Minas Faz Ciência Infantil - Edição Especial 2019

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E XP EDI E N TE

Redação - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto - CEP 31.035-536 Belo Horizonte - MG - Brasil Telefone: +55 (31) 3280-2105 Fax: +55 (31) 3227-3864 E-mail: revista@fapemig.br

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Será? Mas por quê? Como? Onde? Quando? Com quem? E de que forma, exatamente? Ahnnnnnnnnnnn?!?!?!?!?!?!?! Não sei, não, viu?! Estão certos disso?! Nussa! Que tanto de interrogação, né? Aconteceu algo? Ou somos nós, simplesmente, no dia a dia, com aquele tantão de “dúvidas duvidosas duvidosíssimas” sobre tudo?! Confesse, vai! Aposto que você também adora buscar respostas àquele ziguilhão de indagações sobre o mundo, a água, o raio, o bicho, a pessoa, a estrela cadente... Pois a gente é assim, mesmo! Não há como viver, afinal, sem a divertida e atrevida “curiosidade”, nossa amiga cheeeeeeeeeeia de energia – e que nunca desiste de nos fazer cócegas na mente. Aliás, por conta dela é que os cientistas também se tornaram tão perguntadores! Já percebeu que eles estão sempre interessados

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Governador: Romeu Zema SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

em questionar, descobrir, compreender, experimentar e analisar um montão de coisas? Sim! Todos os dias, são as dúvidas – sementinhas espalhadas ao vento pela astuta curiosidade – que os instigam a levantar da cama, para, com muita, muita vontade, partir em busca do desbra-

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais Presidente: Evaldo Ferreira Vilela Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação: Paulo Sérgio Lacerda Beirão Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças: Thiago Bernardo Borges Conselho Curador Presidente: João dos Reis Canela Membros: Eva Burger, Luiz Roberto Guimarães Guilherme, Marcone Jamilson Freitas Souza, Michele Abreu Arroyo, Nilda de Fátima Ferreira Soares, Onofre Alves Batista Júnior, Sandra Regina Goulart Almeida, Valentino Rizziioli, Victor Lobato Garizo Becho Para receber gratuitamente a revista MINAS FAZ CIÊNCIA, envie seus dados (nome, profissão, instituição/empresa, endereço completo, telefone, e e-mail) para o e-mail: revista@fapemig.br ou para o endereço: FAPEMIG / Revista MINAS FAZ CIÊNCIA - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto Belo Horizonte/MG - Brasil - CEP 31.035-536

vamento de cavernas, correntezas e labirintos da vida! Ah! Antes de terminar, lá vai a última (e saborosa) pergunta: que tal, agora, ler todas as páginas de MINAS FAZ CIÊNCIA e – assim como os cientistas – preparar um oceano de perguntas sobre cada um destes incríveis assuntos? (No mais, não se esqueça: em sua cartola da imaginação, moram milhões de interrogações, sempre prontas a voar pelos céus do tempo!) Vanessa Fagundes e Maurício Guilherme Silva Jr. (Amigos e jornalistas, eles guardam mil perguntas no bolso.)

AO LEI TO R

MINAS FAZ CIÊNCIA Diretora de redação: Vanessa Fagundes Editor-chefe: Maurício Guilherme Silva Jr. Redação: Alessandra Ribeiro, Lorena Tárcia, Luana Cruz, Luiza Lages, Mariana Alencar, Maurício Guilherme Silva Jr.,Tuany Alves, Vanessa Fagundes, Verônica Soares. Editoração: Fatine Oliveira Montagem e impressão: Coan Indústria Gráfica. Tiragem: 25.000 exemplares Capa: Fatine Oliveira


SUMÁRIO

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Sob os véus do eclipse

Arte, amiga da ciência Cidade esperta

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Nesta horta, tudo nasce

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Guerreiros da saúde

Escola ecológica

13 O jardim e seus mistérios

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Funciona assim

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Que preguiça enooooorme! Seres na palma mão

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Com lápis ou caneta hidrocor, que tal ligar os pontinhos entre os números das páginas? Quando você terminar, aparecerá a imagem de um bicho bem esperto, que, além de ser nosso amigão, consegue salvar vidas com seu superfaro!

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Baile das cores

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Bem-vindo ao museu... fechado!

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Heroicos focinhos

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Tchau, dentinho!

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Mais parque, menos celular

Livro, site, filme & game

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CIÊNCIA ABERTA

“Ajudar as pessoas com minhas descobertas e descobrir doenças.” “Ensinar às pessoas que Deus não existe. Sem ofensa, claro.”

Larissa Pinheiro Alves dos Santos, 11 anos

André Cunha, 11 anos

“Investigar as coisas. Quero descobrir, em um bicho morto, quantas patas ele tem e o que ele está sentindo.” Miguel Valentim, 4 anos

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“Fazer robôs e próteses para ajudar as pessoas.”

“Para descobrir novas experiências e aprender mais.”

Lucas Santos Rocha, 8 anos

Francisco Baeta Scalioni, 8 anos

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“Quero ser cientista porque sou nerd e minha matéria preferida é Ciências. Quero ser cientista para ter respostas das coisas que ainda não entendo, tipo doenças e destruição do meio ambiente, para descobrir formas de ajudar e facilitar a vida das pessoas – mas não com coisas bobas.” João Gabriel Pertence, 9 anos

“Poder inventar um soro que faz voltar ao tempo que eu quiser. E, se eu não gostasse muito de alguma hora do meu dia, eu beberia o soro e voltaria só quando tudo estivesse bom. Com o soro, eu também poderia viver mais. O tempo passa, mas eu viveria de novo.” Beatriz de Melo Glória, 7 anos

“Saber por que as formigas carregam folhas tão grandes e são pequeninhas.” Melissa Sofia dos Anjos, 8 anos

“Para ser médica dos animais.” Cecilia Baeta Scalioni, 5 anos

“Para pesquisar as coisas e saber de tudo. Iria pesquisar como a terra foi feita e construir um robô para fazer tudo o que eu pedir, como bichos, e tipo uma pantera-robô. Também iria dar agulhas às pessoas e descobrir o que tem dentro do corpo, para,

depois, conseguir fazer outra pessoa. Iria usar lupas para descobrir todos os mistérios. E ter um laboratório gigantesco, para fazer Yakult. Também iria conseguir várias fórmulas mágicas, para conseguir fazer as coisas.” Artur Emanuel Neves Oliveira Roldan, 6 anos

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MUNDO INVISÍVEL

Lava uma mão, lava a outra... Cuidar da higiene é fundamental para evitar doenças Alessandra Ribeiro

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Aposto que já ouviu a música aí do título, escrita por um artista de quem gosto muito, o Arnaldo Antunes. Também quero apresentar três crianças: meu filho, Kenzo, que acaba de completar sete anos; ele tem a mesma idade do João Gabriel, nosso vizinho. Os dois ainda estudam na mesma escola. Para completar o trio, tem a Fernanda, de 10 anos, neta de outra moradora de nosso condomínio. Sempre que ela vem aqui, todos brincam juntos. É uma festa! Às vezes, o Kenzo, o João e a Fernanda ficam tão envolvidos, divertindo-se lá fora, que nem percebem quando estão com fome. Mas é só chamá-los para o lanche e eles vêm correndo! Antes que se esqueçam, eu sempre aviso: lavem as mãos!

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Experimento!

Dia desses, resolvi mostrar por que esse hábito é tão importante, especialmente na hora das refeições. Com a orientação da professora Elisabeth Neumann, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, trouxe para casa o material necessário a uma experiência: mostrar os microorganismos – principalmente, bactérias e fungos – presentes nas mãozinhas deles, antes e depois de serem lavadas. Primeiro, eles tocaram, com os dedos, um objeto usado no laboratório, para observar a multiplicação dessas criaturas minúsculas: a Placa de Petri. O material foi esterilizado; isso quer dizer que passou por um processo, a altas temperaturas, para, antes do experimento, eliminar todos os microorganismos. Depois, as crianças lavaram as mãos com sabonete líquido e usaram papel toalha para secá-las. Então, tocaram outras placas, marcadas com o nome de cada uma e separadas (“antes” e “depois da limpeza”). As amostras foram mantidas em temperatura ambiente, até o dia seguinte, e, depois, devolvidas ao laboratório. Lá, a professora Elisabeth as deixou, de um dia a outro, numa estufa, para que os microorganismos coletados pudessem se multiplicar, a ponto de serem vistos, sem nem precisar de microscópio.

O nome é uma homenagem ao alemão Julius Richard Petrus, cientista que estudava bactérias, lá pelos anos 1800, e inventou a tal placa. Ela é transparente, mais ou menos do tamanho de um pires, e pode ser feita de vidro ou plástico. No fundo, há uma camada bem fina de ágar, substância feita com algas, que parece uma gelatina incolor.

Alessandra Ribeiro

Kenzo, Fernanda e João Gabriel: quantos microorganismos cabem na palma da mão?

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E aí?!

Os resultados são impressionantes! Nas placas, é possível ver centenas de pontinhos brancos. Cada um deles é um conjunto de microorganismos, e, como cada criança tem sua própria microbiota, essas colônias assumem formas diferentes. Algumas são maiores, outras menores, e podem ter formas e cores diferentes. Isso indica que os micro-organismos são, mesmo, muito diversos. Se você quiser conferir como a Fernanda, o João e o Kenzo participaram dessa experiência, é só acessar o site www.minasfazciencia/infantil. Você também poderá ver como as mãos de cada um estão povoadas de microorganismos e como essa quantidade diminui depois da lavagem das mãos.

Bactérias do bem Cada parte de nosso corpo que fica exposta ao ambiente tem uma microbiota diferente, ou seja, um conjunto de microorganismos, como fungos e bactérias. “A mão, além de ter sua própria microbiota, pode transportar pode transportar, bons e ruins, de um lugar a outro, de uma pessoa a outra, com grande facilidade”, explica a professora Elisabeth Neumann. Lavar as mãos, então, evita a transmissão, entre as pessoas, de bactérias, fungos e, até mesmo, de vírus – como o da gripe. Ao mesmo tempo, é importante preservar a microbiota própria das mãos, aque se desenvolve em cada pessoa, ao longo da vida. “Nossa saúde depende dessa microbiota. Se a eliminamos das superfícies corporais, agentes causadores de doenças alcançam e invadem mais facilmente as células, para causar problemas”, alerta a professora. Por isso, ela recomenda lavar as mãos, mas sem excessos. O uso exagerado de gel antisséptico, ou de sabonete antibacteriano, não é recomendado, justamente para não matar a microbiota “do bem”.

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COMO FUNCIONA? Patinhas poderosas

Lagartixas são famosas pela extraordinária capacidade de escalar paredes e ficar dependuradas, de cabeça para baixo, até em superfícies escorregadias, como o vidro. Muita gente pensa que elas têm ventosas ou algum líquido grudento nas patinhas. Não é verdade! Cerdas microscópicas permitem que esses répteis realizem a “adesão a seco”, por meio da chamada força de Van der, pela qual materiais se atraem. Tais impressionantes habilidades inspiraram invenções como a fita adesiva que imita as propriedades dos dedos do bichinho para se colar e descolar de superfícies.

Lorena Tárcia

Engarrafamentos mapeados

Você já deve ter visto os motoristas usarem a aplicativos que mostram como está o trânsito na cidade, e como evitar congestionamentos. Sim, mas como é que os apps recebem estas informações? Quando os usuários de telefones ativam ferramentas com localização GPS, o telefone envia bits de dados, anonimamente. Assim, sabe-se a velocidade com que seus carros se movem. Os dados de todos os veículos na estrada são combinados e enviados de volta, por meio daquelas linhas coloridas nas camadas de tráfego, que aparecem nos mapas. Com a aquisição do Waze, em 2013, o Google adicionou um elemento humano a seus cálculos de tráfego. Os motoristas usam o aplicativo Waze para relatar incidentes de trânsito, como acidentes, veículos com problemas mecânicos, desacelerações ou até radares de velocidade.

Patinetes e bicicletas compartilhadas

As ruas das capitais estão repletas de bicicletas e patinetes para que as pessoas se locomovam livremente, pagando, apenas, por tempo de uso. Mas de que maneira as baterias são recarregadas, e os roubos, evitados? Para começar, os veículos só podem ser alugados a partir dos celulares cadastrados e ligados a um cartão de crédito. Como todos possuem GPS integrado, a localização de cada um acontece em tempo real. Para manter os equipamentos em dia, existe uma equipe formada por três perfis de colaboradores: os chamados “guardiões”; os rebalanceadores; e os mecânicos. Os primeiros verificam o estado das bicicletas e patinetes, nos locais adequados. Os rebalanceadores agrupam os veículos em locais estratégicos – ou seja: se, às 18h, uma estação de metrô fica mais lotada, mais bicicletas são levadas até lá. Por fim, os mecânicos fazem – ali, mesmo – reparos necessários. Para evitar roubos, as peças dos veículos são exclusivas, e não podem ser usadas em outros modelos.

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VERSAL

Ciência no jardim Lorena Tárcia

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Já parou para observar quantas coisas interessantes acontecem no jardim de uma casa? Quais as partes de uma planta? Que animais vivem no quintal? O que tem debaixo da terra? Aproveite para aprender, colorir e encontrar as várias espécies de animais escondidos na imagem!

Frutas

Borboletas Tronco

Flor

Caule

Formigueiro

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Sapo


Libélula

Folhas

Joaninha

Formiga

Centopeia

Minhoca

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SER HUMANO

Guardião do corpo Com a ajuda das vacinas, nosso potente sistema de defesa previne doenças e combate invasores indesejados Mariana Alencar

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Você sabia que, dentro de nosso corpo, existe um exército forte e preparado, que ajuda, e muito, a saúde? Esses soldados são os chamados anticorpos, e sua produção está associada ao sistema imunológico. Não entendeu nada do que estou falando? Tudo bem, pois vou explicar tudinho! No corpo, há células, tecidos, órgãos e moléculas responsáveis por nos proteger de invasores que podem transmitir enfermidades. Esse conjunto é conhecido como sistema imunológico. Um dos órgãos mais importantes de tal sistema é a nossa pele. Ela funciona como uma grande barreira, e impede os invasores de entrar. Alguns pelos do corpo – como os do nariz – também exercem essa função. Outro componente do sistema protetor são as lágrimas. Elas fazem a limpeza dos olhos e impedem que sejam infectados. O mesmo acontece com a saliva, que barra os vírus que invadem nosso corpo pela boca, e com o suor, que ajuda a limpar a pele.

Protetores microscópicos

Nascemos com a maior parte desses elementos, mas há outros tantos protetores devem ser adquiridos ao longo da vida. Quando contraímos doença causada por vírus ou bactérias, por exemplo, as células do sistema imunológico produzem moléculas que combatem os invasores indesejáveis. As células deste sistema são divididas em dois grupos: os macrófagos e os linfócitos. O primeiro grupo corresponde àquelas que percebem a chegada do invasor no organismo. Os macrófagos são, portanto, uma espécie de “segurança”, que atuam dentro do corpo. Eles células estão presentes no sangue, onde têm a função de captar e “digerir” os invasores. Já os linfócitos podem ser de três tipos: Linfócitos B, Linfócitos T auxiliadores ou Linfócitos T matadores. Os do primeiro tipo produzem os chamados anticorpos, moMINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019

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léculas capazes de derrotar os organismos que causam problemas de saúde. Os Linfócitos T auxiliares recebem as informações do macrófago e comandam a defesa do organismo. Já os matadores, como o próprio nome diz, destroem as células infectadas. À medida que o sistema imunológico age, a gente se torna mais resistente e imune às doenças causadas pelos invasores. Isso porque o número de anticorpos no organismo aumenta a cada vez que passamos por doenças causadas por vírus, como a gripe, ou bactérias, como aquela dor de garganta chatinha. Então, quer dizer que, para sermos saudáveis, precisamos ficar doentes? Não! É aí que entram as vacinas!

Como é que é?

A função da vacina é estimular o corpo a produzir anticorpos, sem que a gente precise ficar doente. Elas têm o papel de ensinar nossa estrutura de defesa, o tal do “sistema imunológico”, a reconhecer pequenos bichos (os vírus e as bactérias) que afetam a saúde das pessoas. Segundo Jorge Andrade Pinto, médico e professor da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, as vacinas podem ser compostas por partes pequeninas desses organismos causadores das doenças. Ou hão de ser feitas desses próprios bichinhos, mas numa versão boazinha, que não causa problema para a gente! Uma vez aplicadas, as vacinas estimulam o corpo a produzir anticorpos, que atuam como soldados protetores do organismo. Dessa forma, ao contrairmos vírus ou bactérias, ficamos protegidos, pois os anticorpos já sabem exatamente o que fazer para derrotar os intrusos causadores de doenças. Algumas pessoas têm medo de tomar vacinas – seja pela dor, seja por acreditarem que ficarão doentes –, por elas serem formadas pelos bichinhos que causam doenças. O médico Jorge Andrade Pinto garante que não precisamos ter medo! “As vacinas são muito seguras e bastante testadas. Vários estudos mostram que elas não causam as doenças que previnem”, comenta.

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VIDA SAUDÁVEL

Plantadores de vida Ao cultivar nossa própria horta, a gente se diverte, cuida da saúde e acaricia a natureza Maurício Guilherme Silva Jr.

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“Quanto mais colorida a comida, mais saudável a alimentação”. Que frase doida e legal, não é mesmo?! Quer dizer que, além de nos deliciarmos com sabores e cheirinhos, é preciso reparar no “arco-íris” do prato? Sim! Afinal, esses mil tons diferentes revelam que, para além de carne, feijão e arroz, você também tem se deliciado, por exemplo, com legumes e verduras. E o que essas plantinhas têm de bom? Um tantão de nutrientes fundamentais à saúde de nosso corpo. Ops! Por falar nisso, acabo de ter uma ideia muito, muito sensacional! Para deixar a comidinha diária cada vez mais colorida, que tal construirmos – no quintal de casa, ou num cantinho ensolarado do apartamento – uma horta, repleta de plantinhas verdes, roxas e vermelhas e alaranjadas etc.?

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Natureza amiga

Gostou da ideia?! Além de deixar a casa bonita, com vasos coloridos e beeeeeem alegres, criar uma horta orgânica é fazer cafuné na natureza! KKKKKK! Essa foi boa, né?! Mas é verdade: ao cultivar salsinha, manjericão, pimenta, cebolinha, hortelã, orégano ou cenourinha, a gente, ao mesmo tempo, acaricia a terra – onde a vida nasce – e se diverte à beça! Além, é claro, de fazer com que o prato de comida fique cada vez mais bonito e saudável. Para construir hortas orgânicas, basta que se empolgar com esta fascinante atividade – que, convenhamos, é, também, bastante prazerosa! No mais, a dedicação diária nem precisa ser tão grande assim, pois as plantinhas precisam, apenas, de lugares arejados, e com moderados beijos do Sol.


Mãos à terra! Siga as dicas abaixo para criar (e cultivar) sua própria horta, em vasos feitos de... garrafa PET! 1. Compre mudas ou sementes de manjericão, alecrim, hortelã, orégano, salsa etc. 2. Lave bem uma garrafa PET, de 2 litros, vazia e com tampa. 3. Junto a um adulto, corte uma janelinha na “barriga” da garrafa.

Xô, doença!

Em relação à saúde, sabe o que é ótimo? Ao plantar nossa própria horta, não precisamos usar agrotóxicos e outras tantas substâncias ruins ao corpo. Além disso, podemos dar um tempo em alimentos processados ou industrializados, que, infelizmente, contêm muitas substâncias químicas. Legumes, verduras, ervas, folhas e frutos orgânicos, ao contrário, revelam-se muito nutritivos, pois se compõem de carboidratos (açúcares e amido), proteínas, gorduras, minerais (ferro, fósforo e cálcio), vitaminas (A, B, C, E e K) e – claro! – água.

4. Com a garrafa na horizontal, ponha terra e adubo na janelinha aberta por você.

5. Plante a muda ou jogue as sementes, com muito cuidado. 6. Faça a primeira rega, com água limpa e fresquinha.

7. Mantenha seus vasos de garrafa PET em lugar bem arejado e iluminado. MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019

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FÍSICA

Há cem anos, astrônomos ingleses observaram o céu brasileiro para comprovar a Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein Luiza Lages

Na manhã do dia 29 de maio de 1919, o céu de Sobral, no Ceará, estava coberto por nuvens. A torcida era tanta, porém, que o tempo nublado foi embora e o Sol apareceu! Ali, várias pessoas observavam o astro, quando, por pouco mais de cinco minutos, o dia “virou noite”. Aconteceu um eclipse solar total. A Lua, devagarinho, passou à frente do Astro-rei, até tampá-lo completamente. Depois, continuou sua trajetória, e as luzes reapareceram – brilhantes, como sempre! Ano a ano, ocorrem de dois a cinco eclipses solares. Só que apenas em alguns deles a Lua cobre totalmente o Sol. Além disso, o fenômeno só pode ser visto de algumas partes do mundo. No caso de Sobral, uma descoberta científica tornou tão importante o eclipse visto há cem anos, na pequena cidade do Nordeste brasileiro.

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Sobral


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A h n ? ! ? Em 1915, o físico Albert Einstein (18791955) apresentou a Teoria da Relatividade Geral. Ele criou uma nova explicação para a gravidade. Suas ideias eram tão diferentes de tudo o que se pensava na época, que precisavam ser comprovadas. Dentre outras coisas, Einstein disse que, quando um feixe de luz passa perto de um objeto bem grande, como o Sol, ele sofre um desvio. Sim! A luz faz uma curva.

Grandeza responsável por definir o peso de um corpo. É a força da natureza – vertical e para baixo – que nos mantém unidos à Terra.

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Será que esse desvio acontece, mesmo? Um grupo de astrônomos ingleses encarou a missão! E se dividiu em duas expedições: uns viajaram para a Ilha do Príncipe, na costa da África; outros, para o Brasil – nos dois locais, era possível ver o eclipse total do Sol. Os estudiosos levaram telescópios, câmeras e outros equipamentos. Em Sobral, tiraram fotos de estrelas que apareciam bem próximas ao Sol, durante o eclipse. Voltaram algumas semanas depois e fizeram mais registros do céu, e das mesmas estrelas. Na África, os astrônomos não tiveram a mesma sorte... O tempo estava muito nublado. Enquanto cientistas (e curiosos) de todo o mundo esperavam ansiosos, os astrônomos voltaram para a Inglaterra, onde estudaram e compararam as fotos e o material produzido nas viagens. Em novembro de 1919, veio a resposta. Os resultados mostraram que as medidas feitas pelos físicos comprovavam a Teoria da Relatividade Geral. A notícia circulou o Planeta! As teorias de Einstein passaram a ser usadas para explicar diversos fenômenos do Universo, e mudaram a ciência.

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CIÊNCIA DIVERTIDA

Ciência em mil tons Experimentos fáceis de fazer que nos ajudam Tuany Alves Aprender conceitos científicos parece algo bem difícil, né?! Dúvidas sobre como “O que faz o céu azul” ou “Por que só vemos certos planetas em determinada época do ano?” deixam a gente com um verdadeiro nó na cabeça! Legal é saber que com materiais do dia a dia e um pouquinho de imaginação podemos aprender muito sobre o mundo a nossa volta. E tudo com muita diversão! Que tal conhecer atividades que tornam isso possível?!

Querida Terra

Já pensou em aprender sobre como a Terra é formada, e, de quebra, fazer um lindo chaveiro? Na oficina “Viagem ao centro da Terra”, oferecida no Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), em Belo Horizonte, isso é possível. Na atividade, monitores e professores explicam como o Planeta se formou e, depois, a criançada constrói um chaveiro no formato da Terra. Feito de massinha de biscuit, material encontrado em lojas de artesanatos, o objeto pode ser feito nas escolas e em casa. Outra maneira de conhecer melhor os minerais é participar da oficina “Pigmentos minerais”, também oferecida pelo MM Guerdau. Nela, você aprende do que são feitas as rochas, além de descobrir como fazer tinta com elas! Natural e com diversos tons, a coloração precisa, apenas, de pedras decompostas e trituradas – qualquer pedacinho de barro amassado! –, água e cola. Superfácil de fazer, não é, mesmo? 24

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Segundo David Bruno, analista em Educação do Museu, a tinta tem textura e cores diferentes das tradicionais. “A maioria puxa para os tons terrosos, e varia no amarelo. Porém, nas regiões centrais de Minas Gerais, também é possível encontrar o cinza ou o branco”, conta.


Galáxias

Sim, o universo é cheio de planetas! Já parou para pensar em como as características de cada um viriam a interferir em quem, por acaso, morasse neles? Vênus, por exemplo, é muuuuito quente! Que criatura conseguiria viver lá? Ao pensar nisso, o Espaço do Conhecimento UFMG montou a atividade “Vida fora da terra”. Na oficina, professores e monitores revelam as características dos planetas, justamente, para que as crianças possam desenhar as formas de vida que sobreviveriam em cada um deles.

Flor arco-íris! Vamos fazer uma?

Modo de fazer Ingredientes ✿ Flores brancas ou bem claras ❀ Água ✿ 2 copos ❀ Tesoura ✿ Estilete (mas só com a ajuda de um adulto!) ❀ 2 colheres ✿ Corante alimentício em duas 2 cores (tons escuros, como azul e vermelho, são melhores)

❀ Ponha água até a metade dos copos. ✿ Acrescente 40 gotas do corante alimentício azul em um copo, e, do vermelho, no outro. Misture! ❀ Pegue uma flor e corte um pouco o caule (só um pouco!). ✿ Chame um adulto, e, com o estilete, divida, com muito cuidado, a parte final do caule (aproximadamente, 10 cm) em duas partes. ❀ Ponha a flor na água com corante, de modo que metade do caule fique num copo e a outra metade, no outro. ✿ Aguarde. As pétalas começam a ganhar cor de acordo como líquido em que cada parte do caule está mergulhada. MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2019

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ESPECIAL

Espertas e igualitárias Com a tecnologia como grande aliada, cidades inteligentes buscam garantir qualidade de vida à população Mariana Alencar

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Imagine uma cidade onde todos os habitantes têm boas condições de vida, a natureza é preservada, o trânsito flui e as pessoas com deficiência usufruem de bons serviços de acessibilidade. Agora, pense que o mesmo centro urbano conte com tecnologias criadas para que todas as coisas ótimas fiquem ainda melhores! Parece bom demais para ser verdade, né? Apesar de aparentemente distantes da realidade, tais incríveis lugares já existem. Trata-se das chamadas cidades inteligentes (ou smart cities). Silvio Mota, arquiteto e professor da PUC Minas, conta que elas são locais onde os governantes usam tecnologias

e sistemas de informação para entender as demandas das pessoas. “Ali, o uso da tecnologia busca melhorar os planejamentos e garantir bem-estar à população. A cidade inteligente deve ter, como meta, a qualidade de vida, que engloba a condição social e a distribuição igualitária de recursos”, conta o professor. Numa cidade inteligente, portanto, usam-se ferramentas tecnológicas, por exemplo, para definir o melhor lugar para construção de uma escola. Ou para ajudar os governantes a criar sistemas de coleta de lixo, diminuição da poluição e melhoria do trânsito!

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A tecnologia se mescla à qualidade de vida.

A cidade do futuro Ao pensarmos na tecnologia por vir, imaginamos carros voadores, multitelas e natureza devastada? As cidades inteligentes caminham na direção oposta!

Palavra-chave? Sustentabilidade! A gestão da cidade conta com participação efetiva da população, no que se refere ao planejamento de melhorias. 28

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Há mais opções de transporte público, como bicicletas.

Na cidade perfeita, a natureza ganha espaço. Praças, parques, hortas urbanas são elementos essenciais.

A população faz coleta seletiva do lixo, o que facilita a reciclagem.

Estruturas adaptadas garantem acessibilidade às pessoas com deficiência.

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Um por todos...

Uma coisa bem importante a destacar é que as cidades inteligentes não funcionam sozinhas! Para que a tecnologia possa auxiliar a construção de lugares mais legais, é preciso de apoio da população. Ou seja: cada um de nós precisa ajudar! “É muito importante que a população participe, pois a qualidade de vida proporcionada neste tipo de cidade deve ser para todos. Por isso, as tecnologias também precisam permitir que as pessoas participem da gestão da cidade, por meio de plataformas que as façam ter voz e ver o que acontece”, comenta Silvio Mota. O arquiteto explica, ainda, a necessidade de os governantes, a população e as empresas prestarem atenção em três pontos principais: o planejamento baseado nos dados coletados por meio de tecnologias; a busca constante por qualidade de vida (social, ambiental e econômica); e, claro, a participação dos moradores.

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Na prática

Coleta de lixo, wi-fi liberado em todas as áreas, reaproveitamento de água, meios de transportes coletivos, praças e jardins públicos, escolas e hospitais de alta qualidade. Eis alguns dos elementos de uma cidade inteligente – ou do futuro. No Brasil, elas também já existem! Em Belo Horizonte, por exemplo, a população pode avisar à prefeitura sobre problemas na rua, por meio de aplicativo no celular. Já em Santos, no interior de São Paulo, há grande preocupação com o meio ambiente. O município tem várias alternativas de transporte público e incentiva a coleta de lixo reciclável. Fora do Brasil, a cidade que se destaca por adotar opções inteligentes é Barcelona, na Espanha. Segundo Silvio Mota, a cidade espanhola é praticamente uma cidade inteligente ideal e um modelo a ser seguido. Lá, existe, por exemplo, um programa de monitoramento ambiental formado por sensores de poluição, ruídos e iluminação. Por meio dessas ferramentas, é possível monitorar, em tempo real, as condições ambientais. Ao ter acesso a essas informações, a prefeitura pode tomar decisões para deixar a cidade mais limpa.

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ARQUITETURA

Educação sustentável Arquiteta propõe uso de elementos naturais para construção coletiva de escolas

Tuany Alves

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Materiais naturais, como água, terra e pedra, são fáceis de encontrar. Mas você sabia que há muitas e muitas possibilidades de uso para tais elementos, afora a invenção de mil brincadeiras? Que tal, a partir deles, construir, por exemplo, uma escola? Já pensou?! Esta é a superideia da arquiteta Júlia Dias da Mota! Em seu trabalho final de curso, na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, ela propôs o uso dessas matérias-primas na construção de espaços educacionais destinados a comunidades da República do Chade, no Centro-Norte da África. Esse trabalho foi premiado na competição internacional ReSchool, em janeiro de 2019. Chamada de “arquitetura vernácula”, a técnica recorre a elementos da natureza como base ao desenvolvimento de habitações. Antigo, o método tem se tornado popular, ao permitir a construção de ambientes baratos e amigos do meio ambiente. Segundo Sofia Araújo Lima Bessa, orientadora do estudo, os exemplos “vivos”, construídos há séculos e ainda de pé e muito bem conservados, comprovam a eficiência do procedimento.

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Como fazer?

Há muitas maneiras de recorrer à terra, por exemplo, como material de construção. Júlia Mota explica que, para usar tal material, é preciso, primeiramente, estudar o que há nele, como forma de saber quais elementos devem ser adicionados à mistura, para garantir estabilidade e eficiência. No entanto, esse é o passo mais complicado. Segundo a arquiteta, a técnica de construção é tão fácil que pode ser ensinada a crianças e adultos. “A ideia é que a comunidade construa a escola. A atividade coletiva fortalece laços, além de permitir que as pessoas se identifiquem com o espaço”, destaca.

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Bem bolado!

Achou bem “diferentona” a escola proposta pela Júlia? Pois a ideia vai além! Para que os espaços construídos também possam se adaptar a outros usos, ela tomou certos cuidados durante o planejamento. Que o digam as salas de aula, feitas com mesas que agrupam até quatro alunos, que podem ser usadas feito macas, como nas enfermarias, no caso de epidemias nas comunidades. Além disso, cada sala conta, no mínimo, com duas portas, o que permite a divisão em ambientes e o uso de captadores de vento, que funcionam como ares condicionados naturais. “O acesso à internet e à eletricidade foram resolvidos com placas solares fotovoltaicas, sistema que capta energia solar”, completa Júlia.


CORES E AFINS

Era uma vez... as cores! Hoje, conhecemos tonalidades de diversos nomes, tipos e características, mas as coisas nem sempre foram assim Mariana Alencar

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Você já tentou imaginar como seria o mundo se não existissem as cores? Acho que tudo ficaria muito sem graça e estranho, pois elas estão em tudo que a gente vê, não é verdade? Hoje, existem colorações de todos os tipos, mas nem sempre foi assim. Há um tempão, certas tonalidades não tinham sido inventadas, enquanto outras não tinham nome. Por isso, pareciam não existir. Hoje, tudo mudou. As cores têm nome! E os pigmentos que dão origem a elas são facilmente elaborados. Isso porque as pessoas perceberam que, ao misturar determinados tons, é possível obter outros tantos. Na chamada “teoria das cores”, existem três matizes primárias: vermelho, amarelo e azul. Todas as outras podem ser produzidas a partir delas. Se misturarmos o azul ao amarelo, por exemplo, teremos... o verde! Já o amarelo e o vermelho compõem o laranja – que, por sua vez, se misturado ao verde, resulta no marrom!

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A descoberta

As primeiras cores identificadas pelos seres humanos vieram da natureza. O azul, por exemplo, tem origem em um pigmento chamado ultramarinho, comum a uma pedra semipreciosa chamada lápis-lazúli. Já o vermelho surgiu da hematita, pigmento encontrado nas ferrugens, mas que, com o tempo, acabou fora de moda. Os seres humanos, afinal, buscavam versões mais vibrantes da cor. Foi então que um novo tom avermelhado passou a ser produzido, a partir de um pequeno inseto, o cochonilha. A cor roxa deriva de duas espécies de moluscos, encontrados no mar Mediterrâneo, que produziam a substância que, exposta ao sol, ficava roxa! Com o tempo, o cientista William Henry Perkin, conseguiu, por engano, recriá-la em laboratório. À época, ele tentava desenvolver um elemento capaz de curar doenças como a malária. Em função de um erro, inventou uma lama roxa, sintética, que, por muito tempo, serviu para colorir tecidos e outros produtos.

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Sentimento tem cor?

É muito comum a gente associar tonalidades a afetos e sensações. Ao pensarmos em algo verde, por exemplo, logo nos lembramos da natureza. Ao lembrarmos do branco, vem à mente a ideia de paz. Que tal saber mais sobre os significados das cores?

Azul

Normalmente, a cor está associada a sentimentos bons, pois o azul dá vida ao céu e ao mar. Ela também nos remete à ideia de calma e serenidade. Nas tradições antigas, simbolizava o universo feminino.

Amarelo

Por ser a cor do ouro, é frequentemente associada à riqueza e ao otimismo. O amarelo indica, também, a tonalidade do sol. Por isso, é comum que a gente a use para representar algo alegre e cheio de energia. Ela também está em algumas flores, o que a torna símbolo da primavera.

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Vermelho

Mais antiga tonalidade batizada pelo homem, é, para muitos, a primeira a ser identificada pelos bebês. Os significados e sensações da cor variam muito. O vermelho pode representar o amor, mas, também, indicar ódio e timidez. (Quem aí já ficou vermelho de vergonha?). A associação acontece por se tratar da cor de nosso sangue!

Verde

Boa parte das hortaliças que comemos – alface, brócolis, rúcula, couve, acelga – são verdes. Por isso, a cor é, normalmente, associada à saúde. Com ela, também colorimos as florestas, as plantas e todas as copas de árvores, o que a transforma na tonalidade do amor à natureza, da consciência ambiental e da esperança!


MUSEUS

Por dentro dos museus

Quando as portas se fecham, os espaços de exposições permanecem vivos – mas não como no cinema! Verônica Soares da Costa

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É bastante provável que você já tenha assistido ao filme Uma noite no museu. Na história, depois que o lugar se fecha à visitação, dinossauros, estátuas e peças do acervo ganham vida e arrumam confusões com o guarda noturno contratado para protegê-las. Na vida real, o que acontece em tais ambientes quando não há visitantes? Por que nem sempre a gente pode entrar em todas as salas e espaços dos museus? Para responder a essas perguntas, conversamos com a professora Ana Audebert, do Departamento de Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, a Ufop. Ela nos explicou que, de modo geral, quando não há visitação, os profissionais do museu têm muito trabalho, e a equipe se organiza em reuniões e planejamentos. “Na maioria deles, a segunda-feira é o dia em que tudo está fechado ao público. Os profissionais, porém, seguem a rotina de trabalho. É um dia para ajustes e manutenção de salas, vitrines e outros ambientes, que não são de acesso público, como as reservas técnicas, os laboratórios e gabinetes”, conta a professora. Sim, os museus são divididos em espaços de acesso público ou restrito. Por isso, não podemos entrar em todas as salas: “Isso ocorre em nome da própria segurança dos visitantes. E para garantir espaços de trabalho adequados a quem está nos bastidores, realizando tarefas como a seleção dos acervos”.

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Longa norte-americano de comédia e fantasia, lançado em 2006 e estrelado por Ben Stiller, conta a história de Larry Daley, um pai divorciado que consegue um emprego como guarda-noturno no Museu de História Natural de Nova Iorque. Durante a noite, ele descobre que o acervo ganha vida devido a um artefato mágico egípcio.


Bastidores

As peças e os objetos dos museus compõem seu acervo, e aquelas que ficam em exposição são escolhidas segundo dois critérios principais: estado de conservação (se está com boa integridade física) e relação com o tema trabalhado pela instituição. De modo geral, há três tipos de exposição (leia mais à página 42), mas todas são montadas após longo processo de estudo e planejamento, iniciado com a escolha do assunto ou tema. “Depois disso, define-se o público potencial e, a partir daí, os discursos mais

adequados. Escolhemos núcleos expositivos, peças e objetos de acordo com o que o museu quer contar, e sobre como quer fazer isso, de forma mais crítica ou lúdica, por exemplo”, conta Ana. Para tomar essas decisões, as equipes estudam muito, além de desenvolver as legendas explicativas, os textos de apoio e as estratégias de mediação, que são ações educativas, de divulgação, cartazes, catálogos e outros itens: “Às vezes, fazemos pequenas lembranças ou souvenirs que o público pode comprar e levar consigo”. Divulgação

No Espaço do Conhecimento UFMG, por exemplo, o Well Luiz, assistente de ações educativas, trabalha com uma equipe de bolsistas, estudantes de graduação, para desenvolver atividades e oficinas que compõem a programação de fim de semana: “Nas ações educativas, lidamos mais com gente do que com acervo. Nosso trabalho é de formação e de observação das dinâmicas de visitação”.

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Museologia

Museus são espaços multidisciplinares, onde atuam profissionais com formações diversas. Dentre eles, há aquele formado em Museologia. “A museóloga ou o museólogo estuda quatro anos. Em Minas Gerais, o curso de graduação em Museologia é oferecido pela Ufop e pela UFMG”, conta a professora.

Tipos de mostra

Em museus tradicionais, existem três tipos principais de exposições. Confira! De longa duração: montadas para transmitir o discurso oficial da instituição, relacionado a sua temática e missão. Temporárias: relacionadas a tema ou assunto mais específico – geralmente, atual –, que pode partir de demanda da própria instituição, da comunidade ou mesmo de edital ou chamada pública para curadorias externas. O tempo varia, em média, de um a dois meses. Itinerantes: são aquelas que saem do museu e vão para escolas, centros comunitários, praças, postos de saúde ou quaisquer espaços nos quais a temática seja relevante.

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Para que museus?

“Quando preservamos nosso passado, criamos condições para entender nosso presente, lutar e sonhar por um futuro melhor, com condições de justiça e igualdade. Esse ‘nós’, nossa família, nossos amigos, nossa escola, nosso bairro, nossa cidade, nosso País. Todos temos direito a voz, representação e igualdade de direitos. Os museus devem ser espaços democráticos, para todas as vozes e histórias. E somos nós que ajudamos a construí-los”, destaca a professora Ana.


BICHOS

Focinho de herói

Com muita determinação, cães farejadores participam de tarefas de busca e salvamento junto a bombeiros e policiais Luana Cruz

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Cachorros são leais amigos do homem. Além disso, podem se tornar grandes heróis! Nos últimos anos, cães treinados para salvamentos ganharam destaque em Minas Gerais, por causa de sua participação em missões de busca em duas tragédias muito tristes: os rompimentos das barragens de minério em Mariana (2015), e Brumadinho (2019). Não é de hoje que os bichanos atuam como farejadores junto ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar. Eles ajudam a encontrar pessoas desaparecidas em matas, ou em escombros de prédios desabados. Também auxiliam operações contra o tráfico de drogas, ao cheirar cantinhos e indicar se há materiais suspeitos.

Divulgação

Cães ajudam bombeiros em buscas e outros salvamentos

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Como é a rotina desses espertos animais? Por que cães são escolhidos para essas tarefas? Buscamos as respostas com o tenente Lucas Costa, comandante do Pelotão de Busca e Salvamento com Cães do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Segundo ele, os cachorros chegam à corporação por meio de doações de canis, cidadãos comuns e militares que desejam ceder animais às missões. “Conseguimos escolher, na ninhada, os filhotes com características para busca e salvamento. O cão precisa ser determinado, além de interagir bem com as pessoas. Ele não pode desistir fácil, nem ter medo de barulho. Depois de testes, se confirmadas tais habilidades, nós o selecionamos”, explica Lucas.

Trabalhadores

O ser humano precisa treinar bem o cão, ao indicar o que deseja que ele fareje. Cachorros adoram ser úteis, pois é o que fazem na matilha, em habitat natural. Participar das missões é uma terapia para eles, e, por isso, amam trabalhar! Gostam tanto que adoecem muito raramente. Devido ao bem-estar das atividades, acabam imunes a problemas de saúde. Além disso, são atléticos: nem muito magros, nem obesos, pois a gordura interfere no faro. Desenvolvem, ainda, boa capacidade cardiorrespiratória, por caminhar e farejar em longas distâncias. É preciso, no entanto, limitar o trabalho de nossos amigos caninos, deixando-os repousar. Em operações de resgate, os bombeiros fazem pausas para alimentá-los e hidratá-los. No caso do rompimento da barragem de Brumadinho, os cães de Minas Gerais precisaram, até mesmo, ser retirados do trabalho, após meses de buscas, devido ao risco de contaminação por metais pesados, presentes nos rejeitos de minério. Animais de outros estados substituíram-nos na missão.


Dia a dia

Lucas Costa explica que os cães da corporação passam por treinamentos com duração de até dois anos. A rotina começa quando ainda são bebês, e abandonam o peito das mamães, com cerca de 60 dias de vida. “No caso dos cães de busca, direcionamos o treino à procura de pessoas vivas e/ou de corpos. Não há raça específica para a atividade, mas temos preferências por espécies de pastoreio, que se adaptam melhor ao trabalho”, explica. Os bombeiros do Estado têm dois canis: um em Belo Horizonte; outro, em Uberaba. Os cães treinam diariamente, segundo a necessidade. “A atividade deve ser prazerosa, para manter o animal motivado. Ao percebermos que ele está cansado, encerramos. Se chegar à exaustão, ficará desmotivado para o próximo treino”, esclarece Lucas.

Os animais treinam em matas, áreas com amontoados de terra, para simular busca de soterramento, além de escombros (restos de demolição e obras) que imitam o ambiente de desabamento de prédios. Aprendem os comandos mais comuns – alguns dos quais emitidos em inglês (“Sit!”) – e outros tantos, mais específicos. Alimentados com rações nutritivas, têm acompanhamento veterinário rigoroso, com vacinação em dia e ingestão de remédios preventivos. Além da parte física, o laço afetivo do cachorro com seu treinador é muito importante, na visão de Lucas Costa: “O militar que treina o cão permanece com ele pelo resto da vida. Ele participa das atividades operativas do cachorro, e o conhece muito bem, além de ter vínculo de confiança. A relação é tão estreita que apelidamos a dupla de ‘binômio’, como se fossem um só”.

Labrador, pastor alemão e pastor-belga Malinois são as raças comuns no Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Na Matemática, um binômio é uma expressão algébrica formada por duas partes “inseparáveis”. Por exemplo: “x + y” ou “3x + 3y”.

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TECNOLOGIA

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Quanto tempo por dia você passa na frente do tablet ou do telefone celular? Costuma ver vídeos quase na hora de dormir? E durante quantas horas joga videogame ou vê televisão? Pode ser que alguém já tenha, até mesmo, instalado um daqueles aplicativos para controlar o tempo de diversão nesses aparelhos todos, né?! Parece chatice, mas, quem fez isso está preocupado com sua saúde. Cientistas de várias partes do mundo já começaram a estudar os efeitos de passar muito tempo em frente às telas. Eles descobriram que isso pode causar vários problemas, na infância, na adolescência e na vida adulta. Com a ajuda da médica e professora Liubiana Arantes, que trabalha na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, e na Sociedade Brasileira de Pediatria, vamos falar sobre alguns dos riscos de se ficar conectado por muito tempo, todos os dias.

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Vamos ficar de olho?

Obesidade: é quando a pessoa fica acima do peso, com excesso de gordura no corpo. Quem passa muito tempo ocupado com aparelhos eletrônicos costuma se movimentar menos e acaba ganhando aqueles quilinhos indesejáveis para a saúde.

Vício em tecnologia: estudo sobre o comportamento das pessoas que usam smartphones mostrou que os brasileiros conferem, 78 vezes por dia, se chegou alguma mensagem nova. Os jovens de 18 a 24 anos podem fazer isso mais de cem vezes por dia.

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Transtorno de ansiedade: ter um friozinho na barriga, um dia antes daquela prova difícil, é normal. Mas, quando a preocupação ou o medo são muito grandes, a ponto de paralisar a pessoa, está na hora de procurar ajuda de um médico ou de um psicólogo.

Insônia: quando a pessoa não consegue dormir ou acorda várias vezes durante a noite. Isso acontece porque a luz das telas atrapalha a liberação da serotonina, substância produzida pelo nosso cérebro, quando fica escuro, para nos ajudar a pegar no sono.


#Ficaadica # A partir dos cinco anos de idade, crianças e adolescentes devem se exercitar pelo menos 60 minutos por dia. Vale correr, pular corda, ficar no parquinho, andar de bicicleta, nadar, dançar, soltar pipa, brincar de pega-pega ou esconde-esconde, jogar bola ou peteca, andar de skate, patins ou patinete!

#

Não use aparelhos eletrônicos durante as refeições. Prestar atenção no que estamos comendo ajuda a não exagerar na comida.

atividades ao ar livre: no fim # Prefira de semana, convide seus pais para passear no parque ou em uma praça. Não se esqueçam de levar água e de passar protetor solar.

for usar a internet, aproveite para # Quando conversar com pessoas da família que es-

tão longe e descubra atividades educativas, com a ajuda de seus pais. Não deixe de contar a eles se algum colega da escola falar coisas que te incomodam ou se algum adulto pedir para mandar fotos suas.

# O tempo máximo em frente às telas, para

crianças com mais de cinco anos, é de duas horas. Se você tem um irmãozinho com menos de dois anos, ele não deve brincar com tablets e celulares.

muitos livros, gibis e, claro, # Leia a revista MINAS FAZ CIÊNCIA!

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DICAS

Ciência maluca Um livro, um site, um filme e um game para aprender, sonhar e se divertir Tuany Alves

A patinha feia

A história do patinho feio todo mundo já conhece. Mas e as aventuras da patinha feia? Assim como no conto clássico, o cientista e escritor Ângelo Machado aborda a péssima prática do bullyng. A narrativa do autor belo-horizontino mostra que o diferente não é ruim, e, sim, diferente. Para saber como a protagonista dribla os valentões, só lendo o livro!

Universidade das Crianças

Por que sentimos dor? Por que os morcegos só enxergam à noite? Você pode encontrar respostas a essas e a outras tantas perguntas no site Universidade das Crianças (www. universidadedascriancas.org). Projeto mineiro criado por artistas e cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a ideia é responder, por meio de textos e vídeos animados, às zilhares de dúvidas dos pequenos e pequenas.

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Uma dobra no tempo

E se seu pai fosse um cientista que descobriu um novo planeta, mas sumiu do nada? Esta é a vida de Meg Murry e de seu irmãozinho, Charles Wallace. Tudo muda, porém, quando eles recebem a visita das três misteriosas viajantes astrais, conhecidas como Sra. Whatsit (O que é isso), Sra. Who (Quem) e Mrs. Which (Qual), e descobrem que o pai “usou” um conceito conhecido como tesseract para ‘dobrar o tempo’ e viajar ao planeta que abriga todo o mal do universo. Os irmãos e um colega de classe de Meg – Calvin O’Keefe – partem numa aventura para encontrá-lo. Baseado no livro de mesmo nome, o filme combina ideias de Einstein e a Física do som, com muita fantasia.

Vacinax

Que tal proteger o corpo humano de doenças e, de quebra, aprender como a vacina funciona? Eis a ideia do game brasileiro Vacinax, disponível para sistema Android. Criado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, o jogo permite que as pessoas controlem um linfócito T (célula de defesa do organismo), que se locomove no corpo humano, como em um labirinto, para identificar e destruir células infectadas.

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FADA DOS DENTES

Janela, janelinha Doação de dentes de leite ajuda em pesquisas e na formação de profissionais Vanessa Fagundes

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Cada criança percebe de um jeito. Pode ser na hora do almoço, quando escova os dentes ou, até, quando a língua, sem querer, dá uma cutucada ali. Aquele dentinho, antes pronto para qualquer mordida, agora parece mole... Se você tem entre seis e sete anos, deve estar passando por isso. Geralmente, é nessa idade que os primeiros dentes de leite caem, para dar lugar aos permanentes, aqueles que nos acompanharão por toda a vida adulta. Às vezes, as mães guardam o dentinho como lembrança; noutras ocasiões, ele vai mesmo para a lata de lixo. Esse destino, porém, pode ser diferente. Algumas universidades recebem caninos, molares etc., como doação. Sim! Nos bancos de dentes, eles são usados para melhorar o ensino e as pesquisas, enriquecendo a formação de futuros profissionais da área.

Grande ajuda

Um exemplo é o Banco de Dentes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que, desde 2005, recebe dentes de leite e dentes permanentes. “Eles, os dentinhos, são muito importantes para nós. Portanto, é interessante doá-los, pois ajudarão os pesquisadores na busca de cura a diversas doenças”, diz Antônio Márcio Resende do Carmo, professor do Departamento de Clínica Odontológica e coordenador do Banco de Dentes da UFJF.

É o modo como são conhecidos os dentes decíduos, os primeiros que nascem nas crianças. São, geralmente, 20 dentes de leite – 10 no alto e 10 na parte inferior da boca.

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Além de empregados em pesquisas que melhoram a qualidade dos materiais usados por dentistas, os dentes servem ao desenvolvimento de novos procedimentos ortodônticos e a estudos envolvendo células-tronco a partir do tecido que está dentro deles, chamado de polpa dentária. “Qualquer pessoa que possua dentes em casa, tanto permanentes quanto os de leite, podem contribuir com o Banco. Todo dente pode ser doado, mesmo aqueles restaurados ou com cáries”, diz o professor. Para a doação, os dentes que acabaram de cair devem ser lavados com água e sabão. Depois, basta guardá-los em potes com soro fisiológico. Eles também podem ser enviados pelos correios. Nesse caso, devem estar secos e envoltos em gaze, para melhor proteção. É necessária a assinatura de um Termo de Doação pelo responsável. Para mais informações, visite as páginas dos Bancos de Dentes de algumas universidades mineiras!

Sorriso renovado

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Alguns bancos de dentes em Minas Gerais que aceitam doações: Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora: http://www.ufjf.br/ odontologia/diversos/banco-de-dentes-humanos/ Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais: https://www.odonto.ufmg.br/biobanco-de-dentes-humanos/ Banco de Dentes Humanos do Departamento de Odontologia da PUC Minas: http://www1.pucminas.br/bancodedentes/index_padrao.php

Às vezes, quando o dente fica mole, bate aquela insegurança: será que vai doer quando cair? Na verdade, a maioria das crianças nem percebe quando ele se solta. “Quando o dente cai, toda a raiz já foi absorvida. Ele vai ficando molinho, molinho, até se soltar. Basta deixar seguir o curso natural”, orienta Maria Angélica Castelo Branco Oliveira, ortodontista e odontopediatra. O tempo para o novo dente crescer varia: em média, leva de seis a oito meses, mas alguns demoram quase um ano para chegar ao tamanho certo. Lá pelos 12 anos, a criança já tem a dentadura praticamente completa (ficam faltando os sisos, que nascem, em média, aos 18 anos). Você já tem alguma “janelinha” na boca? Então pode exibi-la sem receio! “A janelinha é um momento das crianças: todas passam por isso. A maioria delas tem até orgulho da janelinha, deste momento de troca dentária”, diz Maria Angélica.

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PALEONTOLOGIA

! a t r e b o c s e d a g e M

Cientistas encontram ossadas de espécie extinta de preguiça... gigante Alessandra Ribeiro

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Antes de qualquer coisa, permita que eu faça um esclarecimento: se você achou que o assunto de nossa conversa seria aquela dificuldade imensa de sair da cama, principalmente às segundas-feiras, não é nada disso! Eu quero falar sobre importante descoberta, anunciada no início de 2019, por pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas – aliás, se ainda não visitou o espaço, vale a pena conhecer! #Ficaadica! Depois de 20 anos de pesquisas, a equipe de cientistas liderada pelo professor e paleontólogo Cástor Cartelle Guerra descobriu uma espécie extinta de preguiça-gigante, encontrada nos territórios de Minas Gerais e da Bahia, há, pelo menos, 20 mil anos. “A preguiça atual é do tamanho de um macaco. Agora, imagine um tamanduá multiplicado por cinco. As preguiças gigantes pesavam mais de uma tonelada, eram herbívoras, pacíficas e desfilavam pelos nossos campos”, explica Cástor. Muito bem-humorado, o professor é um espanhol que se mudou para o Brasil ainda jovem, aos 19 anos. Hoje, com mais de 80, ele trabalha como curador das coleções de Arqueologia e Paleontologia do Museu da PUC Minas. Isso quer dizer que realiza a seleção das peças em exposição – o “acervo” – naquele espaço.

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A Arqueologia é a ciência que estuda costumes e culturas dos povos antigos, a partir de materiais que restaram de suas vidas, descobertos por meio de coletas e escavações. Já a Paleontologia investiga as formas de vida existentes no passado, a partir de seus fósseis.


Cástor Cartelle/PUC Minas

Pulão!

O professor me contou que o achado da preguiça-gigante foi mais ou menos como ganhar na loteria. E ele não falava de dinheiro, que era curto como “cobertor de pobre”, mas da sorte dos pesquisadores ao encontrar cerca de 200 fósseis (materiais petrificados) em cavernas – dentre eles, dois crânios de preguiças, de um macho e uma fêmea. “É muito raro encontrar um esqueleto inteiro num local. Você não sabe se pula, se dá cambalhota, se solta foguete!”, conta o pesquisador. A nova espécie ganhou o nome Glossotherium phoenesis. A primeira palavra já é adotada pelos cientistas para identificar preguiças gigantes; a segunda diferencia a nova espécie descoberta, e foi escolhida para homenagear a equipe do Museu da PUC, que ajudou na recuperação do local após um incêndio, em 2013, que destruiu parte do acervo. A palavra phoenesis faz referência à ave fênix que, na mitologia grega, ressurge das próprias cinzas.

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Um ofício químico Roteiro: Luiza Lages | Ilustrações: Fatine Oliveira

Bem-vindo, Oganésson!

É o novo cara.

Mais um peso pesado!

Bom, você é um elemento pesado, feito em laboratório. Qual o seu ano de descoberta?

2015. Ganhei meu nome em 2016.

Com licença, senhor Hidrogênio. Esse é meu primeiro dia aqui...

Ótimo! Você se senta na mesa 118!

O trabalho é intenso. Muitos de nós estamos aqui há 150 anos!

Fica tranquilo! O importante é se conhecer bem. Trim !

! Trim

Nosso papel é dar informações sobre nós mesmos!

Isso, senhora. Minha massa atômica é 294u. 58

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PARA USO DOS CORREIOS MUDOU-SE

DESCONHECIDO RECUSADO FALECIDO AUSENTE

NÃO PROCURADO END. INSUFICIENTE CEP

NÃO EXISTE Nº INDICADO

INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SÍNDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___ ___/___/___

_______________ RESPONSÁVEL

Avenida José Cândido da Silveira, 1500 Bairro Horto Belo Horizonte (MG) CEP: 31 035-536 Contatos: revista@fapemig.br Site: minasfazciencia.com.br www.facebook.com/minasfazciencia www.twitter.com/minasfazciencia/ www.instagram.com/minasfazciencia/

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