Faculdade Método de São Paulo Licenciatura em Pedagogia OS JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: o jogo como aliado no processo de ensino-aprendizado Aline Castor Maciel Dias RESUMO Esta pesquisa é um trabalho de revisão e pretende analisar alguns autores que pesquisaram sobre os jogos infantis e sua efetividade no processo de ensino-aprendizagem, visando contribuir diretamente para estudos e mudanças na prática pedagógica e seu dia a dia com os alunos da educação infantil. Autores como Froebel, Piaget e Vygotsky apontam situações que comprovam que os jogos podem ser explorados para tornar a aprendizagem mais prazerosa e ressaltando a importância das atividades lúdicas como fonte de aprendizagem no âmbito educacional. Por meio dos jogos, o educador desenvolve as diversas capacidades da criança, como a motricidade, o raciocínio lógico e a criatividade, tornando-se aliados no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil. Palavras-chave: Jogo infantil. Ensino-aprendizagem. Educação Infantil.
INTRODUÇÃO O lúdico é indispensável na educação infantil e a utilização dos jogos como recurso pedagógico favorece o desenvolvimento das crianças nos aspectos cognitivo, social, afetivo e motor, tendo em vista que é uma manifestação natural das crianças e que é essencial nessa fase da vida. Esta pesquisa tem como propósito apresentar a importância dos jogos para o desenvolvimento da criança na Educação Infantil. O pedagogo deve oferecer à criança as condições necessárias para seu próprio desenvolvimento e o lúdico não pode ser considerado um elemento estranho no aprendizado da criança, ele deve ser apreciado como um elemento importante, pois contribui para seu melhor desenvolvimento. O jogo tem duas visões diferentes: primeiro, é visto como algo que é positivo e real, e na outra visão é visto como desnecessário e inútil. Mas, jogo não é somente um divertimento ou uma recreação, é necessário justificar seu uso dentro da sala de aula, pois muitas crianças aprendem mais por meio dos jogos em grupo do que em lições e exercícios individuais. No entanto não devemos separar a ludicidade dos meios de ensino, pois os dois elementos devem unir-se um a outro para que se obtenha a concretização do aprendizado. Buscar compreender e desvelar a “natureza” do jogo é o primeiro passo para relacioná-lo com o processo de ensino-aprendizagem e delimitar seu uso como recurso pedagógico, no desenvolvimento da criança. Desta forma, buscou-se compreender e diagnosticar a possibilidade de desenvolvimento da criança por meio dos jogos. A escolha deste tema foi baseada após observações feitas nos estágios de educação infantil, tendo em vista que é nesta fase que acriança tem toda a base de seu aprendizado. Pois o educador deve observar o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, seja ele psicológico, social, emocional e físico-motor. No Capítulo I é feito um retrospecto do jogo, desde o seu surgimento aos dias atuais, por meio de uma linha do tempo que remonta desde Aristóteles (344 a.C.), passando pela idade média e a revolução industrial até os dias atuais. Também neste capitulo é feita uma análise do jogo, sua definição e diferenças. O capitulo II aborda uma analise da concepção dos autores Froebel, Piaget e Vygotsky, identificando suas visões a respeito do jogo e de seu uso pedagógico. No capítulo III foram analisados o desenvolvimento e a formação da criança por meio dos jogos, sua contribuição e eficácia, também observando o papel do educador como mediador dos jogos na educação infantil. Como método de pesquisa pretende-se aplicar um questionário em cinco professoras de educação infantil da rede particular de ensino, que tem turmas de em média 15 crianças, visando verificar como são utilizado os jogos, a participação das crianças, a interação entre elas e com a professora no momento de aplicação e sua efetividade, se alcançou os objetivos estipulados pela professora e se ouve algum aprendizado.
DESENVOLVIMENTO Os jogos tiveram ao longo da história um papel primordial na aprendizagem de tarefas e no desenvolvimento de habilidades sociais, necessárias às crianças para sua própria sobrevivência. A existência de regras em todos os jogos é uma característica marcante. Huizinga (1951) aponta o jogo como: “O prazer, o caráter "não sério", a liberdade, a separação dos fenômenos do cotidiano, as regras, o caráter fictício ou representativo e sua limitação no tempo e no espaço" (apud KISHIMOTO, 2010, p.113). Teixeira (2010) aponta que para Froebel o jogo simbólico serve como suporte para desenvolver o imaginário da criança, os objetos construídos por elas podem se transformar em temas para as brincadeiras simbólicas. Segundo Piaget (2006) as manifestações lúdicas ocorrem de acordo com o desenvolvimento da inteligência e do cognitivo. Outro conceito importante sobre o jogo é a sua relação com a adaptação que acontecem em dois processos. A assimilação que, se caracteriza pelo processo ao qual a criança ao deparar-se com determinado problema, utiliza estruturas mentais já existentes para resolvê-lo. E, a acomodação, quando a criança ao depara-se com um problema que não consegue resolver com as estruturas existentes, modifica-as. Negrine (1995), informa que para Vygotsky o jogo deve ser analisado como um processo, não como resultado. “Seu entendimento é que todo o avanço da criança está relacionado com a profunda mudança com respeito aos estímulos, inclinações e incentivos, e que a criança satisfaz certas necessidades através do jogo.” (p.10) Segundo Kishimoto (2010) o jogo não pode ser visto apenas como divertimento, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral da criança. “Para Piaget (1967), o jogo é a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.” (p.95) Macedo (2000) acrescenta que definir qual o objetivo da utilização do jogo é fundamental para orientar o trabalho e dar significação às atividades, bem como para estabelecer qual a dimensão das propostas pedagógicas e as conexões com outras áreas. O profissional deve ter em mente o que se pretende desenvolver na criança. Antunes (2010) afirma que existem ainda, dois principais aspectos a serem considerados no uso dos jogos como instrumentos de uma aprendizagem significativa. O jogo ocasional, sem um cuidadoso planejamento é ineficaz e, vários jogos diferentes reunidos somente são efetivos quando selecionados com rigor, e usados conforme a meta de aprendizagem.
OBJETIVO Problematizar o uso dos jogos como ferramenta pedagógica e sua contribuição para a educação infantil.
METODOLOGIA O presente projeto, além da pesquisa e análise de fontes bibliográficas e da concepção dos autores pesquisados, utilizará questões qualitativas e quantitativas. Visando verificar como são utilizados os jogos, a participação das crianças, a interação entre elas e com a professora no momento de aplicação e sua efetividade, se alcançou os objetivos estipulados pela professora e se ouve algum aprendizado. Buscando estruturar informações valiosas para o desenvolvimento das crianças por meio dos jogos no ambiente escolar.
JUSTIFICATIVA O jogo é considerado uma ferramenta importante no que se refere à aquisição de conhecimento no âmbito escolar. Por meio desse estudo compreende-se melhor a ação do jogo no desenvolvimento da criança, nos diversos aspectos cognitivo, social, emocional e físico. Ressalta-se ainda a importância do professor como mediador do processo de ensino-aprendizagem no que se refere ao jogo, buscando compreender seus benefícios e como utilizálos como aliado em sala de aula. O Presente projeto visou contribuir diretamente para estudos e estratégias que auxiliarão os educadores em sua prática pedagógica.
REFERÊNCIAS ALVES, Alvaro Marcel Palomo. A história dos jogos e a constituição da cultura lúdica. Santa Catarina: UNIPAN/FACIAP, 2003. ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 17. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010. ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. CAVICCHIA, Durlei de Carvalho. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: UNIVESP, 1974. DAVIS, Claudia. Psicologia na Educação. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1994. KISHIMOTO, Tizuko Morchida et al.Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2010.