BiblióFalo
A nudez na escultura funerária paulista: Múltiplas representações da masculinidade burguesa de Maristela Carneiro (2014)
E
sse artigo traz um recorte bem definido: as representações do nu e do seminu masculino na composição da arte funerária paulista, a partir do acervo artístico de três cemitérios da cidade de São Paulo (Consolação/1858, Araçá/1897 e São Paulo/1926). Contudo, ele começa com uma interessantíssima definição de nudez e, principalmente, da masculinidade, que senti necessidade de reproduzir, em parte, aqui: A definição de nudez que orienta este trabalho está além da simples condição da ausência ou do desprovimento de vestes de um corpo. A nudez é um discurso representacional que se encontra ancorado em estratégias e convenções sociais. Podemos encontrar o termo nudez sendo utilizado literal ou metaforicamente, algumas vezes como não vestido ou despido, em outras destituído ou privado, até mesmo sem disfarces ou sinônimo de sinceridade, sem deixarmos de lado a sugestão erótica que muitas vezes se associa à interpretação da nudez. [...]
Capa do livro com artigos originalmente apresentados no VII Colóquio História e Arte – Objetos do Olhar, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense e pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro em novembro de 2014.
O corpo na arte, tanto na literatura, quanto nas artes visuais, é sempre um corpo-representação, um corpo imaginário que revela narrativas que objetivam conceder sentido aos corpos reais. As várias representações do corpo imaginário indicam negociações no que dizem respeito ao discurso do corpo, às relações e normas sociais, e mesmo aos valores de determinada sociedade.
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