Alynne de Oliveira Martins
Riscos biológicos: Medidas de prevenção e controle no atendimento pré-hospitalar móvel
FACULDADE MÉTODO DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSO) MBA GESTÃO EM SAÚDE E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITAR
2014
Alynne de Oliveira Martins
Riscos biológicos: Medidas de prevenção e controle no atendimento pré-hospitalar móvel
Trabalho de conclusão de curso de pós-graduação
apresentado
a
Faculdade Método de São Paulo
Orientador: Prof. Me. Thalita Gomes do Carmo
RIO DE JANEIRO 2014
Martins, Alynne de Oliveira M341r
Riscos biológicos: Medidas de prevenção e controle no atendimento préhospitalar móvel. [manuscrito] / Alynne de Oliveira Martins. 49f.,enc. Orientador: Thalita Gomes do Carmo Monografia: Faculdade Método de São Paulo Bibliografia: f. 19 1.
Riscos biológicos 2. Atendimento pré-hospitalar 3. Serviço de urgência I. Título CDU: (043.2)
Dedico esta monografia à Deus, digno de toda honra e toda glória, aos nossos pais, irmãos, aos nossos esposos e aos nossos amigos.
Martins, AO; Reis, V. Riscos biológicos: Medidas de prevenção e controle no atendimento pré-hospitalar móvel. (Trabalho de Conclusão de Curso - Pósgraduação). Faculdade Método de São Paulo - FAMESP, 2013.
Resumo Os trabalhadores que atuam no atendimento pré-hospitalar móvel são considerados profissionais de alto risco para acidentes e doenças ocupacionais pela exposição ao risco biológico, devido à natureza imprevisível de seu trabalho. O presente estudo teve como Objetivos: Descrever os riscos biológicos que os profissionais são expostos no atendimento pré-hospitalar móvel e identificar as ações de biossegurança que reduzam a contaminação por microrganismos. Trata-se de estudo descritivo-exploratório de caráter qualitativo, onde foi realizado um levantamento bibliográfico, no qual concluiu que os profissionais do APH estão mais expostos a fluidos orgânicos, excreções, secreções, incluindo sêmen, secreção vaginal, líquido amniótico, etc., de todos os pacientes, no qual são importantes veículos de transmissão do HIV, HBV, HCV. Os fatores relevantes do estudo que intensificou a problemática analisada foram à negligência às precauções padrão e ao uso de equipamentos de proteção individual, as características do trabalho que aumentam a exposição ao risco, tais como a sobrecarga de trabalho, o estresse e o ritmo acelerado, a falta da conscientização e informação sobre os riscos e o uso correto dos EPIs, e a negligência quanto à imunização correta do profissional de saúde. Conclui-se que se faz necessário à implementação de educação continuada e permanente, visando fornecer conhecimento e orientação a fim de conscientizar os profissionais quanto aos riscos os quais estão expostos e os recursos disponíveis para evita-los, faz-se necessário também uma rigorosa fiscalização quanto à disponibilidade e conservação dos equipamentos de proteção individual a fim de atender todos os profissionais expostos aos riscos biológicos.
Palavras chaves: 1. Riscos Biológicos. 2. Atendimento pré-hospitalar. 3. Serviço de Urgência.
Martins, AO; Reis, V. Biological hazards: Prevention and control in the prehospital mobile. (Work Completion of course - MBA). Faculty Method S達o Paulo - FAMESP, 2013. Abstract
Workers who work in the pre-hospital mobile professionals are considered at high risk for accidents and illnesses from exposure to the risk due to the unpredictable nature of their work. The present study had as objectives: To describe the biological risks that professionals are exposed in pre-hospital mobile Identify actions and biosecurity in pre-hospital mobile to reduce contamination by microorganisms. This study is a descriptive-exploratory qualitative, which was based on a literature, which concluded that PHC professionals are more exposed to body fluids, excretions, secretions, including semen, vaginal secretions, amniotic fluid, etc.., all patients are important vehicles in which transmission of HIV, HBV, HCV. The factors relevant study that intensified the problems were analyzed to negligence standard precautions and use of personal protective equipment, work characteristics that increase risk exposure, such as overwork, stress and fast pace, the lack of awareness and information about the risks and proper use of PPE, and the neglect of proper immunization of the health professional. We conclude that it is necessary to implement continuous and permanent education, aiming to provide knowledge and guidance to educate professionals about the risks which they are exposed and the resources available to avoid them, it is necessary to also carefully monitored as the availability and maintenance of personal protective equipment in order to meet all the professionals exposed to biological hazards.
Keywords: 1. Biological Hazards. 2. Prehospital Care. 3. ER.
LISTA DE SIGLAS
APH
Atendimento pré-hospitalar
AT
Acidente de trabalho
AZT
Azitotimidina
AIDS
Acquired Immune Deficiency Syndrome
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
EPI
Equipamento de Proteção Individual
CA
Certificado de Aprovação
HIV
Human Immunodeficiency Virus
HBV
Hepatitis B Virus
HCV
Hepatitis C Vírus
SAMU
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
NR
Norma Regulamentadora
PPD
Purified Protein Derivative
SBV
Suporte Básico à Vida
SAV
Suporte Avançado à Vida
SUS
Sistema Único de Saúde
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MBPC
Material Biológico Potencialmente Contaminado
TEM
Ministério do Trabalho e Emprego
MS
Ministério da Saúde
SARG
síndrome aguda respiratória grave
SIDA
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
SUMÁRIO
1– INTRODUÇÃO.....................................................................................................8 1.1Contextualização.............................. ...................................................................8 1.2- Questões Norteadoras.....................................................................................11 1.4- Justificativa e Relevância.................................................................................11 1.5 - Objetivos..........................................................................................................12 2 - REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................13 2.1. Atendimento pré-hospitalar e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência......13 2.2. Aspectos legais da enfermagem em APH ........................................................18 2.3. Estatísticas de acidentes de trânsito no Brasil...................................................20 2.4. Riscos Ocupacionais..........................................................................................23 3 – METODOLOGIA .......................................................................................... .....27 3.1 – Tipo de Pesquisa.............................................................................................27 4 - RESULTADOS ...................................................................................................30 5 - DISCUSSÃO.......................................................................................................31 5.1 Risco Biológico...................................................................................................32 5.2 Estresse Ocupacional.........................................................................................35 5.3 Importância do uso do EPI..................................................................................37 5.4 Estresse ocupacional como fator de risco a acidentes biológicos......................41 5.5 Importância da Imunização aos profissionais de saúde.....................................44 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................49
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1. INTRODUÇÃO
1.1 – Contextualização
O processo de construção social é constante e as necessidades e características de cada sociedade muda conforme o tempo. Vivem-se hoje as margens de uma sociedade violenta e induzida por muitos vícios junto a uma estrutura de saúde primária ineficiente, corroborando para o aumento da demanda de serviços de urgência e emergência, principalmente os serviços pré-hospitalares. O sistema de atenção à saúde no Brasil passou por diversa reestruturação nesses últimos anos, que visaram atender as necessidades de saúde da população, cujas mudanças passaram a requerer adaptações nesses sistemas, e de novas políticas de atenção à saúde. As mudanças das necessidades de saúde são em sua maioria consequências de mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que originaram significativas alterações na vida em sociedade, bem com o na saúde das pessoas e nos problemas sanitários. (ROCHA et al., 2009). Em decorrência do grande número de vítimas fora do ambiente hospitalar, gerada pela violência em amplo aspecto na sociedade e a importância de atender aos acidentados no menor tempo possível, surge à necessidade da criação de serviços especializados em atendimentos pré-hospitalares mais eficientes, a fim de obter um melhor resultado no atendimento as mesmas, diminuindo o número de óbitos e agravos à saúde. Adorno (2002), em seu trabalho científico, afirma que desde meados da década de 1970, vem-se exacerbando, no Brasil, o sentimento de medo e insegurança.
As estatísticas oficiais de criminalidade indicam, a partir dessa
década, a aceleração do crescimento de todas as modalidades delituosas. Crescem mais rápido os crimes que envolvem a prática de violência, como os homicídios, os roubos, os sequestros, os estupros. Esse crescimento veio acompanhado de
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mudanças substantivas nos padrões de criminalidade individual bem como no perfil das pessoas envolvidas com a delinquência. De acordo com o Ministério da Saúde (2002), o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) pode ser definido como a “assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou ate mesmo a morte”. E atualmente a organização dos serviços de ambulâncias destinado a transferência de pacientes entre unidades não hospitalares e hospitalares de atendimento a urgência e emergência de caráter público e privado está sob responsabilidade quase que exclusiva do Corpo de bombeiros, algumas empresas privadas e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU O Brasil possui um total de 178 Centrais de Regulação das Urgências que regulam 2.528 municípios brasileiros. A cobertura populacional do SAMU 192 no Brasil é de 70,3%, o que equivale a mais de 134 milhões de pessoas (IBGE 2012). Cabe ressaltar que os bombeiros e algumas empresas privadas também se encontram em responsabilidade do serviço de urgência e emergência. Segundo Machado et a.l., 2011, atualmente existem diferentes sistemas de informações nos Estados e municípios, mas não há informações consolidadas sobre o perfil e o resultado dos atendimentos realizados pelo SAMU. Estas seriam úteis para o planejamento das ações visando à melhoria da atenção às urgências. O mesmo trabalho enfatiza que há outra lacuna no qual se relaciona à qualificação dos profissionais que atuam nas centrais e nas ambulâncias, dada à especificidade desse tipo de atendimento. Apesar de previstas no desenho da política, as iniciativas de formação ainda têm alcance limitado. Os profissionais envolvidos no atendimento pré-hospitalar móvel estão mais vulneráveis a riscos biológicos, visto que manuseiam materiais com fluídos corpóreos em um atendimento de elevado estresse devido à natureza imprevisível de seu serviço. Silveira, Stumm E Kirchnner em seu artigo (2009), afirmou que a atuação do enfermeiro em Unidade de Emergência é avaliada como desencadeadora de estresse e de desgaste físico e emocional e ainda que o exercício da enfermagem requeira boa saúde física e mental, raramente os enfermeiros recebem a proteção social adequada.
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O mesmo estudo afirma também que o estresse no trabalho deste profissional não é um fenômeno novo, existem diversas doenças relacionadas ao mesmo, Já que os profissionais da saúde em uma unidade de Emergência convivem diariamente com situações imprevisíveis, as quais envolvem sofrimento, dor e morte e podem contribuir para o estresse, com repercussões tanto na sua saúde quanto na assistência aos usuários que acessam a referida unidade. A identificação e prevenção dos acidentes ocupacionais é um fator que necessita de muita atenção, visto que os trabalhadores da equipe de APH móvel podem ser expostos a todo tipo de risco laboral, ou seja, ao risco físico (exposição a agentes explosivos, altas temperaturas, radiações, ruídos), químico (contato com produtos tóxicos, manipulação de medicamentos, desinfetantes e outros), de acidente (espaço limitado e arranjo físico da ambulância; assistência à vítima com ambulância em movimento), biológico (contato com microrganismos patogênicos) e ergonômico (que envolve posições não ergonômicas representadas por movimentos bruscos, repetitivos; posições incômodas e prolongadas; peso excessivo e estresse). (SOERENSEN et al., 2009). Dentre os riscos mencionados anteriormente o mais preocupante e o foco do presente estudo são os riscos biológicos. Segundo Ribeiro (2010) a exposição a material biológico se caracteriza pelo contato com sangue e fluidos orgânicos, podendo ocorrer por inoculação percutânea e/ou contato direto com pele e/ou as mucosas. Oliveira e Penteado, em seu estudo realizado em 2010, afirma a importância em enfatizar a relevância às diversas evidências de que os profissionais atuantes na área da saúde e, estão sujeitos a adquirir infecções, em particular às hepatites B e C, a AIDS e a tuberculose, especialmente. As primeiras pelas incidências que podem ser consideradas altas e subnotificadas; a AIDS ainda pelo espectro de doença fatal e a tuberculose, por suas diversas consequências sobre a vida dos profissionais. Segundo o Ministério da saúde Biossegurança é o conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, em virtude da adoção de novas tecnologias e fatores de risco a que estamos expostos. A Biossegurança em Saúde contribui substancialmente para a qualidade, promoção e proteção à saúde, assegurados nos princípios básicos do SUS e as políticas governamentais.
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Adotar medidas de biossegurança com a finalidade de controlar infecção é uma necessidade moral e legal, que torna a razão do trabalho verdadeira, valoriza o profissional e a profissão perante a sociedade (CANALLI, 2008 apud SOERENSEN, A.A, 2008, p. 44). Neste sentido, os riscos ambientais devem ser identificados nos diferentes ambientes de trabalho para que possam ser prevenidos e minimizados. Identificá-los permite controlar as causas de acidentes de trabalho de qualquer natureza. Essa identificação auxilia na elaboração de estratégias de prevenção, pois, uma vez que o risco está presente, medidas que minimizem seus efeitos devem ser aplicadas. (SOARES 2011, apud SABOLI 2001). Diante dessa problemática em que os trabalhadores da equipe de APH móvel estão expostos, decidiu-se realizar o presente estudo visando ampliar os conhecimentos dos profissionais de saúde sobre esta temática.
1.2 - Questões Norteadoras
As questões que nortearam este estudo foram: - Quais os riscos biológicos inerentes às atividades em que os trabalhadores da equipe de APH móvel estão expostos? - Quais ações de biossegurança que visam reduzir a contaminação por microrganismos no atendimento pré-hospitalar móvel?
1.3 - Justificativa e Relevância
O estudo se justifica por abordar um ponto de vista importante na área de saúde e pela necessidade de evidenciar as ações de biossegurança no atendimento pré-hospitalar móvel, visto que os profissionais se encontram em um momento de
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elevado estresse e desgaste físico e emocional, o que acarreta um maior risco de contaminação O APH desempenha importante papel na qualidade da assistência oferecida à população. Nesse serviço, médicos e enfermeiros prestam atendimento a casos de maior
complexidade,
ou
seja,
de
maior
gravidade.
Com
a
busca
pelo
aprofundamento das ações de biossegurança, é garantido um atendimento de melhor qualidade e mais seguro para os profissionais e para a população. Diante do exposto temos a relevância social da nossa pesquisa. Respondendo
o
problema
de
pesquisa
proposto,
buscamos agregar
informações aos profissionais de enfermagem e aos acadêmicos, a fim de acrescentar conhecimentos, na tentativa de também desenvolver um maior interesse pelo tema. Essas informações poderão assegurar instrumentos básicos de trabalho e treinamento de equipe, expondo assim a relevância acadêmica.
1.4 – Objetivos
- Descrever os riscos biológicos que os profissionais são expostos no atendimento pré-hospitalar móvel. - Identificar as ações de biossegurança no atendimento pré-hospitalar móvel que reduzam a contaminação por microrganismos.
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2- Revisão de Literatura
2.1 Atendimento pré-hospitalar e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU
O atendimento pré-hospitalar (APH) é destinado às vítimas de trauma, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos. Visa estabilizar o paciente de forma eficaz, rápida e com equipe preparada para atuar em qualquer ambiente e remover o paciente para uma unidade hospitalar. Soerensen, 2009 definiu como sendo uma modalidade de assistência especializada, fora do âmbito hospitalar, cuja finalidade de atendimento visa à manutenção da vida e/ou a minimização das sequelas. Procura chegar à vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o agravo à sua saúde, sendo necessária, a prestação de atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Como já exposto, o crescimento de acidentes e aumento de vítimas no ambiente fora do espaço hospitalar decorrente de mudanças significativas na organização da sociedade, exigiu do sistema de saúde um atendimento especializado a essas vitima principalmente aos acidentes de transito, já que o Brasil apresenta-se
com
alarmante
índice
de
acidentes
rodoviários.
Portanto
a
necessidade eminente da implementação do APH. O APH é realizado por profissionais especialmente treinados. No Brasil estes serviços de APH são na maioria realizados pelos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, equipes altamente treinadas prontas a darem o suporte básico de vida aos traumatizados. Estes são subdivididos em Equipe de Salvamento, Equipe de Suporte Básico à Vida (SBV) e Equipe de Suporte Avançado à Vida (SAV). A ambulância é o principal veiculo de atendimento a vitima no ambiente extrahospitalar, segundo a portaria GM/MS 2048/2002 Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos. Sendo suas dimensões e outras especificações do veículo terrestre
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deverão obedecer às normas da ABNT – NBR 14561/2000, de julho de 2000. E classificam-se em Tipos: A, B, C, D, E e F. O Ministério da Saúde (2006, p. 84) define ambulância como “veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos”. As ambulâncias são classificadas como tipos, veículo, finalidade e tripulação. O Tipo A caracteriza-se como transporte terrestre responsável pela remoção simples e eletiva, é composto por 1 motorista 1 técnico ou auxiliar de enfermagem; Tipo B é um veículo de SBV terrestre responsável por transporte inter-hospitalar ou quando não necessita de intervenções no local ou durante o transporte, composta por 1 motorista 1 técnico ou auxiliar de enfermagem; Tipo C caracteriza-se por um veículo de resgaste terrestre a vitimas de acidentes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento, composta por 1 motorista 2 profissionais com capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida; O Tipo D caracteriza-se por SAV terrestre de alto risco em emergências, composta por 1 motorista 1 enfermeiro 1 médico; O Tipo E caracteriza-se por ser uma aeronave resgaste e/ou transporte inter-hospitalar, composta por 1 piloto 1 médico 1 enfermeiro em caso de salvamento profissional capacitado e o Tipo F é o veículo Aquaviário de transporte por via marítima e/ou fluvial, composta por 1 condutor 1 técnico /ou auxiliar de enfermagem 1 médico ou enfermeiro em caso de suporte avançado de vida. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 99-108). O socorro sistematizado emergencial prestado às vítimas de situações críticas teve suas bases alicerçadas durante a guerra civil americana, onde eram perdidas muitas vidas, principalmente de soldados, por falta de atendimento imediato. Foi identificada a necessidade de providências para agilizar o atendimento às vítimas ainda no campo de batalha. Alguns conceitos como segurança da cena (evitar tornar-se mais uma vítima, evitar a ocorrência de novas vítimas), exame primário (tratamento das lesões em risco de vida, evitar mais dano) e a própria questão do transporte rápido (para o local de tratamento definitivo), são oriundos dessa época. (BRASIL et al., 2010). Ferrari (2006) narra a historia da ambulância em seu artigo, onde diz que marco da criação da ambulância projetada deve-se ao médico Dominique Jean Larrey (1766–1842), considerado “Pai da Medicina Militar”. Como cirurgião do exército napoleônico, identificou a necessidade de resgatar os feridos não apenas
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após o término do conflito, mas ainda durante a batalha, e necessitando estabelecer atendimento imediato, projetou Unidades de Transporte de feridos, que batizou como “ambulâncias voadoras”, pois tinham como características serem leves e velozes. Afirma ainda que o aumento da velocidade deu-se pelo uso, inicialmente, de dois cavalos lado a lado e posteriormente perfilados, bem como madeira leve, rodas pequenas e teto arredondado para evitar retenção de água na madeira durante a chuva. Ainda segundo Ferrari, a partir de 1900, com o surgimento dos primeiros modelos motorizados, principalmente após as experiências das I e II Grandes Guerras, as ambulâncias foram aprimoradas e melhor adequadas ao serviço, primeiramente pelas equipes especializadas como da Cruz Vermelha Internacional e depois assimiladas pelos serviços do Corpo de Bombeiros brasileiro. Técnicas e protocolos foram aprimorados à medida que novas situações de emergência apareciam e o maior destaque dado às situações de guerra e militaria. Uma dessas contribuições foi, por exemplo, a introdução do uso de helicópteros no resgate de vítimas, a partir de 1970. Observa-se então a incorporação militar nos serviços de emergência, como o Corpo de Bombeiros. (VISCONDE et al., 2010). De acordo com a Portaria n.º 2048/GM -2002, o Serviço de atendimento préhospitalar móvel deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites municipais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida, considerando-se aspectos demográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmente utilizados pela clientela. O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde, devidamente regulada, disponibilizada conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema loco-regional. Desde dezembro de 2008 o serviço móvel de urgência e emergência SAMU 192 conta com mais um veículo na frota de intervenção em casos de urgências. Segundo o Ministério da Saúde (2008), a moto a serviço do SAMU 192 é pilotada por um técnico de enfermagem e tem a possibilidade de chegar mais rápido aos atendimentos de urgência em localidades onde o fluxo de trânsito é muito intenso ou em territórios de difícil acesso que as ambulâncias muitas vezes não conseguem passar com facilidade. A Motolância SAMU 192 antecede a chegada da ambulância
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de suporte avançado (SAV - UTI Móvel) para adiantar o atendimento e estabilizar a vítima. Esse serviço viabiliza um atendimento mais rápido ao paciente e consequentemente menos chances de sequelas, pois a lentidão do trânsito e a falta de infraestrutura viária aumentam o tempo de resposta ao chamado. Segundo a Portaria Nº 804, DE 28 de Novembro de 2011, as Motolâncias são veículos responsáveis pelo atendimento prestado por auxiliares/técnicos de enfermagem, previamente habilitados para observar e relatar sinais vitais e sintomas e, sob prescrição do medico regulador, aplicar tratamentos e/ou medicamentos, além de quando necessário, prestar primeiros socorros, como desobstrução de vias aéreas superiores. A história do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás iniciou-se em 05 de novembro de 1957 Pela Lei nº 5442, de 10 de novembro de 1964, a Companhia de Bombeiros passou a denominar-se Corpo de Bombeiros, com o efetivo e estrutura de Batalhão. Pela Constituição Estadual, promulgada em 05 de outubro de 1989, o Corpo de Bombeiros passou a constituir–se numa Corporação independente e autônoma, com as seguintes missões: a execução de atividades de defesa civil; a prevenção e o combate a incêndios e a situações de pânico, assim como ações de busca e salvamento de pessoas e bens; o desenvolvimento de atividades educativas relacionadas com a defesa civil e a prevenção de incêndio e pânico. Segundo o ministério da saúde, a equipe de APH móvel deve ser composta de dois ou três profissionais de acordo com o tipo de procedimento a ser realizado, sempre precisa contar com um condutor da embarcação, um auxiliar/técnico de enfermagem em caso de suporte básico de vida, além de um enfermeiro e um médico em caso de suporte avançado. Segundo Brasil, 2010 anteriormente, as atividades realizadas pelas ambulâncias do GRPH eram transporte de vítimas até os estabelecimentos de saúde de referência, com assistência de primeiros socorros pelos bombeiros militares socorristas. Esses profissionais tinham formação técnica na área de suporte básico às emergências, como suporte ventilatório, imobilizações e manutenção da estabilidade dos sinais vitais. Atualmente segundo a portaria GM nº. 2048 de 5 de novembro de 2002, os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipe de profissionais oriundos da área da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou
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de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos Serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel (oriundos e não oriundos da área de saúde) devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto. Ainda segundo a portaria a equipe de profissionais deve ser composta por Coordenador do Serviço (profissional da área da saúde, com experiência e conhecimento comprovados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas); Responsável Técnico (responsável pelas atividades médicas do serviço); Responsável de Enfermagem (enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem); Médicos Reguladores (são os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos meios disponíveis e necessários para responder às situações informadas pelos usuários, (Utilizando-se de protocolos técnicos e da escolha sobre os equipamentos de saúde do sistema, necessários ao atendimento); Médicos Intervencionistas (responsáveis pela reanimação e/ou estabilização do usuário, no local do evento e durante o transporte);
Enfermeiros
Assistenciais
(responsáveis
pelo
atendimento
de
enfermagem na reanimação e/ou estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte); Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (atuam sob supervisão imediata do enfermeiro). As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais da equipe de intervenção, sempre que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é o principal componente da Política Nacional de Atenção às Urgências, que tem como finalidade proteger a vida das pessoas e garantir a qualidade no atendimento no Sistema Único de Saúde - SUS. Seu objetivo é reduzir o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da falta de socorro precoce.·. Ainda segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o SAMU teve início através de um acordo bilateral, assinado entre o Brasil e a França, através de uma solicitação do Ministério da Saúde. Foi criado em 2003 e oficializado pelo Ministério da Saúde por meio do Decreto nº. 5.055, de 27 de abril de 2004. O SAMU propõe um modelo de assistência padronizado que opera através do acionamento à Central de Regulação das Urgências, com discagem telefônica gratuita e de fácil acesso
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(linha 192), com regulação médica regionalizada, hierarquizada e descentralizada. Atualmente, o SAMU é regido no Brasil pela Portaria 1.010 de 21 de maio de 2012 e pelas portarias Portaria 2.971 de 08 de dezembro de 2008 e Portaria 804 de 28 de novembro de 2011. O Brasil possui um total de 178 Centrais de Regulação das Urgências que regulam 2.528 municípios brasileiros. A cobertura populacional do SAMU 192 no Brasil é de 70,3%, o que equivale a mais de 134 milhões de pessoas (IBGE 2012). Cabe ressaltar que os bombeiros e algumas empresas privadas também se encontram em responsabilidade do serviço de urgência e emergência. Para um atendimento eficiente, com diminuição dos riscos para o profissional e agravo das vitimas faz-se necessário o cumprimento da GM nº. 2048/2002, que rege as leis de urgência e emergência, bem como o treinamento e atualização dos profissionais inseridos no campo.
2.2 Aspectos legais da enfermagem em APH
No Brasil o serviço de atendimento pré-hospitalar móvel é normatizado pela portaria GM/MS n.º 2048, de 5 de novembro de 2002, sendo este o primeiro regulamento proposto por meio de temas, conteúdos, habilidades e cargas horárias mínimas, a respeito da capacitação específica para enfermeiros em APH (GENTIL 2008). O MS através da mesma Portaria (n.º 2048/GM de 5 de novembro de 2002) afirma que a equipe profissional que atua em APH deve ser composta por profissionais oriundos da área da saúde e não oriundos da área da saúde. Dentro dos oriundos da área da saúde está o enfermeiro que tem como perfil: Somente em 2002, através Portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de novembro de 2002, que regulamenta e normatiza o APH, são definidas as funções do Enfermeiro, o perfil desse profissional bem como de toda a equipe que deve atuar nesse serviço. Nessa Portaria os enfermeiros de APH são responsáveis pelo atendimento de enfermagem necessário para a reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte. Cabe também ao enfermeiro,
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“prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento préhospitalar, supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no atendimento pré-hospitalar móvel, dentre outras funções específicas”. (Carvalho, Espíndola, 2010 apud Vargas 2006) Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar. A Resolução nº 125/2003, que dispõe sobre o Atendimento Pré-Hospitalar, de Suporte Básico e de Suporte Avançado de Vida. O atendimento pré-hospitalar, como qualquer atividade, exige do profissional enfermeiro que ele preencha um perfil, no qual devem estar presentes a formação e legislação específica para que ele desempenhe plenamente sua função. O Enfermeiro de APH é profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no APHM, devendo, além das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar. Segundo a Resolução do COFEN 375/2011 em seu Art. 1º, a assistência de Enfermagem em qualquer tipo de unidade móvel (terrestre, aérea ou marítima) destinada ao Atendimento Pré-Hospitalar e Inter Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido, somente deve ser desenvolvida na presença do Enfermeiro. Sendo A assistência de Enfermagem em qualquer serviço PréHospitalar, prestado por Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, somente poderá ser realizada sob a supervisão direta do Enfermeiro. A atuação do enfermeiro neste serviço também esta baseado na Lei do Exercício Profissional de Enfermagem n° 7498/86, que estabelece: Ser privativo do enfermeiro a organização e direção de serviços e unidades de enfermagem, a assistência direta ao paciente crítico e a execução de atividades de maior complexidade técnica e que exijam conhecimento de base científica e capacidade de tomada decisões imediatas. De acordo com a resolução citada - COFEN 375/2011em, no artigo 10 é direito recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica,
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científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) com o intuito de amparar legalmente o enfermeiro no atendimento pré-hospitalar instituiu a Resolução n. 225 de 28 de fevereiro de 2000, que “dispõe sobre o cumprimento de prescrição medicamentosa/terapêutica à distância, tornando legal, para os profissionais da enfermagem, a prática de cumprir prescrições médicas via rádio ou telefone em casos de urgência”. (COFEN, 2000) Em 22 de março de 2001 o Conselho Regional de Enfermagem de São PauloSP publicou a DIR 001/2001 que regulamenta a Assistência de enfermagem em APH relacionada ao suporte básico e avançado de vida, homologado pelo Conselho Federal de Enfermagem através da Decisão COFEN Nº 021/2001 de 03/04/2001. Em seu parágrafo segundo afirma que “no que tange aos procedimentos de Enfermagem considerados de alta complexidade, estes deverão ser realizados exclusivamente pelos profissionais Enfermeiros.” (COREN – SP, 2001). Em 12 de julho de 2001, o Conselho Federal de Enfermagem publicou a Resolução nº 260/2001 que descreve as especialidades de enfermagem incluindo o APH, essa resolução foi revogada pela Resolução COFEN nº 290/2004, publicada em 24 de março de 2004. (COFEN, 2004) Dessa forma pode-se notar a importância do enfermeiro no atendimento as urgências e emergências no APH e que este se encontra respaldado em leis que regulamentam as práticas e percebe-se a importância e a obrigatoriedade dos profissionais enfermeiros nesta atividade. Evidencia-se dessa forma os esforços do MS para proporcionar aos profissionais que atuam em APH uma formação completa e específica, estimulando também a criação de educação permanente em todos os serviços de saúde no país.
2.3 Estatísticas de acidentes de trânsito no Brasil
Os acidentes de transito constituem a grande maioria dos atendimentos realizados por serviços de emergência.
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Nos últimos cinco anos, a frota de veículos cresceu cerca de 30 a 42 milhões, com destaque para as motocicletas, cujo licenciamento cresceu mais de 75%, ocasionado por diversos fatores, dentre estes, seu baixo valor de aquisição em comparação com os automóveis, a facilidade de acesso aos consórcios, às múltiplas linhas de financiamentos e as opções de negócios proporcionados com o emprego de motos (VIEIRA et al 2011 apud SOUZA 2006). O número de motociclista aumenta gradativamente no transito devido à facilidade em deslocar-se no mesmo. Segundo Barros e Bachhieri (201,1 p.951):
Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo morrem vítimas dos acidentes de trânsito (AT) a cada ano e mais de 90% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. Além do sofrimento das famílias pelas mortes e incapacidades físicas, os sistemas de saúde arcam com custos elevados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as perdas anuais devido aos AT ultrapassem US$ 500 bilhões. No Brasil, o número de mortos e feridos graves ultrapassa 150 mil pessoas.
Periodicamente o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Ministério dos Transportes, e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), e por intermédio de sua Diretoria de Infraestrutura Rodoviária, no qual compete o planejamento e a execução do processamento dos dados relativos aos acidentes de trânsito ocorridos nas rodovias sob sua jurisdição, elaboram relatórios de estatísticas de acidentes e suas características, no qual foram extraídos os dados a baixo. Conforme as estatísticas do DNIT observou-se um aumento nos acidentes de transito nas rodovias, no ano de 1952 foram registrados 1.748 acidentes, com 1.571 feridos e 195 mortos enquanto que em 2010 foram registrados 182.900 acidentes, com 102.896 feridos e 8.616 mortos em rodovias. Dentre os acidentes 162.245 foram com carros de passeio, 9.417 com coletivos, 79.374 com veículos de carga, 30.305 com motocicletas e 30.305 veículos não informados. Ao analisar o estado de saúde das pessoas envolvidas no acidente, percebese que 594.818 saíram ileso, porem 75.044 com lesões leves, 27.852 com lesões graves, 8.616 mortos e 14.968 não foram informados.
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Dos condutores envolvidos em acidentes 87,1% eram do sexo masculino e 8,7% do sexo feminino e as grandes maiorias encontravam-se entre 30 até 40 anos. Quanto ao estado de maior incidência de acidentes rodoviários Mina Gerais, Paraná, Santa Cataria e Rio de Janeiro, apresentam-se com a maior porcentagem de acidentes em 2010 comparado aos demais estados, 14,9%, 11,3%%, 10,6% e 9,0% respectivamente. De acordo com o relatório sobre acidentes de transito em estradas estaduais envolvendo motocicletas, realizado pela Secretaria de infraestrutura e logística Departamento autônomo de estrada e rodagem do Rio Grande do sul, mostram que há um crescimento evidente dos números de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas, pois enquanto em 2000 este tipo de acidente representava 9,1% do total de acidentes ocorridos em rodovias estaduais, em 2007 atingiu um patamar de 23,0 e em 2008 caiu para 20,5% em 2009 foi de 25,3% e em 2010 foi de 24,1%, representando ¼ do total de acidentes. Esse crescimento no numero de acidentes com envolvimento de motocicletas, demonstra que esse tipo de veiculo esta proporcionando uma estatística preocupante com os gestores do transito no Estado. Especificamente no Município do Rio de Janeiro ao analisar o número de vitimas em 2011 em acidentes de transito percebe-se um aumento progressivo em relação ao quantitativo em 2007, sendo 18.235 vitimas no ano de 2007 e 23.075 no ano de 2011. Segundo a Associação Brasileira de prevenção de acidentes de transito e analisando os mesmos dados estatísticos, o número total de vítimas cresceu de 5,8% em 2008, porém, em 2009 manteve-se estável, voltando a crescer em 2010 de 5,5% e 2011 de 12,8%. A comparação com a evolução do número de vítimas fatais leva a pensar que, neste período, o número de acidentes graves foi reduzido graças à Lei seca, mas, que o número de acidentes de menor gravidade continuou a aumentar rapidamente em função do crescimento da frota. Mais de 10.000 pedestres por ano são vítimas fatais de acidentes de trânsito. O número de pedestres mortos no trânsito pode ser avaliado a partir da base de dados Datasus do Ministério da Saúde. Esta base apresenta os números de vítimas por categoria de usuário: 9.944 pedestres mortos em 2010. Porém, nesta base, aparece também um grupo de vítimas cuja categoria não foi identificada; é um grupo importante,
que
representa,
em
2010,
23,7%
do
total.
Se
distribuir
23
proporcionalmente este grupo entre todas as demais categorias, a avaliação do número de pedestres chega a 12.300. Diante das informações retiradas do anuário de 2010 do DNTI, da Associação Brasileira de prevenção de acidentes de transito e das demais fontes, pode-se perceber o crescente número de acidentes em rodovias do Brasil, e o quantitativo elevado de vítimas que estes podem ocasionar.
2.4 Riscos Ocupacionais
Considera-se Risco Ocupacional a possibilidade de um trabalhador sofrer um determinado dano na execução do seu trabalho. O serviço de pronto-socorro como um setor que presta atendimento de urgência e emergência, pode ser um espaço que favorece a ocorrência de acidentes envolvendo os materiais perfurocortantes. Tal propensão se faz presente nas atividades
dos
diferentes membros
da
equipe
multiprofissional, devido
à
característica do atendimento realizado ao paciente, que exige habilidade e precisão, associada à alta intensidade de estresse dos trabalhadores desta unidade. (GURGUEIRA et al., 2003) De acordo com a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que “Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências”, define acidente de trabalho: Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho [...], provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. De acordo com a Norma regulamentadora NR 32 os riscos ocupacionais podem ser classificados como riscos, físicos, biológicos e químicos. O risco físico são os gerados por ruídos, vibrações, radiações, ionizantes radiações não ionizante frio, calor, pressões anormais e umidade, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, tais como os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons, e riscos químicos o contato com substancias,
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compostos ou produtos químicos Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases e vapores. E os riscos ergonômicos são os derivados de Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico. Segundo Ministério da Saúde a Biossegurança em sua perspectiva mais ampla tem como objetivo central dotar os profissionais e as instituições de instrumentos que permitam o desenvolvimento de atividades com a segurança adequada seja para proteção da saúde ou proteção do meio ambiente. Neste sentido, a “Biossegurança” pode ser definida como “um conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente”. O objeto de estudo da presente pesquisa são os ricos biológicos, os quais os profissionais de atendimento pré-hospitalar móvel estão mais expostos. O ministério da saúde informa que os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente. É importante ressaltar que as profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. Assim, a prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal e mais eficaz medida para evitar a transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. Portanto, ações educativas permanentes e medidas de proteção individual e coletiva são fundamentais. A classificação quanto à classe de risco biológico de acordo com o ministério da saúde pode ser definidas como: Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios, Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Classe de risco 3 (alto risco individual e
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moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. E Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. A avaliação de risco de agentes biológicos é considerada critérios que permitem o reconhecimento, a identificação e a probabilidade do dano decorrente destes, estabelecendo a sua classificação em classes de risco distintas de acordo com a severidade dos danos. O risco ocupacional após exposições a materiais biológicos é variável e depende do tipo de acidente e de outros fatores, como gravidade, tamanho da lesão, presença e volume de sangue envolvido, além das condições clínicas do pacientefonte e uso correto da profilaxia pós-exposição. O risco de infecção por HIV pósexposição ocupacional com sangue contaminado é de aproximadamente 0,3%%. No caso de exposição ocupacional ao vírus da hepatite B (HBV), o risco de infecção varia de seis a 30%, dependendo do estado do paciente fonte, entre outros fatores. Quanto ao vírus da hepatite C (HCV), o risco de transmissão ocupacional após um acidente percutâneo com paciente-fonte HCV positivo é de aproximadamente 1,8% a 10% (Ministério da saúde 2011 apud RAPPARINI ; VITÓRIA ; LARA , 2004; CHITELLI et al., 2001; HENDERSON , 2003, JOVELEVITHS et al,2006; CARDO et al., 1997). Quanto ao tipo de exposição ocupacional o ministério da saúde expõe as exposições percutâneas, sendo as lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes, como por exemplo, as agulhas, bisturis, vidrarias, exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália, exposições em pele não íntegra, por exemplo, contato com pele com dermatite, feridas abertas, mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a presença de sangue. Nesses casos, tanto o indivíduo que provocou a lesão quanto aquele que foi lesado devem ser avaliados. Os profissionais de saúde, em especial aos que estão incluídos no atendimento de urgência, principalmente os APH, encontram-se em risco potencial
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de contaminação por matérias biológicos das vitimas por estarem em contato direto com materiais biológicos. Portanto é de suma importância reconhecer o risco, identificando no ambiente laboral, fatores ou situações que possam causar dano à saúde do trabalhador.
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3 – METODOLOGIA
3.1. Tipo de estudo
Trata-se de estudo descritivo-exploratório de caráter qualitativo, onde foi realizado um levantamento bibliográfico na Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME) e nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Segundo Gil (2002), “(...) tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisadas para estudos posteriores". Considerando a afirmação de Gil, percebe-se que a abordagem qualitativa se enquadra dentro do estudo proposto, devido ao fato de este visar um maior esclarecimento sobre os riscos biológicos que são expostos os profissionais no APH. Ainda quanto à pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2003, p. 21-22), "A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, aprofundando no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas”. Justifica-se a pesquisa como qualitativa por analisar (excluindo os números) os fatos e dados, pois estes não podem ser mensurados. Portanto, foram consultados materiais bibliográficos que trouxeram informações de extrema importância para o trabalho sem quantificações. Em relação aos seus objetivos, a pesquisa se caracteriza como descritiva. Conforme Polit e Hungler (2004, p.34).
O principal objetivo de muitos estudos em pesquisa em enfermagem é a descrição e a elucidação dos fenômenos relacionados com a profissão de enfermagem. O pesquisador que conduz a investigação descritiva observa, conta, descreve e classifica.
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É cabível a escolha do estudo descritivo, pois se pretende descrever os fatos relativos ao tema de pesquisa, através da análise dos riscos biológicos, em uma situação também específica que é o APH, descrevendo todas as medidas de prevenção e controle. Conforme afirmado por Triviños (1987, p.110) “Os estudos descritivos exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar, pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”. A pesquisa se caracteriza como descritiva, pois se propõe a descrever os riscos biológicos e as medidas de prevenção, a fim de responder o problema de pesquisa em questão, aprofundando o conhecimento de todo processo envolvido. Ainda segundo Gil (2002, p.42), a pesquisa descritiva “(...) tem como objetivo principal a descrição de características de determinada população ou fenômeno”. Quanto à pesquisa bibliográfica, Marconi e Lakatos (2005, p. 160) também afirmam que “(...) é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema e propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.”. Dessa forma, foi identificada primeiramente a temática para o nosso estudo, sendo este um levantamento bibliográfico sobre a produção na literatura nacional de pesquisas referentes aos riscos biológicos inerentes ao trabalho de enfermagem no atendimento pré-hospitalar móvel. Após a identificação da temática, determinaramse os seguintes Descritores em Ciências da Saúde, de acordo com a BIREME, sendo estes “RISCOS BIOLÓGICOS SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR” e “RISCOS BIOLÓGICOS SERVIÇO DE URGÊNCIA” “USO DE EPI ATENDIMENTO PRÉHOSPITALAR”. Em seguida foram definidos os critérios de inclusão e exclusão dos artigos encontrados. Como critério de inclusão foram os artigos publicados nos últimos 10 anos sendo o recorte temporal de janeiro de 2002 a dezembro 2012, artigos publicados integralmente nas bases de dados, no idioma português, de origem nacional, deveriam estar livres para o acesso, publicados na íntegra e com a temática definida. A partir da busca inicial foram encontrados 14 artigos a após a leitura dos resumos foram excluídos todas as publicações que não atendiam ao critério de
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inclusão, sendo excluídos 3 artigos. Dessa forma, esta revisão possui 11 artigos componentes para a revisão bibliográfica. As publicações foram tabuladas e separadas de acordo com as seguintes variáveis: Objeto de estudo, ano de publicação, referencial teórico, metodologia, sujeito, resultados e o Estado origem onde foram realizadas as pesquisas. Foi realizada a análise das publicações identificando qual era a abordagem que os autores davam ao tema trabalho de enfermagem. Foi realizada a leitura dos artigos e identificadas às abordagens sobre a temática trabalho de enfermagem pelos autores.
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4 – Resultados
Quanto à amostra do estudo, Foram encontrados 98 estudos sobre serviços médicos de emergência, 64 estudos sobre acidente de trabalho / risco ocupacional, dentre eles 21 referente à exposição a agentes biológicos. Dentre os artigos revisados e atendiam ao critério de inclusão, 11 artigos respondiam
as
questões
norteadoras
do
estudo,
2
artigos
abordaram
especificamente a temática com a equipe de enfermagem direcionada aos técnicos de enfermagem e o outro aos enfermeiros e os 8 estudos restantes uma abordagem multiprofissional. Não foram encontradas pesquisas direcionadas especificamente aos profissionais médicos. Quanto ao local de produção dos artigos a maioria encontra-se na região Sudeste, nos Estados de Minas Gerais (5 artigos), São Paulo (03 artigos), Rio de Janeiro (01 artigo), e, e foi encontrado 1 artigo publicado recentemente em Salvador e outro em Florianópolis. A metodologia mais encontrada nos artigos que entraram no critério de inclusão foi à pesquisa com a abordagem metodológica de cunho quantitativo com 07 artigos componentes, seguida da pesquisa com abordagem qualitativa com 02 artigos encontrados. Foram encontrados 2 artigos com ambas as abordagens, tanto qualitativa como quantitativa.
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5- Discussão
Entre os trabalhos científicos analisados, todos foram categóricos em afirmar que os profissionais inseridos no atendimento pré-hospitalar móvel estão mais expostos a riscos biológicos devido à natureza de seu trabalho. A exposição ocupacional ao agente biológico é caracterizada pelo contato direto com fluidos potencialmente contaminados, podendo acontecer de três modos: inoculação percutânea, contato direto em mucosas ou com pele não íntegra. Os ferimentos com agulhas e material perfurocortante, em geral, são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes (BRASIL, 2006). Segundo Florêncio (2003), os procedimentos mais frequentes, e os que concede mais riscos aos profissionais é a realização de intubação, aspiração de conteúdo traqueal, ráfia de vasos por amputação traumática, contenção de hemorragias por outras lesões, acesso central e periférico, massagem cardíaca a céu aberto, dentre outras. Afirma que tais procedimentos tornam o profissional do atendimento pré-hospitalar tão susceptível aos riscos ocupacionais e acidentes de trabalho quanto qualquer outro que preste assistência à saúde. Florêncio afirma que esses riscos de contaminação aumentam de acordo com a função do profissional na equipe, na proporção direta em que este contato é maior e mais direto com o paciente. Oliveira et al. (2010), mostrou que a exposição à material biológico ocorreu na maioria dos casos durante o atendimento das vítimas e durante a limpeza da viatura ou arrumação de materiais e superfície. Todos os profissionais que trabalham com APH estão expostos aos acidentes de trabalho, porém os técnicos e auxiliares de Enfermagem, por estarem em contato direto com o paciente, realizando procedimentos invasivos, preparando medicações, administrando medicamentos, realizando curativos e outros procedimentos que os mantêm sempre em constante contato com material biológico têm maior chance de ocorrência de AT, como afirma Oliveira et al, 2011. Porém, 2 estudos analisados afirmam que os profissionais mais susceptíveis a contaminação por materiais biológicos são os médicos e enfermeiros e logo em seguida os técnicos e auxiliares.
32
Estudo de Soerensen realizado em 2009 demonstrou que a categoria profissional mais exposta aos riscos biológicos, em especial o perfurocortante é a do técnico, auxiliares e atendentes de enfermagem, seguidos de médicos, estudantes e enfermeiros. No APH móvel, os profissionais como técnico de enfermagem, enfermeiro e bombeiros são os que mais se acidentaram por MBPC (material biológico potencialmente contaminado) em pele íntegra, mucosa e percutâneos, devido ao tipo de atividade realizada, pois eles são os profissionais que realizam com maior frequência as manobras de resgate e procedimentos invasivos. O sangue foi o maior agente contaminante, detectado em das exposições. No estudo de Soerensen, realizado em 2008, concluiu que mais da metade dos entrevistados tiveram algum tipo de acidente com material biológico, a maioria dos acidentes ocorreram com atendimentos em rodovias, grande parte da exposição com matérias biológicos foram em pele íntegra, seguidos de percutâneo, mucosa e em menor quantidade em pele lesada.
5.1 Riscos Biológicos
Vários patógenos podem ser veiculados pelo sangue, mas, no caso das UTI Móveis, os maiores riscos de transmissão por esta via são aqueles do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), da hepatite B (HBV) e da hepatite C (HCV). A contaminação pelo HIV pode-se dar por acidente com instrumentos perfurocortantes; por exposição de membrana mucosa e ou pela pele. A contaminação pelo vírus da hepatite B representa um maior risco do que para o HIV, especialmente no caso do portador do antígeno “e”. (Oliveira et al., 2010). A transmissão de diversos tipos de agentes virais (como HBV HCV e HIV) e bacterianos, (como mycobacterium tuberculosis), já foi documentada por acidentes perfurocortantes, sendo o sangue humano uma das principais fontes de contágio. A via aérea também constitui outra forma de importante de contágio, pela inalação de aerossóis, com o risco e aquisição de varicela, sarampo e tuberculose, seja pela inalação de partículas maiores associadas a doenças como difteria e doenças
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meningocócicas (CAVALCANTE apud CAVALCANTE, BARBIERI, MONTEIRO, 2003). Os fluidos orgânicos, excreções, secreções, incluindo sêmen, secreção vaginal, líquido amniótico, etc., de todos os pacientes, são importantes na transmissão do HIV, HBV, HCV e devem ser os mesmos considerados potencialmente contaminados e, portanto todos os cuidados devem ser realizados para evitar qualquer contato com sangue ou fluídos orgânicos dos mesmos, com a finalidade de diminuir o risco ocupacional de profissionais da saúde. (NITSCHKE, et al. 2000). Segundo o Ministério da Saúde o sangue é o material biológico que tem os maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela transmissão do vírus nos serviços de saúde. O HBV também é encontrado em vários outros materiais biológicos,
incluindo leite
materno,
líquido
biliar,
líquor, fezes,
secreções
nasofaríngeas, saliva, suor e líquido articular. A maior parte desses materiais biológicos não é um bom veiculo para a transmissão do HBV. As concentrações de partículas infectantes do HBV são 100 a 1.000 vezes menor do que a concentração de HBsAg nestes fluidos. O risco de transmissão ocupacional de hepatite B, após acidente percutâneo é de 30% no caso do paciente fonte ser antígeno “e” positivo. É fundamental ressaltar a importância ambiental do vírus da hepatite B, já que o mesmo pode viver em meio ambiente por até sete dias. O risco da transmissão da hepatite B é diretamente relacionado à prevalência da mesma na população de pacientes. O risco de contaminação pelo vírus da hepatite C é de aproximadamente 82% dos casos de hepatite (NITSCHKE, LOPES E BUENO, 2000). Em relação à infecção pelo vírus da hepatite BHBV, refere que 10% dos casos podem evoluir para uma forma fulminante da hepatite ou para uma forma crônica, como o carcinoma de fígado e cirrose hepática. O risco de transmissão ocupacional da hepatite B após o acidente percutâneo é de 30%. Outros autores ainda afirmam que vários estudos sobre a hepatite B têm demonstrado que a prevalência deste vírus é maior entre profissionais da saúde, quando comparados à população geral. (Sarquis e Felli, 2002). De acordo com Zeitoune e Silva (2009), os acidentes ocasionados por picada de agulhas são responsáveis por 80% a 90% das transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde. O risco de transmissão de infecção
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através de uma agulha contaminada é de 1 em 3 para hepatite B, 1 em 30 para hepatite C e 1 em 300 para HIV. Ainda segundo o Ministério da Saúde, sobre o vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1.8% (variando de 0 a 7%). Um estudo demonstrou que os casos de contaminações só ocorreram em acidentes envolvendo agulhas com lúmen Dentre as doenças possíveis de contaminação por materiais biológicos, encontra-se a AIDS, considerada a forma mais grave de um espectro de doença relacionadas à infecção pelo HIV, proporcionando uma gama de doenças oportunistas e de grande malignidade. O HIV é um retrovírus que ataca as células de defesa, destruindo-as, ligando-se a receptores que fica na membrana celular dos linfócitos
TCD4,
multiplicando-se
e
destruindo-as,
causando,
portanto
a
imunodeficiência. (Soeresen, 2008 apud Netina, 2003). Soares, (2011), expôs que o primeiro caso de contaminação pelo HIV em um profissional de saúde foi publicado em 1984, relatando o caso de uma enfermeira que durante o reencape de uma agulha utilizada em uma paciente com AIDS, sofreu exposição percutânea, com soroconversão. De acordo com o Ministério da Saúde (2004) o HIV pode estar presente no sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais, líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular, suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes odontológicos). Cinco dos estudos analisados apontaram o acidente com perfurocortantes, a maior causa dos AT, o estudo de Oliveira et al. , 2010 mostrou que o hábito de reencapar agulhas permanece entre os profissionais, sendo apontada como fator predisponente pelos profissionais entrevistados neste estudo, o que representa um hábito preocupante.
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5.2 Estresse ocupacional como fator de risco a acidentes biológicos
Nos estudos analisados quatro trabalhos científicos apontaram o estresse e a tensão do trabalho com atendimento pré-hospitalar sendo o um fator que aumenta o risco de acidentes ocupacionais com materiais biológicos. Segundo a Portaria nº 2048/GM de 5 de novembro de 2002, a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A crescente demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao crescimento do número de acidentes e da violência urbana e à insuficiente estruturação da rede são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para o atendimento da população. Isso tem transformado esta área numa das mais problemáticas do Sistema de Saúde. O conteúdo desta portaria trás dentre outras particularidades a carga mínima exigida para cada categoria profissional a fim de diminuir a sobrecarga de trabalho. Os estressores ocupacionais descritos e identificados em um estudo sobre o estresse em uma equipe militar de resgate pré-hospitalar são: o temor do desconhecido, toque da sirene, o deslocamento para as ocorrências e o estar sempre em estado de alerta, são fontes relacionadas pelos socorristas como provocadores de tensão e ansiedade, violência das cenas, assim como o envolvimento com crianças, idosas e familiares; atitudes, crenças e estados emocionais que vão de amor e compaixão a medo e raiva. Exigências organizacionais e pessoais: o grande número de ocorrências, a extensa carga horária, obrigações de serem hábeis e rápidos insatisfação no trabalho e a busca do perfeccionismo. Ainda entre os fatores identificados estão: falta de treinamento dos profissionais, risco de contaminação por substâncias químicas e problemas com a chefia. O estresse como causador de AT também foi citado no estudo de Paiva et al., 2009, onde destacou como característica de risco ao AT a sobrecarga e o intenso ritmo de trabalho, rapidez, estresses, condições inadequada de trabalho, equipamentos insuficientes ou em estado precário de conservação e insegurança. Soares (2011), em seu estudo ao questionar quanto aos fatores que influenciam
no
aumento
do
risco
ocupacional
avaliou
que
na
categoria
“características do trabalho que aumentam a exposição ao risco”, às condições de
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trabalho da enfermagem atualmente são percebidas como determinantes para o favorecimento à exposição e dificultadoras da prevenção ao risco biológico, Sendo nesta categoria foram elencadas entre os fatores a “Sobrecarga de trabalho/ritmo acelerado”. Em um estudo sobre incidência de acidente com matérias perfurocortantes em uma unidade de urgência, Oliveira, Diaz e Toledo (2010), obtiveram como resultado referente às causas dos acidentes entre os profissionais em que mais da metade dos participantes apontou a “falta de atenção” como o grande fator causador dos acidentes. A “pressa/urgência” foi apontada pelos entrevistados como o segundo fator responsável pelos acidentes e a existência de materiais mal acondicionados ou inadequados na terceira posição. Evidenciou-se ainda no estudo que, entre os fatores apontados como responsáveis pela ocorrência dos acidentes, alguns são considerados inerentes às atividades exercidas na unidade de urgência e emergência. Um destes fatores se refere à situação de “urgência”, devido à necessidade de atendimento rápido e sincronizado prestado a pacientes com risco de morte. Segundo o estudo os entrevistados afirmaram que a agitação psicomotora do paciente também apresenta uma situação de risco para ocorrência de acidentes. No estudo de Zapparole e Marziale (2006) mostra que o trabalho em turnos alternados pode ocasionar problemas sociais, familiares e de saúde nos trabalhadores, especialmente distúrbios de sono, distúrbios alimentares, dificuldade de concentração e atenção e fadiga. E referem que a carga mental despendida foi identificada
pela
maioria
dos
trabalhadores
como
inadequada
devido
à
responsabilidade da atividade e a situação de urgência, fatores considerados como estressores ocupacionais. Soerensen em seu estudo (2008) mostrou que as situações citadas pelos entrevistados que favoreceu a exposição acidental do APH móvel, as mais citadas foram à situação de emergência, a agitação do paciente, a operação de resgate, distração e o estresse da situação do atendimento. O trabalho científico de Santos e Gomes (2012), também mostrou que as maiores situações desfavorecedoras de segurança apontadas entre os profissionais do APH foram sobrecarga de trabalho, pressa de realizar o serviço, cansaço, viatura em movimento, estresse e emergência. E verificaram que os acidentes ocorreram
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em maior frequência durante os procedimentos de imobilização e durante a liberação de vítimas das ferragens. Os acidentes de trabalho com material biológico podem ser causados por uma variedade de fatores, incluindo os relacionados com o próprio trabalhador, mas também com a instituição e as condições de trabalho. Entre elas podemos citar descuido, falta de atenção e prevenção, excesso de confiança, materiais inadequados e jornada de trabalho exacerbada, cansaço, estresse entre outros (SOARES, 2011 apud SARQUIS, 2007). Outro estudo realizado em Belo horizonte entre os trabalhadores de APH público evidenciou que ao realizar o atendimento pré-hospitalar esses profissionais encontravam expostos a riscos ocupacionais, principalmente ao manusear secreções corporais de pacientes, potencialmente portadores de doenças, e as causas que potencializam tais ricos são: sobrecarga e intenso ritmo de trabalho, rapidez e estresse, condições inadequadas e falta de equipamentos de segurança. Os estresses ocupacionais foram apresentados nas pesquisas científicas como fatores importantes que justificaram os acidentes de trabalho com materiais biológicos, sendo necessário, treinamento com profissionais iniciantes e reciclagem com os profissionais antigos e acompanhamento psicológico com os mesmos quando houver necessidade, a fim de amenizar essa problemática.
5.3 Importância do uso de EPI
Entre os estudos analisados, sete expressaram a importância do uso de EPI na prevenção e acidentes de trabalho, principalmente em acidentes com exposição a riscos biológicos. Os profissionais da saúde são potencialmente vulneráveis à exposição aos agentes microbiológicos, devido ao contato direto e constante com o paciente, aumentando o risco de contrair uma doença ocupacional. Assim, faz-se necessária a utilização de barreiras para proteção, conferidas pelo uso de EPI (Oliveira et al. 2011). Para proteger estes trabalhadores, os Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) são recursos primordiais para prevenir a exposição aos riscos, dentre eles,
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os biológicos. O risco a este tipo de exposição, para os técnicos de enfermagem, está ligado a sua atividade desempenhada, no que se refere ao atendimento préhospitalar, podendo observar um risco aumentado devido à característica da assistência prestada, muitas vezes em situações extremamente complexas, como o tipo de trauma e o estresse na agilidade durante o atendimento. (Guimarães et al. 2011) A eficiência dessas barreiras foi demonstrada no estudo de Bennet & Howard e Mast et al., que comprovaram que as luvas funcionam como medidas de proteção no caso de acidentes com exposição da pele das mãos a sangue e fluidos corporais. No caso de acidentes perfurocortantes foi demonstrado que uma única luva pode reduzir o volume de sangue injetado por agulhas maciças de sutura, em 70,0%. No caso de agulhas ocas, a luva pode reduzir de 35,0% a 50,0% a inoculação do sangue, uma vez que uma porção deste permanece na parte interna da agulha. Mesmo oferecendo redução menor que com agulhas maciças, sem dúvida a utilização de luvas configura uma barreira auxiliar para a prevenção de acidentes perfurocortantes. (Souza, 2010) O Ministério da Saúde em sua cartilha de controle de infecção hospitalar expõe que o equipamento de proteção individual (EPI) deve ser usado quando se prevê uma exposição a material biológico e a produtos químicos tóxicos, e tem por objetivo a proteção do funcionário, podendo também ser utilizado na proteção do paciente ou de materiais que se esteja manipulando e se deseje garantir a não contaminação. São indicados nas áreas clínicas e de apoio diagnóstico. Deve-se almejar a proteção total quando se identifica um risco aumentado de exposição. Os EPIs devem possuir registro no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O registro dos mesmos
é
emitido
após
testagem
que
assegure
a
efetividades
desses
equipamentos, sendo posteriormente emitido um certificado de aprovação (CA) dos mesmos. Os tipos de EPI de acordo com o MS são: • Máscara com filtro químico – indicada para quando o profissional necessite manipular substâncias químicas tóxicas, tais como germicidas com emissão de fortes odores ou a partir da recomendação dos fabricantes. • Máscara PFF2/N95 – indicada para a proteção de doenças por transmissão aérea [tuberculose, varicela, sarampo e SARG (síndrome aguda respiratória grave)].
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• Luva de borracha – proteção da pele à exposição de material biológico e produtos químicos. Deve possuir cano longo quando se prevê uma exposição até antebraço. • Óculos de acrílico – proteção de mucosa ocular. Deve ser de material acrílico que não interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve oferecer proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar. • Protetor facial de acrílico – proteção da face. Deve ser de material acrílico que não interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve oferecer proteção lateral. Indicado durante a limpeza mecânica de instrumentais (Central de Esterilização, Expurgos), área de necropsia e laboratórios. • Avental impermeável, Capote de manga comprida – para a proteção da roupa e pele do profissional. • Bota ou sapato fechado impermeável – proteção da pele do profissional, em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (centros cirúrgicos, expurgos, central de esterilização, áreas de necropsia, situações de limpeza ambiental e outros). Apesar de não possuir registro como EPI, na assistência à saúde a máscara cirúrgica e o gorro são considerados dispositivos que asseguram, também, a proteção do profissional. • Máscara cirúrgica – indicada para proteção da mucosa oro-nasal bem como para a proteção ambiental de secreções respiratórias do profissional. A máscara deve possuir gramatura que garanta uma efetiva barreira, tem sido recomendada que seja confeccionada com no mínimo três camadas. • Gorro – proteção de exposição dos cabelos e couro cabeludo à matéria orgânica ou produtos químicos, bem como proteção ambiental às escamas do couro cabeludo e cabelos. No estudo realizado por Guimarães et al., foi constatado, a partir das falas dos entrevistados, somente o uso de luvas de procedimento e macacão fornecidos pela instituição, desta forma, percebe-se que os óculos de proteção não são citados como EPI utilizados nas atividades do serviço. Estes equipamentos seriam a barreira de proteção da via ocular, que neste caso, está exposta aos vários riscos de contaminação. E além da insuficiente utilização dos EPI, grande parte dos sujeitos relatou um fornecimento inadequado dos equipamentos pela instituição.
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Além do uso de EPI, existem recomendações especificas que devem ser seguidas tais como: ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes e as agulhas não deve ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos. Soerensen (2010), também cita algumas recomendações específica tais como: aderência às precauções padrões, agulhas e outros perfurocortantes não devem ser dobrados ou reencapados, o descarte de MBPC deve ser imediato em superfície de paredes rígidas, evitar manipulação desnecessária de material MBPC, higienizar as mãos e o autor também enfatiza o uso correto de EPI. No estudo de Zapparole e Marziale (2006), ao que cabe em relação às medidas adotadas pelos trabalhadores para tornar a prática do trabalho segura foi constatado que embora equipamentos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) sejam disponibilizados pelo serviço, cerca de 1/3 dos trabalhadores referiram não utilizá-los. O alto risco de adquirir infecções devido à execução de atividades onde ocorre o contato com fluídos e secreções e material contaminado exige que os trabalhadores utilizem além dos EPIs as medidas de segurança conhecidas como precauções padrão. O estudo de Lopes et al. realizado em 2008, apresenta que todos os profissionais do atendimento pré-hospitalar, independente da categoria profissional, apresentaram uso inadequado de EPI, ressaltando que, para os itens de EPI máscara facial e óculos de proteção todos os profissionais relataram atitude incorreta, sendo esta ainda mais grave entre os enfermeiros, os quais mais da metade não utilizavam tais equipamentos durante os atendimentos. O mesmo encontra-se no estudo de Oliveira et al, 2010, onde em relação ao uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), especificamente de luvas no momento da ocorrência do acidente, identificou-se que em 22,9% dos acidentes os profissionais não os utilizaram. Gomes e Santos em seu trabalho realizado em 2012, concluíram que os níveis de adesão ao uso de barreiras como: luvas, óculos de proteção, máscaras e outros, variam dependendo do tipo de procedimento, da população investigada e barreira protetora e constatou-se que a maioria dos membros da equipe de APH considera indispensáveis boa parte dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
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Guimarães et al, 2011 em seu estudo, constatou, a partir das falas dos entrevistados, somente o uso de luvas de procedimento e macacão fornecidos pela instituição. Desta forma, percebe-se que os óculos de proteção não foram citados como EPI utilizados nas atividades do serviço. Estes equipamentos seriam a barreira de proteção da via ocular, que neste caso, está exposta aos vários riscos de contaminação. Zeitoune e Silva (2009), afirma em seu estudo que de acordo com a sua experiência no setor, é fato que ocorre falta de material em alguns momentos, como capotes, máscaras específicas para proteção contra gases tóxicos, etc. Porém, esta é uma realidade brasileira e não pontual deste estudo, o que merece reflexão acerca do comportamento destes profissionais, visto que há falha por parte de alguns em relação ao uso dos EPIs mesmo quando estes são devidamente fornecidos pelo hospital. O uso correto do Equipamento de proteção individual é considerado por todos os autores o meio mais eficiente de proteção contra os riscos de acidentes com materiais biológicos, portanto o seu uso deve ser direito e dever de todo profissional de APH móvel.
5.4 Importância do conhecimento acerca dos ricos biológicos
Dentre os estudos científicos analisados, quatro estudos enfatizaram a importância do conhecimento aos riscos biológicos nos quais os profissionais estão expostos para prevenção do AT. De acordo com o Ministério da Saúde é fundamental o conhecimento e a conscientização, conhecendo os agentes etiológicos e os meios de transmissão, atentar para a lavagem das mãos, Imunizações, manuseio e descarte de perfurocortantes, conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico e conhecer as limitações da profilaxia pós-exposição. Soares, 2011, concluiu em seu estudo que a consciência que cada trabalhador tem em relação ao risco é fator importante na prática profissional, desenvolver uma consciência individual sobre o risco biológico pode constituir um aliado na adesão às normas de biossegurança.
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Guimarães et al., 2011, afirma que o conhecimento das doenças e suas particularidades, assim como o risco que o trabalhador de enfermagem possui durante o exercício de sua profissão, auxiliam o profissional em possíveis condutas de prevenção e cuidado, o que pode diminuir os AT durante o atendimento. E em seu estudo verificou-se nos discursos, a preocupação dos trabalhadores com apenas algumas possibilidades de contaminação, não relataram sobre patologias decorrentes da contaminação e outras possibilidades que se constituiriam risco para a própria saúde. Um ponto importante, como Lopes et al., 2011 em seu estudo observou, que há diferença estatisticamente significante para o nível de conhecimento entre as diferentes categorias profissionais, onde os condutores apresentaram menor nível de conhecimento do que os demais profissionais para veículo de transmissão de agentes infecciosos, indicação do uso de luvas, higienização das mãos e vacinação antitetânica. Por outro lado, apenas os médicos demonstraram ter conhecimento correto sobre o risco de contrair infecção por contato de sangue com mucosa ocular, risco de transmissão cruzada, e infecções que podem ser contraídas pelo contato com fluidos corporais e sangue. E ao analisar a atitude por categoria profissional, ressalta-se que, nenhuma das categorias atingiu o percentual de adequação desejável para uso de máscara facial e óculos de proteção, e utilização adequada de EPI durante atendimento préhospitalar. Além disso, condutores não alcançaram o percentual preconizado para nenhuma das atitudes avaliadas. No trabalho de Oliveira et al (2011), os pesquisadores buscaram analisar a percepção de técnicos de enfermagem acerca da importância dos equipamentos de proteção individual serviço de urgência, a conclusão do estudo demonstrou a preocupação
dos
trabalhadores
com
apenas
algumas
possibilidades
de
contaminação, no entanto, não relataram sobre patologias decorrentes da contaminação e outras possibilidades que se constituiriam risco para a própria saúde. Outra situação de destaque no estudo é a presença de alguns fatores que podem estar limitando a aderência ao uso dos EPI. Como por exemplo, as atividades que são desenvolvidas, principalmente no SAMU, em meio a um processo norteado pela necessidade de agilidade, dinamicidade e que, muitas vezes, ocorrem em situações tensas.
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Branco e Caxieta (2005) em seu estudo cita a importância de observar o tipo de treinamento, sua qualidade, sua adequação ao tipo de ambiente e de categoria profissional que se pretende atingir. Além de propor a implantação de um programa de educação continuada, que possa constantemente mobilizar os profissionais quanto às ações de proteção dos profissionais de saúde, principalmente as que dizem
respeito
à
prevenção
de
acidentes
envolvendo
material
biológico
potencialmente infectante. A equipe multiprofissional em diversos estudos apresentou desconhecimento importante sobre a adoção de medidas de precaução padrão. A equipe expõe-se a riscos biológicos pela não adoção de medidas preventivas que parecem relacionarse ao pouco conhecimento destes profissionais em relação às medidas de precaução padrão. Paiva, Lopes e Oliveira (2011), na conclusão do seu estudo e de acordo com os resultados obtidos referiram à implementação da educação permanente sustentado pela realização de seminários temáticos e estudos clínicos visando minimizar a incidência de acidentes ocupacionais. Segundo a Norma regulamentadora NR 32, o empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada: sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos; durante a jornada de trabalho; por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos. A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve incluir: os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes; normas e procedimentos de higiene; utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de trabalho; medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. A norma regulamentadora informa que em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho.
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Por fim, para reduzir a frequência de acidentes com material biológico neste grupo de profissionais, seria necessária a realização de cursos de atualização em biossegurança
para
todos
os
profissionais
atuantes
na
área
da
saúde,
principalmente em ambientes hospitalares, visando a aumentar o conhecimento. sobre as medidas de precauções padrão por parte desses profissionais (SILVA et al., 2009).
5.5 Importância da Imunização aos profissionais de saúde
Observamos no cotidiano do trabalho em enfermagem que os profissionais em sua maioria esquecem ou negligenciam sua própria proteção em relação ao uso da vacinação, como medida de biossegurança quando não utilizam vacina ou quando deixam para utiliza-la somente quando se acidentam, sendo nesse caso a eficácia da vacina menor ou ineficiente (CAVALCANTE, 2007). Silva (2004), afirma que a vacinação no profissional de saúde tem basicamente dois objetivos: proteger o profissional de um risco aumentado de aquisição de doenças infectantes e de criar, para o paciente, um ambiente livre de transmissão de doenças infecciosas e proteger o profissional de risco de infecção. Guilarde et al. (2010), verificaram em seu estudo que quase 30% dos acidentados não tinham esquema completo de imunização contra hepatite B. O trabalho de orientação sobre descarte e manuseio do lixo biológico também deve ser reforçado entre os profissionais, já que este foi o segundo meio de exposição mais frequente. Gomes e Santos em seu trabalho realizado em 2012 observaram que apenas uma pequena porcentagem dos entrevistados tomou a vacina contra hepatite B em esquema com três doses, outra parcela relatou não saber se tomaram e o restante afirmou não terem sido vacinados. Dentre as vacinas já citadas, aquelas que são recomendadas a esses profissionais e que estão disponíveis gratuitamente são: a vacina contra o vírus da hepatite B, a tríplice viral (contra o sarampo, caxumba e rubéola); a dupla adulto (contra a difteria e o tétano); a antiamarílica (contra a febre amarela); e a BCG [Bacilo Calmette Guérin, contra o bacilo de Koch, indicada para trabalhadores que
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tem contato com pacientes portadores de tuberculose e/ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA); e, também, aqueles que apresentem purified protein derivative (PPD) negativo ou reator fraco. (Santos et al, 2010). Para a prevenção da hepatite B a vacina mais usada é a recombinante. O esquema inclui uma série de 3 doses intramusculares, com segunda e terceira doses administradas um e seis meses após a primeira. A proteção conferida após a vacina é de 90%. É recomendado que todo profissional da área da saúde que tenha risco de contato com sangue seja vacinado contra HBV. (NITSCHKE, LOPES E
BUENO, 2000). O estudo afirma que é imprescindível a imunização dos profissionais da área da saúde, já que estão expostos, cotidianamente, indireta e/ou diretamente, a diferentes e diversos microrganismos, que podem gerar quadros de infecção, ocasionando, assim, consequências para as instituições, para esses profissionais e para os clientes. Portanto, é de suma importância que os profissionais da área da saúde recebam orientação e adiram à imunização, uma medida preventiva subsidiada pela legislação que trata da saúde do trabalhador e que ainda apresenta baixa adesão por parte desses profissionais. Quanto à prevenção da hepatite C, até o momento não existem vacinas disponíveis contra o vírus da hepatite C. É importante ressaltar que os profissionais após tomar as 3 doses da vacina da hepatite realizar o teste sorológico anti-HBs após 1 mês da ultima dose, para confirmação da resposta vacinal. No estudo Santos et al, 2010, relevou que de aproximadamente 10% a 20% dos indivíduos vacinados não alcançam os títulos protetores de anticorpos. Vale ressaltar que em caso de contaminação e suspeita de infecção por hepatite B, segundo o Ministério da saúde pode ser administrado à gamaglobulina hiperimune para hepatite B, no qual fornece imunidade provisória pelo período de 3 a 6 meses após a administração e maior eficácia na profilaxia pós-exposição quando utilizada dentro das primeiras 24 horas após o acidente. Nitschke afirma que nos casos de exposição ao HIV, não existe nenhuma profilaxia comprovada. Pouca informação existe no que se refere à eficácia AZT após a exposição, devido ao baixo risco de transmissão ocupacional. Em caso de acidente grave com agulha que tenha sido colocada na veia ou artéria do paciente,
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testes devem ser realizados para saber se a paciente fonte é portador de patógeno transmitido pelo sangue. A profilaxia com material contaminado de fonte sabidamente positivo para HIV, ou desconhecida, seja iniciada até duas horas após o acidente para evitar que os vírus cheguem aos gânglios regionais, ou até setenta e duas horas com eficácia reduzida (Soerensen 2008 apud Gerberding 2003). No estudo de Garcia e Facchini (2008), apresentaram que a prevalência da vacinação completa entre profissionais da área da saúde contra a hepatite B em um estudo 31 foi de 64,6% e apenas 29,8% dos trabalhadores indicaram saber que estavam imunizados após a realização de exame sorológico para confirmação da imunidade. Segundo a Norma regulamentadora NR32 a todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO, sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. Portanto, é fundamental e imprescindível, que todos os profissionais que atuam junto ao atendimento pré-hospitalar móvel, estejam corretamente vacinados e realizam exames para confirmar a imunidade a fim de evitar infecções por patógenos caso ocorra contaminação com materiais biológicos.
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6 - Considerações finais
Considerando o número elevado de acidentes ocupacionais por exposição a materiais biológicos entre os profissionais de urgência, principalmente os profissionais do atendimento pré-hospitalar, o presente estudo através de revisão bibliográfica apontou os principais riscos a que esses profissionais estão expostos e alguns fatores que potencializam esta exposição. É importante ressaltar que ainda existem poucos estudos relacionados ao tema na área, sendo o quantitativo de acidentes ocupacionais entre profissionais do APH elevado, destaca-se a importância de que outros estudos sejam realizados, principalmente no estado do Rio de Janeiro. Como exposto no estudo, os fluidos orgânicos dos pacientes, são considerados materiais potencialmente contaminados, podendo transmitir dentre muitas doenças a Hepatite e o HIV, sendo necessário que todo profissional de saúde tenha seu esquema vacinal de HBV e outras vacinas completas, e a profilaxia pósexposição deve ser administrada no menor tempo possível. Os profissionais devem estar atentos a medidas que minimizam a exposição tais como a adesão às precauções padrão e a utilização adequada dos equipamentos de proteção individuais. O desconhecimento e a falta e orientação aos profissionais quanto aos riscos de contaminação por materiais potencialmente contaminados, aumenta o risco de acidentes, é fundamental que os profissionais recebam informações quanto aos patógenos e os meios de contaminação, afim de que os mesmos se policiem e redobrem suas atenções ao lidar com fluidos orgânicos do paciente em seu ambiente laboral. Outro ponto importante citado por muitos estudos refere à imprevisibilidade do atendimento pré-hospitalar móvel, os profissionais necessitam de maior agilidade no atendimento, já que grande parte das vitimas encontram-se gravemente feridas, necessitando de socorro imediato. A sobrecarga emocional e física dos socorristas foi um ponto determinante para aumento dos riscos ocupacionais com materiais biológicos. O não fornecimento adequado de equipamentos de proteção individual, ou a conservação
destes
de
maneira
inadequada
prejudicam
a
proteção
dos
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trabalhadores, todos os profissionais necessitam de EPIs em quantidade adequada em boa conservação e principalmente orientação de como utilizar os equipamentos de maneira eficiente, bem como a realização de vigilância continua da equipe quanto ao seu uso. É fundamental que as instituições empregadoras adotem programa de treinamento, protocolos de biossegurança, realizem treinamento dos profissionais iniciantes, e elaborarem um esquema de fácil entendimento caso aja contato com MBPC. Espera-se que cada instituição realize de forma ampla um estudo quantitativo que investiguem possíveis acidentes de seus funcionários com materiais biológicos contaminados, realizando uma análise critica dos fatores de riscos e categorias atingidas, buscando criar um plano de ação e intervir nas áreas deficientes. Espera-se ainda que este estudo contribua para a reflexão sobre a prática profissional, para que os trabalhadores busquem investir em sua autoproteção, e as instituições intervenha frente a essa problemática de modo a possibilitar a elaboração de estratégias de promoção e proteção da saúde ocupacional, minimizando risco da ocorrência de acidentes com materiais biológicos com os profissionais do atendimento pré-hospitalar móvel.
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