1
MARIA DE FATIMA RAMOS
AVALIAÇÃO DO PROJETO MÃOS LIMPAS SÃO MÃOS MAIS SEGURAS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
FACULDADE METODO DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2013
2
MARIA DE FATIMA RAMOS
AVALIAÇÃO DO PROJETO MÃOS LIMPAS SÃO MÃOS MAIS SEGURAS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Trabalho apresentado a Faculdade Método de São Paulo para a obtenção de titulo de Especialização em MBA Gestão em Saúde e Controle de Infecção. Orientador: Profª Me. Thalita Gomes do Carmo e Profº Me. Antônio Tadeu Fernandes
FACULDADE METODO DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2013
3
Ramos, Maria de Fátima R141a
Avaliação do projeto mãos limpas são mãos mai seguras de uma unidade de terapia intensiva . [manuscrito] / Maria de Fátima Ramos 20f.,enc. Orientador: Thalita Gomes do Carmo e Antonio Tadeu Fernandes Monografia: Faculdade Método de São Paulo Bibliografia: f. 18-19 1.
Higienização das mãos 2. Avaliação do projeto 3. Unidade de terapia intensiva I. Título CDU: (043.2)
4
EPIGRAFE
Ningu茅m ignora tudo. Ningu茅m sabe tudo. Todos n贸s sabemos alguma coisa. Todos n贸s ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.
Paulo Freire
5
RESUMO
Introdução: A higienização das mãos é considerada a medida de maior impacto e de comprovada eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde, uma vez que impede a transmissão cruzada de micro-organismos. Embora a higienização das mãos seja um a ação simples, melhorar a adesão a esta prática ainda é considerada um desafio no controle de infecção dos serviços de saúde (OMS 2008). Método: O projeto foi realizado em um Hospital Privado de pequeno porte, da cidade de São Roque/São Paulo, sendo a unidade de escolha para implantação do projeto a Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI), a referida unidade possui 04 leitos. O período de implantação do projeto foi de outubro de 2011 a julho de 2012. O projeto foi desenvolvido em 4 etapas. Objetivo: Aplicar instrumentos de avaliação para avaliar a aderência à higienização das mãos; Contribuir para o aumento da adesão à higienização de mãos. Discussão: Durante a implantação do projeto e treinamentos observou-se o aumento do consumo de solução alcoólica para higienização das mãos, no período de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012, mantendo-se equilibrado o consumo nos demais meses, as conformidades em relação à estrutura física se manteve em 100% durante as avaliações, foram instituídos no setor a diretriz escrita sobre a importância da higienização das mãos. Conclusão: A perspectiva futura é abrangência das demais unidades da instituição e auditoria dos processos junto a Educação Continuada, o projeto trouxe ganhos que necessitam ser sustentados na unidade de implantação e expandir para outras unidades. Manter a coleta de dados para preenchimento do consumo de produto alcoólico mensal, divulgação interna desses indicadores e realizar treinamentos específicos periódicos.
6
ABSTRACT
Introduction: Hand hygiene is considered the measure of greater impact of proven efficacy in the prevention of health care-associated infections, such as preventing cross-transmission of microorganisms. Although hand hygiene is one simple action, improve adherence to this practice is still considered a challenge to infection control in health services (WHO 2008). Method: The Project was conducted in a small private hospital in the city of S達o Roque / S達o Paulo, with the unit of choice for Project implementation the Adult Intensive Care Unit, said unit has 04 beds. The implementation period of the Project was from October 2011 to July 2012. The Project was developed in four stages. Objective: Implement assessment tools to assess adherence to hand hygiene; contribute to increased adherence to hand hygiene. Discussion: During the Project implementation and training there was an increase in the consumption of alcoholic solution for hand hygiene in the period December 2011 to February 2012, remaining balanced consumption during the remaining months compliances regarding physical structure remained at 100% during the assessments were imposed on industry guidelines written about the importance of hand hygiene. Conclusion: The future Outlook is coverage of the other units of the institution and audit processes along with Continuing Education, the Project brought gains need to be sustained in the deployment unit and expand to other units. Keep collecting data for completion of monthly consumption of alcoholic product and perform specific periodic training.
7
SUMARIO
1
Introdução..................................................................................................... 08
2
Objetivos Gerais...........................................................................................
09
2.1
Objetivos Específicos...................................................................................
09
3
Métodos........................................................................................................ 10
4
Resultado e Discussão................................................................................. 11
4.1
Etapa 1 – Implantação do Projeto................................................................
4.2
Etapa 2 – Questionário de Conhecimento.................................................... 11
4.3
Etapa 3 – Capacitação dos Colaboradores..................................................
4.4
Etapa 4 – Consolidado dos Questionários e Percepção do Conhecimento. 14
5
Considerações Finais...................................................................................
17
Referencias .................................................................................................
19
11
14
Anexos ......................................................................................................... 20
8
1. INTRODUÇÃO
A higienização das mãos é considerada a medida de maior impacto e de comprovada eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde, uma vez que impede a transmissão cruzada de micro-organismos. Estudos mostram que maior adesão às práticas de higienização das mãos está associada à redução nas taxas de infecções, em mortalidade e na transmissão de microorganismos multirresistentes em serviços de saúde (OMS 2008). Embora a higienização das mãos seja um a ação simples, melhorar a adesão a esta prática ainda é considerada um desafio no controle de infecção dos serviços de saúde (OMS 2008). A Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs a “Aliança Mundial para a Segurança do Paciente”, lançada em 2004, com o objetivo de reduzir os riscos associados às infecções relacionadas à assistência a saúde. O primeiro Desafio Global de Segurança do Paciente está focado na higienização das mãos. Essa proposta tem como lema “Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura”, e conta com o comprometimento de vários países, com inclusão do Brasil em 2007. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA em cooperação com a OPAS/OMS iniciou em 2007 um projeto piloto para testar essas diretrizes. A OMS lista vários componentes que formam uma estratégia multimodal, por considerar ser este um método mais confiável para oferecer melhorias sustentadas em higienização das mãos nas unidades de saúde. Reconhecendo a importância da estratégia multimodal para higienização das mãos da OMS, o Centro de Vigilância Epidemiológica por meio da Divisão de Infecção Hospitalar propôs a realização de um projeto visando disponibilizar ferramentas da OMS adaptadas para os hospitais do estado de São Paulo, independentemente do número de leitos ou complexidade. A proposta do projeto foi preparar as unidades, reunir os dados, aplicar indicadores de resultados para aumentar a adesão à higienização das mãos. A adesão ao projeto foi voluntária e o Hospital Unimed de São Roque, de acordo com o termo de adesão, se comprometeu com a implantação e os componentes propostos. O Hospital Unimed São Roque, envolveu a Direção e todos os gestores na
9
implantação do projeto. Foi definido um coordenador no hospital, responsável em enviar todas as informações solicitadas à coordenação estadual do projeto, neste caso, o enfermeiro do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. A avaliação do projeto ocorreu em todo Estado de São Paulo, sendo desenvolvido pela Divisão de Infecção Hospitalar, com análise dos dados de forma global para todo o Estado, garantindo a confidencialidade dos dados reportados pelas unidades hospitalares. A natureza dos hospitais que finalizaram a implantação do projeto foram 48 públicos (39,3%), privados 48 (39,3%) e filantrópicos 26 (21,3%), sendo um total no Estado de São Paulo 838 hospitais participantes e apenas 122 finalizaram o projeto. (fonte: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/pdf/projeto13_apresenta_dados.pdf). Conforme a capacitação desenvolvida pela Divisão de Infecção Hospitalar, foi estabelecidas metas para os hospitais participantes, que conforme a descrição do projeto posteriormente, foram divididas em 4 etapas, sendo a etapa 1, preparação das unidades com prazo de 3 meses, etapa 2, avaliação básica com prazo de 3 meses, etapa 3, capacitação dos profissionais envolvidos com prazo de 2 meses e etapa 4, avaliação final com prazo de 2 meses. Todos os dados foram enviados para a Divisão de Infecção Hospitalar do Estado de São Paulo, o projeto aconteceu no período de outubro de 2011 a julho de 2012.
2. Objetivos Gerais
Aplicar instrumentos de avaliação para avaliar a aderência à higienização das mãos; Contribuir para o aumento da adesão à higienização de mãos. 2.1 Objetivos específicos Contribuir para a diminuição dos índices de infecções relacionadas à assistência à saúde. Envolver as equipes de saúde para a conscientização e adesão a higienização das mãos, não somente como meta, mas como rotina nas unidades de assistência.
10
3. Métodos
O projeto foi realizado em um Hospital Privado de pequeno porte, da cidade de São Roque/São Paulo, sendo a unidade de escolha para implantação do projeto a Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI), a referida unidade possui 04 leitos. O período de implantação do projeto foi de outubro de 2011 a julho de 2012. O projeto aconteceu em 04 etapas: a) Etapa 1 – Preparação da unidade: Escolha da unidade, disponibilização de produto alcoólico no ponto de assistência do paciente; preenchimento do formulário de adesão ao projeto (anexo 1), encaminhamento da carta proposta do projeto para liderança da instituição (anexo 2); Aplicação do instrumento de auto-avaliação para higiene das mãos da OMS (anexo 3); Realização de pesquisa de consumo de produto alcoólico (anexo 4). b) Etapa
2
–
Avaliação
básica:
Aplicação
do
questionário
de
percepção/conhecimento (anexo 5); Aplicação do instrumento de avaliação da estrutura da unidade (anexo 6); Realização de pesquisa de tolerância e aceitação do produto alcoólico (anexo 7); Planejamento da capacitação da equipe; Realização de pesquisa de consumo de produto alcoólico (anexo 4); c) Etapa 3 – Capacitação: Realização de sessões de capacitações teóricas e práticas; Realização de pesquisa de consumo de produto alcoólico (anexo 4); d) Etapa
4
–
Avaliação
final:
Aplicação
do
questionário
de
percepção/conhecimento (anexo 5); Aplicação do instrumento de avaliação da estrutura da unidade (anexo 6); Aplicação do instrumento de auto-avaliação para higiene das mãos da OMS (anexo 3); Encaminhamento do relatório de avaliação do projeto e plano de continuidade; Realização de pesquisa de consumo de produto alcoólico (anexo 4). Ao final de cada etapa foram enviados todos os dados compilados para a coordenação estadual do projeto. A pesquisa de consumo de produto alcoólico foi realizada mensalmente no período do projeto. A meta mínima para consumo em mililitro (ml) é 20 ml por paciente-dia por período, conforme estipulado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
11
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1 Etapa 1
A unidade de escolha para implantação do projeto foi a Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTIA) de um hospital geral de pequeno porte da cidade de São Roque/São Paulo. A referida unidade possui 04 leitos. Na etapa 1 foi preparada a unidade com dispensadores de produto alcoólico em vários pontos de assistência do paciente, incluindo a entrada da unidade, área próxima aos leitos do paciente e área próxima ao leito de isolamento. Foi preenchido o termo de adesão com a ciência do Diretor Técnico do Hospital (anexo 1), entregue a carta proposta para o enfermeiro líder da UTI (anexo2). O instrumento de auto-avaliação (anexo 3) foi opcional e optamos em não realizar. Iniciamos o preenchimento da pesquisa de consumo de produto alcoólico (anexo4).
4.2 Etapa 2
Nesta etapa foi aplicado questionário de percepção e conhecimento com objetivo de avaliar a percepção dos profissionais de saúde sobre a importância da higienização das mãos na assistência à saúde e o nível de conhecimento adquirido nas atividades de instrução e treinamentos sobre os aspectos essenciais da higienização das mãos durante a assistência a saúde. Foram respondidos 18 questionários. a) Percepção 1 a 8: indicam a importância que o profissional considera para o assunto; b) Conhecimento 9 e 10: indicam o nível de conhecimento dos profissionais sobre o assunto; A consolidação das informações válida para o projeto são apenas das questões 6 e 10.
12
Tabela 1 – Consolidado dos questionários de Percepção e Conhecimento:
a) Avaliação da Percepção Questão 6
1=péssimo
%
2=ruim
3=regular
%
4=bom
%
5=ótimo
%
1
1
6
4
22
13
72
2
1
6
2
11
15
83
3
2
11
2
11
14
78
1
6
3
17
13
72
5
1
6
3
17
14
78
6
1
6
10
56
6
33
2
11
4
1
7
6
33
8
%
6
4
22
6
33
2
11
2
11
2
11
12
67
9
1
6
3
17
4
22
6
33
3
17
10
2
11
5
28
4
22
5
28
3
17
11
2
11
2
11
4
22
8
44
12
4
22
6
33
6
33
1
6
1
6
b) Avaliação do Conhecimento
Questão 10
Verdadeiro
%
Falso
%
1
15
83
3
17
2
8
44
10
56
3
18
100
4
18
100 18
100
3
17
5 6
9
50
Resposta correta
Após correção dos questionários, os dados foram compilados e pudemos observar que, referente à disposição de produto alcoólico para a higiene das mãos no ponto de assistência, 83% das respostas conferem como ótimo, conforme atribuição de pontuação na escala de 1 a 5 no questionário de avaliação da percepção. Em relação a uma perfeita higiene das mãos, sendo esta pontuação de auto-
13
avaliação, 56% responderam que praticam uma boa higienização das mãos. Outros 67% responderam como ótimo a importância que a chefia dá ao fato de praticar uma excelente higiene das mãos. É importante ressaltar, que o comprometimento do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar em conjunto com outras coordenações, devem apresentar resultado referente aos treinamentos propostos às equipes de enfermagem e outros diretamente ligados à assistência, pois observamos que 33% responderam como regular o retorno dos resultados do próprio desempenho em higienização das mãos contra outros 33% que consideraram como bom o retorno dos resultados. Para o questionário que objetivou a avaliação do conhecimento em relação à técnica de higienização das mãos com produto alcoólico, observamos que 56% responderam como falso que friccionar as mãos com produto alcoólico é mais eficaz contra os microrganismos do que lavar as mãos com água e sabão, contra 44% apenas que acertaram como verdadeiro. Estes resultados, mostra que deve ser enfatizado a eficácia da solução alcoólica e que essa pratica deve ser trabalhada com as equipes de assistência.
c) Aplicação do instrumento de avaliação da estrutura da unidade.
Na avaliação inicial da estrutura para higienização das mãos foram avaliados e preenchidos os seguintes itens:
Data: 11/10/2011
Unidade: UTI Adulto
Nº leitos: 04
Nº pias: 03
Numero de profissionais presentes na unidade no momento da avaliação: 01 medico 01 fisioterapeuta 01 enfermeiro 01 auxiliar/técnico de enfermagem
Tabela 2 – Avaliação inicial de estrutura para Higienização das Mãos
14
Itens avaliados Existe pelo menos uma pia exclusiva para higiene das mãos para cada 10 leitos de internação? Existe produto alcoólico para higienização das mãos disponível na unidade? Se o produto alcoólico existe está colocado ao alcance das mãos no ponto de assistência/tratamento (p. ex., próximo ao leito do paciente?) Houve treinamento específico para higienização das mãos realizado há menos de 1 ano? Cartazes/lembretes de promoção da higienização das mãos estão expostos nesta unidade? As diretrizes escritas com as recomendações sobre higienização das mãos estão acessíveis nesta unidade? As luvas de procedimento (descartáveis) estão disponíveis nesta unidade Total
Avaliação 1
Conformidade 100%
1
100%
1
100%
1
100%
1
100%
0
0%
1
100%
6
86%
Quando o item avaliado tiver como resposta sim na avaliação o valor é 1, para itens cuja resposta for não o valor é 0. Após a aplicação deste instrumento de avaliação, pudemos identificar falha na informação quanto a importância e recomendação sobre a higienização das mãos, estas avaliações iniciais alem de nos apresentar que há eficácia nos treinamentos com 100% de conformidade, deixa a desejar informações precisas por escrito. Etapa 3 – Capacitação dos colaboradores
A capacitação teórica se iniciou em 03 de janeiro de 2012 a 28 de fevereiro de 2012. Foram contemplados o passo a passo do projeto e como instrumento didático foi apresentado vídeo-aula, apresentação de coreografia dos “Cinco momentos da Higienização das mãos”, Campanha Mundial “Salve Vidas”, todos estes materiais foram disponibilizados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo. 4.4 Etapa 4 – Consolidado dos questionários de Percepção e Conhecimento
Nesta fase do projeto, após treinamentos e interação com os colaboradores do setor da Unidade de Terapia Intensiva Adulto, foi aplicado novamente o questionário descrito na etapa 2 deste projeto. Participaram deste questionário 11 colaboradores; foram realizadas 05 ciclos de capacitação e foram treinados 13
15
profissionais.
Tabela 1: Avaliação da Percepção: a) Questão 6
1=péssimo
%
2=ruim
%
3=regular
%
4=bom
%
5=ótimo
%
1
1
9
4
36
6
55
2
2
18
4
36
5
45
3
4
36
6
55
3
27
4
1
9
5
45
5
45
8
73
3
27
6
55
3
27
2
18
1
9
5 6
2
7
6
55
2
18
18
8
2
18
4
36
5
45
9
6
55
3
27
2
18
3
27
1
9
3
27
8
73
3
27
3
27
2
18
10
4
36
3
27
11 12
1
9
2
18
b) Avaliação do Conhecimento Questão 10
Verdadeiro
%
Falso
%
1
7
64
2
18
9
82
3
27
9
82
2
18
2 3
9
82
4
6
55
5 6
7
64
Resposta correta
Após correção dos questionários, os dados foram compilados e pudemos observar que, referente à disposição de produto alcoólico para a higiene das mãos no ponto de assistência, 45% das respostas conferem como ótimo, conforme atribuição de pontuação na escala de 1 a 5 no questionário de avaliação da percepção. Em relação a uma perfeita higiene das mãos, sendo esta pontuação de auto-
16
avaliação, 55% responderam que praticam uma boa higienização das mãos. Outros 45% responderam como ótimo a importância que a chefia dá ao fato de praticar uma excelente higiene das mãos. Observamos nesta fase de finalização do projeto que 18% responderam como regular o retorno dos resultados do próprio desempenho em higienização das mãos contra outros 36% que consideraram como bom o retorno dos resultados. Para o questionário que objetivou a avaliação do conhecimento em relação à técnica de higienização das mãos com produto alcoólico, observamos que 82% responderam como falso que friccionar as mãos com produto alcoólico é mais eficaz contra os microrganismos do que lavar as mãos com água e sabão, contra 18% apenas que acertaram como verdadeiro. Estes resultados mostram que deve ser enfatizada a eficácia da solução alcoólica e que essa pratica deve ser trabalhada com as equipes de assistência.
c) Aplicação final de estrutura para Higienização das Mãos
Na avaliação final da estrutura para higienização das mãos foram avaliados e preenchidos os seguintes itens:
Data: 27/03/12
Unidade: UTI Adulto
Nº leitos: 04
Nº pias: 03
Numero de profissionais presentes na unidade no momento da avaliação: 01 medico 01 enfermeiro 02 auxiliar/técnico de enfermagem E imprescindível ressaltar, que nesta etapa, as conformidades se mantiveram
em 100% para todas as questões já indagadas no inicio do projeto, onde apenas a disponibilização de manual escrito sobre a higienização das mãos não havia na unidade. Após regularização e capacitação realizada no decorrer do projeto, os itens avaliados nesta etapa conferem em 100%. É observada ainda, a avaliação final em relação à estrutura sobre pias para
17
higienização das mãos e dispensadores de produtos, se mantiveram em 100% de conformidade. Caracterizando a continuidade do trabalho, adesão às capacitações e interatividade das equipes de assistência.
d) Avaliação do consumo de produto alcoólico para as mãos no período do projeto: Mês do ano
Outubro/2011 Novembro/2011 Dezembro/2011 Janeiro/2012 Fevereiro/2012 Março/2012 Abril/2012 Maio/2012 Junho/2012 Julho/2012 Total
Quantidade de produto alcoólico utilizado (ml) 1150 50 1000 1650 1100 950 950 1200 1200 1100 10350
Numero de pacientes/dia
Consumo em ml por paciente/dia
117 67 108 74 49 58 77 80 83 80 793
9,8 0,7 9,3 22,3 22,4 16,4 12,3 15 14,5 13,8 13,6
Durante o projeto houve alterações significativas no consumo da solução alcoólica para higienização das mãos. Observamos no quadro acima que durante a implantação do projeto, tínhamos um consumo médio de 1000 ml de solução alcoólica em dezembro de 2011, logo após intensificação dos treinamentos houve um aumento significativo nos meses de janeiro a fevereiro, mantendo-se equilibrado o consumo nos demais meses.
5. CONSIDERAÇOES FINAIS Participaram
na
fase
de
pré-treinamentos
18
colaboradores,
foram
respondidos 11 questionários, realizado 5 ciclos de capacitação abrangendo os dois turnos (diurno/noturno), foram capacitados 13 colaboradores da unidade, e a capacitação se estendeu de 03 de janeiro a 28 de fevereiro de 2012. Ao termino do Projeto, observou-se a necessidade de intensificar a orientação a respeito da solução álcool gel para a higienização das mãos. Por se tratar de unidade restrita, percebeu-se que houve a mudança de colaboradores no período do treinamento, alterações na escala de trabalho, e isso implica na ineficiência dos treinamentos instituídos pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar junto a Educação Continuada.
18
Embora os resultados apresentassem divergências do primeiro questionário aplicado, mantivemos em 100% de conformidades em relação à estrutura física. Já em relação à utilização da solução álcool gel no primeiro questionário obtivemos 44% de acertos em relação à eficácia do uso da solução álcool gel contra 56% que consideram como ineficaz a pratica da higienização com solução alcoólica. Na segunda fase do projeto, nos deparamos com uma alteração significativa quanto o entendimento do uso da solução alcoólica, pois 82% dos colaboradores responderam como ineficaz a pratica do uso da solução alcoólica para higienização das mãos. Após o projeto, a perspectiva futura é abrangência das demais unidades da instituição e auditoria dos processos junto a Educação Continuada, lembrando que por se tratar de uma instituição de pequeno porte, a rotatividade de colaboradores é alta, mesmo assim o projeto trouxe ganhos que necessitam ser sustentados na unidade de implantação e expandir para outras unidades. Manter a coleta de dados para preenchimento do consumo de produto alcoólico mensal, divulgação interna desses indicadores e realizar treinamentos específicos periódicos.
19
REFERENCIAS
APECIH. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. Guia para higiene de mãos em serviços de assistência à saúde. Traduzido por Crésio Romeu Pereira. 2003a, 82p.
FERNANDES, Antonio T.; FERNANDES, Maria O. V.; RIBEIRO FILHO, Nelson. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. v. 01. São Paulo: Editora Atheneu, 2000. 953p. Guia para implantação – Um Guia para Implantação da Estratégia Multimodal da OMS para a Melhoria da Higienização das Mãos – 2007;
Guideline for Hand Hygiene in Health Care Settings Recommentations of the Health Care
Infection
Control
Practices
Advisory
Committee
and
the
HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force – University Geneva – vol 51/RR-16; Higienização das Mãos em Serviços de Saúde – ANVISA 2007; Manual para Implantação do Projeto “Mãos Limpas são Mãos mais Seguras” – Divisão de Infecção Hospitalar – Centro de Vigilância Epidemiológica São Paulo – 2011;
Resolução RDC nº 42, de 25 de outubro de 2010;
Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002;
SANTOS, Adélia A. M. et al. Importância do Álcool no Controle de Infecções em Serviços de Saúde. [s.d.]. Disponível em: <www.anvisa.gov.br>, acessado em 17/08/2013.
SANTOS, Adélia A. M. Higienização das Mãos no Controle das Infecções em Serviços da Saúde. [s.d.]. Disponível em: <www.anvisa.gov.br>, acessado em 17/08/2013.
20
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde – Higienização das Mãos – ANVISA 2009; Who Guidelines on Hand Hygiene in Health Care – World Health Organization 2009;
21
ANEXOS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENAÇÃO DE CONTROLE DE DOENÇAS - CCD
CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA “PROF.ALEXANDRE VRANJAC” – CVE DIVISÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR e-mail: projetohm.sp@gmail.com Termo de Adesão Projeto: Mãos limpas são mãos mais seguras
Infecção relacionada à assistência a saúde é um dos grandes problemas para o cuidado seguro do paciente, e sua vigilância e prevenção devem ser prioridade no planejamento estratégico das instituições comprometidas com a uma assistência segura. A higienização das mãos é considerada a medida de maior impacto e de comprovada eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde, uma vez que impede a transmissão cruzada de micro-organismos. Estudos mostram que maior adesão as práticas de higienização das mãos está associada à redução nas taxas das infecções, em mortalidade e na transmissão de micro-organismos multirresistentes em serviços de saúde. Embora a higienização das mãos seja uma ação simples, melhorar a adesão a esta prática ainda é considerada um desafio no controle de infecção dos serviços de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs a “Aliança Mundial para a Segurança do Paciente”, lançada em 2004, com o objetivo de reduzir os riscos associados às infecções relacionadas à assistência a saúde. O primeiro Desafio Global de Segurança do Paciente está focado na higienização das mãos. Essa proposta tem como lema “Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura”, e conta com o comprometimento de vários países do mundo, com a inclusão do Brasil em 2007. A ANVISA em cooperação com a OPAS/OMS iniciou em 2007 um projeto piloto para testar essas diretrizes. A OMS lista vários componentes que formam uma estratégia multimodal, por considerar ser este um método mais confiável para oferecer melhorias sustentadas em higienização das mãos nas unidades de saúde Reconhecendo a importância da estratégia multimodal para higienização das mãos da OMS o Centro de Vigilância Epidemiológica por meio da Divisão de Infecção Hospitalar propõe a realização de um projeto visando disponibilizar ferramentas da OMS adaptadas para os hospitais do estado de São Paulo, independentemente do número de leitos ou complexidade. Informações adicionais estão disponíveis para consulta no endereço
22
eletrônico: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/cve_ihb.html A adesão ao projeto é voluntária e o hospital se compromete a implantar os componentes propostos, em no mínimo uma unidade do hospital, de acordo com manual de instrução. O hospital deve cumprir os seguintes requisitos:
1. A direção e todos os gestores/ líderes devem estar cientes da implantação do projeto e apoiar completamente as ações propostas. 2. Definir um coordenador que será o contato com a Divisão de Infecção Hospitalar. 3. Estabelecer um grupo formal dentro da unidade para agir na estratégia de melhoria da higienização das mãos. 4. Desenvolver um plano de comunicação sobre o projeto e seus resultados na comunidade hospitalar. 5. Enviar as informações solicitadas à coordenação estadual do projeto. A avaliação do projeto a nível estadual será realizada pela Divisão de Infecção Hospitalar, com análise dos dados de forma global para todo o estado de São Paulo, garantindo a confidencialidade dos dados reportados pela unidade hospitalar. Os hospitais que aderirem ao projeto terão seu nome divulgado na página eletrônica da Divisão de Infecção Hospitalar, enfatizando a preocupação destas instituições com a segurança dos pacientes. O (a) Diretor (a) e o Coordenador representando o hospital abaixo descrito se comprometem a participar do projeto seguindo as orientações acima descritas. Nome do Hospital:__________________________________________________ Município:_________________________________________________________ Diretor (a):_________________________________________________________ Coordenador (a) do Projeto: Nome:__________________________________________________ Função:________________________
Setor de trabalho:____________________
Data:_______/______/2011 Após preenchido enviar por e-mail para: projetohm.sp@gmail.com
23
CARTA PARA LIDERANÇAS Prezado(a)______________________________
Estamos, no estágio preparatório de um grande esforço para aperfeiçoar a higiene das mãos e reduzir as infecções, utilizando as Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a Higienização das Mãos em Serviços de Saúde adaptadas para o estado de São Paulo. O nosso foco atual é colocar em ação a estratégia multimodal de higiene das mãos baseada em evidências de que a falta de adesão (em torno de 40%) dos profissionais de saúde a higiene das mãos está intimamente ligada a transmissão de infecções. Em resumo, a estratégia abrange: 1. Aumentar a adesão dos profissionais de saúde a higiene das mãos, de modo que maior número de profissionais higienizem suas mãos com a técnica correta e com maior freqüência. 2. Adaptar o sistema, para garantir a higiene das mãos no local de assistência/ tratamento ao paciente, usando prioritariamente produto alcoólico. 3. Uma
combinação
de
outras
medidas
projetadas
para
influenciar
o
comportamento das equipes, e que inclui o apoio dos membros mais experientes/ influentes para a adequada higiene das mãos e prevenção das infecções. São cinco os momentos para a higiene das mãos nos Serviços de Saúde. Toda a equipe, incluindo os coordenadores, deve conhecer estes momentos. Veja a figura:
Você tem sido um grande líder nas ações para a melhoria da segurança na instituição. Mais uma vez, contamos com o seu apoio na promoção da higiene das mãos, em
24
todas as unidades da instituição e também nas equipes com as quais trabalha.
Em especial, gostaríamos de solicitar seu apoio no que se segue: 1. Discuta o procedimento de melhoria nos vários níveis da organização, com sua equipe e nas reuniões de departamentos/ unidades. 2. Reforce a importância da higiene das mãos em reuniões e contato pessoal com a sua equipe. 3. Seja o bom exemplo a ser seguido. A conduta dos profissionais de saúde quanto à higiene das mãos é fortemente influenciada pelos líderes da equipe. 4. No seu papel de exemplo de conduta, mantenha-se atento e demonstre os cinco momentos para a higiene das mãos.
Obrigado pelo seu apoio, Atenciosamente,
____________________________________ DIRETOR DO HOSPITAL
COORDENADOR DO PROJETO
25
QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO E CONHECIMENTO PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Identificação A. Setor/Unidade em que trabalha_________________ B. Sexo
Masculino ( )
Feminino ( )
C. Qual a sua idade?______ D. Qual sua categoria profissional? ( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Técnico ou Auxiliar de Enfermagem ( ) Fisioterapeuta ( ) Outro profissional da área da saúde: Qual?____________________________ (Ex: Fonoaudiólogo, Nutricionista,Técnico de Radiologia, Técnico de outra área, etc.).
Responda às seguintes perguntas marcando com X 1. Existe algum produto alcoólico disponível para higienização das mãos na instituição? ( ) Sim ( ) Não
2. Em geral, qual é o impacto de uma infecção hospitalar na vida do paciente? ( ) Muito baixa ( ) Alta ( ) Baixa ( ) Muito alta 3. Na sua opinião, qual a porcentagem de adesão à higiene de mãos pelos profissionais de saúde? ( ) 0% a 25% ( ) 51% a 75% ( ) 26% a 50% ( ) acima de 76% 4. Com relação as recomendações para higienização das mãos, qual a porcentagem de vezes que você a realiza? ( ) 0% a 20% ( ) 21% a 40% ( ) 41% a 60% ( ) 61% a 80% ( ) 81% a 100%
26
5. Qual é a importância que sua chefia imediata dá para o assunto "higiene das mãos"? ( ) Muito baixa ( ) Alta ( ) Baixa ( ) Muito alta 6. Atribua para as frases a seguir, uma pontuação numa escala de 1 a 5, conforme : 1 = péssimo; 2 = ruim; 3 = regular; 4 = bom; 5 = ótimo 1
2
3
4
5
1. As lideranças/gerencias executivas/chefias apóiam e promovem a higiene das mãos. 2. O hospital disponibiliza produto alcoólico para a higiene das mãos no ponto de assistência. 3. Os cartazes sobre higiene das mãos estão expostos nos pontos de assistência/tratamento para servirem como lembretes. 4. Todo profissional de saúde é treinado em higiene das mãos. 5. Instruções claras e simples sobre higiene das mãos estão visíveis para todos os profissionais de saúde. 6. Você pratica uma perfeita higiene das mãos. 7. Os pacientes são estimulados a lembrar os profissionais de saúde a higienizarem as mãos. 8. Sua chefia dá muita importância ao fato de você praticar uma excelente higiene das mãos. 9. Seus colegas de trabalho dão muita importância ao ato de você praticar uma excelente higiene das mãos. 10. Os pacientes dão muita importância ao fato de você praticar uma excelente higiene das mãos. 11. É grande o esforço necessário para fazer uma boa higiene das mãos ao prestar assistência aos pacientes. 12. Os profissionais de saúde recebem regularmente os resultados do próprio desempenho em higienização das mãos 7. Você recebeu algum treinamento em higienização das mãos no ultimo ano? ( ) Sim ( ) Não 8. Qual é a importância da higiene das mãos na prevenção de infecções hospitalares? ( ) Muito baixa ( ) Alta ( ) Baixa ( ) Muito alta
27
9. Qual dos itens a seguir é o maior responsável pela transmissão de infecção hospitatar para o paciente? ( ) Circulação do ar no hospital ( ) Contato do paciente com superfícies do ambiente hospitalar ( ) Mãos dos profissionais quando não estão higienizadas ( ) Compartilhar objetos entre pacientes 10. Em relação á técnica de higienização de mãos com produto alcoólico, responda Verdadeiro ou Falso: Verdadeiro 1. Friccionar as mãos com produto alcoólico é mais rápido do que higienizar as mãos com água e sabão. 2. Friccionar as mãos com produto alcoólico é mais eficaz contra os micro-organismos do que lavar as mãos com água e sabão. 3. O produto alcoólico deve cobrir todas as superfícies de ambas as mãos. 4. As mãos têm de estar secas antes do uso. 5. Pode-se secar as mãos com papel toalha após fricção das mãos com produto alcoólico. 6. O tempo mínimo necessário para eliminar os microrganismos das suas mãos é de 20 segundos.
OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!
Falso
28
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE TOLERÂNCIA E ACEITAÇÃO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Setor/Unidade ________________________________ Nome do produto em avaliação:______________________ Data entrega do questionário______/_____/_____ Data retorno do questionário______/_____/_____ 1. Sexo
Masculino (
)
Feminino (
)
2. Idade:____________
3. Qual sua categoria profissional? ( (
) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Técnico ou Auxiliar de Enfermagem ) Fisioterapeuta ( ) Outro: Qual?____________________________
4. Numa escala de 1 a 5, onde 1 é TOTALMENTE INSATISFEITO e 5 é MUITO SATISFEITO, atribua uma pontuação para os itens: 1
2
3
4
1. Odor 2. Textura 3. Irritação (ardência na pele) 4. Efeito de ressecamento 5. Mãos pegajosas após o 1º uso 6. Facilidade de uso do dispensador 7. Velocidade de secagem 8. Avaliação geral 5. A satisfação com o produto interfere na sua adesão a higiene das mãos? (
) não interfere
(
) pouca interferência
(
) muita interferência
5