#11 - WHITE EDTION

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AGO 18

W H I T E







WHITE 8 CARTA DO DIRETOR 10 É A VONTADE DO FREGUÊS 12 SHOPPING MULHER 14 SHOPPING HOMEM 20 A MELHOR FORMA DE GERAR EMOÇÕES 24 LITORAL 42 PEDRO ROCHA 44 DRAG QUEENS - QUEM SÃO? 46 AGENDA 50 WILLIAM MOULTON MARSON 52 “FEVEREIROS”, NA PELE DE MARIA BETHÂNIA E NO CORPO DO SAMBA BRASILEIRO 58 14 ANOS DEPOIS DA ELETRÓNICA E O AMOR FAZEM

76

SUSTAINABLE BOY

HISTÓRIA 68 WHITE TOUCH

EDITORIAIS

70 MAKE UP

26

WHITE DREAM

74 BELEZA MASCULINA

76

SUSTAINABLE BOY

90 UMA JÓIA EM MIL

96

NOTION

94 VISTAS DO PORTO

126 MYSELF

120 CULINÁRIA 125 TECHNOHOLICS


Carta do Diretor

C CLARA COMO A ÁGUA

As certezas são poucas, as vontades são muitas. White Edition veio trazer a pureza e a claridade a um tempo tão confuso em que vivemos. Entre as notícias que nos chegam pelos notíciarios ao quotidiano agitado, nesta edição tentamos mostrar a diversidade e as mil formas que temos para relaxar e aproveitar cada momento. As vontades de mudar são muitas, as vontades de remar contra uma sociedade viciada são existentes. Na nova edição da FAIRE Magazine poderá ler testemunhos de mudança, de luta e poderá deliciar-se com todas as sugestões que lhe apresentamos para o mês de agosto.



SHOPPING

É A VONTADE DO FREGUÊS...

Eureka

NOBRAND

NOBRAND

MARITA MORENO PREGIS

SENHOR PRUDENCIO

IMELDA’SEC


CRET

FLY LONDON

Wolf & Son

CUBANAS

KSIWSS


por Margarida Sousa

* SHOPP

C M

Saia (650€) Miu Miu

Blusa (650€) Marni

Vestido (416€) Kenzo

PROENZA SCHOULER

Calças (176€) Max Mara


PING *

Calções (137€) MSGM

Fato de Banho (191€) Marysia

Camisa (650€) Versace

PURE White Vestuário

Macacão (408€) Mih Jeans

Top Desporto (45€) Reebok




A X PUM

GCDS

FENTY

RLON MARCELO BU MILAN COUNTY OF

CÔTE & CIEL

TY & YO UTH H BEAU

NCIA GA

BALE

ELS

PALM ANG

PAURA X KAPPA

PLEIN SPORT DSQUARED2

Y-3

SATISFY 2

H 000

UNDERCOVER

MACK INTOS

BALENCIAGA


Branco. A junção de todas as cores. Um espectro que quando reflectido, se mostra tão complexo que no final exalta uma cor tão nobre e tão pura. Nesta edição a atenção vai para o white total look ou até mesmo a junção de padrões mais divertidos, mas sempre com esta cor como foco. Tal como numa folha de papel, esta cor pode ser pintada como se quer. Porque não usar esta máxima no vestuário? Aqui ficam algumas dicas.

FILA

CAZAL

REINHARD PLANK

UNRAVEL PROJECT

COTTWEILER

BOK

REE

11 BY BORIS BIDJAN SABERI

D&G

CABAS Y-3 LES HOMMES




A MELHOR forma DE gerar EMOÇÕES


ENTREVISTA por Fábio Sernadas

Entre sensações, emoções e recordações, Fátima Santos salientou as principais mudanças na joalharia portuguesa ao longo dos tempos e revelou alguns segredos que tornam este setor um dos mais apetecíveis para as novas gerações. As jóias são, inevitavelmente, parte integrante da identidade de cada um. Como tal, carregam consigo memórias, histórias e recordações. “O que mais traduz emoções do que as jóias?”, questiona-nos a Secretária-Geral da AORP (Associação de Ourivesaria e Joalharia de Portugal). E nós não podíamos concordar mais. Compramos uma jóia numa data especial ou simplesmente no mais comum dos dias. Usamos cada peça como parte de nós e deixamos que ela nos pertença. Uma jóia é por isso uma viagem ao passado. Mas tal como todas as recordações, nem sempre se fez de capítulos felizes. Uma visão das jóias como uma reserva de valor, investimento ou herança, impedia que o capital humano se valorizasse. Quando o setor se desmoronou e foi necessário reformular, os olhares viraram-se para o calçado – indústria que há muito tem dados positivas provas no mercado. A queda de vendas foi uma abertura de horizontes. A principal essência do setor deu de si e, os vários anos de trabalho, refletem agora uma ourivesaria portuguesa confiante e de olhos postos no mundo.


Fátima Santos acredita que “as pessoas num todo e em particular” são a diferença num setor que prima pela proximidade. É a paixão que vende - uma gargantilha, um anel ou mesmo um alfinete de peito. A AORP reestruturou-se e abriu a porta a “olhos frescos”. Partindo à procura do que outrora não se encontrava, a Associação sentiu a necessidade de se recolocar no setor da moda. Conhecida por gerar emoções pelas cores, texturas e formatos, a moda revelou-se o aliado perfeito ao setor da ourivesaria. Que mais traduz emoções do que as jóias? Portugal, para além do futebol, da comida e da música, sempre foi conhecido pelo seu ouro, pelas suas jóias, pelos Corações de Viana e pela filigrana. Mas se a qualidade e a excelência na execução técnica não eram suficientes, chegou a hora de contar histórias. Revelar as pessoas que, diariamente, trabalham por detrás dos detalhes do setor e o tornam sedutor ao toque e ao olhar. Milla Jovovich, conhecida pelo seu belíssimo rosto, deu vida à campanha do ano passado da AORP. Esta foi a primeira ação de lançamento da Associação no setor da moda, e pretendia dar lugar à jóia portuguesa, em qualquer canto do mundo. Para o ano que decorre, a musa que tornou real o sonho desta equipa jovem foi Sónia Balacó. A reconhecida modelo sentou-se à mesa e partilhou o que de melhor Portugal tem – quando a gastronomia se unem às jóias, surge a campanha “À La Carte” que pretende abrir o apetite para um setor que revela uma insaciável fome de crescimento e expansão, adaptando-se às novas dinâmicas do mercado e ao gosto dos consumidores mais exigentes. É caso para dizer que a ourivesaria portuguesa está pronta para ser servida!



LITORAL DE NORTE A SUL DE PORTUGAL, ELES CRIAM PEÇAS SUSTENTÁVEIS COM TOQUE PORTUGUÊS E PAIXÃO PARA ALÉM FRONTEIRAS Nasceu em 2015 e muito rápido começaram a chegar aos vários cantos do Mundo. Com uma vontade enorme de criar uma marca onde as pessoas se identificassem e não propriamente por moda, a LITORAL quer representar de uma forma transparente Portugal e o próprio nome é tranversal para diversos idiomas. Um nome que representa os tons que de coleção para coleção se vão destacando e toda a costa que banha o nosso país. Uma marca sustentável, tentando sempre utilizar algodão orgânico e fios reclicados, criam as mais diversas peças para um Homem relaxado mas com o olho sempre nas tendências. Com um trabalho de três anos a mensagem é clara, mostrar o que de bom se faz em portugal, desde o têxtil à confeção.



WDRE HI WHITE DREAM Produรงao: ONNO Fotografo: Pedro Mota Modelo: Andreia Barreira Stylist: Catarina Machado Makeup: LAcademy


IEAM TE














“Ser designer de moda é todo um privilégio porque podemos sair daquilo que é o nosso dia a dia e criar imaginários totalmente utópicos e irrealistas que nos fazem sentir fora deste mundo.”

F

PEDRO ROCHA

oi assim que começamos a conversa com o jovem designer natural de Santa Maria da feira. Tímido e reservado, mas sempre pronto para brincadeiras. Dedica-se a 100% a tudo que se compromete e não gosta de falhar. Quando lhe perguntamos o porquê de seguir Design de Moda, a resposta foi para Pedro algo difícil de responder, pois segundo ele, não foi “feito para a indústria da moda devido a uma personalidade que nada coincide com este mundo de exuberância e de constantes contactos com desconhecidos.” Concordando que a moda em Portugal tem crescido dia após dia, Pedro ressalva que uma das falhas na moda é a diversidade e a individualidade. Uma critica as tendências e a forma como as grandes marcas fazem roupa através do gosto do seu público, fazendo assim com que os designers se esqueçam da sua essência. Passando ano após ano as cores, as silhuetas, os tecidos são sempre semelhantes entre as peças e as coleções, o que faz com se perca essa diversidade e individualidade. No entanto na hora de expor as peças também existem falhas. Pedro Rocha fala dos castings para os modelos e uma necessidade de modelos mais diversificados, não falando apenas de Portugal, para o jovem designer a escolha de modelos tem de ser diferente e não, “por exemplo, em 30 modelos se 5 forem de pele negra, de origem asiática ou com um corpo mais volumoso do que é habitual, as pessoas já consideram que há diversidade”, mas “esse número deveria ser muito mais distribuído por diferentes tipos de pessoas para não haver o estereótipo de modelo perfeito/a”. Medicina veterinária ou paleontologia seriam sem dúvidas as duas áreas que o jovem escolheria se tivesse que se dedicar a outra área que não fosse moda. A paixão pelos animais e a procura e pesquisa que está por trás dessa profissão que estuda o passado da Terra são as duas vertentes que nada a ver com moda apaixonam Pedro Rocha.


“A inspiração é muito relativa, num momento pode vir de uma certa referência como noutro momento poderá vir de forma completamente diferente.” Com tudo Pedro terá sempre as suas referências de estética do século XX e de tudo aquilo que esteve presente na sua vida. Não tendo um gosto especifico por criar algo novo, mas sim pela inovação daquilo que um dia já foi bom e que hoje já se vê como algo ultrapassado. Desde atmosfera ao gótico, como apresentar ideias em personagens peculiares, cheias de humor e de explosões de cores. Texturas e padrões que lhe fazem reviver o passado, pensando sempre que a cor e a sua conjugação é o que se desperta em primeiro lugar quando começa a procura de referências, porque no fim essa tal cor será aquilo que causará mais impacto no olhar.

Com vontade de chegar a um patamar onde não precisará de provar nada a ninguém e que consiga fazer algo que o faça sempre feliz. Pedro reforça a ideia que “atualmente há muitas pessoas que optam por fazer determinadas coisas nesta área só para agradar o público mais convencional” pretendendo chegar de facto a um nível em que consiga transmitir toda a sua estética sem precisar de perder a essência do seu verdadeiro eu. Empoderamento feminino é o principal foco da mensagem que pretende transmitir com o seu trabalho. Dar a todas as mulheres a confiança, atitude e a independência que elas tem direito e muito disso passa pela moda. Desde à forma de como se vestem a forma como se comunicam com a sociedade. É assim a busca de uma afirmação que pretende

transmitir em todas as peças criadas. Tal como a música, a pintura, a escrita, a moda é arte. Para o jovem feirense desenhar uma coleção é como contar uma narrativa em que cada pessoa poderá criar o seu mundo e as suas fantasias e o públi-co, por sua vez, poderá decifrar o que estará por trás daquilo que vê em passarelle, permitindo a cada um ter uma visão própria. Pretende direcionar o seu trabalho a pessoas que gostem e que entendam o “pensamento que vai dentro da cabeça do “Pedro”. Defendendo que não devemos tentar agradar as pessoas, mudando aquilo que somos, quer que o seu público se identifique com ele e que não se sinta obrigado a moldar para um público-alvo. Para além de designer de moda, Pedro gostaria de levar o seu trabalho até ao ensino.


“Ajudar outras pessoas a encontrarem-se nesta área seria algo de muita realização para mim e conseguir conciliar o ensino com a criação de coleções tendo uma marca própria, seria o meu grande objetivo de vida.”




DRAG QUEENS – QUEM SÃO? por Ana Maia

Drag Queens ou transformistas? Mas, afinal, como surgiram estas ditas rainhas?

H

á várias teorias que defendem a etimologia do termo. Uns dizem que nasceu da gíria Polari – usada por alguns atores, espetáculos de circo e feirantes, lutadores profissionais, marinheiros, criminosos, prostitutas e gays, durante os anos 50 e 60, dado que até 1967 a homossexualidade era ilegal em Inglaterra e no país de Gales. Porém, o primeiro uso do termo ‘drag’ foi registado, em 1870, para designar atores vestidos com roupas feministas. Outra teoria da etimologia do termo defende que ‘drag’ é um acrónimo de “Dressed Resembling A Girl”. Conta-se, ainda, que o termo remonta a meados de 1800 para representar os homossexuais. Na virada para o século 20, a performance drag entrou no teatro de variedades. Julian Eltinge brilhou na Broadway como comediante drag e, na Europa, Florin, que se apresentava em Paris. Nos anos 20, a arte ligou-se mais à comunidade LGBT, devido às “drag balls” – festas nas quais a maioria dos homens vestiam-se de mulher. Já, no final da década de 30, a carreira de drag queen era considerada cara, devido à maquilhagem, roupa, entre outros. Todavia, durante a década de 30 e a viragem para os anos 40, estes indivíduos debateram-se com alguns problemas, visto que o seu dress code os levava para a prisão. Em suma, as Drag Queens são personagens criados por artistas que se vestem representando o sexo feminino, de forma cómica ou exagerada com o intuito geralmente profissional artístico. O processo envolve a criação de uma personagem que veste roupas vistosas e extravagantes, exagera nos gestos e na maquilhagem com propósitos humorísticos.

É importante não confundir o transformismo com o travestismo e ter noção que os indivíduos por trás da personagem podem ter qualquer género e orientação sexual. Por sua vez, existe, similarmente, o termo drag king que surgiu, em 1972, e é utilizado para descrever pessoas do sexo feminino que vestem roupas tradicionalmente masculinas. Todavia, tal não representa mulheres que usam roupa masculina por questões de estilo, tratam-se de mulheres que temporariamente estão a passar-se por homens, ou seja, desejam apresentar o papel do género masculino sem se identificar como um homem. Nos Estados Unidos, a arte do transformismo foi popularizada por RuPaul que se tornou-se célebre e até criou um concurso, “RuPaul Drag’s Race”, que conta com 10 temporadas. No Brasil, o cantor Pabblo Vittar é considerado um fenómeno e, até à data, é a drag queen com maior número de seguidores nas redes sociais. Atualmente, persiste, ainda, o estereótipo de que uma/ um drag queen poderá ser gay, todavia, importa destacar que apesar da personagem que o indivíduo adota assumir-se como homossexual e ter comportamentos exagerados, a sua identidade real poderá ser o oposto. É importante lembrar-nos de que as atuações são puro entretenimento ou pretendem transmitir um discurso político e não se deve discriminar a adoção deste modo de vida ou escolha de profissão.


AGENDA

CINEMA

INTERNACIONAL COEXISTIR NÃO É FÁCIL ESTREIA DIA 2 DE AGOSTO

Em “Coexistir Não é Fácil”, um produtor de música em falência, decide constituir um grupo musical constituído por um rabino, um padre e um imã para os pôr a cantar juntos. Mas os religiosos que ele recruta estão longe de ser santos!


VENDETA ESTREIA DIA 9 DE AGOSTO

Três amigos casados reúnem-se para um encontro anual de caça numa zona de deserto. Mas desta vez um deles traz consigo a sua jovem amante, uma lolita sexy, que de imediato desperta o interesse dos outros dois. A situação rapidamente fica fora de controlo. Deixada como morta no meio de um deserto infernal a jovem mulher agarra-se à vida e a caçada transforma-se numa impiedosa caça ao homem… uma vendeta.

Maryline ESTREIA DIA 9 DE AGOSTO

Maryline vem da província até Paris para seguir o seu sonho de ser atriz. Mas a sua fragilidade não a deixa ter confiança suficiente em si mesma e no seu talento para vencer. Acaba confrontada com um emprego humilhante e com aquilo que realmente pretende.


CORREDOR ASSOMBRADO ESTREIA DIA 15 DE AGOSTO Kit Gordy é uma estudante da prestigiada Blackwood Boarding School. Contudo, esta instituição é tudo menos normal e Kit decide confrontar a diretora acerca dos acontecimentos sobrenaturais que têm ocorrido, especialmente no corredor assombrado.

Pela Hora da Morte ESTREIA DIA 23 DE AGOSTO

Num mundo onde bonecos coexistem com seres humanos, mas não passam de cidadãos de segunda classe, o boneco Phil Phillips, um antigo polícia caído em desgraça convertido em detetive privado, está no encalço de um assassino em série que matou o seu irmão e agora persegue os membros do elenco do “The Happytime Gang”, um programa de televisão muito popular nos anos 80.


ALPHA

ESTREIA DIA 30 DE AGOSTO

Uma aventura épica passada na Idade do Gelo, “Alpha” conta uma história fascinante e visualmente deslumbrante que ilumina as origens do melhor amigo do homem. Durante a sua primeira caçada com o grupo de elite da sua tribo, um jovem é ferido, devendo então aprender a sobreviver sozinho no deserto. Nesse caminho confronta-se com um lobo solitário abandonado pela sua alcateia que acaba por tornar-se um aliado improvável. No processo de domação do lobo pela sua alcateia, o par aprende a confiar um no outro, ultrapassando inúmeros perigos e adversidades, a fim de encontrar o caminho de volta para casa.

O ESPIÃO QUE ME TRAMOU ESTREIA DIA 30 DE AGOSTO

Audrey e Morgan são em “O Espião que me Tramou” duas melhores amigas que se veem no centro de uma conspiração internacional quando uma delas descobre que o namorado que a deixou é na realidade um espião!


por Ana Maia

WILLIAM MOULTON MARSTON O homem por trás da Mulher Maravilha

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ascido a 9 de maio de 1893, William Moulton Marston foi um psicólogo americano, teórico, inventor e autor de banda desenhada. É conhecido por ter inventado o polígrafo, em 1915, e não só. Sob o pseudónimo Charles Moulton, criou a célebre Mulher Maravilha. Cresceu em Massachutts e formou-se em Direito, em 1918. Posteriormente, tirou um doutoramento em Psicologia, na Universidade de Havard, em 1921. William interessou-se em provar cientificamente a inocência de uma pessoa e, por isso, debruçou-se sobre isso mesmo, tendo inventado o teste de pressão sistólica, que é a base para a máquina do polígrafo. Entre os seus estudos e campanhas para o uso do seu detetor de mentiras, o psicólogo defendia que as mulheres eram mais honestas do que os homens – tornou-se, assim, dos primeiros feministas.


Em 1940, Marston foi convidado a integrar o conselho educacional da DC Comics, pelo editor Maxwell Charles Gaines, célebre por ser o precursor da banda desenhada. O professor e psicólogo estava insatisfeito com o super-herói masculino e tão cliché que incitou a criação de uma super-heroína – ou terá sido a sua esposa Elizabeth, de acordo com a sua neta Christie Marston, foi esta que insistiu que a protagonista deveria ser do sexo feminino. Esta personagem acabou por ser desenvolvida por Marston e o mesmo apelidou-a de “Mulher Maravilha”, nascida em 1941 e da autoria, então, de Charles Moulton – pseudónimo criado a partir do nome do meio de Gaines e Marston. Calcula-se que a corda da verdade foi até inspirada no polígrafo que o psicólogo inventou. A personagem esteve envolvida em várias polémicas, durante esta época, visto que foi um dos primeiros exemplos de temas de escravidão e

similarmente devido ao erotismo e à submissão mental e física que demonstrava. Todavia, a Mulher Maravilha tornou-se bastante popular e o psicólogo trabalhou nas suas aventuras até à sua morte. Especula-se que Marston foi inspirado pelas mulheres da sua vida: a sua esposa Elizabeth Holloway Marston e a sua parceira Olive Byrne, que viveu com o casal uma relação polígama. A relação a três também foi bastante polémica tendo em conta que Martons tinha filhos quer de Olive quer de Elizabeth. Ambas representavam figuras do feminismo, na sua época. Christie Marston, neta de Marston e da Elizabeth, nega a existência de uma relação sexual entre a sua avó e Olive. Marston morreu de cancro, em 1947, e as suas parceiras permaneceram juntas. Todavia a famosa Wonder Woman continua viva. Em 2017, a história polémica de William Moulton Marston saltou para o grande ecrã através do filme “Professor Marston and the Wonder“ que tentou contar a história controversa da criação da personagem, do polígrafo e da relação polígama.


por Patricia Silva

“FEVEREIROS”: NA pele D MARIA BETHÂNIA E NO samba brasileiro


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O

dia 20 de julho foi o iniciar de um festival que viria a contar com a presença de 70.000 pessoas, durante três dias. A arte, a música e o eco cinematográfico foram a abordagem do que viria a ser o MIMO Festival e “Fevereiros”, de Marcio Debellian, fez parte dos filmes\documentários em exibição. A FAIRE esteve à conversa com o realizador e produtor do documentário, que conta com uma carreira no mundo cinematográfico, desde 2007, para perceber não só o que levou a realizar algo assim, tanto como entender uma perspetiva mais crua de si mesmo. MARCIO DEBELLIAN, O REALIZADOR DOTADO DE CULTURA(S) Um roteirista. Um viajante que percorre caminhos com uma bagagem de diversidade e multiculturalidade na mente, no tempo e no espírito. Dos números para a representação, o caminho foi incalculável. É artístico dizer que a imprevisibilidade faz parte de si? Talvez. Marcio Debellian, formado em Economia pela PUC-RJ e em Teatro pela CAL (Casa das Artes Laranjeiras) harmoniza tudo o que faz. “Eu amo o que eu faço. Eu acho que trabalhar é uma força da natureza (…) trabalho apaixonadamente porque isso, para mim, é sinónimo de proteção”. Produzir, criar e transmitir na forma mais objetiva aquilo que faz é o que permite que o seu convívio com o mundo entre em sintonia. Multifacetado e adotado por todas as artes, o documentário, o vídeo, os espetáculos, os livros, as exposições e a música são os alicerces que constroem a sua luta: viver com satisfação.


“A Música e a Poesia estão no centro de tudo”, segundo o realizador. Foi através da música que chegou ao Cinema. O seu primeiro filme “Palavra (En)Cantada”, realizado em 2007, foi uma das suas criações mais autênticas que abarca a relação da literatura e da poesia no Brasil. Com um argumento escrito por si e sendo o (co)roteirista e (co)produtor, o seu interesse moveu-o a construir a sua primeira obra-cinematográfica: “naquele momento, eu disse, existe no Brasil um traço importante de relação entre a poesia e a música e isso precisa ser feito. Então, eu fui parar ao cinema por causa disso”, conta. Nove anos depois a sua necessidade de documentar algo que necessitava ser visto pelo mundo levou-o a “Fevereiros”. Em 2016, a escola de samba mais popular do Brasil é consagrada campeã. Dois anos depois, “Fevereiros” vence o prémio de melhor filme brasileiro de acordo com o júri oficial. FEVEREIROS: A HOMENAGEM A UM BRASIL PINTADO DE “FRENESIM” E VIDA Em outubro de 2017, o filme “Fevereiros” foi exibido pela primeira vez no MIMO Rio, no Brasil. Estava aberta a rota para percorrer várias partes do mundo: Uruguai, Congo e Paris, são alguns dos países, além do Brasil, onde o filme se apresentou. Chegou a vez de Portugal, mais precisamente, Amarante. O filme a que assistimos evidencia a “herança portuguesa” que Marcio tanto afirmava existir no filme.“

É maravilhoso porque o filme retrata muito sobre a Bethânia, sobre a Mangueira, mas também trata muito sobre aspetos da cultura brasileira que, evidentemente tem muita herança portuguesa” explica. A homenagem a Maria Bethânia foi o ponto de partida para que a obra se desenrolasse. “Dos desenhos das primeiras alegorias aos desfiles na avenida”, o produtor admite ter acompanhado o enredo desde o “inicinho”, “desde o Barracão, sem nada, no osso. Depois a maçonaria, a carpintaria, tudo acontecendo para a construção desse Carnaval”. O Carnaval Carioca estava voltado de abraços abertos para elevar os louvores de Maria Bethânia e a forma de o fazer revê-se no tema da cantora a “Menina dos Olhos de Oyá” – o enredo. Com uma influência mística clara, Oyá é designado como o “arisha” de Bethânia (do vento e das tempestades) que assenta a pegada religiosa de Recôncavo da Bahia – Santo Amaro da Purificação, a zona de origem da artista e, é desse modo, que o Carnaval se vai inspirar no conceito de religiosidade que a mesma detém.


“É muito forte porque ali conservou o catolicismo que herdamos de vocês, dos portugueses, as religiões de matriz africana que herdamos dos negros que foram escravizados e levados a contra gosto para o Brasil e também as tradições dos índios, que são os donos da terra”, afirmou Marcio. O filme retrata uma diversidade cultural muito ativa, tal como o produtor afirma, “é como um brasileiro que convive bem com todas as religiões”, é a potência que retrata “um Brasil forte de misturas e de convivência plena”. Para que fosse tudo discriminado ao mais pequeno pormenor, as gravações foram realizadas na sua cidade natal, nos locais exatos, para que fosse possível entender “esse universo que ia ser transportado para a avenida”. A história é algo que dita a continuidade e foi outra questão que Marcio Debellian quis levantar. O plano histórico que reside no documentário assume-se como notável. Em 2016, o samba passava pelo seu centenário e, como tal, era necessário afirmar o samba carioca que, na sua génese, bebeu muito do samba que adveio da Bahia. “Quando teve a abolição da escravidão no Brasil, muitos negros vieram da Bahia, no fim do século XIX, do esta-província, para o Rio de Janeiro. Levaram as suas tradições do “Candomblé” e as suas tradições do Samba de Roda … e o samba carioca bebe diretamente do ritmo do candomblé”, conta. Além da presença da figura homenageada Maria Bethânia, o enredo do filme conta ainda com a participação de nomes como: Caetano Veloso, Chico Buarque, Leandro Vieira (carnavalesco da Mangueira), Luiz Antonio Simas (historiador), Mabel Velloso (poeta) e Squel Jorgea (porta-bandeira da Mangueira).

“ISSO VAI SER GRANDE, ISSO MERECE SER REGISTADO” No momento em que Marcio Debellian soube que a Mangueira, a escola de samba, ia homenagear a artista, percebeu de imediato que algo em grande estaria por chegar. O certo é que a Mangueira foi a campeã entre todas as escolas de samba. “Achava que tinha alguma coisa ali. Eu disse: isso vai ser grande, isso merece ser registado (…) a Mangueira foi campeã, isso foi maravilhoso para o filme, mas quando eu decidi fazer, não sabia disso. Apenas achava que era uma coisa grande”, admitiu o produtor. Para muitos Maria Bethânia merece todas as homenagens, para Marcio “merece que todas as clarezas que ela provoca, todos os clarões que ela abre seja registado para mais pessoas, e o filme faz isso” e, é desta forma, que a paixão por esta arte o fez chegar ao prémio de melhor filme documentário brasileiro. A forma como Marcio Debellian expõe-se ao mundo é algo resultante daquilo que o move. As linguagens ao qual recorre são apenas o meio pois o conceito é essencialmente o que o motiva. “Se há alguma coisa que me apaixona, pode virar exposição, pode virar livro, pode virar filme, pode virar um espetáculo, mas é o assunto que eu quero dizer. E aí a linguagem vai virar reboque da paixão entendeu?”


TRO & ESPETÁCULOS TEA TRO & ESPETÁCULOS TEA TRO & ESPETÁCULOS TEA Savar a.m.

17 de agosto Teatro de Vila Real No sistema global em que vivemos encontram-se facilmente pontos de rutura e fragilidade, um deles o acontecimento que origina este projecto: a 24 de abril de 2013, em Savar, no Bangladesh, um prédio desabou, matando 1.127 pessoas, na maioria trabalhadores de empresas da indústria do vestuário de várias marcas ocidentais. ‘SAVAR A.M.’ é uma reflexão sobre o colapso, a fragilidade dos sistemas, a exploração e o sistema industrial. Através da dança, da acrobacia, da manipulação de objetos, da instalação plástica e sonora procura-se estabelecer um circo documental.

Eu Nunca Emergi – Emergir para afundar 9 de agosto até 23 de setembro Maus Hábitos, Porto Volkan Diyaroglu é o artista escolhido para integrar mais um dos ciclos de residência artística do Maus Hábitos, no Porto, e estará até ao início de agosto a criar um conjunto de obras inéditas que serão apresentadas naquela que será a sua vigésima exposição individual. Explorando o duplo significado da palavra emergir, Volkan retrata o estado de emergência que se instala sobre a política e a economia mundial e os seus efeitos sobre o ambiente e o quotidiano dos cidadãos. Pela pintura, impressão digital e escultura, Diyaroglu reflete sobre a permeabilidade do tecido democrático às questões nacionalistas, ataques à liberdade e ao imperialismo monetário. A iniciativa integra o ciclo Caravana, um projeto levado a cabo pela Saco Azul Associação Cultural e pelo Maus Hábitos em parceria com a Câmara Municipal do Porto.


T R O & E S P E TA C U L O S T R O & E S P E TA C U L O S TRO & EXPOSIÇÕES

Porta com Porto 30 de agosto a 2 de setembro Porto Rute (Sofia Alves), uma mulher independente com cerca de 40 anos, resolve comprar um apartamento novo num edifício de prestígio. Mas, na euforia de conseguir mais um passo na sua independência acontece, algo que não estava planeado e que ela não vai conseguir controlar… Tony (João de Carvalho). Tony é o proprietário que vai ocupar o apartamento do lado, Porta com Porta. De facto, Tony com cerca de 55 anos está muito longe de ser o vizinho ideal para Rute… E os problemas acontecem logo no primeiro encontro. Uma comédia divertida escrita por Lázaro Matheus e que tem finalmente a sua estreia em Portugal.

CYRANO DE BERGERAC 11 de Agosto - Quinta da Regaleira, Sintra Eis o espadachim da palavra! Cyrano, nariz no ar (e que nariz!) desafia qualquer bonifrate dono da razão! E tantos há, sem coração. De Amor ele é cavaleiro, lutando contra os moinhos gigantes da ignorância. O Amor caminha misteriosamente e Cyrano por vezes troca-lhe os passos. Mas não desiste, nunca. Até ao fim pode ser sol que ilumina. Até ao fim pode ser luar que encanta um beijo. E o mistério faz viver, no fim, não é?


ICA & CONCERTOS MÚSICA & CONCE

CAROLINA DESLANDES

06 de Agosto de 2018 - PARQUE DO PALÁCIO DA GALERIA, Tavira

Carolina Deslandes é uma das maiores artistas da atual geração de cantores e compositores portugueses. Com milhões de visualizações no Youtube tem construido um percurso meteórico desde a sua estreia, afirmando-se como uma das maiores referências não apenas no universo digital mas na música nacional contemporânea.

PORTO WINE HOUSE RUA DAS PRETAS 24 de Agosto de 2018 - CAVES DA POÇA Gaia

Dentro de uma das mais emblemáticas Casas de Vinho do Porto, o Poças Wine recria um ambiente de uma sala de estar, numa perspectiva íntima. Pierre Aderne e os seus convidados de música lusófona - tocando, contando histórias e falando de novas músicas, sem microfones, sem amplificadores, sem ensaio : fados, bossa nova ou jazz, canções inéditas ou o que quer que decidem tocar, bebendo grandes vinhos portugueses da Niepoort, Soalheiro, Poças, queijos, pães e petiscos portugueses


CAIO - MUNDO INCERTO 25 de Agosto de 2018 - Cineteatro Municipal D. João V

Quando inventou a roda, a humanidade inventou também a viagem: não apenas a ida, definitiva, mas também o regresso e a nostalgia. A roda de Caio, que circula por estradas feitas de melodias folk e de poemas que só o coração entende, tem-nos levado em viagem por mundos tão longínquos quanto lhes permitamos, voltando sempre ao lugar onde é plenamente feliz: a familiaridade. Já assim o era em Desassossego, EP editado em 2016, e no habilmente intitulado Viagem, de 2017. Volta a sê-lo em Mundo Incerto, álbum novo de um talento enorme em corpo jovem – 20 anos, apenas –, mas com a mesma contemplação serena de um gigante.

MANO A MANO

02 de Agosto de 2018 - Casa da Música, Porto

Com um vasto percurso na área do jazz, os irmãos guitarristas André e Bruno Santos apresentam o seu novo disco Vol.2, com arranjos que exploram as inúmeras possibilidades que um duo de guitarras oferece. Acrescentam-lhe ainda a braguinha, um instrumento tradicional da Ilha da Madeira, de onde são naturais. Para além da cumplicidade musical e pessoal, o concerto é marcado pela elegância, o virtuosismo e algum humor.

WE FIND YOU

17 de Agosto de 2018 - Casa da Música, Porto

Iniciado em 2015, o projecto bracarense We Find You é formado por David Dias (voz) e Miguel Faria (guitarra e coros), contando com influências musicais que vão de Radiohead ou Coldplay até Ray Lamontagne, Patrick Watson ou Matt Corby. Num concerto intimista, o duo toca temas originais e versões de músicas de intérpretes femininas.



14 anos DEPOIS a ELETRÓNICA e o amor FAZEM HISTÓRIA por Patricia Silva

O segundo dia do MIMO festival ecoou as vontades, elevou as expectativas e citou a liberdade. Foi dessa forma que o dia 21 de julho de 2018 ficou marcado na história da música e como Otto chegou novamente ao público português.

V

inte anos depois a história repete-se vezes sem conta. Depois de passar por Nação Zumbi e Mundo Livre, Otto celebrou cerca de 20 anos de carreira a solo com a voz de quem quer mudar o mun-

do. Alguns definem-no pela sua “insurreição”, outros pela não censura de “responder ao que vê de mal no mundo”. Otto luta por um mundo melhor e, dessa forma, não deixa que isso caia em esquecimento. Minutos antes de entrar em palco as suas palavras eram reflexo da sua ansiedade em voltar a cantar para um público essencialmente português. A FAIRE esteve à conversa com o artista que assume a liberdade política como uma máxima que necessita de ser repensada, 'Ottomatopeia' surge como uma necessidade de contestação e que, como o mesmo indica, "não é uma contestação de propaganda ou panfleto". 'Ottomatopeia' é uma abordagem no qual a eletrónica e o amor andam de mãos dadas.

‘OTTOMATOPEIA’, A CRÍTICA QUE É MÚSICA PARA OS NOSSOS OUVIDOS Com largos anos de carreira, 14 anos depois volta a Portugal para fazer o que de melhor sabe. É dessa forma, que ‘Ottonomatopeia’ ganha vida, um ano depois do seu lançamento (2017). Sendo descrita como uma crítica “não panfletária”, Otto pretende ecoar uma voz que quer ir mais além, quer fazer-se ouvir, acima de tudo, com amor, “(…) eu discuto política com amor, eu posso fazer tudo com amor. É um período difícil para o Brasil. Nós estamos a passar por um período de crise muito séria com a democracia de lá, com a democracia de cá, a prisão de Lula, tudo isso e, esse disco, é um desabafo. É um desabafo político, aquele grito preso, contra as injustiças e principalmente no sentimento, nunca no panfletismo”, afirma o músico. Em resposta ao impeachment de Dilma Rosseff, o considerado “disco político” só se assume de todo um concerto político.


É então que a noite do segundo dia do festival proclama a libertação de Lula, entre temas como Bala, Atrás de você e Carinhosa, navegando também construção de uma retrospetiva pelos cinco álbuns anteriores, entre eles o primeiro Samba para Burro de onde toca Bob e a efusiva Ciranda de Maluco. A ELETRÓNICA E O AMOR ANDAM DE MÃOS DADAS Em tempos, a eletrónica formava um contexto musical que, na sua maioria, se sobrepunha à emoção no que compete ao trabalho do artista. Hoje, Otto reconhece a sua admiração e a sua posição completamente a favor da constituição da tecnologia nas nossas vidas, até porque essa relação dicotómica, entendida por alguns como descabida, na sua mente, faz todo o sentido.“A gente não pode parar mais e o amor está ali (…) não pode mandar cartas, mas pode mandar uma mensagem, um email na hora. Eu acredito muito que a tecnologia veio para ser o pontapé dos novos tempos … da eletrónica e acho que o mundo tem de viver positivamente com isso” admite o poeta. O artista faz ainda referência à necessidade de complementação que o ser humano necessita de procurar nessa face secundária que o complementa, “Eu acredito em tudo que o ser humano cria e ele se expande. Tem uma coisa que diz que o ser humano é o seguinte: o arado, a mão, a tesoura é uma progressão dos braços (…) Então, cantores, poetas, artistas, podemos alimentar a nossa mente para poder controlar essas máquinas”. “Volta a Portugal é voltar às origens!” “Otto Maximiliano Pereira de Cordeiro Ferreira”, a descendência portuguesa é algo que emociona o artista desconcertante que grita pela voz da liberdade e, tal como o seu nome, o artista admira as influências portuguesas que insanamente o acompanham: “Voltar a Portugal é voltar às origens do Brasil, no MIMO, em Amarante, que é uma cidade histórica. É conviver com o nosso passado, o nosso presente, com um país com harmonia, como a pátria mãe da gente, a língua da gente”, revela.


Eça de Queirós, Assis e Saramago são alguns dos nomes que fazem parte da motivação e do gosto que leva Otto a mistificar Portugal e a língua portuguesa, sendo que o mesmo admite ser apaixonado pela a mesma:“a minha vida vem dela, a minha poesia, o meu trabalho … eu educo a minha filha falando português e pensando em português”. 20 ANOS DEPOIS … A perspetiva de uma carreira para as próximas duas décadas que se prosseguem é como um legado que pretende ser alcançado. Refletindo de uma forma contemporânea e evolutiva, Otto promete deixar a sua pegada e a sua presença, seja ela em primeira pessoa, ou não “se eu não estiver aqui com certeza que a minha filha vai estar e eu vou tentar deixar um legado de poesia, de música, de um tempo. Eu acho que vou deixar um tempo no ser humano e sempre com esse ponto de olhar - o presente com os faróis voltados para o futuro.”


XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE

EXPOSIÇÃO GERADOR 4 de a gosto a 5 de setembro, Amarante – Gatilho Porta 43

Todos os dias nos perguntamos: Como fazer cultura para todos hoje? É bimestral e fala sobre a cultura portuguesa, os seus artistas, intervenientes e entidades, sempre de uma perspetiva descontraída e bem-humorada. No dia 4 de agosto, a revista Gerador será apresentada em Amarante na sede da Gatilho, com uma exposição de todas as capas da revista editadas até ao dia, ficando patente ao público até ao dia 5 de setembro.


FESTIVAL-MÚLTIPLO 16, 17, 18 E 19 de agosto, Lisboa (Zaratan, Arte Contemporânea) – 16h às 24h A Zaratan - Arte Contemporânea apresenta a quarta edição do Festival MÚLTIPLO, um evento organizado por identidades plurais e referências cruzadas que promove a disseminação, a materialização e a multiplicação de experiências artísticas e sonoras. Fiel ao espírito das três edições anteriores, o Festival Múltiplo caracteriza-se por uma forte componente de produção criativa DIY, com lançamentos de publicações e edições gráficas, e conta com uma programação intensa de concertos, performances, apresentações e tertúlias, incluindo a participação de dezenas de artistas nacionais e internacionais.

GERMINAL a decorrer até 31 de dezembro Lisboa – MUSEU MAAT – 11h às 19h “O núcleo Cabrita Reis na Coleção de Arte Fundação EDP é a primeira grande exposição sobre a Coleção Pedro Cabrita Reis, adquirida pela Fundação EDP em 2015. A exposição, que teve uma primeira apresentação na Galeria Municipal do Porto entre março e maio deste ano, debruça-se sobre um vasto e significativo conjunto de obras, com especial incidência numa reflexão sobre os momentos iniciais ou originários das carreiras de artistas nacionais – característica essa que deu origem ao título da exposição – e cujos percursos têm vindo a afirmar-se ao longo do tempo.

Obras, Pensamentos E EXPERIÊNCIAS a decorrer até 6 de janeiro, Serralves Projectos recentes do artista indo-britânico Anish Kapoor (n.1954, Bombaim), um dos grandes nomes da escultura contemporânea. É conhecido por obras de forma abstracta e de grande escala, que questionam os limites da escultura, como o Cloud Gate que fez em 2006 para um parque na Baixa de Chicago.


MODAR.TE Arte, Moda e Cultura

por Patricia Silva

Quinze de julho de dois mil e dezassete foi um bom dia para o projeto amarantino MODAR.TE e Cataria Noronha, uma das fundadoras do projeto, fez questão de o recordar em conversa com a Faire, um ano depois. A história do projeto remonta a uma “conversa de café, com o Carlos”, na qual surgiu a ideia de criar e organizar um evento onde fosse possível transcender o calculável da moda. O objetivo principal era “retratar a moda como arte”. Com alicerces bem definidos as palavras-chave Arte, Moda e Cultura registaram o ponto de partida do projeto e o local onde o mesmo se propiciava não tinha como não contribuir para tal: “Amarante é uma cidade com uma forte cultura artística e, enquanto designer de moda, sempre sonhei em apresentar uma coleção na minha terra, de uma forma que fizesse sentido”, admite Catarina.


Carlos e Sara foram dois dos elementos que deram vida ao MODAR.TE. Ambos, juntamente com Catarina, desenharam o projeto, sob a orientação de Filipe, na altura responsável pela “JumpBox”. Tal como a jovem designer afirma, rapidamente, se verificou “o efeito bola de neve” e o trio se transformou numa equipa na qual a palavra criatividade fluía na imaginação desta nova família. O projeto ambicionou sempre concretizar-se e Catarina admite que a questão do passar “do papel para o mundo real” nunca foi um receio no qual se debruçassem. Contaram com a cooperação da Câmara Municipal de Amarante e de alguns patrocínios locais, que os ajudaram com essa questão e, dessa forma, a sua integração e construção mostrou-se cada vez melhor. 1ª EDIÇÃO: AS “ARTES AMARANTINAS” DE MODAR.TE O talento é algo que flui entre toda a equipa e é o que faz com que o projeto MODAR. TE seja concretizado. Já a cultura amarantina é um ecoar de toda a cultura artística que reside na cidade, sendo que a 1ª edição do evento se intitulou de “Artes amarantinas” e teve lugar na Casa da Granja, frequentada em tempos por Amadeo de Souza Cardoso. Com o intuito de “criar um espaço de lazer e aprendizagem através da fusão de diferentes artes, direcionando a quem procure conhecer novos criadores”, reuniram o máximo de artistas amarantinos e, rapidamente, estenderam os horizontes: “tivemos artistas de diferentes pontos de Portugal, o que também ajudou na inter-regionalização do evento.”, refere Catarina. Contando com a realização de workshops nas diferentes áreas e a recorrência aos espetáculos de dança e Jam Sessions, a dinâmica foi um ponto crucial “Queríamos que as pessoas pudessem participar e intervir, deixar um bocadinho de si. Mais do que um espetáculo, queríamos criar uma experiência”.

Retribuir é a arte de demonstrar a satisfação do lado de lá e, ao que tudo indica, o “lado de lá” deste projeto revelou uma positividade surpreendente. “No próprio dia do evento as pessoas vinham ter connosco para nos felicitarem. Acho que ninguém estava à espera daquilo que conseguimos criar, tendo em conta a nossa experiência. Mas tínhamos muita vontade e no dia do evento estávamos todos com uma ótima energia que se estendeu a quem por lá passou. Acho que o mais importante foi termos conseguido inovar e surpreender o nosso público (…)” evidenciou a jovem, desta forma, a difusão entre a moda, a música e a performance criou um dos momentos altos da edição. Durante dois “loucos meses”, antecedentes ao evento, a questão da “aceitação do público, sempre foi um receio da equipa, no entanto, a lotação esgotada do evento, foi o reflexo da evolução circunstancial e do reconhecimento de um talento nato. DO RECORDAR AO PRÓXIMO PASSO Quanto aos melhores momentos? Segundo Cataria terá sido a semana do dia “D”. “Foi frenética e exaustiva, mas muito gratificante. Tínhamos uma equipa fantástica, era verão e tínhamos um tanque para nos refrescarmos depois de um dia exaustivo de carregar e preparar mil e uma coisas”, recorda a jovem designer. Elevar o projeto e rumá-lo para uma dimensão a um nível mais profissional é o principal objetivo, ainda que, com a capacidade de manter a descontração e a dinâmica fluída do evento, permitindo combater assim o preconceito de que as artes são apenas “hobbies” e não profissões “a sério”, tal como reforça Catarina. MODAR.TE está prestes a mudar e, como tal, a criação de uma 2ª edição já está na mente da equipa, sendo que as datas ainda estão por delinear. A arte é um leque de bagagens que alimentam a imaginação e o talento e, como tal, MODAR.TE promete dar voz,




H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S VIVER SEM PLÁSTICO WILL MCCALLUM Em 2050 estima-se que haverá, em peso, mais plástico do que peixe nos oceanos. A poluição pelo plástico é o flagelo ambiental da nossa era, mas como podemos fazer a diferença? Neste guia claro e esclarecedor, assinado pelo destacado activista anti-plástico, vai ajudá-lo a fazer pequenas mudanças que farão uma diferença enorme, desde comprar copos de café reutilizáveis a fazer recolhas de lixo no parque ou praia da sua zona de residência. (…) O plástico não vai desaparecer sem dar luta. Vamos precisar de um movimento feito de milhões de pequenos gestos individuais, que juntarão as pessoas de todos as origens e culturas, cuja vontade se vai fazer sentir em todo o lado, desde a aldeia mais pequena ao mais alto dos arranha-céus.

MORRER À SOMBRA DAS PALMEIRAS HEINZ KONSALIK Quando uma garrafa com uma mensagem surge numa praia alemã, todos julgam que só pode tratar-se de uma brincadeira. A mensagem, escrita por um tal Werner Bäcker, diz que, após uma violenta tempestade, ele sobreviveu numa ilha perdida do Pacífico. E precisa de ajuda. Mas a história de Werner está longe de ser uma brincadeira. Perdeu a mulher e os três filhos num mar enraivecido e, embora a princípio apenas desejasse a morte, a vontade de viver prevaleceu. Agarrando-se à vida com todas as fibras do seu corpo e tendo como única companhia um albatroz, Werner aprende a viver sozinho e a amar a sua ilha. O destino reserva-lhe, ainda assim, mais surpresas. Quando toda a esperança de regressar ao mundo dos homens desaparece do seu coração, eis que surgem sobreviventes de um naufrágio, um outro homem e uma mulher. Os seus novos companheiros trazem para a ilha segredos desconcertantes.


H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S H I S T Ó R I A S & L I T E R AT U R A S ESPIÃO NA PRIMEIRA PESSOA SAM SHEPARD Espião na Primeira Pessoa" é, num primeiro plano, a observação pelo narrador de um homem de idade, um vizinho do outro lado da rua. O velho enigmático que observa será, afinal, ele próprio, num tempo perto do fim – e que desse presente aprisionado parte em digressões pela memória, mas também pelo espaço e pelo tempo remanescentes. O registo não é realista – é por vezes surreal –, o fluxo da consciência corre livre e anarquicamente, e a identidade é móvel ou constantemente transmutável. Sam Shepard trabalhou neste livro até poucos dias antes da sua morte, em julho de 2017, provocada por uma esclerose lateral amiotrófica. Já perto do fim, ditava com esforço e as suas duas irmãs transcreviam. O trabalho final de edição e revisão do livro foi feito com a ajuda de Patti Smith, antiga amante e amiga de mais de 40 anos.”

21 Lições para o Século XXI – Yuval Noah Harari «Em “Sapiens”, o meu primeiro livro, revisitei o passado do homem, descrevendo o modo como um macaco insignificante se tornou o dono do planeta Terra. No meu segundo livro, Homo Deus, explorei uma visão a longo prazo do futuro da vida humana, contemplando como poderemos eventualmente tornar-nos deuses, e refletindo sobre os limites até onde a nossa inteligência e a nossa consciência nos poderão levar. O meu novo livro debruçar-se-á sobre o estado presente do mundo. Qual o verdadeiro significado dos eventos que hoje testemunhamos e como poderemos lidar com eles à escala individual? Que desafios e escolhas se nos deparam? O que poderemos legar ou ensinar aos nossos filhos? Algumas das questões que procurarei explorar e dar resposta incluem o significado da ascensão de Trump, se Deus estará ou não de regresso ao nosso mundo, se o nacionalismo pode ser a resposta a problemas como o aquecimento global. O livro está dividido em 5 partes (O Desafio Tecnológico, o Desafio da Política, Desespero e Esperança, Verdade, Resiliência), cada uma delas com questões dedicadas a temas específicos, no total de 21 lições para o século XXI.»



por Maria Serrano

MAKE UP A maquilhagem é uma paixão que surgiu há dois anos e descobri que para além de ser uma forma de arte é uma oportunidade de realçar a personalidade que cada mulher tem dentro de si. A arte acompanhou-me sempre no papel através do desenho e da escrita e, agora, no rosto. O belo e a ordem estão inerentes na matemática, na geometria e na natureza e o rosto de cada pessoa é sinónimo de perfeição. A maquilhagem é precisamente o que acaba por realçar essa mesma beleza que cada mulher tem, não apenas no formato como na luz interior e, por isso, tem o poder de sobressair e de realçar o melhor de cada pessoa. Compete a um profissional de maquilhagem desenhar e destacar o melhor de cada mulher para que então consiga complementar à moda.

Existem várias técnicas e rostos diferentes que cada profissional deverá ter em conta mas o princípio básico que devemos exigir é na pele. Uma boa pele é o segredo para que qualquer maquilhagem resulte na perfeição. Limpar e hidratar a pele de forma adequada faz qualquer maquilhagem ser bem sucedida para que de seguida seja feita a uniformização através de uma base adequada (a base ideal não é sinónimo de grande cobertura, na dúvida utilizar uma base fluída). De seguida aplicar um corrector para disfarçar as imperfeições e iluminar os lugares correctos, fixar estes produtos com um pó compacto e esculpir o rosto com um blush. Conselhos para agosto: proteger a sua pele sempre com protecção elevada para que mantenha a sua aparência jovem e evitar a idade precoce da pele. Hidratar a pele todos os dias de manhã e à noite e fazer uma boa máscara facial de uma a duas vezes por semana.


por Emanuel Ramos

Não te ESQUEÇAS que tens de proteger a tua PELE! por Emanuel Ramos

Sabia que em cada 10 homens, apenas 1 usa protetor solar? O motivo todos já sabem, parte deles não se preocupa em cuidar de si ou acham que protetor solar para homens só deve ser usado na praia.

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NIVEA - 19€

VICHY - 40€

Apesar do risco de morte ser pequeno, há outros riscos que fazem mal a nossa pele e beleza e com isto há um aumento no número de homens que tiveram cancro de pele. O excesso de sol sem proteção podem causar aos homens: - Envelhecimento precoce - Cancro de pele - Manchas de pele

PIZ BUIN - 27€

QUANTO MAIOR FOR A PROTEÇÃO MENOS RISCOS IRÁ CORRER

Quer a sua pele seja clara ou tenha uma pele naturalmente escura, os problemas na pele devido o sol são os mesmo. Com tudo, a frequência com que deve aplicar protetor solar, deve ser considerada baseadam-se no seu nível de pigmentação.

É importante fazer as pazes com os perigosos raios UV. É necessário utilizar protector solar em todas as partes do corpo que vão estar expostas ao Sol.

GARNIER - 29€


SHOPPING por Emanuel Ramos

ELE TAMBÉM USA PRODUTOS DE BELEZA.... Já faz algum tempo que o homem deixou de ser o antigo Homem das Cavernas e cada vez é mais arrojado e com isto a oferta de cremes e produtos de beleza para o público masculino tem aumentado. Quem não gosta de um homem bem apresentado e cuidado?

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Total Revitalizer de Shiseido Men - 85€

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Daily Moisture Defense Lotion SPF15 de Lab Series - 54€

Oil Control Face Mask de Bulldog - 8€

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Soin Global Revitalisant de Sisley - 203€


S U S T A I S U S TA I BO Produção: ONNO Fotografia e Styling: Fábio Sernadas Modelo: João Oliveira


II N A B L E NA B L E OY














UMA JÓIA EM MIL Dois continentes, a mesma herança. Diogo Dalloz deixou o Brasil para se apaixonar por um país que o recebeu de braços abertos. Estudou em Lisboa, viveu em pleno coração do Chiado e agora é o Porto a cidade que escolheu para viver e levantar a sua marca em Portugal. Um passado relacionado com as artes e a escultura, é hoje um jovem designer que deixou o macro para o micro, para Dalloz são inúmeras as possibilidades para criar uma peça de ourivesaria. Começou com um processo que é aplicado na indústria naval e agora é o grande criador do conceito incomplete na ourivesaria, que até então era apenas aplicado em roupas. Depois de estudar em Portugal e voltar para o Brasil com o nosso país no coração demorou apenas mais alguns anos até que veio para ficar. Durante esses anos criou a sua empresa no Brasil, que serviu de base para treino e para poder lançar-se para a Europa. Já pensou poder usar os mesmo brincos 365 dias e apenas ter de mudar a pedra que completa o brinco ou mesmo utilizar um simples anel todos os dias? Pois Diogo Dalloz criou jóias para 365 dias. Recorrendo à elasticidade dos metais utilizados, criou um mecanismo fácil para que possa alterar seja a jóia que for. Mas se isto lhe parece tudo perfeito, o percurso do carioca apaixonado por Portugal nem sempre foi o melhor. Desde os problemas na produção ao barramento para expandir mais o seu produto, Diogo nunca desistiu desta paixão que para ele tem de tão tradicional e o apego ao passado.


Apaixonado pelas jóias, pelo detalhe, pela elegância e pela criação, o carioca que faz joalharia portuguesa é uma caixinha de surpresas. Desde mulher até ao homem todos podem usar as suas jóias! Com uma mente sempre em funcionamento a criação de peças é basta, mas outro dos problemas que existem na hora de vender as peças é o saber contar a história que está por trás dessa peça. Para Diogo é bastante importante que o funcionário que está a vender a sua peça saiba como vender, usando os argumentos certos e que a pessoa compre apenas mais uma jóia. Na hora da criação a inspiração também é larga! Pode ser qualquer coisa mas existem algumas peças que nos levam até à China ou até à Pré-História, onde o fogo mudou as nossas vidas e as danças à volta do mesmo foram a primeira forma de comunicação do Homem, estes pequenos detalhes pode encontrar num dos anéis da coleção de Diogo. Com garantias que os grandes dias de sucesso estarão a chegar, Diogo continuará a trabalhar e a criar coleções, praticando coleções e praticando todas aquelas técnicas que o fizeram apaixonar-se por Portugal.




VISTAS


BARÃO DE FLADGATE

O

restaurante das caves Taylor’s, na zona histórica de Vila Nova de Gaia, oferece uma experiência gastronómica, onde todos os sentidos são apurados. Com uma vista privilegiada sobre o Porto e o Rio Douro, a nova carta, com assinatura do Chefe Ricardo Cardoso, explora diferentes sabores e texturas, em perfeita harmonia com o vinho. Debruçado sobre o Rio Douro, o restaurante Barão Fladgate, nas caves Taylor’s, oferece uma experiência que vai muito além da expectável conjugação entre gastronomia e vinhos. A nova carta, da autoria do Chefe Ricardo Cardoso, promete surpreender o palato, pelos sabores, harmonias e contrastes de uma cozinha pensada ao pormenor para elevar a experiência e despertar os sentidos.


THE YEATMAN

C

om uma localização privilegiada sobre o Rio Douro e lado a lado com as históricas caves de vinho do Porto, o The Yeatman apresenta um inovador conceito de hotel vínico de luxo e da arte de bem receber. À incomparável panorâmica sobre o rio e a zona histórica da cidade do Porto soma-se um conjunto de serviços de excelência, como o Restaurante premiado com uma estrela Michelin sob a mestria do Chef Ricardo Costa, o exclusivo Spa Vinothérapie® Caudalie e ainda um programa vínico premium, onde se incluem Jantares Vínicos, Provas e Seminários. Membro da reconhecida cadeia Relais & Châteaux, o The Yeatman

afirma-se como um embaixador dos vinhos nacionais, contando com a mais abrangente cave de vinhos portugueses do Mundo. O hotel tem vindo a merecer vários reconhecimentos internacionais e nacionais, entre os quais se destacam prémio “Most Excellent City Hotel” pela Condé Nast Johansens, “Best of Award of Excellence” pela Wine Spectator, a mais influente revista internacional de vinhos, “Best of Wine Tourism 2014” atribuído pela Rede de Capitais de Grandes Vinhedos, “Melhor Carta de Vinhos” pela Revista de Vinhos, “Restaurante com Melhor Serviço de Vinhos”, pela revista Wine, “Melhor Hotel Independente”, pela Publituris e “Garfo de Platina”, pelo Guia Boa Cama Boa Mesa do Expresso.


S

MIRAJAZZ

ituado no sossego da zona histórica das Escadas do Caminho Novo, o Mirajazz é um projeto da associação centenária Grupo Musical de Miragaia. A música está na sua raiz, pelo que a maioria das tardes passadas neste terraço contam com artistas de Jazz a atuar ao vivo, a par com uma vista única sob o Douro e uma carta de vinhos e petiscos que prometem impressionar.

VINUM RESTAURANT & WINE BAR O VINUM Restaurant & Wine Bar é um restaurante localizado nas Caves Graham’s 1890, em Vila Nova de Gaia, inaugurado em fevereiro de 2013. Este projeto, inserido na reabilitação das caves, é o resultado de uma parceria entre a família Symington, produtores de vinho do Porto há mais de 130 anos, e a família Sagardi, originária do País Basco, que tem vindo a levar a cozinha Basca e o rigor da sua tradição aos 4 cantos do mundo, como é o caso de Santiago do Chile, Buenos Aires, Amesterdão, Madrid e Barcelona. Dedicação, respeito, empenho e paixão pelo vinho e pela gastronomia seriam o mote para uma parceria de sucesso que apenas pode ser vivenciada no VINUM Restaurant & Wine Bar.




NOT Produção: ONNO Fotografia e Styling: Fábio Sernadas Modelo: Nelson Lopes


TION


















AS CORES DO NOSSO COMÉRCIO

V

amos traçar um percurso ficcional: O Bernardo levantou-se ainda meio a dormir e dirigiu-se à casa de banho, para que um duche o preparasse para o dia longo que o esperava. Enquanto a água lhe escorria pelos cabelos e corpo, mirava ainda com um olhar vazio a sua banheira vermelha. Saiu do banho, já mais fresco e, de toalha à cintura, colocou um fillet cinzento escuro de pasta dos dentes na escova. Remexia já o armário à procura da espuma da barba verde. Desfez a barba, voltou ao quarto e vestiu rapidamente a sua imaculada camisa preta. Não se via uma única nódoa naquela camisa há anos. Subiu a persiana para arejar o quarto e não pode deixar de reparar que as nuvens no céu lhe pareciam extremamente cor-de-rosa. Não se adivinhava chuva.

Virginia | desde 2014 proprietárias. O branco bem presente no espaço é também um reflexo perfeito da pureza dos alimentos biológicos que por aqui se comem e que transmite uma certa leveza do ser aos seus clientes. [Conheça a história do Aconchego do Quintal em http://saojoaonosso.pt/aconchego-do-quintal/]

Já deve ter percebido que há qualquer coisa de errado com toda esta imagética, porque, como é fácil constatar o branco é uma presença incontornável na nossa vida. No comércio a presença e importância do branco é igualmente incontornável. Transmite facilmente vários aspetos desejáveis como a simplicidade, organização e eficiência. Porém, o seu significado pode também assumir facetas diferentes como nos mostra a Virgínia, no Porto, com os seus bolos e doces que tentam a mais austera dieta. Aqui o branco do açúcar e de deliciosas massas assume uma postura peculiar de desejo e realça o design colorido destas perfeitas tentações de ovos e farinha. [Conheça a história da Virginia em http://portonosso.pt/virginia/ Em São João da Madeira, o restaurante Aconchego do Quintal, conhecido pela sua ‘comida de verdade’, apresenta-se com uma luminosidade que deixa antever a serenidade de Francisca e Dilma, as suas Aconchego do Quintal | desde 2017


Em Lisboa - cidade precisamente conhecida pela iluminação ímpar que a clara calçada portuguesa lhe proporciona - os azulejos de branco imaculado afiguram-se como a tela perfeita para a arte de Anabela Cardoso. Na sua loja homónima, cria e restaura este legado português com uma precisão e ingenuidade inigualável [Conheça a história da Anabela Cardoso em http://lisboanossa.pt/anabela-cardoso/] A Bau Uau, em Aveiro, desafia os espaços completamente brancos de muitas habitações, propondo uma decoração diferente, nova e irreverente. A sua eclética faceta artística, que atrai talento por toda a cidade de Aveiro, é também um espelho da inclusão proporcionada pela ‘cor’ a que dedicamos esta publicação. [Conheça a história da Bau Uau em http:// aveironosso.pt/bau-uau/] Anabela Cardoso | desde 1998

Esta é uma ‘cor’ que tudo engloba e dirige, embora, na verdade não lhe possamos chamar propriamente cor, mas sim o somatório de todas elas. Semelhante a uma tela que aguarda preenchimento, o branco gosta simultaneamente de complementar e de se ver complementado pelos seus irmãos cromáticos. O reflexo perfeito das sinergias do nosso comércio de proximidade.

Bau Uau | desde 2003


Essências DoTerra. Apenas com uma gota deste produto, que é 100% natural, conseguimos alcançar um sabor bastante concentrado. As essências DoTerra são muito versáteis e com as diferentes gamas de sabores e aromas conseguimos criar as mais variadas receitas, tais como o merengue de tangerina e o bolo de Lemon grass que o chefe José Matos criou.


Limão

Lemon Grass e Tangerina Para o bolo de Lemon Grass: 5 ovos 200gr de açúcar 200gr de farinha 100 ml de leite 1 colher chá de fermento em po 2 gotas de Lemon Grass DoTerra

Para a gelatina de limão: 2 ovos 2 limões 120gr de açúcar 100 gr de manteiga 2 folhas de gelatina

Para o merengue de tangerina: 120 gr de açúcar 40 ml água 2 claras de ovo 1 gota de Tangerina DoTerra

Preparação: Para o bolo:

Bater os ovos com açúcar até triplicar o volume. Aos poucos, envolver a farinha, o fermento e o leite. Adicionar o óleo de Lemon grass. Levar ao forno a 170 durante 30 minutos. Retirar do forno e deixar arrefecer.

Para a gelatina de limão:

Raspar os limões e retirar o sumo. Bater os ovos com o açucar. Adicionar o sumo de limão e a raspa. Levar ao lume brando e mexer até engrossar. Colocar as folhas de gelatina em água fria para demolhar. Retirar o creme do lume, adicionar a manteiga e a gelatina. Passar pelo coador. Colocar sobre o bolo e levar ao frigorifico durante pelo menos 4 horas.

Para o merengue de tangerina:

Levar ao lume o açúcar e a água. Deixar ferver durante 5 minutos. Bater as claras e aos poucos juntar a calda de açúcar em fio. Bater durante 8 minutos até atingir picos duros. Adicionar o óleo de tangerina. Depois da gelatina solidificada, decorar com o merengue a gosto.





TECHNOHOLICS por Ana Maia

A

24 horas online

tualmente, as tecnologias atacam-nos por todas as frentes. O alarme toca, mas já não se ouve a partir do relógio-despertador que decorava a mesinha de cabeceira. O smartphone está encarregue de fazer soar a melodia por nós escolhida para nos tirar da cama. E quantos de nós antes de sair da cama verificamos as redes sociais? Vamos ao Facebook, depois ao Instagram, consultamos o e-mail e só depois estamos prontos para começar o dia. Para não falar que se optarmos por transportes públicos, a companhia eleita é o smartphone novamente. E de que serve a televisão para tantos adolescentes? Para o streaming da Netflix ou para a Playstation? As tecnologias estão cada vez mais a apoderar-se do nosso dia a dia. De acordo com o estudo elaborado pelo INE, 63% dos indivíduos com idades entre 16 e 74 anos utilizaram a Internet diariamente nos primeiros 3 meses do ano de 2017, em Portugal. Segundo a mesma fonte, em 2012, crianças e pré-adolescentes portuguesas, com idades entre os 10 e 15, utilizaram Internet, nos primeiros 3 meses desse mesmo ano, 81,1% para enviar e-mails, 84,1% para enviar mensagens em chats, blogs, newsgroups, fóruns de discussão online ou em chats, 11,1% para criar ou manter blogs, 96,7% para procurar informação para trabalhos escolares e 66% para colocar conteúdo pessoal num website para ser partilhado. Para não falar que utilizam a Internet para telefonar ou fazer chamadas de vídeo, ler jornais, revistas ou livros, pesquisar sobre saúde, ouvir rádio ou televisão, jogar ou para fazer o download de jogos, imagens, filmes ou música. Um estudo divulgado pela Spredfast, em 2018, revelou que o Youtube alcançou mais as idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos do que qualquer canal televisivo, nos Estados Unidos da América.

Mas afinal o que é que não se faz na Internet, atualmente? Existem aplicações para tudo – ver televisão, monitorizar um bebé, controlar o alarme da casa, beber água, agendar os nossos dias, controlar a menstruação, deixar de fumar e até para envergonhar os outros e similar um peido falso ou o alarme da polícia. Usamos a Internet ainda para pedir recomendações e sugestões. Que creme de rosto comprar? Qual o melhor detergente da roupa? Ora se a DECO pretendia responder a estas questões, atualmente, os consumidores tendem a pesquisar na Internet as suas respostas.

Como consumidores tendemos a confiar mais na opinião dos seus iguais e, por isso, os fóruns, os grupos de Facebook, os blogs e os youtubers tornam-se fontes fiáveis para a tomada de decisão de compra. Isto, porque a experiência e as opiniões pessoais são as fontes mais valiosas de informação,

durante o processo de decisão de compra, e o word-of-mouth (boca a boca) poderá ser considerado mais credível que as fontes comerciais, dado que a informação é filtrada de forma imparcial por indivíduos. Sempre que mergulhamos na Internet, afogamo-nos em Informação. Mas, na verdade, o que acontece a tanta informação? Às vezes, partilhamos com amigos e entre conversas surge: “Li um estudo que dizia…”, “Ah, segundo o que li na Internet…”. Mas, quem disse foi a Internet? A tecnologia é divinizada e a cultura procura aceitação e ordens na tecnologia. Tenta-se, ainda, perceber ao máximo as vantagens da tecnologia na educação, na medicina, na linguagem e na ciência. Estaremos dependentes da tecnologia? Será que poderemos afirmar que estamos perante aquilo que Neil Postman, na sua obra de 1993, Technopolis, descreve como um Tecnópolio? Um mundo obcecado pela tecnologia e por o que esta que poderá fazer nos vários campos científicos, sociais, culturais, políticos…


M Y S Produção: ONNO Fotografa: Vanessa Alexandra Modelo: Cristiana Ramos Fashion Designer: Ines Botas Direção: Emanuel Ramos


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