como a Lemon Jelly, Nobrand, Gladz, Exceed Shoe Thinkers e Perks. Um dos principais objetivos da marca é destacar a qualidade do calçado português, mesmo em comparação com outras grandes marcas, e dar visibilidade

não só aos portugueses, mas também ao público internacional. Para além do calçado, a The Feeting Room assume-se como curadora de lifestyle. Na loja, encontram-se marcas de vestuário nacionais e internacionais como Carla Pontes, Luís Carvalho, +351, Litoral, House of Sunny e Rains, também presente temos os acessórios da António, Maria Maleta e Manjerica, no caso da joalharia, destacam-se Carolina Curado, Sopro Jewellery e Inês Telles, por fim, artigos para o lar e escritório, como os cadernos da Fine & Candy.



Após o sucesso da pop-up store, a marca abriu a sua loja, no Porto, em abril de 2015, com uma localização estratégica, no centro da cidade, e um espaço desenhado de forma dinâmica para o público, onde se combinam elementos modernos e tradicionais. O intuito é fazer com que os clientes se sintam bem-vindos a um espaço que procura contar algo como uma história, dessa forma, existe um cuidado para com a exposição dos produtos de forma a evidenciar o caráter de curadoria do projeto.

enquanto folheiam revistas alternativas, no segundo piso da loja ou na esplanada criada para o efeito.

No verão de 2016, seguindo a tendência já presente noutras grandes cidades europeias, integrou-se, na loja, um espaço de café, onde os clientes podem desfrutar de café de especialidade da SO Coffee Roasters

No Chiado, por oposição à loja do Porto, optou-se por um único piso amplo que conta com alguns espaços desenhados exclusivamente para marcas específicas, implementando-se aqui o conceito shop-in-shop, inova-

Em dezembro de 2016, a The Feeting Room abriu uma nova loja na baixa lisboeta. O espaço apresenta uma estética industrial em que a intervenção passou por deixar os materiais em bruto. Há um cuidado especial na exposição dos produtos, de forma, a dar relevo ao seu design e qualidade, não expondo uma quantidade excessiva de artigos

dor em Portugal. Neste momento, as parcerias shop-in-shop, na loja The Feeting Room Lisboa, contam com os perfumes e velas, entre outros, da Clash Fragrances, os acessórios de design da britânica Lund London e a lingerie da Type, que se encontra também disponível na loja do Porto. A The Feeting Room planeia, num futuro próximo, manter-se ativa nos seus espaços através de exposições, atuações de DJs, lançamentos e apresentações de vinis, revistas e livros. A ideia original mantém-se, aliada ao conceito principal que tenciona conciliar o convívio informal com uma vertente cultural, para cumprir o objetivo de expor as marcas.


OLHAR A ANA Não é a mulher dos sete ofícios, mas é de três. Ana Viriato, nascida na cidade Invicta, é apresentadora de televisão, tem o seu canal de Youtube e é sócia gerente de um ginásio. É mãe e esposa e se os dias tivessem mais doze horas, Ana agradeceria.

Licenciada “ao acaso”, tal como confessa, em Educação Física, Saúde e Desporto, tornou-se uma das dez novas caras da RTP, aquando os redondos cinquenta anos da estação, em 2007. Foi e é uma apaixonada pelos palcos: “quando terminei o 12º ano queria seguir artes: dança, teatro; mas não consegui convencer os meus pais que podia passar por aí o meu futuro. Acabei por me inscrever em Educação Física, na tentativa de mudar mais tarde, mas comecei por gostar da vertente mais Fitness do curso e finalizei com sucesso. Em 2004 fui para Londres, na tentativa de fazer mais

formação na área da dança e representação e foi aí que percebi que era no palco que me sentia mesmo bem”, conta a apresentadora à FAIRE. As peças estão montadas e agora já todos conseguimos encaixá-las no puzzle chamado “As Competências de Ana Viriato”. Foi apresentadora da “Praça da Alegria” e repórter no “Portugal do Coração e “Verão Total”, mas, em 2014, assumiu o comando do programa com mais estilo da televisão portuguesa. Olha-se a moda, as tendências, os estilistas, os blogues e todo

o mundo do bem-vestir. O “What’s Up – Olhar a Moda” é o magazine de moda da RTP2, que já conta com mais de cem programas. Surgiu na vida de Ana na altura ideal: “estava à procura de uma mudança na minha carreira, sentia que precisava de crescer e este programa foi sem dúvida muito importante na minha evolução como apresentadora”, desabafa Viriato. O grande objetivo do programa é divulgar a moda nacional a todos, independente do espaço geográfico, sem nunca esquecer a exigência de quem o vê. Dessa



forma, Ana defende o seu programa como se fosse um vestido de design único: “a moda é transversal e deve chegar a todos no seu verdadeiro sentido. A RTP2 tem um público muito exigente e o “What’s Up” conseguiu sempre surpreender positivamente (…) sempre com a preocupação de dar voz aos principais protagonistas da moda, em Portugal, nas principais cidades da moda”. Nestes cinco anos já foram visitados mais de vinte países e realizadas mais de seiscentas reportagens. Apesar dos números menos animadores, a vontade de fazer mais e melhor é uma constante. Isto porque, grande parte dos espectadores vêm do digital. Ana Viriato considera

vantajosa a dinâmica que existe, hoje, no consumo de conteúdos de media em que cada um consome o que mais lhe convier, quando quiser. A apresentadora considera as redes sociais uma ferramenta amiga do programa: “sou de uma geração que teve que se adaptar às redes sociais e perceber a importância das mesmas para divulgar o nosso trabalho. Não foi fácil, mas agora tenho consciência que são plataformas rápidas e eficazes para comunicar”, conta Ana. De difícil adaptação, mas agora uma realidade indissociável da apresentadora. Fã da comunicação direta e personalizada,

Ana criou o seu programa. O “Viriato no Feminino” é o canal de Youtube da apresentadora. É ela, são os convidados, são as vidas de cada um dos que por lá passam: “reflete um pouco da minha vida e do meu dia a dia e visa oferecer, de uma forma divertida, soluções e dicas úteis para a vida dos meus seguidores”, explica-nos. É aproveitar e agarrar as deixas, até porque há surpresas. Palavra de Viriato é certa: “em breve vou ter novidades...”.


A vida de Ana é movimento, agitação, passos de dança ritmados do seu sonho que se desviou. E bem. Ana tem na definição de moda, a definição de vida: “colorida e nada "aborrecida"”. Do desporto sobra o que sobra à moda também. São o esforço e a dedicação. Ana finaliza: “quem trabalha na área da moda assim como quem trabalha na área desportiva tem que manter o foco sem perder de vista quem está ao lado a competir”. Ana não tem competição à vista. É cheia de ritmo, de coreo-

grafias e exercícios físicos galopantes que se movem ao som do tempo. É a arte de vestir e a arte de comunicar.

No fundo, Ana Viriato talvez esteja a cumprir o sonho que sempre teve.


NYC A CIDADE ONDE A MODA E A BELEZA EMERGEM “A cidade que nunca dorme” – é assim que a conhecemos. Nova Iorque (NY) é um dos epicentros do comércio mundial.

A moda e a beleza são dois ramos que acompanham esta emancipação.

Os tempos de glória de NY como líder de moda já vêm desde 1943, quando se deu início à semana anual da Moda. Em 2018, as empresas startup em ascensão receberam 30 % mais financiamento para tecnologia de moda e beleza face ao anterior. Recorde este que chegou aos 612 milhões de dólares. Isto porque, hoje, os investidores apreciam que as empresas tenham uma relação íntima com o público. “A cidade de Nova Iorque continuará a ser um lugar onde as próximas empresas de moda e beleza começam e crescem”, é assim que a co-fundadora da startup Runway, Jennifer Hyman, o esclarece. Neste enquadramento diver-

sas são as marcas que se criam e lançam. Empresas recentes, como a Glossier Inc e a Rent the Runway Inc, de maquilhagem/ beleza e moda respetivamente, ascenderam e rapidamente atingiram o chamado “empreendimento unicórnio” - startups tecnológicas que alcançam um milhão de dólares de valor de mercado. As redes sociais e os websites de compras online constituem plataformas que impulsionam esse progresso. O futuro promissor destas empresas passa pela construção de negócios e ideias revolucionárias, que alimentam uma relação íntima entre a marca e o consumidor. Atualmente, em

NY, existem sete grandes unicórnios, segundo a plataforma PitchBook. Shan-Lyn Ma é fundadora da marca Zola. Sobre o crescimento do seu projeto confessou que “a startup triplicou o seu número de funcionários, nos últimos dois anos, e prepara-se para lançar um novo website. Recentemente, abriu a sua primeira loja na Quinta Avenida (a mais emblemática da cidade)”. As compras online têm assim ganho força nos media sociais, que por sua vez são uma forma de divulgação do produto. As empresas apostam nas redes sociais e veem o seu mercado em expansão. Blogues, websi-


tes, Instagram, Facebook, ou mesmo aplicações, são elos de fidelização entre o público e as marcas de moda e beleza. As páginas são uma ferramenta de proximidade com o consumidor e podem mesmo conter caixas de diálogo, feedback e questões. As empresas que investem no mundo digital estão assim à frente do comércio tradicional pela sua estreita ligação com os consumidores. Inúmeras startups, que outrora estiveram em fim de vida, renascem das cinzas, após a aposta na tecnologia.

Natalie Mackey é diretora executiva da Winky Lux, empresa de cosmética, e afirma que a ligação de marcas de moda com tecnologia reformou permanentemente a indústria. “Esta nova geração de empresas é ágil, inovadora e capaz de falar diretamente com o cliente” remata a mesma. Concluiu ainda que “o empreendimento continua a ter um peso significativo no apoio ao público: o melhor método de como inspirar e galvanizar os clientes jovens”.


YNTENZO Portugal é mar, é terra. As terras lusas são flores nos descampados, são perfumes naturais e os Yntenzo. A marca de perfumes e cuidados de beleza diz ter Portugal nas suas fragâncias. E cada uma é para cada um dos portugueses. É levarmos a pátria na nossa pele. É ter o país cravado no trabalho, num encontro, com ou sem razões especiais. É ter fado em forma de perfume.

A Yntenzo é para os que respeitam o que é nosso. É o antigo e o novo Portugal. São séculos de histórias em frascos, embalagens de cartão e borrifadores. É a arte da perfumaria feita à mão. É a história recente com testes a não serem realizados em animais e com a devida responsabilidade ecológica.

Ginger & Cedarwood

Ghestnut & Vanilla

Citrus & Amberwood

Perfume forte e marcante, com toque amadeirado e de couro.

Ideal para os jovens devido ao seu toque fresco e cítrico, com doce da baunilha e acorde de castanha.

Toque amadeirado e com notas cítricas. Ideal para o português mais tradicional e clássico. É por isto que gostamos tanto dela.



AGENDA

CINEMA

CASAL IMPROVÁVEL Estreia: 9 de maio Inteligente, sofisticada e talentosa, Charlotte Field é uma das mulheres mais influentes do mundo e uma diplomata poderosa com um talento para quase tudo. Fred Flarsky, jornalista talentoso e livre, tem uma tendência autodestrutiva. Os dois não aparentam ter nada em comum à exceção de ela ter sido sua babysitter e também a sua primeira paixão. Depois de um reencontro repentino, enquanto se prepara para concorrer à Presidência, Charlotte impulsivamente contrata Fred como seu compilador de discursos.

JUNTOS PARA SEMPRE Estreia: 16 de maio Uma parceria entre a Universal Pictures e a Amblin Entertainment, o drama resgata o cachorrinho Bailey e dá-lhe um novo destino a seguir e novas pessoas para cuidar. Na sequência, Bailey vive na fazenda de Ethan e Hannah onde conhece CJ, a neta do casal. A sua nova jornada começa quando a mãe de CJ a leva embora da cidade e Bailey promete a Ethan que cuidará da menina a qualquer custo, para toda a vida.

ALADDIN Estreia: 23 de maio Aladdin liberta o génio da lâmpada e tem os seus desejos atendidos. Porém, ele logo descobre que o diabo tem outros planos para a lâmpada - e para a princesa Jasmim.

GODZILLA II: REI DOS MONSTROS Estreia: 30 de maio A nova história de Godzilla acompanha os esforços heróicos da agência cripto-zoológica Monarch à medida que os seus membros combatem uma série de monstros gigantes, incluindo o poderoso Godzilla que enfrenta Mothra, Rodan e o maior dos seus inimigos: o tricéfalo King Ghidorah. Quando estas super criaturas primitivas – que se acreditava não passarem de mitos – ressurgem, competem pela supremacia colocando a humanidade em risco.


ESPETÁCULOS THE DREAM IS THE DREAMER de Catarina Miranda Teatro do Campo Alegre, Porto 9 de maio de 2019

The Dream is the Dreamer uma evocação espacial, um exercício cénico onde uma topografia ficcional é ativada, estabelecendo um imaginário coletivo, através do desenvolvimento da palavra e do gesto. Através da manipulação de matérias plásticas, as dimensões monstruosas e humanas de um corpo-pele-carne, são colocadas em relação e evidência. MICRO-SHAKESPEARE Castelo de São Jorge, Lisboa 9 de maio de 2019

O Laitrum Teatre sintetizou cinco obras monumentais de Shakespeare em peças de 8 minutos para cinco teatros em miniatura, concebidos como pequenas obras de arte. A peça “Micro-Shakespeare” oferece ao público o prazer sensorial de se colocar na pele de um ator e manipulador de objetos, percebendo o que se pode sentir neste papel. Cada um ocupa o seu lugar num destes pequenos teatros, seja como intérprete ou como espetador. Aqui, é o espetador quem faz o espetáculo. FESTIVAL DDD: DIAS DA DANÇA COMPANHIA de João Santos Martins Serralves, Porto 7 de maio de 2019

AVION PAPIER LU.CA Teatro Luís de Camões, Lisboa De 18 a 26 de maio de 2019 Avion Papier (Avião de Papel) é um sonho poético no cruzamento das artes digitais, da música e do teatro de objetos. Um verdadeiro cine-concerto sobre rodas, com um músico-ator, instalações visuais e sonoras, e personagens que fogem do ecrã.

Companhia é o reencontro de João dos Santos Martins com a equipa de Projeto Continuado (2015), dando sequência aos processos de colaboração e investigação então iniciados e marcados por relações de afeto e labor. O espetáculo investe esteticamente na ideia de dança enquanto trabalho, utilizando casos de estudo que examinam, por exemplo, a sistematização do movimento operário na relação estabelecida com as máquinas, de onde surge um conceito de coreografia enquanto tecnologia ou prótese.


LITERATURA

“OS PECADOS DO PAI” Jefrrey Archer

“JOGOS CRUEIS” Judi Picoult Vítima ou suspeito? Eis a dúvida. O homem que ama é acusado de violação e não é a primeira vez. O juiz repetiu: «Admite que teve conscientemente contato sexual com Catherine Marsh para satisfazer os seus próprios desejos?». «Sim, Meritíssimo», afirmou Jack com uma voz que teimava a não ser a dele.

“O OLHO DE DEUS” James Rollins O comandante Gray Pierce e a Força Sigma preparam-se para descobrir uma verdade ligada à decadência do Império Romano e a um mistério que remonta ao início da Cristandade, assim como a uma arma escondida há séculos e que encerra em si o futuro da humanidade.

“Os Pecados doPai” é um romance lançado em 8 de maio de 2012 por Jeffrey Archer e o segundo livro da série Clifton Chronicles. Seu enredo se passa alguns dias antes da Grã-Bretanha declarar guerra à Alemanha onde o protagonista busca revelações sobre seu passado.

“ESTÁ TUDO F*DIDO” Mark Manson Vivemos numa época estranha. Temos mais liberdade, saúde e riqueza do que em qualquer outra época da história e mesmo assim tudo à nossa volta parece exageradamente f*dido: o aquecimento global, a queda de governos, o colapso das economias e todos parecem estar efetivamente ofendidos nas redes sociais. Temos acesso a tecnologia, educação e formas de comunicar que os nossos antepassados nem sequer imaginavam, mas ainda assim sentimos uma esmagadora desesperança. Afinal, o que é que se passa connosco? Um livro de leitura obrigatória que nem todos merecemos, mas de que todos precisamos.


MÚSICA THE GIFT Casa da Música, Porto 12 de maio de 2019 A tour nacional “The Gift – Primavera/Verão”, recentemente iniciada pela banda de Alcobaça, apresenta o seu sétimo álbum de originais, “Verão”. Lançado com um espaço de mais de seis anos em relação a “Primavera” diz-se ser uma continuidade não necessariamente óbvia – até porque este Verão “não é do mar” nem das “cores vivas ao sol”, é “o calor visto de dentro” e nele “corre apenas uma brisa”. A promessa de intimidade por parte de uma banda que nos habituou a uma propensão épica.

BACKSTREET BOYS Altice Arena, Lisboa 11 de maio de 2019 Backstreet Boys anunciam a maior digressão dos últimos dezoito anos de carreira, que passará por Lisboa a 11 de maio, na Altice Arena. A banda traz o tão aguardado novo álbum “DNA”, lançado a 25 de janeiro através da RCA Records.

SALVADOR SOBRAL Coliseu dos Recreios, Lisboa 10 de maio de 2019 Salvador Sobral atua pela primeira vez, em nome próprio, no Coliseu de Lisboa, a 10 de maio. Será o espetáculo de apresentação ao vivo do novo álbum, “Paris, Lisboa”, lançado em março. Em 2017, Salvador Sobral foi o primeiro artista português a vencer o Eurovision Song Contest, que se realizou em Kiev, trazendo o título para Portugal com “Amar pelos Dois”, canção que conquistou o país inteiro. Agora chegou o momento de subir ao palco do Coliseu, rodeado dos seus companheiros de sempre: Júlio Resende, no piano, André Rosinha, no contrabaixo, e Bruno Pedroso, na bateria.


ARTE A MULHER Helena Abreu SBN Galeria: Rua de Cândido dos Reis, 78, 4050-151, Porto De 11 de maio a 9 de junho de 2019 Ao falar de Helena Abreu é importante falar na relação de cumplicidade com a figura da mulher nos mais diversos contextos. A mulher maternal, a mulher trabalhadora, a mulher nova e idosa, todas elas foram o seu tema preferido ao longo de décadas. As obras presentes nesta exposição são prolongamentos de alguns dos melhores trabalhos da pintora, abrangendo o período entre 1985 a 2008. Nestas fases Helena Abreu exprime a sua notável sensibilidade perante a Mulher no seu espaço envolvente, revelando sempre um cuidado rigoroso na composição dos seus quadros. São momentos captados, por vezes tensos e desesperantes, ou então imensamente serenos e solitários.

OUR HEROES KNOW YOUR HISTORY Fábrica Braço de Prata, Lisboa De 2 de maio a 1 de junho Uma grande exposição colectiva, organizada pela Galeria Nimba, em colaboração com a Associação Razão D’Arte, que reúne as obras de mais de 160 artistas nas 10 salas de galeria da Fábrica. Nas paredes, as obras mais recentes de artistas que integram os vários países membros, assim como alguns dos países observadores.

CORPO E PAISAGEM Centro de Cultura Contemporânea, Castelo Branco Até 29 de julho Depois de apresentada em simultâneo em Bragança e Sabrosa, a obra O Tempo – Passado e Presente, da autoria de Paula Rego, é o ponto de partida para a exposição que se realiza em Castelo Branco. O corpo e a paisagem a partir de criações de épocas distintas e de domínios diversos, como a pintura, a escultura, o desenho ou a fotografia são temas privilegiados da exposição. A seleção de obras, maioritariamente de artistas contemporâneos portugueses, é complementada por objetos de diversas proveniências, como a Síria, a Turquia ou o Japão, que Calouste Sarkis Gulbenkian reuniu desde finais do século XIX.


SERRALVES EM FESTA 2019 Fundação de Serralves, Porto De 30 de maio a 2 de junho Serralves em Festa tem o propósito de celebrar Serralves como um espaço inclusivo da arte contemporânea e da cultura, incorporando ainda o pensamento e práticas ligadas à reflexão sobre o meio ambiente e a paisagem. O maior evento de cultura contemporânea em Portugal e um dos maiores da Europa, conta com centenas de atividades que decorrem nos vários espaços da Fundação de Serralves. Ao longo dos anos, Serralves tornou-se num ponto de passagem obrigatório para milhares de visitantes portugueses e estrangeiros e em 2018 bateu todos os recordes de público ao receber mais de 249 mil visitantes. O evento anual mobiliza a cidade do Porto e o País e assinala este ano a sua XVIª edição. Para 2019 a proposta do evento assenta numa programação de projetos performativos apresentados em espaços não convencionais ou em diálogo com determinados locais da Fundação de Serralves, nomeadamente o Foyers do Museu e do Auditório, a Casa e o Parque de Serralves.

OS MUNDOS POSSÍVEIS DA LITERATURA VISUAL de Júlio Pomar Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) – Museu do Chiado, Lisboa 22 e 23 de maio Júlio Pomar, para além de pintar, fez esculturas, assemblage, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Publicou livros de poemas, crítica de arte e retratou figuras literárias como Camões, Fernando Pessoa, Bocage, Baudelaire, entre outros. Com a organização do Museu Nacional de Arte ContemporâneaMuseu do Chiado, do Atelier Museu Júlio Pomar e CETAPS (FCSH/NOVA), este encontro realizar-se-á no MNAC-MC a fim de homenagear Júlio Pomar e analisar o diálogo inter-artes e a intertextualidade visual que caracteriza a obra do artista.


COMÉRCIO NOSSO ALGO PARA TODOS OS GOSTOS: UMA DAS MELHORES FACETAS DO NOSSO COMÉRCIO

Mão Esquerda desde 2014

Loja e Cafetaria do Museu da Marinha desde 2014 “Vamos a algum lado comer qualquer coisa”. É uma frase bastante comum e um pouco sintomática dos dias rápidos que correm. A oferta crescente para um qualquer serviço ou bem e os horários apertados que nos regem significam que, por vezes, a indiferença ou imediatismo são privilegiados. Porém, alguns comerciantes de portas abertas para as ruas das urbes ainda lutam para afirmar um conceito forte e, batendo o pé, dizem orgulhosamente: “não é qualquer coisa, somos nós!”

Este dito com orgulho é facilmente perceptível na Loja e Cafetaria do Museu da Marinha em Lisboa, um estabelecimento único que beneficia da partilha de espaço com o museu. Neste estabelecimento, a nossa história naval é dada a conhecer sob a forma de livros e artefactos, tendo os visitantes também a possibilidade de adquirir lembranças interessantes e diversificadas. E quando a fome aperta, há sempre um ótimo serviço de cafetaria à disposição.

No Porto, a loja vintage de roupa em segunda mão, Mão Esquerda, também afirma a sua unicidade com peças invulgares, tais como roupa japonesa de várias décadas, vestidos dos anos 40 a 80 e até verdadeiros kimonos vintage japoneses, em seda. Para as proprietárias, Lígia e Carolina, a roupa não é uma qualquer coisa que simplesmente se descarte. Há sempre uma segunda vida em cada camisa, cada casaco ou uma época a reviver num chapéu, numas calças… Os artigos são cuidadosamente lavados, passados a ferro e, se necessário, reparados, para que esta segunda vida seja cheia de novas possibilidades. Em Aveiro, mais especificamente na Praia da Barra, a história escrita desde 1996 pela loja de roupa e desportos de ondas Tribo do Sol, assim como o seu papel ativo na comunidade,


Casa Bouças desde 1905

coloca-a a léguas de distância da designação “mais uma loja qualquer”. Sinergias com produtores locais para o fabrico das suas roupas que fortalecem a economia da zona e uma paixão pelo surf na sua vertente mais lúdica, criaram laços fortes e memórias inesquecíveis para muitos. Com o fantástico espólio fotográfico que a marca divulga nas redes sociais, o sol e areia nunca estão longe do coração.

Sónia Fardilha e Miguel Galante idealizaram uma marca que funcionasse com um único artigo, algo que marcasse a diferença. A inspiração veio de um item que se vendia muito bem nas suas estadias em praias algarvias: a bola de Berlim. Inauguraram a Bolinha Come, em São João da Madeira e apesar de se dedicarem exclusivamente a estas delícias de pastelaria, a oferta de recheios é infindável. Qualquer coisa de fantástico.

Já na Casa Bouças, em Braga, a expressão “qualquer coisa” adquire um significado diferente. Entre fechaduras, equipamentos para profissionais picheleiros, mecânicos, eletricistas, ferramentas para construção e agricultura, caçarolas e bules em ferro fundido, pode-se dizer que se encontra qualquer coisa para o universo utilitário doméstico. A própria antiguidade do estabelecimento, aberto desde 1905, diferencia-o de restantes casas de ferragens.

Quando apreciamos algo, por vezes, não conseguimos dar uma explicação. Apenas podemos dixer que existe um je ne sais quoi, um qualquer motivo insondável para o nosso fascínio. Talvez uma consequência da infinita combinação de variáveis e estímulos que constituem o ser. Consequentemente, é agradável verificar que o comércio de rua continua bem vivo e capaz de oferecer algo para todos os gostos. Seja um produto, um estado de espírito, uma história, ou uma estética, o certo é que negócios liderados por pessoas dedicadas e engenhosas vão sempre encontrar um público. No fundo, tratam-se de negócios que têm… qualquer coisa.

Bolinha Come desde 2017

Tribo do Sol desde 1996


DESIGUALDADE SALARIAL A luta pela igualdade de género persiste, dia após dia, e são poucas as práticas que ajudam a que certas injustiças acabem. A desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda se encontra bastante presente na indústria da moda.


No dia 10 de abril, é celebrado internacionalmente o dia da igualdade salarial, estabelecido em 1996 pelo Comitê Nacional sobre a Igualdade salarial. O dia tem como principal objetivo consciencializar as mulheres que lutam, constantemente, quando se trata de diferenças salariais entre homens e mulheres no mesmo emprego. Uma das últimas pesquisas realizadas sobre este tema confere que a maioria das mulheres que trabalha na área dos negócios ganham menos 20% do que os seus colegas de trabalho do sexo masculino. Embora as marcas de moda e beleza sejam,

tradicionalmente, consideradas mais femininas e a base de consumidores composta maioritariamente por mulheres, a verdade é que a indústria da moda não é justa quando se trata de oferecer as mesmas condições de pagamento. No Reino Unido, as empresas são obrigadas por lei a compartilhar publicamente a informação sobre os salários, com a esperança de que ao perder a capacidade de ocultar qualquer disparidade salarial entre homens e mulheres, as disparidades irão começar a diminuir e, eventualmente, acabarão por desaparecer.

No entanto, à medida que os dados se começam a propagar, é possível perceber que enquanto as marcas de moda e beleza tendem a empregar na maioria mulheres, continuam a pagar muito mais aos homens. Na moda, a remuneração média reflete os papéis que homens e mulheres ocupam em muitas empresas. Entre as maiores disparidades salariais, a Missguided relatou uma diferença média de 46% em relação aos homens, enquanto a Farfetch relatou uma diferença de 39,5%, a Asos uma diferença de 32,7% e a MatchesFashion uma diferença de 31%. As marcas voltadas para a tecnologia


afirmam que enfrentam um grupo de contratação feminina já escassa, graças à falta de mulheres que seguem uma carreira na área da tecnologia. A Asos cita a falta de talento técnico feminino como uma das razões pelas quais não consegue competir com o sexo masculino. Designers como Karen Millen apresentam uma diferença ainda maior (49%) e defendem que “a nossa diferença salarial é altamente influenciada pelos salários e pela composição de género dos estilistas que traba-

lham nas nossas lojas. No entanto, reconhecemos que podemos fazer mais para defender a diversidade em todos os níveis dos nossos negócios e garantir que todos possam construir e sustentar uma carreira bem-sucedida e recompensadora.”. A marca de cosméticos Benefit Cosmetics relatou uma percentagem de 30,7. Além disso, a Burberry não reporta apenas uma diferença salarial de 26%, mas também que os homens da empresa têm recebido prémios mais altos. A Burberry divulgou

os seus dados juntamente com uma declaração do CEO, Marco Gobbetti, que explicava que a “a diferença é influenciada pelo fato de termos menos mulheres em cargos superiores. Estamos comprometidos em reduzir essa lacuna à medida que trabalhamos para desenvolver mais mulheres líderes para impulsionar o crescimento e o sucesso dos nossos negócios”. São várias as empresas que procuram dar passos tangíveis no sentido de acabar com as disparidades salariais entre homens


e mulheres. Em homenagem ao dia da Igualdade Salarial, a Adidas anunciou uma parceria com a organização Lean In de Sheryl Sandberg para lançar o #20PercentCounts, que é a primeira de três campanhas de consciencialização pública que visam chamar a atenção para o facto de as mulheres receberem muito menos que os homens pelo mesmo emprego. As campanhas visam promover salários equitativos entre géneros, etnias e raças e procuram desafiar as empresas a estudar as suas operações e desenvolver novas práticas para apoiar as mulheres no local de trabalho, focando-se nas suas qualificações e não no género ou raça. “Acabar com a disparidade salarial entre homens e mulheres é uma questão de justiça básica", disse Sheryl Sandberg.

Embora a nova parceria da marca Adidas seja um passo na direção certa, é importante notar que nada do que está a ser feito nos dias de hoje é uma solução válida. As mulheres ainda recebem muito menos do que os homens, mesmo em indústrias como a moda. O primeiro passo é, sem dúvida, a consciencialização, por isso é que é importante não só reconhecer aqueles que pretendem fazer a diferença, mas sim participar nessa diferença. Numa luta que não diz apenas respeito às mulheres, mas sim a uma sociedade igualitária, apoiar iniciativas como a #20PercentsCounts e consumir produtos que são disponibilizados por empresas que apoiam as mulheres é importante para gerar uma mudança.


CULTURA DO CANCELAMENTO DA CHINA A China reage a campanhas racistas e a ofensas culturais


Mesmo nos mercados globais as diferenças culturais continuam a existir. Nos Estados Unidos da América tem sido comum as celebridades e as marcas sofrerem represálias, através das redes socias, pelas mais diversas questões relacionadas com sexismo, racismo, homofobia ou abuso. No entanto, este fenómeno tem vindo a ser uma força crescente na China que assume características distintamente locais. Os produtos da marca de moda Dolce & Gabbana foram retirados de venda online, na China, devido à controvérsia provocada pelos anúncios considerados racistas. A marca italiana agendou um desfile na cidade de Xangai e como forma de assinalar o evento lançou alguns vídeos em que o principal objetivo seria criar pontos de ligação entre os dois países. Na campanha, a modelo chinesa tenta, com dificuldade, comer um prato típico italiano com pauzinhos, ao mesmo tempo que o narrador do anúncio faz uma sugestão sexual. Na China, a campanha foi considerada insultuosa e a marca italiana cancelou o desfile de moda marcado em Xangai. Ainda assim, mesmo com a confirmação por parte dos criadores da marca de luxo italiana de que as publicações eram falsas, as principais plataformas de venda online da China anunciaram a rutura com a Dolce & Gabbana. Também a empresa Secco informou que deixaria de vender produtos da marca e a Alibaba, uma importante plataforma de comércio online na China, retirou os produtos de venda.

À parte desta situação, sabe-se que esta não foi a primeira polémica entre os criadores da marca italiana e a China. A marca teria lançado uma campanha no Weibo, considerado o twitter chinês, em que mostravam cidadãos muito pobres a circular pelos bairros antigos de Pequim, em contraste com modelos antes de um desfile de moda Dolce & Gabbana. Neste caso, foram acusados de promover uma ideia estereotipada da China em vez de mostrarem a modernidade do país. Desconhece-se ainda o impacto que a polémica terá tido nas lojas de marca na China, mas supõe-se que o país asiático tenha reagido desta forma pelo crescimento e reconhecimento atual no mercado de luxo. Também, em Portugal, se sofre com a controvérsia e as críticas da cultura chinesa. Recentemente, a marca Zara foi criticada online pelos utilizadores da China de que os modelos chineses que participam nas suas companhas não representam os padrões de beleza tradicionais. A modelo usada na campanha de beleza da Zara foi criticada por ter sardas, embora alguns internautas tenham reconhecido a preferência pela diversidade e a promoção de outros padrões de beleza para além do que é mais comum.


KATTY XIOMARA A história de um espaço que tem algo para contar.

Katty Xiomara veio para Portugal menina-mulher. Partiu aos 18 anos da Venezuela com uma mão cheia de sonhos e com os materiais de desenho na outra, ambicionando ser o que sonhara: “tinha as minha ideias, sim, mas de forma vaga. Coloquei-me três possibilidades: arquitetura, design gráfico e design de moda, tudo me levou ao encontro desta última”, conta à FAIRE. O restante veio ao acaso. A marca e o estatuto, provenientes da evolução natural do tempo e do trabalho: “não projetei ter uma marca própria, a evolução foi muito orgânica, as oportunidades foram surgindo e eu fui desbravando caminho”. Tal Lei de Darwin (ou quase) aplicada à moda fez com que Katty se tornasse um marco importante na indústria da moda nacional. Hoje é um dos maiores nomes do Portugal Fashion, tendo começado em 1996, ainda estu-

dante. Está de Portugal para o mundo: Paris, Barcelona, Nova Iorque e Berlim. Entre feiras e desfiles, Katty marca passo e tendências pelo mundo fora. Entre o Portugal Fashion e a Semana da Moda de Nova Iorque, a estilista confessa que a grande diferença vai “fundamentalmente [para] a dimensão e o poder de alcance”. Ainda assim, desabafa com alguma ponderação que “esta exposição é também muitíssimo mais competitiva e desproporcionada, pois concorremos com marcas que têm um verdadeiro suporte financeiro e estratégico”. O segredo é causar alguma impressão, ser lembrado. Então, do que falamos, quando nos referimos à marca Katty Xiomara? A resposta correta é a da sua melhor conhecedora, a própria: “É […] feminina, e à semelhança da mulher, tem movimento e é feita de contrastes. Não se inibe no uso de cor e de estampados, mas é delicada e prima

pelos detalhes com algum humor e elegância”. É Katty com os outros, a mistura entre quem cria e quem veste: “penso que têm sempre essa essência [ser parte do criador], consciente ou inconscientemente, mas não deixam de ser uma marca, necessitam de ter em conta as opiniões e preocupações de quem a veste”. É anfitriã de presidentes e vencedora de prémios. Em 2012, recebeu o Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, no âmbito da visita a indústrias criativas. Em 2014 e 2015 bisou o mesmo prémio, o Silver Winner, nos International Design Awards. Sobre os prémios, a visão de Xiomara é com os pés na terra: “a sensação é boa, sem dúvida, mas é passageira… A sensação mais duradoura e autêntica é a de ver o que nosso produto tem procura por parte do público geral”.


ge. Escuto com mágoa os relatos de amigos e familiares, mas não consigo sentir verdadeiramente a mesma dor que eles sentem” e acrescenta: “se eu por instantes tivesse essa capacidade [de travar os conflitos no país] começaria por oferecer ao povo a habilidade de tomar conta de si próprio sem ter de submeter-se a ideologias vazias”.

Katty é uma pessoa das pessoas. Os outros são a sua prioridade e o motivo para o qual trabalha. Para vestir os outros. Para percebê-los e ajudá-los. Mostra-se disponível para colaborar em que áreas forem. Em 2013, desenhou uma peça para a Associação Abraço e conclui que “não faz sentido viver em sociedade se não conseguirmos de alguma forma retribuir e penso que não há maneira mais prazenteira de o fazer, do que com o meu próprio trabalho”. Desta forma, a situação da sua terra natal deixa-a preocupada. Vê a crise da Venezuela “com muita tristeza, mas tenho de admitir que vejo toda esta situação através de um prisma bastante confortável, porque estou lon-

Enquanto não consegue mudar os conflitos do seu país, é na terra que Katty tem os seus pés bem assentes. Cuidadosa e preocupada, desenha de si para as mulheres. Para que estas ganhem confiança, sejam elas próprias e que, dentro de cada uma de si, consigam elas próprias resolver os seus conflitos. Aqui ou em Nova Iorque.


INFLUENCERS DIGITAIS Já faz algum tempo que os influencers ocupam os seus espaços na produção de conteúdo digital.

A evolução das tecnologias de informação e comunicação levaram a uma série de transformações que conduziram a sociedade à sua configuração atual, e é com toda a liberdade e a facilidade possibilitadas pela internet, que o conteúdo se vai tornando uma das principais ferramentas utilizadas pela marca no seu ambiente digital. Cada vez mais ouvimos falar neste mundo que tem ganho mais terreno e reconhecimento com o passar dos dias. Para que consigamos perceber melhor esta profissão, é essencial perceber quem são eles: um grupo de indivíduos que se distinguem pelo seu estilo pesso-

al e a excelente capacidade de influenciar/atrair um grande público, seja na roupa que vestem, produtos que utilizam ou até mesmo as viagens que fazem. Um influencer, profissional ou não, é quem opina e gera um determinado valor ao assunto que se propõe tratar. Tal como nos afirmou Renato Duarte, locutor da Rádio Renascença: “estamos todos, enquanto consumidores e seguidores, cada vez mais atentos e sabemos como funcionam estes processos, assim sendo, a eficácia será tão maior quanto mais feliz e honesta for a inserção dos conteúdos endossados pelos influenciadores.”

Se antes o poder de impactar um grande número de pessoas era exclusivo para os meios de comunicação tradicionais, hoje qualquer um pode tomar parte e influenciar um número indeterminado de pessoas utilizando o mundo online e até offline, visto que a partilha de informação partilhada ultrapassa o ambiente digital.


Os influencers, em conjunto com os fatores sociais, culturais e de motivação pessoal, estão entre os principais elos de ligação na decisão de compra e numa maior aproximação entre a marca e o seu público. Investir no influencer certo pode ser uma porta que se abre na estratégia da comunicação, tendo em conta a principal mensagem que se pretende transmitir, o alcance esperado ou até mesmo o tipo de público-alvo que se pretende influenciar. As marcas selecionam os influencers com base no tamanho de audiência, número de seguidores e negociam cada contrato com uma base por campanha. Os profissionais de marketing,

Renato Duarte

em seguida, acompanham o seu desempenho a todos os níveis, porque se as metas não forem atingidas nos prazos combinados, será rapidamente feita uma substituição na próxima campanha. O gerenciamento desta relação (influencers – marca) é frequentemente delegado a agências especializadas, que, utilizando abordagens padronizadas para selecionar influencers, negociam os respetivos contratos e monitorizam o seu desempenho.

Nos últimos anos, muitos influencers têm se tornado altamente profissionais e aspiram cada vez mais a colaboração com marcas como verdadeiros parceiros. Temos o exemplo de Raquel


Raquel Strada, apresentadora, influencer portuguesa e a mais recente embaixadora do centro comercial lisboeta Amoreiras Shopping Center, confessou à FAIRE que para ela “o mais importante nestas relações é que as marcas conheçam o seu target e criem relações com influencers que vão de encontro ao segmento que este público se encontra. Eu só trabalho com marcas que gosto e utilizo diariamente, só desta forma os nossos seguidores acreditam no que estamos a promover. O público está cada vez mais ciente do que é verdadeiro, real, e eu procuro passar isso com cada parceria que realizo”, evidenciando a importância de receber o máximo de liberdade e confiança para a criação dos seus conteúdos.

Raquel Strada


Jéssica Athayde

As empresas estão cada vez mais inseridas nas redes sociais e optam por investir em parcerias digitais, “estas relações surgem sempre de uma forma muito natural, ou quando me dão a conhecer um produto ou mesmo quando o descubro espontaneamente, e acaba por entrar na minha rotina diária. Gosto sempre de partilhar as minhas boas experiências e marcas de confiança porque sei que há muitas pessoas com as mesmas necessidades ou problemas, e

sempre é uma maneira de ajudar quem consigo” afirmou-nos Jéssica Athayde, também atriz e influencer portuguesa, evidenciando que o gosto pelo produto/marca é um fator importante. O foco desta estratégia de Marketing de Influência é o jovem consumidor, que cada vez aprecia menos os anúncios online e a TV aberta e visa influenciar a aquisição de um produto ou serviço por meio de vídeos e posts feitos em blogs e nas redes sociais. Para fazer

uma transição bem-sucedida, os profissionais precisam de estar prontos para dedicar todo o tempo e recursos necessários, o que pode envolver a criação de uma função de marketing totalmente nova.


JOANA RIBEIRO Da arquitetura à caixa mágica e às telas de cinema


ESTÁ HABITUADA A REPRESENTAR TODO O TIPO DE EMOÇÕES. Nos ecrãs e nas telas de cinema já foi Mariana, Margarida, Luísa, Paula, Ana Rita, Diana Figueiredo e Angelica. Com a FAIRE é somente Joana Ribeiro. Partilha as ânsias do futuro, o que ainda deseja alcançar e o que a move.

Conhecida pelos vários papeis que interpretou, a jovem de 27 anos, dispensa apresentações. Este nome incontornável da televisão nacional, estreou-se ainda adolescente e considera que a incerteza possui maior interesse. “A melhor coisa é arriscar. É arriscar e tentar. O mais difícil é o estarmos disponíveis para a crítica, porque a crítica faz parte e é importante sabermos ouvir as críticas.” Não estudou teatro, e no que toca ao seu método de estudo,

prefere não delinear tudo ao pormenor, como as cadências, a maneira como diz ou expressa os seus diálogos. Conta que prefere manter-se no mistério. Define-se como lutadora e gosta de provar o seu trabalho constantemente, a si mesma e aos outros. Para esta figura feminina a fama é o lado negativo da representação. Confidencia que não se deixa deslumbrar e tem no trabalho o principal foco. Realça que normalmente não realiza projetos que coincidam para

que possa dar sempre o seu melhor. “Sempre foi uma coisa que o meu pai me disse: Joana tu podes ir limpar as ruas se quiseres, mas dedica-te a 100%, se é para fazer isso é para fazer a 100%, não é para estares a fazer e pensares noutra coisa. Isto é uma coisa que eu trouxe comigo para a minha vida e por isso é que eu desisti do curso de arquitetura, porque senti que não estava a 100%.”. O último filme que realizou “The man who killed Don Qui-


xote” transportou-a até ao festival de cinema em cannes no ano passado. “Fico contento de ter ido e era uma experiência que eu gostava de ter, até porque para mim é o melhor festival de cinema do mundo inteiro e é daquelas coisas que eu vou contar ao meus netos.” Fez parte do elenco do filme realizado pelo britânico Terry Gilliam e não rejeita a hipótese de construir uma carreira no estrangeiro. No entanto, admite que não é um objetivo de vida. Confessa que sofre quando está longe da família e deseja continuar a trabalhar em Portugal, e se possível, pontualmente, realizar trabalhos lá fora.

Enfatiza constantemente que Portugal é um país recheado de talentos, e que há uma dificuldade em valorizá-los. “Acho que é mais fácil ganhar reconhecimento em Portugal depois de ganhar reconhecimento no estrangeiro. Sinto que em Portugal, às vezes, temos algumas dificuldades em dar valor aquilo que temos. Há atores em Portugal e fora de Portugal incríveis, cantores idem, realizadores, autores, cientistas... acho mesmo que nós temos de começar a ter mais orgulho naquilo que é nosso.” Para o futuro deseja continuar a aprender e a trabalhar. Revela que gostava de continuar no

meio e experienciar um registo diferente. “Gostava muito de fazer teatro proximamente, ter assim uma experiência. Gostava muito que acontecesse.” À parte disso brevemente iremos poder acompanhar a atriz na nova produção de ficção da TVI, “A prisioneira”. Projeto que é passado entre Portugal e o médio oriente. Desta vez será Teresa Cunha, protagonista da trama assinada por Maria João Mira.


Afinal o que a move é a dedicação e independentemente da discussão de patentes é inegável o reconhecimento do trabalho de Joana Ribeiro.



SOMETHING HERE









































Art Direction: Ana Magalhães Photography: Pedro Afonso Joana Ribeiro, Elite Lisbon Make-Up: Hugo Bizarro Hairstyling: Leandro Miguel Brands & Designers: Inês Torcato Rains Banahmi Luis Carvalho Gonçalo Peixoto Miguel Vieira Nuno Baltazar Philomena

Especial Obrigado à Showpress, The Feeting Room e HST Car



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.