Plano estratégico para clínica de estética 2

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PLANO ESTRATÉGICO PARA CLÍNICA DE ESTÉTICA 1

Maria Claudiana Brandão 2

Edson Mello

RESUMO No atual cenário globalizado onde os produtos e serviços são padronizados, com a comunicação cada vez veloz, há necessidade de que as empresas primem pela criatividade, independência e fator diferencial para manter-se no mercado. Daí a importância de um planejamento adequado e com estratégia para o sucesso da empresa. Através dessa situação, este estudo tem como objetivo, declarar a importância de um planejamento estratégico para a criação de um centro estético masculino com diferenciais dos outros centros. A metodologia aplicada foi através de uma revisão literária levando em consideração a relevância do tema e a consagração dos autores pesquisados. Palavras chaves: Planejamento Estratégico, Administração, Centro Estético. ABSTRACT In the current globalized scenario where products and services are standardized, with the increasingly fast communication, it is necessary that companies excel by creativity, independence and differential factor to keep in the market. Hence the importance of proper planning and strategy for the company's success. Through this situation, this study aims to declare the importance of a strategic plan for creating a masculine aesthetic center differential of the other centers. The methodology applied was through a literature review taking into consideration the importance of the topic and the consecration of authors surveyed. Key Words: Strategic Planning, Management, Aesthetic Center. INTRODUÇÃO Segundo Ferreira (2015) o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking mundial de países empreendedores com uma taxa de 34,5% da população envolvidas com negócio próprio, ficando quase oito pontos percentuais à frente da China. Por outro lado, o Brasil tem um dos ambientes mais desfavoráveis para o estabelecimento de um novo negócio. O índice de 1 2

Aluna do Curso de Pós Graduação em Estética - FAMESP Mestre em Administração de Empresas e docente – FAMESP


mortalidade empresarial, gira em torno de 49%, para empresas com até três anos de vida, contra 10% dos Estados Unidos, ou seja, de cada 10 empresas praticamente a metade (cinco) fecham as portas antes de completarem três anos de vida. Em virtude dos fatos observa-se cada vez mais a necessidade de bons empreendedores no mercado. Porem há necessidade de disseminar o espírito empreendedor nas pessoas, para que novos negócios sejam criados e sustentados, melhorando a situação social, econômica e financeira do país (FERREIRA, 2015). O termo empreendedor vem do francês entrepreneur e significa aquele que assume riscos e começa algo novo. Ele é quem inicia e ou opera negócios para realizar uma ideia ou um projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades, inovando continuamente. Isso não envolve apenas fundadores de empresas, mas os membros da segunda ou terceira geração de familiar e gerentes proprietários que compram empresas já existentes de seus fundadores. Portanto, o espírito empreendedor, não está presente apenas nos empresários e donos de empresas, mas também em todas as pessoas que estão preocupadas e focadas em assumir riscos inovando continuamente (CHIAVENATO, 2006). Para que o empreendedor tenha sucesso profissional, é necessário um planejamento estratégico adequado como parte do plano de negócios. Um plano de negócio bem elaborado, é essencial para verificação se o mesmo é viável ou não para sua funcionalidade, verificando e visualizando toda a operação da empresa como as finanças, logísticas, marketing, recursos humanos, clientes, concorrências, mercados e outros. Todo esse contexto, reduz drasticamente a probabilidade de a empresa ter uma vida curta (CIAVENATO, 2006). O objetivo central do estudo é declarar a importância de um planejamento estratégico para a criação de um centro de estética masculino, tendo como base de estudo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2013) onde as classes A e B cresceram 12,8% desde 2009 acompanhado de 23% da população masculina que busca tratamentos de beleza. A categoria de higiene e cuidado pessoal, apresenta o maior crescimento dos últimos três anos, com 49% de aumento no consumo desse mercado. Todo esse aumento na compra de produtos voltados para estética se reflete na busca pelos homens de atendimento as suas necessidades pessoais. Os homens gastam em média 20 minutos ou mais em frente ao espelho e 78% consideram importante um corpo em forma e esbelto. Outra tendência que afirma esse crescimento do homem pela estética é o aumento de revistas masculinas como GQ, da Edições Globo-Condé Nast, a Alfa, da Editora Abril e a Men's Health, também da Abril. (FGV, 2013, p. 12).


O Centro de Estética será uma empresa conceituada com busca pela satisfação plena do cliente proporcionando um ambiente moderno, agradável, de confiança. Os diferenciais de negócio transformarão o Centro de Estética numa empresa atrativa tanto para os clientes como aos investidores. Contará com sistema de agendamento online, proporcionando rapidez e praticidade, plano de fidelização a cada R$1,00 investido transformará em 01 ponto para posterior troca. Também disponibilizará com tablets na sala de espera, permitindo que o cliente mantenha-se ligado e informado das principais notícias online. Ainda, o mesmo terá certificação da ISO 9001 que tem como finalidade, obter certificação de gestão e qualidade com disponibilização de recursos voluntários para investimento (VIGANO, et al., 2014). REV INOVAÇÃO. Serão oferecidos parcerias como engraxate, lava rápido, alfaiate, e outros serviços otimizando o tempo enquanto é

executado seus serviços no Centro de Estética. O tipo de estudo realizado é caracterizado como documento teórico-empírica bibliográfica. Conforme Vergara (1998, p. 46) a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material público, livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. 1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Segundo Hindle (2002) os primeiros conceitos de planejamento surgiram na préhistória com as famosas donas-de-casa que de certa forma, possuiam certos conceitos de planejamento. Na administração, o planejamento é uma ação primordial para os gestores de pequenas, médias e grandes empresas. As ferramentas que possibilitam o planejamento são: planejamento estratégico, plano de negócio, planos de cada área organizacional, dentre outros. Portanto, o planejamento estratégico é um processo gerencial que permite estabelecer um direcionamento a ser seguido pela empresa, com o objetivo de se obter uma otimização na relação entre a empresa e seu ambiente (TORRES, 2004). Segundo Compomar (Apud ZENONE, 2007) a gestão tem possui dois modelos de planejamento sendo a do passado que é tradicional, em que a empresa é completamente rígida, hierárquica, com poder centralizador, não resolvendo os problemas e nem respondendo a eles quando precisavam de ações rápidas e precisas. Por esse motivo, foi perdendo espaço para um novo modelo. E por fim, a do presente, que é o planejamento estratégico, permitindo que as empresas coordenem suas atividades com mais segurança, analisando o ambiente externo sem se descuidar da organização interna, sendo descentralizado e flexível, escolhendo as decisões a partir de uma perspectiva futura.


Churchill e Peter (2000) em sua pesquisa relatam a vantagem básica de um planejamento tradicional hierárquico onde as pessoas concentram-se em realizar seu trabalho. A desvantagem é que a comunicação é limitada, fazendo com que faltem as informações podendo levar a erros de julgamento. Essa falta de comunicação é um dos motivos do por que da troca do planejamento hierárquico para o estratégico. Já Torres (2004) fala a respeito da formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e sua execução, levando em consideração, as condições internas e externas à empresa, assim como sua evolução esperada. Também considera premissas básicas que a empresa respeite para todos os processos com coerência e sustentação. TORRES, 2004). Churchill e Peter (2000, p. 99) falam sobre a vantagem de ter uma equipe com formação em diferentes áreas para elaboração de um planejamento estratégico: A maior vantagem do planejamento estratégico com uma

equipe interfuncional de que os

membros da equipe considerem uma situação por várias perspectivas.As idéias resultantes

podem ajudar a equipe a evitar erros custosos e soluções ruins. De acordo com Whittington (2006) os segredos da estratégia corporativa não podem ser alcançadas apenas nos estudos de bibliografias de diferentes autores. Se fossem tão simples, não precisaria pagar salários tão altos aos gerentes executivos. Se tivesse concordância entre os princípios das estratégias teóricas (que estão nos livros), não seria tão difícil tomar decisões estratégicas dentro das empresas. Esse processo de planejamento, serve para que seus colaboradores entendam a política da empresa. Assim, segundo os autores: As empresas são como as espécies da evolução biológica: os processos competitivos cruelmente selecionam as mais aptas a sobreviver; as outras não têm força para ajustar rapidamente evitando extinção. Portanto, do ponto de vista evolucionário, é o mercado e não os gerentes que faz as escolhas mais importantes. A estratégia bem-sucedida apena emergem quando o processo de

seleção natural apresenta seu julgamento. (p. 4) Além do compromisso de conquistar e reter clientes satisfeitos, as organizações bem sucedidas devem estar sempre prontas a se adaptar ao mercado em mudança contínua. O planejamento estratégico orientado ao mercado cumpre exatamente esta função, pois busca manter uma flexibilidade viável de seus objetivos, habilidades e recursos, enquanto mantêm um compromisso com o lucro, crescimento e sua missão organizacional (TORRES, 2004).


Portanto, o estabelecimento de um planejamento estratégico de marketing envolve cinco atividades em seu contexto genérico como definição da missão corporativa, análise da situação, formulação de objetivos, formulação de estratégias, implementação, Feedback e controle (TORRES, 2004). Kotler (2000) relata que o planejamento estratégico consiste em oito etapas que são missão do negócio, análise de SWOT, formulação de metas, formulação de estratégias, formulação de programas, implementação, feedback e controle - etapas que a área mercadológica ou de marketing pode estar envolvida e contribuir com relevância para a elaboração do planejamento estratégico. Segundo Kotler (2000) o SWOT, são as iniciais em inglês de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças- (FOFA). A análise faz com que a organização saiba usar tudo a seu favor, inclusive suas fraquezas. Ou seja, a ferramenta destaca suas forças e minimiza fraquezas de uma organização. Aproveita-se das oportunidades e tenta se prevenir das ameaças, ou diminuí-las. Com essa ferramenta, é possível que a empresa não só perceba a mudança do ambiente externo, mas também saiba adaptar-se a essas mudanças. A análise de SWOT é a do ambiente interno e externo, pois, avalia seus pontos fortes e fraquezas, ambiente interno, e as oportunidades e ameaças, ambiente externo. É nesta análise que a empresa pode cruzar informações para aproveitar ao máximo o que o mercado pode oferecer. Conforme Silva (apud JULIO, 2005) a estratégia funciona como o projeto de um novo avião que deve ser projetado com uma estratégia de pelo menos, dez anos à frente. Ou seja, para se elaborar algo competitivo, estratégico, faz-se necessário pensar no futuro e nas vantagens comparativas e competitivas que poderá ser incorporada ao planejamento para que possa ser um produto vencedor. Assim o autor argumenta que: Se a estratégia é difícil para um produto, imagine para a empresa [...]. Inicialmente, pode ser um exercício difícil porém, não impossível de ser realizado. Aqueles que encontraram o caminho do sucesso de um modo ou de outro, fizeram isso (SILVA apud JÚLIO, 2005, p. 1516). O planejamento estratégico deve focar no que pode trazer vantagens competitivas para empresa. Precisa ter uma coerência entre missão, visão, objetivos, estratégias e prática. Ele tem que estar inserido em todas as áreas da empresa, em todos os níveis de responsabilidade. Além disso, tem que ter a participação de todos os administradores em seu processo. E sem dúvida nenhuma, deve ser simples para usar e complexo para ser útil, ou seja,


ele precisa ter entendimento em todos os níveis, porém deve ser complexo para resolver os problemas. Churchill e Peter (2000) falam que a estratégia preocupa-se com questões como participação de mercado, criação de valores da melhor maneira possível para clientes existentes em potencial. O planejamento também deve manter um acordo entre objetivos, habilidades e recursos de uma organização. Kotler (2000, p.86) fala que: O planejamento estratégico exige ação em três áreas-chave: a primeira é gerenciar os negócios da empresa com uma carteira de investimentos. A segunda área-chave envolve a avaliação dos pontos fortes de cada negócio, considerando a taxa de crescimento de mercado e a posição competitiva da empresa nesse mercado. A terceira área-chave é a estratégia. A empresa deve

desenvolver um plano de ação para cada negócio, a fim

de atingir seus objetivos de longo prazo. O processo de planejamento estratégico tem seis etapas, segundo Maximiliano (2008). A análise da situação estratégica, que é dividida em duas partes: a análise do ambiente e a análise dos pontos fortes e fracos; definição dos objetivos e estratégias; estratégias funcionais e operacionais; execução e avaliação. Como mostra a seguir:

Processo de Planejamento Estratégico

Fonte: Maximiliano (2008)


A análise da situação estratégica tem o objetivo de avaliar os recursos internos e externos da empresa. Ela é dividida em duas partes: análise do ambiente, que avalia o ambiente externo da organização, faz a análise da concorrência e é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessidade de analisá-lo. E a segunda parte é a análise dos pontos fortes e fracos e está relacionada ao ambiente interno da empresa, ou seja, é onde a empresa estuda suas potencialidades e defasagens realizadas através das áreas funcionais (produção, marketing, recursos humanos e fianças) e compara com a concorrência em destaque, fazendo assim o benchmarking (MAXIMILIANO, 2008). A segunda etapa do processo é a definição dos objetivos e as estratégias. Ou seja, depois de ter feito a análise da situação estratégica ela precisa saber, de acordo com suas condições,

qualo

seu

objetivo,

com

isso

formando

estratégias

para

alcançá-lo

(MAXIMILIANO, 2008). A terceira etapa do processo são as estratégias funcionais e operacionais, é quando serão analisadas as estratégias descartando as que não forem funcionais e separando para utilizar depois as que forem funcionais. Ou seja, depois de definir seus objetivos e identificar um número significativo de estratégias chega à hora de implantar as estratégias. Para isso, inicialmente precisa-se analisar estratégia por estratégia para que se faça um planejamento com uma visão de longo prazo através de ações de curto prazo (MAXIMILIANO, 2008). A quarta e última etapa do processo de planejamento estratégico é a execução e avaliação, onde se é analisada a execução da estratégia. Ela é fundamental para que o planejamento estratégico siga corretamente os passos da estratégia. Muitas vezes, essas etapas do processo são descartadas e isso acarreta muitas vezes na perda do controle e acaba prejudicando a empresa no futuro (MAXIMILIANO, 2008). O planejamento estratégico orientado ao mercado tem a função de buscar e manter uma flexibilidade viável aos seus objetivos, habilidades e recursos, enquanto mantêm um compromisso com o lucro, crescimento e sua missão organizacional. McCarthy e Perreault (1997, p. 43) dizem que o Plano Estratégico e o Plano de Marketing têm

similaridades e complementaridade:

Planejamento estratégico é um trabalho da alta administração que inclui não apenas o planejamento

das

atividades

de

marketing,

mas

também

produção,

pesquisa

e

desenvolvimento e outras áreas funcionais [...] os planos de departamento de marketing não


são os planos de toda a empresa devem ser orientados para marketing. Os planos do gerente de marketing podem dar tom e a direção a toda empresa. Assim usaremos planejamento estratégico de marketing com o mesmo significado. Kotler (2000, p. 86) comenta a importância da participação da área mercadológica na elaboração de estratégias para a empresa: O gerente de marketing é o colaborador mais importante no processo do planejamento estratégico, com papéis de liderança na definição da missão do negócio, na análise das situações ambiental, competitiva, e de negócios, no desenvolvimento de objetivos, metas e estratégias e na definição de planos de produtos, de mercado, de distribuição e de qualidade para à implementação das estratégias do negócio. Esse envolvimento entende-se ao desenvolvimento de programas e planos operacionais totalmente relacionados com o plano estratégico.

Las Casas (2007) acrescenta que existem fatores que interferem nas necessidades do planejamento. Descreve que quanto mais complexo for o mercado, maior a necessidade de planejar. Ainda reitera que as empresas/organizações em que a oferta é maior que a procura com produtos diferenciados e com concorrência aguda, mudanças tecnológicas rápidas, mudanças rápidas na produção, ou ainda, mercado dinâmico tendem a ter uma necessidade maior em planejar. Já as organizações em que a demanda é maior que a oferta, com produtos padronizados, concorrência limitada, mudança tecnológica e produtiva lenta, ou ainda, mercados estáveis, tendem a ter necessidade menor em planejar. Ao fazer o planejamento estratégico é necessário que a organização estabeleça declaração de missão e visão, estratégias políticas e metas. Kotler (2000) fala que o planejamento estratégico é dividido em quatro níveis corporativo sendo o primeiro a definição da missão corporativa, a criação de unidades estratégicas de negócios (UENs), a alocação de recursos para cada UEN com base na atividade do mercado e na força de negócio, o planejamento de novos negócios e a redução de negócios ultrapassados. Segundo Hooley et al. (2005) a área de marketing pode auxiliar na definição ou redefinição da missão de uma empresa, pois a mesma deve ser clara e concisa e todos da organização devem estar por dentro da sua missão, e do que negócio em que a empresa está e qual ela quer estar. O autor ainda afirma que a formulação da missão através de uma


declaração rápida e clara, pode ser informada a toda a organização auxiliando na geração de um senso de propósito comum e também proporcionando diretrizes sobre como as decisões serão tomadas e como as alocações de recursos serão priorizados no futuro. Churchill e Peter (2000) explicam que a partir do momento que a administração percebe como precisa de um rumo, um objetivo principal ela tem que estar pronta para beneficiar-se de um plano estratégico. Ela deve rever o propósito da sua organização através de uma declaração de missão o qual mostrar o sentido de sua existência e seu propósito. Ainda, Churchill e Peter (2000) relatam que quando o negócio é iniciado, sua missão é clara, mas, ao longo do tempo, poderá perder o sentido ou o foco, por influência do mercado. Quando isto acontece, a organização deve rever sua missão. O autor ainda menciona que a missão deve ser expandida e compartilhada com gerentes, colaboradores e até mesmo com os clientes. Após estabelecer a missão é necessário decretar a visão. O método mais comum para criar uma declaração de visão da empresa é o comprometimento de todos os níveis da organização. Isso se dá iniciando pelos mais baixos, desde o chão da fábrica, de onde devem partir as idéias, relatos e sugestões, sendo então revisto e acrescentado pelas gerências e administração até que tome forma onde a empresa quer chegar num futuro próximo (HOOLEY etc al., 2005). ORGANIZAÇÃO DO ROTEIRO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Para Torres (2004) a organização do roteiro do planejamento estratégico deve levar em conta, os aspectos qualitativos desse planejamento e as ações de implementação como o orçamento e controle financeiro. Também, devem ser levadas em consideração, as atividades preliminares fundamentais para sua elaboração como, alocação de recursos e de pessoas além da coleta e disponibilização de informações. A organização do fundamento estratégico se divide em nove etapas sendo a primeira, formação da equipe e envolvimento da alta administração devendo ser composta pelos principais executivos da organização sempre havendo um responsável. Já a segunda etapa, inclui a preparação do trabalho. O responsável pela equipe e sua assessoria direta devem agendar as reuniões iniciais para o planejamento estratégico. Antes do início das atividades, deve-se preparar um cronograma do planejamento estratégico com as principais etapas e prazos. Terceira etapa, análise do ambiente externo e elaboração de cenários. A análise deverá


ser efetuada com o auxílio das informações existentes e eventuais a serem coletadas. Quarta etapa, análise setorial das cinco forças competitivas e fatores de sucesso. Deverá levantar os dados necessários para análise do setor em que a empresa está inserida e relacionar todos os principais atores em cada uma das forças, descrevendo como cada uma delas atua e classificálas qualitativamente. Quinta etapa, elaboração ou reavaliação da visão, da missão e dos valores. A visão elabora, reavalia e corrige eventuais contradições tomando os cuidados necessários em relação à comunicação interna. Já, a missão e os valores, repetem as etapas da visão. Sexta etapa, análise do Swot aplicada à avaliação do ambiente externo. Efetuar a análise Swot e determinar as possíveis ações em função das oportunidades, ameaças e as influências para a organização. Sétima etapa, determinação dos objetivos e metas estratégicas. Determinar os objetivos estratégicos da organização com o extremo cuidado de verificar os objetivos financeiros e os temas organizacionais prioritários como meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, política de RH e outros. Oitava etapa, escolher a elaboração de indicadores. Organizar reuniões com os subgrupos de trabalho para definir a relação de objetivos para cada perspectiva e os indicadores que serão aplicados a cada uma delas e por fim, nona etapa consiste na elaboração de um plano de implementação que envolve uma enorme gama de atividades. Ele pode ser elaborado segundo as diretrizes de uma obra específica sobre a administração de projetos (TORRES, 2004). O plano de negócios é um documento ou uma forma de comunicação entre o público interno e o externo com interesses comuns em investir ou cooperar com a empresa, sendo uma peça essencial no alinhamento com relação à visão e estratégias (DEUTCHER et al., 2012). Dornelas (2001) menciona que se trata de uma ferramenta de gerenciamento utilizada pelas empresas, pois através de sua elaboração, a organização pode planejar o negócio e prever possíveis insucessos. Dengen (1989) complementa falando que o plano de negócio pode prever e assim minimizando os riscos da empresa e possibilitando a sua estruturação de maneira eficiente. (O plano de negócio deve ser, sempre que possível atualizado no intuito em melhorar sua eficácia). A partir desde momento deve-se iniciar o desenvolvimento do plano de negócios, porém antes de sua construção é preciso determinar o tipo de plano de negócios que deverá ser desenvolvido e para qual público será direcionado, conforme tabela abaixo:


Tabela 1. Possíveis públicos-alvo para Plano de Negócios. Sócios potenciais

para vender parte do negócio e estabelecer acordos e direção

Parceiros

para estabelecer estratégias conjuntas

Bancos

para conseguir financiamentos

Intermediários

pessoas que ajudam a vender o seu negócio

Investidores

empresas de capital de risco, pessoas jurídicas e outros interessados

Gerentes

para estabelecer canal de comunicação

Executivos de alto para aprovar e alocar recursos nível Fornecedores

para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria-prima

Gente talentosa

que você deseja contratar para fazer parte da sua empresa

A própria empresa

para comunicação interna com os empregados

Clientes potenciais

para vender o produto/serviço

Fonte: SEBRAE/SP (2015) Dornelas (2001) afirma que a ferramenta, plano de negócios, serve para planejar e decidir o futuro de sua empresa, tendo como base o passado. Com o plano de negócio o empresário tem a possibilidade de avaliar a situação atual da empresa em relação ao mercado, clientes e a concorrência. Com ele é possível identificar também os riscos e propor planos para minimizá-los, identificando seus pontos fracos e fortes em relação à concorrência. Ainda contribui para análise do desempenho financeiro, investimentos futuros e o retorno sobre o capital investido. Alguns autores relatam que o plano de negócio subdivide em oito subitens sendo:Sumário Executivo - resumo dos principais pontos do plano de negócio; dados dos empreendedores, dados do empreendimento como nome da empresa e CNPJ, missão da empresa, setor de atividade, forma jurídica, enquadramento tributário que se divide: âmbito federal, estadual e municipal. - Plano de Marketing que tem cinco subitens: a descrição dos principais produtos e serviços, preço, estratégias promocionais; estrutura de comercialização; localização do negócio


(endereço, bairro, cidade, estado, telefone, fax, justificativa do ponto escolhido) (ROSA, 2004). - Plano Operacional que tem quatro subitens: o Layout ou arranjo físico (desenho do local montado com os equipamentos necessários); Capacidade produtiva/ comercial/ serviços (capacidade de produção máxima e produção para comercialização inicial); Processos operacionais (atividades principais); Necessidade de pessoal (cargo/função - qualificações necessárias) (ROSA, 2004). - Plano Financeiro segundo Salim et al. (2005) o plano serve para juntar as despesas, desde as utilizadas para iniciar o negócio até àquelas que serão feitas em plena fase operacional para mantê-lo. É no plano financeiro que temos: Estimativas dos investimentos fixos e este têm dois subitens: as máquinas e equipamentos e veículos; o capital de giro que tem dois subitens: Estimativa do estoque inicial e caixa mínimo (que passa por quatro passos que são: contas a receber, fornecedores, estoque e cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dia); Investimentos pré-operacionais; Investimento total; Estimativa do faturamento mensal da empresa; Estimativas dos custos de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações; Estimativas do custo de comercialização; Apuração do custo dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas; Estimativa dos custos com mão - de- obra; Estimativa do custo com depreciação; Estimativa de custos fixos operacionais mensais; Demonstrativo de resultados; Indicadores de viabilidade têm quatro subitens: Ponto de equilíbrio, Lucratividade, Rentabilidade e Prazo de retorno do investimento. - Construção de Cenários serve para ter a descrição, cenário provável, cenário pessimista, cenário otimista e ações corretivas e preventivas. - Avaliação Estratégica que nela está à análise da matriz Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. - Avaliação do plano de negócio segundo Salim et al. (2005) a avaliação deverá conter o resultado se o plano irá valer a pena ou não. Ou seja, no plano terá o negócio desejado descrito, aonde ele quer chegar, para quem irá vender as estratégias utilizadas, como irá conquistar o mercado, quais serão os fatores críticos do negócio, quanto irá custar e o retorno que será dado.


CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo procurou apontar através de uma revisão bibliográfica que o empreendedorismo é uma característica comun da sociedade humana, e tem uma grande importância no contexto histórico e social. A palavra administração vem do latim "ad" (direção, tendência para) e "minister" (subordinação ou obediência). E conceitualmente pode significar o ato de trabalhar com e através de pessoas para planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos, para realizar objetivos tanto da organização quanto de seus membros. A Administração e o empreendedorismo têm um papel de destaque na sociedade, mas para conquistar o sucesso é preciso planejamento. A partir de um Plano de negócios onde deverá estar incorporado o planejamento estratégico, o planejamento mostrará a oportunidade de um negócio viável e seguro, em especial, no centro de estética masculina, pois o mercado está aberto a esse novo conceito. Vimos que é fundamental em qualquer negócio planejamento, o mais usual partindo do principio que empreendedor é aquele que também abre seu próprio negócio, foi detalhado os pontos principais que deve conter um planejamento estratégico. A clinica de estética, deve ser vista com uma empresa e dessa forma, ter um planejamento para que possa ser competitiva no mercado. O objetivo dessa trabalho foi atingido, uma vez que foram abordados e entendidos a importância de se traçar um plano na abertura desse negócio. Assim, confirmar-se a importância do Planejamento estratégico, em especial para um novo Negócio. REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo - Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2006. CHURCHILL, Jr. Et al. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000. DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: MacGraw-Hill, 1989. DEUTSCHER, J.A, et al. Plano de negócios. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. DORNELAS, A. C. J. Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Campus, 2001.


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