A rotina na educação infantil

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A ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUARELEVÂNCIA PARA A CRIANÇA Maria Cândida Araújo Neves da Silva1, Ermelinda Barricelli2

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Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Método de São Paulo (FAMESP). Doutora em Linguística Aplicada na linha de pesquisa Linguagem e Educação pela PUC/SP e professora do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Método de São Paulo (FAMESP). 2

RESUMO A rotina representa um alicerce para a organização da vida cotidiana. Na educação infantil, torna-se um instrumento indispensável para a criança e os educadores. Logo, o presente artigo teve como objetivo fazer uma análise de como a rotina está sendo utilizada na Educação Infantil, e como a mesma interfere no desenvolvimento da criança, visando compreender qual é a importância de organizar o ambiente. Para que fosse alcançado o objetivo proposto, inicialmente desenvolveu- se a fundamentação teórica com autores que apresentam atuação nos estudos do tema sugerido. Constatou-se que os autores concordam que nas creches e pré-escolas, a rotina promove segurança e autonomia às crianças, proporcionando conforto diante das atividades no cotidiano infantil. Posteriormente, foi realizada uma pesquisa de campo para verificar como as orientações dos autores são exercidas na prática pedagógica. A pesquisa mostrou que os professores acreditam que a rotina é relevante na educação infantil, embora algumas respostas das entrevistadas mostraram-se distintas diante de alguns dos questionamentos. Palavras- chave: Rotina Diária. Educação Infantil. Espaços organização.

INTRODUÇÃO A vida moderna trouxe inúmeros benefícios para a sociedade, e atualmente as pessoas buscam atender as necessidades da vida buscando uma estabilidade financeira. Com o passar dos tempos os costumes mudaram e constantemente as pessoas passaram usufruir uma comodidade que há algumas décadas atrás era privilégio de poucos. Contudo, a vida atual gerou mudanças que interferiram na vida familiar. Com a chegada da mulher ao mercado de trabalho e as empresas exigindo cada vez mais dos seus colaboradores o papel dos pais como provedores no âmbito familiar deixou de ser exclusivo, tendo que contar com protagonismos das mulheres também. Essa mudança teve impacto direto na criança que desde muito cedo passaram, na maioria das vezes, a frequentar instituições de ensino. Diante disso as creches e pré-


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escolas, especialmente as de período integral, estabeleceram rotinas diárias com o intuito de oferecer apoio aos pais e também à criança. Sendo assim partindo de uma suposição que visava à rotina como um fator desagradável no nosso cotidiano nasceu à curiosidade de analisar como a rotina está sendo utilizada na Educação Infantil, e como a mesma interfere no desenvolvimento da criança. O artigo é resultado de uma pesquisa teórica e prática sobre a rotina na educação infantil, e para que fosse alcançado o objetivo desse trabalho pesquisamos a obra de alguns autores que trazem discussões sobre o tema sugerido como: Barbosa (2006), Oliveira (2007) Dewey (1979), O Referencial Nacional Para educação Infantil (BRASIL 2012) e outros documentos iniciamos este artigo tentando compreender a construção histórica da criança, entre os séculos XIII e XV e a trajetória da educação Infantil no Brasil por volta dos anos de 70 e 80 e como a criança teve seus direitos garantidos no decorrer dos tempos, como o cuidar, a proteção à vida e o educar. A seguir, visamos buscar compreensão de como se expandiu a organização da rotina cotidiana na sociedade contemporânea e a sua contribuição para os dias atuais e qual sua relevância na educação infantil.

DESENVOLVIMENTO

A criança e a educação infantil

Iniciamos esse artigo fazendo um levantamento histórico, tendo em vista compreender o desenvolvimento social da criança. De acordo Oliveira (2007) e Barbosa (2006), a educação da criança, passou por diferentes trajetórias ao longo do tempo, entre os séculos XIII e século XV a educação era entendida com uma missão, cuja incumbência era da própria família um período medieval, onde não tinham sentimentos a respeito da infância e a criança era negligenciada e vivia em um contexto adulto, visto que naquela época a necessidade era de cuidar apenas para garantir a vida. Ao transcender dos tempos foi surgindo um novo olhar sobre a criança pequena que passou a ser valorizada,tendo ”o direito de gozar plenamente a infância e o de construir-se como cidadão [...]’’ (OLIVEIRA, 2007. p. 53).


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No Brasil a educação infantil sofreu o impacto de todas essas ideias, e a educação de crianças pequenas foi se constituindo lentamente a partir da década de 70, e vários projetos foram se desenvolvendo para o seu bem estar. No final dos anos 70 e durante a década de 80, viveu-se no Brasil, um período de abertura política, culminando com o fim da ditadura militar que imperou no Brasil por 20 anos. A afirmação dos princípios democráticos e a luta em defesa dos direitos humanos tornaram-se muito presente no cotidiano do povo brasileiro. Na área da infância, os velhos modelos educacionais e as práticas correcionais/ repressivas ou assistencialistas passaram a ser questionados, a partir das análises normativas internacionais que sustentavam o princípio da universalidade dos direitos humanos (ALBERTON, 2005. p. 52)

Contudo, a transformação que ocorre nesse período é marcada por diversas rupturas, que foi acontecendo em diferentes formas do pensamento humano (BARBOSA, 2006). De acordo Oliveira (2007), no Brasil a partir da década de 1970 a educação infantil obteve novas conquistas por meio da Constituição Federal de 1988, e foi de grande importância para a criança. Também trouxe grande avanço para as crianças a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e depois o Plano Nacional de Educação (PNE) contribuindo com essa progressão. Essas leis deram parâmetros para a educação das crianças pequenas. Diante disso, montaram-se estruturas como fator relevante para a melhoria na qualidade do ensino da criança. (BARBOSA, 2006) Contudo esses temas políticos durante essas décadas trouxeram um grande desenvolvimento no ângulo pedagógico melhores condições para a criança na educação. Com as novas conquistas ovelho modelo educacional que visava apenas assistência à criança de baixa renda englobaram novas técnicas para ensinar e educar, trançando contextos diferentes para o sistema de ensino no Brasil. Segundo a autora, as expansões desses serviços deram ênfase para diversos movimentos no sentido de atender à necessidade da criança, acreditando-se na estimulação do desenvolvimento logo nos primeiros dias de vida. Conforme Oliveira (2007), a chegada do século XX trouxe uma nova atribuição para o Brasil, pois nesse período ás instituições passaram a atender uma demanda considerável de criança pequena. Desde então a qualidade no atendimento vem crescendo entendendo-se que é necessários espaços específicos


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para a criança,além da alimentação, cuidados com a higiene, saúde etc. A autora continua a enfatizar que defensores da educação como: Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Froebel e outros já priorizavam a necessidade do educar, e não apenas o cuidar como era entendido, visto que a educação atendia apenas a mãe que trabalhava, e necessitava de um ambiente seguro para os cuidados da criança. Nos últimos anos observa-se em todas as questões, que a educação infantil foi reconhecida, como fator principal para o desenvolvimento da criança desde bem pequena. O Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (Lei nº 8.069/90) afirma, no artigo segundo que: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996).

Diante das leis estabelecidas (ECA) a responsabilidade que era imposta apenas à família, passa também a ser dever do Estado. Para Oliveira, (2011) a Lei 9394/96 conhecida como Leis Diretrizes Base a Educação Nacional garantiu às crianças de baixa renda a liberdade de sair da ideia confinada, em que as instituições estavam inerentes. Outro avanço na legislaçãofoi à promulgação da Constituição Federal, em 1988, onde tiveram um olhar abrangente garantido o direito para as crianças e aos adolescentes, e com as novas propostas a criança passa a gozar de direitos que garante o seu desenvolvimento social e moral. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, Art. 3º de 13 de julho de 1990) informa que: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que se trata esta Lei, assegurando-selhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade (BRASIL, 1990).

Conforme a citação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) observase pontos relevantes que defendem a integridade física e moral da criança, não mais sendo explorados seja por meio de trabalho, ou quaisquer meios que oprima a sua expressão espontânea. As instituições têm organizado conceitos envolvendo á


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interação da criança diante da convivência social, percebendo que além do cuidado com a saúde, devem ter espaços que auxiliem seu desenvolvimento com dignidade. Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de que as instituições de educação infantil incorporem de maneira entregada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com crianças maiores. As novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrão de qualidade. Essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que considerem as interações e práticas sociais que lhes fornecem alimentos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma (BRASIL 1988, v. 01, p. 23).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL 1998) informa que com as leis estabelecidas, incluem também a necessidade da formação do educador, entendendo que a educação da criança deve ser realizada por práticas ligadas diretamente com recursos que facilitem o seu desempenho, e a partir desses desafios, a educação infantil deixa a concepção que se delineia apenas em cuidados físicos, e passa a ser defendida favorecendo a independência e formação da identidade da criança. Os Parâmetros Nacionais de Qualidade Para a Educação Infantil/ Ministério da Educação informa que “[...] a Educação Infantil agora constitui a primeira etapa da Educação Básica, a ela se aplicam todos os princípios e diretrizes voltados para a educação de forma geral [...]" (BRASIL, 2006, p. 40).

ROTINA

Segundo Barbosa (2006apud CUNHA, 1982), a origem histórica do termo rotina iniciou-se precisamente no Francês antigo traduzida com o vocabulário route, que deriva do latim; um trajeto que direciona a um percurso ou itinerário com determinado destino. Os primeiros registros se dão precisamente na idade média por volta do século XV, mas foram estabelecidas no cotidiano, no final do século XVIII, embora já fizesse parte da vida social já há algum tempo. De acordo com a autora o sentido que muitas vezes, se dá a palavra “rotina” acaba sendo entendida como sucessão de fatos que se repetem com atos que vão acontecendo sem nada mudar. Na sociedade quando determinadas tarefas não


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satisfazem as expectativas logo se comentam ”isso está chato virou uma rotina”; assim podemos pensar que rotina é algo que limita nossos desejos. Entretanto para Dewey (1979), rotina é o nome que se dá a uma série de fatos diários que define de maneira flexível, a utilização dos espaços e do tempo e também é o modo que as pessoas se relacionam sempre que estão realizando alguma atividade que exige certa sequência, é umaformade suporte paraque as crianças e adultos possam apoiar para ter compreensão de fatos de forma organizada. Dewey (1979), continua a informar que arotina esta presente na vida como um fator de organização social. O autor salienta ainda que a rotina faz parte da vida do homem desde o seu nascimento, como amamentação, dormir acordar etc. A vida não se organiza de modo espontâneo ou por uma condição autônoma, é preciso refletir e planejar com antecipação os eventos a serem realizados. Do mesmo modo Barbosa (2006), enfatiza que é a própria sociedade que com o seu modo vai organizando as estruturas sociais, a autora mostra como exemplo, os trabalhos que são elaborados nas empresas ou em quaisquer outros locais existem horários para tudo, como por exemplo, horário para a entrada e saída, para o café, o almoço etc. Para a autora: Essas são regras que vão se repetindo dia após dia, que recebe o título rotina. As rotinas podem ser vista como produtos culturais criados, produzidos e reproduzidos no dia-a-dia, tendo como objetivo a organização da contidianeidade.São rotineiras atividades como cozinhar, dormir, estudar, trabalhar e cuidar de casa, reguladas por costumes e édesenvolvidas por um espaço- de tempo social definidoe próximo, como a casa, a comunidade ou o local de trabalho. É preciso aprender certas ações, que, com o decorrer do tempo, tornam-se automatizadas, pois é necessário ter modos de organizar a vida. Do contrário, seria muito difícil viver, se todos os dias fossem necessários refletir sobre todos os aspectos dos atos dos cotidianos (BARBOSA, 2008, p. 37).

De acordo a autora, a rotina é essencial para as organizações nas tarefas socioculturais, tanto no sentido familiar, como na vida em sociedade. Sem a rotina para organizar a vida seria impossível conciliar trabalhos, estudos, amizades, vida religiosa etc; com este olhar entende-se que rotina é a realidade que vivemos na atualidade colocando certos desafios que deverão ser cumpridos em um determinado espaço de tempo.


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Barbosa (2006, p. 45), menciona que “ainda pode ser apontado como características das rotinas o fato de elas conterem a ideia de repetição, de algo que faz resistência ao novo e que recua frente à ideia de transformar”. No entanto, pelo o fato das atividades serem sempre as mesmas, algumas vezes, a rotina acaba sendo rejeitada por não ser vista como algo importantee por passar a impressão de algo desagradável, assim a rotina que gira em torno de organização para a vida, acaba sendo interpretada de maneira negativa. Barbosa. (2006).

A ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Para Barbosa, (2006), a rotina pode ser considerada um instrumento prático no cotidiano escolar, pois da segurança para realizar os diferentes tipos de atividades com sequências que envolvem o dia a dia da criança. Entretanto, neste contexto a autora frisa a relevância da rotina como um instrumento indispensável, uma vez que envolve uma sequência de fatos que ocorrem um após o outro dando estabilidade e tranquilidade à criança, tornando-se mais significante principalmente quando elas estão longe do ambiente familiar, visto que é uns dos momentos em que elas sentem-se mais inseguras, e a rotina lhes garante a certeza de saber o que farão durante seu dia na escola trazendo uma sensação de conforto e tranquilidade.

Figura 01. Fluxograma de alguns benefícios da Rotina

Fonte: Autoria Própria


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Barbosa (2006), salienta que a sequência de acontecimentos na instituição pode ser ditada pelos diretores, sistema de ensino, professores, supervisores ou até mesmo com ajuda das próprias crianças, é importante observar as formas que as rotinas estão sendo estabelecidas, e se estão contemplando a expressividade da criança. Os Parâmetros Nacionais de Qualidade Para a Educação Infantil/ Ministério da Educação afirma que: [...] ambientes variados podem favorecer diferentes tipos de interações e que o professor tem papel importante como organizador dos espaços onde ocorre o processo educacional. Tal trabalho baseia-se na escuta, no diálogo e na observação das necessidades e dos interesses expressos pelas crianças, transformando-se em objetivos pedagógicos (BRASIL, 2006).

Para Montessori (2010), as crianças pequenas demonstram preferências pelas atividades que requerem determinadas ordens no sentido de organizar seu tempo, como a hora do sono, da alimentação do banho do brincar e outras atividades. A criança quando ainda bebê, oupor volta de um ano e meio a dois anos de idade pode ser percebida essa característica com clareza, pois elas se manifestam por meio de chorocom intensidade, que caracteriza desconfortopor ações que não corresponde a sua vontade. Montessori (2010, p.109), menciona que: [...] A criança pequena observa de imediato a desordem que os adultos e as crianças maiores ignoram com facilidade. Evidentemente, a ordem no ambiente exterior toca-lhe uma sensibilidade que vai desaparecendo com idade, uma das sensibilidades temporárias próprias aos seres em evolução, que nós denominamos períodos sensíveis. Este é um dos períodos sensíveis mais importantes e mais misteriosos.

Podemos afirmar que a criança pequena sente-se segura ao estar em atividade que exige determinadas sequências Dewey (1979), lembra que ao estabelecer uma jornada para as crianças é preciso ser levado em consideração, ás propostas os objetivos, e a forma em que vão se refletir no cotidiano, se a criança percebe que sua rotina mudou muitas vezes, acabam se isolando, ou tendo dificuldades para interagir com o próprio amiguinho de turma. O Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), mostra que:


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A rotina na educação infantil pode ser facilitadora ou cerceadora dos processos de desenvolvimentos e aprendizagem. Rotinas rígidas e inflexíveis desconsideram a criança, que precisa adaptar-se a ela e não ao contrário, como deveria ser desconsideram também o adulto, tornando seu trabalho monótono, repetitivo e pouco participativo(BRASIL, 1988, p. 73).

Conforme o (RCNEI) percebe-se que as rotinas devem contribuir com a aprendizagem da criança pequena, de modo que ela encontre suporte em relação aos diferentes eixos de atividades. Segundo o (RCNEI), a relevância da organização tem o papel de possibilitar e relembrar o trabalho pedagógico. A forma em que cada tarefa é administrada deve ser refletida com devida atenção para que as práticas, tanto para a criança como para o professor não se torne um hábito mecânico, as formas de administrar devem facilitar ás práticas pedagógicas nas instituições, no sentido em que a criança sinta segura diante das tarefas a ela oferecida (BRASIL, 1988). Kramer e Rocha (2011), mencionam que na creche uma série de técnicas é elaborada pensando no bem estar da criança, essa é uma forma essencial para compreender a cultura regente que a criança faz parte. No entanto fazer algumas atividades como formar rodas para conversas, trabalhar com o corpo por meio de música

movimentos

brincadeiras,

prática

alimentar,

correr

etc.,

atividades

diversificadas durante o cuidar e educarse resume em beneficio para o desenvolvimento da criança. Contudo, a organização do espaço para desenvolver tais habilidades pode ser entendida como locutor também como educador inclusive porque leva a criança a novos desafios. Souza Horn (2007, p. 19) ressalta: [...] É fundamental a criança ter um espaço povoado de objetos com os quais possa criar, imaginar, construir e, em especial um espaço para brincar, o qual certamente não será o mesmo para as crianças, maiores e menores. Quando por exemplo a criança usa um pedaço de madeira como se fosse um avião ela se relaciona com a ideia de avião, não propriamente com o pedaço de madeira que tem em mão. Na verdade, esse objeto representa uma realidade ausente e auxilia a criança a separar objeto do significado. Essa vivência é fundamental, já que provê uma situação transitória entre ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados[...].


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Para a autora é fundamental propor momentos que estimulem a imaginação da criança para que tragam significados às regras, sendo imprescindível que estes momentos estejam incluindo na rotina no sentido que a criança se aproprie de uma forma singular da proposta a ela oferecida, com o objetivo de ampliar o seu desenvolvimento de uma forma ampla.

A RELEVÂNCIA DA ROTINA

Para Barbosa (2006), a rotina está implicitamente relacionada a uma percepção de espaço e tempo seguida de algumas particularidades. A autora lembra que as rotinas estão associadas ao cotidiano que os sujeitos vivem. Assim podemos notar que é imprescindível, que as crianças assumam diferentes papeis no ambiente em que estão inseridas. Hoffmann (2012), menciona que as crianças pequenas são ativas e exploram com muita intensidade aquilo que está em seu redor, desse modo a rotina deve ser diversificada, e os profissionais que lidam diretamente na educação infantil como os docentes, os coordenadores, os diretores etc., e também as famílias devem ser participativos, na intenção defacilitar um desenvolvimento mais significativo para a criança. Bassedas et al. (1999, p. 283) afirmam que: Na etapa da educação infantil, é tão comum que as famílias e as professoras tenham uma comunicação frequente que acabam esquecendo os motivos mais profundos que a tornam imprescindível. Da perspectiva psicológica, o fato de considerar o desenvolvimento das crianças um processo mediado social e culturalmente – mas que não passa de um processo dirigido por dentro e, em boa parte, impermeável na influência externa – obriga-nos a considerar a importância dos contextos – principalmente da escola e da família.

De acordo com a autora, a comunicação e a participação das famílias junto aos profissionais trazem resultados melhores no aprendizado das crianças, como exemplo: ao tirar a mamadeira, a chupeta ao sair das fraldas há necessidade de uma parceira em conjunto com as famílias, para que a instrução tenha significado para a criança. Negrine (2014, p. 14) menciona em sua obra que “Tão importante quanto á ação do educador infantil é a orientação que podem dar aos pais no sentido de ensina-los o asseio, a alimentação ou durante momentos lúdicos”. Cabe á escola e


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professores vincular orientações de maneira que os pais sejam participativos nas rotinas da criança. Para Negrine (2014), as creches e pré-escolas são lugares considerados vantajosos para o incentivo da criança, pois ela vivencia diversas práticas com ricas diversidades, manifestações e pensamentos, segundo o autor quanto menor é a criança, menos conhecimentos ela tem de certos costumes adquirido pela sociedade, e nesse sentido não está acometida de preconceitos restrito de valores sociais no que se refere, por exemplo, a expressão do corpo. O ideal é que nas rotinas semanais ao menos três momentos em dias alternados trabalhem movimentos corporais. O autor descreve ainda,que o professor da educação infantil deve refletir como relacionar e trabalhar com atividades que envolve a expressão corporal da criança. Assim podemos afirmar que as brincadeiras é um meio de constituir o olhar no desenvolvimento das crianças em grupos ou de cada uma individualmente, Do mesmo modo, Vigotski (2007 p. 130) ressalta que “[...]os próprios movimentos da criança, seus próprios gestos é que atribuem a função de signo ao objeto e dão significado” deve prevê características coerentes a construir e ampliar a linguagem corporal. Dando continuidade, Negrine (2014), informa que ao despertar a sensibilidade da expressão corporal o objetivo principal é o pensamento psicopedagógico, e pode trazer significado diante das atitudes, que pessoas mais próxima geralmente a mãe, pai, familiar, educador infantil tem com a criança, no sentido que auxilie no desenvolvimento de suas habilidades. Seria formal utilizar essa prática para manipular o sentido da criança como, por exemplo, pele com pele pode gerar uma sensação de prazer, pois segundo o autor incita a produção de endorfina que é conhecido como um tipo de hormônio que estimula o prazer nos seres humanos. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil 1998) informa que: A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação(BRASIL,1998,v.1, p. 23).


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O RCNEI (BRASIL, 1998), aponta eixos fundamentais que deve fazer parte na construção e sensibilidade da criança, o movimento corporal a música é caracterizada como fator estimulante para as crianças nesta fase considerada, um meio que favorece o equilíbrio e integração social. Nessa perspectiva para que a criança possa se apropriar dos diferentes eixos, como: Artes Visuais, Matemáticas, Natureza e sociedade etc. tanto a instituição como os professores devem considerar que: A organização dos espaços e dos materiais se constitui em um instrumento fundamental para a prática educativa com crianças pequenas. Isso implica que, para cada trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a forma mais adequada de organizar o mobiliário dentro da sala, assim como introduzir materiais específicos para a montagem de ambientes novos, ligado aos projetos em curso. Além disso, a aprendizagem transcende o espaço da sala, toma conta da área externa e de outros espaços da instituição e fora dela[...] (BRASIL, 1998, v. 01, p. 58).

De acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998), as rotinas em sala de educação infantil, devem ter como objetivo reorganizar a maneira que as crianças interagem, de maneira que elas possam obter o entendimento de que há uma sequência para cada atividade a ser realizada. E nesse conceito é preciso pensar na altura do mobiliário e adequações que facilitem o manuseio e acesso dos pequenos dentro do espaço da sala de aula, a fim de desenvolver a autonomia não induzindo a sua dependência ao professor, como por exemplo, a criança precisa de um determinado material, objeto ou brinquedo, mas a altura ou o local em que se localiza aquele objeto não está ao seu alcance, e nesse caso dependerá da ajuda do professor, dificultando a autoconfiança, autonomia e a privacidade da criança. O manual de orientação pedagógico (BRASIL, 2012), mostra que ao dispor alguns materiais para brincar com jogos de imitação, é importante que liberem a sala para atividades voltada a exploração do corpo em todos os sentidos pedagógicos, ao disponibilizar uma quantidade de materiais, devem ser de maneiras diversificadas com variações que beneficiam o repertórioda criança. Para o Ministério da Educação Secretaria da Educação Básica um mesmo espaço pode ser dividido e modificado com facilidade, favorecendo as melhores propostas de trabalho na rotina das crianças.


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Não se pode esquecer que as relações também acontecem entre crianças e objetos, os brinquedos, o parque, as áreas internas e externas, o edifício e suas condições de iluminação, temperatura, ventilação e acústica e seus níveis de conforto. (BRASIL, 2012, p. 12).

Ainda de acordo com o Ministério da Educação Secretaria Básica (BRASIL, 2012), durante o tempo que as crianças permanecem no espaço escolar, seguem uma rotina de convívio tanto com os colegas, como com diversos objetos que ao interagirem com cada um, sendo um meio que favorece e amplia as relações sociais. Barbosa (2006) descrevea importância de adequaras rotinas no dia a dia, para que esta corresponda a realidade, as diversidades e aomodo que são exploradas, devem estar presentes meios que gerem alternativas, como manusear e desenvolver

as atividades para a criança, que maneira que vão surgir a

simbolização, quais matérias a ser utilizado, é necessário a tinta para desenvolver Artes Visuais? Como as crianças vão desenhar o formato de um corpo, existem matérias como, por exemplo, uma folha de papel Krafit ou outro material para desenhar? Durante a organização da rotina deve facilitar a forma que vão desenvolver as atividades e Considerar as características superficiais dos materiais relacionando-as às características sensoriais das crianças (sensibilidade aos estímulos externos). Planejar ambientes internos onde as crianças possam “explorar com as mãos e com a mente”, além dos ambientes exteriores, que permitem uma exploração do meio ambiente a partir do conhecimento das cores, das formas, das texturas, dos cheiros e dos sabores da natureza, interagindo diferentes áreas do conhecimento (BRASIL, 2006).

Entretanto Oliveira (2011, p. 140) enfatiza que “A construção de significações,a gênese do pensamento e constituição de si mesmo como sujeito se fazem graças às interações constituídas com outros parceiros’’ Conforme Barbosa (2006), deve fazer parte das rotinas atividades que exigem repetições, para que os bebês e as crianças menores desenvolvam suas habilidades motoras, também é preciso diversificar as atividades, pois quando os profissionais organizam atividades em ritmos, rotineiras nem sempre são obedecidas, pois a criança pequena toma suas próprias decisões, com diferenças que variam de uma criança, para a outra, por exemplo,o brincar a troca da fralda, a hora do sono etc. Para Barbosa (2006), nem sempre as rotinas acontecem de acordo com a necessidade biológica das crianças, mas ao contrário, é a criança quem deve


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obedecer aos ritmos impostos pelas instituições. A autora não se posiciona, mas deixa aberta essa questão para uma reflexão: afinal a rotina deve se adequar a criança ou vice-versa? O Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil afirma que: [...] A frequência em instituições de educação infantil acabam regulando e criando uma constância. Mas é importante que haja flexibilidade de horários e existência de ambientes para o sono ou para atividades mais repousantes, pois as necessidades das crianças são diferentes[...](BRASIL. 1998. v. 2, p. 60).

Dando continuidade Barbosa (2006), salienta que as regularidades que dão seguimentos aos ritmos diários torna-se uma forma de ordem para a vida, o documento menciona como exemplo o relógio que nos mostra que naquele horário é omomento para realizar determinado objetivo. O relógio pode ser considerado um objeto privilegiado, pois é um conjunto de peças em funcionamento para controlar o momento que certos rituais deverão ser realizados. Muitas vezes, as rotinas que estão presentes nas propostas pedagógicas e nas práticas das instituições de educação infantil tornam-se um elemento indiscutível por estarem profundamente ligadas a uma tradição social e educacional. Assim conforme as discussões apresentadas podem afirmar que a rotina na educação infantil é considerada um instrumento essencial, pois é preciso organizar o ambiente, o tempo que se trabalha com os bebês e com as crianças maiores, com mudanças de horários e espaços, de acordo com cada faixa etária. Sem um planejamento para desenvolver as atividades, tanto na educação das crianças pequenas ou mesmo no trajeto da vida, seria impossível gerenciar as demandas sociais do cotidiano. É importante salientar que rotina é organizadora das linguagens, das relações sociais entre criança-criança, adulto-criança e demais relações que a criança pequena vivencia. Diante dessa perspectiva conclui-se que a rotina é relevante considerando que é um meio de organização para que a criança vá adquirindo a percepção de espaço e do tempo que as seguirá pela vida.

PESQUISA DE CAMPO E ANÁLISE DOS DADOS

Objetivo


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O objetivo da pesquisa foi, fazer uma análise da maneira como as rotinas estão sendo utilizadas na Educação Infantil, e como a mesma interfere no desenvolvimento da criança. Além disso, a pesquisa tevea intenção de fazer um paralelo entre o levantamento teórico e a prática na educação infantil.

Metodologia

Para fazer uma comparação entre a aplicação prática e os pontos de vista dos autores mencionados nesse artigo, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa com seis professoras de duas escolas infantis da rede Municipal na cidade de Diadema, sendo uma escola que atende crianças de zero a três anos, e a outra que atendem crianças de quatro e cinco anos. Nesse pressuposto visava-se entender as possíveis semelhanças e diferenças na rotina das crianças de acordo com a faixa etária. Como ferramenta de pesquisa, foi elaborado um questionário contendo dez perguntas inerentes aos assuntos previamente abordados. As docentes foram convidadas a participar da pesquisa e se prontificaram atentamente a responder as questões mediante apresentação de um termo de consentimento, o qual assegurou total discrição. Contudo, as respostas da pesquisa foram inseridas na elaboração desse artigo para fins analíticos e os nomes das professoras foram substituídos por nomes fictícios. Cinco das seis entrevistadas trabalharam em outras escolas além da atual, e apenas uma docente continua no mesma escola desde o inicio de sua carreira há vinte e três anos, as seis entrevistadas possuem entre trinta e quarenta e cinco anos de idade. A primeira pergunta colheu dados profissionais das docentes como nome, formação, tempo de atuação na escola e idade das crianças. A tabela abaixo traz as informações coletada.


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Tabela 01. Informações dos sujeitos da pesquisa.

Nomes

Formação

Atuação na

Faixa Etária das

Fictícios

Acadêmica

Escola

Crianças

Ângela

Pedagogia

03 Anos

02 Anos

Adriana

Pedagogia

05 Anos

05 Anos

Carla

Pedagogia

12 Anos

05 ANOS

Carmem

Pedagogia

13 Anos

03 Anos

Flávia

Pedagogia

12 Anos

05 Anos

Kátia

Pedagogia

23 Anos

02 Anos

Fonte: autoria própria

A questão dois foi elaborada para entender a forma como as docentes organizam a rotina diária. As professoras, Carla e Adriana tiveram respostas semelhantes, ao concordarem que a rotina é organizada de acordo a necessidade da criança, com livros, vídeos, desenhos e brincadeiras, e no caso das crianças maiores, a função social da escrita. Segundo a professora Kátia, quando a criança é pequena existe uma dificuldade maior para organizar a rotina, pois nesta fase tem total dependência do adulto e chora muito ao se separar dos pais, e afirmou ainda que com o passar do tempo a criança vai se adaptando e a partir deste momento, consegue estabelecer uma rotina flexível, esta resposta está plenamente em concordância com Montessori (2010), que afirma que a criança quando ainda bebê, ou até aos dois anos de idade, manifesta sua insatisfação por meio do choro, revelando o desconforto por estar em ambiente para ela desconhecido. No entanto, as docentes Carmem e Ângela responderam que a rotina é feita numa sequência que envolve higienização, alimentação, atividades sequenciadas, atividades em sala, corpo e movimento sempre no mesmo horário, mas não especificaram se é benéfico para a criança. A questão três teve a intenção de saber se a organização dos espaços e dos materiais contribui para as práticas educativas durante a rotina. Ao darem as respostas, as professoras foram unânimes, concordando que a rotina é um fator


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que contribui com o repertório da criança, porque concede a ela suporte sobre o que será feito durante sua permanência na instituição, às docentes Carla e Adriana relataram que os espaços são fundamentais, como por exemplo, a sala de leitura, músicas, brincadeiras, sala de vídeo etc., ressaltaram ainda queo espaço oferece para a criança melhor repertório e conforto durante as atividades. A resposta das docentes está de acordo com Barbosa (2006), que afirma que sempre houve a preocupação na organização das atividades educacional sendo um meio que oferece suporte para a criança tornando o ambiente estruturalmente significativo facilitando o seu aprendizado. As professoras ao serem questionadas na questão quatro, de que forma as crianças participam da elaboração da rotina, apenas a professora Carla informou que as crianças não fazem parte desse momento, ao contrário do que diz Barbosa (2006), que a sequência dos acontecimentos na instituição pode ser formulada pelos profissionais, mas pode haver participação das próprias crianças. Entretanto, as professoras, Adriana, Ângela, Carmem, Flávia e Kátia concordaram que as crianças têm participação na organização, por meio de roda de conversa explorando os acontecimentos do dia, por exemplo, se o dia estiver muito quente as próprias crianças preparam o campo externo, e a rotina que estava prevista na sala automaticamente fica para outro dia, ressaltando que para o Ministério da Educação Secretaria da Educação Básicao mesmo espaço pode ser dividido e modificado, com a intenção de oferecer as melhores propostas de trabalho na rotina das crianças (BRASIL, 2012). Dando continuidade, a pergunta cinco foi saber se as professoras acreditam que a rotina contribui para o desenvolvimento da criança. Ao manifestar com suas respostas as docentes tiveram concordância, algumas de suas falas estão logo seguir. 

“Sim, pois passa para a criança segurança do mundo e que o mundo é um local organizado e que as coisas têm uma ordem. Exemplo: Agora é hora de comer, agora nós vamos dormir.” (Prof.ª KATIA).

“Com certeza sim, a rotina ajuda a criança a se organizar nas atividades do dia, tanto na sala como na escola como um todo exemplo: horário da atividade, lanche, escovação etc.” (Prof.ª ADRIANA).

“A rotina facilita a organização mental no sentido temporal, exemplo: o que acontece antes, e o que acontece depois.” (Prof.ª CARMEM).

“Sim a Rotina é fundamental nesta idade porque antecipa o que será realizado a seguir’’ (Prof.ª CARLA).


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As afirmações estão de acordo com Barbosa (2006) como já foi mencionada neste artigo, ou seja, a rotina pode ser entendida como um instrumento indispensável, pois se transforma em uma sequência de fatos que ocorrem um após o outro e dão segurança à criança, e lhes proporciona entendimento de saber o que será feito na sequência de cada atividade. Diante da pergunta seis, concernente à forma que a rotina contribui para o desenvolvimento

da

criança,

as

docentes

em

seus

dizeres

afirmaram

positivamente, uma vez que a organização traz compreensão dos fatos, dessa forma as crianças acabam antecipando entre si o que será feito, propiciando responsabilidade e autonomia. Conforme o manual de orientação pedagógico (BRASIL, 2012 p.15), “A sala de atividades é um espaço para as experiências interativas, de trocas afetivas e sociais [...]”. E nesse sentido a organização oferece diferentes significados à criança durante a permanência na instituição como forma de apoio. A professora Carla mencionou que a criança depois que se adapta com a rotina, chega a pedir, um banho, uma refeição ou brincar no parque etc., e esse fato acontece geralmente nos momentos que antecedem aquela atividade que normalmente iria acontecer. Contudo, na pergunta sete foi questionado, quais os momentos da rotina que as docentes consideravam mais importantes e como se organizavam esses momentos. As docentes, Flávia, Ângela e Kátia não deram respostas consistentes, e consideram que todos os momentos são importantes. As professoras Adriana e Carla tiveram respostas semelhantes ao concordarem que o momento do acolhimento é considerado o mais importante, pois nesse instante é realizada a roda de conversa e, é quando as crianças interagem favorecendo a comunicação e concentração do grupo. Souza Horn (2007), afirma que essa vivência é um acontecimento de interação fundamental, pois proporciona momentos alternados entre ação que a criança cria, com a situação real, garantido a ela melhor significado de mundo. No entanto, a professora Carmem salientou que a rotina deve ser organizada de forma flexível, considerando que certos imprevistos podem ocorrer no período que a criança permanece na instituição. Dando continuidade com o questionário, a oitava questão preocupou-se com o papel do espaço na organização da rotina. Todas as entrevistadas atestaram que o espaço é de fundamental valia na organização da rotina e também destacaram a importância desse ambiente dispor de materiais diversificados, pois


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entendem que é um meio significativo de contribuição para a aprendizagem da criança. Esse pensamento está alinhado com o Manual de Orientação Pedagógico (BRASIL, 2012), que menciona que ao disponibilizar materiais para as crianças é importante que sejam voltados à exploração do movimento corporal, é interessante que ela tenha acesso aos mais diversos tipos de objetos que auxiliarão no seu desenvolvimento. Na questão nove as educadoras responderam a respeito do grau de participação dos pais na rotina da criança. As docentes Carmem e Flávia responderam que os pais participam por meio das reuniões, conselhos e quando são convocados à escola por algum motivo. Apesar disso, duas das entrevistadas apresentaram opiniões diferentes, enquanto a docente Carla disse que os pais não participam a professora Ângela com veracidade afirmou que a maioria dos pais se preocupa em participar ativamente da vida escolar do seu filho. As professoras Adriana e Kátia não deram uma resposta concreta para essa questão. O gráfico a seguir ilustra as opiniões das entrevistadas.

Gráfico 01. Grau de participação dos Pais.

Fonte: autoria própria.

Bassedas (et al.,1999) afirma que as famílias e professoras estão sempre em contato, e muitas vezes a interação necessária que deveria estar presente acabam sendo esquecida. Negrine, (2014) ressalta a importância da ação do educador infantil, destacando o papel da escola em orientar os pais sobre determinada atividade, para que eles sejam participativos nos acontecimentos da rotina da


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criança como, por exemplo, momento de desfraldar, desmame e outros, dessa maneira facilitarão o entendimento da criança e seu aprendizado, se todos os envolvidos em seu desenvolvimento estiverem em comum acordo. A pesquisa finalizou-se com a décima pergunta visando entender as formas que a rotina pode ser modificada. Nesse sentido, verificou-se a existência de uma posição unânime, embora as docentes Ângela e Kátia mencionassem que a modificação acontece de forma padronizada, como por exemplo, hora do repouso, hora do parque, hora de artes visuais etc. As docentes, Adriana, Carla, Carmem Flávia e Kátia concordaram por meio de suas respostas, que a rotina deve ser flexível podendo se mudada de acordo com a faixa etária, ou conforme a solicitação do dia, afirmaram que é dever, levar sempre em consideração que quando a rotina é organizada para criançapequena nem sempre acontece como o planejado.Esta afirmação está de acordo com Barbosa (2006) ao referir que as atividades organizadas em ritmos, nem sempre acontecem como o esperado, pois a criança pequena tem seu próprio momento e individualidade, por exemplo, uma quer brincar enquanto a outra dorme. É importante levar esse critério em consideração, pois é um dos momentos em que a rotina se modifica. Em meio às informações obtidas durante a pesquisavale ressaltar que a rotina interfere na vida da criança como um apoio em todos os sentidos, dando segurança na sequência dos fatos e nas atividades desenvolvidas no dia a dia. Com as respostas das docentes percebemos que ainda falta conhecimento sobre o principal objetivo da rotina na educação infantil. Embora as professoras concordassem que a rotina proporciona segurança, auxilia a criança na autonomia e em outros aspectos, elas desconhecem o mérito da parceria dos pais com a instituição para proporcionar um melhor desempenho na criança. Algumas docentes apresentaram uma resposta positiva, embora contraditória, na questão nove ao dizer que os pais participam das reuniões, conselhos etc. Todavia, não seria prudente afirmar que esse tipo de atitude caracteriza os pais como participantes ativos na rotina da criança, pois entendemos que esta é uma tarefa coletiva e necessária. Contudo os autores Negrine (2014) e Bassedaset al. (1999) mencionam que deve haver parceria diretamente com a família da criança. Com base nos pressupostos teóricos, a participação dos pais ou responsáveis é fundamental, e quando a criança aindaé muito pequena com menos de dois anos,


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essa colaboração torna-se um fator de maior valia. Como exemplo, podemos citar a semana em que os professores vão trabalhar um período, com o intuito de desfraldar, ou seja, (tirar as fraldas) para que o trabalho tenha um bom resultadoé necessário parceria com a família. Ao interromper um seguimento na rotina da criança, pode trazer prejuízo para seu desenvolvimento ou mesmo uma confusão mental - Quem a criança atenderá? Autores como Negrine (2014) e Bassedas et al. (1999) ressaltam que um fator importante, que contribui drasticamente para a inserção da rotina são os responsáveis pela a criança, pois a criança em fase de desenvolvimento necessita de mediação para auxiliá-la nos seus primeiros passos de compreensão de mundo.

CONSIDERAÇÕES

Diante de tudo que foi descrito neste artigo verificamos a importância da rotina eo quanto ela é essencial em todas as demandas da vida. Tendo em vista que a própria sociedadeque carece de organização para desenvolver de forma organizada as tarefas do dia a dia, sendo assim é primordial que uma rotina seja implantada ainda na infância. Desse modo, percebemos que a rotina na educação infantil é fundamental para a criança, os pais e os educadores. De acordo como estudo teórico e com a análise da pesquisa de campo, podemos afirmar que a rotina traz compreensão de mundo e organização para a vida, sobretudo na primeira etapa do ensino infantil, a rotina pode ser vista de modo que a criança entenda como a vida é organizada. A pesquisa teórica mostrou que a educação infantil corresponde a um período especial para a criança, pois é o momento em que ela passa ater noção de mundo por intermédio daqueles que estão em seu entorno. Esse entendimento já vem acompanhado com algumas regras que podemos chamar de rotina, como exemplo tem a hora do banho, do repouso, alimentação etc., momentos que acompanham desde o nascimento e a seguirá por toda a vida. Contudo, a rotina tem como objetivo a organização nas atividades cotidianas, na Educação Infantil tem um papel fundamental, já que proporciona para a criança segurança e auxilia no seu desenvolvimento por meio da interação que vai ampliando o conhecimento de mundo.


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Com isso percebemos ainda, que a rotina pode ser comparada como um alicerce de sustentação nas organizações, proporcionando conforto para que o professor e a criança tenha segurança sobre o que acontecerá durante a permanência na instituição. Em vista disso, após análise dos dados da pesquisa de campo apresentada anteriormente, entendemos que uma rotina bem elaborada contribui de forma significativa para o desenvolvimento da criança. Todavia, ainda existe certa discordância entre os docentes, pois como vimos durante a pesquisa, houve distinção de uma resposta para a outra em algumas questões a percepção que alguns dos professores trazem da rotina ainda é de certa forma vaga, embora algumas das educadoras responderam as questões e mostraram- se entendidas destacando continuamente o mérito da rotina. Consideramos que a rotina é um instrumento influente e relevante que está presente dia, após dia, no cotidiano infantil e na sociedade de forma significante e organizada, e desse modo é de fundamental relevância para educação infantil sendo que a mesma promove segura e autonomia para a criança, e dessa maneira os professores ao prepararem as rotinas deve levar em consideração o principal objetivo, para que seja organizada de forma que promovabenefícios para a criança, e facilite o seu entendimento durante a sua permanência na instituição favorecendo assim, o seu aprendizado. Desta forma, temos como exemplo a questão que trouxe para o debate o grau de participação dos pais na rotina da criança. Os professores pareceram não ter conhecimento da importância dessa parceria com os pais ou responsáveis. Houve distinção com grau maior de pensamento de uma fala para a outra. Diante desse resultado, cabe às instituições investir em projetos pedagógicos que levem os docentes e os responsáveis, pais e/ou familiares a estar em contato direto com o trabalho desenvolvido nas práticas pedagógicas para um melhor desempenho e entendimento da criança.

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