sempre se soube e ainda pouco se faz.
FAZENDO boletim do que por cá se faz
15 de Outubro de 2009 | Quinta | Edição # 24 | Quinzenal | Agenda Cultural Faialense | Distribuição Gratuita
Opinião Crónica A Túrquia e a União Europeia Frederico Cardigos
Universidade de Istambul
A
verdade, que não tive qualquer cuidado especial com a escolha
fã do Cristiano Ronaldo, esmerou-se a cortar-me o cabelo de
dos alimentos e não sofri mazelas gástricas.
acordo com o desenho que eu tinha escolhido numa revista de
Na minha opinião, de sábio da Turquia após seis dias de visita,
penteados que havia na barbearia. Era impossível a comunicação
em termos económicos, a Turquia não precisa da União Europeia.
porque o inglês dele apenas era comparável com o meu turco.
Talvez o contrário se justifique mais facilmente. Para ter a
Apesar disso, tudo estava a correr normalmente e fiquei
certeza da afirmação seguinte, viajei até ao extremo da cidade.
positivamente surpreendido por utilizar uma lâmina descartável.
É impressionante, todos os espaços dos pisos térreos estão
Na verdade, estava tudo a correr bem até que aproximou uma
ocupados com lojas, lojinhas, lojecas, botequins, tascas e
chama das minhas orelhas e me queimou! Fiquei tão
todas as combinações de comércio possíveis. Vi muitas lojas
surpreendido que estive para fugir, mas ele não me deixou
com apenas 2 metros quadrados. Tudo se compra e tudo se
mexer. No momento seguinte, já estava a enfiar um instrumento
vende. Até se compram e vendem coisas incompreensíveis.
pelas minhas narinas e a aparar-me os pelos do nariz. Não
Por três vezes encontrei grupos de homens aos berros entre
contente, continuou nas sobrancelhas. Estudei a distância até
eles e com os telefones portáteis que empunhavam. Não faço
à porta e, quando me preparava para correr, ele enfiou-me a
ideia o que estava a acontecer, mas deparei-me com estas
cabeça dentro de uma bacia cheia de água e lavou-me, em
inusitadas situações dentro de um centro comercial (Bazar) e
simultâneo, a cabeça, a cara e as orelhas... Quando me libertou,
uma vez num parque público. Seria uma bolsa de valores
eu estava tão baralhado e sem fôlego que não tive discernimento
primeira coisa que perguntei ao primeiro
informal?! Não faço ideia... Se calhar estavam a vender ideias!?
para efectuar qualquer gesto, até porque ele já me estava a
turco que encontrei foi "qual é o sentimento da Turquia sobre
"Tenho aqui ao telefone uma ideia fantástica para resolver o
colocar uma loção misteriosa na cara. Rendi-me ao mesmo
a adesão à União Europeia?". De certa forma, foi uma pergunta
problema da insónia, quem dá mais?". Mais a sério, a vitalidade
tempo que sentia os músculos da cara a descontraírem-se.
muito positiva porque, sem ser agredido fisicamente, fiquei
comercial que vi em Istambul não dá margem para dúvidas,
Nesse momento percebi que o Ocidente perdeu esta capacidade
a saber qual um dos tópicos sensíveis na Turquia e aprendi
há uma uma economia muito robusta por trás de tudo isto. E
de tocar nos outros sem complexos. Aqui os homens andam de
uma série de expressões de enorme desconforto (leia-se,
os preços não são de terceiro mundo, longe disso.
mãos dadas com os homens e cumprimentam-se de beijo na
palavrões). No final, o meu interlocutor resumiu os seus
cara. Em Portugal é impensável que um homem cumprimente
sentimentos em "espero que os nossos políticos esqueçam essa
Disseram-me que Istambul e Ancara são realidades separadas
desta forma alguém do mesmo sexo sem que seja seu familiar
ideia, porque a dignidade dum povo tem os seus limites!".
do resto da Turquia. Desta vez, não tive tempo para me meter
directo. A sua sexualidade seria imediatamente posta em
campo adentro, mas admito que tenham razão e que no interior
causa. Olho para o lado e, escândalo!, está uma criança a
De facto, esta hesitação do Ocidente em relação à integração
existam casos que poderiam beneficiar da solidariedade social
fazer uma massagem nos ombros de um maganão! Não é
da Turquia na União, alegadamente por razões culturais (leia-
da União. Nas cidades, vi gente com menos recursos financeiros,
possível. Chamem já a polícia! Ainda por cima, o maduro
se, religiosas), é tida como um longo e profundo gesto de
mas, honestamente, tenho visto mais pedintes e pessoas a
parece estar a gostar! "Calma, Frederico, pensa... Entre esta
humilhação. Posto isto, dei por mim a pensar no que é que
dormir na rua em Lisboa que nesta megapólis.
criança, nitidamente familiar do barbeiro, estar alienada a
poderia justificar a adesão de qualquer país à grande Europa.
jogar PlayStation, a drogar-se ou a consumir outros
O mais óbvio são as vantagens económicas do mercado alargado,
"Apesar de ser um país com democracia secular desde 1923,
estupefacientes (televisão, álcool, etc) ou a ajudar a família,
depois a solidariedade económica e social (um dia será militar,
estarei num país maioritariamente muçulmano, portanto,
fazendo uma operação delicada, responsável e lucrativa, o
estou em crer) e, finalmente, as razões de detalhe que, na
certamente, a intolerância para com as outras religiões será
que te parece melhor?". Oh, não! Agora passou à face! Os
Turquia em particular, poderão estar relacionadas com a
total e as mulheres andarão todas de burca e serão humilhadas
dedos da criança passeiam sobre a cara do homem fazendo
integração dos seus cidadãos emigrados na União
em todas as oportunidades!", dizia-me o meu preconceito antes
gestos circulares, experientes e competentes. A expressão de
(essencialmente, Alemanha). Depois do que vi e senti na minha
de partir. Nada mais distante da realidade. Istambul é uma
delícia do adulto não dá margem para dúvidas. Estou baralhado.
visita de seis dias a Istambul fiquei com a sensação que apenas
cidade hipertolerante com uma verdadeira mescla de religiões
Estou mesmo baralhado... Isto, nos meus olhos ocidentais,
a última razão pode fazer claramente sentido. Claro que não
e costumes mutuamente respeitados. É curioso que até os
parece-me francamente errado, mas não consigo encontrar
vivo num país em que 10% da população é turca, como a
piropos dos homens se adequam à sensibilidade da visada. Não
justificação forte para a minha moralidade de trazer por casa.
Alemanha… O choque cultural deve ser brutal e as opiniões
irei elaborar sobre isto, até porque não tenho significância
No final, verifico que o cliente, para além de ter pago uma
podem ficar enevoadas por questões de vizinhança.
estatística, mas fiquei com esta sensação. Por outro lado, e
bela maquia pelo trabalho de corte de cabelo (versão completa,
a observação não foi originalmente minha, as mulheres, mesmo
como o meu) e restante serviço, ainda pagou uma generosa
Um país como a Turquia, antes de aderir à União, terá que
as mais severamente trajadas, são, em público, totalmente
gorjeta ao rapaz, o equivalente a um almoço.
efectuar milhares de pequenas alterações. A desorganização
respeitadas por quem as acompanha. Por baixo dos lenços que
e as faltas de conformidade com os padrões europeus são
cobrem as caras, vislumbram-se sorrisos, risos e gargalhadas
Queimar, praticamente, afogar um cliente e usar trabalho
gritantes. Até eu notei que este seria um paraíso para os
que não me pareceram compatíveis com submissão. Fiquei
infantil... Apenas numa simples ida ao barbeiro, fiquei a
agentes da ASAE. Desde obras de construção civil realizadas
com muito mais dúvidas do que as arrogantes certezas que
perceber porque é que a Turquia nunca entrará na União.
durante a noite e em plena cidade, cabos eléctricos espalhados
trazia. Mais tarde, já em Portugal, descobri que, na Turquia,
Estou a voar sobre a Turquia, despedindo-me deste vasto e
a três dimensões pelas paredes, a altamente duvidosa higiene
o porte de véu é proibido nos serviços públicos, incluindo nas
populoso país. Quando olho lá para baixo penso que, realmente,
na confecção dos alimentos e uma rigorosa anarquia no
escolas.
eles não precisam. U
planeamento urbano, tudo seriam motivos para desesperar um "mangas de alpaca" de Bruxelas. Refira-se, em abono da
Quando entrei no barbeiro, um jovem de vinte e poucos anos,
ficha técnica - fazendo - isento de registo na erc ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de janeiro, art. 9º, nº 2 - direcção geral: jácome armas - direcção editorial: pedro lucas - coordenadores temáticos: catarina azevedo, luís menezes, luís pereira, pedro gaspar, ricardo serrão, rosa dart - colaboradores: ana correia, aurora ribeiro, frederico Cardigos, frederico Costa, josé nuno g. pereira, ilídia quadrado, miguel machete, miguel valente, pedro monteiro, sara soares, tomás silva - projecto gráfico: paulo neves, elcubu, contact@elcubu.com - paginação: jácome armas | dinamarca - capa: catarina krug - propriedade: associação cultural fazendo - sede: rua rogério gonçalves, nº 18, 9900 horta - periodicidade: quinzenal - tiragem: 400 exemplares - impressão: gráfica o telégrapho - contactos: vai.sefazendo@gmail.com, http://fazendofazendo.blogspot.com - distribuição gratuita
02
Música Festival Jazzores Pedro Lucas
(americano). O resultado manifesta-se numa fusão dos vários géneros e períodos históricos do jazz e da música improvisada,
A
podendo-se ouvir numa só composição bossa-nova, rock, swing e free jazz. décima primeira edição do festival Jazzores
O segundo é já um veterano com carreira sólida. Também
passa pela Horta. Iniciado em 1999 em Ponta Delgada, o festival
norte-americano, Spaulding fez-se notar como solista em
levado a cabo pela Associação Cultural Jazzores apresenta um
saxofone e flauta e pode ser ouvido em alguns dos clássicos
percurso de constante crescimento: este ano alarga-se às ilhas
da Blue Note entre 1962 e 1968 ao lado de Freddie Hubbard
de Santa Maria e Faial.
ou Wayne Shorter. O seu percurso inclui passagens por várias
Pelo palco do Teatro Faialense passarão os Mostly Other People
cidades e cenários musicais dos Estados Unidos. U
Do The Killing e James Spaulding nos dias 23 e 24 deste mês respectivamente. Os primeiros são um quarteto vindo de Nova Iorque em que cada um dos seus membros se assume como “um produto do sistema de formação jazzística institucional”
James Spaulding
À Descoberta
White Lunar
Nick Cave & Warren Ellis (2009) Fausto
ritmam os gestos e as palavras. Por vezes a música dos filmes
dois. Apesar de corresponderem a filmes distintos, as peças
está num plano entrelaçado com a história, indissociável, e
do disco um revelam uma certa unidade, como uma única
sem ela o filme seria apenas um meio filme e vice versa. Outras
história numa só faixa. O piano, grave e intenso, acompanha
vezes, a própria música é tão evocativa e texturada que não
o violino quase sinistro de Waren Ellis, em cenários musicais
cabe no filme, transbordando para uma outra dimensão mais
bem imaginativos. A electrónica e as vozes surgem no disco
autónoma. Há músicas associadas a filmes (como o godfather
dois e as músicas adquirem outros contornos, principalmente
theme), assim como filmes associados a músicas (como o
as relativas ao documentário sobre Phnom Penh, mais emotivas
deerhunter), e há coisas que não são nem uma coisa nem outra.
e arrepiantes. A enorme empatia entre os músicos permite
White Lunar é uma compilação de temas compostos para filmes,
uma interpretação partilhada da matéria cinematográfica,
e que simplesmente adquiriram essa dimensão autónoma de
gerando peças musicais intensas e belas. Mas, como li numa
obra que vale só por si. Daí que Cave e Ellis tenham decidido
crítica, o melhor de tudo é este trabalho fragmentado estar
editar este disco, uma obra fora da obra, que é em si uma
reunido num só disco. U
obra. Colaboradores de longa data nos Bad Seeds, os músicos
White Lunar - Nick Cave & Warren Ellis
juntaram num disco duplo algumas peças por eles compostas
A
para os filmes The Proposition (2005), The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford (2007) e The Road s bandas sonoras são uma expressão musical
disco um - e dos documentários The English Surgeon (2007)
peculiar. Entrecruzam-se nas histórias, dão ênfase a certos
e The Girls of Phnom Penh (a sua colaboração mais recente)
momentos, conduzem outros, sugerem abordagens ou sensações,
e de quatro peças de arquivo mais ao estilo de Ellis - disco
Young Turks The XX (2009) Fausto
trazer nada de realmente novo (será que é preciso inovar sempre?), a sonoridade soft-pop, o baixo marcante, a bateria
O
electrónica, os acordes de guitarra arrastados e lentos a fazer lembrar Radiohead, e a voz sensual feminina da vocalista e s The XX são quatro jovens de cerca de 20 anos
guitarrista convenceram-me. É um album para se ouvir, talvez
provenientes do Sul de Londres, que fazem umas músicas muito
numa chuvosa tarde de inverno, com um chá quente e mais
calmas, fortemente influenciadas pelo R&B moderno,
alguém.U
indiscutivelmente pop, e que falam sobre sexo e relações interpessoais. A mensagem ganha força com a interpretação vocal da guitarrista Romy Croft em dueto com a voz do baixista
Young Turks - The XX
Oliver Sim, reforçando o aspecto e a dinâmica do desejo. À descoberta, a primeira reacção foi agradável, e apesar de não
03
Cinema e Teatro Como se sabe, os filmes começaram por ser mudos, acompanhados ao piano, mas principalmente comentados e gargalhados por um público irrequieto, com vontade de participar no espectáculo, o que tornava cada exibição num acto único.
Ir ao cinema é coisa para se fazer sozinho? aurora ribeiro
U
referência às matinés infantis surgiu por isso mesmo. Numa
é o resultado de uma educação apertada e de um forte
sessão de filme infantil à tarde, com meninos de todas as
constrangimento que procura principalmente não incomodar
idades e respectivos pais e avós e batatas fritas, fazemos parte
os outros, mais do que viver em pleno e individualmente o seu
de um processo conjunto, muito divertido e provavelmente
filme. Porque como o demonstra o comportamento das crianças
m amigo meu disse-me que vai sempre sozinho ao
muito semelhante ao das primeiras projecções de cinema da
e de certos grupos sociais menos habituados a ir a cinema e
cinema. Para não se distrair com a mão da namorada pousada
História. Como se sabe, os filmes começaram por ser mudos,
a outros espectáculos públicos, a forma espontânea de um ser
na sua perna, por exemplo, ou para não se irritar por o seu
acompanhados ao piano, mas principalmente comentados e
humano viver um filme é com todos os sentidos que possui no
acompanhante ir ao telemóvel ver que horas são. Eu também,
gargalhados por um público irrequieto, com vontade de
corpo e na mente, pode ser uma experiência de grupo, pode
como ele, gosto muito de cinema. E também fico muito irritada
participar no espectáculo, o que tornava cada exibição num
ser um acto alegremente incivilizado. A cada público o seu
quando alguém me distrai se estou a ver um filme. Mas gosto
acto único. É que uma coisa é observar um beijo dos heróis
filme e a sua forma de o viver.
tanto de ir ao cinema que vou em qualquer situação: sozinha,
com música romântica e outra é nesse preciso instante alguém
acompanhada, em grupo, à matiné infantil, etc. Agora claro:
se levantar lá atrás e dizer: "se fosse eu tinha ficado mas era
Há sempre um filme indicado para qualquer ocasião. E não é
ver cinema é um processo individual, processa-se entre cada
com a outra!" e toda a sala vir por aí abaixo a rir com o
a pergunta "Vamos ao cinema?" um clássico para proporcionar
cadeira e o ecrã e devemos ter o direito, ao comprar um
comentário. O que era mais do que normal na altura.
um encontro amoroso e a tal mão pousada na perna? U
bilhete, de também comprar as condições necessárias para o vermos sem distracções numa sala civilizada onde haja silêncio
Este nível de civilização atingido hoje em dia nas salas de
e escuridão.
cinema, em que cada um observa em sossego e quase
Nem sempre houve esse direito. E nem sempre o há. A minha
privadamente o seu filme, atitude que nos parece tão normal,
X Festival de Teatro Juvearte São Miguel, Faial, Terceira e Flores miguel machete Teatro e o Coliseu Micaelense encerraram para obras de remodelação, o Festival foi realizado na cidade da Ribeira
D
Grande entre os anos 2002 e 2005. Posteriormente, após a recuperação do Coliseu Micaelense, regressou a Ponta Delgada esde o ano 2000 que acontece. E acontece por
em 2006, realizando-se desde então naquela que é a maior
persistência e brio da Associação de Juventude da Candelária
casa de espectáculos dos Açores.
que viu num primeiro intercâmbio com o Teatro Experimental
Mas em 2009, quiseram ir mais longe e aproveitando a
de Pias (Alentejo), a génese de uma iniciativa que poderia
comemoração do seu X aniversário, contactaram grupos e
promover o Teatro nas Ilhas. Mas também que proporcionasse
autarquias de outras ilhas (Teatro de Giz no Faial, Alpendre
o contacto entre grupos de diferentes regiões, estimulando a
na Terceira e a Jangada nas Flores) para proporem um
troca de experiências e de conhecimentos e contribuindo para
alargamento do evento aos Açores. A recepção da ideia e da
a realização de intercâmbios culturais que fossem fonte da
proposta não podia deixar de ser positiva. Muito positiva.
mobilização de grupos de teatro de cá e de além mar.
Neste contexto, o Teatro de Giz, aceitou com todo o gosto e
Perante uma sociedade que cada vez mais vive da cara modelo,
honra a co-produção do Festival no Faial. O nosso contacto
sobrevalorizando e idolatrando figuras criadas pela comunicação
com o JUVEARTE vem desde 2003, quando fomos convidados
social, entendem e entenderam ser de extrema importância
para apresentar a peça “Piquenique” de Miguel Barbosa, com
a realização de um Festival que desse visibilidade ao trabalho
encenação de Gilberto Carreira. Em 2006, voltámos com um
de grupos (pessoas) não profissionais, de qualidade reconhecida.
sorriso na cara, para apresentar o “Jogo de Cartas”, espectáculo
Com o passar dos anos foram construindo e acarinhando um
concebido pelo Teatro de Giz com coordenação e encenação
espaço no tempo que acolhe dignamente estes grupos e claro,
de Miguel Barros. Desde essa altura que a amizade com estes
o público, que os reconhece (e se reconhece) por aquilo que
“extraordinários fazedores” se tem vindo a solidificar e
são e não apenas por aquilo que representam. Esta é sem
esperamos agora poder contribuir de forma digna para aquele
dúvida uma forma eficaz de possibilitar encontros, promovendo
que é, na nossa óptica, o festival de Teatro mais significativo
a partilha salutar entre todos de uma arte maior e vital.
dos Açores. Com esse intuito vão passar por cá duas companhias,
Tendo nascido numa época em que o público micaelense não
nos dias 20 e 21 de Outubro: os do grupo de teatro Extremo
dispunha de tanta oferta cultural como hoje em dia, sobretudo
são os primeiros a subir ao palco do Teatro Faialense com a
no que respeita a teatro, o JUVEARTE realizou-se durante os
peça “O Velho Palhaço Precisa-se”, com encenação de Joseph
Real”, encenado por José Carlos Garcia.
primeiros dois anos na cidade de Ponta Delgada. No entanto
Collard e Fernando Jorge Lopes, às 21h30. No dia seguinte à
Sugestão: marquem nos calendários dos dias um intervalo para
e perante a inexistência de salas nesta cidade, dado que o
mesma hora é a vez do Te-Atrito, com o espectáculo “O Babete
estas duas actuações. Não se vão arrepender... U
04
Arquitectura e Artes Plásticas www.ffffound.com tomás silva
sendo recomendadas dinamicamente, onde navegamos de imagem em imagem tendo sempre a possibilidade de aceder
A
à fonte de cada uma. Fotografias, Fotogramas, Esculturas, Arquitecturas, Desenhos, ffffound é um mundo, um mundo de iguarias
Pinturas, Instalações e tudo e tudo e tudo.
visuais. É o melhor site para os que realmente acreditam que
A sua quase permanente actualização é um bom indicativo do
uma imagem vale mais do que mil palavras. E para os que não
tamanho actual da internet.
acreditam é simplesmente um bom www.
Promete deambulações com mais qualidade estética do que
Uma fonte de imagens que estão interligadas e que nos vão
o google images. U
“Guerra das Estrelas in the rain.”
João “Untitled (Vulture in the Studio)” João Onofre (2002)
S
À Procura Onofre (1976) ana correia
suas influências musicais e à cultura pop. O íntimo humano
Barcelona, Atenas, Cidade do México ou Telavive. Merece
é revelado no seu lado mais vazio, ilógico ou fora de contexto
ainda destaque a sua prestação nas bienais de Sidney (2002)
e as situações insensatas acumulam-se nos seus vídeos que
e Veneza (2001), lembrando que Portugal também tem algo
têm sido reconhecidos nos quatro cantos do mundo.
novo e grande para mostrar 'lá fora'. U
endo um dos novos consagrados artistas portugueses,
João Onofre nasceu em Lisboa, em 1976. Aí vive e trabalha.
João Onofre destaca-se perfeitamente nessa amálgama da
Terminou o Bacharelato em Pintura nas Belas Artes de Lisboa
arte contemporânea, no sentido mais puro do conceito. O
e seguiu para Londres, para estudar no Goldsmiths College.
artista trabalha exclusivamente em vídeo, expondo e
A partir de 2001 começou a mostrar-se com bastante
remexendo em temáticas tão simples que tocam o inútil,
importância internacionalmente, sendo de particular
explorando assim a ideia de contemporaneidade, aliada às
importância a sua presença em cidades como Nova Iorque,
O Faial visto pelos olhos
de António Viana (exposição de fotografia)
miguel valente
exclusivamente através das suas pinturas, bem mais belas do
fotografia analógica, através da utilização de filtros, máscaras
que a realidade, tornando-a insuportável para o Imperador.
e afins, durante o registo da imagem ou mesmo no processo
E é precisamente deste conto que me lembro na presença do
de ampliação.
trabalho de António Viana, pois também as sua fotografias são
Tal como o espaço que actualmente as alberga, as fotografias
mais belas do que a realidade. No entanto, e ao contrário das
do TóZé são serenas, acolhedoras e, por vezes, desconcertantes.
pinturas de Wang-Fô, as fotografias do TóZé (nome artístico
É precisamente na CASA que podemos encontrar um conjunto
de António Viana) não só não tornam a realidade insuportável
de 13 fotografias impressas e muitas mais projectadas, dispostas
Avançavam devagar, pois Wang-Fô parava de noite para
como nos convidam a visitar os locais retratados para confirmar
pelas várias salas da casa de chá. Na sala de fumo está exposto
contemplar os astros, de dia, para olhar as libélulas. Iam pouco
pelos nossos olhos a beleza dos mesmos.
um conjunto de grandes planos de elementos vegetais da ilha
carregados, pois Wang-Fô amava a imagem das coisas e não
António Viana, ou TóZé, é um fotógrafo amador (no sentido
e na sala nascente diversas paisagens faialenses, tão nossas
as próprias coisas, e nenhum objecto do mundo lhe parecia
de fazer por amor) nascido e a residir no Faial, que dedica
conhecidas e, no entanto, tão surpreendentes.
digno de ser adquirido, excepto pincéis, boiões de laca e de
grande parte do seu tempo livre à fotografia digital, quer a
A receber os visitantes, junto à entrada principal, o registo de
tinta-da-china, rolos de seda e papel de arroz. Eram pobres,
capturar imagens, quer no tratamento das mesmas. Sim é
uma situação insólita que podia perfeitamente ter saído de
pois Wang-Fô trocava as suas pinturas por um caldo de milho-
verdade, desiludam-se os puristas, as fotografias do TóZé são
um filme de Kusturica.
miúdo e desprezava as moedas de prata. O seu discípulo Ling,
tratadas (mas não manipuladas) digitalmente. A gaivota em
Para quem ainda não viu esta exposição, está a tempo de a
vergado ao peso de um saco cheio de esboços, curvava
frente ao Monte da Guia estava mesmo em frente ao Monte
visitar mas recomendo que o faça com calma, sem pressas,
respeitosamente as costas como se carregasse a abóboda
da Guia quando foi fotografada, não é montagem. Os dois
pois as fotografias do TóZé devem ser observadas da mesma
celeste, pois aquele saco, aos olhos de Ling, ia cheio de
pescadores na bagageira do carro estavam mesmo na bagageira
forma que foram registadas, pausada e contemplativamente.
montanhas sob a neve, de rios pela Primavera e do rosto da
do carro, não foram lá colocados em photoshop ou outro
E porque não terminar um dia de trabalho enquanto se aprecia
lua no Verão.»
software de edição de imagem. O tratamento digital consistiu,
um chá e boa música, olhando para as cores saturadas destas
Assim começa um magnífico conto de Marguerite Yourcenar,
na maioria dos casos, na correcção da exposição, no
belas imagens. A não perder. U
“A Salvação de Wang-Fô”. Wang-Fô é um velho pintor condenado
aperfeiçoamento de texturas ou mesmo, por vezes, na
à morte pelo Imperador, por este ter crescido a ver o mundo
adulteração de cores. Na realidade, nada que não se faça na
O
«
velho pintor Wang-Fô e o seu discípulo Ling erravam
pelas estradas do reino Han.
05
Literatura “A imaginação é mais importante do que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação abarca o mundo inteiro.”. Albert Einstein
Einstein - a sua vida e universo de Walter Isaacson catarina azevedo
que o retrata de língua de fora). Além de nos desvendar um pouco da sua intimidade e das
W
relações que mantinha com os que lhe eram mais próximos (que é exactamente o que se espera de uma biografia), Isaacson
Einstein - a sua vida e universo, de Walter Isaacson
alter Isaacson não é um estreante quanto a biografias
permite-nos também ficar a saber um pouco mais sobre os
(já se debruçou sobre as vidas de Benjamin Franklin e Kissinger,
seus valores, as suas teorias e sobretudo sobre outros físicos,
teóricas com palavras do próprio sobre quase tudo o que o
duas figuras marcantes da história norte-americana), metódico,
químicos e matemáticos com quem trocou abundante
interessava (e no caso de Einstein os assuntos são inúmeros
meticuloso e com um imenso respeito pelos escritos dos visados
correspondência (ver, em particular, o caso de Niels Bohr, que
pois era curioso de tudo o que o rodeava, dedicando tanta
não se limita a escrever sobre a vida mas prefere antes
há anos vem fascinando escritores como Michel Houellebecq,
atenção aos grandes mistérios - o Universo ou Deus - como a
desvendar-nos todas as suas dimensões, daí a menção da vida
que se inspirou nas suas teorias para escrever o romance As
coisas que outros provavelmente considerariam banais) ou
e do universo (o que, neste caso, se torna duplamente
Partículas Elementares), desvendando-nos um outro Einstein.
remetendo-nos para a trivialidade da sua vida quotidiana. U
significativo).
A biografia raramente tem um público muito alargado e muito
Neste caso opta por uma figura que, consensualmente,
menos quando, como esta, subentende que o leitor tem um
consideramos genial mas da qual sabemos muito pouco (a não
mínimo de interesse científico pelo universo e pelas estranhas
ser aquilo que é trivial: a sua aversão ao conformismo da escola
regras que o regem. No entanto, limitar Einstein à sua faceta
e às convenções e o seu ar de professor distraído e irreverente,
de cientista tem sido talvez o erro das biografias anteriores
para o qual muito contribuiu a mais famosa das suas fotografias
que Isaacson soube evitar, intercalando explicações mais
À Conquista
Sede de Viver de J.R. Moehringer
catarina azevedo
Fitzgerald), de J.R. Moehringer, um jornalista americano vencedor do Pulitzer Prize, é, simultaneamente, um livro
S
Sede de Viver, de J.R. Moehringer
de memórias e um fresco da América no pós-guerra do Vietname.
e o quotidiano do americano de classe média e um estranho
ede de viver, no original “Tender Bar” (um título
Para além da história da figura central, um jovem em busca
bar que funciona como um lugar mítico em que o narrador
muito mais evocador do que o escolhido para a edição
da sua identidade e de um substituto para um pai ausente,
se constrói como adulto e descobre os valores que vão pautar
portuguesa, a relembrar o “Tender is the night” de
o livro permite-mos também descobrir a vida dos subúrbios
toda a sua vida. U
Esta escritora nasceu a 17 de Agosto de 1953, na aldeia de
grande público, a escritora foi, por diversas vezes, distinguida
Nitzkydorf, na Roménia, e aí permaneceu até 1987, ano em
com Prémios europeus de prestígio. Segundo a Academia
que acaba por abandonar o país, passando a residir na
sueca, Müller consegue “com a densidade da sua poesia e
já foi lido
Herta Müller ilídia quadrado
A
Alemanha. Durante o tempo em que permaneceu na Roménia
a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos
utora de livros como O homem é um grande
manteve sempre uma postura crítica contra o regime
desapossados”. U
faisão sobre a terra e A terra das ameixas verdes, Herta
totalitário de Ceausescu, o que a impossibilitou de publicar
Müller foi a vencedora do Prémio Nobel da Literatura 2009.
os seus trabalhos livremente. Apesar de desconhecida do
Mãe, não tenho nada para ler... Catarina azevedo As viagens de Gulliver, de Johnathan Swift
D
aconteceu em Liliput, o que fizeram os seus minúsculos
pela vontade de criar nos mais novos uma base cultural
habitantes e o que aconteceu a Gulliver quando um macaco
sólida adaptando os clássicos de forma a torná-los mais
gigantesco o raptou. Será que algum dia conseguiu voltar a
acessíveis aos mais novos. Ainda que nem sempre as
casa?
adaptações pareçam uma boa ideia (os puristas têm mesmo
e certeza que quando eras mais pequeno sonhavas
tendência em considerar que tudo o que é adaptado é um
com viagens fantásticas e grandes aventuras. Se ainda te
Uma palavrinha aos pais - A extinta editora Sá da Costa -
disparate e devia ser queimado) podem ser uma boa maneira
lembras dessa altura (ou mesmo que já te tenhas esquecido)
tranquilize-se que ainda há muitos exemplares disponíveis
de permitir que textos que, na sua forma original, são
vais gostar de ler As Viagens de Gulliver. Descobre o que
de As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift - pautava-se
complexos possam ser lidos desde muito cedo. U
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Ciência e Ambiente Vivemos a “geração do plástico” e temos de continuar a tentar utilizar menos sacos, atentar às garrafas (450 anos) e aos pequenos invólucros que se nos escapam ao vento, particularmente onde vivemos. Os que dão à costa são os que regressam, quantos serão os que não voltam.
Há mar e mar, há ir e voltar... josé nuno g. pereira - DOP
N
portuguesas. Se derem um passeio na praia de Porto Pim,
tartarugas. No mar, as caravelas tendem em seguir o rumo
junto à Fábrica da Baleia, apanhem uma mão cheia da areia
do vento e das correntes, acumulando-se em locais onde
superfícial, na linha da maré. Naquela marca das ondas que
diferentes correntes se cruzam, locais que representam
chegaram mais longe durante a maré cheia (vê-se bem quando
verdadeiras barreiras oceânicas. Áreas que julgamos as
a maré já está mais vazia). À superficie repousa a areia mais
tartarugas preferirem nas suas deslocações pelo oceano,
recente da praia. A cor preta provém do basalto rolado muitas
matéria que se encontra por enquanto em estudo.
mil vezes pelo incansável oceano. Os tons acastanhados
Chegam a acumular-se centenas de quilos de lixo em oceano
provêm do tufo vulcânico, rocha formada pela consolidação
aberto, nestes locais de convergência de correntes, ou retidos
de detritos vulcânicos, que cobrem o Monte da Guia. As cores
em vórtices oceânicos, semelhantes à corrente circular que
mais esbranquiçadas provêm do desgaste continuado dos
se forma no ralo do nosso lavatório. Existem poucos estudos
restos de milhares de conchas, carapaças e outras estruturas
no Atlântico. No Pacífico foram reveladas manchas de lixo
que muitos animais invertebrados produzem para se
com várias décadas, uma delas, proveniente principalmente
“endurecer”; fazem-no utilizando o cálcio que existe na água
da Àsia, que ocupa hoje uma àrea cerca duas vezes maior
no mar.
que o Texas! Quando estes agregados são transportados pelas
No Porto Pim, como em outras praias, se pegarem uma mão
e correntes e ventos para a costa, geram arrojamentos em
cheia de areia recente em determinadas alturas do ano, não
massa, seja de caravelas portuguesas, águas vivas, algas, ou
o próximo Sábado 17 decorrerá uma limpeza
se espantem se estiver multicolor! Pois é, as centenas de
plásticos, caixotes, etc.. que não passam despercebidos,
sub-aquática no porto da Horta e em "Entre Montes" (aquela
quilos de plástico que deixamos escapar para o mar, estão
mesmo a quem não anda na gandaia.
baía antes do Monte da Guia, virada ao Pico). Muitos cientistas
a mudar a cor das nossas areias, além de entristecerem as
Vivemos a “geração do plástico” e temos de continuar a
deparam-se com os impactos da poluição no mar durante os
costas rochosas antes de se tornarem do “tamanho de grãos”,
tentar utilizar menos sacos, atentar às garrafas (450 anos) e
seus estudos, outros dedicam-se exclusivamente a essa
que o mar transporta e deposita. Não sei se os nossos netos
aos pequenos invólucros que se nos escapam ao vento,
matéria. São do conhecimento geral os impactos negativos
irão fazer castelos multicolores, se a areia será mais leve,
particularmente onde vivemos. Os que dão à costa são os que
dos resíduos sólidos, quando confundidos com alimento por
ou se a sensação será diferente ao caminharmos junto ao
regressam, quantos serão os que não voltam. No próximo fim
aves marinhas, cetáceos, tubarões e mesmo peixes que os
mar... julgo que não, mas estará lá.
de semana dezenas de quilos virão à superfície e na sua
ingerem, ou ficam presos. Assim como os efeitos dos poluentes
Voltando às caravelas portuguesas que aparecem nas praias,
grande maioria, de nada servem aos peixes que por cá habitam,
químicos (ex. Mercúrio no espadarte; fertilizantes nas lagoas),
são curiosos (e perigosos) organismos que se alimentam de
nem às próximas gerações. U
ou mesmo biológicos (como as espécies invasoras).
larvas e pequenos animais derivantes com os seus raios. Por
Em 2008 verifiquei um fenómeno interessante enquanto
sua vez, as caravelas portuguesas como outras alforrecas são
percorria as praias do Faial para estudar as caravelas
um importante alimento para os peixes lua, ou para as
lacuna frederico costa
os maridos
e comentam os acontecimentos do dia como se de um jogo de
- Tenho d'ir, a patroa chama
O
e despedem-se com 'té manhãs garantidos de que no dia
- E apareceu aí um tipo de chapéu que nunca cá
seguinte lá estarão, olhos lançados para a frente para o curioso
tinha visto mas leva-me a crer que é um tipo importante cá p'ra mim é o arquitecto
tempo corre lento para os velhos. Caminha lento.
ou estranho fenómeno de máquinas a operar na água.
Na cidade da Horta estão a construir um novo porto
- Máquinas na água Manel, já me viste isto?
um novo cais uma nova marina, que percebo eu de portos cais
E assim passam os dias o tempo correndo andando
ou marinas? Estão a construir uma coisa qualquer lá no mar,
caminhando devagar, em grupos se unem em olhos lançados
não lá mas cá, visto que a construção tem lugar junto à marginal
em discussões aleatórias sobre o que sairá daquele burburinho
que por sinal também é junto de onde estou a viver,
industrial,
(temporariamente) e dizia eu que o tempo corre ou caminha
futebol se tratasse
e sabem lá eles - Cá p'ra mim é o engenheiro civil não sabem - Não é nada, é o técnico do ambiente mas sem as suas opiniões que fariam eles ali?
- Máquinas na água, já me viste isto?
Para mim que sou da capital o tempo aqui também corre
lento para os velhos. Eles lá estão, numa base diária, não sei
uns defendendo que é para a construção de uma marina outros
lento, junto ao cartaz informativo da obra lê-se que tem uma
a partir de que horas visto que me levanto tarde e mesmo
para a construção de um cais outros de um porto e eu
duração prevista de trinta e seis meses. Se o tempo correr tão
assim não costumo sair de casa antes do almoço mas sei que
perguntando-me se não será tudo a mesma coisa, uns chegam
lento para os construtores como para mim ou para os velhos
ficam lá até muito tarde, talvez até o sol se pôr talvez até à
às seis da tarde e exclamam
da Horta lá para o virar do quarto de século teremos a obra
hora de jantar ou ao berro das suas esposas para jantar - António vem jantar ou agora com as distâncias ou as tecnologias talvez até as mulheres dos velhos já usem o toque de telemóvel para chamar
- Eh lá, qué aquele guindaste vermelho? não tava
concluída. Resta saber é se servirá para alguma coisa para
aqui ontem são os velhos que ainda trabalham mas cujo tempo
além do aconchego monetário dos empreiteiros,
continua a passar devagar
mas que sei eu de portos marinas cais ou empreiteiros? U
- Já perdeste um dia inteiro de reviravoltas
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Fazendus
Agenda Até 31 de Outubro
convida todos aqueles, que por mar ou em terra possam dar
cadáver de um cão. O episódio parece ter ficado concluído e
Exposição de Pintura: “In-pressão Interior”
a seu contributo, a participar nesta actividade. Para tal, basta
a vida retoma a sua normalidade. Mas uma terrível descoberta
de Ana Correia
comparecer no dia 17 de Outubro pelas 10:00 em frente à lota.
vem de novo atormentar Verónica...
Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça
A organização oferecerá uma t-shirt a todos os voluntários
Teatro Faialense, 21h30
que participem activamente nesta iniciativa.
Exposição de Fotografia (pág.5) de António Viana C.A.S.A. | 14h00-24h00 excepto Quartas-feiras
Exposição de Fotografia: “A Ilha, a História e a sua Gente.” Banco de Portugal | Segunda a Sexta 13h30-17h00
Esta acção de limpeza contará com a presença de mergulhadores
21 de Outubro
de escafandro, apneistas, pessoal de terra e caiaques.
Temporada MusicAtântico: “Concertos Didácticos”
Os mergulhadores terão a seu cargo a remoção de resíduos como garrafas, latas, redes e outros resíduos enquanto a equipa de apneistas, para além de apoio aos mergulhadores, será responsável pela recolha de pneus e outros objectos de maior dimensão. A equipa de terra prestará apoio aos mergulhadores e apneistas
- Recital de piano por Ludmila Chovkova Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça | 10h30, 14h30 e 21h30
Teatro: X Festival JuveArte - “Babete Real” (pág.
puxando para o porto os sacos de resíduos e os objectos de
4)
Exposição de Pintura
maiores dimensões recolhidos do fundo do mar. Haverá também
pelo Teatro Extremo
de Helena Krug
uma equipa orientada pela Ecoteca que será responsável pela
Teatro Faialsense, 21h30
Bar do Teatro | 14h00-24h00
triagem e separação dos resíduos.
17 de Outubro
A equipa de caiaques será intermediária entre os escafandristas
23 de Outubro
e o pessoal de terra.
Música: Grupo Coral da Horta Pedro Monteiro- OMA
Limpa (A) Fundo
Polivaletente de Pedro Miguel | 20h30
Lota do Porto da Horta | 10h00
Música: Festival Jazz Açores “Most other people Música: Grupo Coral da Horta
do the Killing” (pág. 3)
Igreja do Praia do Almoxarife, 20h30
Teatro Faialsense, 21h30
20 de Outubro
Teatro: X Festival JuveArte - “O Velho Palhaço Precisa-se” (pág. 4) pelo Teatro Extremo Teatro Faialsense, 21h30
24 de Outubro
Música: Grupo Coral de Santa Catarina Cinema: Mulher Sem Cabeça O Observatório do Mar dos Açores em parceria com a Dive
lgreja da Feteira | 20h30
Sinopse:
Azores e o Clube Naval da Horta organiza este ano a Campanha
Verónica está ao volante do seu automóvel quando, num
Limpa (A) Fundo - uma acção de limpeza subaquática do Porto
Música: Festival Jazz Açores “James Spaulding”
momento de distracção, atinge qualquer coisa. Nos dias
da Horta e da zona Entre Montes.
(pág. 3)
seguintes, ela sente-se como que a desaparecer, docemente
Esta acção tem como principal objectivo a sensibilização da
Teatro Faialsense, 21h30
indiferente às coisas e às pessoas que a rodeiam. Subitamente,
população local para o problema de deitar o lixo para o mar.
confessa ao marido que matou alguém na estrada. Os dois
Assim e com vista a melhorar o meio onde vivemos, a organização
regressam ao local do acidente, mas apenas descobrem o
Gatafunhos tomás silva
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