ESPECIAL
Relação conturbada por Filipe Chagas
Todo mundo tem alguma coisa que queria mudar em sua aparência. Na verdade… 1/3 da população mundial quer. É quase como uma insatisfação natural, intrínseca à humanidade. Insatisfações com o peso e a gordura podem levar alguém a fazer dietas ou procurar uma lipoaspiração, por exemplo, mas, quando isso passa a ser uma obsessão, pode se tornar um transtorno alimentar, como a Anorexia ou a Bulimia. Pele e cabelo são áreas do corpo bem comuns de passar por tratamentos estéticos simples, como cremes, limpezas, tinturas etc. Porém, quando se passa a arrancar o cabelo, coçar sem parar até ferir, bronzear em excesso ou, até mesmo, comprar roupas compulsivamente para esconder o corpo, é um sinal de sofrimento físico e psíquico. E isso tem um nome: Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) ou Síndrome de Distorção da Imagem ou ainda Complexo de Quasímodo. A Organização Mundial de Saúde diz: A característica essencial deste transtorno é uma preocupação persistente com a presença eventual de um ou de vários transtornos somáticos graves e progressivos. Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação duradoura com a sua imagem corporal. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são frequentemente interpretados pelo sujeito como anormais ou perturbadores. A atenção do sujeito se concentra em geral em um ou dois órgãos ou sistemas. Existem frequentemente depressão e ansiedade importantes, e que podem justificar um diagnóstico suplementar.
A escultura Bronskvinnorna (As mulheres de bronze, 2006), de Marianne Lindberg de Geer, em Växjö, Suécia, mostra duas mulheres – uma anoréxica e uma obesa –, uma de frente para a outra, para representar a obsessão moderna com a aparência. Ambas as estátuas já foram vandalizadas e restauradas. Toda a controvérsia na cidade ao redor delas tornaram-nas atração turística.
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