Pedagogo e suas responsabilidades escolar e social na conscientizacao infantil no meio ambiente

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O PEDAGOGO E SUAS RESPONSABILIDADES ESCOLAR E SOCIAL NA CONSCIENTIZAÇÃO INFANTIL NO MEIO AMBIENTE Rudnei José de Souza Francisco1, Olavo Egídio Alioto2 1

Aluno do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Método de São Paulo (FAMESP). Doutor em Morfologia (UNIFESP), Mestre em Neuroanatomia (UNIFESP) e docente no curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Método de São Paulo (FAMESP). 2

RESUMO Um grande problema encontrado nas cidades é o lixo, resultado de uma sociedade consumista. É necessário entender que lixo nem sempre é o fim e sim o começo. A reciclagem é um ótimo processo utilizado para controlar a grande demanda diária de produção de lixo, e assim, o presente trabalho tem como objetivo verificar se os alunos de 7 a 8 anos da rede estadual de ensino recebem orientação sobre os temas educação ambiental, sustentabilidade e reciclagem. A escola é o órgão educacional de maior expressão na vida das crianças e assim deve utilizar, além do ensino formal, novas metodologias e a realização de um trabalho entre docentes, discentes, direção, coordenação e comunidade. Para o levantamento dos dados utilizou-se um questionário contendo cinco questões que foi aplicado a trinta e nove crianças do ensino Fundamental I de uma escola municipal localizada na Zona Leste de São Paulo. Foi possível verificar que as crianças entrevistadas não recebem orientações corretas sobre os assuntos e que a falha acontece devido a uma falta de planejamento por parte da escola e dos professores. Palavras-chave: Educação ambiental. Sustentabilidade. Reciclagem INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um dos principais assuntos internacionais e desde os anos 60 existem discussões sobre o que é um planeta sustentável, como o preservar e melhorar o meio ambiente para as gerações

presentes e,

principalmente, para as gerações futuras. Tanto a família como a escola tem a responsabilidade hoje de participar da construção destes valores básicos da consciência cidadã da criança, para que ela no futuro tenha hábitos éticos, sadios e responsáveis quanto à preservação e desenvolvimento sustentável da Terra. O processo de ensino e aprendizagem na educação ambiental vem recebendo influências dos problemas apresentados sobre o meio ambiente em sintonia com a nossa qualidade de vida. Amplia-se o número de pesquisas voltadas para a sustentabilidade ambiental que podem orientar os educadores e gerar


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contextos significativos de ensino–aprendizagem, respeitando a faixa etária, o modo de perceber, sentir e pensar das crianças na natureza e suas implicações. Em um contexto marcado pela degradação ambiental o presente artigo teve além dos objetivos de verificar se os alunos de 7 e 8 anos da rede estadual de ensino conhecem e são orientados sobre os assuntos educação ambiental, sustentabilidade e reciclagem. É importante destacar aqui um dos pontos importantes onde eles têm mais contato que é o lixo, procurando conscientizar essas crianças que separar o lixo por sua origem, reciclar utensílios, reciclar atitudes é importante para o desenvolvimento sustentável e social das pessoas.

Lixo e meio ambiente: desafios e compromissos Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes é o lixo, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais e cuida menos dos seus problemas. É necessário entender que lixo nem sempre é o fim, e sim, o começo para outros processos como, por exemplo, a reciclagem. A palavra lixo “é derivada do latim lix que significa cinza” (CARVALHO, 2004 apud ALMEIDA; COELHO, 2012, p. 01). Pode-se considerar lixo todos os tipos de resíduos sólidos resultantes das atividades humanas ou do material considerado imprestável ou irrecuperável pelo usuário, seja papel, papelão, restos de alimentos, vidros, embalagens plásticas. O lixo, também chamado de rejeito, passa por um processo de exclusão: ele é “posto fora de casa e deve cumprir ritos de passagem, respeitando regras próprias. Assim, não pode ser deixado em qualquer lugar”. Deve ser acondicionado em sacos e latas de lixo, havendo horários estabelecidos para o seu recolhimento (ALENCAR, 2005 apud ALMEIDA; COELHO, 2012. p. 19). A cada dia que se passa deixamos de nos preocupar com o meio em que estamos inseridos, pois os principais problemas atuais que envolvem o lixo que sem seu devido tratamento desenvolve diversos problemas tais com, mau cheiro, poluição, grande aumento nos insetos causadores de doenças, contaminação das águas etc. Uma vez que se faz necessário à prática do conhecimento para melhor desenvolver a consciência a respeito do problema do lixo.


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O equilíbrio entre produto e produtor apresenta-se comprometido e o homem vem criando cada vez mais resíduos e não se importando com o efeito que isso pode causar (NORÕES; MELO; MELO, 2011). Os autores afirmam que (2011, p. 01), Uma das maiores preocupações da gestão ambiental é a disposição do lixo sólido produzido cada vez mais em maiores quantidades nas cidades (DIAS, 2008). É fato que o desordenamento do descarte desses resíduos pode ocasionar problemas de natureza social, econômica e ambiental. Embora esta não seja uma questão unifocal de responsabilidade, um dos principais problemas existentes refere-se à inexistência de uma política pública específica ao tratamento e destino de resíduos sólidos, sobretudo no que se refere a viabilizar a integração da necessidade social com ações capazes de minimizar a produção e os problemas provocados pelo lixo. [...]

Os autores supracitados afirmam que o lixo por nós produzido está cada vez mais difícil de controlar e descartar corretamente, pois estamos produzindo uma maior quantidade de resíduos, fazendo com que o nosso planeta sinta essa produção excessiva, de maneira com que sua saúde natural fique ainda mais escassa a cada dia, sendo assim o nosso bem-estar no mundo vai diminuindo, ou seja, precisamos preservar mais nosso sistema ambiental antes que acabemos por destruí-lo (NORÕES; MELO; MELO, 2011). Segundo Almeida e Coelho (2012), é necessário criar uma perspectiva de tratamento dos nossos resíduos e ao mesmo tempo, conscientizar corretamente as nossas futuras gerações. Desta forma o pedagogo, a escola e os pais devem conscientizar as crianças sobre a necessidade de produzir e descartar corretamente o lixo produzido e assim garantir a preservação do meio ambiente.

Sustentabilidade e reciclagem

São conhecidas diversas definições sobre o desenvolvimento sustentável nos diferentes setores da sociedade. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU): O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, em abril de 1987, na Assembléia Geral das Nações Unidas. O principal produto desta Comissão foi o “Relatório Nosso Futuro Comum”, também conhecido como “Relatório Brundtland”, onde o desenvolvimento sustentável é apresentado como “o desenvolvimento que preenche as necessidades do presente, sem comprometer a habilidade das


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gerações futuras de preencherem suas próprias necessidades” (1988 apud ALVES; QUELHAS; FILARDO, 2003, p. 11).

É consideravelmente relevante apontar que o desenvolvimento sustentável sendo apresentado como o desenvolvimento que preenche as necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações pode-se considerar que ao desenvolver-se sustentavelmente o ser humano responsável por tal acaba por desenvolver hábitos que podem vir a ser utilizado pelas futuras gerações gerando assim uma consciência que pode evitar danos ao meio em que estão inseridos.

Segundo o conceito de desenvolvimento sustentável elaborado e apresentado na comissão mundial sobre o meio ambiente, existe a preocupação de como as gerações futuras se desenvolveram mediante o meio que está sendo herdado por eles. Pressupõe-se então que, o desenvolvimento sustentável na medida de sua evolução nos leva a trabalhar interdisciplinarmente três macros temas compondo o chamado triple bottom line, ou seja, os aspectos ambientais, sociais e econômicos (ALVES; QUELHAS; FILARDO, 2003). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS): Com o confronto inevitável entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente — que valoriza o aumento de riqueza em detrimento da conservação dos recursos naturais — e a necessidade vital de conservação do meio ambiente, surge a discussão sobre como promover o desenvolvimento das nações de forma a gerar o crescimento econômico, mas explorando os recursos naturais de forma racional e não predatória. Estabelece-se, então, uma discussão que está longe de chegar a um fim, a um consenso geral. Será necessário impor limites ao crescimento? Será possível o desenvolvimento sem aumentar a destruição? De que tipo de desenvolvimento se fala? (BRASIL 1997, p. 25).

Com base nessa perspectiva e nessas questões existentes nesse parágrafo, podemos considerar que o desenvolvimento econômico assim como o ambiental e o social têm necessidades a serem revistas para que o desenvolvimento sustentável da sociedade possa acontecer de maneira eficaz aos cidadãos e a natureza.

Nem sempre o que imaginamos ser lixo verdadeiramente é. Alguns resíduos podem e devem ser reutilizados. Umas das principais formas de reutilização é a reciclagem, embora nem todos os produtos possam fazer parte desse processo.


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Existem

diversas

definições

para

reciclagem,

tais

como:

reutilizar,

reaproveitar, reduzir, melhorar, etc. todas essas palavrinhas ao serem ditas todos sabem ao que se refere (SENICIATO; CAVASSAN, 2004). Essas definições têm por finalidade reutilizar materiais, ou seja, reaproveitar objetos de maneiras diferentes. Além disso, é possível reutilizá-lo e não apenas despejá-lo no meio ambiente. Essa iniciativa reduz a quantidade de resíduos depositados nas ruas e aterros sanitários, além de diminuir os riscos de contaminação do solo e ar atmosférico (NORÕES; MELO; MELO, 2011). Existem diferentes tipos de resíduos recicláveis, porém os mais trabalhados no ensino fundamental são: o papel e o orgânico. O papel descartado deve passar por um processo de reciclagem e preparo antes de ser reutilizado. O processo consiste em produzir as chamadas aparas, mistura entre água e papel descartado triturado, que uma vez secas e prensadas originam as folhas de papel reciclado. Esse processo é simples e de baixo custo para quem o produz (TETRA PAK, 2007). A reciclagem do papel não exige processos químicos para obtenção de pasta de celulose, diminuindo com isso a poluição do ar e rios. Reduz a necessidade do corte de árvores, há uma grande economia de água e gasta-se metade da energia usada para fabricar o papel a partir da madeira (p. 16).

Desta forma, o papel não necessita de quaisquer tipos de química facilitando assim seu reaproveitamento e deixando baixo seu custo de produção. O resíduo orgânico nada mais é que restos de alimentos não industrializados, como por exemplo, frutas, legumes, etc. Uma forma de tratar a matéria orgânica contida no lixo é enviando-a a um local onde façam a sua decomposição, as chamadas “Usinas de Compostagem”. São nessas usinas que, mais uma vez, o resíduo é trabalhado apenas respeitando seu processo de decomposição (sem adição de produtos químicos). O produto originando no processo de decomposição da matéria orgânica se chama “humus”, ou popularmente conhecido como adubo orgânico. Esse produto é misturado a terra deixando-a mais fértil, ou seja, maior capacidade de reter água e favorecer o crescimento das plantas (TETRA PAK, 2007).


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O uso desse recurso diminui a quantidade de lixo, contribuindo para aumentar a vida útil de aterros sanitários, sem falar que os derivados orgânicos provenientes desse solo não possuem agrotóxicos garantindo uma melhor qualidade de vida. Assim, a reciclagem é um fator que pode ser considerado primordial para melhor qualidade de vida do planeta, pois segundo (ALMEIDA; COELHO, 2012, p. 20): O destino final dado ao lixo é tão importante quanto à coleta seletiva, uma vez que existem diversas técnicas de tratamento do lixo urbano, onde a utilização de uma ou de outra vai depender da composição e da política desenvolvida pelas autoridades sanitárias de cada região.

Com um olhar mais amplo é possível perceber a melhora do ambiente físico e natural. Existem alguns documentos criados referentes à sustentabilidade e a educação ambiental, um deles chamado Carta da Terra. Segundo Gadotti (2010 apud REIS; SANTOS, 2012) mediante esses documentos criados, um deles chamado Carta da Terra nada mais são do que princípios globais para salientar a questão do meio ambiente, visto que incluem os princípios mais básicos que deverão segmentar o comportamento da economia e do meio ambiente. Quando se fala em meio ambiente jamais se deve deixar de lembrar-se da reciclagem e da economia, porque sem a reciclagem gastaríamos cada vez mais recursos e geraríamos menos mão de obra e consequentemente

baixo

desenvolvimento empregatício. (ALVES; FILARDO; QUELHAS, 2003). Na atualidade, muito se discute sobre qual seria um dos pontos ou o ponto principal para que esta mobilização renovável seja de fato “produtiva”. Acredita-se que, a diminuição de quantidade de lixo enviada a aterros seria uma delas, a diminuição de extração de recursos naturais também seria um desses pontos, etc. Segundo Vestena e Vestena (2003 apud ALMEIDA; COELHO, 2012, p. 18): A Educação Ambiental vem para assumir um papel essencial na sensibilização dos alunos com relação aos conflitos estabelecidos entre os homens e a natureza, a natureza e a cultura, uma vez que é por meio da incorporação da dimensão ambiental que o indivíduo, durante o processo educativo, toma consciência do meio ambiente. Essa perspectiva exige, entretanto, abordagens pedagógicas globalizantes, sistêmicas e interdisciplinares.


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Como podemos perceber não apenas é preciso que aconteçam abordagens pedagógicas com relação à educação ambiental, pois já dizia Freire (1988, p.67) [...] “não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo”. Portanto podemos considerar que a reciclagem do lixo produzido por nós humanos, não apenas em escala material, mas também em atitudes capazes de causar nas crianças reflexões sobre suas ações diante do meio ambiente é tão importante e necessário para sobrevivência do nosso planeta.

Repensando atitudes

Diversos resíduos podem e devem ser reutilizados. Existem diferentes tipos de produtos recicláveis, como por exemplo, os metais, plástico, papel, etc., e cada um desses, requer um método específico. Por outro lado, poucas pessoas sabem armazenar e descartar corretamente esses produtos, assim, a reciclagem não só dos resíduos, mas também das atitudes devem ser trabalhadas. De acordo com Reis e Santos (2012), a principal forma de iniciar uma reciclagem é mudando as atitudes humanas. Para podermos começar a pensar em uma nova maneira de reciclar o lixo, antes é preciso que se reciclem as atitudes humanas, e se possível crie essa atitude se ainda esse ser seja jovem e ainda não teve acesso a esse tipo de assunto. Simples gestos como: jogar o lixo em seu devido lugar, mesmo que esse lixo não esteja sendo separado antes de ser recolhido, mas só a atitude de jogá-lo em um lugar apropriado já nos da à impressão de cidade mais limpa. O que avistamos, ao sair de casa, são crianças e jovens que não respeitam o ambiente em que vivem. Alguns simples gestos como jogar uma bituca de cigarro na rua, uma garrafa ou lata de refrigerante no chão ou mesmo embalagens de doces nos leva a imaginar que ou não sabem o que estão fazendo ou simplesmente não se importam. Os resíduos exemplificados anteriormente possuem um processo de decomposição longo e em hipótese alguma devem ser descartados e sim reciclados. De acordo com Oliveira (2006 apud Norões; Melo; Melo, 2011) a reciclagem deve seguir um princípio básico inicial que é a separação do lixo. O homem, em suas tarefas corriqueiras, origina e descarta uma enorme quantidade de resíduos, evidenciando assim a necessidade de conter e


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tratar adequadamente o lixo no planeta. Desta forma, alguns ambientalistas recomendam a contenção do consumo desenfreado, além da aquisição de máquinas modernas, na qual possibilitem a redução do número de resíduos, que venham ainda proporcionar a reutilização e reciclagem dos materiais em desuso. (apud NORÕES; MELO; MELO, 2011, p. 02).

De certa forma, existe uma dificuldade em diferenciar o que é lixo ou resíduo sólido. Isso ocorre devido ao desconhecimento da sua origem e constituição estarem diretamente ligados ao homem e o meio em que se está inserido, uma vez que necessitam de uma série de fatores que podem vir a interferir na vida cotidiana. Desse modo, Calderoni (2003, apud NORÕES; MELO; MELO, 2011, p. 03) comenta que: Sob o ponto de vista econômico, resíduo ou lixo é todo material que uma dada sociedade ou agrupamento humano desperdiça. Isso pode decorrer de várias razões como sejam, por exemplo, problemas ligados à disponibilidade de informação ou de meios para realizar o aproveitamento do produto descartado, inclusive da falta de desenvolvimento de um mercado para produtos recicláveis.

O autor diz que “lixo é constituído de resíduos da atividade humana em sociedade, mas também de qualquer material que seu produtor não considere mais com valor suficiente para conservá-lo ou utilizá-lo” (2011, p. 02). Outra forma necessária para uma reciclagem correta é conscientização sobre a maneira correta na separação do lixo na sua origem. Segundo Reis e Santos (2012), são necessários desenhos de espaços e disposição de recipientes onde permita o armazenamento seletivo de matéria orgânica, papéis, vidro, metal, plástico,

pilhas

entre

outros

materiais

tóxicos

e

perigosos,

fazendo

o

armazenamento desses resíduos individualmente ou coletivamente. Tais dessas formas citadas acima definem consideravelmente uma parte do problema existente entre as nações, visto que esses resíduos não sendo depositados em seus devidos lugares podem provocar prejuízos ao meio ambiente e consequentemente a economia mundial. Segundo Norões; Melo; Melo necessidade de se tratar a questão do lixo de uma maneira mais estratégica se torna necessária, pois considerando que a população vem aumentando o seu consumo e consequentemente isso gerará mais despesas aos setores públicos (2011). Causando assim maiores despesas pelo maior consumo da população que influenciara na economia.


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Para Norões, Melo e Melo (2011, p. 04). Pode-se classificar em três, as características dos resíduos sólidos gerados por uma região: características físicas, características químicas e características biológicas. Estas características servem como base para a mensuração da quantidade de lixo gerada e do conseqüente número de pessoal e maquinário a ser empregado em seu tratamento e destinação.

Para Fonseca, (2001, apud Norões; Melo; Melo, 2011) é de suma importância que os resíduos sejam separados de acordo sua composição e periculosidade. Para que essas ações possam ter valor ou significado para os cidadãos talvez seja de extrema relevância, como já dizia Paulo Freire (1988), é preciso “ler o mundo” para poder transformá-lo, isto é, entender as necessidades dele e a partir daí mudar suas atitudes para uma considerável melhora.

O papel do pedagogo na reciclagem: educação para um futuro sustentável

O pedagogo em si deve sempre estar se reinventando, com isso, porque não se reinventar junto à reciclagem? Não apenas em utensílios do dia a dia que são desperdiçados, mas em um fator primordial que se deixarmos passar despercebido de nada adiantará pesquisas e mais pesquisas que são elaboradas pensando em um bem natural para todos. Visto que, o que de fato precisa ser reciclado e em algumas situações extremas serem propostos ou até mesmo imposta é a reciclagem da “moral” do ser humano, ou seja, desde cedo se vê crianças com maus hábitos naturais como: jogar papel no chão, seu lixo produzido em sala de aula ou em qualquer outro ambiente sendo lançado no chão sem a menor consciência de que estão causando um mal para si e para os demais usuários daquele ambiente. O papel do pedagogo é conscientizar as crianças e adultos sobre hábitos abandonados pela maioria da sociedade e que refletem cada vez mais nas futuras gerações. Para Grun (2007, p. 02): Ao longo dos últimos 300 anos, a natureza foi transformada em mero objeto de manipulação à disposição da razão humana. A visão das paisagens e dos lugares de modo mecânico e sem vida levaram a uma completa separação entre seres humanos e meio ambiente. Atento a esses problemas, o autor desenvolve nesta obra uma ética de parceria com a natureza em educação ambiental, uma simbiose na qual os elementos se combinam num regime de co-participação e integração.


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Isto é, os seres humanos deveriam ter certa cautela ou até mesmo um pudor em alertar e orientar as crianças em relação às condições da natureza de antigamente e a natureza da atualidade. O autor ainda afirma que “talvez mais do que criar novos valores, a educação ambiental deveria se preocupar em resgatar alguns valores já existentes, mas que foram recalcados ou reprimidos [...]” (apud REIS; SANTOS 2012, p. 25). No relatório para UNESCO de 1996, da comissão internacional sobre Educação para o século XXI, “a educação ambiental aparece como indispensável à humanidade [...]” (DELORS, 1996 apud PHILIPI JR. ; ROMÉRO, 2004, p. 460). Ou seja, foi pensada uma educação visando um bem natural do cidadão sem que se fosse atingido o meio em que vive. Pensando nisso a comissão criou algumas bases para a educação que são: aprender a aprender, aprender a conhecer aprender a fazer e aprender a ser. Somente assim a educação possibilitará o surgimento de um novo mundo. Com essas bases a comissão propõe que um cidadão que esteja em formação, ou seja, todos possam compreender melhor o outro e consequentemente poderá compreender melhor o mundo, suas essências, suas histórias, suas tradições etc. e assim entenderá a interdependência de todos os seres humanos (DELORS, 1996 apud PHILIPPI JR.; ROMÉRO, 2004). Segundo o autor supracitado: Ao realizar a apresentação da edição brasileira do livro de Edgar Morin, ao sete saberes necessários à educação do futuro, Jorge Werthein, coordenador do programa Unesco no Brasil e no Mercosul, comentou que as teses do relatório de Delors foram acolhidas com entusiasmo pela comunidade educacional brasileira e passaram a integrar os eixos norteadores da política educacional, já que os quatro pilares da educação contemporânea são aprendizagens indispensáveis e a política educacional considera que uma educação só pode ser viável se for uma educação integral do ser humano. (2004)

Assim, a Política Nacional de Educação Ambiental Brasileira, Lei nº. 9.795/02, em seu art. 4 define “alguns princípios básicos, tendo alguns itens de extrema importância e de dever para que o órgão gestor responsável deva promover e desenvolver em seu habitat”. Como o foco aqui é a escola e a educação moral na formação dos cidadãos, cabe ao pedagogo responsável pelo seu ambiente de


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trabalho promover e desenvolver tais atividades/responsabilidades para uma formação adequada aos discentes (BRASIL, 2002). Haja vista no II e no III item desta lei, “a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade” [...] e “o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade”, ou seja, fica evidente que devem ser propostas inúmeras formas de se trabalhar a sustentabilidade seja ela onde for, pois a sustentabilidade não é apenas uma opção, mas sim uma obrigação de todo ser humano e nada como aprender a desenvolver tal responsabilidade no ambiente escolar junto a um pedagogo e alguns especialistas no assunto. Segundo o Ministério da Educação (MEC) Art. 12. A partir do que dispõe a Lei nº 9.795, de 1999, e com base em práticas comprometidas com a construção de sociedades justas e sustentáveis, fundadas nos valores [...] sustentabilidade e educação como direito de todos e todas, são princípios da Educação. [...] V - articulação na abordagem de uma perspectiva crítica e transformadora dos desafios ambientais a serem enfrentados pelas atuais e futuras gerações, nas dimensões locais, regionais, nacionais e globais [...] (BRASIL, 2012, p. 03).

Assim, de acordo com a lei 9.795/02, pode-se notar que mesmo pensando em uma educação para o futuro ou em uma educação do futuro, já existem referenciais que abordam tais perspectivas, por outro lado, não adotados, respeitados ou talvez conhecidos pelos educadores. Quando trabalhamos reciclagem podemos despertar na criança um espírito coorporativo e participativo, e assim, a escola e o professor possuem papel fundamental no preparo de um cidadão crítico e atuante. Nota-se que o papel do professor é fazer com que seus alunos tenham a possibilidade de vivenciar novas experiências dentro de uma sala de aula, ou seja, proporcionar a eles diferentes tipos de conhecimento. O professor tem que trazer assuntos que estão sendo vivenciados no cotidiano atual, e a reciclagem vivenciada atualmente não só no Brasil, mas em todo o mundo, e ficamos na esperança de que se construirmos esse saber com as crianças hoje, amanha elas serão adultos conscientes e poderão plantar essa sementinha em seus futuros sucessores (PHILIPPI JR.; ROMÉRO, 2004; REIS; SANTOS, 2012) . Segundo o MEC, (BRASIL, 2012, p.2):


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Art. 2º A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.

Como podemos observar acima, quando trabalhamos e desenvolvemos esses tipos de temas com os alunos, é possível desenvolver habilidades e capacidades que serão essenciais para seu futuro mais próximo, pois assim poderá compreender diferentes acontecimentos, desenvolverá responsabilidades não apenas com o meio em que vive, mas em qualquer situação corriqueira saberá discernir o que é certo ou errado.

O desafio do pedagogo/escola em ensinar sustentabilidade

O pedagogo e a escola têm um desafio pela frente em muitas instituições, apesar de ser considerado lei o ensino a natureza e a sociedade, não aplicam e portanto a criança de hoje cada vez menos tem contato direto a natureza devido ao não cumprimento das leis que dizem respeito a esse ensino, isto é, órgãos e pessoas que ali exercem ou deveriam exercer a função de explanar esse assunto que cada vez mais está necessitado de cuidado não o fazem e consequentemente são formados adultos que não dão a mínima ao meio em que vivem por influências maiores e ao longo dos anos esses adultos já formados darão o mesmo tipo de suporte a seus filhos, sobrinhos, alunos etc. Segundo (Arendi 1972, apud SENICIATO; CAVASSAN, 2004, p. 138). Os educadores de um modo geral, devem estar atentos sobre a obrigação que a existência das crianças impõe a toda sociedade humana. A autoridade do educador e as qualificações do professor não são a mesma coisa, embora certa qualificação seja indispensável para a autoridade. A qualificação do professor consiste em conhecer o mundo e ser capaz de intruir os outros a cerca deste [...] apontando os detalhes e dizendo: Isso é o nosso mundo.

Para esses autores é esperado que os educadores ou professores devem não apenas ter autoridade no assunto, mas sim apresentá-los, isto é, expor e propor a esses alunos futuros cidadãos a melhor maneira possível de mostrar o mundo e dizer a eles que são e fazem parte dele. [...] a principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a


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vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global [...]. (BRASIL 1997, p. 25).

A partir desse parágrafo citado acima é relevante considerar que a escola trabalhe com foco voltado as atitudes dos seus alunos, visto que seu papel é de formar cidadãos conscientes e capazes de decidirem e atuarem na realidade socioambiental é proveniente que gestores, professores e todos os funcionários da instituição ajudem a implantar e implementar projetos que possam desenvolver o senso crítico de seus discentes. É importante que o professor trabalhe com o objetivo de desenvolver, nos alunos, uma postura crítica diante da realidade, de informações e valores veiculados pela mídia e daqueles trazidos de casa. [...]. (BRASIL 1997, p.25).

É notório que os alunos que tenham entre 7 e 8 anos de idade precisam ter uma base para que possam chegar ao ensino fundamental I com algum conhecimento a respeito da importância que a sustentabilidade tem para o desenvolvimento da sociedade. Em seu terceiro volume, o RCNEI traz um capítulo sobre a “Natureza e Sociedade”, no qual aborda as relações existentes entre ambos, e sugere como os temas propostos podem ser trabalhados. Segundo o RCNEI o “trabalho com os conhecimentos derivados das Ciências Humanas e Naturais deve ser voltado para a ampliação das experiências das crianças e para a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio social e natural” (BRASIL 1998, p. 166 apud SCARDUA, 2009, p. 59).

Pois bem, o RCNEI deixa claro o desafio do professor em abordar tais temas que levará a criança a ampliar suas experiências e proporcionará a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio social e ambiental (BRASIL, 1998). Agora cabem as instituições/órgãos o uso do bom senso, ou melhor, do respeito a si e ao próximo, pois respeitar a si próprio é o inicio para respeitar a natureza de que é produto e produtor. O RCNEI também diz que: [...] as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. (BRASIL, 1998, p. 166 apud SCARDUA, 2009, p. 59).

Pode-se notar que os professores do ensino fundamental tem uma grande “missão”, pois não é dado o suporte adequado para nossas crianças em relação à sustentabilidade nos anos iniciais, sendo assim a criança cresce com um hábito que para ela é normal, porque nunca foi “ensinada” de outra maneira e que na verdade


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acaba se tornando um grande prejuízo para a natureza e consequentemente para sua própria vida. A escola como um órgão educacional de maior expressão na vida das crianças e por ser responsável pela realização do ensino formal é neste processo de ensino que focamos o desejo de novos métodos ativos, participantes, ligados com a real atualidade do ambiente em que estamos inseridos para realização de um trabalho

em

conjunto

com,

docentes,

discentes,

direção,

coordenação

e

comunidade, para que possamos desenvolver uma prática cidadã consciente com relação ao mundo em que estamos inseridos. Agora caberá aos gestores e professores do ensino básico dar suporte e propiciar situações onde essas crianças possam ser educadas adequadamente e assim formar um cidadão consciente dos riscos e benefícios que a natureza pode trazer conforme seu tratamento com ela.

Pesquisa de campo

Objetivos

- Verificar se os alunos conhecem o assunto sustentabilidade. - Averiguar se a escola e os professores abordam o assunto sustentabilidade. - Ampliar o entendimento de alguns conceitos que definem educação ambiental. Metodologia

O presente trabalho utilizou-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa criada a partir da necessidade e do interesse em saber se no Sistema Público de Ensino existe a preocupação em abordar temas como educação ambiental, sustentabilidade e reciclagem. Com isso foi elaborado um questionário, contendo cinco (5) questões de caráter qualitativo e quantitativo, aplicado a trinta e nove (39) alunos do Ensino Fundamental I de uma escola Municipal localizada na Zona Leste. A aplicação do questionário foi feita coletivamente, porém cada criança respondeu individualmente aos questionamentos.

Sujeitos


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Foram entrevistadas trinta e nove (39) crianças alfabéticas, entre sete (07) e oito (08) anos, do Ensino Fundamental I da rede Estadual de Ensino. Para ilustrar as informações fornecidas pelos entrevistados, foi elaborado uma tabela representativa dos sujeitos e seus dados.

Tabela 01. Sujeitos e informações dos pesquisados. Sujeitos Anderson André Adriana Amanda Beatriz Bianca Bruno Camila Carlos ** Claudio Damares ** Diego Denis Denise Deyse Eduarda Eduardo Felipe Fernanda Fernando Gabriel Gabriela Giovana Giovani Geovane Hugo Igor Jaqueline João Joaquina Joana Juliana Juliano Luana Lucas ** Luciano Márcio Maria Mariana **

Idade

Gênero

8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 8 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 7 anos 8 anos 8 anos

Masculino Masculino Feminino Feminino Feminino Feminino Masculino Feminino Masculino Masculino Feminino Masculino Masculino Feminino Feminino Feminino Masculino Masculino Feminino Feminino Masculino Feminino Feminino Masculino Masculino Masculino Masculino Feminino Masculino Feminino Feminino Feminino Masculino Feminino Masculino Masculino Masculino Feminino Feminino

Legenda: ** significa que já estudou em escolas particulares. Fonte: autoria própria.

Os nomes originais dos entrevistados foram preservados para garantir o anonimato, e o questionário foi aplicado após a assinatura do Termo de Consentimento e Participação assinado pela coordenadora da instituição. O critério de seleção dos entrevistados foi: estar regularmente matriculado no ensino público.

Apresentação e discussão de dados


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O seguinte questionário foi elaborado e aplicado a crianças do Sistema Público de Educação, as questões foram analisadas e interpretadas uma a uma.

1. Você sabe o que é sustentabilidade? Essa pergunta foi elaborada com intuito de saber se os alunos sabem de fato o que é sustentabilidade, ou apenas reproduzem o que escutam. Foi possível observar que poucos alunos sabiam verdadeiramente o conceito de sustentabilidade. Os alunos Carlos, Damares, Lucas e Mariana que são os que já estudaram em escola particular apresentaram respostas similares, “garantir a conservação e cuidados com o lixo”. Por outro lado, os alunos André, Amanda, Luciano e Felipe que sempre estudaram em escola pública disseram que sustentabilidade “é o cuidado com o planeta”. Os demais entrevistados responderam que não conheciam. Atualmente, o assunto é motivo de debates nacionais e internacionais, entretanto, foi possível verificar que 80% (31) dos alunos entrevistados não souberam definir ou muito menos explanar sobre o assunto. Outro dado importante foi que dos oito (08) alunos que responderam corretamente, quatro (04) já estudaram em escolas privadas.

2. Você já ouviu falar em sustentabilidade? Essa pergunta foi criada com o propósito de esclarecer se em algum momento da sua formação a criança recebeu dos pais ou professores, orientação sobre o assunto. Todas as crianças exceto Carlos, Damares, Lucas, Mariana, André, Amanda, Luciano e Felipe disseram não ter ouvido falar sobre sustentabilidade, entretanto, essa informação foi divulgada por meio da mídia (televisão e rádio) ou mesmo pelos pais. Esse resultado nos leva a imaginar que os professores não estão abordando o assunto dentro de sala. É necessário, o mais rápido possível, que os professores participem efetivamente da propagação do assunto com nossas futuras gerações para que o futuro sustentável do planeta seja garantido.

3. Você já participou de alguma atividade, na escola, que abordou o assunto?


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Essa pergunta foi elaborada com o intuito de saber se os professores da rede pública estão preparados pedagogicamente para dar o valor necessário a um assunto social da atualidade. Foi verificado que a sustentabilidade não é trabalhada durante as aulas e projetos, pois 100% das crianças responderam que “nunca fizeram atividades sobre o assunto”. Esse dado é extremamente relevante, pois os professores não cumprem o que prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) em seu artigo 26: O ensino fundamental e médio devem abranger o estudo e conhecimento do mundo físico e natural, isto é dar algum suporte para o conhecimento do ambiente em que estamos inseridos, visto que a forma em que estamos tratando o mundo por falta de informação ou de importância terá graves consequências para a futura geração. Todos que conheciam o mínimo possível sobre o que é sustentabilidade alegaram que nunca fizeram alguma atividade relacionada ao tema, por qualquer que fosse o professor. Dessa maneira podemos verificar que os professores e/ou a instituição não abordam o assunto por falta de conhecimento ou até mesmo descaso.

4. Em sua sala de aula já foi desenvolvido algum trabalho a respeito da separação do lixo que produzimos e qual a importância da sustentabilidade para os seres vivos do planeta terra? Outra pergunta pensada e criada com o intuito de verificar se a sustentabilidade, em especial os cuidados com os resíduos (lixo), é trabalhada em sala de aula. Todas as crianças afirmaram que nunca fizeram, em sala de aula, algum trabalho relacionado à questão. Mais uma vez o resultado nos leva ao questionamento: porque o assunto não é trabalhado?

5. Com tantas catástrofes acontecendo no mundo você considera importante que seu professor desenvolva, junto com vocês, trabalhos sobre o lixo e a sua reciclagem?


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Essa pergunta foi elaborada com intuito de saber se as crianças se preocupam com o lixo que produzimos diariamente e principalmente sobre seu destino. Verificou-se que todas as crianças acham importante aprender sobre o assunto. João afirmou que “gostaria de saber para não prejudicar o planeta”. Amanda reforça dizendo que “lixo na rua causa doença e prejudica o planeta”. Ficou evidente, com a resposta da aluna Beatriz, a angústia por parte dos alunos entrevistados em aprender sobre o assunto: “quero aprender, pois assim poderei cuidar do lixo da minha casa e ajudar a cuidar do planeta terra”. Cabem agora aos pais, escolas e principalmente os professores a tarefa de abordar e discutir o assunto com nossas futuras gerações e assim tentar garantir um futuro próximo ao nosso planeta.

CONSIDERAÇÕES

O presente artigo apresentou a importância do pedagogo e da escola como mediadores dos assuntos educação ambiental, sustentabilidade e reciclagem. Uma das inúmeras maneiras de se trabalhar o assunto é por meio da parceria entre escola, professores e alunos, ou seja, a elaboração de “Projetos Escolares” voltados aos assuntos supracitados. Outra informação importante coletada neste trabalho foi à angústia, por parte das crianças, em tentar cuidar do lixo e do planeta, mas para que isso aconteça é necessário que saibam como podem e devem cuidar. Assim, torna-se evidente a necessidade de conceitos e bagagem teórica/prática sobre assuntos como lixo, reciclagem, sustentabilidade, etc. O artigo faz com que repensemos, como professores e pais, algumas atitudes e metodologias utilizadas. O pedagogo, a escola e também a família são responsáveis por incentivar tais assuntos para que em um futuro próximo essas crianças se tornem seres humanos responsáveis por propagar o conhecimento e colocar em prática as “atitudes sustentáveis”.

Referências


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TETRA PAK LTDA. A Embalagem e o Ambiente. 6. ed. Monte Mor-SP: TETRA PAK LTDA; 2007.


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